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Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul

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Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência

aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul

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EXPEDIENTE

Governador do Estado do Rio Grande do SulTarso Fernando Herz Genro

Vice-GovernadorJorge Alberto Duarte Grill

Secretária da Justiça e dos Direitos HumanosJuçara Maria Dutra Vieira

Diretor-Presidente da FADERSRoque Noli Bakof

Diretor Administrativo da FADERSRogério Fernandes Rohde

Diretora Técnica da FADERSClarissa Alliati Beleza

Coordenadora Pesquisa da FADERSClarissa Meira Ferreira de Castro

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Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência

aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul

Organização

Clarissa Meira F. de Castro Idília Fernandes

Rosane Arostegui de Azevedo

Porto Alegre, 2014

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

C745 Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais

do Estado do Rio Grande do Sul / Organizadores: Clarissa Meira F. de Castro, Idília Fernandes e Rosane Arostegui de Azevedo – Porto Alegre : Evangraf, 2014. 272p.

ISBN 978-85-7727-621-9

1. Acessibilidade das Pessoas com Deficiência. 2. Direitos Humanos. 3. Políticas Públicas. 4. Perspectiva na Política de Educação, Saúde, Assistência Social, Trabalho, Cultura, Controle Social, Conselhos de Direito e Acessibilidade. I. Castro, Clarissa Meira F. de.

CDU 348.6

CDD 348.69

(Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB 10/1507)

© FADERS - Todos os Direitos Reservados - 2014

Produção Gráfica e Impressão:

Evangraf - (51) 3336.2466

É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio e para qualquer fim, sem a autorização prévia, dos organizadores. Obra protegida pela Lei dos Direitos Autorais.

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Ainda há muito a ser feito para que o direito das pessoas com deficiência seja uma realidade em nossa sociedade, bem como para que as oportunidades e acesso a bens e serviços

sejam de fato para todos. É isto que nos mostra o conteúdo ex-presso nesta obra “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiên-cia aos Bens Sociais do Estado do RS”.

A FADERS tem como compromisso oferecer caminhos, meios para que a sociedade respeite as especificidades das pessoas com deficiência e se adequem às diferenças das pessoas. Temos o direi-to de sermos felizes. Essa é a busca de todos. E, para tal, é preciso ter acesso às Políticas Públicas, à saúde, à educação, à assistência social, ao trabalho, à cultura.

O diagnóstico da realidade nos diferentes municípios do Esta-do do Rio Grande do Sul é um importante marco e provoca-nos a reagir. Quando equalizamos oportunidades, a sociedade, como um todo, ganharemos um mundo melhor, mais justo e mais solidário.

Boa leitura, e bem-vindo à busca por um novo olhar civiliza-tório.

Roque Noli BakofPresidente da FADERS

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É com imenso prazer que apresento este livro; o resultado de um longo trabalho em equipe. Equipe composta de vários atores de espaços institucionais distintos FADERS, PUCRS, UL-

BRA, FAMURS, FEE e COEPEDE, todos buscando conhecer as “Con-dições de acesso das pessoas com deficiência aos bens sociais do Estado do Rio Grande do Sul ”. Onde estão as pessoas com defici-ência? Que políticas estão contemplando as demandas dos gaúchos e gaúchas com deficiência?

A FADERS, ao longo de praticamente quatro décadas, passou por reformulações que se confundem com a própria história do movimento das pessoas com deficiência no RS, passando de uma perspectiva assistencialista à perspectiva dos direitos humanos. E foi nessas andanças, que passou a refletir acerca das diferenças/deficiências através do instrumental da pesquisa, consolidando es-paço de construção coletiva do saber técnico da FADERS, articu-lando parcerias com universidades e demais instituições públicas ou privadas com vistas a subsidiar as políticas públicas.

Nas próximas páginas, vocês irão encontrar o retrato do Estado do Rio Grande do Sul no que tange ao acesso às diversas políticas setoriais saúde, educação, assistência social, trabalho, cultura; mas, também vão captar a lente dos fotógrafos que, à luz de do-cumentos norteadores, flagram o atual descompasso entre deman-das e políticas.

Clarissa Alliati BelezaDiretora Técnica da FADERS

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Este livro é resultado de uma pesquisa realizada nos 496 mu-nicípios do RS sobre Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul,

com vistas à socialização dos resultados e à divulgação da realida-de encontrada nessa área dos direitos humanos.

Sob a luz do Tratado Internacional dos Direitos Econômicos So-ciais e Culturais (DESC), dos Objetivos do milênio, da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, do Terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos, da Constituição da República Federativa do Brasil e das decisões advindas das confe-rências nacionais sobre os temas aqui abordados; os artigos que compõem este livro foram escritos e encontram-se organizados em nove capítulos. Vale ressaltar as diferentes perspectivas políticas de análise a que foram submetidos os resultados desta pesquisa, (educação, saúde, assistência social, trabalho, cultura, acessibili-dade universal, controle social e conselhos de direitos), conforme exposto entre o terceiro e nono capítulos, enaltecendo, desta for-ma, o caráter transversal desta obra.

Convido-os, então, para uma leitura instigante, que valoriza a importância do controle social e da atuação dos conselhos de direitos, seja na esfera federal (CONADE), seja na esfera estadual (COEPEDE). Convido-os, ainda, para uma leitura provocativa, que estimula o protagonismo, enfatizando a frase que pronunciamos em 2004, no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência: “NADA SOBRE NÓS, SEM NÓS”.

Moisés Bauer LuizPresidente do COEPEDE

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SUMÁRIO

Considerações Iniciais ....................................................13

Cap. 1 A Pesquisa: Condições de Acesso das Pessoas com DeficiênciaaosBensSociaisdoEstadodoRS Idília Fernandes ............................................... 19

Cap. 2 O ciclo de investigação: um caminho percorrido coletivamente Idília Fernandes e Jane Cruz Prates .......................39

Cap. 3 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva do conceito de Acessibilidade Universal Humberto Lippo .............................................. 57

Cap. 4 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política de Educação Clarissa Alliati Beleza, Greice Severiano dos Santos e Miriam Wornicow D´Ávila Garcia ........................71

Cap. 5 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da PolíticadeSaúde Andréa Asti Severo, Marilú Mourão Pereira, Elisa Pelegrina Peters e Eliane Ribeiro de Caldas .......81

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Cap. 6 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da PolíticadeAssistênciaSocial Fabiana Beretta Bialoglowka, Clarissa Meira Ferreira de Castro e Vanessa Pereira Schimitz ............................... 101

Cap. 7 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política do Trabalho Maria Cristina Viana Laguna,Cláucia Ivete Schwerz Brito, e Priscila Mallmann Bordignon ........................... 125

Cap. 8 Análise de Resultados da Pesquisa na Perspectiva da Política da Cultura Maria Gabriela Carrizo Mallmann e Mariana Papich . 139

Cap. 9 Análise dos Dados da Pesquisa na Perspectiva do ControleSocialedosConselhosdeDireitos Jorge Amaro de Souza Borges, Moisés Luiz Bauer e Roberto Luiz Veiga Oliveira ............................ 151

Considerações Finais ................................................... 173

Apêndice 1 — Instrumento de Pesquisa .............................. 177

Anexo 1 — Tabulação Geral dos Dados de Pesquisa (Realização FEE) ........................................................ 193

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Em nossa sociedade capitalista, pautada por valores como con-sumo, lucro, beleza e aparência, as pessoas com deficiência são colocadas em um lugar de incapacidade e menoridade, sofrendo discriminações de toda ordem. Este estigma, imposto socialmente a essa parcela da população, especialmente quando em situação de pobreza, aliada à dificuldade de acesso em áreas como saúde, educação, emprego, lazer e cultura, entre outras, podem gerar maior dificuldade ao seu acesso aos Bens Sociais. O meio social supõe a invalidez de pessoas com deficiência e não considera as interdições que se apresentam na sociedade, bem como, não con-sidera a deficiência das estruturas construídas no social, nas dife-rentes instâncias da sociedade e das políticas públicas.

A pesquisa “Condições para o Acesso das Pessoas com Defici-ência aos Bens Sociais no RS”, pretendeu discutir, neste Estado do RS, essa condição de interdição das pessoas com deficiência e suas possibilidades de participação social na construção da Acessibili-dade Universal nas políticas públicas e no meio urbano. O Capítulo I apresenta a pesquisa, seu significado social, suas características e no que ela se constitui, como instrumento articulador de conhe-cimento e intervenção social, portanto, o rumo ou o sentido social que a pesquisa percorre.

No capítulo II está situado o detalhamento dos procedimentos metodológicos adotados na pesquisa, o método dialético que deu sustentação teórica para o desenvolvimento dela e o significado do enfoque misto ou quanti/qualitativo que caracterizou a forma de

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abordagem escolhida neste processo de pesquisa e elaboração dos resultados para devolução pública dos dados. A abordagem acer-ca da metodologia de uma investigação social pressupõe alguns esclarecimentos prévios sobre o entendimento de pesquisa como processo, e mesmo do próprio conceito de ciência. Na verdade, na investigação, como de resto em todo o procedimento profis-sional e científico, há um projeto político profissional, que lhe é subjacente e que se pauta por uma visão de homem, sociedade e realidade que irá nortear processos, procedimentos e escolhas.

A temática de Acessibilidade Universal se consolida crescente-mente como área especializada do conhecimento, articulando-se com aportes não apenas das áreas das ciências sociais e humanas (filosofia, sociologia, antropologia, pedagogia, linguística, serviço social, comunicação, etc.), mas, também, das áreas da arquitetu-ra, engenharia e ciências da computação entre outras. O capítulo III desenvolve uma conceituação de Acessibilidade para o enten-dimento mais preciso da questão, bem como uma avaliação da relevância populacional e impacto social dessa temática, e uma primeira análise dos dados obtidos, pertinentes à pesquisa: “Con-dições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais no RS”.

No capítulo IV apresentamos dados coletados nos quatrocen-tos e noventa e seis municípios do Estado do Rio Grande do Sul referentes à Política de Educação aplicada de norte a sul no ter-ritório gaúcho. Os dados nos provocaram inúmeros questionamen-tos, e comprovaram o quanto de caminho temos a percorrer e os paradigmas e conceitos a serem ultrapassados e consolidados. O capítulo V contextualiza a temática da pessoa com deficiência e o acesso diante das condições de atendimento em saúde no Esta-do do Rio Grande do Sul. Encontram-se descritos os resultados e os procedimentos metodológicos adotados na pesquisa relativa à área da saúde. Na primeira etapa, constam as correlações com a

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abordagem teórica e legislações, seguindo com a análise dos dados pesquisados.

A busca pela qualidade de vida e o acesso aos bens sociais, não apenas públicos, mas em todos os serviços que uma verdadeira so-ciedade inclusiva deve disponibilizar, será foco deste livro, assim como a trajetória da Seguridade Social, a partir da Constituição de 1988, com foco no atendimento da política de Assistência So-cial às pessoas com deficiência. Será tratado sobre o Beneficio de Prestação Continuada, que foi um grande avanço na garantia de provisão do mínimo (e não do básico) para a garantia de consumo e de subsistência da pessoa com deficiência, que não está inserida no mercado de trabalho.

Após as considerações sobre a formulação da Política de As-sistência Social e as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social com a implantação do Sistema Único de Assistência Social, abordaremos no Capitulo VI os resultados da pesquisa intitulada: “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais no Estado do Rio Grande do Sul”, a qual possibilitou que os 496 municípios do Estado pudessem contribuir informando a sua con-dição atual de acesso às pessoas com deficiência.

A inclusão da Pessoa com Deficiência (PcD), no mercado de trabalho, tem sido pauta de discussão nos últimos vinte anos, prin-cipalmente no Estado do Rio Grande do Sul, onde as políticas de acessibilidade ao trabalho têm sido fiscalizadas constantemente pela Superintendente Regional do Trabalho. Com foco na qualifi-cação profissional e na inclusão no mercado de trabalho, o capí-tulo VII demonstra a influência do trabalho na vida das pessoas, o histórico da Lei de Cotas e a análise de dados da pesquisa sobre a política do trabalho para a inclusão da pessoa com deficiência no Estado do Rio Grande do Sul. Nessa perspectiva, serão abordados dados sobre a relação das empresas com a Lei de Cotas, os está-gios, a qualificação profissional e os cursos existentes para esse

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segmento, também apresentaremos as barreiras encontradas nas empresas e órgãos do município.

O capítulo VIII coloca em pauta o acesso das pessoas com defi-ciência na política da cultura a partir dos resultados da pesquisa: “Condições para o Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais no Rio Grande do Sul”. Diante da complexidade do pro-cesso de inclusão na cultura, pretende-se analisar o direito das pessoas com deficiência em produzir e participar do acesso nessa política, promovendo o reconhecimento das diferenças. Isto por-que, o conceito de cultura e deficiência está intimamente ligado às diferenças.

O movimento pelos direitos das pessoas com deficiência, nas últimas décadas, tem se pautado pelo protagonismo e participa-ção direta do segmento na construção e implementação das polí-ticas públicas. Quando atentamos para a história da administração pública brasileira, observa-se que vivemos diferentes modelos, primeiro um período monárquico, imperial e chegamos na atu-al República Federativa. Da mesma forma, os objetivos e instru-mentos de participação sofreram transformações. A Constituição de 1988 trouxe algumas inovações, sendo que grande parte delas ainda carece de implementação. Um dos aspectos que necessitam maior aprimoramento é o controle social. Quando se menciona os direitos das pessoas com deficiência, essa intervenção ocorre tan-to pelos Conselhos como por meio de diversas entidades da socie-dade civil envolvidas com a temática. O capítulo IX vai trazer para discussão as instâncias de Conselhos e Órgãos de Gestão no Brasil, os resultados da pesquisa na perspectiva dos conselhos de direitos.

Concluímos o livro, que aqui se apresenta para sociedade gaú-cha sobre as condições de acesso das pessoas com deficiência, tecendo considerações finais como síntese provisória em espera de outras sínteses e superações das contingências do momento presente para a população com deficiência do nosso Estado do

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Rio Grande do Sul. Apresentamos, após as considerações finais no Apêndice 1, o Instrumento de Pesquisa que foi disponibilizado para os municípios responderem. Em Anexo 1, a tabulação geral dos dados de pesquisa, como resultado de uma importante realiza-ção da parceria entre FADERS, PUCRS e FEE (Fundação Estadual de Economia e Estatística) para sistematização quantificável dos dados que foram analisados de forma qualitativa, posteriormente no que resulta na produção deste livro. O livro foi disponibilizado, também, na versão acessível em CD com áudiodescrição de todos os itens do texto produzido.

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CAPÍTULO 1

A Pesquisa: Condições de Acesso das

Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais

do Estado do Rio Grande do Sul

IDÍLIA FERNANDES1

Introdução

O significado social das pessoas com deficiência esteve per-meado por um olhar que não percebeu, na diversidade, a condi-ção de ser humano. Falar em inclusão das pessoas com deficiência demonstra o fato de um segmento populacional dessa sociedade, estar de fora dela. O que se passa no cotidiano social é um brutal processo de exclusão, de expulsão das pessoas com deficiência do convívio da sociedade. A pesquisa “Condições para o Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais no RS”, pretendeu

1 Idilia Fernandes Assistente Social e Pesquisadora da FADERS (Fundação de Articulação da Política Pública para pessoas com deficiência e altas habilidades do Rio Grande do Sul). Mestre e Doutora em Serviço Social pela PUCRS, professora na graduação e pós-graduação da Faculdade de Serviço Social da PUCRS. Especialista em Grupo, Família e Política pelo Instituto Pichon Rivière. Coorde-nadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Acessibilidade e Diversidade GEPAD - FSSPUCRS. Mem-bro do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Violência, Ética e Direitos Humanos NEPEVEDH- FSSPUCRS. Membro do Comitê de Ética da Escola de Saúde Pública do RS. Assessora de Área do Inep. Acesse seus artigos na revista eletrônica do curso de pós-graduação da Faculdade de Serviço Social da PUCRS, revista online textos&contextos. LATTES: http://lattes.cnpq.br/0694990522568924.

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discutir, neste Estado do RS, essa condição de interdição das pes-soas com deficiência e suas possibilidades de participação social pela construção da Acessibilidade Universal nas políticas públicas e no meio urbano. O Capítulo I apresenta a pesquisa, seu signifi-cado social, suas características e no que ela se constitui, como instrumento articulador de conhecimento e de intervenção social, portanto, o rumo ou o sentido social que a pesquisa percorre.

1.1. Caracterização da Pesquisa Realizada no Estado do RS

A pesquisa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do RS” teve como objetivo conhecer as condições de acesso das pessoas com deficiência às políticas pú-blicas (saúde, educação, trabalho, assistência social, transporte, lazer, esporte, cultura e habitação) e equipamentos (mobiliário urbano, veículos) nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Esse projeto contou com o apoio do CNPq, pelo Edital Nº. 14/2008 — Universal; este edital, “tem por objetivo apoiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, mediante a seleção de propostas para apoio financeiro a projetos relacionados” (aces-so à página on-line do CNPq, 07/08/2008). O recurso financeiro subsidiado pelo CNPq foi fundamental para o desenvolvimento da pesquisa que teve como objeto de estudo: “as condições de acesso das pessoas com deficiência aos bens produzidos pela nossa socie-dade e à prática social da acessibilidade universal”.

Por outro lado, com essa pesquisa, foi possível construir um espaço de interlocução entre a Universidade (PUCRS, ULBRA) e o espaço institucional (FADERS)2 que colocou em pauta a questão das

2 FADERS: Fundação de Articulação e Desenvolvimento da Política Pública para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul – que na estrutura do Estado está

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diferenças/deficiências. A partir dessa interlocução foi possível propiciar um novo debate em torno da questão da acessibilidade e cidadania e contribuir na construção de uma nova prática social que perceba, na condição das diferenças, a potencialidade dos su-jeitos e a interdição que está colocada no social. Trabalhamos com um conceito de deficiência que não está centrado no déficit do su-jeito, pois, percebe as relações sociais e suas consequências para os sujeitos que apresentem alguma deficiência; buscando, assim, a superação de conceitos e práticas que reforcem os preconceitos e a exclusão social. Esse conceito poderá contribuir na construção de uma nova cultura, na qual a diversidade da condição humana seja reconhecida de fato no conjunto das relações sociais. O con-ceito que percebe, na estrutura social, o principal déficit, e nessa o problema da interdição social que impede os sujeitos de fazerem parte da sociedade, está em consonância com o conceito de defi-ciência trazido pela Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que diz:

Pessoas com deficiência são aquelas que têm im-pedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obs-truir sua participação plena e efetiva na socie-dade, em igualdade de condições com as demais pessoas. (Convenção sobre os Direitos das Pesso-as com Deficiência, Artigo 1, 2008, p.27)3

A pesquisa desenvolveu-se na perspectiva dessa visão sobre a condição da deficiência na sociedade e procurou construir cole-tivamente um diagnóstico situacional das atuais condições de in-

vinculada à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos.3 RESENDE, Ana Paula e Vital, Flávia M. de Paiva. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: versão comentada. Brasília: CORDE. 2008.

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clusão/exclusão de pessoas com deficiência nos 496 municípios do Estado do RS. Para efetivar esse diagnóstico social, foi cons truído um instrumento de pesquisa no coletivo de discussões técnicas entre trabalhadores da FADERS, pesquisadores das Universidades envolvidas e conselheiros do COEPEDE.4

A coleta dos dados da pesquisa foi realizada de forma on-line, pelo site da FAMURS,5 com a disponibilização de um instrumento de pesquisa para cada área da política pública. Cada município foi chamado a responder sobre as questões referentes à realidade de inclusão/exclusão das pessoas com deficiência de sua região. Acre-ditamos que, pelo instrumental de pesquisa, foi possível propiciar o debate e a reflexão em torno da questão da acessibilidade e da interdição colocada no social. Identificando a forma como está sendo trabalhada a questão da acessibilidade nos órgãos públicos ou a ausência desse investimento social será possível colaborar com a construção de políticas públicas que preservem o espaço democrático e de cidadania a todos os seus sujeitos.

O grande paradoxo das relações sociais se coloca no fato de produzirem a necessidade de padro-nização dos comportamentos, embora a dife-rença seja uma característica peculiar aos seres humanos. As pessoas vivem em seu meio social sob a égide de uma cultura de normalidade, que se desenvolve a partir de uma lógica dicotômi-ca que divide os seres em: normais/anormais; iguais/diferentes; perfeitos/deficitários. A con-sequência direta dessa interpretação fracionária da realidade dos seres vem a ser a segregação e a exclusão de todos aqueles que não se encai-

4 COEPEDE - CONSELHO ESTADUAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA.5 FAMURS - Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul.

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xam nos padrões de normalidade estabelecida no contexto social. (FERNANDES, 2009, p. 76)6

As pessoas com deficiência — por demonstrarem singularida-des marcantes —, foram submetidas a um esmagador processo social de exclusão e de segregação ao longo da história e da organização das sociedades; nas relações sociais são produzidas as interdições do acesso às diversas instâncias sociais e das possi-bilidades de expressão dos sujeitos. Investigando sobre a temáti-ca das deficiências/diferenças pretendeu-se colocar em questão determinados conceitos que situam as diferenças no lado opos-to daquilo que é considerado correto, ideal para todos; pôde-se considerar as diferenças como propulsoras das transformações do social.

Constata-se, diariamente, conforme os padrões da sociedade, que o ser humano se faz humano quando não se diferencia. Nes-ses padrões não é adequado apresentar a incompletude, natural à espécie humana. “O homem seria homem se não fosse surdo, se não fosse cego, se não fosse retardado mental, se não fosse negro, se não fosse homossexual, se não fosse fanático religioso se não fosse indígena, etc. Nada mais absurdo” (SKLIAR, 1999, p.11). A incompletude é uma característica das pessoas, porém é pouco tolerada ao se mostrar de forma visível e explícita. As pessoas com deficiência foram relegadas ao confinamento em instituições especializadas, segregantes, fechadas, distantes das cidades, por demonstrarem de modo visível essa incompletude.

Nessa situação, o significado social das pessoas com deficiên-cia esteve permeado por um olhar que não percebeu, na diversida-de, a condição de ser humano. Falar em inclusão das pessoas com deficiência demonstra o fato de um segmento populacional dessa sociedade, estar fora dela. O que se passa no cotidiano social é um

6 FERNANDES, Idília. SociologiadaAcessibilidade. Curitiba: Editora Ibpex. 2009.

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brutal processo de exclusão, de expulsão das pessoas com defici-ência do convívio da sociedade.

Por um princípio humano a inclusão de qualquer pessoa em seu contexto deveria ser uma condição natural de vida, algo que necessariamente deveria acontecer com todos os sujeitos e não deveria estar em questão. Como pode ser discutido se as pessoas devem ou não pertencer ao seu meio? Os processos sociais de ex-clusão são uma inversão do valor humano, desconsiderando esse valor como único, como primeiro.

Infelizmente, a inclusão é questão não resolvida nos proces-sos de convivência entre as pessoas consideradas “normais” com aquelas que se apresentam fora desse padrão de normalidade e só faz sentido ter na pauta dos debates sociais essa temática, por-que a exclusão é uma realidade vivenciada por aqueles que apre-sentam singularidades mais marcantes. Inclusão e exclusão são os dois lados de uma realidade desumana, presente ainda hoje, como resultado da herança cultural do desconhecimento acerca das di-ferenças.

Seguindo o curso da história, a palavra inclusão é posterior à palavra integração social. Uma vem para superar a outra num sentido progressivo do convívio entre as pessoas. Sabe-se que pos-teriormente ao tempo da eliminação (em algumas culturas) das pessoas com deficiência veio a fase asilar e segregante. A supe-ração da fase segregante dá-se a partir do debate em torno da necessária integração das pessoas com deficiência no contexto das relações sociais. As diversas instituições da sociedade começaram a aprender a lidar com as diferenças de maneira a procurar um conhecimento específico, especializado na área, e assim as insti-tuições passam a especializar-se, tornando-se “especiais”; desse modo foram surgindo as escolas especiais, as classes especiais, os clubes sociais especiais.

Conforme Sassaki (1997, p.31), a partir do final da década de

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

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60 (do Século XX) houve um movimento para integrar as pessoas com deficiência no trabalho, na família, no lazer, no sistema de ensino; inicia-se nova abordagem sobre a questão das diferenças, na qual o objetivo é a inserção da pessoa com deficiência em seu contexto de vida. O que vai acontecer, nessas circunstâncias de integração, é uma ruptura com o velho padrão de exclusão e se-gregação. Entretanto, existe uma questão importante a ser pon-derada nesse processo:

A integração constitui um esforço unilateral tão somente da pessoa com deficiência e seus alia-dos (a família, a instituição especializada e algu-mas pessoas da comunidade que abracem a cau-sa da inserção social), sendo que estes tentam torná-la mais aceitável no seio da sociedade. (SASSAKI, 1997, p.34)A integração social ainda segue a lógica do chamado “modelo médico de deficiência” que ressalta a patologia do sujeito, visando à sua adaptação ao sistema da sociedade. Nesse sen-tido, as pessoas com deficiência devem fazer um grande esforço de superação pessoal para se ca-pacitar ao convívio no meio ambiente. Ainda não se discute a necessária adaptação da estrutura social, a acessibilidade do desenho arquitetôni-co das cidades e a importância da ruptura com o padrão de normalidade, instituída pelo conjunto de normas e valores que regem o modo de or-ganização da sociedade. Em tal perspectiva, os diversos setores da sociedade ainda ficam isen-tos de serem repensados, na sua forma de orga-nização e em suas práticas para atenderem aos direitos das pessoas com deficiência.

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As décadas de 60, 70 e 80 (Século XX) propiciaram o desenvol-vimento dos princípios da integração. A partir de 1980 e durante a década de 90 é que se começa a repensar e construir outros prin-cípios que vão orientar a concepção da inclusão social. Um impor-tante princípio que orientou a perspectiva da integração social foi o chamado princípio de normalização que pressupôs um ambiente mais comum ou normal à cultura das pessoas com deficiência. Dá-se início ao processo de ruptura com a ideia de que tudo tem que ser “especial”. O outro princípio dessa perspectiva é o da inser-ção, ou seja, as pessoas devem estar inseridas no seu meio e não em instituições fechadas.

Quando se começa a pensar nas implicações dos processos so-ciais na questão das diferenças, outros importantes princípios vão sendo propagados e vão orientar a perspectiva da inclusão, tais como: “autonomia”, “independência” e “equiparação de opor-tunidades”. Esses princípios estão presentes no relatório da ONU (1994). A origem desse documento está nos movimentos sociais, liderados por grupos de pessoas com deficiência que já vinham tra-balhando com o movimento de vida independente e reivindican-do o direito de reconhecimento dessas questões. (SASSAKI, 1997, p.36-8)

Os documentos internacionais da ONU, que apresentam rela-tórios com representações de vários países, instituem, em 1992, “um programa de ação mundial para as pessoas com deficiên-cia”. Esse programa é orientado pelos princípios da “igualdade” e “equiparação de oportunidades”. O princípio de “equiparação de oportunidades” pressupõe um ajuste do meio ambiente ao sujei-to, uma vez que requer, dos diversos setores da sociedade, maior disponibilidade para todos.

A igualdade de direitos para todas as pessoas demanda inves-timento em acessibilidade para incluir as diversas questões das diferenças. A acessibilidade pode se traduzir pela inclusão da es-

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crita em Braille, da língua de sinais e do rebaixamento dos níveis nas ruas, num primeiro momento, mas vai além disso. Inicia-se, assim, a implicação dos segmentos sociais no processo de propiciar a qualidade de vida e a possibilidade de expansão das potenciali-dades daqueles sujeitos até então considerados “incapazes”, “de-sajustados”. A sociedade e seus meios de acesso à participação dos indivíduos começam a ser pensados e questionados. A partir desses movimentos surge a exigência de uma nova lógica de organização dos setores e serviços comuns da rede social.

Segundo Sassaki, “nesse final de século, estamos vivendo a fase de transição entre a integração para a inclusão” (1997 p.43). Agora que estamos a uma década e um ano do Século XXI, a in-clusão se pauta no princípio de reconhecimento da diversidade da condição humana, porque repensa a condição contextual dos sujeitos, considerando suas diferenças e incluindo-as na organiza-ção da vida social. A partir desses conceitos vai delineando-se uma nova perspectiva de olhar para os sujeitos sociais e o seu contex-to, em que o pertencimento de cada um à sua comunidade passa ser visto como um direito. Todas as pessoas têm o direito de fazer parte desse todo no qual se desenvolvem como seres do mundo.

Não é possível conservar, nos dias de hoje, uma opinião que centralize a patologia no sujeito. Não se pode mais considerar o “déficit”, seja físico, sensorial, intelectual como o todo ou o aspecto principal de uma pessoa. Faz-se necessário o reconhe-cimento da importância da singularidade do sujeito e entender que a problemática, que a real deficiência se localiza nas relações sociais e na estrutura da sociedade que, muitas vezes, está impe-dindo a expressão e o exercício da diversidade. Não importa se há algum déficit, a perfeição não existe mesmo. Todas as pessoas têm o direito de fazer parte deste mundo, afinal, a vida social deveria e deverá ser feita para o ser social que cada sujeito representa.

É isso que parece estar na base, na filosofia da nova política pú-

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blica (1999)7 para pessoas com deficiência no Estado do Rio Grande do Sul. O movimento organizado desse segmento da população es-teve reivindicando a garantia da cidadania e do protagonismo das pessoas com deficiência na prática dos atendimentos, no cotidia-no institucional e nas demais articulações realizadas pela FADERS, que hoje ainda é responsável no Estado do Rio Grande do Sul pela política pública na área.

O princípio que conduz aos percalços da compreensão de uma nova forma de pensar o trabalho institucional e extrainstitucional no que diz respeito às pessoas com deficiência é a busca de um projeto político que priorize a cidadania e a inclusão. Nesse sentido, justifi-cou-se a significância de uma pesquisa que trabalhou na instituição e para além dela, com a discussão e a visibilidade da acessibilidade. Historicamente a questão da deficiência vem sendo tratada de forma clientelista, paternalista, oferecendo alternativas na linha do mero atendimento, sem propostas de efetiva mudança social, sem uma política ampla e ao mesmo tempo específica para rever os impedi-mentos que a vida social traz às pessoas com deficiência.

O meio social é padronizado e segregacionista, dificultando ainda mais o acesso das PcD a uma vida de participação plena e igualdade de condições. A sociedade está estruturada de forma inadequada às necessidades dos sujeitos com deficiência de ma-neira a contemplar as diferenças dos sujeitos sociais. São muitas as barreiras sociais, econômicas, políticas e culturais. Será preciso construir políticas públicas que visem a promover a “Equipara-ção de Oportunidades” (ONU, 1994). Nesse sentido, objetivou-se, com esta pesquisa, indagar a respeito das possibilidades de órgãos públicos e privados adequarem-se às necessidades daqueles que apresentam condições específicas de se inserirem no social.

7 Nova política pública da FADERS foi instituída no ano de 1999, no governo Olívio Dutra, do Estado do RS, pelo decreto 39678, de 23/08/1999. Fonte: Portal de Acessibilidade: site oficial da FADERS, item Legislação, acesso em 29/07/2011.

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1.2. A Política Pública e o Sentido Social da Pesquisa

A política pública deve garantir a possibilidade da inclusão e denunciar os atos discriminatórios. O trabalho técnico da FADERS deve estar voltado para o processo de transformação da sociedade visando adaptá-la à pessoa com deficiência. Trata-se de um pro-cesso de trabalhar as instâncias sociais, nas diversas ações insti-tucionais e especialmente extrainstitucionais. A política pública e a lei, por si só não garantem a inclusão. Faz-se necessário, um trabalho com as diversas instituições sociais para uma mudança de mentalidade e de disponibilidade com a questão em pauta. Nessa perspectiva a pesquisa pode tornar-se também um instrumento estratégico de transformação cultural.

A universidade é um substancial recurso para subsidiar com a produção do conhecimento científico a prática social da institui-ção. Sendo assim, se entendeu que a consolidação de uma interfa-ce pela via da pesquisa entre as universidades (PUCRS e ULBRA) e a instituição FADERS pode conduzir a novas sínteses e descobertas sobre o tema da acessibilidade. Essa temática é pouco estudada, apesar de sua relevância social, conforme se está procurando ar-gumentar. Portanto, faz-se necessário e urgente aprofundar in-vestigações em torno da questão da acessibilidade e da cidadania das pessoas com deficiência, bem como do entendimento de que existem formas alternativas de organização no social, que não se reduzem a forma padrão que está posta nas instituições.

A cultura da normalidade, infelizmente é algo que diz respeito a uma construção histórico-social, mesmo sendo essa diferente da realidade subjetiva dos seres humanos. Normalidade não faz sen-tido, se for considerada a magnitude e a singularidade da vida hu-mana. Levando-se em conta a imprecisão de tudo que diz respeito ao humano, a palavra normalidade esvazia-se, perde-se em meio a um dinamismo que não se enquadra em nenhum padrão. Todas as

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pessoas são diferentes umas das outras, incompletas, imperfeitas e assim se faz a caracterização de seres humanos, em dia a dia com inúmeras restrições impeditivas.

A sociedade do tempo presente apresenta-se de forma mul-tifacetada, atravessada pelas diversas expressões da questão so-cial; sendo assim, requer ações conjuntas e bem articuladas para encontrar alguma possibilidade de superação dos limites impostos socialmente. Nesse sentido, a pesquisa pretendeu realizar a inves-tigação tendo uma interface com duas instituições a FAMURS e a FADERS, por entender que é imprescindível conhecer a realidade das pessoas com deficiência nos municípios do Estado do Rio Gran-de do Sul, no que diz respeito às condições de ACESSO aos bens sociais de cada localidade.

A investigação sobre as “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul” buscou desvendar uma realidade situacional articulando o conhecimento sobre as regiões do Estado com a propositura de ações a serem desenvolvidas nos municípios. Necessária se faz a intervenção do Estado nos severos processos sociais de exclusão vivenciados pelas pessoas com deficiência. Os bens sociais deveriam ser para todos os indivíduos da sociedade poder usufruir, no entanto, no desenro-lar dos processos sociais, algumas pessoas encontram barreiras de acesso aos bens que a sociedade produz, ficando excluídas deles. Isso é o que ocorre, muitas vezes, com as pessoas com deficiência quando tentam acessar as instâncias sociais.

A FADERS como articuladora da política pública está a serviço da inclusão e da busca de um lugar acessível no social para o con-vívio com as diferenças e as singularidades pessoais. A proposta de desenvolver uma metodologia de pesquisa, que articule o co-nhecimento sobre a realidade dos municípios do Estado, visou a conhecer e a debater o processo de inclusão e de acessibilidade neles. No desenrolar da pesquisa esse projeto buscou articular o

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conhecimento que a pesquisa pode proporcionar com as políticas públicas e as ações, (re)elaborando possibilidades de intervenções conjuntas com qualidade e efetividade social, tendo como hori-zonte a construção de um mundo para todos.

Em abril/99, o Fórum Permanente de Políticas Públicas para “PPD e PPAH”, instituído na FADERS, deliberava sobre “a constru-ção de uma política pública voltada para as Pessoas com Deficiên-cia e Pessoas com Altas Habilidades”8 (Política Pública da FADERS, 1999). Foi prevista, na ocasião, que tal política deveria ser articu-lada pela FADERS com algumas Secretarias e Órgãos do Governo, bem como com a sociedade civil e organizada. A política pública afirmada nesse período histórico da Fundação estava propondo, na área social, para o conjunto do Governo do Estado, uma mudança paradigmática. Imprimindo a marca do novo, a partir de uma con-cepção democrática e popular que buscava romper com as visões e valores tradicionais acerca das formas como o Estado concebe e atua nas suas políticas sociais, especialmente as voltadas para área das diferenças e das deficiências.

A política pública surgiu fundamentada em dois eixos: Afirma-ção de Direitos e InclusãoSocial, com base nos seguintes concei-tos:

• Inclusão e Integração Sociais com Respeito às Diferenças• Equiparação de Oportunidades

Tendo em vista esses princípios que balizaram a gênese da política pública na área da deficiência, faz-se necessário criar permanentemente mecanismos e instrumentos que possam garan-

8 Em 1999, ainda se utilizava a nomenclatura — Pessoa Portadora de Deficiência e Pessoa Por-tadora de Altas Habilidades — . Hoje adotamos a nomenclatura: Pessoa com Deficiência, utili-zada pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência de 2006. A FADERS, através da Lei Nº 14.321, de 21 de outubro de 2013, passa a denominar-se Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul.

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tir a perspectiva da inclusão e da equiparação de oportunidade. Acredita-se, conforme Marx, em sua obra Ideologia Alemã que “é necessário um profundo conhecimento da realidade para poder transformá-la”, (1983). Sendo assim, o trabalho de investigação em torno da realidade dos municípios do Estado do Rio Grande do Sul quanto às condições de acessibilidade e de vida das pessoas com deficiência é permanentemente fundamental para as insti-tuições que realizaram a interface com essa pesquisa. Os dados obtidos na investigação proposta poderão subsidiar a construção de políticas públicas voltadas para inclusão e para a acessibilidade universal.

Todo o processo de pesquisa desenvolvido, no decorrer da in-vestigação se justificou na certeza de [...] que cada profissional pode contribuir dentro da sua área de atuação em busca de uma sociedade melhor (WORLDWATCH INSTITUTE, 2004). Este esforço passa pela eliminação de todas as formas de discriminação e pela aceitação da diversidade como fundamento para a convivência so-cial. (DECLARAÇÃO DE MONTREAL SOBRE INCLUSÃO, 2002)

Nessa aproximação com a realidade dos municípios, os pesqui-sadores estiveram coletando dados sobre as condições de acesso às políticas públicas e ao mobiliário urbano do município, buscan-do conhecer de que forma a realidade local está possibilitando e criando situações de inclusão. Quais as interdições sociais (bar-reiras) que se colocam no espaço social e urbano, que estratégias estão sendo utilizadas para o enfrentamento da exclusão social e a construção da cidadania das pessoas com deficiência?

Estima-se que, pelo instrumental de pesquisa, seja possível propiciar o debate e a reflexão em torno da questão da acessibili-dade e da interdição colocada no social; identificando como está sendo trabalhada a questão da acessibilidade nos órgãos públicos ou a ausência desse investimento social. Dessa forma, será possí-vel colaborar com a construção de políticas públicas que preser-

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vem o espaço democrático e de cidadania a todos os seus sujeitos. Foi construído um espaço de interlocução entre a Universidade e o espaço PÚBLICO colocando em pauta as diferenças/deficiências. A partir de um conceito que considere as relações sociais e suas consequências para os sujeitos que apresentem alguma deficiên-cia, buscar a superação de conceitos e práticas que reforcem os preconceitos e a exclusão social.

Após a finalização da construção desse diagnóstico social e si-tuacional, tendo-o como matéria-prima, será articulado o espaço para a permanente reflexão junto aos fóruns de debate e enca-minhamento, com os gestores dos municípios, para as demandas encontradas na pesquisa. Espera-se que os dados dessa pesquisa sirvam para instigar uma ampla discussão e problematizar sobre o espaço de acessibilidade/interdição, tendo em vista os dados coletados e analisados no processo da pesquisa. Dessa discussão deverá resultar a proposição de ações pontuais em cada município que sinalizem na direção do que é preconizado pelas políticas pú-blicas na área da deficiência e na legislação vigente.

• Definição e realização de reuniões de pesquisa (alternan-do reuniões administrativas para a condução do processo e reuniões técnicas para debates sobre a temática e teoria de pesquisa).

• Realização da primeira oficina integrando os objetivos da pesquisa com os interesses das instituições da interface (FA-DERS e FAMURS).

• Levantamento e seleção dos documentos, legislações que serão objeto de análise documental e de estudos bibliográ-ficos.

• Realização do Colóquio de pesquisa para capacitação dos Agentes colaboradores da FADERS e da FAMURS para coleta de dados.

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• Realização de contatos com a FAMURS para sensibilização dos pesquisados e acertos quanto ao processo de investi-gação e levantamento de e-mails e sujeitos indicados para quem devem ser enviados os instrumentos de coleta via in-ternet.

• Realização do seminário de pesquisa em conjunto com os parceiros para socialização dos resultados junto à comu-nidade acadêmica e institucional, apresentação de painéis para debate sobre a temática e sobre os resultados.

• Participação em eventos nacionais e elaboração de artigos para divulgação de resultados (poderão ser apresentados processos e resultados parciais).

Para a discussão em torno da acessibilidade tem-se, como pon-to de partida, que os lugares da sociedade são, em sua maioria, inacessíveis, impondo inúmeras restrições e barreiras, tanto arqui-tetônicas quanto de preconceitos. O modelo de ensino é discrimi-natório, preconceituoso, suas metodologias não são inclusivas. As políticas públicas nessa área têm sido compensatórias, residuais e não têm incidido sobre uma direção que organize os setores sociais de maneira a abarcar as necessidades de todos os seus cidadãos; infelizmente, os dados da pesquisa vêm reforçar a permanência dessa realidade, conforme será demonstrado ao longo deste livro.

Considerações Finais

O ponto fundamental de conexão entre todos esses fatores que dificultam a vida das pessoas com deficiência talvez pudes-se ser sintetizado em uma frase: o não reconhecimento político das diferenças individuais. Há que se percorrer um longo caminho social, passar por uma grande desconstituição da cultura do “ser

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humano padrão”, ainda vigente, a fim de que amadureçam as con-cepções que consolidem o entendimento da diversidade da condi-ção humana, e para a compreensão de que uma das características fundamentais da humanidade é a diferença.

Para as pessoas com deficiência ter um lugar garantido no con-texto da vida em comunidade requer acessibilidade. A construção arquitetônica e simbólica das cidades não se concretizou incluindo as diferenças marcantes. Acessibilidade significa tornar a socieda-de capacitada, apta a reconhecer que a diversidade faz parte de seu movimento e será preciso criar estruturas, em suas instâncias, que comportem as múltiplas variações da expressão humana.

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CAPÍTULO 2

O Ciclo de Investigação:

um caminho percorrido coletivamente

JANE PRATES1

IDÍLIA FERNANDES2

Introdução

A abordagem acerca da metodologia de uma investigação social pressupõe alguns esclarecimentos prévios sobre o entendimento de pesquisa como processo e do próprio conceito de ciência. Na verdade, na investigação, como de resto em todo o procedimento profissional e científico, há um projeto político-profissional, que lhe é subjacente e que se pauta por uma visão de homem, de so-

1 Assistente social, mestre e doutora em Serviço Social pela PUCRS, Professora dos Cursos de Graduação e Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUCRS – PPGSS, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social – PPGSS da PUCRS, líder do Grupo de Estudos sobre Teoria Marxiana, Ensino e Políticas Públicas –GTEMPP, vinculado ao NEDEPS /PUCRS, pes-quisadora produtividade do CNPq. Contatos: [email protected] [email protected] 2 Idilia Fernandes Assistente Social e Pesquisadora da FADERS (Fundação de Articulação da Po-lítica Pública para pessoas com deficiência e altas habilidades do Rio Grande do Sul). Mestre e Doutora em Serviço Social pela PUCRS, professora na graduação e pós-graduação da Faculdade de Serviço Social da PUCRS. Especialista em Grupo, Família e Política pelo Instituto Pichon Rivière. Coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Acessibilidade e Diversidade GEPAD - FSSPUCRS. Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Violência, Ética e Direitos Humanos NEPEVEDH- FSSPUCRS. Membro do Comitê de Ética da Escola de Saúde Pública do RS. Assessora de Área do Inep. Acesse seus artigos na revista eletrônica do curso de pós-graduação da Facul-dade de Serviço Social da PUCRS, revista online textos&contextos. LATTES: http://lattes.cnpq.br/0694990522568924.

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ciedade e de realidade que irá nortear processos, procedimentos e escolhas.

O presente estudo buscou desvendar as concepções e práticas de sujeitos que ofertam serviços públicos em âmbito local; logo, é necessário reconhecer a diversidade de sua leitura de realidade, do que identificam como fundamental aos processos de trabalho no qual se inserem, o que é condicionado pela estrutura e pelo estoque de conhecimentos acumulados, além de suas experiên-cias vivenciadas, em diferentes contextos, que ora se explicitam ora mascaram-se. Neste capítulo, apresentaremos o detalhamento dos procedimentos metodológicos adotados na pesquisa, o méto-do dialético que deu sustentação teórica para o desenvolvimento dela e do significado do enfoque misto ou quanti/qualitativo que caracterizou a forma de abordagem escolhida nesse processo de pesquisa e elaboração dos resultados para devolução pública dos dados.

2.1 – Método Dialético e Enfoque Misto ou Quanti/Qualitativo

Parte-se do entendimento de que as políticas públicas são con-traditórias, pois ao mesmo tempo que viabilizam espaços para a construção de processos emancipatórios, reafirmam a conforma-ção em que viabilizam espaços de inclusão, reiteram a exclusão via inclusão precária ou o mascaramento da interdição; contudo, desvendar esses processos se constitui em estratégia de resistên-cia, especialmente quando se pretende contribuir para a qualifi-cação de processos ofertados à população e, no caso presente, às pessoas com deficiência.

Não há dúvidas que ao articularmos a produção de conheci-mentos e a formação profissional, o que inclui o trabalho de es-

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tudantes como entrevistadores, trabalha-se com um processo de competência profissional em etapas preliminares de construção, o que limita o processo, em termos de possibilidades de mediações, no entanto, este é parte do desafio a ser enfrentado: garantir uma produção de conhecimentos qualificada e propiciar um processo de formação de mesmo nível.

Buscar o desvendamento das contradições que constituem o modo de perceber e avaliar dos diversos sujeitos pesquisados não se configura em tarefa fácil. No entanto, é tarefa da ciência, ape-sar de todos os limites humanos de quem a produz, realizar este enfrentamento, seja para produzir subsídios que orientem ações estratégicas de ação, ou apontar lacunas que instiguem novos es-tudos, num movimento permanente e dialético de busca do conhe-cimento, pois, segundo Demo (1990, p. 29):

Sendo a ciência também um fenômeno histórico, é propriamente um processo. O conceito de pro-cesso traduz a característica de uma realidade sempre volúvel, mutável, contraditória, nunca acabada, em vir a ser (...). Em ciência estamos sempre começando de novo.

O enfoque dialético, em termos de pesquisa, prioriza o des-vendamento das contradições como processo necessário à inter-pretação da realidade, à luz da sua contextualização histórica, para que seja possível captar as conexões e o movimento, e a par-tir da totalidade concreta, que não se revela a um primeiro olhar, desvendar as tramas constitutivas do real.

Segundo Hobsbawm (1989), ultrapassar as conexões visíveis é exatamente o trabalho da ciência, “passar das aparências para a estrutura interna oculta do real”.

O método dialético de investigação considera um conjunto,

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um todo concreto e procura descrevê-lo. Mas a simples descrição oferece apenas alguns conhecimentos sobre a realidade que dese-jamos desvendar, não mostra as inter-relações, as articulações e a essência do fenômeno descrito; para tanto, é necessário analisar. A análise permite a descoberta de grupos, categorias, partes que compõem esse todo; mas que não passariam de abstrações, se a análise não encontrasse seus elementos indissolúveis, contraditó-rios e distintos que mantêm entre si laços que alteram o seu sen-tido, resgatando seu movimento constitutivo a partir da totalida-de, pois, conforme Lefebvre, isolar um fato conservando-o nesse isolamento “ é privá-lo de sentido, de explicação, de conteúdo. É mobilizá-lo artificialmente (...) (1991, p. 238):

O método de investigação, fundamentado em Marx (1989), por-tanto, pressupõe uma pesquisa profunda sobre o fenômeno, trabalha com todos os dados empíricos possíveis de serem obtidos, mas não se contenta com o dado isolado, necessita da análise para remontá-lo no seu movimento constitutivo, para captar suas conexões, contradições, retomando a unidade como totalidade concreta. (PRATES, 2007)

A contradição dialética, mais do que uma relação de exclusão, é uma inclusão plena, concreta dos contrários – uma negação in-clusiva. Essa relação se dá na definição de um elemento pelo que ele não é, pois é da determinação e negação do outro que decorre a existência da propriedade de cada fenômeno. Porém, não basta explicar as contradições, mas reconhecer que elas possuem um fundamento, um ponto de partida nas próprias coisas; uma base objetiva real; na verdade mostram que a realidade possui não só múltiplos aspectos, mas também aspectos cambiantes e antagô-nicos ( PRATES, 2006). O próprio homem só se desenvolve pelas contradições, pois “(...) o humano só pode se constituir através do inumano, de início a ele misturado para, em seguida, distinguir-se por meio de um conflito, e dominá-lo pela resolução desse confli-to”. (LEFEBVRE: 1991, p. 238)

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A contradição é destruidora, mas também criadora, já que se obriga à superação, pois a contradição é intolerável. Os contrá-rios em luta e movimento buscam a superação da contradição, superando-se a si próprios. Desvendar a contradição é exatamente mostrar os opostos em luta e movimento. (PRATES, 2007)

A ênfase dada por Marx ao desvendamento das contradições aparece na introdução de sua obra “Contribuição para a Crítica da Economia Política”. Diz Marx (1989, p.48):

Assim como não se julga um indivíduo pela ideia que ele faz de si próprio, não se poderá julgar uma tal época de transformação pela sua cons-ciência de si; é preciso, pelo contrário, explicar essa consciência pelas contradições da vida ma-terial, pelo conflito que existe entre as forças produtivas sociais e as relações de produção.

A categoria da contradição aparece metodologicamente em “O Capital” mostrando o contraponto entre falsa consciência e compreensão do fenômeno. Conforme mostra Kosik (1989, p.16), Marx apresenta a compreensão conceitual de aspectos da realida-de aos pares:

[...] fenômeno – essência; mundo da aparên-cia – mundo real; aparência externa dos fenô-menos – lei dos fenômenos; existência positiva – núcleo interno, essencial, oculto; movimento visível – movimento real, interno; representação – conceito; falsa consciência – consciência real; sistematização doutrinária das representações (ideologia) – teoria e ciência.

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Mas para o desvendamento das contradições não basta o pro-cesso de reflexão, a análise dialética deve ultrapassar a reflexão crítica, buscando estabelecer mediações com a totalidade, pois é pelas mediações que penetramos nos nexos constitutivos do real desvendando suas contradições e múltiplas determinações. A partir da realização de mediações as ações ganham concretude, pois são vias de penetração no real. Como formas de objetivar a prática, as mediações objetivam o próprio profissional como ser social; como categoria “reflexiva e ontológica”, sua construção (histórica) se con-solida com base em operações intelectuais e valorativas, “apoiadas no conhecimento crítico do real, possibilitado fundamentalmente pela intervenção da consciência”. (MARTINELLI, 1994)

Martinelli (1993, p.137-138) apresenta algumas características fundamentais das mediações:

São sempre históricas e sociais...; são determi-nadas pela finalidade e objetivos que se busca atingir...; são o conjunto instrumental necessário para o desenvolvimento do percurso dialético es-sencial à práxis...;são os recursos instrumentais necessários para o desvendar das vias de resis-tência e vias de transformação...;estão sempre referenciadas a uma teoria de base que as ilu-mina...;são relacionadas a posição ocupada pela profissão na divisão social do trabalho e na estru-tura organizacional...;pressupõem uma concep-ção filosófica que as fundamente...;são sempre produtos coletivos e devem ser socialmente cons-truídas para serem historicamente viáveis.

Outra categoria fundamental do método dialético é a histo-ricidade dos fenômenos sociais, que significa o reconhecimento

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da processualística, o movimento e transformação do homem, da realidade e dos fenômenos. Significa que os fenômenos não são es-táticos, estão em curso de desenvolvimento e, portanto, só podem ser apreendidos a partir do desvendamento deste movimento, por cortes históricos. (PRATES, 2003)

Quando Gramsci define o marxismo como um historicismo ab-soluto, destaca com isto a importância desta categoria e elemento que compõe o real. Para Marx e marxistas como Lukács, Kosik, Lefebvre, entre outros, somente será possível conhecer um fe-nômeno, os sujeitos, as instituições, a partir do resgate de sua gênese, ou seja, do conhecimento de sua história, do curso de transformações ocorridas na sua constituição. Portanto, mais do que episódios cronológicos se privilegia o conhecimento da histó-ria a partir de fatos significativos. (PRATES, 2007)

Neste sentido, destaca-se sua relação com os enfoques mis-tos de investigação, que utilizam de modo concomitante, dados quantitativos e qualitativos, pois, os reconhecem como comple-mentares.

Buscando superar a dicotomia entre dados quantitativos e qualitativos os enfoques mistos ou quanti/qualitativos passam a ser debatidos e sistematizados a partir da metade da década de 90 do Século XX, mas é somente em 2003 que foi publicado por Tashakkori e Tedlie o Handboock of Mixed Methods in the Social e Behavior Science que apresenta a primeira versão geral sobre essa estratégia de investigação, destacando suas particularidades e caracterizando esse tipo de pesquisa como uma abordagem dis-tinta dos estudos qualificados como quantitativos ou qualitativos. (CRESWELL, 2010). A coleta de dados nesse tipo de estudo pode ocorrer de modo sequencial ou concomitante. O peso atribuído aos dados pode ser igual ou enfatizar um ou outro, dependendo do objeto do estudo e de sua finalidade. A combinação ou mixagem de dados pode acontecer

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entre uma primeira fase da pesquisa e a coleta de dados da segunda fase da pesquisa (ou) [...] o pesquisador pode coletar os dados quantitativos e qualitativos concomitantemente e integrar, ou então fundir os bancos de dados, transformando os temas qualitativos em contagens e comparar essas contagens com dados quantitativos descri-tivos. (CRESWELL 2010, 244)

Pode, ainda, o pesquisador nesse tipo de estudo não utilizar a conexão de dados entre as fases, em vez disso, incorporar uma forma secundária de dados dentro de um estudo mais amplo. Nes-te caso, “o banco de dados secundário desempenha o papel de apoio no estudo”. (idem)

Creswell (2010) destaca, ainda, que estes estudos se pautam, na maioria dos casos, em perspectivas teóricas das ciências sociais ou “lentes teóricas mais amplas como uma lente reivindicatória/participatória” e ressalta que as implicações do estudo são geral-mente direcionados para a “mudança e defesa”. (idem)

Sampiere, Fernandéz-Collado e Lucio (2006, p.753) analisan-do os enfoques mistos como alternativa à oposição entre dados quantitativos e qualitativos, destacam que os pesquisadores, que caracterizam como integradores, são aqueles que “además de asignarles una posición igual a los enfoques cuantitativos e cuali-tativos, han adoptado la possibilidad de combinarlos en un mismo estúdio. Es decir, aceptan el enfoque mixto”.

Conforme os autores, com base na contribuição de inúmeros pesquisadores que sistematizaram suas produções recentemente acerca desse modo de investigação, o enfoque misto ou quanti/qualitativo pode ser caracterizado como

Un proceso que recolecta, analiza y vincula da-tos cuantitativos y cualitativos en un mismo es-

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túdio o una serie de investigaciones para respon-der a un planteamiento del problema (Teddlie y Tashakori, 2003; Creswell, 2005; Mertens, 2005; Williams, Unran y Grinnell, 2005). Se usan méto-dos de los enfoques cuantitativos y cualitativos y pueden involucrar la conversión de datos cuan-titativos en cualitativos y viceversa (Mertens, 2005). Asimismo, el enfoque mixto puede uti-lizar los dos enfoques para responder distintas preguntas de investigación de un planteamiento del problema. (SAMPIERE, FERNANDÉZ-COLLADO e LUCIO, 2006, p.755 )

As pesquisas caracterizadas como quanti/qualitativas ou mis-tas trabalham com dados mensuráveis por meio da quantificação, e também com a possibilidade de dar tratamento qualitativo aos dados quantitativos a partir do estabelecimento de cruzamentos, articulações e mediações. Estes dados são complementados pela coleta de conteúdos subjetivos ou que não são facilmente quanti-ficáveis, tais como opiniões, avaliações, sugestões, expectativas, valores, expressões ou representações que podem ser interpreta-das a partir de uma análise qualitativa tomando-se por base algu-mas categorias de análise e novamente estabelecendo mediações com os dados quantitativos anteriormente referenciados, e com outros aspectos teóricos que lhes deem substância, de forma con-textualizada e a partir de um corte histórico. (PRATES, 2010; PRA-TES, REIS e ABREU, 2000)

Pelos aspectos abordados, o enfoque misto nos parece o que melhor oferece condições para abarcar uma análise mais completa nos processos de avaliação de programas, projetos e políticas so-ciais, uma vez que articula, tanto aspectos relativos ao dimensio-namento de sujeitos, recursos entre outras informações necessárias ao planejamento como aspectos qualitativos como níveis de satisfa-

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ção, identificação de processos, entre outros, todos fundamentais a uma avaliação que busque contemplar a totalidade. (PRATES, 2007)

2.2 – Procedimentos sobre a Materialidade da Pesquisa

Após esta breve síntese dos principais fundamentos e catego-rias do método dialético e acerca do enfoque misto que funda-mentaram o presente estudo, passa-se a realização de uma re-constituição dos procedimentos efetivados. A pesquisa em pauta tinha como objetivo verificar as condições de acesso das pessoas com deficiência às instâncias sociais (saúde, educação, trabalho, assistência social, transporte, lazer, cultura e habitação) e ao mo-biliário social (equipamentos), nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, tendo em vista a construção e otimização de polí-ticas públicas nessas áreas. Para tanto, seria necessário, além de verificar quais eram as efetivas condições de acessibilidade dos municípios, realizar um levantamento sobre a tipologia da defici-ência associada às possibilidades de acesso ou ausência de recur-sos para cada área específica, destacando as áreas das políticas públicas onde há maior dificuldade para o desenvolvimento da in-clusão social das pessoas com deficiência. Além destes aspectos, investigou-se os mecanismos legais, os programas sociais e a rede de apoio utilizada pelas pessoas com deficiência nas localidades, além de verificar as condições de acesso urbano e equipamentos (mobiliário urbano) disponíveis nos municípios.

FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

Como os municípios do Estado do Rio Grande do Sul têm de-senvolvido a acessibilidade universal no espaço de suas políticas públicas e no espaço urbanístico e mobiliário urbano?

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QUESTÕES NORTEADORAS

• Qual a realidade dos municípios do Estado do RS no que diz respeito às condições de acessibilidade?

• Qual a realidade de acesso da população com deficiência aos bens sociais nas diferentes instâncias da sociedade?

• Que relação há entre a tipologia da deficiência e as possibili-dades de acesso ou ausência de recursos para área específica?

• Em quais áreas das políticas públicas há maior dificuldade para o desenvolvimento da inclusão social das pessoas com deficiência?

• Quais os mecanismos legais, programas sociais e rede de apoio que são utilizados pelas pessoas com deficiência?

• Como estão as condições de acesso urbano e equipamentos (mobiliário urbano) dos municípios?

O sujeito deste estudo foram os gestores públicos e adminis-tradores responsáveis pelas políticas públicas nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul.

Quanto aos processos metodológicos realizados, podem ser as-sim resumidos:

Em um primeiro momento buscou-se construir coletivamen-te um diagnóstico situacional das atuais condições de inclusão de pessoas com deficiência nos 496 municípios do Estado do RS. Ela-boração do plano de desenvolvimento da investigação, definindo atribuições, controles administrativos, datas e horários de reuni-ões sistemáticas. Revisão coletiva do projeto de pesquisa, identi-ficação de bibliografia básica e complementar e adensamento das categorias centrais teóricas do método de investigação e explica-tivas da realidade. Realização de reuniões integrando os objetivos da pesquisa com as possibilidades das instituições da interface. (FADERS, FAMURS, PUCRS, IPESA e COEPEDE)

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Foi realizado o levantamento e seleção dos documentos, legis-lações que se constituíram em objeto de análise documental e de estudos bibliográficos. Segundo Ludke e André (1986, p. 38), são considerados documentos “quaisquer materiais escritos que pos-sam ser usados como fonte de informação sobre o comportamen-to humano” (leis, regulamentos, pareceres, prontuários, cartas, memorandos, diários pessoais, autobiografias, jornais, revistas, discursos, arquivos, etc).

E complementam as autoras, valendo-se de Guba e Lincoln (1981) para quem a análise documental representa uma fonte es-tável e rica de onde podem ser retiradas evidências que funda-mentem afirmações e declarações do pesquisador, atribuindo im-portância destacada a esta técnica para coleta de dados (PRATES E PRATES, 2009). Com base nessa coleta de documentação e tendo-a como fonte de subsídio reflexivo construímos coletivamente este livro, em cima dos dados quantitativos e dos números, mas com o aporte teórico e documental de fonte específicas da temática de pesquisa. A análise dos dados se reporta tanto ao quantitativo quanto ao qualitativo e justamente essa junção é que dará unida-de ao trabalho apresentado aqui e que resulta na devolução co-letiva da pesquisa de Campo, com a publicação dos resultados de pesquisa em um livro que desenvolve análise e conteúdo temático das diferentes áreas que estiveram em pauta.

Logo, foram realizadas a elaboração coletiva do instrumento de coleta direta e instruções para preenchimento do questioná-rio. Dando prosseguimento ao processo realizou-se o teste e as adequações do instrumento. A coleta dos dados de pesquisa foi realizada on-line, pelo site da FAMURS, com a disponibilização de um instrumento de pesquisa para cada área de política pública. Cada município foi chamado a responder as questões referentes à realidade de inclusão/exclusão de sua região. Contato com os mu-nicípios via telefone, e-mail e link da pesquisa. Acompanhamento

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do instrumento no link via on-line e relatórios de preenchimento. Para melhor efetividade desses contatos telefônicos com os mu-nicípios, contratamos, utilizando o recurso do auxílio universal do CNPq, oito pesquisadoras, que ficaram com a responsabilidade de entrar em contato com cada município e acompanhar o preenchi-mento dos dados de pesquisa, que foram respondidos on-line.

As pesquisadoras responsáveis pelo projeto de pesquisa reuni-ram-se sistematicamente com os técnicos da FAMURS, objetivando subsidiar o processo da investigação, bem como, com todas as pesquisadoras contratadas a fim de capacitar os responsáveis pelo preenchimento do instrumento sobre o levantamento de dados das condições de acessibilidade e inclusão do sujeito de pesquisa. A forma proposta visou a preservar a fidedignidade dos dados e o mínimo de erros.

A sistematização quantitativa dos dados deu-se a partir de tra-tamento estatístico. Para efetivação dessa etapa do processo fo-ram contratados especialistas em programas de pesquisa informa-tizada que fizeram a compilação dos dados a partir das informa-ções coletadas nos instrumentos disponíveis no site. Foi realizado um convênio com a Fundação Estadual de Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (FEE), cujos custos foram pagos com recursos da FADERS para a realização do tratamento dos dados quantitati-vos. Essa análise de dados contou também com a colaboração das Universidades parceiras (FSSPUCRS e IPESA ULBRA) e suas unidades especializadas em programas de pesquisa e análise de dados. A partir dos resultados quantitativos foi construído o relatório final com análise qualitativa com base em bibliografia atual, sobre a temática da diversidade e da acessibilidade, e na documentação e legislação nacional e internacional atualizada sobre a temática da pesquisa.

A análise de conteúdo, estratégia utilizada para o tratamento dos dados qualitativos, consiste basicamente num conjunto de es-

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tratégias que objetivam facilitar o processo de interpretação da comunicação. A partir deste procedimento de pesquisa, conforme Marconi e Lakatos (1996), o conteúdo das comunicações é analisa-do por meio de categorias, previamente determinadas, que levam a resultados quantitativos, sobre o conteúdo de publicações; vol-ta-se para os produtos da ação humana, explicitado através das ideias e não das palavras em si. (PRATES, 2003 a)

As diferentes fases da análise de conteúdo organizam-se em torno de três etapas, quais sejam: a pré-análise, a exploração do material, o tratamento dos resultados, a inferência e a interpre-tação. (BARDIN, 1977)

A pré-análise consiste, basicamente, na realização da leitu-ra flutuante (deixar-se invadir pelas impressões e orientações do texto), na organização e preparação do material a ser analisado, na escolha dos documentos, na formulação de hipóteses dos ob-jetivos e de indicadores que fundamentem a interpretação final. Para a escolha dos documentos que constituirão o corpus para aná-lise, ressalta Bardin (1977), que existem algumas regras, entre as quais, destaca as que considera principais: a exaustividade, a representatividade, a homogeneidade e a pertinência.

A preparação do material consiste nos procedimentos a serem realizados com o corpus que possibilitem a realização da análise, tais como recorte de reportagens, transcrição de fitas, fichamentos, etc., que posteriormente, na etapa chamada por Bardin de “explo-ração do material” serão codificados, enumerados, de acordo com regras previamente formuladas pelo pesquisador. (PRATES, 2007)

A descrição analítica inicia-se na pré-análise, mas nesta etapa o corpus é submetido a estudo aprofundado orientado pelas hipó-teses e referenciais teóricos. Segundo Triviños (1987), os procedi-mentos de codificação, classificação e categorização são básicos nesta instância do estudo; daí, surgirão os quadros de referência que servirão de base para a realização das inferências.

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Por fim, a fase de interpretação inferencial constitui-se na análise, interpretação e explicação dos conteúdos manifestos e latentes, realizada a partir da mediação entre o conteúdo des-crito e a teoria que orienta o pesquisador para a realização das inferências.

Privilegiou-se, em termos de análise de conteúdo, os cortes temáticos e valorativos, além das análises frequenciais, orienta-das pelas categorias do método e das categorias teoricoanalíticas; no entanto, foram também contempladas categorias empíricas, ou sejam aquelas que surgiram da expressão dos sujeitos e que não foram previamente problematizadas teoricamente.

Conforme Marx, categorias são “elementos estruturais de complexos relativamente totais, reais e dinâmicos, cujas in-ter-relações dinâmicas dão lugar a complexos cada vez mais abrangentes em sentido tanto extensivo como intensivo”. (MARX, 1993)

Categorias, portanto, podem ser definidas como elementos que, sendo partes constitutivas, auxiliam a explicar um fenôme-no, uma relação e/ou um movimento da realidade e, ao mesmo tempo, podem orientar processos interventivos. Convém ressaltar, no entanto, que sua interconexão com os demais elementos que conformam o fenômeno, na perspectiva dialético-crítica, é funda-mental para que possamos explicá-lo como unidade dialética, sem reduzir-lhe o sentido. (PRATES, 2003 a)

Por fim, foi realizado seminário de pesquisa em conjunto com os parceiros para socialização dos resultados junto à comunida-de acadêmica e institucional, quando foram apresentados painéis para debate sobre a temática e sobre os resultados empíricos ob-tidos e sua análise. A partir de então, passou-se a elaboração das produções acadêmicas, relatório final, artigos científicos e a orga-nização do livro para a publicação dos resultados.

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Considerações Finais

De acordo com a Carta para o Terceiro Milênio:¹

No terceiro milênio, a meta de todas as nações precisa ser a de evoluírem para sociedades que projetam os direitos das pessoas com deficiên-cia mediante o apoio ao pleno empoderamento e inclusão delas em todos os aspectos da vida. (1999, p.1)

Há um movimento internacional que reivindica, para as PcD, a inclusão do direito a fazer parte do mundo, o que por si só já indica o nível de distanciamento de uma vida realmente humana, no qual se encontra a sociedade. Significa dizer que a requisição desse direito, apesar de todos os avanços tecnológicos, em pleno Século XXI, ainda não se organizou um modo de vida social com-portando os diferentes sujeitos, com sua diversidade de constitui-ção enquanto tal. Sendo assim, a acessibilidade arquitetônica e cultural é a via pela qual a heterogeneidade dos sujeitos poderá ser incluída.

Na história da humanidade e, como um resultado da ques-tão social, foram criadas inúmeras interdições sociais e barreiras que impediram determinados sujeitos de ter acesso ao mundo. O reconhecimento, embora tardio, de toda essa interdição é um traçado que conduz a desconstituição das interdições a partir da transformação da cultura e das condições materiais estabelecidas até então. Nesse sentido, dar visibilidade a essa contradição via pesquisa, é antes de tudo um ato de resistência contra a violação de direitos.

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CAPÍTULO 3

Análise de Resultados da Pesquisa

na Perspectiva do Conceito de

Acessibilidade Universal

HUMBERTO LIPPO1

Introdução

A questão da Acessibilidade e sua posterior qualificação como Universal, inicialmente criada como resposta aos problemas das bar-reiras arquitetônicas para aqueles com deficiências e ou dificuldades de locomoção, desde há alguns anos ampliou sua abrangência, na medida em que desenvolvia e incorporava importantes contribuições de outras áreas, passando a dar conta de uma ampla gama de situa-ções de comunicação, conforto, segurança e autonomia das pessoas em geral. Deixando, assim, de ser uma questão relativa a um contin-gente minoritário da população, para atingir a grande maioria.

1 Humberto Lippo é sociólogo e professor, Especialista em docência no ensino superior. Coordenador do Comitê da Acessibilidade e do Programa Permanente de Acessibilidade da Universidade Luterana do Brasil - Ulbra, militante do movimento social das pessoas com defi-ciência há 40 anos, tendo exercido as funções de Secretário Nacional de Promoção de Direitos da Pessoa com Deficiência, Vice-Presidente do Conselho Nacional de Direitos da Pessoa com Deficiência – Conade, Diretor-Presidente da Faders no Governo do Estado/RS e Assessor de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência além de Coordenador de Direitos Humanos na Prefeitura de Porto Alegre. Autor de diversos artigos na área da acessibilidade e políticas públicas.

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Dessa forma, a temática de Acessibilidade Universal se con-solida crescentemente como área especializada do conhecimen-to, articulando-se com aportes não apenas das áreas das ciências sociais e humanas (filosofia, sociologia, antropologia, pedagogia, linguística, serviço social, comunicação, etc.), mas também das áreas da arquitetura, engenharia, e ciências da computação entre outras.

Nesse movimento, a Acessibilidade, na medida em que pro-gressivamente amplia sua abrangência conceitual, constitui-se em objeto de análise e reflexão social, pois possibilita uma nova pers-pectiva de entendimento dos mesmos processos da dinâmica da sociedade.

Abordaremos neste capítulo uma conceituação de Acessibili-dade para o entendimento mais preciso da questão, bem como uma avaliação da relevância populacional e impacto social dessa temática e uma primeira análise dos dados obtidos, pertinentes à pesquisa “Condições de Acesso da Pessoa com Deficiência aos Bens Sociais no RS.

3.1 – Acessibilidade: conceitos

Em qualquer projeto, sempre se prioriza o ser humano como o centro gerador e, nos espaços construídos, busca-se a melhor condição de uso, função, segurança, bem-estar, acesso. Mas a qual ser humano referimo-nos? É bastante significativo o percentual populacional composto por idosos, obesos, pessoas com estatura excessivamente baixa ou alta, pessoas com deficiência, crianças, mulheres no oitavo e nono meses de gestação, pessoas com lesões temporárias, entre outros. Todavia, essas diferenças quase nunca são consideradas quando se planeja os espaços construídos: mobi-liário urbano e meio de transportes. Passa-se, assim, a questionar

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o mito do “homem-padrão” no qual fomos induzidos a crer e para o qual se tem projetado por séculos.

Há, nas constituições federal, estadual e em diversas leis or-gânicas municipais um conjunto de disposições relacionadas com questões de acessibilidade ao meio físico construído, transportes, circulação, meios de comunicação etc. Voltadas primeiramente para as pessoas com deficiência, essas disposições atingem poten-cialmente outros setores sociais (idosos, crianças, enfermos etc.) pela qualificação e humanização dos espaços de uso público na cidade. Se ampliarmos mais o enfoque, incluindo preocupações com a segurança da população com a prevenção de acidentes no uso dos espaços construídos, a totalidade da população seria be-neficiada.

Com base nos pressupostos da qualificação das condições ge-rais visando ao exercício da cidadania, no respeito à diferença e visando à consolidação de uma sociedade democrática e um meio ambiente acessível a todos, o enfoque da Acessibilidade Universal propõe para a sociedade um significativo avanço em suas relações.

Portanto, a acessibilidade, entendida no sentido de ação cons-titutiva do todo social, engloba o conjunto do espaço construído, incluindo os aspectos da edificação, do urbanismo, das comunica-ções e do transporte em suas múltiplas interfaces.

O conceito de acessibilidade é usado no sentido de identifi-car uma situação de uso pleno, seguro e independente do espaço construído. Assim, será acessível o espaço ou o equipamento que propiciar tais condições a toda a população, independentemente de características físicas, idade, sexo etc. Espaços ou equipamen-tos que não proporcionem essas condições são possuidores de bar-reiras arquitetônicas.

Uma das principais preocupações que se deve ter no ato de planejar o espaço construído é considerar a totalidade de reque-rimentos exigidos pelas diversas situações individuais, evitando,

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dessa forma, conflitos entre elas, buscando atingir um ponto de equilíbrio em situações a priori contraditórias, procurando solu-ções criativas e diversificadas, embora integrantes de um planeja-mento sistemático.

O grande paradoxo das relações sociais é produzir a padroni-zação tendo em vista que o ser humano é diverso, não se iguala que a dinâmica da existência humana não se molda aos padrões. Assim, a discussão da acessibilidade nos remete ao movimento das relações sociais que criam as INTERDIÇÕES, pois, é a deficiência das estruturas sociais (instituições, escolas, família, comunidade, mídia, espaços de trabalho, de lazer, entre outras) em reconhecer a diversidade da condição humana.

Acessibilidade, então, é tornar a sociedade capacitada, apta a reconhecer que a diversidade faz parte de seu movimento, de sua constituição. Para adaptar a isso é necessária uma transformação nas condições materiais e simbólicas da vida em sociedade. A Acessibili-dade Universal engloba os conceitos de Acessibilidade e Desenho Uni-versal, podendo, também, ser entendida no contexto da sociedade, implicando acesso à equiparação de oportunidades e inclusão social.

Para uma análise mais precisa de qualquer sujeito e ou ques-tão se faz necessário precisar conceitualmente o objeto de aná-lise; nesse sentido é importante a definição de alguns conceitos.

ACESSIBILIDADERefere-se conjuntamente ao meio físico e aos equipamentos e

serviços de informação e comunicação.

DESENHO UNIVERSAL Diz respeito ao modo de concepção de espaços construídos,

equipamentos e produtos, visando a sua utilização pelo mais am-plo espectro de pessoas, incluindo crianças, idosos e pessoas com deficiências temporárias ou permanentes.

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ACESSIBILIDADE UNIVERSALConsidera-se a condição para utilização por pessoa com defici-

ência ou com mobilidade reduzida ou não, com segurança e auto-nomia total dos espaços construídos, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos disposi-tivos, sistemas e meios de comunicação e informação.

A partir dessas definições, barreiras são: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimen-to, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação, classificadas em:

a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público;

b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e inte-rior das edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações de uso privado multifamiliar;

c) barreiras nos transportes: as existentes nos meios de trans-porte coletivo;

d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entra-ve ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos disposi-tivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação.

3.2 – Dados populacionais

Segundo o Censo de 2010 do IBGE, cerca de 23,9% da popula-ção brasileira têm algum tipo de deficiência, aproximadamente 45 milhões de pessoas, das quais destacamos que:

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70% vivem abaixo da linha da pobreza;33% são analfabetos ou frequentaram a escola por menos de

3 anos;90% estão fora do mercado de trabalho.

Esses dados dão conta da gritante exclusão social a que está submetida essa população em boa parte devido à falta de acessi-bilidade.

Durante muito tempo todas as estimativas populacionais gi-ravam em torno de que 10% da população mundial teriam alguma deficiência, seguindo estimativa da Organização Mundial de Saúde da Organização das Nações Unidas desde meados da década de 1970.

Porém a própria OMS/ONU, segundo recente relatório inédito elaborado em conjunto com o Banco Mundial, (junho/2011), re-vendo sua histórica estimativa, informa que existe cerca de um bilhão de pessoas com deficiência no mundo, totalizando 15% da população mundial; esse novo percentual é compatível com o di-vulgado em 2010 pelo IBGE, que tem sido muito questionado no sentido de que a percentagem seria superdimensionada agora se percebe que não o é.

Em projeção, considerando a população do Brasil atualizada em 2010, de 190.755.799 pessoas, teríamos, aproximadamente, 45.000.000 de pessoas com deficiência no país, mais do que a soma da população de toda a Região Sul (RS, SC e PR) do Brasil, sendo, aproximadamente, 2.500.000 somente no Rio Grande do Sul, número equivalente a quase o dobro da população total de Porto Alegre.2

Assim, podemos facilmente perceber que a questão da aces-sibilidade remete ao próprio desenvolvimento do país, na medida em que nenhum país será plenamente desenvolvido se mantiver

2 Dados Censo Demográfico do Brasil, IBGE, 2010.

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um contingente populacional dessa magnitude à margem dos pro-cessos produtivos.

Para melhor visualização da correlação entre a inexistência de acessibilidade e exclusão social, destacamos os gráficos a seguir, onde no primeiro é mostrada a relação da falta de acessibilidade e suas consequências e, no segundo o inverso, como ideal a ser atin-gido. Nos gráficos, o sentido correto de interpretação é seguindo as setas coloridas desde cima e no sentido horário.3

GRÁFICO 1

Conforme podemos observar no gráfico, não podendo sair de casa devido à falta da acessibilidade, as pessoas com deficiência não são vistas, o que dificulta seu reconhecimento como membro da sociedade, fazendo com que a falta de acessibilidade deixe de ser uma questão da sociedade e, continuando sem visibilidade, objetos de discriminação.

3 Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Presidência da República.

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GRÁFICO 2

No gráfico acima, temos a situação em que as pessoas com deficiência por terem acessibilidade podem sair de casa e são re-conhecidas como membro da comunidade, assim a falta de acessi-bilidade torna-se uma questão coletiva, fazendo com que as bar-reiras sejam removidas e possibilitem maior visibilidade social e a mitigação dos preconceitos e discriminações.

3.3 – Relatório Mundial sobre Pessoas com Deficiência4

Cerca de 15% da população mundial têm algum tipo de deficiência. A prevalência de deficiência no globo é maior do que as estimativas anteriores da OMS, que datam da década de 1970, e sugeriu um percentual de cerca de 10%. Esta estima-

4 http://www.who.int/disabilities/world_report/2011/report/en/index.html

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tiva global sobre a deficiência aumentou devido a três fatores principais:

• ao envelhecimento da população;• a rápida disseminação de doenças crônicas, e • aprimoramentos nas metodologias utilizadas.

O primeiro Relatório Mundial conjunto OMS/Banco Mundial sobre deficiência traduz a situação das pessoas com deficiência em todo o mundo. O relatório contém tópicos específicos e ca-pítulos sobre saúde, reabilitação, assistência, ambientes acessí-veis, educação e emprego. Em cada capítulo, há uma discussão sobre as barreiras sociais e estudos de caso que mostram como os países conseguiram fazer face a estas com promoção de boas práticas. Em seu capítulo final, o relatório oferece nove reco-mendações concretas para as políticas e práticas que, se imple-mentadas, poderiam levar a melhorias reais na vida das pessoas com deficiência.

O Relatório também destaca quais são as principais barreiras impeditivas que afetam as pessoas com deficiência onde, confor-me podemos verificar na relação abaixo, a falta de acessibilidade está destacada:

• Políticas e Padrões Inadequados;• Atitudes Negativas;• Falta de Prestação de Serviços;• Financiamento Inadequado;• Falta de Acessibilidade;• Falta de Consulta e Envolvimento (Protagonismo);• Falta de Dados e Evidências.

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Aponta, ainda, o relatório como essas barreiras afetam a vida das pessoas com deficiência:

• elas têm insuficientes condições de saúde;• elas têm menor nível de instrução;• elas apresentam altos níveis de pobreza;• elas não podem viver de forma integralmente independente

nem participar plenamente das atividades da comunidade.

O Relatório sugere que muitas das barreiras que as pessoas com deficiência enfrentam são evitáveis e as desvantagens asso-ciadas com a deficiência podem ser superadas. Recomenda que, ações transversais que requerem o envolvimento de uma políti-ca pública integrada e integradora, compreendendo as principais áreas de atuação do Estado: saúde, educação, assistência social, trabalho, transporte, habitação, cultura, etc., além de diferentes atores – governos, organizações da sociedade civil (incluindo or-ganizações das pessoas com deficiência e suas famílias e demais movimentos populares) os profissionais que atuam na área e no setor privado possam ser desenvolvidas num esforço conjunto para diminuir as desigualdades.

3.4 – Resultados da Pesquisa na Perspectiva do Conceito de Acessibilidade Universal

Inicialmente, faz-se necessário um comentário acerca da cole-ta de dados. Os resultados obtidos são parciais, na medida em que nem todos os municípios gaúchos responderam ao questionário, por realmente não disporem dos dados perguntados, o que reflete uma secundarização preocupante dessa temática. Em que pese essas dificuldades, a amostragem obtida é suficientemente rele-

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vante para proporcionar uma primeira análise mais geral acerca dessa realidade.

Perguntado aos municípios: “Que possibilidades de acesso exis-tem para pessoas com deficiência nas áreas de Cultura, Turismo, Es-porte, Lazer e Habitação?, a resposta “Não Consta” oscila entre 45% e 53%, enquanto a opção “Não Sabe” para as mesmas áreas fica entre 20% e 32%, ou seja, entre a simples “não resposta” que evidencia total descaso com a temática e o confesso desconhecimento que re-força ainda mais o descaso, temos percentuais de resposta bastante significativos. Sendo que os itens de acessibilidade respondidos como rampas, corrimãos, banheiros adaptados, calçadas, entre outros, constam em percentuais baixíssimos, não superiores a 2%.

Mais adiante, para as mesmas áreas perguntadas: “Que bar-reiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com deficiência ter acesso?” se verifica semelhantes percentuais de respostas. Variando em “Não Consta” entre 40% e 42%, e no item “Não Sabe” entre 26% e 31%. Convém destacar que para poder atuar sobre determinada realidade é necessário conhecer essa mesma realidade, assim torna-se praticamente inviável promover a acessibilidade se não se conhece onde inexiste acessibilidade.

Perguntados sobre: “Que providências estão sendo tomadas para superação das barreiras e construção do acesso às políticas acima citadas?” coerentemente com as respostas anteriores, 33% não responderam, 16% não sabem e, surge uma boa notícia enfim, 23% salientam que os seus municípios têm realizado “adaptação de locais para inclusão/modelagem arquitetônica”.

Perguntados pelo número de ônibus acessíveis, 48% dos mu-nicípios responderam que inexistem, 35% não responderam e 7% sequer sabem disso. Na sequência desse item, perguntados: “Que horários são disponibilizados para este serviço de transporte aces-sível?” 54% não sabem e 33% não responderam como era de se esperar.

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Se conhecer a realidade é condição necessária para nela atu-ar, planejar essa atuação é imprescindível. Perguntados se “A lei orgânica do município prevê uma política universalizada no trans-porte coletivo?” 35% não responderam, 32% não constam respos-tas, e apenas 32% responderam afirmativamente.

Perguntado aos municípios para assinalarem mobiliários e ou equipamentos urbanos acessíveis, 40% não responderam, sendo diversos outros itens (estacionamento, meios-fios rebaixados, te-lefones públicos rebaixados, entre outros) apontados em percen-tuais pequenos.

Outro ponto preocupante levantado pela Pesquisa, diz respeito à abrangência e à composição da população com deficiência, condi-ção básica para qualquer planejamento bem-sucedido. Perguntado aos municípios se existe mapeamento da população com deficiência, apenas 9% responderam positivamente, sendo que 21% afirmam não saber e a grande maioria de 69% sequer respondeu. Esses percentuais aplicam-se igualmente, com variações entre 1% e 3%, nas questões do quantitativo dessa população entre zona urbana e rural e, ainda no que diz respeito às áreas de deficiência: visual, auditiva, física, múltipla, transtornos globais do desenvolvimento e outras síndromes.

Portanto, depreende-se dos dados acima sobre questões rela-tivas à acessibilidade que o quadro mostrado pelos municípios é preocupante. Não apenas pelos baixíssimos percentuais dos itens respondidos afirmativamente, mas, sobretudo, pelo elevado grau de desconhecimento com essa temática, demonstrado.

Talvez porque a magnitude das demais questões sociais (sa-neamento, educação, saúde, etc.) enfrentados pelos municípios faça com essa temática seja secundária ou talvez porque exista no imaginário da sociedade o entendimento, via preconceitos er-rôneos arraigados, que entendem pessoas com deficiência como incapazes e improdutivas, o que faz com que essas demandas não sejam prioritárias.

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Há aqui uma questão nodal, sendo o trabalho valor fundamen-tal da atividade humana, no sentido de atuar sobre a natureza transformando-a e, por extensão, do próprio capitalismo que se baseia na relação de compra e venda da força de trabalho para desta forma extrair a mais-valia como mola propulsora de sua di-nâmica. E como por preconceitos e estereótipos a sociedade, via de regra, assim entende as pessoas com deficiência como incapa-zes e ou improdutivas, o reflexo lógico dessa concepção é a secun-darização de suas questões na medida em que não seriam capazes de trabalhar.

Assim, para romper esse ciclo vicioso, faz-se imperioso tra-balhar a conscientização da sociedade em duas direções comple-mentares: uma, no sentido de educar que acessibilidade não é especificamente dirigida às pessoas com deficiência senão que para todas as pessoas com e sem deficiência; e a outra, de que as pessoas com deficiência podem ser tão produtivas como qualquer outra pessoa desde que sejam dadas a elas as devidas condições.

Considerações Finais

Pensando termos demonstrado nas linhas acima a relevância da acessibilidade em todos os espaços e serviços da sociedade, não apenas como melhoria das condições de vida das pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção, o que por si só se jus-tificaria em face da magnitude desse contingente populacional, mas principalmente porque isso implica qualificação da sociedade como um todo, tendo em vista segurança, conforto e reconheci-mento político das diferenças humanas.

Sobretudo, considerando que as pessoas com deficiência são parte essencial da diversidade humana e da condição humana, e que o respeito à diversidade e à cidadania são requisitos funda-

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mentais para uma sociedade com igualdade de oportunidades, era de se esperar que no século 21 a questão da acessibilidade estives-se mais bem difundida e concretizada. Todavia, infelizmente não é o que se pode constatar analisando os dados da pesquisa.

Assim, podemos depreender que a Convenção Sobre os Direi-tos da Pessoa com Deficiência, primeiro tratado mundial da Or-ganização das Nações Unidas do século 21 e ratificado pelo Brasil como norma constitucional, que entende que a deficiência está na interação da pessoa com um meio social padronizado e segrega-dor, ainda é um ideal a ser atingido e muito deve a sociedade fazer para que se torne realidade.

Por todos esses motivos expostos, entendemos que com as pes-soas existem as diferenças, fator básico que as constitui como se-res únicos e singulares, sendo que a deficiência, entendida como falta e incompletude são relativas às estruturas sociais, físicas ou comportamentais.

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CAPÍTULO 4

Análise de Resultados da Pesquisa

na perspectiva da Política de Educação

CLARISSA ALLIATI BELEZA1

GREICE SEVERIANO DOS SANTOS2

MIRIAM WORNICOW D’ÁVILA GARCIA3

Neste capítulo, apresentamos dados coletados nos quatrocen-tos e noventa e seis municípios do Estado do Rio Grande do Sul referentes à Política de Educação aplicada de norte a sul no terri-tório gaúcho. Os dados nos provocaram inúmeros questionamentos e comprovaram o quanto de caminho temos a percorrer, e aqui não falaremos em quilômetros a rodar, mas, sim, paradigmas e concei-tos a serem ultrapassados e também consolidados.

Meio do Caminho foi o batismo realizado após inúmeros gráfi-cos interpretados e a recorrência do “meio” (49,6%, 50%) na análi-

1 Pedagoga Especial / Deficiência Intelectual e Autismo, Especialista em Educação Especial na perspectiva do Atendimento Educacional Especializado, Diretora Técnica da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul – FADERS [email protected] Pedagoga, Especialização em Supervisão Escolar, Assessora Técnica da Fundação de Ar-ticulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul – FADERS [email protected] 3 Pedagoga Especial / Deficiência Intelectual, Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institu-cional, Especialista em Informática Educativa, Coordenadora do Programa de Capacitação da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul – FADERS [email protected]

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se das pesquisadoras. Outra questão que reportava ao meio, era a ideia de trajetória (meio) e também a concepção de forma (meio) de garantia de direito à educação. A proposta quanti/qualitativa nos proporcionou mais do que mapear as políticas, mas refletir sobre elas mesmas inferindo sobre o que nos falta.

4.1 – Meio do Caminho

Como é difícil falar sobre o meio! Meio, aqui, significando a metade da trajetória, uma parte passada e uma por vir, o futuro ainda longe, as perspectivas não tão românticas e entusiasmadas como no princípio – meio do caminho!

Educação-meio é isso que abordaremos aqui – Política de Edu-cação ainda não completamente consolidada, política no meio. E educação como meio de transformação, como capacidade de pensar, de indagar a respeito das coisas do mundo. E o meio ne-cessitando de educação.

Embora a escola não seja a única instituição responsável pela transformação da sociedade e por suas contradições, ela poderá ser um dos modos para construir uma nova consciência que leve à construção de uma nova ordem social, pois, “a escola não é a alavanca da transformação social, mas essa transformação não se fará sem ela”. (GADOTTI, 1984, p.73)

Frigotto e Chiavatta (2003) reafirmam estas questões ao dizer, que neste sentido, a educação é tanto um direito social básico e universal quanto vital para romper com a histórica dependência científica, tecnológica e cultural do país, e fundamental para a construção de uma nação autônoma, soberana e solidária na rela-ção consigo mesma e com outras nações. A educação é, portanto, ao mesmo tempo determinada e determinante da construção do desenvolvimento social de uma nação soberana. Além de ser cru-

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cial para uma formação integral humanística e científica de sujei-tos autônomos, críticos, criativos e protagonistas da cidadania ati-va, é decisiva, também, para romper com a condição histórica de subalternidade e de resistir a uma completa dependência científi-ca, tecnológica e cultural. (FRIGOTTO, CIAVATTA, 2003, p.93-130)

A Educação tem, como concepções dorsais, o respeito à diversi-dade humana e ao desenho universal como concepção inclusive do ponto de vista da aprendizagem. O Ministério da Educação, em 2008, publicou o que já se ensaiava, vislumbra o futuro e dá o veredicto: a Educação é uma só, a escola que queremos é única também! Não teremos mais divisões, acabemos com o apartheid na escola pública.

É um novo tempo: o de refazer a escola contemporânea. Re-fletimos, ouvimos vários atores da escola – alunos, professores, comunidade, gestores — e com os movimentos teóricos e sociais desenvolveu-se a (Política de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva ou na perspectiva do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que traz na sua concepção de que a escola deve estar adequada às necessidades e às especificidades de to-dos os alunos. Ela deve ser um espaço plural em que a diversidade mais do que contemplada, seja valorizada.)

Sabemos que as diretrizes dessa política não foram iniciativas de alguns, mas luta de vários. O alicerce deste novo caminho foi construído com o ferro de anos de interdição, a cerâmica utilizada foi moldada com perspectiva de um mundo melhor e o rejunte foi a força da coletividade. Militantes com deficiência e sem deficiên-cia, unidos, fizeram esta bandeira ser hasteada.

No mesmo período, o movimento internacional da Organiza-ção das Nações Unidas, publica o texto “A Convenção Internacio-nal sobre Direitos da Pessoa com Deficiência”; contando com a participação efetiva das pessoas com deficiência, rompe com o paradigma clínico, provocando uma efetiva mudança, instauran-do um modelo social que privilegia as potencialidades de todo o

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ser humano, difundindo os conceitos de acessibilidade, vida inde-pendente e autonomia, baseadas nos direitos humanos de todas as pessoas, e assumindo o compromisso de transformação social promovendo a qualidade de vida e a dignidade das pessoas com deficiência na busca de uma sociedade inclusiva.

O “meio” é acolher os diferentes segmentos da sociedade, independente da deficiência, orientação sexual, condição social, linguística ou cultural, garantindo a qualidade do ensino educacio-nal a cada um de seus alunos, reconhecendo a diversidade como a possibilidade de diminuir as desigualdades sociais.

Este “meio”, a escola, tem currículo, projeto político-pedagó-gico, sistema de avaliação que contemplem todos os alunos – com ou sem deficiência.

Indivíduos com deficiência são interditados da vida em socie-dade, não pela deficiência em si, mas pela estrutura da sociedade e das relações sociais que vêm interditando as pessoas. O acesso à educação e às demais políticas é dificultado por estruturas e siste-mas que não contemplam as especificidades de todos.

A mudança social não depende somente de instrumentos legais, mas depende de mudança de concepção de homem, sociedade e mundo. É preciso respeitar a diversidade humana para garantir a participação de sujeitos diferentes no mundo da escola. É preciso romper com conceitos como ideal e normal, que nos conduzem a uma padronização do ser humano.

Afinal de contas, o que é ser normal? O que é ser diferente? Ao convivermos com as pessoas com deficiência teremos a oportu-nidade de problematizar estas questões e refletir sobre o quanto nos favorecemos estando em contato com a diversidade humana.

Na medida em que tenhamos como conceito que a sociedade e o mundo não são homogêneos e que se valorizem as diferentes et-nias, culturas, religiões e condições questiona as práticas vigentes de preconceito e discriminação no sistema de ensino.

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A FADERS vem, há quase quatro décadas, trabalhando em prol da garantia dos direitos das pessoas com deficiência e das pes-soas com altas habilidades/superdotação, visando a articular, a coordenar e a promover, com a sociedade, e sua participação, a implantação de políticas públicas que garantam a cidadania das Pessoas com Deficiência e das Pessoas com Altas Habilidades/Su-perdotação, em todas as áreas de atuação do Estado.

Direitos garantidos, participação na vida em sociedade, in-clusão, acessibilidade são pressupostos da FADERS e também de um mundo com justiça social. Um mundo, em que o respeito pela diversidade da população, substitua a segregação e a homogenei-dade; que o singular seja plural e que humanidade seja sinônimo de diversidade; que a cultura da inclusão e da acessibilidade ultrapasse as fronteiras de políticas setoriais como saúde, edu-cação e assistência social. Sensibilidade e respeito pelo outro e pelo meio ambiente são necessidades prementes da atualidade.

Assumir a responsabilidade de garantir que o público de 2,5 milhões de gaúchos e gaúchas com deficiência (IBGE, 2010) seja incluído social e politicamente não é tarefa simples. A FADERS tem este compromisso e o instrumental da pesquisa é mais um meio de diagnosticar a realidade do Estado para fomento de políticas que viabilizem a remoção de barreiras excludentes de acessibili-dade – “Há seis tipos de barreiras excludentes: arquitetônica (não permite a acessibilidade da pessoa com dificuldade de locomoção); comunicacional (a linguagem verbal ou visual utilizada não alcança todas as pessoas); atitudinal (atitude preconceituosa); metodológi-ca (métodos de ensino, trabalho e lazer homogêneos); instrumental (instrumentos utilizados para trabalhar, brincar que não atendem às limitações); programática (leis, portarias, regulamentos e políticas que perpetuam a exclusão). Enquanto a sociedade não remover as barreiras nessas seis áreas, as pessoas vão continuar excluídas.” 4

4 Inclusão implica transformação”. – Entrevista Romeu Kazumi www.etur.com.br/conteudocom-pleto.asp 12 maio 2005.

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Por isso, para que se possa atingir uma transformação social, é ne-cessário seguirmos o modelo social da deficiência, onde nossa tarefa é a de modificar a sociedade. Quando falamos em sociedade, queremos dizer escolas, empresas, serviços, programas, ambientes físicos, entre outros tantos que devem ser adequados para acolher a todos.

A Política de Educação Especial na perspectiva da Educação In-clusiva ou do Atendimento Educacional Especializado (AEE) valoriza a participação de todos os estudantes, sejam eles umbandistas ou evangélicos, brancos ou negros, com ou sem deficiência, enfim, a escola mais do que acolher, passa a valorizar as diferenças. O termo inclusão indica que a sociedade, e não a pessoa, é que deve mudar, é a escola que precisa estruturar-se para todos os alunos e não mais o aluno que precisa adaptar-se a esta de forma normalizada.

O Programa de Ação para a Década das Américas pelos Direitos e pela Dignidade das Pessoas com Deficiência (2006-16) preconiza, para a educação, o objetivo de assegurar e garantir às pessoas com deficiência o acesso em igualdade de condições com os demais e sem discriminação a uma educação inclusiva e de qualidade, incluindo seu ingresso, permanência e progresso no sistema educacional que facilite sua inserção produtiva em todos os âmbitos da sociedade.

4.2 – Análise de Resultados na Perspectiva da Política deEducação

Entre os dados coletados, no questionário de pesquisa, foi per-guntado se o município dispõe de atendimento educacional espe-cializado; dos 496 municípios, 50% responderam dispor de atendi-mento educacional especializado, 24% informaram não dispor de serviço especializado, 20% dos municípios não responderam a essa questão e 6% dos entrevistados não souberam informar se o muni-cípio dispõe desse serviço.

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Outra questão abordada foi “Quais os atendimentos são dispo-nibilizados no AEE?”

Em relação aos atendimentos disponibilizados para as pessoas com deficiência, 95 municípios oferecem atendimento psiquiátri-co, 82 em atendimento fonoaudiológico, 73 em salas de recursos, 48 em atendimento psicopedagógico e 46 na APAE. Encontramos, ainda, os seguintes dados: 33 em atendimentos fisioterápicos, 25 com professores especializados, 20 atendimentos educacional es-pecializado (AEE), 19 oferecem atendimento pedagógico, 11 com neurologista, e 8 responderam escolas especiais, turno inverso à escola e a classes especiais.

Pasmem! do que estamos falando? Alhos com bugalhos seria a resposta, expressão utilizada com o

significado de confundir, trocar coisas semelhantes. E não é esse o caso aqui, não estamos falando de semelhanças. Atendimento psi-quiátrico, fonoaudiológico, de fisioterapia, neurologia e psicopeda-gogia categorizados como Atendimento Educacional Especializado.

A Educação Especial, durante muito tempo, foi vista e reali-zada no âmbito clínico, a deficiência com concepção de doença precisava ser tratada e até hoje vivemos com resquícios deste pa-radigma, observa-se acima esta confusão conceitual.

Conforme o instrumental da pesquisa, a matrícula de alunos com deficiência é garantida no sistema educacional em 69% dos mu-nicípios, 27% não sabem ou não responderam e 4,4% informaram que o município não assegura matrícula aos alunos com deficiência.

Em 49% das escolas mencionadas nos 496 municípios no Projeto Político-Pedagógico a Educação Inclusiva é mencionada da seguin-te forma, meio como é contemplada: garantindo a matrícula na classe normal – 61 municípios; com salas de recursos – 24 municí-pios; com avaliação diferenciada – 20 municípios; com adaptações dos espaços físicos – 18 municípios; com professores/educadores especializados – 15 municípios; com atendimento especial no tur-

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no inverso – 15 municípios; com professores/educadores treinados – 14 municípios; respeitando diferenças com apoio e esforço – 10 municípios; com AEE – 10 municípios.

Em 49,6% dos municípios há Atendimento Educacional Especia-lizado (AEE), mas quando se faz análise do seu conteúdo aparece que 51,8 não responderam ou não sabem quais atendimentos edu-cacionais especializados são disponibilizados, e ainda houve gran-de índice referente a atendimento psicológico e fonoaudiológico: 19,2% e 16,5% respectivamente.

Mas quando perguntamos onde é realizado o AEE, as respostas foram 17,9% não sabem ou não responderam, 32,9% por Escola, 13,9% por Polo e 31,5% outros. Na categoria outros, encontram-se Posto de Saúde, Unidade de Saúde, Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, Secretaria de Saúde, APAE, Centro de Referência da Assis-tência Social – CRAS, etc.

Com a pesquisa, notamos que a política de educação na pers-pectiva da educação inclusiva está acontecendo, mas ainda temos um meio de caminho a percorrer. As informações acima nos dizem do lugar em que estamos e do quanto nos falta, quanto ainda temos que remover barreiras. Retrata o tempo histórico que esta-mos vivendo – meio do caminho! Não, meio, como posição, estar no meio, estamos mencionando o meio agora como forma, pos-sibilidade de mudança, aquilo que pode acontecer – A Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.

Considerações Finais

Com base nos dados coletados e no grande índice de ausência de respostas relativas a algumas políticas é possível considerar o seguinte: a gestão municipal ou representante do município não tem compreensão da totalidade das políticas públicas existentes

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à pessoa com deficiência no município e no quesito conceitual, há necessidade de aprofundar a temática da Educação Inclusiva e do Atendimento Educacional Especializado (AEE).

Para implantação e implementação da educação para todos há longo caminho a percorrer e o meio é capacitação de gestores públicos, formação continuada de professores e monitoramento das políticas implantadas.

Referências

ALVES, Denise de Oliveira e cols. SaladeRecursosMultifuncionais–espa-ços para atendimento educacional especializado – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Especial, 2006.

ConstituiçãodaRepúblicaFederativadoBrasil. Brasília: Imprensa Oficial, 1988.

FÁVERO, MANTOAN e PANTOJA.OAcessodeAlunoscomDeficiênciaàsEs-colaseàsClassesComunsdaRedeRegular/MinistérioPúblicoFederal: Fundação Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva (organizadores) 2. ed.rev.e atualiz. – Brasília: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, 2004.

Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação In-clusiva. Secretaria de Educação Especial – MEC/SESSP, 2008. Disponível em www.mec.gov.br/seesp.

GADOTTI, M. Ação pedagógica e prática social transformadora. Educação e Sociedade, v.1, n. 4, p. 5-14, set. 1984.

FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, M. Educação básica no Brasil na década de 1990, subordinação ativa e consentida à lógica do mercado, educação eSociedade, Campinas, v. 24, n. 82, 2003.

Programa de Ação para A Década das Américas pelos Direitos e pela Dignida-de das Pessoas com Deficiência (2006-16).

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CAPÍTULO 5

Análise de Resultados da Pesquisa

na Perspectiva da Política de Saúde

SEVERO, ANDRÉA ASTI1 CALDAS, ELIANE RIBEIRO DE2

PETERS, ELISA PELEGRINA3

PEREIRA, MARILÚ MOURÃO4

Introdução

Reconhecendo a relevância do conhecimento da realidade a partir da pesquisa realizada para propostas de política públicas para as pessoas com deficiência, apresentamos aqui os dados e análise da investigação na área da saúde.

O conhecimento é um processo de reflexão crítica e que poderá conduzir ao desvelamento do objeto estudado e analisado. O co-nhecimento é a tomada de consciência de um mundo vivido pelo ho-mem e uma atividade transformadora da realidade. (BARROS 1990)

1 SEVERO, Andréa Asti - Graduada em Psicologia – PUC/RS, Psicóloga da FADERS, Mestre em Educação – UFRGS 2 CALDAS, Eliane Ribeiro de - Graduada em Serviço Social – UNISINOS, Assistente Social da FADERS, Especializada em Filosofia e seu Ensino - UNISINOS 3 PETERS, Elisa Pelegrina - Graduada em Fonoaudiologia – UFSM 4 PEREIRA, Marilú Mourão - Graduada em Fisioterapia – UFSM, Fisioterapeuta da FADERS, Mes-tre em Educação - UFRGS

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Este capítulo contextualiza a temática da pessoa com deficiência e o acesso, diante das condições de atendimento, à saúde no Estado do Rio Grande do Sul. Encontram-se descritos os resultados e os pro-cedimentos metodológicos adotados na pesquisa relativa à área da saúde. Na primeira etapa, constam as correlações com a abordagem teórica e legislações, seguindo com a análise dos dados pesquisados.

5.1. Abordagem Teórica

Pensar em saúde nos remete a um conceito extremamente am-plo, complexo e muitas vezes definido de forma simplificada como ausência de doença e incapacidade funcional. A Organização Mundial da Saúde– OMS define saúde como situação de perfeito bem-estar físico, mental e social da pessoa. Muitos autores têm discutido, e até mesmo contestado, essa definição da OMS, pois tal estado de perfeição não existe, sendo este inatingível e irreal. De certa forma, este conceito aponta para uma evolução, pois não está somente vin-culando saúde apenas à ausência de doenças. Este abrange três pila-res essenciais ao bem-estar do ser humano no que diz respeito a sua condição física, mental e social; este entrosamento entre essas três áreas que é responsável pela promoção da saúde de todas as pessoas.

Abordar o tema da saúde da pessoa com deficiência é possibili-tar e garantir todos os direitos básicos nesta área, proporcionando atendimentos de qualidade em igualdade de condições com as de-mais pessoas, ou seja, sem barreiras arquitetônicas, de comunica-ção e informação e de atitudes.

O primeiro “Relatório Mundial sobre a Deficiência” da Organi-zação Mundial da Saúde – OMS de nove de abril de 2011 apresenta estimativas e dados estatísticos sobre o panorama mundial das condições de vida da pessoa com deficiência. Com dados atuais, esse Relatório aponta que mais de um bilhão de pessoas com defi-

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ciência enfrenta inúmeras barreiras ao longo de suas vidas. Dentre estas barreiras destacam-se a discriminação, o preconceito, a de-sinformação e a falta de cuidados com a saúde adequada e com a reabilitação, entre outras.

Como resultado da ausência do atendimento na área da saúde, em muitos países, e da precariedade em outros, a pessoa com de-ficiência não tem seus direitos em relação à saúde contemplados. Muitas vezes fica à margem e sem assistência nessa área, vivendo em situação de extrema vulnerabilidade e pobreza.

Segundo o relatório, as pessoas com deficiência têm duas vezes mais probabilidades de receber cuidados de saúde inadequados para atender às suas necessidades, além de muitas vezes receber esse tratamento de forma tardia, e quase três vezes mais probabi-lidade de ter o acesso negado aos serviços de saúde. Torna-se, por-tanto, prioritário que os governos invistam em políticas públicas, que viabilizem o acesso aos bens sociais para que as pessoas com deficiência possam fazer valer de forma efetiva os seus direitos.

De acordo com este relatório, cada país apresenta e estabe-lece diversos marcos legais em relação à pessoa com deficiência. A Constituição Federal Brasileira de 1988 estabeleceu alguns fun-damentos com valores na dignidade e direitos humanos, com o compromisso de assegurar os direitos sociais e individuais a todas as pessoas. Nesse contexto, podemos afirmar que a Constituição trouxe importantes avanços no que tange as garantias de direitos sociais das pessoas com deficiência, como podemos constatar no artigo 23, capítulo II, que determina que “é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidar da saúde e assistência públicas, da proteção e garantia das pesso-as portadoras de deficiências”. (BRASIL, 2008, p. 5.)

Contudo, sabe-se que a partir da Norma Constitucional, surgem outras normativas importantes na área da saúde, que possibilitaram a implantação e efetivação de políticas públicas voltadas para as pes-

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soas com deficiência. O presente capítulo pretende fazer uma análise dessas políticas públicas no âmbito do Rio Grande do Sul, a partir de pesquisa realizada pela FADERS, em parceria com outras Instituições.

Nesse sentido, destacamos alguns conceitos, teorias, legisla-ções enfatizando sua importância nesse processo. Vamos nos em-basar em dois documentos que consideramos relevantes para o desenvolvimento dessas políticas: A Convenção sobre os Direitos das Pessoa com Deficiência e a Política Nacional de Saúde da Pes-soa com Deficiência.

A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, apro-vada no Conselho Nacional de Saúde e pelas instâncias gestoras tripartites, publicada pelo Ministério da Saúde na Portaria n° 1.060/2002, trouxe o detalhamento para as ações, tanto no Sis-tema Único de Saúde e nas diversas instâncias governamentais, como nas relações intersetoriais e nas parcerias com as organiza-ções não governamentais da sociedade.

Como podemos verificar, essa política está em sintonia com as demandas estabelecidas na Convenção sobre os Direitos das Pesso-as com Deficiências da ONU. O propósito principal dessa Conven-ção, estabelecido no artigo 1º é de “promover, proteger assegurar o desfrute pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liber-dades fundamentais por parte de todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua inerente dignidade”. (CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, 2008, p.133)

Conforme o que está firmado na presente Convenção, a pessoa com deficiência deve ter a garantia e usufruir, de forma plena e igualitária, todos os direitos humanos. Sendo a saúde um direito de todos, deve-se salvaguardá-lo, buscando eliminar as barreiras que impeçam de usufruir de todos os serviços e benefícios confe-ridos e outorgados pelas políticas públicas.

A proposição central da Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência é reabilitar a pessoa com deficiência na sua capa-

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cidade funcional, de modo a contribuir para a sua inclusão plena em todas as esferas da vida social.

Outro aspecto fundamental apontado nessa política está pau-tado na prevenção de agravos que possam levar o aparecimento de deficiências. Nesse contexto, é possível verificar a preocupação da referida política de saúde com as ações de prevenção, avaliando que a implementação dessas é fundamental para a redução das incidências das deficiências.

A política também ressalta que as diferentes realidades regio-nais brasileiras, que compreendem aspectos específicos de ambien-tes e processos de produção, de emprego e de renda, além de ques-tões culturais que determinam a prevalência de doenças potencial-mente incapacitantes, deverão ser reconhecidas e consideradas nas estratégias de prevenção. Nesse sentido, a pesquisa em foco vem contribuir com essa perspectiva, objetivando melhor conhecer a realidade da pessoa com deficiência e seu acesso aos bens sociais concernentes à área da saúde no Estado do Rio Grande do Sul

Além da Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2008), a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2008), já referida anteriormente, aponta os aspectos sobre a saúde, em que podemos analisar alguns dados importantes do artigo 25. Uma das referências neste capitulo, ressalta a neces-sidade de atendimento às pessoas com deficiência em programas com a mesma amplitude, qualidade, padrão e cuidados de saúde, gratuitos ou a custos acessíveis, como as demais pessoas, inclusive na área de saúde sexual e reprodutiva.

Propiciar serviços de saúde na perspectiva de “para todos”, em espaços acessíveis para as pessoas com deficiência, e não só, espaços específicos por conta de sua deficiência.

Nesse sentido, podemos perceber que a pesquisa aborda as-pectos preocupantes e extremamente relevantes na vida das pes-soas com deficiência em sintonia com a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência.

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É preciso estar preparado com serviços e atendimentos e pre-venção como a detecção e intervenção precoces, com o objetivo de minimizar complicações das deficiências e preveni-las.

Outro aspecto relevante apontado na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e protocolo facultativo é propiciar esses serviços de saúde em locais o mais próximo possível de onde vivem as pessoas, inclusive na zona rural. Nesse sentido, a política nacional de saúde aponta que as atuações dos agentes comunitários de saúde e das equipes de saúde da família, terão um papel fundamental na disseminação das práticas e das estratégias de reabilitação.

Nesse particular, ressalte-se que a inserção da assistência à saúde da pessoa com deficiência nas ações das equipes de saúde e dos agentes comunitários, constituirá estratégia fundamental para a implementação dos procedimentos de prevenção e reabilitação nos diferentes níveis de atendimento.

Exigir dos profissionais de saúde o atendimento com a mesma qualidade às pessoas com deficiência que para outras pessoas, in-cluindo, com base no livre informado consentimento, entre outros, a conscientização sobre direitos humanos, dignidade, autonomia e necessidades das pessoas com deficiência, pela capacitação e promulgação de padrões éticos para os serviços de saúde públicos e privados, é outra meta trazida pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e protocolo facultativo que deve ser respeitada por todos estados.

O artigo 26 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2008, p. 89-90) aponta questões referentes à habili-tação e à reabilitação, em que os estados-partes deverão tomar medidas efetivas e apropriadas, inclusive mediante apoio dos pa-res, para possibilitar que as pessoas com deficiência conquistem e conservem o máximo de autonomia e plena capacidade física, intelectual, social e profissional, bem como, plena inclusão e par-ticipação em todos os aspectos da vida. Para tanto, os estados-

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-partes deverão organizar, fortalecer e estender serviços e progra-mas completos de habilitação e reabilitação, particularmente nas áreas de saúde, emprego, educação e serviços sociais, de modo que esses serviços e programas

a) comecem o mais cedo possível e sejam baseados numa ava-liação multidisciplinar das necessidades e pontos fortes de cada pessoa; e

b) apoiem a participação e a inclusão na comunidade e em todos os aspectos da sociedade, sejam oferecidos voluntariamente e estejam disponíveis às pessoas com deficiência o mais pró-ximo possível de suas comunidades, inclusive na zona rural.

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência es-tabelece a promoção do desenvolvimento da capacitação inicial e continuada de profissionais e de equipes que atuam nos servi-ços de habilitação e reabilitação. Nesse sentido, lembramos que a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência ( 2008), aponta a disponibilidade de recursos humanos capacitados para o desenvolvimento das ações decorrentes dessa política, que será enfocada como prioritária. Nesse sentido, a formação de recursos humanos em reabilitação deverá superar a escassez de profissio-nais com domínio do processo reabilitador e que atuem segundo a interdisciplinaridade aqui proposta.

Essa legislação promove, ainda, a disponibilidade, o conheci-mento e o uso de dispositivos e tecnologias assistivas, projetados para pessoas com deficiência e relacionados com a habilitação e a reabilitação.

Não podemos deixar de destacar o Programa de Ação da Dé-cada das Américas, instituída pela Organização dos Estados Ame-ricanos – OEA, 2006 – 2016, que tem como objetivo, a ampliação, a melhora e a garantia do acesso das pessoas com deficiência aos

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serviços de saúde, em igualdade de condições com os demais, além de promover a pesquisa científica e tecnológica relacionada com a prevenção de deficiências, tratamento e reabilitação.

Portanto, podemos verificar pelas legislações e políticas públi-cas estabelecidas em âmbito federal, que o direito à saúde – como um direito humano básico – é uma temática inquestionável para qualquer pessoa independente de ter ou não alguma deficiência.

5.2. Discussão e análise dos dados colhidos na pesquisa

Na Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência pode-mos verificar que, em sua diretriz sobre a organização e funciona-mento dos serviços de atenção à pessoa com deficiência, ressalta que a atenção à saúde das pessoas com deficiência deverá reafirmar a importância do desenvolvimento de ações de forma descentraliza-da e participativa, conduzidas, em especial, segundo a diretriz do SUS, relativa ao comando único em cada esfera de governo.

Além disso, levará em conta que a rede de serviços de atenção à saúde desse segmento terá sempre interfaces com outras polí-ticas públicas. Nesse sentido, a atenção à saúde das pessoas com deficiência incluirá a organização das ações e dos serviços em pelo menos três níveis de complexidade, interdependentes e comple-mentares: (1) atenção básica; (2) atenção ambulatorial especiali-zada; e (3) atenção ambulatorial e hospitalar especializada.

Nesse contexto, podemos observar, que os dados apresentados na pesquisa, em relação ao número total das unidades de baixa complexidade, foi de que, nos 496 municípios, 62% não responde-ram a respeito da existência de unidades de baixa complexidade, 21% revelam que 1 a cada 2 municípios possuem essas unidades, 9% afirmam que 3 a cada 5 municípios integram em suas ações as unidades de baixa complexidade. Este dado sugere o desconheci-

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mento da nomenclatura utilizada no instrumento, ou também pelo fato dessa temática ainda hoje, não ser considerada relevante.

A Política Nacional de Saúde para a pessoa com deficiência aponta que, no nível de atenção básica, os serviços deverão es-tar qualificados para desenvolver ações de prevenção primária e secundária como controle da gestante de alto risco, atenção à desnutrição, detecção precoce de fatores de riscos, controle da hipertensão arterial e combate ao tabagismo, bem como, o atendimento às intercorrências gerais de saúde da população com deficiência e ações básicas de reabilitação, fatores essen-ciais para uma inclusão efetiva da pessoa com deficiência na sociedade.

Nesse nível, a intervenção de caráter individual, familiar, gru-pal e comunitária, deverá organizar-se de forma complementar ao nível secundário especializado. Serão continuamente fomentados programas de reabilitação em parceria com a comunidade, nos quais os serviços respectivos e as lideranças comunitárias traba-lhem juntos com o objetivo de resolver os problemas funcionais e a inclusão das pessoas com deficiência. Tais medidas, definidas a partir das necessidades dos usuários, deverão ser devidamente articuladas, planejadas e implementadas de forma intersetorial e descentralizada. As ações, por sua vez, serão desenvolvidas por familiares ou agentes comunitários capacitados e supervisionados, com avaliação constante e sistematizada.

Não podemos esquecer que a entrada do usuário deverá ser pela unidade básica de saúde ou dos serviços de emergência ou, ainda, do pronto atendimento, em que será assistido, receberá orientação e/ou encaminhamento para a unidade mais adequada ao seu caso. Essa dinâmica possibilitará uma distribuição racional da clientela, evitando a sobrecarga de qualquer um dos serviços. O fato de ser assistido por um serviço de menor complexidade não implicará o não atendimento nos demais integrantes dos outros níveis.

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A unidade básica constituirá, portanto, o local por excelência do atendimento à pessoa com deficiência dada a sua proximidade geográfica e sociocultural com a comunidade circundante e, para isso, será necessário que esteja apta a oferecer atendimento reso-lutivo para a maioria dos problemas e das necessidades.

No que diz respeito ao número de unidades de média comple-xidade dos 496 municípios, verifica-se que 62% não responderam, 18% referem não possuir unidades de média complexidade, 11% revelam apenas a existência de 1 unidade e, com 9%, 2 a cada 3 municípios possuem unidades de média complexidade.

Já no nível de atenção secundária, ou seja, de média comple-xidade, a referida política aponta que os serviços deverão estar qualificados para atender às necessidades específicas das pesso-as com deficiência, advindas da incapacidade propriamente dita. Nesse nível, por conseguinte, será prestado o tratamento em re-abilitação para os casos referendados, mediante atuação de pro-fissionais especializados para tal e utilização de tecnologias apro-priadas (fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, avalia-ção e acompanhamento do uso de órteses e próteses, e meios auxiliares de locomoção/ OPM).

Nesse nível, a organização das ações comporá um planejamen-to de abrangência local e regional, definida em bases epidemio-lógicas, e terá caráter complementar à atenção básica e ao aten-dimento terciário, tendo em conta um sistema de referência e contrarreferência, com maior cobertura e resolubilidade possível dos casos detectados.

As ações de nível secundário deverão ser executadas por equi-pe multiprofissional, de caráter interdisciplinar, de acordo com a disponibilidade local de recursos humanos especializados. Será fundamental, nesse nível, o fornecimento de órteses, próteses, equipamentos auxiliares, bolsas de estomia e demais itens de tec-nologia assertiva necessária.

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O nível terciário – ambulatorial e hospitalar – deverá estar qualificado para prestar atendimento aos casos de reabilitação, cujo momento da instalação da incapacidade, o seu tipo e grau justifiquem uma intervenção mais frequente e intensa, requeren-do, portanto, tecnologia de alta complexidade e recursos huma-nos mais especializados. Importante que os serviços nesse nível tenham caráter docente e assistencial, vinculados aos centros uni-versitários ou formadores de recursos humanos.

Nesse nível, ainda, promover-se-á a formulação, em conjunto com os demais níveis, de instrumentos de avaliação da eficiência e da eficácia do processo reabilitativo, bem como, dos instrumen-tos de resultados e de impactos alcançados na região. Tais servi-ços estarão estruturados por especificidade da deficiência e con-tarão igualmente com equipe multiprofissional e interdisciplinar que considere a globalidade das necessidades dos usuários. Nesse estudo, observa-se, em relação ao número das unidades de alta complexidade, o percentual de 62% que não responderam, 27% correspondem aos municípios que não possuem esse serviço, e 8% dos municípios não souberam responder.

Na análise em relação aos três níveis de complexidade, verifi-ca-se que todos apresentam o dado de 62% que não responderam, sugerindo a falta de conhecimento das terminologias, dos concei-tos técnicos e do significado desses serviços.

A Política Nacional de Saúde Política para Pessoas com Deficiên-cia aponta um fator essencial para o desenvolvimento das ações de prevenção, a adoção de medidas destinadas a reduzir ou eliminar as causas de deficiências. Considera ainda, as diferentes realida-des regionais brasileiras, que compreendem, entre outros, aspectos específicos, ambientes e processos de produção, de emprego e de renda, além de questões culturais que determinam a prevalência de doenças potencialmente incapacitantes e que deverão ser reconhe-cidas e consideradas nas estratégias de prevenção.

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Em relação ao número de pessoas com deficiência atendidas, verifica-se que os dados verificados são insuficientes para uma re-alidade de 496 municípios, necessitando, portanto, que se avalie e se implante ações voltadas para essa demanda.

Quanto ao número de pessoas com deficiência incluídas em programas da rede de saúde, pode-se constatar que 70% dos 496 municípios pesquisados não responderam, 12% não souberam res-ponder, 8% revelam que 11 a cada 50 municípios conhecem o nú-mero de pessoas com deficiência incluídas nos programas. No que tange o número de pessoas com deficiência incluídas nos projetos desenvolvidos nos 496 municípios, verifica-se que 76% não respon-deram, 11% não souberam responder e 7% são inexistentes. Esses dados demonstram e sugerem, novamente, como os itens ante-riores, o desconhecimento da realidade em relação ao número de pessoas com deficiência incluídas nesses programas.

A política nacional enfoca medidas preventivas que envolverão ações de natureza informativa e educativa dirigidas à população, relacionadas ao atendimento pré-natal adequado e à detecção pre-coce de deficiências, bem como, de conscientização e formação de recursos humanos qualificados para a prestação de uma atenção eficiente em tal contexto. Nesse sentido, deverão ser promovidos processos educativos e campanhas de comunicação social que es-clareçam e estimulem a população em geral e os segmentos de risco a adotar estilos de vida saudáveis e, consequentemente, abandonar hábitos nocivos, como o sedentarismo, o tabagismo e o uso de dro-gas.

Podemos observar, ainda, que na análise dos dados nos 496 municípios pesquisados, 12% apresentam campanhas de vacina-ção/imunização.

A pesquisa aponta, no que diz respeito às campanhas federais, que 72% não responderam a sua existência nos 496 municípios pes-quisados e 13% não souberam responder.

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A Política Nacional de Saúde – lembramos ainda – explana que os programas de vacinação deverão incluir ações informativas à população em geral, enfocando a inter-relação da imunização e da prevenção de deficiências, utilizando-se de linguagem acessí-vel e de recursos variados e abrangentes. Nesse particular, ênfase especial deverá ser dada às atividades de vacinação contra a po-liomielite, o sarampo e a rubéola.

Entre as campanhas estaduais realizadas, nesses municípios, 79% não responderam e 14% não souberam responder.

Constatam-se, com percentuais de 9% cada, as campanhas es-taduais Saúde da Mulher, Combate à Mortalidade Infantil, Comba-te à Violência, Casa da Gestante; com percentuais de 8% cada, es-tão as campanhas estaduais de Hanseníase, Hiperdia, Cadastro de Hipertensos e Diabéticos, Medicamentos, Preconização pela SES, Prevenção do Câncer, Verão Legal e Vigilâncias.

No que tange as campanhas municipais, verifica-se que 76% não responderam, 15% dos municípios não souberam responder e 3% cada têm campanhas de Vacinação/Imunização e Combate à Dengue.

Conforme preconiza a política nacional, “a atenção à pessoa com deficiência envolve esforços de múltiplas instituições públicas e privadas, bem como de organizações civis, cujo objetivo final é a inclusão da pessoa portadora de deficiência em sua comunidade, habilitando-a ao trabalho e ao exercício da vida social, segundo as suas possibilidades”. (Política Nacional, 2008, p.45)

Nesse contexto, os municípios devem buscar parcerias, con-vênios ou consórcios com outras instituições para o atendimento integral à pessoa com deficiência:

A rede de atenção integral à pessoa deficiente deverá, necessariamente, prover os serviços ne-cessários da forma mais próxima possível, tanto do ponto de vista geográfico quanto social e cul-

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tural da comunidade, integrando-se efetivamen-te no contexto da municipalização da saúde. Na ausência de condições para tal, deverão ser fei-tos os encaminhamentos necessários, bem como o acompanhamento dos resultados alcançados. (POLÍTICA NACIONAL, 2008, p.42)

Em relação às parcerias, convênios ou consórcios do poder pú-blico municipal com as instituições, observa-se que 10% dos mu-nicípios afirmam existir apoio financeiro/pagamento na forma de auxílio em consultas e exames, auxílio em transporte e profissio-nais especializados. Dos 496 municípios, 64% não responderam e 20% não souberam responder.

Constata-se que, em contrapartida, as instituições parceiras oferecem atendimento à população num percentual de 5%; execu-ção do serviço conforme contrato e assistência/atendimento mé-dico especializado de 3%, cada um; 67% não responderam e 22% dos municípios não souberam responder.

Em relação à contrapartida das instituições, 19% oferecem atendimento às pessoas com deficiência, 12% são consultas e exa-mes de média complexidade e 11% o atendimento de urgência e emergência. Verifica-se também, com 9%, os descontos, os exa-mes e consultas, a fonoaudiologia e 7% as internações/cirurgias e atendimento hospitalar.

No que tange a contrapartida das instituições, contata-se com 9% a APAE, Assistência, Apoio à Saúde, Auxílio Financeiro. Com 8% cada, está a contrapartida no que se refere ao desenvolvimento de atividades educativas, atendimentos laboratoriais, participação em campanhas, menor preço, procedimentos ambulatoriais, recur-sos e serviços para suprir a demanda necessária, o assessoramento em projetos e em atividades, fisioterapia, terapia ocupacional, as-sistência psicológica, compra de medicamentos, atendimento por

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plantão médico, atendimento em oficinas lúdicas, acompanhamen-to com profissionais e atendimento de média e alta complexidade, a psicologia e a psiquiatria. Com 7% cada, a prestação de conta, venda de serviços de alta e média complexidade, apoio educacional e orientação, a neurologia, RH, redução de valores, auxílio pessoas, colaboração nos projetos, coleta de material para exames nos mu-nicípios, cursos de especialização, psicólogo, oficinas, participação da comunidade e diagnóstico local.

Ainda com 10% está a oferta de instalações e com 9% a oferta de profissionais que atuam em diversas áreas, professores, cavalos e equitador para Ecoterapia, educação, profissionais especializa-dos, reabilitação, serviços na área social, trabalho em conjunto com a Unidade de Saúde e trabalho interdisciplinar com APAE.

Outro dado constatado na pesquisa foi em relação às especia-lidades investigadas nos serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas. É possível observar que dos 496 municípios, em torno de 75% não responderam, denotando o total desconhecimento da realidade desse público. Nesse contexto, é preocupante o fato de observar essa realidade, pois essas especialidades são fundamentais para um processo de prevenção.

Com relação aos serviços de média complexidade, as ações indicadas pela política nacional propõem a promoção de serviços regionalizados. Estes poderão

ser implantados por municípios de maior porte, por meio de consórcios intermunicipais ou, onde não for possível, por intermédio do Estado. A rede de serviços deverá garantir a detecção de todos os tipos e graus de deficiência, incluindo a atenção a pacientes com severo nível de de-pendência, bem como o conjunto de suas ne-

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cessidades no âmbito da saúde. Unidades assis-tenciais filantrópicas poderão integrar, de forma complementar, a rede de serviços. (POLÍTICA NACIONAL, 2008, p.42)

Entre os serviços oferecidos pelas unidades de média comple-xidade, no que diz respeito ao de Psicoterapia, verifica-se que 82% dos municípios não responderam a esta pergunta, 5% não oferecem o serviço, 5% não souberam responder e outros 5% que 1 a cada 10 mu-nicípios oferecem Psicoterapia nas unidades de média complexidade.

No serviço de Fonoterapia, 82% não responderam, 5% não são oferecidos pelos municípios, 5% não souberam responder e outros 6% que 1 a cada 10 municípios oferecem Fonoterapia nas unidades de média complexidade.

Com relação ao serviço de Fisioterapia, 80% não constam, 8% referem que 1 a cada 10 municípios oferecem Fisioterapia nas uni-dades de média complexidade, 5% não souberam responder e 3% não são oferecidos pelos municípios.

Verifica-se no serviço de Terapia Ocupacional que 84% não res-ponderam, 10% não são oferecidos pelos municípios, 4% não sou-beram responder e 1% refere que 1 a cada 10 municípios oferecem Terapia Ocupacional nas unidades de média complexidade.

No que tange ao serviço de Psicopedagogia, 83% não respon-deram, 9% não são oferecidos pelos municípios, 5% não souberam responder e 3% referem que 1 a cada 10 municípios oferecem Psi-copedagogia nas unidades de média complexidade.

Já em relação ao Serviço Social, 81% não responderam, 5% não são oferecidos pelos municípios, 5% não souberam responder e 5% referem que 1 a cada 10 municípios oferecem Serviço Social nas unidades de média complexidade.

Entre outros serviços oferecidos pelas unidades de média com-plexidade, 88% não responderam, 7% não são oferecidos pelos mu-

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nicípios, 4% não souberam responder e 1% que 1 a cada 5 municí-pios oferecem outros nas unidades de média complexidade. Com relação ao número de pessoas com deficiência atendidas nos ser-viços existentes nas unidades de média complexidade, constata-se que 93% não responderam, 4% não souberam responder, 2% corres-ponde à nutricionista e 1% à psicologia. Em outros serviços pes-quisados estão o CAPS com 10%; os encaminhamentos para outros municípios como dentista, ginecologista, ortopedista, fisioterapia, enfermagem, psiquiatria, terapia alternativas com 9% cada um.

Em relação ao número de pessoas com deficiência atendidas, observa-se que em todas as categorias pesquisadas aparece um índice alto de municípios que não responderam, sugerindo, assim, o desconhecimento e a provável falta de informações consistentes em relação a essa temática.

Outra preocupação nessa pesquisa foi levantar dados com re-lação à acessibilidade nos três níveis de atendimento de saúde, sendo essa uma das prioridades ressaltadas na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

Segundo a legislação, acessibilidade é a “possibilidade das pes-soas com deficiência viver de forma independente e participar ple-namente de todos os aspectos da vida; os estados-partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à in formação e à comunicação, inclusive aos sistemas e às tecnologias da informação e da comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural”. (Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2008, p. 45)

Como resultado desses dados observa-se que nas unidades de baixa complexidade pesquisadas, 27,4% dessas têm rampas com corrimões, 26,8% rebaixamento de calçadas, 23,6% corrimões de apoio, 22,2% piso tátil no entorno do posto ou outro espaço de saú-

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de, 18,5% elevadores adaptados, 13,5% pisos antiderrapantes, 10,3% intérprete de LIBRAS, 8,1% são alargamentos de portas, 5,4% rebai-xamento de lixeiras, 2,4% de rebaixamento de bebedouros, 2,2% elevadores com identificação de andar em Braille, 1,6% piso tátil dentro do posto ou outro espaço de saúde, 1,0% de rebaixamento de telefones públicos e 0,2% de elevadores com informação de voz.

Já nas unidades de média complexidade há a existência de 40% de rampas com corrimões, 33% de piso tátil no entorno do posto ou outro espaço de saúde, 24% de rebaixamento de calçada, 20% de piso antiderrapante, 16% de elevadores adaptados, 4% de rebaixa-mento de bebedouros e 2% oferecem elevadores com identificação em Braille.

E, por fim, nas de alta complexidade foram registrados 45% de corrimões de apoio, 20% de intérprete de LIBRAS, 16% de rampas com corrimões, 15% de rebaixamento de calçada, 15% de alarga-mento de portas, 13% de piso tátil no entorno dos postos ou espaço de saúde, 10% de elevadores adaptados para deficientes, 10% de rebaixamento de lixeiras, 8% de piso antiderrapante e 5% com re-baixamento nos bebedouros.

Considerando o conceito de acessibilidade, e analisando os dados quanto à acessibilidade oferecida nas unidades de bai-xa, média e alta complexidade, constata-se que as ações para a eliminação de obstáculos e barreiras são pensadas, na sua maioria, para pessoas com deficiência física e/ou mobilidade reduzida em comparação à acessibilidade de informação e co-municação.

Já nos serviços de prevenção, com referência aos testes da Ore-lhinha, do Pezinho, e do Olhinho, a pesquisa revelou os seguintes dados: Teste da Orelhinha e Teste do Olhinho, no que compreende a confirmação de deficiência, 79% não responderam, 15% referem que não houve confirmação, 5% não souberam responder. No Teste do Pezinho, no que compreende a confirmação de deficiência, 76%

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não responderam, 13% referem que não houve confirmação e 4% que 1 a cada 2 confirmam a presença de deficiência. Ainda no que compreendem outros testes realizados e a confirmação de crian-ças com deficiência, 84% não responderam, 11% referem que não houve confirmação e 4% não souberam responder.

Para Pereira (2004 p. 2), “a deficiência está relacionada di-retamente com a forma com que a sociedade e o estado tratam as políticas de prevenção. O fato de não se priorizar exames im-portantes, mostra a pouca valorização em relação às políticas de prevenção”.

O delineamento do conceito de prevenção é tomado aqui como possibilidades de um enfrentamento da questão da redução de danos e complicações, como um assunto de políticas públicas e saúde coletiva.

Segundo o que preconiza a Política Nacional de Saúde da Pes-soa com Deficiência, “a implementação de estratégias de preven-ção será fundamental para a redução da incidência de deficiências e das incapacidades delas decorrentes, tendo em vista que cerca de 70% dos casos são evitáveis ou atenuáveis com a adoção de me-didas apropriadas e oportunas”. (BRASIL, 2008, p. 35)

Considerações finais

Considerando os pontos envolvidos no trabalho de pesquisa, é importante salientar que durante o processo de coleta dos dados e na análise consequente, pudemos verificar que houve algumas di-ficuldades dos municípios para encaminhar adequadamente o ins-trumento de pesquisa, evidenciando desconhecimento em relação a esta temática e à importância dessa pesquisa.

Observa-se durante toda essa análise que os profissionais que responderam os questionamentos do instrumento de pesquisa não

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trabalhavam diretamente nos serviços de saúde investigados, e que estavam mais ligados a cargos administrativos, não atuando diretamente nessa área. A principal barreira observada nesse es-tudo foi a falta de informações e de conhecimento sobre esse seg-mento da população que termina por impedir o acesso aos bens sociais direcionados a saúde.

É importante ressaltar ainda, que o trabalho intersetorial vem sendo realizado e articulado pela Política Estadual para Pessoas com Deficiência, coordenada pela FADERS, para reforçar as ações e as relações entre as diversas Secretarias do Governo Estadual, privilegiando e enfocando as relações com as diversas Secretarias de Saúde dos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, no intuito de dirimir essa falta de informação que aqui pudemos detectar, e rumar para um cenário em que o atendimento na área da saúde seja realmente para todos os gaúchos.

Referências

BARROS, Aidil de Jesus Paes de. & LEHFELD, Nei de Aparecida de S. Projeto de Pesquisa: Propostas Metodológicas. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional deSaúdedaPessoaPortadoradeDeficiência/ Ministério da Saúde, Secre-taria de Atenção à Saúde – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008. 72 p. – (Série E. Legislação em Saúde).

Convenção sobreDireitos dasPessoas comDeficiência comentada. Co-ordenação de Ana Paula Cro sara de Resende e Flávia Maria de Paiva Vital. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2008.

PEREIRA, Mourão Pereira, PrevençãoàsDeficiências: Possibilidades e limi-tações. Disponível em http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/prevencaoasdeficiencias.htm, 2004.

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CAPÍTULO 6

Análise dos Resultados da Pesquisa na

Perspectiva da Política de Assistência Social

CLARISSA MEIRA FERREIRA DE CASTRO1

FABIANA BERETTA BIALOGLOWKA2

VANESSA PEREIRA SCHIMITZ3

Introdução

A Constituição Federal de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã, no que concerne à questão social, apre-senta um conceito novo de seguridade social baseada em três eixos: Saúde, Previdência Social e Assistência Social. A Assistên-cia Social, consequentemente, foi fortalecida como política de seguridade social, não contributiva e, portanto, como um direito do cidadão.

1 Assistente Social formada pela Ulbra/RS em 2008/2. Atualmente, compõe o Colegiado Técni-co Gestor - Coordenação da Pesquisa da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políti-cas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no RS (FADERS).2 Assistente Social formada pela PUCRS em 2011/1, participou como colaboradora na pesquisa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do estado do Rio Grande do Sul”.3 Assistente Social, formada pela PUCRS em 2010/2, participou como colaboradora na pesqui-sa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul”. Atua no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Alvorada/RS no Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e a Indivíduos (PAEFI).

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Hoje, a Assistência Social conta com o Sistema Único de As-sistência Social – SUAS, que com seu conjunto de ideias, concep-ções e direitos, amplia a questão da proteção social, garantindo programas, projetos e serviços, imprimindo uma nova dimensão e significado para o campo da Assistência Social no país, materiali-zando um sistema descentralizado e participativo, contribuindo para o atendimento de demandas específicas, como a das pessoas com deficiência, conforme o Protocolo de Gestação Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de Renda no âmbito do SUAS. Referenciamos aqui, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que prime pela ampliação da cidadania, tomando consciência de que espaços, serviços e produtos, são componentes da democracia.

A busca pela qualidade de vida e o acesso aos bens sociais, não apenas públicos, mas em todos os serviços que uma verdadeira so-ciedade inclusiva deve disponibilizar, será foco deste livro, assim como a trajetória da Seguridade Social, a partir da Constituição de 1988, com foco no atendimento da política de Assistência So-cial às pessoas com deficiência. Será tratado sobre o Beneficio de Prestação Continuada, que foi um grande avanço na garantia de provisão do mínimo (e não do básico) para a garantia de consumo e de subsistência da pessoa com deficiência, que não está inserida no mercado de trabalho.

Após as considerações sobre a formulação da Política de As-sistência Social e as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social com a implantação do Sistema Único de Assistência Social, abordaremos os resultados da pesquisa intitulada: “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul”, a qual possibilitou que os 496 municípios do Estado pudessem contribuir, informando a sua condição atual de acesso às pessoas com deficiência.

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6.1 – Política de Assistência Social e a Pessoa com Defi-ciência

A partir da Constituição Federal de 1988, a Assistência Social assume nova concepção. Deste modo, a Seguridade Social tornou-se um dos maiores avanços no que se refere à proteção social, com o objetivo de proteção social universal, a partir da integração da Saúde, Assistência Social e Previdência Social. Portanto, a saúde é direito de todos e dever do Estado; a assistência é destinada aqueles que dela necessitam; e a previdência é uma política con-tributiva, destinada aos trabalhadores.

Em 1993, a Assistência Social é regulamentada pela Lei Or-gânica da Assistência Social (LOAS) nº 8.742, já prevista no art. 194 e disciplinada pelos artigos 203 e 204 da Constituição Fede-ral, constituindo uma das políticas inseridas no âmbito da segu-ridade social, configurando o tripé, juntamente com a saúde e a previdência social, estabelecendo normas e critérios, a partir da universalização do acesso e da responsabilidade estatal, definido que:

Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. (LOAS, 1993)

Para a efetivação dessas ações, destacamos os objetivos dessa política que articulada a outras políticas sociais irá garantir a pro-teção social dos usuários. Assim, a Assistência Social regulamenta-da pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, “[...] configura-

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se como possibilidade de reconhecimento público da legitimidade das demandas de seus usuários e espaço de ampliação de seu pro-tagonismo” (YAZBEK, 2004, p. 13), garantindo os direitos e con-dições dignas de vida. Podemos observar isto nos seus objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infân-cia, à adolescência e à velhice;II - o amparo às crianças e a adolescentes ca-rentes;III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;IV - a habilitação e reabilitação das pessoas [com deficiência] e a promoção de sua integração à vida comunitária;V - a garantia de 1 (um) salário mínimo de bene-fício mensal à pessoa [com deficiência] e ao ido-so que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.Parágrafo único. A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visan-do ao enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender a contingências sociais e à uni-versalização dos direitos sociais. (LOAS, art. 2º, 1993)

Esse novo modelo de Assistência Social prevê a garantia de direitos e acesso aos serviços, determinando condições para que a área seja considerada como direito social, sob a vigilância do Estado e a participação da população no controle da gestão e exe-cução das políticas de Assistência Social, pelos Conselhos Munici-pais, Estadual e Nacional de Assistência, rompendo com a tradição

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clientelista. Dessa forma, as diretrizes que vão nortear a Assistên-cia Social estão presentes no art. 5º:

A organização da assistência social tem como base as seguintes diretrizes:I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo;II - participação da população, por meio de or-ganizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis;III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera de governo. (LOAS, 1993)

Para entender essa política como dever do Estado e direito do cidadão, devemos lembrar o movimento histórico que marcou esse processo, antes visto a partir da naturalização das desigual-dades socioeconômicas, somente “no Século XX é que os mínimos de subsistência passaram a ser revistos à luz de valores que, iden-tificados com os princípios de liberdade, equidade e justiça social, conferiram-lhes um novo status” (PEREIRA, 2006, p. 17); assim passou-se a considerar as necessidades sociais, não mais de forma voluntarista, mas sim na concepção do direito.

Como política de Estado passa a ser um espaço para a defesa e atenção dos interesses e necessi-dades sociais dos segmentos mais empobrecidos da sociedade, configurando-se também como estratégia fundamental no combate à pobreza,

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à discriminação e à subalternidade econômica, cultural e política em que vive grande parte da população brasileira [...]. (YAZBEK, 2004, p. 14)

Com isto, a Assistência Social assume o caráter de política pú-blica somente a partir da Constituição de 1988. Anteriormente, era vista e executada de forma assistencialista. É necessário lem-brar que ela foi regulada tardiamente, sendo a última na área da seguridade social a ser alvo de legislação:

Saúde teve sua lei orgânica aprovada em 1990 (Lei nº 8.080); na Previdência Social teve a lei que instituiu os Planos de Custeio e Benefícios aprovado em julho de 1991 (Leis nº 8.212 e nº 8.213); e a Assistência Social só foi regulada em 1993. (COUTO, 2006, p. 171)

Assim, entende-se que o caminho percorrido para regulamen-tar a Assistência Social como política pública foi marcado por con-tradições e conflitos advindos da “disputa por projetos societários diferenciados” (Couto, 2010, p. 32), portanto, ainda hoje neces-sitamos ter um olhar aprofundado e crítico às práticas assisten-cialistas e clientelistas de tratar a questão social, que visam a amenizar os conflitos e as resistências, por meio de medidas assis-tenciais compensatórias.

Conforme Pereira (2006), devemos estar atentos ao conceito de “mínimos sociais” citados no artigo da Lei Orgânica da Assis-tência Social. Não podemos correr risco de identificar a provisão social mínima e necessidades básicas da mesma forma, pois ao tratarmos com igualdade o mínimo e o básico, poderemos reduzir as possibilidades das ações: “enquanto o mínimo nega o ‘ótimo’ de atendimento, o básico é a mola mestra que impulsiona a satisfação

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básica de necessidades em direção ao ótimo” (p. 26). Assim, per-cebemos que a provisão social deverá ser básica em conformidade com as necessidades e que estas não pertencem somente à Assis-tência Social, deverão estar integradas com as demais políticas.

A Política Nacional de Assistência Social, aprovada em setem-bro de 2004, na perspectiva de implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) denota o compromisso do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em dar concretude às diretrizes da Lei Or-gânica da Assistência Social, o que também expressa a mobilização da sociedade pela qualificação dessa área.

Na busca pela responsabilidade pública, a Política Nacional de Assistência Social compreende o direito de cidadania e a responsa-bilidade do Estado, tendo como princípios a “universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas”. Percebe-se, assim, que ela está voltada para a intersetorialidade e tem como diretriz a “descentralização político-administrativa para os Estados, o Dis-trito Federal e os Municípios e comando único das ações em cada esfera de governo, respeitando-se as diferenças e características exterritoriais locais” (PNAS, 2004 p.17), assim a gestão é compar-tilhada, determinando atribuições e competências para cada nível de governo.

Faz-se relevante nesse processo, a constituição da rede de serviços que cabe à assistência social prover, com vistas a conferir maior eficiência, eficácia e efetividade em sua atuação específi-ca e na atuação intersetorial, uma vez que so-mente assim se torna possível estabelecer o que deve ser de iniciativa desta política pública e

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em que deve se colocar como parceira na exe-cução. Para tanto, propõe-se a regulamentação dos artigos 2º e 3º, da LOAS, para que se iden-tifiquem as ações de responsabilidade direta da assistência social e as em que atua em corres-ponsabilidade. (PNAS 2004, p.6)

Segundo Couto (2010), percebemos a importância da interse-torialidade entre as políticas, a necessidade de articulação entre os diversos setores sociais de diversos saberes, assim, poderão en-frentar problemas complexos acerca das múltiplas necessidades dos sujeitos, propondo a superação da fragmentação dos conheci-mentos e o respeito à diversidade de cada setor.

A intersetorialidade deve expressar a articula-ção entre as políticas públicas, por meio do de-senvolvimento de ações conjuntas destinadas à proteção social básica ou especial e ao enfren-tamento das desigualdades sociais identificadas nas distintas áreas. Supõe a implementação de programas e serviços integrados e a superação da atenção pública às necessidades sociais da população [...]. (COUTO, 2010, p. 39)

Nesta perspectiva, compreendemos a relevância da interseto-rialidade como proposta na melhoria da qualidade de vida das Pes-soas com Deficiência e seus familiares, percebendo a necessidade de articulação entre os diferentes setores sociais, na formulação, implementação e monitoramento de políticas públicas. Portanto, a intersetorialidade incide em mudanças na organização, nos sis-temas e serviços, nos processos de formação dos profissionais que atuam nos espaços sociais e nos diversos setores da sociedade.

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Conforme Couto (2010), a Assistência Social é estabelecida como Proteção Social, compreendendo a importância de ações que garantam a proteção dos cidadãos, o “atendimento às neces-sidades individuais ou sociais” (p. 41), assim a Proteção Social se apresenta em dois níveis de atenção: A Proteção Básica que “tem como objetivos prevenir situações de risco através do desenvolvi-mento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vín-culos familiares e comunitários.” (PNAS, 2004, p.19), e a Proteção Social Especial, de alta e média complexidade:

A proteção social especial é modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de ris-co pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexu-al, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, dentre outras. (PNAS, 2004, p. 22)

A Política Nacional de Assistência Social visa garantir o aten-dimento da população considerando as desigualdades socioterri-toriais, a partir universalização dos direitos sociais. Portanto, os objetivos propostos na PNAS são:

- prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e, ou, especial para fa-mílias, indivíduos e grupos que deles necessitar;- contribuir com a inclusão e a equidade dos usu-ários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, em áreas urbana e rural;

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- assegurar que as ações no âmbito da assistên-cia social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária. (PNAS, 2004 p. 18)

Com isto, o Sistema Único de Assistência Social, que ma-terializa o conteúdo da LOAS, compreendendo o direito a ci-dadania e inclusão social, deve estruturar-se com base de or-ganização no território, visando às necessidades básicas da população e à afirmação de um modelo de gestão descentra-lizada e participativa. Tem como foco principal a atenção às famílias, pelos serviços, projetos, programas e benefícios. Além disso, a política deve ser desenvolvida de acordo com as realidades territoriais, “onde a federação brasileira é pensada nas suas particularidades, definindo-se em municípios de pe-queno, médio, grande porte e metrópoles.” (Couto, 2009, p. 39). A Norma Operacional Básica (2005) apresenta as formas para a constituição do SUAS, disciplinando:

[...] a gestão pública da Política de Assistência Social no território brasileiro, exercida de modo sistêmico pelos entes federativos, em consonân-cia com a Constituição da República de 1988, a LOAS e as legislações complementares a ela aplicáveis [...]. (NOB/SUAS, 2005, p. 13)

No que tange a proteção social pública às Pessoas com Defi-ciência, destacamos que a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 23 define que “é competência comum da União, dos Es-tados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidarem da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas [com defi-ciência]”; podemos destacar que o SUAS vem complementar este

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artigo e reafirmar o compromisso com os direitos garantidos na Constituição.

6.2 – Os Resultados da Pesquisa no Âmbito da Política de Assistência Social

Em consonância com a pesquisa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Gran-de do Sul”, que objetiva a verificação das condições de acesso das pessoas com deficiência às instâncias sociais públicas (saú-de, educação, trabalho, assistência social, transporte, lazer, es-porte, cultura e habitação) e equipamentos (mobiliário urbano, veículos) nos 496 municípios do Estado do Rio Grande do Sul, apresentamos a análise dos resultados na perspectiva da Política de Assistência Social.

Ao abordarmos os resultados obtidos, faz-se importante res-saltar que os 496 municípios acessaram a pesquisa, no entanto, nem todos responderam a todas as perguntas. Isso nos revelou que uma grande parte não possui sistematização sobre os atendimen-tos realizados na Assistência Social, bem como a temática sobre a pessoa com deficiência não vem sendo debatida nos municípios, com propostas de melhoria dos serviços prestados. Fato preocu-pante, que nos sinaliza a necessidade de um estudo mais aprofun-dado deste cenário.

Os resultados da pesquisa estão divididos em dois subitens, o primeiro aborda as ações desenvolvidas pelo setor público, e o segundo a ações desenvolvidas pela sociedade civil orga-nizada.

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6.2.1 — A ORGANIZAÇÃO PÚBLICA PARA O ATENDIMENTO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Na primeira questão norteadora do instrumento de pesquisa, quando se perguntou “Há um órgão do município que articula polí-ticas de Assistência Social para as pessoas com deficiência?”, cons-tatou-se o seguinte resultado: dos 496 municípios pesquisados, a resposta obtida foi: em 46% dos municípios existem este órgão, seguido de 36% dos municípios que não responderam a esta ques-tão, 13% desconhecem e 5% não souberam responder.

Na questão que se perguntou “Quais os órgãos que o muni-cípio possui?”, constatou-se que 72% dos municípios pesquisados possuem o Centro de Referência em Assistência Social – CRAS, 15% dos municípios possuem o Centro de Convivência para Pessoas com Deficiência e 13% dos municípios possuem o Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS. Esta questão nos re-vela um dado positivo no que tange a existência dos CRAS, órgão este que potencializa os serviços socioassistenciais da rede de pro-teção social básica, representando assim, a efetiva implantação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, nesses municípios. O CREAS, que é a unidade pública estatal de prestação de serviços especializados a pessoas com seus direitos violados e que compõe a natureza de Proteção Social Especial, nesta pesquisa, nos aponta a necessidade de ampliação dessa modalidade de atendimento.

A Constituição Federal estabeleceu como direito, a garantia de uma renda básica à Pessoa com Deficiência, e a Lei Orgânica da Assistência Social regulamentou o Benefício de Prestação Con-tinuada – BPC, Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993, às PcD e aos idosos a partir dos 65 anos, garantindo a renda mensal de um salário mínimo. O BPC é concedido diretamente ao beneficiário, compondo a proteção social básica.

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Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa [com deficiência] e ao idoso com 65 (ses-senta e cinco) anos ou mais e que comprovem não possuir meios de prover a própria manuten-ção nem de tê-la provida por sua família. (LOAS, 2011, p. 20)

Quanto ao BPC, no item onde se perguntou: “Quantos usuários possuem o Benefício de Prestação Continuada – BPC?”, obtivemos o seguinte resultado: 37% dos municípios não responderam a esta questão; 13% não souberam responder; na questão entre 1 e 25 pessoas 22%; entre 26 e 50 pessoas 11%; entre 51 e 100 pessoas 8,5%; entre 101 e 250 pessoas 5%; entre 251 e 500 pessoas 2%; en-tre 501 e 1000 pessoas 1,0% e mais de 1001 pessoas 1,0%.

Este cenário tende a se alterar com a Lei 12.470, sancionada em 31/08/2011, que traz alterações substanciais nas regras do BPC. Com essas mudanças passa a haver, de fato, incentivo ao tra-balho das pessoas com deficiência, inaugurando um novo momento da Lei de Cotas. O benefício de prestação continuada será suspen-so quando a PcD exercer atividade remunerada e quando extinta a relação trabalhista, poderá ser requerida a continuidade do pa-gamento, sem necessidade de realização de perícia médica. Na contratação da PcD como aprendiz, o benefício não será suspenso, limitado a dois anos o recebimento concomitante da remuneração e do benefício.

Outra conquista foi o Programa do Passe Livre Intermunicipal Lei n° 11.664 de 28/08/2001, utilizado dentro do Estado do Rio Grande do Sul, que tem no seu artigo primeiro a seguinte redação:

Art. 1º - Fica regulamentada pelo presente De-creto a gratuidade nas linhas de modalidade co-

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mum do sistema de transporte intermunicipal de passageiros, prevista na LEI Nº 11.664, de 28 de agosto de 2001, às pessoas com deficiências físi-cas, mentais e sensoriais e ao respectivo acom-panhante, desde que comprovadamente sejam carentes. (Ministério Público, 2011)

Quando se perguntou: “Quantos usuários utilizam o Passe Li-vre Intermunicipal?”, obteve-se os seguintes resultados: 36% dos municípios não responderam a esta questão e 19% não souberam responder. Entre 1 e 10 pessoas, 17%; entre 11 e 25 pessoas, 10%; entre 26 e 50 pessoas, 6%; entre 51 e 100 pessoas, 2%; entre 101 e 250 pessoas, 3%; mais de 251 pessoas, 1% e com o percentual de 6% foi respondido não haver no município nenhum usuário do beneficio. Concluímos então, que o Programa do Passe Livre ainda necessita de uma efetiva implantação nesses municípios. Sabemos que o Passe Livre é um direito social e uma conquista das Pessoas com Deficiência, possibilitando o direito de ir e vir e consagrando a dignidade e o respeito das PcD.

Em 11 de novembro de 2009, foi aprovada a Tipificação Nacio-nal de Serviços Socioassistenciais, resolução nº 109, pelo Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, na VI Conferência Nacio-nal de Assistência Social. Os serviços são organizados por níveis de complexidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), conforme Política Nacional de Assistência Social (PNAS): proteção social básica, proteção social especial de média e alta complexi-dade.

A intervenção será sempre voltada a diminuir a exclusão social tanto do dependente quanto do cuidador, a sobrecarga decorrente da situação de dependência/prestação de cuidados prolon-

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gados, bem como a interrupção e superação das violações de direitos que fragilizam a autonomia e intensificam o grau de dependência da pessoa com deficiência ou pessoa idosa. (CNAS, 2009, p.25)

Portanto, os serviços prestados devem contar com equipe es-pecializada e cumprir os critérios estabelecidos pela PNAS, reco-nhecendo o potencial da família e do cuidador, priorizando a auto-nomia de ambos. As ações devem possibilitar à ampliação da rede primária, e das redes sociais conforme as demandas apresentadas, assim como a necessidade de acessar benefícios e programas de transferência de renda. (CNAS, 2009)

No quesito em que se perguntou “Cite os Programas de As-sistência Social existentes no município – Em âmbito federal (Ex: PETI, PBF)”, obteve-se os seguintes resultados: 25% não respon-deram e 1% não soube responder; o Piso Básico Fixo obteve um percentual de 26%; o Piso Básico Fixo – PBF e o Piso Básico Va-riável – PBV, segundo a Portaria MDS n° 442, de 26 de Agosto de 2005, consistem em valor básico de cofinanciamento federal, em complementaridade aos financiamentos estaduais, municipais e do Distrito Federal, destinados ao custeio dos serviços e ações socioassistenciais continuadas de Proteção Social Básica do SUAS.

O Programa de Atenção integral à Família – PAIF obteve o índi-ce de 12%; o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI 9%; o Projovem 9%; o Bolsa Família, 9%; o BPC, 3%; o Piso Básico Variável 3%; o Índice de Gestão Descentralizada Bolsa Família, 2%; o PBT 1%; o Piso de Transição de Média Complexidade 1%; o Apoio Socioeducativo às Famílias – ASEF, 1%; o Piso de Alta Complexi-dade – PAC, outros e o Programa de Atendimento às Vítimas de Violência – Sentinela, obtiveram o percentual de 11% cada um; o Piso Variável de Média Complexidade – PVMC, o OASF – Orienta-

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ção e Apoio Sociofamiliar, Pessoas com Deficiência, o Atendimen-to Especializado às Famílias em Situação de Violência – PAEFI e o Programa Minha Casa, Minha Vida, obtiveram o percentual de 9% cada um; o Programa Pessoas Portadoras de Deficiência – PPD obteve o percentual de 7%; o Cadúnico, o Grupo/ Serviço de Con-vivência, o CRAS, o Proteção Básica, o Programa com criança de 0 a 6 anos e idosos, o programa Social Básico e a Proteção Social, obtiveram o percentual de 5%; o Programa Assistência Psiquiátrica Integrada – API, o Programa de Atenção Especial à Família, o Pro-grama de Aquisição de Alimentos e o Abrigo, obtiveram o percen-tual de 9%; o Bolsa Alimentação, o Centro de Referência Especial em Assistência Social – CREAS, o Fundo Estadual para a Criança e o Adolescente – FECA, o Ações sócio educativo ao Meio Ambiente – ASEMA, o Programa de Enfrentamento à Exploração Sexual de CA, a AABB Comunidade, o Ações Socioeducativos à Família – ASEFAM e o Programa Primeira Infância Melhor – PIM, cada um deles, com um percentual de 17%. Os dados acima, nos revelam que os Progra-mas Federais apresentam-se em grande número e diversificados nos municípios pesquisados. Cabe salientar que, embora a questão objetivasse os “programas federais”, alguns municípios mencio-naram ações e programas estaduais e municipais, fato este, que prejudicou a referida questão.

Quando perguntamos: “Cite os Programas de Assistência So-cial existentes no município – Em âmbito estadual: (Ex. Progra-ma Emancipar, outros)”, obtivemos o seguinte resultado: 43% dos municípios não responderam a esta questão e 6% não souberam responder. Os Programas tiveram o seguinte resultado: Fundo Es-tadual de Assistência Social – FEAS 15%; Orientação e Apoio Socio-familiar – OASF 13%; Emancipar 11%; Primeira Infância Melhor – PIM 4%; o Programa Estadual de Assistência Social – PEAS 4%; Ações Socioducativo ao Meio Ambiente – ASEMA e o RS Amigo do Idoso, tiveram o percentual de 1% cada um; o Projovem com 11%; o Gru-

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po de Convivência, o Ações Sócio educativas à Família, o Programa de Atenção Integral à Família – PAIF e o Rede de proteção Social Básica, obtiveram o percentual de 7% cada um; a Alfabetização de Idosos, o RS Criança e o Empreendedorismo obtiveram 8%, cada um; o Fundo Estadual para a Criança e o Adolescente e outros programas, obtiveram o percentual de 1% cada. Estes dados re-velam um índice elevado de municípios que não responderam a esta questão, mas também apontam um percentual razoável de Programas e Ações em âmbito estadual.

Quanto aos “Programas de Assistência Social existentes no mu-nicípio – em âmbito municipal”–, verificamos que: 47% dos muni-cípios não responderam e 6% não souberam responder; idoso, 8%; PCD – Pessoa com Deficiência – grupo de convivência, 4%; Inclusão/ Amparo à Criança e ao Adolescente, 4%; Benefício eventual, 4,2%; ASEMA, 3,8%; Oficinas Socioeducativas e Cursos de qualificação e geração de renda, o percentual de 3% cada um; com 3%, o Mulher/ Mães; a Orientação e Apoio Sociofamiliar – OASF e a Família, o percentual de 2%; os Grupos de Convivência e a questão “Não Há”, com 13% cada.

O Centro de Referência da Assistência Social – CRAS e o Plantão Social, com 9% cada; o Grupo de Convivência – PCD, Gestante e PAIF, com 7% cada um; A AABB Comunidade, o BPC, o Atendimento e o Programa do Leite, com 7% cada; o Abrigo, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE, o Centro de Referência Es-pecial em Assistência Social – CREAS, o Albergue, o Auxílio Funeral e o Projovem, com um percentual de 0,6% cada um; o Restauran-te Popular, o Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente, o Bolsa Família e o Alcoólicos, com 9% cada um; o Prestação de Serviços à Comunidade e o Passe Livre, com 5% cada um. Nesta questão, ressaltamos o percentual elevado de municípios que não responderam e um cenário favorável às Pessoas com Deficiência, contemplado nos grupos de convivência.

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6.2.2 — A ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL PARA ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Perguntando aos municípios: “Há entidades representativas das pessoas com deficiência (ex: associação de surdos, etc.)?” As respostas: 36% dos municípios não responderam a esta questão, seguidos de 36% que responderam “Não” haver entidades e 27% responderam “Sim”. Foi solicitado que respondessem quantas en-tidades havia: 73% não souberam responder, apenas 17% responde-ram haver uma entidade no município, 4% oscila entre 2 ou 4 en-tidades. Citamos aqui, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que nos diz:

O princípio do movimento de vida independente está valorizado quando se assinala autonomia e independência individuais de pessoas com de-ficiência, inclusive da liberdade delas fazerem suas próprias escolhas e participarem ativamen-te das decisões relativas a programas e políticas públicas, principalmente as que lhe dizem res-peito diretamente; “Nada sobre nós sem nós”. (Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2006)

Os dados acima, nos apontam que a participação efetiva da sociedade nesses espaços, ainda necessita de políticas efetivas. Sabemos que é de suma importância para a população, espaços de discussão, afirmação e garantia de políticas públicas que os favo-reçam e os tornem agentes participativos; evidencia a necessida-de de haver atividades com a comunidade abordando a temática da pessoa com deficiência, seus direitos, locais de atendimento no município, a fim de que a comunidade aproprie-se do tema e possa

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refletir como ele vem sendo abordado pelo município, havendo a reflexão crítica, para então, ocorrer a sua organização.

Solicitados a “Citar” as entidades representativas das pessoas com deficiência, dos municípios que responderam a esta questão, 14% apontaram a APAE – Associação de Pais e Amigos de Excepcio-nais, seguido de 1% que apontou o Conselho Municipal.

Perguntado: “Há entidades (ONGs) prestadoras de serviços na área de Assistência Social a pessoas com deficiência?” 37% dos mu-nicípios não responderam, 42% responderam “Não”, seguidos de 21% que responderam “Sim”; das respostas afirmativas 26% res-ponderam haver entre uma e quatro entidades no município.

Foram listadas as seguintes ONGs a fim de que os municípios apontassem aquela que atua na sua região: Associação de defi-cientes físicos (ADEF), Associação de Pais e Amigos de Deficientes Visuais (APADEF), Associação dos lesados medulares do Rio Grande do Sul (LEME), Associação de familiares e amigos do Down (AFAD), Associação dos deficientes visuais (ADEVIS) e Associação dos Defi-cientes Visuais de Canoas (ADEVIC); sendo que a ADEF foi listada por dois municípios e as demais por um município cada. No en-tanto, é expressivo o número de municípios que não respondeu à questão: 69%, seguidos de 15% que não souberam responder.

Alguns municípios referiram outras instituições de âmbito lo-cal que desenvolvem alguma atividade com as pessoas com defici-ência, sendo elas: Chimarrão da amizade, ACADEF, ADF, ABRADE-VIS, Pandorga, Associação Vida Nova, APADA, CASA LAR, APADEV, APECAN, Associação Pró-Vida, Síndrome de Down unidos para o amanhã e Pestalozzi.

Quanto à articulação entre as ONGs e as políticas públicas, 36% dos municípios não responderam, 14% dos municípios relatam não haver; dos 49% dos municípios que informaram haver uma parceria entre as ONGs e as políticas públicas, 28% consideram boa esta parceria, no entanto, 57% não souberam responder como vem se

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dando esta parceria; a ausência desta resposta nos remete à falta de comunicação, de avaliação e de monitoramento das ativida-des desenvolvidas pelas ONGs, em que a parceria público-privada ocorre apenas na liberação de recursos e na prestação de contas, e não na capacitação profissional e na qualificação dos serviços prestados à população.

É necessário e fundamental que os locais públicos e privados tenham um espaço físico que acolha as pessoas com deficiência, para isso a infraestrutura deve estar de acordo com a ABNT4 NBR 9050.5 Na pesquisa, 41% dos municípios afirmam a existência de barreiras para o acesso aos bens públicos, tais como físicas/ar-quitetônicas gerais (25%), banheiros não adaptados (6%), falta de sinalização tátil, visual ou sonora, e falta de transporte adequado (1%); importante ressaltar que 59% dos municípios não souberam responder a esta questão.

Quando perguntado “Estão sendo tomadas providências para superar estas barreiras ao acesso universal?” 46% responderam que estão tomando providências para garantir o acesso universal, 15% afirmam a ausência de providências e 36% não responderam. Essas providências vão desde planejamento e execução de obras de infraestrutura até a criação de conselhos e comitês, além da capacitação profissional.

Estas barreiras podem ser tanto arquitetônicas quanto sociais, uma visível e outra quase imperceptível, mas ambas causarão a di-ficuldade de interação com o meio social. Segundo Tomaz (2009), “os sistemas simbólicos fornecem novas formas de se dar sentido à experiência das divisões e desigualdades sociais e aos meios pelos

4 Associação Brasileira de Normas Técnicas.5 A NBR 9050 é uma norma que define aspectos relacionados às condições de acessibilidade no meio urbano. Estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construções, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamen-tos urbanos às condições de acessibilidade (inclusão), indicando especificações que visam a proporcionar à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade, a utilização segura do ambiente ou equipamento. (CALADO, 2006)

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quais alguns grupos são excluídos e estigmatizados” (p. 19), assim, as barreiras arquitetônicas poderão ser removidas, mas necessi-tamos também remover as barreiras culturais, sociais, a partir da informação e do conhecimento acerca da deficiência.

Podemos afirmar, que as funções da Política de Assistência parecem desvinculadas do novo paradigma da Assistência Social, centrado na cidadania. Percentuais significativos apontam a não existência de Programas e o desconhecimento da própria política de Assistência Social, nos revelando que, muito ainda precisa ser feito no que tange a descentralização das ações como forma efeti-va dessa política e o seu novo modelo de gestão, o SUAS.

Considerações Finais

Pela análise histórica e dos dados obtidos na pesquisa, pude-mos identificar que a política de Assistência Social, hoje respalda-da pelo Sistema Único de Assistência Social, não vem sendo execu-tada plenamente pelos municípios; nem mesmo os atendimentos básicos de assistência como os CRAS e CREAS, estão implantados em todo o Rio Grande do Sul. Não há sistematização dos dados dos atendimentos, nem locais de debate sobre a temática da pessoa com deficiência.

Diante dos dados apresentados, podemos problematizar como os municípios vêm realizando seu papel em garantir formas e meios de inclusão e acessibilidade às Pessoas com Deficiência. Aponta-mos a importância da prática investigativa, para que possamos propor e repensar meios para romper com padrões culturalmente estabelecidos, que ainda hoje contribuem com a segregação.

Devemos perceber a importância da Assistência Social como política pública de proteção social, para a universalização dos direitos sociais, que busca contribuir para uma real inclusão das

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Pessoas com Deficiência, o fortalecimento das famílias a partir da informação e da compreensão dos direitos da Pessoa com Defici-ência e a garantia destes.

Fazem-se necessárias políticas sociais que promovam a prote-ção, que garantam o exercício da cidadania, esta com finalidade preventiva e não somente reparadoras, possibilitando autonomia aos cidadãos. Demonstrando a importância de uma sociedade res-ponsável, participativa, que compreenda que o destino de um depende da ação de todos. Para isto, precisamos ter consciência política de direitos e deveres, conhecer a realidade das pessoas com deficiência, as possibilidades e as barreiras impostas, barrei-ras arquitetônicas e as barreiras do preconceito, e cobrarmos do Estado efetiva ação.

Buscamos com o resultado desta pesquisa, inquietar os municí-pios a fim de que desenvolvam ações voltadas a esse público, que possui demandas específicas e diversas, valorizando ações coleti-vas, participativas e inclusivas, e garantindo acesso aos direitos.

As ações devem ser organizadas intersetorialmente, pois é ne-cessário garantir a Assistência Social, Trabalho e Renda, Saúde, Habitação, Meios de Transportes, Cultura e Acessibilidade a todos os locais, e também o direito à cidade.

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CAPÍTULO 7

Análise de Resultados da Pesquisa na

Perspectiva da Política do Trabalho

CLÁUCIA IVETE SCHWERZ BRITO 1

MARIA CRISTINA VIANA LAGUNA2

PRISCILA MALLMANN BORDIGNON3

Introdução

A inclusão da Pessoa com Deficiência (PcD) no mercado de tra-balho tem sido pauta de discussão nos últimos vinte anos, prin-cipalmente no Estado do Rio Grande do Sul, onde as políticas de acessibilidade ao trabalho têm sido fiscalizadas constantemente pela Superintendência Regional do Trabalho.

Com foco na qualificação profissional e na inclusão no mercado de trabalho, abordaremos nesse capítulo a influência do trabalho na vida das pessoas, o histórico da Lei de Cotas e a análise de dados da pesquisa sobre a política do trabalho para a inclusão da pessoa com deficiência no Estado do Rio Grande do Sul. Nesta

1 Assistente Social da FADERS, Especialização em saúde mental e saúde pública e Mestre em Serviço Social pela PUC/RS.2 Intérprete de LIBRAS da FADERS. 3 Terapeuta Ocupacional da FADERS 2005-2013. Atualmente é Terapeuta Ocupacional da Pre-feitura de Porto Alegre/ RS, Especialização em Reabilitação em Terapia Ocupacional: disfunções físicas, psicossocial e em saúde e trabalho/IPA e Mestre em Educação/UNILASALLE.

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perspectiva, serão abordados dados sobre a relação das empresas com a Lei de Cotas, os estágios, a qualificação profissional e os cursos existentes para este segmento; também apresentaremos as barreiras encontradas nas empresas e órgãos do município.

7.1 – A relação da pessoa com deficiência e a atividade de trabalho

De acordo com o Censo Demográfico IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 2010, 45,6 milhões de pessoas se de-clararam com algum grau de limitação funcional. A grande maioria das pessoas com deficiências encontram-se excluídas de diversos setores da sociedade, entre eles, do mercado de trabalho. Aqueles que estão inseridos encontram-se predominantemente em empre-gos de baixa qualificação. (BRASIL, 2007)

Para se discutir as políticas de inclusão das pessoas com defici-ência no mundo do trabalho, deve-se, primeiramente, compreen-der a importância do trabalho na vida de qualquer pessoa humana, pois ele é inerente ao homem, e a principal forma de inserção social do ser humano está no exercício da atividade laboral. De acordo com Marx (1980), o trabalho é tido como o significado de transformação da realidade do sujeito. Ainda refletindo sobre a importância do trabalho, percebe-se que ele interfere, também, na constituição da identidade da pessoa, pois é, pela atividade laboral, que a pessoa passa a ser reconhecida socialmente. Para Bartalotti (2001, p. 86),

O trabalho é parte integrante do que se constitui chamar “vida adulta”, e em nossa realidade define uma concepção do que é ser membro da “socieda-de adulta”: para ser parte da sociedade, é preciso

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ser um membro produtivo dela, e isso quer dizer, trabalhar, produzir riqueza, pagar impostos, con-sumir. Aquele que por um motivo qualquer, não se encaixa nesse esquema de produção-consumo, é relegado à condição de marginalidade. Acredita-se ser essa uma das mais fortes justificativas para que se trabalhe a profissionalização da pessoa com deficiência: não é possível dentro de uma estru-tura social existente, falar em inclusão social sem falar em trabalho [...]

O trabalho tem significados diferentes para as pessoas, para algumas significa realização pessoal e para outras, pode ser signifi-cado de dor, angústia e sofrimento. De acordo com Albornoz (2002, p.34), na Língua Portuguesa, a palavra trabalho tem a significação:

[...] de realizar uma obra que te expresse, que dê reconhecimento pessoal e permaneça além da tua vida; e a de esforço rotineiro e repeti-tivo, sem liberdade, de resultado consumível e incômodo inevitável. Mas para a autora, o traba-lho do homem aparece mais nítido, quanto mais clara for a intenção e a direção do seu esforço. Trabalho, neste sentido, possui o significado ati-vo de um esforço afirmado e desejado, para a realização de objetivos; onde até mesmo o ob-jetivo realizado, a obra, passa a ser chamado de trabalho.

Quando se compreende a importância do trabalho para o ho-mem,4 compreende-se também, que todos devem acessá-lo, inde-

4 Colocamos homem na perspectiva humana e não de gênero.

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pendente de sua origem, gênero, classe social, nível educacional e, principalmente, independente de ser uma pessoa com ou sem deficiência; tendo oportunidade em espaços onde possam desen-volver suas potencialidades, habilidades e competências. Para Mendes et al. (2004, p. 106):

Pessoas com deficiência que estão inseridas no mercado de trabalho, atuando em situações semelhantes aos demais cidadãos de sua co-munidade, têm possibilidades de expandir suas perspectivas de vida, inclusive sob o aspecto dos relacionamentos sociais. Isto as diferencia so-bremaneira daqueles que continuam segregados em instituições ou escolas especializadas, em condições de trabalho protegido, sendo conside-rados incapazes e eternamente tutelados.

Por este motivo, o espaço laboral pode ser um aliado das ques-tões relacionadas à inclusão das pessoas com deficiência no meio social.

7.2 – Histórico da Lei de Cotas

No ano de 1981, a Organização das Nações Unidas (ONU) de-clarou que aquele seria o “Ano Internacional da Pessoa com De-ficiência”. A proposta era enfatizar a importância da criação de novas ações para a ampliação das igualdades de oportunidades e propiciar o direito à prevenção e à reabilitação das pessoas com deficiência.

Com o passar dos anos, mais precisamente no final da década de 90 (Século XX), com as diretrizes legais da educação e do tra-

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balho para as PcD, surgiu a necessidade de se organizarem espaços de aprendizado do trabalho produtivo e prazeroso. A Lei nº 8.122, de 11 de novembro de 1990, determinou que até vinte por cen-to das vagas dos concursos públicos fossem destinadas às pessoas com deficiência.

No ano seguinte, surge a Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991, mais conhecida como Lei de Cotas. A reserva legal de cargos ou Lei de Cotas estabelece a obrigatoriedade das empresas com cem (100) ou mais empregados preencherem uma parcela de seus car-gos com pessoas com deficiência (art.93 da Lei nº 8213/91). A Convenção nº 159/83 da Organização Internacional do Trabalho – OIT e a Convenção Interamericana para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra Pessoas Portadoras de Deficiên-cia, promulgada pelo Decreto nº 3.956/01, para fins de proteção legal conceituam deficiência como “uma limitação física, mental, sensorial ou múltipla, que incapacite a pessoa para o exercício de atividades normais da vida e que, em razão dessa incapacitação, a pessoa tenha dificuldades de inserção social”. (MTE, 2009)

Para atender ao que define a Lei de Cotas foram necessárias adequações tanto no que se refere à qualificação profissional das pessoas com deficiência, quanto da organização das empresas e órgãos que contratam para o trabalho.

7.3 – Análise de dados da pesquisa

De acordo com a proposta da pesquisa sobre Política de Tra-balho e a promoção da inclusão da pessoa com deficiência no Mercado de Trabalho no Estado do Rio Grande do Sul, com o in-tuito de identificar o acesso das pessoas com deficiência à quali-ficação profissional e à inclusão no mercado formal de trabalho, apresentamos a análise de dados referentes às Políticas de Tra-

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balho nos 496 municípios do Estado do Rio Grande do Sul no ano de 2010/2011.

7.3.1 — EMPRESAS E COTAS

Sobre as empresas que cumprem a Lei de Cotas constatou-se que 36% dos 496 municípios não responderam, 4% não sabiam a resposta, 29% afirmaram que não há empresas que cumpram essa lei, enquanto que 31% afirmam que as empresas em seus municí-pios cumprem a Lei de Cotas. Os dados mostram que a Política Na-cional5 da Pessoa com Deficiência que prevê 2% a 5% das vagas para as PcD não está sendo devidamente cumprida em 142 municípios.

Com relação ao número de empresas que possuem mais de 100 funcionários, o resultado é que 37% dos municípios não respon-deram e 32% não sabem. Dos municípios que responderam, 10% declararam que não há empresas com mais de 100 funcionários, enquanto que 17% afirmam terem até dez empresas, 1,4% regis-tram até 25 empresas, 0,4% até 50 empresas e 0,2% confirmam a existência de mais de 51 empresas com mais de cem funcionários.

No que tange a PcD incluídas nessas empresas, 36% dos municí-pios não responderam, 39% não sabem, 13% dizem que não possuem PcD nas empresas, 8% afirmam que há de 1 a 2 funcionários com de-ficiência, 3% declaram que há até 5 funcionários e 1% registra mais de 5 PcD trabalhando nas empresas com mais de 100 funcionários.

Ao verificar se há PcD no mercado de trabalho formal, em que as leis trabalhistas garantem ao funcionário com registro em car-teira de trabalho todos os direitos trabalhistas, foi analisado que 36,5% dos municípios não responderam, 36,3% não sabem, 11,3%

5 Esta Política Nacional está no Decreto Lei n. º 3.298 de 20 de Dezembro de 1999 que trata da Integração da “Pessoa Portadora de Deficiência”, (a nomenclatura consta na lei), no entanto novas terminologias foram adotadas pela ONU durante a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência em 2006, e no Brasil, foi ratificada pelo Congresso Nacional em 09/07/2008 pelo Decreto Legislativo 186/2008 recebendo status de Emenda Constitucional.

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explicam que não há PcD em empregos formais, 13,1% afirmam que há até dez PcD em empregos formais, 2% responderam que há até cinquenta funcionários, 0,4% até 100 PcD estão nos empregos formais, 0,2% correspondem até duzentos funcionários, 0,2% até quinhentos funcionários e não há registro de empresas que tenham mais de 500 funcionários com PcD.

Os dados de pesquisa demonstram um número significativo de municípios que não responderam ou não souberam precisar os dados solicitados no questionário. A pesquisa realizada evidencia que ainda não há uma política efetiva de acesso ao mercado de trabalho na maioria dos municípios, fragilizando o acesso à PcD e sua permanência no mercado de trabalho.

7.3.2 — ESTÁGIOS

Os estágios estão garantidos pelo Decreto-Lei 3.298/99 que objetiva o acesso da pessoa com deficiência ao mercado de traba-lho. Assim, dos 496 municípios pesquisados, questionamos se havia nas empresas estagiários com deficiência. Constatamos que 36% dos municípios não responderam, 15% não sabem se há PcD esta-giando nas empresas, 43% dos municípios responderam que não há estagiários com deficiência nas empresas e apenas 6% afirmaram possuir estagiários com deficiência. Com relação à quantidade de estagiários com deficiência nas empresas, 45,2% não sabem infor-mar o número de PcD estagiando, 16% afirmam que não há estagi-ários com deficiência. Observa-se que apenas 2,8% dos municípios retornaram a pesquisa com dados concretos, destes 1,2% respon-deu que há pelo menos um estagiário com deficiência, 0,4% até dois estagiários, 1% possui até três estagiários e 0,2% conta com mais de seis estagiários nas empresas.

Ainda com relação aos estágios, buscou-se saber se a inclu-são está ocorrendo dentro das instituições públicas, e o resultado

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foi de que 36% dos 496 municípios não responderam, 11% não sa-bem, 46% afirmam que não possuem estagiários com deficiência e 7% afirmam que possuem estagiários com deficiência. Destes, 3% afirmam ter pelo menos um estagiário, 1% até dois e 1% possui até cinco estagiários com deficiência nas instituições públicas. Por estes dados, constata-se que apesar de existir a Lei de Cotas para estágios de PcD, os municípios não cumprem a legislação integral-mente.

As Organizações não Governamentais (ONG) também devem garantir um percentual de estagiários com deficiência. Dos 496 municípios pesquisados, 36% não responderam a questão, 12% não souberam responder, 49% dos municípios colocaram que não há estagiários nas ONG e apenas 3% dos municípios confirmaram a existência de estagiários nas ONG. Com relação à quantidade de estagiários nas ONG, 0,6% possui apenas um estagiário, 0,2% possui até dois e 0,2% conta com mais de 3 estagiários.

O estágio é um direito garantido por lei aos estudantes que desejam iniciar-se no mercado de trabalho, garantindo um apren-dizado mais prático e adquirindo conhecimento do cotidiano de trabalho. O estágio é uma oportunidade aos jovens, porém, pelas análises realizadas, as pessoas com deficiência estão sendo mini-mamente beneficiadas com a inclusão em estágios nas empresas, instituições públicas e ONGs.

7.3.4 — QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E CURSOS

A inserção e permanência da pessoa com deficiência no merca-do de trabalho pressupõe a qualificação profissional, e esta possi-bilita que a PcD possa exercer funções com melhor remuneração, mas é comum elas ocuparem vagas que exigem pouca qualifica-ção. De acordo com o Decreto-Lei nº 3.298/1999 (Art. 28), o aluno com deficiência matriculado ou egresso do Ensino Fundamental

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ou Médio, de Instituições Públicas ou Privadas, terá acesso à Edu-cação Profissional, a fim de obter habilitação profissional que lhe proporcione oportunidades de acesso ao mercado de trabalho.

Visando ao aprimoramento da qualificação profissional dos jo-vens, foi promulgada em 2005, a Lei da Aprendizagem,6 com o ob-jetivo de viabilizar a capacitação profissional junto às empresas, com o ensino da teoria concomitante à prática. Nesse sentido, a pessoa com deficiência e as empresas se beneficiaram com o Pro-grama de Aprendizagem, uma vez que a falta desses espaços de qualificação profissional, ocasiona muitas vezes a dificuldade de contratação das PcD pelas empresas.

A pesquisa sobre a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho questionou sobre a formação e capacitação profissional das PcD. Dos 496 municípios pesquisados no Estado do Rio Grande do Sul, 70% não responderam e 15% não sabem quais e quantas empresas estão qualificando pessoas com deficiência e quais são essas qualificações; 7% dos municípios afirmam não haver nenhum tipo de qualificação profissional para PcD. Apenas 8% dos municípios responderam sobre os cursos de qualificação profissio-nal.

No levantamento, os municípios que responderam sobre as empresas e instituições que promovem qualificação profissional a PcD, foram citados: SENAI7 (37%); SESC8 (13%); SENAC9 (13%);

6 A aprendizagem é estabelecida pela Lei nº.10.097/2000, regulamentada pelo Decreto nº. 5.598/2005. Estabelece que todas as empresas de médio e grande porte estão obrigadas a contratarem adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos, com exceção das pessoas com defici-ências, que não tem limite de idade. Trata-se de um contrato especial de trabalho por tempo determinado, de no máximo dois anos. Os jovens beneficiários são contratados por empresas como aprendizes de ofício previsto na Classificação Brasileira de Ocupações - CBO do Ministério do Trabalho e Emprego, ao mesmo tempo em que são matriculados em cursos de aprendizagem, em instituições qualificadoras reconhecidas, responsáveis pela certificação. A carga horária es-tabelecida no contrato deverá somar o tempo necessário à vivência das práticas do trabalho na empresa e ao aprendizado de conteúdos teóricos ministrados na instituição de aprendizagem. (Ministério do Trabalho e Emprego) 7 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.8 Serviço Social do Comércio.9 Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.

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APAE10 (13%); SESI11 (8%); FADERS12 (8%); e Projeto Portadores de Deficiência Rumo Norte (8%).

Os cursos de qualificação profissional mencionados pelos mu-nicípios são informática/inclusão digital (10%); artesanato (6%); corte e costura/tricô e crochê (4%); violão/música (3%); eletri-cista (3%); marcenaria (3%); manicura e pedicura (2%); leitura e interpretação de desenho/pintura (2%); culinária (1%); calçadista (1%); doméstica (1%); pedreiro/azulejista (1%); mecânica (0,6%); jardinagem (0,6%); reciclagem (0,6%); panificação (0,6%); dança (0,6%); enfermagem (0,6%) e nutrição (0,6%). Percebe-se que os cursos são bastante diversificados e, na sua maioria, de Ensino Profissionalizante.

Segundo os dados obtidos na pesquisa sobre pessoas com de-ficiência inseridas nos cursos de qualificação profissional nos 496 municípios, registrou-se que 37% não responderam, 44% não sa-bem, 10% afirmam que não há pessoas com deficiência inseridas em cursos e apenas 9% dos municípios responderam que possuem pessoas com deficiência em cursos de qualificação profissional.

Das instituições que encaminham pessoas com deficiência para o mercado de trabalho, 59% dos municípios não responderam, 11% não sabem e 10% afirmam que não há empresas que encaminham as PcD para o mercado de trabalho. Dos 20% de municípios respon-dentes, constatamos que os locais e instituições que encaminham pessoas com deficiência para o mercado de trabalho são: APAE (10%); Agências do município/Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação (5%); SINE13 (4%); Assistência Social/CRAS14 (4%); CIEE15 (1%); e outras não mencionadas (3%). Identifica

10 Associação de pais e amigos dos excepcionais.11 Serviço Social da Indústria.12 Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para PcD e PcAH no Rio Grande do Sul.13 Sistema Nacional de Emprego.14 Centro de Referência de Assistência Social.15 Centro de Integração Empresa-Escola.

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que a maioria dos municípios possuem encaminhamentos feitos pelas Instituições da APAE.

7.3.5 — BARREIRAS (ACESSIBILIDADE) E FISCALIZAÇÃO

De acordo com o Decreto-Lei nº 5.296 de 22 de Dezembro de 2004 a acessibilidade deve ser garantida como forma de equipa-ração de igualdade, promoção a autonomia da pessoa com de-ficiência nos diferentes espaços sociais. A partir deste enfoque, na pesquisa realizada nos 496 municípios buscamos saber sobre a acessibilidade no mercado de trabalho, perguntando sobre as barreiras mais comuns encontradas nas empresas.

Constatamos que 58% dos municípios não responderam sobre o tema, 7% não sabem e 1,2% afirmam não haver barreiras no acesso ao mercado de trabalho. Dos municípios que responderam (33,8%), listamos as barreiras mencionadas: Falta de capacitação/qualifi-cação (9%); preconceito/discriminação (9%); desemprego geral (7%); barreiras arquitetônicas (6%); empresas não contratam/desconhecem a lei (5%); falta de transporte adequado (2%); co-modismo por receberem BPC16 e LOAS17 (1,8%); falta de incentivo familiar (1,6%); aceitação/inclusão (1%); inapta ao trabalho (1%); e sem interesse em trabalhar (0,4%).

No que se refere ao Benefício de Prestação Continuada, desde o segundo semestre de 2011, está em vigor a lei do BPC/Trabalho, que possibilitará, para o ano de 2012, que as pessoas com deficiên-cias e que recebem o BPC, possam trabalhar e participar dos Progra-mas de Aprendizagem. No caso da qualificação profissional, pelos Programas de Aprendizagem, o aprendiz continuará recebendo o benefício; no caso da atividade de trabalho, a pessoa com deficiên-cia perderá o benefício; caso não permaneça no trabalho, voltará a

16 Beneficio de Prestação Continuada da Assistência Social.17 Lei Orgânica da Assistência Social.

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receber o benefício regularmente. Acredita-se que esta nova legis-lação facilitará o ingresso das pessoas com deficiência que recebem o BPC no mercado de trabalho e nos Programas de Aprendizagem.

Os 496 municípios foram questionados sobre os órgãos fiscali-zadores da Lei de Cotas, com os seguintes resultados: 37% dos mu-nicípios não responderam, 3% não sabem, mas 43% afirmaram que não há nenhum tipo de fiscalização nas empresas, enquanto que 17% dos municípios garantem que há órgãos de fiscalização da Lei de Cotas. As empresas ainda não estão cumprindo com suas obri-gações legais diante da inclusão da pessoa com deficiência; em-bora tenhamos percebido que na pesquisa sobre o cumprimento da Lei de Cotas nas empresas, um total de 73% dos municípios não respondeu ou não soube informar se as empresas estão cumprindo a Lei de Cotas. Quando questionados sobre esta questão, 7% dos municípios responderam, apontando o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) como o principal responsável pelas fiscalizações.

Considerações Finais

Pelos dados analisados nesta pesquisa, observamos que no atual contexto das dinâmicas sociais e dos programas de políticas públicas que se referem ao acesso ao trabalho, a sociedade ainda carece de maior número de aplicabilidade da legislação vigente para que possa atender a todos aqueles que se encontram à mar-gem da sociedade. Dessa forma, os programas de educação para o trabalho que se voltam para as diferentes necessidades dos sujei-tos, fazem-se de extrema importância, a fim de que estes tenham garantido o direito de acesso à qualificação profissional para que possam, em condições dignas, acessarem o mundo do trabalho e conquistar seus demais projetos de vida.

Quanto aos estágios para as pessoas com deficiência em em-

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presas e órgãos públicos, observou-se que apesar da legislação vi-gente sobre o assunto, ainda há um número limitado de apenas 6% de instituições que têm PcD como estagiários. Se pensarmos que o estágio é um meio de aprendizado assistido e de qualificação profissional para qualquer pessoa, o fato de ter poucos estagiários com deficiência nas empresas e órgãos públicos mostra um déficit na questão relacionada à qualificação profissional.

No que se refere à qualificação profissional das PcD, o Progra-ma de Aprendizagem veio contribuir com o processo de inclusão, uma vez que atende tanto às necessidades das pessoas com defici-ência quanto das empresas contratantes. Porém, 85% dos municí-pios não responderam ou não souberam informar sobre a qualifica-ção profissional, fato que chama a atenção e demonstra que ainda há muitos desafios para a conquista deste direito fundamental, que é o acesso das PcD à qualificação profissional e ao trabalho.

Refletindo sobre os resultados desta pesquisa, entendemos que as políticas de acesso ao mercado de trabalho, embora estejam le-galmente garantidas, não estão sendo executadas pelas empresas e instituições por duas razões: a falta de qualificação profissional, e como vimos, não são muitos os órgãos que oferecem formação, e a falta de fiscalização por órgão competente.

Constatamos, portanto, que as políticas do trabalho e empre-go precisam buscar recursos para sanar os problemas identificados na pesquisa, possibilitando às pessoas com deficiência, mais opor-tunidades de acesso e permanência no trabalho.

Referências

ALBORNOZ, Susana. O que é Trabalho? São Paulo: Brasiliense, 2002.

BARTALOTTI, C. C. e De Carlo, M.M.R Prado. Terapia Ocupacional no Brasil: Fundamentos e perspectivas. 3. ed. São Paulo: Plexus, 2001.

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BRASIL, Presidência da República. Lei nº 8.122 de 19 de Dezembro de 1990. Autoriza o Poder Executivo a abrir ao Orçamento da Seguridade Social da União créditos adicionais até o limite de Cr$ 2.236.745.000,00, para os fins que especifica. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos: Brasília, 1990.

_____________________________. Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras Provi-dências. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos: Brasília, 1991.

_____________________________. Lei nº 10.097, de 19 de dezembro de 2000.AlteradispositivosdaConsolidaçãodasLeisdeTrabalho–CLT,aprovada pelo Decreto nº 5.452 de 1º de maio de 1943. Casa Civil. Sub-chefia para assuntos jurídicos: Brasília, 2000.

_____________________________. Agenda Social.Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Por-tadora de Deficiência. Direitos de Cidadania das Pessoas com Deficiência. Brasília, set/2007.

BRASIL, MTE. Ainclusãodepessoascomdeficiêncianomercadodetraba-lho. 2. ed. – Brasília: MTE, SIT, 2007.100 p.

MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Rio de Janeiro: Civili-zação Brasileira, 1980.

MENDES, E. G.; NUNES, L.R.; FERREIRA, J. R. et al. Estado da Arte das Pes-quisas sobre profissionalização do portador de deficiência. Temas em Psico-logia, 2004, vol. 12, n. 2, p. 105-118.

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CAPÍTULO 8

Análise de Resultados da Pesquisa na

Perspectiva da Política da Cultura

MARIA GABRIELA CARRIZO MALLMANN1

MARIANA PAPICH2

Introdução

O capítulo em questão discute o acesso das pessoas com defi-ciência na política da cultura a partir dos resultados da pesquisa: “Condições para o Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul”. Diante da complexidade do processo de inclusão na cultura, pretende-se analisar o direito das pessoas com deficiência em produzir e participar do acesso nesta política, promovendo o reconhecimento das diferenças; isto porque o conceito de cultura e deficiência está intimamente liga-do às diferenças.

1 Assistente Social graduada pela PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Mestre em Serviço Social da Faculdade de Serviço Social da PUCRS. Produtora cultural da Caixa do Elefante Teatro de Bonecos de Porto Alegre. Assistente social da ACERGS (Associação de Cegos do Rio Grande do Sul). 2 Psicóloga graduada pela UNISINOS (Universidade do Vale do Rio dos Sinos). Integrante da equipe da Clínica Coletiva de Psicologia de Sapucaia do Sul e da equipe da Associação Pestalozzi de Brochier – Inserção Profissional e Acessibilidade para Pessoas com Deficiência. Aluna do curso de especialização: “Problemas do Desenvolvimento na Infância e Adolescência – Abordagem Interdisciplinar” do Centro Lydia Coriat.

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8.1. O devir das diferenças: uma janela para a inclusão na cultura

Devir é abrir uma janela que dá passagem ao vir a ser, sendo a força e o movimento constante de tornar-se algo. Como con-ceito filosófico, qualifica a mudança constante e de modos de ser e existir estando em oposição ao ser enquanto imutável (LALAN-DE, 1999). Deleuze (1992) propõe o conceito de devir como expe-riência de absoluta alteridade, em que o sujeito, estando entre o campo dos afetos e dos encontros, descobre a multidão que o constitui. Dessa forma, o devir opera na valorização das diferen-ças como essencial às relações humanas, ou seja, o encontro com as diferenças provoca mudanças nos sujeitos, uma vez que este enxerga possibilidades de vir a ser aquilo que o outro o desperta.

A diferença é um devir porque sobre ela nada está pronto, tudo se transforma. As diferenças são produzidas a partir dos des-dobramentos dos sujeitos e de constantes mudanças, conforme as experiências que afetam e fazem sentido. Desta forma, enquanto há diferenças há um devir. A cultura é uma das formas de acesso para que as diferenças possam transitar para a construção de uma sociedade inclusiva, pois é também na perspectiva da valorização das diferenças que as políticas de inclusão social devem ser pen-sadas, executadas e implementadas. Pensar a deficiência como reconhecimento das diferenças é como abrir uma janela: é o movi-mento de “abrir” espaço para o encontro com a paisagem inusita-da que são as diferenças. Desta forma a diversidade também é um ponto de partida para a produção e desenvolvimento da cultura.

Secularmente a cultura existiu como manifestação da exis-tência humana, associada ao legado das tradições de determina-das sociedades, cuja participação estava restrita a determinados grupos sociais (MIANES, 2011); nesta perspectiva, a cultura era sinônimo de moral, ética e política, sendo considerada a interven-

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ção deliberada dos homens sobre a natureza de alguém de forma a dominá-la e hegemonizá-la. A cultura simbolizava, portanto, o aprimoramento da natureza humana por meio da educação, onde a pessoa culta era moralmente virtuosa, politicamente consciente e participante, intelectualmente desenvolvida pelo conhecimento das ciências, das artes e da filosofia.

O termo cultura surge a partir do século XVIII passando a signi-ficar os resultados daquela formação ou educação dos seres huma-nos, de seu trabalho e de sua sociabilidade, expressos em obras, feitos, ações e instituições: as artes, as ciências, a filosofia, os ofícios a religião e o Estado (CHAUÍ,2006). Sendo assim, a cultura passou a ser resultado das obras humanas, consequência da re-lação estabelecida por sujeitos, socialmente organizados, na sua relação com o tempo e o espaço. De acordo com Chauí:

[...] cultura torna-se sinônimo de história. A nature-za é o reino da repetição; a cultura, o da transfor-mação racional; portanto, é a relação dos sujeitos humanos com o tempo e no tempo. (2006,p.107)

O progresso de uma civilização é avaliado por sua cultura e a cultura pelo progresso que ela traz a uma civilização (VEIGA-NETO, 2003). No século XX, surge a antropologia cultural, que concebe a cultura como e a partir de diferentes modos de vida, passando a ser entendida como diferentes sistemas de significação e inter-câmbio de significados. (HALL, 1997)

Desta forma, entende-se a cultura como processo e como modo de vida, que implica referências subjetivas que vão além da etnicidade, língua e religião, produzindo a diversidade. Sendo assim, a cultura não só contribui para a formação de identida-des, construção da base simbólica e de valores de uma sociedade, como também atende a inúmeros outros propósitos, desde o cres-cimento econômico até a coesão social.

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Há complexidade no entendimento de cultura, uma vez que ela representa a relação de um povo em determinado espaço e tempo, bem como as representações artístico-culturais resultantes dessa re-lação. O acesso à cultura era restrito à elite como grupo dominante minoritário, diferentemente dos grupos excluídos do acesso cultural; entre esses as pessoas com deficiência, que ficavam à margem da participação social e aquém do acesso e produção de cultura.

O lugar social que as pessoas com deficiência ocupavam resul-tava de conceitos pré-inclusivistas da década de 60, a exemplo do modelo médico, que remetia a deficiência à doença. Dessa forma, o sujeito deveria ser enquadrado em determinado diagnóstico e tratado de maneira assistencialista para adequar-se conforme os padrões tidos como normais da sociedade; ou seja, para poder fazer parte da comunidade, as pessoas com deficiência deveriam moldar-se aos requisitos considerados “normais”, a partir da nor-malização (SASSAKI, 1997). Da mesma forma, o conceito de defi-ciência foi construído culturalmente na perspectiva da exclusão, estando relacionado à invalidez e, portanto, com ênfase na inca-pacidade das pessoas participarem e produzir cultura.

Posteriormente, surge o conceito de integração social no qual a pessoa com deficiência deve adaptar-se às normas da socieda-de fazendo uma distinção do normal/anormal. No século XX, a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, consagra o princípio de que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos colocando em pauta a igualdade entre os homens (ONU, 1994). Surge, aos poucos, o conceito de inclusão social, o qual refere que a sociedade deve adaptar-se para aten-der às necessidades de todos os seus membros. Trata-se de “um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a socie-dade, buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos” (SASSAKI, 1997, p. 41). Sendo assim, o sentido da inclusão não está

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em homogeneizar as diferenças, mas em efetivá-las como direito à diversidade.

Pensar a questão das diferenças pressupõe um processo de sis-temas simbólicos garantidos por meio de representações políticas, históricas e culturais (FIORIN, 2010). A deficiência está intimamente associada à questão da aceitação das diferenças. Enquanto o “eu” é aquilo que “sou”, a diferença é aquilo que o “outro” é. Por muito tempo as pessoas com deficiência foram excluídas do acesso aos bens culturais, enfrentando barreiras para seu acesso nessa política.

Mais do que questionadas, as diferenças devem ser respeita-das, contribuindo para a multiplicidade e, portanto, produzindo diversidade (FIORIN, 2010). É nesta perspectiva que, conforme propõe Santos (2003): “temos direito às diferenças quando a igual-dade nos descaracteriza”. Dessa forma:

Respeitar a diferença não pode significar “deixar que o outro seja como eu sou” ou “deixar que o outro seja diferente de mim tal como eu sou diferente (do outro)”, mas deixar que ele seja esse outro que não pode ser eu, que eu não pos-so ser, que não pode ser um (outro) eu; significa deixar que o outro seja diferente, deixar que seja uma diferença que não seja, em absoluto, diferença entre duas identidades, mas diferen-ça da identidade, deixar ser uma outridade que não é outra “relativamente a mim” ou “relati-vamente ao mesmo”, mas que é absolutamente diferente, sem relação alguma com a identidade ou com a mesmidade. (PARDO, 1996, p. 154)

A diferença movimenta a multiplicidade e o direito de ser múl-tiplo, tornando-se uma janela para a inclusão de pessoas com defi-

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ciência na cultura, visto que a deficiência põe em pauta as formas de ser e questionar as diferenças, enquanto a cultura está a serviço da diversidade como produção e expressão dessas diferenças. De acordo com Mianes (2011), as produções artístico-culturais, podem subverter a lógica de homogeneização das diferenças atuando como espaço de resistência e de direito dos sujeitos com deficiência.

Como forma de materialização desses direitos, os artigos 13º e 15º do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Cul-turais referem que todas as pessoas têm o direito de usufruir de qualquer produção científica, literária ou artística, bem como de participar da vida cultural de sua escolha e executar suas pró-prias práticas culturais e criativas (ONU, 1992). Da mesma forma, as Normas para Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiência (ONU, 1993) expõem a participação do Estado em ga-rantir a participação das pessoas com deficiência nas atividades culturais, em condições de igualdade com as demais, bem como assegurar que tenham oportunidade de utilizar o seu potencial criativo, artístico e intelectual, não apenas em benefício próprio, mas também para enriquecimento da sua comunidade. São exem-plos de tais atividades a dança, a música, a literatura, o teatro, as artes plásticas, a pintura e a escultura, bem como o acesso a es-paços onde se realizem eventos ou se prestem serviços culturais, tais como teatros, museus, cinemas e bibliotecas.

Reconhecer a diferença do outro é como abrir uma janela. Da mesma forma as legislações específicas e a participação das pessoas com deficiência no movimento para o reconhecimento das diferen-ças, representam o início do ato de abrir uma janela, cuja paisagem é a da inclusão social. Essa paisagem ainda em construção, no entanto, aponta potencialidades para maior abertura da inclusão social. A pes-quisa: “Condições para o Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul” é também uma janela que, a partir da coleta de dados a respeito do acesso das pessoas com defi-

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ciência às diferentes políticas públicas, pode, por meio da produção do conhecimento, questionar a paisagem atual que se vê dessa janela produzindo um devir sobre novas possibilidades de inclusão.

8.2. Análise dos dados da pesquisa: uma janela entreaberta

A análise da pesquisa: “Condições para o Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul” simboliza uma janela entreaberta a partir dos dados colhidos nos municípios participantes. Diante da pergunta sobre quais condições de acesso existem para as pessoas com deficiência nos 496 municí-pios, 20% alegaram não saber, 45% mencionaram não haver acesso e 35% dos municípios contatados não responderam a esta questão.

O questionário referente à política da cultura aponta que, dos 496 municípios, 4% destacam a existência de centros culturais e casas de cultura acessíveis e mencionam possuir acessibilidade em biblio-tecas. Dos municípios respondentes, 2% revelam acesso em eventos e projetos culturais, telecentros, teatro, cineclube, atividades de can-to, música, dança e teatro. Quanto à justificativa da acessibilidade existente nestes equipamentos culturais, 28 municípios apontam a existência de rampas, e 5 municípios mencionam a existência de ba-nheiros adaptados para cadeirantes, bem como corrimão e elevador.

Os municípios também foram questionados quanto às barreiras encontradas pelas pessoas com deficiência no acesso aos equipa-mentos culturais de sua localidade. Entre as respostas, 22% apon-tam barreiras físicas e arquitetônicas gerais (rampas, corrimão, etc); a falta de atividades, de projetos, de recursos humanos e financeiros foi atribuída por 5% dos municípios; a inexistência de banheiros adaptados, de sinalização tátil, visual ou sonora, de transporte adequado e dificuldades de deslocamento foi mencio-nada por 2% do total pesquisado; por fim, foram citadas barreiras

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como a falta de incentivo à inclusão, o preconceito e a própria limitação da pessoa com deficiência.

O Ministério da Cultura vem ampliando a discussão da questão da democratização da cultura, pela Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC). Dessa forma, no que diz respei-to às pessoas com deficiência, a SID, desde o ano de 2008, vem realizando a “Oficina Nacional de Indicação de Políticas Públicas Culturais para Inclusão de Pessoas com Deficiência” destinada a ar-tistas, gestores públicos, pesquisadores e agentes culturais da so-ciedade civil. O objetivo dessa oficina foi indicar diretrizes e ações, no sentido de contribuir para a construção de políticas culturais de patrimônio, difusão, fomento e acessibilidade para pessoas com deficiência. Para isso foi adotado o lema “Nada sobre Nós sem Nós” em consonância aos princípios universais da Convenção sobre os Di-reitos das Pessoas com Deficiência, a qual diz que as pessoas com deficiência devem ter a oportunidade de participar ativamente das decisões relativas a programas e políticas, inclusive aos que lhes dizem respeito diretamente. (AMARANTE; LIMA, 2009)

O Estado deve garantir as condições de acesso à cultura a par-tir de investimentos públicos. Porém, quem muda a paisagem vista pela janela são os movimentos e mobilizações sociais das pessoas com deficiência, juntamente com os conselhos municipais e a socie-dade como um todo; ou seja, é necessária a promoção da inclusão por meio da produção de demandas que são justificadas a partir da participação das pessoas com deficiência em torno de seus direitos em ter acesso à cultura. Além disso, é preciso mudar culturalmente o conceito da deficiência, cujo sentido ainda está relacionado às incapacidades e limitações, ou seja, opondo-se ao reconhecimento das diferenças e fechando, assim, a janela da exclusão.

A questão da inclusão das pessoas com deficiência na política da cultura revela um devir. Trata-se de uma paisagem em cons-trução que apresenta, por um lado avanços e, por outro, desafios

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a serem vencidos com mobilização e participação da sociedade como um todo. Para materialização desse movimento os investi-mentos públicos devem estar voltados à construção de políticas públicas cujo desenvolvimento seja permeado pelo conceito de inclusão social. Neste sentido a pesquisa representa uma janela entreaberta, na medida em que exibe uma paisagem a ser desven-dada, por meio do aprofundamento da realidade dos municípios do RS quanto ao acesso à política da cultura para assim incidir uma ação transformadora sobre e com ela.

Considerações Finais

O capítulo em questão abre uma janela na medida em que buscou apresentar os dados da pesquisa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul” referentes à política da cultura a fim de abrir outras ja-nelas, pois para se mudar uma realidade é preciso conhecimento; neste sentido é que essa pesquisa é um devir porque, a partir de seus resultados, lança novos questionamentos e ações acerca da realidade social das pessoas com deficiência na cultura.

O acesso à cultura, historicamente, estava restrito à elite. Desta forma a exclusão em participar e produzir cultura teve maior impacto sobre os grupos à margem da sociedade, entre esses as pessoas com deficiência. A formulação dos direitos cul-turais é uma ampliação dos direitos humanos e deu consistên-cia à vida cultural que dá pleno sentido à liberdade humana. É na liberdade humana que a declaração dos direitos culturais se baseia, quando diz que todos têm o direito a participar da vida cultural, inclusive por meio da contestação das normas e dos va-lores dominantes. Os direitos culturais são legislados a partir do Plano Nacional de Cultura do Brasil (BRASIL, 2010.). O referido

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plano expõe no capítulo II, a partir de suas estratégias e ações, a necessidade de realização de programas de reconhecimento e prevenção, especialmente aos grupos sujeitos à discriminação, entre estes: “os indígenas, os afro-brasileiros, (...) que se encon-tram ameaçados devido a processos migratórios, modificações do ecossistema, transformações na dinâmica social, territorial, eco-nômica, comunicacional e tecnológica; e aqueles discriminados por questões étnicas, etárias, religiosas, de gênero, orientação sexual, deficiência física ou intelectual e pessoas em sofrimento mental”. (FIORIN 2010, p. 17)

O reconhecimento da diversidade cultural e o respeito às dife-renças exigem a participação ativa das pessoas com deficiência nas decisões políticas que envolvem a concretização desses direitos na esfera pública, bem como da viabilização de recursos financeiros provindos pelo Estado. O direito à participação nas decisões da política cultural se efetiva no direito das pessoas com deficiência de intervir na definição de diretrizes culturais e dos orçamentos públicos, a fim de garantir tanto o acesso quanto a produção de cultura. Assim, como ressaltado pelo comitê dos direitos econô-micos, sociais e culturais, os estados devem demonstrar que es-tão constantemente tomando medidas necessárias para o pleno cumprimento dos direitos culturais de acordo com o máximo de recursos disponíveis. Cabe ao Estado criar as condições de acesso à cultura por meio de investimentos públicos.

A questão do acesso das pessoas com deficiência à política da cultura deve ser pensada para além da mera participação, mas também na produção cultural. As pessoas com deficiência devem gerar demandas a partir de sua participação e produção na esfera cultural. Devem conhecer e reivindicar seus direitos de forma a abrir janelas para inclusão na cultura.

As diferenças são substanciais à constituição de sujeito, é por meio delas que existem o avanço, o contraponto, a contradição

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que permitem a constante movimentação dos sujeitos. A diferença é inerente às relações humanas; dessa forma, pensar a questão das diferenças representa uma janela para o devir da inclusão das pessoas com deficiência na cultura.

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CAPÍTULO 9

Análise de dados da pesquisa na

perspectiva dos Conselhos de Direitos

JORGE AMARO DE SOUZA BORGES1 MOISÉS LUIZ BAUER2

ROBERTO LUIZ VEIGA OLIVEIRA3

Introdução

O movimento pelos direitos das pessoas com deficiência, nas últimas décadas, tem-se pautado pelo protagonismo e participa-ção direta do segmento na construção e implementação das po-líticas públicas. Quando nos atentamos para a história da admi-nistração pública brasileira, observa-se que vivemos diferentes modelos, primeiro um período monárquico, imperial e chegamos à atual república federativa. Da mesma forma, os objetivos e ins-trumentos de participação sofreram transformações.

1 JorgeAmarodeSouzaBorgesé biólogo, mestre em educação pela PUCRS, participa do Pro-jeto Cátedra Anísio Teixeira, servidor público da FADERS, diretor-presidente do Grupo Maricá, Coordenador Geral do CONADE – Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.2 Moisés Luiz Bauer é bacharel em ciências jurídicas, assessor jurídico do Ministério Públi-co-RS, Presidente da Associação de Cegos do RS (ACERGS), da Organização de Cegos do Brasil (ONCB) e do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COEPEDE).3 Roberto Luiz Veiga Oliveira é fisioterapeuta, servidor público estadual do RS, Vice-Presiden-te da Associação de Cegos do RS (ACERGS).

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A Constituição de 1988 trouxe algumas inovações, sendo que grande parte delas ainda carece de implementação. Um dos as-pectos que necessitam de maior aprimoramento é o controle so-cial. A nossa Carta Magna, entre outros artigos, refere-se ao termo controle nos artigos 37, §8°, II, 49, X, 70, 197, 294, II, quando tra-ta da avaliação de desempenho e de responsabilidade dos dirigen-tes, das competências do Congresso Nacional, da fiscalização, da formulação de políticas públicas e dos serviços, respectivamente, de saúde e de assistência social.

Para Gramsci (2000, p. 244), “(...) na noção geral de Estado entram elementos que devem ser remetidos à noção de sociedade civil no sentido, seria possível dizer, de que o Estado = sociedade política + sociedade civil; isto é, a hegemonia couraçada de coer-ção”. Conforme Brunello, hegemonia é a capacidade revelada por um ou mais grupos sociais de dirigir outros grupos sociais pelo con-sentimento. Tornar-se hegemônico significa conseguir uma posição de supremacia na sociedade, passando a dominá-la pela força das instituições do Estado e do governo político.

Controle social é a capacidade da sociedade organizada, inter-vir nas políticas públicas como forma de garantir direitos funda-mentais, consoante com a doutrina de Jorge Miranda (1998, p.8):

Por direitos fundamentais entendemos os direi-tos ou as posições jurídicas subjetivas das pessoas enquanto tais, individual ou institucionalmente consideradas, assentes na Constituição, seja na Constituição formal, seja na Constituição material – donde, direitos fundamentais em sentido formal e direitos fundamentais em sentido material.

Quando se menciona os direitos das pessoas com deficiência, esta intervenção ocorre tanto pelos Conselhos como por meio de

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diversas entidades da sociedade civil envolvidas com a temática. “Os conselhos de direitos, também denominados conselhos de po-líticas públicas ou conselhos gestores de políticas setoriais, são órgãos colegiados, permanentes e deliberativos, incumbidos, de modo geral, da formulação, supervisão e da avaliação das políticas públicas, em âmbito federal, estadual e municipal”.4 O presente capítulo vai trazer para discussão as instâncias de Conselhos e Ór-gãos de Gestão no Brasil, os resultados da pesquisa na perspectiva dos conselhos de direitos e as considerações finais.

9.1. Instâncias de Conselhos e Órgãos de Gestão no Brasil

No âmbito federal, instituiu-se, em 1999, o Conselho Nacio-nal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE), órgão de deliberação colegiada ligado inicialmente ao Ministério da Justi-ça, composto tanto por representantes do governo e por entida-des da sociedade civil. Em 2003, passou a ser vinculado à Presi-dência da República, por meio da Secretaria Especial dos Direitos Humanos. O Conselho Nacional é responsável por acompanhar e avaliar o desenvolvimento da Política Nacional da Pessoa com De-ficiência e das políticas setoriais de educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, esporte, lazer e política urbana, dirigidas a esse grupo social, e que são aque-las objeto da pesquisa, ressaltando a importância dela para uma análise das políticas públicas. Conforme o artigo 11º da do De-creto Federal 3.298, de 20 de dezembro de 1999, o CONADE tem como atribuições:

4 Definição extraída do artigo intitulado “Conselhos de Direitos e Formulação de Políticas Pú-blicas”, de Patrícia Helena Massa Arzabe, Doutoranda na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e Procuradora do Estado de São Paulo. Disponível no site http://www.dhnet.org.br/direitos/textos/politicapublica/patriciamassa.htm.

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I – zelar pela efetiva implantação da política para inclusão da pessoa com deficiência em âm-bito nacional;II – acompanhar o planejamento e avaliar a exe-cução das políticas setoriais de educação, saú-de, trabalho, assistência social, transporte, cul-tura, turismo, desporto, lazer, política urbana e outras relativas à pessoa com deficiência;III – acompanhar a elaboração e a execução da proposta orçamentária da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, sugerindo as modifica-ções necessárias à consecução da Política Nacio-nal para Integração da Pessoa com Deficiência;IV – zelar pela efetivação do sistema des-centralizado e participativo de defesa dos direitos da pessoa com deficiência;V – acompanhar e apoiar as políticas e as ações do Conselho dos Direitos da Pessoa com Defici-ência no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;VI – propor a elaboração de estudos e pesquisas que objetivem a melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência;VII – propor e incentivar a realização de campa-nhas visando à prevenção de deficiência e à pro-moção dos direitos da pessoa com deficiência;VIII – aprovar o plano de ação anual da Coorde-nadoria Nacional para Integração da Pessoa Por-tadora de Deficiência - CORDE;IX – acompanhar, mediante relatórios de gestão, o desempenho dos programas e projetos da polí-tica para inclusão da pessoa com deficiência em âmbito nacional;

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X – elaborar o seu regimento interno. (BRASIL, 1999)

Em paralelo à instituição do Conselho Nacional, criou-se a Co-ordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), órgão de Assessoria da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, com responsabilidade da gestão e imple-mentação de políticas voltadas para integração da pessoa com de-ficiência. Para tanto, responsabilizava-se pela regulação das ações desta área no âmbito federal, e pela articulação de políticas pú-blicas existentes, tanto na esfera federal como nos estados e mu-nicípios. Em 2009, a então CORDE foi elevada a Subsecretaria Na-cional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD). Isso aconteceu em 26 de junho de 2009 pela Lei 11.958 e Decreto 6.980, de 13 de outubro de 2009. Já em 2010, o Decreto 7.256/10 aprovou a Estrutura Regimental da Secretaria de Direitos Humanos e criou a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, sendo responsável pela articulação e coordena-ção das políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiên-cia.

A nova Secretaria ganhou mais importância no momento em que o Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados na sede da ONU, em Nova Iorque, em 30 de março de 2007, cujo instrumento ga-nhou status de Emenda Constitucional, quando foi aprovada pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008 e pelo Decreto do Poder Executivo nº 6.949 de 25 de agosto de 2009 conforme o procedimento do § 3º do art. 5º da Constituição. Hoje, a Convenção, juntamente com leis espe-cíficas, dá suporte à política nacional para a inclusão da pessoa com deficiência. A SNPD tem, como sua atribuição, coordenar e supervisionar o Programa Nacional de Acessibilidade e o Programa

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de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, os quais pretendem estimular todos os setores, públicos e privados, para que as políticas e programas contemplem a promoção, a pro-teção e a defesa dos direitos da pessoa com deficiência, caben-do, ainda, emitir pareceres técnicos sobre projetos de lei afetos à área, que estejam em tramitação no Congresso Nacional; esti-mular e promover a realização de audiências, consultas públicas e câmaras técnicas, envolvendo as pessoas com deficiência nos assuntos que as afetem diretamente e indiretamente; coordenar tanto as ações de prevenção e eliminação de todas as formas de discriminação contra a pessoa com deficiência, buscando a pre-venção e o enfrentamento das mais variadas formas de explora-ção, violência e abuso contra pessoas com deficiência quanto as ações de promoção, garantia e defesa de tudo o que é previsto pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, me-diante o desenvolvimento de políticas públicas de inclusão.

No Rio Grande do Sul, em 23 de agosto de 1999, foi instituída a Política Pública Estadual para as Pessoas com Deficiência e Pes-soas com Altas Habilidades, mediante o Decreto nº. 39.678/1999. Consta nesse decreto uma introdução ressaltando a “mudança de paradigma” assumida pelo Governo do Estado, dando ênfase a uma “concepção” que tem por base os valores “universais e humanistas da cidadania e dos direitos humanos”, visando a inter-romper e a ultrapassar as ações e os valores “tradicionais” e “as-sistencialistas” concebidos anteriormente pelo estado, viabilizan-do e “assegurando” a “inclusão e integração sociais com respeito às diferenças e na equiparação de oportunidades” necessárias à afirmação da “cidadania” das “pessoas portadoras de deficiência e das pessoas portadoras de altas habilidades” (RIO GRANDE DO SUL, 1999). A política pública estadual é compreendida como um documento orientador que propõe uma “nova concepção” acerca das “pessoas com deficiência e das pessoas com altas habilida-

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des”, possibilitando ações afirmativas, buscando a “afirmação de direitos” e a “inclusão social” e tendo como “palavra de ordem” a “cidadania”. O Decreto é constituído por oito artigos. Com a cria-ção e a implementação da Política Pública Estadual para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades, a FADERS (Fun-dação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no RS) tornou-se o órgão público responsável pela articulação e gestão das políticas para esse setor social.

O primeiro espaço de controle social legitimado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul foi o Fórum Permanente das Po-líticas Públicas para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades, que conforme o artigo 4º do Decreto nº. 39.678/1999:

Art. 4° – Para garantir a participação da socie-dade, fica instituído o Fórum Permanente da Política Pública Estadual para PcD’s e PcAH’s, composto por órgãos públicos, Organizados não governamentais e entidades de atendimento das PcD’s e PcAH’s.(RIO GRANDE SO SUL, 1999)

A proposta de criação do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência no Rio Grande do Sul (COEPEDE) foi cons-truída justamente nas discussões ocorridas durante o Fórum de Políticas Públicas, em 2003, e aprovada por unanimidade. A partir daí, foi instituída comissão paritária, com representantes de dife-rentes segmentos – pessoas com deficiência e órgãos governamen-tais, além da participação do Ministério Público. Após a tramita-ção legal, foi encaminhada à Assembleia Legislativa; no dia 10 de outubro de 2005, foi sancionada a Lei 12.339, criando o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência; em 6 de junho de 2006, foi publicada no Diário Oficial do Estado a nominata de

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representantes, titulares e suplentes das secretarias e entidades para compor o Conselho.

Conforme o artigo 4º da lei 12.339/2005, compete ao COEPE-DE:

I – formular diretrizes, acompanhar e fiscalizar a implementação da Política Estadual da Pessoa com Deficiência, com base no disposto nos arti-gos 203 e 227 da Constituição Federal e no artigo 195 da Constituição Estadual;II – sugerir a promoção, em todos os níveis da Administração Pública Direta e Indireta, de ati-vidades que visem ao resguardo dos direitos da pessoa com deficiência, possibilitando sua plena inserção na vida socioeconômica, política e cul-tural do Estado;III – colaborar com os Poderes Executivo, Legisla-tivo e Judiciário, estaduais e federal, no estudo dos problemas relativos à pessoa com deficiên-cia, propondo medidas adequadas à sua solução; IV – zelar e supervisionar a Política Estadual da Pessoa com Deficiência; V – congregar esforços junto aos órgãos públicos, entidades privadas e grupos representativos, vi-sando ao atendimento especializado da pessoa com deficiência;VI – participar na elaboração da proposta orça-mentária do Estado no que se refere às ações voltadas à execução da política e dos programas de assistência, prevenção e atendimento espe-cializado aos deficientes; VII – acompanhar a aplicação dos recursos públi-cos estaduais destinados aos serviços de atendi-

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mento e de assistência social voltados aos defi-cientes;VIII – sugerir junto aos poderes constituídos, modificações na estrutura governamental dire-tamente ligada à promoção, proteção, defesa e atendimento especializado aos deficientes; IX – promover a criação e implementação de pro-gramas de prevenção da deficiência, bem como sugerir a criação de entidades governamentais para o atendimento aos deficientes;X – oferecer subsídios para a elaboração ou re-forma da legislação estadual referente aos direi-tos dos deficientes; XI – estimular e apoiar entidades privadas e ór-gãos públicos na qualificação de equipes inter-disciplinares para a execução de seus progra-mas; XII – incentivar, apoiar e promover eventos, estu-dos e pesquisas na área da deficiência, visando à qualidade dos serviços prestados pelo Estado e entidades afins; XIII – apoiar os Conselhos Municipais e congêne-res de Políticas Setoriais, bem como órgãos e en-tidades governamentais e não governamentais, objetivando a efetivação das normas, princípios e diretrizes estabelecidos na Política Estadual da Pessoa com Deficiência; XIV – promover intercâmbio com organismos ou entidades públicas ou privadas, nacionais ou in-ternacionais, visando à consecução dos seus ob-jetivos e metas; XV – acompanhar a execução de programas, projetos e ações da administração estadu-

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al, referentes à pessoa com deficiência; XVI – promover e apoiar a realização de cam-panhas educativas sobre os direitos da pessoa com deficiência; XVII – prestar informações sobre questões vol-tadas ao bem-estar da pessoa com deficiência, manifestando-se sobre a respectiva prioridade, relevância e oportunidade;XVIII – manter, de acordo com os critérios es-tabelecidos em Regimento Interno, o cadastra-mento de entidades que prestam atendimento aos deficientes; XIX – receber denúncias sobre violações dos di-reitos dos deficientes, dando-lhes o encaminha-mento devido junto aos órgãos responsáveis, propondo medidas para apuração, cessação e reparação dessas violações; XX – implantar e manter atualizado um banco de dados onde sejam sistematizadas estatísticas com informações sobre as diversas áreas da de-ficiência e do respectivo atendimento prestado no Estado; XXI – convocar, ordinariamente, a cada dois anos, e, extraordinariamente, por maioria absoluta de seus membros, a Conferência Estadual da Pes-soa com Deficiência, com atribuição de avaliar a situação do setor no Estado e sugerir diretrizes para o seu aperfeiçoamento;XXII – estimular a criação de Conselhos Munici-pais da Pessoa com Deficiência; e; XXIII – elaborar e aprovar o seu Regimento Inter-no. (RIO GRANDE DO SUL, 2005)

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No estado, conforme dados cadastrais do COEPEDE, já existem 49 conselhos municipais dos direitos da pessoa com deficiência em atividade, correspondendo a aproximadamente 10% dos municí-pios gaúchos. O mais antigo deles é o de Pelotas, instituído pela Lei 3.551/1992; conforme o artigo 7º da respectiva lei, o Conselho tem como principais competências:

“I – Formular a Política Municipal dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência e dos Su-perdotados, fixando as prioridades para a con-secução das ações, a captação e a aplicação de recursos.II – Zelar pela execução dessa Política, atendidas as peculiaridades das pessoas portadoras de De-ficiência e Superdotadas, de suas famílias e de seus grupos de vizinhanças.III – Formular as prioridades a serem incluídas no planejamento do Município, em tudo o que se refere ou possa afetar as condições de vida da pessoa Portadora de Deficiência e Superdotada.IV – Estabelecer critérios, formas e meios de fis-calização de tudo quanto se executa no Municí-pio, que possa afetar às suas deliberações.V – Regulamentar as entidades não governamen-tais de atendimento dos direitos das pessoas portadoras de Deficiência e Superdotadas.VI – Regulamentar, organizar, coordenar, bem como adotar todas as providências que julga ca-bíveis para a eleição e a posse dos membros do Conselho.” (PELOTAS, 1992)

Raichelis (2000) considera controle social como um dos ele-mentos constitutivos da estratégia política da esfera pública. Ele

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“implica o acesso aos processos que informam decisões da socie-dade política, que devem viabilizar a participação da sociedade civil organizada na formulação e na revisão das regras que con-duzem as negociações e arbitragens sobre os interesses em jogo, além da fiscalização daquelas decisões, segundo critérios pactua-dos”. (RAICHELIS, 2000)

O controle social, de acordo com Cunha (2003), pode ocorrer pelo monitoramento legal, tendo como instrumentos, os conse-lhos gestores de políticas públicas, Ministério Público, Tribunal de Contas, Ação Civil Pública, Mandado de Segurança, Mandado de Injunção, Ação Popular, Código do Consumidor, Defensoria Pública, Poder Legislativo, Comissões, Orçamento Participativo e Audiência Pública. Além deste, há o monitoramento autônomo, realizado pe-los sindicatos, organizações não governamentais, universidades, ouvidorias independentes e partidos políticos.

Tabela1:RelaçãodeConselhosMunicipais–RS.(COEPEDE, 2011)

CONSELHOSMUNICIPAISAlegrete Panambi Alvorada Parobé

Arroio do Sal Passo Fundo Arroio Grande Pelotas

Bento Gonçalves Porto Alegre Cachoeira do Sul Progresso

Cachoeirinha Putinga Canguçu Rio Grande Canoas Rio Pardo

Capão da Canoa Santana do Livramento Carazinho Santa Bárbara do Sul

Caxias do Sul Santa Cruz do Sul Crissiumal Santo Ângelo Cruz Alta Santo Antônio da Patrulha

Dom Pedrito Santo Antônio do Planalto

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Esteio São Borja Frederico Westphalen São Leopoldo

Garibaldi São Luiz Gonzaga Gaurama Sapiranga

General Câmara Sapucaia do Sul Giruá Tio Hugo

Gravataí Tramandaí Ibirubá Venâncio Aires

Montenegro Viamão Novo Hamburgo

9.2. Resultado da Pesquisa na Perspectiva dos Conselhos de Direitos

Um dos principais entraves aos processos de controle social e ao avanço das políticas públicas é a ausência de dados e infor-mações consistentes sobre o público a ser atingido diretamente pelas ações. A maioria dos municípios pesquisados não consta ma-peamento da população com deficiência, somente 9% têm esse dado. As principais informações sobre pessoas com deficiência são aquelas obtidas pelo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por amostragem. Para a real eficiência das po-líticas públicas, informações de outros bancos de dados, como os de usuários do Beneficio de Prestação Continuada (BPC), Passe ivre Intermunicipal, Sistema Único de Saúde (SUS) e das redes de ensi-no poderiam complementar as informações e subsidiar gestores. A esse respeito, Barroso (2005), ao analisar o conceito de regulação das políticas públicas, alerta para as tendências de substituição parcial da regulação estatal por uma de iniciativa privada median-te a criação de quase mercado. (BARROSO, 2005, p. 733)

A falta de preparo educacional da população em geral; a inexistência de mecanismos que fa-voreçam a transparência da execução dos atos

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administrativos; a falta de acesso a dados e in-formações na esfera pública, particularmente quanto aos dados orçamentários e financeiros; a legislação complexa, dúbia e no mais das ve-zes hermética em termos de linguagem; baixa participação dos cidadãos em instituições de classes como sindicatos, cooperativas, associa-ções, clubes, partidos e outras organizações ci-vis; dificuldade de acesso do cidadão ao poder público, tanto o Executivo quanto o Legislativo e o Judiciário; baixo nível de proteção dado ao cidadão que denuncia irregularidades; baixa confiabilidade do cidadão nos agentes do estado e nos agentes políticos; alto grau de impunida-de; existência de mecanismos de controle pouco eficazes e pouco efetivos. (PESSOA, 1999, apud. CAMPELLO 2003)

São Conselhos de constituição obrigatória para repasses de ver bas federais os Conselhos de Assistência social, os dos direitos da criança e do adolescente e os de saúde, todos com a atribuição de formular ou de propor políticas públicas, supervisionar e ava-liar as políticas além de fiscalizá-las e controlá-las no seu âmbito temático. O número baixo de Conselhos é reflexo dessa condição e influência diretamente no percentual das políticas públicas im-plantadas. A criação do Fundo Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência e da Pessoa com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul, pela Lei 13.620/2011 futuramente dará um novo caráter nos Conselhos Municipais, pois é uma fonte direta de financiamento dessas políticas públicas. No artigo 3º da Lei, em seu Parágrafo Único, destaca que “O plano de aplicação dos recursos do Fundo da Pessoa com Deficiência deverá ser aprovado anualmente pelo

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Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência – COEPE-DE.” (RIO GRANDE DO SUL, 2011)

Quando a pesquisa mostra que em 45% dos municípios pesqui-sados não consta as possibilidades de acesso da pessoa com defi-ciência à cultura, metade dos entrevistados afirma não constar no município acesso ao turismo e em 50% dos municípios não constam as possibilidades de acesso ao esporte, demonstram primeiro, que estas políticas são periféricas nos investimentos públicos, tradu-zindo-se em piores condições as pessoas com deficiência, diferen-temente de áreas como saúde e educação, nas quais o estado pos-sui políticas específicas na área da pessoa com deficiência, com programas e dotações orçamentárias próprias.

Em 53% dos municípios não constam as possibilidades de aces-so à habitação pelas pessoas com deficiência, ao passo que esta área nos últimos anos teve investimentos vultosos pelo Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal, ou seja, o avanço sig-nificativo que grande parte da população está tendo acesso à mo-radia, ainda não tem repercussões significativas e favoráveis para as pessoas com deficiência.

Verifica-se que 40% das entrevistas não constam e 26% não sa-bem sobre as barreiras existentes no município para o acesso das pessoas com deficiência à cultura; 22% dos entrevistados destaca-ram que as barreiras físicas/arquitetônicas são as mais encontra-das em suas cidades; porém é necessário salientar a complexidade do conceito de cultura. Como salienta Botelho:

Vale nesta linha de continuidade a incorpo-ração da dimensão antropológica da cultura, aquela que, levada às últimas consequências, tem em vista a formação global do indivíduo, a valorização dos seus modos de viver, pensar e fruir, de suas manifestações simbólicas e ma-

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teriais, e que busca, ao mesmo tempo, ampliar seu repertório de informação cultural, enrique-cendo e alargando sua capacidade de agir so-bre o mundo. O essencial é a qualidade de vida e a cidadania, tendo a população como foco. (2007, p.110)

Na área do turismo, as barreiras mais citadas estão relaciona-das às questões físicas e arquitetônicas, destacando-se que 40% não constam respostas e 27% não sabem informar, demonstrando a condição ainda periférica da política pública na área do turismo. Da mesma forma, observa-se que sobre as barreiras na área de la-zer à pessoa com deficiência há ausência de resposta e a condição de não saber foram às respostas da maioria dos entrevistados, com respectivamente 41% e 31%, enquanto 16% destacam as barreiras físicas/arquitetônicas como aquelas mais visíveis. Na introdução do volume I do Caderno de Turismo Acessível é destacado o cres-cimento do turismo no Brasil, mas ressalta ainda a dificuldade das pessoas com deficiência terem acesso a ele:

Porém, o crescimento das viagens de turismo ainda não permitiu que todos os segmentos da população fossem beneficiados para desfrutar do turismo de lazer. Pessoas com deficiência de diferentes tipologias e pessoas com mobilidade reduzida, tais como idosos e obesos, também po-deriam ser incluídos nas estatísticas de exclusão social do turismo, pois encontram dificuldades para se adaptarem às instalações e equipamen-tos nas edificações turísticas e espaços de lazer, ao mesmo tempo em que encontram prestado-res de serviços sem qualificações específicas

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para um atendimento diferenciado. (CADERNO DE TURISMO ACESSÍVEL, 2009)

O direito do ser humano a uma habitação condigna assiste toda a mulher, homem, jovem e criança a adquirir e sustentar uma casa e uma comunidade seguras onde possam viver em paz e dignida-de, sendo reconhecido na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Quando se verifica a existência, nos municípios, de que em 42% não constam e 34% não sabem das dificuldades de acesso à habitação, é visível a violação de direitos.

Dos entrevistados, 33% não constam as providências para su-peração das barreiras de acesso a políticas supracitadas. Pode-se perceber que em resposta ao expressivo número de entrevistados que destacaram as barreiras físicas, 23% salientam que os seus municípios têm realizado “adaptação de locais para inclusão/mo-delagem arquitetônica”.

Verifica-se que em 48% dos municípios pesquisados não existem ônibus da frota que atendem ao município que sejam adaptados, em 35% não constam. Constata-se que 9% têm de 1 a 10 ônibus adapta-dos. Em relação aos horários em que os serviços de ônibus adapta-dos são disponibilizados, a maioria, 54%, afirma não saber, e em 33% não constam respostas. Para Peralta (2011), o nível social, o acesso universal e independente à mobilidade constituem imperativo deci-sivo no combate à desigualdade e à exclusão. Destaca, ainda, que o acesso de todos à mobilidade é condição necessária de liberdade e de justiça social. A Lei Orgânica de 77% dos municípios não pre-vê uma política universalizada de transporte coletivo, e enquanto 32% responderam estar prevista. Diante do Decreto Federal 5.692 de 2/12/2004, em relação a providências em relação à frota acessível, 33% não constam e 19% desconhecem. Dos entrevistados 13% afirmam que em seu município nenhuma medida foi tomada, este percentual é o mesmo dos que declaram estar em fase de planejamento.

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A ausência de mapeamento regionalizado para revelar os da-dos referentes às pessoas com deficiência nos municípios reflete diretamente nas políticas e ações do Estado. Dos entrevistados, 69% não aparecem respostas e 18% não têm informação sobre ma-peamento, sendo os dados agravados com relação à zona rural; há menos informações na área rural comparando-se com a zona urbana.

Considerações Finais

Para pensar um novo momento de direitos realmente assegu-rados, a ressignificação dos conselhos de direitos das pessoas com deficiência é um tema para estar presente na agenda política bra-sileira e gaúcha. E este espaço é diferenciado dos demais, pois não busca a construção de uma área específica, mas articular-se com todas as políticas setoriais, portanto, sendo necessariamente concebido dentro do conceito da transversalidade.

A ausência de consciência coletiva de que o protagonismo das pessoas com deficiência nos espaços legitimados é um caminho sem volta para que as profundas desigualdades comprovadas pela pesquisa sejam gradativamente superadas pelos governos e pela sociedade. Com suporte em Foucault (1999), destaca as assime-trias de poder entre os discursos concorrentes e as possibilidades de desafios aos discursos hegemônicos, especialmente quando no-vos atores passam a atuar em um campo de disputas.

Cidadania é essencialmente consciência de direitos e deve-res e exercício da democracia: direitos civis, como segurança e locomoção; direitos sociais, como trabalho, salário justo, saúde, educação, habitação etc.; direitos políticos, como liberdade de expressão de voto, de participação em partidos políticos e sindi-catos, etc. (GADOTTI, 2001, p. 38-39)

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O Rio Grande do Sul possui ações específicas na área da defici-ência na saúde, educação e assistência social. Nas demais áreas, o tema não é tratado de forma consistente, refletindo claramente nos números da pesquisa. Desta forma, é primordial que todos os demais campos de intervenção de políticas públicas tenham a con-cepção da pessoa com deficiência em seus horizontes.

A pesquisa reforça a necessidade de proposição de investimen-tos em políticas públicas, mas também na construção de um ban-co de dados consistente, que estabeleça instrumento para censo local de mapeamento das pessoas com deficiência e ainda, busca o percentual de investimento atual na área para poder prospectar um percentual mínimo nos orçamentos públicos.

Refletir sobre a questão dos direitos das pessoas com defici-ência significa, hoje, discutir cidadania e democracia, igualdade social e respeito às diferenças, com protagonismo e participação do cidadão. Um dos aspectos a serem melhorados para avançar-mos nestes conceitos no Rio Grande do Sul é ampliar o número de conselhos de direitos da pessoa com deficiência nos municípios.

Referências

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Superiores — DAS, altera o Anexo II ao Decreto no 6.188, de 17 de agosto de 2007, que aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão do Gabinete Pessoal do Presidente da República, e dá outras providências. Brasília, 2009.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização da pesquisa “Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos Bens Sociais do Estado do RGS” buscou para além da coleta de dados para a elaboração do diagnóstico social e institucional, instaurar um processo de transformação cultural e social pautando a temática da inclusão e da acessibilidade uni-versal ao questionar os gestores acerca da realidade presente em seus municípios.

Os resultados desta pesquisa demonstraram inequivocamente que ainda carecemos de mais conhecimento, empenho e investi-mento para criar as condições necessárias à inclusão das Pessoas com Deficiência no espaço societário. Embora a luta dos movimen-tos sociais das pessoas com deficiência em âmbito nacional e in-ternacional tenha conquistado mais direitos e conseguido garantir uma legislação avançada, há, ainda, muito a conquistar para ga-rantir a concretude desses direitos que se expressam nos serviços e bens sociais.

Entendendo-se que as políticas públicas estão em permanente construção e que tal construto se dá pela via da contradição, uma vez que concomitantemente nossas ações e intervenções viabi-lizam e interditam a construção de acessibilidade, afirmamos o valor desta pesquisa na medida em que ela questionou e deu visi-bilidade a esta contradição, desinstalando os sujeitos de pesquisa de sua comodidade e desvelando uma realidade ainda excludente, mas com potencial para ser transformada e para tornar-se mais inclusiva em consonância com a diversidade da vida!

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Como constatamos ao longo de todos os capítulos deste livro o acesso aos bens sociais para as Pessoas com Deficiência em to-das as áreas pesquisadas necessita de maior investimento e con-cretude. Necessitamos de maior acessibilidade no meio físico, no âmbito tecnológico, na superação das barreiras atitudinais e além, adequando nossas estruturas sociais e propiciando um mun-do para todos. Na educação, ainda nos encontramos no meio do caminho, a educação para todos é um processo em construção e para acelerar as transformações neste campo o meio indicado é a capacitação de gestores públicos, a formação continuada para o corpo docente e discente das escolas e o monitoramento das políticas implantadas. Na saúde ficou evidenciado que a principal barreira para o acesso aos bens sociais é a falta de informações e de conhecimento, e o desafio é rumar para um cenário em que os atendimentos sejam realmente para todos. Na política de assis-tência social faz-se necessário implantar e implementar os CRAS e CREAS, capacitando esses órgãos para a inclusão das Pessoas com Deficiência na perspectiva da intersetorialidade. As políticas de acesso ao mercado de trabalho são garantidas por lei, mas não estão sendo executadas plenamente pelas instituições. Faz-se ne-cessário maior qualificação profissional para Pessoas com Defici-ência e mais fiscalização neste campo. A cultura deve ser revolu-cionada de modo a incluir as Pessoas com Deficiência nos espaços culturais como cinema, teatros e outros e também na produção cultural. Como demonstraram os dados colhidos nesta pesquisa, esta área necessita de maior investimento, especialmente no in-terior de nosso estado.

No que se refere aos Conselhos de direitos das Pessoas com De-ficiência constatamos que há um número muito pequeno de conse-lhos municipais em nosso estado, e essa realidade deve ser modi-ficada. Registra-se a importância de fomentar a criação de novos conselhos de direito nos municípios do nosso estado, especialmen-

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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te para que as pessoas, organizadas coletivamente, afirmem seu protagonismo e exerçam o controle social informal, lutando pela plena efetivação de seus direitos de cidadãos.

O processo pós-pesquisa é de suma importância para garantir a ampliação do acesso aos bens sociais em nosso estado. O instru-mento para a efetivação desta meta é a realização das Plenárias do Fórum Permanente das Políticas Públicas para Pessoas com De-ficiência e Pessoas com Altas Habilidades promovido pela FADERS, além de outros instrumentos como cursos de capacitação, fomen-to de serviços e atendimentos descentralizados e a realização de novas pesquisas.

Continuar realizando pesquisas com a intenção de transfor-mar a cultura e os padrões sociais vigentes é necessário e impres-cindível, pois como afirmado no capítulo II deste livro:

Na história da humanidade e, como um resul-tado da questão social, foram criadas inúmeras interdições sociais e barreiras que impediram determinados sujeitos de ter acesso ao mundo. O reconhecimento, embora tardio, de toda essa interdição é um traçado que conduz a desconsti-tuição das interdições a partir da transformação da cultura e das condições materiais estabeleci-das até então. Nesse sentido, dar visibilidade a essa contradição via pesquisa, é antes de tudo um ato de resistência contra a violação de direi-tos. (p. 35 e 36)

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AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 177

APÊNDICE 1

Instrumento de Pesquisa

1)DADOSGERAISDOMUNICÍPIO:

Nome do Município: .............................................................Data do levantamento: .........................................................Nome da Pessoa Respondente: .................................................Função: ............................................................................Endereço da Secretaria: ........................................................CEP:........................................Telefone:.................................. Fax: .................................E.mail: .............................................................................PIB:........................... Nº total de habitantes: .........................O município possui mapeamento de sua população com deficiência?1 ( ) sim ( ) nãoNº de Pessoas com Deficiência na Zona Urbana: ............................ Nº de Pessoas com Deficiência na Zona Rural: ..............................O município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiên-cias? ( ) sim ( ) nãoSe a resposta for afirmativa assinale quais as deficiências:2 ( ) Deficiência Intelectual, quantos? .........................................( ) Deficiência Visual, quantos? ...............................................( ) Deficiência Auditiva, quantos? ............................................( ) Deficiência Física, quantos? ...............................................

1 Caso esses dados não existam, buscar as informações com as Secretarias ou Instituições para preencher os itens solicitados no instrumento.2 Mais informações sobre as especificidades das deficiências no site: <http://www.portaldea-cessibilidade.rs.gov.br/portal/index.php?id=legislacao&cat=4&cod=87>

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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( ) Deficiência Múltipla, quantos? ............................................( ) Transtornos globais do desenvolvimento,3 quantos? ...................( ) Outras Síndromes, quantas? ...............................................Especifique outras Síndromes: ......................................................................................................................................Quais os Conselhos já implantados no seu município? ( ) Educação ( ) Saúde ( ) Assistência Social ( ) Direitos da Pessoa com Deficiência ( ) Outros, quais? ........................................................................................................................................................................................................................................... 2)DADOSREFERENTESÀPOLÍTICADEEDUCAÇÃO:

2.1) Assinale quais e quantas escolas existem no município:( ) Regulares, quantas? ........................................................( ) Especiais, quantas? .........................................................( ) APAES, quantas? .............................................................

2.2) A Secretaria Municipal de Educação participa de:PROGRAMAS em nível:( ) Federal, quais? ....................................................................................................................................................( ) Estadual, quais? ...................................................................................................................................................( ) Municipal, quais? ..................................................................................................................................................( ) Nenhum.PROJETOSem nível:( ) Federal, quais? ....................................................................................................................................................

3 http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf, p. 15

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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( ) Estadual, quais? ...................................................................................................................................................( ) Municipal, quais? ..................................................................................................................................................( ) Nenhum.

2.3) Tipos de deficiência atendida nas Escolas Municipais: ( ) Deficiência Intelectual, quantos? ........................................( ) Deficiência Visual, quantos? ..............................................( ) Deficiência Auditiva, quantos? ............................................( ) Deficiência Física, quantos? ...............................................( ) Deficiência Múltipla, quantos? ............................................( ) Distúrbio global do desenvolvimento, quantos? ........................( ) Outras Síndromes, quantas? ...............................................Especifique outras Síndromes: ......................................................................................................................................

2.4) O Projeto Político-Pedagógico das escolas contempla a Educação Inclusiva? ( ) sim ( ) não

2.4.1) Explicite como a educação inclusiva é contemplada no Projeto Político-Pedagógico: ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2.5) Transcreva os itens do Projeto Político-Pedagógico das Escolas que se referem à inclusão das Pessoas com Deficiência: .........................................................................................................................................................................................................................................................................................

2.6) O sistema educacional de seu município assegura a matrícula de alunos com deficiência? ( ) sim ( ) não

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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2.7) O município dispõe de atendimento educacional especializado?4 ( ) sim ( ) não

2.7.1) Quais atendimentos são disponibilizados? .......................................................................................................................................................................................................

2.7.2) Onde os atendimentos são disponibilizados ( ) Por escola ( ) Por polo ( ) Outros, quais? ................................................

2.7.3) Como se caracterizam esses atendimentos? ( ) escola especial ( ) classe especial ( ) sala de recursos ( ) outros, quais? .....................................................................................................

2.8) O município estabelece critérios para organização de salas de aulas inclusivas? ( ) sim ( ) não

2.8.1) Explicite os critérios? .........................................................................................................................................

2.9) Existe um programa de formação continuada para os professores? ( ) sim ( ) não

2.9.1) Explicite os programas? ............................................................................................................................................................................................................................

2.10) Há alunos com deficiência que não entraram na escola? ( ) sim ( ) não, quantos? ......................................................

2.10.1) Por que estes alunos não entraram na escola? ...........................................................................................................

4 Atendimento educacional especializado (AEE): Constitui parte diversificada do currículo dos alunos com deficiência ou altas habilidades organizado institucionalmente para apoiar, comple-mentar e suplementar os serviços educacionais comuns.

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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2.11) Motivos que levam a exclusão escolar em seu município: ( ) Repetência ( ) Trabalho infantil ( ) Dificuldades de aprendizagem ( ) Deficiências ( ) Outros, quais? ...............................................................

2.12) Quanto à acessibilidade universal, a escola oferece:( ) Rebaixamento de calçada( ) Sinaleira Sonora( ) Banheiros adaptados ( ) Elevadores ( ) Elevadores com identificação de andar em Braille ( ) Elevadores com informação de voz( ) Rampas ( ) Rampas com corrimão ( ) Pisos Antiderrapantes ( ) Piso tátil no entorno da escola( ) Piso tátil dentro da escola( ) Rebaixamento de telefones públicos( ) Rebaixamento de bebedouros( ) Rebaixamento de lixeiras( ) Alargamentos de portas ( ) Corrimãos nos encostos dos prédios( ) Corrimãos nas bordas do pátio( ) Carteiras Escolares Adaptadas ( ) Campainha luminosa ( ) Telefone público com TDD( ) Lupas ( ) Sorobã ( ) Regletes ( ) Punção ( ) Letras ampliadas ( ) Gravadores

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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( ) Máquina de escrever Braille( ) Impressora Braille( ) Professor de Braille ( ) Professor com proficiência em LIBRAS ( ) Instrutor de LIBRAS ( ) Intérprete de LIBRAS ( ) Computadores com periféricos adaptados ( ) Programas acessíveis (DOSVOX, etc.) ( ) Interruptores acessíveis( ) Maçanetas acessíveis ( ) Comunicação Alternativa e Aumentativa5

( ) Outras adaptações, quais? ......................................................................................................................................

3)DADOSREFERENTESÀPOLÍTICADESAÚDE:

3.1) Nº total de unidades de baixa complexidade: .........................

3.2) Nº total de unidades de média complexidade: ........................

3.3) Nº total de unidades de alta complexidade: ...........................

3.4) Indique abaixo as ações desenvolvidas pela Secretaria de Saúde:( ) PROGRAMAS em nível Municipal:Quais programas? ......................................................................................................................................................Nº de Pessoas com Deficiência incluídas neste (s) programa (s)? .........

( ) PROJETOS em nível Municipal:Quais projetos? ........................................................................................................................................................

5 Comunicação Alternativa e Aumentativa — CAA — recursos como as pranchas de comunicação construídas com simbologia gráfica, letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário de CAA para expressar seus questionamentos, desejos, sentimentos e entendimentos. ( BERSCH e SHIRMER, 2005, p.89)

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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Nº de Pessoas com Deficiência incluídas neste (s) projeto (s)? ...........( ) CAMPANHAS em nível:( ) Federal, quais Campanhas? .....................................................................................................................................( ) Estadual, quais Campanhas? ....................................................................................................................................( ) Municipal, quais Campanhas? ....................................................................................................................................

3.5 ) A Secretaria Municipal de Saúde possui com outras Instituições( ) Parcerias, quais? ..................................................................................................................................................( ) Convênios, quais? .................................................................................................................................................( ) Consórcios, quais? ................................................................................................................................................

3.5.1) Caso tenha parcerias, convênios ou consórcios, o que o município oferece às Instituições? ..............................................................................................................................................

3.5.2) E o que as Instituições oferecem em contrapartida? .....................................................................................................

3.5.3) Tipo de deficiência atendida: ( ) Deficiência Intelectual, quantos? ........................................( ) Deficiência Visual, quantos? ..............................................( ) Deficiência Auditiva, quantos? ............................................( ) Deficiência Física, quantos? ...............................................( ) Deficiência Múltipla, quantos? ............................................( ) Distúrbio global do desenvolvimento, quantos? ........................( ) Outras Síndromes, quantas? ...............................................Especifique outras Síndromes: ......................................................................................................................................

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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3.6) Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas:( ) Neurologia, quantos? .......................................................( ) Pediatria, quantos? .........................................................( ) Clínico Geral, quantos? ....................................................( ) Cardiologia, quantos? ......................................................( ) Otorrinolaringologia, quantos? ...........................................( ) Oftalmologia, quantos? .....................................................( ) Outros, quais? .....................................................................................................................................................Quantos? ..........................................................................

3.7) Quanto à acessibilidade, a unidade de baixa complexidade oferece: ( ) Rebaixamento de calçada( ) Sinaleira Sonora( ) Banheiros adaptados ( ) Elevadores ( ) Elevadores com identificação de andar em Braille ( ) Elevadores com informação de voz( ) Rampas ( ) Rampas com corrimão ( ) Pisos Antiderrapantes ( ) Piso tátil no entorno da escola( ) Piso tátil dentro da escola( ) Rebaixamento de telefones públicos( ) Rebaixamento de bebedouros( ) Rebaixamento de lixeiras( ) Alargamentos de portas ( ) Corrimãos nos encostos dos prédios( ) Corrimãos nas bordas do pátio( ) Carteiras Escolares Adaptadas ( ) Campainha luminosa ( ) Telefone público com TDD( ) Lupas

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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( ) Regletes ( ) Punção ( ) Letras ampliadas ( ) Máquina de escrever Braille( ) Impressora Braille( ) Instrutor de LIBRAS ( ) Intérprete de LIBRAS ( ) Computadores com periféricos adaptados ( ) Programas acessíveis (DOSVOX, etc.) ( ) Interruptores acessíveis( ) Maçanetas acessíveis ( ) Comunicação Alternativa e Aumentativa( ) Outras adaptações, quais? ................................................

3.8) Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o núme-ro de pessoas com deficiência atendidas: ( ) Psicoterapia, quantos? .....................................................( ) Fonoterapia, quantos? .....................................................( ) Estimulação Precoce, quantos? ...........................................( ) Fisioterapia, quantos? ......................................................( ) Terapia Ocupacional, quantos? ...........................................( ) Psicopedagogia, quantos? ..................................................( ) Serviço Social, quantos? ...................................................( ) Outros, quais? .....................................................................................................................................................Quantos? ...........................................................................

3.9) Quanto à acessibilidade, a unidade de média complexidade oferece: ( ) Rebaixamento de calçada( ) Sinaleira Sonora( ) Banheiros adaptados ( ) Elevadores ( ) Elevadores com identificação de andar em Braille ( ) Elevadores com informação de voz

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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( ) Rampas ( ) Rampas com corrimão ( ) Pisos Antiderrapantes ( ) Piso tátil no entorno da escola( ) Piso tátil dentro da escola( ) Rebaixamento de telefones públicos( ) Rebaixamento de bebedouros( ) Rebaixamento de lixeiras( ) Alargamentos de portas ( ) Corrimãos nos encostos dos prédios( ) Corrimãos nas bordas do pátio( ) Carteiras Escolares Adaptadas ( ) Campainha luminosa ( ) Telefone público com TDD( ) Lupas ( ) Regletes ( ) Punção ( ) Letras ampliadas ( ) Máquina de escrever Braille( ) Impressora Braille( ) Instrutor de LIBRAS ( ) Intérprete de LIBRAS ( ) Computadores com periféricos adaptados ( ) Programas acessíveis (DOSVOX, etc.) ( ) Interruptores acessíveis( ) Maçanetas acessíveis ( ) Comunicação Alternativa e Aumentativa( ) Outras adaptações, quais?............

3.10) Serviços oferecidos nas unidades de alta complexidade e o número de crianças atendidas no mês: ( ) Teste do Pezinho, quantos/mês? .........................................( ) Teste da Orelhinha, quantos/mês? .......................................( ) Teste do Olhinho, quantos/mês? .........................................

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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( ) Outros, quais? .....................................................................................................................................................Quantos? ..........................................................................

3.10.1) Nos testes realizados, quantas crianças tiveram confirmação da deficiência? ( ) Teste do Pezinho, quantas? ................................................( ) Teste da Orelhinha, quantas? .............................................( ) Teste do Olhinho, quantas? ................................................( ) Outros, quais? .....................................................................................................................................................Quantas? ..........................................................................

3.11) Quanto à acessibilidade, a unidade de alta complexidade oferece: ( ) Rebaixamento de calçada( ) Sinaleira Sonora( ) Banheiros adaptados ( ) Elevadores ( ) Elevadores com identificação de andar em Braille ( ) Elevadores com informação de voz( ) Rampas ( ) Rampas com corrimão ( ) Pisos Antiderrapantes ( ) Piso tátil no entorno da escola( ) Piso tátil dentro da escola( ) Rebaixamento de telefones públicos( ) Rebaixamento de bebedouros( ) Rebaixamento de lixeiras( ) Alargamentos de portas ( ) Corrimãos nos encostos dos prédios( ) Corrimãos nas bordas do pátio( ) Carteiras Escolares Adaptadas ( ) Campainha luminosa ( ) Telefone público com TDD

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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( ) Lupas ( ) Regletes ( ) Punção ( ) Letras ampliadas ( ) Máquina de escrever Braille( ) Impressora Braille( ) Instrutor de LIBRAS ( ) Intérprete de LIBRAS ( ) Computadores com periféricos adaptados ( ) Programas acessíveis (DOSVOX, etc.) ( ) Interruptores acessíveis( ) Maçanetas acessíveis ( ) Comunicação Alternativa e Aumentativa( ) Outras adaptações, quais? ......................................................................................................................................

4)DADOSREFERENTESÀPOLÍTICADECULTURA,TURISMO,ESPORTE,LAZER,TRABALHOeHABITAÇÃO:

4.1) Que possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiên-cia, no seu município, nas seguintes áreas:Cultura ............................................................................Turismo ...........................................................................Esporte ............................................................................Lazer ..............................................................................Habitação ........................................................................

4.2) Que barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com deficiência ter acesso às seguintes áreas:Cultura ............................................................................Turismo ...........................................................................Esporte ............................................................................Lazer ..............................................................................Habitação ........................................................................

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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4.3) Que providências estão sendo tomadas para superação das barreiras e construção do acesso às políticas acima citadas? ..............................................................................................................

5)DADOSREFERENTESÀPOLÍTICADETRANSPORTECOLETIVO

5.1) Quantos ônibus com acessibilidade estão disponíveis no município?

5.2) Que percentual esse número significa em relação ao universo da frota municipal? .................................................................

5.3) Que horários são disponibilizados para este serviço de transporte acessível? .........................................................................

5.4) Quais as regiões da cidade que utilizam o serviço de transporte co-letivo acessível? .................................................................

5.5) A lei orgânica do município prevê uma política universalizada no transporte coletivo? ( ) sim ( ) não

5.6) Quais providências estão sendo tomadas para que toda a frota este-ja acessível até o ano de 2014, conforme capitulo V do Decreto Federal 5.692 de 2/12/2004.6 .................................................................................................................................................

6) DADOSREFERENTESÀPOLÍTICADETRABALHO

6.1) Existem empresas com mais de 100 funcionários na região? ( ) sim ( ) não, quantas? ....................................................

6.1.1) Destas empresas quantas cumprem a Lei de Cotas? ...............

6 Consulta ao Decreto no site: <http://www.portaldeacessibilidade.rs.gov.br/portal/index.php?id=legislacao&cat=4&cod=87>

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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6.2) Qual o número de pessoas com deficiência empregadas no mercado de trabalho formal? .............................................................

6.3) Há pessoas com deficiência realizando estágio nas empresas? ( ) sim ( ) não, quantas? ....................................................

6.4) Há pessoas com deficiência realizando estágio nas instituições públi-cas? ( ) sim ( ) não, quantas? ...............................................

6.5) Há pessoas com deficiência realizando estágio em ONGs? ( ) sim ( ) não, quantas? ....................................................

6.6) Existem cursos de qualificação profissional nos quais pessoas com deficiência estejam inseridas? ( ) sim ( ) não ............................

6.6.1) Explicite os cursos de qualificação profissional existentes: ..................................................................................................................................................................................

6.7) Quais os locais ou instituições que encaminham pessoas com defici-ência para o mercado de trabalho? ................................................................................................................................

6.8) Quais as barreiras observadas no acesso ao Mercado de Trabalho para as pessoas com deficiência? ...................................................................................................................................

6.9) Existem órgãos fiscalizadores no cumprimento da Lei de Cotas? ( ) sim ( ) são

7)DADOSRELATIVOSÀPOLÍTICADEASSISTÊNCIASOCIAL

7.1) Há um órgão do município que articula políticas de Assistência Social para as pessoas com deficiência? ( ) sim ( ) são, qual? .......................................................................................................

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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7.2) O município possui: ( ) Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).( ) Centro de Referência Especial em Assistência Social (CREAS).( ) Centros de Convivência para Pessoas com Deficiência. Quantos?......................................................................................

7.3) Quantos usuários possuem o BPC (Benefício de Prestação Continua-da)?

7.4) Quantos usuários utilizam o Passe Livre Intermunicipal? ............

7.5) Cite os Programas de Assistência Social existentes no município:Em âmbito federal (Ex: PETI, PBF): ..........................................Em âmbito estadual (Ex: Programa Emancipar, outros): ..................Em âmbito municipal: ..........................................................

7.6) Há entidades representativas das pessoas com deficiência (Ex: Asso-ciação dos surdos, etc.)? ( ) sim ( ) nãoquantas? ..........................................................................Cite-as: ...........................................................................

7.7) Há entidades (ONGs ) prestadoras de serviço na área de Assistência Social à pessoas com deficiência? ( ) sim ( ) nãoquantas? ..........................................................................Cite-as: ...........................................................................

7.8) Existem parcerias (Rede Social) com as políticas públicas? ( ) sim ( ) não

7.8.1) Sendo a resposta positiva, qual seu grau de satisfação?( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Insuficiente

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APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA

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Justifique: ..............................................................................................................................................................

7.9) Os locais públicos que prestam serviço na área da política de assis-tência social possuem acesso universal? ( ) sim ( ) não

7.10) Existem barreiras nestes locais? ( ) sim ( ) não, quais? ..............................................................................................

7.11) Estão sendo tomadas providências para superar estas barreiras ao acesso universal? ( ) sim ( ) não, quais? .......................................................................................................................

8)DADOSREFERENTESAOMOBILIÁRIOEEQUIPAMENTOURBANOPARAPESSOASCOMDEFICIÊNCIA

8.1) Assinale os mobiliários e equipamentos existentes no município:( ) Estacionamento reservado nas ruas( ) Meios-fios rebaixados( ) Lixeiras rebaixadas( ) Telefone público rebaixados( ) Lixeiras devidamente sinalizadas e posicionadas, permitindo a livre circulação( ) Telefones públicos devidamente sinalizados e posicionados, permitin-do a livre circulação( ) Hidrantes devidamente sinalizados e posicionados, permitindo a livre circulação( ) Piso contrastante (tátil)( ) Piso tátil de alerta na borda dos rebaixamentos( ) Pisos antiderrapantes nos interiores dos prédios( ) Sinaleira Sonora( )Telefone para Surdo TDD

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 193

ANEXO 1

Tabulação Geral dos Dados de Pesquisa

(Realização FEE)

PARTE1-POLÍTICADEEDUCAÇÃO

P1_Q2.1_REGULARES_MUNICIPAISQuantas ESCOLAS REGULARES existem no município: Municipais

Respostas % Não consta 115 23,2% 1,00 - 5,00 198 39,9% 6,00 - 15,00 119 24,0% 16,00 - 25,00 38 7,7% 26,00+ 26 5,2% Total 496 100,0%

P1_Q2.1_REGULARES_ESTADUAISQuantas ESCOLAS REGULARES existem no município: Estaduais

Respostas % Não sabe/não respondeu 14 2,8% Não consta 115 23,2% <=,00 10 2,0% 1,00 - 5,00 297 59,9% 6,00 - 15,00 44 8,9% 16,00 - 25,00 8 1,6% 26,00+ 8 1,6% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

194

P1_Q2.1_REGULARES_FEDERAISQuantas ESCOLAS REGULARES existem no município: Federais

Respostas % Não sabe/não respondeu 83 16,7% Não consta 115 23,2% <=,00 276 55,6% 1,00 - 1,00 18 3,6% 2,00 - 3,00 2 0,4% 4,00+ 2 0,4% Total 496 100,0%

P1_Q2.1_REGULARES_PARTICULARES

Quantas ESCOLAS REGULARES existem no município: Particulares

Respostas % Não sabe/não respondeu 72 14,5% Não consta 115 23,2% <=,00 201 40,5% 1,00 - 5,00 92 18,5% 6,00 - 15,00 9 1,8% 16,00 - 25,00 3 0,6% 26,00+ 4 0,8% Total 496 100,0%

P1_Q2.1_ESPECIAIS_MUNICIPAISQuantas ESCOLAS ESPECIAIS existem no município: Municipais

Respostas % Não sabe/não respondeu 58 11,7% Não consta 125 25,2% <=,00 253 51,0% 1,00 - 1,00 51 10,3% 2,00 - 3,00 6 1,2% 4,00 - 5,00 1 0,2% 6,00+ 2 0,4% Total 496 100,0%

P1_Q2.1_ESPECIAIS_ESTADUAISQuantas ESCOLAS ESPECIAIS existem no município: Estaduais

Respostas % Não sabe/não respondeu 81 16,3% Não consta 125 25,2% <=,00 275 55,4% 1,00 - 1,00 12 2,4% 2,00 - 3,00 2 0,4% 6,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

195

P1_Q2.1_ESPECIAIS_FEDERAISQuantas ESCOLAS ESPECIAIS existem no município: Federais

Respostas % Não sabe/não respondeu 83 16,7% Não consta 125 25,2% <=,00 286 57,7% 1,00 - 1,00 1 0,2% 6,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

P1_Q2.1_ESPECIAIS_PARTICULARESQuantas ESCOLAS ESPECIAIS existem no município: Particulares

Respostas % Não sabe/não respondeu 63 12,7% Não consta 125 25,2% <=,00 214 43,1% 1,00 - 1,00 89 17,9% 2,00 - 3,00 4 0,8% 6,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

P1_Q2.1_CLASSES_ESPECIAIS_MUNICIPAISQuantas CLASSES ESPECIAIS existem no município: Municipais

Respostas % Não sabe/não respondeu 65 13,1% Não consta 126 25,4% <=,00 246 49,6% 1,00 - 1,00 42 8,5% 2,00 - 3,00 7 1,4% 4,00 - 5,00 8 1,6% 6,00 - 10,00 1 0,2% 16,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

P1_Q2.1_CLASSES_ESPECIAIS_ESTADUAISQuantas CLASSES ESPECIAIS existem no município: Estaduais

Respostas % Não sabe/não respondeu 63 12,7% Não consta 126 25,4% <=,00 234 47,2% 1,00 - 1,00 54 10,9% 2,00 - 3,00 13 2,6% 4,00 - 5,00 3 0,6% 6,00 - 10,00 1 0,2% 16,00+ 2 0,4% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

196

P1_Q2.1_CLASSES_ESPECIAIS_FEDERAISQuantas CLASSES ESPECIAIS existem no município: Federais

Respostas % Não sabe/não respondeu 82 16,5% Não consta 126 25,4% <=,00 287 57,9% 16,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

P1_Q2.1_CLASSES_ESPECIAIS_PARTICULARESQuantas CLASSES ESPECIAIS existem no município: Particulares

Respostas % Não sabe/não respondeu 80 16,1% Não consta 126 25,4% <=,00 273 55,0% 1,00 - 1,00 10 2,0% 2,00 - 3,00 3 0,6% 4,00 - 5,00 2 0,4% 11,00 - 15,00 1 0,2% 16,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

P1_Q2.2.1 PROGRAMAS em nível Federal:

Respostas %

Não sabe 4 0,8% Não consta 119 24,0% Não 46 9,3% Sim 327 65,9% Total 496 100,0%

P1_Q2.2.1_QUAISPrograma Federal: Se a resposta for SIM. Quais?

Respostas % Não consta 144 29,0% Não sabe 27 5,4% PDDE 145 29,2% PNAE 139 28,0% PNATE (PENATE) 122 24,6% PNLD 83 16,7% PAR 73 14,7% PROINFO 70 14,1%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

197

PDE 58 11,7% Salas de recursos, Salas Multifuncional 49 9,9% Pró-letramento 42 8,5% Escola ativa 36 7,3% Transporte escolar 36 7,3% Pró Infância 34 6,9% Gestar/gestar II 32 6,5% Fundeb 31 6,3% Merenda escolar 27 5,4% Livro didático 25 5,0% Bolsa família 24 4,8% Outros 24 4,8% Brasil alfabetizado 20 4,0% Escola Acessível 18 3,6% Caminho da escola(renovar a frota de veículos) 17 3,4% Alimentação escolar 16 3,2% Educação inclusiva direito à diversidade 14 2,8% PNAT 13 2,6% AEE 12 2,4% Mais educação 12 2,4% Salário Educação 11 2,2% FNDE 10 2,0% Projovem 10 2,0% LSE 10 2,0% Provinha Brasil 8 1,6% Formação continuada 8 1,6% PNBE 8 1,6% Plataforma Freire 8 1,6% Formação pela escola 7 1,4% Olimpíadas de Matemática e Portugues 7 1,4% PNAC 7 1,4% Escola de Gestores da Educação Básica 6 1,2% Escola Aberta 6 1,2% Censo escolar 5 1,0% Inclusão Digital 5 1,0% PNTE 5 1,0% PROEJA FIC. 5 1,0% Prova Brasil 4 0,8% Correção de Fluxo 4 0,8% Projeto Presença 4 0,8% PETI 4 0,8% Segundo Tempo 4 0,8% Educacenso 3 0,6% Telecentro 3 0,6% CAE 3 0,6% BPC na escola 3 0,6% PBA 3 0,6%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

198

PLI 3 0,6% PNAP 3 0,6% Formação de Professores 3 0,6% Conselho escolar 2 0,4% Simec-PAR 2 0,4% Enem 2 0,4% Mídias na educação 2 0,4% Tv escola 2 0,4% Biblioteca Pública 2 0,4% Formação em Educação Especial para Gestores 2 0,4% Frequencia Ecolar 2 0,4% MEC/SEESP 2 0,4% GEEMPA 2 0,4% PBF 2 0,4% Biblioteca na Escola 2 0,4% PAIF 2 0,4% PENAI 2 0,4% Mais Cultura 2 0,4% Alfa e Beto 2 0,4% PIM 2 0,4% Olimpíadas de Portugues 2 0,4% Todos pela Educação 2 0,4% Plataforma paul 1 0,2% PAC 1 0,2% PELC 1 0,2% PTE 1 0,2% Capacitação continuada 1 0,2% Sicme 1 0,2% Ensino fundamental de 9 anos 1 0,2% Dvd escola 1 0,2% EAD capacitações 1 0,2% BLE 1 0,2% PNLA 1 0,2% PNLEM 1 0,2% Núcleo de Tecnologia 1 0,2% Proinfo Rural 1 0,2% Pronaci 1 0,2% Forum da Cultura 1 0,2% Forum da Educação 1 0,2% Laboratório de Informática 1 0,2% SBA 1 0,2% SGB 1 0,2% AABB Comunidade 1 0,2% FUNDEP 1 0,2% PLD 1 0,2% IDEB 1 0,2% PNATE 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

199

Arca das Letras 1 0,2% PNAEF 1 0,2% PNAEC 1 0,2% PNAEP 1 0,2% Agricultura famíliar 1 0,2% PNT 1 0,2% Pró gestão 1 0,2% PAED 1 0,2% Sorrindo para o futuro 1 0,2% Livro em Braille 1 0,2% Pró-Gestão 1 0,2% Tempo Integral 1 0,2% Agrinho 1 0,2% Banda Larga as escolas 1 0,2% Frequência Escolar 1 0,2% CAPES 1 0,2% CONAE 1 0,2% EAD sobre necessidades especiais 1 0,2% Todos do MEC 1 0,2% SAEB 1 0,2%

P1_Q2.2.2PROGRAMAS em nível Estadual:

Respostas % Não sabe 11 2,2% Não consta 119 24,0% Não 148 29,8% Sim 218 44,0% Total 496 100,0%

P1_Q2.2.2_QUAISPrograma Estadual: Se a resposta for SIM. Quais?

Respostas % Não consta 167 33,7% Não sabe 112 22,6% Transporte Escolar 84 16,9% PEATE 32 6,5% PIM 30 6,0% PNATE 20 4,0% PRADEM 18 3,6% Outros 16 3,2% Agrinho 16 3,2% Sorrindo Para o Futuro 12 2,4% PPV 11 2,2% SAERS 9 1,8%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

200

PROERD 9 1,8% Merenda Escolar 9 1,8% Brasil Alfabetizado 7 1,4% JERGS 6 1,2% Prog.de Educa. Fiscal 3 0,6% PEATERS 3 0,6% Transp. Escolar Meio Rural 2 0,4% SENAR 2 0,4% PROJOVEM 2 0,4% PROF. DIGITAL 2 0,4% Corr. de Fluxo GEEMPA 2 0,4% SALA DE RECURSOS 1 0,2% Prog. Primeira Infância 1 0,2% Prog. Nota Solidária 1 0,2% Prog. Fome de Ler 1 0,2% Prog. Alfa(Alfabetização de Adultos) 1 0,2% PROET 1 0,2% Práticas Pedagógicas 1 0,2% PNLD 1 0,2% PNLB 1 0,2% PNAE 1 0,2% PDE 1 0,2% PDDE 1 0,2% Olimp. de Mat.e Port. 1 0,2% Livros Biblioteca 1 0,2% Livro Didático 1 0,2% JECEGS 1 0,2% Estágio Programado 1 0,2% Escola Ativa 1 0,2% Escola Acessível 1 0,2% Escola Aberta 1 0,2% EDUCACENSO 1 0,2% Educação Infantil 1 0,2% E. Médio 1 0,2% Capacitação 1 0,2% Brasil Profissionalizado 1 0,2% Biblioteca Pública 1 0,2% Auxílio Transporte 1 0,2% Alimentação 1 0,2% Alim Esc.Municipalizada 1 0,2% Alfabetiza, RS 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

201

P1_Q2.2.3PROGRAMAS em nível Municipal

Respostas % Não sabe 15 3,0% Não consta 119 24,0% Não 144 29,0% Sim 218 44,0% Total 496 100,0%

P1_Q2.2.3_QUAISPrograma Municipal: Se a resposta for SIM. Quais?

Respostas % Não consta 172 34,7% Não sabe 109 22,0% Outros 57 11,5% A União faz a vida 29 5,8% Transporte escolar 23 4,6% Formaçao Continuada 18 3,6% Merenda Escolar 10 2,0% AABB Comunidade 10 2,0% Caminhando no Presente 9 1,8% Alimentação Escolar 9 1,8% Educação Inclusiva 8 1,6% Sorrindo Para o Futuro 7 1,4% Alfabetização Alfa e beto 7 1,4% Verde é Vida 6 1,2% Saúde Escolar 6 1,2% Saúde Bucal 6 1,2% Oficinas de Aprendizagem 6 1,2% Capac. Contí dos Prof. 6 1,2% Material Didático 5 1,0% Educa. Fiscal 5 1,0% Atend. Educa Especializada 5 1,0% Reforço Escolar 4 0,8% PIM 4 0,8% Esporte 4 0,8% Capacit. Docentes e Demais funcionár da Área da Educaç. 4 0,8% Uniforme escolar 3 0,6% Sala de Recursos 3 0,6% PROG. EDUC. AMBIENTAL 3 0,6% PPV 3 0,6% Inclusão digital 3 0,6% Aulas no Contraturno 3 0,6% Apoio Pedagógico 3 0,6%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

202

SISTEMA APRENDE BRASIL 2 0,4% Saúde oral 2 0,4% PUFV 2 0,4% Grupos de Estudos 2 0,4% Grupo de danças 2 0,4% EJA 2 0,4% Educação e Projetos Sociais 2 0,4% Dentista 2 0,4% Crédito Educat. Municipal 2 0,4% Banda 2 0,4% Atend. com Especialistas em Educação Especial 2 0,4% At. Fono e Psicopedagógica 2 0,4% Assit. de Sala de AEE 2 0,4% ASEMAS 2 0,4% Alfa 2 0,4% 2º Tempo 2 0,4% Atend. psico neuro pedagógico 2 0,4% Vida eu quero 1 0,2% Vida ativa 1 0,2% Valorizando as Diferenças 1 0,2% Turno Integral 1 0,2% TRÂNSITO SEGURO 1 0,2% Tirando de Letra 1 0,2% SESC 1 0,2% Seminários 1 0,2% Semeando Ecologia 1 0,2% Semana Cultural 1 0,2% Segurança Alimentar 1 0,2% Santo Antônio 1 0,2% SALAS DE REFORÇO 1 0,2% Salada Brasileira 1 0,2% Reunioes de escolas 1 0,2% Reciclando para o futuro 1 0,2% PSF 1 0,2% PROVEM 1 0,2% PROMEC 1 0,2% Projeto Literário 1 0,2% Projeto humaniza 1 0,2% PROINFO 1 0,2% PROINFÂNCIA 1 0,2% Programa Crescer com Prazer 1 0,2% PROG.AL. ESC. 1 0,2% PROEIC 1 0,2% Produzindo Vida Saudável 1 0,2% Pró-conselho 1 0,2% Praem 1 0,2% PELC 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

203

PAME 1 0,2% Olimpíadas 1 0,2% Meio Ambiente 1 0,2% Mar de Dentro 1 0,2% Manut.da Rede Escolar 1 0,2% Jornadas Pedagógicas 1 0,2% JINS 1 0,2% JECEGS 1 0,2% Jazz 1 0,2% Higiene Bucal/SESC 1 0,2% GIAMA 1 0,2% Futsal 1 0,2% FORUM MUNICIPAIS 1 0,2% Família na Escola 1 0,2% Escola Agrícola 1 0,2% Educ.Apoio a Adversidade 1 0,2% EDEB 1 0,2% CULTIVANDO CIDADAOS 1 0,2% Coral 1 0,2% CIES 1 0,2% Central Única de Vagas 1 0,2% Capoeira 1 0,2% Campeões do Futuro 1 0,2% Café da Manhã na Escola 1 0,2% Brasil alfabetizado 1 0,2% Bolsa estudoss profissionalizantes 1 0,2% Biblio. Intinerante 1 0,2% Balett 1 0,2% Aux. Universitária 1 0,2% Autor nas Escolas 1 0,2% Autonomia Financeira 1 0,2% Atend. Equip. Multidiciplinar Através do CRAS 1 0,2% Apoio ao Estudante 1 0,2% AFUBRA 1 0,2% Acompanhamento Nutricional na Ed. Infantil 1 0,2% Abra-te-Sésamo 1 0,2% NÚCLEO DE ATEND.ESPECIALIZADO AQUARELA 1 0,2% GESTÃO FINANCEIRA NA ESCOLA 1 0,2% Escola que aprende 1 0,2% ESCOLA NO CAMPO 1 0,2% Educação Infantil 1 0,2% Criança da Futuro 1 0,2% BAÚ DE LEITURAS 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

204

P1_Q2.2.4PROJETOS em nível Federal:

Respostas % Não sabe 16 3,2% Não consta 119 24,0% Não 232 46,8% Sim 129 26,0% Total 496 100,0%

P1_Q2.2.4_QUAISProjeto Federal: Se a resposta for SIM. Quais?

Respostas % Não consta 192 38,7% Não sabe 184 37,1% PROINFÂNCIA 24 4,8% PROINFO 14 2,8% 2º Tempo 12 2,4% Olimpíada da língua portuguesa 12 2,4% Olimpíada de matemática 12 2,4% Salas multifuncionais (AEE) 10 2,0% Escola ativa 8 1,6% Telecentros 6 1,2% PAR 6 1,2% Capac. Contí. dos Prof. 5 1,0% Creche municipal 5 1,0% Pro-letramento 5 1,0% Prova Brasil 5 1,0% Sala AEE 4 0,8% Gestar II e Gestar 4 0,8% Provinha Brasil 4 0,8% Presença 4 0,8% Inclusão digital 3 0,6% Caminhos da escola 3 0,6% Escola Acessível 3 0,6% Proeja 3 0,6% AEE 2 0,4% Mais Cultura 2 0,4% FNDE 2 0,4% Olimpíadas 2 0,4% Escolas Bilíngues de Fronteira 2 0,4% FORMAÇÃO PELA ESCOLA 2 0,4% PDE 2 0,4% Proinfo Rural 2 0,4% AABB Comunidade 1 0,2% Alfabetização Alfa e beto 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

205

Atend. Educa. Especializada 1 0,2% Sala de Recursos 1 0,2% Escola Agrícola 1 0,2% Saúde Escolar 1 0,2% Educação Infantil 1 0,2% ESCOLA NO CAMPO 1 0,2% Biblioteca Pública 1 0,2% Brasil Acessível 1 0,2% CAPES 1 0,2% UAB 1 0,2% Circuito Campeão 1 0,2% Construção de Escola infantil 1 0,2% Direito à diversidade 1 0,2% Escola de Gestores 1 0,2% Plataforma Freire 1 0,2% Pró-gestão 1 0,2% Escola municipal 1 0,2% Ayrton Senna 1 0,2% Juventude cidadã 1 0,2% Semana de ciência e tecnologia 1 0,2% APAE 1 0,2% Agrinho 1 0,2% Sexualidade nas Escolas 1 0,2% PAC 1 0,2% Livro Acessível 1 0,2% Horta escolar 1 0,2% PETI 1 0,2% Mais Educação 1 0,2% Escola Aberta 1 0,2% Ações inclusivas 1 0,2% UCA 1 0,2% Projovem 1 0,2% SAEB-provinhaSAEB 1 0,2% Pedagógicos e Culturais 1 0,2%

P1_Q2.2.5PROJETOS em nível Estadual

Respostas % Não sabe 22 4,4% Não consta 119 24,0% Não 309 62,3% Sim 46 9,3% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

206

P1_Q2.2.5_QUAISProjeto Estadual: Se a resposta for SIM. Quais?

Respostas % Não consta 215 43,3% Não sabe 245 49,4% Agrinho 13 2,6% Sorrindo Para o Futuro 7 1,4% Educa. Fiscal 3 0,6% PIM 3 0,6% PPV 3 0,6% PROERD 3 0,6% Guri bom de bola 2 0,4% JERGS 2 0,4% Verde é Vida 1 0,2% Transporte escolar 1 0,2% Alfabetização Alfa e beto 1 0,2% Meio Ambiente 1 0,2% Salas multifuncionais (AEE) 1 0,2% APAE 1 0,2% Olimpíada da língua portuguesa 1 0,2% Olimpíada de matemática 1 0,2% Polícia cidadã 1 0,2% Tela verde 1 0,2% Trânsito na escola 1 0,2% Ler é saber 1 0,2% Arte na escola 1 0,2% Partilhando saberes 1 0,2% Bombeiro mirim 1 0,2% PRADEM 1 0,2% RS CRIANÇA 1 0,2% FUNBERGS 1 0,2% ALFABETIZAÇÃO AYRTON SENNA 1 0,2%

P1_Q2.2.6PROJETOS em nível Municipal

Respostas % Não sabe 24 4,8% Não consta 119 24,0% Nao 122 24,6% Sim 231 46,6% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

207

P1_Q2.2.6_QUAISProjeto Municipal: Se a resposta for SIM. Quais?

Respostas % Não consta 171 34,5% Não sabe 103 20,8% Meio Ambiente 26 5,2% Dança 26 5,2% Música 22 4,4% FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROF. DA EDUC. 17 3,4% Leitura 14 2,8% Horta 12 2,4% Aulas de informática 10 2,0% FUTSAL 9 1,8% Sorrindo para o futuro 8 1,6% Banda marcial 8 1,6% Ação inclusa 8 1,6% União faz a vida 7 1,4% Aulas de reforço 7 1,4% Educação no trânsito 7 1,4% Canto/coral 6 1,2% PPP das Escolas 6 1,2% TEATRO 6 1,2% AEE 5 1,0% LABORATÓRIOS DE APRENDIZAGENS 5 1,0% Banda 5 1,0% Antidrogas 5 1,0% Feira do livro 5 1,0% Hora do conto 5 1,0% Esportes 5 1,0% APAE 4 0,8% Escolhinha de futebol 4 0,8% Artes 4 0,8% XADREZ 4 0,8% Inglês 4 0,8% AABB 4 0,8% Proerd 4 0,8% Educação fiscal 4 0,8% Educação sexual 4 0,8% Saúde bucal 4 0,8% Valores humanos 3 0,6% 2° Tempo 3 0,6% Alimentação saudável 3 0,6% Artes marciais 3 0,6% Oficinas 3 0,6% Sala de recursos nas escolas 3 0,6% VÔLEI 3 0,6%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

208

Verde é Vida 3 0,6% OFICINAS DE ORIENTAÇÃO DE HISTÓRIAS 3 0,6% Natação 3 0,6% Saúde escolar 3 0,6% Acessibilidade para deficientes 2 0,4% Escrita e Leitura 2 0,4% Assessoria educacional 2 0,4% Atendimento individualizado 2 0,4% Atendimento nas salas de recursos 2 0,4% Invernada 2 0,4% Campanhã do papel e papelão 2 0,4% Tecnologia na Educação 2 0,4% Canoagem 2 0,4% Coruja 2 0,4% EJA 2 0,4% CAPS 2 0,4% AGRINHO 2 0,4% Aulas de violão 2 0,4% APOIO PEDAGÓGICO À INCLUSÃO 2 0,4% Cidadania 2 0,4% É preciso saber viver 2 0,4% Culturais 2 0,4% Escolas esportivas 2 0,4% Educação Alimentar 2 0,4% Educar juntos 2 0,4% OLIMPÍADAS ESTUDANTIS 2 0,4% Educação e cultura 2 0,4% Leitura ativa 2 0,4% Salas multifuncionais 2 0,4% Soletrando 2 0,4% EDUCAÇÃO INCLUSIVA 2 0,4% Sacola da Literatura 2 0,4% Vivenciando a ecologia 2 0,4% Inclusão digital 2 0,4% Viagens culturais 2 0,4% Educar é vida 2 0,4% Turismo 2 0,4% Missões Pela Vida 2 0,4% Olimpíada 2 0,4% PATI ( programa de turno inverso) 2 0,4% Contação de histórias 2 0,4% Resgate de Valores 2 0,4% Reciclagem 2 0,4% SEMENTES DE LEITORES 2 0,4% Intercâmbio 2 0,4% OLHO NO OLHO 2 0,4% Escola vai ao CTG 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

209

Natureza pede socorro 1 0,2% Jornal da escola 1 0,2% Acompanhamento dos profissonais da educação 1 0,2% Acontecendo na escola 1 0,2% Centro multidisciplinar 1 0,2% Esporte aduca 1 0,2% Afrodescendente 1 0,2% Vida de João Cândido 1 0,2% Amigo do idoso 1 0,2% Educação Financeira 1 0,2% Ambiente verde é vida 1 0,2% Aprendendo a incluir 1 0,2% CADE 1 0,2% Educação Especial com Qualidade 1 0,2% Capacitação de professores 1 0,2% Cata-vento 1 0,2% Psicomotricidade 1 0,2% Boletim estatístico 1 0,2% CEMAE 1 0,2% CIFENH 1 0,2% CIVISTA 1 0,2% SENAR 1 0,2% Centro de Desenvolvimento de Potenciais 1 0,2% Projeto Vida 1 0,2% Brincando 1 0,2% Fazendo Arte 1 0,2% CLASSE DE APOIO 1 0,2% INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO 1 0,2% Colégio agricola 1 0,2% Coleta seletiva 1 0,2% Meio ambiente e qualidade de vida 1 0,2% Educação nutricional 1 0,2% Coletivo Educador 1 0,2% Alfabetização 1 0,2% Colhendo Lembranças 1 0,2% Biblioteca Itinerante 1 0,2% Horta na Escola 1 0,2% A história de Vacaria Contada 1 0,2% Jardinagem 1 0,2% Escola municipal 1 0,2% Construindo uma Cultura de Paz 1 0,2% Mobilização pela Vida 1 0,2% Corte de cabelo 1 0,2% BIBLIOTECA AMBULANTE 1 0,2% Craques pela Vida 1 0,2% Novos Olhares 1 0,2% Crédito educativo 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

210

CRIANÇA EM CENA 1 0,2% CIDADÃO EM AÇÃO 1 0,2% Crianças de Vitória Escrevendo Histórias 1 0,2% Aluno Bom de Escola 1 0,2% Guri bom de bola 1 0,2% ESCOLINHA WINCK 1 0,2% PULANDO JANELAS 1 0,2% Saúde 1 0,2% Dificuldades de aprendizagem 1 0,2% Artesanato 1 0,2% CIRANDA DO CONHECIMENTO 1 0,2% Solidariedade 1 0,2% Aluno destaque 1 0,2% Revelando Pirapó 1 0,2% CIEMAT 1 0,2% Pró-Vida 1 0,2% EMATUR 1 0,2% AFUBRA 1 0,2% ENCONTRO DE PAIS 1 0,2% ENCONTRO DE LÍDERES 1 0,2% ESCOLA E CIDADE LIMPA 1 0,2% Escola Que Faz 1 0,2% Incentivadores de Leitura 1 0,2% Baú Literário Itinerante 1 0,2% Estudante no poder executivo 1 0,2% Eu Jogo Junto 1 0,2% Resgate da Infância 1 0,2% Bonecas 1 0,2% PROVINHA CACEQUI 1 0,2% SANTIAGO ENCENA 1 0,2% LIBRAS 1 0,2% CIRANDA DA CULTURA 1 0,2% SIMPÓSIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 1 0,2% MOSTRA DE TEATRO E CULTURA AFRO-INDÍGENA 1 0,2% CONHECENDO NOSSO CHÃO 1 0,2% FORMAÇÃO DE ALUNOS, PAIS E FUNC. 1 0,2% RECREAÇÃO 1 0,2% REDAÇÃO NO RÁDIO 1 0,2% Fórum Ambiental 1 0,2% Formação em Inclusão Escolar 1 0,2% Aposto que Posso 1 0,2% Desafiando a Ortografia 1 0,2% Caravana RGE 1 0,2% Fórum Estudantil 1 0,2% Grupos de estudo de inclusão 1 0,2% Mostra de trabalhos 1 0,2% Laboratório de aprendizagem 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

211

FORMANDO CIDADÃO DO SÉCULO XXI 1 0,2% COLETA DE LIXO 1 0,2% Atendimento Odontológico 1 0,2% Brinquedoteca 1 0,2% Telecentro 1 0,2% Jogando para o futuro 1 0,2% Interdisciplinaridade e Formação de Conceitos 1 0,2% Itinerância 1 0,2% CEIA 1 0,2% Nappb 1 0,2% JOGADA 10 1 0,2% ACORDES DE VIDA 1 0,2% ÁRVORE DA VIDA 1 0,2% Laboratórios de informática 1 0,2% Literatura 1 0,2% Biblioteca ambulante 1 0,2% SEMANA DA FAMÍLIA 1 0,2% DECORAÇÃO NATALINA 1 0,2% Ludicidade 1 0,2% Tradição gaúcha 1 0,2% Melhorias das Estruturas Fisicas 1 0,2% Educarte 1 0,2% MOSTRA PEDAGÓGICA 1 0,2% Materiais recicláveis 1 0,2% Clube de mães 1 0,2% Musicultura 1 0,2% Orquesta 1 0,2% Natal Barra e Luz 1 0,2% Trabalhos Manuais 1 0,2% PROJETO CONHECER 1 0,2% MENOR APRENDIZ 1 0,2% JOVEM TRABALH. 1 0,2% Pastoral da Criança 1 0,2% Viver à diversidade 1 0,2% Apoio Escolar 1 0,2% Plano Municipal de Educação 1 0,2% Projetos Autor Presente 1 0,2% FEstival Literário 1 0,2% Festival Estudantil da Canção 1 0,2% Natal/Páscoa Solidária 1 0,2% Prefeito Mirim 1 0,2% Curta Minha Escola 1 0,2% Chega Aí 1 0,2% Tô de bem com a vida 1 0,2% Plantas 1 0,2% PRÊMIO GESTOR PÚBLICO MUN. EM EDUCAÇÃO 1 0,2% PRO. SAÚDE E PREV. NAS ESCOLAS 1 0,2%

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

212

Alfa e Beto 1 0,2% PROJETO BASSANO LEITOR 1 0,2% Reciclar para mudar 1 0,2% Civismo e Cidadania 1 0,2% Escola no campo 1 0,2% Semeando para um Mundo Melhor 1 0,2% 3 Tento Agroindustrial 1 0,2% Eu Adotei uma Árvore 1 0,2% Crescer com alegria 1 0,2% Cuidando do Professor 1 0,2% O paiol 1 0,2% Atendimento ao aluno 1 0,2% Crescer 1 0,2% FOME DE LER 1 0,2% Oficinas Pedagógicas 1 0,2% Pós-Graduação para os professores 1 0,2% Escolhas Saudáveis, 1 0,2% Expressão e Arte 1 0,2% Oficina de Pet 1 0,2% Handball 1 0,2% LAMBARI 1 0,2% Patrulha mirim 1 0,2% Monitoria de Inclusão 1 0,2% Municipal de Redação 1 0,2% Artes Cênicas 1 0,2% CRIAR 1 0,2% PPV na Escola 1 0,2% RECONSTRUINDO 1 0,2% Espanhol 1 0,2% Recriança 1 0,2% Lúdico 1 0,2% Conhecendo a 4ª colônia 1 0,2% Merenda escolar 1 0,2% Pedagógicos interdisciplinares 1 0,2% Querpi 1 0,2% Projeto sobre plantas medicinais 1 0,2% Coleta de óleo 1 0,2% Ensino de Italiano 1 0,2% Recuperação de nascentes 1 0,2% Transporte escolar 1 0,2% Qualidade de vida 1 0,2% Carne suína na escola 1 0,2% Paisagismo 1 0,2% Sala de leitura 1 0,2% Seminário de educação inclusiva 1 0,2% Sexualidade gênero e diversidade 1 0,2% Bolsa família nà comunidade escolar 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

213

PRÊMIO LEITURA NA ESCOLA 1 0,2% Projeto Ronda 1 0,2% Verdejar 1 0,2% Aratiba Sorridente 1 0,2% Projeto arboreto 1 0,2% Valorizando as Diferenças 1 0,2% Monitores ecológicos 1 0,2% Passeio ciclístico 1 0,2% Festival da canção estudantil 1 0,2% VIDA,SAÚDE E CIDADANIA 1 0,2% Raízes 1 0,2% Mostra Multidisciplinar 1 0,2% Cada Escola com a sua Bandeira 1 0,2% Viva Leitura Tupã 1 0,2% Viva vida 1 0,2%

P1_Q2.4O projeto Político-Pedagógico das escolas contempla a Educação Inclusiva?

Respostas % Não consta 102 20,6% Não sabe 33 6,7% Não 119 24,0% Sim 242 48,8% Total 496 100,0%

P1_Q2.4.1Explique como a educação inclusiva é contemplada no Projeto

Político-Pedagógico

Respostas % Não consta 179 36,1% Não sabe 129 26,0% Garantindo a matrícula na classe normal 61 12,3% Salas de recursos 24 4,8% Avaliação diferenciada 20 4,0% Adaptações dos espaços físicos 18 3,6% Professores/Educadores especializados 18 3,6% Turno inverso (atend. especial) 15 3,0% Professores/Educadores treinados 14 2,8% Planos de Estudo especial 11 2,2% Currículo adaptado 11 2,2% Contemplada no PPP 10 2,0% Respeitando diferenças, com apoio e esforço 10 2,0% AEE 10 2,0% Práticas pedagógicas que favoreçam à inclusão 9 1,8% Orientação/atenção às crianças/alunos deficientes 8 1,6%

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

214

Parceria com APAE 7 1,4% Com base nas normas/resoluções 7 1,4% Metas/Objetivos 5 1,0% Atendimento multidisciplinar 4 0,8% Condições de permanência na escola 2 0,4% Pscicopedagoga (apoio) 2 0,4% Professor auxiliar acompanha 2 0,4% Laboratório de aprendizagem 2 0,4% Prevendo/planejando 2 0,4% Atividades alternativas 2 0,4% Envolvendo famíliares, professores e funcionários 2 0,4% Orientação aos pais 1 0,2% Aulas de reforço 1 0,2% Com. fonoaudióloga 1 0,2% Atendimento complementar 1 0,2% Preparando à comunidade escolar 1 0,2% Elaboração de ACIs 1 0,2% EME especial 1 0,2% Formação continuada 1 0,2% Classe especial 1 0,2%

P1_Q2.5Transcreva os itens do Projeto Político Pedagógico das Escolas que

se referem à inclusão das Pessoas com Deficiência:

Respostas % Não consta 188 37,9% Não sabe 166 33,5% AEE - Atendimento Educacional Especial/ Ed. Especial 31 6,3% Avaliação do aluno 23 4,6% Sistema regular de ensino 16 3,2% Material/Práticas/Atividades pedagógicas 14 2,8% Não há 14 2,8% Fundamentação Legal 14 2,8% Sala de recursos 13 2,6% Melhorias estruturais e acessibilidade 12 2,4% Adaptação Curricular ACI 10 2,0% Professores capacitados 9 1,8% Metodologia 9 1,8% Direito de acesso/Acessibilidade 8 1,6% Oficinas de aprendizagem/Atividades de ensino 7 1,4% Objetivos 7 1,4% Diagnóstico 7 1,4% Matrículas 6 1,2% Adaptação 5 1,0% Escola Inclusiva 5 1,0% Gestão 5 1,0%

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

215

Progressão/Formação continuada 3 0,6% Filosofia 3 0,6% Individualidade 3 0,6% Convivência Social 2 0,4% Desenvolvimento integral 2 0,4% Planos de estudos/Planejamento 2 0,4% Marco operativo 2 0,4% Conteúdos 2 0,4% Valorização 1 0,2% Recreação 1 0,2% Confraternização 1 0,2% Dinâmicas de autoestima 1 0,2% Relatório de Educação Pedagógica 1 0,2% Fonoaudiólogo 1 0,2% Psicólogo/Ass. Social 1 0,2%

P1_Q2.6O sistema educacional de seu Município assegura a matrícula de

alunos com deficiência?

Respostas % Não consta 102 20,6% Não sabe 32 6,5% Não 22 4,4% Sim 340 68,5% Total 496 100,0%

P1_Q2.7O Município dispõe de atendimento Educacional Especializado?

Respostas % Não consta 102 20,6% Não sabe 29 5,8% Não 119 24,0% Sim 246 49,6% Total 496 100,0%

P1_Q2.7.1Quais atendimentos são disponibilizados? Caso a resposta acima seja sim.

Respostas % Não consta 182 36,7% Não sabe 75 15,1% Atend. Psicológico 95 19,2% Atend. Fono. 82 16,5% Sala de recursos/Sala de recursos multifuncionais 73 14,7% Atend. Psicopedagógico 48 9,7%

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

216

APAE 46 9,3% Atend. FISIOTERÁPICOS 33 6,7% Professor/Educador atend. Especial 25 5,0% AEE 20 4,0% Atend. pedagógico 19 3,8% Neurologista 11 2,2% Classes especiais 8 1,6% Escolas especiais/Centros de educação especial 8 1,6% Turno inverso (atend. espec.) 8 1,6% Equipe multidisciplinar 7 1,4% Nutricionista 7 1,4% Professor de LIBRAS 7 1,4% Aulas em Braille 6 1,2% Laboratório de aprendizagem 5 1,0% Assistente social 5 1,0% Psicomotricista 4 0,8% Orientação educacional 3 0,6% APADA 2 0,4% Reforço escolar 2 0,4% Diversos/Outros 2 0,4% Intérprete 2 0,4% Psiquiatra 2 0,4% Atendimento social 2 0,4% Estimulação precoce 2 0,4% Consultas médicas especializadas 1 0,2% Neuropediatra 1 0,2% Arteterapia 1 0,2% NAEE 1 0,2% Oftalmologista 1 0,2% Terapia ocupacional 1 0,2% Inclusão de pessoas com deficiência nas escolas 1 0,2% Ocupacional 1 0,2% Classe especial de surdos 1 0,2% Equoterapia 1 0,2%

P1_Q2.7.2Onde os atendimentos são disponibilizados

Respostas % Não sabe 89 17,9% Não consta 0 0,0% Por Escola 163 32,9% Por Polo 69 13,9% Outros 156 31,5% Total 496 100,0%

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

217

P1_Q2.7.3_QUAISSe Outros.Quais?

Respostas % Não consta 253 51,0% Não sabe 61 12,3% APAE 82 16,5% Não Possui Outros 24 4,8% Outros 16 3,2% Escola(s) 16 3,2% Sala de recursos da escola 14 2,8% Posto de Saúde/Unidade de saúde 12 2,4% Secretaria de Educação 10 2,0% CAPS - Centro de atenção psicossocial 5 1,0% Centro de atendimento especializado 5 1,0% Secretaria de Saúde 4 0,8% Escola de atendimento especial 4 0,8% Escola Especial 3 0,6% Centro de Apoio pedagógico 3 0,6% CAE - Centro de Atendimento ao Excepcional 3 0,6% CEMAE 3 0,6% Atendimento psicológico 2 0,4% Int. Pestalozzi 2 0,4% CRAS 1 0,2% Entidades filantrópicas 1 0,2% APADA 1 0,2% Em entidades especializadas - através de convênios 1 0,2%

P1_Q2.7.4Como se caracterizam esses atendimentos?

Respostas % Não sabe 101 20,4% Não consta 0 0,0% Escola Especial 120 24,2% Classe Especial 41 8,3% Sala de Recursos 206 41,5% Total 496 100,0%

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

218

P1_Q2.8O Município estabelece critérios para organização de salas de aulas inclusivas?

Respostas % Não consta 102 20,6% Não sabe 42 8,5% Não 201 40,5% Sim 151 30,4% Total 496 100,0%

P1_Q2.8.1_EXPLIQUEExplique os critérios

Respostas % Não consta 222 44,8% Não sabe 149 30,0% Nº de alunos 32 6,5% Acessibilidade física 26 5,2% Professores com formação específica/continuada 19 3,8% Análise de caso / Diagonóstico 15 3,0% De acordo com a demanda/necessidade 14 2,8% Avaliação psicológica/pedagógica/neurológica 11 2,2% Nível/Tipo de deficiência 8 1,6% Legislação 8 1,6% Recursos apropriados / necessidades 7 1,4% Professor auxiliar 7 1,4% Atendimento 7 1,4% Avaliação médica 7 1,4% Monitores 6 1,2% Materiais/Práticas pedagógicas 6 1,2% Sala de recursos 6 1,2% Direito a matrícula/Estar matriculado 4 0,8% Idade 3 0,6% Nível do aluno 1 0,2% Apoio ao aluno deficiente 1 0,2%

P1_Q2.9Existe um programa de formação continuada para os professores?

Respostas % Não consta 102 20,6% Não sabe 2 0,4% Não 145 29,2% Sim 247 49,8% Total 496 100,0%

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

219

P1_Q2.9.1_EXPLIQUEExplique os critérios

Respostas % Não consta 186 37,5% Não sabe 75 15,1% Formação continuada (40h anual) 42 8,5% Cursos 29 5,8% Seminários 27 5,4% Formação oferecida a todos professores 20 4,0% CONFORME DEMANDA/NECESSIDADE 20 4,0% Palestras 18 3,6% Relacionado à inclusão 18 3,6% Cursos/programas do governo ) 15 3,0% REUNIÕES/JORNADAS PEDAGÓGICAS 15 3,0% Tem formação direcionada para atender alunos Com dificuldade de aprendizagem ou deficiência 12 2,4% Encontros mensais 11 2,2% Professores regularmente em atividade 9 1,8% Encontros 7 1,4% Específica p/ prof. que atendem em salas de recursos 7 1,4% Auxílio para especialização 6 1,2% AEE 6 1,2% Oficinas 5 1,0% Cursos oferecidos por redes privadas ou universidades 5 1,0% Cursos específicos na área 5 1,0% Formação geral 5 1,0% Plataforma Freire 4 0,8% Aperfeiçoamento Profissional 4 0,8% Curso Polo de Passo Fundo 4 0,8% Curso anual 4 0,8% Fóruns 4 0,8% Algumas atividades (não caracterizado como formação continuada) 3 0,6% Reuniões quinzenais 3 0,6% Parceria com a FADERS 3 0,6% Grupo de estudos 3 0,6% Encontros organizados esporadicamente 2 0,4% Aos professores que atendem a turmas inclusivas /demais áreas que necessitam aperfeiçoamento 2 0,4% Grupos de estudo 2 0,4% PAR(plano de ações articuladas) 2 0,4% Pelos especialistas em educação 2 0,4% Escola ativa 2 0,4% Reuniões de estudos semanais com professores da escola especial e prof. das salas de recursos para estudos 2 0,4% Atender à comunidade 2 0,4%

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ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

220

Existe um projeto em nível municipal 2 0,4% Conforme decisão dos professores 2 0,4% Encontro trimestral 1 0,2% Formação adaptada à necessidade da escola 1 0,2% Acompanhamento específico para a elaboração e desenvolvimento de ACIs 1 0,2% Reuniões mensais de estudos com prof. dos Lab. de Aprendizagem 1 0,2% Alguns professores participam 1 0,2% Fórum Internacional de Ed. com tônica na diversidade 1 0,2% As formações são organizadas na própria escola 1 0,2% Encontros para reflexão sobre avaliação 1 0,2% Planejamento 1 0,2% A professores com dificuldade 1 0,2% Eventos 1 0,2% Capacitação 1 0,2% Concursados 1 0,2% Estimular a cooperação entre os professores 1 0,2% Estudos 1 0,2% Grupos divididos por área de conhecimento 1 0,2% Sala de recursos 1 0,2% Curso de LIBRAS 1 0,2%

P1_Q2.10Há alunos com deficiência que não entraram na escola?

Respostas % Não consta 102 20,6% Não sabe 37 7,5% Não 208 41,9% Sim 149 30,0% Total 496 100,0%

P1_Q2.10.1_PORQUEPor que estes alunos não entraram na escola?

Respostas % Não consta 221 44,6% Não sabe 135 27,2% Não foi matriculado pela família/questões famíliares 64 12,9% Frequenta APAE 25 5,0% Idade avançada ao nível escolar 22 4,4% Frequenta Escola de Educação Especial 12 2,4%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

221

Deficiência acentuada/profunda 12 2,4% Escola e professores sem estrutura para recebê-los 9 1,8% Dificuldade de adaptação/inclusão 6 1,2% Falta/esperam vagas 5 1,0% Deficiência múltipla, inúmeras necessidades 4 0,8% Dificuldade de Locomoção/Acesso 4 0,8% Múltiplas dificuldades 4 0,8% Frequenta serviços de apoio 4 0,8% Sem condições para frequentar uma escola regular 3 0,6% Comportamento agressivo 1 0,2% Inapto para convívio social escolar 1 0,2% Distância 1 0,2% Necessidade de atendimento especializado 1 0,2% Trabalho infantil 1 0,2%

P1_Q2.11Motivos que levam a exclusão escolar em seu município:

Respostas % Não sabe 144 29,0% Não consta 43 8,7% Repetência 119 24,0% Trabalho Infantil 15 3,0% Dificuldades de Aprendizagem 170 34,3% Deficiências 101 20,4% Outras 72 14,5% Total 496 100,0%

P1_Q2.11_OUTROSSe outros. Quais?

Respostas % Não consta 311 62,7% Não sabe 135 27,2% NEGLIGÊNCIA FAMÍLIA/ALUNO - ligado a pobreza 29 5,8% Acima da idade 7 1,4% Outros 5 1,0% Falta de estrutura escolar 3 0,6% Má gestão das escolas/ professores despreparados 3 0,6% Distância/locomoção 3 0,6% Preconceito/discriminação 2 0,4% Busca de trabalho 1 0,2% Dificuldade de aprendizagem 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

222

P1_Q2.12Quanto à acesibilidade, a escola oferece:

Respostas % Não consta 145 29,2% Rampas 222 44,8% Banheiros adaptados 159 32,1% Rebaixamento de calçada 156 31,5% Pisos antiderrapantes 133 26,8% Alargamento de portas 115 23,2% Rampas com corrimão 114 23,0% Lupas 89 17,9% Escritas ampliadas 71 14,3% Computadores com periféricos adaptados 63 12,7% Rebaixamento de bebedouros 60 12,1% Sorobã 57 11,5% Programas acessíveis(DOSVOX,etc.) 57 11,5% Regletes 55 11,1% Punção 53 10,7% Carteiras escolares adaptadas 51 10,3% Rebaixamento de lixeiras 45 9,1% Gravadores 44 8,9% Professor com proficiência em LIBRAS 42 8,5% Comunicação alternativa e aumentativa 39 7,9% Máquinas de escrever em Braille 38 7,7% Professor em Braille 34 6,9% Impressora em Braille 33 6,7% Instrutor de LIBRAS 32 6,5% Intérprete de LIBRAS 32 6,5% Maçanetas acessíveis 31 6,3% Interruptores acessíveis 23 4,6% Outras adaptações 23 4,6% Corrimão nos encostos do pátio 17 3,4% Elevadores 14 2,8% Piso tátil dentro da escola 13 2,6% Rebaixamento de telefones públicos 12 2,4% Corrimão nas bordas do pátio 12 2,4% Piso tátil no entorno da escola 7 1,4% Sinaleira Sonora 6 1,2% Campainha luminosa 6 1,2% Telefone público com TDD 5 1,0% Elevadores com identificação de andar em Braille 2 0,4% Elevadores com informação de voz 2 0,4% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

223

P1_Q2.12_OUTROSOutras adaptações. Quais?

Respostas % Não consta 324 65,3% Não sabe 143 28,8% Sala de recursos multifuncional 7 1,4% Outros 22 4,4%

P1_Q2.13 Deficiência Intelectual - quantos

Respostas % Não sabe 48 9,7% Não consta 155 31,3% <=,00 51 10,3% 1,00 - 5,00 91 18,3% 6,00 - 20,00 82 16,5% 21,00 - 50,00 38 7,7% 51,00 - 100,00 20 4,0% 101,00+ 11 2,2% Total 496 100,0%

Deficiência Visual - quantos

Não sabe 68 13,7% Não consta 159 32,1% <=,00 113 22,8% 1,00 - 5,00 112 22,6% 6,00 - 20,00 30 6,0% 21,00 - 50,00 12 2,4% 51,00 - 100,00 1 0,2% 101,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

Deficiência Auditiva - quantos

Não sabe 65 13,1% Não consta 159 32,1% <=,00 101 20,4% 1,00 - 5,00 135 27,2% 6,00 - 20,00 28 5,6% 21,00 - 50,00 5 1,0% 51,00 - 100,00 2 0,4% 101,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

224

Deficiência Física - quantos

Não sabe 62 12,5% Não consta 162 32,7% <=,00 85 17,1% 1,00 - 5,00 140 28,2% 6,00 - 20,00 36 7,3% 21,00 - 50,00 7 1,4% 51,00 - 100,00 2 0,4% 101,00+ 2 0,4% Total 496 100,0%

Deficiência Múltipla - quantos

Não sabe 69 13,9% Não consta 167 33,7% <=,00 110 22,2% 1,00 - 5,00 102 20,6% 6,00 - 20,00 34 6,9% 21,00 - 50,00 8 1,6% 51,00 - 100,00 5 1,0% 101,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

Distúrbio global do desenvolvimento - quantos

Não sabe 81 16,3% Não consta 164 33,1% <=,00 124 25,0% 1,00 - 5,00 78 15,7% 6,00 - 20,00 35 7,1% 21,00 - 50,00 8 1,6% 51,00 - 100,00 4 0,8% 101,00+ 2 0,4% Total 496 100,0%

Outras síndromes - quantos

Não sabe 78 15,7% Não consta 162 32,7% <=,00 114 23,0% 1,00 - 5,00 104 21,0% 6,00 - 20,00 25 5,0% 21,00 - 50,00 7 1,4% 51,00 - 100,00 5 1,0% 101,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

225

PARTE2-POLÍTICADESAÚDE

P2_Q2.1N.º total de unidades de baixa complexidade:

Respostas % Não sabe 8 1,6% Não consta 309 62,3% <=,00 4 0,8% 1,00 - 2,00 104 21,0% 3,00 - 5,00 44 8,9% 6,00 - 10,00 11 2,2% 11,00+ 16 3,2% Total 496 100,0%

P2_Q2.2Nº total de unidades de média complexidade:

Respostas % Não sabe 24 4,8% Não consta 309 62,3% <=,00 89 17,9% 1,00 - 1,00 52 10,5% 2,00 - 3,00 9 1,8% 4,00 - 5,00 6 1,2% 6,00+ 7 1,4% Total 496 100,0%

P2_Q2.3N.º total de unidades de alta complexidade:

Respostas % Não sabe 39 7,9% Não consta 309 62,3% <=,00 133 26,8% 1,00 - 1,00 11 2,2% 2,00 - 2,00 2 0,4% 3,00 - 3,00 2 0,4% 4,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

226

P2_Q2.4_PROGRAMAS_QUAISQuais Programas?

Respostas % Não consta 354 71,4% Não sabe 63 12,7% ESF 43 8,7% Saúde da Mulher 20 4,0% Hiperdia 14 2,8% Saúde bucal 13 2,6% Assistência ao pré-natal 10 2,0% Saúde da Criança 10 2,0% Saúde do Idoso 9 1,8% PIM 8 1,6% PACS 8 1,6% Não há programas 6 1,2% Grupo de Diabédicos/Hipertensos 6 1,2% SISVAN 6 1,2% Sorrindo para o Futuro 4 0,8% EACS 4 0,8% ACS 4 0,8% Vigilância Sanitária 3 0,6% CAPS 3 0,6% Saúde Mental 3 0,6% Programa Primeira Infância Melhor 3 0,6% Programa de Imunização 2 0,4% PCDS 2 0,4% Saúde de Gestantes 2 0,4% Acuidade Visual 1 0,2% Atendimento Odontológico 1 0,2% BPC 1 0,2% Campanha do Agasalho 1 0,2% Cárie Zero 1 0,2% Gestantes 1 0,2% PET 1 0,2% Saúde do Adolescente 1 0,2% Prevenção de Câncer de Colo 1 0,2% PCCN 1 0,2% Programa bebe + saúde 1 0,2% Programa de Promoção da Saúde 1 0,2% SIAB 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

227

P2.4_PROG_PES_INCLUIDASNúmero de Pessoas com Deficiência incluídas neste(s) programa(s)? (QUESTÃO

PREJUDICADA (qual período?))

Respostas % Não sabe 57 11,5% Não consta 348 70,2% <=,00 32 6,5% 1,00 - 10,00 14 2,8% 11,00 - 50,00 37 7,5% 51,00 - 100,00 2 0,4% 101,00 - 200,00 1 0,2% 201,00 - 500,00 4 0,8% 501,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

P2_Q2.4_PROJETOS_QUAISQuais Projetos?

Respostas % Não consta 440 88,7% Não sabe 72 14,5% Saúde bocal 5 1,0% Grupo de gestantes, hipertensos e diabéticos 3 0,6% Academia ao ar livre 3 0,6% Equoterapia 2 0,4% Saúde da mulher 2 0,4% Saúde do homem e da criança 2 0,4% Saúde mental 2 0,4% ESF 2 0,4% Projetos iguais na diversidade 2 0,4% Projeto habitacional 1 0,2% Reabilitação comunitária 1 0,2% Agentes comunitários de saúde 1 0,2% Alimentação saudável 1 0,2% Grupo terapêutico para dependentes químicos 1 0,2% Ampliação da unidade sanitária 1 0,2% Projeto de módulos sanitários 1 0,2% Ampliação nas unidades de saúde 1 0,2% Cachoerinha amigo do idoso 1 0,2% Viva mulher 1 0,2% Caps 1 0,2% Combate às drogas 1 0,2% Girassol 1 0,2% Inclusão:interface saúde/escola 1 0,2% Órteses, próteses e meios auxiliares de locomoçãp 1 0,2% Grupo de convivência a pessoa portadora de deficiência 1 0,2% Grupo de orientação a gestantes 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

228

Grupo de pessoas com deficiência 1 0,2% Grupo de apoio 1 0,2% Grupos de terapia comunitária 1 0,2% Saúde do idoso 1 0,2% Grupo da 3ª idade 1 0,2% Grupo de caminhada 1 0,2% Vida saudável 1 0,2% Mais saúde 1 0,2% NASF 1 0,2% O segredo da longevidade 1 0,2% Oficina terapêutica 1 0,2% Olhar soledade 1 0,2% Pela assistência social 1 0,2% Pequenos vigilantes 1 0,2% Projeto cidadania 1 0,2% Projeto ppd 1 0,2% Crack 1 0,2% Projeto RS amigo do idoso 1 0,2% Saúde na escola 1 0,2% Saúde nota 10 1 0,2% Hiperdia 1 0,2% Saúde perto de você 1 0,2% Semana da saúde 1 0,2% Semana da alimentação 1 0,2% Sis-prénatal 1 0,2% Sis-colo 1 0,2% Sis-mama 1 0,2% Nascer e crescer 1 0,2% Saúde e vida 1 0,2% Saber viver 1 0,2% Vigilantes mirins 1 0,2% Ratos e baratas 1 0,2% Sananduva na ativa 1 0,2% Viva mais 1 0,2%

P2.4_PROJ_PES_INCLUIDASNúmero de Pessoas com Deficiência incluídas neste(s) projeto(s)?

(QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Respostas % Não sabe 52 10,5% Não consta 377 76,0% <=,00 35 7,1% 1,00 - 10,00 11 2,2% 11,00 - 25,00 11 2,2% 26,00 - 50,00 6 1,2% 51,00+ 4 0,8% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

229

P2_Q2.4.1_FEDERAL_QUAISQuais campanhas FEDERAIS

Respostas % Não consta 366 73,8% Não sabe 65 13,1% Campanhas de vacinação/imunização 63 12,7% Combate à Dengue 7 1,4% Tabagismo 4 0,8% Combate à AIDS 2 0,4% Combate à Hipertensão 2 0,4% VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 2 0,4% Combate ao câncer de mama 2 0,4% Combate à Tuberculose 1 0,2% Combate à Diabetes 1 0,2% Combate à Hanseníase 1 0,2% VIGILÂNCIA SANITÁRIA 1 0,2% HIPERDIA 1 0,2% SIAB 1 0,2% SAI 1 0,2% SISVAN 1 0,2% BOLSA FAMÍLIA 1 0,2% PSF 1 0,2% EACS 1 0,2% BPC 1 0,2% Passe livre intermunicipal e interestadual 1 0,2% Preconizadas pelo MS 1 0,2% Métodos contraceptivos 1 0,2%

P2_Q2.4.1_ESTADUAL_QUAISQuais campanhas ESTADUAIS

Respostas % Não consta 388 78,2% Não sabe 67 13,5% Campanha de vacinação/imunização 20 4,0% Campanha do agasalho/inverno gaúcho 6 1,2% Combate à dengue 4 0,8% Sorrindo para o futuro 3 0,6% Combate às drogas 2 0,4% Combate ao câncer de mama 2 0,4% Saúde da mulher 1 0,2% Combate à mortalidade infantil 1 0,2% Combate à violência 1 0,2% Casa da gestante 1 0,2% Hanseníase 1 0,2% Hiperdia 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

230

Cadastro de hipertensos e diabéticos 1 0,2% Medicamentos 1 0,2% Preconizadas pela SES 1 0,2% Prevenção do câncer 1 0,2% Verão Legal 1 0,2% VIGILÂNCIAS 1 0,2%

P2_Q2.4.1_MUNICIPAL_QUAISQuais campanhas MUNICIPAIS

Respostas % Não consta 368 74,2% Não sabe 71 14,3% Campanhas de vacinação/imunização 15 3,0% Combate à Dengue 12 2,4% Combate à Hipertensão 7 1,4% Combate às drogas 7 1,4% Combate à Diabetes 6 1,2% Tabagismo 5 1,0% Feiras de Saúde 5 1,0% Campanha do agasalho 3 0,6% Campanha de Saúde Bucal 3 0,6% Combate ao Álcool 3 0,6% Saúde do homem 2 0,4% VIGILÂNCIA SANITÁRIA 2 0,4% Ação e Prevenção 2 0,4% Palestras 2 0,4% Saúde da Mulher 2 0,4% Controle de Zoonoses 2 0,4% Acompanhamento nutricional 2 0,4% Gestantes 2 0,4% Prevençao do câncer 2 0,4% Prevenção ao Câncer de Próstata 2 0,4% Combate à AIDS 1 0,2% HIPERDIA 1 0,2% Preconizadas pelo MS/SES 1 0,2% Combate ao câncer de mama 1 0,2% Água 1 0,2% JORNADA DA FAMÍLIA 1 0,2% FEIRA DE SAÚDE 1 0,2% CONFERÊNCIA DE SAÚDE 1 0,2% SUS DIREITOS E DEVERES 1 0,2% Arrastão do lixo 1 0,2% Campanha da Próstata 1 0,2% Educação Ambiental 1 0,2% COLETA DE EXAMES 1 0,2% Campanha da Visão 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

231

Educação em saúde 1 0,2% CAPS 1 0,2% COMBATE A ROEDORES 1 0,2% Coleta seletiva de lixo 1 0,2% Saúde mental 1 0,2% SISPRENATAL 1 0,2% NUTRIÇÃO PARA PACIENTES DE ALTO RISCO 1 0,2% MASSOTERAPIA 1 0,2% CÁRIE ZERO 1 0,2% SORRINDO PARA O FUTURO 1 0,2% PSIQUIÁTRICO 1 0,2% Combate à violência 1 0,2% PSA 1 0,2% Puerperio 1 0,2% DSTs 1 0,2% Promoção saúde 1 0,2% Multirão de oftalmologia 1 0,2% Pedágio do carinho 1 0,2% As cincos Cores da Saúde 1 0,2% Recolhimento de medicamentos vencidos 1 0,2% Vacinação de cães e gatos 1 0,2% Doação de Sangue e Prevenção 1 0,2% Vigilância epidemiológica 1 0,2% Vigilância sanitária 1 0,2% Oftalmologia 1 0,2% Dia mundial da Saúde 1 0,2% Dia da Mulher 1 0,2%

P2_Q2.5.1Caso tenha parcerias,convênios ou consórcios,

o que o município oferece às Instituições?

Respostas % Não consta 286 57,7% Não sabe 92 18,5% Apoio financeiro/Pagamento 46 9,3% Auxílio em consultas e exames 9 1,8% Auxílio em Transporte 9 1,8% Profissionias especializados 9 1,8% APAE 8 1,6% Encaminha os pacientes para realização de exames 6 1,2% Demanda com repasse financeiro pré-fixado 5 1,0% Demanda 3 0,6% Espaço físico 3 0,6% Apoio técnico 2 0,4% Assistência/atendimento odontológica 2 0,4% Atendimento 24 hrs (plantão urgência emergência) 2 0,4%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

232

Atendimento Clínico 2 0,4% Contrapartida financeira 2 0,4% Contrapartida 2 0,4% Remuneração de convênios 2 0,4% Espaço físico e atendimento para Equoterapia 2 0,4% RH 2 0,4% Parceria com outros municípios 2 0,4% Materiais 2 0,4% Trabalho em conjunto 2 0,4% Compra serviços de saúde 1 0,2% Desconto nas consultas conforme a demanda 1 0,2% Articulação em ações de promoção de saúde 1 0,2% Repasse de conhecimento espec. em áreas especifica 1 0,2% Parcerias entre secretárias e entidades 1 0,2% Atendimentos direcionados por área 1 0,2% Atende à população itinerante 1 0,2% ATENDIMENTO EM SAÚDE AOS USUÁRIOS 1 0,2% Auxílio Alimentação 1 0,2% Campo de estágio 1 0,2% Clientela 1 0,2% Contrapartida com transporte e alimentação 1 0,2% Cedência de profissionais, veículos e transporte 1 0,2% Consórcio 1 0,2% Alimentação e material didátido-pedagógico e reabilitação 1 0,2% Convênio com universidade, oferecendo estágios 1 0,2% Pagamento diferenciado 1 0,2% Palestras 1 0,2% SUBVENÇÕES 1 0,2% Apoio a eventos 1 0,2% Treinamento de monitor para os programas 1 0,2% Ressarcimento 1 0,2% Convênios de prestação de serviço 1 0,2% Sedência de profissionais para APAE 1 0,2% SME - Atendimento Interdisciplinar aos alunos 1 0,2% APAE - Subsídios financeiros 1 0,2% Pagamento conforme serviço prestado 1 0,2% Atendimento médico-hospitalar 1 0,2% Suporte técnico 1 0,2% Vagas para atendimento 1 0,2%

P2_Q2.5.2E o que as Instituições oferecem em contrapartida?

Respostas % Não consta 286 57,7% Não sabe 94 19,0% Atendimento à população 19 3,8%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

233

Excução do serviço conforme contrato 14 2,8% Assistência/atendimento médico especializado 11 2,2% Atendimento aos deficientes 11 2,2% Consultas e exames de média complexidade 7 1,4% Prestação de serviço 6 1,2% Atendimento de urgência e emergência 5 1,0% Descontos 5 1,0% Exames e consultas 5 1,0% Fonoaudiologia 4 0,8% Internação/cirurgias 4 0,8% Atendimento hospitalar 4 0,8% Materiais 3 0,6% Recursos humanos 3 0,6% APAE/Atendimento de fisioterapia 2 0,4% Assistência 2 0,4% Apoio à saúde 2 0,4% Auxílio financeiro 2 0,4% Desenvolvimento de atividades educativas 2 0,4% Fisioterapia 2 0,4% Atendimentos laboratoriais 2 0,4% Participação em campanhas 2 0,4% Menor preço 2 0,4% Procedimentos ambulatoriais 2 0,4% Recursos 2 0,4% Serviços para suprir a demanda necessária 2 0,4% Prestação de contas 1 0,2% Vende serviços de alta e média complexidade 1 0,2% Apoio educacional 1 0,2% Orientação 1 0,2% Assessoramento em projetos e em atividades 1 0,2% Fisioterapía 1 0,2% Terapia Ocupacional 1 0,2% Assistência Psicológica 1 0,2% Compra de medicamentos 1 0,2% Atendimento por plantão médico 1 0,2% Atendimento em oficinas lúdicas 1 0,2% Acompanhamento com profissionais 1 0,2% Atendimentos de Média e Alta complexibilidades 1 0,2% Psicologia 1 0,2% Psiquiatria 1 0,2% Pediatria 1 0,2% Neurológico 1 0,2% RH 1 0,2% Redução de valores 1 0,2% AUXÍLIO DE PESSOAL 1 0,2% Colaboração nos projetos 1 0,2% Coleta de material para exames no município 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

234

Cursos de especialização 1 0,2% Pisicólogo 1 0,2% Oficinas 1 0,2% Possibilitam a participação dà comunidade 1 0,2% Diagnóstico local 1 0,2% Instalações 1 0,2% Profissionais que atuam em diversas áreas 1 0,2% Professores, cavalos e equitador para Equoterapia 1 0,2% Recursos financeiros 1 0,2% Educação 1 0,2% Profissionais especializados 1 0,2% Reabilitação 1 0,2% Serviços na área social 1 0,2% Trabaho em conjunto com a Unidade de Saúde 1 0,2% Trabalho interdisciplinar com APAES 1 0,2% Serviço de qualidade 1 0,2%

P2_Q2.5.3Nº de deficientes atendidos - Deficiência Intelectual

(QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Respostas % Não sabe 23 4,6% Não consta 374 75,4% <=,00 16 3,2% 1,00 - 10,00 44 8,9% 11,00 - 25,00 21 4,2% 26,00 - 50,00 11 2,2% 51,00 - 100,00 3 0,6% 101,00+ 4 0,8% Total 496 100,0%

Nº de deficientes atendidos - Deficiência Visual (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 24 4,8% Não consta 376 75,8% <=,00 32 6,5% 1,00 - 10,00 54 10,9% 11,00 - 25,00 4 0,8% 26,00 - 50,00 3 0,6% 51,00 - 100,00 1 0,2% 101,00+ 2 0,4% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

235

Nº de deficientes atendidos - Deficiência Auditiva (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 21 4,2% Não consta 375 75,6% <=,00 29 5,8% 1,00 - 10,00 61 12,3% 11,00 - 25,00 7 1,4% 26,00 - 50,00 2 0,4% 51,00 - 100,00 1 0,2% 101,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

Nº de deficientes atendidos - Deficiência Física (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 22 4,4% Não consta 373 75,2% <=,00 16 3,2% 1,00 - 10,00 62 12,5% 11,00 - 25,00 9 1,8% 26,00 - 50,00 7 1,4% 51,00 - 100,00 5 1,0% 101,00+ 2 0,4% Total 496 100,0%

Nº de deficientes atendidos - Deficiência Múltipla (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 25 5,0% Não consta 378 76,2% <=,00 28 5,6% 1,00 - 10,00 56 11,3% 11,00 - 25,00 3 0,6% 26,00 - 50,00 3 0,6% 51,00 - 100,00 2 0,4% 101,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

236

Nº de deficientes atendidos - Distúrbio global do desenvolvimento (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 30 6,0% Não consta 393 79,2% <=,00 42 8,5% 1,00 - 10,00 26 5,2% 11,00 - 25,00 2 0,4% 26,00 - 50,00 0 0,0% 51,00 - 100,00 2 0,4% 101,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

Nº de deficientes atendidos - Outras Síndromes (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 21 4,2% Não consta 396 79,8% <=,00 36 7,3% 1,00 - 10,00 36 7,3% 11,00 - 25,00 5 1,0% 26,00 - 50,00 0 0,0% 51,00 - 100,00 1 0,2% 101,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

P2_Q2.5.3_OUTRAS_QUAIS Nº de deficientes atendidos - Especifique outras Síndromes:

(QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Respostas % Não consta 430 86,7% Não sabe 19 3,8% Síndrome de Down 36 7,3% Todas/atendimento sem distinção se é deficiente 3 0,6% Autismo 2 0,4% Deficiência mental 2 0,4% Síndrome de West 2 0,4% Paralisia cerebral 1 0,2% Praderwilli 1 0,2% Não possui/outro município 1 0,2% Síndrome Angelman 1 0,2% Síndrome de Prader-Willi 1 0,2% Síndrome Cri-Du-Chat 1 0,2% Síndrome Landau Kleffner 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

237

Síndrome de Rett 1 0,2% Síndrome de Turner 1 0,2% Síndrome de Williams 1 0,2% Síndrome de Sjögren 1 0,2% Epilepsia 1 0,2% Toxoplasmose congênita cerebral 1 0,2% PARKINSON 1 0,2% ALZHEIMER 1 0,2% Síndrome da ausência 1 0,2% Síndromes congênitas 1 0,2% Hidrocefalia 1 0,2% Microcefalia 1 0,2% Síndrome de Duchenne 1 0,2% Síndrome de la Tourette 1 0,2%

P2_Q2.6Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número

de pessoas com deficiência atendidas - Neurologia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Respostas % Não sabe 19 3,8% Não consta 386 77,8% <=,00 52 10,5% 1,00 - 10,00 27 5,4% 11,00 - 25,00 10 2,0% 26,00 - 50,00 1 0,2% 51,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Pediatria (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe 27 5,4% Não consta 366 73,8% <=,00 23 4,6% 1,00 - 20,00 70 14,1% 21,00 - 50,00 3 0,6% 51,00 - 100,00 2 0,4% 101,00 - 200,00 4 0,8% 201,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

238

Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Clínico Geral (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 24 4,8% Não consta 359 72,4% <=,00 6 1,2% 1,00 - 20,00 65 13,1% 21,00 - 50,00 27 5,4% 51,00 - 100,00 4 0,8% 101,00 - 200,00 3 0,6% 201,00+ 8 1,6% Total 496 100,0%

Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Cardiologia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 22 4,4% Não consta 387 78,0% <=,00 58 11,7% 1,00 - 10,00 21 4,2% 11,00 - 25,00 4 0,8% 26,00 - 50,00 2 0,4% 51,00+ 2 0,4% Total 496 100,0%

Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Otorrinolaringologia (QUESTÃO PREJUDICADA

(qual período?))

Não sabe 20 4,0% Não consta 390 78,6% <=,00 64 12,9% 1,00 - 10,00 17 3,4% 11,00 - 25,00 2 0,4% 26,00 - 50,00 2 0,4% 51,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

239

Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Oftalmologia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 22 4,4% Não consta 387 78,0% <=,00 59 11,9% 1,00 - 10,00 18 3,6% 11,00 - 25,00 4 0,8% 26,00 - 50,00 3 0,6% 51,00+ 3 0,6% Total 496 100,0%

Serviços oferecidos nas unidades de baixa complexidade e o número de pesso-as com deficiência atendidas - Outros (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 27 5,4% Não consta 389 78,4% <=,00 36 7,3% 1,00 - 10,00 27 5,4% 11,00 - 25,00 6 1,2% 26,00 - 50,00 6 1,2% 51,00+ 5 1,0% Total 496 100,0%

P2_Q2.7Quanto à acessibilidade, a unidade de baixa complexidade oferece:

Respostas % Não consta 326 65,7% Rebaixamento de calçada 133 26,8% Elevadores Adaptados para deficientes 92 18,5% Elevadores com identificação de andar em Braille 11 2,2% Elevadores com informação de voz 1 0,2% Rampas com corrimão 136 27,4% Pisos Antiderrapantes 67 13,5% Pisos Tátil no entorno do posto ou outro espaço de saúde 110 22,2% Piso Tátil dentro do do posto ou outro espaço de saúde 8 1,6% Rebaixamento de telefones públicos 5 1,0% Rebaixamento de bebedouros 12 2,4% Rebaixamento de lixeiras 27 5,4% Alargamentos de portas 40 8,1% Corrimãos de apoio 117 23,6% Intérprete de LIBRAS 51 10,3% Não sabe 3 0,6% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

240

P2_Q2.7_QUAISQuanto à acessibilidade, a unidade de baixa complexidade oferece:

Quais outras adaptações

Respostas % Não consta 469 94,6% Não sabe 24 4,8% Banheiros 1 0,2% Centro de saúde 1 0,2% Posto de saúde 1 0,2% Todas 1 0,2%

P2_Q2.8Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de

pessoas com deficiência atendidas - Psicoterapia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Respostas % Não sabe 25 5,0% Não consta 405 81,7% <=,00 26 5,2% 1,00 - 10,00 24 4,8% 11,00 - 25,00 9 1,8% 26,00 - 50,00 3 0,6% 51,00+ 4 0,8% Total 496 100,0%

Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Fonoterapia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?)) Não sabe 23 4,6% Não consta 405 81,7% <=,00 26 5,2% 1,00 - 10,00 30 6,0% 11,00 - 25,00 7 1,4% 26,00 - 50,00 2 0,4% 51,00+ 3 0,6% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

241

Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Fisioterapia (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 24 4,8% Não consta 395 79,6% <=,00 13 2,6% 1,00 - 10,00 42 8,5% 11,00 - 25,00 6 1,2% 26,00 - 50,00 9 1,8% 51,00+ 7 1,4% Total 496 100,0%

Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o númerode pessoas com deficiência atendidas - Terapia Ocupacional

(QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 22 4,4% Não consta 416 83,9% <=,00 48 9,7% 1,00 - 10,00 5 1,0% 11,00 - 25,00 0 0,0% 26,00 - 50,00 3 0,6% 51,00+ 2 0,4% Total 496 100,0%

Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pessoas com deficiência atendidas - Psicopedagogia

(QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 25 5,0% Não consta 411 82,9% <=,00 42 8,5% 1,00 - 10,00 15 3,0% 11,00 - 25,00 0 0,0% 26,00 - 50,00 2 0,4% 51,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

242

Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pesso-as com deficiência atendidas - ServIço Social

(QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 23 4,6% Não consta 403 81,3% <=,00 23 4,6% 1,00 - 10,00 24 4,8% 11,00 - 25,00 10 2,0% 26,00 - 50,00 7 1,4% 51,00+ 6 1,2% Total 496 100,0%

Serviços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número de pesso-as com deficiência atendidas - Outros (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 20 4,0% Não consta 435 87,7% <=,00 33 6,7% 1,00 - 5,00 6 1,2% 6,00 - 10,00 0 0,0% 11,00+ 2 0,4% Total 496 100,0%

P2_Q2.8_QUAISServiços oferecidos nas unidades de média complexidade e o número

de pessoas com deficiência atendidas - Outros (quais)

Respostas % Não consta 458 92,3% Não sabe 22 4,4% Nutricionista 8 1,6% Psicologia 3 0,6% Fonoterapia (em outra cidade) 1 0,2% CAPS 1 0,2% Encaminham a outros municípios 1 0,2% Dentista 1 0,2% Ginecologista 1 0,2% Ortopedista 1 0,2% Fisioterapia 1 0,2% Enfermagem 1 0,2% Psiquiatria 1 0,2% Outros municípios 1 0,2% Todos 1 0,2% Terapias alternativas 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

243

P2_Q2.9Quanto à acessibilidade, a unidade de média complexidade oferece:

Respostas % Não consta 326 65,7% Rebaixamento de calçada 133 26,8% Elevadores Adaptados para deficientes 92 18,5% Elevadores com identificação de antar em Braille 11 2,2% Elevadores com informação de voz 1 0,2% Rampas com corrimão 136 27,4% Piso Antiderrapantes 67 13,5% Pisos Tátil no entorno do posto ou outro espaço de saúde 110 22,2% Piso Tátil dentro do do posto ou outro espaço de saúde 8 1,6% Rebaixamento de telefones públicos 5 1,0% Rebaixamento de bebedouros 12 2,4% Rebaixamento de lixeiras 27 5,4% Alargamentos de portas 40 8,1% Corrimãos de apoio 117 23,6% Intérprete de LIBRAS 51 10,3% Não sabe 3 0,6% Total 496 100,0%

P2_Q2.9_QUAISQuanto à acessibilidade, a unidade de média complexidade oferece:

Quais outras adaptações

Respostas % Não consta 480 96,8% Não sabe 15 3,0% Centro de especialidades 1 0,2%

P2_Q2.10Nos teste realizados quantas crianças tiveram confirmação da deficiência:

Teste do Pezinho (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Respostas % Não sabe 21 4,2% Não consta 377 76,0% <=,00 66 13,3% 1,00 - 2,00 17 3,4% 3,00 - 5,00 9 1,8% 6,00 - 10,00 2 0,4% 11,00+ 4 0,8% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

244

Nos teste realizados quantas crianças tiveram confirmação da deficiência: Teste da Orelhinha (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 26 5,2% Não consta 391 78,8% <=,00 74 14,9% 1,00 - 2,00 3 0,6% 3,00 - 5,00 0 0,0% 6,00 - 10,00 2 0,4% 11,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

Nos teste realizados quantas crianças tiveram confirmação da deficiência: Tes-te do Olhinho (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 24 4,8% Não consta 392 79,0% <=,00 76 15,3% 1,00 - 2,00 3 0,6% 3,00 - 5,00 1 0,2% 6,00 - 10,00 0 0,0% 11,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

Nos teste realizados quantas crianças tiveram confirmação da deficiência: Outros (QUESTÃO PREJUDICADA (qual período?))

Não sabe 19 3,8% Não consta 417 84,1% <=,00 54 10,9% 1,00 - 2,00 5 1,0% 3,00 - 5,00 0 0,0% 6,00 - 10,00 0 0,0% 11,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

245

P2_Q2.11Quanto à acessibilidade, a unidade de alta complexidade oferece:

Respostas % Não consta 326 65,7% Rebaixamento de calçada 133 26,8% Elevadores Adaptados para deficientes 92 18,5% Elevadores com identificação de andar em Braille 11 2,2% Elevadores com informação de voz 1 0,2% Rampas com corrimão 136 27,4% Piso Antiderrapantes 67 13,5% Pisos Tátil no entorno do posto ou outro espaço de saúde 110 22,2% Piso Tátil dentro do do posto ou outro espaço de saúde 8 1,6% Rebaixamento de telefones públicos 5 1,0% Rebaixamento de bebedouros 12 2,4% Rebaixamento de lixeiras 27 5,4% Alargamentos de portas 40 8,1% Corrimãos de apoio 117 23,6% Intérprete de LIBRAS 51 10,3% Não sabe 1 0,2% Total 496 100,0%

PARTE3-CULTURAETURISMO

P3_Q2.1_CULTURAQue possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiência no seu

município, nas seguintes áreas - Cultura

Respostas % Não consta 207 41,7% Não sabe 92 18,5% Rampas 28 5,6% Casa da cultura/centro cultural 19 3,8% Biblioteca 18 3,6% Existem 14 2,8% Eventos/projetos culturais 11 2,2% Telecentro/teatro/cineclube 11 2,2% Atividades de canto, música, dança e teatro 9 1,8% Existem parcialmente 6 1,2% Banheiros adaptados para cadeirantes 5 1,0% Corrimão 5 1,0% Elevador 5 1,0% Museu 5 1,0% Projetos de melhoria 5 1,0% Ctg 3 0,6% Palco de eventos/parque de eventos 3 0,6% Apae 2 0,4%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

246

Atividades culturais escolares 2 0,4% Calçadas rebaixadas 2 0,4% Centros comunitários 2 0,4% Secretaria da cultura 2 0,4% Outras respostas 6 1,2%

P3_Q2.1_TURISMOQue possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiência

no seu município, nas seguintes áreas - Turismo

Respostas % Não consta 210 42,3% Não sabe 117 23,6% Pontos turísticos com facilidade de acesso 15 3,0% Rampas 15 3,0% Parcialmente/em implantação 12 2,4% Existem 9 1,8% Calçadas rebaixadas/vias adaptadas 6 1,2% Igreja com facilidade de acesso 4 0,8% Banheiros adaptados 3 0,6% Hotel com rampas 3 0,6% Nos parques 3 0,6% Centro histórico municipal com rampas 2 0,4% Corrimão 2 0,4% Em espaços públicos 2 0,4% Em eventos municipais 2 0,4% Praças com rampas 2 0,4% Outras respostas 9 1,8%

P3_Q2.1_ESPORTEQue possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiência no seu

município, nas seguintes áreas - Esporte

Respostas % Não consta 210 42,3% Não sabe 107 21,6% Facilidade de acesso no ginásio (rampa, corrimão, etc...) 25 5,0% Rampas 16 3,2% Práticas desportivas adaptadas 14 2,8% Existem 13 2,6% Acesso para assistir a esportes 8 1,6% Existem parcialmente 6 1,2% Banheiros adaptados 3 0,6% Em implantação 3 0,6% Corrimão 2 0,4% Quadras de esporte 2 0,4% Outras respostas 8 1,6%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

247

P3_Q2.1_LAZERQue possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiência no seu

município, nas seguintes áreas - Lazer

Respostas % Não consta 211 42,5% Não sabe 109 22,0% Parques e praças acessíveis 28 5,6% Festas, bailes e eventos 16 3,2% Existem 15 3,0% Rampas 15 3,0% Existem parcialmente 9 1,8% Corrimão 3 0,6% Eventos esportivos 3 0,6% Calçadas rebaixadas 2 0,4% Grupo de convivência 2 0,4% Outras respostas 14 2,8%

P3_Q2.1_HABITACAOQue possibilidades de acesso existem para as pessoas com deficiência no seu

município, nas seguintes áreas - Habitação

Respostas % Não consta 214 43,1% Não sabe 128 25,8% Rampas 12 2,4% Existem 11 2,2% Existem parcialmente 11 2,2% Novas construções com mais acesso 4 0,8% Casas adaptadas 3 0,6% Em implantação 3 0,6% Calçadas rebaixadas 2 0,4% Corrimão 2 0,4% Programa minha casa, minha vida 2 0,4% Outras respostas 12 2,4%

P3_Q2.2_CULTURAQue barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa

com deficiência ter acesso às seguintes áreas - Cultura

Respostas % Não consta 207 41,7% Não sabe 135 27,2% Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, etc) 116 23,4% Falta de atividades/projetos/recursos humanos e financ. 25 5,0% Banheiros não adaptados 10 2,0% Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 9 1,8%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

248

Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento 9 1,8% Portas estreitas 4 0,8% Falta de incentivo/inclusão 2 0,4% Ônibus sem adaptação 1 0,2% Falta de livros em Braille 1 0,2% Preconceito 1 0,2% Própria limitação do deficiente 1 0,2%

P3_Q2.2_TURISMOQue barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com

deficiência ter acesso às seguintes áreas - Turismo

Respostas % Não consta 210 42,3% Não sabe 143 28,8% Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, etc) 94 19,0% Falta de atividades, projetos, recursos humanos e financ. 28 5,6% Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento 27 5,4% Banheiros não adaptados 9 1,8% Ônibus sem adaptação 4 0,8% Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 4 0,8% Pessoal despreparado. 4 0,8% Falta de incentivo/inclusão/Barreiras sociais 3 0,6%

P3_Q2.2_ESPORTEQue barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com

deficiência ter acesso às seguintes áreas - Esporte

Respostas % Não consta 210 42,3% Não sabe 142 28,6% Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, etc) 82 16,5% Falta de recursos materiais e estruturais, programas e projetos voltados 46 9,3% Pessoal despreparado. 12 2,4% Banheiros não adaptados 10 2,0% Falta de incentivo/inclusão 7 1,4% Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento 6 1,2% Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 2 0,4% Preconceito/Barreiras sociais 2 0,4% Própria limitação do deficiente 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

249

P3_Q2.2_LAZERQue barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa com

deficiência ter acesso às seguintes áreas - Lazer

Respostas % Não consta 211 42,5% Não sabe 156 31,5% Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, etc) 84 16,9% Falta de recursos materiais e estruturais, programas e projetos voltados 37 7,5% Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento 10 2,0% Banheiros não adaptados 6 1,2% Falta de incentivo/inclusão 3 0,6% Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 3 0,6% Preconceito/Barreiras sociais 2 0,4% Própria limitação do deficiente 1 0,2%

P3_Q2.2_HABITACAOQue barreiras são encontradas, no seu município, para uma pessoa

com deficiência ter acesso às seguintes áreas - Habitação

Respostas % Não consta 214 43,1% Não sabe 175 35,3% Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, corrimãos, elevadores etc) 80 16,1% Falta de recursos materiais e estruturais, programas e projetos voltados 21 4,2% Banheiros não adaptados 5 1,0% Falta de incentivo/inclusão 5 1,0% Poder aquisitivo 3 0,6% Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento 3 0,6% Planejamento das residências 1 0,2% Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 1 0,2% Desrespeito/Barreiras sociais 1 0,2%

P3_Q2.3Que providências estão sendo tomadas para superação das barreiras

e construção do acesso às politícas acima citadas?

Respostas % Não consta 164 33,1% Não sabe 79 15,9% Adaptação de locais parà inclusão/Modelagem arquitetônica 117 23,6% Nenhuma/Nada ainda 40 8,1% Planejamento ou Em estudo 40 8,1%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

250

Programas e Projetos 20 4,0% Debates públicos 10 2,0% Orientação e conscientização pessoal 9 1,8% Espera por Recursos 9 1,8% Criação de um conselho/plano municipal 4 0,8% Transporte adequado 3 0,6% Equipamentos e profissionais adequados 3 0,6% Vagas de estacionamento 2 0,4% Melhorias nas instituições 2 0,4% Moradias adequadas 1 0,2% Apoio médico 1 0,2%

P3_Q2.4_FROTA_ACESSIBILIDADEQuantos ônibus com acessibilidade estão disponíveis no município?

(QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE À FROTA PRÓPRIA DA PREFEITURA E OUTROS RESPONDERAM REFERENTE À FROTA

TERCEIRIZADA TB)

Respostas % Não sabe 13 2,6% Não consta 172 34,7% <=,00 254 51,2% 1,00 - 10,00 49 9,9% 11,00 - 25,00 3 0,6% 26,00+ 5 1,0% Total 496 100,0%

Qual o n.º total da frota? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE À FROTA PRÓPRIA DA PREFEITURA E OUTROS

RESPONDERAM REFERENTE À FROTA TERCEIRIZADA TB)

Não sabe 40 8,1% Não consta 180 36,3% <=,00 137 27,6% 1,00 - 10,00 99 20,0% 11,00 - 25,00 30 6,0% 26,00 - 50,00 10 2,0% 51,00 - 100,00 3 0,6% 101,00+ 5 1,0% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

251

P3_Q2.5Que percentual esse número significa em relação ao universo da frota

municipal? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE À FROTA PRÓPRIA DA PREFEITURA E OUTROS RESPONDERAM

REFERENTE À FROTA TERCEIRIZADA TB)

Respostas % Não sabe 74 14,9% Não consta 172 34,7% <=,00 180 36,3% ,01 - 2,00 57 11,5% 2,01 - 5,00 0 0,0% 5,01 - 10,00 3 0,6% 10,01+ 10 2,0% Total 496 100,0%

Qual o n.º de ônibus adaptados?

Não sabe 36 7,3% Não consta 172 34,7% <=,00 236 47,6% 1,00 - 10,00 46 9,3% 11,00 - 25,00 0 0,0% 26,00+ 6 1,2% Total 496 100,0%

P3_Q2.6Que horários são disponibilizados para este serviço de transporte acessível?

Respostas % Não consta 164 33,1% Não sabe 269 54,2% Ao longo do dia 28 5,6% Horário escolar 22 4,4% Quando solicitado/agendado 10 2,0% Poucas vezes durante o dia 3 0,6% À tarde 2 0,4%

P3_Q2.7Quais as regiões da cidade que utilizam o serviço de transporte coletivo acessível?

Respostas % Não consta 375 75,6% Não sabe 155 31,3% Nenhuma/Não há ônibus acessível 126 25,4%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

252

Toda cidade, ou quase 25 5,0% Zona Rural-Urbana e vice-versa 9 1,8% Bairro-Centro e vice-versa 7 1,4% Bairros/Interior 7 1,4% Centro 2 0,4% Interior/Rural com agendamento 1 0,2%

P3_Q2.8A lei orgânica do município prevê uma política universalizada no transporte coletivo?

Respostas % Não sabe 7 1,4% Não consta 172 34,7% Não 158 31,9% Sim 159 32,1% Total 496 100,0%

P3_Q2.9Quais providências estão sendo tomadas para que toda a frota esteja acessível até

o ano de 2014 conforme capítulo V do Decreto Federal 5.692 de 2/12/2004?

Respostas % Não consta 164 33,1% Não sabe 93 18,8% Nenhuma/Nada ainda 66 13,3% Aguardo/Planejamento 62 12,5% Aquisição de novos veículos 56 11,3% Não existe frota 32 6,5% Debates/Licitações/Organização de Projetos e programas de empresas públicas e privadas 19 3,8% Captação de recursos 4 0,8% Especialização profissional 1 0,2%

PARTE4-DADOSREFERENTESÀPOLÍTICADOTRAB.EASSIT.SOCIAL

P4_Q2.1

Existem empresas com mais de 100 funcionários na região?

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 18 3,6% Não 142 28,6% Sim 155 31,3% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

253

P4_Q2.1_QUANTAS Quantas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS

RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não sabe 154 31,0% Não consta 181 36,5% <=,00 47 9,5% 1,00 - 10,00 104 21,0% 11,00 - 25,00 7 1,4% 26,00 - 50,00 1 0,2% 51,00+ 2 0,4% Total 496 100,0%

P4_Q2.1.1Destas empresas quantas cumprem a lei de cotas? (QUESTÃO PREJUDICADA,

POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não sabe 191 38,5% Não consta 181 36,5% <=,00 67 13,5% 1,00 - 2,00 41 8,3% 3,00 - 5,00 13 2,6% 6,00+ 3 0,6% Total 496 100,0%

P4_Q2.2Qual o número de pessoas com deficiência empregadas no mercado de trabalho formal? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS

RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não sabe 180 36,3% Não consta 181 36,5% <=,00 56 11,3% 1,00 - 10,00 65 13,1% 11,00 - 50,00 10 2,0% 51,00 - 100,00 2 0,4% 101,00 - 200,00 1 0,2% 201,00 - 500,00 0 0,0% 501,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

254

P4_Q2.3Há pessoas com deficiência realizando estágio nas empresas? (QUESTÃO

PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 73 14,7% Não 213 42,9% Sim 29 5,8% Total 496 100,0%

P4_Q2.3_QUANTASQuantas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM

REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não sabe 224 45,2% Não consta 181 36,5% <=,00 79 15,9% 1,00 - 1,00 6 1,2% 2,00 - 2,00 2 0,4% 3,00 - 5,00 3 0,6% 6,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

P4_Q2.4Há pessoas com deficiência realizando estágio nas instituições públicas?

(QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 55 11,1% Não 228 46,0% Sim 32 6,5% Total 496 100,0%

P4_Q2.4_QUANTASQuantas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM

REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não sabe 212 42,7% Não consta 181 36,5%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

255

<=,00 81 16,3% 1,00 - 1,00 13 2,6% 2,00 - 2,00 3 0,6% 3,00 - 5,00 6 1,2% 6,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

P4_Q2.5Há pessoas com deficiência realizando estágio em ONGs? (QUESTÃO

PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 61 12,3% Não 242 48,8% Sim 12 2,4% Total 496 100,0%

P4_Q2.5_QUANTASQuantas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM

REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não sabe 221 44,6% Não consta 181 36,5% <=,00 89 17,9% 1,00 - 1,00 1 0,2% 2,00 - 2,00 1 0,2% 3,00+ 3 0,6% Total 496 100,0%

P4_Q2.6.1Explicite os cursos de qualificação profissional existentes: (QUESTÃO

PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não consta 342 69,0% Não sabe 75 15,1% Não há 36 7,3% Informática/Inclusão digital 16 3,2% Artesanato 10 2,0% Corte e costura / Tricô e Crochê 7 1,4%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

256

SENAI 4 0,8% Violão/Música 4 0,8% Eletricista 4 0,8% Marcenaria 4 0,8% Manicure e Pedicure 3 0,6% Leitura e interpretação de desenho/Pintura 3 0,6% SESC 2 0,4% Culinária 2 0,4% SENAC 2 0,4% Calçadista 2 0,4% Doméstica 2 0,4% APAE 2 0,4% Pedreiro/Azulejista 2 0,4% A/Rampa 1 0,2% SESI 1 0,2% Mecânica 1 0,2% Derivados do leite 1 0,2% FADERS 1 0,2% Projeto Rumo-Norte 1 0,2% Jardinagem 1 0,2% Reciclagem 1 0,2% Panificação 1 0,2% Dança 1 0,2% Enfermagem 1 0,2% Nutrição 1 0,2%

P4_Q2.6Existem cursos de qualificação profissional no qual pessoas com deficiência

estejam inseridas? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO -

REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 51 10,3% Não 218 44,0% Sim 46 9,3% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

257

P4_Q2.7Quais os locais ou instituições que encaminham pessoas com deficiência para o mercado de trabalho? (QUESTÃO PREJUDICADA, POIS ALGUNS MUNICÍPIOS

RESPONDERAM REFERENTE AO SEU MUNICÍPIO E OUTROS À SUA REGIÃO - REGIÃO DE ABRANGÊNCIA INDEFINIDA)

Respostas % Não consta 294 59,3% Não sabe 55 11,1% APAE 48 9,7% Nenhuma/Não há 48 9,7% Agências do município / Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação 27 5,4% SINE 22 4,4% Assistência social / CRAS 18 3,6% Outros 15 3,0% Ciee 3 0,6%

P4_Q2.8

Quais as barreiras observadas no acesso ao Mercado de Trabalho para as pessoas com deficiência?

Respostas % Não consta 289 58,3% Não sabe 35 7,1% Falta de capacitação/qualificação 47 9,5% Preconceito/Discriminalização 44 8,9% Desemprego geral 34 6,9% Barreiras arquitetônicas 29 5,8% Empresas não contratam/Desconhecem a lei 27 5,4% Falta de transporte adequado 10 2,0% Comodismo por receberem BPC/LOAS 9 1,8% Falta de incentivo famíliar 8 1,6% Não há barreiras 6 1,2% Aceitação/Inclusão 5 1,0% Inapta ao trabalho 4 0,8% Sem interesse em trabalhar 2 0,4%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

258

P4_Q2.9Existem órgãos fiscalizadores no cumprimento da lei de cotas?

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 17 3,4% Não 215 43,3% Sim 83 16,7% Total 496 100,0%

P4_Q2.9_QUALQual Órgão?

Respostas % Não consta 368 74,2% Não sabe 95 19,2% Ministério de Trabalho e Emprego 17 3,4% Órgãos/Conselhos municipais 10 2,0% Secretaria/Conselho de Assistência Social 3 0,6% Associação das Pessoas com Deficiência 2 0,4% Ministério Público 2 0,4%

P4_Q3.1Há um orgão do município que articula políticas de Assitência Social para as

pessoas com deficiência?

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 25 5,0% Não 62 12,5% Sim 228 46,0% Total 496 100,0%

P4_Q3.2O município possui: O município não possui:

Respostas % Não consta 0 0,0% Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) 224 45,2% Centro de Ref. Especial em Assistência Social (CREAS) 41 8,3% Centro de Convivência para Pessoas com Deficiência 46 9,3% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

259

P4_Q3.3Quantos usuários possuem o BPC (Benefício de Prestação Continuada)?

Respostas % Não sabe 64 12,9% Não consta 181 36,5% <=,00 2 0,4% 1,00 - 25,00 109 22,0% 26,00 - 50,00 52 10,5% 51,00 - 100,00 42 8,5% 101,00 - 250,00 25 5,0% 251,00 - 500,00 11 2,2% 501,00 - 1000,00 5 1,0% 1001,00+ 5 1,0% Total 496 100,0%

P4_Q3.4Quantos usuários utilizam o Passe Livre Intermunicipal?

(QUESTÃO PREJUDICADA: Alguns municípios incluiram idosos e outros não)

Respostas % Não sabe 93 18,8% Não consta 181 36,5% <=,00 28 5,6% 1,00 - 10,00 84 16,9% 11,00 - 25,00 52 10,5% 26,00 - 50,00 29 5,8% 51,00 - 100,00 9 1,8% 101,00 - 250,00 14 2,8% 251,00+ 6 1,2% Total 496 100,0%

P4_Q3.5_FEDERALCite os Programas de Assistência Social existentes no município -

Em âmbito federal (Ex: PETI, PBF):

Respostas % Não consta 208 41,9% Não sabe 7 1,4% PBF - Piso Básico Fixo 219 44,2% PAIF - Programa de Atenção Integral à Família 100 20,2% PETI - Prog. De erradicação do trab. Infantil 75 15,1% ProJovem 74 14,9% Bolsa Família 50 10,1% BPC - Benefío de Prestação Continuada 28 5,6% PBV - Piso Básico Variável 27 5,4% IGDBF - Índice de Gestão Descentralizada Bolsa Família 14 2,8%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

260

PBT 12 2,4% PTMC - PISO DE TRANSIÇÃO DE MÉDIA COMPLEXIDADE 11 2,2% Apoio Socioeducativo às Famílias (ASEF) 7 1,4% PAC - Piso de Alta Complexidade 6 1,2% Outros 6 1,2% Sentinela - Programa de Atendimento às Vítimas de Violência 6 1,2% PVMC - Piso Variável de Média Complexidade 5 1,0% OASF - ORIENTAÇÃO E APOIO SOCIOFAMÍLIAR. 5 1,0% PCD - pessoas com deficiência 5 1,0% PAEFI - Atendimento Especializado às Famílias em Situação de Violência 5 1,0% Minha casa, minha vida 5 1,0% PPD (pessoas portadoras de deficiência) 4 0,8% Cadúncio 3 0,6% Grupo/Serviço de convivência 3 0,6% CRAS - Centro de Referência da Assistência Social 3 0,6% Proteção Básica 3 0,6% Programa com criança de 0 a 6 anos e Idosos 3 0,6% PSB - Prog. Social Básico 3 0,6% Proteção social 3 0,6% API - ASSISTÊNCIA PSIQUIÁTRICA INTEGRADA 2 0,4% PAEF - Programa de Atenção especial à Família 2 0,4% PAA - Programa de Aquisição de Alimentos 2 0,4% Abrigo 2 0,4% Bolsa Alimentação 1 0,2% CREAS - Centro de Ref. Especial em Assistência social 1 0,2% FECA - Fundo Estadual para a Criança e o Adolescente 1 0,2% ASEMA - Ações Socioeducativo ao Meio Ambiente 1 0,2% Programa de Enfrentamento a Exploração Sexual de CA 1 0,2% AABB Comunidade 1 0,2% (Asefam) - Ações Socioeducativas à Família 1 0,2% PIM-Programa Primeira Infância Melhor 1 0,2%

P4_Q3.5_ESTADUALCite os Programas de Assistência Social existentes no município -

Em âmbito estadual (Ex: Programa Emancipar, outros):

Respostas % Não consta 234 47,2% Não sabe 35 7,1% FEAS - Fundo Estadual da Assistência Social 80 16,1% OASF - ORIENTAÇÃO E APOIO SOCIOFAMÍLIAR. 74 14,9% Emancipar 58 11,7% PIM - Primeira Infância Melhor 24 4,8% PEAS - Programa Estadual de Assistência Social 23 4,6%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

261

ASEMA - Ações Socioeducativo ao Meio Ambiente 8 1,6% RS Amigo do Idoso 8 1,6% FECA - Fundo Estadual para a Criança e o Adolescente 7 1,4% Outros 7 1,4% Não há/Não tem 6 1,2% ProJovem 3 0,6% Grupo de convivência 2 0,4% (Asefam) - Ações Socioeducativas à Família 2 0,4% PAIF - Programa de Atenção Integral à Família 2 0,4% Rede de Proteção Social Básica 2 0,4% Alfabetização de Idosos 1 0,2% RS Criança 1 0,2% Empreendedorismo 1 0,2%

P4_Q3.5_MUNICIPALCite os Programas de Assistência Social existentes no município -

Em âmbito municipal: Respostas % Não consta 262 52,8% Não sabe 35 7,1% Outros 58 11,7% Idoso 46 9,3% PCD - Pessoa com Deficiência - grupo de convivência 24 4,8% Inclusão/amparo à Criança e ao Adolescente 23 4,6% Benefício eventual 21 4,2% ASEMA 19 3,8% Oficinas socioeducativas 17 3,4% Cursos de qualificação/geração de renda 17 3,4% Mulher/Mães 14 2,8% OASF - ORIENTAÇÃO E APOIO SOCIOFAMÍLIAR. 13 2,6% Família 13 2,6% Grupos de convivência - dividir os grupos 11 2,2% Não há 11 2,2% CRAS - Centro de Referência da Assistência Social 8 1,6% Plantão Social 8 1,6% PPD - grupo de convivência 6 1,2% Gestante 6 1,2% PAIF 6 1,2% AABB Comunidade 4 0,8% BPC 4 0,8% Atendimento 4 0,8% Programa do leite 4 0,8% Jovem Trabalhador 3 0,6% ABRIGO 3 0,6% APAE 3 0,6% CREAS - Centro de Ref. Especial em Assistência social 3 0,6%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

262

Albergue 3 0,6% Auxílio Funeral 3 0,6% Projovem 3 0,6% Restaurante Popular 2 0,4% Centro de atendimendo à Criança e ao adolescente 2 0,4% Bolsa família 2 0,4% Alcoólicos 2 0,4% PSC - Prestação de Serviços à Comunidade 1 0,2% Passe Livre 1 0,2% Adulto na escola 1 0,2% (Asefam) - Ações Socioeducativas à Família 1 0,2%

P4_Q3.6Há entidades representativas das pessoas com deficiência

(Ex: Associação dos surdos, etc.)?

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 3 0,6% Não 179 36,1% Sim 133 26,8% Total 496 100,0%

P4_Q3.6_QUANTASQuantas?

Respostas % Não sabe 28 5,6% Não consta 360 72,6% <=,00 0 0,0% 1,00 - 1,00 84 16,9% 2,00 - 2,00 12 2,4% 3,00 - 3,00 2 0,4% 4,00+ 10 2,0% Total 496 100,0%

P4_Q3.6_CITARCite-as:

Respostas % Não consta 374 75,4% Não sabe 54 10,9% APAE - Pais e amigos 78 15,7% Associações 36 7,3% Não há 10 2,0% Conselho municipal 4 0,8% Pestalozzi 2 0,4%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

263

P4_Q3.7Há entidades (ONGS) prestadoras de serviço na área de Assistência Social à

pessoas com deficiência?

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 2 0,4% Não 209 42,1% Sim 104 21,0% Total 496 100,0%

P4_Q3.7_QUANTASQuantas?

Respostas % Não sabe 31 6,3% Não consta 392 79,0% <=,00 1 0,2% 1,00 - 1,00 58 11,7% 2,00 - 2,00 6 1,2% 3,00 - 3,00 2 0,4% 4,00 - 5,00 5 1,0% 6,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

P4_Q3.7_CITARCite-as:

Respostas % Não consta 346 69,8% Não sabe 76 15,3% APAE 63 12,7% Inexistente/Não há 8 1,6% ADEFI 3 0,6% APADEF 2 0,4% LEME 1 0,2% AFAD 1 0,2% ADEVIS 1 0,2% ASLA 1 0,2% ADEVIC 1 0,2% Chimarrão da amizade 1 0,2% ACADEF 1 0,2% ADF 1 0,2% ABRADEVIS 1 0,2% Pandorga 1 0,2% Associação Vida Nova 1 0,2% APADA 1 0,2%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

264

CASA LAR 1 0,2% APADEV 1 0,2% APECAN 1 0,2% Associação Pró-Vida 1 0,2% Ong Síndrome de Down Unidos para o Amanhã 1 0,2% Pestalozzi 1 0,2%

P4_Q3.8Existem parcerias (Rede Social) com as políticas públicas?

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 3 0,6% Não 69 13,9% Sim 243 49,0% Total 496 100,0%

P4_Q3.8.1Sendo a resposta positiva, qual seu grau de satisfação?

Respostas % Não sabe 282 56,9% Não consta 1 0,2% Ótimo 20 4,0% Bom 137 27,6% Regular 44 8,9% Insuficiente 12 2,4% Total 496 100,0%

P4_Q3.8.1_JUSTIFIQUEJustifique:

Respostas % Não consta 333 67,1% Não sabe 32 6,5% Há beneficiados/estrutura - boa articulação 64 12,9% Não há parcerias/faltam articulações 17 3,4% Pouca parceria 14 2,8% Processo em construção/andamento/ampliação 13 2,6% Há algumas dificuldades/falhas 8 1,6% Rede não-eficiente 8 1,6% Falta de preparo/qualificação para atender ao PCDs 6 1,2% Não há interesse na criação de parecerias/ONGs 5 1,0% Falta concientização das pessoas 4 0,8%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

265

P4_Q3.9Os locais públicos que prestam serviço na área da política de

assistência social possuem acesso universal?

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 3 0,6% Não 111 22,4% Sim 201 40,5% Total 496 100,0%

P4_Q3.10Existem Barreiras nestes locais?

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 3 0,6% Não 116 23,4% Sim 196 39,5% Total 496 100,0%

P4_Q3.10_QUAISQuais?

Respostas % Não consta 308 62,1% Não sabe 43 8,7% Barreias físicas/arquitetônicas gerais (rampas, etc) 132 26,6% Banheiros não adaptados 32 6,5% Portas estreitas 7 1,4% Falta de sinalização tátil, visual ou sonora 5 1,0% Falta de incentivo/inclusão 2 0,4% Falta de transp. adequado/Dificuldade de deslocamento 2 0,4% Qualificação dos profissionais 1 0,2% Preconceito 1 0,2% Não há barreiras 1 0,2%

P4_Q3.11Estão sendo tomadas providências pra superar estas barreiras ao

acesso universal?

Respostas % Não consta 181 36,5% Não sabe 15 3,0% Não 73 14,7% Sim 227 45,8% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

266

P4_Q3.11_QUAISQuais?

Respostas % Não sabe 36 7,3% Não consta 295 59,5% Implantação/Construção do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) 14 2,8% Acessibilidade/Adaptações arquitetônicas 104 21,0% Altereações e adaptações nas escolas 1 0,2% Reservas em Estacionamentos 1 0,2% Assistência 1 0,2% Busca por recursos 3 0,6% Inclusão/Aceitação 4 0,8% Conscientização 6 1,2% Capacitação profissional 4 0,8% Projetos/Parcerias 1 0,2% Palestras 1 0,2% Atividades e Artezanato 2 0,4% Criação de um conselho e comitê 4 0,8% Desenvolvimento social 2 0,4% Andamento/Elaboração/Planejamento 17 3,4%

PARTE5-EQUIPAMENTOURBANOPARAPESSOASCOM DEFICIÊNCIA

P5_Q2.1Assinale os mobiliários e equipamentos existentes no município:

Respostas % Não consta 325 65,5% Estacionamento reservado nas ruas 60 12,1% Meio-fios rebaixados 141 28,4% Lixeiras rebaixadas 41 8,3% Telefone público rebaixados 51 10,3% Lixeiras devidamente sinalizadas e posicionadas, permitindo 47 9,5% Telefones públicos devidamente sinalizados e posicionados, pé 50 10,1% Hidrantes devidamente sinalizados e posicionados, permitindo livre circulação 19 3,8% Piso contraste (tátil) 21 4,2% Piso tátil de alerta na borda dos rebaixamentos 10 2,0% Pisos antiderrapantes nos interiores dos prédios 31 6,3% Sinaleira Sonora 6 1,2% Telefone para Surdo TDD 4 0,8% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

267

PARTE6-DADOSGERAISDOMUNICÍPIO

P6_Q1.3Quais os conselhos já implantados no seu município?

Respostas % Não consta 342 69,0% Educação 152 30,6% Saúde 153 30,8% Assistência Social 150 30,2% Direitos da Pessoa com Deficiência 18 3,6% Outros 119 24,0% Total 496 100,0%

P6_Q1.4O Município possui mapeamento de suà população com deficiência?

Respostas % Não sabe 3 0,6% Não consta 341 68,8% Não 106 21,4% Sim 46 9,3% Total 496 100,0%

P6_Q1.5Quantas Pessoas com Deficiência. Na zona urbana?

Respostas % Não sabe 89 17,9% Não consta 341 68,8% <=,00 1 0,2% 1,00 - 100,00 60 12,1% 101,00 - 250,00 2 0,4% 251,00 - 500,00 1 0,2% 501,00 - 1000,00 1 0,2% 1001,00 - 2000,00 0 0,0% 2001,00 - 5000,00 0 0,0% 5001,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

268

Quantas Pessoas com Deficiência. Na zona rural? Não sabe 95 19,2% Não consta 341 68,8% <=,00 1 0,2% 1,00 - 25,00 44 8,9% 26,00 - 50,00 9 1,8% 51,00 - 100,00 6 1,2% 101,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

P6_Q1.7O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências:

Quantos com Deficiência Intelectual

Respostas % Não sabe 81 16,3% Não consta 347 70,0% <=,00 8 1,6% 1,00 - 10,00 29 5,8% 11,00 - 25,00 18 3,6% 26,00 - 50,00 6 1,2% 51,00 - 100,00 5 1,0% 101,00 - 250,00 2 0,4% 251,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Deficiência Visual

Não sabe 82 16,5% Não consta 348 70,2% <=,00 20 4,0% 1,00 - 10,00 39 7,9% 11,00 - 25,00 5 1,0% 26,00 - 50,00 2 0,4% 51,00 - 100,00 0 0,0% 101,00 - 250,00 0 0,0% 251,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

269

O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Deficiência Auditiva

Não sabe 80 16,1% Não consta 346 69,8% <=,00 16 3,2% 1,00 - 10,00 43 8,7% 11,00 - 25,00 9 1,8% 26,00 - 50,00 1 0,2% 51,00 - 100,00 0 0,0% 101,00 - 250,00 1 0,2% 251,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Deficiência Física

Não sabe 82 16,5% Não consta 343 69,2% <=,00 13 2,6% 1,00 - 10,00 41 8,3% 11,00 - 25,00 10 2,0% 26,00 - 50,00 4 0,8% 51,00 - 100,00 2 0,4% 101,00 - 250,00 0 0,0% 251,00+ 1 0,2% Total 496 100,0%

O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Deficiência Múltipla

Não sabe 81 16,3% Não consta 347 70,0% <=,00 19 3,8% 1,00 - 10,00 40 8,1% 11,00 - 25,00 4 0,8% 26,00 - 50,00 4 0,8% 51,00 - 100,00 0 0,0% 101,00 - 250,00 1 0,2% 251,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

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CONDIÇÕES DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

AOS BENS SOCIAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ANEXO 1 - TABULAÇÃO GERAL DOS DADOS DE PESQUISA (REALIZAÇÃO FEE)

270

O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Transtornos globais de desenvolvimento

Não sabe 83 16,7% Não consta 357 72,0% <=,00 34 6,9% 1,00 - 10,00 17 3,4% 11,00 - 25,00 2 0,4% 26,00 - 50,00 2 0,4% 51,00 - 100,00 0 0,0% 101,00 - 250,00 1 0,2% 251,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

O Município dispõe de informações sobre as especificidades das deficiências: Quantos com Outras Síndromes

Não sabe 82 16,5% Não consta 348 70,2% <=,00 20 4,0% 1,00 - 10,00 38 7,7% 11,00 - 25,00 7 1,4% 26,00 - 50,00 1 0,2% 51,00 - 100,00 0 0,0% 101,00 - 250,00 0 0,0% 251,00+ 0 0,0% Total 496 100,0%

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