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http://6cieta.org São Paulo, 8 a 12 de setembro de 2014.ISBN: 978-85-7506-232-6
CONSTRUÇÃO DO LAGO ARTIFICIAL DE BRASÍLIAE SUA QUESTÃO SOCIOAMBIENTAL
Isabela Almeida Costa
USC – UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO
Maicon Douglas Ferrari
USC – UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO
INTRODUÇÃO
Tema
Construção do Lago Artificial de Brasília e sua Questão Socioambiental
Problema
A construção do lago Paranoá dentro de Brasília visava atender as questões
ambientais da cidade recém construída, dando uma maior umidade ao ar da região, já que
está localizada no Planalto Central Brasileiro, além de ser local de práticas de esportes
aquáticos. O propósito do lago está sendo utilizado em sua totalidade?
Hipótese
O lago Paranoá não foi construído e utilizado da maneira como deveria ter sido
dentro da capital brasileira. O lago foi instalado com o intuito de melhorar e qualificar as
condições climáticas, além de ser um ponto turístico e de laser para os habitantes, gerando
assim uma fonte de capital para ser explorada em Brasília.
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OBJETIVOS
Objetivo geral
Identificar e analisar as formas de uso do Lago Paranoá em Brasília, seu projeto diretor e
suas características físicas.
Objetivos específicos
• Analisar se os objetivos principais de criação do Lago estão sendo seguidos em caráter
normativo;
• Observar e discutir os condicionamentos físicos e sociais onde o Lago está inserido,
verificando os aspectos ambientais e urbanos;
• Estudar o papel do Lago Paranoá como espaço de lazer e seu impacto ambiental para a
cidade de Brasília;
• Compreender a ocupação urbana ao redor do lago Paranoá.
JUSTIFICATIVA
O Lago Paranoá foi escolhido por sua importância significativa dentro do
contexto físico, político e cultural de nosso país. Abrigando o centro do poder federal,
possuindo uma ampla área tombada e considerada pela UNESCO como Patrimônio Cultural
da Humanidade por abrigar o Lago Paranoá, Brasília está abrangendo grande parte de seu
território em Unidades de Conservação, que não estão livres do crescimento urbano,
desordenando o território e acarretando graves danos à sua sustentabilidade.
Através desta instância, esse trabalho propõe estudar a dinâmica da ocupação
do ambiente conforme o planejamento de implantação do lago, sendo uma contribuição
para melhorar o desenvolvimento do planejamento urbano local.
METODOLOGIA
Para esse projeto de pesquisa bibliográfica, utilizaremos o método de
abordagem hipotético, para fazer uma pesquisa prévia dos dados. Utilizaremos
posteriormente o método de abordagem experimental, com a realização de pesquisa de
campo para coletagem de amostras e imagens. Utilizaremos também os métodos de
procedimento histórico e funcionalista e fazemos um estudo de caso do Lago Paranoá.
Utilizaremos as técnicas de pesquisa com documentação indireta e pesquisa bibliográfica e
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documental. A pesquisa se iniciará com a delimitação do tema, e posterior levantamento de
informações. Procuraremos por pesquisas de teses e informações históricas sobre a
construção do Lago Paranoá em Brasília e seus objetivos principais. Agruparemos
documentos históricos sobre a construção da capital do Brasil e também trabalhos
acadêmicos sobre a atual fase do Lago. As informações serão organizadas e fichadas, e o
trabalho também será organizado por escrito nos tópicos necessários.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Primeiro olhar
A capital do Brasil foi construída no Plano de Metas de Juscelino Kubitschek para
o crescimento do Brasil, e seu lema mais famoso foi o tão esperado “50 anos em 5”. Esse
plano era destinado a melhorar a condição socioeconômica do país, visando principalmente
a indústria. A construção da capital foi um dos pontos altos e mais gloriosos de seu governo,
sendo iniciada no interior do país como instigação as novas possibilidades, como espaço de
iniciativas e de integração do povo brasileiro.
O Lago Paranoá foi inserido no planejamento de Brasília por dois motivos
principais: i) auxiliar no clima da região, proporcionando um ar mais úmido para os
moradores, bem como ajudar nas chuvas com sua evaporação; ii) criação de um espaço de
lazer direto e indireto para a população, estabelecendo vínculos com o território e suprindo
a necessidade de viagens ao litoral, por exemplo. (PLANO PILOTO, 1986). O Plano Piloto da
cidade nos mostra a vista aérea da construção, onde o Lago artificial abraça a cidade,
convidando e protegendo os que utilizariam de suas terras.
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Figura 1 – Foto aérea de Brasília e seus arredores.
Fonte: Distrito Federal (1986). Google (c2014).
Represando o Rio Paranoá da bacia hidrográfica natural da região, o lago foi
construído em meio a controvérsias. O solo do Grupo Paranoá é predominantemente
formado por metassiltito, ardósia, metarritmito arenoso, quartizito médio, metarritmito
argiloso e psamopelito carbonatado, caracterizando um terreno difícil de ser inundado.
Porém, o contrato de construção e o concurso público feito justamente para contratar um
projetista que desse vida a capital, já previa esse problema. Foi resolvido com a construção
de comportas, que estabilizariam a vazão das águas e assim sendo possível fazer o controle
do enchimento. Em sua segunda temporada forte de chuvas, o Lago foi finalmente
preenchido pelas águas pluviais ajudadas pelas fortes correntezas do Rio Paranoá. O solo da
região se mostrou forte, segurando o lago com um aglomerado de ardósia em baixo do
latossolo, impermeabilizando naturalmente o fundo do lago (ALDO et al., 2003).
De acordo com estudo publicado pela CODEPLAN (2008), no advento da
construção de Brasília e sua percepção de ocupação, foi construído e dado como legalizado
um cordão de proteção ao lago e sua bacia hidrográfica, pensado com a finalidade
justamente de proteger as águas da ocupação antrópica. Brasília é dividida atualmente em
29 RAs (Regiões Administrativas), de acordo com a Lei n°4.545/64, que diz que as essas
regiões seriam mais fáceis de organizar e serem administradas. Damo-nos com um
problema já avaliado antes por vários trabalhos: a ocupação antrópica dessas regiões, onde
deveriam ser concentradas as moradias dos ocupantes da cidade, não foi respeitada. Uma
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cidade artificial criada com a intenção de possibilitar um sentimento uno de Brasil, que seria
erguida e levada adiante com processos corretos e atrelados por regras e escopos não foi
ocupada corretamente pelo organismo mais difícil de se prever – o Homem.
Lúcio Costa (criador e vencedor do projeto-piloto de Brasília) escreveu em seus
registros pessoais que seus espaços planejados foram tomados “por esses brasileiros
verdadeiros que construíram a cidade e estão ali, legitimamente. Só o Brasil... E eu fiquei
orgulhoso disso, fiquei satisfeito.” (Retirado de Registros Pessoais, 3/1987. Divulgado em
1991 -RELATÓRIO DO PLANO PILOTO DE BRASÍLIA, por Governo Federal). Porém, essa
ocupação natural pelos próprios habitantes causou problemas para a bacia do Rio Paranoá,
e mais diretamente ainda no lago represado no interior da capital.
Controvérsias ambientais
No relatório do Plano Piloto de Brasília, Lúcio Costa chama a atenção para a
vocação natural do lago para o lazer e o paisagismo, não prevendo a ocupação de habitação
humana em nível elevado neste espaço (Parente, 2006). A menção sobre ocupações que o
autor do projeto fez, foi uma estrutura 'dentada em cremalheira', onde podia ter acesso a
moradias individuais e solitárias, inclusive prevendo a passagem de caminhões de serviços.
Isso, porém, não tiraria o direito de todos os moradores de usufruir da orla do lago.
Figura 2 – Estrutura Dentada em Cremalheira, Fonte: ArPDF, CODEPLAN, DePHA. Brasília, cidadeque inventei – Relatório Plano Diretor de Brasília.
Brasília, GFD (1991).
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Não podemos esquecer do fator humano. Esse fator, aliado a necessidade de
moraria dos trabalhadores e primeiros habitantes de Brasília, forçou o rompimento do
cordão de isolamento do lago Paranoá. A pressão por ampliar os espaços destinados a
moradia, fez com que a utilização do solo da orla do lago fosse contra aos seus primeiros
desígnios.
Como consequência natural da ocupação humana em qualquer área, os detritos
e sedimentos derivados sempre são um grande vestígio a ser investigado. No caso desse
trabalho, os vestígios demonstram que o grau de assoreamento do lago Paranoá, por
exemplo, teve um aumento considerável, alvo de vários estudos na área, como os trabalhos
de Unesco, 2000; Felizola et al., 2001; Unesco, 2002 e Anjos, 2008.
Segundo Fonseca (2001), os estudos realizados ao longo dos anos têm
demonstrado que as ações antrópicas relacionadas à forma de uso e ocupação do solo na
Bacia do Lago Paranoá têm se caracterizado pelo acesso privado de pessoas ou categorias
de pessoas comprometendo sua qualidade ambiental. Dentre elas, destaca-se o avanço do
processo de assoreamento e conflitos entre os diferentes usos.
Análise de tabelas comparativas
Como já sabemos que a ocupação humana e a ação dessas ocupações têm
trazidos modificações no estado natural do ecossistema do lago Paranoá, utilizaremos
tabelas do autor Paulo Menezes (2010) para caracterizar e visualizar de forma dinâmica
essas mudanças. Antes, porém, é necessário saber sobre suas classificações:
• Classes de Uso: classes ou unidades separadas para certos destinos, como por exemplo o
Cerrado. Seria uma classe destinada dentro da área analisada somente para acolher o
bioma Cerrado.
• Área Analisada: o autor utilizou em sua dissertação um recorte da Bacia Hidrográfica do
Paranoá, o Riacho Fundo, braço do Rio Paranoá, que alimenta o Lago artificial.
Paulo Menezes utilizou mapas e sensoriamentos de Brasília desde o ano de
1954, indo até o mais atual de 2009. Seu trabalho foi essencialmente catalogar e analisar
essas informações, da classe de uso para utilização em APP (Áreas de Preservação
Ambiental) até utilização de solo para Agricultura, por exemplo. Vejamos os resultados
abaixo:
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Tabela 1 – área em quilômetro quadrado (km²) das classes de usos e ocupação do solo ao longo dasérie histórica para a Unidade Hidrográfica do Riacho Fundo, DF.
Tabela 2 – área de porcentagem das classes de uso e ocupação do solo ao longo da série históricapara a Unidade Hidrográfica do Riacho Fundo, DF.
O autor fez mapeamentos detalhados da área em seu trabalho, e as tabelas
apresentadas acima são um resultado conciso desses mapas. A título de análise, são ótimos
instrumentos para averiguação de dois fatores principalmente: a Área Urbana e Agricultura,
que refletem a diminuição da condição natural dos arredores do Lago Paranoá.
Analisando a classe Área Urbana, vemos que no ano de 1954 a taxa era 0,0. A
não ocupação humana seguia o planejado de Lúcio Costa, que não previa em qualquer
momento o crescimento urbano na orla do lago. Mas como já dissemos nesse trabalho, uma
das coisas não planejadas ou sequer levadas em conta durante a construção de Brasília foi o
fator humano. Claro que, em algum ponto, os trabalhadores e primeiros moradores iriam se
alojar em algum lugar, e a orla do lago foi o local escolhido. Já podemos ver os indícios
mapeados dez anos depois. Em 1964, a taxa de Área Urbana era de 4,3 km². Ou seja, a área
que se equipara a uma cidade já tomava essa extensão da orla. O quadro só piora se
olharmos nos anos seguintes. Usando a classe Agricultura, vemos os números aumentarem
a cada ano mapeado (em 2009 eram 44,6 km² sendo utilizado para esse fim). Essa classe é
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mais preocupante, por que além da orla do lago não ter sido planejada para abrigar
urbanização, está menos ainda capacitada para abrigar campos de agricultura. Se ser
urbanizado estava fora de cogitação para o Lago Paranoá, ainda dá tempo de tomar as
medidas necessárias para resolver isso em plano imediato. Já a agricultura, é impensável e
impossível que seja feita essa adaptação.
Observando a tabela 2, temos um comparativo de porcentagem. Podemos ver
que no ano de 2009 a porcentagem de Área Urbana era de 56,2, um pouco a mais da
metade da extensão da orla sendo ocupada por cidades. A Agricultura ocupava 20,5% da
extensão da orla do lago.
Com isso, vemos que além de estar sendo utilizado de forma errada e não
planejada, os responsáveis por cuidar do Lago Paranoá também não pensam em resoluções
para corrigir a situação, ou pelo menos saídas que façam a sustentabilidade ser novamente
uma realidade numa área tão importante.
O crescimento desordenado como causa da questão socioambiental
Com capacidade prevista de suportar 500,000 habitantes, hoje a cidade
ultrapassa do quádruplo de seu limite populacional totalizando 2,481 milhões de habitantes
no ano de 2010 segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), provocando uma
avalanche assombrosa diante do planejamento urbano previsto através do plano piloto da
capital federal do país.
Com o crescimento desordenado o Plano Diretor foi violado pela ausência de
política de expansão direcionada ao urbanismo, e esta situação ocorreu do próprio governo
ali estabelecido, “permitindo” deste modo a implantação de 387 condomínios ilegais sobre
registros em Cartórios de Notas, proporcionando o aparecimento de novos bairros
privatizados com 400 mil habitantes. A desordem ocupacional acarretou uma sequência de
problemas ambientais devido a tantas irregularidades, a maior delas se estabelece ao fato
de que os condomínios estão implantados em áreas de proteção ambiental nas
proximidades do Lago Paranoá. Com a carga quatro vezes maior sobre a estimativa do que
a cidade poderia acomodar, torna-se um desafio imenso em questão de controles do
desenvolvimento urbano quanto humano, dando-nos uma impressão que hoje se tornou
uma capital de massa falida devido a inúmeros problemas provindos de uma má
administração política, de mau planejamento dos engenhos que saíram dos papéis para o
concreto erguido sobre o alicerce já fadigado do Planalto Central Brasileiro, onde além
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desses problemas é preocupante a questão socioambiental com enfoque ao Lago Paranoá,
este com o propósito essencial para aplicar uma imagem de grandes fatores benéficos ao
entorno de Brasília-DF.
A má utilização do lago na situação presente de observar o desprezo pelo local
traz a seguinte reflexão generalizada pelos problemas acarretados da elevação em alta
escala do índice de desenvolvimento urbano, com nota no discurso do deputado Augusto
Carvalho – PPS –DF, ele denuncia em câmara sob a função nacional de resíduos sólidos, esta
que determinou um prazo para que todos os municípios arcassem com tratamento de
esgoto adequado além do abastecimento de água, carvalho relata que através dos estudos
da agencia de águas do Distrito Federal, ADASA, foram vistoriados 173 pontos de drenagem
existentes no distrito federal, destes pontos de drenagem 156 despejam esgoto sobre o lago
Paranoá, aponta também um caso da UNB (Universidade de Brasília) relacionado ao sistema
de galerias de águas pluviais e esgoto dentro de suas instalações na instituição, está
também despejando esgoto sobre o lago Paranoá, um caso alarmante cometido pela
própria universidade onde sustentabilidade é o enfoque principal imposto no sistema
universitário.
A CAESB (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal) é
responsável pelo monitoramento das análises de água, proporcionando um controle
rigoroso para que haja qualidade na distribuição para o Distrito Federal. Existe um
programa de análises das características limnológicas do lago Paranoá, uma rede composta
por 56 pontos de amostragem, onde as coletas são realizadas quinzenalmente, concluído ao
final das análises 700 determinações ao mês.
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Figura 3 - Balneabilidade do lago Paranoá, CAESB
Amostragem coletada em: 17/01/2012 a 24/01/2012 Disponível em:<http://www3.caesb.df.gov.br/_conteudo/produtosServicos/qualidadeAgua.asp>
A imagem relata através da coleta dos dados e realizados um espectro de
variantes sobre o lago determinando às áreas impróprias devido à má utilização e
preservação do Lago Paranoá, a mancha em destaque na área Norte do lago é o reflexo
causado pela expansão demográfica do espaço urbano, onde estão situados os
condomínios em áreas de preservação, e a esquerda a Universidade de Brasília em tom
acinzentado. Na outra mancha avermelhada em destaque na região do Lago Sul do Paranoá
indica a falta de saneamento básico além da ausência dos recursos hídricos ausentes de
galerias pluviais para a drenagem e um tratamento correto, novamente acarretado pela
impulsão massiva do desenvolvimento urbano de Brasília.
Segundo Parente:
“[...] Considerando as normas legais acima mencionadas e o processo de uso e
ocupação junto às margens do Lago, fica constatada a falta de cumprimento das
normas vigentes pelos proprietários de residências unifamiliares e
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multi-familiares, assim como, pelos clubes esportivos que possuem lotes junto
as suas margens. Esses usuários fazem, ainda, uso indevido desses espaços com
construções privadas como trapiche, caramanchões, piers em concreto,
colocações de cercas em áreas públicas (invasões) nas faixas de terra que
avançam sobre o espelho d'água, dentre outras. Mais recentemente detectou-se
que muitos desses proprietários estão retirando água do Lago Paranoá, por
meio de bombas d'água, para consumo particular, colocando em risco sua
sobrevivência e sustentabilidade. Esses fatos indicam que os proprietários
desconhecem, desconsideram ou não compreendem a importância dos recursos
naturais para a sobrevivência da cidade e para a própria vida na Terra. Por outro
lado, indicam também que a ação do poder público parece ser insuficiente e/ou
omissa frente a ocorrência desses fatos (PARENTE, 2006, pág 73).”
REFERÊNCIAS
DISTRITO FEDERAL. Relatório do Plano Piloto deBrasília. Brasília, DF: GDF, 1991.
PARENTE, Alencar Apoena. Lago Paranoá: Lazer eSustentabilidade Urbana. Brasília, DF: UnB,2006.
MENEZES, Junker, B.H.P. Avaliação do Efeito dasAções Antrópicas no Processo de EscoamentoSuperficial e Assoreamento na Bacia do Lagodo Paranoá. Brasília, DF: UnB, IG, 2010.
ALDO, Paviani e Gouvêa, L.A.C (organizadores).Brasília – Controvérsias Ambientais. Brasília,DF: Editora Universidade de Brasília, 2003.
FONSECA, Fernando Oliveira (organizador). Olharessobre o Lago Paranoá. SEMARH/GDF – 1. ed –Brasília, 2010.
CODEPLAN, GDF. Codeplan, c2013.
GOOGLE. Google Earth. Google, c2014.
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CONSTRUÇÃO DO LAGO ARTIFICIAL DE BRASÍLIA E SUA QUESTÃO SOCIOAMBIENTAL
EIXO 4 – Problemas socioambientais no espaço urbano e regional
RESUMO
A construção do lago Paranoá dentro de Brasília visava atender as questões ambientais da cidade
recém construída, dando uma maior umidade ao ar da região, já que está localizada no Planalto
Central Brasileiro. O propósito do lago está sendo utilizado em sua totalidade? Como objetivo
geral desse trabalho temos: Identificar e analisar as formas de uso do Lago Paranoá em Brasília,
seu projeto diretor e suas características físicas. Como objetivos específicos, temos: Analisar se os
objetivos principais de criação do Lago estão sendo seguidos em caráter normativo; observar e
discutir os condicionamentos físicos e sociais onde o Lago está inserido, verificando os aspectos
ambientais e urbanos e compreender a ocupação urbana ao redor do lago Paranoá.
Para esse projeto utilizaremos o método de abordagem hipotético, fazendo uma pesquisa prévia
dos dados. Utilizaremos também os métodos de procedimento histórico e funcionalista e fazemos
um estudo de caso do Lago Paranoá. Utilizaremos as técnicas de pesquisa com documentação
indireta e pesquisa bibliográfica e documental. A pesquisa se iniciará com a delimitação do tema,
e posterior levantamento de informações. Procuraremos por pesquisas de teses e informações
históricas sobre a construção do Lago Paranoá em Brasília e seus objetivos principais.
Agruparemos documentos históricos sobre a construção da capital do Brasil e também trabalhos
acadêmicos sobre a atual fase do Lago. As informações serão organizadas e fichadas, e o trabalho
também será organizado por escrito nos tópicos necessários.
A capital do Brasil foi construída no Plano de Metas de Juscelino Kubitschek para o crescimento
do Brasil. Esse plano era destinado a melhorar a condição socioeconômica do país, visando
principalmente a indústria. O Lago Paranoá foi inserido no planejamento por dois motivos
principais: i) auxiliar no clima da região, proporcionando um ar mais úmido para os moradores,
bem como ajudar nas chuvas com sua evaporação; ii) criação de um espaço de lazer direto e
indireto para a população e turismo, vinculando com o território (PLANO PILOTO, 1986). Porém,
encontramos um problema: a ocupação antrópica dessas regiões não foi respeitada. Uma cidade
artificial criada com a intenção de possibilitar um sentimento uno de Brasil não pensou em cercar
a ocupação do Homem. Então, era de se esperar que a área ao redor do lago Paranoá também
fosse ocupada incorretamente, sendo transgredida a legislação da Área de Preservação
Permanente com moradias de várias utilizações. No Plano Piloto de Brasília, Lúcio Costa chama a
atenção para a vocação natural do lago para o paisagismo e lazer, não prevendo a ocupação de
habitação humana em nível elevado neste espaço (Parente, 2006). Como consequência natural da
ocupação humana em qualquer área, os detritos e sedimentos derivados sempre são um grande
vestígio a ser investigado. No caso desse trabalho, os vestígios demonstram que o grau de
assoreamento do lago Paranoá, por exemplo, teve um aumento considerável, sendo alvo de vários
estudos na área.
Palavras-chave: Brasília, Lago Paranoá, Ocupação Antrópica.
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