edição 243 - fevereiro 2015

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NA CONTRAMÃO DO VIRTUAL - Com qualidade técnica superior nos dias atuais, o vinil entra em cena novamente. | ILUMINAÇÃO - TribalTech - Maior festival de música eletrônica no Brasil teve o dobro de equipamentos e cenário futurista | ABLETON - Fatiando o áudio - Use a habilidade do Doslice para cortar o áudio automáticamente | TEMPO AJUSTADO - Saiba como funciona o clock e sua importância para a excelência sonora | MERCADO COVER: Músicos optam por interpretar artistas consagrados e profissionalizam o segmento | CUBASE: Leve seu conhecimento para a versão Pro 8 | LOGIC PRO: Conheça as funções do key commands

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14 VitrineUm novo driver com domo em

titânio e bobina de 3”, o DTI 3850é ideal para grandes sistemas dePA, e line array.

16 Rápidas e RasteirasO sertanejo Cristiano Araújofecha com o escritório Audiomixe o Ecad abre novos escritórios, no

Sul e no Sudeste.

24 Gustavo VictorinoConfira as notícias mais quentesdos bastidores do mercado.

26 Novo design de lineGrandes sistemas de PA emgrandes eventos levou ao aumen-to de trabalho na logística emontagem de estrutura. Foi

pensando nisso que a K-arraydesenvolveu o Firenze, umsistema mais compacto, semcomprometer a qualidade sonorae o design das caixas.

28 Mixer portátilFalar em Dynacord significaequipamentos pesados e de difícildeslocamento. A empresasurpreende lançando o levíssimomixer PM 502, projetado para

locais fixos ou para a estrada.

NESTA EDIÇÃO

66 Os desafios da mixagemUma etapa em que são necessári-as horas de ajustes delicados eprecisos, levando em conta queem cada ouvido esse trabalho soadiferente, inclusive no do cliente.

68 O baixista produtorOcupando posições ora comoprodutor musical, ora como

produtor executivo, os con-trabaixistas assumem a produ-ção de alguns trabalhos,demarcando um espaço nomercado de música.

76 Porque usar o clockDesde o advento da eletrônica

digital, a procura pelo perfeitosincronismo binário é o que moveo mundo digital. E no som não édiferente.

96 Vida de ArtistaNesta edição, Luiz Carlos Sá

relembra suas primeiras investidas

e influências musicais.

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SumárioSumárioAno. 21 - fevereiro / 2015 - Nº 243

Parece, mas não éDeixar de lado a opção de ter trabalhos autorais em troca de retorno rápido

no trabalho. Este vem sendo o caminho de diversos músicos que acabam

optando por formar bandas covers e passam a atuar em um mercado que se

profissionaliza cada vez mais.

Um movimento contrário quecertamente seria “impensável”

assim que surgiram o CD e amúsica digital. Os vinis entram

na contramão do virtual eganham cada vez mais espaço

nas estantes das lojas e das casasdos aficcionados por música

analógica. Mas como qualquermovimento que acontece depoisdo outro, não dá para voltar às

raízes sem levar algo do presente.A Era de produção das

“bolachas” levam um quê demodernidade dividindo

opiniões de técnicos.

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Expediente

DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected]@backstage.com.brCoordenadora de redaçãoDanielli [email protected]ãoHeloisa BrumTraduçãoFernando CastroReportagem:Luiz Alexandre Coelho e Miguel SáColunistasCezar Galhart, Cristiano Moura, GustavoVictorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg,Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, MarcelloDalla, Ricardo Mendes e Vera MedinaEdição de Arte / DiagramaçãoLeandro J. Nazá[email protected] Gráfico / CapaLeandro J. NazárioFoto: Leonardo C. Costa / Divulgação

Publicidade / AnúnciosPABX: (21) [email protected]

Webdesigner / MultimídiaLeonardo C. [email protected] AlvesPABX: (21) [email protected] de CirculaçãoErnani [email protected] de CirculaçãoAdilson SantiagoCrí[email protected]

Backstage é uma publicação da editoraH.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.

Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - JacarepaguáRio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549CNPJ. 29.418.852/0001-85

Distribuída pela DINAP Ltda.

Distribuidora Nacional de Publicações,Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678Cep. 06045-390 - São Paulo - SPTel.: (11) 3789-1628CNPJ. 03.555.225/0001-00

Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Épermitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviadacópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.

CADERNO TECNOLOGIA

50 Logic ProCom o Key Commands é possívelacessar as funções mais utilizadas

de forma ágil e conseguir maisprodutividade no trabalho.

54 CubaseSaltar do Cubase 7 para a versãoPro 8 do software pode significaruma evolução na sua música e noseu som. O ideal é levar também

o conhecimento para a maisrecente opção.

58 AbletonTransformar uma parte do áudioem outras partes menores,automaticamente, é a principalhabilidade do Slice.

62 Pro ToolsA ordem é jogar fora e colocar emdia as pastas de trabalho e definirmétodos de organização. Comalguma ajuda e tempo é possívelcomeçar o ano com seus projetosmais sistematizados.

80 VitrineA Q-7 é uma máquina discretacom um wash portátil, com 2 mil

potentes LEDs RGBW. Já oSamba é um moving desenvolvi-do especialmente para o merca-do brasileiro.

82 Iluminação cênicaO ano de 2015 é o ano internacio-nal da luz. O tema escolhido pela

Unesco faz parte de um projetomundial para o desenvolvimentosustentável dessa tecnologia.

90 Grammy LatinoO novo local da badaladapremiação musical teve cenário

de iluminação pensado e projeta-do para atender emissora de TV.

92 TribalTechUm dos maiores eventos demúsica eletrônica contou comcenografia inspirada no mundofuturístico e mais de 200 equipa-

mentos Robe para a iluminação.

Jazz e blues rumo ao interiorA cidade do sul fluminense Ipiabas recebeu a quarta edição do festival de

jazz e blues em 2014. O evento levou shows gratuitos com grandes nomes

nacionais e internacionais e se consolidou no calendário da cidade, mos-

trando que o gênero está ligado a desenvolvimento e turismo sustentável.

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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

volta dos discos em vinil, ou bolachões, como eram carinhosa-mente chamados nas décadas de 70 e 80, traz à tona uma dis-

cussão que sintetiza o seguinte pensamento: é possível novastecnologias “emprestarem” know-how às mais antigas a ponto des-sas ressurgirem. Parece que sim. Da mesma forma que o advento dovideo-cassete não acabou com o cinema, nem a televisão acaboucom o rádio, o digital não acabou com o analógico.

O reaparecimento do vinil, assim como alguns equipamentos“imitando” sons analógicos, só vem a confirmar essa teoria. Éconsenso entre os usuários que grandes inovações não têm batidoà porta das empresas. O que se percebe são antigos conceitos re-vestidos de soluções contemporâneas. Por isso, talvez a fórmulamais usada tenha sido a do processo de fusão.

Produtos à parte, o mesmo modelo cabe perfeitamente ao setor dosrecursos humanos, onde novas tecnologias por um breve tempotentaram superar as receitas antigas de relacionamentos. Escrevercartas, por exemplo, se tornou impensável quando o e-mail invadiunossos computadores. Atrelado à isso, o conceito do imediato, queobrigou a todos a acelerar seus tempos e forma de pensamento.

Mas foi justamente essa aceleração desenfreada que deve ter cau-sado um movimento contrário que vem esculpindo essas novasformas de convívio. No mercado de áudio e entretenimento ésensivelmente visível esse retorno às origens, com uma pitada decoisa nova. A indiferença e a frieza que as novas tecnologias im-põem são obrigadas a dar espaço à interação entre as pessoas, naforma de relações-públicas.

É possível, assim, que o mundo esteja presenciando uma nova for-ma de se relacionar, que une a maneira antiga à nova, criando,como se diz em áudio, um som mais cheio e mais quente, sem per-der as boas características de cada um deles. Pode-se arriscar a di-zer que o velho e o novo vêm se unindo para uma nova época: a erada fusão de conceitos e conhecimentos.

Boa Leitura.

Danielli Marinho

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A era da

fusão

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DTI 3850www.oversound.com.brSurpreenda-se com a eficiência e qualida-de do novo DTI 3850, um Driver profissi-onal com domo em Titânio e bobina de 3”.Seu poderoso conjunto magnético assegu-ra alto nível de SPL. Além disso, o modelooferece a opção com garganta de 2” (com atampa inferior) e 1½” (sem a tampa inferi-or). Ideal para grandes sistemas de PA eLine Array, onde se faz necessário alta efi-ciência nas faixas médias e altas.

LYNX STUDIOwww.visomequipamentos.com.br

Para quem tem Mac somente com entradaThunderbolt e quer uma placa melhor PCI-e, a Lynx Audio lançou uma solução bem fa-vorável para os novos computadores MAC. ALynx Studio Technology lançou um driver quefornece conectividade Thunderbolt™ paraplacas de áudio Lynx PCI Express. Para usargabinetes de expansão de Sonnet Techno-logies e Magma, o novo driver Lynx permiteque os cartões de áudio profissional AES16e,AES16e-SRC e AES16e-50 utilizem a conec-tividade Thunderbolt em computadores maisrecentes da Apple.

CAIXA ACÚSTICA SAMSON AURO XP112Ahttp://goo.gl/xf3KmR

O XP 112A é a solução perfeita para PA, Bandas, DJs ou Palestrantes.Com seus 500 Watts de potência e falante de 12", oferece tanto nasfrequências graves quanto nas frequências agudas uma alta fidelidadesonora. Construída em polipropileno sólido de alta eficiência ofereceao usuário muito mais qualidade e durabilidade. Entre suas caracte-rísticas, destacam-se os falantes 1 woofer de 12” com alcance esten-dido de baixa frequência, potência de 500 watts, driver de Neody-mium de alta frequência, entrada combo XLR/P10 com chave de mu-dança de ganho e saída XLR para link com outra caixa ativa.

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SHURE QLX-Dwww.pridemusic.com.br

A mais nova linha Shure QLX-D

de sistema sem fio com áudio digi-tal de 24 bits cristalino, cripto-grafia AES-256, e opções de con-trole em rede, vem ainda com maisrecursos, além dessas característi-

cas mínimas para consagrar um sistema sem fio de alto desempenho. O novomodelo possui gerenciamento de bateria recarregável, além de dar a opção detrabalhar com duas pilhas AA. As baterias são de íon de lítio (SB900), que sãocarregadas rapidamente através de duas opções de carregadores disponíveis(SBC200 eSBC800), vendidos separadamente.

KAOTICA EYEBALLwww.visomequipamentos.com.br

O equipamento pode ser considerado o tratamento acústicopara microfone condensador, uma vez que invólucro óptico iso-la o microfone do ambiente externo. Ao invés de tratar o seuentorno, é projetado para atacar as duas variáveis mais impor-tantes no processo de grava-ção: a voz e a captação do mi-crofone. Ao focar na voz comum microfone isolado captu-rando o espectro completodela, reduz-se grande partedo ambiente externo, aomesmo tempo dando-lhevocais claros e concisos li-vres de qualquer coloração.Criar o seu espaço de grava-ção ideal será fácil com oKaotica Eyeball, que se en-caixa na maioria dos gran-des microfones condensa-dores de diafragma (3,8 cen-tímetros de 7cm de diâmetro).

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INSCRIÇÕES PARA O DIA DA MÚSICAInspirado pelo festival francês Fête de la Musique, o Dia da Música, que ocorrerá

pela primeira vez no Brasil em junho de 2015, está com suas inscrições abertas.

Até o dia 20 de abril, bandas e músicos podem se cadastrar por meio do site

www.diadamusica.com.br para participar do festival. No dia 20 de junho, os

artistas se apresentarão em casas de shows espalhadas por todo país. O público

poderá eleger tanto as melhores bandas, quanto os estabelecimentos com a

melhor programação. O prêmio em ambos os casos será em dinheiro. Já no dia

21, as bandas e os artistas serão selecionados por curadores e se apresentarão

em palcos nas ruas e outros espaços em São Paulo e no Rio de Janeiro. A versão

brasileira se diferencia da edição francesa por contar apenas com músicos auto-

rais, além de ser celebrada em dois dias consecutivos.

CRISTIANO ARAÚJO FECHA COM AUDIOMIX

O cantor Cristiano Araújo acaba de anunciar parceria com a Audiomix,empresa responsável pelos festivais Villa Mix e escritório de duplas desucesso como Jorge & Mateus, Guilherme & Santiago, entre outros. Issosignifica que a partir de agora, Cristiano cede sua agenda à Audiomix,mas continua com a Efeitos aberta. As partes de Raynner de Souza,Wilton Carlos e Latino foram compradas por ex-investidores do cantor:Raimundo Eudes, ao lado de seu irmão Elias Eudes e Welton Cordeiro.Por trás de Cristiano ainda seguem os sócios Vitor Leonardo e Toninho“Duettos” (que trabalhará a agenda junto com a Audiomix). Segue jun-to, também, o diretor de comunicação do cantor, Rafael Vanucci.

no sul da InglaterraNovo representante Elation

Damon Crisp é o mais recente representante de vendaspara o sul da Inglaterra, incluindo Londres e adjacências. Oprofissional, que tem no currículo a DAC Pro-Media, em-presa de distribuição de tecnologia para entretenimento,a Numark Alesis, e possui vasto conhecimento do merca-do do Reino Unido, por isso será responsável por ajudar aElation a aumentar sua presença no setor de iluminação.

Tenor e Martin AudioA turnê do tenor Alfie Boe,Serenata, aterrissou na O2 A-rena, em Londres, com umabanda de 5 músicos e orquestracom 16 integrantes, além deum trio musical neozelandês,Sol3 Mio, mais um poderososistema Martin Audio MLAMulti-cellular Loudspeaker

Array, fornecido pela Capital Sound. O técnico dePA é o experiente engenheiro e produtor MatteoCifelli (proprietário do Fastermaster Studio).

Boe Cifelli e Pearce

ROBE TEM NOVASUBSIDIÁRIA NA FRANÇA

A empresa que tem sede na Repú-

blica Theca anunciou ao mercado

de iluminação a nova subsidiária

francesa que ficará baseada em

Paris. A nova companhia será diri-

gida pelo diretor Bruno Garros, figu-

ra reconhecida no mercado de ilu-

minação e entretenimento; e Elie

Battah, que será o gerente de

desenvovimento de negócios na

França. A nova subsidiária é parte

da estratégia de expansão da Robe.

Ficarão também responsáveis pela

Robe Lighting France Ingo Dom-

vrowski, gerente executivo de con-

tas na Europa, e o diretor internacio-

nal de vendas Harry von den Stem-

men, coordenador geral das opera-

ções de vendas da Robe.

NOVAS UNIDADES ECADO Escritório central de arrecada-

ção e distribuição (Ecad) inaugu-

rou no final de 2014 mais duas uni-

dades, nas cidades de Volta Re-

donda (RJ) e Balneário Camboriú

(SC). O órgão agora detém 34 uni-

dades em todo o Brasil. Na unidade

Sul Fluminense, o escritório será

responsável pelo relacionamento

com usuários de músicas em 19

municípios da região, como Volta

Redonda, Paraty, Resende e Va-

lença. Já na cidade catarinense, a

entidade irá atuar em 18 municípi-

os, como Bombinhas, Brusque,

Itajaí e Tijucas. Os profissionais dos

novos escritórios irão percorrer os

municípios das regiões com a mis-

são de conscientizar os usuários de

música quanto à importância do

pagamento do direito autoral.

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GARANTIA ESTENDIDANo primeiro mês de 2015, a NEXT-

proaudio decidiu anunciar um novo

período de garantia estendida para

todos os falantes, passando de dois

para cinco anos. Segundo Andre

Correia, gerente da companhia por-

tuguesa, a decisão para estender a

garantia vem ao encontro da certeza

da qualidade dos produtos da em-

presa, o que dá aos clientes um moti-

vo a mais para apostar na confia-

bilidade dos produtos. A garantia

para os produtos eletrônicos da

NEXT-proaudio, como amplificado-

res e processadores de sinal digital,

permanecem em dois anos a partir

da data da compra. Para ter direito

aos cinco anos de garantia, os pro-

dutos devem ser adquiridos junto

aos representantes, revendedores e

distribuidores oficiais. Mais informa-

ções no site www.next-proaudio.com

ROCK IN RIOEM 30 ANOS DE HISTÓRIAConsagrado como o maior festival

de música e entretenimento do mun-

do, o Rock in Rio coleciona números

grandiosos ao longo de suas três

décadas de história. O evento, que

colocou o Brasil no cenário dos

grandes shows mundiais, completa

três décadas e coleciona histórias

pra lá de curiosas. Em setembro,

mais uma edição do Rock in Rio no

Brasil, a sexta, mais precisamente,

será realizada na Cidade do Rock

do Rio de Janeiro, onde o festival

nasceu. Entre os dias 18, 19, 20, 24,

25, 26 e 27 de setembro, em uma

área com mais de 150 mil metros

quadrados, sobem ao palco do RIR

Katy Perry, A-Há, System Of A

Down, Queens of the Stone Age, no

Palco Mundo, e John Legend, já

confirmado para o Palco Sunset.

Gerenciamento da músicaA produtora de áudio e-Noise investiu na tecnologia ERP FileMaker paraagilizar procedimentos e demandas do mercado publicitário de jingles esound branding. O software agora é um grande aliado para gerenciamentointegrado dos procedimentos internos da empresa para produção diária dejingles, spots, trilhas e sound logos. Desenvolvido pela ImplementSystems, integrante da rede brasileira de canais da FileMaker Inc., subsidi-ária da Apple para sistemas de banco de dados, o sistema criado para a e-Noise, é totalmente customizado às necessidades da empresa. O resultadofoi agilidade nos processos da companhia, desde o primeiro contato com ocliente até o cadastro dos fornecedores, com reflexos positivos em produ-tividade e na qualidade do trabalho diário para as peças publicitárias deáudio. Outro benefício com a adoção da nova tecnologia é a liberdade deacessar o sistema por iPhones e iPads.

PENN ELCOM ABRE ESCRITÓRIO NO MÉXICO

Fabricante de cases, gabinetes de falantes e ou-tras soluções de racks, a Penn Elcom acaba deabrir um escritório na cidade mexicana deTijuana. O novo local faz parte da expansão pro-gramada da empresa pelo mundo nos últimosanos. A localização do escritório é um local estra-tégico no México, próximo ao centro financeiroe industrial, favorecendo tanto o mercado mexi-cano como o norte-americano. O investimentoinicial foi de $ 2 milhões em maquinário TrumpfCNC e na fábrica. O escritório será comandadopor Javier Haro com a ajuda de Frank McCourt,liderando o time de vendas, e mais 20 colabora-dores. A Penn Elcom México vai trabalhar emconjunto com a Penn Elcom da Costa Oeste, cujo escritório se encontrabaseado na Califórnia. As atividades comerciais na América Latina paraa Penn Elcom são bem intensas e a empresa mantém subsidiárias empaíses como Brasil, Argentina, Chile, Peru e Colômbia. Com esse novoempreendimento no México, desenha-se a possibilidade de uma expan-são dos negócios para a América Central em um futuro próximo.

PLATAFORMA DIGITAL

Uma das maiores plataformas de conteúdo musical independente domundo, a Punks S/A – (punkssa.com) anuncia sua expansão na Américado Sul. Agora, além dos escritórios em Nova York, Los Angeles, Toronto,Londres, Sydney e São Paulo, a empresa abre uma sede em Santiago, noChile, sob o comando de um dos produtores mais influentes do país,Juan Cristobal Meza. As mais de 150 mil composições da Punks sãodisponibilizadas no Jingle Player, uma biblioteca digital, na qual os tra-balhos são tagueadas conforme o estilo musical. Atualmente, o playerconta com mais de 30 mil artistas e recebe 500 novos materiais paraanálise semanalmente. As bandas Primos Distantes e Onagra Clau-dique são duas das brasileiras que já estão no catálogo da Punks S/A.

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ações pela NASDAQAvid volta a negociar

A Avid voltou a negociar suas ações naNASDAQ, sob o símbolo #AVID-NASDAQ, dando um passo sólidopara alcançar todo o seu potencial. Aabertura dos negócios foi no dia 8 dedezembro, mas a empresa vai continu-ar a ser reconhecida pelo símboloAVID. Segundo Jonh Frederick,Vice-Presidente Executivo e Dire-tor Financeiro e Administrativo daAvid, a ação visa a oferecer aos atu-ais e futuros acionistas da Avidoportunidade de partilhar do suces-so do negócio da companhia pormeio de acesso mais direto às ações.Para Ariel Sardinas, Diretor deVendas da Divisão de Vídeo daAvid para a América Latina, o re-torno à NASDAQ é um importan-te marco para a empresa em nívelcorporativo. Ainda de acordo com

ROUDINI E OSIMPOSTORES EM MAIS UMCAPÍTULO DA LIVE SESSIONFoi lançado o terceiro capítulo das

Live Sessions da banda passo-

fundense, Roudini e os Impostores,

com a música Até a Metade do Ca-

minho. O projeto, que registra a

banda tocando suas composições

ao vivo, foi a forma que o grupo en-

controu para divulgar as músicas do

seu primeiro álbum, Eldorado, lança-

do no final de 2013. São sempre

apresentações com captação ao

vivo, em diferentes lugares da cida-

de. Os capítulos estão sendo veicu-

lados sem uma periodicidade espe-

cífica, através do canal oficial da

banda no Youtube. A primeira Live

Session, com a música Tanta Soli-

dão, foi disponibilizada em julho de

2014 e a segunda, Por Baixo dos

Meus Olhos, em setembro de 2014.

é atração na NAMM 2015Batera brasileiro

O baterista brasileiro Gus Conde, da banda ODUM, representou pelaterceira vez seus endorsers na maior feira de música dos Estados Unidos,a NAMM Show, no Anaheim Convention Center, em Anaheim(Califórnia). Gus fez apresentações nos estandes das marcas Urbann

Boards e Axis Percussion. O baterista também fez o lançamento oficialdos novos modelos de tênis especiais para bateristas da Urbann Boards,incluindo a linha assinada por Neil Peart (baterista do Rush) e a linhafeminina Her. Após quase 10 anos seguidos morando em Los Angeles, obaterista, instrutor e palestrante santista voltou ao Brasil no início de2011 para estudar música brasileira e filmar um documentário sobre ba-teria brasileira (a ser lançado nos EUA e Europa com o apoio deendorsers). Atualmente mais focado em sua carreira solo, com oficinasde bateria em cartaz no circuito Sesc Brasil, Gus Conde é apontadocomo um dos mais versáteis bateristas brasileiros da atualidade.

FACÇÃO CAIPIRALANÇA VÍDEOCom esta premissa, a Facção Caipira

apresenta seu épico caipira Ao Vivo

no Circo Voador. O registro foi feito

durante a última noite de um festival de

bandas novatas no Circo Voador,

onde a Facção Caipira foi convidada

a se apresentar não como uma con-

corrente, mas como o destaque da

noite, com casa cheia, encerrando o

evento com sua mistura de rock, regi-

onalismo e country divertida. A edição

é assinada pela produtora Red Pill,

com mixagem feita por Renan Carriço

no Estudio Villa e masterização de

Matheus Gomes no Magic Master

Studios (Caetano Veloso, Canastra,

Marcos Valle e outros). No vídeo, duas

faixas relembram o EP de estreia da

banda (2012) e mais seis inéditas

anunciam o primeiro álbum completo

do quarteto fluminense: Pedrada, Tra-

paceiro, Canção Pra Ex Fumante,

Dois Pra Lá, Dois Pra Cá, Vida de Tra-

lha e Blues Brasileiro Foragido Ameri-

cano. O álbum foi gravado nos estúdi-

os da Toca do Bandido, com produ-

ção de Felipe Rodarte e mixagem do

nova iorquino Aaron Bastinelli, que já

trabalhou com Bono (U2), Marky

Ramone (Ramones), Mark Foster

(Foster The People) entre outros.

o executivo, o próximo passo seriademonstrar aos parceiros estratégi-cos, clientes e usuários que a Avid é aplataforma mais completa para estarum passo a frente na produção deconteúdo digital. Ao voltar para aNASDAQ, a Avid quer demonstrarcompromisso com a indústria e per-mitir a continuidade de um cresci-mento sólido e em expansão na re-gião e em diferentes segmentos domercado atendidos, promovendo ossistemas S6, S3L-X e Pro Tools 11que são parte da visão Avid Every-where™”. A América Latina seguecom uma tendência positiva de mer-cado e se converteu em uma regiãode crescimento importante para aAvid. A empresa pretende gerar umcrescimento de dois dígitos para oano fiscal de 2015.

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para voar com instrumentosNovas regras

As companhias aéreas americanaspassarão a adotar novas regras parao transporte de instrumentos musi-cais. Segundo as novas regras di-vulgadas pelo Departamento deTransporte dos EUA (DOT), as em-presas de transporte aéreo são obri-gadas a aceitar instrumentos musi-cais como guitarras e violinos como

bagagem de mão em voos comerci-ais se houver espaço ou ainda emassentos (que serão vendidos) casoo instrumento seja de maior porte.No entanto, o transporte do instru-mento na cabine da aeronave deve-rá obedecer algumas regras tendoem vista que não terá prioridadesobre outras bagagens. Uma das re-comendações é que o dono do ins-trumento realize o check-in comantecedência para garantir espaçonos compartimentos de bagagem.As novas regras entrarão em vigorno fim de fevereiro. O DOT criouum site com dicas e informaçõessobre as novas regras de transporte:http://www.dot.gov/airconsumer/air-travel-musical-instruments.

ROBE MAIS PRESENTE NO MÉXICO

A empresa mexicana de lo-cação MIXPRO acaba de ad-quirir 20 aparelhos Robin,da Robe. Os novos equi-pamentos seguiram diretopara a turnê da cantora me-xicana Alejandra Guzman,que teve o design de ilumi-nação concebido pelo LDMartin Contreras, um dosprimeiros no México a usaros Pointes. Fundada em 1998,

a MIXPRO tem sede no distrito de Xochimilco, da Cidade do México, e écliente de um dos maiores distribuidores Robe no México, a Vari Internaci-onal. Além da iluminação, a MIXPRO também forneceu som e vídeo paratodas as datas mexicanas da turnê da popstar do rock.

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ECONOMIAA Santo Ângelo colocou em práticauma ideia interessante para quem seprepara para um ano de indefinições eesperados problemas na economia. Noseu portal, a empresa disponibiliza dicase artigos de especialistas em economia efinanças para empresas de todos os ta-manhos. O objetivo é dar uma ferra-menta a lojistas, distribuidores e em-presários de pequeno e médio porte pararegrar o seu comportamento em temposbicudos que exigem uma contrapartidade moderação e cuidados com a liquideze o crédito. Boa sacada.

THE VOICEE o esperado aconteceu. O programa daGlobo desabou em audiência e qualida-de por perceptível “fadiga de metais”.Os jurados se mostram repetitivos eprevisíveis e ao contrário do seu irmãomais novo (o também bom programaSuperstar), os vencedores nunca vão alugar nenhum. O nível dos candidatostambém seguiu a queda e foi muitoruim. Tecnicamente decepcionante, afinal foi sofrível pela absoluta falta dequalidade geral. Muita luz e marketingpara uma atração que notadamente pre-cisa de uma boa sacudida.

SUCESSO VOLÁTILResponda rápido... Quem liderou as pa-radas brasileiras em 2011? Se você nãosabe agora, imagine daqui a 10 ou 20anos. Tente lembrar agora quem foi su-cesso nos anos 60, 70, 80 e 90. Rapida-mente uma dúzia de nomes vem à suacabeça. A isso chamamos de qualidadeperene e música para gerações. Ou vocêacha que daqui a 10 anos alguém vai sa-ber quem são esses funkeiros pseudo fi-losóficos que brigam com a língua por-tuguesa, pagodeiros movidos a gel de ca-belo ou os sertanojos de três acordes egritões que habitam as nossas rádios? Amenos que você concorde com o Nel-son Motta que desnecessariamente ten-ta se mostrar muderninho achando tudoo que tá tocando maravilhoso e classifi-cando música velha como nostálgica. Ea Globo ainda acha o rapaz maravilhoso.

TV PAGAE o canal BIS vai muito bem obrigado,mas quando resolve escorregar, fica risí-vel. Dia desses um show de heavy metalrecebeu censura para menores e exigiu asenha do assinante para assistir. En-quanto isso os canais abertos mostramterroristas, assassinos e políticos em to-dos os horários e sem restrições. A boanovidade é o crescimento do canalMusic Box Brasil que além do bom gostona programação musical inclui tambémboas matérias sobre artistas nacionais.Já o MultiShow e a MTV definitiva-mente viraram bagunça...

FISCALIZAÇÃOOs Tribunais de Contas dos estados es-tão ampliando a fiscalização dos cachêscotados e realmente pagos aos artistasem suas apresentações custeadas com di-nheiro público. Nota dessa coluna cir-culou em pelo menos dois tribunais quedeterminaram o uso de lente de aumen-to nas contas de 2014. Anote, vai darencrenca.

PERDAA morte do genial Lincoln Olivetti foimais do que uma perda, foi o fim de uma

Importadores efabricantes com

estoques em altapara cumprir

contratos e lojistasem compasso de

espera parareposição. Esse é o

cenário que abre2015 depois de um

2014 poucoanimador. É horado marketing das

empresas entrar emcampo paraaproveitar a

choradeira e venderlenço. Isso é

competência etalento em campo.

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GUSTAVO VICTORINO | [email protected]

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proposta de inovação constante. EdMotta foi quem melhor definiu aperda do amigo e parceiro: “É o fi-nal de uma Era, de quando músicapopular era feita por músico de ver-dade ...”. Falou tudo.

FESTA 2015Um coquetel em Porto Alegrelançou no mês passado a FestaNacional da Música 2015. O en-contro em Canela terá muitas no-vidades e alguns nomes já confir-mados. Em março começa a sele-ção dos participantes e a divulga-ção dos homenageados.

FUTUROOs dados estão aí e jogam na nos-sa cara uma realidade irrever-sível. Em 2014 o número de no-vos assinantes de internet bandalarga foi mais do que o dobro denovos assinantes de televisãopaga. A TV por streaming é o fu-turo que está ali na curva. NosEUA a maioria dos canais já a-nuncia o lançamento da sua pro-gramação na rede em tempo real.Os novos televisores lançados nomercado já estão equipados parareceber transmissões de alta ve-locidade e densidade via inter-net. Uma nova e revolucionáriarealidade televisiva está ali dolado de fora da porta...

INCOMPETÊNCIAGraças ao governo petista e a maisde uma década de incompetênciana gestão de energia, a venda degeradores de pequeno porte volta aaquecer pelo país. Fabricantes etécnicos do segmento de áudio es-tão preocupados. A energia de ge-radores não tem a mesma qualida-de e estabilidade daquela fornecidapelas distribuidoras (que tambémnão é lá grande coisa...) e que nota-damente vão enfrentar problemasde fornecimento nos próximosanos. Já o preço...

VINTAGEA onda das velharias supervalo-rizadas parece estar sofrendo al-gumas mudanças no perfil doscompradores. O quesito qualida-de começa a se sobrepor à “idade”do equipamento. O fato de serantigo não é necessariamente si-nônimo de qualidade. O desgastedo tempo e o avanço da tecno-logia não podem ser ignorados nahora de se adquirir algo que nota-damente é caro e raro. Tem gentevendendo guitarras Snake e Pal-mer dos anos 60 e 70 por mais decinco mil reais. Fala sério, né?!?Saudosismo tem limite. Nem no-vas elas eram boas.

MUDANÇASEm ano de crise e alta inadim-plência, os magazines passam a ser ofoco de muitos importadores e fa-bricantes. Instrumentos e equipa-mentos populares e baratos abriramainda mais espaço e recebem outrofoco na visão e comercialização dosrevendedores de eletrodomésticose eletroeletrônicos. Os magazines jáperceberam isso e abrem cada vezmais espaço em suas lojas. Vem po-lêmica por aí porque o perfil domercado certamente vai mudar emmuito pouco tempo.

PERGUNTINHASe a Justiça disse que não precisa re-gistro profissional para ser músicoou jornalista, porque esse mesmoregistro ainda é exigido para atores,dubladores, cinegrafistas e maisuma dúzia de outras profissões decunho artístico não contempladasna controvertida decisão?!?

FRASEOuço de um amigo engenheiro quetristemente constatou: “Os gran-des fabricantes mundiais hoje in-vestem muito mais na promoçãoda marca do que em pesquisas e de-senvolvimento de novos produtos.

Muito pouco pode ser chamado re-almente de novidade desde a vira-da do século...”.

CANSANDOHá muito tempo não via tanta frie-za com um carnaval quanto em2015. A coisa parece aos poucos vi-rar festa para aficionados e turistas.Comercialmente lucrativo, o car-naval perde espaço no gosto popu-lar e vira apenas um esperado feria-dão para mais de 70% dos brasilei-ros que assumem um distancia-mento das festas de momo.

ENQUANTO ISSOA “sofrência” do nordestino Pabloainda encontra resistência na mí-dia do sul e do sudeste, mas as emis-soras da região inevitavelmente te-rão que assumir que o cantor brega éimpagável exatamente pela serie-dade que tenta dar às suas músicas.O moço chega a fazer show paramilhares de pessoas com um celu-lar na mão. Em uma semana noRecife decorei pelos menos umastrês músicas do cara por simplesosmose. O hit Homem Não Chora éphodha... É impossível não se di-vertir. Haja “sofrência” ...

BIG MACDepois de fazer música até para vi-deogame no ano passado, o superstarPaul McCartney faz mistério sobreum pedido da megaprodução Star

Wars 7 – The Force Awakens, para criarum tema definitivo para os cavaleirosJedis. O filme está em fase de monta-gem e finalização e tem estreia mun-dial prevista para dezembro desseano. Que a força esteja com ele...

FOCOA Borne foca o áudio profissionalpara se expandir ainda mais em 2015.Novos produtos voltados ao mercadoprofissional de pequeno e médio por-te serão anunciados ainda no primei-ro semestre. Vem coisa boa aí.

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esde que o primeiro sistema de linearray apareceu no mercado, nos

anos 90, houve uma série de melhoriasem termos de qualidade sonora, nos ní-veis de pressão sonora (SPL) e na habi-lidade para focar mais energia e potên-cia nas áreas audíveis, destinadas ao pú-blico. Como consequência, houve tam-bém um aumento no mercado de áudio

De o público passou a ficar acostumado aver grandes sistemas de PA nos grandesfestivais mundiais dando suporte arenomados artistas. No entanto, o pre-ço pago para essa evolução tecnológicacresceu na mesma proporção e comple-xidade adicionando mais custos emlogística e montagem. A necessidade deuniformizar as áreas de cobertura levoualguns fabricantes de sistemas a investi-rem pesado em sistemas mais comple-

[email protected]

Fotos:Divulgação

FIRENZEFIRENZEA NOVA GERAÇÃO DA K-ARRAY

Há séculos a Itália éconhecida como o país dodesign e da criatividade e

perfeito para os sonhadores.Essa paixão ainda é bemviva e flui no coração da

Toscana, maisespecificamente Florença,

inspirando algumas dasmais notáveis inovações. No

mundo do Pro Audio, a novacriação que acaba de deixaras fábricas da K-array é um

produto que prometebalançar os experts da

indústria com a tecnologiastraight array.

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xos para montagem edifíceis de manejar.Os novos modelos que vieramcompletar a Firenze Series, o KH8e o KS8, vieram dar ao mundo atecnologia slim array em flexibili-dade digital. Mais finos e compac-tos no design, possuem autoali-mentação e são resistentes ao cli-ma, proporcionando uma saída ex-cepcional de pico de 145 dB SPL erepresentando uma solução dife-renciada no mercado de áudio.

Completamente controlado poruma DSP on board, oferece umamáxima flexibilidade opera-cional e um incrível direcio-namento de feixe sonoro.O KS8, por exemplo, é um com-pacto subwoofer que produzum pico excepcional de saída, a148 dB SPL. Ele também temopções de setup dinâmico paracalibração de delay. Um sistemade 24 KH8 elementos podefluir em apenas 10 minutos.Isso só é possível porque nãoexiste necessidade de desmon-tar todo o cluster: os falantessão ancorados em grupos detrês dentro de molduras rígidasque podem ser rapidamenteconectadas umas às outraspara criar clusters mais com-pridos (acima de 24 unidades).

Comparado com sistemas tra-dicionais que requerem ferra-gens e conexões mecânicas paracada falantes, o KH8 nesse que-sito economiza tempo. Cadaunidade pode ser inclinada in-dependentemente para focar o

som mecanicamente e depois guia-da digitalmente.A portabilidade e a facilidade namontagem são apenas algumasvantagens em se configurar um“straight array”, ou “arranjo dire-to”. Por exemplo, suponha-se queo que se precisa é uma inclinaçãode ângulo de um falante quando ocluster já foi içado. Com o KH8

não é preciso descer o cluster, pois ésuficiente alguém mudar a inclina-ção de um único falante, uma ope-ração que requer apenas alguns mi-nutos. Além disso, a tecnologia

“straight array” minimiza o volumedo cluster e permite o máximo de li-berdade onde eles estão içados. Porexemplo, não é preciso muito espa-ço no fundo atrás do cluster, mas emvez disso quase anexá-lo a uma pa-rede ou uma torre. O resultado éuma onda frontal que tenha umacurvatura desejada similar a de umperfeito cluster vertical. O KH8 jáfoi usado no JZ Festival, em Shan-ghai e concertos na Itália em 2013 eem 2014 durante um período deteste e está instalado na CarinaClub, na China. O KH8 tambémestará presente nos próximos even-tos do verão de Nova Iorque.

Comparado com sistemas

tradicionais que requerem ferragens e

conexões mecânicas para cada falantes, o

KH8 nesse quesito economiza tempo

““

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PM502 é um poderoso, porém pe-queno e leve mixer projetado para

suprir tanto locais quanto músicos naestrada. Típico da marca, o equipamen-to apresenta uma série de característi-cas singulares, além de uma arquiteturahíbrida, análoga e digital, e a habilidadepara alimentar sistemas em linha de100V para uso em instalações.É um equipamento inovador com umdesign criativo e de uso amigável, poiscombina o circuito análogo interno esuperfície de operação com as vanta-gens do sinal digital master e seçõesamplificadas, fazendo-o um dos mais

O flexíveis entre os equipamentos de suaclasse. A sua performance acústica vemao encontro da já conhecida qualidadedos produtos Dynacord.A estrutura interna do PM 502, porexemplo, somada a seu pacote de carac-terísticas e conectividade, coloca estemixer como objeto ideal para diversasinstalações, que variam de bistrôs, pe-quenos clubes, lounges, bares de hotel elobbies de igrejas, entre outras aplica-ções semelhantes. E confirmando que oPM502 é uma ferramenta extremamen-te versátil para uma série de aplicaçõesao vivo, o produto também se torna uma

Geralmentequando se fala

em produtosDynacord, logo

se imaginaequipamentos

pesados, sendonecessária umamãozinha extrapara tirá-los da

caixa. Só queneste caso, não.

PM 502PM 502DYNACORD

[email protected]

Fotos:Divulgação

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escolha ideal para DJs e bandas pe-quenas que procuram por uma solu-ção leve e compacta para uso ao vivoou para locais de ensaios.A estrutura principal é moldada emplástico e o painel frontal tem uma in-clinação que permite ótima visibilida-de quando é usado como um desktop.Medindo 395 x 244 x 241 mm e pesan-do apenas 4.9kg, todas as conexõesalém do fone de ouvido e uma entradaUSB para cartão de memória, estão naparte traseira do painel. Entre osopcionais está um footswitch parabypass dos efeitos internos. Entre ascaracterísticas do equipamento estão

5 MIC/LINE input channels comcompressor / limiter e função talk-over, 3 Stereo Inputs incluindo Jack,RCA e conectores USB, player on-board para arquivos de áudio MP3 ouWAV, alta qualidade de sessão com 32presets editáveis, 3 Master outputscom 7-band EQ cada e opção de sinalflexível roteado, delay line para Mas-ter-B (150 msec/50m), controle dosfones, LPN speaker processing, class-D. 2 x 450W RMS respectivamente 2x 600W / 4 Ohms IHF-A power, fontede energia micro-controlled (100V –240V) e opção de Direct-Drive para100V por via de falante.

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MERCADOMERCADO

Alexandre Coelho

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Fotos: Arquivo pessoal / Divulgação

ão basta prestar um tributo a umabanda ou artista, é preciso encarnar

o personagem. Foi penando desse jeitoque Rogério Cordoni provou que Elvisnão morreu e, em 1992, encarou o desa-fio de imitar o Rei do Rock. Músico des-de 1986, o artista já havia atuado comobaterista em uma banda cover do U2, eem tributos aos Beatles e ao REM, nacapital paulista.Como todo músico iniciante, Rogériotambém apostou em trabalhos autorais.A veia cover corria paralelamente àscomposições próprias, como forma de se

divertir e de ganhar algum dinheiro, jáque o retorno financeiro de um trabalhocover é mais rápido.“O trabalho cover não necessita de ex-plicação do produto, pois todos já co-nhecem a banda ou o artista referen-ciado e as suas músicas, é mais fácil en-trar no mercado de bares e eventos. Emcontrapartida, o trabalho autoral carre-ga toda a história de uma banda, de com-posições características dos músicos ecompositores, além da liberdade de esti-los musicais... É bem melhor, com certe-za”, compara.

N

C OV E R

Eles deixaram de ladoa opção de ter seu

próprio trabalhomusical e, por diversão

ou em busca demelhores cachês,

partiram para bandasque copiam grandes

artistas do cenárionacional e

internacional.Conheça um pouco da

visão de artistas emúsicos que apostam

em um trabalho cover.

Rogério Cordoni emociona fãs de Elvis Presley

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Para Rogério, a maior virtude deum artista cover é a semelhançacom o artista original, incluídos aíaspectos como a voz, os figurinos ea musicalidade. Ele garante que, nocaso de um imitador de Elvis Pres-ley, existe um mercado forte tantono Brasil quanto nos Estados Uni-dos, com muitos eventos relacio-nados ao tema.Rogério costuma se apresentar embares temáticos, como o PhoenixAmerican Mex, em Curitiba, além declubes e eventos particulares. “Os fãsse emocionam bastante, lembramdos grandes momentos do Rei”, or-gulha-se o músico curitibano.Mas representar um dos maioresícones da história do rock não étarefa fácil. Para fazer jus ao desa-fio, Rogério estudou a fundo tudorelacionado ao ídolo, levandomuito a sério a empreitada. “Émuito importante fazer a caracte-rização e imitar todos os trejeitosde dança e postura de palcodo original.

Inclusive, para melho-rar as minhas performances, eupassei um ano com um trabalho

em conjunto de um coaching ame-ricano de Ohio, que me treinoupara o mercado dos EUA”, ilustra.Se os Estados Unidos têm Elvis,nós temos Raul Seixas. Tocando

também na noite paulistana desde1994, o músico Jota Peron decidiudar vida ao nosso Maluco Belezaem 2007. Por coincidência, o pró-prio Raul Seixas, segundo JotaPeron, começou sua car-

reira comoimitador de... Elvis Presley!

De acordo com Peron, o que moti-va os jovens músicos a buscar omercado cover é a facilidade de seaproximar do público, tocando

músicas que já são conhecidas. “Aspessoas têm medo de experimen-tar o novo. Fazendo um cover, a re-ciprocidade acontece, mas a res-ponsabilidade aumenta a partir do

momento em que você encontraos ‘fãs de carteirinha’”, adverte.Peron lembra que o mercado debandas e artistas cover tem as mes-mas dificuldades de outros seg-mentos. Um deles é a pouca valori-zação do cachê, uma vez que, paramuitos que atuam nessa área, tra-ta-se apenas de diversão e não detrabalho. Outro problema é acomparação excessiva do covercom o original. “Às vezes espe-ram demais do cover. Eu sempresou convidado para tomar umWhisky depois do show, e àsvezes as pessoas se assustamquando eu respondo que nãobebo”, diverte-se.Peron não tem do que recla-mar no que diz respeito amercado para se apresen-tar. Já fez shows em 12 es-tados brasileiros e, segun-do ele, o telefone conti-nua tocando. Seu maiorfilão são os encontros demotociclistas, onde não

faltam empolgados pedindo “to-ca Raul!”. Peron toca. Mas sua ca-racterização também o levou parao teatro e para os programas de TV,principalmente em momentos dehomenagens ao velho ídolo. Ape-sar de se considerar um entusiasta,

É muito importante fazer acaracterização e imitar todos os trejeitosde dança e postura de palco do original.(Ricardo Cordoni)

Jota Peron encarna Raulzito

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Jota Peron já tem experiência para pon-derar antes de aceitar qualquer trabalho.“É sempre bom fazer as contas antes desair de casa, para não fechar no verme-lho. Meu lema é: as três partes precisamsair do show satisfeitas, o contratante, opúblico e o artista. Quando isso aconte-ce, chegamos à perfeição”, ensina.No que tange à resposta do público, asreações são as mais diversas. Peron contaque já começou shows sem ninguém nafrente do palco e entregou para a bandaseguinte o espaço lotado. E já teve fã per-guntando se ele acreditava em reencar-nação, pois, para este fã, Peron era, comcerteza, o próprio Raul Seixas. Para JotaPeron, o músico profissional sabe que éa profissão quem decide osrumos do artista. E, comoum profissional, ele ga-rante que respeita todosos estilos, sem achar queum é melhor do que ou-tro. Se existe algum ti-po de preconceito demúsicos de outros seg-mentos com relaçãoao cover, diz ele, estevem de quem nuncatocou quatro horas

na noite e teve que atender pedidos quevão de Elis Regina a Tonico & Tinoco.Mas depois de assistir a muitos vídeos eclipes de Raul Seixas, Peron atingiu o ní-vel de qualidade que pretendia. “O públi-co não sabe quem é o Jota Peron, ele querver o Raul Seixas. Depois do show é mui-to comum as pessoas me chamarem deRaul. Sei da minha responsabilidade eprocuro me entregar de corpo e alma naatuação, tanto que no meu show atual eutroco sete vezes de figurino, isso sem in-terromper o espetáculo”, conta.O carioca Vinícius Vellys começou a apos-tar no segmento cover em 2010, e já come-çou bem: se apresentou no Domingão doFaustão em um concurso de imitadores

(vencido por ele), na pele de Ro-gério Flausino,

Vinícius Vellys como Renato Russo e na foto acima como Rogério Flausino do Jota Quest

“O público não sabequem é o Jota

Peron, ele quer ver oRaul Seixas. Depois

do show é muitocomum as pessoasme chamarem de

Raul. Sei da minharesponsabilidade e

procuro me entregarde corpo e alma naatuação, tanto queno meu show atualeu troco sete vezes

de figurino, isso seminterromper o

espetáculo.(Jota Peron)

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vocalista do Jota Quest, e não paroumais. A vitória no programa abriumuitas portas e fez surgirem muitasoportunidades, o que o motivou aseguir em frente. Atualmente, eletambém interpreta Renato Russo,Cazuza e Lulu Santos.A opção pelo cover foi merca-dológica. Para Vellys, é difícil apos-tar em um trabalho autoral. Não éfácil construir um público, as casasnão dão muita oportunidade e pa-gam mal. Já para um imitador, co-mo ele, existe uma ex-pectativa por partedo público de viverum momento nos-tálgico de um artistado qual ele é fã.“A maioria dessesartistas ou já morreuou são bandas inter-nacionais, e a gran-de maioria das pes-soas não tem aces-so ao show quandoeles resolvem daras caras no Brasil.As pessoas acabampor contratar uma apresentaçãocover por esses motivos”, acredita.Mesmo com a grande exposiçãoque teve, Vinícius Vellys diz que ocaminho é árduo. Ele conta que oscontatos e deslocamentos para umshow são etapas complicadas. E la-menta que muitas bandas acabamaceitando tocar por preços impra-ticáveis, o que derruba o cachê mé-dio do mercado. Outro detalhe im-portante é o artista cover explorarbem o repertório do artista home-nageado, por um lado, para não in-sistir em um setlist repetitivo; poroutro, para não deixar nenhumgrande sucesso de fora da lista.Para Vellys, no entanto, existe simuma boa demanda por esse tipo deshow no mercado para quem con-segue se destacar. “Alguns artistascover vivem disso sim. Mas paraoutros, se não tiverem um empre-

go paralelo, fica bem complicado.As possibilidades são infinitas.Não vejo limitação do que pode serbuscado. Acho que a qualidade doque você faz é que realmente ajudaa abrir portas”, aposta.Qualidade musical à parte, o imi-tador de Rogério Flausino e de Re-nato Russo sempre foi fisgado pelaparte cênica. Como ele já cantava ejá havia feito teatro, o concurso deimitadores do Faustão foi a chanceque ele esperava para juntar as duascoisas e assumir o personagem porcompleto no palco.“A recompensa vem nos elogios ecomentários das pessoas que assis-tem, que realmente se sentem vi-venciando um show do artista ori-ginal. É muito motivador! Achomuito importante transportar oespectador para aquele universo e,

principalmente, homena-gear da melhor forma o artis-ta imitado. O público mere-ce matar essa saudade e viveressa nostalgia”, garante.

LED ZEPPELIN EIRON MAIDENNem só de imitadores, po-rém, vive o mercado de ban-das e artistas cover. Algunstrabalhos apostam priorita-

riamente na força musical do artis-ta homenageado, o que já é sufici-ente para atrair muitos fãs. É ocaso da banda carioca Black DogBrazil, que, inicialmente, faziacover de Led Zeppelin, e maistarde adicionou canções do DeepPurple e do Black Sabbath ao re-pertório. Músico desde o finaldos anos 80, quando se apresen-tava em bandas de baile, o baixis-ta Ives Pierini passou a integrar ogrupo em 1999.“Quando comecei não havia dife-renciação entre banda cover ebanda autoral, as bandas tocavammúsicas de outras bandas e suaspróprias composições; era um cli-ma livre sem essas divisões. A ex-pressão ‘cover’ eu sempre vi maisassociada a bandas e artistas per-

Black Dog refuta ser banda tributo

Banda Black Dog com Jimmy Page

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formáticos, que se ves-tem e imitam os artis-tas e bandas originais,às vezes fazendo play-back. Em se tratandoda Black Dog Brazil,nosso forte é o classicrock tocado ao vivo deforma impecável. Al-guns nos dão a alcunhade ‘banda tributo’, maspara nós, somos uma ban-da de rock, só isso”, define.Para Ives, o mercado é difícil para qual-quer tipo de música que não esteja namoda imposta pela indústra musicalvigente, como o pagode, o funk carioca,o sertanejo universitário, o axé e coisasdo gênero. Neste cenário, para umabanda de rock as dificuldades são cons-tantes e inerentes à cultura marginal àqual o rock sempre foi associado. Obs-táculos à parte, a Black Dog Brazilcompleta 20 anos de atividades em 2015.Para comemorar, a banda vai lançar umrótulo de cerveja com seu nome e um ál-bum com 13 músicas autorais na linhado rock clássico.Ives Pierini admite que é difícil viverde música no Brasil, mas que a receitados cachês ajuda a pagar as contas. Ele

conta que, ao longo de20 anos, viu muitos altos e baixos nomercado, mas que, no fim das contas,vale a pena o investimento.“Fizemos muita coisa pra manter a repu-tação no mercado. Somos a primeirabanda do mundo (que se tem notícia) atocar toda a discografia do Led Zeppelinao vivo, e o fizemos três vezes. Conhece-mos Jimmy Page pessoalmente atravésdo Zepeliano Fan Clube, e nos tornamosbanda cover oficial do Led Zeppelin naAmérica Latina, eleita pelo ZeppelianoFan Clube e abençoada pelo mestreJimmy Page”, orgulha-se.A receita para o sucesso e a longevidadeda banda, para Ives, é fazer um trabalholegal, com vontade e persistência. Se-gundo ele, o mercado é inclemente combandas que não tenham um público pró-

Maiden Hell

“Fizemos muitacoisa pra manter a

reputação nomercado. Somos a

primeira banda domundo (que se tem

notícia) a tocartoda a discografia

do Led Zeppelin aovivo, e o fizemos

três vezes.Conhecemos Jimmy

Page pessoalmenteatravés do

Zepeliano FanClube

(Ives Pierini)

Maiden Hell faz opção pelo cover: mercado autoral mais difícil

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prio e, para conquistar público derock no Brasil, tem que ser bom noque faz. No caso específico da BlackDog Brazil, um outro segredo é to-car com o coração, da melhor for-ma possível, como se fosse a últimavez. “O público percebe isso”, as-segura Ives.Na mesma linha, a banda MaidenHell presta tributo a um dos maio-res nomes do heavy metal mundialem todos os tempos. O guitarristaCarlos Dória, que atua no segmen-to cover há 10 anos, faz o “papel”que cabe a Adrian Smith na bandaoriginal, e admite que entrou nessefilão motivado por tocar as músi-cas das quais ele gosta e de artistasque ele gosta. Apresentando-seprincipalmente pelo interior deSão Paulo (a banda é de São José doRio Preto-SP), Carlos diz que,como o mercado autoral é mais fe-chado nessa região, a opção pelocover é quase óbvia.“O mercado autoral é muito restri-to no interior do estado de SãoPaulo, o que acaba sendo frustran-te. Não há onde se apresentar e hápoucas pessoas para serem atingi-das ou que estão abertas a isso.Eventos como o Planeta Rock in-centivam a composição, mas acre-dito que as pessoas deveriam abrirmais a mente e os ouvidos para osom autoral”, sugere.As dificuldades, segundo ele, sãomuitas. Desde as financeiras atéas condições de trabalho impró-prias. Ele lamenta que, no Brasil,os músicos sejam obrigados a secontentar com pouco, já que osbares não oferecem suporte ade-quado às bandas e, financeira-mente, a carreira não compensa.Carlos Dória acha difícil viver demúsica no Brasil. Como sua refe-rência é o interior de São Paulo,para ele só existe mercado para amúsica sertaneja. Afora isso, vi-ver de música no Brasil é uma ilu-são, uma vez que nem o governo

nem os contratantes se importamcom as necessidades de artistas emúsicos. A única saída? Disposi-ção. “O artista tem que, respei-tando seu trabalho, agarrar todas

as oportunidades, sem se prosti-tuir”, aponta.Apesar das dificuldades, o amor pelamúsica acaba falando mais alto e abanda mergulha de cabeça no uni-verso do Iron Maiden, tanto no quediz respeito aos aspectos musicais,quanto à postura de palco e aos figu-rinos. “Trabalhamos o visual demais.

Costumamos pensar que a parte vi-sual conta quase 50% de um show.Minha motivação vem da minhaadmiração por teatro e artes. Gostode interpretar alguém”, revela.

THE POLICE COVERHá cinco anos, o guitarrista cario-ca Pedro Herzog foi convidadopara integrar o Pearl Jam CoverBrasil. Mesmo sem ser tão fã da

banda de Seattle, a oportunidadede um trabalho profissional namúsica o fez aceitar a empreitada.Era apenas o começo de sua traje-tória por esse segmento. De lá paracá, participou de outros trabalhostambém na linha de tributos atéencabeçar, ele mesmo, a sua pró-pria banda: trocou a guitarra pelo

baixo, assumiu os vocais e criou opower trio The Bad Cops, um tri-buto ao The Police.“Toco em bandas cover porquegosto de tocar música. Sempre

O artista tem que, respeitandoseu trabalho, agarrar todas asoportunidades, sem se prostituir(Carlos Dória)

The Bad Cops, banda tributo ao The Police

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toquei em casa, com os amigos... Amúsica sempre esteve presente na mi-nha vida. O que me aproximou dessemercado foi o tal convite, e de lá paracá fiquei amigo dessa galera. Então,não é bem trabalho, é uma desculpapara encontrar os amigos, beber cer-veja, jogar conversa fora e também, seder tempo, tocar umas músicas”, di-verte-se.Pedro observa grandes diferenças entreum trabalho autoral e uma banda cover.Para ele, o artista autoral apresenta algonovo e o público presta atenção (quandoé bom), enquanto que em um showcover, o público já conhece o material eentra no clima do espetáculo.“O trabalho autoral requer um inves-timento (de tempo), uma dedicaçãomaior. O processo de criação, os ensai-os, a produção... Tudo isso entra naconta. Já os covers podem ser monta-dos mais rapidamente. Com um bomrepertório e alguns ensaios, já é possí-vel montar uma apresentação. O pro-blema é que essa ‘facilidade’ acaba des-valorizando esse segmento, que contamuitas vezes com músicos de alta qua-lidade”, destaca.Por incrível que pareça, uma das maio-res dificuldades de uma banda cover noRio de Janeiro é a falta de espaços paratocar. Segundo Pedro Herzog, os pou-cos lugares que existem não oferecemuma infraestrutura mínima, como umPA, bons amplificadores, bateria ecachê digno. Por isso mesmo, comoacontece com muitos músicos dessesegmento na cidade, Pedro tem outraprofissão: é designer e leva a músicacomo um hobby. “Sei que existem ban-das especializadas em casamentos, BarMitzvah, festa de empresa etc. que ti-ram um bom dinheiro, mas acho quesão exceção”, avalia.Ainda assim, Pedro atua com seus tra-balhos musicais em lugares como ba-res, lonas culturais, festivais de bandascover, encontros de motociclistas eoutros eventos. A recompensa é a res-posta do público, sempre calorosa,cantando junto as músicas de seus ído-

los originais. E o contato com o públicodepois dos shows também costuma sercarinhoso, com as pessoas elogiando,sugerindo músicas e querendo saber daspróximas apresentações.Mesmo com músicos de qualidade notrabalho, Pedro percebe que alguns ami-gos músicos têm certo preconceito comrelação a bandas cover, como se fosseuma coisa menor, algo como “cantor dechurrascaria”. A implicância, contudo,termina aos primeiros acordes do show.“Quando eles vão ver nosso show, aenergia que empregamos é a mesma queem um show ‘pra valer’. Isso é con-tagiante e não tem quem resista... Todomundo vai bater cabeça e cantar pelomenos o refrão, ou se maravilhar comaquele solo esquecido de guitarra. É mú-sica e ao mesmo tempo é pura diver-são!”, resume.Se a palavra de ordem é ‘diversão’,André Ferrari, vocalista da bandaGang Bang, de Jaú, interior de SãoPaulo, sabe do que se trata. A bandafaz cover do grupo Steel Dragon, ban-da fictícia do filme “Rock Star”. Desde2002, quando debutou no segmentocover, André já teve diversos grupos,do pop ao heavy metal, passando pelohard rock e pelo classic rock, sem con-tar um trabalho autoral que já acumulaquatro álbuns gravados.Para André, a opção por tocar covers énatural, uma vez que todo músico co-meça ensaiando na garagem, tocandoos grandes sucessos dos artistas que

“O trabalho autoralrequer um

investimento (detempo), uma

dedicação maior. Oprocesso de

criação, os ensaios,a produção... Tudo

isso entra na conta.Já os covers podemser montados maisrapidamente. Comum bom repertório

e alguns ensaios, jáé possível montar

uma apresentação.(Pedro Herzog)

Pedro Herzog assumiu o baixo na nova banda cover

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cada um admira. Daí para perce-ber que é possível tocar essasmesmas músicas ao vivo e ga-nhando algum trocado é um pu-lo. “Você percebe que há comounir o útil ao agradável, que sãoas apresentação em casas queabrem as portas para bandas co-vers, que, claro, atraem público evocê recebe por isso. Quantomais público, mais nome, maisdatas e melhores cachês”, enu-mera. Apesar de concordar que osegmento cover é mais fácil paraquem deseja entrar no mercadode música ao vivo, André é dosque preferem o trabalho autoral.Mas sabe que é difícil emplacarum repertório novo, desconheci-do do público, e isso fecha portas.Segundo o músico, no Brasil, aplateia quer cantar, pular e se di-vertir. “Uma banda autoral, pelomenos no início, depende doscovers dentro do setlist mes-clando com as autorais, para cati-var e atrair público. É a forma de,em doses homeopáticas, mostrarseu trabalho e manter uma casacheia”, orienta.Mesmo para quem toca cover, ouseja, música conhecida, as difi-culdades são muitas. De acordocom André, a maior delas é o fatode muitas bandas tocarem de gra-ça ou por cachês muito baixos.“A maioria dos contratantes não

se importa tan-to com a quali-dade da banda.A única preo-cupação é lotara casa e venderbebida. Então,se o contratante obtém issode uma banda que cobra R$ 500, porque pagar o dobro ou o triplo parauma outra banda, de alto nível, masque gera o mesmo lucro para a ca-sa?”, lamenta.André acredita que existe ummercado forte, sim, para quempretende viver de covers, já queboa parte do público brasileirosai de casa mesmo para ouvir ossons de que gosta. Na opinião do

músico, existe público para qual-quer banda cover nas grandes ca-pitais. No interior, porém, o su-cesso da banda depende de tocaro que a plateia quer ouvir. Ou

seja: quem pretende tocar o “ladoB” de determinado artista estádestinado a tocar de graça oupara casas vazias.André reconhece que uma partedos colegas músicos torce o narizpara trabalhos covers. Mas acha

essa postura equivocada,

uma vez que todo mun-do já tocou cover um dia. No casoda Gang Bang, o figurino tambémé uma peça importante. “A bandaé de hard rock/glam rock, e nospreocupamos muito em manteraquele visual exagerado típicodos anos 80. É inevitável algumdetalhe de roupa ou mesmo a pre-sença de palco lembrar alguma

banda internacional, mas nuncapensamos nisso, sai espontanea-mente, pois gostamos do estilo.Mas a presença de palco, para nós,é fundamental”, sentencia.

Uma banda autoral, pelo menos noinício, depende dos covers dentro do setlistmesclando com as autorais, para cativar eatrair público (André Ferrari)

Músicos fazem cover da banda fictícia Steel Dragon

Gang Bang leva o público de volta aos anos 80

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DISCOá uma frase que qualquer pessoa quetrabalha com música já ouviu em

algum momento: um executivo de gra-vadora teria afirmado que, na verdade,não vendia música. Vendia apenas osdiscos. O que havia lá impresso era ape-nas uma desculpa para colocar o produ-to nas lojas.Mas a música se libertou dos discos –todos eles, CDs ou vinis – e ganhou asnuvens da internet. A indústria quenão ligava para a música e só vendiaaqueles pedaços de plástico sofreu umgolpe que até hoje não foi absorvido.Agora, as notas musicais serviam paravender IPods e similares, em arquivoscomprimidos nos bits do formato MP3.Só que os players de MP3 não precisa-vam das músicas para ser vendidos. E,por ironia, a partir do momento em queas pessoas não precisaram mais pagarpela bolacha, preferiram não pagar tam-bém pela música gravada. Ainda quenão tenham deixado de comprar arqui-vos musicais em lojas virtuais, as pesso-as enchiam seus IPods, MP3 players ecelulares com os arquivos que circula-vam pela internet de graça.Outros movimentos aconteceram nomercado da música. Não são poucas asreportagens e análises acadêmicas quemostram que o show se tornou o motor

Miguel Sá

[email protected]

Fotos: Divulgação

da indústria musical. Hoje, os músicosgravam para divulgar o show. Antes, fazi-am show para divulgar os discos. No en-tanto, de alguns anos pra cá, começou ummovimento de revalorização do vinil.

PAIXÃO PELA MÚSICASe fosse feita uma pesquisa para determi-nar o perfil do consumidor de vinil, pro-vavelmente se constataria que a maioriarealmente se importa tanto com a músi-ca gravada nele como com a qualidadetécnica do som, ainda que não seja pontopacífico a superioridade do vinil em rela-ção às mídias digitais. Geralmentesão pessoas que tanto con-somem como traba-lham com músi-ca. “Não temnada a ver

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DE VINILÀ PROCURA DO ENCANTO PERD IDO

Cada vez maisconsumidores

aficionados pormúsica aderem àvolta do vinil. Os

motivosapresentados vão

desde uma supostaqualidade superior

à do CD até aapresentação

gráfica das capas.

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com romantismo. É porque o som é melhor mesmo. Vocêouve com o corpo inteiro”, defende Beto Bruno, vocalistada banda Cachorro Grande. A banda sempre lança uma ti-ragem em vinil de seus álbuns, inclusive o recém-lançadoCosta do Marfim.

Para gravar, Beto não tem preconceito contra o digital.Mas o álbum Cinema, por exemplo, foi gravado em fitas deduas polegadas. “Depende do disco, do que você quer. Mas

nos últimos dois anos a coisa me-

lhorou muito no digital. Mudou pramelhor. O som do Cinema pedia isto (gravação analógica)”,coloca o vocalista. No Costa do Marfim, no qual a banda,produzida por Edu K, flerta com o eletrônico, a gravação foitotalmente digital. Ainda assim, a Cachorro Grande nãoabre mão da tiragem em vinil. Beto tem restrições ao pro-duto brasileiro e prefere fazer o corte na Europa. Além dis-

so, ele ressalta a importância de uma masterizaçãoespecífica para as bolachas. “Independente

do estilo de som, tem que ter”, reforça.O jornalista e DJ Ramiro Zwetsch

também defende o som do vi-nil. “Gosto mais, ainda que

tenham estudiosos quedigam que o ‘melhor

CD’ tem um som me-lhor que o do ‘me-

lhor vinil’”, diz, sereferindo a umahipotética com-paração entreos dois forma-tos nas melho-res condiçõespossíveis.

Beto Bruno

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“Fala-se muito emuma volta do vi-nil. Discordo. Éuma volta dos quenão foram. O tem-po ‘desmascarou’o CD. Ele não é tãointeressante co-mo objeto e o queele tinha de bom,que é ser portátil,foi superado quan-do chegou o MP3.Quem não quer o-cupar espaço em ca-sa pode usar MP3,mas para quem gos-ta de som, de músi-ca, o vinil é mais a-traente”, argumen-ta o jornalista.Como DJ, Ramiroressalta que vári-os já preferem usar o computador. Prin-cipalmente pela possibilidade de poderlevar todo o acervo, mas ele gosta detrabalhar mesmo com os discões. “Achomais divertido improvisar com o que eutenho. Desafia mais”. Ramiro edita osite de música Radiola Urbana e acaboude abrir a Patuá Discos com o sócioPaulão, que é DJ também, e se mostraotimista. “O vinil é a mídia relacionadaà música que mais cresce. Começamosvendendo em feiras de vinil. Hoje nósdividimos o espaço com uma floricultu-ra. Não temos placa na fachada. Apenasuma sinalização na calçada. Temos pou-co público espontâneo, mas já vende-mos 700 discos em dois meses de funci-onamento. Mais ou menos 80% do quevendemos é disco usado. Com discosnovos trabalhamos em uma escala me-nor”, ressalta Ramiro.

VINIL: UM BOM NEGÓCIO?O que Ramiro percebe no dia a dia jácomeça a chegar nas grandes estatísti-cas. Dados dos mercados fonográficosmais desenvolvidos – os EUA e a Ingla-terra – dão conta de um crescimentopor volta de 30% nas vendas das bola-

chas no ano de 2013em relação a 2012.No Brasil, a Poly-som, única fábri-ca de discos devinil da Américalatina, teve umaumento de maisde 60% nas en-comendas em re-lação a 2012, com59 mil discos ven-didos. A fábrica,que havia sido fe-chada em 2007,foi reativada em2010. “Podem noschamar de malu-cos, mas não tí-nhamos a menorexpectativa de ob-ter retorno finan-ceiro com a rea-

tivação da Polysom. Achávamos que, namelhor das hipóteses, iríamos empatar”,comemora João Augusto, consultor daPolysom e diretor presidente da grava-dora Deck.Antes de assumir a empreitada, Joãochegou a ser desaconselhado de prosse-guir por uma consultoria, mas decidiuassumir o investimento. “Pessoalmente,decidi entrar no projeto por achar queainda podia correr mais um risco emnome da música – afinal, abrir mão deum alto cargo em gravadora multi-nacional, dez anos antes, para abrir umacompanhia 100% independente já ti-nha sido um risco enorme, concorda?Fora isso, a turma a minha volta acredi-tava muito nessa reabertura da fábri-ca. Foram três anos de investimentospesados, dúvidas e dificuldades, mashoje temos orgulho de termos vencidocom ousadia e boa administração”, re-força João.

MAS E O SOM?Surgido no fim dos anos 1940, o vinilapresentava diversas vantagens sobre oformato anterior, o disco de 78 rotações.Entre elas, um maior range dinâmico

Ramiro Zwetsch

“Não temos placa nafachada. Apenas

uma sinalização nacalçada. Temos

pouco públicoespontâneo, mas já

vendemos 700discos em dois

meses defuncionamento.

Mais ou menos 80%do que vendemos édisco usado. Com

discos novostrabalhamos em

uma escala menor.(Ramiro)

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(podendo chegar a cerca de 70dBcontra os 50dB do 78 rotações) e defrequências (entre 40 e 15.000 Hzmais ou menos) e mais tempo de gra-vação, chegando a mais de 15 minu-tos por lado contra pouco mais detrês minutos dos 78 rotações.

Fabricando sons de plástico

João Augusto, consultor da Polysom,fala com detalhes sobre a fabricaçãodos vinis nacionais e a evolução em al-guns processos de produção.

Houve algum aperfeiçoamento tec-nológico na produção de discos emvinil em relação à época do auge?Em termos de equipamentos, não hou-ve muita evolução. As mesas de cortesão as mesmas (Neumann ou Scully),as prensas idem, mas na galvano-plastia, formada por banhos eletro-líticos com química de alta precisão,foram criados sistemas de controle efe-tivos para o alcance de bons resulta-dos. É ali que a fábrica tem que teratenção contínua.

Há alguma matéria prima que tenhadificultado o trabalho de manter a fá-

brica funcionando? Tiveramque substituir algum material?Frequentemente comparo fá-brica de vinil com um restau-rante: se quiser ter qualidade,é preciso usar bons ingredien-tes. Mas antes mesmo de esco-lhermos esses ingredientes,precisávamos aprender os me-lhores processos para fazerdiscos de qualidade. As fasesmais importantes da produçãode um disco são o corte doacetato, a galvanoplastia e aprensagem. Depois da reati-vação, verificamos que estáva-mos bem no corte e na pren-sagem, mas a galvanoplastiaera um terror. É ali que nascemas matrizes e a Polysom não es-tava dominando bem o proces-so. Passei a fazer contato comoutras fábricas do exterior, natentativa de descobrir onde es-

távamos errando, e visitei algumas delas,sem conseguir os resultados, até que fuiapresentado a Desmond Naraine, donoda Mastercraft, empresa de Nova Jersey– EUA, especializada em galvanoplastia,que atendia 60% das fábricas america-nas. Desmond foi de uma gentileza e ge-nerosidade descomunais e abriu todo oseu processo para mim. E é esse siste-ma que está implantado hoje na Poly-som, com enorme sucesso.

Foi difícil achar mão de obra para afábrica? Aproveitaram o conhecimen-to dos antigos donos?Os antigos donos foram fundamentaisna reativação e um deles, Nilton Rocha,um gênio da mecânica e da hidráulica,nos premia com seu trabalho até hoje eainda nos homenageia treinando jovenspara as diversas posições. Além deles,

foi fundamental a ajuda do Desmond,da Mastercraft; de Leandro Gonzales,um argentino, engenheiro de corte deacetato, estabelecido em Nova York; eJay Fairfax, gerente de operações damaior fábrica da California, a Rainbo. Aessas três pessoas a Polysom devegrande parte do seu sucesso.

Os novos discos são feitos mais a par-tir de masters digitais ou analógicos?Masters analógicos significam tapes.Alguns dos relançamentos da Polysomforam feitos de remasterizações feitasa partir dos tapes, mas o formato maiscomum hoje são os arquivos em 24bitscom resoluções variadas. A qualidadeé equiparada a dos tapes.

O que o disco de vinil representahoje nas vendas e nas estratégiascomerciais da Deck? E no mercadofonográfico em geral?Deck e Polysom são empresas com-pletamente independentes. O que asligou no início foi o fato dos donos daDeck adquirirem e reativarem a Poly-som motivados por sua própria neces-sidade de produzir os discos de vinilde seus artistas. A Polysom se relacio-na com a Deck da mesma forma quefaz com a Universal, a Sony, a Warner ea Som Livre. Licencia seus discos e dis-tribui para o mercado no formato vinil.A curva é de crescimento e tudo indicaque não tem mais volta.

Há artistas da Deck com um “perfilvinil” e outros não? É possível fazereste tipo de distinção?Sempre há artistas que geram maisprocura de vinil do que outros. A Decktem feito todos os lançamentos possí-veis e é natural que alguns tenhammais êxito do que outros.

Em plena atividade, Flávio Sennaé hoje um dos grandes técnicos desom do Brasil. Em mais de 40 anosde carreira, boa parte na antigagravadora RCA, passou por todasas inovações tecnológicas duranteeste tempo. Com alguns Grammys

no currículo, é difícil dizerqual grande artista brasi-

leiro ainda não foi gravado por ele.Flávio é um fã do som e das possibi-lidades do som digital. Ele não dei-xa de observar a contradição entrea busca que havia pelo som maislimpo e o uso de uma mídia, emplena era digital, que tem um ruídoinerente, como o disco de vinil.Senna acredita que a reprodução

João Augusto

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digital do som em CD é efetiva-mente um avanço. “Na época(anos 1970), nós tentávamos gra-var o som o mais limpo possível”,ressalta, acrescentando que o vi-nil tinha características físicasque interferiam nessa pureza.O técnico de som e diretor do Ins-tituto de Áudio e Vídeo (IAV),Marcelo Claret, ressalta que asconcepções de trabalho da épocade ouro do vinil para a era digitalpodem ser bem diferentes. “Mixarpara vinil exige cuidados e méto-

dos diferentes do que se faz hojepara CD ou qualquer outra mídiadigital”, expõe. Flávio lembra dos

rígidos procedimentos de gra-vação e os cuidados para o

Como é feito o disco de vinil

1- O áudio en-tregue pelo cliente é

analisado pelo operador do corte deacetato para verificar se atende aos prin-cípios básicos para um corte semdistorções ou “pulos”. Algumas coisaspodem ser corrigidas por ele mesmo, nomomento do corte, outras não.

2- O operador do corte transfere osom de cada lado do disco, com asespecificações anotadas, para umacetato de 14 polegadas. Após ocorte, ainda verifica no microscópio(tão importante quanto a verificaçãoauditiva) se os sulcos estão preserva-dos dentro da imagem que se reco-menda. Aprovado o corte, o acetatoé imediatamente conduzido ao setorde galvanoplastia, para transformá-lo

em matrizes de níquelque serão colocadasnas prensas.

3- Na galvanoplastia,os acetatos passampor vários processosaté terem a superfície

gravada coberta porum banho de prata. Em

seguida, são colocadosem um primeiro banho de

sulfamato de níquel, que, porsuas características especiais, é

chamado de “Banho Flash”. Após cer-ca de 40 minutos de processamentopor eletrólise, a peça é transferida paraoutro banho de sulfamato de níquel,com outros parâmetros, chamado de“Banho de Engrossamento”, onde, de-pois de quase duas horas, é gerada aprimeira peça metálica, um negativo dodisco chamado “Original”.

4- Este Original, depois de passarpor outros processos, volta ao Banhode Engrossamento para gerar a se-gunda peça metálica, a “Madre”, queé ouvida com uma agulha especialpara se verificar sua integridade equalidade. Uma vez aprovada, elavolta ao Banho de Engrossamentopara gerar as matrizes, que serãoperfiladas nas bordas e no centropara serem colocadas nas prensas.5- As prensas são hidráulicas e fazem os

discos “nascerem” de misturas onde oPVC é o principal elemento. Na parte debaixo, fica a pastilha onde se coloca a ma-triz do lado A do disco. Essa pastilha é umapeça de quase 50 quilos (no caso dosLPs), feita em aço, cujo interior parece umlabirinto por onde passam o vapor geradopela caldeira e a água fria. Em cima, écolocada a matriz do lado B. Os rótulos,antes de irem para a prensa, ficam cercade 24 horas em um forno especial comtemperatura média de 90 graus.

6- Já na prensa, o operador coloca orótulo do lado A, com a face para bai-xo, a massa quente de PVC, que é“cuspida” pelas extrusoras na quanti-dade exata, o rótulo do lado B voltadopara cima retira as duas mãos do inte-rior da prensa e aciona seus dois bo-tões ao mesmo tempo. Com tempera-tura aproximada de 160 graus e pesoequivalente a 100 toneladas, as pasti-lhas se fecham e permanecem cercade 20 segundos fechadas, para que aágua fria condense a massa. Tão logoas pastilhas se abrem, o prensor retirao disco, corta sua borda em uma peçagiratória equipada com uma super-lâ-mina, coloca-o dentro do envelope(plástico ou papel) e o deposita pararepouso, pelo mínimo de 8 horas, emcaixas de madeira especiais que com-portam até 100 discos, com separa-ções a cada 10.Fonte: assessoria de imprensa da Polysom

corte na época do auge da bolacha.Havia, por exemplo, um controlede qualidade forte na RCA. Istopara que não houvesse diferençasimportantes entre o som que saía

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Mixar para vinil exige cuidados e

métodos diferentes do que se faz hoje

para CD ou qualquer outra mídia digital.

(Marcelo Claret)

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mixado do estúdio e o que era efe-tivamente prensado na bolacha.Os técnicos ouviam os discos im-portados para ter a referência e,quando estavam mixando algumartista mais importante, chegavama ser feitos cortes de teste de umafaixa para conferir se o som quesaía do estúdio atendia aos requisi-tos técnicos sem interferir nas in-tenções artísticas de forma radical.“Havia dois lugares que cortavambem: a RCA e a EMI Odeon. ARCA tinha o Oswaldo Martins,que era um gênio. Inacreditável aqualidade que ele colocava no vi-nil, porque a matéria prima noBrasil não era muito boa”, re-lembra o técnico de som.Claret, que começou a carreira jána transição do vinil para o CD,em 1989, não esconde a preferên-cia forte pelo CD, inclusive enu-merando as limitações técnicas doformato vinil. “Em função do ân-gulo de corte entre os dois canaisL/R ter sido convencionado em 45graus para tentar equilibrar os doiscanais e diminuir a diferença dequalidade entre eles, há compro-metimento da dinâmica, da ima-gem estéreo e da extensão de res-posta de frequência. Os ruídos defundo e distorções inerentes aosistema de leitura por atrito limi-tam principalmente os agudos;os graves devem ser colocados emmono pelo menos a partir de200Hz para evitar que a cabeçade corte “pule” fora do disco.Abaixo de 40Hz é fundamentalque se coloque filtros Low Cut dealta declividade para que os sub-graves e infrassons não sejamregistrados no disco. Acima de16kHz também é recomendadoque se faça uma atenuação signifi-cativa. O nível de registro dos agu-dos também deve ser menor. Tal-vez por isso muita gente ache que ovinil tem ‘mais grave’ do que o CD,por exemplo. Ouvir menos agudo

pode dar a sensação auditiva deque temos mais grave. Deve-seutilizar muito menos volume ouseu disco só poderá ter uma faixapor lado; as diferenças de fase en-tre os canais são muito menos to-leradas no vinil”, expõe o técnicoe professor.Claret lembra ainda que o LP nas-ceu mono. “É importante lembrarque essa mídia depois foi adaptada

para o estéreo. Há ainda a necessi-dade de que todos os equipamen-tos reprodutores (players de vi-nil) sejam devidamente calibra-dos e que tenham motores de ve-locidade constante. Caso contrá-

rio, até o tom da música pode mu-dar. Com toda a certeza o CD ouqualquer outra forma de registrodigital é muito mais próximo aoque se mixa no estúdio do que ovinil”, acrescenta.João Augusto admite a dificuldadede se registrar determinadas fre-quências e distribuições de pan novinil, mas não acredita que issoseja empecilho para uma boa quali-

dade sonora. “Poucas coisas nãosão possíveis no vinil, e quandoelas aparecem, o operador de cortealerta que terá que diminuir um vo-lume ou fechar um pouco o ‘pan’.Ele também detecta e alerta se hou-

Poucas coisas não são possíveis no

vinil, e quando elas aparecem, o operador

de corte alerta que terá que diminuir um

volume ou fechar um pouco o ‘pan’

Andre Garrido e Marcelo Claret

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Assista ao vídeo

www.rainborecords.com

ver um excesso de grave ou de agudo.Mas, de forma geral, é possível prepararo vinil com as mesmas masters usadasem um CD”, afirma.Com relação a formatos de arquivo di-gital comprimidos, como o MP3, Flá-vio Senna não tem nenhum pudor emdizer que prefere o vinil. “Cara, nemcompara o vinil com isso que ele ficabravo com você”, se diverte. “Esse tro-ço comprimido é pior que tudo. Umamaldade com o som. E o pessoal aindaouve de fone. Não tem perspectiva,não tem nada. Ai o cara que está acos-tumado a ouvir isso coloca o vinil emum toca-discos e se apaixona. E o somdo vinil é envolvente mesmo. Não du-vide disto”, enfatiza. No entanto,Claret já não tem tanta certeza. “Con-fesso que odeio MP3 ou qualquer outraforma de compressão de dados que ad-mite perdas em relação aos sinais ori-ginais. Mas acho que ainda prefiro osMP3 ao vinil”, conclui.

MAGIANo final, gostando do som ou não, to-dos admitem que há um charme no an-tigo álbum de vinil. “Não gosto do som,mas acho o encarte e a arte gráfica fan-

tástica”, admite Claret. Flávio Sennaainda vai mais longe. “Acho injusto acomparação do CD com vinil. Masquando você vai ouvir um LP é inevitá-vel pegar a capa, que em alguns casos éuma verdadeira obra de arte, abrir oencarte e você acaba vendo o que está naficha técnica, aprendendo um poucomais sobre música. Eu tenho um toca-discos em casa. Quando escuto músicapor lazer não fico prestando atenção se osom é isso ou aquilo. Outro dia o meuamigo Manoel Tavares (também técnicode som) me deu um vinil do Stevie Won-der e sabe que eu fiquei mais feliz que seganhasse um CD? Abri até um vinhopara escutar”, completa Flávio.

Peter Racy e Flávio Senna

“Acho injusto acomparação do CD

com vinil. Masquando você vai

ouvir um LP éinevitável pegar a

capa, que emalguns casos é umaverdadeira obra de

arte, abrir o encartee você acaba vendoo que está na ficha

técnica,aprendendo um

pouco mais sobremúsica.

(Flávio Senna)

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ada usuário adquire alguns hábi-tos no processo de produção: a-

cessa algumas funções específicas commais frequência, cria seu próprio fluxode trabalho. Através dos Key Com-mands, os quais são atalhos para aces-so rápido a quase todas as funções doLogic Pro X, é possível facilitar o aces-so a algumas funções e agilizar seu flu-xo produtivo.

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No menu Logic Pro X, é possível acessarKey Commands e surgem duas opções:Presets e Edit. Em Presets você encon-trará atalhos padrão de acordo com otipo de teclado (mais especificamente,com a nacionalidade do teclado). E nomodo de edição é possível configurar otipo de atalhos que mais o agrade.Para poder visualizar o menu Key Com-mands, primeiramente certifique-sede que a opção Show Advanced Toolsestá escolhida no menu Logic Pro X >Advanced Tools. (Figura 1).Para acessar a janela dos Key Com-mands, vá até o menu Logic Pro X >Key Commands > Edit. O atalho paraacessar esta janela é a tecla Option + atecla K. A janela de Key Commandsaparecerá, conforme a Figura 2.Dentro da janela Key Commands, temosum menu Options (Opções), de acordocom a Figura 3, com os seguintes itens:•Presets•Import Key Commands•Export Key Commands•Copy Key Commands to Clipboard

Acessar funçõesmais utilizadas de

forma ágil econseguir uma

melhorprodutividade é

uma realidade noLogic Pro X.

XLOGIC PROVera Medina é produtora, cantora,

compositora e professora de canto e

produção de áudio

K E Y C O M M A N D S

Figura 01

Figura 02

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•Expand All•Collapse All•Scroll to selection•Initialize all Key CommandsVamos falar um pouco sobre cadaum dos itens numa sequência parafacilitar a explicação.•Presets: conforme mencionado noinício deste texto, o Logic já possui al-gumas configurações padrão (presets)para os atalhos de acordo com a naci-onalidade do teclado. Para ver quaissão os Presets disponíveis, é possívelacessar diretamente do menu LogicPro X > Key Commands > Presetsou através da janela Key Commands> Options > Presets. É possível des-ta forma escolher facilmente o presetque deseja utilizar da lista. Todos osconjuntos de atalhos ficam salvos napasta ~/Library/Application Sup-port/Logic/Key Commands.•Export Key Commands: apósalterar os atalhos de acordo comseu uso, é importante que o con-junto seja exportado para se tor-nar disponível na lista de Presets.Para isso, basta clicar em Options> Export Key Commands. Ummenu Save As aparecerá para que

você nomeie o seu conjunto deatalhos. No exemplo da Figura 4,dei o nome de My KCommands.Abra em seguida a lista Presets eeste conjunto agora estará dispo-nível para escolha (Figura 5).•Import Key Commands: Este co-mando pode ser utilizado quandofor necessário importar algum ar-quivo de configuração de atalhos de

outro usuário ou para ser utilizadonum projeto específico. Basta clicarem Options > Import Key Com-mands e buscar na pasta onde seencontra o arquivo a ser importado.Somente para fins didáticos, o ar-quivo possui a extensão .logikcs

•Copy Key Commands to Clip-

board: através de Options > CopyKey Commands to Clipboard é pos-sível criar uma lista dos comandos/atalhos em formato de texto e a colarno seu processador de textos (exem-plo Microsoft Office). Depois vocêpode converter a lista num pdf ousalvar e imprimir no próprio Word.•Expand All / Collapse All: Atra-vés da opção Expand All é possívelvisualizar o grupo de uma categoriade atalhos e todos os atalhos que es-tão incluídos em cada grupo. Já a op-ção Collapse All, permite visualizaros grupos num nível de categoria.

•Scroll to Selection: Quandovocê utiliza a função Expand All,sua seleção de atalho não é mais vi-sível. Para poder ver sua seleção uti-lize Options > Scroll to Selection.•Initialize All Key Commands:para reinicializar todas as opçõesde atalho no Logic Pro X, basta es-colher Options > Initialize AllKey Commands. Mas não se esque-ça de fazer backup (exportar) suasconfigurações preferidas.

Existem algumas opções para na-vegar na janela Key Commands:1) Utilizar o campo de busca queexiste na janela: Na Figura 7, digiteia palavra Delete no campo de buscada janela Key Commands (do ladodireito superior). Como resultadoda busca, aparecem na lista do ladoesquerdo todas as opções que con-têm a palavra Delete, considerando

Figura 03

Figura 04

Figura 05

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TECN

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cada grupo/categoria de atalhos.2) Clicar na setinha que abre as op-ções de cada um dos grupos/catego-rias, caso tenha noção clara de qualtipo de atalho está procurando.3) Utilizar a função Options >Expand All, conforme já citado, eprocurar o atalho na lista.4) Clicar sobre um dos itens dalista da esquerda e digitar letras oucombinações de teclas no tecladode seu computador. Automatica-mente será apresentado o coman-do relacionado à tecla ou combi-nação escolhidas. Exemplo: digiteS e automaticamente a lista rolaráaté a opção Solo. (Figura 8)

Também é possível alterar as te-clas de atalho atribuídas a umafunção. Siga os seguintes passos:1) Selecione um comando/fun-ção na coluna Command à es-querda da janela.2) Clique o botão Learn by KeyLabel à direita.3) Pressione as teclas que serãoutilizadas (exemplo Letra + Shift,Control, Option ou Command).4) Caso o atalho já esteja sendo atri-buído a alguma função, um alerta apa-recerá e você pode escolher entre:- Cancelar (Cancel): nenhumamudança ocorre.

- Substituir (Replace): O atalho atualserá substituído por sua nova escolha.- Ok: o atalho será aceito, porém nãoestará disponível em alguns casos deprioridade de janelas e Comandosglobais. Este caso é bem específico; depreferência, escolha cancelar ou subs-tituir para não gerar um ambienteconfuso para trabalhar.Dica: no site http://www.logicpro-

keycommands.com/logic-pro-x-key-

commands é possível visualizar ata-lhos e é uma boa referência para o es-tudo, basta escolher o Layout e o tipode teclado.Tente criar atalhos que façam senti-do para seu fluxo, salvar suas prefe-rências, importar alguma configura-ção já utilizada por algum colega oudisponível em sites. Boa sorte e até apróxima edição!

Para saber online

[email protected]

www.veramedina.com.br

Figura 06 Figura 07

Figura 08

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stou preparando o terreno para oque vem pela frente. Façam upgrade

não só da versão, mas do seu conheci-mento e evoluam com sua workstation.

E

PREPARANDOPREPARANDOMIXER.

O UPGRADE DO CUBASE 7

PARA O CUBASE PRO 8

Sua música e seu som irão, inevitavel-mente, evoluir também.Um dos principais objetivos em se ma-nipular bem uma workstation é conse-

Olá, amigos.Este artigo é um

review para osusuários de Cubase7 que estão fazendo

upgrade para oCubase PRO 8.

Quem estáingressando agora,já no Cubase PRO

8, pode aplicarestes conhecimentos

e agregar os novosrecursos que

descreveremos nosartigos adiante.

Marcello Dalla é

engenheiro, produtor

musical e instrutor

Figura 1

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guir tirar um grande som. Seja uma produção com ins-trumentos virtuais ou a gravação de uma banda, no fi-nal das contas o que queremos é que tudo soe bem,equilibrado e com transparência. É aí que mora a maio-ria dos problemas, sofrimentos, alegrias e o senso artís-tico do que se produz. Tenho falado de vários recursosdo Cubase, ferramentas, funções etc., mas sempre re-torno a conceitos fundamentais e essenciais que po-dem servir a todos os níveis de usuários.A mixagem é o que vai definir a função de cada ca-nal no contexto artístico do que se deseja como“produto final”. Na verdade, é uma delicada “cirur-gia” onde procuramos equilibrar o que temos dematerial. Tenho observado discussões calorosas so-bre plug-ins e toda a sorte de acessórios que se usamna empreitada da mix, mas muitas vezes perceboque o desconhecimento de funções básicas domixer compromete resultados. Por este motivo re-solvi dar uma passada geral em coisas básicas e im-portantes dentro do mixer do Cubase.

Niveis de medição de sinal – clicando sobre qualquercampo vazio do mixer com o botão auxiliar temos ummenu de várias opções, dentre elas o que determina oponto de medida do sinal, o que é importantíssimo. Afigura 1 mostra esse menu.

Meter Input – Mede o sinal na entrada do software an-tes dos slots de inserts, ou seja, antes de serem processa-dos por qualquer plug-in inserido em série. Nas ediçõesanteriores da Backstage temos dois artigos completossobre roteamento. Recomendo que voltem lá e deemuma olhada nos diagramas.

Meter Post Fader – Medição do sinal após os inserts eapós o fader. Acompanhe a medição do sinal antes edepois dos slots de inserts. Equalizadores e compresso-res podem introduzir ganho de sinal e clipar oudistorcer, então é uma boa prática estar verificando osinal a cada etapa do seu caminho.

Meter Post Panner – Mede o sinal após o controle de pan.

Até aí começamos bem com uma das coisas maisimportantes: monitoramento do sinal. Observar onível de sinal de cada canal é básico e indispensá-vel. Para visualizar melhor estes níveis podemostrabalhar com o mixer estendido como mostra a fi-gura 2. À esquerda do mixer selecionamos a

visualização das funções na par-te superior. Temos neste painel apossibilidade de escolher o quequeremos visualizar e controlar:níveis de sinal, equalizadores,mandadas em paralelo, manda-das de monitoração, inserts etc.A medida que passamos o mousesobre os ícones, observamos onome de cada painel a ser visua-lizado (figura 3). Dominando es-sas visualizações temos controlesobre tudo que está relacionado

ao mixer. O ideal é que se trabalhe com dois moni-tores no computador onde teremos a tela principalde projeto em um monitor e o mixer em outro.Outra dica importante é saber utilizar as diferen-tes apresentações do mixer do Cubase. No menuDevices temos as opções Mixer, Mixer 2 e Mixer 3

Tenho observado discussões

calorosas sobre plug-ins e toda a

sorte de acessórios que se usam na

empreitada da mix...

““

Figura 2

Figura 3

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(Figura 4). Isso não quer dizer que oCubase tenha três mixers. O que te-mos aqui são apresentações diferentesdo mixer mostrando funções diferen-tes. Na figura 4 podemos ver as man-dadas auxiliares no Mixer e os equa-lizadores no Mixer 2 referentes aosmesmos canais. Poderíamos ter aindao Mixer 3 mostrando, por exemplo, asmandadas de monitoração em estú-dio. São apenas telas separadas de co-mandos, referentes aos mesmos ca-nais. Mais uma vez compensa o traba-lho com dois monitores de vídeo parao computador.Nada impede de termos um monitor sócom campo visual maior, como uma

TV LCD ou LED. A título de exemplo:uma das minhas máquinas no estúdiotem saída para quatro monitores emsistema SLI (duas placas de vídeo idên-ticas em paralelo). Posso visualizar ajanela principal da sessão de trabalhonuma tela para edições, duas telasdedicadas a Mixer/ Mixer 2/ Mixer 3 euma tela específica para edição deparâmetros dos plug-ins.Todas as configurações do mixer po-dem ser salvas num formato próprio dearquivo para ser aproveitado em outrosprojetos. Isto pode ser feito no mixercomo um todo ou em canais seleciona-dos. Clicando numa área vazia domixer com o botão auxiliar abrimos

Figura 4

Figura 5

“Todas asconfigurações domixer podem ser

salvas numformato própriode arquivo paraser aproveitado

em outrosprojetos. Isto

pode ser feito nomixer como um

todo ou emcanais

selecionados.

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novamente nosso menu de comandos. A figura 5 mos-tra as opções de salvar as configurações do mixer em“Save All Mixer Settings”.Temos ainda outras funções disponíveis e muito úteisno mixer do Cubase. Sugiro que explorem o que fala-mos aqui e que façam uso prático. Já abordamos emnossos artigos o conceito de “Somador” que osoftware atribui ao mixer. Conhecer o básico destaferramenta e utilizá-la como paleta de cores que dese-jamos para nosso resultado sonoro final é um ótimocomeço no complexo trabalho de mixagem.

O Mixer do Cubase Pro 8 vem com implementaçõespoderosíssimas que citei superficialmente na edição pas-sada quando noticiei o lançamento. Este review é pararefrescar a memória e preparar vocês para as novas infor-mações que eu vou trazer nas próximas edições. Quemestá no Cubase 7.5 (ou versões anteriores) já pode pularpro Cubase Pro 8 para seguirmos a rima no melhor estilo.Abraços a todos e até a próxima.

Temos ainda outras

funções disponíveis e muito

úteis no mixer do Cubase.

Sugiro que explorem o que

falamos aqui...

Para saber online

[email protected] | www.ateliedosom.com.br

Facebook: ateliedosom | Twitter:@ateliedosom

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ABLE

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princípio básico seria o de separar apeça de áudio partindo do seu pon-

to de menor volume ou próximo do si-lêncio (Zero crossing) ao ponto maisalto (Pico transeunte) e de novo ao pró-ximo ponto Zero (ou o mais próximopossível). Então você picota o áudio empedaços (slice) com a Gillete (??!! era as-

sim até os anos 80), melhor dizendo, ...oAbleton Live faz isso para você auto-maticamente e pronto! Bem mais sim-ples e limpo.Abra o Ableton Live, vá ao Browser

do Live(triângulo cinza no lado superior

esquerdo caso não esteja aberto) e im-porte do seu HD um loop qualquer,pode ser um Beat ou uma Sequência

Loop e arraste (ou dê duplo clique) paraum track do Ableton Live. No meucaso Browser/Places/diretorio D:\Loops/

Melodic/ Riff01a.Wav. (seta amarela na

imagem a seguir).

Mas na verdade pode ser qualquer pedaço de

áudio que você tenha dispoível no seu HD!

Nesse caso o áudio está em formato“.wav”, e minha configuração no LI-VE está para Warpping em todos ossegmentos de áudio pequenos que fo-rem abertos ou importados no pro-grama.(Circulo verde)

O

ABLETON LIVEABLETON LIVESLICING AUDIO (SLICE)

Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor,

sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de

Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee

College of Music em Boston.

Com o cursor do mouse em cima do seg-mento de áudio (check mark verde) procu-re por Slice to New MIDI Track (seta

amarela) e clique!

Então “Shoot”....

A expressão“Slicing” ou

“Slice” vem dahabilidade do

software emseccionar um

segmento de áudioem partes menores

para se usar emDrum Machines,

loop launcher eafins.

Audio e Warp

Slicing

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Assim que você clicar, o ABLE-TON Live lhe oferece essas opções(da esquerda para a direita). Naimagem central veja o menu (Crea-te one slice per) em que você podeescolher, o tipo de Slice que vai fa-zer. Na outra imagem à direita sãopresets de fábrica. Vamos aceitaressas configurações da imagem à es-querda para o propósito desse tu-torial (Trasient – Built-in), e enco-rajo vocês a colocar ou mudar paraessa configuração sugerida por mimcaso por alguma razão não esteja

igual, mas é obvio que você tem di-versas opções nesses menus a seremexplanadas mais para frente.Nessa altura basta dar “OK” e umnovo Midi Track será criado comnotas MIDI alocadas para cadaSlice e também todo esse materialestará tocável e decentementeorganizado no Sampler Instru-ment do Live.

Santa Tecnologia!!Observe (círculo amarelo) o Sli-ce 1 (segmento 1) representado àdireita (seta em Pink) no Sam-

pler Instrument e ao centro noChain (Check Mark em verde);você pode controlar volumes e

Slicing To New Midi Track Slice per Slicing Preset

Sampler

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Pan individualmente para cada Slice.Sem dúvida o seu controlador MIDI jáestará alocado às notas MIDI do Sam-pler Intrument e é só sair tocando.Importante!! Tecnicamente o que oAbleton Live está fazendo é simples-mente um “Mapeamento virtual”, umaleitura do segmento dito como Slice.Se você vai precisar do Slice (da fatiade áudio propriamente dito), entãovocê precisa usar a função Crop pararealmente separar ou copiar cada seg-mento Sliced!

Para isso selecione a porção desejadano Cain ao centro (Slice1, Slice,..etc), clique com o mouse na forma de

onda selecionada (em cor laranja) noSampler Instrument à direita (comomostra na imagem anterior – setaPink). Aparecerá esse menu. Clique

Crop Sample

Para saber online

Facebook - Lika Meinberg

www.myspace.com/lmeinberg

Session View

no Crop Sample, como indica a setaem verde logo abaixo.Você terá de fazer esse processo um aum! Existem Max scripts e outros plug-ins para otimizar o processo de Crop ouSplit no mercado.O Ableton Live armazena os CroppedSamples nesse diretório como mostraacima. Se você salvar o projeto, você en-contrará o segmento de áudio cropped lá.Ah!!! Claro, quase esqueci, basta clicara tecla TAB e você terá uma representa-ção semelhante de todo o processo noSession View:Agora 10, hein!?

Falaremos mais sobre Slicing em breve,mas lembro a vocês que muitas das maté-rias anteriores podem ter dicas preciosaspara serem aplicadas nesse tutorial. Es-pero que seja util a vocês. Boa sorte!

Local do Cropped Sample”

“Se você vaiprecisar do Slice (da

fatia de áudiopropriamente dito),

então vocêprecisa usar

a função Crop pararealmente separar

ou copiarcada segmento

Sliced!

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PRO

TOOL

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NO PRO TOOLS

rganizando sessões no HD

Cada pessoa tem um método de or-ganização e, caso o seu esteja funcio-nando bem, fique à vontade se quiserpular para o próximo item.Se seu caso é daqueles que simplesmen-te “salva a sessão”, mas não sabe exata-mente onde, ou se você tem sessões es-palhadas por diversos lugares do seucomputador, vale a pena melhorar issoem 2015.O método mais comum de organizaçãoé o seguinte: HD de áudio > Pasta doArtista > Pasta do projeto > Pastas desessões do Pro Tools.Caso o usuário não tenha um HD de-dicado ao áudio, pode fazer uma pasta“Projetos Pro Tools”, ou similar noHD local.

O

DIA DE FAXINA

COLOCANDO ORDEM NA CASACristiano Moura é produtor, en-

genheiro de som e ministra cur-

sos na ProClass-RJ

A “Pasta do artista” é muito importan-te definir de cara por dois motivos. Emhome studios, é comum o músico ter di-versas bandas. Em estúdios comerciais,mesmo que seja um artista novo, espera-se que ele goste do seu trabalho e queirarealizar outro projeto mais tarde. Entãovale se organizar desde já.A “Pasta do projeto” não é menos im-portante. Imagine que um artista venhafazer uma pré-produção do CD Hoje é o

dia no seu estúdio. Então o nome da pas-ta deve ser “Pré-produção Hoje é o dia”ou algo assim.É importante conter claramente o que éo projeto, pois imagine que ele gostoutanto do seu estúdio que também vaigravar o CD lá. Isso é um problema, poismuitas músicas serão as mesmas e você

Fig. 1 - Sugestão para organizacão de projetos e sessões

Certa vez, disseramque a invenção mais

genial do homem foi ocalendário. Isto por

que cria-se umasensação de renovação

e o homem precisadisso para gerar forçainterior e tomar certasdecisões. “Na semanaque vem vou começar

meu regime”, “voupedir demissão no mês

que vem” ou “no anoque vem quero lançar

meu projeto sem falta”.Então, que tal iniciar o

ano fazendo uma boalimpeza no Pro Tools,sessões, configurações

e plug-ins?

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vai ficar perdido tendo duas ses-sões da mesma música.Então neste caso, faça uma novapasta de projeto chamada “Hoje é odia - CD”.Letras de música, partitura, músi-cas de referência etc. são arquivosextras que podem aparecer nomeio do processo, e recomendoque este material também seja co-locado nas pastas do artista, doprojeto ou da música de acordocom o objetivo de cada um.Por exemplo, um arquivo.DOCcom a letra da música deve ir para apasta da música, mas um WAV dereferência sobre a sonoridade doCD como um todo deve ir para apasta do projeto.O resultado desta organização serásimilar ao da figura 1.

DISPENSANDO ÁUDIO DASSESSÕES FINALIZADASAntes de arquivar as sessões, é im-portante dispensar arquivos queestão consumindo espaço sem fa-zer nada de útil.O primeiro passo é a Clip List (fig.2). Por lá, podemos selecionar aopção “select unused” para que se-jam selecionados apenas os clips esub-clips que não estão sendo usa-dos na sessão. Depois, basta voltarno menu da Clip List e selecionar aopção “Clear” e em seguida, deletar.Uma coisa a se notar no comporta-mento de sessões é que nem sem-pre todos os arquivos de áudio es-tarão na pasta Audio Files. É possí-vel alterar este comportamentotanto na gravação, quanto na im-portação. Ou seja, dependendo

Fig. 2 - Clip list

Para saber online

[email protected]

http://cristianomoura.com

Fig. 3 - Save Copy IN

destas configurações, talvez exis-tam arquivos espalhados por ou-tras pastas no seu computador.Então para garantir que está tudono mesmo lugar, outro procedi-mento que sugiro é o comando“save copy in…”. Este gera umacópia da sessão garantindo que to-dos os arquivos de áudio estejam defato na pasta Audio Files.Ou seja, neste momento estamosusando esta função para agregar todosos arquivos de áudio e ter certeza deque eles estão todos no mesmo lugar.Detalhe importante: é preciso sele-cionar a opção “copy all audio files”na caixa de diálogo do Save Copy Inpara que o comando seja executadoda forma esperada (fig. 3).

LISTA DE PLUG-INSPode ser divertido testar plug-ins,mas uma lista repleta de plug-insque você não usa chega a atrapalhar.Certamente podemos desinstalarplug-ins não utilizados, mas tambémpodemos apenas movê-los para ou-tra pasta. Na figura 4, há uma tabelacom a localização da pasta de plug-ins padrão do Pro Tools.Não é necessário excluí-los. Ape-nas o fato de mover estes arquivospara uma pasta separada já é o sufi-ciente. E vamos ficando por aqui!Desejo a todos um excelente 2015,com muita saúde e que seus planosse concretizem da melhor formapossível. Abraços!

Fig. 4 - Localização da pasta de plug-ins nas diferentes versões do Pro Tools

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PRO

TOOL

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PROD

UÇÃO

MUS

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objetivo de uma mixagem deveriaser chegar a um ponto onde todos

os elementos da música são audíveisperfeitamente... No entanto, parado-xalmente, a prática é sempre maiscomplicada que a teoria. Eu mesmo,na minha vivência já experimenteimais de uma vez a situação onde esta-va achando a minha mixagem muitoboa, com tudo definido, porém aomostrar para a banda, eu podia perce-ber uma certa frustração por partedeles em relação ao resultado. Obvia-mente eu ficava muito preocupado.Eu tinha dado o melhor de mim, ti-nha gostado do resultado, mas o meucliente não.

O Qual é o maior erro que se pode come-ter neste momento? É tentar conven-cer o cliente de que você está certo eele errado. A foto que vai estar nacapa do CD é a dele, e não a sua. É eleque tem que estar feliz com o resulta-do final, e não você. Se a discrepânciaentre você e o seu cliente sobre o que éconsiderado bom for insuperável, tal-vez seja o caso de você dizer que nãoestá apto a realizar este trabalho.Ao tentar entender por que algunsclientes não gostavam de algumasmixagens que eu fiz, enquanto outrosadoravam, fui perguntando aos pró-prios clientes o que os incomodava.Mostrei estas mixagens para outras

A mixagem é umprocesso onde

demoramos horasfazendo ajustes

delicados eprecisos até

chegarmos àqueleponto ideal, ondetudo está perfeito

e podemosdistinguir

nitidamente todosos instrumentos

divididos emregiões de

frequência etambém de

posicionamentono panorâmico

do estéreo.

MIXAGEMDESAFIO

MIXAGEMRicardo Mendes é produtor,

professor e autor de ‘Guitarra:

harmonia, técnica e improvisação’

Page 67: Edição 243 - Fevereiro 2015

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Para saber mais

[email protected]

pessoas. Algumas gostavam, e ou-tras não. Como a mixagem era amesma, cheguei a uma conclusãobásica: uma mesma mixagem soadiferente em ouvidos diferentes.Normalmente as mixagens queeu fazia, em especial com bandasindie-rock, eram criticadas pelaspróprias bandas e pelo públicoespecífico deste estilo. Já os meuscolegas técnicos de som e o “pú-blico em geral” (pessoas que nãoeram conhecedoras deste estilo)elogiavam... E quais eram, afinal,o elogio e a crítica?O elogio dos técnicos era: a mixestá muito boa, pois tem umapressão sonora muito grande,mas a voz não fica muito afunda-da na base. O elogio do públicoem geral: o som é bom. Dá paraouvir nitidamente o que o voca-lista canta. A crítica das bandas edo público indie: tá soando mui-to “digital”, muito “limpinho”, osom está “frio”.Bem, após esta reflexão (que du-rou um bom tempo), resolvi re-ver meu método de trabalho paraeste estilo e cheguei a uma con-clusão: o maior inimigo de umamixagem mais “suja e orgânica” éo tempo no sentido inverso. Ouseja, quanto mais tempo dispen-samos em uma mixagem “indie”,pior ela fica. Isso mesmo! Quan-to mais trabalhamos, pior é o re-sultado. É o conceito da massasonora. Praticamente todas astécnicas e esforços feitos em umamixagem são para deixar as coi-sas mais claras. Logo, se a inten-ção é obter uma massa sonoramais suja, me parece lógico acre-ditar que quanto mais refinamos amixagem, mas longe ficamos des-te objetivo. Resumindo, quantomenos tempo eu gastar na mi-xagem, mais “indie” ela ficará.Me lancei então um desafio: mi-xar uma música usando somenteum tipo de equalizador, um tipo

de compressor, um tipo de delay eum tipo de reverb. Em, no máxi-mo, meia hora!Abri uma sessão de ProTools ecoloquei o Expander/Gate Dyn3,o Compressor/Limiter Dyn3, oEqualizador EQ3 4-Band, o LongDelay II e o reverb D-Verb, todosplug-ins nativos do ProTools.Fiz toda a mixagem usando ape-nas estes plug-ins. Como eu não

podia escolher entre várias op-ções entre vários plug-ins, decara percebi um ganho: eu nãogastava meu tempo e minha a-tenção em tomar a decisão sobrequal plug-in eu iria utilizar (anti-gamente, no tempo das mesas desom era assim: você usava o gate,o compressor e o equalizador doscanais da mesa). Essa energiamental economizada era trans-ferida para prestar atenção noefeito que o plug-in estava cau-sando, e não na escolha dele. Damesma maneira que eu só utiliza-va um tipo de reverb, não perdiatempo escolhendo entre um ououtro. E também isso ajudava amanter uma coerência na am-biência dos instrumentos, o quefazia parecer, mesmo com tracksgravados separadamente, que abanda estava tocando junta nomesmo lugar.O outro fator era a pressão dotempo. Se eu tinha apenas meiahora para mixar, não poderia per-der meu tempo focando em deta-

lhes, e tinha que ouvir e resolveras coisas como um todo. Por nãohaver tempo para cuidar de deta-lhes, várias imperfeições de equa-lização ou de compressão acaba-ram ficando, mas isso acabou cau-sando aquela sensação de massa so-nora. Confesso que quando termi-nei essa mixagem desafio, eu aindaachava a outra mixagem melhor,mas ao mostrar para a banda, os

caras pularam de alegria e grita-ram: “É esse o som que a gente es-tava procurando!!!”. É claro que abanda foi embora, eu não resisti eainda fiz alguns pequenos ajustes,afinal, ninguém é de ferro.O ponto principal de reflexãoaqui é: a mixagem que foi aprova-da foi a que me requereu muitomenos tempo e esforço? O óbvio,algumas vezes, é difícil de se en-xergar. Se a intenção é um sommais descompromissado e sujo, énatural que a mixagem seja feitadesta mesma maneira. É claroque não estou falando de se fazera mixagem de qualquer jeito semtomar cuidado. É claro que have-rá problemas que mesmo umamixagem descompromissada teráque resolver. O ponto de equilí-brio é saber onde o nosso excessode zelo pode se tornar ao ouvidodo seu cliente “indie-rock” umamixagem fria e estéril

Normalmente as mixagens que eu

fazia, em especial com bandas indie-rock,

eram criticadas pelas próprias bandas e pelo

público específico deste estilo

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BAIX

O EL

ÉTRI

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ão é raro ler nos créditos dos encar-tes de discos nomes de produtores

que eternizaram obras primas. QuincyJones, Creed Taylor, George Martin,Eumir Deodato, Arnaldo DeSouteiro…mas fica sempre aquela pergunta: e oscontrabaixistas? A resposta pode estar

N

O BAIXISTAE A PRODUÇÃOO BAIXISTAE A PRODUÇÃO

MUSICALJorge Pescara é baixista, artista da

Jazz Station e autor do ‘Dicionário

brasileiro de contrabaixo elétrico’

Como o papo aindaestá em alta resolvirever um artigo que

escrevei aqui naBack, faz alguns

anos, atualizando-o para os dias que

se seguem.Normalmente estasduas profissões são

vistas como sendoseparadas. Porém,

um olhar maisatento pode nos

deixar maisorgulhosos, poisnomes famososdesfilam nestacarruagem de

produção de discosde extremo bom

gosto artístico,sendo baixistas ao

mesmo tempo emque se comanda a

direção destesprojetos.

mais próxima do que se imagina. Nomescomo Marcus Miller (Miles Davis, Da-vid Sanborn), Bill Laswell (fIREHOU-SE, Motörhead), Don Was (EverythingBut the Girl, Was Not Was, Khaled),Larry Klein (Joni Mitchell), Steve Rod-by (Pat Metheny, Michael Manring),

Stevie Wonder e Quincy Jones

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69

além do brasileiro Liminha (que pro-duziu e gravou simplesmente a natada música brasileira) estão listadosem encartes de muitos, muitos álbunsde sucesso comercial, artístico e decrítica mundial.A priori devemos identificar as dife-renças entre essas duas profissões:

PRODUTOR MUSICAL

O produtor musical cuida do produtopropriamente dito, ou seja, de tudo oque envolve o universo da constru-ção, arregimentação (escolha da ins-trumentação e dos instrumentistas),

arranjos, além de outros fatores liga-dos à música. Escolhe repertório; ve-rifica tons (se estão compatíveis como canto, por exemplo); verifica, opinae escolhe equipamentos como ampli-ficadores, instrumentos e periféricosa serem usados durante a gravação;escolhe estúdios e técnicos de grava-ção, mixagem e masterização, além deser o responsável direto dos resulta-dos obtidos. É como o técnico de umtime de futebol.

PRODUTOR EXECUTIVO

O produtor executivo cuida dos fato-res externos e burocráticos, ‘aquilo’que faz a máquina girar. Cuida das fi-nanças da produção, seja administran-do a verba obtida através de patrocí-nio, lei de incentivo cultural, mece-nato, ou mesmo investimento próprio(ou do artista); prepara a documenta-ção de cada músico contratado para aprodução; cuida das notas fiscais rela-tivas aos projetos, faz os telefonemasnecessários e cuida da agenda geral daprodução; “apaga os incêndios” quepossam surgir no decorrer dos traba-lhos, resolvendo os problemas a medi-da em que possam acontecer. Faz o pa-pel dos dirigentes no futebol.Agora podemos seguir com esta pe-quena análise dos predicados de umprodutor contrabaixista.Grosso modo não há nada que impeçaque determinado instrumentista seja

Creed Taylor e Ithamara Koorax

Liminha

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BAIX

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ou não um bom produtor. Aliás, para serbom neste quesito basta bom senso es-tético e artístico, além de um ouvidoantenado com o mundo. Claro, os dotestécnicos também são bem-vindos, taiscomo saber arregimentar, escolher ins-trumentos e instrumentistas, escolherum bom repertório, extrair do músico oque ele sabe de melhor, direcionar o dis-co para o mercado correto (musical-mente falando), além de conhecer o bá-sico de áudio, são adjetivos que ampliama margem de sucesso. Neste caso especí-fico das quatro (ou mais...) cordas gra-ves, temos um fator importante a notar.Quando se domina o chão, o alicerce, aestrutura ou alma da música, que é o casode nosso instrumento, têm-se um maiordiscernimento do que ‘é necessário ounão’ para determinado projeto, arranjoou música. Assim, o contrabaixista podesuprir plenamente as funções de produ-tor e instrumentista em conjunto.Em termos de equipamentos, o produ-tor não precisa mais do que de seus pró-prios ouvidos, porém alguns mais ousa-dos carregam alguns apetrechos comoCDs de referência (para cada projeto,pode-se variar as fontes), racks comseus periféricos preferidos (para aquelesque gostam de manter sempre a mesmasonoridade e/ou ambiência), usandopor vezes os mesmos estúdios de proje-tos anteriores. Isto quando o produtornão é o proprietário do estúdio. No en-tanto, tudo isto é dispensável desde queseja devidamente suprido com fatoresexternos tais como contratar estúdios etécnicos competentes, alugar ou certifi-car-se de que o estúdio possui os perifé-

ricos necessários para a produção etc.Cada produtor prefere agir de acordocom seus princípios o que por vezes im-pede-nos de seguir um cronograma espe-cífico. Alguns seguem a diretriz de gravaros instrumentos em separado e ir adicio-nando o arranjo em camadas, outros jágostam de muita conversa antes de inici-ar os trabalhos. Isto tudo pode dependertambém de qual a finalidade musical dodisco. Um disco de rock, por exemplo,

“Quando se dominao chão, o alicerce, a

estrutura ou almada música, que é o

caso de nossoinstrumento, têm-se

um maiordiscernimento do

que ‘é necessário ounão’ para

determinadoprojeto, arranjo ou

música. Assim, ocontrabaixista pode

suprir plenamenteas funções de

produtor einstrumentista em

conjunto

Bill Laswell Don Was

Luiz Bonfa e Eumir Deodato

Marcus Miller e Dave Isaac

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Para saber online

[email protected]

http://jorgepescara.com.br

tem que ter no mínimo o baixo e a ba-teria gravados juntos para dar maiorvida e energia, mas mesmo isto podeser diferente dependendo da situaçãoou do produtor. É como na Fórmula 1ou no futebol, um trabalho de equipe

envolvendo os músicos, produtores,técnicos, estúdio etc.Quando se vai para uma produção,um aspecto a ser notado é não forçar anossa presença como instrumentista,ou seja, manter a originalidade do tra-balho ao máximo, permitindo esco-lher outro baixista que melhor se en-caixe no projeto, se este for o caso.Manter o ego de lado é um dos fatoresmais complexos do ser humano. Serisento na sociedade atual é quase ummilagre. Se o disco for de uma banda,deve-se observar se os instrumen-tistas estão à altura de uma gravaçãode estúdio, ou mesmo se para aquelearranjo ou projeto específico estão acontento. Estar isolado de uma grava-ção ou show é coisa que acontece comtodos, comigo, com você ou mesmocom Tony Levin (e já aconteceu com

Jaco Pastorius também!), portanto,atenção, não fique deprimido, nemmesmo com os egos inflados.Atenção redobrada ao conjunto da co-zinha baixo-bateria, sendo o timbre, adefinição, afinidade e groove dos mú-

sicos extremamente importantes parao resultado. Enfim, o produtor musicalque também seja contrabaixista pode,e deve ser competente em seu instru-mento, mas em primeiro plano devemestar a originalidade e a música em si,só depois o músico!See you! Paz Profunda .:.

Cada produtor prefere agir de

acordo com seus princípios o que por

vezes impede-nos de seguir um

cronograma específico.“

Sir George Martin (Beatles) Steve Rodby

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IPIABAS

FESTIVAL

IPIABAS

urante quatro dias, a localidade deIpiabas, distrito do município de

Barra de Piraí, se transformou em palcopara apresentações gratuitas de artistasconsagrados dos gêneros de jazz, blues emúsica instrumental. Com um aumen-to de público de cerca de 20% em rela-ção ao ano anterior, a cidade dá sinais deque entrou de vez na rota dos festivais

[email protected]

Fotos: Ernani Matos / Divulgação

de jazz e blues do país. Embora aindaconte com grande parte da verba oriun-da da iniciativa pública, esse ano a par-ceria público-privada se fez presentecom o patrocínio da Light, companhiade distribuição de energia elétrica doRio de Janeiro, ao festival.Sucesso de público e de retorno para aeconomia local é uma das apostas para

D

JAZZ & BLUESPousadas lotadas ecidades vizinhas

recebendo um bompúblico de turistas queapreciam o jazz. Esses

foram alguns dosresultados da quarta

edição do IpiabasJazz&Blues Festival,

que aconteceu emBarra do Piraí,

cidade do sul do Riode Janeiro, em

novembro passado.Entre as atrações,

nomes consagrados domeio musical

brasileiro comoMarcos Valle, Jorge

Israel e Guto Goffique apresentaram seussucessos e embalaram

os fãs com muitamúsica instrumental.

FESTIVAL

Atrações internacionais como a texana Jai Malano participaram da 4ª edição do Festival de Ipiabas

Page 73: Edição 243 - Fevereiro 2015

73

atrair maisinvestimentos para os pró-ximos anos. De acordo com o pro-dutor do evento, Stenio Matos, daAzul Produções, para o ano quevem, por exemplo, alguns hotéisda cidade vizinha Conservatória jádemonstraram interesse em fazerparcerias, por meio de propaganda,visando atrair ainda mais turistas.“Outro fator importante apontadoé que o festival foi uma quebra deparadigma para a cidade na área deeventos. É o tipo de festa que todosquerem que una diversão, qualida-de, retorno financeiro e projeçãopara cidade”, ressalta Matos.A diversão ficou por conta dasatrações nacionais e internacio-nais, entre elas os americanos LazyLester e Mark Lambert e a texanaJai Malano & The Igor Prado BluesBand. As noites de shows tambémcontaram com a brasileira TarynSzpilman Blues Band, George Isra-el Jazz/Pop Quarteto, Delta Mook

Blues Band,Guto GoffiQuinteto e oMarcos ValleMBP. Além dasapresentações,

o público ainda pode participar deoficinas e workshops gratuitoscom Claudio Infante, sobre técni-cas de bateria, e com Taryn Szpil-man, que falou sobre sua experiên-

cia em dublar a personagem Elsa,do longa Frozen.No quesito qualidade, destaquepara a mudança de estrutura do lo-cal e palco para as apresentações.

Com a mudançaestrutural, o público pôde ter maisconforto para assistir aos shows,com aumento de número de assen-tos e local exclusivo de alimenta-ção. “Como ainda estamos em iní-cio de projeto, formando público,tentamos trazer atrações que po-diam aliar a música instrumental,

blues, jazz com um pouco de pop etambém nomes conhecidos de ar-tistas para melhor penetração namídia e no próprio público, paraassim termos retorno de audiên-

É o tipo de festa que todosquerem que una diversão, qualidade,retorno financeiro e projeção paracidade”, (Stenio Matos)

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cia, porque sabíamos que tínhamospouco tempo para divulgar (somenteum mês)”, avalia o produtor.Segundo a produção do Festival deIpiabas, devido ao sucesso do Festivalno ano anterior houve um grande in-teresse de comerciantes locais mon-tarem stands de alimentação dentrodo evento (foram cinco) com resulta-

Sonorização

O sistema de PA utilizado no Ipiabas Jazz foi

um modelo de caixa desenvolvido pela em-

presa MI Sonorização. Segundo o proprietá-

rio Mario Ilton, as caixas são compostas de

gabinete constituído por um falante de 12" e

um drive de 2". “Foram utilizados 3 modelos

MI12T por lado e duas SB 800 em um siste-

ma estéreo. Foram também utilizadas duas

MI12T fazendo um delay na parte externa”,

explica Mario. Sem dificuldades para reali-

zar o evento, Ilton ressalta que tomou um

pouco mais de tempo definirz o melhor

posicionamento do sistema para que hou-

vesse uma boa cobertura sonora no espaço

do evento. “Contamos com a boa vontade e

profissionalismo dos técnicos envolvidos, em

especial do Jerubal Liasch, que foi o técnico

responsável do evento, e de Nilson Valério,

técnico e um dos sócios da MI. Para coman-

dar, foram usados dois consoles. No PA, uma

LS9 (Yamaha) e no monitor, uma SI Ex-

pression, da Soundcraft. “Sonorizar um

evento de jazz tem suas várias particularida-

des, mas a principal é poder trabalhar com

músicos qualificados nacionais e internacio-

nais. Isso nos dá grande experiência.

dos excelentes, gerando reservas deespaços para a próxima edição, em2015. Restaurantes e bares no entor-no do evento também ficados lotadosdurante todas as noites. “Cultura temque ser levada ao povo, e quando isto éfeito de forma organizada, transparen-te e com qualidade, o sucesso e a apro-vação são certos, e acredito que este

Jerubal Liasch Roberto Monzo e Stenio Matos (à direita)

Modelo usado no PA pela MI Sonoriação para a edição 2014 do festival”

“Cultura tem queser levada ao

povo, e quandoisto é feito de

forma organizada,transparente e com

qualidade, osucesso e a

aprovação sãocertos, e acreditoque este seja um

dos deveres doEstado

(Stenio Matos)

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seja um dos deveres do Estado”,completa Stenio.Embora ainda existam dificuldadesem fazer eventos de blues e jazz nopaís, Stenio acredita que tanto gover-no quanto iniciativa privada já co-meçam a ter um olhar mais interessa-do nesses eventos. “Por exemplo, nocaso de Ipiabas, se não fosse pela von-tade, quase messiânica, do SecretárioRoberto Monzo e do diretor de Even-tos Sérgio Nóbrega, dois defensoresincansáveis deste projeto, que acredi-tam nele e mesmo com todas as difi-culdades lutaram e fizeram acontecerna marra, buscando apoio da LIGHT,a qual temos que parabenizar emacreditar e apoiar o Festival. Isso de-

monstra o retorno que este gênero demúsica pode dar tanto às empresasquanto ao poder público, pelo tipo depúblico que atrai, retorno econômi-co, imagem da cidade, entre outras”,comenta Matos.Embora tenha vasta experiência emproduzir festivais desses gêneroscomo o já consagrado Rio das OstrasJazz & Blues, Stenio observa que ain-da é preciso convencer poder públicoe as empresas privadas que um festi-val de jazz pode dar retorno, tanto demídia quanto financeiro e cultural.“Isso vem mudando aos poucos, coma procura cada vez maior de cidadesmanifestarem vontade de realizaresse tipo de evento, de mudar suas li-nhas de ações na área musical. E tam-bém começo a ver esta vontade porparte das empresas privadas, que vêmolhando com mais carinho para estegênero, principalmente devido aopúblico que atrai”, avalia.Para ele, embora ainda existam difi-culdades, vale a pena produzir festivaisde jazz e blues, principalmente pelaherança que esses eventos deixam nascidades, que vão desde um melhor pre-paro na infra-estrutura local, comomais especialização na mão de obra,por exemplo, para receber um públicomais exigente. “É preparar toda umacidade (já que toda a mão de obra nósfazemos questão de utilizar da cidade):donos de pousadas, restaurantes, pes-soal de apoio etc., para poder receberum público diferenciado”.

Shows aconteceram durante os quatro dias de festival

Si Expression foi console usado no monitor

LS9 comandou o PA

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DIGITAL

ma dessas peças fundamentais é oclock interno do aparelho de áudio

digital. Em um estúdio, quando é co-mum ter vários equipamentos conecta-dos digitalmente, seus relógios estarão‘conversando’. Como cada relógio não éexatamente igual ao outro, em algunsmomentos eles vão se desentender. Paraque isso não ocorra, é necessário nomearum único relógio, que comandará os ou-tros dos demais equipamentos.

Esse é o que chamamos dos masterclocks e as caixas distribuidoras declocks, um dos sustentáculos dos sis-temas digitais de áudio para produçãomusical. Neste artigo, uma discussão

[email protected]

Fotos: Divulgação

sobre o que esses dispositivos fazem ecomo eles (algumas vezes) se diferemuns dos outros. Vamos examinar os

motivos de um clock bem sólido sertão crucial para a produção de som dealta qualidade e como os fabricantesincorporam designs inovadores paramelhorar a qualidade e a confiança dosclocks. O primeiro passo é dar uma

DIGITAL

U

AUDIO CLOCKSCOMO ELES FUNCIONAM E POR

QUE VOCÊ PRECISA DELES?

O timing. Essa é adiferença entre a

salada e o adubo.Assim como em

diversas coisas navida, timing écrucial para o

sucesso. Nossistemas de áudio

digital, isso é o quepode fazer o áudio

soar venerável oucomo algo muitoruim. Múltiplas

peças de materiaisdigitais

interconectadosdevem operar em

perfeita sincroniapara produzir

ótimos resultados.

Page 77: Edição 243 - Fevereiro 2015

77

olhada no coração de qualquerclock digital: o cristal.

BOAS VIBRAÇÕESNa função de transmitir e de fazera transdução do áudio de formacorreta, um dispositivo de áudiodigital usa um clock interno queregula a taxa de fluxo do código bi-nário 1 e 0 – a frequência de amos-tra – do bitstream. O clock usa umcristal que vibra fisicamente quan-do excitado por uma corrente elé-trica. Nas fábricas que suprem osfabricantes de pro-audio com essescristais, o tamanho e forma de cadaum é torcido para fazê-lo oscilarem uma frequência específica.Interessantemente, esta frequênciaé mais alta do que geralmente é de-sejado para se usar em áudio; ummultiplicador divide isso para for-necer uma das frequências de amos-tras nominais usada na produção.

Por exemplo, conversores feitospela Lynx Studio Technology inclu-em cristais que oscilam a 11.2896MHz, cuja taxa é depois divididapor 256 para alcançar a taxa deamostragem nominal de 44.1

kHz. A base de cristal do clockque opera a variadas amostras defrequências precisam de um osci-lador de cristal separado paracada base de frequência: 44.1

kHz e 48 kHz. Os cristais fazemdupla função para também pro-duzirem amostras de frequênciasmúltiplas de 44.1 kHz e 48 kHz.A taxa em que esses cristais vi-bram é quase precisa, no entanto,

não exatamente a mesma de umcristal para outro. Os cristais os-ciladores flutuam sobre a tempera-tura e o tempo. Você pode pegarum oscilador bem preciso que vai

Na função de transmitir e de fazer a

transdução do áudio de forma correta, um

dispositivo de áudio digital usa um clock interno

que regula a taxa de fluxo do código binário

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flutuar entre 0 e 70 graus Celsius so-mente cinco partes por um milhão oumenos. Para incrementar a estabilida-de desses cristais de base dos clocks, al-guns fabricantes usam um forno paramanter o cristal aquecido a uma deter-minada temperatura constante. Ososciladores que são controlados dessaforam são os mais precisos, porquemantendo a temperatura do cristal, se

mantém a frequência do clock em umatolerância fenomenal.Fenomenal, mas não a zero. Todoclock está sujeito a algum tipo deflutuação de sua frequência nominaldevido à idade do cristal e outros fato-res. Isso causa enormes problemasquando você liga múltiplos audio bo-xes digitais juntos e decide operá-lostodos ao mesmo tempo usando os”

“Para incrementar aestabilidade dessescristais de base dos

clocks, algunsfabricantes usam

um forno paramanter o cristalaquecido a uma

determinadatemperatura

constante

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Nota da redação

Esse artigo foi traduzido reduzidamente da

Revista Mix Magazine Online. Na versão

original, contém a contribuição do editor

Michael Cooper, engenheiro de pós-pro-

dução e proprietário do Michael Cooper

Recording in Sisters.

Na edição 196 desta publicação, o colu-

nista Ricardo Mendes aborda esse assun-

to, no artigo sob o título Word Clock.

clocks internos de cada um; nenhumdeles vai casar exatamente com afrequência do outro. Todas as peçasem um sistema de áudio digital – con-versores A/D e D/A que operam inde-pendentes, boxes I/O, mixers, pro-cessadores de sinais e etc. – deve ope-

rar exatamente com a mesma amostrade frequência a cada momento, ou osistema irá rapidamente deixar depassar áudio (o tempo de falha depen-de da qualidade de cada clock).Além do fluxo de frequência, cadaclock está sujeito a algum tipo de vari-ação, ou desvios de curto prazo da fre-quência nominal de amostragem. Co-locando de outra forma, a variação é aflutuação no tempo de intervalo entresucessivos pares de amostras no bits-tream. A inconsistência nos interva-

los de amostra causa distorção na for-ma da onda resultante.

SOLUÇÕES TRADICIONAISPara reduzir o efeito jitter e prevenirperda de vedação devido à variação dafrequência do clock, todo dispositivode áudio digital em um sistema integra-do deve sincronizar seu clock interno aum mesmo referencial: o clock master.Esse clock master pode ser gerado porqualquer caixa (como um conversor A/D) no seu sistema, mas você pode de-signar um e somente um como ummaster para que o sistema funcione.Quanto menos efeito jitter o masterclock produzir, melhor será a qualidadesonora nas suas produções.

“Para reduzir oefeito jitter e

prevenir perda devedação devido à

variação dafrequência do

clock, tododispositivo de

áudio digital emum sistema

integrado devesincronizar seu

clock interno a ummesmo referencial:

o clock master.

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CADERNO ILUMINAÇÃOVI

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Q-7www.hotmachine.ind.br

A Q-7 é discreta e um wash compacto RGBW, blind e strobo.Contendo 2 mil potentes LEDs RGBW, é um poderoso disposi-tivo elétrico multiuso e ajustável, com um ângulo de propaga-ção de 110°. Juntamente com a classificação IP-65, com umaalta produção de 28 mil lumens e possuindo um pequeno espa-ço físico, a Q-7 é um dispositivo ideal para uso ao ar livre, parailuminar edifícios, fachadas, estruturas arquitetônicas e atra-ções. O equipamento também é adequado para aplicações eminteriores, tais como estúdios de TV, teatros entre outras apli-cações em que é necessária muita luz colorida sem cintilação.

KREIOS G1www.gobos.com.br

Esse sim é um projetor de gobos que não tem medo de luz. Desen-volvido para uso em ambientes bem iluminados,o Kreios G1 épequeno, leve, elegante e potente. Ele reproduz imagens artísti-cas, fotografias, logomarcas e logotipos em lojas, vitrines, recep-

ções, igrejas e áreas públicas, chamandoa atenção para o local da projeção.

Também produz surpreendenteefeito em residências. Entre suasespecificações técnicas estão: mí-nimo consumo com alto rendimen-to, lâmpada de LED Osram, fluxoluminoso de 800 lm, temperatura

de cor de 6000K, vida útil da lâmpa-da de 30 mil horas e tensão de alimenta-

ção 100~240V 50/60Hz. Disponível em duascores, branco ou preto, o equipamento aceita gobos em metal,

dicróicos e fotogobos, tem ajuste fino de foco, de zoom, ajuste de ângulovertical (120°) e horizontal (270°) e pode ser diretamente apoiado so-bre qualquer superfície.

SAMBAwww.proshows.com.br

Especialmente desenvolvido para o Brasil, o Samba é ummoving head inovador, que combina os movimentos comunsde pan e tilt, porém, adicionandos efeitos multibeamrotativos. O resultado é uma infinidade de efeitos de luzes ecores, de ampla abertura e ótimo impacto visual. São 8 LEDsde 8W RGBW e 37 canais DMX para combinar todos os efei-tos. Entre as características do equipamento estão canalDMX: 1/7/13/37, modos de controle DMX 512, master/slave,modo de voz, fonte de luz: 8 x 8 RGBW watt (Quad) LED,ângulo de feixe 6,5° e potência 80 watts.

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PROTRON 3Kwww.elationlighting.com

A Elation Professional acaba de lançar no mercado o Proton 3K, umequipamento com estrobo LED de alta potência que além de entregarótima performance também tem um ótimo ROI, se comparado comequipamentos similares no mercado. Capaz de produzir 80 mil lúmens deenergia em 200 LEDs brancos de 3W, utiliza um sistema especial de óticae a nova tecnologia de driver para o LED. O Proton 3K inclui ainda umsistema interno de efeitos macro como burst, pulse e lighting para possi-bilidades únicas de efeitos e pode também operar no modo FULL ONsem causar problemas térmicos graças ao seu cooling, silencioso, quemantém o equipamento longe do superaquecimento. Outra característi-ca é a vida longa dos LEDs, em média, de 50 mil horas. Controlado via 4DMX modes (1 / 2 / 3 / 4 channels), permite também uma variedade deopções de controle.

WALDMAN INFLEX 3 RGB IF-3RGBhttp://www.waldman-music.com

Esse refletor LED RGB é indicado para palcos, teatros, eventos(indoor) e possui LEDs de qualidade superior, construído em

alumínio. A dissipação de calor dos LEDspor alumínio aumenta a vida útil das

lâmpadas. Possui ainda endereça-mento digital, funções de cores fi-xas e auto programação. Entre osdetalhes técnicos se descatam 36LEDs de 3 Watts, 12 LEDs ver-melhos, 12 LEDs verdes e 12LEDs azuis, 8 canais DMX 512 edisplay digital para endereça-mento de Setup.

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o que esta conversa pretende abor-dar, com a utilização das técnicas

que os Lighting Designers utilizam para avalorização de diversos elementos – ar-tísticos, econômicos e ambientais.Desde 1957 a ONU - Organização dasNações Unidas – define para cada novoano, por meio de uma assembleia geral,um ou mais temas que serão amplamen-te debatidos em campanhas temáticas, eimplementadas pela UNESCO - Orga-nização das Nações Unidas para Educa-ção, Ciência e Cultura – por meio deeventos diversos, tais como seminários,exposições e mostras, com trabalhosacadêmicos e demonstrações práticasrelacionadas às soluções e alternativasdesenvolvidas de maneira a oferecer

É melhorias para a sociedade, globalmente.Em 2013, mais precisamente no dia 20de dezembro, na realização da 68ª Ses-são da Assembleia Geral das NaçõesUnidas, foi proclamado 2015 como oAno Internacional da Luz e suas Tec-nologias (International Year of Light and

Light-based Technologies – IYL 2015). Aescolha da Luz (com enfoque na ilumi-nação artificial) se justifica pela neces-sidade de advertir a sociedade em geralpara o desenvolvimento sustentáveldas tecnologias baseadas na luz, e para adiscussão sobre a importância cultural,econômica e ambiental desses recursos,com soluções para os desafios mundiaisnas áreas energética, educacional, agro-industrial, de comunicação e da saúde.

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-

tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design

de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisa-

dor em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Gra-

duação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

CÊNICACÊNICAILUMINAÇÃOILUMINAÇÃO

E ENTRA EM CENA, 2015:O ANO INTERNACIONAL DA LUZ!

Mais um ano, mascom um significado

mais que especial.Muitos olhos

estarão literalmentevoltados para as

diversasmanifestações da

luz em diversoscenários e em

múltiplascondições,

relacionadas aomelhor

aproveitamento eaos avanços

tecnológicos dosinstrumentos edispositivos de

iluminaçãoartificial, com os

benefícios eaplicações desses

recursos. E qual arelação disso

tudo com ailuminação cênica?

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Nesse contexto, 2015 também será umano de reconhecimento e comemoraçãode algumas das principais descobertas detoda a história da iluminação, pelos maisilustres autores e cientistas, que propor-cionaram uma nova compreensão dosfenômenos físicos que contemplam a luze suas teorias. Entre algumas das princi-pais obras que fazem parte dessa aborda-gem histórica – e principais nomes -,destacam-se os livros “Ótica” (que in-fluenciou as pesquisas do astrônomoJohannes Kepler, entre outros) e “UmDiscurso sobre a Luz”, ambos do matemá-tico e astrônomo iraquiano Ibn Al-Haytham, escritos em 1015 (!) e uma ou-tra fundamental obra, relacionada à Teo-ria Ondulatória da Luz, é a do engenheiroe físico francês Augustin-Jean Fresnel, de1819, sob o título “La lentille à échelons:œil des phares, gloire des Fresnel”, queserve como referência para a atualidade.

Ainda, importantes menções: a Teoriadas Ondas Eletromagnéticas do físico ematemático escocês James Clerk Max-well (1865); a Teoria da Relatividade dofísico alemão Albert Einstein (1915), adescoberta das micro-ondas cósmicaspelos físicos e astrônomos Arno Penziase Robert Wilson (1965) que resultaramna Teoria do Big Bang.Finalmente (mas sem o encerramentosobre o tema, que ainda deve consideraroutras importantes teorias e fundamen-tais pesquisadores), o pioneirismo do fí-sico e engenheiro elétrico Charles Kaosobre a fibra ótica, como recurso de co-municação ótica. Direta ou indireta-mente, todos esses nobres pesquisado-res trouxeram à compreensão da socie-dade atual os avanços e evoluções,conceituais ou práticas, para o estágiovigente de desenvolvimento da ilumi-nação artificial.

Figura 1: Logomarca do Ano Internacional da Luz (2015)

Foto

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ação

Figuras 2-3: Projeto de Augustin-Jean Fresnel: conjunto de lentes especialmente arranjadas para a refração, foco eprojeção dos feixes de luz, aplicados originalmente (e com essa finalidade) a um farol; luminária com lente Fresnel,amplamente utilizada na iluminação cênica.

Foto

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Solu

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Connectio

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ação

“Nesse contexto, 2015também será um

ano dereconhecimento ecomemoração de

algumas dasprincipais

descobertas de todaa história da

iluminação, pelosmais ilustres autores

e cientistas, queproporcionaram

uma novacompreensão dosfenômenos físicos

que contemplam aluz e suas teorias.

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Nas palavras publicadas pela própriaUNESCO, o objetivo deste ano aindaé “esclarecer os cidadãos de todomundo para a importância da luz e

das tecnologias óticas nas suas vidas,no seu futuro e no desenvolvimentoda sociedade”.Mas, o que a Iluminação Cênica tem aver com isso? TUDO “a ver” – e seranalisado, contemplado, apreciado e“refletido” (em todos os sentidos epercepções). Torna-se inimaginável aatual realidade dos setores de arte eentretenimento sem as inovaçõestecnológicas que permitiram consi-deráveis avanços na eficiência ener-gética com a inclusão de equipamen-tos e dispositivos com os quais a ilu-minação cênica valoriza e enalteceformas em grandes quantidades de

equipamentos – sem absurdos pata-mares de consumo de energia elétricae desperdícios incabíveis com a ener-gia termomecânica.

Agora, como se insere a IluminaçãoCênica neste contexto? De variadasmaneiras. Nas artes e produções visu-ais, os recursos tecnológicos (enten-dam-se: instrumentos de iluminaçãocênica) permitem que artistas de di-versas áreas possam utilizar a ilumi-nação em manifestações de entrete-nimento e performance visual, alémdas possibilidades que a iluminaçãoarquitetural transfere às construções,para a criação de cenários e interaçõesvirtuais incomparáveis – como exem-plo prático, o video mapping (assuntoexcelentemente abordado pela bri-lhante Jamile Tormann com o título

Figura 4: Harbin International Ice and Snow Sculpture Festival (janeiro de 2015)

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Torna-se inimaginável a

atual realidade dos setores de

arte e entretenimento sem as

inovações tecnológicas

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“Vídeo Mapping – a fusão entre o reale o imaginário”, na edição n.º 209 daRevista Backstage).Em outras situações, novos e dinâ-micos atrativos para parques, praçase espetáculos públicos – em ambien-tes abertos ou fechados – por meio deoutras interações mecânicas, taiscomo espetáculos com água ou sin-cronismo com grupos artísticos,onde o laser surge como recursomidiático e comunicacional, além deelemento utilizado para o entreteni-mento dos públicos de todas as ida-des. Lembrando que isso se notabili-

zou – e surgiu com mais predomi-nância – nas últimas duas décadas.Novas configurações e estruturas depalco, que permitiram uma releituradas apresentações ao vivo, nas quais a

iluminação não se comporta maiscomo um recurso complementar, masum elemento cênico em evidência,único e significativo, e tão importan-te para a valorização dos outros ele-mentos desse espaço diferenciado,como decisiva para a atração dos pú-blicos participantes. Sim, a ilumina-ção atingiu um status que ainda nãopossuía. As câmeras digitais hoje re-gistram presença (literalmente, pelo“check-in” que confirma a participa-ção nos eventos, registrada em redessociais) e ainda se somam ao espetá-culo como constelações de luzes pon-

tuais, que se movimentam e captaminstantes e flagrantes dos artistascomo nunca antes (mesmo que issotambém represente uma nova discus-são, pelas parcelas de pessoas que são

Figura 5: Projeção de fachada com a utilização de 3D Mapping (vídeo mapping)

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Sim, a iluminação atingiu um

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ainda se somam ao espetáculo

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Para saber mais

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contra ou pró). De fato, os shows sãocada vez mais vistos e mais registradospois as tecnologias também evoluí-ram no contexto produtor – especta-dor. Assim, essa relação cada vez sedesenvolve mais e mais, do telão complacas de LEDs (e OLEDs, em breve emais intensamente, nos palcos) às te-las dos smartphones.E não somente isso: conforme mencio-nado anteriormente, a iluminação cê-nica é hoje tão ou mais energicamenteeficiente, e os equipamentos são cadavez mais seguros, mais leves e mais di-versificados, tanto quanto os profissio-nais que se envolvem nesses processosde criação e realização dos eventos, cadavez mais capacitados e mais especia-lizados. Neste contexto, o elevado de-sempenho técnico, estético e funcio-nal não só permite que o público veja amovimentação de palco com elementosvisuais fascinantes e singulares, mastambém pode perceber com mais inten-sidade as alterações nas tonalidades decores, diferenciações na focalização, oumesmo ações e alterações, percebidasdinamicamente no tempo e no espaço.Finalmente, os projetos de iluminaçãocênica se transformaram em produções

Figura 6: Câmeras digitais e smartphones utilizados para o registro de imagens e vídeos

complexas e se desenvolveram em cam-pos altamente técnicos que envolvem aatualização constante para as novastecnologias de luminárias, equipamen-tos e dispositivos, de maneira a criar erecriar múltiplas cenas, desenvolvidascom sensibilidade e técnica para muitoselementos, tais como intensidade, cor,direção, foco e posição. Como resulta-do, a iluminação desempenha cada vezmais um papel substancial no desenvol-vimento dos roteiros e estórias quetransformam as performances em espe-táculos, e evocam reações e emoçõesúnicas no público.Com essas premissas, 2015 será um anorepleto de ótimas oportunidades, pro-missoras possibilidades e percepções re-lacionadas ao aproveitamento da ilumi-nação – e particularmente, da ilumina-ção cênica – na transformação de umasociedade mais consciente e sensibiliza-da para as questões ambientais, e maispreparada para a identificação dessasvantagens para uma melhor qualidade devida, com mais conforto e diversão.Abraços e até a próxima conversa!!!

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“Finalmente, osprojetos de

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em produçõescomplexas e se

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de luminárias,equipamentos e

dispositivos

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POINTES

elo quinto ano consecutivo, a ilumi-nação foi projetada por Carlos Coli-

na, lighting designer para todos os gran-des shows e eventos da Univision. Apóso uso de Pointes da Robe no show do anopassado, ele escolheu novamente esses

P

[email protected]

Fotos: Divulgação

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POINTESNO GRAMMY LATINO 2014

O décimo quinto Grammy Latino foi em clima deglamour no MGM Grand Garden Arena, em Las

Vegas, e contou com a presença de alguns dos maioresnomes da música latina e um público de quase 17 mil

pessoas. Sem falar nos quase 10 milhões detelespectadores – a mais alta audiência até a data –

devido à transmissão ao vivo durante as três horas deprêmio, feita pela rede de TV Univision.

equipamentos este ano para adicionarelementos extras nos momentos-chaveda noite de entretenimento, colabora-ções originais e performances ao vivo,além da entrega de uma série de prêmios.Colina trabalhou em parceria com odesigner Jorge Dominguez para criar oconceito estético para o prêmio. Eles ti-raram proveito do maior espaço e largu-ra do MGM Arena, diferente do Man-dalay Bay, onde o evento era realizado, ecriaram um set baseado em vídeo e divi-dido acima em três áreas de perfor-mances separadas. À esquerda do palco,à direita do palco e área central do palco- que alternaram de acordo com as ban-das tocando ao vivo, que foram pro-jetadas em telões de LED.

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O primeiro pensamento de Colina

para a iluminação eram que feixes de

Pointe iluminassem por trás da banda, a luz

cortando, replicando a luz do sol

Após o grande impacto do uso dosPointes para destacar um dueto deRicky Martin e Draco Rosa no anopassado, Colina mais uma vez usou24 dos aparelhos da Robe para aapresentação de Martin, fazendo umduo com a mexicana Camila, na can-ção Perdon. Aliás, essa foi a primeirade duas incríveis performances ao

vivo do porto-riquenho no GrammyAwards deste ano.A performance de Camila e Martinfoi na parte central do palco, com osPointes posicionados no palco pró-ximos à seção de cordas da orquestrada ‘casa’, dois pés mais elevados doque os artistas, permitindo que as vi-gas “cortassem” através da banda epara as câmeras. O efeito adicionavagrande drama e intensidade a umabalada que já era poderosa por si só.Durante o número musical de PepeAguilar e Miguel Bose, os Pointes fo-ram usados à esquerda do palco. Oconceito usado para esta parte doshow foi um velho celeiro, com ripasde madeira e revestimento típico ecaixas de madeira espalhadas ao re-dor do palco. O primeiro pensamen-to de Colina para a iluminação eramque feixes de Pointe iluminassempor trás da banda, a luz cortando, re-plicando a luz do sol, que pareceriaincrível na câmera.Após as duas apresentações, osPointes foram removidos do palco.“Eu precisava de aparelho beamextremamente brilhante e podero-so que também fosse pequeno para

ajudar no “quick set”. A remoçãodeveria ser feita de forma rápidapela equipe de palco”, explicouColina, “e os Pointes reunuiramtodas as exigências para que tudodesse certo”, completou.O responsável por apresentar osPointes a Colina foi o LD Tom Ken-ny, que foi o primeiro lighting desig-

ner americano a usar Pointes. Colinagostou de muitas características doPointe, incluindo “a enorme varieda-de de efeitos que pode produzir, o fei-xe fantástico que dura, os prismas,rompimentos etc. Basicamente, éuma luz que posso colocar em qual-quer lugar e fazer qualquer coisa comela – ultra versátil”, avalia. Além doGrammy, ele os usa em diversos ou-tros programas de Univision, no estú-dio principal localizado em Miami,Flórida, além de em outras transmis-sões externas.Como um resultado direto de suaperformance ao vivo de Perdon noGrammy Latino, a música de Camiladeu um salto em vendas após o show,passando de 21 para o número 9 nalistagem de música digital latina.Trabalhando ao lado de Colina noevento, estavam os diretores de ilu-minação John Daniels e Darren Lan-ger; os LDs Felix Peralta, Kevin Law-son, Floor e Kevin Harvey. O con-teúdo de vídeo foi programado porLaura Frank. Eles foram auxiliadospor quatro técnicos de iluminação:John Ellar, David George, Tony Gar-cia e Daniel McDonough.

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festival, que aconteceu na fazendaHeimari, em Piraquara, no Paraná,

teve 13 palcos de música ao vivo com omelhor do techno, house, eletrônico, tran-ce e psytrance, em mais de 20 horas inin-terruptas de música e entretenimento.O equipamento de iluminação para osdois principais palcos, e para a maior partedo local, foram fornecidos pela empresa

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[email protected]

Fotos: Eduardo Ribeiro / Gui Urban / Divulgação

Apple Produções, de São Paulo, uma dasmaiores locadoras de equipamentos doBrasil com uma quantidade considerávelde equipamentos Robe em seu estoque.Junior, conhecido por seu trabalho comodiretor de iluminação de David Guetta eoutros projetos inovadores concebidos naSmash Production, foi convidado para to-car a iluminação desses dois palcos pelosprodutores Carlos “JeJe” Civitate e Eduar-do “Dudu” Marcondes, da T2 Events.“Foi muito emocionante poder estarenvolvido”, explica Junior. “Tenho tra-balhado no Brasil algumas vezes e a vibeé sempre fantástica. Sempre fico satis-feito quando ouço que os equipamentosRobe estarão à disposição para eu usarnos rigs”, comenta.O palco principal do TribalTech foi com-pletamente desenhado e construído pela

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Os palcos principal e VuuV do festival de músicaeletrônica TribalTech 2014, no Brasil, lotados com 200

moving lights Robe, estiveram integrados em doisdiferentes no entanto parecidos conceitos do ponto devista do design de iluminação. Ele foram projetados

pelo lighting designer do Reino Unido Alex JuniorCerio, da Smash Productions.

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brasileira Perverts, que compôs omultifacetado e criativo timeque trabalhou no evento. O pal-

co era uma fusão escultural do indus-trial eclético com um chique futu-rístico unidos para formar o concei-to de “edifício dizimado” cheio deparafernálias mecânicas em uma su-perestrutura de andaimes.

CUSTOMIZAÇÃOPara assegurar que este incrível deta-lhe “estranho” tivesse destaque juntoao line up de DJ, Junior fixou equipa-mentos de iluminação penduradosnos cantos, alguns nos trusses e ou-tros integrados na própria estruturaou espremidos no chão. “Onde foipossível colocar equipamentos, colo-camos”, declarou.O palco do TribalTech contou com38 Pointes, 30 LEDBeam 100s, 8MMX Spots, 20 LEDWash 600s e 12LEDWash 1200s, todos da Robe, sé-rie ROBIN. Outros 10 ColorBeam2500E ATs, 10 ColorWash 1200E

ATs e 22 ColorSpot1200E ATs, juntos com os LEDPARs. O design de iluminação foicompletamente assimétrico, refor-çando a aparência caótica de todo olocal da performance. Toda a ilumi-nação foi controlada via uma grand-MA full size, programada e operadapor Junior e Micky Spillane, outro

LD do Reino Unido, que traba-lhou em parceria neste projeto.Junior usou os Pointes para to-dos os principais efeitos. Elefoi na verdade o primeiro LDque usou esses equipamen-tos em um show ao vivo, du-rante a apresentação de Da-vid Guetta em uma gig naAlemanha, alguns dias a-pós o lançamento oficialdo produto em 2013.Os LEDWash 1200 ilumi-naram os cenários e de-ram um efeito wash àstrês seções VIPs dentroda estrutura do palco.Alguns foram posicio-nados no chão e outrosno fosso de onde eles“acendiam” alguns me-

tais retorcidos e veículosbatidos que estavam no chão comoparte da instalação artística.Quatro MMX Spots foram pendura-dos na torre da House Mix, cerca de50 metros distantes do palco, e as ani-mações das rodas dos movings foramem particular usadas para produzirtexturas por toda a superfície do set.Os MMX Spot e os ColorBeam 250EATs também foram usados para pro-

TRIBAL

TECHBRASILBRASIL

Palco principal foi uma fusão dos estilos industrial e futurístico

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jetar efeitos e captar mais detalhes estrutu-rais, por meio de gigantes ventiladores evelhos aviões em cima do palco.

PALCO VUUVO palco VuuV reascendeu o espírito dopsytrance, um dos mais antigos estilos deelectrodance da Alemanha, voltando aoano de 1992. O VuuV apresentou umambiente completamente diferente,mas também bastante customizado, ofe-recendo um formato de arena octogonalcom estrutura de 24 metros de diâmetroe um teto de tecido bem esticado. O co-lorido, elaborado para dar uma ar de de-coração divertida, foi meticulosamenteproduzido à mão por especialistas sul-africanos, da Artescape.A área do palco em si era extremamentepequena, e o local dos DJ tinha um reves-timento cênico de pétalas de flor delótus. Embora o line up contasse com 19dos maiores DJs de psytrance, o local erageralmente mais tranquilo, comparadocom o frenetismo do palco TribalTech.

ESTRUTURAHavia dois trusses em arco sobre e atrásdo local destinado aos DJs e a maioriadas luzes, incluindo os 7 Pointes, 14LEDWash 600, 16 MMX WashBeams e

16 MMX Spots, foram posicionadas emvolta da estrutura e em um truss circularacima da pista de dança.Junior posicionou duas fileiras de luzesnos arcos, Pointes e LEDWash 600 nafrente do arco, para alcançar a pista e opalco, e LEDWash 600 na parte de trásdo arco para “varrer” atrás do DJ e desta-car os objetos cênicos. Os Pointes nãoforam usados em excesso, mas quandoalcançavam esse cenário causavam umbelo impacto, dando um efeito bastanteinteressante quando casavam com asformas das pétalas na tenda do DJ.Todos os LEDWash 600 foram usadosno modo extenso para tirar o máximoproveito dos efeitos, e este foi um dosprincipais motivos que levaram Junior ausar esses equipamentos, pelo fato deproduzirem um efeito bem bacana comesta função.Já os MMX Spots foram colocados naparte interior da estrutura octagonal,e de novo as animações das rodas fo-ram usadas extensivamente para adi-cionar novas camadas psicodélicasno visual. Oito MMX WashBeams fo-ram também pendurados no octó-gono. Alguns desses foram focadosno espaço das apresentações e outrascom luzes concentradas nas folha-

Palco TribalTech recebe mais de 100 equipamentos Robe, série Robin

“Junior posicionouduas fileiras deluzes nos arcos,

Pointes eLEDWash 600 na

frente do arco, paraalcançar a pista e opalco, e LEDWash

600 na parte de trásdo arco para

“varrer” atrás doDJ e destacar os

objetos cênicos

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gens e árvores em torno do local onde o VuuV estavalocalizado. Como o VuuV teve menos de beams ebeats e mais approach na iluminação, Junior usou

uma série de tons pastéis e tons pálidos para acentuaros elementos. Para comandar a iluminação, foi usadaoutra grandMA2. “Foi uma grande experiência”, res-

saltou Junior. “Curti o desafio de ter que pensar comespontaneidade quando estava finalizando o projetode design para o local. Fiquei muito satisfeito com oserviço prestado pela Apple, os equipamentos esta-vam com boa manutenção, eles têm uma ótima equi-pe e uma excelente atitude, e estarei feliz em traba-lhar com eles a qualquer hora”.

Design de iluminação assimétrico dá impressão de caos ao cenário

Oito MMX WashBeams foram

também pendurados no octógono.

Alguns desses foram focados no

espaço das apresentações

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acordesacordesnquanto assaltava inutilmente aquela madeira tem-perada por uma boa dezena de anos de serestas regadas

a Noel e Lupicínio, eu ouvia os rádios e picapes lá de casaserem tomados de assalto por novas e estranhas sonori-dades, trocando Sílvio Caldas por João Gilberto, Jamelãopor Agostinho dos Santos, Ângela Maria por Elza Soares,Ary Barroso por Tom Jobim e por aí adiante, virando decabeça pra baixo as tendências musicais brasileiras e porconsequência a cabeça dos neoadolescentes ligados emmúsica como eu. Adeus, Little Richard, Elvis Presley e oscometas de Bill Halley que haviam requebrado meus últi-mos anos de infância rock’n’rollística: Tom e Viníciuseram nossos novos reis.Visto isso fiz ver a meus pais que era indispensável umviolão bem tocado nas minhas mãos: assim o exigiamnão só minha sensibilidade como também as gatinhasnas quais eu estava de olho. Pra piorar a situação, espi-nhas pipocavam na minha cara em proporção geomé-trica, o que me distanciava cada dia mais dos necessá-rios romances. Só um cantinho e um violão poderiamme levar pra perto dos beijos apaixonados que eu so-nhava trocar com hipotéticas namoradas. Mas o pro-blema é que meu pai atravessava dias e noites datilo-grafando nosso sustento familiar com escrituras e maisescrituras que pareciam jorrar do cartório onde ele tra-balhava... Coube então à minha mãe a tarefa de correratrás de um mestre da matéria, que eu achava que meporia à altura de João em duas ou três lições, no máxi-mo. Não foi bem isso o que aconteceu. O problema éque ela não tinha a menor noção do que eu queria emtermos de música, e foi assim que depois de uma longa

E viagem de ônibus de Vila Isabel ao Grajaú – naqueletempo isso levava quase uma hora – eu me vi diante deuma jovem miúda e morena, timidamente escondidaatrás de grossas lentes numa armação de aro dourado:“vamos começar pelo básico” – ela disse. E me pôs paraaprender uma valsinha antiga... “sá mariquinha,maroquinha tinha...” e lá ia eu do dó maior pro solmaior e vice versa, soluçando arpejos, calejando dedos,duas, três aulas, sei lá quantas, sempre na mesma “sámariquinha”. Claro que enchi meu saco com aquilo eabandonei as aulas depois de – acho – uns parcos trêsmeses. Queria dissonâncias, queria tocar como meusamigos Eugênio e Sílvio Colin, mestres um no populare outro no erudito. Que mané sá mariquinha...Hoje entendo a injustiça que cometi com minha pri-meira e única professorinha de violão. Insistindo nobásico, ela me instilou o hábito de querer acertar. Na-queles três meses de aulas “chatas” entendi quase semquerer o que se passava no braço de ébano cheio de divi-sões e cordas. Dali em diante pude ser autodidata e pro-gredir por mim mesmo, colando avidamente os acordesdos amigos mais adiantados e desenvolvendo afinal,passo a passo, minha maneira de tocar e compor.Nos anos seguintes, fui indo desse mesmo jeito: olharatento ao braço dos violões amigos, tirando essa e aquelamúsica... Lembro de quando eu e meu amigo MariozinhoPires passamos dois dias inteiros aprendendo a tocar o“Samba de Uma Nota Só”: aquela simples passagem dededos para um outro traste, formando acordes semelhan-tes mas completamente diferentes em seu efeito, nos dei-xava em dúvida se estávamos certos ou não. Aprendemos

Acordando pros

Eu devia ter uns treze anos e já estava farto de batucar coisassem muito sentido no velho Di Giorgio 36 do meu pai.

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[email protected] | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM

então a confiar em nossos ouvidos, comparando o que apren-díamos com o que escutávamos em nossos vinis. Muitas ve-zes os discos eram nossos professores.Mas o que realmente me desafiou a progredir no instru-mento foi ouvir minha vizinha Luhli tocar. A essa alturaeu já me mudara para a Tijuca e conheci aquela que seriaminha parceira e grande amiga vida afora no ônibus queviajávamos desde nossos colégios em Botafogo até emcasa. Quando vi aquela ruivinha magrela mal chegada nosdezessete anos tocar e cantar as músicas que eu não conse-guia ainda entender, percebi que alguma coisa me espera-va lá na frente, algo que eu teria que atingir, custasse o quecustasse. Foi assim que dei um passo gigantesco rumo àcomposição e à execução: pura inveja e desafio. Não des-cansei enquanto não vi nos olhos de Luhli uma sombra deaprovação diante do que eu tocava e compunha.Minha segunda e definitiva epifania violonística aconte-ceu num festival de Juiz de Fora, onde conheci Tavito e seujeito de “esmurrar” o violão com elegância e sonoridadeincomparáveis. Ele tinha uma viola Vox de 12 cordas, duracomo o diabo: só ele conseguia tirar um som daquele instru-mento, e que som! Deixei crescer as unhas e me converti deimediato às cordas de aço: era a onda a surfar no rumo da-quilo que eu estava compondo e que mais tarde seria cha-mado – para o bem ou para o mal – de “rock rural”. Umaexplosão de acordes simples e sonoros, inteiramente opos-tos às minhas primeiras ambições dissonantes.

Hoje tiro proveito de minha passagem por todas essas esco-las. Não aconselho autodidatismo a ninguém. Sem falsamodéstia, sou um instrumentista dedicado ao meu própriotrabalho e às minhas composições, longe do virtuosismoque ambicionava. Mas gosto do que toco. E o que tocoaprendi olhando o braço daqueles violões envolventes deLuhli, Tavito, Baden e Turíbio, ou escutando de Kessel aClapton, de Steve Vai a Satriani, de João Gilberto a JeffBeck. Os melhores mestres estão à nossa disposição, nosCDs ou na Internet. Mas não esqueçamos os primeiros!Talvez por isso até hoje eu tenha nos ouvidos aquela musi-quinha chata: “sá mariquinha, maroquinha tinha...”

Minha segunda e definitiva

epifania violonística aconteceu

num festival de Juiz de Fora, onde

conheci Tavito...

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Sindmusi ........................................ (21) 2532-1219 .............. www.sindmusi.com.br ................................................................................ 78

Star Lighting .................................. (19) 3864-1007 .............. www.star.ind.br .......................................................................................... 61

SPL Alto-Falantes ......................... (47) 3562-0209 .............. www.splaltofalantes.com.br ....................................................................... 49

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Taigar ............................................ (49) 3536-0209 .............. www.taigar.com.br .................................................................................... 77

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