Publ. Mensal - nº 205 - Novembro de 2010 - Preço 0,25€ (IVA incl.)

C o n t a c t o c o m o s P r éC o n t a c t o c o m o s P r é -- s e m i n a r i s t a s D e h o n i a n o ss e m i n a r i s t a s D e h o n i a n o s

novembro

Caro PRÉ-SEMINARISTA!

Dirigimo-nos mais uma vez a ti por meio deste boletim, que tem como objectivo ajudar-te na caminhada que estás a realizar como pré-seminarista. É uma caminhada em que te propões crescer no discernimento vocacional e na tua vida de fé. No dia 1 de Novembro celebramos a festa de Todos os Santos que nos lança o convite a aprofundarmos a vocação a qual todo o cristão é chamado: a vocação à santidade. Consequentemente, como baptizado que és, também tu és chamado à santidade. Pode surgir-nos esta dúvida: eu santo? Como poderá isso acontecer? Por muito difícil que isso possa ser, todo o cristão é chamado à santidade: é a sua primeira vocação. Olhando para a história da Igreja, encontramos muitos exemplos de vidas totalmente dedicadas ao serviço a Deus e aos irmãos. Esses, aos quais nós chama-mos santos e que são reconhecidos como tal pela Igreja, são para nós exemplo e guias na nossa caminhada de cada dia. Podemos lembrar um S. Francisco de Assis, uma Madre Teresa de Calcutá, um João Paulo II e porque não também um Pe. Dehon. Os santos não nasceram feitos e também tiveram as suas dificuldades, tive-ram que crescer na sua amizade com Deus. A santidade é mesmo isso: crescer na amizade para com Deus, procurando discernir a sua missão e vocação no mundo. Constrói-se num amadurecimento constante da nossa vida de fé, participando nos sacramentos e reforçando a nossa amizade com Jesus na oração pessoal. O papa João Paulo II, nas várias cartas de dirigiu aos jovens, por várias vezes lançava-lhes este repto: “não tenhais medo de ser santos”. Que durante este mês este mesmo convite ressoe no nosso coração: não tenhamos medo de ser santos!!!

Pe. Juan Noite, SCJ

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Para ti, A PALAVRA DO PADRE DEHON

A DEVOÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS

A prática da devoção ao Sagrado Coração de Jesus resume tudo o que há de mais afectuoso e generoso na nossa religião. A prática desta devoção é o amor fiel e agra-decido a Jesus. Os frutos que Jesus prometeu à devoção ao seu Sagra-do Coração são maravilhosos: é, para os pecadores, um oceano de misericórdia; para as almas tíbias, uma fonte de fervor; para as almas piedosas, progressos rápidos na perfeição; uma bênção para os lares onde a sua imagem for honrada; a cessação de flagelos públicos; e, para os que a divulgam, a promessa de que o seu nome será gravado nesse divino Coração.

COMENTÁRIO A devoção ao Coração de Jesus foi, durante muitos anos, uma devo-

ção desconhecida da maior parte das pessoas. Era vivida e praticada por uma grande minoria de pessoas muito próximas de Deus, algumas das quais encontraram nela uma maneira de se tornarem santas.

A partir de certa altura, esta devoção tornou-se conhecida de imensas pessoas. Contribuiu para que muitos cristãos se tornassem melhores, mais amigos de Deus, mais generosos e mais perfeitos na sua vida. Foi um prin-cípio de renovação e de progresso da vida cristã.

Amizade em Cristo

leva-nos a uma

renovação de vida

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AMAR A EUCARISTIA

devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente

Não se trata de positivismo ou de ânsia de poder, quando a Igreja nos diz que a Eucaristia é parte do domingo. Na manhã de Páscoa, pri-meiro as mulheres depois os discípulos tiveram a graça de ver o Senhor. Desde então, souberam que o primeiro dia da semana, o domingo, seria o dia d’Ele, de Cristo. É belo que hoje, em muitas culturas, o domingo seja um dia livre. Mas esse tempo livre fica vazio se nele não está Deus. Caros amigos! Às vezes, em princípio, pode resultar incómodo ter de programar no domingo também a Missa. Mas, se nisso vos empe-nhardes, constatareis mais tarde que é exactamente isso que dá senti-do ao tempo livre. Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical, e ajudai também os demais a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria de que necessitamos, devemos aprender a amá-la. Comprometamo-nos a isso; vale a pena!

COMENTÁRIO

Como se torna fácil de compreender, o Santo Padre Bento XVI, pede-nos que amemos a Eucaristia participando na sua celebração. Insiste na ideia de que, para os cristãos, “a Eucaristia é parte do domingo”, pede-nos a todos que não nos deixemos convencer a não “participar na Euca-ristia dominical” e que ajudemos “também os demais a descobrir” a Eucaristia.

A PALAVRA DO PAPA, para ti

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“O que fizerdes ao mais pequenino dos vossos irmãos é a Mim que o fazeis”

A capa de S. Martinho Martinho seguiu, como seu pai, a carreira militar. Aos 15 anos já fazia

parte da cavalaria romana, que lutava nas Gálias, a França actual. Aos 18 anos era centurião do exército.

Apesar de tantos triunfos, Martinho não se sentia inteiramente sos-segado. Levado por um amigo, assistiu a uma reunião dos cristãos. Não compreendeu tudo quanto presenciou e ouviu, mas o seu coração ficou encantado com a nova Religião. Acabou por pedir para ser admi-tido no número daqueles que se preparavam para o Baptismo (catecúmenos), mas as campanhas militares em que andava metido, não lhe permitiam receber tal sacramento. Sentia-se triste por não poder ser cristão, como tanto desejava.

Num dia, durante a noite teve o jovem oficial uma estranha apari-ção. Num clarão deslumbrante, viu Jesus rodeado de muitos anjos res-plandecentes. Aos ombros levava a capa que Martinho tinha dado ao pobrezinho, que tinha encontrado na rua - com fome e frio. Dirigindo-se aos espíritos celestes, disse o Senhor: “O catecúmeno Martinho cobriu-me com a sua capa”. Na manhã seguinte, Martinho foi pergun-tar a um sacerdote o que é que queria dizer aquela visão.

É muito claro - explicou o Padre. - Jesus disse: “O que fizerdes ao mais pequenino dos vossos irmãos é a Mim que o fazeis”. Nosso Senhor aceitou como feita a Si mesmo a esmola que tu deste ao pobrezinho.

Animado com esta visão, Martinho deixou o exército, recebeu o Baptismo e fez-se sacerdote. Mais tarde foi Bispo de Tours na França e é o grande santo que a Igreja celebra a 11 de Novembro.

UMA HISTÓRIA DE CADA VEZ

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A vocação leva-nos a sair de nós mesmo e dos nossos hábitos e a pôr-se a caminho.

PÁGINA VOCACIONAL

É a primeira pergunta que deve formular a alma crente. O crente percebe que a religião é o primado de Deus na sua vida pes-soal.

“Que quer Deus de mim?” “Quer porventura a música?” “Afasta de Mim o ruído dos teus cânticos; não quero ouvir mais as músicas da tua harpa” – diz o Senhor (Amós 8, 23) “Acaso quer a oração?” “Quando estendeis para Mim as vossas mãos, escondo de vós a minha face” (Isaías 1, 15)

“Acredita: obedecer vale mais do que o sacrifício e a submissão vale mais do que a gordura dos carneiros” (1 Sam. 15,22).

O homem não é senhor absoluto da sua vida: é beneficiário. Como tal, em espírito de fé, interroga Deus para conhecer a sua vontade. O Pai do Céu ajuda cada homem a compreender o sentido da sua vida. A Palavra de Deus chama. A Palavra de Deus encaminha.

A Palavra de Deus chama. É Palavra criadora: “Deus disse: Faça-se!” Deus fala ao homem. Dirigindo-lhe a palavra, declara-o “semelhante a Si”, capaz de diálogo. O diálogo é sinal de abertura, de amizade. Deus chama e dialoga. Deus chama e envia. A vocação é uma nova criação.

Quando Deus chama Abraão, a humanidade desorientada encon-tra o caminho do regresso a Deus. Assim é, porque “cada vocação na Bíblia é um caminho de história. A vocação é uma força que, com o homem, arrasta a criação inteira para Deus. O chamamento de Abraão é o início do regresso da história às fontes da salvação.

“QUE QUER DEUS DE MIM?”

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Encontrava-me certo dia no meio de um grupo de adolescentes para lhes falar das Missões em África. Enquanto lhes mostrava diaposi-tivos de tantas pessoas que esperam um sacerdote, perguntei-lhes:

– E vocês já alguma vez pensaram em ser sacerdotes? A resposta foi fulminante: – Nós não somos loucos! Fiquei petrificado perante aquela afirmação categórica. Certamen-

te não é pedido a toda a gente que seja sacerdote, mas eu próprio sen-do sacerdote, considero-me uma pessoa perfeitamente normal.

E, quanto mais penso nisso, mais me agrada a classificação de "loucos". Faz parte dos componentes da fé, é preciso um pouco de loucura. É em nome da fé que nos afastamos do programado, definiti-vamente estabelecido do ponto de vista humano, para encontrar novas maneiras de pensar, de se situar em relação aos outros; de con-siderar e de viver as realidades deste mundo.

Crer em Deus é mudar a nossa maneira de ver, de pensar e de amar, porque ter fé é acolher em nós o olhar, o pensamento, o cora-ção de Deus.

SER PADRE, HOJE? TESTEMUNHO

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Seguir Cristo, parecer-se com Ele exige uma perspectiva divina, que ultrapassa muitas vezes o bom senso e a razão humana, para penetrar nos caminhos de Deus, misteriosos e incompreensíveis à lógica huma-na.

É por este motivo que é difícil responder à pergunta: "Por que é que és sacerdote?". A dificuldade não está tanto na resposta, quanto na possibilidade de ser compreendido. Também Jesus dizia dos que não estavam preparados para acolher o Reino de Deus: "Nem todos compreendem estes ensinamentos" (Mt 19, 11 e ss) S. Paulo, por sua vez, diz-nos: "Os que são loucos aos olhos do mundo é que Deus esco-lheu para confundir os sábios, e os que são fracos no mundo é que Deus escolheu para confundir os fortes" (1 Cor 1, 27).

Tentemos estabelecer algumas causas deste desamor que pode ir até à repulsa. Ouvi jovens afirmarem:

"Eu não quero estragar a minha vida a inalar o cheiro de velas" (Roberto).

"Confesso que, quando era criança, desejei ser sacerdote, mas à medida que cresci, compreendi que não era essa a minha voca-ção" (Simão).

"Só tenho uma vida à minha disposição e não quero arriscar, com-preender tarde demais não ser esse o meu caminho" (Nuno). Nestas respostas já encontramos razões pelas quais o sacerdócio é recusado à partida. Nestas afirmações notamos incompreensões, mal entendidos, ideias pré-concebidas sobre a própria pessoa do sacerdote. Verifica-se a mentalidade actual, de só confiar em si mes-mo, nas próprias capacidades, na própria realização e felicidade.

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* Quem praticar os mandamentos e os ensinar, será

grande no Reino dos Céus. (Jesus)

* Quem atribui a si algum bem, impede que a graça de

Deus venha a ele; porque a graça do Espírito Santo procura

sempre um coração humilde. (Imitação de Cristo)

* Tende sempre um grande respeito por aqueles que

junto de vós fazem as vezes de Deus. (Padre Dehon)

* Senhor, que a minha vida seja simples e recta como

uma flauta silvestre, para que a enchas de música. (Tagore)

* O mundo reclama evangelizadores que lhe falem de um Deus

que eles conheçam e lhes seja familiar como se vissem o invisível.

(Paulo VI)

* Ninguém pode ser cristão se não for missionário. (João Paulo II)

* Jesus não faz rodeios de palavras, é claro e directo. Todos o

compreendem e tomam uma posição. (Bento XVI)

* Eu creio que os homens que vivem para os outros conseguirão,

um dia, reconstruir o que os egoístas destruíram. (Luther King)

* As grandes obras são levadas a efeito não pela força, mas pela

perseverança. (Johnson)

* Ninguém se afasta de Deus para ser melhor. (Alguém)

sabedoria

10 grãos de

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PARA LER E MEDITAR

NÃO HÁ FELICIDADE SEM DEUS O escritor Jeremias Gotthelf (1798-1854) diz: “É necessário que

exista uma perfeição completa e absoluta que seja, ao mesmo tem-po, o seu fundamento e o seu termo - Deus”.

Não esqueças, pois, meu amigo, que a tua alma de jovem terá tanto mais valor quanto mais profundamente a impregnares do pensamento sublime de Deus eterno e omnipotente, mas misericor-dioso e bom e que te ama infinitamente.

Muitos homens tentam preparar a sua felicidade sem Deus, sobretudo no tempo da juventude. Muitas vezes tenho pena de ver jovens destinados a viver nobremente que de maneira estúpida se afadigam para levar uma vida longe de Deus. É certo que, na idade madura, voltam, na sua maior parte, ao ideal abandonado; mas, à maneira de castigo, a lembrança da sua juventude desperdiçada há-de, como sombra negra, acompanhá-los até à morte.

Repara somente na declaração de Goethe, poeta alemão, que viver na comodidade e foi rodeado do maior respeito. Algum tempo antes de morrer escreveu:

“Toda a gente me tem considerado como o filho predilecto da sorte; também é certo, não me queixo da minha vida. Todavia, no fundo, ela não foi feita senão de trabalho e de fadiga, e posso dizer que, durante os meus setenta e cinco anos, não fui feliz quatro semanas.

Tihamér Toth

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[eler] [eflectir] [esponder]

1. Um novo ano está a iniciar e lançam-se vários desafios como estudan-te e com pré-seminarista. Faz um pequeno programa do que queres rea-lizar na escola e na tua caminhada de pré-seminarista.

2. a) Segundo as palavras do Pe. Dehon, em que consiste a verdadeira felicidade? b) No que contribui a devoção ao Sagrado Coração de Jesus?

3. a) A que são chamados alguns, “por amor do reino dos céus”? b) Como devemos compreender mais profundamente a eucaristia?

4. Uma História de cada vez: Segundo a História de São Martinho, como interpretas: “O que fizerdes ao mais pequenino dos vossos irmãos é a Mim que o fazeis”? 5. Página Vocacional a) Segundo este texto como poderemos definir a vocação? b) Que deve fazer aquele que aceita o chamamento ao serviço? c) Como alcança a vocação o seu verdadeiro sucesso?

6. Testemunho a) Que é que a vida vai ensinar-te, segundo Tihamer Toth? b) Que acontece à alma desligada de Deus? c) Que é que pode abalar a fé de algum jovem?

7. Perguntas sobre o “Directório” (páginas 44-48) a) Que é que dizer, quando falamos de “vocação pessoal”? b) Pode-se dizer que “vocação” e “projecto de Deus” são expres-sões sinónimas? Porquê? c) Que são as “grandes vocações” do cristão? d) Quais são as “grandes vocações”?

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... aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros.

apreciem cada momento... agradeçam...

e não deixem nada por dizer, nada por fazer...

(António Feio)

!Faça inversão de marcha!

Está na rota errada para o seu destino.

(movie: Contraluz)

No passado dia 17 de Outubro, realizamos no Colégio Missionário a reunião de pais. Foi apresentada a nova equipa de pastoral vocacional e juvenil, constituída pelos Pe. Juan, Pe. António Pedro e Ir. Agostinho. Nessa reunião foi apresentado o plano de actividades do pré-seminário para este ano de 2010/2011. Uma das apostas para este ano de activida-des é a visita às famílias para um diálogo formati-vo com cada pré-seminarista no ambiente familiar em que vive. Lembramos, tal como foi dito na reunião de pais do passado dia 17 de Outubro, que durante o mês de Novembro faremos uma visita às famílias, que será previamente marcada pelo telefone. Assim sendo, o próximo encontro que tere-mos no Colégio Missionário com os pré-seminaristas será nos dias 18 e 19 de Dezembro. A convocatória será enviada com o “Em Frente” de Dezembro.

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Publicação Mensal - Ano IX - nº 205 - Novembro de 2010 Proprietário, Director e Editor: A equipa da Pastoral Vocacional do Colégio Missionário

Redacção e Administração: Caminho do Monte, 9 | Ap. 430 | 9001-905 - FUNCHAL Telf.: 291 22 10 23 | Website: emfrente.wordpress.com | Email: colegiomissionario@dehonianos.org

Impresso nos Serviços Privativos do Colégio Missionário Sagrado Coração - FUNCHAL Depósito Legal nº 120 306

Em Frente (Contacto com os Pré-seminaristas Dehonianos)