consílio dos deuses

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 EST ÂNCIA 19 Circunstâncias e ambiente em que prosseguia a armada portuguesa através do Oceano ventos !avor"veis# $ecursos esti%&sticos # A%itera'(es nas nasais )*" no %argo Oceano navegavam+, # -ersoni.ca'/o )Os ventos brandament e respiravam, # -er&!rase 0ue do gado de -roteu s/o cruadas,2 pei3es#

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Os Lusíadas, Luís de Camões

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7/17/2019 Consílio Dos Deuses

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ESTÂNCIA 19Circunstâncias e ambiente em queprosseguia a armada portuguesaatravés do Oceano ventos !avor"veis#

$ecursos esti%&sticos# A%itera'(es nas nasais )*" no %argoOceano navegavam+,

# -ersoni.ca'/o )Os ventosbrandamente respiravam,# -er&!rase 0ue do gado de -roteu s/ocruadas,2 pei3es#

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ESTÂNCIAS 45 E 41Ao mesmo tempo que decorre a viagem6

os deuses decidem reunir7se emcons&%io6 no O%impo# S/o convocados por

 *8piter6 através de erc8rio# O tema dareuni/o s/o )+as cousas !uturas doOriente#,6 ou se:a6 se os portuguesesdevem ou n/o c;egar < =ndia#$EC>$SOS E?-$ESSI@OS

-Ad:ectiva'/o e3pressiva )crista%inoCéu !ermoso,-  -er&!rase )-e%o neto genti% do ve%;oAt%ante, 2 erc8rio#

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ESTÂNCIA 44escri'/o de *8piter através dead:ectiva'/o abundante# S/oapresentados s&mbo%os de *8piter osraios de @u%cano6 o trono de estre%as6 a

coroa e o ceptro.$ecursos esti%&sticos# up%a ad:ectiva'/o B)sub%ime edino, D rea%'a a magni.cncia de

 *8piter## Trip%a ad:ectiva'/o B)a%to6 severo esoberano, D descreve o assento

 *8piter6 ma:est"tico e sub%ime#)

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Apresenta'/o da pirâmide socia% dosdeuses6 seme%;ante < dos ;umanosBprimeiro os mais importantes e depoisos de menor importância# Esta

)arruma'/o, apro3ima os deuses dos;umanos6 va%oriando estes 8%timos6 ta%como pretendia o ;umanismo e oantropocentrismo# 0uem decide esta

)arruma'/o, socia% dos deuses doO%impo s/o a $a/o Ba %gica e a OrdemBa regra# Esta estro!e introdu odiscurso directo de *8piter através dos

dois pontos#

ESTÂNCIA 4J

$ecursos esti%&sticos# up%a ad:ectiva'/o B)grave e;orrendo, 7 rea%'a a !or'a e o poder dapa%avra de *8piter#

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ESTÂNCIA 4K

In&cio do discurso de *8piter D os

!ados determinam que seesque'am os ;eris antigos e queos Lusitanos s/o gente de )grande

va%or, e )!orte,#$ecursos esti%&sticos# Apstro!e e -er&!rase BMEternos

moradores do %uente6 GEste%&!ero-%o 7 Ape%o aos deuses paraso%icitar a sua compreens/o#

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ESTÂNCIA 4

E3posi'/o das grandes bata%;as econquistas travadas pe%os portuguesesBcontra os mouros e caste%;anos#$ecursos esti%&sticos#  Ant&tese e up%as Ad:ectiva'(es B)Cumpoder t/o singe%o e t/o pequeno6 GTomar aoouro !orte e guarnecido, D rea%'a a grande

coragem dos portugueses## Sinédoque e -er&!rase  ()Toda a terra querega o Te:o amenoH, 2 -ortuga%# -er&!rase B)Teve os tro!éus pendentes da

vitria#, 2 vitrias#

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ESTÂNCIA 4P

E3posi'/o dos antigos ;eris que%utaram pe%a Lusa -"tria @iriato eSertrio#

$ecursos esti%&sticos# Apstro!e B)ei3o6 euses6+,# -er&!rase B)0ue co a gente de

$mu%o a%can'aram6, 2 $omanos

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ESTÂNCIA 4Q

i6 aqui6 que os portugueses :"tin;am en!rentado parte da viagem6vencendo a !or'a dos ventos6

passando )"speros perigos,6e3perimentando tantos c%imas6 que :" merecem o Oriente#

$ecursos esti%&sticos# -er&!rases B)Onde o dia écomprido, 2 costa a!ricanaH B)A veros ber'os onde nasce o dia#, 2Oriente#

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ESTÂNCIAS 4R E 49 *8piter re!or'a os des&gnios

tra'ados para os portugueses6 quegovernem a =ndiaH e e3p(e o seudese:o que a !rota !atigada de

@asco da ama se:a conduida aoseu destino# *8piter e3p(e os motivos que o

%evam a ter este dese:o :"passaram por muitos perigos6 porcondi'(es c%imatéricas adversas e6pe%a sua va%entia6 merecem sera:udados# im do discurso de

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ESTÂNCIAS J56 J1 E J4

A ;iptese de a:uda aos portugueses .ca< discuss/o democr"tica do cons&%io6 masos deuses n/o s/o todos da mesmaopini/o# Uaco é %&der da parte contra6 uma

ve que tem medo de vir a ser substitu&dona =ndia pe%os portugueses e %" perder oseu prest&gio6 !rente a esta gente t/odestemida#

$ecursos esti%&sticos# -er&!rases B)FVa gente !ort&ssima deEspan;a, 2 -ortuguesesH B)e quantosbebem a "gua de -arnaso#, 2 -oetas

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ESTÂNCIA JJ

@énus %idera a parte a !avor dosportugueses por dois motivose3p%&citos ac;a7os parecidos comos romanos na coragem e na %&ngua#-or outro %ado6 esconde um outromotivo se a:udar os portuguesesgan;ar" prest&gio na =ndia e vir" a

ser adorada naque%as paragens#

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ESTÂNCIA JK

Enquanto que @énus est" a !avordos portugueses6 sabendo que ser"sempre ce%ebrada onde c;egarem

os portugueses6 Uaco receia perderas ;onras que tem no Oriente#Assim6 cada eus é apoiado pe%osseus amigos6 permanecendo todosem discuss/o#

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ESTÂNCIA J

Estro!e que descreve6 através dee3press(es auditivas e visuais6 a grandediscuss/o que se gerou no O%impo#$ecursos esti%&sticos

# Compara'/o B)0ua% Austro !ero ouUreas+GTa% andava o tumu%to %evantado+,# A%itera'(es em s6 v6 ! B)e si%vestrearvoredo+Gbravea desmedidaHG+as !o%;as6

!erve a serra+, D rea%'am o grande tumu%toentre os deuses6 que se dividem6seme%;ante a um cic%one na Woresta e namontan;a#

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ESTÂNCIA JPIntrodu'/o da personagem arte

para pXr .m < discuss/o# Co%oca7sea !avor de @énus por dois motivoscr que os -ortugueses merecem a

a:uda e esconde uma antiga pai3/ope%a deusa# In&cio da descri'/o dearte#

$ecursos esti%&sticos# up%a ad:ectiva'/o B)medon;o eirado, D re!or'a a !or'a6 poder e

imponncia de arte#

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ESTÂNCIA JQ

Continua'/o da descri'/o de arte eposicionamento deste deus !rente a *8piter#-(e .m < discuss/o batendo com o seu bast/ono c;/o#

$ecursos esti%&sticos# Trip%a ad:ectiva'/o B)armado6 !orte e duro,# Fipérbo%e B)E6 dando ua pancadapenetrante6 GCo conto do bast/o no s%io puro6G

O Céu tremeu6 e Apo%o6 de torvado6 G>m poucoa %u perdeu6 como in.ado, D rea%'a a !or'acom que arte bateu com o bast/o6 dado queaté o so% .cou p"%ido de medo#

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ESTÂNCIA JR

In&cio do discurso de arte# irige7se a *8piter6 dando7%;e o primeiro motivopara que este a:ude os portugueses

 *8piter :" a%i tin;a c;egado com aque%a

decis/o e n/o devia dar ouvidos a quemé suspeito de n/o gostar dos %usos#$ecursos esti%&sticos

# Apstro!e do 1Y verso B)Ó Padre…”). >so do presente do con:untivo comva%or imperativo no QY verso em  (“Nãoouças…”)

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ESTÂNCIAS J9 E K5

Segundo motivo dado por arte a *8piter Uaco tem mau cora'/o einve:a dos portugueses#

Terceiro motivo dado por arte a *8piter um rei n/o vo%ta com apa%avra atr"s6 porque isso reve%a!raquea# arte pede a *8piter queenvie erc8rio6 por ser muitor"pido6 para mostrar < !rota onde.ca a =ndia#

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ESTÂNCIA K1

 *8piter concorda com arte6 o!ereceaos deuses o néctar da vida eternae manda7os para os seus aposentos#

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ESTÂNCIAS K46 KJ E KK-assa7se do -%ano do aravi%;oso para o -%ano da@iagem6 de novo# A simu%taneidade é dada pe%acon:un'/o tempora% EN0>ANTO# Nesta estro!e6 osdois p%anos aparecem :untos# Z dada a in!orma'/ogeogr".ca da posi'/o da !rota e6 mais uma ve6 ;"

re!erncia ao c%ima !a um so% abrasador#A viagem decorre tranqui%amente6 com ventos!avor"veis6 com @asco da ama por Capit/o#$ecursos esti%&sticos

# A%itera'/o nas nasais m e n B)+brandamente osventos+GComo quem+, D sub%in;a a tranqui%idadeda viagem## up%a ad:ectiva'/o B)e soberbo e de a%tivocora'/o6, D rea%'a a grandiosidade do nosso ;eri#

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0uestion"rio D p"gina 1911# A ac'/o que se enuncia na estância 19 é a viagem

de descoberta do camin;o mar&timo para a =ndia#

As personagens envo%vidas6 embora n/o se:amnomeadas6 s/o os que )navegavam,6 os que )v/ocortando, as mar&timas "guas6 que s/o osnavegadores portugueses# Est/o no )%argoOceano,6 ou se:a6 no Oceano =ndico#

1#1# A ac'/o n/o se inicia com a partida6 de Lisboa6das naus6 porque6 de acordo com as regras deconstru'/o da epopeia c%"ssica6 esta deve come'ar)in media res,6 num momento :" avan'ado#

4#1# As re!erncias temporais que introduem as

estâncias 19 e 45 indicam dois p%anos narrativos#)*", re!ere7se ao -%ano da @iagem e )0uando, ao-%ano dos euses# esenro%am7se ao mesmotempo#

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J#1# Esta reuni/o rea%iou7se no O%impo#J#4# oi convocada e presidida por *8piter#J#J# A convocatria dos participantes !oi !eita

através de erc8rio6 o mensageiro dos deuses#J#K# 0uem constitu&a esta assemb%eia eram osdeuses que governam os Sete Céus#J## A distribui'/o dos membros pe%a sa%a é !eita

de !orma ;ier"rquica6 de acordo com aimportância dos deuses#J#P# O ob:ectivo dessa sess/o do Cons&%io eradecidir )as cousas !uturas do Oriente,#

J#Q# A decis/o6 previamente tomada6 que *8pitertem para anunciar é a de a:udar os portugueses ac;egar < =ndia6 determinando que se:am bemrecebidos na Costa A!ricana para descansarem6 serecomporem6 de !orma a prosseguirem viagem#

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J#R# undamenta essa sua decis/o no !acto de osportugueses :" terem passado na "gua um duro Inverno6 :" terem en!rentado perigos imensos e estareme3austos#

J#9# Uaco n/o quer que os portugueses c;eguem < =ndiapara n/o perder a !ama6 a g%ria e o prest&gio que temnas terras do Oriente#J#15# @énus apoia os portugueses por ver ne%esqua%idades seme%;antes <s dos romanos6 povo que %;eera querido# Até a %&ngua portuguesa é seme%;ante ao%atim# A%ém disso6 sabia que passaria a ser ce%ebradapor este povo amoroso6 onde quer que este c;egasse#J#11# arte di a *8piter que n/o deve dar ouvidos aUaco6 pois este tem inve:a e medo de perder a !ama#A%ém disso6 é sina% de !raquea vo%tar atr"s numadecis/o tomada# Assume6 assim6 uma posi'/o !avor"ve%aos portugueses6 em virtude de uma antiga pai3/o por@énus e porque6 como deus da guerra6 admira a !or'a ea coragem dos portugueses#

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J#14# A de%ibera'/o .na% do Cons&%io e a dea:udar os portugueses6 como *8piter6 a%i"s6 :"tin;a de%iberado#

K#1# O Cons&%io dos euses g%ori.ca eengrandece os !eitos dos portugueses6 porqueo prprio *8piter6 no seu discurso6 e%ogia acoragem e ousadia deste pequeno povo capa

de !eitos t/o grandiosos# as engrandece6particu%armente6 as descobertas mar&timas6pois o Cons&%io rea%ia7se e3c%usivamente paratomar uma decis/o sobre o apoio a dar aos

marin;eiros portugueses que procuravamc;egar < =ndia por mares descon;ecidos# Até ostemores de Uaco engrandecem o !eito6 :" queuns simp%es ;umanos conseguem 6 com a suacoragem6 provocar a inve:a a um eus#

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K#4# A partir do Cons&%io dos eusestemos ind&cios de que Uaco ser"

uma !or'a contra os navegadoresportugueses e @énus ser" uma!or'a protectora dos mesmos#

# A ac'/o é apresentada comosimu%tânea ao Cons&%io# Através dacon:un'/o )Enquanto,6 .camos

com a no'/o de que6 ao mesmotempo que decorre a reuni/o noO%impo6 os marin;eiros navegavamentre a Costa Etipica e a I%;a de

S/o Louren'o na Costa Orienta% de