comunicacao nao violenta

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Comunicação Não Comunicação Não Violenta” (CNV) Violenta” (CNV) da aula de Dominic Barter da aula de Dominic Barter por: Afonso Jr. Lima por: Afonso Jr. Lima Curso Curso Gente que Faz a Paz Gente que Faz a Paz grupo Palas Athena/ SP– 2008 grupo Palas Athena/ SP– 2008

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Page 1: Comunicacao nao violenta

““Comunicação Não Violenta” Comunicação Não Violenta” (CNV) (CNV)

da aula de Dominic Barterda aula de Dominic Barter

por: Afonso Jr. Limapor: Afonso Jr. Lima

CursoCursoGente que Faz a PazGente que Faz a Paz

grupo Palas Athena/ SP– 2008grupo Palas Athena/ SP– 2008

Page 2: Comunicacao nao violenta

““Dominar a agressividade, suavizar as arestas, Dominar a agressividade, suavizar as arestas, moderar as palavras”. moderar as palavras”.

(Comande Sua Vida com o Poder da Mente, capa)

““Nunca as coisas evoluem maravilhosamente Nunca as coisas evoluem maravilhosamente quando os fracassos são ferozmente quando os fracassos são ferozmente

criticados“. criticados“. (Seicho Taniguchi - Aos que desejam a Prosperidade, p. 119)

Page 3: Comunicacao nao violenta

As Sete Declarações Iluminadoras da As Sete Declarações Iluminadoras da Seicho-No-IeSeicho-No-Ie

““4ª- Acreditamos que o amor é o alimento 4ª- Acreditamos que o amor é o alimento da Vida e que a oração, as palavras de da Vida e que a oração, as palavras de amor e o elogio constituem o poder amor e o elogio constituem o poder criador da palavra que concretiza o amor”.criador da palavra que concretiza o amor”.

Page 4: Comunicacao nao violenta

5 desejos básicos do ser humano5 desejos básicos do ser humano

• Ser amadoSer amado• Ser reconhecidoSer reconhecido

• Ser útilSer útil • Ser elogiadoSer elogiado

• Ser livreSer livre

Masaharu Taniguchi

Page 5: Comunicacao nao violenta

Pensamento SistêmicoPensamento Sistêmico• Complexidade: Complexidade: Inter-relações, compreensão dos Inter-relações, compreensão dos

contextos (Edgard Morin)contextos (Edgard Morin)

• Instabilidade:Instabilidade: do verbo do verbo serser para o verbo para o verbo estarestar

• Intersubjetividade:Intersubjetividade: toda forma de conhecimento é uma toda forma de conhecimento é uma construção social; a realidade é co-construída, pode ter construção social; a realidade é co-construída, pode ter muitas versõesmuitas versões

(Liz Verônica Luisi, Terapia Comunitária, PUCSP, 2006)

Page 6: Comunicacao nao violenta

Dominic Barter

- Ator e diretor

- Consultor de CNV em 69 países

- Coordena Projeto de Justiça Restaurativa do Ministério da Justiça, desenvolvido na Escola Superior de Magistratura da Ajuris.

- “A solução de conflitos começa quando são eliminados da linguagem julgamentos e acusações”. D.B.

Page 7: Comunicacao nao violenta

Marshall RosenbergMarshall Rosenberg

- Nasceu em um bairro violento de Detroit em 1934.

- Em 1961 obteve seu PHD em psicologia clínica pela Universidade de Wisconsin - Madison.

- A comunicação não-violenta foi o resultado de sua especialização em psicologia social, de seus estudos de religião comparada e de suas vivências pessoais, a partir da psicologia humanística de Carl Rogers.

- Em 1984, o doutor Rosenberg fundou, na Califórnia, o “Center for Nonviolent Communication (CNVC)”, que se transformou em uma grande organização internacional sem fins lucrativos

Page 8: Comunicacao nao violenta

Quatro opções de como receber Quatro opções de como receber uma mensagem negativa:uma mensagem negativa:

• Culpar a nós mesmos:Culpar a nós mesmos: “Eu deveria ter sido...” “Eu deveria ter sido...”• Culpar os outros:Culpar os outros: “Você é egoísta!” “Você é egoísta!”• Escutar nossos próprios sentimentos e Escutar nossos próprios sentimentos e

necessidades:necessidades: responsabilidade no sentimento responsabilidade no sentimento frustrado/desejo de si próprio e não apenas do outrofrustrado/desejo de si próprio e não apenas do outro

• Escutar os sentimentos e necessidades dos outrosEscutar os sentimentos e necessidades dos outros

Page 9: Comunicacao nao violenta

ObservaçãoObservação: As ações concretas que estamos observando e que afetam nosso bem-estar.

SentimentoSentimento: como nos sentimos em relação ao que estamos observando

NecessidadesNecessidades: as necessidades, valores, desejos, etc. que estão gerando nossos sentimentos

PedidoPedido: as ações concretas que pedimos para enriquecer nossa vida.

Necessidades não atendidas e não expressadas causam dor psicológica e violência

Page 10: Comunicacao nao violenta

JULGAMENTOJULGAMENTOPresume coisas estáticas- “o ser humano”..

OBSERVAÇÂOOBSERVAÇÂOProcessos vivos, mutantes...

• rotular• exigir• reagir• diagnosticar• avaliar

• estou vendo• ouvindo• lembrando• sentindo

O que você pensa sobre o outro pode O que você pensa sobre o outro pode estar errado. Há sempre mais de um estar errado. Há sempre mais de um

motivo para um comportamento. motivo para um comportamento.

Page 11: Comunicacao nao violenta

Emoções, sentimentosEmoções, sentimentos-““fumaça”, emoções fumaça”, emoções negativas = algo não está negativas = algo não está alinhado comigoalinhado comigo

Valor/ necessidadeValor/ necessidade

• Qual a “razão boa” (necessidade) de o outro agir assim? (sentimento)• raiva• medo• crítica• tristeza• solidão

• respeito• verdade• individualidade• reconhecimento

Page 12: Comunicacao nao violenta

• “Roberto, quando eu vejo meias sujas debaixo da mesinha, fico irritada, porque preciso de mais ordem no espaço em que vivemos em comum”

• Pedido claro: “Você poderia colocar suas meias no seu quarto ou na lavadora”?

Page 13: Comunicacao nao violenta

Observação com avaliaçãoObservação com avaliação Observação isenta de Observação isenta de avaliaçãoavaliação

Você é generoso Quando vejo... acho que está sendo generoso.

João vive deixando as coisas para depois.

João só estuda na véspera da prova

O trabalho dela não será aceito.

Acho que o trabalho dela não será aceito

Page 14: Comunicacao nao violenta

Se você não comer verduras, sua saúde ficará prejudicada

Se você não comer verduras, temo que sua saúde fique prejudicada

Os estrangeiros não cuidam da própria casa.

Não vi aquela família estrangeira da outra rua limpar a calçada.

Zequinha é péssimo jogador de futebol.

Em vinte partidas, Zequinha não marcou nenhum gol.

Carlos é feio. A aparência de Carlos não me atrai.

Page 15: Comunicacao nao violenta

• “Um aluno de nossa sala cospe, diz palavrões, grita e espeta os outros com lápis quando se aproximam de sua carteira. Eu lhe dou a deixa: ‘Por favor, diga isso de outro jeito. Use sua conversa de girafa (atividade da CNV)

Page 16: Comunicacao nao violenta

• Na mesma hora ele se levanta, olha para a pessoa de quem está com raiva e diz com toda calma: “Por favor, você pode sair de perto da minha carteira? Eu fico com raiva quando você fica tão perto de mim”.

Os outros em geral respondem nessa linha: “me desculpe, eu tinha esquecido que isso deixa você aborrecido”.

Page 17: Comunicacao nao violenta

Belém, Cisjordânia. Marshall apresenta CNV para 170 muçulmanos palestinos.

O público descobre que é americano e um deles grita: “Assassino!” Outros se juntam: “Assassino! Matador de crianças! Assassino!”

• Marshall lembra das latas de gás lacrimogêneo que viu no caminho para o campo de refugiados, marcadas com: “MADE IN USA”.

Page 18: Comunicacao nao violenta

• Diálogo:Diálogo:

- “Você está com raiva porque gostaria que meu governo usasse seu dinheiro de outra forma?”

- Claro! Precisamos de esgoto e não gás lacrimogêneo!

- Você está furioso e gostaria de apoio paramelhorar sua condição de vida?

- Meu filho brinca no esgoto a céu aberto. Sabe o que é viver 27 anos assim?

- Você gostaria que eu soubesse que, como todos os pais, quer o melhor para seu filho...

- Sim! O básico!

- Você gostaria que o povo americano avaliasse a conseqüência de suas ações políticas?”

Page 19: Comunicacao nao violenta

• ““Experiências em comum” são o que conecta.Experiências em comum” são o que conecta.Valores “universais-agora”: respeito, verdade, Valores “universais-agora”: respeito, verdade, solidariedadesolidariedade

• O que está motivando o outro a fazer isso?O que está motivando o outro a fazer isso?Qual necessidade não foi atendida?Qual necessidade não foi atendida?

• Sugerir: “Você quer mais”...Sugerir: “Você quer mais”...

• ““Eu ouvi você dizer”...Eu ouvi você dizer”...

Page 20: Comunicacao nao violenta

1.1. Empatia na escuta: escutar o estudanteEmpatia na escuta: escutar o estudante

e não apenas “ensinar”; compreendere não apenas “ensinar”; compreender

- aqueles que nos parecem monstros são pessoas cujo aqueles que nos parecem monstros são pessoas cujo comportamento às vezes nos impedem de ver sua comportamento às vezes nos impedem de ver sua natureza humana (necessidades universais)natureza humana (necessidades universais)

2. Empatia com um “Não!”: aceito seu desejo e não o tomo 2. Empatia com um “Não!”: aceito seu desejo e não o tomo como pessoalcomo pessoal

3. Empatia revitalizadora: as pessoas preferem que os 3. Empatia revitalizadora: as pessoas preferem que os ouvintes as interrompam a fingirem estar escutandoouvintes as interrompam a fingirem estar escutando

4. Empatia com o silêncio: não é fácil dizer o que temos 4. Empatia com o silêncio: não é fácil dizer o que temos “por dentro”; o que está acontecendo “dentro do outro”?“por dentro”; o que está acontecendo “dentro do outro”?

Conectar-se como outro cura sua dor psicológica.Conectar-se como outro cura sua dor psicológica.

Page 21: Comunicacao nao violenta

• CNV- pergunta empática: como satisfaço sua CNV- pergunta empática: como satisfaço sua necessidade? necessidade?

• Linguagem tem Linguagem tem “hábitos de pensamento”“hábitos de pensamento”

- “Você não me entende”.../ “Você está errado”/ “Você tem - “Você não me entende”.../ “Você está errado”/ “Você tem de...”/ “Você me agride...”de...”/ “Você me agride...”

• CNV: Minha atenção se foca na CNV: Minha atenção se foca na SUA SUA visãovisão

Page 22: Comunicacao nao violenta

• Até a pessoa sentir: “fui amplamente ouvida e disse Até a pessoa sentir: “fui amplamente ouvida e disse

tudo que precisava”...tudo que precisava”...

• Está dizendo: Está dizendo: “Por favor, veja-me como quero ser “Por favor, veja-me como quero ser

visto”visto” e e “Obrigado por ver-me como quero ser visto”.“Obrigado por ver-me como quero ser visto”.

• Solitário por muito tempo: “não preciso de você!”Solitário por muito tempo: “não preciso de você!”

• ““Não insista, não desista, persista!”Não insista, não desista, persista!”

Page 23: Comunicacao nao violenta

• Raiva: Raiva: - “- “eles sãoeles são...” por “...” por “eu preciso deeu preciso de...”...”

- [[CulparCulpar] por [] por [perceberperceber] meus ] meus sentimentossentimentos e e necessidadesnecessidades e as dos e as dos outros...outros...

- Nunca diga “Nunca diga “MAS...MAS...”, a uma pessoa com ”, a uma pessoa com raiva.raiva.

Page 24: Comunicacao nao violenta

Raiva: Raiva: A violência vem da crença de que sua dor A violência vem da crença de que sua dor se origina se origina dos outrosdos outros e merecem ser e merecem ser punidospunidos. .

4 passos para expressar a raiva:4 passos para expressar a raiva:

1.1. Parar. Respirar- ficamos quietos. Parar. Respirar- ficamos quietos.

2.2. Identificar nossos pensamentos que estão julgando as Identificar nossos pensamentos que estão julgando as pessoas: “Sinto nojo! Ele é racista!”pessoas: “Sinto nojo! Ele é racista!”

3.3. Conectar-nos a nossas necessidades: “Quero ser Conectar-nos a nossas necessidades: “Quero ser reconhecido!”reconhecido!”

4.4. Expressar nossas necessidades: “sinto-me triste Expressar nossas necessidades: “sinto-me triste quando você fala mau dos judeus!”quando você fala mau dos judeus!”

Page 25: Comunicacao nao violenta

Exercício: CNV em situações de raivaExercício: CNV em situações de raiva

• Liste os julgamentos mais comuns em sua Liste os julgamentos mais comuns em sua mente: “Não gosto de pessoas que são...”mente: “Não gosto de pessoas que são...”

• Pergunte-se: “Quando falo essa idéia a respeito Pergunte-se: “Quando falo essa idéia a respeito de alguém, do que estou precisando e não de alguém, do que estou precisando e não estou obtendo?”estou obtendo?”

• Ao expressarmos nossas necessidades é bem Ao expressarmos nossas necessidades é bem mais provável que elas sejam atendidas do que mais provável que elas sejam atendidas do que se julgarmos. se julgarmos.

Page 26: Comunicacao nao violenta

• É a “comunicação que enfatiza o afeto como motivação principal de nossas ações, ao invés do medo, culpa, vergonha, acusação, coerção, ameaça”...

• É “um fluxo entre nós mesmos e as outras pessoas, com base em ação mútua e de coração”.

• “NÃO se trata de culpar e enganar pessoas para que façam o que você quer!”

Empatia é: encontros genuínos, abertos e mútuos

Page 27: Comunicacao nao violenta

Perguntas de não-violênciaPerguntas de não-violência• O que esta pessoa está sentindo?O que esta pessoa está sentindo?

• Do que ela precisa?Do que ela precisa?

• Como estou me sentindo em relação a essa Como estou me sentindo em relação a essa

pessoa e que necessidades estão por trás pessoa e que necessidades estão por trás

desses sentimentos?desses sentimentos?

• Que ação ou decisão eu pediria a essa pessoa Que ação ou decisão eu pediria a essa pessoa

para tomar, acreditando que isso a faria viver para tomar, acreditando que isso a faria viver

mais feliz e a mim também?mais feliz e a mim também?

Page 28: Comunicacao nao violenta

Perigos:Perigos:• Confundir “julgamentos” com “fatos”, ocultando críticas.

• CNV não é ser ‘bonzinho” e tentar passar por herói

• Acabar escondendo seus próprios desejos e necessidades

• Acabar tentando manipular os outros infantilizando-os- empatia não é interpretação!

• Não perceber quando simplesmente “calar” e “não-agir”

• Constante atenção e cuidado ao praticar caso a caso.

Page 29: Comunicacao nao violenta

““Além das idéias e fazer errado e fazer Além das idéias e fazer errado e fazer certo há um campo. Te encontro lá”.certo há um campo. Te encontro lá”.

RumiRumi

ROSENBERG, Marshall. Comunicação Não- Violenta: ROSENBERG, Marshall. Comunicação Não- Violenta: São Paulo, Ágora, 2006.São Paulo, Ágora, 2006.

http://www.cnvc.org/index.htm

http://www.cnvbrasil.org/

Page 30: Comunicacao nao violenta

““O poder das boas palavras O poder das boas palavras constrói o paraíso na Terra”. constrói o paraíso na Terra”.

(Masaharu Taniguchi, (Masaharu Taniguchi, A Verdade da Vida, vol. 35, p. 101)A Verdade da Vida, vol. 35, p. 101)