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A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E AS NOVAS TECNOLOGIAS NA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA PERSPECTIVA DOS

ESTUDOS CULTURAIS

Ana Beatriz Gomes Carvalho

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Introdução

A busca pela melhoria da educação básica é, sem dúvida, o princípio norteador das ações de qualificação dos professores. A avaliação realizada pelo Sistema de Avaliação Básica apontou a deficiência de qualidade da escolarização, servindo de base para uma série de ações do Governo Federal. A implementação do Programa Pró-Licenciatura, programa que tem como objetivo a criação de cursos de Graduação (Licenciaturas) na modalidade a distância para formação e qualificação do professor que atua em sala de aula na rede pública, sem nível superior (ou quando apresenta nível superior em uma área diversa da que efetivamente atua), é uma ação voltada para a melhoria da Educação Básica.

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Diretrizes Conceituais

O documento que apresenta as diretrizes conceituais e metodológicas do Programa Pró-Licenciatura contém elementos que não se restringem somente aos aspectos técnicos da formação docente. Observamos que vários elementos neste documento apresentam aspectos estruturados na subjetividade, permeando comportamentos e atitudes docentes que não seriam possíveis de contemplação em currículos ou conteúdos dissociados dos aspectos culturais da subjetividade.

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Os Estudos Culturais

O referencial teórico-metodológico dos estudos culturais é fundamental para a compreensão destas configurações econômicas e sociais. Os processos culturais estão intimamente vinculados com as relações sociais, especialmente com as relações e formação de classe, assim como a cultura envolve poder. A cultura não é um campo autônomo nem externamente determinado, mas um local de diferenças e de lutas sociais (SILVA, 2000).

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Novas Tecnologias e Subjetividade

O impacto das novas tecnologias provoca transformações também na apreensão do conhecimento, pois não basta definir apenas o que estudar, mas também como estudar. Está relacionado com as estratégias e metodologias propostas para a disseminação da informação e do conhecimento. Ou, em última análise, como transformar a quantidade de informações acessíveis com o advento das novas tecnologias da informação e da comunicação em conhecimento sistematizado, significativo e passível de utilização e de reestruturações.

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Mudança Cultural e a Escola

A reflexão sobre o papel e as características da escola dentro deste novo mundo híbrido, visto como um espaço em mudança nas novas configurações culturais, possibilita a análise das subjetividades que permeiam e constroem a escola como instituição e as perspectivas reais de quebra dos seus paradigmas. O foco da aprendizagem contextualizada até recentemente estava voltado para as particularidades sociais, econômicas e culturais de um grupo de alunos. Com a globalização este conceito de realidade foi expandido e os conceitos de comunidade, lugar, espaço e tempo foram redimensionados não comportando mais um conceito de identidade cultural estável.

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Subjetividade e Poder

“Se nos estudos culturais a cultura é uma arena, um campo de luta em que o significado é fixado e negociado, as escolas, sua maquinaria, seus currículos e práticas são parte deste complexo” (COSTA, 2003, p.24). Assim, é preciso investigar as relações de poder que permeiam esta arena, considerando a produtividade e positividade do poder, sua capacidade de produzir subjetividades e identidades.

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Políticas Públicas de EAD

Apesar da definição e do objetivo geral do Pró-Licenciatura estar focado apenas na questão da qualificação do professor (e seu conseqüente prejuízo ao seu desempenho) e sua relação direta com a qualidade da Educação Básica, o documento completo apresenta outros conceitos muito mais complexos. Ao analisarmos o documento com as propostas conceituais e metodológicas do Programa, observamos que dos seis eixos que estruturam a proposta, apenas um está restrito ao campo da competência disciplinar, relacionada ao domínio dos conteúdos e técnicas.

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Eixos Norteadores

• “A formação consistente e contextualizada do educador nos conteúdos de sua área de atuação;

• a formação teórica, sólida e consistente sobre educação e os princípios políticos e éticos pertinentes à profissão docente;

• a compreensão do educador como sujeito capaz de propor e efetivar as transformações político-pedagógicas que se impõem à escola;

• a compreensão da escola como espaço social, sensível à história e à cultura locais;

• a ação afirmativa de inclusão digital, viabilizando a apropriação pelos educadores das tecnologias de comunicação e informação e seus códigos;

• o estímulo à construção de redes de educadores para intercâmbio de experiências, comunicação e produção coletiva de conhecimento”. (ANEXO III, MEC, 10/08/2005).

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A Web 2.0

• “Segundo Cobo e Pardo (2007), a educação é uma das disciplinas mais beneficiadas com o surgimento das novas tecnologias, especialmente as relacionadas com a Web 2.0. Por esta razão é fundamental conhecer e aproveitar a bateria de novos dispositivos digitais que abrem inexploradas potencialidades. Alguns autores já usam o termo “aprendizagem 2.0” e um dos principais benefícios destas novas aplicações da web, de uso livre que simplificam tremendamente a cooperação entre pares, responde ao princípio de não requerer do usuário uma alfabetização tecnológica avançada. Estas ferramentas estimulam a experimentação, reflexão e geração de conhecimentos individuais e coletivos, favorecendo a construção de um ciberespaço de inter-criatividade que contribui para criar um espaço de aprendizagem coletiva.

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A Aprendizagem Colaborativa

• É interessante observar que as possibilidades de aprendizagem colaborativa com a Web 2.0 surgem como uma resposta à tradicional estrutura estática da Internet com poucos emissores e muitos receptores (como a televisão), começando a adotar uma nova plataforma onde as aplicações são fáceis de usar e permitem que haja muitos emissores, muitos receptores e uma quantidade significativamente mais alta de intercâmbios e cooperação. Esta mudança no número de emissores e receptores, permitiu o surgimento das redes colaborativas de conhecimento, onde vários assuntos são colocados em discussão, e novos paradigmas para a compreensão das mudanças na sociedade do conhecimento são estruturados de forma contínua.

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Considerações Finais

• Mais importante do que o uso estrutural destas ferramentas é a sua concepção de colaboração e compartilhamento, elementos que ainda não estão internalizados na prática do professor como deveriam. Neste aspecto, o conceito de aprendizagem colaborativa embora bem estruturado do ponto de vista acadêmico, ainda está em estágio embrionário em sua aplicação pedagógica nas escolas. Ao lidar com este conceito em sua prática enquanto aluno de um curso a distância, o professor que continua exercendo suas atividades em sala de aula, pode iniciar reflexões importantes sobre o processo de ensino-aprendizagem e a partir destas reflexões, o professor poderá avaliar a legitimidade e os resultados dos paradigmas utilizados até então para encontrar outros caminhos, através de novas possibilidades de realizar sua prática. O que propomos aqui é ainda mais complexo, pois, a escola não precisa modificar-se para acompanhar os modismos ou as mudanças na produção, mas sim porque as formas de aprendizagem se modificaram, e todos os paradigmas anteriores não funcionam mais e, quando aplicados, dificultam a ação fim da escola: possibilitar a aprendizagem.