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COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 1

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COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS

PROF. MARTA LEMME

1

2 Marta Lemme /IE-UFRJ

• Krugman & Obtstfeld (2005) – Cap. 7

• Baumann, Canuto e Gonçalves (2004) – Cap. 10

3

• Movimento de Fatores

• Trabalho

• Capital (Empréstimos/Financiamentos, Investimentos Externos Diretos/Portfólio)

• Regulamentação Internacional (no âmbito da OMC)

• GATS

• TRIMs

• Contexto político => dificuldades de aprofundar a liberalização

Marta Lemme /IE-UFRJ

4 Marta Lemme /IE-UFRJ

5 Marta Lemme /IE-UFRJ

• Modelo com um bem, sem mobilidade de fatores

– Premissas do modelo:

• Há dois países (o Local e o Estrangeiro).

• Há dois fatores de produção: terra (S) e trabalho(L).

• Os dois países produzem apenas um bem (denominado ‘produto’).

• Os dois países possuem a mesma tecnologia, mas razões terra–trabalho totais diferentes.

• Local é o país trabalho-abundante e Estrangeiro é o país terra-abundante.

• A concorrência perfeita prevalece em todos os mercados.

Krugman & Obstfeld – Cap. 7

6 Marta Lemme /IE-UFRJ

• Modelo com um bem, sem mobilidade de fatores

– Premissas do modelo:

• Há dois países (o Local e o Estrangeiro).

• Há dois fatores de produção: terra (S) e trabalho(L).

• Os dois países produzem apenas um bem (denominado ‘produto’).

• Os dois países possuem a mesma tecnologia, mas razões terra–trabalho totais diferentes.

• Local é o país trabalho-abundante e Estrangeiro é o país terra-abundante.

• A concorrência perfeita prevalece em todos os mercados.

Krugman & Obstfeld – Cap. 7

7 Marta Lemme /IE-UFRJ

Figura 7-1: Função de produção de uma economia

Krugman & Obstfeld – Cap. 7

8 Marta Lemme /IE-UFRJ

Figura 7-2: O produto marginal do trabalho

Krugman & Obstfeld – Cap. 7

9 Marta Lemme /IE-UFRJ

No país abundante em terra, a PMgL é superior àquela observada no país abundante em trabalho, para qualquer L.

Trabalho, L

Produto marginal do trabalho, PMgL

Salário real Local

Salário real Estrangeiro

Local – L abundante

Estrangeiro – T abundante

Krugman & Obstfeld – Cap. 7

10 Marta Lemme /IE-UFRJ

EMIGRAÇÃO DO LOCAL PARA ESTRANGEIRO, ATÉ QUE… PMgLloc = PMgLest

Wreal

LOC

Wreal

EST Wreal

LOC

Wreal

EST

Krugman & Obstfeld – Cap. 7

11 Marta Lemme /IE-UFRJ

Figura 7-3: Causas e efeitos da mobilidade internacional do trabalho

Efeitos: a) Convergência

salarial; b) Aumento Produto

Mundial c) Grupos perdedores

Krugman & Obstfeld – Cap. 7

12 Marta Lemme /IE-UFRJ Krugman & Obstfeld – Cap. 7

13 Marta Lemme /IE-UFRJ

Tabela 7-1: Mudanças nos salários

14 Marta Lemme /IE-UFRJ

E se existissem 2 bens?

Krugman & Obstfeld – Cap. 7

COMÉRCIO COMO SUBSTITUTO DA

MIGRAÇÃO

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Empréstimos Internacionais

Investimento Externo Direto

Investimento em Portfolio

Marta Lemme /IE-UFRJ

16

Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Movimento de Capitais

Empréstimos / Financiamentos Investimento Externo

Portfólio (ações, bônus, debêntures, etc.) – não visa o controle operacional da empresa receptora; Direto – cotas ou ações no exterior com propósito de exercer controle

Marta Lemme /IE-UFRJ

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Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Fator determinante do movimento de capitais é a diferença de remuneração (taxa de juros ou rentabilidade).

Marta Lemme /IE-UFRJ

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Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10) Marta Lemme /IE-UFRJ

Consumo Futuro x Consumo Presente

Figura 7-4: A fronteira de possibilidades de produção intertemporal

Relação de troca entre CF e CP

1 unid Cp = (1+r) Cf

1 unid CF = 1/(1+r) CP

pcf / pcp = 1/(1+ r)

19

Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10) Marta Lemme /IE-UFRJ

Vantagens Comparativas Intertemporais

País com FPP viesada para consumo futuro

VC Consumo Futuro (menor preço relativo consumo futuro)

M cp e X cf

Maior taxa de juros

ANOS 70 (Pós Choque do Petróleo) Países Exportadores de Petróleo (altas rendas correntes e poucas oportunidades de investimento)

Vantagens Comparativas em Consumo Presente (r baixa) Empréstimos p/ PED (US$ 261 bi) e p/ demais (US$ 62 bi)

20

Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Movimento internacional de capitais é influenciado pela interação de variáveis tais como expectativas, riscos e incertezas

Risco – eventos futuros esperados com probabilidades especificadas Incerteza – resultados futuros com probabilidades desconhecidas

Marta Lemme /IE-UFRJ

21

Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10) Marta Lemme /IE-UFRJ

22

Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Substituição do conceito de PMgK por Eficiência Marginal do Capital (conceito keynesiano) => incorpora-se a questão das expectativas dos investimentos.

EMgK => Reflete a Taxa de Retorno Esperada dos Investimentos

Marta Lemme /IE-UFRJ

EMgK ELP

Custo Equip

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Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Taxa de Juros e Taxa de Câmbio - investidor doméstico – relevância da taxa de juros real (deflator corresponde a um índice de preços); - investidor internacional – relevância da taxa de juros corrigida pela variação esperada da taxa de câmbio, no período de realização do investimento

Marta Lemme /IE-UFRJ

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Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Outros Fatores: a) Aversão ao Risco => Diversificação

=> Explica Movimento de Capitais para países com taxas de juros semelhantes

Marta Lemme /IE-UFRJ

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Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Outros Fatores: b) Custos de Transação => Ex Ante => Ex Post => concentração de investimentos em dado conjunto de países (PDs e emergentes), em função do “princípio de racionalidade limitada” (reconhecimento de capacidade restrita de receber, armazenar, recuperar e processar informação, bem como de tomar decisão) => NÚCLEO CENTRAL de Países

Marta Lemme /IE-UFRJ

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Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Outros Fatores: c) Liquidez (inclui possibilidade de demanda especulativa por moeda, inversamente proporcional à taxa de juros) d) Perspectivas de crescimento econômico e progresso técnico – países com taxas semelhantes de juros, podem receber volume de capitais distintos em função de tais perspectivas. País com maior perspectiva => deslocamento da curva de EMgK para a direita. e) Incertezas relacionadas ao aparato regulatório e fiscal

Marta Lemme /IE-UFRJ

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Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10) Marta Lemme /IE-UFRJ

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Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

-Teoria da Internacionalização do Capital (Hymer, 1960) Razões para empresas investirem no exterior:

a) Vantagem Específica - Vantagens sobre as produtoras locais do país receptor do IED, que implicam lucros extras, que compensam a falta de conhecimento do novo ambiente de negócios, discriminação eventual e outros tipos de riscos e incertezas. (Menor custo, técnica mais eficiente ou sistema de distribuição ou produto diferenciado) b) Investimento Defensivo - Antecipação da competição c) Diversificação Geográfica de Risco - Redução de riscos via diversificação do número de mercados (normalmente menos relevante que os dois primeiros, mas ganha importância no caso de firmas de PED)

Marta Lemme /IE-UFRJ

29

Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Teoria da Internacionalização da Produção A determinação teórica do IED deve ser tratada não somente em termos de diferenças de atributos entre países (dotação de fatores e, portanto, do diferencial de remuneração), mas também e, principalmente, de diferenças existentes entre empresas

Marta Lemme /IE-UFRJ

Agente Central

EMPRESA

Tendência à Expansão

Diversificação

da Produção

Novos mercados

(internos e

externos)

SUCESSO: FUNÇÃO DE RECURSOS INTERNOS

(Capacidade gerencial, conhecimento tecnológico e

inovações)

Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10) Marta Lemme /IE-UFRJ

31

Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Determinação da Forma de Internacionalização Pressuposto: Preferência revelada pelo mercado doméstico Produzir no pais de origem e orientar a produção para o mercado doméstico significa uma diferença marcante com relação à entrada em um novo mercado, com o qual a empresa tem pouca familiaridade. O mesmo ocorre no referente à entrada em um mercado já conhecido, mas geograficamente distante, que significa custos de coordenação e monitoramento

Marta Lemme /IE-UFRJ

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Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

QUAL A FORMA DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO?

1. Exportações

2. Investimento Externo Direto (IED)

3. Licenciamento

INTERNALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

Marta Lemme /IE-UFRJ

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1990 2012 Variação Anual

(%)

- IED (entradas) 207 1351 8,9

- Exportação Bens e Serviços Não Fatores

4.382 22.432 7,7

- Royalties e Licenças 27

235 10,3

- PIB mundial 22.206 71707 5,5

-FBKF 5.109 16.278 5,4

Fonte: UNCTAD (2013). World Investment Report 2013, Tabela 2

Internacionalização da produção e globalização produtiva: Indicadores, 1990-2012 (US$ bilhões)

34

Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Determinação da Forma de Internacionalização Argumento Central: “Vantagens específicas à produção” é uma condição necessária à internacionalização da produção.

Decisão 1: Internalização x Externalização da Produção?

Marta Lemme /IE-UFRJ

Externalização da Produção (Relação Contratual)

Pontos Positivos Pontos Negativos

- Conhecimento do Mercado - Dificuldade Valoração Ativos

- Gestão de Pessoal - Risco Perda de Controle do Ativo

- Redução Custo

35

36

Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10) Marta Lemme /IE-UFRJ

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Baumann, Canuto e Gonçalves (Cap 10)

Determinação da Forma de Internacionalização Decisão 2: Se internalizar, qual a forma – Exportação ou IED? Fatores locacionais específicos (dotação de fatores, tamanhos de mercado, potencial de crescimento, barreiras ao comércio, “clima” de investimentos, custo de transporte, disponibilidade de infra-estrutura, economias de escala e aparato regulatório)

Marta Lemme /IE-UFRJ

IED e Exportação:

Ciclo de Vida do Produto (Vernon)

Etapa 1: Bens de Luxo, produzidos em pequena escala, destinados exclusivamente ao mercado nacional. Etapa 2: Difusão do novo produto, leva à adoção de técnicas de produção em série, caracterizadas pela aparição de economias de escala. Mercados estrangeiros começam a ser explorados, inicialmente via exportações. Etapa 3: Aparição de concorrentes estrangeiros nos países onde estão os consumidores vai levar, em uma nova etapa, à produção do bem no exterior para resistir à ameaça destes novos concorrentes (IED é possível em função das vantagens decorrentes do avanço técnico das empresas americanas) Etapa 4: Fim da produção local no país no qual surgiu a inovação e este mercado passa a ser abastecido por importações, provenientes de empresas americanas implantadas no exterior.

Marta Lemme /IE-UFRJ

IED e Exportação:

Modelos Comportamentalistas (Modelo de Uppsala) : Processo Gradual em Função de Incertezas

Exportação

Irregular

Exportação por

meio de

representantes Estabelecimento

de escritório de

vendas Produção Local

no País de

destino

Marta Lemme /IE-UFRJ

IED e Exportação:

Modelos Comportamentalistas (Modelo de Uppsala) : Processo Gradual em Função de Incertezas

Maior

Conhecimento

Maior Aptidão para

Realização de Novos

Investimentos

Maior Investimento

no Mercado Alvo

Marta Lemme /IE-UFRJ

IED e Exportação:

Teoria Eclética da Internacionalização (Dunning)

Vantagens da Localização (características do país alvo)

Vantagens de Internalização (custo de organizar a produção diretamente > custos de transação de transferir a produção para empresa do país alvo)

Marta Lemme /IE-UFRJ

Fonte: Dunning (1988), apud Iglesias e Veiga (2002), p.379 Marta Lemme /IE-UFRJ

Fonte: Elaboração própria com base em dados disponíveis no sítio da UNCTAD (http//stats.unctad.org/FDI)

Marta Lemme /IE-UFRJ

IED por Empresas de países em desenvolvimento:

(Aspectos Microeconômicos)

Lall (1983)

Desenvolvimento de vantagens de propriedade pelas firmas de PEDs (aprendizado e desenvolvimento de tecnologias difundidas e outras)

Aquisição de conhecimentos especiais de marketing ou desenvolvimento de capacidades habilidades gerenciais

Capacidade de adaptação de produtos de forma a atender a demanda observada em outros PEDs

Proximidade cultural com países de semelhante nível de desenvolvimento.

Marta Lemme /IE-UFRJ

IED por Empresas de países em desenvolvimento:

(Aspectos Microeconômicos)

Cantwell e Tolentino (1990)

Para um conjunto de PEDs, teria sido observada transformação da estrutura industrial que implicou a expansão da capacidade inovadora de algumas firmas, as quais permitiriam a realização de IED não apenas em outros países em desenvolvimento, mas, distintamente da análise de Lall, também em países desenvolvidos e em setores tecnologicamente mais complexos.

Marta Lemme /IE-UFRJ

IED por Empresas de países em desenvolvimento:

(Aspectos Macroeconômicos)

Dunning (1988) e Dunning, Hoesel e Narula (1997)

Etapa 1: País pouco desenvolvido. Não recebe IED e suas empresas não detêm vantagens proprietárias que permitam a realização de IED. Etapa 2: Avanço no desenvolvimento atrai IED e detenção de vantagens proprietárias (país específico) permite a realização de IED (resource e market based) pelas firmas locais em países próximos Etapa 3: Depende da estratégia do governo. Economia mais fechada, redução da saída de IED. Economia mais aberta, saída de IED se mantém em função do contínuo desenvolvimento de vantagens país específico e também atividades de inovação. Embora IED seja limitado a países próximos, empresas começam a apresentar base global. Etapas 4 e 5: Desenvolvimento de vantagens firma-específicas e IED passa a ser realizado por empresas de setores mais intensivos em conhecimento e em capital.

Marta Lemme /IE-UFRJ

IED por Empresas de países em desenvolvimento:

(Aspectos Macroeconômicos)

Correa e Lima (2007)

Maior exposição dos PEDs à concorrência internacional (mercado interno e mercado externo)

Desenvolvimento de vantagens firma-específicas e IED como um elemento estratégico

Marta Lemme /IE-UFRJ

Marta Lemme /IE-UFRJ

Fonte: FDC (2013) – Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras 2013. Disponível em www.fdc.org.br

Critérios: - Países -Ativos - Receita Bruta - Nº Funcionários

Marta Lemme /IE-UFRJ

Marta Lemme /IE-UFRJ