a odisseia dos deuses - erich

211

Upload: crislaneandersonnovaes

Post on 16-Jul-2016

90 views

Category:

Documents


10 download

DESCRIPTION

Daniken

TRANSCRIPT

  • DADOS DE COPYRIGHT

    Sobre a obra:

    A presente obra disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivode oferecer contedo para uso parcial em pesquisas e estudos acadmicos, bem como o simplesteste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura.

    expressamente proibida e totalmente repudavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercialdo presente contedo

    Sobre ns:

    O Le Livros e seus parceiros disponibilizam contedo de dominio publico e propriedadeintelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educao devemser acessveis e livres a toda e qualquer pessoa. Voc pode encontrar mais obras em nosso site:LeLivros.us ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link.

    "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e no mais lutando por dinheiro epoder, ento nossa sociedade poder enfim evoluir a um novo nvel."

  • PREFCIO

    Voc sabe o que uma orgia? No registro original apresentado pelas enciclopdias

    define-se o termo como a celebrao de ritos religiosos na antiga Grcia.1 Hoje em dia, apalavra se refere a um tipo de extravagncia, na qual o sexo desempenha importantepapel.

    Mas, na verdade, esse tambm era o significado da palavra na antiga Grcia. Naquelapoca, os homens costumavam se reunir tarde para debates filosficos, seguidosalgumas horas mais tarde por um "simpsio" ou festa com bebidas que freqentementeterminava em uma orgia. As esposas no estavam presentes, mas meninos e jovensestavam. A Grcia era livre de tabus a esse respeito: as pessoas pensavam e sentiam deuma maneira diferente na antiga Hlade.

    Todos sabem o que uma histria de fico cientfica. Mas voc provavelmente nosabe que histrias de fico cientfica tambm circulavam na antiga Grcia, emborafossem muito mais fantsticas do que as nossas. A diferena entre elas repousa no fatode que os gregos no consideravam suas histrias de fico cientfica fantasias utpicas;eles acreditavam que as histrias relatavam eventos que haviam realmente acontecido.Havia ainda outra diferena. Nossas histrias de fico cientfica como as aventuras da"Nave Estelar Enterprise" tm lugar no futuro, ao passo que os antigos gregos olhavampara um passado nebuloso e distante, para milnios antes da sua poca.

    Imagine apenas que a ilha de Creta est continuamente circundada por um guardio demetal, que possui a prodigiosa habilidade de monitorar todos os navios que se dirigem ilha e faz-los explodir na gua. Nenhum estrangeiro tem a chance de desembarcarcontrariando a vontade dos governantes da ilha. Se um barco tenta furar esse bloqueio, omonstro de metal pode lanar contra ele um calor intenso e consumir o invasor. Noobstante, esse rob guardio tem um ponto fraco: se um determinado pino no seu corpometlico for solto, seu espesso sangue jorra para fora e ele fica imobilizado. claro quesomente aqueles que o construram, e seus sucessores, conhecem a localizao exatadesse ponto vital.

    A histria j existia h cerca de 2.500 anos e os gregos estavam convencidos de queela contava a verdade sobre eventos ocorridos muito antes da sua poca. O rob quepatrulhava Creta era chamado de Talo, e os engenheiros que conheciam a posio exata dolugar onde o fluido hidrulico tinha de ser drenado, para tornar o monstro inativo, eramchamados de "deuses".

    Este no um livro de histria(s) da Grcia antiga e sim um livro a respeito das suas

  • histrias. A Grcia de antigamente est repleta de contos extraordinrios. Asperegrinaes de Ulisses realmente aconteceram? O que estava acontecendo em Delfos?Havia l realmente uma profetisa que previa os principais acontecimentos polticos? Asintensas descries de Tria se fundamentam na verdade? E a Atlntida? Todas asinformaes que temos sobre a Atlntida, s quais todos os que escrevem sobre oassunto se referem, procedem da Grcia. E quem eram os Argonautas que se propuseramroubar o Velocino de Ouro?

    A Grcia merece uma viagem de sonho. Eu o convido a se juntar a mim em um tipoespecial de aventura.

    NOTA1. Der grosse Brockhaus, Wiesbaden, 1953.

  • AVENTURAS DA NAVE ESTELAR ENTERPRISE H MUITOS MILNIOS

    Impuro significa conduzir a um objetivo impuro.MAHATMA GANDHI, 1869-1948

    Era uma vez, h muito, muito tempo, um distante descendente dos deuses. Ningum sabeseu nome original, mas os gregos o chamavam de Jaso. Terei de me arranjar com essenome, visto que no conheo nenhum outro. Pois bem, Jaso no era um homem comum,porque em suas veias corria sangue azul. Seu pai era o Rei Eso de Iolco na Tesslia. Noentanto, como acontece com extrema freqncia na mitologia, Jaso tinha um meio- irmoperverso que o destituiu do trono quando ele ainda era beb. O pai de Jaso tomou asprovidncias necessrias para que sua pequena prole fosse criada por um centauro. Outros

    dizem que foi sua me que o levou at o centauro, mas no isso que importa aqui.1,2

    Os centauros eram uma curiosa raa cruzada, com cabea, tronco e braos de homem,mas com corpo de cavalo. Um fenmeno realmente impressionante. E Jaso deve ter tidoum tipo de criao um tanto ou quanto incomum!

    Jaso est relacionado com um orculo, pois qualquer pessoa que era alguma coisa naGrcia antiga tinha alguma relao com o orculo. Neste caso, a profecia fez umaadvertncia a respeito de um homem com uma sandlia s. Um dia, quando o infame rei,o meio-irmo de Jaso, oferecia um buf de celebrao na praia, um jovem alto e belo seaproximou andando pomposamente. Tratava-se de Jaso, e ele vestia apenas uma sandliaporque havia perdido a outra no lodo de um rio. Jaso vestia uma pele de leopardo e umatnica de couro. O rei no reconheceu o desconhecido e perguntou, irritado, quem ele era.Jaso, sorrindo, respondeu que seu pai de criao, o centauro, o chamava de Jaso, masque seu verdadeiro nome era Diomedes e ele era filho do Rei Eso.

    Jaso logo percebeu com quem estava falando e rapidamente exigiu o trono de volta,que por direito era seu. Surpreendentemente, o rei concordou, mas com uma condio, aqual, ele imaginava, no poderia ser cumprida. Ele disse que Jaso teria de libertar seureino de uma maldio cjue havia sido lanada sobre ele e sobre todo o pas. Ele precisavair buscar o Velocino de Ouro que era guardado por um drago em um lugar distante. Odrago nunca dormia. Somente quando essa proeza fosse realizada, o rei renunciaria aotrono.

    Jaso concordou, e assim teve incio uma inacreditvel histria de fico cientfica.Inicialmente, Jaso saiu em busca de um extraordinrio construtor de navios para pedir aele que construsse o mais incrvel navio de todos os tempos. Esse homem se chamavaArgos, e os estudiosos divergem quanto sua origem. O certo que Argos deve ter sido

  • um engenheiro excepcional, pois ele construiu para Jaso um navio como nunca tinha sidovisto outro igual. Sem dvida, Argos possua ligaes fora do comum, pois a prpria Atenao instruiu, e sob a orientao dela ele construiu uma embarcao com um tipo de madeira

    que "nunca apodrece".3 No satisfeita com isso, Atena contribuiu pessoalmente com umaespcie de vau e o colocou na proa do navio. O vau deve ter sido uma pea de madeiraimpressionante, pois era capaz de falar. Quando o navio deixou o porto, o vau gritou defelicidade porque a jornada estava comeando, e mais tarde ele advertiu a tripulao donavio de muitos perigos. Argos, o construtor de navios, batizou o poderoso navio com onome de Argo, que em grego antigo significa aproximadamente "rpido ou "possuidor de

    ps velozes".4 Os tripulantes do navio foram, portanto, chamados de "Argonautas", e ahistria chamada de Argonutica. (Nossos astronautas e cosmonautas derivamindiretamente seu nome dos Argonautas gregos.)

    O Argo tinha capacidade para abrigar cinqenta homens, que devem ter sidoespecialistas em vrias reas. Foi por isso que Jaso havia enviado mensagens para todasas famlias reais quando procurava uma equipe de voluntrios com habilidades particulares.E eles vieram, todos heris e descendentes dos deuses. A lista da tripulao original estapenas parcialmente preservada, e os estudiosos afirmam que outros nomes foram

    acrescentados por autores posteriores.5, 6, 7 A tripulao deve ter sido extraordinria e

    inclua as seguintes pessoas:8, 9 Melampo, filho de Posdon; Anceu de Tegeg, tambmdescendente de Posdon; Anfiarau, o vidente; Linceu o vigia; Castor de Esparta, umlutador; fito, irmo do rei de Micenas; Augias, filho do rei de Forbas; Equon, o emissrio,filho de Hermes; Eufemo de Tainaron, o nadador; Hracles de Tirinta, o homem maisforte; Hilas, o amado de Hracles; dmon, o Argivo, filho de Apoio; Acasto, filho do ReiPlias; Clais, o filho alado de Breas; Nuplio, o marujo; Polideuce, o pugilista de Esparta;Falero, o arqueiro; Fano, o filho cretense de Dionsio; Argos, o construtor do Argo e oprprio Jaso, lder da aventura.

    Os diversos autores que descreveram a jornada do Argo h mais de 2.000 anosacrescentaram outros nomes lista. Em diferentes pontos da histria grega, escritores ouhistoriadores envolvidos com os Argonautas supuseram que este ou aquele personagemfamoso tambm deve ter estado l. A lista mais antiga encontra-se no Poema Ptico IV,registrado por um escritor chamado Pndaro (aproximadamente 520-446 a.C.). Essa lista

    contm apenas dez nomes:10, 11 Hracles, Castor, Polideuce, Eufemo, Pericl- meno,Orfeu, Equon e urito (ambos filhos de Hermes, o mensageiro dos deuses), Clais e Zetes.Pndaro enfatiza sistematicamente que todos esses heris eram de descendncia divina.

  • A melhor e mais detalhada descrio de toda a jornada e dos heris que delaparticiparam foi feita por Apolnio de Rodes. Ele viveu em um perodo entre o sculo III eo sculo IV a.C. Certamente Apolnio no foi o criador da Argonutica. Vrios estudiosos

    pressupem que ele deve ter extrado a histria bsica de fontes muito mais antigas.12,

    13 O prprio Apolnio escreve em seu "Primeiro Canto" que poetas antes dele haviamcontado de que maneira Argos, guiado por Palas (Atena), havia construdo o navio.Fragmentos da Argonutica remontam ao sculo VII a.C. Os estudiosos no excluem apossibilidade de que a histria tenha na verdade se originado no antigo Egito.

    A Argonutica de Apolnio foi traduzida para o alemo em 1779. Ao fazer citaes dahistria, recorrerei principalmente a essa traduo, hoje com mais de duzentos anos, eapresentarei todas as citaes extradas do texto de Apolnio em itlico. A traduo de1779 ainda no est impregnada das nossas atitudes modernistas e reflete o estilo

    floreado original de Apolnio.14 Segue um excerto da lista de nomes, escritoaproximadamente h 2.400 anos:

    ...Polifemo, o Eltido, veio de Larissa. Muito tempo atrs ele ficara ombro aombro com os Lpitas, travando uma batalha contra os selvagens centauros... ...Mopso tambm veio, o Titarsio, que havia aprendido com Apoio ainterpretar o vo dos pssaros......(fito e Cltias tambm faziam parte do seu grupo, os filhos do selvagemurito, para quem o deus que atira longe havia ofertado o arco... ...lcon havia enviado seu filho, embora nenhum filho agora restasse na suacasa...

    ...Dos heris que deixaram Argos 15 dmon foi o ltimo. Ele aprendeu com odeus [Apolo] a arte de observar o vo dos pssaros, da profecia e de ler osignificado dos flamejantes meteoros... ...Linceu tambm veio... seus ollws eram inacreditavelmente aguados. Se osboatos so verdadeiros, ele era capaz de enxergar as profundezas da terra...

  • ...Mais tarde veio Eufemo dos muros de Tenaros, o que tinha os ps maisvelozes... dois outros filhos de Netuno tambm vieram...

    Seja qual for a lista de nomes que se aproxime mais da original, os Argonautas eram,de qualquer modo, uma tripulao de filhos de deuses escolhidos a dedo, cada um comdons impressionantes e habilidades especiais. Esse grupo extraordinrio se reuniu no portode Pagasai na pennsula da Magnsia, para partir com Jaso em busca do Velocino deOuro.

    Antes que a jornada tivesse incio, eles deram uma festa em homenagem a Zeus, o pai

    dos deuses,16 e depois toda a equipe marchou em direo ao navio, passando atravs deuma multido de milhares de curiosos. Eis como Apolnio descreve a cena:

    Assim os heris atravessaram a cidade e se dirigiram ao navio... junto comeles e ao redor deles corria uma enorme e tola multido.Os heris reluziam como estrelas no cu entre as nuvens...

    As pessoas aclamavam os bravos marinheiros e lhes desejavam sucesso em todos os

    seus empreendimentos e uma volta segura ao lar, enquanto mes ansiosas apertavam osfilhoscontra o peito. A cidade inteira ficou em alvoroo at que o Argo finalmente zarpou esumiu no horizonte.

    E por que todo esse esforo? Por causa do Velocino de Ouro. Mas o que efetivamente esse objeto de desejo um tanto ou quanto extravagante? A maioria dasenciclopdias que consultei descrevem o Velocino de Ouro como o velocino de um

    carneiro de ouro".171819-20 Assim sendo, a tripulao Argonauta supostamente fez-se aomar por causa de um velocino? O maior navio da poca foi supostamente construdo, e osfilhos de deuses e reis ofereceram de graa seus servios, na tentativa de encontrar umridculo pedao de pele? E uma maldio, maldio esta que exigia um enorme esforopara ser combatida, supostamente pairava sobre o pas por causa disso? E um drago que"nunca dorme" tinha como nico objetivo guardar dia e noite esse desprezvel velocino. claro que no!

    No, definitivamente no, pois o Velocino de Ouro era uma pele muito particular comassombrosas propriedades. Podia voar!

    Diz a lenda que Frixo, filho do Rei tamas, havia sofrido muito por causa da suaperversa madrasta, at que sua verdadeira me o raptou junto com sua irm. Ela colocou

  • as crianas nas costas de um cordeiro de ouro alado que lhe havia sido ofertado, certavez, pelo deus Hermes, e sobre esse miraculoso animal os dois voaram atravs do arsobre a terra e o mar, vindo finalmente aterrissar em Aia, capital da Clquida. Tratava-sede um reino na extremidade oriental do Mar Negro. O rei da Clquida descrito como umviolento tirano que facilmente faltava com sua palavra quando isso lhe era conveniente eque queria manter preso esse "cordeiro voador". O Velocino de Ouro foi assim firmementepregado a uma rvore. Alm disso, para guard- lo, foram requisitados os servios de umdrago que cuspia fogo e nunca dormia.

    Desse modo, o Velocino de Ouro era um tipo de mquina voadora que pertencera umdia ao deus Hermes. Ele no devia de modo nenhum permanecer nas mos de um tirano,que pode t-lo utilizado para seus torpes propsitos da a tripulao de alto nvel comsuas variadas habilidades, e a ajuda dos descendentes dos deuses. Todos queriamrecuperar o que fora um dia propriedade dos olimpianos.

    Mal zarparam, os Argonautas elegeram democraticamente um lder. Hracles, o maisforte dos homens, foi escolhido, mas recusou a oferta. Ele declarou que essa honrapertencia apenas a Jaso, aquele que iniciara a expedio. O navio passou rapidamente aolargo do porto de Pagasai e contornou a pennsula da Magnsia.

    Aps algumas inocentes aventuras, a tripulao chegou pennsula de Capidagi, queest ligada ao continente por uma faixa de terra. Ali morava o povo Dolion, cujo jovem reiCzico pediu aos Argonautas que atracassem ao cais na baa de Citos esquecendo-se deavisar a alguns dos gigantes de seis braos que ali viviam. Os inocentes Argonatuassubiram uma montanha prxima para determinar sua posio.

    Somente Hracles e alguns homens permaneceram a bordo para proteger o Argo. Osmonstros de seis braos imediatamente atacaram o navio sem, no entanto, notar apresena de Hracles, que os viu chegar e matou alguns com suas setas antes que atmesmo a batalha comeasse. Nesse nterim, os outros Argonautas voltaram e, graas aosseus talentos especiais, aniquilaram os atacantes. Eis o que Apolnio escreve a respeitodesses gigantes:

    O corpo deles tm trs pares de vigorosas mos, como se fossem patas. Oprimeiro par se apoia nos ombros retorcidos, o segundo e terceiro pares seencaixam nos horrveis quadris...

    Gigantes? Nada mais do que a fantasia de um contador de histrias? Pelo menos naliteratura antiga dos nossos antepassados esses seres no so raros. Qualquer leitor da

  • Bblia certamente se lembrar da luta entre Davi e Golias. E no Gnese est escrito:21

    Havia gigantes na terra nessa poca; e tambm depois desse tempo, quandoos filhos de Deus se uniram com as filhas dos homens e lhes geraramfilhos...

    Outras passagens da Bblia que falam de gigantes so as seguintes: Deuteronmio 3:3-

    11; Josu 12:4; 1 Crnicas 20:4-5; Samuel 21:16. E o livro do profeta Enoque contm umaextensa descrio de gigantes. No captulo 14 podemos ler: "Por que fizestes como os

    filhos da terra e destes origem a filhos de gigantes?"22

    Nos livros apcrifos de Baruch, encontramos at mesmo nmeros: "O Supremo trouxe

    o dilvio sobre a terra e aniquilou toda a carne e tambm os 4.090.000 gigantes."23 Essefato confirmado no Kebra Negest, a histria sobre os reis etopes (captulo 100):

    As filhas de Caim, contudo, com quem os anjos haviam praticado atosindecentes, ficaram grvidas, mas no puderem dar luz, e morreram. E dosque se encontravam em seu tero alguns morreram e outros saramrompendo o corpo da me... quando ficaram mais velhos e cresceram, se

    tornaram gigantes.24

    E os livros que contm os "contos dos judeus nos tempos antigos"25 descreveminclusive as diferentes raas desses gigantes. Havia os "Emitas" ou "Terrveis" e os"Refatas" ou "Gargntuas"; havia os "Giborim" ou "Poderosos" e os "Samsunitas" ou"Astuciosos"; e finalmente os "vidas" ou Injustos" e os "Nefilim" ou "Corruptores". E olivro dos Esquims bem claro com relao a esse ponto: "Naqueles dias viviam gigantes

    na Terra."26

    Eu poderia continuar a citar essas passagens, mas prefiro no repetir dadosapresentados em outros livros. Ossos de gigantes tambm foram encontrados, embora

    alguns antroplogos ainda insistam em afirmar que se trata de ossos de gorilas.27 Em1936, o antroplogo alemo Larson Kohl descobriu os ossos de seres humanos gigantesnas margens do lago Elyasi na frica central. Os paleontlogos alemes Gustav vonKningsberg e Franz Weidenreich ficaram impressionados ao encontrar vrios ossos degigantes nas farmcias em Hong Kong em 1941. A descoberta foi publicada ecientificamente documentada no relatrio anual de 1944 da American Ethnological Society.

  • A seis quilmetros de Safita na Sria, arquelogos desenterraram machados de moque s podem ter sido usados por pessoas com mos gigantescas. As ferramentas depedra encontradas em Ain Fritissa (Marrocos oriental) que mediam 32 x 22cm tambmdevem ter pertencido a pessoas bem grandes. Se elas eram capazes de manejar essasferramentas, que chegavam a pesar 4,3 quilos, deveriam ter tido mais de quatro metrosde altura. As descobertas de esqueletos gigantes em Java, no sul da China e no Transval(frica do Sul) so bastante conhecidas na literatura especializada. Tanto o Professor

    Weidenreich28 quanto o Professor Saurat29 documentaram cuidadosamente sua pesquisacientfica sobre os gigantes. E o antigo representante francs da Prehistorical Society, ol)r. Eouis Burkhalter, escreveu o seguinte na edio de 1950 da Revue du Muse deBeyrouth:

    Queremos deixar claro que a existncia de seres humanos gigantes [naantiguidade]... deve ser considerada como um fato cientificamenteindiscutvel.

    A Epopia de Gilgamesh da Sumria tambm fala de gigantes, como tambm o fazem

    os maias, do outro lado do mundo, em Popol Vuh. Os mitos nrdicos e germnicostambm so povoados de gigantes. Por que teria o mundo antigo um nmero to grande dehistrias sobre seres que nunca existiram?

    No mundo pico dos gregos, ouvimos falar em gigantes no apenas na Argonuticacomo tambm no conto posterior de Ulisses, que os combateu. Essas figuras deconstituio vigorosa supostamente so fruto da unio entre homens e deuses. Tenho bonsmotivos para acreditar que esses mesmos gigantes foram responsveis pelas enormesconstrues megalticas que intrigam os arquelogos, como as das pequenas ilhas deMalta e Gozo. As enormes runas de um templo l existente ainda tm o nome de"Gigantia" (ver Fotos 1 e 2).

    O Argo continuou sua jornada sem maiores contratempos, exceto quando um deusmarinho chamado Glauco apareceu de repente na superfcie como um submarino vindo dasprofundezas. Ele trouxe aos Argonautas uma mensagem de Zeus, para Hracles e seuquerido Hilas. Glauco submergiu ento rapidamente e mergulhou nas profundezas dooceano. Ao redor dele, as ondas espumaram em crculos espiralados e se derramaramsobre o navio.

    Em Salmydessos, os Argonautas encontraram um velho rei que alm de feder muitotambm estava faminto. O infeliz se chamava Fineu. Ele possua o dom da profecia e

  • havia claramente divulgado uma quantidade excessiva dos planos dos deuses. A punioque eles impuseram a Fineu foi muito esquisita: sempre que Fineu queria comer algumacoisa, duas criaturas aladas desciam das nuvens e arrebatavam-lhe a comida. O que elasno tiravam cobriam de sujeira, de modo que o alimento fedia, se tornando impossvelingeri-lo. Quando os Argonautas chegaram, o velho mal tinha foras para se mover. Elepediu aos Argonautas que o ajudassem e prometeu recompens-los, avisando-os dosperigos iminentes. No entanto, ele no os avisou de todos os perigos, pois Fineudesconfiava de que era precisamente isso que os deuses no queriam. Os Argonautassentiram pena dele e prepararam para si mesmos e para o rei fedorento um suntuosobanquete. Quando o rei ia comear a comer, as criaturas aladas as Harpias seprecipitaram do cu azul sobre a comida. Mas desta feita as coisas aconteceram demaneira diferente. Dois dos Argonautas tinham a habilidade de voar e perseguiram asHarpias no ar. Os Argonautas voadores logo voltaram e disseram ao rei que ele agora nadamais tinha a temer das Harpias. Eles haviam perseguido violentamente as Harpias eteriam sido facilmente capazes de mat-las, mas a deusa ris havia ordenado que eles aspoupassem, pois elas eram os "ces de Zeus.

    Poderamos ficar tentados a dizer que tudo no passa de pura inveno e de umahistria inacreditvel. Algum surge na superfcie do mar e faz a gua girar, doisArgonautas decolam a uma incrvel velocidade e Zeus, o pai dos deuses, possui cesvoadores. Mas este apenas o modesto incio de uma desconcertante histria de ficocientfica dos tempos antigos. As coisas se tornam muito mais confusas!

    O rei, que a essa altura tinha um cheiro perfeitamente normal e pde finalmentecomer em paz, manteve sua promessa e mencionou aos Argonautas alguns perigosiminentes. Ele descreveu a rota para a Clquida que agora se apresentava diante deles eadvertiu-os particularmente sobre as duas paredes de um rochedo que se abriam efechavam como portas e esmagavam todas as embarcaes que no conseguissem passarno lugar certo e no momento exato. O velho rei os aconselhou a levar uma pomba comeles e deix-la voar diante deles atravs da abertura entre as paredes dos rochedos.Apolnio diz o seguinte:

    ...Eles agora tornaram o rumo do espumante estreito de Bsforo.As ondas subiam como montanhas, ameaando desabar sobre o navio,freqentemente elevando-se acima das nuvens. Ningum imaginava que elesescapariam com vida... mas por mais terrveis que sejam as ondas, elas setornam dceis quando um piloto hbil e experiente tem a cana do leme namo...

  • A palavra "piloto" no inveno minha. Ela aparece na tfa- duo de Apolnio feita em1779. O rei havia descrito a rota dos Argonautas nos mnimos detalhes; ele conheciaclaramente cada baa e cada montanha, bem como o nome dos pases e dos seusgovernantes. bastante estranho que o rei se refira duas vezes ao perigo das amazonas:

  • ...Mais adiante vocs chegaro s terras de Doati e s cidades dasamazonas... No pensem nern mesmo por um momento em atracar em umlocal deserto, onde vocs tero problemas para afugentar os maisdesavergonhados pssaros que atacam ao redor da illui em grandes bandos. aqui que os governantes das amazonas... construram um templo para osdeuses delas...

    O velho governante sabe inclusive tudo a respeito do Velocino de Ouro:

    ...Quando vocs passarem rio acima atravs do esturio, tero diante de si atorre de Eso, e o arvoredo umbroso de Marte, onde se encontra o Velocino...

    ele guardado por um lindworm,{*} um assombro terrvel. Nem de dia nemde noite o sono faz baixar suas plpebras, em nenhum momento ele cessasua constante vigilncia...

    Esse lindworm ou drago me faz pensar em um tipo de rob com mltiplos sensores.Que espcie de animal esse desprovido de necessidades fsicas, que nunca dorme e queobserva permanentemente tudo que est ao seu redor? Criaturas semelhantes sodescritas em outros textos da antiguidade, como a Epopia de Gilgamesh, encontrada nacolina de Kujundshik, a antiga Nnive. As tabuinhas de argila nas quais ela estava escritavieram da biblioteca do rei assrio Assurbanipal. Essa epopia descreve de que maneiraGilgamesh e seu amigo Enkidu escalam a montanha dos deuses, em cujo topo se erguia areluzente torre branca da deusa Irnini. Pouco antes de a alcanarem, o temvel serChumbaba se aproxima deles. Chumbaba tinha patas de leo, o corpo coberto por escamasde ferro, os ps munidos de garras, chifres reluzentes na cabea e uma cauda queterminava em uma boca de serpente. Ele deve ter sido um monstro apavorante. Os doiscompanheiros atiraram flechas e lanas nele, mas todos seus projteis se desviaram.Relmpagos chamejaram vindos da montanha dos deuses: "um incndio deflagrou, a mortese propagou. A luminosidade passou, o fogo se apagou. Tudo que fora atingido pelos

    relmpagos se transformou em cinzas".30

    Algum tempo depois, Enkidu morre de uma doena incurvel. Terrivelmentepreocupado, Gilgamesh pergunta: "Ser que voc foi envenenado pelo hlito da criatura

  • celeste?" Seja l o que tenha sido essa "criatura celeste", ela parece ter causado a mortede Enkidu. Mais tarde, no decorrer da histria, "uma porta fala como uma pessoa. O vaufalante no Argo faz a mesma coisa. Depois temos o "Parque dos Deuses", que guardadopor dois feios seres mestios, gigantescos "seres humanos escorpies. Apenas o peitodeles visvel na superfcie da terra, pois o restante do corpo est ancorado no cho. "Suaaparncia terrvel e aterrorizante, e seu olhar significa a morte. O temvel lampejar dos

    seus olhos faz montanhas rolarem sobre os vales."31

    No obstante, os seres humanos escorpies da Epopia de Gilgtimesh so inteligentes,mais inteligentes do que os lindworms e os drages guardies. Gilgamesh pode conversarcom eles e eles o advertem dos perigos iminentes que esto para chegar por terra e pormar, exatamente como o Rei Fineu avisou aos Argonautas.

    Fineu recomenda aos Argonautas que levem Eufemo com eles a bordo. Foi ele que feza pomba voar entre as paredes dos rochedos e tambm foi capaz de correr sobre a guasem molhar os ps.Os Argonautas relaxaram no reino de Fineu durante quarenta dias. (Na Epopeia deGilgamesh so necessrias quarenta horas para se chegar "Montanha dos Cedros".) Umgrupo de Argonautas dormiu a bordo do Argo e os outros no palcio do rei. Eles sereabasteceram de provises e ergueram um altar em homenagem a Jpiter. Noquadragsimo primeiro dia, o Argo partiu atravs de um rio ou canal sinuoso. OsArgonautas logo avistaram as "ilhas nadadoras com os perigosos rochedos e Eufemo

    entrou imediatamente em ao.32

    ...Eles navegaram lentamente e com muito cuidado. Seus ouvidos j estavamensurdecidos a distncia pelo choque das rochas que se fechavam acima. E oeco das margens que revolviam as ondas retumbou ruidosamente. Eufemo sedirigiu ento cumeeira do navio com a pomba na mo... Mas eles estavamcom medo. Eufemo soltou a pomba e todos ergueram a cabea /nua v-lavoar. Mas as paredes dos rochedos se chocaram uma vez mais causando umrudo ensurdecedor. Do mar, grandes ondas de rebentao espumaram paracima e o ar zuniu repetidamente em crculos... a correnteza arrastou o naviopara trs. As rochas escarpadas dos rochedos apenas tosquiaram as penasmais externas da pomba, mas ela conseguiu passar inclume. Os marujosgritaram de alegria... agora as paredes de pedra se abriram novamente de parem par... pois uma onda inesperada ergueu-se de repente... quando eles aviram temeram que ela pudesse afundar o barco. Mas Tifis os desembaraou

  • com um desvio rpido, de modo que a onda se precipitou sobre a boa figurade proa e depois o ergueu acima das rochas, fazendo com que ele flutuassegraciosamente no ar... Agora o navio ficou ali pendurado como um vaususpenso, mas Minerva pressionou a mo esquerda contra a rocha e cm adireita deu um empurro no navio. Veloz como uma flecha, o barco passouligeiro pelos rochedos... Era para ser, foi o destino...

    Tifis, o timoneiro do Argo, acalmou seus nervosos companheiros. Embora eles tivessemescapado do terrvel perigo das paredes dos rochedos, esse milagre s fora possvel com aajuda dos deuses. Minerva tinha dado uma ajudazinha e a deusa Atena atuara comoconsultora durante a construo do barco, de modo que o Argo fora "aglutinado por fortessuportes e feito insubmergvel".

    Estava claro que os perigos no poderiam ter sido superados sem a ajuda divina. Dequando em quando, os olimpianos tambm se faziam presentes. Pouco depois da aventuracom as paredes dos rochedos, os Argonautas viram o deus Apoio voando sobre o Argoquando vinha da Lcia. Isso aconteceu en route para a terra dos Hiperbreos, que ficava dooutro lado dos Ventos do Norte. Apoio estava visitando "povos de outra raa, e as ilhasecoaram ao som do seu barco voador. Uma vez mais os Argonautas ficaramprofundamente comovidos, de modo que se viram impelidos a erguer um altar ao deus.Pouco depois desse evento, Tifis, o experiente piloto do Argo, caiu doente e morreu. Seuscompanheiros de viagem erigiram uma pirmide sobre seu tmulo o que de fatoimpressionante, visto que as pirmides de sepultura supostamente s surgiram no Egitodos faras.

    Nos dias que seguiram, os Argonautas navegaram ao redor das "inmeras baas docabo das Amazonas". Um pujante rio descrito, diferente de todos os outros da terra, poisdiz-se que uma centena de outros rios conein para ele. No entanto, esse rio flui a partir deuma nica nascente, que desce das "montanhas amaznicas". dito que o rio corre paratrs e para a frente atravs de muitas provncias e (na verso de Apolnio):

    ...ningum sabe ao certo quantos dos seus tributrios deslizam atravs daterra... e se os nobres viajantes tivessem permanecido mais tempo s suasmargens, eles deveriam ter de combater as mulheres, e sangue teria sidoderramado, pois as amazonas so velozes e pouco consideram a justia. Elasamam a guerra acima de tudo e sentem prazer em usar a fora. Elasdescendem de Marte e de Harmonia...

  • A tripulao no estava muito interessada em lutar contra essas amazonas, quecorreram armadas para a margem, totalmente equipadas para a guerra, no momento emque avistaram o Argo. Os Argonautas no haviam esquecido as palavras do velho ReiFineu, avisando-os das amazonas.

    Quando eles atracaram em uma margem deserta, o Argo foi atacado repentinamentepor pssaros, que lanaram flechas afiadas e mortferas sobre os Argonautas. Estesltimos se defenderam erguendo seus escudos sobre a cabea de modo a formar umagrande e nica barreira protetora do comprimentodo Argos. Outros membros da tripulao comearam a emitir um rudo terrvel que irritouos pssaros e os afugentou.

    Os Argonautas desembarcaram. Toda a regio estava seca e no havia realmentenenhum motivo para ficarem ali. No entanto, de repente, surgiram quatro figurasemaciadas, completamente nuas, famintas e sedentas, que s tinham foras para implorara Jaso que as ajudasse. Eles disseram que eram irmos, que seu barco tinha afundado, eque eles haviam se agarrado aos destroos at serem lanados naquela ilha na noiteanterior. Os Argonautas se deram conta de que estavam diante dos quatro filhos de Frixo,que havia certa vez voado com a irm no Velocino de Ouro. Eles representaram ummagnfico acrscimo tripulao do Argo, pois sabiam tudo a respeito do arvoredo ondeestava o Velocino de Ouro e como chegar l. Um dos quatro filhos de Frixo se chamavaArgos, e foi ele que, na calada da noite, guiou o Argo at a costa da Clquida e, a partirdali, at a foz do Rio Phasis. s suas margens, situava-se a cidade de Aia, com o palciodo rei e a uma certa distncia o arvoredo onde se encontrava o Velocino de Ouro.

    Qual a melhor maneira de proceder? Jaso achava que eles poderiam tentar primeirouma abordagem suave e conversar com o tirano, o Rei Aietes, que governava a terra daClquida. Os Argonautas sabiam que o Rei Aietes era violento e no mantinha sua palavra,mas por outro lado eles haviam salvado a vida dos quatro filhos de Frixo, que eramsobrinhos dele. Os Argonautas erigiram um altar e pediram conselho aos deuses.

    Alguns dos deuses, cujos nomes so confusos e irrelevantes neste caso, pediram aojovem deus do amor, Eros, que providenciasse para que a filha do tirano, a bela Media, seapaixonasse perdidamente por Jaso. Isso a levaria a ajudar os Argonautas mesmo contraa vontade do seu perverso pai. A deusa Hera aliou-se a essa "conspirao divina e ocultouos homens que foram visitar o palcio em uma espcie de nvoa. Isso tornou os herisinvisveis, de modo que eles de repente se viram diante do palcio sem terem sidodetectados pelos soldados e guardas. Os deuses tambm tomaram providncias para queMedia fosse a primeira pessoa a pr os olhos em Jaso. Nesse mesmo instante, Eros

  • atirou sua flecha no corao da moa, de modo que ela no conseguiu afastar os olhosdele.

    Que outra coisa poderia o Rei Aietes fazer a no ser dar as boas-vindas aoshspedes? Afinal de contas, eles estavam trazendo de volta seus sobrinhos perdidos e suaprpria filha estava lhe pedindo que os convidasse para uma refeio. Jaso tentou serdiplomtico. Mencionou o fato de que todos estavam relacionados entre si pela raa dosdeuses e que ele havia vindo pedir o Velocino de Ouro.

    O Rei Aietes sem dvida achou que tinha ouvido errado. Nunca, em nenhum momento,ele nem mesmo sonhara em colocar o Velocino de Ouro em exposio; e agora essefedelho ousava pedir que ele entregasse o maior tesouro do seu reino. Aietes riu em vozalta e disse, astuciosamente, que Jaso poderia ter o Velocino de Ouro se passasse emtrs provas.

    Do lado de fora do arvoredo onde o Velocino de Ouro estava pregado, disse o astutoAietes, tambm havia grutas onde viviam touros que cuspiam fogo. Jaso teria de atrelaresses touros a um arado e lavrar o campo com eles. Depois, teria de plantar dentes dedrago nos sulcos, os quais cresceriam rapidamente transformando-se em seres terrveisque teriam de ser combatidos e conquistados, jaso tambm teria de enfrentar o dragoque cuspia fogo e nunca dormia.

    O astuto governante sabia muito bem que ningum era capaz de tal faanha. Ele nojulgava correr o menor risco de perder o Velocino de Ouro. No entanto, ele no levara emconta a "conspirao divina". Depois da festa noturna, Jaso e seus amigos retornaram umtanto ou quanto deprimidos para o Argo. Eles tambm achavam que a tarefa estava almdas suas possibilidades. Jaso se queixou amargamente para os companheiros dasterrveis condies do rei:

    ...ele afirma possuir dois touros indomveis no campo de Marte.Os ps deles so de ferro, eles respiram chamas. Com esses touros eupreciso arar quatro acres de terra. Depois, ele quer me dar sementes da bocade um drago. Dessas sementes, diz ele, nascero homens encouraados, osquais eu preciso matar antes do fim do dia...

    Mas a nova amante de Jaso, Media, a filha do rei, sabia o que fazer para ajudar. Ela

    possua um estranho unguento com um efeito fora do comum. Essa cura milagrosaderivava de uma erva medicinal que havia nascido do sangue do Tit Prometeu. Ela disse aJaso que passasse o ungento em todo o corpo e nas armas. Ele o protegeria do calor edo fogo, de modo que os touros que cuspiam fogo no lhe poderiam fazer mal. Suas armas

  • tambm se tornariam fortes e invencveis, conferindo-lhe poderes sobre-humanos.Jaso passou uma noite tranqila e depois tomou um banho, ofereceu um sacrifcio aosdeuses, besuntou-se todo com oungento milagroso, fez o mesmo com suas armas e sevestiu. Logo depois teve incio a mais estranha batalha j descrita na literatura dos

    tempos antigos:33

    ...De repente, da caverna secreta, do estbulo trancado, todo o ar estavarepleto de uma acre fumaa. Os dois touros avanaram, lanando fogo dasnarinas. Os heris ficaram apavorados quando os viram, mas Jasopermaneceu fume, os ps bem apoiados no cho, esperando o ataque. Eleergueu o escudo diante de si enquanto eles berravam e ao mesmo tempo oatingiam com os fortes chifres. Mas os touros no conseguiram desloc-lonem mesmo uma polegada da sua posio. Assim como o fole no fogo doferreiro faz bramir furiosamente o fogo com um terrvel mpeto e estrondo decalor, tambm os touros sopravam chamas da boca e berravam ao mesmotempo. O calor envolvia o heri como um relmpago, mas o unguento dadama o protegia. E agora ele agarra o touro que est mais prximo pela pontados chifres e o arrasta com fora at o jugo de ferro. Depois, ele coloca o pna frente do p de ferro e derruba a besta...

    Como exigira o Rei Aietes, Jaso arou o campo com esses indisciplinados animais que

    cuspiam fogo e depois lanou os dentes de drago nos sulcos. Logo figuras terrveisbrotaram por toda parte no campo de batalha, armadas com aguilhes de ferro ecapacetes reluzentes, e o solo debaixo deles era branco de calor e iluminava a noite.

    Jaso pegou um macio bloco de pedra, to grande que nem mesmo quatro homensteriam conseguido levant-lo, e o lanou no meio das tropas de monstros que no paravamde crescer. Eles ficaram confusos e no sabiam de onde estava vindo o ataque. Isso deu aJaso a oportunidade de causar destruio:

    ...Ele tirou a espada da bainha e trespassou tudo que vinha na sua direo.Muitos que estavam no cho imveis at o umbigo e outros que estavamimveis at os ombros. Havia outros, tambm, que tinham acabado de ficarem p, e depois toda tuna multido que havia ingressado na batalha cedodemais. Eles lutaram e tombaram... Assim jaso os extermina... o sanguecorreu nos sulcos como correntes de gua de fonte... alguns caram de bruos

  • e ficaram com a boca cheia de terra, outros de costas, outros de lado e sobreos braos. Eles eram muito grandes, monstruosos como baleias...

    Jaso acabou completamente com eles, mas o pior ainda estava por vir: o drago que

    nunca dormia, que guardava o Velocino de Ouro. Junto com a amada, Jaso dirigiu-se aoarvoredo onde o Velocino de Ouro estava preso a uma faia:

    ...Eles procuraram ento em volta a umbrosa faia com o Velocino preso aela... ele brilhava como uma nuvem iluminada pelos raios do sol poente. Mas odrago que nunca dorme na rvore esticou o longo pescoo. Ele deu umassobio horrvel. As montanhas e o profundo arvoredo estremeceram comesse som... nuvens de fumaa se espalharam pela floresta em chamas, ondaaps onda de fumaa luminosa serpearam da terra e subiram para o ar, comoa extenso de cauda nodosa do monstro, que estava coberta por durasescamas.

    Jaso no conseguia imaginar como poderia passar por esse monstro, mas uma vezmais sua amada o ajudou. Ela besuntou um galho velho com seu ungento especial e obalanou diante dos olhos incandescentes do drago. Ao mesmo tempo, ela pronuncioupalavras mgicas e o monstro foi ficando visivelmente cada vez mais lento e sonolento,at que finalmente deitou a cabea no cho. Jaso subiu na rvore e soltou o Velocino deOuro. O estranho objeto tinha uma cintilao vermelha e era grande demais para queJaso o carregasse nos ombros. O solo debaixo do Velocino de Ouro tambm brilhava otempo todo que Jaso fugia com ele em direo ao Argo.

    Quando Jaso chegou ao navio, todos queriam tocar o Velocino de Ouro, mas Jasono deu permisso para isso e o cobriu com uma grande manta. No havia tempo parafestas e comemoraes. Jaso e a filha do rei estavam justifica- damente com medo deque o Rei Aietes fosse fazer tudo que estivesse ao seu alcance para recuperar essesingular tesouro. Os Argonautas zarparam o mais rpido que puderam pelo rio e dirigiram-se para alto mar.

    O Rei Aietes, que nunca tivera a inteno de manter sua palavra, reuniu uma grandeesquadra, a qual dividiu para poder atacar Jaso e os Argonautas de ambos os lados. Osnavios de Aietes chegaram a um pas cujos habitantes nunca tinham visto viajantes dessetipo, achando portanto que estavam diante de monstros do mar. (O "Livro dos Reis" etopecontm uma histria semelhante, a Kebra Negest, que conta como Baina- lehkem rouba omaior tesouro da poca do seu pai Salomo: a Arca da Aliana. Salomo manda seus

  • guerreiros recuper-la. A perseguio levada a cabo parte em mquinas voadoras de Jerusalm cidade |atualj de Axum na Etipia.)

    Aps algumas aventuras de somenos importncia, descritas de maneiras diferentesnas diversas verses da Argonutica, o Argo chegou s "ilhas de mbar''. O vau falante daproa do navio advertiu a tripulao da ira de Zeus (...Nesse nterim a quilha do naviocomeou a falar em voz audvel...). O pai dos deuses estava furioso, porque Jaso haviaconseguido matar o irmo do seu amado. Isso no aconteceu em decorrncia do cime esim porque Media havia tecido uma intriga. Mais tarde, no decorrer da histria, Jaso foiabsolvido desse crime e Zeus ficou satisfeito. Os Argonautas erigiram altares emonumentos comemorativos. Em certa ocasio, o Argo navegou bem acima nos rios deErdano... Assombrados, somos informados de que:

    Foi aqui que Faetonte caiu do carro do sol e mergulhou nas profundezas do

    mar quando o raio flamejante de Jove{*} parcialmente o queimou. Esse marainda fede a enxofre... nenhum pssaro abre as asas e voa sobre ele...

    Trata-se de uma estranha referncia. A histria de Faetonte e do seu carro do sol

    muito antiga, e no h uma data precisa. O poeta romano Ovdio a conta na ntegra em

    sua obra Metamorfose,34 embora tenha vivido cerca de quarenta anos antes de Cristo,quando a Argonutica j existia havia sculos. Segundo essa narrativa, Faetonte era filhodo deus sol Hlio. Certo dia, Faetonte visitou o pai no cu e lhe pediu para satisfazer umdesejo seu, visto que os habitantes da Terra no acreditavam que ele estava de fatorelacionado com o deus sol. Ele pediu permisso para dirigir o carro do sol. Seu pai ficouhorrorizado e pediu insistentemente ao filho que desistisse da idia, dizendo-lhe que o atode dirigir o carro do sol exigia um conhecimento bastante especfico. Tipicamente,Faetonte no estava disposto a levar em conta esses conselhos. Seu pai inadvertidamentehavia prometido satisfazer todos os desejos do filho, e no tinha agora como se furtar aocombinado. Os fogosos cavalos foram portanto reabastecidos com doce de leite eatrelados ao coche.

    O carro do sol disparou em direo ao cu, mas os cavalos logo perceberam que ococheiro no era capaz de control-los. Eles se afastaram do curso habitual, subiram bemalto no cu e depois mergulharam em direo Terra a uma velocidade estonteante. Issocontinuou durante algum tempo para cima, para baixo e por toda parte at que ocarro do sol comeou a se aproximar cada vez mais da terra. As nuvens comearam afumegar e florestas inteiras e extenses de terra se incendiaram. Alm disso, o ar no

  • veculo celeste tambm foi ficando cada vez mais quente a ponto de Faetonte mal poderrespirar. Quando o fogo envolveu seu cabelo e sua pele, s lhe restou saltar do carro, ediz-se que seu corpo caiu no Rio Erdano. Suas irms, as Helades, foram at l echoraram durante tanto tempo que suas lgrimas se transformaram em mbar, que athoje encontrado s margens do rio. O carro celeste caiu com uma chuva de centelhasdentro de um lago.

    Hoje em dia, a histria de Faetonte vista como uma dupla parbola. De um lado esto sol que tem o poder de queimar grandes extenses de terra e do outro o jovem que sejulga capaz de fazer tudo que o pai faz. Duvido de que essa histria tenha sidooriginalmente considerada uma simples parbola por aqueles que a narraram. Um nmeroexcessivo de seus elementos por demais lgico e apresentam paralelos com a tecnologiamoderna das viagens espaciais. Mas isso tambm verdadeiro com relao a outraspartes da Argonutica.

    Afinal de contas, no por mero acaso que veculos anfbios aparecem em um contoque tem milhares de anos de idade. Apolnio nos diz o seguinte:

    ...Do mar saltou um cavalo de tamanho descomunal, e veio para terra. Suacrina era dourada, sua cabea, altaneira e ele sacudiu a espuma salgada dassuas ancas. Ele saiu ento a galopar, mais veloz do que o vento.

    Est subentendido que esse cavalo anfbio um dos cavalos de Posdon. Posdon era o

    deus do mar, mas tambm o deus da Atlntida. Mais tarde, veremos essa histria. O queest ento acontecendo aqui? Ser o cavalo de Posdon um episdio isolado, algo queapenas os Argonautas viram? De jeito nenhum.

    Na Bblia, no livro do Profeta Jonas (captulo 2), podemos ler o episdio no qual elesobreviveu durante trs dias e trs noites no ventre de uma baleia. Os telogos dizem quea histria encerra um significado proftico, referindo-se aos trs dias que se passaramentre a morte de Jesus e Sua Ressurreio. Que idia absurda! Temos informaesmelhores no volume III do livro Die Sagen der Judeu [Contos dos judeus nos tempos

    antigos] .35 Nele lemos que Jonas entrou na boca do peixe como um "homem entra emuma sala". O peixe devia ser muito estranho porque seus olhos eram como "janelas etambm brilhavam internamente". Jonas, claro, foi capaz de conversar com o peixe e,atravs dos seus olhos vigias! ele pde ver, "banhado em luz, como se estivesse aosol do meio-dia", tudo que estava acontecendo nas guas e no fundo do mar.

    Existe um paralelo para esse submarino pr-histrico no Conto de Oannes da Babilnia.

  • Por volta de 350 a.C., um sacerdote babilnio escreveu trs obras. Ele se chamavaBerossus e servia ao Rei Marduk (tambm chamado Bei ou Baal). O primeiro volume doseu livro, a Babylonica, trata da criao do mundo e do firmamento estrelado, o segundovolume, do reino da Babilnia e o terceiro trata de uma histria propriamente dita. Apenasfragmentos dos livros de Berossus esto preservados, mas outros historiadores daantiguidade referem-se a eles, como o romano Sneca e Flvio Jos, contemporneo deJesus. E, no sculo I depois de Cristo, Alexandre Polisto de Mileto escreveu sobre osbabilnios. Desse modo, fragmentos da obra de Berossus sobreviveram aos milnios.

    Esse sacerdote babilnio tambm descreveu um curioso ser, Oannes, que saiu do marda Eritia ao lado da Babilnia. Essa criatura, disse ele, tinha forma de peixe, cabeahumana, ps humanos e uma cauda, e falava como um ser humano. Durante o dia, Oanneshavia conversado com as pessoas, sem comer nada. Alm de transmitir a elas oconhecimento dos sinais escritos e das cincias, ele tambm as ensinou a construircidades e erigir templos, a introduzir leis e medir a terra, e tudo mais de que elasprecisassem saber. Depois dessa poca, ningum mais inventara nada que excedesse osseus ensinamentos. Antes de partir, Oannes dera ao povo um livro que continha suasinstrues.

    Nada mau para um professor vindo das guas. claro que podemos descartar ahistria de Oannes, considerando-a apenas uma fantasia, como todas as histrias incrveis,mas Oannes tambm faz parte das narrativas tradicionais de outros povos da antiguidade.

    Os parsis chamam o professor das guas de "Yma",3b os fencios de "Taut" e existe atum monstro com corpo de cavalo e cabea de drago que emerge das profundezas dooceano na poca do imperador chins Fuk- Ili. Essa criatura deve ter sido mesmo

    estranha, pois seu corpo estava adornado com sinais escritos.37

    O cavalo anfbio da Argonutica tambm se revelou uma criatura falante. Os heris esua embarcao haviam chegado a um lago sem abertura para o mar. A equipe prosseguiuviagem rebocando o Argo sobre a terra provavelmente com a ajuda de rolos de madeira.Finalmente, eles ofereceram aos deuses uma trpode que Jaso supostamente teriarecebido em Delfos, e a criatura anfbia imediatamente reapareceu. Ela aparentemente sechamava Eurpilo, outro filho de Posdon. Eurpilo apareceu primeiro sob a forma de umbelo e cordial jovem, com quem era possvel manter excelentes conversas. Ele desejou boasorte aos Argonautas em suas viagens, mostrou a eles a direo do mar e entrou com atrpode na gua fria. A seguir, ele agarrou a quilha do Argo e empurrou a embarcao emdireo corrente:

  • ...O deus ficou satisfeito com o culto que lhe foi oferecido, saiu dasprofundezas e apareceu com a forma de tini corpo que lhe era natural. Assimcomo um homem conduz um cavalo ao curso mais veloz... ele agarrou aquilha do Argo e o conduziu suavemente at o mar... Mas seus membrosinferiores eram divididos em duas caudas de peixe separadas. Ele bateu nagua com as extremidades pontiagudas, que tinham a fornia de meia-luacomo as pontas de um crescente, e conduziu o Argo at chegarem a maraberto. De repente ento ele desapareceu nas profundezas. Os heris gritaramem unssono quando contemplaram essa maravilha...

    O "grito" dos Argonautas era bastante compreensvel. Quando as foras terrenas noajudam, preciso que as superterrenas o faam. Os amigos de Jaso continuaram anavegar e remar para casa, passando no caminho por muitos pases. Eles quiseramrenovar sua proviso de gua nas elevaes de Creta, mas foram impedidos por Talo, queera dotado de um invulnervel corpo de metal. Ele descrito como um "gigante de

    bronze",38 ou como um ser cujo "corpo era coberto de bronze". 9 Segundo Apolnio, Talosrodeava a ilha trs vezes por ano, mas todos os outros autores da antiguidade mencionam

    "trs vezes por dia".40 Com seu olho mgico, ele avistava todas as embarcaes que seaproximavam de Creta e a seguir as atingia de uma grande distncia, aparentemente compedras, com grande preciso. Ele tambm tinha a capacidade de irradiar calor, atraindo osbarcos na sua direo e depois incendiando-os. Diz-se que Talo foi construdo pelo deusHefesto, que era filho de Zeus. Os romanos o adoravam como o deus do fogo e ochamaram de Vulcano. Para os gregos, Hefesto, era ao mesmo tempo o deus do fogo e oprotetor dos ferreiros.

    Dizia-se que Zeus dera Talo de presente para sua antiga amada Europa, que certa vezvivera com esse pai dos deuses em Creta. O motivo pelo qual eles haviam ido at l estoculto na mitologia. Os gregos pressupunham que Europa era filha do Rei Tiros. Zeus seaproximara dela quando ela era menina e brincava com seus animais e ficara encantadocom ela. Zeus ento se transformou em um jovem e belo touro, e Europa delicadamentemontara em suas costas. O touro deve ter sido outro tipo de mquina anfbia, pois, malEuropa se acomodara no dorso do animal, este mergulhou no mar e nadou at Creta comsua adorvel carga. L, suponho eu, ele se transformou de novo em homem e possuiuEuropa. Mas os deuses so inconstantes 110 amor; os assuntos divinos exigiram que Zeusdeixasse Creta e ele deu Ialo de presente amada para que protegesse a ilha devisitantes indesejveis.

    Embora Talo fosse invulnervel, ele tinha um ponto fraco. Havia em seu tornozelo um

  • tendo coberto de pele bronzeada e, debaixo dele, situava-se um cravo de bronze ou umparafuso de ouro. Se esse ferrolho fosse aberto, um sangue incolor outros autoresdizem que era branco ou supurado

    se derramaria e Talo ficaria incapacitado.

    Jaso e seus Argonautas tentaram se aproximar de Creta, mas Talo avistou o Argo ecomeou a atirar pedras nele. Uma vez mais foi Media, agora esposa de Jaso, quesugeriu que eles remassem para fora do alcance das pedras. Ela afirmou conhecer umamaneira mgica de coloc-lo fora de ao. Apolnio nos diz o seguinte:

    ...Eles teriam de boa vontade se aproximado de Creta, mas Talo, o homem deao, impediu que os nobres que estavam atracados na praia com orvalhoainda no mastro cumprissem seu intento, atirando pedras contra eles. Taloera um espcime da raa de ferro dos seres terrestres... metade deus,metade homem. Jpiter o deu de presente a Europa para que defendesse aterra. Trs vezes por ano rodeava Creta com ps de ferro. Coberto de ferro einvencvel era seu corpo, mas ele tinha uma veia de sangue na sola do p,debaixo do calcanhar, levemente coberta de pele. ali que a morte seemboscava perto da sua vida...

    Os Argonautas rapidamente se afastaram do bombardeio remando em direo ao mar

    alto. Media comeou a recitar frmulas mgicas e a invocar os espritos do abismo, osquais, uma vez invocados, fendem o ar... A seguir, ela lanou um feitio nos olhos de Talode modo que formas imaginrias invadiram seu olhar. Irritado, Talo bateu com o lugarsensvel do tornozelo contra um rochedo e o sangue jorrou da ferida como chumboderretido:

    ...Embora ele fosse feito de ferro, sucumbiu magia... de modo que bateucom o tornozelo contra uma rocha afiada, e uma seiva, semelhante a chumboderretido, jorrou para fora. Ele no mais conseguiu ficar de p e tombou,exatamente como um pinheiro que cai do topo de uma montanha... A seguir,ele conseguiu se levantar e se firmou novamente sobre os dois ps enormes mas no por muito tempo, pois tombou de novo violentamente no cho...

    Talos cambaleou impotente de um lado para o outro, tentando se equilibrar, mas

  • acabou perdendo o equilbrio e mergulhou no mar com um terrvel estrondo.O Argo pde enfim se aproximar da costa de Creta e ancorar em segurana. Mas os

    Argonautas agora ansiavam para voltar para casa e, afinal de contas, tinham um trofu o Velocino de Ouro. Aps uma breve permanncia em Creta, eles partiram de novo emdireo ao mar, mas de repente tudo ao redor deles ficou escuro. Nenhuma estrela eravisvel e eles pareciam estar em uma espcie de mundo subterrneo. O ar era negro comobreu no havia nenhuma centelha de luz ou lampejo de luar. Jaso implorou a Apoio queno os abandonasse naquele momento, to prximos que estavam do seu destino; eleprometeu fazer muitas oferendas ao deus nos templos da sua terra natal. Apoio searremessou do cu e iluminou toda a regio com flechas luminosas. .4 luz delas, osArgonautas avistaram uma pequena ilha, perto da qual ancoraram. Eles erigiram um lugarsagrado em homenagem a Apoio e chamaram a ilhota de Anafe.

    O restante da histria rapidamente narrado:O Argo passou por vrias ilhas gregas e chegou ao porto de Pagasai, onde sua jornada

    tivera incio, sem maiores problemas. Jaso e sua tripulao foram recebidos como heris.Seguem-se ento algumas intrigas de famlia. Correu o boato de que Jaso se interessarapor uma jovem, comportamento este que desagradou Media. Ela envenenou os prpriosfilhos, lanou uma maldio na namorada de Jaso e o infeliz, desesperado, se jogou sobrea prpria espada. Desse modo, nosso heri divino se suicida, o que sem dvida um fiminadequado para a histria.

    E o que aconteceu com o Velocino de Ouro? Debaixo de que castelo ou fortaleza a peledo carneiro voador est enterrada? Quem a usou? Ela voltou a aparecer? Em que museupodemos admir-la? A maior viagem da antiguidade aconteceu por causa do Velocino deOuro e este deve ter tido um valor enorme para seu novo dono. Porm nada mais encontrado na literatura antiga; os vestgios do Velocino de Ouro desaparecem na nvoado tempo.

    Muitos autores e brilhantes historiadores contaram histrias sobre os Argonautas, e oshistoriadores e os exegticos de hoje tentaram compreender a jornada do Argo. Quetrajeto o navio percorreu? Onde ocorreram as aventuras? Em que costas, ilhas emontanhas podemos encontrar os inmeros altares e monumentos comemorativosconstrudos pelos Argonautas? Apolnio freqentemente nos fornece locais geogrficosextremamente precisos em sua Argonutica, com muitas descries adicionais. Minhanfase nos seguintes exemplos mostra como o relato de Apolnio detalhado e como eleleva a srio sua geografia:

    ...Em Pytho, nos campos de Ortigern... eles zarparam com o vento pela popa e

  • passaram pelo promontrio mais afastado, o cabo Tisae... atrs delesdesapareceu a escura terra das Pelasges...Dali eles zarparam para Meliboa, e contemplaram o quebrar das ondasturbulentas na costa rochosa. E com o novo dia eles avistaram Homola que construda ao lado do mar. Eles a deixaram para trs e logo passaram a fozdo rio que saa das guas de Amyrus. Eles avistaram ento as plancies deEurymenas, e as profundas dobras do Olimpo. Tambm Canastra... Napenumbra do anoitecer eles vislumbraram o pico do Monte Atlm, cuja sombracobre a ilha de Lemnos......at que chegaram mais uma vez s costas dos Dolions... onde avistaram asrochas Macriades, e diante de si a terra da Trcia. Tambm a foz etrea doBsforo, o outeiro de Mysen, e na outra direo o Rio Aesaps e Nepeia...... foz bem-vinda do Rio Calichor. Foi aqui que Baco certa vez celebrou suasorgias, quando o heri voltou a Tebas depois de visitar os povos da ndia......A seguir eles chegaram terra da Assria......os primeiros raios do amanhecer acariciaram os picos nevados do Cucaso......Naqueles dias os Deucalides governavam a terra de 1elasges. Mas o Egito, ame da raa mais antiga dos homens, j estava crescendo em notoriedade efama......Eles navegaram para mais longe e a alvorada os encontrou na Terra dosHyllers. Um grande nmero de ilhas se estendia diante deles e perigoso paraos navios passar atravs delas......ris desceu do Olimpo, avanando pelo ar de asas abertas e pousando noMar Egeu......aqui subiu Cila das guas... ali rugia Caribde...

    Esses so apenas alguns exemplos, que demonstram que Apolnio sabia muito bem emque parte do mundo os heris do Argo estavam praticando suas aventuras. No apenasrios, ilhas ou regies especficas so mencionados, como tambm mares ou cadeias demontanhas como o Cucaso. Nodeveria ser muito fcil traar a rota da jornada dos Argonautas?

    claro que isso foi feito com resultados bastante variveis. Os dois professores

    franceses Emile Delage e Francis Vian elaboraram mapas claros,4142 segundo os quaisJaso e sua tripulao viajaram do Cucaso na extremidade oriental do Mar Negro ao longodo Rio Istros (o Danbio) em direo ao Adritico, passando por outros tributrios durante

  • o percurso. No vale do P, havia muitos rios, pequenos e grandes, que os Argonautas dealguma maneira conseguiram usar para navegar ao redor dos Alpes e para chegar ao Renoe ao Rdano. Na regio de Marselha, eles chegaram uma vez mais ao Mediterrneo epassaram atravs dos estreitos de Messina os supostos Cila e Caribde. Finalmente, elesse voltaram para o leste na direo das atuais Ilhas Jnicas, depois para o sul eavanaram diretamente para o Grande Syrtis da Lbia. Dali eles zarparam para casa pelocaminho de Creta. E onde fica o lugar onde o carro celeste de Faetonte caiu sobre a terra?No muito distante da borda ocidental da Sua, no "Marais de Phaton" (Pntano deFaetonte).

    Reinhold e Stephanie Glei43, 44 apresentaram mapas ainda mais exatos. Mas eu tenhoproblemas com eles; de que modo vamos do Rio Istros ou Danbio para o Adritico, e daliatravs do rio Erdano no vale do P at os mares Clticos" da Frana dos dias de hoje?Afinal de contas, o Argo no era um pequeno barco de borracha e sim o maior navio dasua poca, com uma tripulao de cinqenta pessoas. No se pode negar que pode terhavido vias navegveis naqueles tempos que hoje j no existem o que uma vez maistraz baila a questo da data da Argonutica original. Em que eras geolgicas havia viasnavegveis onde hoje s existe terra firme?

    Um cnsul-geral da Frana, Monsieur R. Roux, compara as viagens de Ulisses,

    descritas detalhadamente pelo poeta grego Homero, com a Argonutica.45

    No devemos jamais nos esquecer da grande preciso e diferenciao deEstrabo: a Odissia acontece no oceano ocidental, a Argsia no oriental.

    Christine Pellech tem uma perspectiva bastante diferente.46 Seu estudo bastantecompleto tambm compara as viagens de Ulisses com a Argonutica, chegando concluso de que "a Odissia coincide em parte com a jornada dos Argonautas". Ela afirmaque Ulisses efetivamente navegou ao redor do mundo milnios antes de Colombo eapresenta o ponto de vista de que os egpcios haviam recorrido a fontes fencias, e que foiessa "mistura fencia-egpcia que fora tomada em sua totalidade pelos gregos". Tanto ocontedo da Argonutica quanto o da Odissia derivam do Egito, de acordo com Pellech, eela baseia essa afirmao no fato de que Apolnio de Rodes foi criado na Alexandria,visitou a biblioteca local e s deixou o Egito depois de se desentender com seu professor.

    Os argumentos de Christine Pellech do a impresso de serem oriundos de umapesquisa bem documentada e ela tambm consegue fazer corresponder muitos pontos dajornada com lugares concretos no planeta. No entanto, muitas perguntas ainda

  • permanecem.Se o que ela diz verdade, ento a maioria das indicaes geogrficas fornecidas por

    Apolnio devem estar erradas, e muitos estudiosos tero perdido seu tempo. Qual poderiaser a explicao? Vamos supor que Apolnio realmente trouxe a essncia da histria dosArgonautas do Egito para a Grcia. Ento, para criar para si mesmo uma imagem maiscompleta, ele pode muito bem t-la adornado com detalhes geogrficos da sua prpriaexperincia. Para fazer isso, no entanto, ele teria de ter possudo um extensoconhecimento da vasta regio do mundo grego daqueles dias, bem como de muitos rios,costas e montanhas alm da Grcia. Mas, mesmo assim, ainda existem dificuldades;

    como, por exemplo, podemos explicar passagens de Apolnio como a seguinte:47

    .... noite eles desembarcaram na ilha Atlantides. Orfeu implorou a eles i/tieno rejeitassem as solenidades da ilha, nem os segredos, as leis, oscostumes, os ritos e servios religiosos. Se eles os observassem, teriamgarantido o amor do cu na continuao da sua viagem sobre o perigosooceano. Mas falar mais sobre essas coisas eu no ouso...

    No devemos nos esquecer de que Atlntida era a ilha do deus Posdon, que se dizia

    que dois dos seus filhos viajaram no Argo e que os veculos anfbios que haviam subido superfcie do mar haviam sido obra de Posdon. Mas como Apolnio tem conhecimento daAtlntida se a isso que a palavra "Atlantides" est se referindo? Ele escreve pelomenos a respeito de solenidades que no devem ser rejeitadas, mas tambm de segredos,leis e costumes. E embora em todos os outros lugares ele fornea cada detalhegeogrfico, ele agora se abstm de dar qualquer outra informao sobre essas coisas.Existe algo aqui que no se encaixa no contexto geral, e voltarei mais tarde histria daAtlntida.

    A histria do Argo realmente aconteceu um dia? Uma vez que no existem fontesmais antigas a que possamos recorrer do que as aqui citadas, provavelmente nuncasaberemos. Mas tenho seguido o rasto dos deuses nos ltimos quarenta anos, convencidode que muitos elementos da Argonutica no podem simplesmente ter sido inventados. Afantasia algo excelente e at mesmo milnios atrs as pessoas apreciavam os caprichosda sua imaginao. Mas a fantasia sempre se baseia em alguma coisa; ela tem seu pontode partida em eventos que realmente aconteceram, em circunstncias que no podem sercompreendidas, em enigmas que nossa razo no consegue claramente classificar.Tentamos hoje em dia arduamente atribuir uma tendncia psicolgica "imaginao" dos

  • povos de antigamente, empregando a concepo antiga e desgastada dos fenmenosnaturais como o relmpago e o trovo, as estrelas, o silncio e o infinito, as erupesvulcnicas e os terremotos. Mas como o demonstra a histria da exegese ou doscomentrios, cada estudioso s pensa levando em conta a prpria experincia,

    condicionado pela poca em que vive. Nosso chamado zeitgeist{*} torna nossa perspectivamais estreita e determina o que "razovel" ou "cientfico". Minha eficiente secretriaretirou da biblioteca da universidade de Berna 92 livros sobre o tema Argonutica parameus estudos. Como de costume, quase nos afogamos nos quilmetros de comentriosescritos por dinmicos acadmicos em diferentes perodos mas ningum realmentesabe a verdade. E cada um deles apresenta um argumento diferente.

    Eu ainda me atenho minha convico bsica, a qual desenvolvi em 24 livros a partirde 1968. Tudo que tento fazer relacionar novos argumentos teoria original, e duranteesse processo as lacunas no mosaico vo ficando cada vez menores e a imagem global setorna progressivamente mais convincente. No entanto, admito que minha teoria possuiseus defeitos e que parte do que apresento poderia ser explicado de um modo diferente.Vias, ao final do dia, qual a verdade? As anlises realizadas pelos comentadores nosltimos cem anos so corretas? Suas concluses so convincentes? Eles fornecem como a comunidade cientfica simplesmente supe um corpo de conhecimentocomprovado? Ou o que eles consideram cientificamente correto apenas umainterpretao ditada por perspectivas contemporneas?

    claro que, neste caso, torno-me diretamente vulnervel a um ataque direto. Queoutra coisa, diro as pessoas, o que est Erich von Dniken fazendo seno interpretar ascoisas a partir da sua perspectiva contempornea? Isso verdade. Mas j no deveramoster aprendido que somos apenas um gro de poeira que vive nas profundezas do universo?Que o mundo e o cosmo so muito mais fantsticos do que aprendemos na escola? J noest na hora, tendo em vista a abundncia de elementos disponveis, de admitirmos quealgo no est certo na nossa viso do incio da histria da humanidade? E que as opiniesque recebemos esto erradas porque varrem para baixo do tapete milhares de indicaes ereferncias, recusando-se at mesmo a aceit-las como possibilidades? Eu tenho umavantagem sobre os comentadores. Conheo osargumentos deles, mas eles no conhecem(no esto interessados em conhecer) os meus.

    Os novos leitores precisam tomar conhecimento das minhas antigas teorias, de modoque apresentarei um breve resumo delas. Certa ocasio, milnios atrs, uma populaoaliengena desembarcou na terra. Nossos antepassados no tinham a menor idia do queestava acontecendo; eles nada sabiam sobre tecnologia, muito menos sobre viagens

  • espaciais. Sua mente simples deve ter achado que os aliengenas eram "deuses" emborans saibamos que no existem deuses. Os aliengenas estudaram primeiro pequenosgrupos e tribos de seres humanos, exatamente como os etnlogos fazem hoje em dia.Aqui e ali eles deram conselhos para a criao de uma civilizao organizada. No havianenhum problema de comunicao entre as pessoas e os "deuses", no apenas porque anossa civilizao sempre conseguiu assimilar com facilidade idiomas totalmenteestranhos, mas tambm porque o primeiro Homo sapiens sapiens provavelmente aprendeusua lngua com os "deuses."

    Um dia, finalmente, uma ciso e at mesmo uma revolta ocorreu entre os aliengenas.Eles violaram as leis do seu mundo de origem e as determinaes dos seus superiores docomando espacial, e tiveram relaes sexuais com as belas filhas dos homens. Essasunies deram origem a mutantes: monstros enormes, os Tits da antiguidade. Outro grupode extraterrestres dedicou-se engenharia gentica, criando os mais variados tipos demutantes. O resultado deve ter sido um verdadeiro cenrio de Frankenstein. A nave meento partiu com os "bons" aliengenas, regressando s profundezas do cosmo mas nosem primeiro prometer voltar em algum ponto do futuro.

    Os "deuses" que ficaram para trs na Terra brigaram entre si. Eles ainda possuamfragmentos da sua tecnologia original e, sem dvida, conservavam seus conhecimentos.Eles sabiam, por exemplo, como trabalhar o ferro, fazer ligas e criar armas e robsterrveis. Mas eles tambm sabiam como fazer voar um balo de ar quente ou carregaruma bateria solar. Esses "deuses" geraram filhos e, naturalmente, ensinaram parte do seuconhecimento tecnolgico aos seus descendentes.

    Estes ltimos se espalharam pela terra, habitando diferentes regies que eramgovernadas, em cada caso, por um nico governante ou por uma dinastia familiar. Elesseviciaram seus sditos, os seres humanos, utilizando-os como burros de carga,produtores de alimentos e serviais idiotas. Mas tambm ensinaram muitas coisas aossditos, nomeando os melhores como administradores, os chamados reis.

    Os "deuses" basicamente vigiavam seus sditos com cimes; "No tereis outrosdeuses antes de mim" era uma das suas leis. E, na hora das batalhas e golpes, os"deuses" freqentemente apoiavam seus sditos com armas terrveis. Os filhos dosdeuses e seus descendentes de terceira e quarta geraes com freqncia brigavam entresi.

    Essa , portanto, a minha teoria, que se baseia em um to grande nmero de fontes

    de informaes que somente as remisses recprocas se transformaram em um livro,48 e

    todos os meus livros juntos se transformaram no apenas em uma enciclopdia,49 como

  • tambm em um CD-ROM.50, 51 Isso tudo sem mencionar as centenas de livros queoutros autores publicaram sobre o mesmo tema em todo o planeta. , portanto, bastantenatural que eu esteja familiarizado com todos os contra-argumentos possveis eimaginveis, e que h muito tempo j tenha lidado com eles de uma maneira que me foisatisfatria.Qual a possvel relao entre a Argonutica e os extraterrestres? Quais os elementoscomponentes que dificilmente podem ter apenas surgido da imaginao de um grupo depessoas que viveram h milnios de anos? E eu quero ser bem claro a respeito desteponto: no estamos falando da imaginao de um Apolnio, ou de qualquer outro poetagrego, que tenha escrito seus relatos h 2.500 anos. A essncia da histria da Argonuticatem origem em uma poca da qual no temos registros histricos simplesmente porqueas bibliotecas realmente antigas foram destrudas. A no ser, claro, que algumainesperada cmara de tesouro esteja para ser aberta no Egito.

    O que ento nos chama a ateno na Argonutica?

    1. Muitos viajantes so descendentes dos deuses, da terceira e quartageraes. Eles possuem caractersticas sobrehumanas.

    2. "Seres mistos" so descritos, como os centauros, gigantes com seis braosou os "ces alados" de Zeus.

    3. Uma deusa torna o Argo insubmergvel.4. A mesma deusa coloca no navio um "vau falante". Esse pedao de madeira

    que fala deve ter um canal direto de comunicao com algum, porqueavisa os tripulantes de perigos iminentes.

    5. Um ser chamado Glauco surge na superfcie da gua como um submarino,trazendo uma mensagem dos deuses.

    6. Paredes de rochedo se abrem como na histria de Ali Bab e os quarentaladres ("Abre-te, Ssamo").

    7. O Rei Fineu sabe tudo a respeito dos perigos que os argonautasencontraro em sua rota. Como ele sabe disso?

    8. A torre de Aietes perto da cidade de Aia.9. Um deus (Apoio) voa ruidosamente sobre o navio. Ele est a caminho da

    terra dos "Hiperbreos" e visita "pessoas de outra raa.10. Pssaros lanam flechas mortferas, mas ficam irritados com barulho.11. Uma deusa usa uma "nvoa" para tornar os homens invisveis.12. Um certo ungento confere s pessoas poderes sobre-hu- manos e cria um

    escudo resistente ao calor.13. Um drago que nunca dorme e tudo observa, destitudo de necessidades

    fsicas, capaz de cuspir fogo e nunca morre.14. Touros com pernas de metal que cospem fogo.15. Um veculo dos deuses que precisa ser conduzido por uma pessoa com

  • grande experincia e controle. Ao cair, ele in- cendeia grandes extenses deterra e o "piloto" precisa sair por causa do calor insuportvel no interior doveculo.

    16. Vrios seres anfbios falantes.17. Um deus que ilumina a noite por meio de "flechas luminosas".

    18. Um rob metlico que d a volta em uma ilha. Seus olhos avistam os navios que seaproximam e ele lana projteis, pe fogo nos agressores e seu sangue parece chumboderretido.19. Uma mulher da raa dos deuses que consegue confundir esse rob com "imagensde sonho".

    Mesmo que suponhamos que tudo no passa de uma histria extravagante engendradana cabea de um sonhador e mais tarde expandida e aumentada por poetas das erassubseqentes, isso significa que todas as perguntas estranhas devam ser silenciadas? Noexiste ento nenhum mistrio a ser resolvido?

    At mesmo uma histria extravagante encerra um contedo. Seif inventor original teriade ter tido pelo menos uma histria parcialmente plausvel, porque as coisas precisamapresentar uma certa coeso e bom senso. A estrutura bsica da histria simples: umaou vrias pessoas partem em busca de um objeto nico e extremamente valioso. Esseobjeto guardado por um monstro incompreensvel e tudo isso tem uma certa relaocom os deuses.

    irrelevante se o poeta tambm insere uma histria de amor em algum lugar, quetem um final feliz. Mas qual a origem do monstro de metal, que ataca navios, derrubacoisas com seus projteis, irradia calor e tem o sangue feito de chumbo? E de onde essespoetas tiraram a idia do drago que cospe fogo? Esse tipo de criatura nunca existiu naevoluo do planeta. Ningum poderia simplesmente t-la inventado. No existem,portanto, nem explicaes "arquetpicas", nem memrias" antigas e nebulosas em aoneste caso. E por que essa raa de drages aparece repetidamente nas histrias dos povosda antiguidade? Os mais antigos contos chineses falam dos reis drages que desceramdos cus para a Terra no incio dos tempos. Eles no so produto da fantasia ou dehistrias absurdas, pois os reis drages fundaram a primeira dinastia chinesa. Nenhumaarma humana era capaz de lhes ferir, e eles dominavam os cus com seus drages quecuspiam fogo. As mquinas voadoras dos reis drages faziam um barulho terrvel e o

    fundador da primeira dinastia tinha o nome de "Filho do Drago Vermelho".52

    Nada disso mitologia porque, afinal de contas, o tema do drago que cuspia fogoinfluenciou toda a arte chinesa durante milhares de anos, at a nossa poca. E quem quer

  • que argumente que essas coisas no podem ter sido verdadeiras e que o drago precisaser compreendido a partir de uma perspectiva psicolgica talvez deva fazer uma viagem aBeijing e dar uma olhada na Praa Vermelha. O que pode ser visto ao longo de um doslados da praa? O templo do imperador celestial!

    No lhe ocorre, pouco a pouco, que existe algo estranho nisso tudo? Que os relatos daantiguidade no so apenas lendas, mitos ou histrias imaginrias, e sim uma antigarealidade? Essa longnqua realidade, contudo, tambm pode ser demonstrada de outramaneira: seguindo a trilha do tempo.

    NOTAS

    1. Hunger, Herbert, Lexikon der griechischen mui rmischen Mythologie, Viena (nenhumadata foi fornecida).

    2. Graves, Robert, The Greek Myths, Penguin, 1993.3. Schwab, Gustav, Sagendes klassischen Altertums, Viena e Heildelberg, 1972.4. Radermacher, Ludwig, Mythos mul Sage bei den Griechen, Munique e Viena, 1938.5. Frankel, Hermnn, Noten zu den Argonautica des Apollonias, Munique, 1963.6. Drger, Paul, Argo Pasimelousa. Der Argonautenmythos in der griechischen und

    rmischen Literatur, Stuttgart, 1993.7. Rsten, Jeffrey S., Dionysius Scytobrachion, Opladen, 1982.8. Ver nota 2.9. Wissowa, Georg, Paulys Real-Encyclopdie der klassischen Altertumswissenschaft,

    Stuttgart, 1895.10. Ver nota 1.11. Mooney, George W., The Argonautica ofApollonius Rhodius, Dublin, 1912.12. Delage, Emile e Vian, Francis, Apollomus de Rhodes: Argonautiques, V'ol. 111, Canto IV,

    Paris, 1981.13. Schefold. Karl e Jung, Franz, Die Sagen von den Argonauten, von Theben und Troja in

    der klassischen und hellenistischen Kunst, Stuttgart, 1996.14. Die Argonauten des Apollononius, Zurique, 1779.15. Isso se refere ao nome de uma cidade EvD.16. Roscher, W.H., Ausfhrliches Lexikon der Griechischen und Rmischen Mythologie,

    Leipzig, 1890.17. Ibid.18. Cancik, Hubert e Schneider, Helmut, Der neue Pauly, Enzyklopdie der Antike, Weimar

    (nenhuma data foi fornecida).19. Tripp, Edward (trad.). Rechnns Lexikon der antiken Mythologie, Stuttgart, 1974.

  • 20. Der grosse Bruckhaus, Wiesbaden, 1953.21. Genesis, 6:4.22. Riessler, P, Altjdisches Schrifttum ausserhalb der Bibel. Das Henochbuch, Ausgsburg,

    1928.23. Kautsch, E, Die Apokryphen und Pseudepigraplien des alten Testaments. Huch Baruch,

    Tbingen, 1900.24. Bezold, Carl, Kebra Ntgest. Die Herrlichkeit der Knige, Munique, 1905.25. Berdyczewski, M. J. (Bin Gorion), Die Sagen der luden von der Urzeit, Frankfurt/M, 1913.26. Freuchen, P, Book ofthe Eskimos, Greenwich, Connecticut, 1961.27. Dniken, Erich von, Beweise, Dsseldorf, 1974.28. Weidenreich, F., Apes, Giants und Men, Chicago, 1946.29. Saurat, Denis, Atlantis und die Herrschaft der Riesen, Stuttgart, 1955.30. Burckhardt, Georg, Gilgamesch, eine Erzhlung aus der alten Welt, Wiesbaden, 1958.31. Ibid.32. Ver nota 14.33. Ver nota 14.34. Ovdio, Metamorphosis, Oxford University Press, 1998.35. Hin Gorion, Micha Josef, Die Sagen der luden, Vol. 3, "Juda und Israel, Frankfurt/M,

    1927.36. Spiegel, Friedrich, Avesta, die heiligen Schriften der Parsen, Leipzig, 1852.37. Aram, Kurt, Magie uiul Zauberei in der alten Welt, Berlim, 1927.38. Ver nota 19.39. Ver nota 3.40. Seaton, R. C., Apollonius Rhoditis the Argonautica. Cambridge, Mass, 1967.41. Ver nota 12.42. Delage, Emile e Vian, Francis, Apollonius de Rhodes: Argonautiques, Vol. Canto III,

    Paris, 1980.43. Glei, Reinhold e Natzel-Glei, Stephanie, Apollonius von Rhodes. Das Argonautenepos, Vol.

    I, Darmstadt, 1996.44. Ibid. Vol. II, Livros 3 e 4.45. Roux, R. Le Probleme des argonautes. Recherches sur les aspectes religieuses de la

    legende, Paris, 1949.46. Pellech, Christine, Die Argonauten. Eine Welt-Kulturgeschichte des Altertums,

    Frankfurt/M, 1992.47. Ver nota 14.

  • 48. Dendl, Jorg, Das Dniken-Register, Berlim, 1994.49. Dopatka, Ulrich, Lexicon der ausserirdischen Phnomene, Bindlach, 1992.50. Ibid.51. Dopatkas, Ulrich, Kontakt mit dem Universum (CD-ROM).52. Krassa, Peter, Als die gelben Gtter kamen, Munique, 1973.

  • EM NOME DE ZEUS

    Os Dez Mandamentos so extremamenteclaros e definidos porque no foram

    decididos em uma assemblia.KONRAD ADENAUER, 1876-1967

    A regio que hoje chamamos Olmpia j era habitada no terceiro milnio a.C. Oprimeiro local sagrado naquela parte da Peloponsia ocidental foi dedicado deusa Ge.Muito mais tarde, Olmpia se transformou na cidade-templo de Zeus. No ano de 776 a.C.,ocorreram as primeiras competies em Olmpia, e temos um registro escrito com onome do vencedor "Coroibos de Elis. As competies atlticas ocorriam a cada quatroanos durante um perodo de 1.168 anos, de 776 a.C. a 393 d.C. Regras rgidas foramestabelecidas, tanto para os competidores quanto para a audincia. Os atletas deveriamtreinar pelo menos durante dez meses; eles tambm deveriam ser gregos livres que notivessem cometido assassinato nem se comportado de uma maneira indecente em umlocal sagrado. Trinta dias antes do incio dos jogos, os atletas se reuniam no campo detreinamento em Elis, a 57 quilmetros de Olmpia, onde ficavam morando juntos emhabitaes simples e recebendo a mesma comida.

    Os Jogos Olmpicos eram apenas para os homens; as mulheres e os escravos notinham permisso nem mesmo para assistir, havendo at mesmo uma lei que dizia quequalquer mulher que fosse surpreendida assistindo aos jogos seria atirada do MonteTypaion. Por que essa implicncia com as mulheres? Todos os participantes tinham decompetir nus e, mais tarde, os organizadores os obrigaram tambm a treinar sem roupa.Por que tudo isso?

    Tanto os juizes das competies quanto o pblico tinham de ter certeza absoluta deque os atletas participantes eram seres humanos normais, que no haveria trapaa e quetodos teriam a mesma oportunidade. A palavra "atleta" na verdade deriva da palavra gregaathlos e significa prmio ou honra. E qual a relao de tudo isso com a histria daArgonutica? Fique um pouco mais comigo.

    At o 13 Jogo Olmpico em 728 a.C., uma nica competio ocorria: a corrida develocidade em um percurso de um estdio, uma distncia de mais ou menos 200 metros.Foi somente em 720 a.C. que uma corrida mais longa foi acrescentada, em um percursode dois estdios, cerca de 400 metros. O primeiro vencedor olmpico dessa corrida foiAcanto de Esparta. A partir de ento, novos esportes foram includos em cada um dosJogos Olmpicos. A histria dos jogos foi minuciosamente pesquisada por vrioshistoriadores. Herdoto, o "pai dos historiadores" (490-426 a.C.), lia pessoalmente trechos

  • das suas obras em voz alta no Olmpia, e foi assim que ele se tornou conhecido dos seuscompatriotas. O historiador grego Diodoro (cerca de 100 a.C.), autor de quarenta volumesde livros de histria, visitou os 180 Jogos Olmpicos. fcil para mim utilizar a histria dos Jogos Olmpicos para demonstrar que monstros,Tits, "seres mistos" ou outros seres estranhos no participavam deles. Os competidoresficavam nus e nenhum ser hbrido ou hermafrodita jamais teria tido permisso paraassistir aos jogos. Nenhum rob la Talos tinha sido programado para proteger osinmeros templos olmpicos que continham ouro e prata. Nenhum drago que cuspia fogoguardava com olhos incansveis as valiosas oferendas feitas aos deuses e nenhumadescendncia "divina" corrompia os jogos. Pelo menos podemos ter certeza disso a partirde 776 a.C. Competies eram realizadas em Olmpia antes disso, mas no esto includasem nenhum registro histrico.

    A mais antiga referncia conhecida Argonutica encon- tra-se no quarto poema dePndaro, que escreveu a histria por volta de 500 a.C. Certamente no havia gigantes, Titsou outros descendentes dos deuses solta naqueles dias, caso contrrio teriam sidomencionados nos registros histricos de Olmpia. Eles tambm no existiam um quarto demilnio antes disso, nos primeiros Jogos Olmpicos. No obstante, a histria faz refernciaa deuses, robs, ao Velocino de Ouro e a um drago que nunca dorme. Por conseguinte, asprimeiras pessoas que contaram a histria da Argonutica inventaram seus monstros ouos extraram de fontes bem mais antigas. No vejo nenhuma outra alternativa.

    A inveno fantstica de um "vau falante" ou de um "homem de metal" no se encaixafacilmente na poca de Pndaro e nem mesmo na de Apolnio. O mesmo podemos dizer dodrago que nunca dorme e que no tem necessidades fsicas, cospe fogo e imortal. Seessas figuras tivessem sido inventadas nas histrias fantsticas da poca, ns teramosconhecimento desse fato. Afinal de contas, na Grcia antiga, havia uma enorme quantidadede poetas e sonhadores. Um grande nmero das suas histrias resistiu aos milnios, masnenhum deles menospreza as mentiras inventadas pelos outros. Assim sendo, certamenteessas histrias precisam ser mais antigas do que os primeiros Jogos Olmpicos.

    Quanto mais nos aprofundamos no nevoeiro da histria humana, mais improvveis setornam as invenes tecnolgicas, como as mencionadas na Argonutica. Nosso modeloevolucionrio nos levaria a concluii que quanto mais recussemos no tempo, mais simplesseria o pensamento humano. Ou ser que existe algum que seriamente deseje propor aidia de que os contadores de histrias pegaram suas tabuinhas de argila no instante emque a primeira escrita foi inventada?

    Acompanhe-me em uma viagem mental, que nos far recuar 4.000 anos. Estamos nacidade de Assur, que existiu cerca de 2.000 a.C. O desenvolvimento da escrita encontrava-

  • se a todo vapor e as pessoas j tentavam riscar em tabuinhas de argila algumas leisdecretadas pelo nosso hbil governante. Este exige de cada um dos seus subordinados queimplemente de imediato as leis, em vez de julgar as coisas de acordo com o capricho domomento. A elaborao dessas "tabuinhas da lei" muito difcil. Primeiro, a misturacorreta de argila precisa ser comprimida em armaes de madeira, e depois amassada ealisada. A seguir, o escriba traa linhas finas na argila com uma pedra afiada. Todo oprocesso j foi testado durante semanas, com a argila mole sendo gravada repetidamentecom os sinais em forma de cunha. s vezes, a ferramenta de pedra risca muitoprofundamente e a impresso fica muito larga na parte superior; outras vezes, umapresso excessiva aplicada. Ou ento a mo do escriba treme. Com freqncia, a argilamole cede no lugar errado, ocultando um trao importante que transforma uma palavra emseu oposto como "injusto" em "justo". Finalmente, as armaes de madeira socolocadas ao sol para secar. Aps algumas horas, podemos ver que a escrita j no parececorreta porque o calor empena a armao. Alm disso, muitas tabuinhas se quebramquando so removidas da armao.

    Voc pode ver, portanto, que em 2.000 a.C. escrever era ao mesmo tempo umprocesso exaustivo e uma sria responsabilidade. Poucos dominavam essa nova arte.Imagine ento que aparece um sonhador que s tem uma coisa em mente: ele exige 5.000tabuinhas para poder gravar nelas uma histria inventada, um sonho, digamos ou, comoela seria chamada um milnio mais tarde, um conto de fadas! Os sacerdotes, a tribo, ogovernante s permitiro tal coisa se a considerarem extremamente importante. E quetipo de histria poderia ser importante a ponto de exigir que algum passasse anosgravando-a na argila?

  • Apenas uma, sem dvida, que descreva uma srie de eventos antigos, poderosos e,

    claro, verdadeiros, que precisam ser conservados para a posteridade. As mentiras e asinvenes no so gravadas na argila e os sonhos definitivamente tambm no.

    E foi isso que aconteceu. Depois que a humanidade finalmente inventou a escrita, oumelhor, a aprendeu com os deuses, os textos registrados eram acordos comerciais e,mais tarde, decretos reais ou relatrios sobre guerras e batalhas. Os poucos especialistasque sabiam escrever, escolhidos a dedo, no usavam esse conhecimento para registrartolices. As tabuinhas de argila no existiam para imortalizar as fantasias de qualquersonhador. As nicas coisas escritas eram aquelas realmente importantes inclusive ashistrias a respeito dos deuses, das suas armas sobre-humanas e poder sobrenatural.Essas histrias j existiam e no foram inventadas de repente. No havia lugar para umaliteratura trivial ou escapista nos textos sagrados. Tanto os governantes quanto ossacerdotes se teriam recusado categoricamente a dar sua aprovao.

    Por que ento as descries de uma misteriosa tecnologia dos deuses so encontradasentre os mais antigos registros escritos? O que tornou essas coisas to importantes aponto de serem escritas? A Epopia de Gilgamesh foi escrita milhares de anos antes deCristo, bem como as histrias dos primeiros imperadores chineses e seus dragescelestes. E, na verso mais antiga da histria de Gilgamesh, escrita em tabuinhas de argilah 5.000 ou 6.000 anos, encontramos o rob Chumbaba, a "torre dos deuses", a "porta quefala como uma pessoa" e os projteis dos deuses, rpidos como o relmpago. claro quetambm ouvimos falar em uma jornada espacial, pois Gilgamesh levado da terra edescreve o que v de uma grande altitude.

    Acho melhor parar por aqui; j explorei essas histrias em outros livros, que podem

    ser examinados por aqueles que desejem se aprofundar no assunto.1, 2

    H cento e noventa anos, o historiador Professor Dr. Ernst Curtius escreveu o seguinte: 3

    "A histria no conhece a infncia de nenhuma raa." Isso verdade, pois cada povo scomea a fazer um registro histrico depois de formar uma comunidade a respeito da qualalgo pode ser escrito. Herdoto certamente no foi o primeiro historiador do planeta; ahistria foi escrita sculos e milnios antes dele. Herdoto foi uma pessoa erudita. Elepesquisou meticulosamente as bibliotecas da sua poca, pois sua curiosidade e interesseeram sempre crescentes, e ele queria descobrir a verdade a respeito dos deuses gregos.

    Por sua cuidadosa pesquisa, ele descobriu as origens dos deuses gregos no Egito.Descobriu que os egpcios foram o primeiro povo a manter registros precisos a respeitodos seus deuses e reis, e que eles tinham conhecimento de festivais muito antigos que

  • "apenas recentemente comearam a ser celebrados na Grcia.4

    Herdoto descobre no antigo Egito seus deuses gregos, junto com todos os ritos quelhes so dedicados, e no se sente nem um pouco culpado por ter-se aberto com relao aisso, embora seus devotos compatriotas facilmente pudessem ficar ofendidos. Herdotodeclara com bastante naturalidade que sis nada mais do que o nome egpcio paraDemter. A deusa Atena e os deuses Hlio, Ares e muitos outros tm sua origem no Egito.No segundo livro das Histrias, a partir do captulo 60, Herdoto descreve diversosfestivais em homenagem a esses deuses e como eram celebrados no Egito. Ele sempremantm uma perspectiva crtica, fazendo uma distino entre suas experincias pessoaise as coisas que lhe foram contadas por terceiros. Ele tambm registra meticulosamenteas coisas sobre as quais no quer escrever, seja por serem sexualmente ofensivas, sejapor no acreditar no que lhe foi contado. Herdoto at mesmo explora a questo sobre omotivo pelo qual esses seres sobre-humanos so chamados de "deuses". A resposta a queele chega no d margem a dvidas: porque eles foram os primeiros mestres dahumanidade e tambm porque "determinavam todas as coisas e dividiam tudo entre si".

    Herdoto tambm extrai contagens de anos das suas fontes egpcias capazes de noscausar uma grande surpresa. No captulo 43 do seu segundo livro, ele escreve que Hraclesera conhecido pelos egpcios como um deus muito antigo. Ele diz que 17.000 anos sepassaram entre a poca de Hracles e o reino de Amasis. A seguir, ele fornece doisnmeros que perturbam a cabea dos nossos especialistas. Para o Herdoto itinerante etudo isso, claro, aconteceu por volta de 450 a.C. os sacerdotes de Tebasmencionaram o nome de 341 geraes de governantes que eles haviam cuidadosamenteregistrado. De acordo com Herdoto, essas 341 geraes correspondem a 11.340 anos, e apartir de ento "no houve mais deuses com forma humana" no Egito. Herdoto no estavameramente batendo papo com simples pedreiros ou comerciantes fofoqueiros. As pessoascom quem ele falou eram sacerdotes instrudos e quando, impressionado, ele perguntou aeles se suas afirmaes eram verda