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C L E P U L

em Revista

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Setembro de 2015

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2 Ramalho Ortigão

No centenário da morte de Ramalho Ortigão

�Tive na puberdadeuma febre escarlatinae foi na convalescençadessa enfermidade queminha mãe me deu aler um livro de Gar-rett � as Viagens naminha terra. Ficou-mede cor, penetrou-me in-teiramente, entrou-mepara assim dizer na com-posição do cérebro e namassa do sangue esselivro de um encanto tãosugestivo e tão avassa-lante. Então se fez emmim o clarão mais estra-nho. Então compreendi,e vi, que fora das cou-relas da minha família �pelo lado físico, fora doshábitos dos meus ami-gos � pelo lado moral,havia um mundo novo:um poder mágico � oda evocação artística; edo decorrer dessa pai-sagem do Ribatejo, tãopenetrantemente portu-guesa, tão aviventadade ideias e de sentimen-tos, na Alhandra, emVila Franca de Xira,no Cartaxo, no Vale deSantarém, ondulada desearas, verdejante de

vinhas, gorjeada de rou-xinóis, no murmúrio dasazinheiras e dos olivais,uma noção nova me veio� a noção da pátria.Desde esse dia � agorao compreendo bem � omeu destino estava �-xado. Bom ou mau, eutinha de ser fatalmenteum escritor.�Em busca de `um mundonovo' foi, pois, o pro-jecto ramalhiano, iden-ti�cado com `a noção dapátria' artisticamenteevocada. A vida públi-ca resumiu-se, quaseunicamente, à engrena-gem jornalística e edito-rial. As Farpas merecemjusto destaque.Na autobiogra�a escritaem 1891 no álbum deseu �lho e publicada n'OPrimeiro de Janeiro, a1 de Outubro de 19151,lemos, a abrir:�Fui criado até aos 7anos de idade como umpequeno saloio, na casade lavoura de minha avómaterna.Minha avó era viúva evivia do amanho dassuas terras com as mi-

nhas duas tias solteiras.Os homens da casa erammeu padrinho, Frei Josédo Sacramento, irmãode minha avó, e ManuelCaetano, que desde os18 anos de idade acu-mulara o serviço militarcom o da casa da mi-nha família. Tinha nafardeta, quando eu erapequeno, cinco divisascorrespondentes a 50anos de serviço. Fizeraa campanha da Penín-sula e batera-se contraos franceses, tomandoparte na famosa batalhado Buçaco que ele pró-prio me descreveu no lu-gar da acção quando meacompanhou a Coim-bra, onde fui fazer osexames de preparató-rios e matricular-me emDireito aos 14 anos deidade.�Ao lado do soldado, aimagem do freire:�Meu padrinho conser-vava nos seus hábitoso horário do Convento.Levantava-se à meia-noite. Barbeava-se àsescuras, dava uma voltaà casa e tornava a deitar-

1 Agora acessível em Costumes e Per�s, 1944, p. 137-143, volume integrado nas

Obras Completas de Ramalho Ortigão editadas pela Livraria Clássica Editora.

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-se para se erguer de�-nitivamente ao romperdo dia. O seu quartotinha o extremo asseioe a ordem meticulosade uma cela. Durantetodo o Inverno o per-fumava invariavelmenteum grande ramo de vio-letas. Fora um pregadordistinto e tinha sido ca-pelão de D. Pedro IV.[. . . ] As suas gavetaseram uma maravilha dearranjo. Abancava quo-tidianamente duranteoito ou dez horas no vãode uma janela, em cujopeitoril havia uma me-ridiana, e escrevinhavasempre.�Vai, neste trecho, a ca-pacidade de observa-dor que será ponto dehonra no nosso artista.Ainda, a homologaçãodo seu próprio percurso,incluindo os pormeno-res domésticos, comoaqueles vasos de �oresno telhado da casa, ouo canário à janela, naCalçada dos Caetanos,em Lisboa, onde viriaa morrer em 27 de Se-tembro de 1915. Dasua água-furtada pom-balina, que tomara paragabinete de trabalho,dizia o genro Eduardo

Burnay que parecia �acela de um beneditino�.Era o efeito de verdadenuma vida que ele assimde�niu:�Quanto mais envelheçomais me capacito daprofunda in�uência quetiveram na formaçãodo meu carácter e emtodo o meu destino essesdois velhos que foramos mais íntimos compa-nheiros da minha infân-cia e que eu enternecida-mente amei. Fiquei paratodo o sempre � intima-mente o reconheço � umtanto frade, um tantosoldado. Ficaram-me depequeno indestrutíveisgostos de ordem, de dis-ciplina, de solidão.�Haverá o seu quê de exa-gero nesta notação deum ser solitário que seultrapassou em milhen-tos contactos cá dentroe lá fora ou aceitou par-cerias no que há de maisentranhadamente pes-soal � a criação literária.Fé-lo com Eça de Quei-rós, um amigo do peito,mas também com Ra-fael Bordalo Pinheiro eoutros. Já o discursoda ordem, na frase e notecido social, ou a defesade uma nova disciplina

para a salvaguarda docorpo pátrio, são va-lores basilares quandose pensa em Ramalho,industriado, desde a in-fância, nessa conjugaçãode alma sã em corpo sãoentretanto representa-das na �gura paterna,que introduz na sequên-cia:�As conversações dacasa versavam frequen-temente sobre episódiosdo cerco do Porto emque meu pai se bateracomo primeiro-tenentedo regimento de arti-lharia 3 e sobre casosda revolução de 20, daguerra em Espanha e dainvasão francesa, factosem que mais ou menosse haviam envolvido to-das as pessoas da minhafamília.�Com efeito, assim era.Em carta a Luís Au-gusto Palmeirim, escritaa 2 de Março de 1867,dizia ele:�Vou no Inverno pró-ximo a Paris e desejavamuito levar a Cruz daOrdem de Cristo na casada minha casaca. Meuavô é condecorado pelosseus serviços feitos como seu trabalho e a suaespada. Meu pai, que

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tinha o meu nome, eraaluno do Colégio Militare 1.o tenente de arti-lharia; saiu de Lisboa,onde vivia vida airada,e foi, depois de fechadasas linhas, apresentar-seao imperador no cercodo Porto [. . . ]. Nuncarecebeu nem requereuuma cruz. Talvez istoseja razão � pretextopelo menos � para con-decorar o neto e o �lho,que alguns dizem ser umliterato e um escritordistinto.�O pai, Joaquim daCosta Ramalho Orti-gão, de origem alen-tejana e algarvia, ca-sara com Antónia AlvesDuarte Silva, de Para-nhos, sendo o nosso JoséDuarte Ramalho Orti-gão, nascido a 25 de No-vembro de 1836, o maisvelho de nove irmãos.Registado na freguesiade Santo Ildefonso, elegea quinta de Germaldecomo lugar de traves-suras menineiras e demágica evocação, numadas Crónicas Portuenses(�A Festa do Natal�, 27--XII-1865):�Quando eu era pequenonunca se falou em árvorede Natal na minha casa.

As únicas árvores que seconheciam eram as árvo-res do quintal, mas essas� sem com isso quererelogiar a gente da minhacriação � conheciam-sea preceito: a todas tí-nhamos medido a alturacom as costas, em duasdistintas épocas do ano� no tempo dos ninhos eno tempo da fruta.Oh! Que entusiásticaalegria essa, que euainda hoje agradeço domais íntimo da minhaalma às venerandas ár-vores da quinta da mi-nha avó, [. . . ].�O mesmo pai con�gu-rava a linhagem espiri-tual do tio-avô frei Josédo Sacramento enquantoeducador, já dirigindo oColégio da Real Irman-dade de Nossa Senhorada Lapa, cujos estatu-tos subscreve e edita em1841.Em sonhos de campa-nha, bebendo ordem edisciplina, ministrando--se o saber familiar e aslições do grande livroda natureza, aos olhospalpável, assim se orga-niza um entendimentoque aguardava o toquesensível: aconteceu napuberdade por culpa de

Almeida Garrett. Ou-tras viagens na nossaterra fará Ramalho, aGarrett devendo ainda,nos primeiros anos deescritor, o desenvolvi-mento de uma apetênciapor �um certo génerode celebridade: que asmulheres me lessem, meolhassem com simpa-tia�. Natural pretensãono tipo de autor queele começava por ser, eem que foi nome cimeiro� isto é, folhetinista �,essa a única declaradaambição, pois �nuncative outra, sendo com-pleta e absolutamenteindiferente ao aplausodas academias, aos pré-mios o�ciais, a todaa espécie de honras ede dignidades públicas.Mais tarde�, acrescenta,�esvaiu-se esse mesmodesejo de ser lido comsimpatia por mulhereslindas, e o meu únicoprazer de escrever estána minha própria es-crita, quando raramentenuma ou noutra linhaconsigo �xar a imagemdum sentimento verda-deiro, transmitir umaemoção sincera.�Resta que, estudantepassageiro em Coim-

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Ramalho Ortigão 5

bra � que lhe não rou-bou �duas qualidadeseminentes, de granderesultado moral, rarasnos seus contemporâ-neos: não é bacharel etem saúde�, segundo oseu futuro aluno Eça deQueirós �, passa Rama-lho a mestre de francêsno colégio da Lapa, ca-lhando neste apartadoa evocação que dele fazum outro aluno, RicardoJorge (Ramalho Ortigão,1915, p. 5-10):�Ramalho mestreava ofrancês; estava no vigordos trinta anos quandoeu, petiz de oito, me sen-tava em 1866 nos bancosrasos da aula onde davaa lição, [. . . ].Froixo e negligente,poupava-nos ao me-nos as unhas à pal-matória; raro brandia,e nunca humanamentealém de duas palmatoa-das, aquele descomunalcorrector da Lapa, oterror da minha gera-ção, [. . . ].Estou a ver-lhe o cor-panzil alto, espadaúdoe desempenado, cami-nhando de cabeça er-guida, passada lesta emeneio rasgado [. . . ].Encadernado a primor

de moda: �gura de bi-gode e patilhas à se-gundo império, coroadapor chapéu de pano pes-pontado, a projectar-sealtiva da gorjeira do co-larinho à mamã; gravataescocesa de ponta larga,jaquetão trespassado deratina azul, calças justasde listra larga na ourelae botão na boca, butescom biqueira quadradade coiro da Rússia, ben-gala de cana brancacom castão de muletade mar�m.[. . . ] O que mais espan-tava os meus olhos beó-cios de criança humilde,eram as luvas, luvas detodas as cores do arco �,[. . . ] luvas numa doba-doira, da algibeira paraas mãos e das mãos paraa algibeira, cuidadosa-mente embrulhadas umana outra, como peú-gas, com o carnaz parafora. Mudava-as comobandeiras de navio; seentrava na aula com asde cor de limão, arvo-rava à saída as de azulferrete.�Esta �gura de homem,desde 1857 casado comEmília Isaura de AraújoVieira, que lhe daráos �lhos Vasco, Berta

e Maria Feliciana, ter-mina ainda o ano lectivode 1868, mudando-se devez para Lisboa, ondevai ocupar, por nomea-ção de 1 de Agosto, vagapara o�cial da Acade-mia das Ciências. Levaconsigo algum prestígio� enquanto temível fo-lhetinista, intervenientena Questão Coimbrã eviajante ilustrado quese anunciava Em Paris(l868). Abria-se outromundo.Ernesto Rodrigues[Adaptado de RamalhoOrtigão, Farpas Escolhi-das. Selecção e intro-dução por �-. Lisboa:Editora Ulisseia, 1991;2.a ed., colecção VerboClássicos, Lisboa: Edi-torial Verbo, 2006.]

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6 WCA Conference

Coonecting Global Matters:

Culture, Education and Geopolitics

De 30 de Julho a 3 deAgosto realizou-se naFaculdade de Letras daUniversidade de Lisboaa XVI conferência bia-nual da World Commu-nication Association de-dicada à temática �Con-necting Global Matters:Culture, Education andGeopolitics�, organizadaem parceria com o CLE-PUL.Esta conferência, naspalavras de CarolynCalloway-Thomas, Pre-sidente da WCA (foto),procurou cultivar a hu-manidade, reconhecerque a comunicação in-tercultural é o mais im-portante neste séculoconfuso e turbulento.A Cultura, a Educa-ção e a Geopolítica sãotrês variáveis que estãono centro da globaliza-ção e desempenham umrelevante papel na argu-mentação da existênciade diferentes comuni-dades. Ao longos doscinco dias da conferên-cia procurou-se realçare compreender o estadoactual das dinâmicas in-terculturais, ao nível lo-

cal e global, a partir dediferentes perspectivasacadémicas e pro�ssio-nais.Nesta conferência, abor-daram-se diversas amea-ças e preocupações diá-rias, tais como a guerra,os refugiados e os apá-tridas, a instabilidadepolítica, bem como aforma como podemosenvolver plenamente osrecursos da mente e dacomunicação intercultu-ral para a criação de ummundo mais humano.Participaram mais decento e cinquenta con-ferencistas oriundos dedezanove países, nomea-damente da Austrália,Áustria, Canadá, China,Coreia do Sul, Dubai,Estados Unidos da Amé-rica, Filipinas, Finlân-dia, Grécia, Indonésia,Itália, Japão, Malásia,Nigéria, Peru, Portugal,Rússia e Tailândia.As apresentações foramdistribuídas por painéissubordinados aos tópi-cos: Meanings, Messa-ges, and People; GlobalCultures in Transition;Discourse Patterns and

Politeness; Culture andEducation; Culture andPower ; Rhetoric of Geo-politics; InterculturalCommunication; Role ofMetaphor, Proverbs andIdioms; Cross-culturalCommunication; Immi-gration and Culture;Communication Appre-hension; OrganizationalCommunication; HealthCommunication; Gen-der Inequality ; Litera-ture and Communica-tion; Media and Cul-ture; Attitudes, Mediaand Intercultural Com-munication; Ethnicity,Images and Globaliza-tion; Intercultural Liste-ning: A Non-StudentSurvey with Results;Dialogue: Intercultural,Transcultural, and Inter-disciplinary Conversati-ons; New Frontiers inIntercultural Communi-cation Research; Liste-ning as a Cognitive Acti-vity ; Why Tourism Mat-ters: Connecting Inter-cultural Communicationand Performative Peda-gogy in the Communica-tion Classroom; KoreaMedia, Popular Culture

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WCA Conference 7

and Cultural implica-tions; In Living Color:Colorism, Power, andthe Global Constructionof Race; InterculturalListening in Varied Le-arning Contexts: Tea-ching and Application;Managing the Organi-sational Experience ofDiversity: from PublicRhetoric to Practice andExperience.Para além das apresen-tações de comunicações,realizou-se o segundoISSUES FORUM, dedi-cado à temática �Wor-rying Matters: Geopo-licital and SocioculturalChallenges for the Glo-bal Word�. O objectivoprincipal deste forumconsiste em que profes-

sores, académicos, estu-dantes e outros pro�ssio-nais discutam questõesglobais na perspectivadas relações intercultu-rais e dos con�itos. Ca-rolyn Calloway-Thomas,João Carlos Relvão Cae-tano, Deddy Mulyana,Judith Hoover, Melo-dine Sommier e Nilza deSena foram os interve-nientes nesta sessão.A World Communica-tion Association inau-gurou, em Lisboa, oEmpathy Matters Pro-jet com o propósito depromover, em todo omundo, a alfabetizaçãoda empatia, ou seja, osconhecimentos e as ha-bilidades baseadas nainformação que ajudam

os cidadãos globais aresponder e a gerir osencontros interculturais.Esta sessão contou coma participação de es-tudantes do ensino se-cundário e universitário,que abordaram a temá-tica �Our World, ourHope�.Findos os trabalhos, osconferencistas realiza-ram, de 4 a 8 de Agosto,uma visita por diversascidades portuguesas, deforma a �carem a co-nhecer um pouco maisda cultura e da históriaportuguesas.A próxima conferênciarealizar-se-á em 2017, noQuirguistão.

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CLEPULna Feira do Livro do Porto

As obras editadas pelo CLEPULestão disponíveis no Pavilhão 127,da Âncora Editora, na Feira do Li-vro do Porto, que decorre no Palá-cio de Cristal até 20 de Setembro.

Edição: Ernesto Rodrigues, Luís Pinheiro

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8 Real Gabinete Português de Leitura

O projecto �O Real emRevista�, coordenadopor Gilda Santos, é pro-movido pelo Real Gabi-nete Português de Lei-tura e patrocinado pelaPetrobras. Ao longo dediversos meses, a equipade investigação pesqui-sou numerosos periódi-cos brasileiros e portu-gueses oitocentistas.De acordo com os objec-tivos, o projecto prevê adescrição e digitalizaçãode parte desse acervo,dando prioridade aosperiódicos mais rarose mais deteriorados, ea sua disponibilizaçãoonline, de forma a queestejam disponíveis paratodos os interessados eestudiosos, bem comoo intercâmbio com pes-quisadores do Nordeste,inauguração de visitasguiadas no Real Gabi-nete Português de Lei-tura, produção e divul-gação de DVDs, publi-cações de brochuras elivros, encontros, semi-nários, palestras, expo-

sições, recitais. . .Até ao momento encon-tram-se disponíveis paraconsulta online os se-guintes periódicos: AArte; A Coallisao; ACruz: Seminario Reli-gioso; A Epoca: Jornalde Industria, Sciencias,Litteratura e Bellas Ar-tes; A Illustraçao Uni-versal ; A Lyra da Moci-dade: Jornal de PoeziasIneditas; A Saudade; ASemana: Jornal Littera-rio; Agulha em Palheiro;Anathema; Annona, ouMixto-Curioso; Arte:Revista Internacional,Artes e Letras; As Ves-pas: Chronica Sema-nal Humorística; Cen-tenario do Bom Jesusdo Monte; Gazeta Uni-versal ; Hymnos e Flo-res. Jornal Litterario;Imprensa e Lei ; Jor-nal das Bellas-artes;Mensageiro; Miscella-nea Litteraria; Miscella-nea Poetica, Jornal dePoesias Ineditas; MuseoPittoresco Historico eLitterario ou Livro Re-

creativo das Familias;Nova Alvorada. Revis-ta Mensal Litteraria eScienti�ca; O AntonioMaria; O Atheneu; OBeija-�or: jornal deInstrucção e Recreio;O Bico de Gaz: Sema-nario; O Camões: Se-manario Popular Illus-trado; O Christianismo:Semanario Religioso; OEspectro; O Leme: Se-manario Humorístico eNoticioso; O Mosaico:Jornal d'Instrucção eRecreio; O Mundo Ele-gante: Periodico Sema-nal, de Modas, Littera-tura, Theatros, Bellas--Artes; O ObservadorLusitano em Pariz, ouCollecção Literaria, Po-litica e Commercial ; OPadre Malagrida ou aTezoira: Periodico Poli-tico e Literario; O Por-tuguez Constitucional ;O Portuguez ou Mercu-rio Politico, Commer-cial, e Literario; O Po-sitivismo: Revista dePhilosophia; O UniversoIlustrado; Os Mystérios

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do Rio de Janeiro ou Osladrões de casaca; PeroGallego. Folha Littera-ria, Scienti�ca, Etc.;Pontos nos II ; RevistaPortugueza; Ribaltas eGambiarras Revista Se-manal ; Universo Pitto-resco: Jornal de Ins-trucção e Recreio; Ves-pas � Revista Mensal,Crítica e Humorística.Encontram-se tambémdisponíveis para visua-lização três exposiçõescom recortes temáticosextraídos da pesquisaefectuada em jornais do

acervo do Real GabinetePortuguês de Leitura.A primeira debruça-sesobre as homenagensprestadas ao poeta Luísde Camões na celebra-ção do tricentenário dasua morte, a presença deRafael Bordalo Pinheirona imprensa brasileira esobre os modos de ves-tir, re�ectindo padrõesestéticos e traços socio-lógicos oitocentistas, emcontraste com os actu-ais. A exposição �O Rioem destaque� assinalaos 450 anos da cidade

do Rio de Janeiro, des-tacando algumas dasmarcas cariocas, comoos transportes, as ruas eo Pão de Açúcar comosímbolo da identidadenacional. Por �m, ovídeo �Álbum virtual�,do pesquisador LucianoCaetano, relembra visi-tantes ilustres que aolongo dos cerca de 200anos passaram pelo RealGabinete Português deLeitura.[Para mais informaçõesaceda a www.orealemrevista.com.br/]

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10 Congresso

Congresso Internacional Cultura(s) em Negativo. MitosNegros, Antis e Mudanças Sociais

Universidade do Minho, 1 a 3 de Outubro de 2015

Olhar a história das so-ciedades vivas atravésde uma outra ótica, apartir daquilo que cha-mamos a(s) cultura(s)em negativo, é o que nospropomos debater numareunião internacional einterdisciplinar de in-vestigadores das maisdiferentes áreas do sa-ber, tendo os EstudosCulturais por área cien-tí�ca de partida.O desiderato que pre-side à organização destecongresso consiste empromover o estudo sis-temático de todas ascorrentes e discursoscentrados numa perce-ção negativa do �Outro�(p. ex., antissemitismo,anticlericalismo, antibri-tanismo), na história dePortugal, mas tambémna sua articulação coma história europeia ede outras mundividên-cias culturais e civiliza-cionais. Utilizando ametáfora do negativo fo-tográ�co, pretendemosabordar criticamente ecaracterizar as mais di-ferentes formas de pro-

dução cultural que en-quadramos no conceitode cultura negativa.Na realidade, a históriada cultura e da men-talidade portuguesas eeuropeias foi e continuaa ser marcada por con�i-tos ideológicos e sociaisque têm gerado dinamis-mos de confrontação delonga duração entre gru-pos socioculturais, et-nias, religiões, géneros eclasses. Fomentados poruma propaganda maisou menos intensiva, osmovimentos e gruposem oposição ao longo daHistória procuraram de-monizar o �Outro�, istoé, fazer do adversário,que queriam combaterou mesmo eliminar, oinimigo por excelênciado bem da nação, doprogresso social e dalibertação de um de-terminado jugo que pe-sava sobre a comunidadedos cidadãos. Essa con-frontação resultante dadi�culdade de acolhere aceitar o �Outro� nasua diferença em ter-mos de mundividência,

modos de viver, acredi-tar e pensar, provocouimportantes fraturas nasociedade e na culturado nosso país, as quaissão fundamentais paracompreender as derivasda nossa história e algu-mas questões que aindahoje são objeto de de-bate aceso.Como acontece com asnações europeias maisantigas, a cultura e a his-tória de Portugal conhe-ceram numerosos dis-cursos e práticas que an-tagonizavam o �Outro�.Apesar dos diferentesveículos e impactos, to-dos estes discursos (ge-nericamente designáveisatravés do conceito de�anti�) têm recorrido adiversas estratégias paraapresentar a mundivi-dência, o estilo de vida,as crenças ou a ideo-logia de outros comouma ameaça aos valorespositivos de cada socie-dade. Na medida emque respondem a deba-tes ideológicos em cursoou a con�itos e tensõesexistentes entre grupos,

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Congresso 11

classes, etnias, géneros ereligiões, estes discursossão �novos�.Com este congresso pre-tendemos dar um impor-tante contributo paraa análise e compreen-são histórica, cultural eideológica das imagensconstruídas, em formade execração, em tornodas diferentes mundivi-dências, modos de es-tar, de pensar e agirque se a�rmaram cul-turalmente e marcarammentalidades e compor-tamentos sociais.

À luz do axioma �com-preender já é princípiode cura�, queremos comeste congresso, de na-tureza cientí�ca e aca-démica, contribuir tam-bém para uma sociedadecada vez mais plural, in-tegradora e respeitadorado diferente, mas in-tolerante em relação àdiscriminação de todoo tipo (racial, religiosa,étnica, etc.) e a todoo tipo de opressões ad-venientes que ferem adignidade humana.[www.culturasemnegativo.net]

Congresso Internacional Arte de Ser Português

no centenário da sua publicaçãoBiblioteca Nacional de Portugal, 14 a 16 de Outubro de 2015

O CLEPUL, em parce-ria com a Câmara Mu-nicipal de Amarante,a Biblioteca Nacionalde Portugal, o Institutode Ciências da CulturaPe. Manuel Antunes, aCasa da Liberdade �Mário Cesariny e outrasinstituições, organiza oTriénio Pascoalino, ciclode Congressos Interna-cionais compreendendo:�As Biogra�as no Pen-samento Português dos

séculos XIX-XX, porocasião dos 80 anos dapublicação de São Paulode Teixeira de Pascoaes�,nos dias 29, 30 e 31 deOutubro de 2014; a cele-bração do Centenário dapublicação da Arte deSer Português, nos dias14, 15 e 16 de Outubrode 2015; e �Teixeira dePascoaes: Pensamento eMissão. Congresso co-memorativo dos 140anos do seu nascimento

e 65 da sua morte�, emMarço de 2017.O alcance cientí�co dascontribuições do 1o Con-gresso Internacional,dedicado ao género li-terário das biogra�as,torna a realização do 2o

Congresso Internacionalum coerente prolonga-mento e um prementedesa�o lançado à comu-nidade académico-cien-tí�ca acerca dos prin-cípios teoréticos fun-

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12 Congresso

damentais da obra doautor amarantino e dopensamento portuguêsepocal e contemporâ-neo.Assim, encontramos noprofícuo ano de 1915a germinação e estru-turação de um manan-cial de possibilidades eactualizações histórico--culturais e estético-me-tafísicas que, pela forçamotriz e mitogénica dePortugal, serão incre-mentadas ao longo detodo o século XX.Nesse mesmo ano, é pu-blicada a obra de Tei-xeira de Pascoaes, inti-tulada Arte de Ser Por-tuguês, a par, ainda, dapublicação da RevistaOrpheu, instauradora domodernismo português,pelas �guras de relevode Fernando Pessoa, Al-mada Negreiros e Má-rio de Sá-Carneiro, semesquecer outros aconte-cimentos que alterariamradicalmente o modode pensar e �losofar dopensamento português eibérico: desde a in�uên-cia do criacionismo deLeonardo Coimbra atéa comemoração dos 94anos da Revista Seara

Nova, eivada pelas con-cepções democrático-ra-cionalistas de AntónioSérgio.É assim que, ao celebraro centenário da publica-ção da obra supracitadade Pascoaes, exaltare-mos, nos primeiros anosdo século, as contro-vérsias entre o raciona-lismo, positivismo e omovimento da �loso�aportuguesa, a predomi-nância de um providen-cialismo messiânico, aurgência disruptiva domodernismo e, por �m,a presença de um pro-jecto espiritual, vital emovente, do pensamentoportuguês que cruza atotalidade do século.A forte e inextrincá-vel expressão do pen-samento português queencontramos nesta obrapermite-nos reintegraro liame primordial da-queloutra unidade per-dida da cultura e povoportugueses, a par deuma teoria da saudade,cujo ímpeto basilar serevela no pensamentoAtlântico. A heterodo-xia e profundidade dopensamento português,aliadas à premente ne-

cessidade de reinstau-ração da unidade sin-gular da cultura e pen-samento portugueses,marca e sela esta obracomo uma das traves--mestras para colhermoso �o histórico-metafísicodo projecto áureo deuma patrioso�a, comointenta e defende poste-riormente António Qua-dros em Portugal, Razãoe Mistério.[para mais informaçõesconsulte http://congressobiogra�as-trieniopascoalino.blogspot.pt/]

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Curso Livre 13

Marcos do Pensamento no Século XX � I Série

Coordenação: Maria Luísa Ribeiro Ferreira e Maria Isabel Rocheta

ApresentaçãoA série I deste Curso Li-vre pretende dar a co-nhecer alguns nomes re-levantes do pensamentodo século XX no que res-peita a ética, política,literatura, história e �-loso�a. A escolha dosautores obedeceu a doiscritérios � por um lado,o inegável contributo dosmesmos para a constru-ção de um novo para-digma cultural; por ou-tro, a disponibilidade deespecialistas que ama-velmente se dispuserama partilhar o seu sabercom um público de in-teressados, fazendo jusao conceito de Universi-dade como comunidadede ensino e aprendiza-gem.

ObjectivosAlargar e aprofundar oconhecimento da obra degrandes vultos no pano-rama mundial do pen-samento do século XX

e treinar a leitura crí-tica de textos teóricos,em diálogo com especia-listas na obra dos pensa-dores estudados.

Modo de funciona-mentoDuas sessões por autor(módulos autónomos)Inscrição em todo ocurso ou em módulo(s)selecionado(s) pelos in-teressadosMínimo de 8, máximo de25 participantes

Inscrições10 a 30 de Setembro

PagamentoMódulos:14 ¤ (geral); 12 ¤ (an-tigos alunos e membrosdo CLEPUL, CFUL eSCUCP); 10 ¤ (estu-dantes)Curso Integral:60 ¤ (geral); 45 ¤ (an-tigos alunos e membrosdo CLEPUL, CFUL e

SCUCP); 30 ¤ (estu-dantes)

ProgramaHannah ARENDTViriato Soromenho Mar-ques e Margarida Ama-ral8 e 15 de Outubro,FLUL, sala 2.13Vergílio FERREIRALeonel Ribeiro dos San-tos22 e 29 de Outubro,FLUL, sala D. Pedro VPaul RICOEURCarlos João Correia5 e 12 de Novembro,FLUL, sala D. Pedro VRené GIRARDManuel José do CarmoFerreira19 e 26 de Novembro,FLUL, sala D. Pedro VEduardo LOURENÇO

José Eduardo Franco3 e 10 de Dezembro,FLUL, sala D. Pedro V

Informaçõ[email protected] (Vanda Neves Silva)

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14 Conferências

CONFERÊNCIAS

17 de AgostoUniversidade de SantaCruz do Sul (Brasil):Maria Antónia Jardim,�Narrativas e hermenêu-tica�, no VII ColóquioNacional Leitura e Cog-nição / I Simpósio Inter-nacional de Leitura, Li-teratura e Mídia

19 de AgostoUniversidade de SantaCruz do Sul (Brasil):Maria Antónia Jardimministrou o minicurso�Hermenêutica, arte lite-rária e psicologia� e, jun-tamente com Vera Lúciade Oliveira, Luiz Ruf-fato e Pedro Teixeira daMota, participou numamesa com escritores noVII Colóquio NacionalLeitura e Cognição /I Simpósio Internacionalde Leitura, Literatura eMídia

5 de SetembroCasa do Povo de Mon-talvão: Ana Maria PaivaMorão, �A chocalhadada Aleluia em Montal-vão. Outras chocalha-das. Os caretos trans-montanos e outras más-caras dos rituais deInverno�, no Colóquio

�Chocalhos. A ArteChocalheira Candida-tura a Património Cul-tural Imaterial�Auditório da BibliotecaMunicipal Almeida Gar-rett: Isabel Ponce deLeão, juntamente comMónica Baldaque e amoderação de Zita Sea-bra, participou no de-bate �Agustina � UmMundo Feliz?�

9 de SetembroCampus Carreiros daUniversidade Federal doRio Grande (Brasil):Isabel Lousada, �Litera-tura, ideologia e histó-ria: vozes e intersecçõesna autoria feminina�,no I Seminário Interna-cional Literatura, Ima-ginário e Cultura / ISeminário InternacionalVozes Femininas e escri-tas do EuBiblioteca Nacional dePortugal: Silvina Pe-reira, �Jorge Ferreira deVasconcelos na Biblio-teca Nacional�

11 de SetembroCampus Carreiros daUniversidade Federaldo Rio Grande (Bra-sil): Fabio Mario da

Silva, juntamente comNubia Hanciau e Lucia-na Jardim, participouna Mesa-Redonda �Li-teratura e PensamentoFeminino�, e Ana MariaLisboa de Mello, junta-mente com Ana MariaLeal Cardoso e AiméeBolaños, participou naMesa-Redonda �Imagi-nário e Feminino� no ISeminário InternacionalLiteratura, Imaginárioe Cultura / I Seminá-rio Internacional VozesFemininas e escritas doEu

12 de SetembroCafé Bar (Amarante):�Conversas no Café Bar:Essa alma pública dumavila�, mesa-tertúlia coma participação de Antó-nio Feijó, Manuel Fer-reira Patrício e Hermí-nia Vasconcelos Mota, ea moderação de So�a A.CarvalhoSalão da Junta de Fre-guesia de Lagoaça: Er-nesto Rodrigues, junta-mente com João Ca-brita, participou naConferência sobre Au-gusto Moreno no âmbitodo Ciclo de ConferênciasIlustres Desconhecidos

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Conferências 15

Auditório Municipalde Freixo de Espadaà Cinta: Teresa MartinsMarques participou naConferência sobre Vio-lência Doméstica

15 de SetembroUniversidade de Caxiasdo Sul (Brasil): Isa-bel Lousada, �Entre Ma-rias, Ana de Castro Osó-rio. Entre correspon-dências�, no VII Seminá-rio Internacional / XVISeminário Nacional Mu-lher e Literatura, e FabioMario da Silva, �A pre-sença feminina na obraMemorial dos milagresde Cristo, de Soror Ma-ria de Mesquita Pimen-tel�, no VII SeminárioInternacional / XVI Se-minário Nacional Mu-lher e Literatura

15 e 16 de SetembroUniversidade de Caxiasdo Sul (Brasil): Isa-bel Lousada e Michellede Vasconcelos Oliveirado Nascimento coorde-naram o 16o SimpósioTemático �As escritas desi femininas: Os diáriose cartas como espaços deprodução literária�, noâmbito do VII Seminá-rio Internacional / XVISeminário Nacional Mu-lher e Literatura

16 de SetembroUniversidade de Caxiasdo Sul (Brasil): MariaEunice Moreira, �Mulhe-res e Literatura no RioGrande do Sul do sé-culo XIX: história deum silêncio�; AngelaLaguardia, juntamentecom Cláudia Maia e Ma-ria Inês de Moraes Mar-reco, participa na Mesa--Redonda �Mulheres emLetras: Vozes, Percur-sos e Ressonâncias�, eAna Maria Lisboa deMello, juntamente comEurídice Figueiredo eStelamaris Coser, parti-cipa na Mesa-Redonda�A participação da mu-lher na literatura Bra-sileira nos últimos 150anos�, no VII Seminá-rio Internacional / XVISeminário Nacional Mu-lher e Literatura

17 de SetembroAuditório da BibliotecaMunicipal Almeida Gar-rett: Quintas de Leitura:Uma Tília para Agus-tina , conversa com Ma-ria do Carmo Mendes eIsabel Ponce de Leão e amoderação de Inês Me-neses e leituras de AnaZanatti, Inês Meneses,Mónica Baldaque, Cris-tiana Sabino, Manuela

Gomes, Mariana Abran-ches, Adriana Faria, So-�a de Melo Araújo, Nas-salete Miranda e Mar-lene Ferraz

24 de SetembroFNAC Colombo: Isa-bel Lousada e So�a Car-valho, �Congressos &etc. Na via dos en-contros cientí�cos: mo-dalidades, temáticas, in-terdisciplinaridade, par-cerias e colaboração en-tre gerações�, iniciativaintegrada no ciclo �Aca-demia(s) em Interface�

25 e 26 de SetembroUniversidade Carolinade Praga: Teresa Mar-tins Marques, ErnestoRodrigues, ColóquioInternacional �SéculoXXI: Que ModernidadeHoje?�

28 de SetembroReal Gabinete Portu-guês de Leitura: II En-contro de Pesquisadoresde Cultura OitocentistaLuso-Brasileira

30 de SetembroFaculdade de Letras daUniversidade de Lisboa,sala 2.13: Jorge Vicentedo Ó, �Cinema Portu-guês: um caso de amor�,iniciativa integrada nociclo GECAPA TALKS

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José Eduardo Franco recebe Medalha de Mérito Cultural

EXPOSIÇÕES

4 de SetembroBiblioteca Municipal Al-meida Garrett (Porto):Exposição �AgustinaBessa-Luís: vida e obra�17 de SetembroSala de Exposições daBiblioteca Nacional dePortugal: �Da inquietu-

de à transgressão: eisBocage. . . �, comissaria-da por Daniel Pires (até31 de Dezembro)15 de SetembroGaleria Municipal do 11(Setúbal): O Livro naÉpoca do Iluminismo,coordenada por Daniel

Pires (até 28 de Novem-bro)

24 de SetembroÁtrio da Biblioteca daFLUL: �No centenárioda morte de RamalhoOrtigão� (até 5 de Ou-tubro)

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Recensão 17

Sob o Signo do Pelicano. História do Montepio Geral

1840-2015 , Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2015

A obra Sob o Signo doPelicano. História doMontepio Geral 1840--2015, coordenada porJosé Eduardo Franco eAntónio Castro Henri-ques, e com a autoria deAna Catarina Rocha eRenato Pistola, assinalaos 175 anos do MontepioGeral, uma associaçãomutualista que assumiuao longo de toda a suaexistência um grandeprotagonismo na histó-ria social e económica dePortugal.Ao longo das cerca deoitocentas páginas, osautores procuraram de-monstrar que o Monte-pio não é apenas umainstituição bancária,como comummente éconhecido, um banco,mas sim uma associa-ção mutualista que comas suas diversidades,de onde advém a suaprincipal riqueza, é ummarco fundamental dasociedade portuguesa.A Associação engloba,atualmente, um impor-tante grupo económico,o Grupo Montepio, queinclui diversas empre-

sas, como, por exemplo,a Fundação Montepio,as Residências Monte-pio, a Lusitania, que sededicam a áreas tão vas-tas como a assistênciasocial, aos seguros, aocrédito, entre as quais seinclui a sua Caixa Eco-nómica, que em Portu-gal é o porta-estandartede um segmento impor-tante das �nanças detodos os países: a bancasem �ns lucrativos. Masa Associação extravasao campo próprio do queé �nanceiro, invadindopositivamente áreas tãovastas da sociedade por-tuguesa, das quais des-tacamos a área cultural,apresentando-se comoum dos mais importan-tes mecenas da culturaportuguesa.A história apresenta-da procura englobar etransmitir essa mesmadiversidade, equilibran-do uma sequência narra-tiva de ordem cronoló-gica que não descuraa necessária atençãoaos aspetos estruturais,centrando-se, maiorita-riamente, na interação

entre mutualismo e �-nanças.Para a sua elaboração,que decorreu ao longode cinco anos, recorreu--se, primeiramente, àsfontes produzidas pe-los órgãos próprios doMontepio Geral, nomea-damente às Actas daAssembleia Geral, quecontêm, ainda que nemsempre de forma explí-cita e declarada, grandeparte das ideias, dúvi-das e decisões que de-terminaram a órbita daassociação, aos Relató-rios da Direção e aosBalanços Anuais, emespecial para os perío-dos mais recentes, bemcomo aos Relatórios deComissões e aos Regula-mentos de Serviços queesclarecem aspetos pon-tuais da dinâmica ins-titucional. Os Estatu-tos foram também alvode grande enfoque, namedida em que repre-sentam as ambições daassociação. Em segundoplano, destacam-se asmonogra�as dedicadasao Montepio, tambémelas de âmbito comemo-

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18 Recensão

rativo, designadamenteas obras de Lopes deOliveira, Vasco Rosendoe Carlos Bastien, Ana-bela Nunes e Nuno Va-lério, que empreendemum trabalho de recons-tituição histórica destainstituição centenária,com a recolha de tes-temunhos e de dados,de aspectos mutualistase da história bancária.Por �m, encontramos asmonogra�as sobre temasa�ns.A obra divide-se em qua-tro partes corresponden-tes a períodos distintosque se caraterizam poruma combinação espe-cí�ca de riscos e opor-tunidades aos quais aassociação teve de res-ponder, adaptando-se emodi�cando-se.A primeira parte (1840--1891) analisa o cresci-mento inicial do Mon-tepio durante uma meiacentúria de crescimentoeconómico lento, mascom a existência de pou-pança e sem grande con-corrência nem regulaçãopública.Na segunda parte (1891--1933), a associação be-ne�ciou de uma posição�nanceira e associativasólida, mas foi confron-

tada com grande insta-bilidade política e insti-tucional, além de umaconjuntura internacionaldesfavorável.A terceira época (1933--1982) corresponde auma difícil convivên-cia com regimes quedesvalorizavam tantoa dimensão mutualistacomo bancária. Trata-sede concorrência na pre-vidência por parte doEstado Novo e a altera-ção do regime na banca.As novas condições le-variam a associação arealizar reformas pro-fundas que alteraram oseu per�l institucional.A última destas épocas(1982-2015) de�ne-sepela globalização dosmercados �nanceiros epelas grandes modi�-cações liberalizadoras,tanto na sociedade por-tuguesa como no própriosistema bancário.Cada uma destas par-tes é preenchida portrês capítulos, sendo oprimeiro dedicado a as-petos gerais da vida daassociação, o segundo àdimensão mutualista eo terceiro aos aspetos�nanceiros e bancários.Na prática, o leitor cominteresses mais especí�-

cos poderá optar por lerapenas estes capítulosem sequência.

No �nal do livro en-contra-se uma série dedados referentes à his-tória do Montepio, no-meadamente uma crono-logia (1789-2015), a evo-lução do logótipo, a aná-lise crítica dos estatu-tos, a lista dos corposgerentes, das direções edos departamentos, dossócios fundadores e re-lações dos associados,pensionistas e emprega-dos.

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Recensão 19

Esta obra resulta deuma colaboração doCLEPUL com institui-ções privadas, nomeada-

mente com o Montepio,no sentido de assegurara transferência e a di-fusão do conhecimento

desenvolvido no âmbitodas suas actividades.José Eduardo Francoe Renato Pistola

Aires Gameiro, Caldos Culturais de Lusofonia e

Evangelização, Lisboa, Esfera do Caos, 2015ISBN: 978-989-680-148-9

�Com base nas suas via-gens de trabalho pelosquatro cantos do mundo,acumulando relatos eapontamentos pormeno-rizados sobre culturas,tradições e realidadeslocais, o autor oferece-nos uma obra de referên-cia para o conhecimentoessencial de vários paí-ses onde os portuguesesmarcaram e marcampresença. Informaçãonotável, objetiva, comsublinhados especiaisacerca da identidade his-tórica, social e religio-sa, numa escrita bem-humorada, que desdelogo cativa o leitor e otorna parte integranteda reportagem, também

como viajante.� VeraLuza [da contracapa]

�Aires Gameiro é um es-critor multímodo. A suaobra concilia a experiên-cia de trabalho em situa-ções limite da existên-cia humana, na sua Or-dem Hospitaleira comopadre e psicólogo, comas suas múltiplas via-gens pela geogra�a dossaberes e da vida dos po-vos e culturas. Este éum livro extraordinário,feito de quadros e recor-tes que permitem con-templar a multicultura-lidade do mundo e ob-ter uma visão intercultu-ral dos trilhos da lusofo-

nia. É um testemunhovivo de como a nossa lín-gua foi fecundadora decultura e uma ponte ecu-ménica entre países, con-tinentes e civilizações.�José Eduardo Franco[da contracapa]

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20 Recensão

Beata Cieszýnska, Fabio Mario da Silva, Os Estudos de

Género na Perspetiva Ibérica e Eslava, Lisboa, CLEPUL, 2014ISBN: 978-989-8577-35-1

ebook disponível em http://www.lusoso�a.net/textos/20150902-cieszynska_beata_silva_fabio_mario_estudos_de_genero.pdf

Procurar dimensões ibé-ricas e eslavas dos es-tudos de género e seusobjectos, signi�ca tentarresponder uma vez maisà urgência da Europacontemporânea de apro-ximar os seus pontosopostos enquadrada naárea disciplinar �Estu-dos Ibero-eslavos�. [. . . ]A monogra�a que os lei-tores recebem nas suasmãos apresenta uma evi-dência do interesse peloaprofundamento dos Es-tudos de Género, destavez na perspetiva ibero--eslava. Os seus capí-tulos mostram os estu-dos biográ�cos cruzadoscom a análise literáriae estudos de tradução,a história diplomáticacom a história das men-talidades. Dominam astentativas comparati-vistas focadas ou naspersonagens literárias eculturais, ou em estu-dos de tópicos e motivosliterários que colocamlado a lado as represen-tações ibéricas e eslavas

no contexto amplo docomparatismo literário.Os textos aqui apre-sentados resultam dainspiração pelo debateinternacional da 7a Con-ferência Internacionalda série anual �Cultu-ras Ibéricas e Eslavasem Intercâmbio e Com-paração�, que decorreunos dias 7 a 9 de maiode 2013 e foi dedicadaà temática �Interfacesem Estudos de Género�,bem como dos trabalhosdo Grupo de Estudosde Género na PerspetivaIbero-Eslava da Asso-ciação Internacional deEstudos Ibero-Eslavos �CompaRes.Nestes trabalhos abor-dam-se diversas pers-petivas no âmbito ibé-rico e eslavo sobrequestões de género,promovendo-se um de-bate intercultural atra-vés da sua contextua-lização histórica, con-ceptual e iconográ�ca,até à contemporaneida-de.

Abrangendo variadasáreas cientí�cas, nu-ma perspetiva ibero--eslava, esta conferênciarepresentou a oportu-nidade para re�etir edialogar sobre o géneroe as suas implicaçõesnas diversas áreas do sa-ber. Estas tendências,de maneira exemplar,demonstram os textosaqui selecionados, par-tindo, pois, de diver-sas conjeturas, na sua

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Recensão 21

maioria apresentandometodologias cruzadas.As perspetivas em focoibero-eslavo para os tex-tos aqui reunidos terãosido: jogos de espelhosentre masculinidade efeminilidade; as teoriasfeministas e suas aplica-ções, os respetivos dis-cursos sobre mulheres eda autoria das mulheres;

a expressão do Génerona perspetiva individuale coletiva; as marcasbiográ�cas e lugares dasmulheres na história; asquestões de tradução eexpressão linguística nasvozes femininas e mas-culinas; os cruzamentosde Estudos de Génerocom as Ciências e asArtes; os caminhos de

miti�cação do feminino,sobretudo nos discur-sos religiosos e entre osacrum e o profanum;o lado sociológico emestudos de Género, so-bretudo nos lugares dasmulheres na sociedade,etc. (excerto da In-trodução)

A Chave dos Profetas. Livro Primeiro, Segundo e Terceiro,Lisboa, Temas e Debates, 2015

ISBN: 978-989-644-378-8

�A Clavis Prophetarumé um tratado teológico--político sobre a justiçae a paz universais econstitui uma das obrasmais importantes do Pa-dre António Vieira, valo-rização por ele várias ve-zes sublinhada.Nesta obra apresenta--nos a sua interpreta-ção das profecias bíbli-cas, pelo confronto deautoridades pró e contraem plano de sólida eru-dição, orientando o de-bate no sentido de umaconceção escatológica dahistória, consumada naunidade em Cristo de to-dos os povos e nações,

cuja pluralidade e gran-deza haviam sido �nal-mente estabelecidas, aolongo dos séculos XV eXVI, por ação dos por-tugueses, com início napassagem do cabo deNão.Por isso estamos peranteuma obra que por ve-zes se revela de difícilleitura, plenamente inte-grada na sua formaçãoescolástica, movendo-secom manifesta destrezapelo emaranhado dasopiniões dos doutorescatólicos no que con-cerne aos tópicos queconcentram o essencialdo sentido da aventura

humana no tempo e naEternidade.O seu ponto de par-tida assenta nas teses deque Cristo foi Rei en-quanto Homem, em sen-tido espiritual e tempo-ral, e que Rei perma-neceu depois de entre-gar o espírito na cruz;que o fundamento maisimportante do poder ré-gio temporal de Cristoé a justiça e a paz; eque a consumação do seuReino, tanto no espiri-tual como no temporal,quer dizer a paz univer-sal que abarcará a vidados povos nos últimosséculos da história, fora

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22 Recensão

já anunciada pelos pro-fetas, postando-se à ca-beça o profeta Daniel, ainterpretação do sonhode Nabucodonosor, aoanunciar �um reino quenão será jamais dissi-pado� (Dn 2, 44), isentodos fatores de corrupçãodos demais impérios dotempo.Este império, ou Reinode Cristo consumado naTerra, seria a expres-são da unidade entre oshomens e, não sendoeterno, na sua dimen-são terrena, como eternanão era a história, te-ria uma duração quena tradição do Apoca-lipse, atribuído a S. João(Ap 20, 1-5), se estende-ria por mil anos, comoforma de referir não amedida exata da sua du-ração, mas uma secularlongevidade, como eracomum aos movimentose correntes milenaristas.[. . . ] se realizou o altopropósito do Padre An-tónio Vieira que era o decomprometer os homenscom os princípios cris-tãos, estabelecendo aomesmo tempo uma claraarticulação entre a dig-nidade humana e o bemcomum dos povos. Paraele, não poderia ser ou-

tro o sentido da aventurados homens no tempo ena história, pois apenasesse estaria à altura dabondade de Cristo, e sóeste poderia tornar o ho-mem capaz de Deus e daeternidade.�[excerto da introdu-ção de Pedro Cala-fate]

�Vieira é todo certezade Deus e do projeto deDeus para o tempo [. . . ].O seu messianismo nãoé a espera sem �m dealguma coisa que nuncachega, mas a estruturada fé no aqui e agorado seu presente. Hoje,quando o mundo capita-lista fracassou, A Chavedos Profetas é talvez umdesses fósseis de umaesperança que não te-mos mais [. . . ]. Quemsabe possa ser a metá-fora de outra coisa quedesejamos, postos nesse�m de linha da barbárieiluminista, outra coisaque não conhecemos eainda não veio� (JoãoAdolfo Hansen, textoda contracapa)

�A Chave dos Profetasé a obra maior de Viei-ra e aquela em que ogrande orador investiumais tempo, mais inves-

tigação, mais re�exão,mais razão e mais pai-xão. É também umadas obras mais origi-nais e mais generosasdo pensamento utópicoportuguês que merece�gurar entre as maio-res do pensamento uni-versal da Época Mo-derna� (José EduardoFranco, texto da con-tracapa)

�A Clavis Prophetarumé um tratado teológico--político sobre a jus-tiça e a paz univer-sais e constitui uma dasobras mais importantesdo Padre António Viei-ra� (Pedro Calafate,texto da contracapa)

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Recensão 23

Helena Malheiro, A Matéria dos Sonhos, Lisboa,Chiado Editora, 2015

ISBN: 978-989-51-4268-2

A Matéria dos Sonhos éum livro sobre a fron-teira entre o Real e oImaginário, aquela linhatão ténue em que ca-minhamos permanente-mente sem saber de quelado nos situamos e quenos fascina e aterrorizaao mesmo tempo porqueo sonho e a realidadese contaminam sempre aponto de nunca saber-mos onde acaba um e co-meça o outro, como a�r-maram Shakespeare ouPessoa cujas frases co-loquei em epígrafe por-que andaram dentro demim a ecoar durante me-ses e me �zeram desco-brir o título deste livro:�We are made of the stu�that dreams are madeof�, �É O que eu me so-nhei que eterno dura�.A mesma contaminaçãoentre vida e sonho, quedescreve Jorge Luís Bor-ges em �A Flor de Cole-ridge�:�Se um homem atraves-sasse o Paraíso num so-nho, e lhe dessem uma�or como prova de quelá tinha estado, e se ao

acordar encontrasse essa�or na sua mão?�ou Sophia, a incompa-rável Sophia, para quemo poema sacralizado setorna ele mesmo a �res-piração do real, o ser eo aparecer das coisas, aaparição imanente do serno seio da aparência�.Como se o outro lado, olado escondido da exis-tência, saísse do véu desombra em que se encon-tra mergulhado e se re-velasse aos poucos, inva-disse a realidade e de-sabrochasse para a vida,através do poder encan-tatório do sonho, ou dapoesia, que é uma formade sonho, porque repre-senta o desvendar de umsegredo, a verdade maisprofunda e inacessível.Entre a realidade e osonho, entre a prosa ea poesia se situa poiseste meu livro de fron-teira. Entre a arte e avida. Entre o ser e onão ser. Entre o in�nitoamor que acaba semprepor tomar o lugar dosangue dentro do corpoe a solidão de uma dor

devastadora e cruel. En-tre o esplendor e a re-volta. Entre o encantoe a mágoa. Entre aharmonia e a multipli-cidade que tudo invadeprogressivamente até setornar insustentável por-que põe em causa a pró-pria identidade. Entreo presente e as váriasmemórias que compõemo passado. Porque esteé também um livro so-bre os múltiplos tempose as múltiplas identida-des de que somos feitose que nos atemorizamporque nos ultrapassamsempre com as suas vá-rias camadas de másca-ras e de mistério. Porvezes parece que nadavai sobreviver neste caosdesmedido de palavrase de gestos, contamina-dos por outros já pas-sados que teimam emregressar, mas atravésda poesia que é a su-prema forma de reali-dade, vamos chegando anós próprios, vai-se des-vendando devagar a es-sência escondida das coi-sas que regressa quando

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24 Associação Internacional de haiku

tudo parece ter acabado:�Há sobretudo uma mu-lher que se está a impordesalmadamente dentrodas minhas páginas eisso angustia-me. Pa-rece que não tenho mãonela, escapa-me por en-tre os dedos, por en-tre os �os das palavras,por entre as minhas li-nhas escritas no cadernopreto a tinta azul escura,uma mulher desconhe-

cida que no entanto àsvezes se parece terrivel-mente comigo, que porinstantes julgo reconhe-cer e não sei como nemquando me cruzei comela. Apareceu há dias adeambular nos meus pa-rágrafos e agora já nãoconsigo livrar-me dela.Parece ocupar cada vezmais espaço dentro dolivro, como se me qui-sesse colocar para fora

dele, sim, como se mequisesse empurrar parafora da minha própriahistória. Começo a sen-tir algum receio peloespaço enorme que elatem vindo a ocupar den-tro de mim. A suapresença está-se a tor-nar desmedida e extre-mamente tirânica, domi-nadora.� Helena Ma-lheiro

�Diálogo sem limites�Oitava Conferência da Associação Internacional de haiku

Tóquio 4-6 de Setembro de 2015

A Meiji Universityi aco-lheu poetas de haikude 14 países que parti-lharam com os colegasdo Japão o desejo dedescobrir o segredo dopequeno poema. Foramtrês dias de leitura depoemas em várias lín-guas e de troca de ideiase de emoções. O equi-líbrio entre leitura depoemas, comunicações,música e dança contri-buiu para a conferênciatornar-se numa festa deamizade e de inspiração.Os representantes dasAssociações de haiku deMongólia e de Vietnameram os mais numerosos,para além dos poetas ja-

poneses. Portugal foirepresentado por Casi-miro de Brito, membrodo júri do primeiro con-curso para melhor haiku,Leonilda Alfarrobinha,que ganhou o terceirolugar neste concurso, eZlatka Timenova, con-vidada como represen-tante da Bulgária e dePortugal.No segundo dia, ZlatkaTimenova apresen-tou a sua comunica-ção em francês, inti-tulada �Haiku, couleurde femme� que foi tra-duzida para japonês.Durante as sessões deleitura, Zlatka Time-nova leu os seus poemas

em búlgaro, português,francês e inglês. Eis umexemplo de haiku inspi-rado por Lisboa

O evento teve boa co-bertura mediática. To-das as sessões de leituraforam �lmadas. Umaequipa da rádio entrevis-tou e �lmou a maioriados participantes paraelaborar um �lme quevai ser disponibilizadonas embaixadas de vá-rios países.

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