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PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NA ZONACOSTEIRA DA PRAIA DA REDINHA, NATAL/RN,
BRASIL
Ana Beatriz Câmara Maciel
Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN
Janny Suenia Dias de Lima
Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN
Zuleide Maria Carvalho Lima
Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas pôde-se percebe que as cidades de médio e grande porte
vêm vivenciando transformações profundas na sua estrutura sejam da ordem econômica,
politica, social e ambiental. Essas modificações têm como um dos principais responsáveis o
processo de urbanização que vem se alastrando no território brasileiro desde a década de
70.
Percebe-se que esse processo chega ao território norte-riograndense na década
de 80, quando a capital passa a ter uma população urbana maior do que a população rural.
Sabe-se que esse fenômeno veio acompanhado não somente de pontos positivos, mas
também por questões negativas. Um dos fatores responsáveis por essa saída da população
da zona rural diz respeito a busca por melhorias nas condições de vida, fuga da seca do
interior, pela mecanização da agricultura, entre outros, contribuindo para o denominado
êxodo rural. Esse último fenômeno muito recorrente na região nordeste do Brasil, também
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se destaca no Estado do Rio Grande do Norte, principalmente nas cidades de pequeno
porte.
Diante desses fenômenos a cidade de Natal/RN não foge a regra das demais
cidades litorâneas nordestinas, recebeu um grande contingente populacional e a mesma foi
se configurando com o passar dos anos. Sendo que essas transformações ocorridas não
foram planejadas adequadamente, como mereciam as devidas atenções. Sabe-se que a
cidade possui planos diretores desde a década de 20, no entanto, os mesmos não foram
aplicados de maneira correta e a cidade foi se moldando a medida que a população ia
chegando na cidade.
Verifica-se que a cidade de Natal possui áreas mais favorecidas do que outras,
um bom exemplo diz respeito a diferenças entre a zona administrativa norte versus a zona
administrativa sul. Essa última possui infraestruturas físicas e investimentos mais
adequados do que a outra zona. Percebe-se um descaso por parte do poder público com
relação as zonas administrativas norte e oeste da cidade, pois são as áreas com maiores
contingentes populacionais, consequentemente com os maiores problemas sociais e
ambientais.
Um grande exemplo disso é a Praia da Redinha, localizada no bairro da zona
norte de mesmo nome, não recebe investimentos como a Praia de Ponta Negra localizada
no bairro de mesma denominação na zona sul da cidade. Nessa perspectiva, acredita-se que
a Praia da Redinha é um ambiente frágil e que necessita de manter o equilíbrio ecológico do
meio ambiente e a população que residem na localidade. Pensando nessa vertente é que se
percebe que áreas da zona litorânea da capital, precisa realizar pesquisas para
compreender como as alterações provocadas pelo homem vêm atuando nessas áreas.
Dessa forma, o referido estudo tem como objetivo geral estudar as
transformações que vem ocorrendo na paisagem da Praia da Redinha, Natal/RN – Brasil,
durante os últimos 40 anos. Todas essas inquietações cultivaram uma demanda por
respostas acerca de quão frágeis esses espaços são para o ambiente costeiro, buscando
sugerir alternativas para amenizar as transformações antrópicas e naturais vivenciadas pela
zona costeira da área em estudo.
Faz-se necessário então, compreender o processo histórico do bairro da
Redinha, com seus agentes modificadores naturais e ainda as ações antrópicas que afetam
diretamente esse ambiente, identificando assim quais os motivos que levam a uma
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dificuldade de gerir a zona costeira e o território em sua totalidade. Nessa mesma
perspectiva verificar o uso e ocupação da zona costeira da Redinha, Natal/RN e elucidar
medidas mitigadoras para combater a degradação da zona costeira em estudo.
Dessa maneira, as regiões litorâneas têm despertado grande interesse
econômico e social provocando naturalmente grandes pressões e gerando diversos tipos de
conflitos. Havendo assim a necessidade de se desenvolver estudos acadêmicos que gerem
compromissos e soluções adequadas a toda essa dinâmica de exploração socioeconômica e
ambiental.
Muitos são os questionamentos acerca dessa relação do homem com a natureza
e quando ela se dá em uma área urbana acarreta vários indicadores negativos que precisam
ser estudados e analisados, principalmente quando agrega valor ao solo, marginalizando
áreas com ocupação indiscriminada acarretando tantos outros problemas como: a retirada
da vegetação fixadora das dunas, fazendo com que os sedimentos se desloquem para
outras áreas ocasionando transtornos aos moradores das áreas circunvizinhas, o aumento
da produção de lixo e de dejetos, o uso da água indiscriminada, a contaminação do lençol
freático e das águas, o aplainamento de áreas irregulares para construções, o uso de
energia, a construção de vias de acesso, enfim são ações que precisam ser bem planejadas e
executadas em consonância com o poder público e a sociedade, para que ocasione o menor
dano possível ao meio ambiente costeiro.
Diante do exposto o que se pode observar na área é uma grande vulnerabilidade
tanto paisagística quanto topográfica afetada por diversos fatores naturais e intensificada
pelo uso e ocupação do solo que se dá de maneira rápida e desordenada, fazendo-se
necessário o entendimento de como a paisagem é alterada, e muitas vezes, degradada.
CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA
Localização Geográfica
A Praia da Redinha encontra-se inserida na Rregião Administrativa Norte da
cidade do Natal, faz parte do Litoral Oriental do Estado do Rio Grande do Norte, e
limitando-se ao leste com o Oceano Atlântico, ao oeste com o bairro Pajuçara, ao norte com
a Praia de Santa Rita e ao sul com o Estuário Potengí, esse limite ao sul resulta da área de
influência estuarina, que torna o ambiente praial ainda mais frágil e dinâmico (Figura 1).
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Figura 1: Mapa de localização do bairro da Redinha, Natal/RN.
O acesso à mesma pode ocorrer de duas formas, tanto pela Ponte de Igapó, via
urbana da zona norte da cidade (15km), quanto pela Ponte Newton Navarro (Figura 2).
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Fonte: Semurb 2010
DATUM: SAD 69 25S
Elaboração: Janny Lima/2014
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Figura 2: Ponte de Igapó (A) / Ponte Newton Navarro ou Ponte de Todos (B)
Fonte: http://www.natal.rn.gov.br/sempla/index.php (A) / http://www.natal.rn.gov.br/sempla/index.php (B) Acesso em Jul.2014.
A área em estudo constitui um bairro que se caracteriza, apesar de serem em
área costeira e longe do centro urbano, por uma população de primeira moradia, em muitos
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casos essas construções são irregulares e desobedecem as leis ambientais. Agravando ainda
mais a degradação ambiental, que já ocorre no cotidiano local, durante os fins de semana. O
aumento da quantidade de pessoas que frequenta a praia, com intuito do lazer, do trabalho
e do turismo, aumenta consideravelmente, ocorrem desta forma um intenso uso e a
ocupação da área sem uma preocupação com o meio ambiente (Figura 3).
Figura 3: Praia da Redinha anos 50 (A) /Foto 04: Praia da Redinha em 2010 (B).
Fonte: http://www.panoramio.com Acesso em Jul. 2014.
A Praia da Redinha é um exemplo de lugar na costa que vem sofrendo
transformações naturais e antrópicas, intensificadas a partir da década de 50, após o
termino da Segunda Guerra Mundial, a partir desta época a cidade, que era restrita a
margem direita do Estuário Potengí e ao seu entorno, se expandiu em direção ao interior e
ao mar surgindo, então, o processo de urbanização de praias, que foi acelerado nas décadas
seguintes, conforme aponta Cunha (2004, p. 378) que:
O comportamento das praias marinhas da Redinha e principalmente da Redinha
Nova, foram bastante influenciados pela alta expansão urbana ocorrida a partir
do final da década de 70 e da conseqüente especulação imobiliária,
aproveitando-se das lacunas existentes na legislação vigente, ocupando
indevidamente os terrenos do pós-praia constituídos por dunas frontais.
Portanto, a ocupação da área estuda se deu, na sua grande maioria, de forma
rápida, irregular e desprovida de um entendimento do ecossistema costeiro, o que
ocasionou problemas que persistem e tem se agravado com o passar dos anos.
Na costa existe a praia, que segundo Lima (2005, p.15) corresponde a:
Faixa da região litorânea coberta por sedimentos, se estendendo da baixa-mar
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(menor maré) ate onde se percebe o início de uma mudança fisiográfica, que
existe quando há ocorrência de falésias, dunas frontais ou tem início uma
vegetação permanente.
A urbanização da Redinha ocorreu em 1999, com a realização das obras no
entorno da antiga Igreja de Pedra de Nossa Senhora da Apresentação (ponto turístico da
região), foi construída uma praça, as ruas foram pavimentadas e o mercado antigo foi
restaurado, tudo com o intuito de embelezar o local e atrair mais usuários e turistas (Figura
4).
Figura 4: Vita aérea da Redinha – Natal/RN
Foto: Canindé Soares.
Em 1999, junto com a urbanização, ocorreu a ampliação do guia corrente da
Praia da Redinha. Essa obra foi concluída no ano de 2000, e teve o intuito de servir como
mais uma instrumento para o turismo, pois na sua parte superior existe um mirante com
vista tanto pra o estuário, como para a praia. Além também de impedir o transporte
transversal de sedimento tanto na direção mar-estuário, como estuário-mar.
Porém, Cunha (2004, p. 379) afirma que essa ampliação do ponto de vista físico
induziu um aumento no campo das velocidades das correntes, tanto na maré enchente
como na vazante, provocando a erosão da praia estuarina adjacente à estrutura construída
e o transporte do material em direção ao canal estuarino/portuário.
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Clima
O clima da área em estudo é tropical úmido (As) na costa, caracterizado por
elevadas precipitações, e na medida que se afasta da costa ocorre uma transição e o clima
passa a ser semiárido quente (Bsh), caracterizado por forte evaporação. A precipitação na
região tem media anual de 1.500 mm, sendo bastante irregular. A temperatura media anual
é de 27,2 ºC, e a mínima é de 24,3 ºC, os ventos sopram, predominantemente, de sudeste,
com velocidade media anual de 15 km/h.
Vegetação
Na área de estudo são encontrados vegetação do tipo restinga e de mangue
(Figura 5). Segundo Nunes (2006, p. 66) a restinga é caracterizada pela cobertura vegetal de
estado herbáceo, adaptado ao elevado teor salino do solo e a mobilidade do mesmo. É um
ambiente bastante instável, devido às ações constantes dos ventos que sopram do oceano.
Figura 5: Vegetação de Restinga (salsa de Praia) (A) / Mangue (B)
Foto: Janny Suenia Dias de Lima (2014)
Esse tipo de vegetação ocorre sobre areias de origem marinha e está presente
na praia e em dunas, sejam móveis ou fixas. Na praia a vegetação é predominante herbácea
rasteira esparsa, dominada principalmente por gramíneas que geralmente tolera o
soterramento, nas dunas moveis quase não há vegetação por causa da ação do vento mais
forte, ocorrendo alguns indivíduos bastante esparsos e nas dunas fixas ha uma vegetação
arbórea-arbustiva mais ou menos densa.
Esses tipos de vegetação vem sofrendo alto nível grau de degradação, devido a
expansão urbana e o turismo, que segundo Cestaro (2006, p.28) é uma destruição rápida e
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irreversível ao longo de todo o litoral.
Pedologia
Na Redinha verifica-se a presença de solos provenientes das rochas
sedimentares do Grupo Barreiras, e dos transportes eólicos, marinhos e fluviais. Os tipos de
solo presentes na área estudada são as Areias Quartzosas, que após a classificação da
EMBRAPA em 1999 passou a chamar Neossolos e os Latossolo Amarelo Distrofico ou
Gleissolo (Figura 6 e 7).
Sobre a conservação do solo, Nunes (2006, p. 59) afirma que, deve-se conservar
a vegetação natural das dunas fixas e procurar reflorestar as dunas sem vegetação, para
conter a erosão do solo provocada pela ação antrópica, e manter a recarga com qualidade
da água subterrânea.
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Figura 6: Mapa pedologico da Redinha.
Figura 7: Solo da Praia da Redinha, Natal/RN
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Unidades Geologicas/Geomorfologicas
O bairro da Redinha esta inserido no Grupo Barreiras, surgido no período
Terciário-Superior, de natureza sedimentar, com perfil de acordo com Souza (1999, p.10)
representados por areias de dunas, sedimentos aluviais, sedimentos de mangue e de praia.
As areias formam as dunas e cobrem grande parte da região, onde se
encontram sobre os sedimentos do Grupo Barreiras (Figura 8 e 9), ou sobre os sedimentos
aluviais recentes, seguem a direção do vento que é predominantemente SE-NW, são
compostos por sedimentos arenosos bem selecionados com granulometria fina a média e
com cores variadas.
Figura 8: Afloramento do grupo Barreiras parcialmente coberto por duna
Foto: Juliana Amorim (Nov. 2007)
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Figura 9: Mapa geomorfologico da Redinha, Natal/RN
Elaborado: Janny Suenia Dias de Lima (Jul/2014)
Características hidrológicas
São encontrados na área estudada dois tipos de aqüífero: o do tipo barreiras e o
aluvião, segundo IDEMA (2006, p.9). A Redinha esta inserida na Bacia Hidrográfica do Rio
Potengí e sofre uma grande influência estuarina, já que se limita ao sul com o Estuário
Potengí. Esse estuário possui um comportamento regulado pelas marés e não pelo vento,
que possui atuação secundária (Figura 10 e 11). O Rio Potengí é de caráter intermitente e o
seu estuário pouco contribui para drenagem continental, devido a grande parcela das águas
precipitadas na região ser infiltrada nas dunas vizinhas, restringindo o escoamento
superficial.
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Figura 11: Estuário do Potengi com visão para a zona administrativa leste da cidade de Natal
Foto: Ana Beatriz Maciel (Jun./2014)
METODOLOGIA
O trabalho em estudo foi realizado seguindo os seguintes procedimentos
metodológicos, dos quais tiveram como base 2 etapas distintas: trabalho de gabinete e os
trabalhos de campo, conforme o fluxograma 12.
Figura 12: Fluxograma da metodologia
Elaboração: Ana Beatriz Câmara Maciel (Jul./2014)
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Inicialmente, foram realizados trabalhos de gabinete, onde foram feitos os
levantamentos bibliográficos a cerca da área em estudo, busco-se também a aquisição de
imagens aéreas e mapas antigos da localidade para que possamos realizar os comparativos
e identificar as possíveis ou não uso do solo da referida área. Para tanto, foram realizados
levantamentos de bibliografias, teses, dissertações, periódicos, jornais, livros e artigos que
abordem sobre: o processo de urbanização no bairro da Redinha, o uso e ocupação da área,
mudança da paisagem do bairro e da praia, ações trópica afetando a paisagem entre outros
assuntos que versem sobre a referida temática.
Para a aquisição dessas temáticas a pesquisa bibliográfica se deu na biblioteca
Central Zila Mamede (BCZM) da UFRN, como na biblioteca setorial do Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes da UFRN, e em sites de universidades de peso como é o caso da
USP, UFRJ, UFC, UFPE e de Periódicos da CAPES. Todo esse embasamento servirá para o
estudo da paisagem, do uso e ocupação do solo e da análise ambiental da praia da Redinha,
com o intuito de compreender coo esses fatores vem degradando a paisagem desse
ambiente.
No segundo momento, serão trabalhados os dados primários, o trabalho de
campo onde foram realizados vários registros fotográficos que comprovassem as mudanças
que área em estudo vem vivenciando nas últimas décadas. Observou-se também toda a
área de estudo, a fim de caracterizar e selecionar os principais elementos da paisagem
através de anotações, já que são esses elementos os norteadores do uso e ocupação do
solo. Com esses registros ficou fácil compreender as transformações que a Praia da Redinha
vem convivendo. Além disso, foi realizada a coleta de pontos na área de estudos de forma a
contribuir para mapear as principais áreas de transformação da paisagem, além também de
identificar os pontos de uso e ocupação mais críticos do bairro em estudo.
No terceiro momento, retorna-se aos trabalhos de gabinete para a confecção e
analise dos mapas de maneira que possam ser evidenciadas as transformações pela qual a
Praia da Redinha vem passando. Após a análise dos dados e procedimentos realizados, o
texto final referente aos resultados da pesquisa foi elaborado.
USO E OCUPAÇÃO DA ZONA COSTEIRA DA REDINHA, NATAL/RN
Diante da realidade vivenciada pelas cidades brasileiras, o processo de
urbanização que foi sendo absorvido pelas pequenas e medias cidades em meados do
século XX, contudo vem sofrendo com os impactos que foram sendo adquiridos, em virtude
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da rapidez e a ausência de um planejamento efetivo e aplicado.
Observa-se que o Brasil, entretanto, possui características especificas: de um
lado, exibe uma urbanização alicerçada na segregação e exclusão sócio-territorial de
parcelas predominantes da população; de outro, por determinação legal remanescente da
colonização, ao patrimônio publico pertence a maior parte da faixa litorânea, além das
margens de rios e outros territórios que abrigam importantes ecossistemas (VALENÇA,
2010).
Ressalta-se que em virtude do processo de colonização, as cidades litorâneas
foram as que mais sofreram com o impacto do fenômeno da urbanização, com o crescente
número de pessoas e seu novo modo de vida. Com o passar dos anos os impactos foram
aumentando e meio ambiente foi se degradando mais e mais.
Diante do avanço dos problemas ambientais e da pressão imobiliária urbana
frente ao crescimento das áreas urbanas, especialmente a partir da década de 90, o Poder
Público, em inúmeros países, tem sido levado “a assumir ou a intensificar a função de gestão
territorial e ambiental, o que inclui o domínio público de uma parte do território: aquela
essencial a garantia da qualidade de vida as futuras gerações” (SAULE JR, 2006, p.15-16). Em
países ricos, essa estratégia se concretizou através de programas de desapropriação ou
aquisição de propriedades situadas na orla.
No Brasil, encontra-se em desenvolvimento vários projetos e programas,
estando atualmente, sendo elaborado alguns diagnósticos sobre a situação do uso e
ocupação do solo de grande parte da orla brasileira e as ações previstas para fazer frente à
realidade diagnosticada. Porém, há inúmeros impasses quanto a implementação de vários
desses projetos; o que nos permite (e motiva) uma análise dos avanços e limitações desse
processo.
O Estado do Rio Grande do Norte vem seguindo as mesmas características que
os demais estados litorâneos do Brasil, ressalva-se que o mesmo possui um litoral com uma
extensão de 410km de costa, constituída predominantemente por praias arenosas e falésias
ativas da Formação Barreiras, e geomorfologicamente, formado por planície, os tabuleiros
costeiros, rochas praiais e os campos de dunas são os elementos de relevo predominantes
em todo o nosso litoral (VITAL, 2010).
Dessa forma a orla norte-rio-grandense passou, então, a atrair a atenção da
sociedade, e seguiu uma lógica de “ordenamento” adaptada à produção do espaço urbano
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preponderante no sistema capitalista. Esta produção, assimilada como algo “natural” pela
sociedade ao longo dos anos, caracteriza-se pela apropriação por setores mais ricos do sítio
natural e da estruturação urbana:
A urbanização ao longo das orlas nas metrópoles litorâneas, inclusive e
especialmente a infra-estrutura de transportes, decorre de decisões que
atendem a interesses intra-urbanos. Tais interesses são os das camadas de alta
renda e seus agentes imobiliários. Não são as vias regionais de transportes que
“puxam” (valorizam a terra e provocam a expansão urbana) a urbanização ao
longo das praias de alto-mar: são os interesses intra-urbanos que trazem um
sistema viário local e a urbanização. Nesses setores define-se uma área que atrai
o interesse das camadas de alta renda. Estas, pelo poder político que
apresentam, pressionam o Estado, que investe nesses setores (VILLAÇA, 2001, p.
107).
Contudo, a cidade observa-se especialmente a forte pressão imobiliária nas
áreas beira mar; segregação sócio-espacial da população, restando poucas áreas no litoral
adensadas por famílias de renda de até três salários mínimos (como ocorre nos bairros das
Rocas e Santos Reis) e concentração de equipamentos públicos e privados na Zona Sul da
cidade, onde predominantemente residem os setores médios e altos da população,
privilegiando-se os trechos da orla situados nesta região (VALENÇA, 2010).
Nessa perspectiva, afirma-se que o RN vem passando pelo processo de
valorização da orla, com destaque para as praias urbanas da capital, Natal. Com isso, vem se
percebendo o processo de uso e ocupação e respectivamente do processo de valorização da
Praia da Redinha. Esse processo dá substância à valorização dos imóveis de determinada
região e, consequentemente levando comunidades tradicionais a, aos poucos,
deslocarem-se para outras áreas da cidade.
Diante da especulação do uso e ocupação da Praia da Redinha a citação de
Valença (2010) embasa substancialmente o que vem ocorrendo na área, onde aborda que:
A mais-valia urbana revela-se ainda mais evidente e condenável naqueles
terrenos que permanecem configurando vazios urbanos, em que, mesmo em
orlas com urbanização consolidada e altamente disputada, estes se encontram
apenas cercados, aguardando uma maior valorização imobiliária. Como
resultado, a orla revela-se “deteriorada”, “abandonada”, sem valor paisagístico.
A Praia da Redinha é a única que se localiza na Zona Norte da cidade, e sempre
foi bastante frequentada pelos moradores da região. Caracteriza-se por casas de baixo e
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médio padrão e/ou de veraneio, ainda da época em que a Zona Norte se revelava esquecida
pela cidade e pelo Poder Público; sendo pouca a oferta de equipamentos públicos e
privados (destacando-se que as pousadas e hotéis aparecem em menor quantidade que na
Zona Sul).
Isso é bastante evidente na Praia da Redinha, onde verifica-se vários vazios
urbanos, aguardando a especulação imobiliária que esta sendo realizada em virtude da
implementação de várias medidas, tais como: a construção da Ponte Newton Navarro,
incremento do turismo na localidade e incentivos financeiros no comércio e no bairro.
Diante da pesquisa realizada, percebeu-se que esta praia é a mais
desestruturada de todo o litoral do RN, ainda que seja justamente a que dispõe de maiores
áreas públicas sem destinação.
Vale destacar que os imóveis também estão a espera da especulação imobiliária,
e diversos agentes aguardam para explorar ainda mais o litoral. Contudo, a Praia da
Redinha, nos últimos 20 anos vem sofrendo uma dinâmica bastante forte, e
consequentemente trazendo vários aspectos negativos para o meio ambiente e para a
população local.
Adicionados a algumas residências deterioradas, os vazios urbanos e a ausência
de equipamentos e investimentos públicos provocam um cenário em que a praia perde
parcela de seu potencial agregador, de fruição e gozo coletivo. Ademais, os terrenos de
marinha à beira-mar que configuram vazios urbanos encobrem outra realidade: obedecem
à espera de particulares pela maior valorização fundiária da área, apesar de se constituírem
em terras de domínio estatal.
Ressalta-se que a Praia da Redinha é constituída pelo bairro de mesmo nome e é
formado por uma população antiga, basicamente por pescadores, com costumes
tradicionais, danças, artesanato e comidas típicas. É a praia urbana mais acessível aos
bairros da zona norte, historicamente os bairros periféricos mais empobrecidos e menos
dotados de infraestrutura da cidade e que, em seu processo de expansão desordenada,
crescem vertiginosamente, conforme apontou Monteiro (2010). Com isso, essa população
vem enfrentando problemas com essa nova dinâmica pela qual o bairro como todo vem
passando.
A praia da Redinha é caracterizada pela presença do famoso – Mercado da
Redinha, juntamente com a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes (Igreja de Pedra), a
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nova Igreja construída para Nossa Senhora dos Navegantes e o antigo Clube da Redinha,
compõe o complexo arquitetônico na localidade. Verifica-se o Mercado de peixes a área de
comércio comunitário onde funcionam bares que vendem bebidas, peixes e o famoso prato
típico da área – ginga com tapioca. O mercado da Redinha já passou por muitas
modificações ao longo dos quase um século de atividade. Atualmente, o mercado esta
ameaçado em desaparecer, em virtude, até então, fracassadas tentativas do governo de
desativá-lo ou modifica-lo, alterando o seu formato para um centro de mercado do
artesanato potiguar. No entanto, o mercado vem sobrevivendo pelo grande atração dos
antigos moradores e dos turistas que visitam a praia.
Em suma, a area de estudo convive na atualidade com o intenso fluxo de
pessoas nos fins de semana, com um crescente comércio e serviços ligados aos bares,
quiosques à beira mar, um relativo melhoramento em termos de infraestutur e aumento no
processo de expansao e especulação imobiliária. A transformação da paisagem se mescla
com a realidade das familias de pescadores artesanais que ali desenvolvem, por diversas
gerações, estando as suas atividades ligadas ao trabalho, bem como suas práticas culturais
e de lazer.
De acordo com Monteiro (2010), a praia da Redinha é dividida em 3 partes:
• Area localizada mais para dentro do rio Potengi – corresponde a uma pequena
parcela de uma faixa de manguezal (ecossistema de enorme relevância para a
reprodução dos crustaceos);
• Area localizada às margens do Rio Potengi, nos limites com o mar - corresponde a
area mais procurada pelos frequentadores;
• Area locallizada depois do píer e se estende ao norte até encotra-se com a praia de
Santa Rita. Tambem denominada de Redinha Nova (única parte banhada
diretamente com o mar, sendo portanto, uma praia com ondas.
Diante dessas três áreas a que se percebe maior descaracterização é a primeira
área localizada mais para dentro do rio Potengi, pois esta relacionada a fundação da cidade.
Verifica-se tambem o manguezal que se encontra ameaçado por uma elevado e
descontrolado processo de poluição, decorrente, principalmente, de dejetos de esgosto
domésticos e industriais jogados in natura no seu leito. Além também da presença de
grandes viveiros de camarão, que foram instalados a décadas, em áreas próximas,
ressaltando que nesse periodo não havia legislações especificas e nenhum tipo de
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fiscalização e controle dessa atividade, modificando a paisagem da zona costeira da
Redinha.
Modificação essa, que após a implatanção dessa atividade, vem contribuindo
para a degradação ambiental, primeiramente pela descaracterização das matas ciliares (com
a construção dos tanques) e segundo pela utilização inadequada das águas do rio, o que
vem corroborando para o aumento da poluição no mesmo.
A segunda área se caracteriza por ser a mais procurada pelos frequentadores
banhistas, por ter uma pequena faixa de areia banhada por águas calmas e salobras
resultantes do encontro do rio com o mar, bem como ssao disputadas pelo comércio fixo e
ambulante.
Pode-se destacar que o bairro da Redinha se isere na Zona de Adensamento
Básico, estabelecida no macrozoneamento da Lei Complementar Nº 082 de 21 de junho de
2007, em seu capitulo I. Esta Lei dispoe sobre o Plano Diretor de Natal (PDN/2007). De
acordo com o PDN, o referido bairro corresponde a uma área sujeita a Operação Urbana.
Além também de constar parte das Zonas de Proteção Ambiental 8 e 9, sendo também
considerado uma Área Especial de Interesse Turístico – 4 (ZET – 4).
Embora as zonas costeiras venham sendo discutidas já se percebe o surgimento
de alguns planos nacionais relacionados especificamente a áreas, no entanto, os mesmos
necessitam de mais investimentos e parceiras com os poderes municipais, estaduais e
federais para coloca-los em prática.
Verifica-se que apesar dos avanços previstos no Plano de Gestão Integrada
frente aos problemas da Praia da Redinha, percebe-se que alguns dos conflitos visualizados
permanecem sem solução próxima. Concentrando-nos na questão da “especulação
imobiliária acarretando a deterioração das edificações e da paisagem” e na busca para que a
população “participe da acumulação de capital”, verifica-se que, dentre as ações propostas,
nenhuma consegue responder a essas duas preocupações. Isto porque, para respondê-las,
é necessário que um passo adiante seja dado na perspectiva do projeto, qual seja, a
concretização de um novo paradigma voltado a essencial compreensão de que não apenas a
praia deve-se constituir em área de uso comum do povo, mas os terrenos de marinha e seus
acrescidos, devem ser afetados ao uso comum.
Com fundamento nessa compreensão se concretizaria uma das ações previstas,
qual seja; a implantação de equipamentos de lazer,culturais e desportivos, dentre outros; ou
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de uso especial, assegurando prestações de serviços básicos àquela população. Para isso,
toda a lógica que, há séculos, vem inspirando o tratamento jurídico da terra (vista como
valor de troca), inclusive a terra pública, deveria ser superada no sentido de sua concepção
pelo seu valor de uso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do processo de urbanização que a Redinha sofreu nos últimos 15 anos
percebe-se que o bairro vem alterando a sua dinâmica, assim como a sua paisagem,
principalmente a da zona costeira. E essas transformações são em decorrência, por um lado
do uso e ocupação do solo, por outro pela ação natural.
Perante o que foi revelado pode-se observar na área em estudo uma grande
vulnerabilidade tanto paisagística quanto topográfica afetada por diversos fatores naturais e
intensificada pelo uso e ocupação do solo que se dá de maneira rápida e desordenada
O bairro foi sendo cada vez mais habitado por ser um caminho da rota turística,
o que contibuiu para que a praia fosse mais visualizada no cenário turístico do RN.
Ressalta-se que área era considerada apenas uma pequena vila de pescadores, hoje é
considerado um bairro em larga expansão.
A localidade passou a ser vista com outros olhos, pois com os incentivos por
parte do governo – principalmente pela Sercretaria de Turismo – e também pela prefeitura
de Natal, deu início a uma especulação imobiliaria na zona costeira da Redinha, além
também da valorização dos terrenos – muitos estão especulando o tamanho, a localização
da área para poder obter o maior lucro possível.
Juntamente a essa especulação tem-se os problemas naturais - sobretudo sobre
a erosão coteira que vem atingido grande parcela da praia. Como foi ressaltado no texto, foi
necessário a contrução de um guia corrente para minimização do processo erosivo em parte
da praia (Redinha Velha), deixa-se claro que na parte da Redinha Nova também vem
ocorrendo erosão, mas ainda não é tão grave quanto a área da Redinha Velha.
Ressalta-se que o homem tem degradado cada vez mais o ambiente litorâneo e
sofrendo com as conseguências dessas atitudes. Muitos são os questionamentos acerca
dessa relação do homem com a natureza e quando ela se dá nas proximidades de uma área
urbana acarreta vários indicadores negativos que precisam ser estudados e analisados,
principalmente quando agrega valor ao solo, marginalizando áreas com ocupação
indiscriminada acarretando tantos outros problemas como: a retirada da vegetação fixadora
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das dunas, fazendo com que os sedimentos se desloquem para outras áreas ocasionando
transtornos aos moradores das áreas circunvizinhas; o aumento da produção de lixo e de
dejetos; o uso da água indiscriminada; a contaminação do lençol freático e das águas; o
aplanamento de áreas irregulares para construções; o uso de energia; a construção de vias
de acesso, enfim são ações que precisam ser bem planejadas e executadas em consonância
com o poder público e a sociedade, para que causem o menor dano possível ao ambiente
litoranêo.
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PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NA ZONA COSTEIRA DA PRAIA DA REDINHA, NATAL/RN, BRASIL
EIXO 4 – Problemas socioambientais no espaço urbano e regional
RESUMO
A zona costeira da cidade de Natal, com destaque para a zona Costeira da Redinha vem
apresentando transformações profundas no decorrer das últimas três décadas. Mudanças essas
que estão relacionadas às interferências naturais, principalmente as antrópicas. Diante dessas
evidencias o objetivo principal desse trabalho é estudar as mudanças ocorridas na zona costeira
da Praia da Redinha, Natal/RN – Brasil, durante os últimos 40 anos. Os objetivos específicos
passam por estudar o processo histórico do bairro da Redinha; verificar o uso e ocupação da zona
costeira da Redinha; identificar os problemas naturais e sociais da zona costeira; e elucidar
medidas mitigadoras para combater a degradação da zona costeira na área em estudo. A
metodologia utilizada na realização do trabalho foi: a busca por bibliografias que trate dos temas
abordados (uso e ocupação, zona costeira, implicações antrópicas e naturais); além do
levantamento de dados secundários para embasar o referencial; concomitantemente a realização
da pesquisa in loco para aquisição de dados para a produção de mapas, imagens digitais para que
seja evidenciado o processo de transformação da zona costeira da Redinha. Após a coleta dessas
informações, será produzido o texto. Percebe-se que as regiões litorâneas tem despertado grande
interesse econômico e social provocando naturalmente grandes pressões e gerando diversos
tipos de conflitos. A zona costeira da Redinha não foge a regra, a mesma vem sendo palco de
mudanças significativas no processo de uso e ocupação. Isso se verifica na valorização do terreno,
construções de primeira e segunda de residências, além também da presença de hotéis,
pousadas, restaurantes, bares, entre outros a beira mar. Aliado a isso, verifica-se igualmente as
ações naturais, tais como: aumento do processo erosivo, diminuição da zona de estirâncio, entre
outros. Dessa maneira, verifica-se a necessidade de se desenvolver mais estudos nas áreas
costeiras que gerem compromissos e soluções adequadas a toda essa dinâmica de exploração
socioeconômica e ambiental, que fortemente é visualizada no litoral do nosso Estado.
Palavras-chave: Paisagem, Praia da Redinha, Natal/RN; Uso e Ocupação do solo.
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