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Realização: Professor(es) Apresentador(es): Alex Silvio de Moraes Professor Coordenador Escola Estadual Professora Nidelse Martins de Almeida Sala 8 – 2ª sessão Coordenação Pedagógica e Formação Continuada do Professor: possibilidades de atuação e mediação

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Realização:

Professor(es) Apresentador(es):

Alex Silvio de MoraesProfessor Coordenador

Escola Estadual Professora Nidelse Martins de AlmeidaSala 8 – 2ª sessão

Coordenação Pedagógica e Formação Continuada do Professor: possibilidades de atuação e mediação

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Foco

O foco deste trabalho tem como pressuposto a concepção de que a Formação Continuada do Professor na escola é um espaço propício para a construção de saberes teóricos –práticos que permitam ao professor aprimorar-se em sua prática pedagógica. No entanto, isto só pode acontecer quando o Professor Coordenador (PC) se assume como líder de um trabalho coletivo que deve formar, articular e transformar a realidade cotidiana de uma escola. Neste sentido, a dupla conceitualização, a tematização de prática, a modelização, observação e acompanhamento das aulas e as pautas formativas são possibilidades de atuação cotidiana na escola por parte do PC.

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Contexto de Aplicação

Características da Escola

• Atende crianças do Ciclo de Alfabetização e Intermediário (1º ao 5º ano), em dois períodos diurnos, sendo um total de 40 classes.

•Possui uma clientela de 1.070 alunos, sendo que 90% destes ingressam no 1º ano, oriundos de pré-escolas municipais. Os 10% restantes são de alunos que ingressam sem terem frequentado a Educação Infantil e/ou ficam em trânsito entre o Nordeste e outras comunidades.

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Contexto de Aplicação

Condições Socioeconômicas

• Cerca de 98% dos alunos moram no próprio bairro, que é constituído em sua grande maioria por famílias de migrantes nordestinos e localiza-se numa área periférica do município de Carapicuíba.

•A região possui alto índice de vulnerabilidade social e o nível socioeconômico é baixo.

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Contexto de AplicaçãoPúblico Alvo

• 40 Professores polivalentes, regentes de turmas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental;

• Estes professores possuem a Licenciatura Plena em Pedagogia, sendo que grande parte frequentou também o antigo Curso Normal do Magistério;

• Grupo com características heterogêneas, sendo que metade do grupo possui mais de vinte anos de carreira e outra metade tem ainda uma experiência de até no máximo dez anos no Magistério.• Quase 70% do grupo é de efetivos que se mantém na escola. Os outros 30% são professores OFAS ou temporários que normalmente estão substituindo

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Contexto de Aplicação• Grupo com características heterogêneas, sendo que metade do grupo possui mais de vinte anos de carreira e outra metade tem ainda uma experiência de até no máximo dez anos no Magistério.

• Quase 70% do grupo é de efetivos que se mantém na escola. Os outros 30% são professores OFAS ou temporários que normalmente estão substituindo professores em processo de aposentadoria ou afastados em outras funções (gestão e coordenação).

• Convivem na escola saberes e concepções plurais quanto ao desenvolvimento da prática docente.

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Contexto de Aplicação

Período de Aplicação

Fevereiro/2015 a setembro/2015.

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Justificativa• Este trabalho surgiu da reflexão feita pelos Professores Coordenadores da escola quanto à necessidade de efetivamente atuarem enquanto formadores de seu grupo de professores. Esta posição precisa ser assumida de maneira convicta e concretizada no cotidiano da escola.

• Entretanto, isto não é fácil. Muitas vezes o PC desenvolve uma rotina de “apagar incêndios” desviando-se de seu foco de atuação e concentrando-se em questões burocráticas.

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Justificativa

• A única maneira de realizar uma mudança neste quadro, foi uma opção definitiva por atuar junto aos professores, em favor da aprendizagem das crianças. Para isto, buscamos apoio na literatura e percebemos que o trabalho do PC deve estar centrado em três palavras: formador (dos professores), articulador (do projeto pedagógico) e transformador (do ambiente escolar).

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Justificativa

• Não há fórmulas mágicas para o desenvolvimento do trabalho. No entanto, quando o PC investiga e põe em prática estratégias de atuação que realmente interfiram na prática pedagógica dos professores, ajudando estes a perceberem aqueles como companheiros de trabalho, e não mero fiscalizadores, seu papel se cumpre no ambiente escolar. E todos, professores e alunos, saem ganhando.

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Objetivo

Geral:

• Desenvolver um trabalho de formação do corpo docente e de observação e acompanhamento da sala de aula que contribuam efetivamente com a prática pedagógica do professor e favoreçam a aprendizagem das crianças.

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ObjetivoEspecíficos:

• Conscientizar-se sobre o papel do Coordenador Pedagógico;• Implementar no cotidiano da escola a observação e acompanhamento da sala de aula como um serviço a favor da aprendizagem dos alunos;

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ObjetivoEspecíficos:

•Promover estratégias de formação continuada em serviço centradas nas didáticas específicas (como ensinar) em correlação com o estudo permanente do Currículo Oficial do Estado de São Paulo;• Coordenar espaços de formação (Reuniões Pedagógicas, ATPC, Conselhos de Classe...) tendo como foco o desenvolvimento de pautas formativas que contemplem estratégias de: dupla conceitualização e tematização de prática.

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Desenvolvimento/ Metodologia

PRIMEIRA POSSIBILIDADE: DUPLA CONCEITUALIZAÇÃO.

“É a estratégia que permite dois aprendizados simultâneos: sobre o objeto de ensino e sobre as condições didáticas para ensiná-lo. A dupla conceitualização envolve duas etapas principais. Na primeira, o coordenador propõe uma atividade desafiadora para os professores. O objetivo é fazer com que eles vivenciem a situação de aprendizagem e identifiquem os conhecimentos que estão em jogo para ensinar determinado conteúdo. Na segunda etapa, o formador mostra como ensinar. Com base na atividade feita pelo grupo, ele promove uma discussão sobre as condições proporcionadas para realizá-la, a maneira como foi feito o planejamento, as intervenções do coordenador e o motivo de elas terem sido usadas - e levanta hipóteses sobre como ensinar determinado conteúdo”.

Revista Nova Escola, Junho/Julho de 2009

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Desenvolvimento/ Metodologia

SEGUNDA POSSIBILIDADE: TEMATIZAÇÃO DA PRÁTICA.

“ A tematização de prática é uma estratégia para o trabalho deformação permanente do docente porque se trata de olharpara a sala de aula como um objeto sobre o qual se podepensar.”

Telma Weizs

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Desenvolvimento/ Metodologia

Deve-se registrar boas situações de aprendizagem porque sãoestas as situações que permitem explicitar o modelo didáticocom que se trabalha. Registros escritos ou filmagens sãoanalisadas pelo coletivo de professores a fim de: discutir arespeito das condições didáticas; pensar sobre a natureza doconteúdo com que se está trabalhando; refletir sobre asintervenções do professor e o impacto destas na aprendizagemdos alunos.

Délia Lerner

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Desenvolvimento/ MetodologiaE quando a intervenção no coletivo não efetiva mudanças na prática do professor?TERCEIRA POSSIBILIDADE: MODELIZAÇÃO.

Muitas vezes o PC precisa atuar individualmente junto a um professor, pois a intervenção no coletivo, não surtiu os efeitos desejados. Professores iniciantes, professores resistentes ou com uma formação muito precária, muitas vezes precisam deste auxílio. Neste caso, o PC elabora um “Plano de Modelização”. Feito isto, ele compartilha este plano com o professor e vai para a sala de aula, desenvolver com os alunos este plano de trabalho. O docente da classe, se põe no papel de observador, e registra toda a ação desenvolvida pelo PC . Alguns dias depois da finalização do trabalho, Docente e PC se encontram para discutir os registros e as aprendizagens adquiridas pelo professor da turma, bem como estabelecem os próximos passos para o trabalho com os alunos.

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Desenvolvimento/ MetodologiaTERCEIRA POSSIBILIDADE: OBSERVAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA SALA DE AULA.

Ela tem por objetivo potencializar as aprendizagens das crianças e deve ser baseada em evidências. É estruturada em três momentos:• O Antes;• O Durante;• O Depois;

Quando bem feita a observação de sala de aula, possibilita ao professor um feedback construtivo sobre sua prática pedagógica e interfere diretamente na aprendizagem das crianças.

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Recursos Utilizados

• Equipamentos de projeção;• Pautas Formativas;• Folhas para os registros de observação,acompanhamento e modelização;• Filmagens de aulas;• Registros do Desenvolvimento de Atividades;• Protocolo de Observação de Aulas;• Pasta de Observação e Acompanhamento dasaulas;• Portifólio do professor Coordenador.

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Resultados

Evolução no Saresp

Matemática Língua Portuguesa

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

2008 2009 2010 2011 2012 2013

NOTA

2,8

5

3,5

8

4,1

3 3,6

4,3

8

0

1

2

3

4

5

6

2008 2009 2010 2011 2012 2013

NOTA

3,67

3,83

4,08

4,65

4,89

4,61

Matemática - 2014 Língua Portuguesa 2015

4,82 5,31

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Conclusões

3. 3. Devido esta natureza de transformação constante, podemos concluir que não é apenas retirando o professor da escola, em tempos determinados, para se “reciclar” que este poderá repensar sua prática. Isto só acontecerá, no cotidiano da escola, pois é nela que o docente atua e desenvolve seu trabalho.

4. 4. Somente na escola, em torno de seus colegas de profissão, junto a seus alunos, é que no dia-a-dia o professor vai construindo sua competência profissional e desenvolvendo sua autonomia pedagógica. Desse modo, o professor vai aprendendo a responder aos desafios e dilemas da profissão, in locus, sem separar-se da proposta pedagógica da escola onde atua.

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Conclusões

1. Urge possibilitar aos professores repensar seu fazer pedagógico através de uma educação continuada, que se alicerce na reflexão sobre a prática, dentro do espaço onde esta se realiza: a escola.

2. Não podemos acreditar que a educação continuada possa se basear apenas em situações, nas quais o professor é retirado da escola, para fazer treinamentos e cursos, oferecidos por especialistas em educação. O fazer do professor se constitui como um processo que sofre mudanças permanentemente, pois em Educação, os conhecimentos sempre se transformam.

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Conclusões5. Uma nova realidade educacional supõe também

que os papéis exercidos dentro da escola se modifiquem a fim de que a escola possa incorporar novas atitudes no enfrentamento dos desafios. Neste sentido, a medida que se transforma a compreensão do papel do professor, que deixa de ser apenas um “empregador” de técnicas de ensino e passa a ser alguém que desenvolve um fazer complexo, com vistas a intervir numa determinada realidade, surge um novo ator, capaz de ajudar o professor a transformar sua prática pedagógica, adequando ao projeto educacional da instituição onde atua: o coordenador pedagógico.

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Conclusões

6. O coordenador pedagógico é o protagonista (ao lado do professor) da educação continuada centrada na escola e deve buscar espaços e estratégias para articular e transformar os processos de ensino e aprendizagem na escola, através da formação docente. O trabalho do coordenador pedagógico supõe que a transformação da prática do professor acontece de maneira constante e in locus, como já expresso anteriormente. Supõe também que esta não se faz separada da proposta pedagógica da escola e sem a troca de experiência com seus pares.

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ConclusõesEnfim,

Este caminho, além de basear-se em evidências científicas e na literatura especializada produzida nos últimos anos, assume a convicção política do autor de que a educação continuada, articulada e construída pelo coordenador pedagógico, junto a seus professores, é um espaço de empoderamento e desenvolvimento da identidade profissional destes: nela cada docente tem a possibilidade de desenvolver-se enquanto profissional, sujeito de sua ação, que é ao mesmo tempo construída por ele junto aos seus pares e mediada pelo coordenador, num processo de reflexão contínua, que não se esgota.

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