concreto prot cordoalha

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  • 7/22/2019 Concreto Prot Cordoalha

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    LISANDRO ANDREATTA

    CONCRETO PROTENDIDO:

    MANUAL PARA EXECUO DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS COCORDOALHAS ENGRAXADAS

    JOINVILLE SC

    2005

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    UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS CCT

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    LISANDRO ANDREATTA

    CONCRETO PROTENDIDO:

    MANUAL PARA EXECUO DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS COM CORDOALHAS ENGRAXADAS

    Trabalho de graduao apresentado aoCurso de Engenharia Civil da Universidadedo Estado de Santa Catarina UDESCcomo requisito para colao de grau deBacharel em Engenharia Civil.

    Orientador: Prof. Nelson lvares Trigo.

    JOINVILLE SC

    2005

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    LISANDRO ANDREATTA

    CONCRETO PROTENDIDO: MANUAL PARA EXECUO DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS CO

    CORDOALHAS ENGRAXADAS

    Trabalho de graduao apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade doEstado de Santa Catarina UDESC como requisito para a colao de grau de

    Bacharel em Engenharia Civil, cujo ttulo CONCRETO PROTENDIDO: MANUPRTICO PARA EXECUO DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS foi apresentado acadmico Lisandro Andreatta, sendo considerado ...................................... pela bancaexaminadora.

    Banca Examinadora:

    Orientador: __________________________________________________ Professor Nelson lvares Trigo UDESC

    Membro: __________________________________________________ Professora Sandra D. K. Alves UDESC

    Membro: __________________________________________________ Professor Eduardo Martins dos Reis UDESC

    Joinville, SC, 02/12/05

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    Dedico este trabalho primeiramente a Deuse a todas as pessoas que de uma forma oude outra contriburam para a realizaodesde sonho, principalmente a minha me,a meu pai, a minha irm, minha namorada emeus verdadeiros amigos que me ajudam aseguir sempre o melhor caminho.

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    AGRADECIMENTOS

    Este trabalho s foi possvel devido vontade de me aprofundar nesse assunto

    para que assim, possa mediante problemas futuros em obra, apresentar a soluo

    cabvel para cada situao.

    O alvo no se determina em mostrar a importncia de cada um em ordem de

    importncia, mas sim, citar todos que tiveram relao com o presente trabalho.

    - A coordenao, professores e funcionrios da UDESC.

    - Ao professor Nelson lvares Trigo pela ajuda, interesse e dedicao com que

    orientou este trabalho.

    - A BAUMA Engenharia, principalmente ao Engenheiro Luis Otvio Lobo que

    quem me deu a primeira oportunidade de estgio e tambm pela primeira idia sobre o

    trabalho de concluso de curso.

    - A todos os colegas com quais passamos anos memorveis, principalmente

    Roger Viertel, Marcos Rafael Zini, Rubens Norberto Wulf Jr., Telmo Wiemes, Rodrig

    Haffemann, Gabriel Dominoni Possamai, Fernando Lus Dallelaste, Vincius Machad

    da Silva, Marcelo Stein, Luis Antnio Regensburguer e Petter Kintel.

    - A minha famlia, pois sem ela nada disso seria possvel.

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    S quem se arrisca a ir longe demaisdescobre o quo longe se pode ir .

    T. S. ELIOT

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    RESUMO

    Esta pesquisa no se refere ao clculo. Fornece informaes teis para o procedimentoda protenso. Tentou-se mostrar os procedimentos da forma mais simples e explicativapossvel para que todos os que tiverem acesso a esse trabalho consigam entender aprotenso e tambm poder perceber erros que chamem bastante a ateno ouexageros que fujam prtica usual. Mostra os conceitos do concreto protendido com suas caractersticas e discorre deforma sucinta passo a passo desde a fabricao das cordoalhas, passando pelamontagem do sistema e finalizando com solues para problemas no canteiro de obras.

    Palavras -chave: Protenso. Cordoalha. Ancoragem.

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    SUMRIO

    1 INTRODUO----------------------------------------------------------------------------------------16

    2 CONCRETO PROTENDIDO-------------------------------------------------------------------------17

    2.1 PROTENSO-------------------------------------------------------------------------------------17 2.2 HISTRICO -------------------------------------------------------------------------------------19 2.3 O QUE A PROTENSO CAUSA NO CONCRETO-----------------------------------------22 2.4 VANTAGENS TCNICAS DO CONCRETO PROTENDIDO-----------------------------24 2.5 PROTENSO E CONCRETO PR-MOLDADO---------------------------------------------25 2.6 OUTRAS APLICAES PARA O CONCRETOPROTENDIDO-------------------------31 2.7 DEFINIES-------------------------------------------------------------------------------------34 2.7.1 Termos utilizados no sistema de protenso------------------------------------------------34 2.7.2 Armadura de protenso-----------------------------------------------------------------------40 2.7.3 Armadura passiva-----------------------------------------------------------------------------40 2.7.4 Concreto protendido com aderncia inicial-------------------------------------------------40 2.7.5 Concreto protendido com aderncia posterior---------------------------------------------40 2.7.6 Concreto protendido sem aderncia----------------------------------------------------------41 2.7.7 Protenso sem aderncia---------------------------------------------------------------------41 2.7.8 Protenso com aderncia inicial--------------------------------------------------------------41 2.7.9 Protenso comaderncia posterior----------------------------------------------------------42 2.7.10 Classificao em funo do nvel de protenso------------------------------------------43

    3 CARACTERSTICAS DO CONCRETO PROTENDIDO----------------------------------------45

    3.1 CONCRETO---------------------------------------------------------------------------------------45

    3.1.1 Resistncia compresso---------------------------------------------------------------------46 3.2 AO UTILIZADO NOS CABOS DE PROTENSO------------------------------------------47 3.3 PROTENSO COM CORDOALHAS ENGRAXADAS--------------------------------------51

    4 FABRICAO-----------------------------------------------------------------------------------------55

    4.1 FABRICAO DAS CORDOALHAS------------------------------------------------------------55 4.2 FABRICAO DOS CABOS---------------------------------------------------------------------57

    5 DOCUMENTOS DE CONTROLE PARA UMA OBRA DEPROTENSO-----------------59

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    5.1 DESENHOS DE INSTALAO (CABLAGEM): --------------------------------------------59 5.2 ROMANEIOS-------------------------------------------------------------------------------------60 5.3 CERTIFICADO DOS MATERIAIS--------------------------------------------------------------60 5.4 CALIBRAO DOS MACACOS -----------------------------------------------------------------60 5.5 TABELAS DE PROTENSO---------------------------------------------------------------------61

    6 ENTREGA, RECEPO, MANUSEIO E ESTOCAGEM---------------------------------------62

    6.1 ENTREGA E ACEITAO----------------------------------------------------------------------62 6.2 MANUSEIO E ESTOCAGEM--------------------------------------------------------------------62

    7 MONTAGEM DO SISTEMA NA OBRA-------------------------------------------------------------65

    7.1 COORDENAO DAS FUNES RELACIONADAS-------------------------------------65 7.2 PROCEDIMENTOS DE MONTAGEM----------------------------------------------------------66

    7.3 PROCEDIMENTOS DE MONTAGEM PARA LAJE COGUMELO ARMADA EM UMOU DUAS DIREES--------------------------------------------------------------------------------68 7.4 PROCEDIMENTOS DE MONTAGEM PARA VIGAS E LAJES--------------------------76 7.5 MONTAGEM DE ANCORAGENS PASSIVAS NO CAMPO------------------------------79 7.6 INSPEO GERAL APSAMONTAGEM ANTES DO LANAMENTO DOCONCRETO -----------------------------------------------------------------------------------------81 7.7 EXEMPLOS DE DETALHESTPICOS DE MONTAGEM---------------------------------82 7.7.1 Layout dos cabos (exemplos) ---------------------------------------------------------------83 7.7.2 Exemplos de detalhes tpicos de montagem-----------------------------------------------84 7.8 NOTAS GERAIS----------------------------------------------------------------------------------92

    7.8.1 Materiais-----------------------------------------------------------------------------------------92 7.8.2 Fabricao dos cabos--------------------------------------------------------------------------94 7.8.3 Entrega de materiais e equipamentos, manuseio e armazenagem-------------------94 7.8.4 Montagem dos cabos---------------------------------------------------------------------------96 7.8.5 Lanamento do concreto----------------------------------------------------------------------100 7.8.6 Protenso do ao-------------------------------------------------------------------------------101 7.8.7 Precaues -------------------------------------------------------------------------------------105

    8 LANAMENTO DO CONCRETO ------------------------------------------------------------------107

    8.1 PROCEDIMENTOS GERAIS-------------------------------------------------------------------107

    9 ANCORAGEM---------------------------------------------------------------------------------------109 9.1 CUNHAS------------------------------------------------------------------------------------------110 9.2 PROTENSO-------------------------------------------------------------------------------------111 9.3 CONSIDERAES DE SEGURANA-------------------------------------------------------112

    10 PROTENSO DO CABO---------------------------------------------------------------------------114

    10.1 PREPARAO PARA A PROTENSO----------------------------------------------------114

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    10.2 PROTENDENDO OS CABOS----------------------------------------------------------------116 10.3 PROTENSO DE CABOS EM LAJES SOBRE O SOLO ------------------------------125 10.4 PROCEDIMENTOS DE SEGURANA-----------------------------------------------------125 10.5 CUIDADOS--------------------------------------------------------------------------------------128

    11 ALONGAMENTO ---------------------------------------------------------------------------------129

    11.1 PREPARAO----------------------------------------------------------------------------------129 11.2 MEDIO----------------------------------------------------------------------------------------130 11.3 REGISTRO--------------------------------------------------------------------------------------131

    12 ACABAMENTO DOS CABOS--------------------------------------------------------------------133

    12.1 CORTE DAS PONTAS DOS CABOS-------------------------------------------------------133 12.2 GRAUTEAMENTO DONICHO DE PROTENSO--------------------------------------134

    13 SOLUES DE PROBLEMAS NO CANTEIRO DEOBRAS-----------------------------135 13.1 PREVENO DOS PROBLEMAS MAIS FREQENTES-----------------------------135 13.2 BICHEIRA NO CONCRETO-------------------------------------------------------------------137 13.3 ESTOURO (ROMPIMENTO DO CONCRETO)-------------------------------------------138 13.4 EMENDA DE CABOS -----------------------------------------------------------------------139

    14 EXEMPLOS DE OBRASEM JOINVILLE------------------------------------------------------142

    14.1 OBRA DA ACIJ----------------------------------------------------------------------------------142 14.2 CONDOMNIO INDUSTRIAL INCASA------------------------------------------------------146 14.3 EDIFCIO EM CURITIBA-----------------------------------------------------------------------150 14.4 ESTRUTURAS PR-MOLDADAS----------------------------------------------------------152 14.4.1 Perville-----------------------------------------------------------------------------------------152

    CONCLUSO------------------------------------------------------------------------------------------157

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ----------------------------------------------------------------- 158

    ANEXOS-------------------------------------------------------------------------------------------------160

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    LISTA DE TABELAS

    Figura 1- Aplicao da fora horizontal..........................................................................18

    Figura 2 Ponte protendida em balanos sucessivos....................................................21

    Figura 3 Ponte com grandes vos............................ ...................................................21

    Figura 4- Esquema de uma pista de protenso tpica....................................................26

    Figura 5- Esquema de execuo de vigas.....................................................................27

    Figura 6- Sees tpicas de pr-moldados em concreto protendido..............................27

    Figura 7- Exemplos de sees de peas com armaduras pr-tracionadas...................28

    Figura 8- Sees tpicas de vigas pr-moldadas de concreto protendido......................28

    Figura 9- Exemplosde construo de pr-moldados: Galpes Industriais....................29

    Figura 10- Exemplos de construo de pr-moldados: Edifcios...................................30

    Figura 11- Exemplos de construo em pr-moldados: Pontes.....................................30

    Figura 12- Exemplos de construo em pr-moldados: Passarelas..............................31

    Figura 13- Utilizao de tirantes protendidos em estruturas de conteno...................32

    Figura 14- Edifcio com laje cogumelo protendida.........................................................32

    Figura 15- Reservatrio de gua (Flrida-USA)............................................................33

    Figura 16- Silo em concreto protendido.........................................................................33

    Figura 17 Cordoalha.....................................................................................................53

    Figura 18 Cadeirinhas..................................................................................................53

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    Figura 19- Forma para nicho..........................................................................................54

    Figura 20 Macaca Hidrulico........................................................................................54

    Figura 21- Cordoalha coberta de graxa revestida com bainha plstica.........................55

    Figura 22- Rolo de cordoalha nua..................................................................................56

    Figura 23- Processo de extruso...................................................................................56

    Figura 24 Bobina com 11t de cordoalha.......................................................................57

    Figura 25 Cordoalha de 3t plastificada pronta para entrega........................................57

    Figura 26 Estoque de cabos cortados e enrolados......................................................58

    Figura 27- M condio de estoque de cabos cortados................................................58

    Figura 28 - Placa de ancoragem e frma para nicho......................................................69

    Figura 29- Montagem do cabo na extremidade ativa.....................................................71

    Figura 30 - Placas de ancoragem em uma laje, com reforos na zona de ancoragem,para grupos de cabos monocordoalhas no aderentes CP1 90RB comdimetro de 12,7mm.....................................................................................72

    Figura 31- Montagem completa da extremidade ativa...................................................73

    Figura 32- Cabos deslocados para ancoragem.............................................................74

    Figura 33- Desvios dos cabos ao redor de uma abertura..............................................75

    Figura 34- Montagem da ancoragem passiva................................................................76

    Figura 35- Apoio dos cabos na viga...............................................................................77

    Figura 36 - Detalhes do uso de cabos no aderente como armadura de reforo e decombate retrao.......................................................................................78

    Figura 37- Detalhes de montagem.................................................................................84

    Figura 38- Detalhes ancoragem passiva........................................................................85

    Figura 39- Detalhe da ancoragem ativa.........................................................................86

    Figura 40 - Detalhe da ancoragem passiva sem fretagem..............................................87

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    Figura 41- Desvios dos cabos nas ancoragens passivas..............................................88

    Figura 42- Posicionamento das cordoalhas em curvas horizontais...............................89

    Figura 43- Dupla passiva desviada................................................................................89

    Figura 44- Dupla passiva desviada................................................................................89

    Figura 45- Posicionamento dos cabos em curvas maiores............................................90

    Figura 46- Corte tpico em curvas..................................................................................90

    Figura 47- Ancoragem da monocordoalha.....................................................................91

    Figura 48- Corte dos cabos uniformemente distribudos................................................91

    Figura 49- Reforos de aberturas...................................................................................92

    Figura 50- Nichos.........................................................................................................104

    Figura 51- Interao cunha cordoalha..........................................................................112

    Figura 52- Macaco de protenso e bomba com vlvula de cravao automtica.......119

    Figura 53- Macaco de protenso e bomba com vlvula de cravao manual.............121

    Figura 54- Exemplos de corte dos cabos.....................................................................133

    Figura 55- Passagens prximas da zona de ancoragem do cabo...............................135

    Figura 56- Instalao da emenda.................................................................................141

    Figura 57 Fachada frontal da obra.............................................................................142

    Figura 58 Exemplo da posio dos cabos na viga.....................................................143

    Figura 59 Cabos de protenso...................................................................................143

    Figura 60 Cabos de protenso...................................................................................144

    Figura 61- Cabos sendo protendidos...........................................................................144

    Figura 62 Bomba de presso manomtrica...............................................................145

    Figura 63 Preparao do terreno para execuo do piso protendido........................146

    Figura 64 Nivelamento do terreno..............................................................................147

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    Figura 65 Preparao das formas para montagem das ancoragens.........................147

    Figura 66 Posicionamento dos cabos para protenso...............................................148

    Figura 67 Lanamento do concreto...........................................................................144

    Figura 68 Nivelamento do concreto com rgua vibratria..........................................149

    Figura 69 Protendendo os cabos...............................................................................149

    Figura 70 Colocao dos cabos em laje...................................................................150

    Figura 71 Posicionamento dos cabos........................................................................151

    Figura 72 Detalhe da ancoragem passiva..................................................................151

    Figura 73 Ferragem utilizada na fabricao de vigas-calha.......................................152

    Figura 74 Local de fabricao das peas pr-moldadas............................................153

    Figura 75 Forma para vigas-calha..............................................................................153

    Figura 76 Perfil da forma das vigas-calha..................................................................154

    Figura 77 Cabos utilizados na protenso...................................................................154

    Figura 78 Colocao dos cabos de protenso...........................................................155

    Figura 79 Extremidade passiva da forma de estacas................................................155

    Figura 80 Veculo utilizado para concretagem...........................................................156

    Figura 81 Vigas-calha.................................................................................................156

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Classe de agressividade ambiental e exigncias relativas fissurao excessiva e a protenso da armadura ativa....................................................................44

    Tabela 2 - Especificao dos produtos (RN e RB)..........................................................50

    Tabela 3 - Acondicionamento dos fios (RN e RB)...........................................................50

    Tabela 4 - Especificao do produto (Cordoalha de 3 e 7 fios RB)................................51

    Tabela 5 - Acondicionamento dos fios (Cordoalha de 3 e 7 fios RB)..............................51

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    LISTA DE ABREVIATURAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    CA Concreto Armado

    CP Concreto Protendido

    NBR Norma Brasileira

    RB Relaxao Baixa

    RN Relaxao Normal

    UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina

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    1 INTRODUO

    A aplicao da soluo em concreto protendido em estruturas vem apresentando

    crescimento bastante considervel nos ltimos anos no Brasil. Isto ocorre devido

    utilizao do sistema no aderente de protenso, com a entrada da monocordoalha

    engraxada no mercado brasileiro.

    O concreto protendido uma idia totalmente diferente do concreto armado, pois

    para o concreto armado, numa viga bi-apoiada por exemplo, a armadura definida pelo

    momento fletor mximo e posicionada ao longo da regio de trao e logo aps

    concretada a estrutura. J para o concreto protendido, a posio do cabo colocada

    conforme o diagrama de momento fletor, analisado geralmente em uma seo de metro

    em metro. Com isso o cabo posicionado em posies diferentes que descrevem a

    trajetria do esforo de trao. Para tracionar o cabo, utilizado um equipamento do

    tipo macaco hidrulico, sendo que a protenso pode ser feita anterior ou posteriormente

    a concretagem.

    Este trabalho tem como objetivo demonstrar o significado de protenso, discorrer

    sobre sua origem, tipos, fabricao das cordoalhas, recebimento e armazenamento em

    obra, equipamentos, acabamento e demais.

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    2 CONCRETO PROTENDIDO

    2.1 PROTENSO

    Todos sabemos que o concreto resiste bem compresso mas no muito bem a

    trao. A idia que todos sabemos que a resistncia trao do concreto gira em

    torno de 10% da resistncia compresso do mesmo. Devido baixa capacidade de

    resistir trao, fissuras de flexo aparecem para nveis de carregamentos baixos.

    Fundamentalmente pode-se entender que o significado da palavraprotenso o

    processo pelo qual se aplicam tenses prvias ao concreto.

    A palavra protenso ou pr-tenso (prestressing em ingls),prcontrainte (em

    francs), expressa a idia da instalao de um estado prvio de tenses em algo. Na

    engenharia a protenso aplicada a peas estruturais e materiais de construo

    (HANAI, 2002, P.1).

    O princpio da protenso torna-se simples de se compreender quando aplicamos

    exemplos bastante significativos.

    Segundo Verssimo e Csar (1998, p.6) imagina-se, por exemplo, a situaoem que a pessoa carrega um conjunto de livros na forma de uma fila horizontalconforme a figura 1 a seguir. Para que os livros possam ser levantados, semque caiam, necessria a aplicao de uma fora horizontal que os comprimauns contra os outros, produzindo-se assim foras de atrito capazes de superaro peso prprio do conjunto, e foras verticais nas extremidades da fila paraafinal, levant-las.

    A aplicao de uma fora normal pode ser definida como uma forma deprotender um conjunto deelementos estruturais , no caso uma fila de livros,como objetivo de se criar tenses prvias contrrias quelas que podeminviabilizar ou prejudicar a operao ou o uso desejado. Uma roda de carroa tambm um exemplo de estrutura protendida. Aocontrrio do que se pode imaginar, no se trata de uma pea nica. A roda constituda de vrias partes de madeira, devidamente preparadas, montadaspor encaixes. Em torno da roda de madeira colocado um aro de ao cujafuno , alm de proteger as partes de madeira do desgaste, solidarizar oconjunto. No momento da colocao, o aro de ao aquecido, de forma que oseu dimetro original aumenta devido a dilatao do material. Depois de

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    colocado, o aro se resfria, voltando a temperatura ambiente, e seu dimetrotende a diminuir at o valor inicial. No obstante, a roda de madeira se ope aomovimento contrario de contrao do aro e este, conseqentemente, aplicaesforos sobre ela, solidarizando ou seja, protendendo. Pode-se citar ainda o caso do barril composto por gomos de madeiraapertados por cintas metlicas. A compresso produzida pelas cintas se opes tenses causadas pela presso interna do liquido dentro do barril.

    FIGURA 1 Aplicao da fora horizontal Fonte: Hanai, 2002.

    Esses exemplos demonstram uma potencialidade importante da protenso, qual

    seja a potencialidade de promover a solidarizao de partes de uma estrutura, como

    por exemplo nas estruturas de concreto pr-moldado (VERSSIMO E CSAR, 1998).

    Ento fica claro que a protenso pode ser aplicada a muitos tipos de estruturas e

    materiais. Pfeil (1994) prope a seguinte definio:Protenso um artifcio que

    consiste me introduzir numa estrutura um estado prvio de tenses capaz de melhorar

    sua resistncia ou seu comportamento, sob diversas condies de carga. (WALTER

    PFEIL, apoud VERSSIMO E CSAR, 1998, p.2).

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    2.2 HISTRICO

    Segundo Verssimo e Csar (1998), citam que o desenvolvimento do concreto

    armado e protendido deu-se a partir da criao do cimento Portland na Inglaterra em

    1824. Em 1855 foi fundada a primeira fbrica de cimento Portland alem e tambm o

    francs Lambot patenteou uma tcnica de fabricao de embarcaes em concreto

    armado. Em 1867 o tambm francs Monier iniciou a produo de tubos, lajes, pontes

    utilizando o concreto armado. Em 1877 o americano Hyatt reconheceu o efeito entre a

    armadura e o concreto e aps essa data comeou-se a utilizar a armadura somente nas

    regies onde o concreto est tracionado. A primeira idia de pr-tencionar o concreto

    se deu em 1886 pelo americano P. H. Jackson de So Francisco. Tambm em 1886 o

    alemo Mathias Koenen desenvolveu um mtodo de dimensionamento emprico para

    determinados tipos de construes em concreto armado, fundamentado em resultados

    de ensaios segundo o sistema Monier.

    No final do sculo XIX, seguiram-se vrias patentes de mtodos de protenso e

    ensaios sem xito. A protenso se perdia devido retrao e fluncia do concreto,

    desconhecidas naquela poca. No comeo do sculo XX , Mrsch desenvolveu a teoria

    iniciada por Koenen, solidarizando-se suas propriedades com inmeros ensaios. Os

    conceitos constitudos por Mrsch constituram, ao longo de dcadas e em quase todo

    o mundo, os fundamentos da teoria do concreto armado e seus elementos ainda so

    vlidos. Por volta de 1912, Koenen e Mrsch reconheceram que o efeito de uma

    protenso reduzida era perdido com o decorrer do tempo devido a deformao lenta do

    concreto.

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    Em 1919 K. Wettstein fabricou na Alemanha painis de concreto protendidos

    com cordas de ao para piano (cordas com alta resistncia). Em 1923 o americano R.

    H. Dill, reconheceu que se deveriam utilizar fios de alta resistncia sob elevadas

    tenses para superar as perdas de protenso.

    Em 1924 Eugene Freyssinet (Frana) j havia aplicado a protenso para reduzir

    o alongamento de tirantes em galpes de grandes vos sendo que em 1928,

    apresentou o primeiro trabalho consistente sobre concreto protendido, percebendo a

    importncia da armadura nas construes civis. Foi um dos maiores estudiosos no

    desenvolvimento do concreto protendido, pois pesquisou as perdas de protenso,

    produzidas pela retrao e deformao lenta do concreto, admitindo-se que s

    possvel assegurar um efeito duradouro da protenso atravs de elevadas tenses no

    ao. Inventou e patenteou mtodos construtivos, equipamentos, aos especiais,

    concretos especiais, etc.

    Em vrios pases comearam a surgir comisses, comits, institutos, etc., para

    concreto armado, envolvendo representantes dos servios pblicos, da indstria da

    construo civil e das entidades cientficas. Esses rgos contriburam muito paraa

    evoluo do concreto armado e protendido, atravs de pesquisas e do

    desenvolvimento de novas formas de construo.

    A partir de 1949, o desenvolvimento do concreto protendido se acelerou. Em

    1950, realizou-se em Paris a primeira conferncia sobre concreto protendido. Surgiu a

    FIP (Federation Internacionale de la Precontraite). No mesmo ano, Finster Walder

    executou a primeira ponte em balanos sucessivos (FIGURA DA PONTE 2). O mtod

    se espalhou por todo mundo. Na mesma poca surgiram as cordoalhas de fios. O

    sistema de colocar os cabos de protenso em bainhas, no interior da seo transversal

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    do concreto endurecido, estabelecendo-se, mais tarde a aderncia por meio de injeo

    de uma argamassa adequada de cimento, se imps definitivamente. Esse sistema

    formou a base para a execuo de estruturas protendidas de grandes vos (Fig. 3).

    FIGURA 2 Ponte protendida em balanos sucessivos Fonte: Verssimo e Csar (1998)

    FIGURA 3 Ponte com grandes vos

    Fonte: Verssimo e Csar (1998)

    A primeira obra de concreto protendido no Brasil foi ponte do Galeo, no Ri

    de Janeiro, construda em 1948 utilizando o sistema Freyssinet. Para esta obra tudo foi

    importado da Frana como exemplo, o ao, as ancoragens, os equipamentos e tambm

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    o projeto. No Brasil, a empresa pioneira em fabricao de ao para protenso a

    Companhia Siderrgica Belgo-Mineira, em 1952. Este ao foi utilizado na construo da

    segunda ponte brasileira com concreto protendido, a ponte de Juazeiro.

    Em 1953 foi publicada a DIN 4227, norma alem de concreto protendido. A part

    de 1956, conseguiu-se um aumento da capacidade das unidades de protenso e a

    racionalizao dos mtodos construtivos, principalmente na construo de pontes.

    Nos anos 70 consagrou-se a preferncia por cabos protendidos internos,

    constitudos por cordoalhas ancoradas individualmente por meio de cunhas. Este

    sistema tornou-se mais competitivo por permitir a construo de cabos de grande

    capacidade, com protenso em torno de 200 tf a 600 tf.

    Ento em 1978 o Comit Euro-Internacional du Betn (CEB/FIP) publicou

    cdigo para Estruturas de Concreto Armado e Concreto Protendido. Muitas entidades

    de normalizao em vrios pases usam o cdigo modelo da CEB como base para

    elaborao de suas normas tcnicas.

    2.3 O QUE A PROTENSO CAUSA NO CONCRETO

    Segundo Pfeil (1984) o uso da protenso de extrema importncia no caso do

    concreto, pois se trata de um dos materiais mais importantes utilizados em todo

    mundo, que possui boa resistncia compresso, 25MPa a 50MPa, e pouca

    resistncia trao, 10% do valor da compresso, tornando-se assim, pouco confivel

    trao.

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    Realmente, quando ocorrem problemas com a execuo do concreto, podem

    aparecer fissuras devido retrao o que provoca a eliminao de qualquer tipo de

    resistncia a trao do concreto antes mesmo que ela atue. Devido a isso, a resistncia

    trao desprezada nos clculos.

    O ao um material que resiste bem, tanto compresso como trao. Devido

    sua alta resistncia, as sees das barras so geralmente muito reduzidas. Barras

    muito esbeltas, quando comprimidas tornam-se susceptveis a flambagem. mais

    conveniente sua utilizao para resistir trao.

    A utilizao conjunta dos dois materiais permite que o concreto resista aos

    esforos de compresso enquanto o ao resista aos de trao, como o caso das

    vigas mistas e do concreto armado. Contudo, no concreto armado convencional, a parte

    tracionada da seo no trabalha, havendo portanto um desperdcio de material. Pode-

    se, ento, utilizar o ao para comprimir o concreto, de tal modo que ele no seja

    tracionado, ou tenha uma trao pequena, quando atuarem as cargas externas.

    O artifcio da protenso aplicada ao concreto, consiste em introduzir na estrutura

    esforos prvios que reduzam ou anulem as tenses de trao no concreto sob ao

    das solicitaes empregadas. Nessas condies diminui-se a importncia da fissurao

    como condio determinante de dimensionamento da estrutura.

    A protenso do concreto realizada, na prtica, por meios de cabos de ao de

    alta resistncia, tracionados a ancorados no prprio concreto. A protenso desloca a

    faixa de trabalho do concreto para o domnio das compresses, onde o material mais

    eficiente. Com a protenso, aplicam-se tenses de compresso nas partes da seo

    tracionadas pelas solicitaes dos carregamentos. Desse modo, pela manipulao das

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    tenses internas, pode-se obter a contribuio da rea total da estrutura pela inrcia da

    mesma.

    Sob a ao de cargas, uma laje ou uma viga protendida sofre flexo alterando-se

    as tenses de compresso aplicadas previamente. Quando a carga retirada, a

    estrutura volta sua posio original e as tenses prvias so restabelecidas.

    Se as tenses de trao provocadas pelas cargas forem inferiores as tenses

    prvias de compresso, a seo continuar comprimida, no sofrendo fissurao. J se

    essas forem superiores, as tenses de trao ultrapassam as tenses prvias, de modo

    que o concreto fica tracionado e fissura. Retirando-se a carga, a protenso provoca o

    fechamento das fissuras.

    2.4 VANTAGENS TCNICAS DO CONCRETO PROTENDIDO

    Para Pfeil (1983), a protenso das armaduras em estruturas de concreto

    proporciona uma srie de vantagens, como por exemplo:

    Permite projetar sees mais esbeltas que o concreto armado

    convencional, entretanto, se o comportamento em servio um fator

    predominante, uma vez que toda a seo de concreto pode trabalhar

    compresso;

    Permite controlar a deformao elstica e limit-la a valores menores

    pelos quais seriam obtidos para estruturas similares em ao ou concreto

    armado;

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    Proporciona melhores condies de popularidade, pois anula totalmente,

    ou quase totalmente, as tenses de trao, principais pela fissurao. As

    armaduras ficam mais protegidas;

    Permite que a estrutura se recomponha aps a atuao de uma

    sobrecarga eventual no prevista. Fissuras abertas se fecham devido

    ao da fora de protenso;

    A estrutura normalmente possui maior resistncia fadiga, pois a variao

    de tenso no ao, proveniente de cargas mveis, muito pequena se

    comparada com o valor da sua resistncia caracterstica;

    A operao de protenso funciona como uma verdadeira prova de carga,

    pois as tenses, introduzidas nesta fase so muito maiores que a

    correspondente situao da pea em servio. A estrutura testada

    antes de entrar em operao propriamente.

    2.5 PROTENSO E CONCRETO PR-MOLDADO

    muito comum a utilizao de peas pr-moldadas com concreto protendido. A

    quantidade de equipamentos e materiais envolvidos no processo construtivo, bem como

    a necessidade de um concreto de melhor qualidade, motivam a construo das peas

    em um canteiro de obras apropriado, onde possvel executar as protenses e

    processar a cura do concreto em condies favorveis e com rigoroso controle

    tecnolgico.

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    A protenso com aderncia inicial largamente empregada na produo de

    elementos pr-fabricados em pistas de protenso. Utilizam-se fios ou cordoalhas de ao

    especiais, esfriados ao ar livre com o auxlio de macacos hidrulicos, que se apiam em

    blocos de cabeceira da pista (Fig. 4 e Fig. 5). As peas so ento concretadas e, aps

    o suficiente ganho de resistncia do concreto, os fios ou cordoalhas so liberados,

    ficando diretamente em contato como concreto, aderidos apenas pelo atrito.

    FIGURA 4 Esquema de uma pista de protenso tpica Fonte: Internet

    A utilizao da protenso em pr-moldados, associada com concretos de alta

    resistncia, traz uma srie de benefcios dentre os quais pode-se citar:

    A protenso permite que, nos casos de peas fletidas, toda a seo da

    pea trabalhe sob compresso, de forma que o aproveitamento da

    capacidade resistente da seo muito maior que nas peas de concreto

    armado;

    O concreto com fck alto atinge resistncia suficiente para suportar aprotenso logo nas primeiras idades, com pouco tempo de cura,

    acelerando o processo de produo na fbrica;

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    Concretos com fck alto sofrem menos retrao, menos deformao, e

    como conseqncia apresentam menos fissuras que os concretos

    comuns;

    A fora de protenso mantm as eventuais fissuras fechadas, garantindo

    uma melhor proteo das armaduras contra corroso.

    FIGURA 5 Esquema de execuo de vigas com armadura pr-tracionadaspoligonais em leito alongado, permitindo a execuo simultnea de vriasvigas em srie. (1) armadura pr-tracionada, (2) placa de ancoragem, (3)viga de concreto, (4) pontos de apoio das armaduras poligonais, (5) pontosde rebaixamento das armaduras poligonais.

    Fonte: Internet.

    Vrias indstrias brasileiras de pr-moldados de concreto dominam a tecnologia

    do concreto protendido, produzindo postes, pilares, vigas, reservatrios e silos (Fig

    9,10,11 e 12), dentre outros elementos (Fig. 6, 7, 8),

    FIGURA 6 Sees tpicas de pr-moldados em concreto protendido Fonte: Internet

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    FIGURA 7 Exemplos de sees de peas com armaduras pr-tracionadas: a) estaca ou poste deseo quadrada; b) estaca ou poste com seo circular oca; c) viga T simples; d) vigaT dupla; e) viga I para pontes; f) viga celular para pontes.

    Fonte: Internet.

    FIGURA 8 Sees tpicas de vigas pr-moldadas de concreto protendido. Fonte: PRECON

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    FIGURA 9 Exemplos de construo de pr-moldados: Galpes Industriais. Fonte: PRECON

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    FIGURA 10 Exemplos de construo de pr-moldados: Edifcios. Fonte: PRECON

    FIGURA 11 Exemplos de construo em pr-moldados: Pontes.

    Fonte: CONCER.

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    FIGURA 12 Exemplos de construo em pr-moldados: Passarelas. Fonte: CONCER.

    2.6 OUTRASAPLICAES PARA O CONCRETO PROTENDIDO

    O nmero de aplicaes do concreto protendido infinito, uma vez que sempre possvel inventar um modo de utilizar a protenso. Vale a pena citar as obras de

    grandes portes como as plataformas martimas (offshore) de explorao de petrleo ou

    gs, os invlucros de proteo de centrais atmicas, as torres de concreto e as pontes

    estaiadas. comum o uso de tirantes de ancoragem protendidos em obras de terra

    como cortinas atirantadas, estruturas de conteno, barragens, etc (Fig 13).

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    FIGURA 15 Reservatrio de gua (Flrida-USA)Fonte: Internet

    FIGURA 16 Silo em concreto protendido Fonte: Internet

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    2.7 DEFINIES

    2.7.1 Termos utilizados no sistema de protenso

    Ao de Fretagem: ao de reforo usado para controlar as foras de

    trao desenvolvidas no concreto atrs das ancoragens, devido

    compresso provocada pelo cabo, que se distribuem em todas as

    direes;

    Ao para Protenso: Ao de alta resistncia que usado para protender

    o concreto, normalmente cordoalha formada por 7 fios. o elemento do

    cabo que alongado e ancorado para promover a necessria fora de

    protenso. Ao ser tracionado a 75% da carga de ruptura, ou seja, perto de

    15 toneladas, esse ao se alonga entre 6 e 7 mm/m. Assim esticado

    fixado por ancoragens. Tentando voltar ao comprimento inicial ele

    comprime o concreto atravs das ancoragens.

    Alongamento: Acrscimo de comprimento do ao de protenso

    (cordoalha) que ocorre sob aplicao da fora de protenso.

    Ancoragem: Conjunto de peas mecnicas incluindo todos os

    componentes requeridos para ancorar (fixar) o ao para protenso e

    transmitir permanentemente a fora de protenso ao concreto.

    Ancoragem Ativa: Ancoragem da extremidade ativa do cabo que usada

    para tencionar e fixar oao para protenso (cordoalha).

    Ancoragem Passiva: Ancoragem da ponta final do cabo, normalmente

    colocada e fixada numa das extremidades do cabo antes deste chegar ao

    local da obra. No usada para aplicar a protenso ao cabo.

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    Atrito devido s oscilaes inevitveis: o atrito causado por desvios

    horizontais e verticais no intencionais do cabo.

    Bainha Plstica: Material de cobertura formando um revestimento no qual

    o ao de protenso (cordoalha) fica contido para evitar a aderncia

    durante a colocao do concreto, para promover proteo contra corroso

    e conter o envolvimento de graxa inibidora de corroso. feita de

    polietileno de alta densidade que extrudado diretamente sobre a

    cordoalha envolvida em graxa.

    Barras de Ao Complementares: Ao de reforo (vergalho) usado para

    controlar a distribuio das foras de trao no concreto resultantes da

    concentrao das ancoragens desenvolvidas pelos cabos tracionados.

    Cabo Aderente: Cabo com um espao anelar entre a cordoalha de

    protenso e umas bainhas geralmente metlicas, injetadas com pasta de

    cimento e gua, que depois de tracionado promove a aderncia do cabo

    seo de concreto que o envolve.

    Cabo Monocordoalha: cabos cujas ancoragens admitem o alojamento de

    uma s cordoalha.

    Cabo No Aderente : Cabo no qual o ao de protenso (cordoalha)

    impedido de aderir ao concreto e fica livre para se mover em relao ao

    mesmo, assim, a fora de protenso permanentemente transferida para

    o concreto pelas ancoragens.

    Cabos Distribudos (regularmente distribudo s): Cabos simples ou em

    grupos, uniformemente distribudos, normalmente perpendiculares aos

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    cabos em faixa (vigas, paredes, etc.) e espaos no mximo 8 vezes a

    espessura da laje, ou a 1,50m.

    Cabos em Faixa: Grupos de cabos proximamente espaados colocados

    juntos em uma faixa estreita, normalmente ao longo da linha de pilares.

    Essa faixa simula vigas na espessura da laje.

    Cordoalha: Arames de ao de alta resistncia enrrolados entre si ou ao

    redor de um fio central. Em cabos no aderentes, a cordoalha de sete fios

    usada quase que exclusivamente.

    Cunhas: Pea de metal tronco-cnico com dentes que mordem o ao de

    protenso (cordoalha) durante a transferncia da fora de protenso do

    macaco hidrulico para a ancoragem. Os dentes so adoados na ponta

    mais fina para assegurar o desenvolvimento gradual da fora do cabo

    sobre o comprimento da cunha. Cunhas bipartidas so normalmente

    usadas para cabos monocordoalhas.

    Deformao Lenta: Deformao dependente do tempo (encurtamento)

    do concreto sob tenso constante.

    Desenhos de Instalao: Desenhos detalhados fornecidos pela firma de

    protenso ou projetistas, contendo informaes como: nmero, dimetro,

    comprimento, marcao, localizao, alongamento e perfil de cada cabo a

    ser colocado.

    Desprotenso: Meio de liberar a fora de protenso do cabo.

    Encurtamento Elstico: Encurtamento da pea de concreto que ocorre

    imediatamente aps a aplicao da fora de protenso.

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    Equipamento de Tensionamento: Consiste normalmente de macaco,

    bomba hidrulica de alta presso, mangueiras e manmetro de presso.

    Estouro: o colapso (rompimento) do concreto durante ou aps a

    protenso, devido a diversas causas. Pode ser considerado como uma

    exploso.

    Espaador Contnuo: Dispositivo contnuo usado para suportar os

    vergalhes e os cabos na parte inferior das lajes e promover seu

    cobrimento adequado.

    Extremidade Ativa: Ponta do cabo na qual a fora de protenso

    aplicada.

    Forma para Nicho: Pea plstica de utilidade temporria usada na

    extremidade ativa durante o lanamento de concreto para moldar uma

    abertura (nicho) no mesmo, que permita ao equipamento de protenso

    acessar a cavidade da placa de ancoragem.

    Macaco: Dispositivo mecnico (normalmente hidrulico) usado para

    aplicar fora no cabo de protenso.

    Mandbula do Macaco: Cunhas usadas no macaco para segurar a

    cordoalha durante a operao de protenso.

    Monocordoalha: Cabo cuja ancoragem consegue alojar uma nica

    cordoalha.

    Nariz do Macaco: Parte frontal do macaco que se encaixa no nicho de

    trao para alinhar o macaco com a ancoragem.

    Pelcula de Concreto: Pasta cimentcia misturada com agregados finos

    que pode se depositar no furo tronco-cnico da placa de ancoragem.

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    Perdas por Acomodao da Cunha: O movimento de retorno das

    cunhas (geralmente entre 5 e 7mm) dentro da cavidade da placa durante

    a transferncia da fora de protenso do macaco para a ancoragem,

    resultando em perda da fora de protenso.

    Perdas por Atrito: A perda de tenso (fora) em um cabo de protenso

    resultante do atrito criado entre a cordoalha e a bainha, devida s

    oscilaes inevitveis e/ou aos perfis de projeto do cabo, durante a

    protenso.

    Porta-Cunhas: Pea de metal externamente cilndrica e com furo tronco-

    cnico interno que aloja as cunhas, normalmente usada com uma placa

    para transferir a fora de protenso ao concreto.

    Placas das Mandbulas do Macaco: Placas de ao projetadas para

    segurar no lugar as mandbulas do macaco durante a operao de

    protenso.

    Placa de Apoio: Placa de metal que se apia diretamente no concreto e

    parte do conjunto de ancoragem.

    Placa de Ancoragem: Para cabos monocordoalha, pea normalmente de

    ferro fundido dctil, que aloja as cunhas e usada para transferir a fora

    de protenso para o concreto. O furo tronco-cnico da placa de

    ancoragem para alojamento da cunha tem a superfcie regular, porm,

    rugosa.

    Ps -Trao: Mtodo de protenso no qual os cabos so tencionados

    depois que o concreto est endurecido e com resistncia suficiente.

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    Protenso Inicial: Fora atuante no cabo imediatamente aps a

    transferncia da fora de protenso para p concreto. Isso ocorre depois

    que as cunhas foram assentadas na placa de ancoragem pelo recuo da

    cordoalha aps a retirada do macaco.

    Protenso Parcial: Protenso do concreto em nveis de tenso tais que

    as tenses de trao possam existir sob as cargas de servio projetadas.

    Protender: Colocar o material (concreto) em um estado de compresso,

    anteriormente aplicao das cargas.

    Protenso Efetiva: A fora de protenso num ponto especfico de uma

    pea de concreto, depois que todas as perdas ocorram.

    Revestimento de Graxa: Material de revestimento para inibir a corroso

    de acordo como critrio de performance do Instituto da Ps-Trao (EUA),

    conforme descrito nas suas Especificaes para Cabos

    Monocordoalhados No Aderentes .

    Sistema Encapsula do: Um sistema constitudo de conexes prova

    d gua nas ancoragens ativa, intermedirias e passivas, que tem a

    cavidade ao lado da cunha, posteriormente coberta pos uma tampa

    impermevel cheia de um material inibidor de corroso.

    Tracionamento em Etapas: Tracionamento seqencial dos cabos em

    passos ou estgios separados ao invs de tencionar todos os cabos

    durante a mesma operao de protenso.

    Zona de Ancoragem: Regio de concreto adjacente ancoragem sujeita

    s tenses resultantes da fora de protenso.

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    2.7.2 Armadura de protenso

    A armadura de protenso constituda por fios ou barras, feixes (barras e fios

    paralelos) ou cordes (fios enrrolados), e se destina produo das foras de

    protenso. Denomina-se cabo a unidade da armadura de protenso considerada no

    projeto. A armadura de protenso tambm designada por armadura ativa.

    2.7.3 Armadura passiva

    Armadura passiva qualquer armadura no utilizada para produzir foras de

    protenso.

    2.7.4 Concreto protendido com aderncia inicial

    aquele em que o estiramento da armadura de protenso feito utilizando-se

    apoios independentes da pea, antes do lanamento do concreto, sendo a ligao da

    armadura de protenso com os referidos apoios desfeita aps o endurecimento do

    concreto. A ancoragem doconcreto feita s por aderncia.

    2.7.5 Concreto protendido com aderncia posterior

    aquele em que o estiramento da armadura de protenso realizado aps o

    endurecimento do concreto, utilizando-se, como apoios, partes da prpria pea,

    criando-se posteriormente aderncia com o concreto de modo permanente.

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    2.7.6 Concreto protendido sem aderncia

    aquele obtido como no caso anterior, mas em que, aps o estiramento da

    armadura de protenso, no criada a aderncia com o concreto.

    2.7.7 Protenso sem aderncia

    A armadura ativa tracionada aps a execuo da pea de concreto. A falta de

    aderncia refere-se somente armadura ativa. A armadura passiva deve sempre estar

    aderida ao concreto. Geralmente, a armadura ativa colocada dentro de dutos

    metlicos ou de plstico. Aps a aplicao da fora de protenso, injeta-se graxa

    nesses dutos para proteger a armadura da corroso.

    Vantagens:

    Permite posicionar os cabos com excentricidade;

    Permite a proteo do ao contra corroso fora da obra;

    Permite a colocao dos cabos de forma rpida e simples;

    Quase no ocorre perda por atrito;

    Eliminao da operao de injeo.

    2.7.8 Protenso com aderncia inicial

    bastante utilizada na fabricao de pr-moldados de concreto protendido. Na

    forma de protenso, a armadura ativa posicionada, ancorada nos blocos das

    cabeceiras e ento tracionada. A armadura passiva colocada, e a pea concretada

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    envolvendo-se uma armadura previamente tracionada. A fora de protenso

    transferida ao concreto pela aderncia, que deve estar ento suficientemente

    desenvolvida.

    2.7.9 Protenso com aderncia posterior

    A protenso aplicada sobre uma pea de concreto j endurecido e a aderncia

    processada posteriormente, geralmente atravs de injeo de calda de cimento no

    interior das bainhas.

    Vantagens:

    Aumento da capacidade das sees no estado limite ltimo;

    Melhor comportamento da pea entre os estgios em que poder ocorrer

    fissurao e o que poder ocasionar ruptura;

    Em caso de falha de um cabo as conseqncias sero restritas, como

    incndio, exploso e terremoto.

    Segundo Verssimo (1998), os cabos aderentes, alm de introduzir o esforo

    de protenso numa pea de concreto podem funcionar ainda como armadura

    convencional, graas a aderncia entre o cabo e o concreto. Essa propriedade

    muito importante para o comportamento da pea no que diz respeito

    fissurao. Os cabos no-aderentes funcionam apenas como elementos para

    aplicao da fora de protenso. Em funo da ausncia de ligao entre o

    cabo e o concreto, sua contribuio para a resistncia ruptura da pea

    limitada.

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    2.7.10 Classificao em funo do nvel de protenso

    De acordo com o item 4.1 da NBR 6118/2003, a protenso pode ser completa,

    limitada ou parcial de acordo com as definies a seguir:

    Protenso Completa: existe protenso completa quando se verificam as

    duas condies seguintes:

    1. para as condies freqentes de aes, previstas no projeto,

    respeitado o Estado Limite de Descompresso;

    2. para as combinaes raras de aes, quando previstas no projeto,

    respeitado o Estado Limite de Formao de Fissuras.

    Protenso Limitada: existe protenso limitada quando se verificam as duas

    condies seguintes:

    1. para as combinaes quase permanentes de aes previstas no

    projeto, respeitado o Estado Limite de Descompresso;

    2. para as combinaes freqentes de aes, previstas no projeto,

    respeitado o Estado Limite de Formao de Fissuras.

    Protenso Parcial: existe protenso parcial quando se verificam as duas

    condies seguintes:

    1. para as combinaes quase permanentes de aes previstas no

    projeto, respeitado o Estado Limite de Descompresso;

    2. para as combinaes freqentes de aes, previstas no projeto,

    respeitado o Estado Limite de Formao de Abertura de Fissuras

    com abertura caracterstica menor ou igual a 0,2 mm.

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    A classificao do nvel de protenso est relacionada em funo da classe de

    agressividade ambiental definidos na tabela 13.3 da NBR 6118/2003.

    TABELA 1 Classe de agressividade ambiental e exigncias relativas a fissurao excessiva e aprotenso da armadura ativa

    Fonte: NBR 6118/2003

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    3 CARACTERSTICAS DO CONCRETO PROTENDIDO

    3.1 CONCRETO

    Para Verssimo e Csar (1998), a execuo de estruturas protendidas requer um

    rigoroso controle de qualidade do concreto, com realizaes de ensaios e controle

    contnuo tanto do concreto como dos agregados.

    O cdigo utilizado para controle do uso do concreto protendido a NBR

    6118/2003 quepede um fck 25Mpa.

    As faixas de resistncia normalmente utilizadas so:

    1 Concreto Armado: 15MPafck 20MPa;

    2 Concreto Protendido: 30MPafck 40MPa.

    Os fatores que podem ser responsveis pela alta resistncia so:

    A introduo de fora de protenso pode causar solicitaes elevadas,

    geralmente mais altas que as correspondentes a uma situao de

    servio;

    Concretos de alta resistncia possuem em geral, modulo de deformao

    mais elevado, o que diminui as deformaes imediatas como as que

    ocorrem ao longo do tempo.

    importante tambm, que o concreto possua boas caractersticas de

    compacidade e baixo nvel de permeabilidade, para que se obtenha proteo suficiente

    contra a corroso de armaduras.

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    Para que o concreto atenda aos elevados requisitos impostos s estruturas de

    concreto protendido, indispensvel:

    Observar as recomendaes da tecnologia de produo de concretos;

    Usar os tipos mais adequados de cimento (Portland, ARI, Pozolnico,

    etc.);

    Utilizar agregados devidamente selecionados quanto origem

    mineralgica e a granulometria;

    Determinar propores adequadas entre cimento, agregado, gua e

    aditivos;

    Executar uma cura cuidadosa.

    3.1.1 Resistncia compresso

    Segundo Verssimo e Csar (1998), o parmetro principal para distino de um

    concreto a sua resistncia caracterstica a compresso, o fck. Esse valor

    caracterstico estabelecido atravs da resistncia compresso, medida em corpos

    de prova cilndricos de 15cm de dimetro e 30cm de altura, obtido aos 28 dias de cura

    O fck definido como a resistncia para a qual a probabilidade de ocorrerem valores

    menores de 5%.

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    3.2 AO UTILIZADO NOS CABOS DE PROTENSO

    Segundo Hanai (2002), os aos utilizados no concreto protendido caracterizam-

    se por elevada resistncia e pela ausncia de patamar de escoamentos. Desta forma,

    so sensivelmente mais econmicos que os aos normalmente empregados na

    construo com concreto armado, j que sua resistncia pode ser aproximadamente 3

    (trs) vezes maior. Os aos de alta resistncia podem ser fornecidos tambm em

    grandes comprimentos, na forma de fios e cordoalhas, evitando-se assim, os problemas

    relacionados com a emenda da armadura em peas estruturais de grandes vos. Na

    construo com concreto armado a utilizao de aos de alta resistncia proibitiva,

    devido aos alongamentos excessivos que produziriam fissuras muito abertas,

    entretanto, para o concreto protendido este problema evitado atravs do alongamento

    prvio da armadura.

    Existem duas especificaes da Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    (ABNT) que regulamentam as caractersticas e propriedades do ao de protenso:

    NBR 7482 Fios de ao para concreto protendido;

    NBR 7483 Cordoalhas de ao para concreto protendido.

    Os aos de protenso so encontrados nas seguintes formas:

    a) Fios trefilados de ao carbono, com dimetro de 3 a 8 mm,

    fornecidos em rolos ou bobinas;

    b) Cordoalhas: fios enrrolados em forma de hlice com dois, trs, ou

    sete fios;

    c) Barras de ao-liga de alta resistncia, laminados a quente, com

    dimetros superiores a 12 mm e comprimento limitado.

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    Quanto modalidade do tratamento podem ser:

    a) Aos aliviados ou de relaxao norma (RN): so aos retificados por

    um tratamento trmico que alivia as tenses internas de trefilao;

    b) Aos estabilizados ou de relaxao baixa (RB): so tracionados e

    simultaneamente submetidos a uma temperatura elevada (400C),

    isto , recebem um tratamento termodinmico que melhoram as

    caractersticas elsticas e reduz as perdas de tenso mantendo-se

    praticamente estveis depois de certo tempo.

    Os tipos e bitolas de ao fornecidas pela indstria variam no tempo e dependem,

    por exemplo da: normalizao nacional e internacional, j que o ao alm de ser

    vendido no mercado interno tambm exportado para outros pases, e, demanda do

    mercado. A indstria geralmente, capaz de fornecer tipos de ao que no constam de

    seus catlogos de produtos desde que seja feita uma encomenda.

    No Brasil, a fabricao do ao de protenso se iniciou em 1952, atravs da

    Companhia Siderrgica Belgo-Mineira. Nessa poca s era fabricado o fio de ao de

    dimetro 5,0mm. Na dcada de 60 comearam a aparecer as cordoalhas de dois, trs e

    sete fios que esto gradativamente substituindo os fios isolados de 5 e 8 mm. Nos

    pases em que a tecnologia do concreto protendido se difundiu h mais tempo,

    praticamente no se usa mais os fios pois as cordoalhas tm se mostrado mais

    econmicas. No Brasil os fios ainda so utilizados, principalmente nos sistemas que

    empregam pr-trao.

    Na ps-trao, tm se optado quase que exclusivamente por utilizar cordoalhas

    de 7 fios de 12,7 mm. A cordoalha de 7 fios de 15,2 mm pouco utilizada, apesar

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    de apresentar grandes vantagens no tocante ao alojamento dos cabos em peas cujas

    dimenses no podem ser aumentadas.

    Segundo informaes obtidas da empresa Belgo, a partir de 1974 comeou a

    produzir aos estabilizados, nos quais aplicado um tratamento trmico sob tenso

    elevada. Esse tratamento produz aos de baixa relaxao (RB) em oposio aos

    anteriores denominados (RN) (de relaxao normal). Esse avano tecnolgico permitiu

    reduzir bastante as perdas de protenso que os estudos recentes mostraram ser muito

    maiores que os 15% admitidos nas primeiras obras (Tabelas 1 e 2).

    Atualmente, so produzidos no Brasil tanto aos RN como RB, existindo um

    ntida preferncia pelos aos de relaxao baixa (Tabelas 3 e 4).

    Segundo Vasconcelos (1985), a partir de 1977 a Siderrgica Barra Mansa

    passou a fabricar as barras de ao filetado CP 85/105 com dimetro de 32 mm, e mais

    recentemente tambm as barras lisas de 19mm, diretamente para a empresa

    Protendidos Diwidag Ltda, representante no Brasil da patente alem Diwidag. O aoque no vendido diretamente para o consumidor, tem sido aplicado, com os demais

    componentes da patente Diwidag, principalmente em conteno de taludes de terra ou

    de rochas e em fundaes.

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    TABELA 2- Especificao dos produtos (RN e RB)

    Fonte: Siderrgica Belgo-Mineira

    TABELA 3 Acondicionamento dos fios (RN e RB)

    Fonte: Siderrgica Belgo-Mineira

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    TABELA 4 Especificao do produto (Cordoalha de 3 e 7 fios RB)

    Fonte: Siderrgica Belgo-Mineira

    TABELA 5 Acondicionamento dos fios (Cordoalha de 3 e 7 fios RB)

    Fonte: Siderrgica Belgo-Mineira

    3.3 PROTENSO COM CORDOALHAS ENGRAXADAS

    Segundo Cauduro (2002), desde janeiro de 1996, quando iniciou sua pesquisa

    nos Estados Unidos da Amrica sobre o processo de protenso no aderente, utilizada

    naquele pas desde a dcada de 60, vem se reunindo literatura e observaes sobre o

    desenvolvimento e o uso desse sistema de protenso descomplicando: ps-trao com

    cordoalhas engraxadas e plastificadas. Antes, o sistema de protenso usual no Brasil

    era o de ps-trao com aderncia posteriormente desenvolvida, com uso de

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    cordoalhas nuas, envoltas por bainhas metlicas, com posterior preenchimento com

    injeo de pasta de cimento e gua em todo o seu interior, que promove a aderncia

    entre as cordoalhas. um processo muito utilizado na construo de pontes e viadutos,

    nos quais existem grandes concentraes de foras, com muitas cordoalhas

    distribudas em pequeno espao fsico.

    Conceitualmente, tm-se as mesmas vantagens dos outros sistemas de

    protenso: estruturas com deformao e fissurao controladas com emprego mais

    eficiente do concreto e do ao, permitindo sees de dimenses mais reduzidas;

    entretanto, com custos mais reduzidos. Esta vantagem comparativa advm das

    caractersticas do sistema no aderente: dispensa bainha metlica e a posterior injeo

    de nata de cimento. Alm de tudo, as cordoalhas so de fcil manuseio, de colocao e

    fixao sem maiores dificuldades, podendo ser facilmente desviadas dos obstculos. A

    operao de protenso fica simplificada, tendo em vista que os macacos e sistemas de

    ancoragem foram especialmente projetados para nveis leves de protenso. O resultado

    a possibilidade que se abre aos arquitetos e engenheiros ao lanar mo de estruturas

    com nmero reduzido de pilares, de lajes planas, com maior liberdade de utilizao do

    seu espao interno, de fachadas mais abertas para iluminao e ventilao, de reduo

    dos ndices de frma e escoramento, com custos competitivos mesmo comparados a

    estruturas tradicionais de concretos convencionais existente no mercado.

    O sistema de protenso com cordoalhas engraxadas e plastificadas utilizadas no

    mundo todo, principalmente nos EUA, tem diversas caractersticas diferentes do

    sistema aderente, principalmente quanto praticidade e simplicidade dos materiais e

    servios:

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    A cordoalha j vem com graxa protetora contra corroso e a bainha

    plstica individual extrudada diretamente sobre a cordoalha engraxada,

    muito resistente que suporta o manuseio usual dos materiais no canteiro

    (Fig 17);

    Simples fabricao dos cabos;

    Cada cordoalha pesa 0,88kg/m ( 12,7mm);

    O posicionamento das cotas feito com o auxlio de peas de plstico ou

    ao (cadeirinhas)(Fig 18);

    As cunhas so bipartidas sem anel de unio;

    Forma plstica descartvel padronizada, para formao de nicho por onde

    entrar o bico do macaco (Fig 19);

    Macaco hidrulico de dois pistes (19kg) (Fig 20);

    Usa bomba hidrulica pequena (35kg) de fcil transporte;

    A protenso feita em uma s elevao de presso, pois no hretificao de cordoalha;

    No necessita o uso de injeo de pasta de cimento.

    Atravs disso, o uso de protenso com cordoalhas engraxadas abriu um novo

    horizonte na construo protendida no Brasil desde sua introduo.

    Fig 17 Cordoalha Fig 18 Cadeirinhas

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    Fig 19 Forma para nicho Fig 20 Macaco Hidrulico

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    4 FABRICAO

    4.1 FABRICAO DAS CORDOALHAS

    De acordo com Cauduro (2002), os procedimentos de fabricao de cabos no

    aderentes devem estar de acordo com as exigncias do Instituto daPs-Trao

    americano (PTI) "Especificaes para Cabos Monocordoalha No Aderentes"

    publicado em julho de 1993.

    O primeiro passo no processo de fabricao o cobrimento da cordoalha com graxa (fig

    21).

    FIGURA 21 Cordoalha coberta de graxa revestida com bainha plstica.

    A cordoalha nua (Fig. 22) coberta com graxa inibidora de corroso e ento

    revestida com a bainha plstica (Fig 23). O processo comea passando a cordoalha por

    um aplicador de graxa que recobre a cordoalha uniformemente com a quantidade exata

    de graxa inibidora de corroso. A cordoalha coberta de graxa segue pela mquina

    extrusora que aplica e regula a espessura adequada de plstico derretido.

    Posteriormente a cordoalha passa por uma canaleta de gua para que seja resfriada

    antes de ser novamente enrolada.

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    FIGURA 22 Rolo de cordoalha nua.

    FIGURA 23 Processo de extruso.

    A bobina de 11t com a cordoalha revestida pela bainha plstica (Fig 24) ento

    transferida para a linha de corte onde cortada em bobinas menores, de at 3t, para

    despacho aos clientes (Fig 25).

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    FIGURA 24 Bobina com FIGURA 25 Cordoalha de 3t plastificada pronta para entrega 11t de cordoalha

    4.2 FABRICAO DOS CABOS

    Recebidas as bobinas, a firma de protenso ou a prpria obra providencia o

    corte das cordoalhas nos comprimentos do projeto. Em seguida recebem uma

    ancoragem pr-cravada em uma das extremidades formando cabos monocordoalhas.

    So ento etiquetados e identificados para transporte.

    Todo cuidado deve ser tomado para assegurar que as ancoragens passivas

    estejam fixadas de acordo com as diretrizes da firma de protenso. Os cabos cortados

    e enrolados so cintados juntos usando uma amarrao de ao com um material de

    proteo entre os cabos enrolados e a amarrao, pois, assim, a bainha plstica no

    ser danificada (Fig 26). Todos os cabos enrolados devem ser identificados com o

    nome da obra, nmero do pavimento, concretagem, etc. S ento os cabos enrolados

    so carregados em caminhes e remetidos para o canteiro de obras (Fig 27). Uma vezentregues, o armazenamento, o manuseio e a colocao dos cabos de

    responsabilidade da construtora e/ou do instalador.

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    FIGURA 26 Estoque de cabos cortados e enrolados, comancoragens pr-blocadas, devidamente etiquetados.Amarrao com arame cabo a cabo. Paraamarrao de conjuntos de cabos deve ser usada cinta protetora para no danificar a bainha plstica

    FIGURA 27 M condio de estoque na obra de cabos cortados

    Para facilitar a identificao dos cabos e seus respectivos comprimentos, alguns

    projetistas estruturais j definem em seus projetos a marcao dos cabos com tinta

    spray por meio de uma combinao de trs cores. Assim o instalador pode identificarmais facilmente a diferena de comprimento entre os cabos.

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    5 DOCUMENTOS DE CONTROLE PARA UMA OBRA DEPROTENSO

    Segundo Cauduro (2002), certos documentos tm um papel importante no

    sucesso da construo de qualquer projeto. A disponibilidade, preservao e controle

    desses documentos iro ajudar a prover uma montagem e protenso sem defeitos. Os

    documentos pertinentes so: desenhos da cablagem, romaneios, certificados de

    qualidade dos materiais, calibrao dos macacos e os registros da protenso. Este

    material deve ser mantido com a construtora ou seu designado. Cada um deles ser

    discutido a seguir:

    5.1 DESENHOS DE INSTALAO (CABLAGEM):

    A instalao de qualquer elemento da ps-trao deve somente ser iniciada de

    acordo com os desenhos para construo feitos pelo engenheiro estrutural. Os

    desenhos devem detalhar o nmero, tamanho, comprimento, marcao de cores,

    alongamento, perfil e localizao (ambos em planta e elevao) de todos os cabos,

    assim como o plano dos apoios para os cabos e para o ao de fretagem. de

    responsabilidade da construtora ou de seu designado mudar os desenhos depois de

    aprovados e marc-los para mostrar as revises ou substituies em relao aos

    desenhos revisados e reprovados. Deve-se prestar muita ateno para atualizar todas

    as alteraes, e os desenhos substitutivos devem ser preservados pelas construtoras

    ou seu designado.

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    5.2 ROMANEIOS

    Cada remessa de materiais de ps-trao entregue no canteiro de obras deve

    ser acompanhada por uma lista detalhada dos materiais (placas de ancoragem, cunhas,

    cadeiras para suporte dos cabos, cabos, macacos e etc.). A quantidade de materiais

    entregue deve ser conferida com a lista de remessa no momento em que os materiais

    so descarregados. Discrepncias devem ser relatadas pela construtora ou seu

    designado imediatamente aps a descoberta. Falha em providenciar a notificao em

    tempo hbil pode resultar em extenso do prazo de execuo da obra.

    5.3 CERTIFICADO DOS MATERIAIS

    As propriedades fsicas dos materiais de ps-trao so descritas por certificados de

    materiais fornecidos pelo fabricante da cordoalha e pela firma de protenso, quando

    requeridos nos documentos de contrato. Tais certificados podem acompanhar a

    remessa para o canteiro de obras ou chegar pelo correio, para a construtora ou seu

    designado. Todos devem estar disponveis para consulta quando necessrio.

    Certificados das amostras de material do cabo so mostrados no anexo 1.

    5.4 CALIBRAO DOS MACACOS

    Cada conjunto de equipamentos de protenso (macaco e bomba) disponibilizado

    pela firma deve ser acompanhado por uma tabela de calibrao relatando a presso no

    manmetro para a fora aplicada no cabo. As tabelas de calibrao devem chegar com

    o equipamento e devem estar disponveis para uso pela equipe de protenso e

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    inspetores sempre que as operaes de protenso so iniciadas. O manmetro da

    bomba deve estar regulado para mostrar a presso mxima de protenso. Exemplo da

    tabela de calibrao do macaco mostrado no anexo 2.

    5.5 TABELAS DE PROTENSO

    As tabelas de protenso devem estar disponveis para uso pela equipe de protenso e

    inspetores do projeto sempre que a protenso iniciada. responsabilidade da

    construtora ou de seu designado remeter imediatamente aps a protenso ter sido

    completada, as tabelas para reviso e aprovao pelo engenheiro estrutural antes do

    corte das pontas dos cabos. Exemplo da tabela de protenso mostrado no anexo 3.

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    6 ENTREGA, RECEPO, MANUSEIO E ESTOCAGEM

    6.1 ENTREGA E ACEITAO

    Segundo Cauduro (2002), deve-se observar:

    1.Quando o ao cortado fora do local da obra, todos os cabos enrolados

    devem ser identificados com o nome da obra, nmero do pavimento, nmero da

    concretagem, etc;

    2. Aps a entrega responsabilidade do comprador zelar pela integridade dos

    materiais e equipamentos para satisfazer as especificaes e documentos de contrato.

    O comprador normalmente transfere a responsabilidade ao instalador;

    3. responsabilidade do instalador conferir o material entregue em relao

    lista de remessas no momento em que o mesmo descarregado. Discrepncias quanto

    ao material entregue devem ser relatadas pelo construtor ou seu designado

    imediatamente aps a descoberta. Falha em providenciar a notificao em tempo hbil

    pode limitar os direitos do comprador de recorrer e resultar em extenso do prazo da

    obra.

    6.2 MANUSEIO E ESTOCAGEM

    Para evitarmos problemas com as cordoalhas, deve-se tomar cuidado com osseguintes itens:

    1. Durante o processo de descarga deve-se ter cuidado para no danificar a

    bainha plstica. recomendado o uso de correia de nylon durante a descarga e

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    manuseio dos materiais. A correia de nylon nunca deve estrangular no manuseio dos

    cabos de ao de protenso enrolados, sempre envolvendo o rolo com a correia e

    passando-a pelo centro do mesmo. Deve-se enganchar cada ala da correia no

    equipamento de iamento. No se deve utilizar correntes ou ganchos para descarregar

    os cabos, pois isso pode resultar em danos severos aos mesmos;

    2. O processo de descarga deve ser efetuado to prximo quanto possvel da

    rea de armazenamento para evitar manuseio excessivo dos materiais. Mltiplas

    movimentaes de estoque aumentam a possibilidade de danificar a bainha plstica e

    outros componentesdo sistema;

    3. Todos os cabos devem ser estocados em uma rea seca sobre um estrado

    para mant-los isolados do solo. Se forem usadas lonas plsticas para cobri-los,

    responsabilidade do instalador mant-los coberto. Quando usadas lonas para proteo

    dos cabos, elas devem ser colocadas formando uma tenda para permitir a livre

    circulao do ar por entre os cabos enrolados para evitar a corroso em conseqncia

    da condensao que se forma embaixo da lona. Os cabos no devem ser expostos

    gua, sal ou outro tipo de elemento corrosivo. Quando o armazenamento por um longo

    prazo necessrio, os cabos devem ser protegidos da exposio luz do sol por

    longos perodos de tempo. O correto armazenamento do material no canteiro de obras

    fundamental para a integridade dos sistemas de ps-trao no aderente;

    4. As cunhas e as ancoragens devem ser estocadas em uma rea limpa e seca e

    identificadas por pavimento e/ou seqncia de concretagem. Esses materiais somente

    devem ser usados na concretagem programada para elas. Caso as peas programadas

    para uma concretagem sejam usadas em outra concretagem, o instalador deve notificar

    a mudana com o propsito de rastreamento. Qualquer movimento de ancoragens e

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    cunhas no canteiro de obras deve ser feito com cuidado para preservar o rastreamento

    do lote;

    5. O macaco e o manmetro da bomba no podem ser separados. Ambos so

    calibrados como se fossem um s equipamento;

    6. Deve-se conferir imediatamente os registros de calibrao do macaco, os

    quais podem ser enviados separadamente ou podem estar com o romaneio. Localizar

    no manmetro da bomba e no macaco o nmero correspondente ao registro de

    calibrao. Macacos e manmetros das bombas devem ser calibrados antes de

    remetidos obra. Caso haja qualquer discrepncia, contatar a firma de protenso para

    resoluo. No esperar at o dia da protenso para identificar um problema;

    7. Guardar o equipamento de protenso em um lugar seguro, limpo e seco e

    permitindo que o acesso aos equipamentos seja feito apenas por pessoal treinado e

    qualificado;

    8. As regras devem ser seguidas conforme diz a firma de protenso e instrues

    relativas ao cuidado, ao uso e manuteno desses equipamentos. Os equipamentos

    de protenso no devem ser usados em qualquer outra operao que no a protenso

    dos cabos.

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    7 MONTAGEM DO SISTEMA NA OBRA

    De acordo com Cauduro (2002), a montagem dos cabos monocordoalha no

    aderentes crtica para a performance da estrutura na qual eles esto incorporados. O

    uso de tais cabos proporciona muitas vantagens tanto no custo quanto no nvel de

    melhora da performance das estruturas de concreto, quando elas so propriamente

    projetadas e montadas. Esse captulo fornece informaes aos profissionais de campo

    envolvido no processo de montagem.

    7.1 COORDENAO DAS FUNES RELACIONADAS

    Enquanto este captulo trata da instalao de cabos monocordoalha no

    aderentes, a montagem propriamente dita requer cuidado coordenado de muitas

    funes independentes, abordadas em vrios captulos deste manual. Indiferentemente

    de quem assumiu a responsabilidade pela montagem (firma de protenso, construtora

    ou sub-contratada), importante que as seguintes reas de responsabilidade sejam

    includas no controle das partes nomeadas:

    1. Conferncia e aceitao dos materiais entregues;

    2. Manuseio e armazenamento no local;

    3. Reviso de todos os documentos pertinentes antes da montagem e

    coordenao com outros empreiteiros;

    4. Segurana relativa ao local;

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    5. Montagem dos cabos monocordoalha no aderentes, ancoragens e

    acessrios. Os instaladores so responsveis por todo o esquema de montagem;

    6. Montagem de todo o ao de reforo;

    7. Inspeo da montagem antes da concretagem1;

    8. Superviso das operaes de lanamento do concreto;

    9. Protenso inclui preparao, protenso e corte da ponta dos cabos;

    10. Guarda dos registros gerais inclui registro de etiquetas de remessas e

    entregas, desenhos de construo, desenhos e relatrios de como construda e

    manuteno de registros de protenso. Quando um laboratrio de inspeo

    contratado para manter uma superviso e anotao da operao de protenso, a firma

    de protenso pode manter (se desejar) registros de protenso independentes com o

    propsito de auxiliar.

    Se qualquer uma das responsabilidades acima estiver sendo compartilhada ou

    organizada por diferentes partes, a coordenao e garantia da qualidade podem ficar

    comprometidas. Devendo ser, em princpio, funo da Construtora.

    7.2 PROCEDIMENTOS DE MONTAGEM

    1. recomendado que o encarregado no canteiro de obras para a montagem do

    sistema de ps-trao, tenha um mnimo de 5 (cinco) anos de experincia; um

    1 O item 7 deve ser executado pelo instalador antes de outras inspees (por arquitetos, engenheiros,inspetor, laboratrio independente, etc.), para assegurar que esteja em completa concordncia com osprojetos e especificaes.

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    instalador certificado por rgo certificador de mo-de-obra especializada. Sempre que

    possvel, a mesma equipe deve montar e/ou protender a obra completa;

    2. melhor instalar o sistema de ps-trao antes dos conduites eltricos e

    sistemas hidrulicos, mas depois da montagem das frmas de borda, frmas de

    emendas e outros itens embutidos. O local e os perfis dos cabos de ps-trao tm

    preferncia em relao a outros materiais que sero inseridos (incluindo ao de reforo)

    a menos que o remanejamento do cabo seja aprovado pelo engenheiro estrutural;

    3. O encarregado de montagem deve familiarizar-se com os desenhos de

    montagem da ps-trao e do ao de reforo antes de iniciar qualquer montagem.

    4. Geralmente os cabos so remetidos ao local da montagem enrolados e

    cintados. Esteja atento ao corte das cintas de amarrao, pois os cabos enrolados

    esto comprimidos e quando cortados podem se separar rapidamente;

    5. Os cabos amarrados individualmente so como uma mola enrolada e se

    desenrolaro quando as amarras forem cortadas;

    6. Desvios verticais da posio do cabo podem ser tolerados at +/- 5 mm em

    concreto com espessura at 200 mm; at +/- 10 mm em concreto com espessura entre

    200 mm e 600mm e at +/- 15 mm em concreto com espessura acima de 600 mm. A

    posio horizontal dos cabos no crucial. Entretanto, evite oscilaes excessivas

    (curvatura no intencional) nos cabos. Pontos altos e baixos so as posies mais

    crticas, porm, curvas suaves podem ser mantidasentre estas posies;

    7. Quando os cabos so projetados para uso em ambiente agressivo, exige-se

    que os cabos sejam impermeveis em todo o seu comprimento (sistema encapsulado).

    Consulte os desenhos de montagem da ps-trao com o mtodo de montagem

    prprio. Desde que o sistema esteja projetado para ser impermevel,

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    responsabilidade do montador e do contratante geral assegurar a integridade do

    sistema;

    8. Quando h garantia de condies no canteiro de obras, ocasionalmente o

    engenheiro responsvel pode permitir a troca de uma extremidade ativa por passiva.

    7.3 PROCEDIMENTOS DE MONTAGEM PARA LAJE COGUMELO ARMADAUMA OU DUAS DIREES

    1. A frma de borda deve ser marcada mostrando o centro de cada cabo de

    acordo com os desenhos de montagem. A frma de borda tambm deve mostrar a

    medida da placa de ancoragem onde possveis conflitos possam ocorrer;

    2. Se ocorrer conflito e a placa de ancoragem no puder ser colocada conforme

    mostrado no desenho de montagem, deve-se procurar o engenheiro de projetos e a

    firmade protenso;

    3. Perfurar e corte o orifcio na frma da extremidade onde as placas de

    ancoragem ativas sero colocadas, conforme mostrado nos desenhos de montagem da

    ps-trao aprovados; Isto pode ser executado por outros profissionais;

    4. Normalmente aplica-se uma pequena quantidade de graxa inibidora de

    corroso na ponta da frma para nicho que encaixa na cavidade da placa de

    ancoragem. Colocar a frma para nicho na placa de ancoragem e ento assente esse

    conjunto no orifcio cortado pregando ou amarrando a placa de ancoragem na frma de

    borda. Esse processo pode ser executado por outros profissionais, entretanto, a reviso

    da montagem durante a colocao de responsabilidade do instalador. Uma montagem

    imprpria pode ocasionar problemas durante a operao de protenso. No permitir

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    que a graxa inibidora de corroso cubra qualquer parte da frma para nicho que possa

    ficar em contato com o concreto. O encaixe da frma para nicho na cavidade da placa

    de ancoragem deve ser perfeito. Rejeite qualquer frma para nicho que possa permitir a

    entrada de pasta de concreto na cavidade da placa de ancoragem;

    5. importante que a placa de ancoragem esteja presa apertada e

    perpendicularmente frma (Fig 28). Se tiver algum obstculo, movimente-o

    ligeiramente para quetudo possa se ajustar.

    As dimenses dos equipamentos de protenso so mostradas nos desenhos de

    montagem ou podem ser obtidas da firma de protenso. Se for observado que o

    tracionamento no pode ser efetuado, ser necessrio realocar a placa de ancoragem,

    conforme j discutido no item 2. Em lajes cogumelo armadas em uma ou duas direes,

    a localizao horizontal das placas de ancoragem e cabos no normalmente crtica e

    um pequeno movimento horizontal permitido. Entretanto, o posicionamento vertic

    dos cabos e a dimenso vertical da placa de ancoragem so crticos e devem ser

    mantidos dentro das tolerncias dadas na Seo 6.2, Item 6.

    FIGURA 28 Placa de ancoragem e frma para nicho sendo instalados perpendicularmente frma deborda

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    6. Esquematizar e marcar no assoalho das frmas o local das barras de apoio

    para os cabos, marque em cada local a altura da cadeira mostrada nos desenhos de

    montagem;

    7. Em lajes cogumelo armadas em duas direes, a no ser que os desenhos de

    montagem especifiquem o contrrio, colocar toda a armadura inferior e amarre-a no

    sistema de apoio;

    8. A menos que os desenhos de montagem especifiquem o contrrio, colocar

    todas as barras de apoio inferior nas frmas. Barras auxiliares inferiores tambm devem

    ser colocadas nas frmas. No deve-se amarrar no sistema de apoio neste momento;

    9. Selecionar os cabos para locao pelo nmero marcado e/ou cdigo de cores,

    conforme mostrado nos desenhos de instalao;

    10. Nas lajes cogumelo armadas em duas direes de cabos em faixa, a menos

    que os desenhos de montagem especifiquem o contrrio, colocar primeiro os cabos de

    distribuio uniforme sobre cada pilar, conforme mostrado nos desenhos de montagem

    da ps-trao (mnimo de dois cabos). Desenrolar os cabos em faixa seguidos dos

    cabos uniformes restantes. Estender os cabos no local prprio iniciando pela

    extremidade passiva em direo extremidade ativa;

    Se o cabo no for tracionado em ambos os lados, ao desenrol-lo deve-se deixar

    uma ponta suficiente do lado de fora da frma de borda de cada extremidade ativa (300

    mm, a menos que esteja especific