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Depois de 35 anos de sólida experiência, oferecemos: Soluções legais e avançadas na sua vida comercial; Controle e racionalização da massa trabalhadora; Reacção rápida e eficiente em circunstâncias traumáticas - disputas matrimoniais, falecimento de ente queridos, acidentes de percurso, e ataques cerrados de Autoridades Reguladoras Cambridge Office Park, Cnr. Kirby and Oxford St. Bedfordview * Tel: +27 11 622 0960 * 072 881 3970 * 010 023 0824 Cell: +27 (0) 72 153 6760 * E-mail: [email protected] Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com * Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 20 DE JULHO DE 2020 “Consulados serão reforçados se retoma levar à ruptura” Mário Centeno nomeado governador do Banco de Portugal Suplemento Desportivo FC Porto Campeão * Crise afasta mais emigrantes de Portugal que o covid-19 - Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas página 6 última página

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Depois de 35 anos de sólida experiência, oferecemos:Soluções legais e avançadas na sua vida comercial;Controle e racionalização da massa trabalhadora;

Reacção rápida e eficiente em circunstâncias traumáticas - disputas matrimoniais, falecimento de ente queridos, acidentes

de percurso, e ataques cerrados de Autoridades ReguladorasCambridge Office Park, Cnr. Kirby and Oxford St. Bedfordview

* Tel: +27 11 622 0960 * 072 881 3970 * 010 023 0824Cell: +27 (0) 72 153 6760 * E-mail: [email protected]

Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com * Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 20 DE JULHO DE 2020

“Consulados serãoreforçados se retoma

levar à ruptura”

Mário Centenonomeado governadordo Banco de PortugalSuplemento Desportivo

FC PortoCampeão

* Crise afasta mais emigrantes dePortugal que o covid-19

- Secretária de Estado dasComunidades Portuguesas

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2 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 20 DE JULHO DE 2020

Não escondo nem nunca escondi que o amorda minha vida é o Sport Lisboa e Benfica.Sempre foi e sempre será. O Benfica é a únicacoisa sempre presente e constante na minhaexistência, nos bons e nos maus momentos.Na tristeza e na euforia.

Na desgraça e no sucesso. Longe ou perto.Por mais mal que esteja a desempenhar assuas funções futebolísticas, o Benfica é...bem, à falta de adjectivos – que não existempara descrevê-lo – o Benfica. Ali, naquele estádio magnífico da Luz – o an-

tigo era ainda mais majestoso – naquele tape-te verde todos os erros podem ser corrigidos,os problemas ficam lá fora e por uns meros 90minutos, completos estranhos e eu somos,bem... como diz o lema do meu clube demuitos um só. “E Pluribus Unum” significa issomesmo, de muitos um só. Pode também serinterpretado “um por todos e todos por um”.

Mas com este clube, que tem o recorde doGuinness de mais sócios pagantes de quotas,o Benfica é literalmente uma nação e o reflexoda nação. Com casas do Benfica espalhadasnos quatro cantos do Mundo, nenhum clubemove a paixão, nem faz a exaltação explodirem pura alegria quando ganha.

Desde a baixa de Lisboa na Praça do Mar-quês de Pombal, à baixa de Maputo, Luanda,Macau, Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Prín-cipe, Guiné-Bissau aqui na África do Sul e emmuitos outros lados do globo, quando o Ben-fica ganha o campeonato, as pessoas saem àrua e celebram em conjunto. Todos sob omesmo semblante. E isso não tem preço, nãotem medida. É a expressão pura da místicaque envolve e exala do clube da Luz.

Nada me emociona tanto como ouvir 65 milgargantas cantarem o hino do clube ou o gritode golo em uníssono. O cheiro das bifanas edos pregos nas roulottes por trás do estádio. Aromaria feita por baixo da segunda circular oua forma como milhares de camisolas verme-lhas “pintam” as ruas ali de Benfica, o centrocomercial Colombo e os transportes públicos.

Mas, os jogadores que hoje envergam o“manto sagrado” não são dignos de o fazernem pouco mais ou menos se podem apelidarde benfiquistas. São uns meros mercenáriosque só querem saber das próprias contas ban-cárias e dos patrocínios e em nada dignificamo clube. O Benfica tinha uma vantagem de 7 pontos e

na segunda volta decidiram deitar o campeo-nato a perder porque não encaravam maiscom o treinador. Porquê? Recordo que já ti-nham feito isto ao Rui Vitória. E para quê? De-viam era ter jogado, ganho o campeonato edepois, em colectivo, reunir com o presidentee explicar a necessidade de mudar de treina-dor.

Ao FC Porto, parabéns. Pelo 29º campeona-to conquistado. Aos “jogadores” do Benfica,vergonha por terem deitado fora um título.

Seja como for, o meu amor, o meu apoio nãovai para indivíduos – ídolos todos temos – massim para o clube e o que representa. E por is-so digo sempre, “sou do Benfica e isso me en-vaidece”!

O amor da minhavida refém de uns mercenáriosbadamecos!

O Meu Aparo!

por Michael Gillbee

Segundo previsões de organizações mundiaisde saúde e de luta contra a pobreza, o “Covid-19” está como galopante a agravar a crise defome em certos pontes críticos do globo, assimcomo a criar novos epicentros em todo o mundo,prevendo-se com isso que até ao final do ano emcurso possam em estimativa morrer doze milpessoas por dia devido à situação de fome, porconseguinte um número superior à da transmis-são do vírus dessa pandemia, com milhões deprodutores de alimentos empobrecidos, e comisso os que para eles trabalhavam na agriculturaparalisados, o que não deixa de ser altamentepreocupante. Como tal, o programa mundial de alimentos das

Nações Unidas estima que o número de pessoasa sofrer de fome no mundo poderá, como drásti-co, aumentar para duzentos e setenta milhõesantes do final deste ano, provocada pela pan-demia, que assustadoramente vai infectando eceifando vítimas em série, sem que se consigauma vacina ou outro medicamento eficaz paracombater a propagação desse maligno vírus.

Ainda no entender das mesmas organizações,os países e regiões mais apontadas por este ce-nário de fome extrema são o Iémen, a Repúblicado Congo, o Afeganistão, a Venezuela, o Sahel,a Etiópia, o Sudão, o Sudão Sul, a Síria e o Haiti,não excluindo alguns da África Ocidental, apon-tando ainda outros de rendimento médio, em quese enquadram a Índia, a África do Sul e o Brasila ter níveis crescentes de fome causados poressa pandemia, e até os tidos como mais ricosdo mundo não estarem imunes desse flagelo,que pode matar mais do que o dito vírus, motivopara muita apreensão.No respeitante à África do Sul diremos que com

a entrada de muitos ilegais, que viam neste paíso bastião com estruturas no continente para po-der superar certas carências, a verdade é quenem todos os que nele se infiltraram, uns por nãoterem qualquer especialização, e outros nãoobstante qualificados, mas que com os lugaresque procuravam preenchidos, ultimamente agra-vados pelo encerramento de muitas firmas e es-tabelecimentos de vária ordem provocado pelo“Coronavírus”, se verem obrigados em último re-curso, a optar por outros sistemas de vida, in-cluindo pequenos negócios de venda de fruta eoutros artigos, em frente ou ao lado de estabe-lecimentos que para comercialização de idênti-cos produtos pagam as suas contribuições legaisao Estado, daí a revolta dos proprietários de mui-tos deles.

Enquanto no meio de tudo isto há um significa-tivo número oriundo de países vizinhos, outroscomo Zimbabwé, Zâmbia, Zaire, Nigéria, e outros até do leste europeu que se entregam adiferentes tarefas, outros há que em situação afli-tiva são vistos a estender a mão à caridade emcruzamentos de ruas onde o trânsito é controla-do por semáforos, uns que por deficiência ou ida-de avançada salta à vista a reconhecida necessi-dade e o apoio se torna premente, e outros quepelo aspecto e maneira como se apresentam,não escondem ser vítimas do álcool e da malva-da droga, nódoas negras que geralmente mar-cam tantas pessoas atingidas por essa tortura.

A estes a ajuda de cada um de nós, pequenaque seja, poderá evitar que alguns desses caren-ciados venham a morrer desprezados pela socie-dade numa valeta, atrás de uma parede, debaixode uma ponte, ou ao relento em que nestes tem-pos friorentos o seu único agasalho para per-noitar, na maior parte dos casos, ser o cartão ouqualquer outra embalagem de papel resistenteque os resguarde e sirva de cama.Por outro lado, quanto a nós, como certamente

deve ser a opinião da esmagadora maioria depessoas de bem, é preferível estender a mão àcaridade, do que optar pelo roubo ou enveredarpela violência, sacrificando e assassinando pes-soas indefesas, como infelizmente disso assus-tadoramente por vezes vamos assistindo, outomando conhecimento. Se com essas dificuldades e carências se vinha

vivendo no país, a verdade é que com a situaçãocausada pelo “Coronavírus”, tudo mais se com-plicou e agravou, passando-se a viver, como de-ve ser o caso em todo o mundo, para além deincerteza quanto ao futuro, o facto de no ama-nhã, vitimados pelo alastrar desse vírus, de queninguém está livre vir a contrair, estarmos a pres-tar contas a Deus, coisa que antes desta pan-demia ninguém imaginaria, mas que infelizmente

se vai tornando realidade.Vamos pois tentar, embora com alguma preocu-

pação, mas sem nunca entrar em pânico, cum-prindo à risca o uso de máscara e outras indica-ções compatíveis, viver o dia-a-dia o mais des-contraído possível, para com isso evitar contrairoutras doenças, incluindo as nervosas e esgota-mentos cerebrais, que por sua vez não só dei-xam marcas para toda a vida, como em certoscasos até sido fatais, como infelizmente em tan-tas vezes tem acontecido, na maior parte doscasos por desleixo ou comodismo, confiandomelhoras no amanhã, ou quando mais tarde oagravar do mal se tornar insuportável, tentarcombatê-lo através de recomendados produtosmedicinais, só que por vezes tarde demais.

MORRER SEM DIGNIDADE

Chegou-se ao ponto, isto para prevenir infec-ções causadas pelo “Covid-19”, só um limitadonúmero de familiares mais próximos poderemassistir ao funeral dos seus ente queridos, istopara não falar da quantidade de corpos que emsacos plásticos são armazenados em grandes

câmaras frigoríficas, para posteriormente seremencaminhados para autópsia ao Instituto deMedicina Legal, ou seguirem para crematóriosou cemitérios onde serão sepultados, com asperspectivas a indicar, caso não venha a sercombatida a pandemia, e o número de mortos aaumentar assustadoramente em certos países,poderem provavelmente muitos desses cadáve-res, dado o seu volumoso número, sem sequerchegarem a ser identificados, virem a ser sepul-tados em valas comuns, como comparadas a is-so, só que por enquanto em escavações indivi-duais paralelas, já se verifica no Brasil.Tem sido uma catástrofe, que do género não há

memória, nem ninguém sabe verdadeiramentequando poderá ser combatida, deixando semesse prognóstico governantes de muitos paísesapreensivos, e os de recursos limitados e econo-mias mais frágeis temerem até como mais graveo colapso, e aí sem soluções para poderem darao seu povo a mínima das mínimas condições devida, só lhes restando para o evitar, confiar nasolidariedade e compaixão das reconhecidaspotências mundiais.

Vicente Dias

Uma mulher de 80 anos, da província de FreeState, que foi atacada com um cano de ferro ecaiu em clima abaixo de zero (-5 ° C) sobreviveuao crime. Ela foi deixada no Lesoto com os pésdescalços, vestindo apenas uma camisola, e semóculos, tropeçou nas pedras e na lama áspera àprocura de ajuda.

Daleen van der Hoven, 80 anos, foi atacada nasua fazenda, em Wanatha, na região de Zastron,Free State, antes de ser sequestrada para o vi-zinho Lesoto.

A filha de Van der Hoven, Lize du Plessis, deBloemfontein, disse que sua mãe está a recupe-rar em casa depois de receber alta do HospitalLife Rosepark mais de uma semana após o ata-que e onde esteve internada na unidade de trata-mentos intensivos durante seis dias.

Os agressores queimaram o seu veículo demarca Audi, com o qual haviam fugido e atraves-sado a fronteira, a cerca de 2,5 km de onde ahaviam deixado, quando, segundo um dos queforam presos, o carro ficou imobilizado.

O médico, neurocirurgião de Bloemfontein, dis-se que "ela é uma mulher de ferro e realmentecorajosa de Voortrekker".

Sublinhou que nunca tinha visto ninguém naidade dela que fosse tão forte e corajoso. Ela foiuma inspiração para todos na unidade de trata-mentos intensivos.

Van der Hoven foi espancada no quarto dela,onde os agressores exigiram dinheiro. Os sus-peitos escaparam com alguns milhares de randes

em dinheiro, valiosas relíquias da família, comojóias e três rifles que pertenciam ao pai, o faleci-do Naas van der Hoven.

Os quatro supostos agressores, todos presumi-velmente cidadãos do Lesoto, fugiram pela fron-teira com a vítima no banco de trás. Agredidanovamente, conseguiu escapar dos agressores,enquanto estes tentavam pôr o carro a trabalhar,depois de ter ficado imobilizado.

Du Plessis diz que dois homens com antece-dentes criminais na África do Sul foram presospela polícia do Lesoto em conexão com o crime.Um conseguiu escapar e está em fuga. A políciaestá neste momento à procura de mais três,todos do Lesoto.Du Plessis diz que seu irmão, Wally van der Ho-

ven, que mora na fazenda com a mãe e que tam-bém possui a sua própria propriedade nas pro-ximidades, já fez tudo ao seu alcance para me-lhorar a segurança no local e ajudar a polícia aseguir pistas para a captura dos criminosos.

Van der Hoven não estava na fazenda quandosua mãe foi atacada.

O irmão diz ter ficado na enfermaria do HospitalLife Rosepark 17 horas após o ataque, porqueela teve que fazer o teste de covid-19 antes deser internada na unidade de tratamentos inten-sivos do hospital.

O coronel Thandi Mbambo, porta-voz da Políciada província de Free State, confirmou o ataque edisse que Van der Hoven foi severamente agredi-da com uma barra de ferro.

Mulher de 80 anos sobrevive depois desequestrada em Free State e deixada com os pés descalços no clima de -5 °C no Lesoto

Fome pode matar mais no Mundo do que o vírus do “Covid-19”

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20 DE JULHO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 3

COMUNIDADE: Notícias de Durban

ÁFRICA DO SUL

Escolas e outras instituições de educação emDurban, assim como em todas as províncias dopaís, foram obrigadas a evitar concentrações dealunos, professores e pessoal não docente nosrecintos académicos.

Minimização da duração de intervalos entre asaulas. Condições sanitárias, distanciamento físi-co e obrigatoriedade do uso de máscaras, sendouma das medidas de prevenção para limitar apropagação.

O presidente Cyril Ramaphosa nomeou na se-mana passada Robert McBride para o cargo dedirector do Departamento Externo dos ServiçosSecretos (SSA). O ex-IPID (Direcção Indepen-dente de Investigação Policial), assumirá assim otrabalho de coordenação da inteligência externada África do Sul.

Ele assume o comando de uma das posiçõesmais importantes numa organização repleta devagas, instabilidade e conflitos internos.

Sua nomeação foi aclamada como um esforçopara trazer estabilidade à SSA e profissionalizaros serviços de inteligência no país.

O nome de McBride foi elogiado pelo cargo aolado do ex-vice-ministro de Energia Thembi Ma-jola, que renunciou ao cargo em 2016.

Por fim, McBride provou ser o candidato prefe-rido de Ramaphosa, já que os serviços de inte-ligência do país estão em choque.

Sua primeira tarefa será estabilizar a filial es-trangeira que tinha um chefe interino, Joyce Ma-shele, nos últimos quatro anos.

McBride terá que ocupar cargos importantes naorganização, começando com um vice-directorresponsável pela inteligência do "resto do mun-do" fora da África.

REESTRUTURAÇÃO

A nomeação de McBride vem como esforçospara reestruturar a agência de inteligência dopaís de volta à sua estrutura operacional inicialde ter duas entidades separadas responsáveispela inteligência nacional e externa .

Um relatório de alto nível sobre a SSA, lideradopelo ex-ministro Sydney Mufumadi, recomendouque ele voltasse ao seu antigo modo de trabalho,com a Agência Nacional de Inteligência lidandocom inteligência externa e o Serviço Secreto Sul-Africano.

Mas os esforços para alterar a Lei de Inteligên-cia têm sido discutidos, já que o projecto aindadeve ser apresentado ao Gabinete para aprova-ção.

Em 2019, Ramaphosa anunciou em seu discur-so sobre o estado da nação que os serviços deinteligência do país estavam em choque.Os esforços para estabilizar a organização atin-

giram um obstáculo, com o conflito entre o minis-tro da Inteligência Ayanda Dlodlo e o director-ge-ral interino, Loyiso Jaftha.

Diz-se também que Dlodlo teve um desentendi-mento com o nomeado por Ramaphosa comochefe do ramo doméstico da SSA, Sam Muofhe.

Embora os funcionários dos serviços de inteli-gência tenham recebido com satisfação a no-meação de McBride, eles alertaram que a insta-bilidade na SSA provavelmente persistirá, já queo contrato de Jaftha como director-geral interinoexpirou no final de Junho e foi prorrogado pormais dois meses.

Em Maio, Ramaphosa prorrogou o contrato deMuofhe por mais um ano e não se espera que oprorrogue ainda mais.

Dois especialistas disseram que o principal tra-balho de McBride era limpar a agência de ele-mentos nocivos enquanto trabalhava simulta-neamente para aumentar as capacidades de in-

teligência da África do Sul no continente e alémfronteiras.Sua nomeação foi bem-vinda pelo maior partido

da oposição no país, Aliança Democrática (DA),mas questionada por outras organizações políti-cas.

"O promotor espera que McBride supere a polí-tica e faça o trabalho que ele e a agência devemfazer", disse o partido em comunicado.O queixo caiu quando seu contrato não foi reno-

vado como chefe do IPID no ano passado.Passou a trabalhar no Departamento de Serviço

Público e Administração, onde chefiou uma uni-dade de ética anticorrupção.

Foi aqui que ele trabalhou em estreita colabo-ração com Dlodlo quando ela ainda era ministradaquele departamento.

O

A nomeação de Robert McBride como chefe da fil-

McBride nomeado director do DepartamentoExterno dos Serviços Secretos do Estado

A epedemia do coronavírus no KwaZulu Natal ésentida por muitos dos seus habitantes, mas emespecial pela comunidade portuguesa radicadana província, pelas organizações que planeavame organizavam convívios tais como almoços,jantares e festejos alusivos à nossa cultura, tradi-ções, história, religião, etc.. Algumas das organi-zações foram contactadas pelo nosso Jornal parasumarizar a situação corrente.A APKZN, o lugar mais frequentado pelos mem-

bros da nossa comunidade, tem sido muito afec-tada durante o período de confinamento. A Asso-ciação foi encerrada a 22 de Março e só reabriuparcialmente a 5 de Julho. Durante o encerra-mento foram preparadas algumas refeições parafora, durante o período de autorização.

O bar que era o maior contribuinte financeiropara o pagamento das despezas desta organiza-ção, está completamente encerrado devido a nãoserem autorizadas vendas de bebidas alcoólicas.

Na reabertura estiveram presentes 19 pessoasno sábado e 15 no domingo. A restauração abriumas com muitas restrições. Na parte do desportoestá tudo cancelado, com excepção do jogo desueca que é disputado irregularmente.

Os trabalhadores estiveram empregados du-rante o período de encerramento, mas com um

salário reduzido e devem cumprir as recomenda-ções de segurança e higiene.

O presidente da Direcção, José da Silva, estámuito preocupado com a presente situação. Soli-cita-se que os membros da Associação mante-nham as quotas em dia e os membros da comu-nidade e as organizações portuguesas na pro-víncia suportem a APKZN.

A Academia do Bacalhau de Durban realizou oúltimo almoço no sábado do dia 14 de Março.Muitos dos membros da Academia estão em ris-co de categoria elevada. Antes de programar opróximo almoço que deve de ter lugar numaforma segura para os compadres, comadres econvidados para não colocarem as suas vidasem risco. A comunicação tem sido mantidaatravés de WhatsApp e por telefonemas.

O vinho tinto é parte da tradição da Academiado Bacalhau e as propostas feitas para alterar a

legislação em relação à tolerância zero de con-sumir bebidas alcoólicas e conduzir, terá um efei-to substancial, especialmente no brinde de Ga-vião de Penacho, daí o plano estar a ser aindaanalisado pelos compadres e comadres.A Academia do Bacalhau de Durban, continuará

a usar as facilidades da APKZN para as suas fun-ções. A Assembleia Geral nornalmente realizadaem Abril, mas devido à pandemia do Covid-19ainda não foi feita. O novo Presidente eleito teráa oportunidade de fazer algumas mudanças paraenglobar os novos requerimentos.

A Sociedade Portuguesa de Beneficência doKwaZulu Natal Trust contactada pelo Séculoatravés da sua presidente explicou a situaçãoque está a atravessar nos últimos meses com osurgimento do novo coronavírus.. O último con-vívio quinzenal teve lugar no dia 11 de Março,cuja iniciativa deu lugar em 2007.O próximo será realizado quando a situação es-

tiver mais segura. O almoço anual para angaria-

ção de fundos foi adiado e recentemente cancela-do, devendo provavelmente ter lugar em 2021 eestá decidido que as instalações da APKZN se-rão o local ideal.

Desde a implementação do ‘lockdown’ a Socie-dade tem recebido alguns donativos da comuni-

Os membros da Direcção da Representação daComunidade Madeirense de Durban, conside-rando as circunstâncias actuais da pendamia decovid-19, decidiram anular as celebrações do Diada Região Autónoma da Madeira e das Co-muni-dades Madeirenses 2020.

Esperam que no próximo ano possam tornar aorganizar estas celebrações que se iniciaram em1989 e têm sido realizadas durante os últimos 31anos. Nos passados seis anos teve lugar na APKZN e

sendo possível também em 2021.

dade, assim como de alguns colaboradores quesão usados para suportar e assistir aqueles quetêm mais necessidades e espera que continuem.

Há mais de dois anos que a Beneficência nãorecebe qualquer assistência do Governo Portu-guês.

APKZN reabriu mas enfrentamuitas restrições

TEM SIDO ESTE AMBIENTE NOS MOMENTOS DE FESTAS NA COMUNIDADE DE DURBAN

Academia do Bacalhau de Durban analisa convívios sem vinho para o “Gavião de Penacho”

Comunidade apoia Sociedade Portuguesa de Beneficência do KwaZulu Natal Trust

Representação da Comunidade Madeirense de Durban adiou festejos do Dia da Região

Igrejas obrigadas a adiaralgumas celebrações

Nas igrejas e locais de culto, devido ao distan-ciamento social e proximidade entre membrosdas várias comunidades, existe o risco de propa-gação do vírus. Além disso, nota-se elevada fre-

quência de pessoas com mais idade. Foi necessário limitar ou adiar algumas cele-

brações, quando não é possível cumprir os re-querimentos. Não tocar em objectos ou substân-cias do local de culto, tais como a água benta eincentivar pessoas com factores de risco assis-tirem às celebrações através de meios alterna-tivos.

Escolascumpremregras

Textos de João de Gouveia

* Há mais de dois anos que não recebe qualquer assistência de Lisboa

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4 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 20 DE JULHO DE 2020

ÁFRICA DO SUL

A embaixadora da África do Sul na Dinamarca,Zindziswa Mandela, faleceu aos 59 anos na ma-nhã de segunda-feira, num hospital de Joanes-burgo e cujo o funeral teve lugar na sexta-feira noFourways Memorial Park.

Filha mais nova do ex-presidente Nelson Man-dela e Winnie Madikizela-Mandela, ela será lem-brada por seu discurso empolgante num comíciodo Soweto em 1985, onde leu a carta de rejei-ção do seu pai da oferta de libertação do entãopresidente PW Botha, com a condição de que elerenunciasse à violência..Também foi uma figura proeminente na demo-

cracia pós-apartheid no país, onde serviu comoprimeira-dama da África do Sul de 1996 a 1998até que seu pai se casasse novamente e depoisservir a nação como embaixadora.

A ministra das Relações Internacionais e Co-operação, Naledi Pandor, disse: "Zindzi não serálembrada apenas como filha dos nossos heróisda luta, Tata Nelson e Mama Winnie Mandela,mas também como heroína da luta por si mesma.Ela serviu bem a África do Sul".A 10 de Fevereiro de 1985, com 24 anos, subiu

ao palco durante um comício no Soweto, ondeleu uma carta do seu pai, cujo conteúdo naquelaépoca não era permitido legalmente por mais de20 anos."As autoridades prisionais tentaram impedir que

essa declaração fosse feita, mas Madiba nãoaceitou e deixou claro que faria uma declaraçãoao povo", disse Zindzi ao iniciar seu discurso,justificando a atitude do pai."Estranhos como Betham, da Inglaterra, e o pro-

fessor Dash, dos Estados Unidos, nas últimassemanas foram autorizados por Pretória a vermeu pai sem restrições, mas Pretória não podepermitir que as pessoas ouçam o que ele tem adizer directamente".

"Ele deveria estar aqui para lhe contar o quepensa dessa declaração. Ele não tem permissãopara o fazer. Minha mãe, que também ouviu suaspalavras, também não pode falar connvosco ho-je."

Na sua carta, Nelson Mandela agradecia àFrente Democrática Unida (UDF) pela batalhacontra o apartheid, elogiava o arcebispo Des-mond Tutu pelo Prémio Nobel da Paz, acrescen-tando que o prémio pertencia a todas as pessoase sua rejeição à oferta de lançamento de Botha.

"Estou surpreendido com as condições que ogoverno deseja impor a mim. Não sou um ho-mem violento. Foi somente quando todas as for-mas de resistência não estavam mais abertaspara nós que nos voltamos para a luta armada",dizia a carta de Nelson Mandela.

"Que liberdade estou a ser oferecida enquantoa organização das pessoas permanece proibi-da?".

Zindzi Mandela nasceu a 23 de Dezembro de1960, no mesmo ano em que o Congresso Na-cional Africano lançou a sua ala militar Umkhontowe Sizwe para derrubar o regime do apartheid.

Na sua autobiografia Long Walk to Freedom,Nelson Mandela escreveu que Zindzi recebeu onome da filha do poeta Xhosa Samuel Mqhayique ele admirava e que, quando viu a filha pelaprimeira vez, disse "u Zindile", que significa "Vo-cê está bem estabelecida".

Quando ela tinha 18 meses, seu pai foi enviadopara a prisão e só viria a ser libertado em 1990 -27 anos depois.

Durante a sua infância, muitas vezes era deixa-da aos cuidados de sua irmã mais velha Zenani,quando sua mãe Winnie foi mandada à prisãopor contínua oposição ao apartheid.Zindzi e Zenani foram enviadas para uma esco-

la indiana, contra os regulamentos do apartheid,para receber uma boa educação, mas quando asautoridades se opuseram a isso, seus pais asmandaram para um internato na Suazilândia.

Em 1975, foram feitos planos para Zindzi, com15 anos, ver seu pai pela primeira vez desde ostrês anos de idade, falsificando seus documentosde nascimento para indicar que ela tinha 16 anose, portanto, poderia visitar legalmente os presos."Ela era uma filha que conhecia o pai através de

fotografias antigas e não de memória", escreveuNelson na sua autobiografia.

"No fundo, ela devia ter ressentimento e raivapor um pai que estava ausente durante sua in-fância e adolescência."

Quando Zindzi finalmente viu o pai na prisão,Nelson Mandela disse: "Através do vidro, eu po-dia vê-la segurando as lágrimas enquanto con-versava".

BIOGRAFIA

Zindzi estudou Direito na Universidade da Cida-de do Cabo, onde obteve um diploma de ba-charel. Em 1978, uma colecção de suas poesiasfoi publicada no livro Black as I Am, com foto-grafias de Peter Magubane.Durante sua carreira política, foi vice-presidente

do Congresso da Juventude de Soweto, membroda Campanha Release Mandela e era uma ope-radora clandestina de Umkhonto we Sizwe.Depois de Nelson Mandela ser eleito presidente

da África do Sul e separado de Winnie, Zindzi foiescolhida para se tornar a primeira-dama da Áfri-ca do Sul de 1996 até que seu pai se casassenovamente com a ex-primeira-dama de Moçam-bique, Graça Machel, em 1998.

Em 2014, foi incumbida para o cargo de em-baixadora da África do Sul na Dinamarca, ondechegou em Junho de 2015.

Ela provocou polémica em Junho de 2019,quando, como embaixadora, publicou uma sériede mensagens nas redes sociais: "apologistas doapartheid e ladrões de terra", no mesmo mês emque expressou seu "profundo e puro amor incon-dicional e respeito" por Economic Freedom Figh-ters (EFF) de Julius Malema.As mensagens foram condenadas pela ministra

das Relações Internacionais e Cooperação Na-

ledi Pandor, pelo ex-presidente Thabo Mbeki epor vários partidos da oposição.Zindzi Mandela deixa quatro filhos e seu segun-

do marido, Molapo Motlhajwa, que era membroda Força de Defesa Nacional da África do Sul.

RAMAPHOSA LAMENTA A MORTE NA MESNA SEMANA DACOMEMORAÇÃO DO DIA DE MANDELA

O presidente Cyril Ramaphosa disse que a tris-teza da sua morte foi agravada pelo facto deacontecer a apenas alguns dias de o mundocomemorar o aniversário do seu pai, 18 de Julho.

"Zindzi Mandela era um nome familiar nacionale internacionalmente, que durante os nossosanos de luta trouxe para casa a desumanidadedo sistema do apartheid e as resoluções inaba-láveis da luta pela liberdade", disse Ramaphosa.

Durante uma entrevista no Festival Internacio-nal do Livro de Edimburgo em 2018, Mandeladisse que, apesar de todas as dificuldades quesua família suportou, ela não teria nenhumaoutra maneira.

"Isso é tudo que eu sei. Todo o resto é apenasuma fantasia. E o que aprendi disso é me definirnão de acordo com o que sofri, a angústia e as-sim por diante, mas de acordo com como sobre-vivi a isso", disse Mandela.

MANDLA MANDELA SENTE 'GRANDE DOR'PELA MORTE SÚBITA DA TIA ZINDZI

O seu sobrinho, Mandla Mandela, neto do ex-presidente Nelson Mandela, prestou a sua home-nagem a Zindzi na rede social Instagram, dizen-do que a morte havia arrebatado outro membrode sua família muito cedo e deixado um enormeabismo de dor.

"Devemos sempre guardar boas lembrançasdela como uma lutadora de liberdade, destemidae orgulhosa", acrescentou Mandla.

"Zindziswa, a filha mais nova do meu avô NkosiDalibhunga [Nelson Rolihlahla Mandela], deMam Winnie, era muito próxima do meu pai,Makgatho Lewanika Mandela, na sequência doencarceramento de uTatomkhulu. Meu pai agiucomo figura paterna para ela durante este difícilTempo.Minha lembrança mais antiga e mais querida da

infância dela foi quando pronunciei erradamenteo nome dela e a chamei de 'Zinjisha' para a diver-são de todos. Tenho boas lembranças da viagempara Brandfort no fusca (Beetle) roxo, para visitarMam Winnie", disse Mandla.

"Ela e meu pai também foram determinantespara marcar minha visita à prisão de Pollsmoor,para conhecer meu avô pela primeira vez. Soueternamente grato por isso ter sido um marcoimportante na minha vida e a gênese de minhaeducação política em tenra idade. "

Ele disse por um longo tempo que Zindziswaera o único membro da família Mandela que re-sidia na rua Vilakazi, 8115, em Soweto, onde osdois compartilhavam muitas lembranças afectu-osas e preciosas.

"Toda vez que eu passava, ela me ensinava atocar piano no salão".

"Sua voz poderosa e corajosamente carregou etransmitiu o desafio resoluto de Nelson Mandelacomo desmantelar o apartheid, libertar todos ospresos políticos e aqueles que haviam sido ba-nidos, retorno de todos os exilados e garantiractividade política livre. É assim que devemoslembrar dela com carinho e lembrar a longa ca-minhada para a liberdade", disse o neto doprimeiro presidente da África do Sul democática.

Eduardo Ouana

Zindzi Mandela - uma figura proeminente na democracia pós-apartheid no país* Embaixadora na Dinamarca, filha de Madiba faleceu aos 59 anos

ZINDZI MANDELA

ZINDZI MANDELA COM O PAI NELSON MANDELA ZINDZI MANDELA DURANTE UMA MANIFESTAÇÃO JUVENIL

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20 DE JULHO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 5

ÁFRICA DO SUL

O ex-líder do DA, Mmusi Maimane, diz que osfactos mostram que houve um aumento nos ca-sos de covid-19 nas escolas, estando preocupa-do com a sua reabertura, e não incomodadocom as críticas de que está a ser alvo com seupedido de encerramento.

Sustentou que a aprendizagem através de on-line deve ser usada enquanto as escolas perma-necerem fechadas durante o pico de infecções.

Como o Departamento de Educação Básica(DBE) ameaça recorrer a um tribunal para im-pedir interrupções nas escolas, o líder do novopartido Movimento da África do Sul (OSAM),disse que também está disposto a ir ao tribunalnuma tentativa de interromper o ensino nas sa-las de aula.Falando ao News24 na terça-feira de manhã,

Maimane disse que ser criticado e acusado po-liticamente não é nenhuma novidade para ele.

Informou que tudo o que ele pede é que as es-colas fechassem durante o pico da pandemia edefende uma aprendizagem on-line combinadapara todos os alunos, especialmente os de Ma-tric.

"Se for preciso fazer isso [levar o assunto aomais alto tribunal], devemos fazê-lo. Levamos oassunto ao tribunal e agora temos que subir aopróximo nível no que diz respeito a acções le-gais.""Tudo o que estou a pedir é que o governo diga

simplesmente: 'Vamos ajustar o currículo desteano, adiaremos os exames, vamos fornecer dis-positivos para os alunos de Matric, para queeles possam estudar on-line e ter lições mistas',porque quando temos todas essas coisas nolugar, podemos realmente garantir que ninguémseja deixado para trás e que possamos comba-ter o vírus", disse Maimane.

Maimane criou uma petição a pedir que o go-verno não "jogue" com a vida das crianças, quepede à ministra da Educação Básica, AngieMotshekga, que reconsidere a decisão de rea-brir as escolas, e que recebeu só na terça-feira,mais de 192 mil assinaturas de sua meta de 200mil.

Falando ao News24 afirmou que a reabertura

de escolas enquanto as infecções estão aaumentar é "irracional". Que o argumento do de-partamento de que os alunos não estavam emrisco não tinha fundamento com os factos, con-siderando o número de casos que foram regista-dos entre professores e alunos desde a reaber-tura das escolas a 8 de Junho.

Sublinhou que as crianças de origens mais po-bres foram afectadas principalmente, emboranão fosse o caso daqueles que frequentavamescolas suburbanas organizadas.

"As crianças pobres dependem de táxis para irà escola. Agora, os táxis estão sendo carrega-dos a 100%. O mesmo Departamento de Educa-ção Básica chegou ao tribunal para argumentarque, na verdade, as crianças não eram realmen-te portadoras do vírus. Agora, é estranho quan-do se percebe que existem crianças que estão amorrer e professores infectados pelo covid-19.

"Basicamente, a decisão que o Departamentode Educação Básica está a adoptar [para man-ter as escolas abertas] é irracional. É por issoque não pode sustentar o argumento. A razãopela qual fizemos o protesto e eles [o departa-mento] ameaçou com uma acção judicial porquesabem que suas decisões são irracionais ",notou Maimane.

Na penúltima sexta-feira, o OSAM liderou ma-nifestações fora das escolas e da sede do De-partamento de Educação Básica em Pretóriasob a campanha SchoolStayAway, tendo deixa-do um memorando.Reagindo às interrupções, o departamento dis-

se que era lamentável que os líderes escolhes-sem as escolas como teatros de "postura políti-ca e tremor muscular" enquanto trabalhava paragarantir que o ensino e a aprendizagem aconte-cessem em ambientes seguros, sublinhandoque não descarta recorrer ao tribunal para efei-tos de protecção contra aqueles que estão"empenhados em impedir a escola".

SADTU QUER VER ESCOLAS FECHADASATÉ DEPOIS DO PICO DE COVID-19

O maior sindicato de professores da África doSul SADTU, decidiu que as escolas deveriam

fechar tendo em conta o pico de casos de covid-19 na África do Sul, anunciou a organizaçãodurante uma conferência de imprensa.

O comité executivo nacional de SADTU reali-zou uma reunião na terça-feira para definir ocaminho a seguir, pois as infecções aumenta-ram no país, afectando alunos e professores.

Durante a leitura da declaração, a secretáriageral do sindicato, Mugwena Maluleke, disseque no encontro o sindicato concluiu que as es-colas fechassem até final do pico.

Maluleke asseverou que as evidências no ter-reno mostram que não haverá um aproveita-mento escolar eficaz durante as condições actu-ais.

A decisão do executivo nacional de pedir queas escola fechassem por um período foi, entreoutros, devido ao pico de inverno, que tambémestá a pro-vocar uma onda de propagação dapandemia de covid-19, informou o sindicato.

"A evolução científica também contribui para adecisão, acrescentou Maluleke.

Aponta que, embora os dados científicos noprin-cípio indicassem que as crianças não eram

susceptíveis de contrair o vírus, esse não era ocaso nas escolas.

O sindicato disse que havia escrito uma cartapara a ministra da Educação Básica, Angie Mot-shekga, para discutir com ela e apresentar um pla-no do que deveria acontecer enquanto as escolasfossem fechadas.

Maimane luta contra reabertura de escolas

Alunos de Grade R na reabertura de Marist Brothers Linmeyer

GIAVANNA ALVES, MIA REIS, CAYLA REIS E LETHABO NKWADI

MILA GASPAR AO SER TESTADA A TEMPERATURA PELA RESPONSÁVEL TANYA GUNTHER DANIEL PEREIRA CUMPRINDO REGRAS SANITÁRIAS

ARIV JEEVARATHNUM

A África do Sul, o país mais afectado pela pande-mia de covid-19 no continente africano, ultrapas-sou a barreira dos 5.000 mortos, segundo os nú-meros oficiais divulgados.O país registou, no espaço de 24 horas, 85 novas

mortes relacionadas com o novo coronavírus, ele-vando o número de mortes para 5.033 desde o iní-cio da doença.

Um total de 13.449 novos casos de infecção fo-ram também oficialmente diagnosticados num sódia, elevando o número total de casos para364.328, de acordo com os números divulgadospelo Ministério da Saúde.Até à data, a África do Sul é o quinto país do mun-

do mais afectado pela pandemia em número decasos confirmados, segundo a Organização Mun-dial de Saúde (OMS).O ministro da Saúde da África do Sul, Zweli Mkhi-

ze, pediu às pessoas que respeitem o distancia-mento social, afirmando-se “muito preocupado”com o laxismo observado, numa altura em que ascontaminações estão a aumentar muito.

"O governo mobilizou todos os recursos" paracombater a pandemia, disse num comunicado di-vulgado no sábado.

E advertiu: "Mas o governo não pode gerir istounilateralmente. (...) Vemos que o distanciamentofísico é pouco ou nada respeitado. O uso de más-caras é abandonado ou as máscaras são mal colo-cadas (...). Isto terá um impacto directo sobre o nú-mero (de casos) nas próximas semanas".

Quando o pico da pandemia é esperado nas pró-ximas semanas no país o ministro salientou que acapacidade de “quebrar o ciclo da infecção” de-pende da vontade de os sul-africanos se mante-rem “concentrados e disciplinados".As autoridades tinham imposto em finais de Mar-

ço um confinamento rigoroso, mas as medidas têmsido gradualmente flexibilizadas para evitar um co-lapso da economia da principal potência industrialdo continente.

Desde o final de Dezembro, a covid-19 já causoumais de 600.000 mortes em todo o mundo, deacordo com um balanço da AFP.Em Portugal, segundo os dados mais recentes da

Direcção-Geral da Saúde, a pandemia já infectou,segundo o balanço de domingo, 48.636 pessoas,das quais morreram 1.689.

Covid-19África do Sulultrapassou5.000 mortos

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6 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 20 DE JULHO DE 2020

PORTUGAL

O secretário-geral da Organização das NaçõesUnidas (ONU), o português António Guterres,pediu sábado que o mundo crie um “Novo Con-trato Social para uma nova era” e um Novo Acor-do Global para combater desigualdades.

António Guterres discursou em directo, de for-ma virtual, para a Fundação Nelson Mandela,uma instituição da África do Sul, na comemora-ção do nascimento do histórico activista pelos di-reitos humanos, premiado com o Nobel da Pazem 1993 e Presidente da nação sul-africana en-tre 1994 e 1999.

Partindo de desigualdades que não se resu-mem ao poder económico, mas que se observama nível social e nas relações de poder, AntónioGuterres disse que chegou a altura de prepararum futuro centrado em solidariedade, convidan-do todos a pensarem num “Novo Contrato So-cial” para políticas de trabalho, emprego, educa-ção ou segurança social.

Para o sustentar, deverá ser criado também umNovo Acordo Global, acrescentou Guterres,baseado numa “globalização justa”, “vida em ba-lanço com a natureza” e atenção aos “direitosdas gerações futuras”.

Segundo o chefe das Nações Unidas, o NovoContrato Social e o Novo Acordo Global devembasear-se em dar oportunidades iguais paratodos e garantir que poder e riqueza são partilha-dos de maneira justa, respeitando também os di-reitos humanos.

“Os sistemas económico e político globais nãoestão a dar resultado em bens públicos críticos:saúde pública, ação climática, desenvolvimentosustentável, paz”, criticou António Guterres.O secretário-geral da ONU disse que, devido ao

novo coronavírus, que causa a covid-19, foramexpostas “falácias e falsidades”, como “a mentirade que mercados livres podem distribuir cuida-

dos de saúde para todos”, “a ilusão de que vive-mos num mundo pós-racista” ou ainda “o mito deque estamos todos no mesmo barco”.Guterres considerou que “a covid-19 é como um

raio-x, que revela fraturas” na sociedade e “ex-põe riscos”, como: “sistemas de saúde inadequa-dos, lacunas na proteção social, desigualdadesestruturais, degradação ambiental e crise climáti-ca”.

O antigo alto comissário da ONU para os Refu-giados alertou que o mundo enfrenta atualmenteriscos de haver “fome de proporções históricas” ede mais cem milhões de pessoas serem "empur-radas para a pobreza extrema”.

As propostas para o Novo Contrato Social eAcordo Global devem ser discutidas entre gover-nos, população, sociedade civil, empresas e co-munidades, reforçou o antigo primeiro-ministroportuguês.

“Esta é a única maneira de atingir os objectivosda Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sus-tentável, do Acordo de Paris e da Agenda deAcção de Adis Abeba”, declarou António Guter-res.O secretário-geral da ONU incentivou as organi-

zações internacionais e multilaterais a promo-verem uma forma diferente de distribuição dopoder, com uma representatividade igual detodos os países.

“A desigualdade começa no topo: nas institui-ções globais. A abordagem das desigualdadesdeve começar por reformar” essas instituições,disse Guterres.

Movimentos sociais fizeram “milhões de pes-soas de todos os continentes saírem para asruas para fazer ouvir as suas vozes”, depois dese sentirem “deixadas para trás”, lembrou.António Guterres sublinhou dois movimentos: o

das mulheres que denunciam abusos sexuaisperpetrados por “homens poderosos” e o movi-mento antirracismo “que se espalhou dos Esta-dos Unidos ao redor do mundo” após o assassi-nato de George Floyd por um polícia branco emMinneapolis.

Para o líder da organização internacional, o pa-triarcado e o colonialismo são duas das “raízeshistóricas para a desigualdade no mundo”.

Numa altura em que António Guterres deviaestar a realizar uma visita oficial a África do Sul –

planos cancelados devido à pandemia – a Con-ferência Anual Nelson Mandela foi realizada ‘on-line’, com a participação do actual Presidentedaquele país, Cyril Ramaphosa, e representan-tes da juventude e da sociedade civil.

Sábado comemoraram-se 102 anos do nasci-mento de Nelson Mandela, que passou 27 anosna prisão por lutar contra o regime de ‘apartheid’na África do Sul, antes de se tornar, em 1994, oprimeiro Presidente negro do país.

Por ocasião do Dia de MandelaGuterres pede Novo Contrato Social e AcordoGlobal para combater desigualdades

A ponte internacional do Guadiana foi no sába-do temporariamente rebaptizada em home-nagem ao antigo presidente sul-africano NelsonMandela, no âmbito das comemorações que as-sinalaram o dia do seu nascimento, anunciou aCâmara de Castro Marim.A Câmara de Castro Marim, que tem no seu ter-

ritório a ponte entre o Algarve e a região espa-nhola da Andaluzia, explicou que o dia do nasci-mento de Nelson Mandela (18 de Julho), em1918, “foi reconhecido pela Assembleia Geraldas Nações Unidas, em 2009, como o Dia Inter-nacional Nelson Mandela” e que o município“esteve no roteiro das celebrações”, com umacerimónia que rebaptizou a ponte, por um dia.

Nelson Madela notabilizou-se a combater o sis-tema segregacionista da África do Sul e estevedécadas preso, antes de ser libertado e de se terconvertido no primeiro presidente negro dessepaís. Conquistou o prémio Nobel da Paz em1993.O antigo chefe de Estado foi assim homenagea-

do também na localidade algarvia, que se asso-ciou à “renomeação, por um dia, de pontes emtodo o mundo como ‘Ponte Mandela’”, acrescen-tou a autarquia num comunicado.

“A cerimónia teve lugar junto à antiga casa daAlfândega, por baixo da ponte. Presentes estive-ram representantes de diversas entidades, no-meadamente da Universidade do Algarve, doCentro Nacional de Apoio à Integração de Mi-grantes (CNAIM), das três autarquias transfron-teiriças [Castro Marim, Vila Real de Santo An-tónio e Ayamonte], do Instituto de Solidariedadee Cooperação Universitária, entre outros”, anun-ciou.

O município do distrito de Faro considerou que,“em tempos de pandemia”, foi perceptível qual é“a importância das fronteiras” e do estabeleci-mento de “novas pontes de diálogo e de contac-tos”, para os quais “não há exemplo mais enco-rajador que a história do ‘estadista mais amadodo mundo’”.

“Como todas as pontes, sejam físicas ou sim-bólicas, a Ponte Internacional do Guadiana,construída há 29 anos, mudou estruturalmenteas relações da comunidade. O sul de Portugal eo sul de Espanha ficaram mais perto do que nun-ca, incrementaram-se as relações sociais e cul-turais entre habitantes dos dois lados da fron-teira, estreitaram-se os laços, aproximaram-seos idiomas e o desenvolvimento económico doterritório do Baixo Guadiana foi notório”, exempli-

ficou a câmara algarvia.A mesma fonte sublinhou que a efeméride foi

também assinalada com uma “conferência digitalmundial - E-Congresso Mundial Pontes Man-delaSummit - que reuniu mais de 30 países emtodo o mundo”.

Entre os oradores que participaram nesta con-ferência estiveram, elencou o município, “JoséRamos Horta (ex-presidente de Timor-Leste elaureado com o Prémio Nobel da Paz em 1996),

Muhammad Yunus (Bangladesh, laureado com oPrémio Nobel da Paz em 2006), KailashSatyarthi (Índia, laureado com o Prémio Nobel daPaz em 2014), Sua Alteza Real a Princesa RymAli da Jordânia, Carlos Moedas (ex-comissárioeuropeu e membro do Conselho da FundaçãoCalouste Gulbenkian), entre muitos outros”.

“Foi uma reflexão e, sobretudo, uma homena-gem da Ubuntu Global Network a Nelson Mande-la, o humanista, o defensor dos Direitos Huma-nos, o promotor da reconciliação entre os povose o construtor de pontes, reconhecido por unir‘margens’ difíceis, inspirando e dando lugar auma sociedade mais colaborativa, mais humanae interdependente”, referiu ainda a autarquia.

O SECRETÁRIO-GERAL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), O PORTUGUÊS ANTÓNIOGUTERRES, DISCURSANDO NO DIA DE MANDELA

Ponte internacional do Guadianateve por um dia o nome de Mandela

A PONTE INTERNACIONAL DO GUADIANA FOI NO SÁBADO TEMPO-RARIAMENTE REBAPTIZADA EM HOMENAGEM AO ANTIGO PRESI-

DENTE SUL-AFRICANO NELSON MANDELA

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20 DE JULHO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 7

PORTUGAL

A secretária de Estado das Comunidades Portu-guesas admite reforçar os meios dos consuladosportugueses no estrangeiro se existirem situa-ções de ruptura nesta fase de retoma dos servi-ços que ficaram pendentes durante o confina-mento devido à covid-19.

“Situações pontuais em que haja quase umaruptura, ou mais dificuldades, como no Luxem-burgo, é claro que temos de considerar o reforço,que foi o que fizemos nesse caso”, disse ementrevista à agência Lusa.

No Consulado-Geral de Portugal no Luxembur-go o horário de atendimento vai ser alargado ereforçados os meios, para dar resposta aos pedi-dos pendentes devido à pandemia.

Os problemas neste consulado já tinham sidoidentificados e agravaram-se com a retoma daatividade que tinha ficado suspensa durante oconfinamento para prevenir a covid-19.

“Nas situações em que nos são reportados pro-blemas maiores, como no Luxemburgo, onde jáhavia dificuldades anteriormente, fizemos um re-forço das pessoas e um alargamento de mais 35horas semanas, que inclui o sábado. Já era umconsulado com necessidades”, esclareceu.

Berta Nunes diz que esta é a única situaçãoque, até ao momento, exigiu uma intervenção,mas garante estar atenta.

Durante o período do confinamento, adiantou,os consulados optaram por fazer mais trabalhode BackOffice, resolver problemas pendentes esituações urgentes e, ao mesmo tempo, ajudaras pessoas com dificuldades, empresas com tra-balhadores retidos ou as próprias pessoas reti-das.

“Agora estão a retomar a normalidade. É evi-dente que todas as marcações que existiramnesse período não foram atendidas e o critério éfazer as remarcações todas, o que exige um es-forço adicional”, declarou.

Berta Nunes disse ainda que teve conhecimen-to de atrasos no pagamento das reformas a por-tugueses residentes na Austrália, o que se deveuà forma como este é realizado.

“O pagamento ainda é feito por cheque, envia-do pelos correios, que não funcionaram e a situa-ção já foi reportada à Segurança Social para en-contrarem outra forma de pagamento que nãoimplique enviar um cheque pelo correio, o quedepois tem este tipo de problemas.

Mais do que o receio da covid-19, são as perdasno rendimento e o medo de perder o empre-goque estão a levar muitos emigrantes a adiar avisita a Portugal neste verão, de acordo com asecretária de Estado das Comunidades Portu-guesa.Em entrevista à agência Lusa, Berta Nunes afir-

mou que “Portugal é um país seguro”, com asfronteiras terrestres e aéreas abertas para os ci-dadãos que vivem no Espaço Schengen.

“Não é preciso fazer quarentena nem trazer umteste covid-19 negativo”, disse.

E sublinhou: “Não temos neste momento emPortugal nenhuma transmissão comunitária dovírus que possa pôr em risco as pessoas. O riscoserá se as pessoas não cumprirem as medidas”de segurança, como o uso de máscara, distanci-amento social e higienização.

Berta Nunes disse ainda que o aumento da po-pulação nas aldeias portuguesas, que tradicio-nalmente acontece no verão devido à vinda dosemigrantes, não levanta questões maiores emtermos de saúde pública.“Penso que não haverá problemas desse teor e,

desde que as pessoas cumpram as regras, atéhá menos risco numa aldeia, com menos gentedo que numa cidade, que tem maior interação

social e muito maior densidade populacional”,acrescentou.

Mas a secretária de Estado calcula que esteaumento da população não deverá ser tão signi-ficativo como nos anos anteriores, porque “al-guns portugueses estão a ser pressionados paraficar” pelos patrões.

Devido à covid-19, especificou, “as pessoas fi-caram em lay-off, ou mecanismos semelhantes,e por isso perderam alguns rendimentos”, alémde outros trabalhos que asseguravam pontual-mente para amealharem mais dinheiro e pode-rem voltar para Portugal.

“Esta situação de perda de rendimentos é tam-bém uma das razões por que algumas pessoasnão vêm a Portugal. Porque isso também implicacustos e agora não estarão em condições de teresses custos acrescidos, embora gostassem devir”, referiu.Por outro lado, Berta Nunes tomou conhecimen-

to de que alguns patrões, nomeadamente naSuíça e Alemanha, estão a dizer aos trabalhado-res que se tiverem de fazer quarentena no re-gresso podem ficar sem o trabalho ou não lhesser pago o período da quarentena.A secretária de Estado confirmou que o desem-

prego “está a atingir toda a comunidade e é muitoprovável que em alguns pontos possa estar aatingir mais as comunidades portuguesas e outras comunidades emigrantes, porque emalgumas situações são empregos temporários,na agricultura, turismo, construção civil”.

Aquando da decretação da pandemia regista-ram-se “muitas situações que as pessoas tive-ram de retornar a Portugal, porque ficaram semo trabalho”.

“Nessas situações de empregos mais precáriosou sazonais é normal que existam mais dificul-dades, embora existam vários mecanismos deapoio e estes tenham entrado em funcionamen-to”, declarou.O Governo português recebeu pedidos de ajuda

para as pessoas voltarem a Portugal nessas situ-ações de falta de rendimento, tendo acionado osmecanismos previstos.

“Quando as pessoas têm rendimentos, apenasajudamos a encontrar um voo. Se as pessoasnão têm rendimento, temos uma figura que é orepatriamento em que o consulado avança com odinheiro e a pessoa depois paga quando chegara Portugal”.

Segundo Berta Nunes, nestes repatriamentosforam até agora gastos 40 mil euros, um valor

“bastante acima do normal” em relação aos anosanteriores, em que também se registam pedidospontuais.

Ainda assim, a governante considera que esteaumento dos pedidos de repatriamento não foi“tão grande como o expectável”, o que se deveráaos sistemas de proteção de que os portuguesesbeneficiam nos países onde trabalham.

Na África do Sul, Venezuela e Peru estão iden-tificados os casos de portugueses em situaçãomais grave e que por isso estão a receber ajudaatravés dos consulados e também canalizadapor associações.

Tratam-se de “dezenas de portugueses” queestão a receber uma verba calculada em funçãodas necessidades e durante um período que po-de ir até três meses.

Uma ajuda enquadrada no apoio extraordinárioque o Governo definiu em contexto covid-19 eque veio somar aos 600 mil euros atribuídos aassociações que trabalham com as comunidadesportuguesas em vários países.

Este apoio extraordinário visa ajudar pessoas efamílias com dificuldades na alimentação, aloja-mento ou problemas de saúde.

Também o apoio aos órgãos de comunicaçãosocial na diáspora já foi aprovado e vai ser atri-buído, nomeadamente aos que são propriedadede portugueses, têm mais de um ano de existên-cia e são difundidos em português, ou bilingue,com 50% em português.O dinheiro é atribuído em função das perdas re-

portadas e totaliza 200 mil euros, através daaquisição de publicada a 32 órgãos de comuni-cação social.Berta Nunes referiu que parte dessa publicidade

vai ser utilizada para esclarecimento das comu-nidades portuguesas sobre a covid-19, nomea-damente para quem está a pensar passar o ve-rão em Portugal.Sem ser por razões financeiras, foram até agora

ajudados cerca de 5.000 portugueses que foramconfrontados com o encerramento dos espaçosaéreos e das fronteiras, situação que ainda semantém em alguns países africanos e da Amé-rica do Sul.

Actualmente, segundo a secretária de Estadodas Comunidades Portuguesas, ainda esperamajuda para regressar a Portugal entre duas a trêscentenas de portugueses, por variadas razões,pessoais ou profissionais.

O Governo espera em dois ou três anos ocuparas 3.500 vagas disponíveis nas universidadesportuguesas para filhos de emigrantes, das quaisapenas 416 foram preenchidas no último ano lec-tivo, segundo a secretária de Estado das Comu-nidades Portuguesas.

O ensino superior em Portugal tem um contin-gente reservado a filhos de emigrantes de 7% dototal das vagas nacionais, o que corresponde acerca de 3.500 vagas. O número de candidatostem vindo a crescer desde 2013, ano em que seregistou o menor número de sempre com apenas99 candidaturas.No ano lectivo 2019/2020, candidataram-se 483

emigrantes e lusodescendentes, tendo ficado co-locados 416, o que representa 86 por cento.“Esperamos que tenha cada vez mais adesão e

que dentro de dois a três anos seja preenchida atotalidade das vagas, que é muito interessantepara os nossos jovens que vivem no estran-geiro”, disse Berta Nunes em entrevista à agên-cia Lusa.

A governante disse que a campanha de infor-mação e sensibilização para esta possibilidade,que teve início no ano passado, vai ser reforça-da, nomeadamente através de publicidade nosórgãos de comunicação social portugueses nadiáspora que, desta forma, são apoiados parasuperar as perdas causadas pela pandemia decovid-19.

Tratam-se de vagas que não exigem concursoe que agora também permitem o acesso a alunosque seguiram a via do ensino profissional, muito

“Consulados reforçados se retoma levar à ruptura”- Secretária de Estado das Comunidades Portuguesa em entrevista à Agência Lusa

SECRETÁRIA DE ESTADO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS, BERTA NUNES

Governo quer preencher todas as vagas nas universidades para filhos de emigrantes

comum em vários dos países onde a presençada comunidade portuguesa é mais intensa.“Queremos que os nossos jovens venham estu-

dar em Portugal”, disse.

Crise afasta mais emigrantes de Portugal que o vírus

Texto de Sandra Moutinhoe fotos de José Goulão

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8 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 20 DE JULHO DE 2020

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu àsaída de uma reunião com o seu homólogo hún-garo, Viktor Orbán, que a questão do Estado dedireito, embora “central” para Portugal, não deveser relacionada com as negociações sobre o pla-no de recuperação.

Depois de um encontro bilateral com o seuhomólogo húngaro, no quadro dos contactos querealizou com outros líderes europeus para pre-parar o Conselho Europeu em Bruxelas, AntónioCosta, em declarações à RTP em Budapeste,apontou que muitas vezes é a “falta de diálogo”que previne compromissos, pelo que considerou“importante” a conversa mantida com Orbán, naqual foi abordada a delicada questão da even-tual condicionalidade na disponibilização de fun-dos de recuperação ao cumprimento do Estadode direito, que, segundo Bruxelas, está ameaça-do na Hungria.

Costa apontou que “com a Hungria há um pro-blema particular, que tem a ver com a questão doEstado de direito e qual é a relevância que deveter nesta condicionalidade”, no quadro das nego-ciações sobre o Fundo de Recuperação, e indi-cou que a posição de Portugal é que esta é umamatéria fulcral, mas que deve ser tratada emsede própria, designadamente através do artigo7º do Tratado, que dota a UE da capacidade deintervir em caso de risco manifesto de violaçãograve dos valores comuns, e que de resto já foiaccionado ao encontro da Hungria.

“Como sabe, para nós a questão das liberda-des, democracia e Estado de direito são ques-tões centrais e que devem ser resolvidos nos ter-mos próprios do Tratado, com base no artigo 7º,porque não se trata de discutir simultaneamentevalores e dinheiro. Os valores não se compram.Se há um problema de valores, aí deve ser trata-do, como está previsto, no artigo 7º como umacondicionante à participação na própria União”,defendeu.

Para António Costa, outro tema, distinto, “é adiscussão relativamente a este programa de re-cuperação financeira, onde aquilo que importaassegurar é um adequado controlo do uso dosfundos europeus”, algo que considerou “absolu-tamente razoável” e que todos aceitam, incluindoa Hungria, disse acreditar.

“Eu acho que esta conversa é importante, por-que todos temos de perceber quais são efectiva-mente os pontos de conflito que estão em aber-to, para fazer um trabalho e um esforço para,encontrarmos soluções para os diferentes pon-

tos. Acho que há muitas vezes falta de diálogoentre as pessoas, e estes contactos bilateraispermitem perceber melhor quais são as dificul-dades de uns e de outros, quais são os pontosde vista de uns e de outros, e isso aproxima efacilita a construção de acordos”, disse.

O primeiro-ministro, que na véspera esteve emHaia para um encontro com o primeiro-ministroholandês, Mark Rutte, notou a propósito que“todos os primeiros-ministros andaram a circularpelas diferentes capitais, procurando identificarquais são as dificuldades que uns e outros têm”.

Costa revelou ainda que, tal como fizera navéspera com o chefe de Governo holandês, tam-bém explicou a Orbán “a especificidade regionalda situação que se vive em Portugal” a nível dapandemia da covid-19, isto no dia em que aHungria também tinha colocado Lisboa na ‘listavermelha’.

HUNGRIA MUDOU CLASSIFICAÇÃO DEPORTUGAL DE AMARELO PARA VERDE

As autoridades de saúde húngaras mudaramsábado a classificação de Portugal de amarelopara verde em relação às restrições de entradadevido à covid-19.

Numa nota publicada na página do Governo daHungria, além da alteração da classificação dePortugal, é anunciada a mudança do Canadá devermelho para amarelo.A nota indica que as restrições de entrada para

certos países visam impedir a introdução doSARS-CoV-2, o vírus que provoca a covid-19, nopaís, de forma a evitar mais restrições.

As pessoas provenientes de países classifica-dos a amarelo e vermelho são sujeitas a rastrea-mentos aleatórios, tanto nas entradas terrestrescomo nos aeroportos, com medição da temper-atura corporal e realização de um questionário,ficando obrigadas a permanecer em quarentenapor 14 dias e a comunicar com um médico nocaso de apresentarem sintomas da doença.Se realizarem um teste que demonstre a ausên-

cia de infeção ficam desobrigados da quarente-na.

Oito países da União Europeia (Áustria, Chipre,Dinamarca, Eslováquia, Finlândia, Letónia, Lituâ-nia e Roménia) não permitem a entrada de cida-dãos provenientes de Portugal e seis (Bélgica,Bulgária, Eslovénia, Estónia, Malata e PaísesBaixos) colocam restrições, nomeadamente aobrigação do cumprimento de um período de 14dias de quarentena.

Primeiro-ministro defende naHungria que Estado direito nãodeve ser associado à recuperação

PORTUGAL

O primeiro-ministro defendeu que os últimosmeses demonstraram "a imprescindibilidade doEstado", num discurso em que rejeitou a tese deque pode haver economia de mercado eficientecom serviços do Estado degradados e sem qua-lidade.

Esta posição de carácter ideológico foi transmi-tida por António Costa no discurso que proferiuno encerramento da sessão de apresentação doprograma Simplex 20-21, no Parque das Na-ções, em Lisboa, em que estiveram presentesdez dos ministros do seu Governo.Numa alusão indireta ao Governo PSD/CDS-PP

(2011/2015), o primeiro-ministro referiu que nãoé por acaso que se identifica qual o período emque não houve edições do programa de simplifi-cação administrativa, o Simplex.

"Talvez alguns tenham tido a ideia de que adegradação Estado permitiria valorizar o merca-do. Ora, ninguém melhor do que quem está nomercado a trabalhar ou a investir sabe que só hámercados eficientes com um Estado eficiente. Sóhá um mercado de qualidade com um Estado dequalidade", sustentou António Costa.Neste ponto, o líder do executivo socialista con-

siderou que há políticas públicas "indispensáveispara que o mercado possa funcionar bem", des-tacando desde logo "a capacidade regulatóriaque o Estado tem de ter".

"Mas o Estado também tem de dotar o país dasinfraestruturas necessárias para funcionar. De-pois, há um conjunto de serviços públicos sem osquais nenhuma empresa pode efetivamentecompetir de forma eficiente com os seus concor-rentes à escala global", apontou ainda.

No seu discurso, o primeiro-ministro contrapôsa tese segundo a qual os últimos meses em queo país enfrentou a covid-19 tiveram a vantagem"de alargar o consenso social em torno da impre-scindibilidade do Estado".

"Estes meses tornaram mais visível a importân-cia vital do Estado. Foi o Serviço Nacional deSaúde (SNS) que provou a sua capacidade deresposta no momento mais exigente que teve deenfrentar. Por outro lado, seguramente, sem umaSegurança Social robusta, não se teria consegui-do mitigar muitos necessidades quer as famíliassentiram, sobretudo as perderam o emprego oua forma informal de trabalhar", sustentou.

António Costa apontou ainda outro exemplo,esse no setor da educação, para considerar terficado "muito claro que o desaparecimento da es-cola presencial foi algo de dramático para asfamílias, deixando visível que sem a presençadas crianças nas escolas não há condições efe-tivas de igualdade de oportunidades no processode aprendizagem".

Governo estima poupança de 190 milhões deeuros com 50 das medidas do Simplex 20-21

O Governo estima que 50 das 158 medidas doprograma "Simplex 20-21", apresentado na quar-ta-feira, vão permitir uma poupança de 190 mi-lhões de euros e espera concretizar a medida"pensão na hora" até ao final de 2021.

Estas medidas foram transmitidas aos jornalis-tas pela ministra da Modernização do Estado eda Administração Pública, Alexandra Leitão,após uma sessão que se realizou no Pavilhão doConhecimento, no Parque das Nações, em Lis-boa, em que anunciou as principais linhas deacção do novo programa de simplificação admi-nistrativa do Governo, o Simplex.

Alexandra Leitão afirmou que, em relação a 50das 158 medidas mais impactantes do ponto devista da economia, o Governo estima que, "umavez aplicadas, representem uma poupança de190 milhões de euros, seja em tempo poupado,seja em facilidade de acesso, ou inícios de ativi-dade mais rápidos por parte das empresas".

"Temos uma medida virada para o turismo quepermite mais rapidamente aceder a um conjuntode serviços por parte dos operadores - uma áreaque agora precisa de um apoio importante porparte do Estado. Destaco, também, através da

plataforma My AICEP, uma facilitação às empre-sas de um conjunto de actividades em termos deobjetivos de instalação em Portugal", referiu a tí-tulo de exemplo.Em termos de medidas com impacto social, Ale-

xandra Leitão declarou que "a pensão na horavai permitir a toda a gente que atinja a idade dareforma possa ter, através da Segurança Socialdireta, a sua pensão imediatamente deferidacom o seu montante, caso tenha toda a sua car-reira contributiva em Portugal".

"Isto evita aquele hiato que por vezes existiaentre o momento em que a pessoa atinge a idadeda reforma e o momento em que efetivamentepode ir para a sua reforma. A pensão na horaestará totalmente implementada no quarto tri-mestre de 2021. Ou seja, no termo do período aque se destina este Simplex", especificou a mi-nistra da Modernização do Estado e da Admi-nis-tração Pública.

Numa sessão presidida pelo primeiro-ministro,António Costa, no Pavilhão do Conhecimento, noParque das Nações, em Lisboa, Alexandra Lei-tão referiu que, em matéria de Segurança Social,se pretende que, tanto o cidadão, como entida-des económicas, possam solicitar online um con-junto de documentos, evitando o atendimentopresencial no caso do abono de família, rendi-

mento social de inserção, subsídio de desem-prego e subsídio social de desemprego.No final de 2021, o Governo prevê ainda "o alar-

gamento adicional do âmbito de aplicação dasmedidas IRS Automático e IVA Automático +,para simplificar de forma crescente o cumprimen-to das obrigações fiscais".Na sessão, além de António Costa e de Ale-xan-

dra Leitão estiveram ainda presentes os min-istros de Estado e da Economia, de Estado e daPresidência, da Segurança Social, da Educação,da Cultura, do Planeamento, da Coesão Territo-rial, da Agricultura e do Mar.

Perante os jornalistas, Alexandra Leitão desta-cou igualmente a medida "os meus dados", a

qual pretende diminuir o número de interaçõesdos cidadãos com os serviços do Estado."Essa circulação de dados tem de dar garantias

de proteção e vai permitir às pessoas em cadamomento saberem que dados a administraçãodispõe sobre si. Pode validá-los e verificar quepartilhas esses dados tiveram. É uma medidacom uma dimensão de transparência muitoimportante", frisou.

Ainda segundo a ministra, em relação a dinhei-ros euros que o país se prepara eventualmentepara receber, o Governo vai avançar com a inte-ração entre o portal dos contratos públicos e oportal 2020 dos fundos comunitários.

Governo estima poupança de 190 milhões de euroscom 50 das medidas do Simplex 20-21

O PRIMEIRO-MINISTRO, ANTÓNIO COSTA, DISCURSANDO DURANTE A APRESENTAÇÃO DOSIMPLEX’20-21, EM LISBOA, NA QUARTA-FEIRA (Foto Rodrigo Antunes/Lusa)

Costa defende que só há economia de mercadoeficiente onde há Estado com qualidade

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20 DE JULHO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 9

MADEIRA

A Comissão Política do PSD/Madeira enalteceua visita que o Presidente da República, MarceloRebelo de Sousa, fez à região e espera que adefesa do arquipélago esteja agora mais facilita-da.

"Uma visita que foi fundamental para que oChefe de Estado visse, ouvisse e compreendes-se as preocupações e justas reivindicações dopovo madeirense junto da República, esperando-se que, a partir de agora, a defesa da Madeirasaia facilitada e reforçada perante o compromis-so que foi assumido junto do Governo Regional ede todos os madeirenses", referem as conclu-sões da reunião da Comissão Política doPSD/Madeira.

Contra o "populismo e a demagogia da oposi-ção", o PSD/M continuará a "trabalhar em prol detodos os madeirenses e porto-santenses e, nestafase, a favor da recuperação social e económicaque se impõe, reafirmando a sua total disponibi-lidade para esgotar todas as soluções, seja emdiálogo com o Governo da República, seja noparlamento nacional, no sentido de garantir a de-fesa do interesse superior desta região".A Comissão Política congratula-se e reconhece

o "extraordinário trabalho que tem vindo a serdesenvolvido, pelo Governo Regional, no com-bate e contenção da pandemia covid-19, numtrabalho a favor da saúde de todos os madeiren-ses e porto-santenses que fez da região, actual-mente, exemplo nacional e internacional".Sublinha, igualmente, todas as medidas e todos

os apoios que têm vindo a ser prestados, tantoàs famílias quanto às empresas, pelo GovernoRegional, "numa estratégia que tem conseguidoafirmar a defesa intransigente da saúde pública e

da segurança da população, em primeiro lugar,conciliando-a com a necessária manutenção doemprego e com a progressiva retoma económicada região".Reconhece ainda a eficácia e o profissionalismo

do sistema de controlo que foi estabelecido, tan-to no Aeroporto Internacional da Madeira quantono Aeroporto do Porto Santo, sublinhando aimportância deste controlo na minimização dosriscos.

A Comissão Política do PSD/M reconhece, porfim, a postura responsável que os militantes so-cial-democratas continuam a assumir nesta fasepandémica, postura essa que tem sido determi-nante e exemplar não apenas do ponto de vistada cidadania, mas, também, do trabalho que épara continuar rumo à vitória nas autárquicas de2021", observa.

A este propósito, a Comissão informa que, embreve, será dada a conhecer a estratégia deactuação partidária rumo às autárquicas de2021.

A proposta de Orçamento Suplementar da Ma-deira adiciona 287,7 milhões de euros ao valoraprovado para 2020, passando de 1.743 milhõesde euros para 2.030 milhões, indicou hoje o vice-presidente do Governo Regional, sublinhandoque não haverá qualquer agravamento fiscal.

"Está fora dos nossos planos fazer qualqueragravamento fiscal, bem pelo contrário. O nossoobjectivo é aproveitar este cenário de poucocrescimento económico para nos tornarmos dife-rentes", disse Pedro Calado, em conferência deimprensa, no Funchal.O Orçamento Suplementar da região autónoma,

que será debatido no parlamento regional nosdias 22 e 23 de julho, contempla o limite de endi-vidamento líquido autorizado pelo OrçamentoSuplementar do Estado - 489 milhões de euros,equivalente a 10% do Produto Interno Bruto(PIB) regional de 2018."Entre a receita fiscal prevista de menos 195 mi-

lhões de euros e o aumento de receitas por viado empréstimo e de outras situações, temos lí-quido apenas o valor de 287,7 milhões, que so-mados ao valor inicial do orçamento, atira para

um valor global de 2.030 milhões para 2020",esclareceu Pedro Calado.

O documento elaborado pelo executivo madei-rense, de coligação PSD/CDS-PP, visa respon-der à crise socioeconómica provocada pela pan-demia do novo coronavírus no arquipélago, ondeestão assinalados 98 casos de infecção, dosquais 93 estão recuperados e cinco activos.

O vice-presidente adiantou que o OrçamentoSuplementar incide sobre duas "áreas essenci-ais": as funções sociais, com um reforço de 141milhões euros, cujo foco é a saúde (116,5 mi-lhões), a educação (16,3 milhões) e as funçõeseconómicas, com uma verba adicional de 135,8milhões, direcionada para os setores do turismoe comércio (26,9 milhões) e outras atividades (96milhões).

"Até ao momento, a única fonte de receitas adi-cional que o Governo Regional da Madeira tevee tem para trabalhar foi a autorização que oOrçamento de Estado Suplementar deu à regiãode se poder endividar em 10% do valor total doseu PIB [de 2018]", sublinhou Pedro Calado.O governante indicou que, apesar do esforço da

região face à crise gerada pela covid-19, nãoestá previsto qualquer agravamento fiscal, adi-antando que o propósito do executivo é tornar oarquipélago mais atrativo através da redução dacarga fiscal.

"Não podemos criar incentivo à produçãoaumentando os impostos. O nosso trajecto serábem diferente: queremos reduzir os impostospara tornar o mercado mais apetecível", refor-çou.O vice-presidente disse, também, que a estraté-

gia regional para o futuro passa por construiruma economia "menos dependente" dos doissetores que constituem a base do tecido empre-sarial: o turismo e a construção civil.

"Vamos fazer com que esses sectores conti-nuem a crescer, mas também que se criem alter-nativas, sobretudo no conhecimento, na investi-gação e noutras áreas que permitam à Madeirater outros tentáculos de desenvolvimento",declarou.

O plano de investimento da Região Autónomada Madeira - PIDDAR - para 2020, inicialmenteorçado em 548 milhões de euros, será reforçado,por via do Orçamento Suplementar, em 149 mi-lhões de euros, verba que se destina, sobretudo,a apoiar a competitividade e internacionalizaçãodas empresas.

O vice-presidente do Governo da Madeira disseque o Plano de Recuperação Económica e So-cial do consultor António Costa Silva é um docu-mento apenas para "Portugal continental", es-quecendo a região autónoma, classificando-ocomo "uma brincadeira".

"Eu penso que aquele Plano é só para Portugalcontinental", disse à Lusa Pedro Calado, à mar-gem do plenário da Assembleia Legislativa Re-gional, que decorreu no Funchal.

O governante sublinhou que "a única referênciaque o Plano faz à Região Autónoma da Madeira"é relativa a um polo universitário de uma institui-ção educativa que deverá ser criada nos Açores.

"Isso não é um plano estratégico a nível nacio-nal. Isso é uma brincadeira e, uma vez mais,brincam com aquelas que são as prioridades eas grandes responsabilidades que temos nestemomento de governação", considerou.O vice-presidente do Governo Regional, de coli-

gação PSD/CDS-PP, sublinha que "apresentar,numa situação de pandemia e de estado de ca-lamidade, com as dificuldades que a região estáa atravessar, com a falta de solidariedade queexiste a nível nacional para com a Madeira, umplano estratégico de desenvolvimento nacionalesquecendo o nome da Região Autónoma daMadeira é, pura e simplesmente, brincar com osmadeirenses e porto santenses.

"Mas isso é o que o Governo socialista tem tra-zido para região", criticou.

A versão preliminar do plano de recuperaçãoeconómica elaborada por António Costa Silva,consultor do Governo, estima que a economiaportuguesa poderá cair 12% em 2020 e avançacom um conjunto de propostas para os diversossectores de actividade.

Num documento de 120 páginas, intitulado "Vi-são Estratégica para o plano de recuperaçãoeconómica e social de Portugal 2020-2030", An-tónio Costa Silva deixa o alerta: não vale a penater "ilusões", acrescentando que "a crise sanitá-ria causada pela doença covid-19 traz consigouma profunda recessão económica que tem car-acterísticas globais e que vai ferir profundamen-te" a economia.

O documento propõe a criação de uma "grandeUniversidade do Atlântico" nos Açores, com umpolo na Madeira, para o estudo do oceano, clima,terra e atmosfera, em cooperação com o ensinosuperior e centros de investigação.

"O país deve criar uma grande Universidade doAtlântico e um centro de previsão do clima,atraindo parceiros internacionais para os Açores,que é um dos melhores sítios do mundo para es-tudar a interação entre o oceano e a atmosfera,a terra e o ar, e esse conhecimento é valioso por-que pode prevenir e mitigar a ocorrência de fenó-menos climáticos extremos, quando as mudan-ças estruturais de combate às alterações climáti-

cas e o avanço na descarbonização da economiaainda não estão a surtir efeito", lê-se no docu-mento.

A Universidade do Atlântico deverá promover ainvestigação oceanográfica e climatológica, "in-formação vital para mapear os ecossistemas edesenvolver uma estratégia consistente para asua protecção".

A ideia é transformar os Açores numa platafor-ma tecnológica, criando ainda um polo ligado ao‘Atlantic International Research’, assente numarede de instituições nacionais e internacionais, oque pode atrair "financiamentos múltiplos".

"Os Açores são uma das melhores localizaçõesdo mundo para este tipo de estudos e é fulcral terum modelo integrado que contemple todas asvertentes: o oceano, o clima, a atmosfera, a pre-visão meteorológica, o mapeamento de recursosnacionais, a criação de 'clusters' para o aprovei-tamento e desenvolvimento sustentável dessesrecursos", lê-se no documento, que sugere areconversão da Base das Lajes, na ilha Terceira,"num centro tecnológico avançado".

A Universidade do Atlântico teria ainda comomissões lançar projetos para a monitorizaçãodos ecossistemas marinhos e ajudar na definiçãoe proteção das áreas mais críticas, tendo emconta "a importância capital" de antecipar as alte-rações climáticas e melhorar as previsões mete-orológicas.

O candidato à liderança do PS/Madeira PauloCafôfo disse quarta-feira, no Funchal, que o seuprojecto visa a "mudança política" na regiãoautónoma, indicando também que pretende "mo-dernizar" e "inovar" a estrutura regional do par-tido.

"Vamos inovar e nesta inovação haverá novasestruturas dentro do partido", afirmou, sublinhan-do que tenciona abrir "outros espaços" à partici-pação dos militantes e, simultaneamente, apos-tar na "modernização e valorização" das estrutu-ras existentes, como as comissões concelhias, aJuventude Socialista e o Departamento de Mu-lheres Socialistas.

Paulo Cafôfo fez estas declarações após a en-trega da moção global da sua candidatura, intitu-lada 'Avançar a Madeira pelas pessoas', na Co-missão Organizadora do XIX Congresso Regio-nal do PS, agendado para os dias 19 e 20 deSetembro, no Funchal.

Antes, a 25 de Julho, decorrem as eleições,sendo que Paulo Cafôfo é, para já, o único can-didato à liderança da estrutura regional, actual-mente presidida por Emanuel Câmara.

Cerca de 2.000 militantes estão em condiçõesde exercer o direito de voto.

"Continuamos a apostar num projecto que con-tinuará a perseguir um objectivo claro, que é amudança política na nossa região, essa mudan-ça que tentámos em 2019 [nas legislativas], ondetivemos um resultado histórico", declarou.

Paulo Cafôfo encabeçou a lista do PS às elei-ções regionais de 2019, nas quais o partido obte-ve o melhor resultado de sempre, elegendo 19deputados, num total de 47 que compõem o par-lamento da Madeira, onde têm assento também21 deputados do PSD, três do CDS-PP, três doJPP e um do PCP.

"Sinto a responsabilidade de fazer este partidocrescer e de construir projectos que possam tera confiança dos madeirenses e porto-santen-ses", disse, sublinhado que o "trabalho" vai co-meçar já pelo "grande desafio" das eleiçõesautárquicas de 2021.

Plano 2020/2030: Região diz quedocumento é apenas para PortugalContinental e uma brincadeira

VICE-PRESIDENTE DO GOVERNO DA MADEIRA, PEDRO CALADO

PSD/Madeira espera que defesa doArquipélago esteja mais facilitadacom a recente visita de Marcelo

Paulo Cafôfo apresenta candidatura à liderançado PS/Madeira com aposta na mudança política

Orçamento Suplementar da Madeira com reforço de 287,7 milhões de euros

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10 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 20 DE JULHO DE 2020

Portugueses no Mundo

A Associação de Pós-Graduados Portuguesesna Alemanha (Asppa) realizou no sábado, o pri-meiro encontro anual de portuguesas profissio-nais no país para identificar preconceitos, nocontexto laboral, e apontar possíveis soluções.A ideia, revela Sofia Figueiredo, cientista e pre-

sidente da Asppa, surgiu precisamente no con-

texto de trabalho, quando sentiu que existem“preconceitos que convém identificar e combater”e a necessidade de “criar soluções para que nãoaconteçam”, visto que apenas uma percentagemresidual de mulheres chega a cargos de lideran-ça e ao topo da carreira.

“Na Alemanha, a maior parte das mulheres,mesmo depois de estarem formadas, com douto-ramentos ou pós-doutoramentos, e de teremuma carreira estabelecida, quando têm filhosacabam por ficar em casa numa situação de de-pendência financeira que não lhes permite sin-grar no mundo profissional outra vez”, apontouSofia Figueiredo, em declarações à agênciaLusa.

“Queremos conhecer as mulheres da comuni-dade portuguesa, saber o que fazer em termosprofissionais, se se enquadram neste estereótipoalemão, e que tipo de desafio enfrentam no dia-a-dia laboral”, acrescentou.A iniciativa, aberta a todos, homens e mulheres,

e gratuita, destina-se a “conhecer o tecido profis-sional português na Alemanha no feminino, parapoder identificar os desafios, trabalhar as pers-pectivas que permitam construir pontes entrePortugal e a Alemanha, mas numa rede femininade contactos”, sublinhou a presidente da Asppa.“Isso pode permitir-nos, a nós, portuguesas pro-

fissionais na Alemanha, que singremos nos nos-sos desafios profissionais e maximizemos atransferência de conhecimento entre os doispaíses”, destacou.

O projecto tem três públicos-alvo, portuguesasgraduadas e profissionais a trabalhar ou a estu-dar na Alemanha, portuguesas a viver na Alema-nha, mas sem uma situação profissional ativa, ouportuguesas que pretendam viver ou trabalhar naAlemanha no futuro.

“[Na Alemanha] é comum o ‘glass-ceiling’, emque a mulher chega a um certo ponto da sua car-reira e não consegue desenvolver mais porque,ou já passou de uma certa idade, ou porque temmuitos filhos e as direções acham que vai ter deficar a tomar conta deles. Existem várias limi-tações, queremos desenvolver estratégias paraas poder ultrapassar”, sublinhou Sofia Figueire-do, considerando que se está “no bom caminho”.

“O movimento feminista fez grandes conquistasna luta pela igualdade, não só de género, mastambém de orientação sexual ou religião, entreoutros. Recordemos que até ao início do séculopassado, as mulheres não podiam votar na Ale-manha”, lembrou.

A primeira iniciativa decorreu no sábado, atra-vés da ferramenta virtual Zoom. Entre os convi-dados estava a secretária de Estado das Comu-nidades Portuguesas, Berta Nunes, que ficou acargo da intervenção de encerramento.

A portuguesa Teresa Arêde foi seleccionadapara participar numa exposição virtual da galeriaWhite Cube de finalistas das principais escolasde artes de Londres que vai decorrer até 6 deAgosto.

Finalista de mestrado em Artes Plásticas espe-cializado em Técnicas de Impressão no RoyalCollege of Art, Teresa Arêde licenciou-se na Fa-culdade de Belas Artes da Universidade do Por-to, tendo também feito um período de Erasmusna Áustria.

Em paralelo, fez estudos de canto no Conser-vatório de Música do Porto e na Guildhall Schoolof Music and Drama, em Londres.

A exposição intitulada “Tomorrow: London”(“Amanhã: Londres”) vai incluir trabalhos de 20 fi-nalistas das escolas de Belas Artes das universi-dades Central Saint Martins, Goldsmiths, RoyalCollege of Art, Royal Academy Schools e SladeSchool of Fine Art.

Cada semana serão destacados cinco dos par-ticipantes, pretendendo a exposição ser uma“plataforma para uma diversidade de vozes artís-ticas envolvidas em muitos debates culturaisactuais e urgentes, incluindo política de identida-de, descolonialização, histórias pessoais e co-muns e questões ambientais”.“Devido à [pandemia] covid-19 e as lamentáveis

restrições aos programas de graduados, é maisimportante do que nunca encontrar formas deoferecer apoio a jovens artistas, que são afinalde contas a força vital da galeria e a próxima ge-ração da nossa indústria”, justificou o fundadorda White Cube, Jay Jopling.A galeria White Cube, que tem dois espaços físi-

cos de exposição na capital britânica e um emHong Kong, é conhecida por representar algunsdos artistas contemporâneos mais conhecidos,como Gilbert & George, Franz Ackerman, An-thony Gormley, Tracey Emin e Damien Hirst.

O presidente do Conselho das ComunidadesPortuguesas contesta a "falta de informaçãoatempada" do governo português sobre o despa-cho que obriga quem viaja de EUA ou países lu-sófonos a fazer teste à Covid-19, 72 horas antesda viagem.

“O despacho [de 30 de Junho] tem levantadodúvidas e por sair muito em cima [do período deférias] e entrar imediatamente em vigor já levoupessoas a terem de repetir o teste. Eu fui umdeles", afirmou o presidente do Conselho Perma-nente do Conselho das Comunidades Portugue-sas (CP-CCP), Flávio Alves Martins.

Para Flávio Martins, o texto do despacho "é ra-zoável e traduz uma preocupação real e legítimado Estado português de proteger os seus cida-dãos", porque a pandemia está "muito dissemi-nada", nomeadamente no Brasil e nos EUA.

Mas "precisávamos de informação mais porme-norizada" para não haver tantas dúvidas como asque existem sobre o documento.

No Brasil, quando o despacho de 30 de Junhofoi publicado, os conselheiros pediram esclareci-mentos ao Consulado-geral de Portugal no Riode Janeiro sobre o texto.Além disso, o presidente do CP-CCP referiu que

o documento já saiu tarde, muito perto do perío-do de férias dos emigrantes.

“Na data em que o despacho sai já muitos emi-grantes portugueses tinham a sua viagem deférias para Portugal marcada e teste feito”, re-feriu, mas como o diploma impõe um prazo de 72horas antes da viagem, alguns tiveram de o repe-tir.

Quanto à possibilidade de quem não conseguirfazer o teste na origem da viagem, o poder fazerem Portugal, mal entra no aeroporto, "a expen-sas próprias", como prevê o diploma, o presi-dente do CP-CCP considerou que esta é umamedida também razoável e uma "resposta a umafalha de outros países".

O despacho conjunto 6756-C/2020 de 30 deJunho, sobre prorrogação das medidas restriti-vas do tráfego aéreo com destino e a partir de

Portugal, com determinadas exceções, é assina-do pelos ministros de Estado e dos Negócios Es-trangeiros, da Defesa Nacional, da Administra-ção Interna, da Saúde, e ainda pelo secretário deEstado Adjunto e das Comunicações.De acordo com o despacho, os passageiros dos

voos oriundo dos EUA e países de língua portu-guesa, "têm de apresentar, no momento da parti-da, comprovativo de teste ao covid-19, com re-sultado negativo, realizado nas últimas 72 horasantes do embarque, sob pena de lhes ser recu-sada a entrada em território nacional".

Porém, "os cidadãos nacionais e cidadãos es-trangeiros com residência legal em território na-cional, que excepcionalmente não sejam porta-dores de comprovativo do teste ao covid-19, comresultado negativo, nos termos do n.º 5, são deimediato encaminhados pelas autoridades desegurança competentes para a realização doreferido teste a expensas próprias”, adianta odocumento.

Na penúltima quarta-feira, o deputado social-democrata José Cesário questionou o ministrodos Negócios Estrangeiros, Augusto SantosSilva, no parlamento, sobre as condições da en-trada em Portugal de cidadãos nacionais prove-nientes dos Estados Unidos e de países de lín-gua portuguesa.

Em resposta, o ministro disse que os portugue-ses e estrangeiros residentes em Portugal oriun-dos de países lusófonos ou dos EUA poderãofazer o teste à covid-19 à chegada ao país, senão o conseguirem realizar antes da viagem.

Em declarações à Lusa, o deputado explicouque colocou aquela questão ao ministro porquetem recebido muitas queixas de portugueses,nomeadamente dos que vivem nos Estados Uni-dos da América, de que não conseguem realizare obter o resultado dos testes nas 72 horas queantecedem a viagem, como é exigido.

O mesmo acontece no Brasil e nos países afri-canos de língua portuguesa, referiu o parlamen-tar social-democrata, que já ocupou o cargo desecretário de Estado das Comunidades Portu-guesas em governos anteriores.

A Coligação Luso-Americana da Califórnia(CPAC) organizou na quarta-feira, 15 de Julho,um fórum sobre racismo e discriminação com in-tervenção de Antelmo Faria, Mary Xavier, An-thony Esteves, José Luís DaSilva e RosemarySerpa-Caso.

A iniciativa, organizada com o apoio da FLAD -Fundação Luso-Americana, tinha como objectivoabordar questões que nunca sido discutidas nacomunidade portuguesa, posicionando-se norescaldo do movimento de justiça racial que foipara a rua após a morte do afro-americano Geor-ge Floyd, no final de Maio.

"Queriamos escutar os mais novos da comuni-dade, que estão muito mais no mundo americanoque dentro do mundo da aldeia da comunidadeportuguesa", disse Diniz Borges, presidente daCPAC. "Continuamos a ver que há racismo den-tro da comunidade, como em todas", afirmou oresponsável, "e há uma grande quebra entre oemigrante e os lusodescendentes, que estãomais preocupados com este assunto e o racismodentro da comunidade".

Segundo Diniz Borges, as gerações mais ve-lhas de emigrantes "têm a ideia de que não osafecta e que não são contas do nosso rosário".No entanto, os mais jovens "acham que é tempoque se tenha este diálogo dentro da comunidadeportuguesa".É o que pensa Anthony Esteves, 38 anos, escri-

tor e autor do ‘podcast’ "Based on a True Jour-ney". "Vejo as gerações mais novas de portugue-ses quererem fazer parte de uma mudança",disse o lusodescendente, um dos convidados do

fórum. "Esta é a altura em que pode haver umamudança na forma como olhamos para os di-reitos civis e os direitos humanos e como pode-mos tomar parte disso".

Baseado em Sacramento, norte da Califórnia,Anthony Esteves cresceu a falar português emcasa e muito envolvido na comunidade luso-americana. "Ainda temos gerações que lançammão do que ficou para trás, nos tempos do Sala-zar", afirmou. "Embora a revolução dos cravostenha sido em 1974, ainda tempos uma misturade portugueses que são conservadores da velhaguarda e outros mais liberais".

Mary Xavier, que também participou no debate,disse que continua a ver essas tensões na comu-nidade portuguesa, entre os que emigraram du-rante a ditadura e os que já cresceram em soloamericano."Tal como noutras comunidades, há racismo en-

capotado e muitas microagressões que aconte-cem com pessoas de cor", afirmou.

"A história de Portugal está entrincheirada noracismo, escravatura, colonização. Não foi assimhá tantos anos, ainda tenho familiares que esti-veram na guerra em Angola", disse. "Essas ex-periências dos soldados portugueses e a suaperceção de como foram recebidos quando ten-taram preservar aquele território passaram degeração em geração", considerou. "As históriasque trouxeram, a maioria negativas, tornaram-senaquilo que muitos portugueses sabem sobre osafricanos".

Casada com um afro-americano de origem ja-maicana e com dois filhos birraciais, Mary Xavier

disse que é importante ter estas discussõesagora e levar as pessoas de gerações anterioresa saírem da zona de conforto. "Tendemos a seruma comunidade conivente e é difícil ter este tipode conversas. Se não falarmos nisto, é como senão estivesse a acontecer".

Aos 44 anos, Mary Xavier trabalha como assis-tente social e vê "um efeito nas crianças de cor,na sua autoestima, na saúde mental, sentem-sesem esperança e pensam que não importa oquão bem-sucedidos sejam, porque serão sem-pre julgadas pela cor da sua pele".Segundo a lusodescendente, a discussão que a

CPAC se propõe realizar será importante paraabrir mentalidades. "É importante ter empatia eperceber as formas diferentes como as pessoasexperienciam a vida na América".Depois do primeiro fórum, a CPAC pretende tra-

balhar com outras organizações, como o Con-selho de Liderança Luso-americano (PALCUS),para abordar mais questões sociais de relevo.

"Queremos também ter debates além deste as-sunto do Black Lives Matter e do racismo, tratartemas como a discriminação sexual e outros as-suntos que têm sido tabu na comunidade portu-guesa", explicou Diniz Borges. A série de deba-tes deverá estender-se até Outubro, ao ritmo deum por mês.

O responsável enquadrou os diálogos na mis-são da CPAC de ajudar a eleger lusodescen-dentes. "Os jovens têm-nos dito que são assun-tos que nunca foram debatidos na comunidadeportuguesa, mas que precisamos de debatê-los,para que aqueles que queiram depois ter algumaliderança política possam estar preparados",explicou Diniz Borges. "Queremos que estesfóruns também sirvam para preparar novos líde-res".O fórum de quarta-feira foi transmitido via Zoom

e Facebook Live.

Portuguesa seleccionada para exposiçãovirtual na galeria White Cube

Profissionais portuguesas na Alemanha juntam-seem encontro virtual contra preconceitos

Emigrantes criticam falta de informação "atempada" para viagens a Portugal

Coligação de luso-americanos organiza fórum sobre racismo e discriminação

O Século de Joanesburgoinformação e actualidade

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20 DE JULHO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 11

MOÇAMBIQUE

COVID-19

O Ministério da Saúde de Moçambique realizou-um inquérito sero-epidemiológico sobre a covid-19 na cidade de Pemba, capital da província deCabo Delgado, norte do país, anunciou o Institu-to Nacional da Saúde (INS).

O chefe do Departamento de Regulação e Pro-moção de Investigação no INS, Nédio Mabunda,disse à emissora pública Rádio Moçambique que

o inquérito incidiu sobre quatro mil pessoas dacidade de Pemba entre profissionais de saúde,agentes da polícia, vendedores de mercados,transportadores rodoviários e famílias.

"O objectivo é conhecer o perfil das pessoas in-fectadas pelo novo coronavírus e adoptar as me-lhores abordagens para travar a propagação dadoença", declarou Nédio Mabunda.

O levantamento durou oito dias e visa impedir oagravamento da covid-19 na cidade de Pemba, osegundo local a registar transmissão comunitáriaem Moçambique, depois da cidade de Nampula,no norte do país.

Na cidade de Nampula, os resultados prelimi-nares do inquérito sero-epidemiológico revela-ram que os 13 bairros da urbe estão "afectados"pela pandemia, que atinge também todos os gru-pos profissionais.O inquérito foi realizado a 6.272 pessoas e con-

sistiu em testes sero-epidemiológicos rápidospara a covid-19, que não detectam a presençado novo coronavírus no momento da sua realiza-ção, mas indicam se a pessoa esteve exposta aovírus.

O resultado é revelado em 15 minutos, ao con-trário do teste para a detecção do novo corona-vírus, cujo resultado é conhecido em dois dias.O levantamento realizado na cidade de Nampu-

la aponta que o novo coronavírus afecta todas asfaixas etárias na cidade, sendo os adolescentes,jovens e adultos os mais atingidos.

O Instituto Nacional da Segurança Social(INSS) considerou que a linha de crédito de 600milhões de meticais (7,6 milhões de euros) queserão alocados às pequenas e médias empresasface à covid-19 é um "bom investimento" para osistema de segurança social."Os 600 milhões de meticais que o INSS irá alo-

car para a mitigação dos efeitos nefastos causa-dos pela covid-19 às pequenas e médias empre-sas do país estão salvaguardados e são um bominvestimento para o sistema da segurança social,tendo em conta o cenário e as modalidades emque tal irá acontecer, bem como a garantia parao seu retorno", lê-se numa nota da entidade dis-tribuída à imprensa.

Para a linha de crédito, a ser desmobilizadaatravés do Banco Nacional de Investimento, estáprevisto o prazo de duração de três anos (36meses) e com uma taxa de juros fixada em 4%",a serem aplicados pelo banco às empresas be-neficiárias.Entre as condições para a obtenção da linha de

financiamento, destaca-se a necessidade de aempresa estar inscrita no sistema de segurançasocial, entre outros pontos que serão avançadospelo banco, que assume todos os riscos.

"O INSS garante que, assim, os interesses dostrabalhadores estão bem salvaguardados, namedida em que o risco no âmbito deste investi-mento foi transferido totalmente para o banco emreferência e, sendo assim, a preocupação doINSS é de ver o valor reposto por este, nas con-dições e datas a acordar, porque em caso de osmutuários não reembolsarem o valor, as perdasrecairão sobre o Banco e não sobre o INSS",frisa o documento.

A decisão de disponibilizar uma linha de créditoàs pequenas e médias empresas, anunciada emmaio pelo executivo moçambicano na sequênciade apelos do setor empresarial, foi contestadapelo Centro para a Democracia e Desenvolvi-mento (CDD), organização da sociedade civil,que defende que o dinheiro do INSS deve apoiaros trabalhadores que perderam o emprego ou osque estão sem salário e não as empresas.

"O dinheiro do INSS deve ser usado para finan-ciar a economia através da devolução [das pres-tações] aos contribuintes e desta forma aumen-tar o poder de compra destes e das suas famí-lias", declarou, na altura, o CDD.

O primeiro laboratório em Moçambique fora dacapital para testar a covid-19 já avaliou quase300 amostras na cidade da Beira e deu início auma estratégia de descentralização, disse fontedo serviço.

“Neste momento, o processo de colecta, empa-cotamento, transporte e envio das amostras paraMaputo é demorado. A redução do tempo permi-tirá que Sofala tenha os resultados em prazo re-corde para tomar acções de controlo da doença",referiu Sofia Viegas, directora nacional para aárea de laboratório e saúde pública no InstitutoNacional de Saúde (INS).

O primeiro lote de verificações juntou 84 amos-tras, sendo entregues para avaliação outras 200amostras, a capacidade máxima diária do labo-ratório.

Até agora, a capital tem centralizado os testes,através dos serviços do INS.

O laboratório da Beira está instalado num cen-tro polivalente pertencente à comunidade deSant'Egídio, antes utilizado para testar a cargaviral de VIH/sida.

Foi cedido aos serviços de saúde para uso ex-clusivo em testes de infecções pelo novo corona-vírus.

Para concretizar a descentralização, técnicosde saúde beneficiaram de formação.

Outros dois laboratórios entraram em funciona-mento nas cidades de Nampula e Pemba, CaboDelgado, capitais das províncias onde se regis-tam mais de metade dos casos activos deinfecção pelo novo coronavírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) refor-çou a capacidade de diagnóstico de covid-19 emMoçambique com a entrega de uma nova má-quina de testes em laboratório, anunciou a or-ganização.

"À semelhança dos outros países, Moçambiqueregista um aumento do número de casos decovid-19", refere a OMS, pelo que "o reforço dacapacidade de diagnóstico do novo coronavíruscontinua a ser uma das intervenções importantespara conter a propagação da doença".

O novo aparelho (Multiplex qPCR) foi entregue

ao Ministério da Saúde para identificar e quantifi-car, numa única reacção e em simultâneo, "múlti-plos organismos patogénicos, incluindo vírus,bactérias, parasitas e fungos que causam doen-ças infecciosas".

Este é o segundo aparelho deste tipo doadopela OMS, além de outros apoios, tais comoequipas técnicas, câmaras de rastreio da tem-peratura em pontos de controlo de passageiros,equipamentos de protecção individual e rea-gentes.

Analistas moçambicanos defenderam em de-clarações à Lusa restrições diferentes para cadaregião do país, de acordo com a situação epi-demiológica face à pandemia de covid-19.

“Adoptar uma medida para todos pode não serrealista e ter consequências nefastas, porquenem todos estão no mesmo contexto”, disse aactivista Fátima Mimbire, ao comentar a terceiraprorrogação do estado de emergência no país,com alívio de algumas restrições.Fátima Mimbire, membro do Fórum de Monitoria

do orçamento (FMO), apontou como exemplo oreinício das aulas na província de Nampula, nor-te do país, a mais afectada pela pandemia, con-siderando que o risco não pode ser equiparado àimplementação da mesma medida no Niassa,onde o número de infecções registadas é baixo.

“A província de Nampula não tem condiçõespara abrir escolas”, acrescentou.

Por outro lado, muitas escolas "não têm água.Nem em casa há higiene, nas instituições públi-cas há medidas 'ad hoc', não regulares”, notou.Do total de casos ativos, a maioria está no norte

do país, nas províncias de Nampula e Cabo Del-gado.

Estas são também as províncias que registammaiores taxas de resultados positivos face atestes realizados.

O mesmo pensamento é partilhado pelo ana-lista político Juma Aiuba, que entende que devehaver soluções à medida, pois as realidades sãodistintas.

“Acho que se deve ver quais são as zonas emque dá para fazer alguns desbloqueios, onde ocomércio pode fluir" sem prejuízos maiores para

as medidas de prevenção, disse.No caso de Nampula, onde reside, Juma Aiuba

considera que por ser uma zona de influência daResistência Nacional Moçambicana (Renamo),principal partido da oposição, as populações po-dem ter maior desconfiança em relação às medi-das das autoridades.Por outro lado, é uma zona com altos índices de

analfabetismo e vulnerável a boatos.“Dizer [às populações] que não podemos ir a

feiras vender o nosso produto, mas podemos ir àescola, vai reforçar o boato de que é uma 'doen-ça inventada'”, disse, sugerindo que sejam dadasmais explicações à população.

O jornalista e analista Fernando Lima acreditaque cada província vai ter o seu conjunto de me-didas.

“Em função da evolução, as autoridades decre-tarão medidas muito especificas para determi-nadas zonas sobre situações de confinamento ecirculação interdistrital e provincial”, referiu.

Por outro lado, a disponibilidade de testes rápi-dos para controlar a evolução da pandemia emdeterminadas áreas ao longo do país pode aju-dar a um alívio das medidas em termos gerais,privilegiando os locais mais sensíveis.

Para o jornalista, a abertura das escolas é pos-sível pois o Governo moçambicano recebeuapoio do Fundo Monetário Internacional no valorde 309 milhões de dólares (275 milhões deeuros).

“O Governo pode usar esse fundo para que asescolas tenham melhores sistema de abasteci-mento de água para que as crianças tenhamuma higiene mínima”, acrescentou.

Analistas defendem medidas diferentes para cada região

Instituto da Segurança Socialdiz que linha de financiamentoé um “bom investimento”

Beira temprimeiro laboratório a fazer testesfora da capital

Pemba realiza inquérito sero-epidemiológico

OMS reforça capacidade de diagnóstico

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12 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 20 DE JULHO DE 2020

A petrolífera sul-africana Sasol renunciou a umalicença de pesquisas por hidrocarbonetos ao lar-go da costa de Moçambique depois de avaliar opotencial de exploração e o impacto ambiental,anunciou em comunicado.

"Após uma avaliação do potencial de explora-ção e uma avaliação do relatório da fase de pré-viabilidade do Estudo de Impacto Ambiental(EIA), a Sasol decidiu renunciar à sua licença depesquisa nos Blocos 16/19 da costa de Mo-çam-bique", referiu a empresa.

Os blocos estão situados a este e nordeste doParque Nacional do Arquipélago do Bazaruto,primeira área de conservação marinha de Mo-çambique, ao largo da província de Inhambane.A petrolífera recebeu a licença em 2005 e reali-

zou pesquisas em águas profundas até 2013,focando-se depois nas águas rasas.

Face à "sensibilidade ambiental da área", a Sa-sol promoveu um estudo através da firma Golder& Associates de consultoria especializada emmeio ambiente que contribuiu para a decisão.

"A Sasol devolverá o Bloco 16/19 na sua totali-dade ao Governo de Moçambique", sendo que"já foi enviada, às autoridades moçambicanas re-levantes, uma notificação de retirada", concluiu.A Sasol explora reservas de gás desde 2004 em

Temane e Pande, em terra, na província deInhambane, com gasodutos para a África do Sule Maputo, alimentando ainda a central eléctrica

moçambicana de Ressano Garcia, na provínciade Maputo. Na mesma área 'onshore' onde tem a produção,

a petrolífera mantém actividades de pesquisa edesenvolvimento, além de ser parceira em pes-quisas num outro bloco (A5-A) em alto-mar nabacia de Angoche, ao largo do centro do país.

A petrolífera francesa Total manifestou-se con-victa da "execução segura" do projecto para aexploração de gás em Cabo Delgado, onde gru-pos classificados como uma ameaça terroristatêm protagonizado ataques armados desdeOutubro de 2017.

"O Governo está a trabalhar muito bem paracriar, dentro do possível, as melhores condiçõespara execução segura do trabalho", disse ArnaudBreuillac, presidente de exploração e produçãoda Total, após uma reunião com o ministro dosRecursos Minerais e Energia, Max Tonela, noâmbito de uma visita a Moçambique."A segurança é da responsabilidade do Governo

e nós estamos confiantes no trabalho que está aser realizado", acrescentou Breuillac.

As incursões de grupos armados nos últimosdois anos e meio naquela província já provoca-ram a morte de, pelo menos, 700 pessoas e umacrise humanitária que afeta cerca de 211.000 re-sidentes.

A Total lidera o consórcio que vai explorar em2024 a Área 1 da bacia do Rovuma, norte.

lebram 45 anos de independência."A libertação que veio com a independência foi

só para os homens? Precisamos que nos expli-quem: como se pode ser livre temendo constan-temente pela sua integridade física, moral e se-xual e pela sua vida?", lê-se na nota das ONG,que ameaçam "voltar às ruas” em protestos.

Além da pena de prisão, o Tribunal Judicial daCidade de Maputo tinha condenado Rofino Licu-co ao pagamento de uma indemnização de 200milhões de meticais (2,5 milhões de euros, nocâmbio actual) por danos não patrimoniais e de579 mil meticais (7 mil euros) por danos patrimo-niais.

Organizações não-governamentais (ONG) mo-çambicanas criticaram o acórdão que anula a de-cisão que condenava o empresário Rofino Licucoa três anos e quatro meses de prisão por agres-são a Josina Machel, filha de Samora e GraçaMachel.

"Esta decisão, a todos os títulos incompreensí-vel, é não só injusta e irresponsável, provocandogrande dano à vítima, como também se reper-cute gravemente na maneira como o país vaidoravante enquadrar os crimes de violência do-méstica", lê-se num comunicado assinado por 25ONG moçambicanas.A decisão de anular a condenação de Rofino Li-

cuco data de 12 de Junho e surgiu na sequênciade um recurso submetido pela defesa do empre-sário, condenado em Fevereiro de 2017 pelo Tri-bunal Judicial da Cidade de Maputo.

Na altura, a justiça considerou que Josina Ma-chel, 44 anos, perdeu a visão em resultado deuma agressão que sofreu em Outubro de 2015por parte de Rofino Licuco, 42 anos, na alturaseu namorado, durante uma briga numa das ave-nidas do centro da capital moçambicana, à saídade uma casa de pasto.

Anos depois da decisão do Tribunal Judicial daCidade de Maputo, o Tribunal Superior do Recur-so moçambicano anulou a decisão, entendendohaver "dúvida insanável" sobre o grau de respon-sabilidade de Rofino Licuco.Para as organizações da sociedade civil, a deci-

são é injusta e mancha a luta contra a violênciadoméstica no país, num momento em que se ce-

O Governo moçambicano anunciou que vai gas-tar 3,5 biliões de meticais (44 milhões de euros)na reorganização das escolas, para sua reaber-tura faseada face aos riscos impostos pela covid-19.

"Este valor vai ser destinado para a reabilitaçãoe reposição de sistemas de abastecimento deágua e saneamento nas escolas, internatos ecentros de formação", disse o ministro das ObrasPublicas, Habitação e Recursos Hídricos, JoãoMachatine, após uma sessão do Conselho de Mi-nistros, em Maputo.

As reabilitações serão feitas num prazo de trêsmeses e visam garantir um regresso seguro dosalunos às escolas face à propagação da covid-19no país, segundo o governante.

"Este trabalho consistirá, por um lado, em fazera reabilitação das infraestruturas que se mostramnum estado obsoleto e, por outro lado, paraaquelas instituições que não tinham, vamos colo-car estes sistemas", explicou.

As escolas moçambicanas, que estão encer-radas desde 1 de Abril no âmbito do estado de

emergência decretado pelo chefe de Estado mo-çambicano, Filipe Nyusi, vão ser reabertas fasea-damente a partir de 27 de Julho, com prioridadepara as classes com exames, começando pela12.ª classe, no secundário.

No ensino público, Moçambique conta com umtotal de 13.337 escolas primárias e 677 escolassecundárias, segundo dados oficiais.

O Presidente moçambicano anunciou a prorro-gação do estado de emergência pela terceira vez- o máximo previsto na Constituição - com levan-tamento faseado de algumas restrições.Além da reabertura faseada das escolas, voltará

a haver ligações aéreas internacionais com al-guns países, será permitido mais pessoas nos lo-cais de trabalho e os museus poderão reabrir.

GOVERNO QUER AUMENTAR NÚMERO DE ESCOLAS DO SECUNDÁRIO

O Ministério da Educação e DesenvolvimentoHumano de Moçambique anunciou a meta deaumentar em 35%, nos próximos quatro anos, o

número de escolas do ensino secundário nopaís.

"Aqui há um grande desafio porque as taxasainda são muito baixas. Deveremos evoluir dosatuais 15 % para 35% em 2024, na ambição deatingir 45% em 2029", declarou a ministra daEducação e Desenvolvimento Humano, Carmeli-ta Namashulua.

A governante falava durante uma reunião comdirectores provinciais da educação, no âmbitodas estratégias para o retorno faseado das aulasparalisadas pela pandemia de covid-19 no país.

No ensino público, Moçambique conta com umtotal de 13.337 escolas primárias e 677 escolassecundárias, um "desequilíbrio" que é apontadocomo um desafio nos esforços para garantir apermanência das crianças nas escolas, principal-mente nas zonas rurais.

"Deveremos garantir a retenção e a conclusão,com qualidade, dos estudos dos nossos alunospara a sua inserção na vida social e no mercadode trabalho", declarou Carmelita Namashulua.

MOÇAMBIQUE

Governo vai gastar 44 milhões de eurosna reorganização das escolas

Petrolífera Sasol abandona pesquisasao largo da costa moçambicana

Total convicta daexecução segurado projecto de gásem Cabo Delgado

“Acórdão que anula condenaçãode ex-namorado da filha deSamora Machel é injusto” - ONG

O Instituto Nacional de Estatística (INE) mo-çambicano está a esclarecer dúvidas que circu-lam nas redes sociais e a apelar à populaçãopara que receba as equipas do Inquérito aos Or-çamentos Familiares, cuja segunda fase já arran-cou.

"O INE tranquiliza a população e exorta-a a re-ceber as equipas de inquiridores para que pos-sam realizar os trabalhos de recolha de dadospara este inquérito de extrema importância paraa planificação do país", sublinhou o organismo.

"Circula nas redes sociais um vídeo reportandoa visita de indivíduos a residências" que o INEinforma "tratar-se da continuação do Inquéritoaos Orçamentos Familiares", com o objectivo de"obter vários indicadores sobre as condições devida dos agregados familiares em Moçambique",anunciou.

Depois da recolha de dados para listagens,começou a segunda fase de contacto pelas equi-pas de inquiridores, normalmente compostas portrês pessoas: "um guia (que é o chefe do quar-teirão), um motorista e um inquiridor"."Todos os agentes envolvidos neste inquérito fo-

ram capacitados em matéria de biossegurançapelo Instituto Nacional de Saúde com apoio dosparceiros de cooperação, no âmbito da preven-ção da covid-19", acrescentou.

O INE moçambicano anunciou ainda que estãoa decorrer inquéritos sobre os impactos da covid-19 nas famílias e empresas, cuja recolha de da-dos está a ser feita por telefone - com contactopresencial apenas em empresas.

A Renamo acusou o Governo de violar o espíri-to do acordo de desarmamento, desmobilizaçãoe reintegração (DDR), ao excluir oficiais do braçoarmado do principal partido da oposição de posi-ções de chefia no Comando-Geral da Polícia.

O porta-voz da Resistência Nacional Moçam-bicana (Renamo), José Manteigas, disse que opartido tinha "uma legítima expetativa" de queoficiais do braço armado da organização paten-teados no sábado último ocupassem posições dechefia no Comando-Geral da Polícia da Repúbli-ca de Moçambique (PRM), mas foram destaca-dos para posições inferiores."Acompanhamos atentamente o patenteamento

dos militares da Renamo, mas criticamos o factode nenhum deles estar numa posição de chefiano Comando-Geral da Polícia", declarou JoséManteigas.

O porta-voz da Renamo adiantou que esta ex-clusão viola o espírito do acordo sobre DDR assi-nado com o Governo.Os dez oficiais da Renamo patenteados vão ser

colocados como responsáveis de esquadras enas polícias de Trânsito, Guarda de Fronteira ede Protecção de Recursos Naturais e do MeioAmbiente.

Os patenteados eram guerrilheiros da Renamoe foram integrados na PRM em finais do ano pas-sado, tendo sido submetidos a uma formação bá-sica na polícia moçambicana, estágio pré-profis-sional, patenteamento e tomada de posse.

Depois de um arranque simbólico no ano pas-sado, o DDR esteve paralisado durante váriosmeses, tendo sido retomado a 4 de Junho e vaienvolver 5.000 membros do braço armado domaior partido da oposição.

Renamo acusa Executivo de violar espírito de reintegração na Polícia

INE moçambicanorealiza Inquérito aosOrçamentos Familiares

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20 DE JULHO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 13

ANGOLA

O governador do Banco Nacional de Angola(BNA), José Massano, assegurou que a entradaem circulação das novas notas do kwanza, a par-tir de 30 de Julho, "não trará impacto negativo naformação de preços" dos produtos.

O responsável que falava na abertura da ceri-mónia oficial de apresentação das cinco novasnotas do kwanza "Série 2020" disse que "não hámotivos para receios", porque que a introduçãode novas notas na economia não é um processonovo.

"Em 2013, quando entraram as notas queactualmente circulam não se assistiu à qualquerimpacto negativo sobre a formação de preços,nem tivemos incidentes com rejeição ou perdade valores das notas que já se encontravam emcirculação, com essas notas do kwanza o percur-so não será diferente", garantiu.

Segundo José Massano, as novas notas dokwanza, "inspiradas na grandeza da Angola inde-pendente em paisagens de beleza única", con-têm elementos da "nossa identidade cultural" ede segurança, modernidade e durabilidade.

O novo substracto, observou, "é reciclável edeste modo amigo do ambiente".

"No nosso caso a durabilidade é muito relevanteporque a intensidade no manuseio da nota fazcom que a sua vida útil seja reduzida, elevandocustos e saneamento do meio circulan e", notou.

Para o governador do banco central angolano,as notas feitas em polímero apresentam "maiorcomodidade no seu uso e poupança financeirana gestão do meio circulante", sobretudo em zo-nas do país onde não há delegações do BNA oubalcões de bancos comerciais.

O Banco Nacional de Angola (BNA) apresentouas cinco novas notas de kwanza, moeda nacio-nal, série 2020, que entram em circulação a par-tir de 30 de Julho, cujo destaque é a figura do pri-meiro Presidente angolano, Agostinho Neto.

As novas notas de 200 kwanzas (0,3 euros),500 kwanzas (0,75 euros), 1.000 kwanzas (1,5euros), 2.000 kwanzas (3 euros) e de 5.000kwanzas (7,5 euros) entram em circulação nomercado de forma faseada até Janeiro de 2021.Azul, castanho, rosa, verde e lilás, do menor ao

maior valor facial, são as cores que respectiva-mente predominam nas notas apresentadas emLuanda.A nota de 200 kwanzas será a primeira a entrar

em circulação, a 30 de Julho próximo, depois se-guirá de forma progressiva a nota de 500 kwan-zas, em 17 de setembro, a de 1.000 kwanzas,em 01 de outubro, de 2.000 kwanzas a 11 deNovembro, e a de 5.000 kwanzas, em Janeiro de2021.

Segundo o BNA, as novas notas de 200 kwan-zas a 2.000 kwanzas, feitas em material de po-límero (plástico), contêm elementos de seguran-ça "inovadores que previnem a contrafação, têmmaior durabilidade e apresentam níveis de me-nor desgaste e deterioração".

Já a nota de 5.000 kwanzas, de maior valorfacial de série 2020, é feita em material de algo-dão e possui igualmente elementos de "elevadasegurança" como um fio de segurança e marcade água com a representação da figura do"Pensador", símbolo da cultura angolana.

A nova série da moeda angolana não contem-pla a nota de 10.000 kwanzas (15 euros) comoinicialmente previsto.

É característica comum no reverso de todas anotas a insígnia da República, a diversidade geo-gráfica e cultural de Angola, bem como um microtexto com a letra integral do Hino Nacional deAngola "Angola Avante".

Sem o rosto do antigo Presidente de Angola,José Eduardo dos Santos, como nas notas dasérie 2012, a "nova família do kwanza" vai con-viver, simultaneamente, com as notas antigas"até que o BNA entenda estarem reunidas condi-ções para pôr fim ao seu curso legal".

Com dimensão de 120 a 138 centímetros, asnovas notas do kwanza possuem também uma

impressão com relevo que permite a identifica-ção das mesmas com perceção tátil, sobretudopara os deficientes visuais.A série 2020 não inclui moedas metálicas, ape-

nas notas. As moedas metálicas da série 2012,nomeadamente de 5 kwanzas (0,0 euro), 10kwanzas (0,01 euro), 20 kwanzas (0,03 euros),50 kwanzas (0,07 euros) e 100 kwanzas (0,016euros) "continuam válidas e a circular".

Para o banco central angolano, o kwanza tem-se assumido como um dos elementos identitáriosda nação angolana, "merecendo a confiança detoda a sociedade que deve ser reforçada comaprimoramentos contínuos que protejam a suaintegridade".

A "nova família do kwanza" vai conviver, simul-taneamente, com as notas da série 2012 "atéque o BNA entenda estarem reunidas condiçõespara pôr fim ao seu curso legal".

O executivo angolano entregou na AssembleiaNacional a proposta de revisão do OrçamentoGeral do Estado (OGE) para 2020, anunciou oParlamento.

A entrega do documento ao presidente da As-sembleia Nacional, Fernando da Piedade dosSantos “Nando”, foi feita pelo ministro de Estadopara a Coordenação Económica, Manuel NunesJúnior.

O executivo angolano decidiu rever o OGE de2020, devido à queda do preço do barril, fixadoagora em 33 dólares, contra os 55 dólares inicial-mente previstos e ao impacto da pandemia na

economia do país.A proposta de lei que aprova o OGE revisto para

este ano foi aprovada pelo Conselho de Ministrose prevê receitas e despesas inferiores em 14,9%face ao plano inicial.

A necessidade de revisão foi considerada peloexecutivo como uma "medida essencial paraajustar as decisões de despesa e projecções dereceita às condicionantes impostas pelo atualcontexto económico mundial e nacional, carac-terizado pelo forte impacto negativo da pandemiacausada pela covid-19", segundo uma nota divul-gada após a reunião.

O kwanza, moeda angolana, desvalorizou qua-se 250% desde 2017, uma estratégia necessáriapara defender as reservas líquidas internacio-nais, mas não suficiente, porque o país aindaprecisa de dinamizar o setor produtivo, defende oeconomista Fernandes Wanda.O investigador da School of Oriental and African

Studies University of London salientou que existe

uma interligação entre a desvalorização dokwanza, a política cambial, a inflação e a políticamonetária, “um problema que não é de hoje”,embora se tenha acentuado.

Fernandes Wanda notou que o kwanza semprese desvalorizou face ao dólar, exceto entre 2004e 2008, período em que teve um câmbio favorá-vel graças a um programa de estabilização ma-

croeconómico apoiado nos preços do petróleoque permitiu a constituição de reservas líquidas.

“Se calcularmos de 2017 até agora, o kwanzadesvalorizou-se em 249%, o que é brutal, masera necessário porque o Banco Nacional de An-gola (BNS) precisava de defender as suas reser-vas”, afirmou o académico, realçando que a valo-rização ancorada nas reservas internacionais lí-quidas, que por sua vez estavam ancoradas nopreço do petróleo, “foi uma estabilidade muitofrágil”.

A partir de 2018, o BNA mudou de estratégia,tentando a estabilização macroeconómica atra-vés da política monetária, mas continua a preci-sar de reservas, ou seja, de divisas em moedaforte, porque Angola depende muito das impor-tações e quer facilitar a atração de investimentoestrangeiro.

“Os empresários querem investir num país [em]que saibam que podem repatriar dividendos, éuma medida importante para captar investimentodireto estrangeiro”, sublinhou o especialista.

As Reservas Internacionais Líquidas (RIL) dopaís, até final de maio, foram contabilizadas em10,2 biliões de dólares, sendo inferiores ao in-vestimento directo.

“Se olharmos para o ‘stock’ de investimento di-recto , no final de 2019, rondava os 18,6 biliões,o que significa que, se todos os investidores sequisessem retirar, Angola não teria condições dereembolsar esse valor, porque as reservas estãoabaixo”, disse Fernandes Wanda, acrescentandoque “isto é um mau indicador”.

O BNA defende agora as reservas através dapolítica monetária e ajustou o coeficiente dereservas obrigatórias de moeda nacional de 17para 22%, um coeficiente que poderia ser reduzi-do “para dar liquidez ao mercado”, desde quefosse bem monitorizado, advoga o economistaangolano.

“Se baixassem para 15% ou 20% iria haver li-quidez, mas aumentaria a inflação. A forma deevitar isso e monitorizar o valor que vai ser liber-tado é canalizá-lo para o crédito ao setor produ-tivo, que não tem recebido o suficiente”, continu-ou Fernandes Wanda, prevendo que o nível dedesvalorização se vai manter enquanto isso nãoacontecer, para mais numa altura em que o mun-do luta ainda para controlar a pandemia de covid-19.

“Angola depende das importações e a principalfonte de divisas, que permitem as importações,também esta a cair, que é o petróleo. Vai conti-nuar com tendência a baixar se o mundo nãoconseguir controlar os novos surtos e estabilizara situação de pandemia, não vai haver con-sumo”, indicou.

Kwanza desvalorizou quase 250% desde 2017 e vai continuar a cair

Moeda sem José Eduardo dos Santosem circulação a partir de 30 de Julho

Banco central promete que novo kwanza não vai causar inflação

Orçamento revisto deu entrada na Assembleia Nacional

Angola retomou a vacinação contra a polio-mie-lite, interrompida por causa do estado de emer-gência da pandemia da Covid-19 e imunizou 1,2milhões de crianças no Sul, que regista o maiorsurto de pólio vírus vacinal em África.A informação foi divulgada na quarta-feira 15 de

Julho pela Organização Mundial de Saúde(OMS), no dia em que terminou a repescagem decrianças não vacinadas nas províncias abrangi-das pela iniciativa, nomeadamente Cunene, Huí-la, Huambo, Cuando Cubango e Namibe.O país que em Dezembro de 2015 ficou livre do

poliovírus selvagem, é actualmente um dos 15países da região africana que sofrem surtos depoliovírus derivado de vacinas em circulação,uma forma rara do vírus que afecta populaçõesnão imunizadas e sub-imunizadas que vivem emáreas com saneamento inadequado.

Com o registo de 142 casos de pólio vírus vaci-nal, Angola é actualmente o país da região afri-cana com mais registos, verificando-se ainda187 casos de paralisia flácida, enquanto 28amostras ambientais à espera de resultados deanalises.

O governo angolano e os seus parceiros vaci-naram cerca de 1,2 milhões de crianças com pó-lio oral numa campanha que decorreu "sob fortesmedidas" de prevenção contra a covid-19, se-gundo um comunicado da OMS.

GARANTIR A IMUNIZAÇÃO DE TODAS AS CRIANÇAS

Para Javier Aramburu, representante em exer-cício da OMS em Angola, apesar das limitaçõespor causa da pandemia do novo coronavírus “énecessário assegurar que a vacinação não sejarelegada para o segundo plano, sob pena de co-locar em risco a saúde das crianças”. "Temos decontinuar resilientes em nossos esforços de vaci-nação para garantir a imunização de todas as cri-anças angolanas", afirmou.

A OMS defende a participação de todos para asensibilização das famílias e comunidades paraa necessidade de adoptarem as medidas de pre-venção contra a covid-19 e levarem as criançasa serem vacinadas.

"É preciso intensificar os trabalhos em cursopara se desenvolver um sistema robusto de vig-ilância e vacinação de rotina, de modo a prevenir,detectar e responder rapidamente a quaisquercasos de poliomielite”.

Em Angola, acrescenta a OMS, foi confirmadolaboratorialmente a circulação do vírus do tipo 2e está a ser utilizada a vacina pólio oral monova-lente tipo 2.

A campanha de imunização envolveu 13.340pessoas, entre os quais 3.988 vacinadores.

Imunizadas1,2 milhões de crianças contra a pólio

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14 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 20 DE JULHO DE 2020

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A chuva voltou a cair durante a madrugada desegunda-feira com alguma intensidade na ilha deSantiago e noutros pontos de Cabo Verde, apóstrês anos irregulares e insuficientes para evitarseca extrema no arquipélago.

Na cidade da Praia, começou a chuviscar de-pois das 00:00 e durante cerca de 30 minutos,tendo aumentado de intensidade por volta das3:00 de madrugada, comprovada com algumaspoças de água e lama em várias ruas da capital.

Na semana anterior, a Câmara Municipal daPraia anunciou a aprovação de um plano opera-cional de emergência para a época das chuvaseste ano, de 27,8 milhões de escudos (253 mileuros). Segundo a autarquia, o plano “de carácter espe-

cial”, será aplicado nas zonas de maior suscepti-bilidade a riscos e ameaças pelas cheias, ouseja, “zonas inundáveis e de deslizamento deterras”.

O plano será implementado pelos serviços daautarquia, em parceria com o Sistema Nacionalde Proteção Civil, Cruz Vermelha, Serviços deSaúde e Forças Armadas.

Segundo informações apuradas pela agênciaLusa, a chuva caiu também em praticamentetodos os concelhos do interior da ilha de Santia-go, todos eminentemente agrícolas e cujos agri-cultores estivarem nas últimas semanas a pre-pararem-se para o ano agrícola.

Há informações de chuviscos em Santo Antão,outra das ilhas eminentemente agrícolas no ar-quipélago.

Em conferência de imprensa há um mês, a di-rectora Geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuá-ria, Eneida Rodrigues, revelou que as informa-ções disponibilizadas pelo Instituto Nacional deMeteorologia e Geofísica, baseadas nas previ-sões internacionais do Centro Africano de Apli-cação Meteorológica para o Desenvolvimento(ACMAD) e Centro Regional de Formação eAplicação em Agrometeorologia e HidrologiaOperacional (AGRHYMET), indicavam que háuma “grande probabilidade” de as chuvas ocor-rerem dentro do padrão normal em todo o arqui-

pélago este ano.A mesma fonte previu que as primeiras chuvas

poderiam cair em meados de julho.No ano passado, choveu apenas alguns dias no

mês de Setembro, na cidade da Praia e noutrospontos do país, tendo mesmo causado algunsestragos e inundações no centro histórico daCidade Velha, único sítio património mundial dahumanidade do país, no concelho da RibeiraGrande de Santiago.Na altura, o ministro das Agricultura e Ambiente,

Gilberto Silva, disse que as chuvas davam paragarantir alguma produção de milho, pasto paraos animais e recarga dos lençóis freáticos.Após essas chuvas do ano passado, uma praga

de gafanhotos afectou as terras áridas e semiári-das de quatro ilhas cabo-verdianas, Santiago,Brava, São Nicolau e São Vicente, o que levou oGoverno a declarar emergência e reforçou ocombate com militares.

Em Janeiro deste ano, o Governo cabo-verdia-no declarou a situação de emergência hídrica emtodo o país até outubro, devido à seca acumula-da nos últimos três anos, admitindo neste perío-do limitações temporárias ao consumo de água.

Desde 2017 que as chuvas que caem no arqui-pélago têm sido insuficientes para evitar uma se-ca extrema e prolongada e consequente mausanos agrícolas, que têm levado o país a pedirajuda internacional.

Chuva volta a cair em alguns pontos deCabo Verde depois de três anos de seca

O Estatuto Administrativo Especial para a capi-tal de Cabo Verde, Praia, foi rejeitado no parla-mento, após a proposta de regulamento apre-sentada pelo Governo não ter conseguido amaioria absoluta dos deputados presentes nasala de sessões.

Do total de 72 deputados do parlamento cabo-verdiano, 66 presentes na sala de sessões e porvideoconferência votaram, sendo 39 a favor, in-suficiente para fazer passar a proposta governa-mental.

Para fazer aprovar a proposta no parlamento, oGoverno necessitava do voto favorável de 44deputados e das três bancadas.

Dos deputados que votaram a favor, 35 são doMovimento para a Democracia (MpD), partidoque suporta o Governo, e quatro do Partido Afri-cano da Independência de Cabo Verde (PAICV),o maior partido da oposição.

Em sentido contrário, seis deputados votaramcontra, sendo todos os três da União Cabo-ver-diana Independente e Democrática (UCID), doisdo PAICV e um do MpD, enquanto 21 deputadosdo PAICV se abstiveram.A proposta de lei do Governo do Estatuto Admi-

nistrativo Especial da capital cabo-verdiana pre-via que a Praia receberia maior dotação finan-ceira do Estado, a criação da Comissão de Capi-talidade, liderada pelo Governo, e a elevação dopresidente da câmara ao estatuto equivalente aministro.

A proposta de lei foi entregue no parlamento,em Dezembro, pelo primeiro-ministro, UlissesCorreia e Silva (antigo presidente da Câmara daPraia), que desafiou a oposição a aprovar o do-cumento.

Na ocasião, Ulisses Correia e Silva, que é tam-bém líder do MpD, recordou que a proposta deatribuição de um estatuto especial à capital dopaís está “consagrada na Constituição da Re-pública desde 1999”. A atribuição do Estatuto Administrativo Especial

da cidade da Praia, com a descentralização decompetências e outras responsabilidades atual-mente assumidas pelo poder central, é um as-sunto que tem vindo a passar entre os váriosgovernos (PAICV e MpD) na última década.

A Assembleia Nacional de Cabo Verde contacom 72 deputados, dos quais 40 eleitos peloMpD, enquanto 29 são do PAICV e três da UCID.

Estatuto especial da capital rejeitadono Parlamento cabo-verdiano

Adulai Baldé, do Movimento para a AlternânciaDemocrática (Madem G-15), defendeu o fim darede social Facebook na Guiné-Bissau para aca-bar com ofensas aos líderes guineenses.

"Se acabarmos com o Facebook vamos acabarcom esta onda de insultos às pessoas de bem.Insultar o Presidente da República, o presidentedo Parlamento, o primeiro-ministro, ministros eoutras figuras, isso é mau demais", defendeuAdulai Baldé, na segunda-feira em declarações àagência Lusa e RDP-África, para esclarecer oque já havia defendido na sessão plenária doParlamento guineense.

O deputado acrescentou ser vergonhoso verpessoas a despirem-se no Facebook "só porquequerem ofender" os dirigentes do país. "Eu souradicalmente contra insultos, até já o disse aosmeus camaradas do meu partido", declarou odeputado, acrescentando estar pronto para votarfavoravelmente se um dia o Parlamento decidiraprovar uma legislação que acabe com o Fa-cebook na Guiné-Bissau.

Adulai Baldé não sabe de quem é a culpa, "sedos donos do Facebook" ou se das pessoas quepublicam as obscenidades, mas não tem dúvidasde que com aquelas práticas a democracia "nun-ca mais vai vingar" na Guiné-Bissau.

APELO À CONTENÇÃO

Vários dirigentes do actual regime na Guiné-Bissau, nomeadamente o primeiro-ministro, Nu-no Nabiam, a ministra dos Negócios Estrangei-ros, Suzy Barbosa e o embaixador do país emPortugal, Hélder Vaz, foram alvos de ataquesverbais por parte de grupos de guineenses radi-

cados em Lisboa.Os grupos acusam aqueles dirigentes de serem

os responsáveis pelo estado do país. O primeiro-ministro guineense também foi alvo de insultosno aeroporto em Lisboa feito por um grupo deguineenses. Adulai Baldé afirmou que os gruposde guineenses que insultaram os dirigentes noaeroporto, fazem-no a mando de alguém, escu-sando-se a revelar o nome, por enquanto.O também deputado e líder parlamentar do Ma-

dem G-15, o jurista Abdu Mané, entende a pre-ocupação do colega Adulai Baldé, mas apelouaos guineenses para serem mais contidos naforma de abordagem às figuras públicas, seja nopaís como no estrangeiro. "As pessoas devemter ponderação. Criticar é normal, chamar aten-ção é normal, agora palavrões não dignificam aprópria pessoa e a todos nós", defendeu AdbuMané, frisando que não se pode aceitar a violên-cia verbal gratuita.Mané apontou ainda ser normal aceitar o princí-

pio do escrutínio público de figuras que represen-tam o Estado, mas já não é aceitável "resvalarpara ofensa à honra" das pessoas, lembrandoque "há um limite de razoabilidade".

O deputado afirmou que a legislação sobre oassunto não deverá resolver o problema e pediuaos guineenses que se reconciliem.

RESPONSABILIZAR QUEM INSULTA

Abdu Mané considerou ser "inaceitável e inad-missível" o que alguns guineenses estão a fazercom Suzy Barbosa, que considerou ser "uma dasmelhores figuras" da política actual na Guiné-Bis-sau.

"Gostando ou não, a doutora Suzy é das mel-hores que nós temos", observou Abdu Mané,antigo procurador-geral da República.O Presidente guineense, Umaro Sissoco Emba-

ló, anunciou que o Estado vai começar a contro-lar as comunicações no país, incluindo as redessociais.Em entrevista à Lusa, em Lisboa, o primeiro-mi-

nistro guineense, Nuno Gomes Nabiam, explicouque o anúncio do chefe de Estado pretende res-ponsabilizar os cidadãos pelos insultos feitos agovernantes.

"Estamos numa sociedade praticamente des-truída em termos de comunicação e tem de seresponsabilizar as pessoas. Penso que em Por-tugal, uma sociedade civilizada, não se vê o tipode coisas que se veem em Bissau, cidadãos queinsultam governantes sem qualquer consequên-cia", afirmou Nuno Nabiam, salientando que foinaquela lógica que o chefe de Estado falou.

O Presidente Umaro Sissoco Embaló recusa-sea nomear um novo Governo, apesar dos apelosinternacionais. O PAIGC continua a não reconhe-cer o Executivo de Nuno Nabiam e analista en-tende que a solução passa pela ONU.

Passam quase duas semanas desde que oConselho de Segurança da ONU apelou à no-meação de um novo primeiro-ministro na Guiné-Bissau, admitindo adoptar "medidas apropriadasem resposta a desenvolvimentos futuros".

Há mais de dois meses, a Comunidade Econó-mica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)também pediu a nomeação de um novo Execu-tivo "à luz dos resultados das eleições legislati-vas" do ano passado. No entanto, ambos os ape-los foram ignorados até agora.

Na penúltima semana, o Presidente Umaro Sis-soco Embaló (reconhecido pela CEDEAO) afir-mou que não demitirá o Governo de Nuno Na-biam, contestado e considerado ilegal pelo Parti-do Africano para a Independência da Guiné eCabo Verde (PAIGC), vencedor das legislativas.

Para o professor de política internacional Fer-nando Mandinga da Fonseca, a "falha" da comu-

nidade internacional é a forma pouco clara comotem lidado com a situação política na Guiné-Bissau: "Eu não diria que a comunidade interna-cional fracassou, mas houve uma dubiedade. Eessa dubiedade e contradição que a comunidadeinternacional teve ao longo das crises que aGuiné-Bissau vivencia é que nos coloca nessaposição, em que parece que não há uma saída."

AJUDA DA ONU?

O PAIGC continua a não reconhecer o Governode Nuno Nabiam. Na terça-feira 14 de Julho, re-cusou-se a participar na sessão parlamentar deinterpelação dos membros do Executivo. O par-tido tem denunciado um ambiente de "grandecoação" no país, com ameaças constantes aosseus membros.Segundo o analista político Rui Landim, na Gui-

né-Bissau vigora a "lei do mais forte"."Estamos em risco de perder a identidade na-

cional e de nos transformarmos num lugar 'semlei', onde não existem regras, e num campo detráfico de drogas, lavagem de capitais, e por fim,num quartel-general do crime organizado trans-

nacional", antevê Landim.Para o analista, a comunidade internacional tem

de ter "mão dura": "Tem de ser através de umamissão de paz, muito mais robusta do que aqui-lo que foi há anos, com a presença de capacetesazuis [das Nações Unidas], com linhas bem cla-ras, e preparando a reforma das Forças Arma-das. É um grande cancro que temos e que temde se resolver", analisa.

"Depois, a reconstrução do Estado, que já nãoexiste e que é preciso reconstruir e refundar, pró-ximo de uma administração internacional durantealgum tempo, como se fez em Timor-Leste", con-clui Landim.

PEDE-SE UNIDADE NACIONAL

O Presidente da República afirma, no entanto,que, se não fosse a pandemia da Covid-19, aGuiné-Bissau já estaria no caminho do desen-volvimento. Em conferência, Umaro Sissoco Em-baló afirmou que há iniciativas em curso pararecuperar a "imagem e credibilidade" do país eque os guineenses devem superar as divisõespolíticas.

Guiné-BissauDeputado propõe acabar com Facebookpara travar “onda de insulto”

“ONU deve ajudar a Guiné-Bissau a sair da crise política” - defende analista

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20 DE JULHO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 15

NECROLOGIA

Residentes do Lar que faleceram:Guilhermina de Jesus

Nasceu a 5/5/1939 - Faleceu a 8/7/2020

António CrujelaNasceu a 10/11/1926 - Faleceu a 16/7/2020

Amigos e colaboradores do Lar:Maria Pamela Fátima de Freitas

(Esposa do antigo Presidente do LarJorge de Freitas

Nasceu a 13/5/1952 - Faleceu a 15/7/2020

Giorgio Nunes PaganNasceu a 29/10/1936 - Faleceu a 16/7/2020

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A Direcção e os membros do Board of Trustees da SociedadePortuguesa de Beneficência da África do Sul, presidente da So-ciedade Portuguesa de Beneficência, residentes e funcionários doLar Rainha Santa Isabel apresentam com enorme mágoa e profundatristeza, as suas sinceras condolências às Famílias enlutadas, pelofalecimento dos seus entes queridos, pessoas amadas que serão sem-pre recordadas com muito amor e carinho.

Paz às suas queridas almas

Manuel de Almeida(Balicas)

Nasceu: 4/7/1935 - Faleceu: 14/7/2020

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Sua mulher Ana Maria, filhos Rosa, Chico, Cica,Yvette, Dulcina e netos Hannah, Massimo, Taliah,Amber, Stefanos e Melina, nora Evone, genros João,Tony e George, vêm com muita mágoa anunciar ofalecimento do seu ente querido.

"Vamos sentir muitas saudades dos tempos que partilhámos juntos".

Descanse em paz e até um dia. Love you!

Giorgio Nunes Pagan nasceu a 29 de Outubrode 1936 em Lourenço Marques, Moçambique efaleceu na quinta-feira 16 de Julho de 2020 emJoanesburgo, vítima de uma paragem cardíaca.

Giorgio Pagan chegou à África do Sul em 1954para estudar na escola Maritz Brothers ondecompletou a escolaridade até à Matric. Regres-sou a Lourenço Marques onde cumpriu o serviçomilitar.

A vida de trabalho começa ainda em Moçam-bique com funções exercidas na Gulf Oil. Entre1960 e 1961 Giorgio Pagan emigra definitiva-mente para a África do Sul onde foi represen-tante da marca de moda e cosmética ChristianDior. Mais tarde fundou a empresa Import BeerDistributors e foi também proprietário do restau-rante português no Rand Show.

Anos mais tarde, fundou a empresa PaganInternational, que viria a transformar-se na em-

presa Wines of the World, empresa de compra evenda e importação de vinhos, de Portugal, daÁfrica do Sul e de várias outras regiões vinícolasdo Mundo.

A 9 de Abril de 1981 Georgio Nunes Pagan éagraciado pelo Estado português com o grau decomendador da ordem do Infante D. Henrique.

Ao longo da sua vida na África do Sul, GiorgioPagan foi um membro activo da Comunidadeportuguesa. Foi presidente da Academia-Mãe doBacalhau em 1977 e depois em 2005.

Foi presidente do clube de futebol Lusitano S.Club e presidiu também a Sociedade Portuguesade Beneficência, um dos membros fundadores eonde foi um dos impulsionadores da fundação doLuso South African Benefit Trust Fund.

Foi responsável por ajudar vários portuguesesrefugiados de Moçambique a saírem do país e aencontrarem alojamento e trabalho.

O comendador Pagan foi cremado e a famíliaagradece a todos pelo apoio demonstrado epelas mensagens e telefonemas de pesar pelofalecimento do comendador.

A empresa que detinha, Wines of the World, foianunciante do semanário “O Século de Joanes-burgo” durante vários anos. Pelo trabalho, cola-boração, campanhas publicitárias feitas, pelorespeito e consideração do comendador Paganpor este semanário e pelo seu fundador e propri-etários, o Grupo Século e o jornal “O Século deJoanesburgo” apresentam as mais sentidas con-dolências à família Pagan pela perda do seu entequerido.

Que a sua alma descanse em paz entre osresplendores da luz perpétua.

Michael Gillbee

Faleceu o comendadorGiorgio Nunes Pagan

São Tomé e Príncipe assinalou o 45.º aniver-sário da independência numa cerimónia reduzidae sem mobilização popular, devido à pandemiado covid-19. A data ficou marcada pelo discurso

do presidente Evaristo Carvalho que apelou àunião dos são-tomenses.

Numa espécie de antecâmara do discurso dedespedida do seu mandato presidencial que ter-mina em 2021, Evaristo Carvalho afirmou que ofuturo de São Tomé e Príncipe passa pelo enten-dimento.“O país precisa de entendimento para que o po-

der possa empreender as reformas necessárias,com a participação da oposição e o envolvimen-to da sociedade civil”, declarou o presidenteCarvalho.O chefe de Estado são-tomense descreveu uma

série de progressos e insucessos dos últimos 45anos e apelou para a retoma do turismo comoum dos eixos centraisda economia do país.Evaristo Carvalho também se focou na pandemiade Covid-19.

“Ainda não vencemos a Covid-19. Apelo aopovo para a responsabilidade que é a sua nocombate à pandemia de Covid-19”, declarou.

A Direcção do turismo de São Tomé e Príncipecriou o selo Limpo e Seguro para estimular a se-gurança nos estabelecimentos e incentivar avinda de turistas durante a pandemia.

“A obtenção do selo limpo e seguro não é obri-gatória, mas pode ser determinante para a con-corrência”, disse o director-geral do Turismo, Hu-go Menezes.Os operadores turísticos aplaudem a iniciativa e

pedem o envolvimento de todos de forma a evi-tar danos graves na economia de São Tomé ePríncipe, virada essencialmente para o turismo.

São Tomé e Príncipe

Criado selo Limpo e Seguropara estimular o turismo

País comemorou 45 anos da independência

PRESIDENTE EVARISTO CARVALHO

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16 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 20 DE JULHO DE 2020

Maria ManuelaVieira

Da Luz Da Cerca

Your husband Agostinho, your daughter Ana and Kally and grandsons Dante and Alexi, your son Duarte and Candy

and grandchildren Keizo, Dazai and Zuren,your son Marco and Leanne

and grandsons Damiano and MicaelOur Mother

Our most precious wife and mom, you will always be remem-bered for your generous love, your wonderful sense of humourand your words of encouragement. We were privileged to haveyou as our beloved wife and mother. The void you have left in

our lives will be filled with beautiful memories we have of you.You will be dearly missed. We love you very much.

Our AvóGod blessed us with an Angel, we were so proud

to call her our own. You have been with us throughout our lives,watching us as we have grown. You guided us as best you could;you loved us like no other. We are thankful that we are the lucky

ones who got to call you our Avó. We will miss you very much and love you always.

May you rest in God’s eternal peace

Natural da Ponta do Sol

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Nasceu a 6/1/1951Faleceu a 14/7/2020

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Em Julho, a África do Sul comemo-ra o aniversário do ex-presidente Nel-son Mandela. 18 de Julho foi decla-rado pela Assembleia Geral das Na-ções Unidas "Dia Internacional Nel-son Mandela", em reconhecimento àcontribuição do primeiro presidentedemocraticamente eleito entre 1994-1999 e Nobel da Paz em 1993, para acultura de paz e liberdade, valores ededicação ao serviço da humanida-de.

Também de realçar o seu papel naresolução de conflitos, relações ra-ciais, promoção e protecção dos direi-tos humanos, reconciliação, igualda-de de género, direitos das crianças eoutros grupos vulneráveis, luta contraa pobreza e promoção da justiça so-cial. A resolução reconhece sua con-tribuição à luta pela democracia inter-nacionalmente e à promoção de umacultura de paz em todo o mundo.

Como defensor da reconciliação,Mandela foi fundamental na Comis-são de Verdade e Reconciliação, cria-da pelo Governo da Unidade Nacio-nal da África do Sul, para ajudar a li-dar com as atrocidades do apartheide que antes da sua presidência, esta-va fortemente envolvido em activida-des anti-governamentais do então re-gime. Cumpriu 27 anos de prisão,muitos dos quais com outros comba-tentes da liberdade, bem conhecidos.Este ano, devido à pandemia do co-

vid-19, o Dia Mandela foi celebradodigitalmente, alguns assinalaram odia em casa ou escritório, usandosuas habilidades e interesses paraajudar uma Causa através das redessociaisMuita coisa boa foi feita virtualmente

através de ajuda financeira, apoiotécnico, compra de produtos para osmais necessitados, principalmentenesta altuta crítica, entre outras activi-dades que marcaram o dia.

Este ano, o Dia de Mandela foi co-memorado no sábado sem os habi-tuais eventos culturais, desportivos,políticos e outros que não ficam forado plano das celebrações, que seprolongarão por todo o mês de Julho.Inserido igualmente no programa da

Fundação Mandela, a corrida desteano, famosa 67 Quilómetros para oDia Mandela, ocorreu igualmente on-line, tendo como objectivo arrecadarfundos que marcam uma enorme di-ferença entre as crianças do país.

Mas qual a organização ou um sin-gular que não gosta de fazer partedas iniciativas do Dia de Mandela?

Desde crianças, jovens e adultos, onome de Mandela pesa na sua cons-ciência, pelos seus afazeres marca-dos desde jovem com um pensamen-to político de admirar.

Homem exemplar, Mandela, comoele próprio dizia: “Na vida de qual-quer indivíduo, família, comunidadeou sociedade, a memória é de funda-mental importância. É o tecido daidentidade."

Por isso, boa memória temos todossobre este líder histórico sul-africa-no, que sempre lutou pela causa na-cional e internacional, que após a suaeleição em 1994, prometeu cumprirapenas um mandato, não sendo um‘glutão’ pelo poder como acontececom a maior parte dos líderes africa-nos, alguns até deixam o cargo de-pois de uma disputa armada.Não é meu hábito mencionar nomes,

mas todos nós bem sabemos quaissão os intervenientes, alguns delesnossos vizinhos, outros ainda hojeem dia não querem sair da cadeira depresidente ou outro cargo de relevo anível governamental.

Defensor de causas humanitárias,Madiba viria a ser em 1999, grandepromotor da fundação com o seu pró-prio nome, ao deixar o cargo de presi-dente da África do Sul.Logo após a posse de Thabo Mbeki

como chefe de Estado a 16 de Junhode 1999, Mandela estava ao telefonepara reunir a sua equipa para as no-vas tarefas que estavam pela frente.Nascia assim a Fundação NelsonMandela, baseando o seu trabalho emmatéria de caridade, cobrindo umaampla gama de empreendimentos:construção de escolas, atenção espe-cial aos programas sobre HIV/AIDS,educação nas áreas rurais, paz e re-conciliação.

Cinco anos depois, a Fundação ini-ciou sua transição para uma organiza-ção focada em memória, diálogo e tra-balho legado. Uma reforma abran-gente do edifício da Fundação deulugar a um centro adequado, o NelsonMandela Center of Memory, inaugura-do a 18 de Novembro de 2013, trêsanos depois de Mandela ter usado oprédio pela última vez como seu es-critório.

O Mandela Center não quis se afas-tar dos princípios do líder, como pro-mover diálogo em torno de questõessociais críticas, incluindo específicassobre direitos humanos e democracia,a fim de contribuir para uma socieda-de justa. Promoção ou o envolvimentode actividades filosóficas, angariaçãode fundos para a consecução dosobjectivos do Trust, prestação de ser-viços de apoio ou promoção de inte-resses comuns de organizações debenefício público.

O objectivo de Mandela Center ofMemory é contribuir para a constru-ção de uma sociedade justa, mobili-zar o legado de Nelson Mandela, for-necendo acesso público a informa-ções sobre sua vida e épocas, convo-car diálogo sobre questões sociais crí-ticas.

Fornecer ao Mundo um recurso deinformação dinâmico e integrado so-bre a vida e os tempos de NelsonMandela, promover a busca de so-luções sustentáveis para problemassociais críticos por meio de diálogobaseado na memória.Esses os princípios defendidos pelo

primeiro presidente da África do Suldemocrática, que mesmo depois deestar na ‘reforma’, continuou a ex-pressar sua opinião sobre questõeshumanitárias e campanhas globaispara a paz no país e no Mundo.Na África do Sul, sabemos que todos

os anos, as entidades diplomáticasportuguesas têm manifestado sua so-lidariedade nesta data junto dos go-vernantes sul-africanos, já que Ma-diba também deu importância ao con-tributo da comunidade para a econo-mia do país.

A data, não passaria despercebidanas nossas associações em dias nor-mais, não fosse o maldito covid-19.Contudo, em 2021, já que as previ-sões apontam final do ano para o de-saparecimento do surto, vamos podercelebrar esta data histórica sul-africa-na com regozijo, da mesma maneiraque vamos poder ter os nossos conví-vios em dia, com o preferido folclore amarcar presença, não faltando a nos-sa selecção gastronómica.Pena o Dia de Mandela 2020 ter coin-

cidido com o falecimento da filha do le-gado, Zindzi Mandela, cujo funeral te-ve lugar na sexta-feira em Fourways.No sábado comemorarvam-se 102 anosdo nascimento de Madiba.

Eduardo Ouana

Dia de MandelaEditorial

FUNDADO EM 1963PELO COMENDADOR ANTÓNIO BRAZ

20 DE JULHO DE 2020ANO LVIII

DIRECTOR F. Eduardo Ouana ([email protected])

CHEFE DE REDACÇÃOMichael Gillbee ([email protected])

FOTOGRAFIACarlos Silva ([email protected])

SERVIÇO NOTICIOSO: AGÊNCIA LUSA

REPRESENTAÇÕES:PRETÓRIA - J. VICENTE DIAS

Tel. 012 543-2228 * Fax (012) 567-4827 * Cel. 082 414 6780DURBAN - JOÃO DE GOUVEIA - 082 974 8294

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P.O.Box 16136 - Doornfontein 2028

PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO COMENDADORA PAULA CAETANO

Os representantes dos Estados-membros daComunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)deram o aval à candidatura do Canadá a país observadorassociado da organização.

"Hoje demos o aval à candidatura do Canadá a paísobservador associado", afirmou à Lusa o embaixador deCabo Verde em Lisboa, Estado-membro que tem, atéJulho do próximo ano, a presidência rotativa da organiza-ção.Segundo Eurico Monteiro, que falava após uma reunião

do Comité de Concertação Permanente da CPLP, naqual se sentam todos os embaixa-dores dos Estados-membros da organização, "o parecer foi unânime".

O Canadá entregou, no início de Junho, a sua candi-datura a país observador associado da CPLP, disseentão o secretário-executivo da or-ganização.

Desta forma, o Canadá junta-se a uma lista de outros11 Estados e organizações internacionais que estão adesenvolver os seus processos para que possam for-malizar a adesão, com o estatuto de observador associ-ado, na próxima reunião de chefes de Estado e deGoverno, a realizar em Luanda, Angola, em Julho dopróximo ano, du-rante a qual deverão ser analisadas asreferidas candidaturas.

Os representantes dos Estados-membros da CPLP jáderam também o aval aos processos de candidatura daÍndia e Irlanda a observadores associados.

Ao todo, são 12 as candidaturas que irão à pró-ximacimeira da CPLP: Estados Unidos da Amé-rica, Espanha,Índia, Irlanda, Canadá, Grécia, Costa do Marfim, Peru,Qatar, Roménia, Organi-zação Europeia de DireitoPúblico (EPLO, na sigla em inglês) e Secretaria GeralIbero-Ame-ricana (SEGIB).

Actualmente, a CPLP conta com 18 países obser-vadores associados e uma organização, a OEI –Organização de Estados Ibero-America-nos.Os Estados que pretendam adquirir o estatuto de obser-

vador associado terão de partilhar os princípios orienta-dores da CPLP, designadamente no que se refere à pro-moção das práticas democráticas, à boa governação eao respeito dos direitos humanos, e prosseguir, atravésdos seus programas de governo, objectivos idênticos aosda CPLP, mesmo que, à partida, não reúnam ascondições necessárias para serem membros de plenodireito daquela organização, segundo o 'site' oficialdaquela comunidade.

Os observadores associados podem participar, semdireito a voto, nas cimeiras e no Conselho de Ministros,sendo-lhes facultado o acesso à correspondente docu-mentação não confidencial, podendo ainda apresentarcomunicações desde que devidamente autorizados parao efeito. Além disso, podem ser convidados parareuniões de caráter técnico.

Porém, qualquer Estado-membro da CPLP po-derá,caso o julgue oportuno, solicitar que uma reunião tenhalugar sem a participação de observadores.

Os Estados-membros da CPLP são Angola, Brasil,Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equato-rial,Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, foi na quin-ta-feira nomeado como novo governador do Banco dePortugal, sucedendo a Carlos Costa, cujo mandato termi-nou a 8 de Julho, depois de 10 anos no cargo.O anúncio foi feito aos jornalistas pela ministra da Presi-

dência, Mariana Vieira da Silva, após uma reunião doConselho de Ministros, no Palácio Nacional da Ajuda, emLisboa.

Questionada pela Lusa, a governante adiantou queMário Centeno assume as novas funções hoje, segunda-feira.

Mário Centenonomeado governadordo Banco de Portugal

Embaixadores da CPLP dão parecerfavorável a Canadá como país observador

O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) RicardoSalgado foi na semana passada acusado de 65 crimes,incluindo associação criminosa, corrupção activa no sec-tor privado, burla qualificada, branqueamento de capitaise fraude fiscal, no processo BES/GES.

Segundo a acusação, Ricardo Salgado foi acusado deum crime de associação criminosa, em coautoria comoutros 11 arguidos, incluindo os antigos administradoresdo BES Amílcar Pires e Isabel Almeida.

Está também acusado da autoria de 12 crimes de cor-rupção activa no sector privado e de 29 crimes de burlaqualificada, em coautoria com outros arguidos, entre osquais José Manuel Espírito Santo e Francisco Machadoda Cruz.

O Ministério Público acusou ainda o ex-líder do BES deinfidelidade, manipulação de mercado, sete crimes debranqueamento de capitais e oito de falsificação.

O arguido José Manuel Espírito Santo Silva, antigoadministrador do BES e primo de Ricardo Salgado, estáacusado de vários crimes de burla qualificada, e infideli-dade, em coautoria.O ex-administrador e director financeiro do BES Amílcar

Pires foi igualmente acusado neste megaprocesso de umcrime de associação criminosa em coautoria com outrosarguidos, corrupção passiva no setor privado, burla quali-ficada, branqueamento de capitais, manipulação de mer-cado, falsificação de documento e infidelidade.A antiga administradora do BES Isabel Almeida foi tam-

bém acusada por um crime de associação criminosa, emcoautoria, corrupção passiva no setor privado, burla qua-lificada, branqueamento de capitais, manipulação demercado, falsificação de documento e infidelidade.

São ainda arguidos neste processo Manuel EspíritoSanto Silva, Francisco Machado da Cruz, AntónioSoares, Alexandre Cadosch, Michel Creton, Cláudia BoalFaria, Pedro Cohen Serra, Paulo Carrageta Ferreira,Pedro de Almeida e Costa, Nuno Escudeiro e Paulo NacifJorge, entre outros.As sete empresas acusadas são a Espírito Santo Inter-

nacional, Rioforte Investments, Eurofin Private Invest-ment, Espírito Santo irmãos – Sociedade Gestora deParticipações Sociais, ES Tourism Europe, Espírito San-to Resources Limited e ES Resources (Portugal) por cri-mes que vão desde burla qualificada a corrupção passi-va, falsificação de documentos e branqueamento de ca-pitais.

Numa súmula divulgada na terça-feira pela Procurado-ria Geral da República refere-se que o processo principalBES/GES agrega 242 inquéritos, abrangendo queixas demais de 300 pessoas residentes em Portugal e no es-trangeiro, e que teve por objeto a investigação de dadospatrimoniais de um conjunto de empresas do grupo,incluindo unidades com licenças públicas para o exercí-cio de atividade bancária e de intermediação financeira.

Processo BES/GES

Ricardo Salgado acusado de 65 crimes

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Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 20 DE JULHO DE 2020

Desportivo

Totoloto / Portugal

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3

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07 - 24 - 26 - 31 - 41. O número da sorte é o 05.

FC Porto campeão português de futebol pela 29.ª vez* ‘Dragões’ bateram em casa

Sporting por 2-0

Treinador Jorge Jesus confirmado no Benficapágina 5

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2 O SÉCULO DESPORTIVO . 20 DE JULHO DE 2020

I Liga Portuguesa de Futebol

JOGOS DA 33 ª JORNADA MELHORES MARCADORES- Segunda-feira, 20 Jul:Paços de Ferreira – Portimonense, 18:00Tondela – Sporting de Braga, 20:15FC Porto – Moreirense, 22:15- Terça-feira, 22 Jul:Sporting – Vitória de Setúbal, 20:00Desportivo das Aves – Benfica, 22:15

- 18 Golos:CARLOS VINÍCIUS (Benfica)- 17 Golos:Luís Fernandes ‘PIZZI’ (Benfica)- 16 Golos:João Paulo Fernandes “PAULINHO” (Sportingde Braga), Mehdi TAREMI (Rio Ave)- 12 GolosFÁBIO ABREU (Moreirense)- 11 GolosFÁBIO MARTINS (Famalicão)Moussa MAREGA (FC Porto) - 10 Golos:TONI MARTÍNEZ (Famalicão), ALEX TELLES(FC Porto), SANDRO LIMA (Gil Vicente), DOU-GLAS ‘TANQUE’ Souza (Paços de Ferreira),RICARDO HORTA (Sporting de Braga)

2-0Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa.Ao intervalo: 1-0.Marcadores:1-0, Chiquinho, 37 minutos.2-0, Seferovic, 87.

Equipas:

- Benfica: Vlachodimos, André Almeida, RúbenDias, Jardel, Nuno Tavares, Weigl (Florentino,33), Pizzi (Rafa, 65), Gabriel, Cervi (Jota, 88),Chiquinho (Zivkovic, 88) e Vinícius (Seferovic,65).

Suplentes: Ivan Zlobin, Seferovic, Zivkovic,Dyego Sousa, Rafa, Florentino, Jota, Tomás Ta-vares e Ferro.Treinador: Nelson Veríssimo.

- Vitória de Guimarães: Douglas, Sacko, Ve-nâncio, Suliman (Pedro Henrique, 57), Florent,André André, Mikel Agu (Pêpê, 73), Poha,Edwards (João Pedro, 83), Ola John (Ouattara,73) e Bruno Duarte.

Suplentes: Jhonatan, Pedro Henrique, VictorGarcia, Rochinha, Ouattara, João Pedro, AndréAlmeida, Pêpê e Abouchabaka.

Treinador: Ivo Vieira.

Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa).Acção disciplinar: Cartão amarelo para Weigl(22) e André Almeida (79).Assistência: Jogo realizado à porta fechada.

O Benfica venceu na terça-feira o Vitória deGuimarães, por 2-0, em jogo da 32.ª jornada da ILiga portuguesa de futebol, e evitou que o FCPorto fizesse a festa do título de campeão ‘no so-fá’.Os golos de Chiquinho (37 minutos) e Seferovic

(87) acabaram por resolver as contas de um jogoinsípido e mais condizente com o tempo de pré-época que se costuma viver por esta altura doque com a fase das decisões no campeonato. Otriunfo dos ‘encarnados’ foi algo ingrato para os‘vimaranenses’, que dominaram a primeira parte

e desperdiçaram diversas ocasiões de golo.Com apenas uma troca no ‘onze’, no qual Vini-

cius surgiu no lugar de Seferovic, a equipa co-mandada por Nélson Veríssimo até esteve pertode marcar logo no início do desafio, com Chi-quinho, aos sete minutos, a atirar muito por cimada baliza quando estava sem marcação no co-ração da grande área minhota.

Todavia, a primeira impressão ‘encarnada’ veioa revelar-se errada, com o clube da Luz a apa-gar-se progressivamente, enquanto o Vitóriacrescia e exibia a qualidade da sua dinâmicaofensiva. Aos 19, Edwards fugiu da direita para o

centro e rematou com força e classe à trave dabaliza de Vlachodimos, começando aqui umahistória de ineficácia forasteira e de superaçãopara o guardião grego do Benfica.

Seguir-se-iam mais tentativas do conjunto deIvo Vieira aos 21, 23 e 28, sempre com o mesmodesfecho: o nulo persistia no marcador e o crimeda ineficácia viria a resultar em castigo, que che-gou pelo pé direito de Chiquinho. Num remate deprimeira, após um cruzamento de Tavares e umligeiro desvio de Vinicius, o avançado portuguêsatirou forte para o 1-0.

O golo surgiu já com Florentino no lugar deWeigl, depois de o alemão ter saído com o cartãoamarelo e com protestos ‘vimaranenses’ quereclamavam a sua expulsão. Contudo, o tentoprovou ter sido um golpe duro nas aspiraçõesminhotas, que ainda ambicionavam uma vaganas competições europeias da próxima época,agora cada vez mais distante.

Ao intervalo, o resultado era lisonjeiro para os‘encarnados’, mas a segunda parte trouxe umBenfica mais seguro e capaz de controlar o jogo.Longe de se traduzir numa exibição de qualida-de, era, porém, suficiente para minimizar os er-ros defensivos do primeiro tempo e para gerir aréplica do Vitória, que perdeu claramente fulgorno segundo tempo.

As entradas de Rafa e Seferovic reforçaram atendência do jogo, ainda que o Vitória tenha feitoum ‘forcing’ nos derradeiros 15 minutos em bus-ca do golo do empate. Desta feita, a capacidadede criar desequilíbrios era menor, a velocidadeescasseava e quando o clube minhoto conseguiumesmo colocar a bola na baliza ‘encarnada’, olance de João Pedro, aos 85, foi invalidado porfora de jogo.

A resposta veio logo a seguir na baliza oposta,com Seferovic a desviar na pequena área umcruzamento de Rafa, minutos depois de o avan-çado suíço quase ter brilhado com um vistosochapéu a Douglas.

Com este resultado, o Benfica garante, desdejá, um lugar na terceira pré-eliminatória da Ligados Campeões de 2020/21, ao passar a somar71 pontos, enquanto o Vitória é sétimo, com 46.

Declarações

Nelson Veríssimo (treinador do Benfica): “Foium jogo difícil. Como estávamos à espera. Sa-bíamos que em alguns momentos iria ser um jo-go equilibrado, onde sentimos dificuldades emalgumas saídas. Em alguns momentos da se-

gunda parte, estivemos em cima do jogo. Aca-bámos por fazer um bom jogo mais pela segun-da parte. A primeira foi mais dividida.

Temos um plantel recheado de bons jogadores,muito competitivo. Hoje, Florentino teve a oportu-nidade de entrar. Todos os jogadores estão àprocura de entrar. Houve outros jogadores queficaram no banco e que também têm qualidade.

O trabalho psicológico é muito simples. É olharpara o que falta do campeonato e estabelecerobjectivos. Não vi no passado e agora necessi-dade em motivá-los. Eles sabem o clube que rep-resentam e o que isso significa. Sinceramente,não sinto os jogadores desgastados. Sinto, sim,a falta dos nossos adeptos tanto em casa comofora.

Foi necessário tirar o Weigl fruto do momentodo jogo. Senti que era necessário sair. Temosjogadores que têm qualidade para entrar e daruma resposta positiva. Foi isso que aconteceu.

Hoje estava a torcer para ganhar a Vitória deGuimarães. Amanhã vou ver o jogo [FC Porto –Sporting] pelo jogo, como alguém que gosta defutebol.

A única coisa que podemos controlar é o nossojogo. E o resto não depende de nós. É no jogoque tem de estar o nosso foco.

Quero dedicar esta vitória ao nosso presidentee nome de todo o grupo de trabalho”.

Ivo Vieira (treinador do Vitória de Guima-rães): “Aquilo que o Vitória de Guimarães fez naprimeira parte, as oportunidades que teve… Ti-vemos dois golos e o Benfica marcou um. Nasegunda parte, o Benfica entrou a controlar, nosprimeiros 15 ou 20 minutos, depois conseguimosequilibrar. O Benfica voltou a ser eficaz. O Vitóriade Guimarães fez o suficiente para fazer um oudois golos.

O jogo tem vários momentos. Gosto que a mi-nha equipa tenha mais bola, mas muitas vezes,consoante o adversário, temos de jogar em tran-sição e, noutros momentos, o ataque organiza-do. Jogar em contra-ataque, como o Benfica nosobrigou a recuar as linhas, foi uma das coisasque tivemos de fazer.

Há sempre uma réstia de esperança, mas te-mos de ser conscientes. É muito difícil conse-guirmos o quinto lugar [acesso à Liga Europa]. Éum objectivo que não conseguimos. Assumo es-sa responsabilidade. Outro que falhámos foi aTaça de Portugal. Mas conseguimos chegar à‘final-four’ da Taça da Liga e fizemos uma boacampanha na Liga Europa”.

Benfica bateu Vit. Guimarães e assegura 'Champions'

BENFIQUISTA PIZZ TENTANDO IMPEDIR UMA JOGADA DE MIKEL AGU, DO VITÓRIADE GUIMARÃES (Fotos José Goulão/Lusa)

O JOGADOR DE VITÓRIA DE GUIMARÃES EDWARDS, TENTA SAIR NO MEIO DE TRÊS ENCAR-NADOS, JARDEL, FLORENTINO E RUBEN DIAS, DURANTE O JOGO DA 32.ª JORNADA NA LUZ

JOGOS DA 34 ª JORNADAMarítimo - FamalicãoPortimonense - Desportivo das AvesVitória de Setúbal - Belenenses SADGil Vicente - Paços de FerreiraBenfica - SportingBoavista - Rio AveSporting de Braga - FC PortoSanta Clara - Vitória de Guimarães Moreirense - Tondela

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20 DE JULHO DE 2020 . O SÉCULO DESPORTIVO 3

I Liga Portuguesa de Futebol

Jogo disputado no Estádio do Dragão, no Porto.Ao intervalo: 0-0.Marcadores:1-0, Danilo, 64 minutos.2-0, Marega, 90+1.

Equipas:

- FC Porto: Marchesín, Manafá, Mbemba, Pe-pe, Alex Telles (Diogo Leite84), Danilo, Loum, Fá-bio Vieira (Vítor Ferreira, 72), Otávio (Soares,90+4), Luis Díaz (João Mário, 85) e Marega (Ro-mário Baró, 90+3).Suplentes: Diogo Costa, Tomás Esteves, Diogo

Leite, Romário Baró, Zé Luís, Soares, Fábio Sil-va, João Mário, Vítor Ferreira.Treinador: Sérgio Conceição.

- Sporting: Maximiano, Eduardo Quaresma(Tiago Tomás, 78), Coates, Borja, Ristovski (Ra-fael Camacho, 73), Wendel, Matheus Nunes,Nuno Mendes, Jovane (Joelson, 78), Plata (Fran-cisco Geraldes, 55) e Sporar.Suplentes: Renan, Rafael Camacho, Luís Neto,

Rodrigo Battaglia, Francisco Geraldes, TiagoTomás, Gonçalo Inácio, Joelson, Doumbia.Treinador: Rúben Amorim.

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga).Acção disciplinar: cartão amarelo para Jovane(39), Alex Telles (50), Pepe (57), João Mário (88).Assistência: Jogo realizado à porta fechada .

O FC Porto viveu quarta-feira uma noite de fes-tejos duplos, num Dragão vazio, ao bater o Spor-ting por 2-0, no ‘clássico’ da 32.ª jornada da I Ligade futebol, e garantir o 29.º título de campeão

nacional.Numa partida em que os ‘dragões' só tinham de

pontuar garantir, já nesta ronda, o segundo cetroem três anos, Danilo e Marega retiraram todas asdúvidas, assinando os dois golos do jogo, aos 64e 90+1 minutos, respetivamente.Com este triunfo, os ‘azuis e brancos' passam a

somar 79 pontos, retirando qualquer hipótese derecuperação ao Benfica, que segue no segundoposto, com 71, quando apenas faltam duas jor-nadas por disputar.Já o Sporting, que sofreu a primeira derrota des-

de que Rúben Amorim assumiu o comando técni-co, ao nono jogo, mantém-se no terceiro lugar,com os mesmos 59 pontos, mas agora com operseguidor Sporting de Braga a apenas dois dedistância.

Para este jogo com elevada carga emocionalpara os ‘azuis e brancos', o técnico Sérgio Con-ceição surpreendeu com a aposta em Fábio Viei-

ra e Loum nas opções iniciais, além de DaniloPereira, para colmatar as ausências do lesionadoSérgio Oliveira e dos castigados Uribe e Corona,mantendo a coesão do meio-campo.

Do outro lado, os lisboetas, que surgiram comBorja e Matheus Nunes nos lugares de Acuña eDoumbia, até tiveram uma entrada endiabradano desafio, e logo aos 20 segundos chegaram aintroduzir a bola na baliza contrária, numa jogadade Nuno Mendes, com recarga eficaz de Soprar,mas com o tento anulado por fora de jogo do es-loveno.

A sublinhar os momentos iniciais frenéticos, oFC Porto também viu um golo ser invalidado, nu-ma desmarcação de Luís Díaz, aos 12 minutos,em que colombiano ajeitou a bola com mão antesde desferir o remate final.

Lançados os contornos emocionantes do desa-fio, o perigo continuou a rondar as duas balizas,percebendo-se que os ‘dragões' tentavam cha-mar si o controlo das operações, reclamandomais posse de bola, enquanto que o Sporting iarespondendo em contra-ataque.

Nesta toada, globalmente equilibrada, acaba-ram por ser os lances de bola parada a causaremmaiores calafrios, merecendo destaque, aos 25minutos, um remate de Luís Dízz, na sequênciade um canto, que o sportinguista Coates salvouem cima da linha.O conjunto de Alvalade não se intimidou e, atra-

vés de um canto e de um livre, teve em JovaneCabral duas boas oportunidades para inauguraro marcador, embora pecando na pontaria.

Ainda antes do intervalo, coube ao FC Porto,que mostrava mais tração no meio campo, umadas melhores ocasiões desta etapa inicial, numatentativa de desvio de Pepe, que o guardião con-trário, Luís Maximiano, se impôs, saindo aos pésdo central portista, para fazer prolongar o ‘nulo’.

Sabendo que esta igualdade servia os seus in-tentos, o conjunto protista retomou o jogo comserenidade, conseguindo controlar as movimen-tações do adversário, mas criando perigo sempre

que encontrava brechas.Aos 63 minutos, Fábio Vieira deixou a primeira

ameaça de golo, com um tiro à barra, que serviude prenúncio para o tento inaugural, que chegouno instante seguinte, quando Danilo desviou parao 1-0, um canto de Alex Telles.

A preciosa vantagem entusiasmava os adeptosportistas nas imediações do estádio, que já lan-çavam fogo de artifício e faziam entoar cânticos,que motivaram a equipa para instantes finais,mesmo perante um ligeiro ascendente do Spor-ting

No entanto, a noite estava destinada a ser defesta para o FC Porto e, já nos descontos, aos90+1 minutos, Marega, num contra-ataque, re-tirou qualquer dúvida sobre as celebrações, esta-belecendo o 2-0 final, assistido por Otávio.

Declarações

Declarações à ‘flash interview' da SportTV apósa vitória do FC Porto sobre o Sporting (2-0), queconsagrou os ‘dragões' como campeões nacio-

nais de futebol, em jogo da 32.ª jornada da I Liga,disputado no Estádio do Dragão:

Emanuel Ferro (treinador adjunto do Spor-ting): "Foi um jogo equilibrado, em que as equi-pas não fizeram um grande jogo. [Estiveram]muito encaixadas, sem perdermos a capacidadede estar organizados em termos defensivos. Issoaconteceu de ambos os lados.Na segunda parte, o FC Porto consegue desblo-

quear o jogo. Tivemos de arriscar, e o segundogolo surge numa situação em que estamos dese-quilibrados.

A maturidade revela-se na qualidade dos nos-sos jogadores, que estão a crescer. É diferentejogar com jogadores que passaram por com-petições internacionais e outros que estão a co-meçar, mas o FC Porto também apostou em jo-vens. O jogo foi equilibrado, o FC Porto desta-cou-se apenas na superioridade do resultado.Tivemos boas oportunidades para marcar.

O golo surge e alterou o jogo. Procuraram sairem contra-ataques, mas o resultado não foi reve-lador do jogo.

[Sobre o desfecho do campeonato] Um cam-peão é sempre merecido. Parabéns ao FC Porto.Temos de olhar ainda para os jogos que aí vêm,temos de os preparar e pensar na próximaépoca".

Matheus Nunes (jogador do Sporting): "O re-sultado não condiz com o que fizemos no jogo, 2-0 é um resultado injustificado. Podíamos ter umresultado melhor, mas vamos continuar a traba-lhar, há muito a melhorar.

[Sobre o primeiro golo] Foi um resultado injusti-ficado. É continuar a trabalhar, o foco está emnós.

Os resultados vão começar a aparecer e é oque queremos. A nossa crença é melhorar jogoapós jogo".

Declarações ao Porto Canal:Zé Luís (jogador do FC Porto): "Foi um desa-

fio enorme, com uma época longa. Sinto-meorgu-lhoso pelo meu trabalho e por ter ajudado.Pes-soalmente, não foi um ano que me tenhasabido muito bem, mas o mais importante é ocampeo-nato que ganhámos, está acima detudo.[Sobre o título após paragem devido à covid-19]

Foi muito difícil, com dois meses em casa a tra-balhar, sem saber o que vai acontecer. Mantive-mos o foco, queríamos muito ser campeões. Fo-mos recompensados".

Jesús Corona (jogador do FC Porto): "É umorgulho imenso. Já queríamos ser campeões,toda a equipa merecia. Obrigado por todo oapoio.

[Sobre a temporada a título pessoal] Foi muitoboa, mas quero fazer melhor na próxima".

Danilo (jogador do FC Porto e autor de umgolo): "É muito bom [voltar a ser campeão]. Faltauma coisa essencial, que é o público. Não é amesma coisa. É a vida, sabemos a situação quevivemos, mas é bom na mesma, num ano muitodifícil. Tivemos uma grande vitória, mas faltamais uma.[Sobre o significado pessoal do título] Sabia que

este momento ia chegar. Mantive-me calmo ape-sar das críticas. Acho que são injustas. Os meuscolegas sabem o que passei e que tiveram oapoio da minha pessoa".

Soares (jogador do FC Porto): "Está toda agente de parabéns. Ficou demonstrado [que oFC Porto mereceu o título]. Queria mandar umgrande abraço aos adeptos, que fazem falta.Esse título é para eles também".

Alex Telles (jogador do FC Porto): "É um sen-timento inexplicável. Jogar sem os adeptos, quetanto nos empurram nos momentos difíceis,como nesta época…. Se não fossem tambémeles, e o nosso trabalho, não éramos campeões.

FC Porto festeja a dobrar com triunfosobre Sporting a valer título

2-0

JOGADORES DO FC PORTO CELEBRAM A CONQUISTA DO CAMPEONATO DA PRIMEIRA LIGA PORTUGUESA APÓS VITÓRIAFRENTE AO SPORTING, POR 2-0, NA QUARTA-FEIRA NO ESTÁDIO DO DRAGÃO (Foto Lusa)

(cont. na pag. seguinte)

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4 O SÉCULO DESPORTIVO . 20 DE JULHO DE 2020

I Liga Portuguesa de Futebol

A equipa, toda a gente, trabalhou sem desistirnunca. Ganhar outro campeonato deixa-memuito feliz.

[Sobre a melhor época a nível pessoal] Achoque sim. Tive bons números antes e não acredi-tava que conseguisse. Acreditei no trabalho eagradeço a confiança do grupo".

Wilson Manafá (jogador do FC Porto): "Estetítulo sabe a sacrifício. Com muito esforço e crerconseguimos. Agora é desfrutar.O ano passado foi desgostoso, merecíamos ga-

nhar também. Mas chegou este ano e agora éfestejar por dois.

[Sobre a sensação de ser campeão] Venho deuma terra muito humilde e se me dissessem queia ser campeão nacional, não acreditava. Agora,só vai ‘cair a ficha' depois. Não sei explicar, é ummomento muito feliz para mim. Lutei muito paraestar aqui, é a cereja no topo do bolo".

Sérgio Oliveira (jogador do FC Porto): “[So-bre o peso pessoal na conquista] Sempre queentro em campo com esta camisola, dou o máxi-mo, o que tenho e o que não tenho. Tento ajudaro grupo e fazer o meu melhor. Felizmente, ascoisas correram bem. Também fui campeão na

Grécia, e sou tricampeão [duas com o FC Porto,uma com o PAOK]. Prevalece a força do grupo.

[Sobre o espírito de balneário] O FC Porto quersempre muito mais do que os adversários”.

Sérgio Conceição (treinador do FC Porto):"Pelo momento que atravessamos, pelas dificul-dades que os clubes atravessam, era fundamen-tal o FC Porto ganhar o campeonato este ano.

Parabéns aos jogadores que acreditaram. Esti-veram ambiciosos na forma como trabalharam ecomo acreditaram. Estou muito orgulhoso doplantel que tenho à disposição.

É uma pena não vermos o Dragão cheio paraver este jogo que não foi espetacular, entre duasboas equipas. Foi dos melhores jogos em termosdo que foi delineado. O público merecia essa ale-gria”.

"A palavra certa foi a união do grupo, dos joga-dores e o acreditar, num momento difícil, depoisdo jogo com o Sporting de Braga [derrota por 2-1, em Janeiro], em que merecíamos outro re-sultado e ficámos a uma distância consideráveldo nosso rival [Benfica]. Esse acreditar foi funda-mental.

Se há pessoas que não gostam de perder é opresidente e eu. Somos muito competitivos. Tive-mos muitas dificuldades esta época. Os joga-

dores são os grandes obreiros deste título, masainda temos outro para ganhar, que é a Taça dePortugal, um título que estes jogadores já mere-ciam ter ganhado.

Ganhámos um título muito importante, um dosmais importantes do FC Porto.

O jogo mais importante a partir de agora é a fi-nal da Taça de Portugal.[Durante a paragem do campeonato] Os jogado-

res fizeram um trabalho invisível para as pes-soas, mas, para nós, não houve nenhuma para-gem. Planeámos todas as semanas de trabalho,como se estivéssemos juntos a trabalhar. A de-dicação, determinação e esforço dos jogadorespara se manterem bem vivos na luta pelo nossoobjetivo foi fundamental. Os grandes obreirossão os jogadores.

Não há desgaste. A ambição de conseguir maisum título é grande."

- Rúben Amorim (treinador do Sporting): "Entrámos muito bem no jogo, a ter bola e umaoportunidade no início. O FC Porto conseguiuequilibrar o jogo com muitos jogadores por den-tro, nós fechámos por dentro e tentámos pres-sionar alto, porque tem de ser a nossa matriz.

[Tivemos] uma bola parada no início da segun-da parte, tentámos ir para cima do FC Porto,ainda conseguimos, mas faltou-nos qualquercoisa para criar mais perigo. E depois o 2-0 é umresultado claramente exagerado para o equilíbrioque houve no jogo.

É uma experiência estranha. Foi bom. [O jogo]não teve público, mas teve intensidade. Foi bas-tante equilibrado".

Pepe (jogador do FC Porto): "A equipa estátoda de parabéns pelo trabalho que fizemos, nãosó neste jogo. Apesar de o Sporting vir num mo-mento muito bom, soubemos anular os pontosfortes deles. Sobressaiu o espírito de sacrifíciodesta equipa. Foi mais de um ano a trabalhar,mesmo com esta situação do coronavírus. Onosso treinador optou por não parar, respeitámossempre este FC Porto, com o objetivo de sermoscampeões. Estamos todos de parabéns.

[Segredo] A união que tivemos. Representamosuma região muito importante para o país e todosnós nos identificamos com esta região, que é oNorte. Nas horas de sacrifício, foi aquele incenti-vo que fomos buscar.

Na primeira jornada, [na derrota] com o Gil Vi-cente, disse que perdemos todos juntos e que

íamos ganhar todos juntos. Hoje, ganhámostodos juntos.

Não tivemos férias, ao contrário de muitos clu-bes que optaram por ter 15 dias de férias. Pode-mos apontar muitas causas para termos vencidoeste título, mas, durante esse período de para-gem, tivemos conversas por videoconferência,para vermos o que poderíamos melhorar, tive-mos tempo para falar, darmos a nossa opinião aotreinador. Trabalhámos sempre com o intuito dealcançar a perfeição. É difícil encontrar a per-feição no futebol, mas fomos sempre à procurade algo mais. O mister, mesmo estando a setepontos [do primeiro lugar], sempre acreditou queíamos ser campeões."

Danilo (jogador do FC Porto): "Estava à espe-ra deste momento há muito tempo. Tive o prazerde marcar este golo. É uma sensação inesque-cível, ser campeão aqui é incrível. Faltou o públi-co, mas estamos todos juntos.

A época não foi fácil, mas sabíamos disso. Oessencial, o que nos fez ganhar e chegar a estemomento foi a união deste grupo. Por mais queas pessoas tenham dito o contrário, este grupoesteve sempre unido.

[A nível pessoal] Não foi uma época consisten-te, tenho noção disso. Mas tenho muita confiançaem mim e agradeço a todos os que me apoiaramsempre. Este grupo esteve sempre comigo.Sabíamos que não seria um campeonato fácil. Asequipas estão cada vez melhores e o campeona-to está cada vez mais difícil."

O ponto que faltava veio em forma de vitória(cont. da pag. anterior)

RESULTADOS - 32.ª JORNADA

0-0

1-2

3-0

2-1

3-2

2-0

1-1

1-1

2-0

CLASSIFICAÇÃO GERAL DA I LIGA

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20 DE JULHO DE 2020 . O SÉCULO DESPORTIVO 5

DESPORTO

2-2

2-2

1-0

1-0

Segundo adiantou o jornal inglês “The Tele-graph” o Manchester United irá ouvir propostaspor seis jogadores na possível lista de dispensasde Ole Gunnar Solskjaer para poder aumentar opoder de compra do clube durante o defeso.

Entre a potencial lista de partidas está o nomedo português Diogo Dalot, que faz companhia aAlexis Sanchez, Chris Smalling, Marcos Rojo,Phil Jones e Jesse Lingard.

A prioridade de Solskjaer no mercado de com-pras é um avançado direito, com o jogador doBorussia de Dortmund e lateral inglês JadonSancho como principal alvo do tecnico dos “RedDevils”.

Devido à pandemia de Covid-19, os gastos vãoser claramente inferiores aos 75 milhões de li-bras gastos pelo Manchester United.

RESULTADOS - 33.ª JORNADA

Um português na possível lista dedispensas do Manchester United

O treinador de futebol Jorge Jesus vai regressarem 2020/21 ao Benfica, cinco anos depois de tersaído para o Sporting, confirmou na sexta-feira oclube ‘encarnado’ em comunicado enviado à Co-missão do Mercado de Valores Mobiliários(CMVM).

“A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD infor-ma [...] que entrou em contacto com o CR Fla-mengo, dando conta da sua intenção de contra-tar o treinador Jorge Jesus, tendo encetado ne-gociações para o efeito. Mais se informa que aBenfica SAD apresentou uma proposta de con-trato de trabalho desportivo ao treinador JorgeJesus, tendo a oferta sido aceite pelo mesmo”,diz o comunicado.

Jorge Jesus, que completa 66 anos dentro deuma semana, foi técnico principal do Benficaentre 2009/10 e 2014/15, período em que con-quistou 10 títulos, nomeadamente três campeo-

natos, uma Taça de Portugal, uma Supertaça ecinco edições da Taça da Liga.O técnico ingressa ao Benfica depois de rescin-

dir contrato com o Flamengo, clube brasileiro aoserviço do qual conquistou seis troféus em poucomais de um ano, incluindo a Taça Libertadores eo campeonato brasileiro.

Jesus começou a carreira no Amora, em1989/90, e, depois, passou por Felgueiras, Uniãoda Madeira, Estrela da Amadora, Vitória de Se-túbal, Vitória de Guimarães, Moreirense, Uniãode Leiria, Belenenses e Sporting de Braga, antesde chegar à Luz.

Depois de se tornar o mais titulado treinadordos ‘encarnados’, que também levou a duas fi-nais da Liga Europa, perdidas para Chelsea(2012/13) e Sevilha (2013/14), rumou ao Spor-ting, tendo passado ainda pelo Al-Hilal antes dechegar ao Flamengo.

No comunicado enviado à CMVM, o Benficanão indica o tempo de duração do contrato ou osvalores envolvidos.

O hexacampeão do Mundo de Fórmula 1 LewisHamilton venceu ontem, domingo 19 de Julho, oGrande Prémio da Hungria, terceira prova doMundial de F1 2020.

O piloto da Mercedes fez o pleno no fim-de-se-mana, com a “pole position”, liderou a corridatoda e conseguiu a volta mais rápida. Hamiltonigualou assim o septa campeão do Mundo Mi-chael Schumacher com o maior número de vitó-rias na mesma pista e conseguiu também a ter-ceira vitória seguida no hungaroring.

Em segundo lugar, depois de um acidente navolta para a grelha de partida, Max Verstappenconsquistou o pódio depois de um começo deprova desastroso. Os mecênicos da Aston MartinRed Bull Racing conseguiram reparar a suspen-são dianteira, asa dianteira e nariz do monolugardo holandês nos 20 minutos que antecederam a

partida. A fechar o pódio esteve o segundo piloto da

Mercedes-Benz, o finlandês Valtteri Bottas.Numa surpresa, o piloto canadiano Lance Stroll

da Racing Point, conquistou o quarto lugar numcarro que muitas equipas protestam é uma foto-copia do Mercedes-Benz campeão do Mundo de2019. O quinto posto da classificação final foiocupado pelo segundo piloto da Red Bull, AlexAlbon.

Os pilotos da Scuderia Ferrari, não foram alémda sexta posição para Vettel e Leclerc conquis-tou o décimo primeiro lugar, fora dos pontos.

A Formula 1 fará agora uma breve pausa deuma semana, com as corridas a serem retoma-das a 1 e 2 de Agosto no circuito de Silverstonepara o Grande Prémio da Inglaterra.

O piloto português Miguel Oliveira (da KTM) ter-minou o Grande Prémio de Espanha de MotoGPem Jerez de la Frontera, na oitava posição. A vi-tória na prova foi conseguida pelo francês FabioQuartararo (da Yamaha) que conseguiu a pri-meira vitória da carreira em MotoGP.A prova ficou afectada por várias quedas, sobre-

tudo pela do campeão em título, o espanhol MarcMárquez (da Honda), que caiu na fase inicial àquinta volta da corrida e baixou ao 16.º lugar,recuperou até ao terceiro posto, quando voltou acair aparatosamente e sabe-se que sofreu umafractura e está em dúvida para a próxima prova.

Miguel Oliveira igualou a melhor posição quetinha na categoria rainha do motociclismo develocidade, registada em Agosto do ano passa-do, na Áustria. Terminou ontem a 13,441 segun-dos do vencedor, somando oito pontos na classi-ficação do Mundial.

A próxima prova do Mundial de MotoGP será a26 de Julho no mesmo circuito de Jerez para oGrande Prémio da Andaluzia.

Classificação do GP:

1. Fabio Quartararo (FRA/Yamaha-SRT)41:23.796 2. Maverick Vinales (ESP/Yamaha) a 4.6033. Andrea Dovizioso (ITA/Ducati) a 5.9464. Jack Miller (AUS/Ducati-Pramac) a 6.6685. Franco Morbidelli (ITA/Yamaha-SRT) a 6.8446. Pol Espargaro (ESP/KTM) a 6.9387. Francesco Bagnaia (ITA/Ducati-Avintia) a 13.0278. Miguel Oliveira (POR/KTM) a 13.4419. Danilo Petrucci (ITA/Ducati) a 19.65110. Takaaki Nakagami (JPN/Honda-LCR) a 21.553

11. Johann Zarco (FRA/Ducati-Avintia) a 25.10012. Alex Marquez (ESP/Honda) a 27.35013. Brad Binder (AFS/KTM) a 29.64014. Tito Rabat (ESP/Ducati-Avintia) a 32.89815. Bradley Smith (GBR/Aprilia) a 39.682

Classificação geral:

1. Fabio Quartararo (FRA/Yamaha-SRT): 25 pontos2. Maverick Vinales (ESP/Yamaha) 20 3. Andrea Dovizioso (ITA/Ducati) 164. Jack Miller (AUS/Ducati-Pramac) 135. Franco Morbidelli (ITA/Yamaha-SRT) 116. Pol Espargaro (ESP/KTM) 107. Francesco Bagnaia (ITA/Ducati-Avintia) 98. Miguel Oliveira (POR/KTM) 89. Danilo Petrucci (ITA/Ducati) 710. Takaaki Nakagami (JPN/Honda-LCR) 611. Johann Zarco (FRA/Ducati-Avintia) 512. Alex Marquez (ESP/Honda) 413. Brad Binder (AFS/KTM) 314. Tito Rabat (ESP/Ducati-Avintia) 215. Bradley Smith (GBR/Aprilia) 1Top 10:1. Fabio Quartararo (Petronas Yamaha SRT)2. Maverick Viñales (Monster Energy YamahaMotoGP) + 4.6033. Andrea Dovizioso (Ducati Team) + 5.9464. Jack Miller (Pramac Racing) + 6.6685. Franco Morbidelli (Petronas Yamaha SRT) + 6.8446. Pol Espargaro (Red Bull KTM Factory Racing)+ 6.9387. Francesco Bagnaia (Pramac Racing) + 13.0278. Miguel Oliveira (Red Bull KTM Tech 3) + 13.4419. Danilo Petrucci (Ducati Team) + 19.65110. Takaaki Nakagami (LCR Honda Idemitsu)

Técnico Jorge Jesusconfirmado no Benfica

JORGE JESUS

Lewis Hamilton vence na Hungriae assume liderança do mundial de F1

Oliveira acabou a primeira prova no anode MotoGP em oitavo

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Desportivo

DESPORTO

A equipa de sub-19 do Sport Lisboa e Benfica,que vai disputar os quartos-de-final da UEFAYouth League, já arrancou com a preparação dacompetição, após receber 'luz verde' da Federa-ção Portuguesa de Futebol (FPF) para o regres-so ao trabalho."As 'águias' voltam para terminar aquela que es-

tava a ser uma caminhada muito positiva naYouth League", antes da interrupção provocadapela pandemia de covid-19, lê-se no 'site' oficialdo Benfica, no âmbito de uma entrevista feita aPedro Mil-Homens, director-geral da formaçãodo clube da Luz.

Segundo os 'encarnados', o Benfica "vai lutarpela conquista da competição", suspensa a 18de Março e que irá decorrer entre os dias 16 e 25de Agosto, tendo como adversário os croatas doDínamo Zagreb.Depois da notificação da UEFA, dando um pare-

cer favorável para a realização da fase final daYouth League, os sub-19 do Benfica obtiveramluz verde da FPF para voltarem aos treinos, apósa devida autorização da Direção-Geral da Saúde(DGS).

"Iniciámos os trabalhos com uma acção de for-mação por videoconferência onde participaramtodos os jogadores e o 'staff' ", revelou Mil-Homens, especificando que estes elementosrealizaram testes à covid-19 a 06 de Julho, comtodos os resultados negativos ao novo coron-avírus.

"É com satisfação que recebemos estes resul-tados dos testes e da forma como vejo jovens de18/19 anos que estavam desejosos de regressarà actividade, mas que estão a cumprir as regrase todos os procedimentos de segurança", declar-ou.

A maior parte do plantel (15 jogadores) vai per-manecer em regime de internato no BenficaCampus "por residirem longe do Seixal ou emzonas consideradas de maior risco na actuali-dade", explicou, enquanto os restantes futebolis-tas têm as suas residências nas imediações doBenfica Campus.

"Todos os jogadores aceitaram, durante esteperíodo, residir no Benfica Campus. Para nós éuma segurança muito maior. Não é fácil paraeles, tendo em conta que ainda são cinco a seis

semanas de preparação, mas não era possívelde outra forma", sublinhou o director-geral, vin-cando que todas as regras sanitárias estão emvigor no Seixal.

Até ao momento, todos os treinos estão a serrealizados de forma individual, assim como asrestantes actividades estão a ser geridas de for-ma a garantir o distanciamento social e as regrasde protecção higiénica em vigor.

O início dos treinos colectivos apenas aconte-cerá após a segunda ronda de testes, seguindoas normas do protocolo de retoma da Liga NOS."As normas que a UEFA nos propõe também sãomuito exigentes. Os atletas e todo o 'staff' serãotestados em Nyon e antes de partirem para aSuíça. Há do lado da UEFA uma grande preocu-pação para que esta fase final da Youth Leaguetambém corra bem. Estamos todos empenhadosnesta missão", realçou Mil-Homens.

Inserido no Grupo G da fase de grupos daprova, o Benfica ficou à frente de Lyon, RB Leip-zig e Zenit. Venceu cinco jogos, perdeu apenasum, marcou 17 golos e sofreu seis.

Nos oitavos de final, o clube da Luz afastou o

Liverpool (4-1), com golos de Gonçalo Ramos(2), Tiago Dantas e Nuno Tavares e vai agoraenfrentar o Dínamo Zagreb, que afastou o Ba-yern Munique nos 'oitavos' após desempatepelas grandes penalidades (6-7).

"Naturalmente que estas eliminatórias existempara os clubes as vencerem, mas a nossa pri-meira tarefa é sermos capazes de chegar ao diada partida (17 de Agosto) preparados, com gran-de espírito de missão e um grande espírito ven-cedor", assegurou o responsável, assinalandoque os jovens atletas vão "deixar tudo em cam-po" para alcançar o "grande objectivo", que échegar à 'final four' da competição.

Paulo Pereira foi na terça-feira 14 de Julho ofi-cializado como o novo treinador do hóquei-em-patins da Oliveirense para os próximos doisanos. Regressa ao clube que representou dentrodo ring durante cinco épocas.

"Conheço a casa, as pessoas, sempre sonheitreinar este clube e estou muito contente porestar numa equipa recheada de jogadores deenorme qualidade. Todos os jogos são para ga-nhar e a nossa meta maior é conquistar o Cam-peonato Nacional. Estamos com muita vontade",declarou o treinador de 51 anos ao sítio oficial da

Internet do clube de Oliveira de Azeméis. Depois de ter conquistado o campeonato e uma

Supertaça pelo Valongo, Paulo Pereira foi o tim-oneiro do Óquei de Barcelos nas últimas quatroépocas e regressa ao emblema oliveirense, peloqual conquistou uma Taça CERS quando enver-gava a camisola e o stick. O preparador físicoHugo Silva acompanha o treinador na mudançapara Oliveira de Azeméis e sublinha que a equipatem de "encarar o dia-a-dia com naturalidade" eestar focada no seu caminho para ser campeã nofim da época.

O Conselho de Ministros decidiu manter a de-claração da situação de alerta, contingência ecalamidade, consoante o território, pelo que asregras e recomendações actualmente em vigorse mantêm. A Resolução do conselho explicaque as duas competições vão acontecer à portafechada.

Na resolução do Conselho de Ministros extra-ordinário revelada na terça-feira 14 de Julho ànoite, enuncia-se que “tendo em consideraçãoque, apesar de se verificar uma tendência de-crescente do número de novos casos de doençana maioria das regiões do território nacional, re-gista-se uma incidência persistente em algumasáreas da Administração Regional de Saúde de

Lisboa e Vale do Tejo, concretamente na zonaNorte da Área Metropolitana de Lisboa”, pelo queas regras e recomendações actualmente em vi-gor se mantêm.

É ainda especificado o caso da Taça de Portu-gal e da fase final da Liga dos Campeões que vaiacontecer num formato único em Lisboa no finalno mês de Agosto.

A UEFA já tinha garantido que a ‘final a oito' da‘Champions' seria disputada à porta fechada, noinício do mês.

A 'final a 8' de Lisboa começa a 12 de Agosto,no Estádio da Luz, com a estreante Atalanta ajogar frente ao campeão francês Paris Saint-Germain, um dia antes do Estádio José Alvaladereceber a partida entre Leicester e Atlético deMadrid.

A final está marcada para 23 de Agosto, noEstádio da Luz.

Já a final da prova rainha do futebol português,a Taça de Portugal, vai acontecer entre o SLBenfica e o FC Porto no dia 1 de Agosto, no está-dio Cidade de Coimbra.

O clube suíço Fribourg Olpympic vai ser oadversário do Sporting na primeira ronda deacesso à fase regular da Liga dos Campeões debasquetebol, assim ditou o sorteio.

A eliminatória com dois jogos, está marcadapara os dias 15 e 18 de Setembro, com o Spor-ting a começar a luta pelo acesso \á “Champions”em casa. O vencedor desta ronda vai enfrentar ovencedor do embate entre o Igokea (da Bósnia)e o U-BT Cluj Napoca (da Roménia).

O Sporting garantiu a presença na Liga dosCampeões já que liderava a Liga Portuguesa deBasquetebol quando a competição foi suspensadevido à pandemia do Covid-19.

Benfica revela plano para atacar UEFA Youth League em Agosto

Taça de Portugal e fase final da Liga dos Campeões vãomesmo acontecer sem público

Basquetebol

Sporting tem adversário suíço na “Champions”

Hóquei em patinsPaulo Pereira é o novo treinador da UD Oliveirense* Ligação será de dois anos ao clube de Oliveira de Azeméis