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Publ. Mensal - nº 201 - Julho de 2010 - Preço 0,25€ (IVA incl.) Contacto com os Pré Contacto com os Pré- seminaristas Dehonianos seminaristas Dehonianos Caro PRÉ-SEMINARISTA! Com o mês de Julho começam em cheio as férias de Verão. Desta vez, podias até receber o teu EM FRENTE um pouco mais tarde, para te acompanhar ao longo deste mês. Mas, por causa da “convocatória” para o chamado “estágio de admissão”, vai mais cedo, mas não é para perder, nem tam- bém para ler já no princípio do mês. É, sim, para ler alguns dias depois do “estágio”, ou melhor dito, para ir lendo aos poucos, com atenção e interesse, como sempre dizemos. Para isso, tens o resto do mês. Esta recomendação tem a sua razão de ser, porque só assim se respeita um dos objectivos do ‘Em Frente’, que é servir de contacto entre ti e o Colégio Missionário no espaço de tempo que fica entre um encontro e outro. Eu calculo que infelizmente pode haver um ou outro que não a vai pôr em prática. Digo isto, porque sei, por experiên- cia, que, dentro do grupo dos pré-seminaristas, no meio daqueles que sabem ser responsáveis e conscienciosos, há um ou outro que não se mostra capaz de levar as coisas a sério. Mas é fácil de ver que não é com pessoas assim que Jesus pode contar. Espero que não seja o teu caso. Espero vivamente que não faltem aqueles que, certamente com a ajuda dos seus pais, saberão ter em conta esta reco- mendação e, passados alguns dias após o nosso encontro, vão ter o cuidado de ler como deve ser o seu ‘Em Frente’. Além dos assuntos apresentados ao longo des- tas poucas páginas, todos eles relacionados com o tema da VOCAÇÃO, poderás mais facilmente recordar as recomendações que te foram fei- tas a respeito deste tempo especial, que não é para desperdiçar e, menos ainda, para te deso- rientares e tornares pior. Ao contrário. julho

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Publ. Mensal - nº 201 - Julho de 2010 - Preço 0,25€ (IVA incl.)

C o n t a c t o c o m o s P r éC o n t a c t o c o m o s P r é -- s e m i n a r i s t a s D e h o n i a n o ss e m i n a r i s t a s D e h o n i a n o s

Caro PRÉ-SEMINARISTA! Com o mês de Julho começam em cheio as férias de Verão. Desta vez, podias até receber o teu EM FRENTE um pouco mais tarde, para te acompanhar ao longo deste mês. Mas, por causa da “convocatória” para o chamado “estágio de admissão”, vai mais cedo, mas não é para perder, nem tam-bém para ler já no princípio do mês. É, sim, para ler alguns dias depois do “estágio”, ou melhor dito, para ir lendo aos poucos, com atenção e interesse, como sempre dizemos. Para isso, tens o resto do mês. Esta recomendação tem a sua razão de ser, porque só assim se respeita um dos objectivos do ‘Em Frente’, que é servir de contacto entre ti e o Colégio Missionário no espaço de tempo que fica entre um encontro e outro. Eu calculo que infelizmente pode haver um ou outro que não a vai pôr em prática. Digo isto, porque sei, por experiên-cia, que, dentro do grupo dos pré-seminaristas, no meio daqueles que sabem ser responsáveis e conscienciosos, há um ou outro que não se mostra capaz de levar as coisas a sério. Mas é fácil de ver que não é com pessoas assim que Jesus pode contar. Espero que não seja o teu caso. Espero vivamente que não faltem aqueles que, certamente com a ajuda dos seus pais, saberão ter em conta esta reco-mendação e, passados alguns dias após o nosso encontro, vão ter o cuidado de ler como deve ser o seu ‘Em Frente’. Além dos assuntos apresentados ao longo des-tas poucas páginas, todos eles relacionados com o tema da VOCAÇÃO, poderás mais facilmente recordar as recomendações que te foram fei-tas a respeito deste tempo especial, que não é para desperdiçar e, menos ainda, para te deso-rientares e tornares pior. Ao contrário.

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Lendo e relendo o ‘Em Frente’ todo, mas especialmente esta primeira mensagem que, desta vez, é um pouco mais longa, poderás ter mais presentes essas recomendações e até mesmo examinar, se não todos os dias pelo menos de vez em quando, a tua consciência, para ires vendo como estão a correr as tuas férias de pré-seminarista. Antes de mais nada, não esqueças que férias não são só para descansar e brincar. São um tempo a aproveitar para outras coi-sas diferentes das habituais, mas que também são importantes. Procurando ter sempre presente a tua especial condição de pré--seminarista, com tudo o que isso significa para ti e para a tua maneira de viver, terás também o cuidado de aproveitar o tem-po para aquelas coisas que te foram recomendadas no "estágio de admissão". Elas aqui vão apenas referidas, para mais facilmente as recorda-res: ajudar mais em casa, conviver mais com a família, dedicar mais tempo à "leitura espiritual"; e, no tocante aos estudos: fazer exercícios de leitura, fazer cópias ou ditados para melho-rar a ortografia, reforçar alguma disciplina em que te sintas mais fraco... Além de tudo isto, terás de ter cuidado para não te deixares cair na preguiça e também para não te deixares influenciar por com-panhias menos recomendáveis. Mesmo que outros tenham outros comportamentos, tu tens obrigação de ser um "rapaz diferente": empenhado e responsável. Nas férias tens também condições para fazer com mais cuidado o RRR e não à última hora e à pressa. Procura ter um caderno, para nele escreveres, mês por mês, as tuas respostas. Não esqueças que no encontro de Agosto deverás trazer os RRR de Junho e de Agosto. Se por acaso, não puderes vir a esse encon-tro, nem por isso ficas dispensado de o fazer para apresentar no primeiro encontro do próximo ano lectivo. Deseja-te umas férias divertidas e muito proveitosas o amigo

Pe. Fernando Ribeiro, SCJ

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O Coração de Jesus é todo amor. Oh! Se pudéssemos compreender o amor que arde por nós no Coração de Jesus! Amou-nos tanto, que, se todos os homens, todos os anjos e todos os santos juntassem todo o amor de que são capazes, não chega-riam à milésima parte do amor que Jesus tem por nós. Ama-nos imensamente mais do que nós nos amamos a nós próprios.

Jesus amou-nos até ao excesso. A que maior excesso poderia um Deus levar o seu amor, do que consentindo morrer pelas suas criaturas? Amou-nos mais do que à sua própria vida...

O Coração de Jesus deseja ser amado. Ele não precisa de nós: com ou sem o nos-so amor, Ele é à mesma feliz, rico e poderoso. No entanto, precisamente porque nos ama, deseja tanto o nosso amor, como se o homem fosse o deus d’Ele e como se a sua felicidade dependesse da do homem.

COMENTÁRIO Quando Jesus manifestou o seu Coração a S. Margarida Alacoque, disse-lhe: “Eis o

Coração que tanto amou os homens”. E, como sinal desse amor, mostrou um Coração do qual saíam chamas. Por isso, o Pe. Dehon exclama: “Oh! Pudéssemos nós com-preender o amor que arde por nós no Coração de Jesus!”.

É um amor infinito, sem limites. Para termos uma pálida ideia disso, o Pe. Dehon faz esta comparação; “Se todos os homens, todos os anjos e todos os santos juntassem todo o amor de que são capazes, não chegariam à milésima parte do amor que Jesus tem por nós”.

Jesus deu-nos e continua a dar-nos provas do seu amor. A maior prova foi a sua mor-te por nós. Morrendo por nosso amor, Ele:

- amou-nos a nós mais do que à sua própria vida. - amou-nos imensamente mais do que nós nos amamos a nós mesmos. O Coração de Jesus deseja ser amado. Pede-nos o nosso amor. Não precisa de nós

para nada, não precisa do nosso amor. No entanto, justamente porque nos ama, deseja tanto o nosso amor, como se a sua felicidade dependesse da nossa, como se nós fôsse-mos o deus d’Ele.

Podemos nós recusar-Lhe o que nos pede?

Para ti, A PALAVRA DO PADRE DEHON

esus pede o nosso amor J

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A VIDA É UMA SÓ A PALAVRA DO PAPA, para ti

Nesta altura volto-me, de novo, para vós, jovens, querendo ouvir também de vós a resposta do jovem do Evangelho: tudo isto tenho observado desde a minha juventude. O jovem do Evangelho era bom. Cumpria os mandamentos. Estava pois no caminho de Deus. Por isso Jesus fitou-o com amor. Ao reconhecer que Jesus era bom, testemu-nhou que também ele era bom. Tinha uma experiência da bondade e por isso, de Deus. E vós, jovens, descobristes o que é bom? Seguis os mandamentos do Senhor? Descobristes que este é o verdadeiro e úni-co caminho para a felicidade?

Os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O "amanhã" depende muito de como estais vivendo o "hoje" da juventude. Diante dos olhos, meus queridos jovens, tendes uma vida que desejamos seja longa; mas é uma só, é única: não a deixeis passar em vão, não a desperdiceis. Vivei com entusiasmo, com alegria, mas, sobretudo, com sentido de responsabilidade.

Bento XVI

COMENTÁRIO Para compreender bem estas palavras do Santo Padre é preciso

ter presente o famoso episódio do jovem que se aproximou de Jesus, perguntando-Lhe o que havia da fazer para alcançar a vida eterna. Quan-do Jesus lhe disse que devia cumprir os mandamentos, ele reconheceu que já o fazia. A partir daqui o Papa chama a atenção dos jovens para a importância dos anos que estão vivendo. E as suas palavras são tão claras que nem precisam de ser comentadas.

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UMA HISTÓRIA DE CADA VEZ

O Venerável Libermann, judeu converti-do ao cristianismo e Fundador da Con-gregação do Imaculado Coração de Maria, que mais tarde havia de unir-se à do Espírito Santo, viu um dia um muro que o impedia de ser Padre - a epilepsia. Nessa altura encontrava-se no Seminário de S. Sulpício, em Paris. Os Directores, logo que tiveram a certeza da doença, tinham de tomar uma decisão. Ele não podia ser sacerdote. Tinha de pensar noutra vida. O caso foi levado ao Arcebispo e, natu-ralmente, como era de esperar, deixou de beneficiar da bolsa de estudo. O Seminário, porém, manteve-o mais al-gum tempo, graças à generosidade de uma associação de senhoras piedosas. A decisão final, todavia, impunha-se: Liber-mann terminara ou quase os seus estu-dos teológicos; era preciso esclarecer a situação. Um dos Directores, em nome do Superior Geral, chamou-o e falou-lhe: o seu estado de saúde destruíra-lhe toda a esperança de chegar a ser sacerdote. Parecia bem que, no interesse do seu próprio futuro, ele se decidisse a apro-veitar o resto da sua juventude para a escolha de um estado de vida diferente e de uma profissão que lhe conviessem; a Direcção do Seminário oferecia-se mes-mo para o ajudar, na medida do possível, a encontrar uma colocação na socieda-de... Libermann não estranha; não se sur-preende. Agradece e pede simplesmente que façam o favor de o prevenir do dia em que deverá deixar o Seminário. Depois, calmo, confiante, acrescenta: - Quanto ao que se refere ao mundo, não poderei voltar para ele. Mas espero que

Deus queira providenciar acerca do meu futuro... Inclinou-se e saiu. A seguir dirigiu-se à capela e ajoelhou-se diante do sacrário: - Meu Deus, - soluçava - não me abando-neis. O meu pai amaldiçoou-me e agora põem-me na rua!... Que vai ser de mim, Senhor? Quem ficara verdadeiramente espanta-do fora o Pe. Carbon, o Director encarre-gado de lhe falar e de lhe transmitir o pensar da Direcção. E relatou o caso ao Superior Geral, Pe. Garnier. Este não ficou menos surpreendido. Todos sabiam ser aquele seminarista um homem de sólida virtude; mas não espe-rava tanto. Foi chamado a falar pessoal-mente com o Superior Geral. Preocupa-do este começa por lhe perguntar: - Filho, fizemo-lo sofrer muito, não é ver-dade? - Não, Padre Superior; pelo contrário... - Não?!... Mas então quais são as suas dis-posições? - Padre Superior, sinto-me feliz por não possuir neste mundo outro recurso senão Deus só! O Superior ficou desarmado e não teve coragem de executar a decisão tomada anteriormente. Levou de novo o caso a conselho e este, por unanimidade, deci-diu que o heróico seminarista não seria despedido, mas transferido para o Semi-nário de Filosofia de Issy-les-Moulineaux, também pertencente à Companhia de S. Sulpício, mas nos arredores, já fora de Paris: e que aí ficaria até que Deus qui-sesse. Passou lá cinco anos (1832-1837) que foram um tempo de bênção e de edifica-ção para quantos ali viviam.

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ESCOLHA CORAJOSA Uma “voz” chamou-te? Deves ir. O caminho é longo, mas vai. “Sem alforge,

nem bastão, nem sandálias”. Mas não sem esperança. “Ir tem o seu fascínio, faz parte da nossa pobre felicidade: talvez seja a única parcela de felicidade que nos é permitido gozar cá em baixo” (Primo Mazzolari).

A vocação é caminho a percorrer. Não há caminho sem dificuldades, não há pro-jecção no futuro sem incertezas. Não há esforço sem cansaço. Não há crescimento sem compromisso, nem compromisso sem risco. Tudo isso se percebe, tendo em conta o limite natural que a todos nos condiciona.

“Para mim é um grande conforto pensar que Deus me toma tal como sou! Desde que se viva com rectidão de intenção, com prontidão de arrependimento dos próprios erros, com abandono a Deus, sem que dêmos por isso, Alguém nos faz caminhar”. (Id.)

“Não temais. Eu venci o mundo” - diz Jesus. Definitivamente. Venceu-o também para nós. E “é mais forte Aquele que está em vós - Cristo - do que aquele que está no mundo”. Esta fé alimenta a nossa esperança.

Na Sagrada Escritura são numerosas as “situações” nas quais se encontra o homem “chamado” e enviado por Deus, tomado de desconfiança e desânimo. Sem esperança, ao que parece. Basta pensar na aventura de Elias e de Jonas.

Elias, cheio de medo “atemorizou-se e partiu para salvar a vida”. Foge à espada de Jezabel. É que a tirana não brincava. Já fizera rolar muitas outras cabeças. “Isaías pediu para si a morte: - Basta, Senhor - disse ele. - Tirai-me a vida, porque não sou melhor que os meus pais”.

Há, na vida de todos, momentos em que se é tentados a dizer: “Chega!”. Mas não passa de tentação. Esquece-se e avança-se. No fim do caminho da dúvida, da prova-ção, do desânimo, está Ele, o Senhor que te espera. Talvez te repreenda por não teres confiado n’Ele. Mas torna a chamar-te e a enviar-te. Tal como o profeta. Disse o Senhor a Elias: “Levanta-te, come, porque ainda tens um longo caminho a percorrer”.

Jonas não vive uma situação menos dramática. “Pegaram em Jonas e atiraram-no ao mar”. Acabaram-se as esperanças. Humanamente falando, Mas no projecto de Deus, não! Engolido pelo mar e pala grande baleia, Jonas reza. Uma oração convicta de que “a salvação vem do Senhor”. E o Senhor salvou-o.

És chamado? Responde. E confia. O Senhor é um Deus fiel.

PÁGINA VOCACIONAL

VOCAÇÃO

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No mundo em que vivemos, no qual o homem tem tudo à sua disposição e pensa que pode controlar tudo, há um tremendo esquecimento de algo que dá sentido à exis-tência: Deus, que Se revelou em Jesus Cristo. O homem de hoje pensa que o que dá sentido à sua existência são as coisas materiais, o que o mundo pode oferecer, acabando por esque-cer quem está por trás de tudo isto.

Contudo, continuam a existir jovens que são tocados por Deus e chamados a segui-l’O mais de perto. E este é um caminho que não é fácil e que muitas vezes não é considerado nem reconhecido pela sociedade. Eu sou um desses jovens e encontro-me nesse caminho. E espero continuar cheio de força e entusias-mo, com a poderosa ajuda de Deus.

O chamamento O despertar da minha vocação aconteceu

no seio familiar, visto a minha família ser bas-tante religiosa, circunstância que muito me apoiou e incentivou. Também me ajudou ser acólito, serviço que gostava e gosto de pres-tar. Depois, quando um sr. Padre passou pela minha escola e fez o convite a quem quisesse para passar um fim-de-semana no seminário, eu não hesitei e logo quis ir. Participei em vários encontros de que gostei muito e come-cei a apreciar a vida de seminário, admitindo a hipótese de ser este um dos caminhos a esco-lher para a minha vida.

Assim, quando, tinha eu 12 anos, me fize-ram a proposta de entrar para o seminário, fiquei encantado e aceitei, com o apoio dos meus pais. Graças a Deus! Pus desde logo a hipótese de vir a ser Padre. Porque gostava daquela vida, daquela maneira de viver. Decidi arriscar.

No seminário, ao longo de vários anos, fui discernindo e aprofundando a minha vocação. Sentia que queria ser missionário, ter uma experiência nas Missões, porque tinha ficado

cativado pelo testemunho dos missionários que vinham de África.

Também ao longo da minha caminhada no seminário tive algumas dificuldades, tal como qualquer outro jovem encontra na sua vida, mas tentei sempre confiar em Deus que me chamou a segui-l’O de perto.

Agora encontro-me no 3º ano de Teologia na Universidade Católica, mas no fim deste ano vou fazer uma paragem nos estudos para fazer o assim chamado estágio de vida religio-sa, que terá a duração de dois anos, e, para isso, irei em missão para Angola, onde tenta-rei dar um pouco de mim. Depois regressarei para continuar os estudos e, se Deus quiser, ser Padre. Digo uma coisa: cada um é chama-do a seguir um caminho para ser feliz, mas nem sempre é fácil discernir qual é esse cami-nho e há momentos em que temos de arris-car, temos que dar um passo no escuro, caso contrário não avançamos e não nos realiza-mos. É assim a vida!

Já estou há 11 anos neste caminho e sinto- -me bem e feliz por ter feito esta opção e pelas experiências que fiz e que me ajudaram a crescer e a amadurecer.

Ao longo desta caminhada, desde o Colé-gio Missionário até à Universidade, tive sem-pre presente uma coisa: confiar em Deus, no projecto que Ele tem para nós. Tive colegas que viram que esta não era a sua vocação e decidiram mudar de caminho. Afinal, o que interessa é que cada um descubra, no diálogo com Deus, o que é melhor para si, para a sua realização pessoal. Na vida, cada um tem de escolher; ninguém vai ou está no seminário obrigado, mas sim porque se sente chamado e feliz por seguir a Jesus Cristo mais de perto. O seminário é, de facto, lugar de gente feliz, gente que se sente feliz por dedicar a sua vida de uma maneira especial ao serviço de Deus e dos irmãos, a exemplo de Jesus Cristo.

Fávio Guido, SCJ

TESTEMUNHO

CONFIAR EM DEUS

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sabedoria

10 grãos de

1. Segundo o juízo que fizerdes é que haveis de ser julgados. (Jesus)

2. Não é necessário pedir o sofrimento, pois é muito mais perfeito nada pedir e nada recusar. (Padre Dehon)

3. Caros jovens, sede testemunhas do amor de Deus, semeadores de espe-rança e construtores de paz. (João Paulo II)

4. É importante escolher bem, não destruir o futuro. E a primeira opção fun-damental deve ser Deus, Deus que Se revelou no Filho, Jesus Cristo. (Bento XVI)

5. “Seguir” significa dar determinados passos. Já o primeiro passo dado após o chamamento separa aquele que segue a Jesus do seu passado. Assim o chamamento a seguir Jesus cria logo uma nova situação. (Dietrich Bonhoeffer)

6. Na ordem estabelecida pela Providência, para conseguir o seu efeito, acção e oração devem andar juntas. Pedir ao Senhor que mande operários à sua Igreja e não oferecer a própria colaboração, podendo e devendo, torna vã a oração. (Pe. Aníbal di Francia)

7. É necessária uma confiança total para abandonar-se ao apelo de Cristo. Esta preferência supõe também uma vontade de ruptura com alguns valo-res que pertencem à ordem dos meios: as satisfações do amor humano, a riqueza, o sucesso profissional, o prazer, o poder. (Paulo VI)

8. Um imenso campo de trabalho abre-se diante de vós, desde que cada um seja dócil à sua vocação pessoal. Não se vem ao mundo sem uma finalida-de. Um amor infinito do Pai nos precede e, chamando-nos à existência, atribui a cada um o seu caminho. Triunfar na vida significa percorrer esse caminho, qualquer que ele seja, até ao fim. (Bispos Italianos)

9. A construção de uma civilização do amor requer têmperas fortes e perse-verantes. (João Paulo II)

10. Feliz de quem passa a vida tendo mil razões para viver. (D. Hélder Câmara)

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Fome de Deus O encontro exige silêncio, solidão. Exige que se calem as vozes inte-

riores e as vozes exteriores. Não se deve ter medo do encontro connosco mesmos. Na nudez do

que somos e de quem somos, se nos conduzirmos com humildade e confiança, encontraremos o Senhor. O Senhor que nos ama como nin-guém!

Façamos-Lhe dom do nosso coração, para depois O levarmos aos irmãos.

Para encontrarmos a Jesus, nosso Deus e Senhor, devemos reservar só para Ele um tempo em cada dia, de preferência sempre à mesma hora, num local sossegado, onde não sejamos interrompidos, onde as vozes do mundo não cheguem, onde nos possamos silenciar interior-mente.

A princípio temos tendência a falarmos muito. Jesus não precisa de que Lhe digamos coisas para que Ele se sinta bem. Nós é que precisa-mos d'Ele!

Se estamos cansados, não desistamos desses momentos com o Senhor. Olhemos para Ele enquanto Ele do sacrário olha para nós. Cha-ma-se a esse tipo de oração a oração do recolhimento interior. Mistica-mente falando, é uma das formas mais belas de nos relacionarmos com Deus.

Deus não precisa de que falemos muito. Ele conhece os nossos pen-samentos e sentimentos mais secretos melhor do que nós. Ele o que quer é que O amemos e confiemos terna e absolutamente n'Ele e na sua Mãe.

PARA LER E MEDITAR

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Lembra-te de que não te vais encontrar com algo, mas com Alguém. Esse Alguém é o Senhor que te ama. Só a Ele adora! Prefere-O a tudo e a todos.

A Ele se deve o culto de latria, isto é de adoração. "Só a Deus adora-rás", diz o Senhor na Sagrada Escritura. Só a Ele prestarás culto. O res-to é idolatria.

Não faz sentido entrarmos numa igreja e não cumprimentarmos, em primeiro lugar, o Senhor que está no sacrário e, em vez disso, diri-girmos-nos a uma estátua de Nossa Senhoa ou de algum Santo.

Depois de Deus, certamente que devemos venerar a Mãe de Jesus. Chama-se a essa venerção culto de hiperdulia.

Só depois é que devemos dirigir-nos a algum santo da nossa devo-ção. Os santos são os nossos irmãos mais velhos, verdadeiros modelos para nós. São os amigos de Deus e nossos, que lá no Céu intercedem por nós.

Mas só a Deus devemos prestar adoração. Deus em primeiro lugar e só Ele. Ele acima de tudo e de todos.

Para nos encontrarmos com Jesus, nesses momentos de oração de recolhimento, contar-Lhe as nossas fadigas, preocupações e anseios, desafogando o nosso coração.

Em seguida devemos ler uma frase de Evangelho, com as palavras de Jesus e repeti-la suavemente, docemente, meditando-a no nosso coração. Devemos visualizar o Senhor Jesus nessa passagem que lemos e vermo-nos a nós próprios como se lá estivéssemos presentes. E, depois, ficarmos calados olhando o Senhor no sacrário, amando-O, louvando-O, glorificando-O, pedindo-Lhe graças e agradecendo-Lhe.

O Senhor, se assim quisermos, responder-te-á, depositando no teu coração, a sua Palavra, ou de outro modo que Ele bem entender.

Há muitos modos de orar. Cada qual, deverá procurar encontrar aquele que melhor se coadu-

na com a sua maneira de ser. Este é um deles. É uma das formas de todos os dias nos encontrarmos com Jesus.

E não te esqueças de Maria. Com Ela tudo é mais fácil, mais doce e mais suave.

Maria Cândida Fernandes

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[eler] [eflectir] [esponder] 1.

2.

3.

4. 5. 6.

7. 8.

a) Por que motivo fundou o Padre Dehon a Congregação dos Sac. do Coração de Jesus? b) Que aprendeu o Padre Dehon, sobretudo com a mãe? c) Que percebeu muito bem o Padre Dehon? d) Como é visto o “coração”? e) Para que facto muito triste chama a atenção o “Coração de Jesus”? f) Que ideal transmitiu o Padre Dehon à Congregação? g) O que é “reparar”?

a) Que é que não escapa ao olhar de Deus? b) Por que motivo o pensamento de que Deus nos vê tudo é infinitamente consolador para a alma fiel? c) Que espera sempre Deus dos seus filhos? d) Qual é o objectivo de Deus? e) Que sensação podemos ter por vezes?

a) Que propõe a mentalidade moderna? b) A que leva a proposta da mentalidade moderna? c) Por que nos dá Deus os mandamentos? d) Os mandamentos limitam a felicidade? Então? e) Que devem os jovens cultivar no coração? f) A quem pertence o futuro g) Que desafios urgentes e essenciais enumera o Papa para a vida deste mundo? h) Que requerem dos jovens esses desafios?

a) Por que chamamos a Jesus nosso Mestre? b) Qual foi o programa de vida dos santos?

a) Transcreve a afirmação do Santo Cura d’Ars que mais te impressionou. b) Refere. Por palavras tuas, as acções que só o sacerdote pode realizar.

a) Como animou a mãe o filho que reconhecia que precisava de ser melhor? b) Por que não quis Bernard Häring quer sacerdote diocesano? c) O Pe. Bernard Häring fala de um quinto voto. Qual foi o quarto? d) Que experimentou ele nos sofrimentos e que espera encontrar até ao fim? e) A que chama ele a “grande festa” da sua vida?

a) Que disse Santo Agostinho? b) Refere duas afirmações à tua escolha a respeito da “oração”?

Perguntas sobre o “Directório” (páginas 40-41) a) De onde deriva a palavra ‘vocação’? b) E que significado tem a palavra ‘vocação’? c) Que é que se conclui, então? d) Todo o chamamento é ‘vocação’? e) Basta dizer que a vocação é um ‘chamamento’? Que é preciso acrescentar? f) Que testemunho dá a Bíblia? g) Que são, afinal, os chamamentos de Deus?

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Tens aqui a “CONVOCATÓRIA” para o nosso próximo “encontro formativo”. Ele terá lugar, conforme consta na famosa “folha verde”, logo no princípio de Julho. É o “encontro” que tradicionalmente se chama “de Admissão”.

Pensamos que todos devem saber porquê. Mas, para quem eventualmente não saiba ou tenha esquecido, vai aqui a explicação: o “encontro formativo” de Julho chama-se “encontro de admissão”, porque é neste “encontro” que se fazem as admissões, ou seja, se decide quem é admitido a frequentar o Colégio Missionário no próximo ano lectivo.

Os admitidos continuam a ser pré-seminaristas até à data da entrada efectiva no Colégio Missionário, em Setembro. Por isso, continuam a receber o Em Frente, a fazer o RRR e vêm ao chamado “encontro de Verão” em Agosto.

Tanto os admitidos como os não admitidos continuam a formar o grupo dos pré-seminaristas do Colégio Missionário e devem recordar sempre a sua “especial situação”, a fim de terem o cuidado de ser, mesmo durante as férias, “rapazes dife-rentes”, com tudo o que isso significa.

A respeito das férias, durante o próximo “encontro”, teremos oportunidade de dar mais algumas orientações e conselhos.

Quanto ao RRR, presta atenção, para evitar confusões. Como o encontro é logo no início do mês de Julho, as respostas às perguntas que encontras neste Em Fren-te serão feitas ao longo deste mês. Depois, logo que receberes o Em Frente de Agosto, terás de ter o cuidado de preparar o teu RRR antes do encontro que terá lugar a meados desse mês. Assim, em Agosto, terás de apresentar dois trabalhos: o RRR de Julho e o RRR de Agosto.

No próximo encontro terás de trazer e entregar as respostas às perguntas que iam no Em Frente de Junho, com o título de “RRR de Junho”.

Quanto à data, já chamámos a tua atenção para o erro que se encontra na ‘folha verde’. A data correcta é a que se encontra aqui em baixo e que já devia ser do teu conhecimento.

DATA: de 01 (quinta-feira à tarde) a 04 (domingo) de Julho. CHEGADA: entre as 18.00 e as 21.00 h. de quinta-feira. REGRESSO A CASA: no domingo, depois das 13.30 e, possivelmente, antes

das 14.00 horas.

Não te esqueças de trazer tudo o que é preciso, também roupa suficiente para esses quase três dias, que podem ser de calor.

Em Frente (Contacto com os Pré-seminaristas Dehonianos) Publicação Mensal - Ano IX - nº 201 - Julho de 2010

Proprietário, Director e Editor: Pe. Fernando Ribeiro, SCJ Redacção e Administração: Caminho do Monte, 9 | Ap. 430 | 9001-905 - FUNCHAL

Telf.: 291 22 10 23 | Website: emfrente.wordpress.com | Email: [email protected] Impresso nos Serviços Privativos do Colégio Missionário Sagrado Coração - FUNCHAL

Depósito Legal nº 120 306

Sendo o dia 01 um dia de semana, é natural que os pais só possam vir trazer os filhos mais tarde. Por isso, a chegada será até às 21 horas. Quem vier para jantar, terá de infor-mar a tempo e chegar antes das 19.30.

Nota: