controvérsias tributárias no comércio exterior - eduardo borges

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Controvérsias Tributárias no Comércio Exterio r Antonio Carlos Fleischmann Eduardo Borges Rodrigo Maito da Silveira Coordenadores São Paulo 2010

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A arte como ferramenta do ensino jurídico, tema que se pretende pesquisar neste trabalho, tem por objetivodemonstrar a importância de romper a metodologia tradicional de aluno/professor/sala de aula paraproporcionar uma visão crítica do fenômeno jurídico, desenvolvendo o raciocínio jurídico, bem como buscarum conhecimento mais conectado com a realidade social. O ensino do Direito baseado somente no próprioDireito é algo preocupante, vez que havendo desligamento do mundo real, não se produzirá umconhecimento crítico, mas tão apenas haverá a reprodução de uma ideologia dominante. Assim, dentre asdiversas acepções da arte, seja ela como criatividade, como sensibilidade, ou mesmo, como artifício técnico,é oportuno investigar a sua contribuição como forma de inovar o ensino do Direito, sendo esta umaalternativa e não a única solução de sua crise. Para o que se tentará visualizar situações da teoria na práticaatravés do cinema, e mais especificamente, por meio da experiência da disciplina direitos culturais naUniversidade de Fortaleza entre os anos de 2004 a 2009. E assim, demonstrar o alcance dessa metodologiapara uma formação humanística e profissional mais comprometida, tanto por parte do corpo docente quantodiscente.

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    Comrcio Exterio

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    Antonio Carlos FleischmannEduardo Borges

    Rodrigo Maito da Silveira

    Coordenadores

    So Paulo

    2010

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Controvrsias tributrias no comrcio exterior / coordenadores Antonio Carlos Fleischmann, Eduardo Borges, Rodrigo Maito da Silveira. -- So Paulo : Aduaneiras, 2010.

    Bibliografia. ISBN 978-85-7129-550-6

    1. Comrcio exterior - Tributao 2. Direito aduaneiro 3. Direito aduaneiro - Brasil 4. Direito tributrio 5. Direito tributrio - Brasil I. Fleischmann, Antonio Carlos. II. Borges, Eduardo. III. Silveira, Rodrigo Maito da.

    09-10514 CDU-34:336.24(81)

    ndices para catlogo sistemtico: 1. Brasil : Comrcio exterior : Tributao : Direito alfandegrio : Direito tributrio 34:336.24(81)

    Copyright

    2010

    Editora: Yone Silva Pontes

    Assistente editorial: Ana Lcia Grillo

    Diagramao: Flavia Vanderlei e Nilza Ohe

    Ilustrao de capa: Carlos Alberto da Silva

    Reviso: Alessandra Alves Denani

    Impresso e acabamento: Graphic Express

    2010

    Proibida a reproduo total ou parcial.Os infratores sero processados na forma da lei.

    EDIES ADUANEIRAS LTDA.

    SO PAULO-SP

    01301-000 Rua da Consolao, 77Tel.: 11 2126 9000 Fax: 11 2126 9010

    http://www.aduaneiras.com.br e-mail: [email protected]

    A ortografia desta obra est atualizada conforme o Acordo Ortogrficoaprovado em 1990, promulgado pelo

    Decreto n

    6.583, de 30/09/2008, vigente a partir de 01/01/2009.

  • Sumrio

    Apresentao ............................................................................ 5

    A Incidncia da CSLL sobre as Receitas Decorrentes de Ex-portao .................................................................................... 7

    Antonio Carlos Fleischmann

    Anlise do Regime de Tributao Simplificada nas RemessasExpressas de Importao .......................................................... 21

    Daniel Polydoro Rosa

    Aplicao de Acordos Internacionais em frente LegislaoInterna e Prticas Reiteradas da Administrao Pblica. O Acor-do Brasil Argentina sobre a Poltica Automotiva Comum...... 65

    Edison Aurlio Corazza

    O Crdito Presumido de IPI e sua no Tributao pelo PIS,Cofins, IRPJ e CSL................................................................... 85

    Eduardo Borges

    Atualidades Relativas ao Crdito Presumido de IPI A Visodos Tribunais ............................................................................ 93

    Eduardo Borges

    Exportao Crdito Presumido da Lei n

    9.363/96 Ressar-cimento da Cofins e da Contribuio para o PIS MedidaProvisria n

    1.807-2/99 e Reedies Suspenso do Incentivoentre Abril e Dezembro de 1999 Inconstitucionalidades ........ 105

    Fernando Dantas Casillo Gonalves

    Drawback

    Suspenso Inadimplemento das Condies Previs-tas no Ato Concessrio Declarao de Importao e Termo deResponsabilidade Descrevendo os Tributos Suspensos Neces-

  • Controvrsias Tributrias no Comrcio Exterior4

    sidade da Constituio do Crdito Tributrio pelo Lanamentonos Termos do Art. 142 do CTN Prazo Decadencial .............. 125

    Fernando Dantas Casillo Gonalves

    O Combate Interposio Fraudulenta de Pessoas nas Opera-es de Comrcio Exterior. A Instruo Normativa SRF n 228,de 21 de Outubro de 2002. O Dever de Fiscalizao dos AgentesPblicos e os Direitos dos Contribuintes. Interesse Pblico eInteresse da Fazenda .................................................................. 141

    Guilherme Cezaroti

    Desembarao Aduaneiro. Os Prazos e os Atrasos da Aduana.A Reteno de Mercadorias Requisitos Legais e Limites doPoder Executivo ........................................................................ 171

    Jos Gomes Jardim Neto

    A Contribuio Previdenciria do Produtor Rural Pessoa Fsica(Novo Funrural) Submisso Imunidade das Receitas Decor-rentes de Exportao Aplicvel ao Adquirente Exportador........ 205

    Marcelo de Carvalho Rodrigues

    Aspectos Tributrios da Importao de

    Software

    ..................... 225

    Maucir Fregonesi Junior

    Preos de Transferncia e Valorao Aduaneira ...................... 259

    Maurcio Braga Chapinoti

    Breves Consideraes sobre a Tributao das Operaes deComrcio Exterior a Partir de Portos Secos Industriais ............ 273

    Rodrigo Maito da Silveira

    O Procedimento Especial de Verificao da Origem dos Recur-sos Aplicados em Operaes de Comrcio Exterior e Combate Interposio Fraudulenta de Pessoas A Instruo NormativaSRF n

    228, de 21 de Outubro de 2002...................................... 291

    Rogrio de Miranda Tubino

  • Apresentao

    H aproximadamente 20 anos teve incio um processo deabertura do mercado brasileiro, pelo qual se tornou possvel o ingres-so, com maior facilidade, de produtos e bens de capital estrangeirosna economia nacional. Muitas empresas sucumbiram em face doaumento da competitividade gerada pela abertura do mercado. Outras,fortalecidas aps a necessidade de adequao a essa nova realidade,passaram a disputar lado a lado com empresas multinacionais a prefe-rncia do consumidor. O fenmeno da globalizao, em paralelo,produziu alteraes significativas na alocao de recursos, nos proces-sos de produo, na comercializao de bens e servios, assim comonos hbitos de consumo de forma geral. De um pas eminentementeexportador de gneros primrios, o Brasil passou, tambm, a contarcom uma crescente atividade industrial exportadora, visualizando umainteressante alterao do perfil da sua economia.

    Neste contexto de mudanas significativas, o comrcioexterior brasileiro, isto , as operaes de compra e venda de produ-tos de e para o exterior, ganhou enfoque no apenas em funo doaumento expressivo do volume e dos valores negociados, mas, prin-cipalmente, pelas dificuldades que so enfrentadas cotidianamentepara a sua realizao, e como isto, paradoxalmente, impacta o desen-volvimento econmico do pas. Questes estruturais, denunciando anecessidade de investimentos macios em infraestrutura porturia eaeroporturia, e em vias de escoamento logstico (da produo e parao consumo), assim como entraves jurdico-institucionais, so exem-plos de alguns dos principais problemas enfrentados atualmente paraa dinamizao do comrcio exterior no Brasil.

    Outro elemento crtico para as operaes de comrcio exte-rior justamente a tributao a elas aplicvel, que no raras vezes

  • Controvrsias Tributrias no Comrcio Exterior6

    ocorre de modo descompassado com os preceitos constitucionais, oumesmo com o objetivo de desenvolvimento econmico. A ideia destelivro surge da percepo de que o incremento qualitativo e quantita-tivo do comrcio exterior brasileiro depende de uma eficiente equa-lizao da varivel tributria, seja por meio de mudanas legislativasque so necessrias para o aprimoramento do prprio sistema tribu-trio nacional, seja mediante o uso de planejamento fiscal vlido, queno caracterize qualquer espcie de abuso ou simulao.

    Controvrsias Tributrias no Comrcio Exterior

    vem alume para abordar variadas questes fiscais com as quais se deparamimportadores e exportadores brasileiros ao ter suas operaes subju-gadas calamitosa e obstinada legislao tributria.

    Mais do que antecipar os temas tratados por cada um dosautores em sua maioria integrantes do Instituto de Pesquisas Tribu-trias (IPT), o nosso objetivo neste momento formular um convitepara que o leitor encontre uma gama de assuntos relacionados tributao das operaes de comrcio exterior, sem qualquer preten-so de exaustividade. Trata-se de uma coletnea de artigos querefletem desde o questionamento de exigncias fiscais sobre exporta-es at a possibilidade de se buscar, por meio de regimes aduaneirosespeciais, mitigar a carga tributria incidente nas operaes de co-mrcio exterior.

    Espera-se que os assuntos aqui reunidos possam, de algumamaneira, enriquecer o debate sobre a tributao do comrcio exteriornas suas mais diversas perspectivas.

    Boa leitura!

    Os autores (coords.)

  • A Incidncia da CSLLsobre as Receitas Decorrentes

    de Exportao

    Antonio Carlos Fleischmann

    1

    A incidncia da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido(CSLL) sobre as receitas decorrentes de exportao tem sido objetode uma intensa disputa judicial entre os contribuintes e a UnioFederal. Inmeras empresas exportadoras defendem que a CSLLdeixou de incidir sobre as receitas decorrentes de exportao de bense servios desde o incio da vigncia da Emenda Constitucionaln

    33/01, tendo em vista a nova redao dada ao art. 149 da Consti-tuio Federal de 1988.

    A questo possui relevncia jurdica, pois o julgamento domrito pelo Supremo Tribunal Federal definir o alcance da imuni-dade prevista no art. 149, 2

    , I, da Constituio Federal de 1988. Adisputa tambm possui uma expressiva relevncia econmica, afe-tando todas as empresas exportadoras e podendo causar grandeimpacto na economia brasileira.

    Tendo em vista que esta obra no destinada exclusivamenteaos profissionais da rea jurdica, mas sim a todos aqueles que tenhaminteresse no comrcio exterior brasileiro, este artigo no pretendeapresentar uma profunda anlise dos aspectos jurdicos envolvidosnessa disputa judicial, mas apenas descrever os principais argumentosque sustentam a controvrsia, bem como os mais recentes captulos daevoluo da jurisprudncia sobre o assunto.

    1

    Advogado em So Paulo. Mestre (

    Master of Laws

    )

    em Direito TributrioInternacional pela

    London School of Economics and Political Science (LSE)

    University of London

    (Londres Inglaterra).

    Advanced Studies in InternationalTax Law

    International Tax Center

    Leiden University

    (Leiden Holanda).

    European Community Lawyer

    (Ordem dos Advogados Portugueses). Membrofundador do Instituto de Pesquisas Tributrias (IPT).

  • Anlise do Regime deTributao Simplificada nas Remessas

    Expressas de ImportaoDaniel Polydoro Rosa1

    1. Introduo

    Este tema tem o objetivo de esclarecer os trmites de impor-tao das pequenas encomendas areas (remessas expressas), anali-sando sua tributao, vedaes e procedimento. Especificamente,visa a questionar se os tributos recolhidos nessas importaes somenores quando comparados com a carga tributria ordinria. Trata-se, portanto, de uma investigao que parte do problema para osistema, no sentido de verificar qual a melhor alternativa e analisarse a legislao em vigor deve ou no ser alterada.

    O assunto em pauta bastante complexo e controverso,porque envolve o procedimento aduaneiro, o tratamento tributrio etambm questes comerciais. A questo estratgica das operaesno ser analisada, far-se- uma abordagem tcnica e prtica emrelao aos tributos e procedimentos aduaneiros. Ou seja, no seranalisado se mais vantajoso pagar um imposto maior para manterou conquistar um cliente. Isso no nos cabe. Far-se-, sim, umcomparativo entre qual o imposto pago em uma importao deremessa expressa e qual o imposto pago, no mesmo caso, em uma

    1 Advogado; diretor da LEX Editora S.A.; graduado em Administrao Mer-cadolgica Marketing; especialista em Gesto de Comrcio Exterior MBA/Aduaneiras; consultor da Aduaneiras para assuntos de Importao durante15 anos. Membro da Comisso de Comrcio Exterior e Relaes Internacionais daOAB/SP 2009. Professor em cursos de Ps-Graduao e palestrante convidadopara apresentao em diversas instituies, tais como: Aduaneiras, OAB/SP; CEU Centro de Extenso Universitria; PNUD Programa das Naes Unidas para oDesenvolvimento; CNI Confederao Nacional da Indstria; Senai ServioNacional de Aprendizagem Industrial, entre outras. E-mail: [email protected]

  • Aplicao de Acordos Internacionaisem frente Legislao Interna e

    Prticas Reiteradas da Administrao Pblica. O Acordo Brasil Argentina sobre

    a Poltica Automotiva ComumEdison Aurlio Corazza1

    O presente livro, nada obstante versar sobre evento ocorri-do tempos atrs, mantm inclume o seu interesse doutrinrio porabordar caso relevante de aparente conflito entre normas contidasem acordos internacionais diante da legislao interna brasileira,com abordagem sobre a coexistncia entre estas normas ao longodo tempo e o tratamento que lhe foi conferido, no interregnorespectivo, pela Administrao Pblica junto aos contribuintes,com posterior tentativa das autoridades pblicas em remodelar oposicionamento tributrio at ento assumido pelo Estado, comtentativa de aplicao de efeitos retroativos ao seu novel entendi-mento sobre a matria perante os particulares. Estamos falando datributao reduzida de imposto de importao, incidente na impor-tao de autopeas destinadas ao processo produtivo, nos termosdos arts. 5 e 6 da Lei n 10.182, de 12 de fevereiro de 2001, vis--vis o Acordo sobre a Poltica Automotiva Comum pactuado entreBrasil e Argentina, nos termos estabelecidos pelo Decreto n 4.510,de 11 de dezembro de 2002, considerando-se especialmente ofato de que, conforme amplamente noticiado no final do ano de2005 e incio de 2006, a ento Secretaria da Receita Federal preten-deu exigir dos contribuintes deste setor, a diferena resultante deimposto de importao que teria sido recolhido em montante infe-

    1 Advogado em So Paulo, Ribeiro Preto e Campinas. Mestre e doutorandoem Direito Tributrio pela PUC/SP. Professor assistente no curso de Especializa-o em Direito Tributrio na PUC/SP. Diretor da Revista do Instituto de PesquisaTributria IPT. E-mail: [email protected]

  • O Crdito Presumido deIPI e sua no Tributao pelo PIS,

    Cofins, IRPJ e CSLEduardo Borges1

    1. Introduo

    1.1. Neste artigo ficar demonstrado que o valor do crditopresumido de IPI no est sujeito incidncia do PIS e da Cofins,nem do IRPJ e da CSL (quando estes ltimos tributos forem apu-rados com base no regime do lucro presumido).

    2. O Crdito Presumido de IPI: Origem,Evoluo e Contabilizao

    2.1. No ano de 1996, foi editada a Lei n 9.363 com oobjetivo de incentivar o aumento das exportaes. Coube a essa leia instituio do chamado Crdito Presumido de IPI, benefciofiscal institudo para desonerar os produtos exportados das incidn-cias tributrias de PIS e Cofins ocorridas na cadeia produtiva.

    2.2. Neste sentido, a Lei n 9.363/96 previu duas formasdiferentes de aproveitamento dos crditos presumidos de IPI. Emprimeiro lugar, ter-se-ia a compensao do valor apurado para ocrdito contra valor devido a ttulo de IPI referente s operaes nomercado interno. Logo, para uma empresa que exporta cerca de me-tade de sua produo, os crditos apurados com base nestas receitasserviriam para diminuir o total a ser desembolsado no momento dopagamento do IPI devido nas operaes de venda da outra metade daproduo.

    1 Advogado em So Paulo. Mestre em Direito Tributrio pela USP. Professordo LLM em Direito Tributrio do Insper. Diretor Social do Instituto de PesquisasTributrias IPT. E-mail: [email protected]

  • Atualidades Relativas aoCrdito Presumido de IPI A Viso

    dos TribunaisEduardo Borges1

    1. Introduo

    1.1. Neste artigo, sero apresentadas as principais polmi-cas acerca da interpretao da legislao que disciplina o crditopresumido de IPI (Leis ns 9.363/96 e 10.276/01), bem como oestgio atual dessas discusses perante os Tribunais Administrativose Judiciais.

    2. Incluso do Valor da Energia Eltrica na Base deClculo do Crdito Presumido

    2.1. As autoridades administrativas no concordaram, nombito da Lei n 9.363/96, com a incluso pretendida pelos contri-buintes dos valores pagos pela energia eltrica consumida, comoinsumo, na base de clculo do crdito presumido de IPI. Assim,fundamentaram seu entendimento no Parecer Normativo CSTn 65/79, que exige que o insumo inteiramente consumido no pro-cesso produtivo tenha que ter contato direto com o produto final,para que possa integrar o clculo do benefcio.

    2.2. Este entendimento j vinha sendo questionado peloConselho de Contribuintes do Ministrio da Fazenda, como se veri-fica nas decises abaixo transcritas:

    EMENTA: COFINS E PIS/PASEP INCENTIVOS FIS-CAIS Ressarcimento do valor dos crditos presumidosde IPI, decorrente das citadas contribuies sociais (MP

    1 Advogado em So Paulo. Mestre em Direito Tributrio pela USP. Professordo LLM em Direito Tributrio do Insper. Diretor Social do Instituto de PesquisasTributrias IPT. E-mail: [email protected]

  • Exportao Crdito Presumido daLei n 9.363/96 Ressarcimento da Cofins

    e da Contribuio para o PIS Medida Provisria n 1.807-2/99 e Reedies Suspenso do Incentivo entre Abril e

    Dezembro de 1999 Inconstitucionalidades

    Fernando Dantas Casillo Gonalves1

    1. Introduo

    No incio do ano de 1999, as empresas produtoras e expor-tadoras de mercadorias nacionais faziam jus ao crdito presumidocomo ressarcimento da Cofins e da Contribuio para o PIS inci-dentes sobre as aquisies, no mercado interno, de matrias-primas,produtos intermedirios e material de embalagem utilizados no pro-cesso industrial dos produtos exportados, conforme o art. 1 e seguin-tes da Lei n 9.363, de 16 de dezembro de 1996.

    Esse incentivo fiscal foi concedido aos exportadores paragarantir a recuperao da Cofins e da Contribuio para o PIS quevinham onerando a cadeia produtiva dos insumos utilizados na fabri-cao dos produtos exportados, evitando a malsinada exportao doencargo tributrio das duas contribuies suportado por eles aoadquirirem esses insumos e garantindo maior competitividade dasmercadorias no mercado internacional.

    Pela Lei n 9.363/96, o crdito presumido apurado sobre abase de clculo definida no seu art. 2, mediante o percentual de5,37% (cinco inteiros e trinta e sete centsimos por cento), ao qualrepresenta justamente o encargo da Cofins e da Contribuio para oPIS suportado pelo exportador, como confirma a Procuradoria Geral

    1 Advogado em So Paulo. Especialista em Direito Tributrio pela PUC/SP.Especialista em Direito Empresarial Internacional pelo CEU/SP. MBA em Direitoda Economia e da Empresa pela FGV. Membro do Conselho Editorial das RevistasIOB de Direito Administrativo e de Direito Tributrio. Membro do Instituto dePesquisas Tributrias IPT. E-mail: [email protected]

  • Drawback Suspenso Inadimplemento das Condies Previstas no Ato Concessrio

    Declarao de Importao e Termo de Responsabilidade Descrevendo os Tributos

    Suspensos Necessidade da Constituio do Crdito Tributrio pelo Lanamento nos Termos do

    Art. 142 do CTN Prazo Decadencial

    Fernando Dantas Casillo Gonalves1

    1. Deciso Comentada

    Superior Tribunal de Justia Segunda TurmaRecurso Especial n 463.481-RSRelatora: Ministra Eliana CalmonRecorrente: Recorrido: Fazenda Nacional

    EMENTA: TRIBUTRIO REGIME ADUANEIRO ES-PECIAL DE DRAWBACK SUSPENSO DESCUMPRIMENTO INCIDNCIA DO IMPOSTO DE IMPORTAO E DO IPI DESNECESSIDADE DE LANAMENTO INEXISTNCIA DEVIOLAO DO ART. 142 DO CTN DISSDIO JURISPRUDEN-CIAL NO CONFIGURADO.

    1. Inexistindo similitude ftica entre acrdos confrontados,no se conhece do especial pela alnea c do permissivo constitu-cional.

    2. O regime de drawback, institudo pelo Decreto-Lei n 37/66,consiste na suspenso ou eliminao de tributos incidentes sobreinsumos importados para utilizao em produto a ser exportado,servindo de incentivo s exportaes.

    1 Advogado em So Paulo. Especialista em Direito Tributrio pela PUC/SP.Especialista em Direito Empresarial Internacional pelo CEU/SP. MBA em Direitoda Economia e da Empresa pela FGV. Membro do Conselho Editorial das RevistasIOB de Direito Administrativo e de Direito Tributrio. Membro do Instituto dePesquisas Tributrias IPT. E-mail: [email protected]

  • O Combate Interposio Fraudulenta dePessoas nas Operaes de Comrcio Exterior.

    A Instruo Normativa SRF n 228,de 21 de Outubro de 2002.

    O Dever de Fiscalizao dos Agentes Pblicose os Direitos dos Contribuintes.

    Interesse Pblico e Interesse da Fazenda

    Guilherme Cezaroti1

    I Introduo

    Os agentes da administrao pblica, no exerccio de suaatividade de fiscalizao aduaneira, tm o dever de garantir a regula-ridade das transaes internacionais, combater as fraudes no comr-cio internacional e fiscalizar o correto recolhimento dos tributosdevidos ao Errio Pblico, sob pena de responsabilidade funcional.

    O exerccio da atividade funcional dos agentes da adminis-trao tributria deve ser compatibilizado com a eficincia e o pro-fissionalismo que so esperados dos agentes privados, de modo queas suas atividades devem ser complementares.

    Assim sendo, o agente da administrao pblica deve atuarde forma a no atrapalhar o adequado funcionamento de um contri-buinte, como demorar excessivamente para fazer uma fiscalizao,solicitar documentos desnecessrios ou reter mercadorias quandono h fundadas suspeitas de fraude por parte do contribuinte.

    Por outro lado, o contribuinte deve colaborar com o exerc-cio da atividade fiscalizatria, deixando todos os documentos disposio, apresentando as informaes solicitadas pela fiscaliza-o dentro de um prazo razovel, etc.

    Contudo, a experincia brasileira demonstra que o nicoque tem prejuzo com eventual desencontro de condutas o contri-buinte, que tem as suas mercadorias e documentos retidos por prazo

    1 Advogado em So Paulo e no Rio de Janeiro. Mestre em Direito Tributriopela USP. Membro do Instituto de Pesquisas Tributrias IPT. Membro da Comis-so Especial de Assuntos Tributrios da OAB/SP. E-mail: [email protected]

  • Desembarao Aduaneiro.Os Prazos e os Atrasos da Aduana.

    A Reteno de Mercadorias Requisitos Legais e Limites do Poder Executivo

    Jos Gomes Jardim Neto1

    Introduo

    Para o importador, a expresso tempo dinheiro reflete odia a dia de sua atividade. O atraso no desembarao aduaneiro podelevar a mais que um simples pagamento de multa por quebra decontrato, como na maioria das atividades empresariais, mas abrangerainda custos de armazenagem e sobre-estadia (demurrage), perda decompetitividade por variao cambial, insegurana quanto alquotaaplicada e at mesmo total perda da mercadoria, no caso de esta serperecvel.

    Neste contexto, considerando que o Brasil ainda no ofe-rece ao importador o nvel ideal de segurana e previsibilidade emrelao ao tempo que perder no desembarao de suas mercadorias,ele deve ser cuidadoso em cada um dos detalhes que eventualmenteatrapalhem o andamento do despacho aduaneiro. Isso passa pelaescolha dos profissionais envolvidos na operao, entre eles o despa-chante aduaneiro e a transportadora, bem como pela verificao decada elemento ou formalidade exigidos, tais quais a descrio exatada mercadoria, a correta classificao fiscal e o recolhimento dostributos incidentes. Se uma exigncia legal faltar ou estiver incom-pleta, grande a chance de o importador suportar atraso na liberaode suas mercadorias e os prejuzos dele decorrentes.

    No havendo culpa do importador ou de seus prepostos, oatraso no desembarao pelo Poder Pblico evidentemente deve servisto como grave desrespeito aos seus direitos, muitos de ndole

    1 Advogado em So Paulo. Mestre em Direito Tributrio pela USP. Membro doInstituto de Pesquisas Tributrias IPT. E-mail: [email protected]

  • A Contribuio Previdenciria do Produtor Rural Pessoa Fsica (Novo Funrural) Submisso Imunidade das Receitas

    Decorrentes de Exportao Aplicvel ao Adquirente Exportador

    Marcelo de Carvalho Rodrigues1

    I Apresentao do Tema

    No presente estudo, trataremos da incidncia da contri-buio previdenciria do produtor rural pessoa fsica e sua submis-so imunidade das receitas decorrentes de exportao aplicvel aoadquirente exportador.

    O debate acerca do presente crescente, especialmentefrente ao pujante desenvolvimento do agronegcio nos ltimos anos,seguido do incremento nas exportaes nos mais diversos setores denossa economia.

    Atravs da Emenda Constitucional n 33,2 de 11 de dezem-bro de 2001, inseriu-se dispositivo constitucional com o condo de

    1 Advogado em So Paulo. Membro do Instituto de Pesquisas Tributrias IPT.E-mail: [email protected] Art. 1 O Art. 149 da Constituio Federal passa a vigorar acrescido dosseguintes pargrafos, renumerando-se o atual pargrafo nico para 1:Art. 149 1 2 As contribuies sociais e de interveno no domnio econmico de quetrata o caput deste artigo:I no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao;II podero incidir sobre a importao de petrleo e seus derivados, gs natural eseus derivados e lcool combustvel;III podero ter alquotas:a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operaoe, no caso de importao, o valor aduaneiro;b) especfica, tendo por base a unidade de medida adotada. 3 A pessoa natural destinatria das operaes de importao poder serequiparada a pessoa jurdica, na forma da lei. 4 A lei definir as hipteses em que as contribuies incidiro uma nicavez. (NR)

  • Aspectos Tributriosda Importao de Software

    Maucir Fregonesi Junior1

    1. Introduo

    As operaes com software geralmente suscitam algumasdvidas no que tange o regime tributrio que se lhes aplica, tendo emconta no apenas a natureza peculiar do software, mas tambm aprpria complexidade de nosso Sistema Tributrio Nacional, que,contrariamente ao ordenamento jurdico de outros pases, onera oconsumo com pelo menos trs impostos distintos, isto , o Impostosobre Servios (ISS), o Imposto sobre Operaes Relativas Cir-culao de Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Trans-porte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao (ICMS), e oImposto sobre Produtos Industrializados (IPI), institudos por trsentes pblicos diversos (Municpios, Estados e a Unio Federal).

    Alm disso, se considerarmos o entendimento que se fir-mou acerca da tributao interna das operaes com software, veri-ficaremos que, na importao, as regras aplicveis para o softwareso um pouco distintas daquelas previstas para a importao de bense servios.

    Assim sendo, tendo em vista que o presente livro tem porescopo descrever os aspectos tributrios da importao de software,entendemos importante dividir nosso tema, trazendo algumas linhasa respeito do conceito de software e aspectos relevantes de suanatureza (Captulo 2), do Sistema Tributrio Nacional e da tributaointerna de bens e servios (Captulo 3), da tributao na importao

    1 Advogado em So Paulo. Mestre em Teoria Geral do Direito pela USP. Ps-graduado em Direito Tributrio pela PUC/SP. Membro do Instituto de PesquisasTributrias IPT. E-mail: [email protected]

  • Preos de Transferncia eValorao Aduaneira

    Maurcio Braga Chapinoti1

    1. Introduo

    O presente artigo tem por objetivo esclarecer o conflitoinerente s normas de valorao aduaneira e preos de transfernciaem vigor no sistema tributrio brasileiro, buscando uma soluo paratal conflito.

    Um dos principais problemas enfrentados pela globalizao a harmonizao tributria. A dificuldade em conciliar sistemastributrios to diversos imensa. Se, por um lado, buscamos reduzira tributao, aumentando e facilitando as relaes entre os pases; deoutro, os pases buscam garantir uma receita tributria justa paracumprirem suas obrigaes.

    Essa dicotomia gera distores em todos os sistemas tribu-trios, por mais sofisticados e modernos que sejam. Mesmo naComunidade Europeia, em que a harmonizao tributria uma metabuscada com afinco, existem diversas anomalias tributrias. Tantoque o nmero de casos envolvendo matria tributria na Corte Euro-peia de Justia (European Court of Justice) vem aumentando, assimcomo os estudos sobre regimes tributrios nocivos (harmful taxregimes). Conforme noticiado,2 h uma verdadeira guerra fiscalacontecendo entre os pases da Comunidade Europeia.

    1 Advogado em So Paulo. Ps-graduado em Direito Tributrio pela PUC/SP.Mestre (LLM) em Direito Tributrio Internacional pela Universidade de Leiden,Holanda. Membro do Instituto de Pesquisas Tributrias IPT. E-mail: [email protected] EUROPE GETS UP FOR TAX REFORM, International Tax Review De-cember 2006/January 2007, Euromoney Legal Media Group.

  • Breves Consideraessobre a Tributao das Operaesde Comrcio Exterior a partir de

    Portos Secos Industriais

    Rodrigo Maito da Silveira1

    I Introduo

    Por mais que existam grandes dificuldades a serem supe-radas para que o setor produtivo brasileiro tenha condies de con-correr com empresas de outros pases emergentes, de se destacar,na esfera do comrcio exterior, a existncia dos Regimes AduaneirosEspeciais,2 pelos quais, atendidos determinados requisitos, poss-vel obter benefcios operacionais, financeiros e, principalmente, tri-butrios.

    Ao menos em tese, por meio da utilizao dos RegimesAduaneiros Especiais as empresas brasileiras importadoras e expor-tadoras podem minimizar os efeitos deletrios do chamado custo-Brasil, valendo-se dos benefcios disponveis.

    1 Advogado em So Paulo. Mestre e Doutor em Direito Econmico Financeiropela USP. Ex-conselheiro titular da 4 Cmara do Conselho Municipal de Tributosde So Paulo. Membro do Conselho de Apoio e Pesquisa da Revista de DireitoTributrio Internacional. Diretor Administrativo do Instituto de Pesquisas Tribu-trias IPT. E-mail: [email protected] Os Regimes Aduaneiros Especiais tm como caracterstica principala concesso de benefcios, sejam fiscais, sejam operacionais, com vistas afacilitar o comrcio exterior. Os regimes previstos na legislao so: AdmissoTemporria, reas de Livre Comrcio, Depsito Afianado, Depsito Alfande-gado Certificado, Depsito Especial, Depsito Franco, Drawback, EntrepostoAduaneiro, Exportao Temporria, Exportao Temporria para Aperfei-oamento Passivo, Loja Franca, Recof, Recom, Repetro, Repex, Trnsito Adua-neiro.

  • O Procedimento Especial de Verificaoda Origem dos Recursos Aplicados

    em Operaes de Comrcio Exterior e Combate Interposio Fraudulenta

    de Pessoas A Instruo Normativa SRF n 228, de 21 de Outubro de 2002

    Rogrio de Miranda Tubino1

    I Introduo

    Muito comum, nos dias de hoje, que as empresas que sededicam a operaes de comrcio exterior venham a sofrer impe-dimentos alfandegrios para liberao de mercadorias importadas,situaes essas em que o desembarao ou a entrega so condicio-nados pela Secretaria da Receita Federal prestao de garantias,conforme exigido pelo procedimento denominado Radar.

    Como se sabe, a reteno ou o impedimento ao desembaraode mercadorias procedimento regulamentar apesar de indevido imponvel s pessoas jurdicas includas pela Delegacia da ReceitaFederal no Ambiente de Registro e Rastreamento da Autuao dosIntervenientes Aduaneiros (Radar) de que trata a Instruo Nor-mativa SRF n 228, de 21 de outubro de 2002 (IN SRF n 228/02), aqual assim dispe:

    Instruo Normativa SRF n 228, de 21 de outubro de 2002

    Art. 1 As empresas que revelarem indcios de incompa-tibilidade entre os volumes transacionados no comrcioexterior e a capacidade econmica e financeira evidenciadaficaro sujeitas a procedimento especial de fiscalizao,nos termos desta Instruo Normativa.

    1 Advogado em So Paulo. Graduado em Direito pela Faculdade de Direito daUniversidade Gama Filho no Rio de Janeiro. Mestre em Direito Tributrio Inter-nacional pela Facolt di Economia dellUniversit di Roma Tor Vergata. Espe-cialista em Imposto de Renda pela FGV. Membro do Instituto de PesquisasTributrias IPT. E-mail: [email protected]