comunicacao nao verbal_2

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© A. Dias de Figueiredo 1996-2006 Comunicação & Profissão Acetato 1 COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL (ou CINESTÉSICA) António Dias de Figueiredo Departamento de Engenharia Informática Universidade de Coimbra COMUNICAÇÃO & PROFISSÃO © A. Dias de Figueiredo 1996-2006 Comunicação & Profissão Acetato 2 OBJECTIVOS DESTE CAPÍTULO § Demonstrar em que medida um profissional dos nossos dias , que opera num mundo de permanentes interacções , tem a ganhar se se habituar a: compreender os sinais silenciosos dos seus interlocutores ; tomar consciência dos sinais que ele próprio emite . § Incentivar o futuro profissional a prosseguir autonomamente o cultivo das competências neste domínio , em particular pela observação. § Motivar o início de um processo de apropriação destes conceitos e competências adaptado à vivência nas organizações dos nossos dias e aos contextos multiculturais em que hoje se opera.

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© A. Dias de Figueiredo 1996-2006 Comunicação & Profissão Acetato 1

COMUNICAÇÃONÃO VERBAL

(ou CINESTÉSICA)

António Dias de FigueiredoDepartamento de Engenharia Informática

Universidade de Coimbra

COMUNICAÇÃO & PROFISSÃO

© A. Dias de Figueiredo 1996-2006 Comunicação & Profissão Acetato 2

OBJECTIVOS DESTE CAPÍTULO

§ Demonstrar em que medida um profissional dos nossos dias, que opera num mundo de permanentes interacções, tem a ganhar se se habituar a:

• compreender os sinais silenciosos dos seus interlocutores;• tomar consciência dos sinais que ele próprio emite.

§ Incentivar o futuro profissional a prosseguir autonomamente o cultivo das competências neste domínio, em particular pela observação.

§ Motivar o início de um processo de apropriação destes conceitos e competências adaptado à vivência nas organizações dos nossos dias e aos contextos multiculturais em que hoje se opera.

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Como estarão a correr as coisas nestes três casais?

COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

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Quem está a conseguir comunicar?

COMUNICAÇÃO NÃO VERBALTenho de

desandar! Nem reparam que eu estou aqui! ...

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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

§ Rigidez do corpo§ Contacto visual

mínimo§ Braços/ pernas

fortemente cruzados

§ Lábios apertados§ Cabeça baixa§ Punhos fechados§ Dedos a apertar

braços cruzados

§ Mãos abertas§ Aproximação§ Descruzar as

pernas§ Braços

descontraídos ao longo do corpo

§ Tirar o casaco

FECHOABERTURA ABERTURA

FECHO

PARATRÁS

PARAFRENTE

ADESÃO REFLEXÃO

FUGAATAQUE

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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL é a forma de comunicação mais enraizada no nosso passado biológico, e a mais primária.

A COMUNICAÇÃO ORAL corresponde, já a um sistema decomunicação de segunda geração, surgido muito mais tarde no processo de evolução do homo sapiens.

A COMUNICAÇÃO ESCRITA, de origem relativamente recente na história da Humanidade, constitui um sistema de comunicação de terceira geração.

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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

Modelo de Paul MacLean (1969) para caracterizar o comportamento do cérebro humano.

Três cérebros aproximadamente concêntricos.

§ CÉREBRO REPTILIANO. Camada interna. O mais antigo. Praticamente não sofreu evolução desde o tempo dos répteis pré-históricos. É responsável pelos reflexos de sobrevivência.

§ CÉREBRO INTERMÉDIO ou SISTEMA LÍMBICO. Semelhante para a generalidade dos mamíferos. É responsável pelas emoções e instintos.

§ NEO-CORTEX. Camada exterior ou massa cinzenta. Muito desenvolvido nos primatas e em particular no homo sapiens. É responsável pela actividades intelectuais.

ASPECTOS BIOLÓGICOS

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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

espontânea: raramente é consciente.

caracteriza-se por padrões comportamentais.

componente congénita (inata).

componente cultural (adquirida).

contradiz com frequência a comunicação verbal, sendo quase sempre a mais verdadeira das duas.

nunca fornece certezas absolutas, mas a acumulação de padrões permite tirar conclusões (ou, pelo menos, sugerir cuidados) com bastante rigor.

CARACTERÍSTICAS DA COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

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sentido congénito, de origem animal.

é difícil distinguir a componente intuitiva (congénita) da componente cultural (adquirida), mas a primeira prevalece fortemente.

SENTIDO DE TERRITÓRIO

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distância íntimadistância íntima próxima (contacto físico)distância íntima afastada (15-50 cm)

distância pessoaldistância pessoal próxima (50-80 cm)distância pessoal afastada (80-120 cm)

distância socialdistância social próxima (120-200 cm)distância social afastada (200-300 cm)

distância públicadistância pública próxima (3-8 m)distância pública afastada (>8 m)

SENTIDO DE TERRITÓRIO

COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

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• grande consciência da proximidade.• natural entre crianças e pais.• natural entre pessoas com relações íntimas (casais,

namorados).• natural entre duas mulheres, na nossa sociedade.• se tem lugar entre dois homens, nas sociedades ocidentais, cria

embaraço (é aceitável, em contextos culturais apropriados, em particular nas sociedades latinas).

• perfeitamente natural entre dois homens, na cultura árabe.

distância íntima próxima (contacto físico)

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• distância próxima, mas ainda aceitável, para apertar a mão.• considerada demasiado próxima se ocorre entre homens, ou

entre estranhos, na nossa sociedade.• mantém-se tensos, para não se tocarem.• se se tocam acidentalmente, afastam-se, ou pedem

desculpa, ou endurecem os músculos.• a esta distância não se deve “olhar nos olhos”, na nossa

sociedade (elevadores, transportes colectivos).• se tal acontecer, acidentalmente, desvia-se de imediato o olhar.

distância íntima afastada (15-50 cm)

COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

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• distância normal para apertar a mão.• distância confortável em reuniões sociais.• se uma pessoa se aproxima de outra, intencionalmente, e

entra nesta distância, é porque pretende comunicar.• distância normal entre marido e mulher.

distância pessoal próxima (50-80 cm)

COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

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• distância limite da dominação física.• acima desta distância perde-se a privacidade.

• distância normal para uma discussão pessoal.• confere privacidade à comunicação.• se duas pessoas estão a esta distância é natural que estejam a

dialogar.• quando duas pessoas se encontram, ficam a esta distância.

• numa festa social tendem a ficar mais próximas.• não se deve reduzir esta distância quando a relação não é de moldes

a sugeri-lo. Deve-se reduzi-la quando a conversa convida a maior intimidade, mas então deve ter-se uma linguagem condicente com essa intimidade.

distância pessoal afastada (80-120 cm)

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• distância para negócios interpessoais: relação com cliente, ou com patrão.

• é uma distância manipulativa (como as anteriores, mas um pouco mais): a forma como se joga com ela, aumentando-a ou diminuindo-a, é sentida fortemente pelo interlocutor.

• o chefe mantém-se a esta distância do subordinado, e aproxima-se quando quer impor-se pela posição física

• evita familiaridades.• distância a que uma dona de casa se mantém do padeiro ou do

canalizador.

distância social próxima (1,2 a 2m)

COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

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• para relações formais, de negócios ou de natureza social.• quando sentado à sua secretária, o chefe mantém o subordinado a esta

distância (com a secretária a servir de barreira):• a esta distância pode-se manter sentado sem perder estatuto.• mais do que isso, mantém o subordinado à sua vista, de corpo inteiro.

• a esta distância deve-se olhar o interlocutor quando se fala com ele(caso contrário, a falta de contacto visual será entendida como desconsideração):

• obviamente, se se quiser demonstrar desconsideração, faz-se isso mesmo.

• esta é, também, a distância a que podemos colocar-nos de uma pessoa que está a trabalhar, sem a obrigarmos a interromper para comunicarconnosco.

• num escritório o/a recepcionista deve ser colocado/a a esta distância das visitas, para poder continuar a trabalhar à vontade sem se sentir na obrigação de conversar.

distância social afastada (2 a 3 m)

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• para reuniões informais, aulas, reunião de um chefe com o seu pessoal.

distância pública próxima (3 a 8 m)

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• distância para aulas e grandes reuniões.• corresponde ao limite da zona de perigo para muitos animais.

• é a distância a que o leão se afasta quando o domador se aproxima, ou a partir da qual ataca se vir que não tem para onde se retirar.

• distância de excelência do político e do actor: incita ao recurso intencional a meios de linguagem (verbal e não verbal) para impressionar a audiência.

• os gestos podem (e devem) ser mais estilizados e mais simbólicos.

• é uma distância a que é socialmente mais aceitável (e mais fácil) dizer mentiras (ou meias verdades).

distância pública afastada (>8 m)

COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL

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• em televisão pode convir manter uma grande neutralidade do discurso não verbal, uma vez que na maior parte dos casos não se sabe qual é o plano em que se está a ser captado (imagine-se o ridículo de um comportamento intimista quando se está a ser captado num plano geral, ou de um comportamento distante quando se está a ser registado em “close-up”).

• no caso de se pretender jogar fortemente com o discurso não verbal, convém ser-se claro na transição para um novo padrão de comportamento, para os operadores de câmara entenderem e poderem mudar de plano (o bom operador procura sempre reconstruir, perante o telespectador, o contexto da acção).

caso especial: televisão

COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL