revista outdoor 6

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outdoor www.revistaoutdoor.pt Nº6 JULHO/AGOSTO 2012 Torna-te fã REVISTA por Aurélio Faria CARLOS SÁ, O ULTRA MARATONISTA ATIVIDADES Outdoor em Família ENTREVISTA Novo projeto de Nuno Ferreira DESAFIO Uma aventura no Ártico SANTA CRUZ OCEAN SPIRIT o grande regresso! DESCOBRIR O ALGARVE A Rota da Cortiça! A SURFAR COM com a Maria Abecasis AVENTURA Travessia Pedestre à Ilha da Madeira

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Torna-te fã

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por Aurélio Faria

cArlos sá, o ultrA mArAtonistA

AtividAdes outdoor em Família

entrevistANovo projeto de Nuno Ferreira

desAFioUma aventura no Ártico

sAntA cruZ oceAn sPirito grande regresso!

descobrir o AlgArveA Rota da Cortiça!

A surFAr com com a Maria Abecasis

AventurATravessia Pedestre à Ilha da Madeira

Page 4: Revista Outdoor 6

DiretrizesEDITORIAL 06

GRANDE REPORTAGEM

CARLOS SÁ, O ULTRA MARATONISTA por Aurélio Faria 08

EM FAMÍLIA

ATIVIDADE- Aventura em Família 14

VIAGEM - Oásis do Sul 18

AvENTuRA

EVENTO — MUS 22

DESAFIO — Uma aventura no Ártico 26

DESAFIO — Trekking na Ilha da Madeira 32

ENTREvIsTA

Maria Abecasis - a Surfar com a Maria 38

POR TERRA

CRÓNICA — Via Algarviana 42

DESCOBRIR — A Rota da Cortiça 48

Bikotel 52

POR ÁGuA

EVENTO — Nelo Summer Challenge 56

ATIVIDADE — Surf 58

INDOOR — Preparação para Surf 62

EVENTO — Santa Cruz Ocean Spirit 64

FOTOGRAFIA

PORTFOLIO DO MÊS — Luís Ferreira 66

FOTO DO MÊS - Travessia Lisboa Madrid 72

sOsSobreviver a Catástrofes 74

DEsCOBRIR

REGIãO DO ALGARVE 78

PROjETO - Caminhos de Árvores e Pedras 84

ENTREVISTA - O novo projeto de Nuno Ferreira 88

RECEITA OUTDOOR - Bolinhas de Energia 94

LIVRO AVENTURA - Kid Carcaça 95

Pousada de juventude de Portimão 96

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ATIVIDADES 98

ATIvIDADEs OuTDOOR 102

DEsPORTO ADAPTADO

DIVE FOR ALL 108

EsPAÇO APECATE

Técnico de Turismo de Ar Livre 112

vOuChERs 116

A FEChAR 120

Maria Abecasis é uma das atletas que está a dar cartas no surf feminino em Portu-gal. A sua garra trouxe-a até aqui e per-mitiu-lhe conquistar o título de Campeã Nacional.

Depois de descobrir o continente a pé, o Jornalista Nuno Ferreira rumou à ilha dosAçores! Uma agradável conversa com este aventureiro que nos encantou com todas as suas histórias e descobertas.

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Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores. Não é premitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista.

nº6 Julho_Agosto2012

Nesta reportagem vamos desvendar algu-mas histórias e segredos de Carlos Sá. A sua paixão, força e dedicação levaram-no até grandes conquistas. sabia que Carlos Sá pesava 96kg e tinha uma vida sedentária?

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julho_Agosto 2012 OUTDOOR6

Editorial Ficha técnica

Parece que foi ontem mas… a Revista Outdoor acaba de fazer um ano! Há 12 meses lançámos a edição 0 e hoje já estamos a lançar o número 6.

Foram 12 meses em que descobrimos e de-mos a conhecer grandes aventureiros, desa-fios, histórias… um sem fim de sugestões para que os nossos leitores possam sair da rotina do dia a dia e aproveitar o que temos, tantas vezes perto de nós!

Neste número, como forma de comemoração, trazemos uma novidade: Vouchers de desconto para atividades outdoor.

Para além da nova categoria, ao aventurar-se pelas nossas pá-ginas irá descobrir alguns segredos do ultramaratonista Carlos Sá, uma entrevista a Maria Abecassis, um percurso pedestre único pela Ilha da Madeira, eventos fantásticos que esperam pela sua presença, o novo projeto de Nuno Ferreira pelos Aço-res, inúmeras sugestões de atividades para os miúdos, graúdos, em família e muito mais.

Sendo este um mês de férias para muitos portugueses, espera-mos que aceite as nossas sugestões e se divirta, relaxe e sinta o prazer de praticar atividades ao ar livre.

Agradecemos a todos os que nos continuam a seguir, a enviar sugestões, a participar ativamente no nosso projeto, um bem hajam! Estamos cientes que só com a vossa colaboração con-seguimos melhorar e ir de encontro às expectativas de todos.

Até Setembro e, se for o caso, boas férias!

Continue a acompanhar as nossas sugestões diárias no Portal Aventuras.

Nuno Neves

chegou onúmero 6!

EDIção Nº6

WPG – WEB PORTALS LDA

NPC: 509630472

CAPITAL SOCIAL: 10.000,00

Rua Melvin jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide

Telefone: 214702971

Site internet: www.revistaoutdoor.pt

E-mail: [email protected]

REGISTO ERC N.º 126085

EDIToR E DIREToRNUNO NEVES | [email protected]

MARkETINg, CoMUNICAção E EvENToSISA HELENA | [email protected]

SOFIA CARVALHO | [email protected]

BEBIANA CRUZ | [email protected]

REvISão CLÁUDIA CAETANO

CoLAboRARAM NESTE NúMERo:ANA BARBOSA, ANTÓNIO GAVINHO, ARTUR

PEGAS, AURéLIO FARIA, BRUNO BRITO, CARLOS SÁ,

GONçALO BENTTENCOURT, ISA SEBASTIãO, jORGE

PEREIRA, LUíS FERREIRA, LUíS VARELA, MARIA

ABECASSIS, MIGUEL LACERDA, MIGUEL SOUSA,

NUNO FERREIRA, NUNO PEREIRA, PEDRO ALVES,

PEDRO PEDROSA, RICARDO MENDES, SíLVIA ROMãO,

SUSANA MUCHACHO.

SoMBEBIANA CRUZ

DESIgN EDIToRIALINÊS ROSADO

FoTogRAFIA DE CAPAAGUSTIN MUNOZ - RED BULL CONTENT POOL

DESENvoLvIMENToÂNGELO SANTOS

www.portalaventuras.clix.pt

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CHTGSBADY THT

Advanced Dynamics é a tecnologia com que criámos a bicicleta de trail mais eficiente do mercado. Uma máquina que te fará subir mais ágil do que nunca e te dará o máximo controlo para fazeres faísca em qualquer descida. Nova Orbea Occam, onde eficiência e controlo se juntam.

OCCAM

www.orbea.com

Onde eficiência e cOntrOlO se juntam.

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cArlos sá, do soFá Às ultrAmArAtonAs

Grande Reportagem

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“Ao quilóme-tro 50 da etapa

de 80 km ,uma visão inesperada acabou por proporcionar ao portu-

guês de Barcelos o alento necessário para terminar

a mais longa e dura etapa da Marathon

des Sables“

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A CHAvE Do INFERNoDesidratado, com o estômago pesado que nem uma pedra, em perda crescente de ritmo e ul-trapassado constantemente por outros corre-dores, Carlos Sá competia já apenas contra os seus limites físicos e mentais. E nesse dia, de mochila de 8kg às costas e sob o calor do deserto do Sahara, atravessara dunas de areia fina, calcara pistas poeirentas e trepara terre-nos rochosos. Ao quilómetro 50 da etapa de 80 km ,uma visão inesperada acabou por pro-porcionar ao português de Barcelos o alento necessário para terminar a mais longa e dura etapa da Marathon des Sables (Maratona das Areias) “Eis a chave para abrir as portas do Inferno!” - pensou,exausto, quando viu uma chave grande e enferrujada perdida na areia: “Fiquei com a imagem na cabeça e a cismar como foi lá parar a chave... No meio do nada, devia estar esquecida há muitos anos pelo dono de uma casa que teria certamente um enorme portão de madeira!”.

A 11 de Abril de 2012, Carlos terminou noi-te dentro a etapa entre el Maharch e Jebel el Mraïer com o tempo de 8h13m. Na classifica-ção final, o ultra-maratonista obteve o 4º lu-gar entre cerca de 800 atletas de 30 nacionali-dades. Foi o melhor classificado não africano da mais famosa prova aventura do mundo. Falhou por pouco o pódio onde estiveram um jordano e dois marroquinos que treinaram ex-clusivamente para esta prova com patrocínios chorudos e apoio governamental.

No regresso a Portugal, Carlos foi notícia de telejornais, rádios e diários desportivos.

o SEgREDo“Sei que vou buscar forças onde não as tenho, e sofrer para mim não é problema desde que esteja consciente, portanto lúcido e com pleno controlo do meu corpo” Na segunda partici-pação na Maratona das Areias, este pai de 2 filhos encontrou novos limites nos 245km da prova na qual participou pela 1ª vez, o ano passado. Em entrevista ao Expresso recordou

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como “bateu no fundo” em 2011, e conseguiu recuperar o ânimo:“Ia muito focado na competição, não me hidra-tei convenientemente e, a dada altura, já não via nada, estava tudo desfocado. Parei, sentei--me e, naquela altura, completamente deso-rientado, pensei em desistir.

Mas, lá dentro, outra voz se fazia ouvir mais alto. “Continua! Con-

tinua! Continua!”. No relato, re-corda como demorou mais de meia hora para se reerguer e começar primeiro a andar, depois a correr muito deva-gar, mas terminou na oitava posição, de braço dado com

um marroquino, e com a certe-za que, além dos outros atletas,

se ultrapassara, mais uma vez, a si próprio. “O segredo é a persis-

tir, mesmo no treino. Já várias vezes saí para correr à uma da manhã” - resume,

descontraído, quem corre habitualmente 30km por dia e 200 km numa semana, quase sempre sozinho e pelo monte de S.Mamede, perto de casa, ou em treinos específicos em praias e em altitude acima dos 1000 metros.

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“Em 1999, e longe dos

atuais 67 kg, Carlos pesava 96 kg , e com uma vida sedentária, esquecera já o sonho

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Mas nem sempre foi assim. Em 1999, e longe dos atuais 67 kg, Carlos pesava 96 kg , e com uma vida sedentária, esquecera já o sonho de adolescência de um dia ser como o seu ídolo Carlos Lopes.

A SAÍDA Do SoFÁO clique que o fez saltar do sofá foi a pa-lestra dada em Barcelos pelo alpinis-ta João Garcia sobre a conquista do Everest A partir daí, recome-çou regularmente as atividades de montanhismo, fez ascen-sões nos Andes e nos Alpes. E foi, aliás, numa ida ao Monte Branco, que teve um 2º clique quando testemunhou a partici-pação de um veterano de qua-se 60 anos no Ultratrail du Mont Blanc, a mais conceituada e com-petitiva prova de ultramaratona do mundo.Apostado a sério nas corridas de montanha, Carlos triunfou logo na primeira ultramaratona realizada em França: ganhou o Grande Raide dos Pirinéus após 26 horas de prova para ven-cer o percurso de mais de 160 quilómetros.Em 2010, e entre 2300 corredores, metade dos quais não terminou a prova, obteve o 5º lugar

“E foi, aliás,

numa ida ao Monte Branco, que teve um 2º clique

quando testemunhou a participação de

um veterano (...)”

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Maio_junho 2012 OUTDOOR12

no Ulta Trail do Monte Branco. Em 22 horas e48 minutos, quase um dia a correr, correu 168km e 9500m de desnível positivo e condições climatéricas adversas: vento, nevoeiro, neve e temperaturas que oscilaram entre os 26º C e os -10ºC. Uma proeza reforçada pelo facto de ser o único amador entre as dezenas de profissionais que alcançaram os primeiros lugares da prova.

SERRA DA ARgAEm Portugal, e num projeto pessoal e que co-loca o Minho no circuito do desporto aventura, Carlos Sá associou o seu nome ao Ultratrail da Serra da Arga. No Outono de 2012, a 2ª edição da prova terá a internacionalização que garante a mediatização e algum apoio.

“Ando em busca dos meus limites e felizmente ainda não os encontrei” referiu recentemente numa cerimónia de homenagem. Aos 38 anos, a segunda participação na Maratona das Areias deu finalmente a Carlos Sá o reconhecimento público tardio, mas não o fez perder a postura humilde . “Era bom termos mais apoio” desta-cou apenas numa das entrevistas no regresso de Marrocos. Tivesse outra nacionalidade ou jogasse futebol, o superatleta teria há muito a fama merecida dos desportistas de elite. ø

Aurélio Faria

1º Lugar no Grand Raid des Pyrénées2º Lugar no Maratón Alpino Madrileño4º Lugar na Marathon des Sables5º Lugar no Ultratrail du Mount Blanc

vitóriAs internAcionAis

Grande Reportagem

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Em Família

AventurA em FAmÍliA

Atividade

Na região onde o castanho da terra, o verde da vinha e o azul do mar se conjugam de forma perfeita, junta-mente com o património histórico e a gastronomia, situa-se Peniche.

Cidade piscatória que cativa quem a visita de imediato, com as suas arribas, a vista para a Ber-lenga, o Cabo Carvoeiro, a Nau dos Corvos.Com uma tradição intimamente ligada à faina, à

cultura marítima e mais recentemente ao surf, Peniche é uma cidade que se deve conhecer. A nossa escolha recai sobre a prática de uma atividade desportiva, mas efetuada no âmbito familiar, na costa marítima de Peniche, em que o cliente tem o prazer de observar as arribas ta-lhadas em diferentes materiais rochosos, uma obra inagualável da natureza. Assim, a PortugalWestZone sugere uma aula de

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AventurA em FAmÍliA

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Ati

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pesca em alto mar, atividade desportiva, mas praticada em grupo, fomentando o espirito e a união em seio familiar.

Feita em colaboração com o Barco Dinor, a aula de pesca em alto mar tem a duração de meio dia. O transporte para a atividade poderá ser efetua-do pela PortugalWestZone, ou o cliente poderá optar por ir na sua viatura. A escolha será deste.

O objetivo é simples: ensinar a pescar, com o auxilio de uma tripulação profissional e devida-mente certificada.

Nesta atividade com a duração de meio dia, os profissionais do Barco Dinor ensinam a arte e as técnicas da pesca, ajudam a fomentar o espírito e a união de grupo no seio familiar, aconselham, ensinam, elucidam sobre a pesca em alto mar.

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Em FamíliaTodo o material necessário para a realização da aula é fornecido pela empresa. Sabendo de que o cuidado e o acompanhamen-to dos mais pequenos é necessário e tendo em conta as necessidades dos pais, o Barco Dinor tem ao dispôr um res-ponsável para cuidar das crian-ças que não participem na aula de pesca em alto mar.Com a duração de meio dia, a pesca em alto mar pode ainda ser conciliada com outras ativi-dades que a PortugalWestzo-ne tem ao dispôr dos clientes.

Destacamos uma visita à Ber-lenga, reserva natural, ilha po-voada de mitos e lendas, um pas-seio em busca dos golfinhos feito por profissionais, ou uma aula de surf. Um passeio pela cidade de Peniche, ou uma visita à Fortaleza, antiga e famosa prisão política, um

marco importante da nossa história e da Revolu-ção de Abril, onde todos os seus corredores, ce-las e paredes têm uma história para nos contar,

serão também de se ter em conta.

Sugerimos ainda um dia à medi-da do cliente, onde este queira

conjugar um passeio elaborado pela PortugalWestZone junta-mente com a pesca em alto mar, um dia inteiro conce-bido de acordo com os seus desejos e pretensões, onde a cultura, o turismo ativo e

a prática de uma atividade desportiva,se podem conjugar

de forma perfeita, seja através da nossa sugestão ou do leque de

atividades que temos ao dispôr. ø

Inês Espadaneira e Ivo batistaPortugal WestZone

“(...) uma visita à Berlen-

ga, reserva natural, ilha povoada de mitos

e lendas, um passeio em busca dos golfinhos

feito por profissionais, ou uma aula de

surf.

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Dificuldade do Percurso: BaixoDuração: Meio-diaHorários: 8h-12h ou 15h-19hNúmero de Pessoas: P5 pescadores4 pescadores e 4 observadores6 pescadores e 2 observadoresO número máximo de participantes é de 8 pessoas.Advertências: Aconselhamos o uso de calçado prático impermeável, chapéu, roupa prática e que proteja contra o ven-to, protetor solar. A realização da ativida-de está sujeita às condições climatéricas.Promotor: Portugal WestZone

FichA técnicA

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Em Família

oásis do sul

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Este país tão perto de nós conserva ainda muito dos valores tradicio-nais que se enraizaram ao longo de seculos neste país no extremo norte do continente africano.

Esta viagem começa em Marraqueche, a cida-de vermelha do grande sul. A cidade começou como ponto de paragem das grandes carava-nas comerciais que uniam a África Negra com o Mar Mediterrâneo. Desde então tem crescido e cada vez mais se afirma como a capital do grande Sul e porta do deserto. Sugerimos um percurso que se faz bem em meio-dia pela cida-de vermelha. Poderemos visitar os jardins de-Mehara; o minarete da La Koutoubia; os túmu-los dos reis Sádidas, a dinastia que fundou esta grande cidade, e por último, a praça Djemaa el-Fna(assembleia dos mortos), edificada como "Património da Humanidade" e considerada a praça mais movimentada do mundo: onde se juntam vendedores, dentistas, curandeiros, es-critores, músicos, malabaristas…

Os dias seguintes serão orientados para sul, começando com a travessia da cordilheira do Atlas. A paisagem, de belos tons, oscila entre o verde carregado dos vales, e os rasgos averme-lhados do colo de Tizin Tichka´ (2280m). Em rota teremos oportunidade para visitar o Kas-bah de Ait Ben Haddou, património da humani-dade e palco de gravação de vários filmes que Hollywood celebrizou.A viagem continua pela famosa "Rota dos kas-bahs" (via Kelaat M´gouna), nome do Alto Atlas na região sul. Durante a rota, percorreremos uma série de fortalezas (kasbahs), construídas em adobe e com adornos em ladrilho cru. Estas fortalezas do deserto tinham funções defensi-vas e em tempos idos, albergaram autênticas aldeias e "cidades" no seu interior. Os Kasbahs, desta rota, estão situados e espalhados através de uma paisagem espectacular: "... no lugar que a montanha encontra o deserto...", segun-do os locais, conjugam todos os tons de ocre e vermelho. Entre desfiladeiros, teremos oportunidade de ficar deslumbrados com as espetaculares Gar-gantas do Todra. Um desfiladeiro de 300 me-tros de altura escavado pelo rio Todra. A nossa bússola aponta agora Erfoud. O caminho torna--se menos confortável e mais duro, porém, as aldeias e as suas populações são cada vez mais autênticas e remotas.Erfoud é entreposto a caminho das dunas que já adivinham ao longe. É aqui que ficaremos por duas noites entre caravanas de camelos e tendas berberes com todo o conforto que se

“Viajar para Marro-

cos é embarcar numa grande aven-

tura aqui mesmo ao virar da esquina.”

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Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR20

d1: Voo cidade de origem - Marraqueche d2: Marraqueche d3: Marraqueche - Ait Bem Haddou - Ouarzazate - Kelaat M`Gouna d4: kella m`Gouna - Gargantas do Dadés e do Todra - Erfoud - Dunas de Merzouga d5: Dunas de Merzouga - Rissani - Dunas de Merzouga d6: Dunas de Merzouga - Zagora d7: Zagora - Ouarzazzate - Marraqueche d8: Marraqueche - cidade de origem.

ProgrAmA:

Em Famíliaconsegue ter em pleno deserto.

O deserto encanta. As dunas, as pistas e toda a vida que se consegue observar espantam. É por uma dessas pistas que seguiremos, para conhecer Taz-zarine e Alnif que representam uma verdadeira meca para os amantes dos fósseis. Daqui a viagem segue para o ponto de partida para das grandes ex-pedições Saharianas – Zagora, a porta do deserto.

Em Zagora a placa mais fotografada do mundo in-dica-nos que estamos a 52 dias a pé de Tombuctou, no entanto, a nossa direção não é essa. Seguindo o curso do rio Draa, chegaremos a Ouarzazate, a chamada Porta do Deserto. Teremos tempo para repousar um pouco e “fechar o ciclo” com o re-gresso a Marraqueche. Teremos tempo para usu-fruir da noite nesta cidade e na manhã seguinte regressaremos a Portugal. ø

Artur Pegas

“O deserto

encanta. As dunas, as pistas e toda a vida que se

consegue obser-var espan-

tam.“

Próxima Partida: 04/08/2012

www.papa-leguas.com

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Testemunho: No geral a viagem correu muito bem. Foi uma experiência marcante. Não posso dizer que adorei porque ver tanta pobreza nos constrange e todas aquelas horas de jipe são cansativas (por vezes desejei estar paradinha ao sol numa ilha das caraíbas!), mas em termos de balan-ço, foi enriquecedora, muito diferente de todas as viagens que tenho feito, mais um roteiro cultural, entre o povo e os costumes locais. Penso que não é uma viagem para qualquer um. É necessário ter alguma ginástica mental para relati-vizar alguns dos constrangimentos que a viagem tem. O meu marido adorou, pois é todo vi-rado para a aventura, os meus filhos, apesar de se queixarem do cansaço nas deslocações de 4x4, penso que também gostaram, sobretudo o mais novo que estava perfeitamente “enturmado” com todos os empregados dos hotéis e res-taurantes onde íamos, brincando com eles, e às vezes dava por mim, já ele estava às cavalitas de algum deles ou nas cozinhas confraternizando. O nosso guia já dizia que ele era um verdadeiro “berbere” e já o chamava de “Ali”.Falando do guia, tivemos sorte, era mui-to simpático e paciente com as crianças e conhecia os percursos muito bem. Foi um bocadinho aventureiro, mas penso que também porque viu recetividade nosso nesse sentido, sobretudo do meu marido.

Alexandra v

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Aventura Evento

mus PortugAl 2012A mAis divertidA corridA de AventurA está de voltA

A Merrell volta assim a trazer a Por-tugal a maior e mais divertida cor-rida de aventura mas com algumas novidades que demonstram o em-penho da organização em conti-

nuar a surpreender os participantes. Uma das grandes novidades é que as inscrições nas provas, este ano, são gratuitas. Por outro lado, além das provas de cidade, existem duas pro-vas – Lisboa (15 de setembro) e Braga (13 de outubro) – que vão decorrer em parques, num ambiente de campo, o que faz adivinhar um desafio maior para todos os participantes. A organização leva assim o MUS Portugal para fora

de portas urbanas e instala-se em plena natureza.

As provas do MUS têm por base a corrida, mas outras modalidades podem surpreen-der as equipas ao longo das diferentes pro-vas, como por exemplo desafios de bicicleta, trotineta, carrinho de compras, patins, skate, orientação, entre outros elementos surpresa. “Uma das principais atrações do MUS é preci-samente a componente imprevisível da prova. São os detalhes desconhecidos que proporcionam aos participantes uma experiência marcante”,

éVORA, COIMBRA, LISBOA, GUIMARãES, LEIRIA, PORTO E BRAGA RECEBEM PROVAS DE CIDADE E DE CAMPO NA

MAIS DIVERTIDA CORRIDA DE AVENTURA

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Aventu

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usA mAis divertidA corridA de AventurA está de voltA

O MUS PORTUGAL está de volta às cidades nacionais e traz novidades!

Depois da edição de 2011 ter sido um sucesso, com mais de 700 participan-tes, a mais divertida corrida de aven-tura volta a percorrer o país. évora, Coimbra, Lisboa, Guimarães, Leiria,

Porto e Braga foram as cidades eleitas para realizar este desafio de equipa

aberto a todos os que gostam de estar em movimento e ao ar livre.

afirma Tiago Veloso, Brand Manager da Merrel. Para participar, basta ter mais de 14 anos de idade e gostar de desafios. Sim, por-que o MUS Portugal 2012 mantém o cará-ter inesperado e imprevisível das provas. Às cerca de 20 equipas inscritas, compostas por três pessoas, será entregue um passa-porte momentos antes do início do desa-fio, o qual irá determinar o trajeto a seguir. O grande objetivo será chegar a cada Check Point o mais rapidamente possível, usando os modos de deslocação designados, e à chega-da, as equipas terão de cumprir uma tarefa que revelará o próximo destino e assim suces-sivamente.

“O MUS PORTUGAL é A PROVA IDEAL PARA qUEM GOS-TA DE ESTAR EM MOVIMENTO, DE SER DESAFIADO, DE TESTAR OS SEUS CONHECIMENTOS E PARA qUEM TEM HUMOR SUFICIENTE PARA LIDAR COM IMPREVISIBILIDA-

DE E MUITO SECRETISMO.” À semelhança das edições anteriores, o MUS Portugal irá apoiar uma causa, cumprindo desta forma a sua vertente de responsabilidade social. Este ano, a associação eleita é a ASBIHP - Asso-ciação Spina Bífida e Hidrocefalia de Portugal. Desta forma, o MUS abre aos participantes e não participantes a possibilidade de contribuí-rem para a compra de handbikes que serão en-tregues à associação. “Estes equipamentos vão permitir dotar a associação de soluções de mo-bilidade e exercício físico ao nível do desenvol-vimento motor para os associados que possuem dificuldades ao nível dos membros inferiores” acrescenta Filipe Pereira, Responsável das Rela-ções Institucionais e Internacionais da ASBIHP.

DIVERSãO, ECOLOGIA, CULTURA E AGILIDADE FíSICA ALIAM-SE à SOLIDARIEDADE PELA ASBIHP - ASSOCIA-

çãO SPINA BíFIDA E HIDROCEFALIA DE PORTUGAL.

A ASBIHP é uma Instituição Particular de Solida-riedade Social que presta apoio a pessoas com Spina Bífida ou Hidrocefalia e suas famílias. É formada por familiares, técnicos, amigos e pelas próprias pessoas afetadas por esta malformação congénita do tubo neural. A Associação conta atualmente com cerca de 1740 associados e possui já duas delegações, uma sediada em Coimbra e outra no Porto e um núcleo em Aveiro. Conta com uma comissão científica que dá suporte consultivo a todas as dúvidas oriundas dos associados e a todos os ci-dadãos que requeiram informações ou suporte. Para mais informações consulte www.asbihp.pt.

A prova de arranque do MUS Portugal 2012 foi em Évora, seguiu até Coimbra (2 Junho), rumou a Lisboa (23 Junho) e passará por Guimarães (1 Setembro), Leiria (8 Setembro), Porto (29 Se-tembro), sendo que as duas últimas provas – o regresso a Lisboa a 15 de Setembro no Parque de Monsanto, e Braga a 13 de Outubro – estreiam a modalidade Provas Campo. ø

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Aventura

cAlendário de ProvAs cidAdeProvas já realizadas:évora – 21 de abrilcoimbra – 2 de junholisboa – 23 de junhoPróximas provas:guimarães – 1 de setembroleiria – 8 de setembroPorto – 29 de setembro

cAlendário de ProvAs cAmPolisboa – Parque monsanto – 15 setem-brobraga – Parque Ponte – 13 de outubro

cAlendáriocidAdes:1ª edição: lisboa

2ª edição: Faro, beja, évora, castelo branco, coimbra, viseu, Aveiro, Porto, braga, bragança e lisboa (10 cidades)

Participantes: um total de 1600 partici-pantes nas duas edições

solidariedade: 704 refeições completas para a Associação cAis e verbas para o Projeto capacitar hoje, da mesma asso-ciação

1ª e 2ª ediÇÃo

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A equipa Prim, que venceu a edição de 2011 do mus Por-tugal, vai competir na prova de denver da oyster racing series, nos estados unidos da América.A oyster racing series realizou-se pela primeira vez, em 2003, em denver, seguiu até seatle e são Francisco, entre outras. durante a prova, que acontece nos meios urbanos, os participantes têm de percorrer as ruas, numa aventura desconhecida, enfrentando desafios se-cretos, que podem englobar atividades de corrida, cli-clismo, canoagem e escalada.

equiPA vencedorA do mus Por-tugAl 2011 nA oyster rAcing series

siga o mus PortugAl 2012 em Facebook

A inscrição no mus PortugAl 2012 é gratuita e pode ser feita em www.musportugal.org/ form mais informações na página oficial do mus Portugal em www.musportugal.org

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Aventura

AventurA no árticoUma experiência que marcou Pedro para sempre!

Pedro Alves foi convidado a participar numa aventura em pleno Ártico. O Aventureiro já nosso conhecido aceitou o desafio e neste artigo conta--nos na primeira pessoa a sua experiência. A não

perder!

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Esta Páscoa fui esco-lhido pela Fjäll-räven, uma marca de roupa de outdoor, para participar

numa aventura no ártico, junto com um grupo de 20 pessoas sem nenhuma experiência de neve: o Fjallraven Polar 2012.

Cheguei à Suécia no domingo de Páscoa à noite, e na segun-da-feira bem cedo pela manhã começámos uma formação de choque de termorregulação e equipamento, assim como de sobrevivência no ártico, dada por Johan Skullman, um expert de sobrevivência. Com algum tempo para travar conhecimen-to com os colegas de aventura, grande parte do dia foi passado a aprender a usar a tonelada de equipamento que nos foi dado.

DIA 2Uma alvorada bem cedo e voa-mos com todo o equipamen-to para Signaldalen, perto de Trömso, na Noruega, de onde iremos partir. No hotel há tempo para aprender a lidar com mais equipamento

-fogões e tendas- e ter a primei-ra formação de trenós.Aqui já neva fortemente e damos o primeiro teste à roupa, pois todo o trabalho é feito no exte-

rior para que nos vamos aclima-tizando.

DIA 3, PRIMEIRo DA CoRRIDA – MoNTANHA ACIMAA meio de algum nervosismo somos transportados para o iní-cio da corrida, onde cerca de 300 cães impacientes nos aguardam numa barulheira infernal. Colo-camos sem grandes cerimónias o equipamento dentro dos trenós individuais e em breve é dada a partida. Viajamos montanha aci-ma, pela floresta e no meio de um nevão, atrás de um trenó e 6 cães, o que dá azo às primeiras quedas épicas da aventura.Com apenas uma paragem para almoço, os cães correm 80km até chegarmos ao topo da mon-tanha. Pelo caminho o tempo lá melhora, deixando ver os enor-mes vales gelados, em que a equipa da frente é apenas um pontinho lá ao fundo no meio do branco, que nos transmitem aquela sensação de sermos real-mente umas criaturas pequenas e biodegradáveis. Quando final-mente chegamos ao primeiro checkpoint espera-nos uma for-mação sobre como tratar dos cães. Afinal eles é que fizeram o trabalho todo, só depois tra-tamos de nós. Ir buscar água a um buraco lá longe na neve, acender o fogão, cortar umas

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Pelo caminho o tempo lá melhora,

deixando ver os enor-mes vales gelados, em que a

equipa da frente é apenas um pontinho lá ao fundo no meio do branco, que nos transmitem

aquela sensação de sermos realmente umas criaturas

pequenas e biodegra-dáveis.

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salsichas enormes à macha-dada, deixar que tudo isto des-congele na água fervente, ali-mentar os cães, lavar os pratos e depois repetir todo o processo, porque o pequeno-almoço tem que ficar pronto de véspera. Só depois deles podemos finalmen-te montar a tenda, retirar todo o equipamento dos trenós, vestir qualquer coisa quente e come-çar a ferver a primeira de muitas águas que irão servir para tudo, das refeições à base de rações militares do ártico, ao café, da água que bebemos à que usa-mos para lavar os dentes. Quan-do nos deitamos, estamos tão exaustos que nem parece que estamos a dormir numa tenda a -25ºC enquanto lá fora neva abundantemente.

DIA 4, SEgUNDo DA CoRRIDA – CoMEçA A FICAR DURoO dia começa às 6 da manhã, que os cães já fazem uma baru-lheira tramada. Se não come-çam a correr depressa adorme-cem, e depois ninguém os faz correr, mas primeiro é preciso dar-lhes o pequeno-almoço. Tudo arrumado e voltamos ao grande branco, a pérola do nor-te. A manhã inteira é passada nos vales montanhosos, seguin-do as autoestradas da neve, uns prumos com umas marcas em X espetados na neve a espaços regulares, mas a pouco e pou-co começam a avistar-se alguns sinais de civilização, como uma casa abrigo de montanha meio enterrada na neve. O caminho começa a descer suavemente, já se vêm algumas árvores e ao final do dia já entramos nos grandes lagos, onde o terreno é plano e permite uma viagem tranquila. É em cima de um des-ses lagos onde iremos pernoitar, tão tranquilamente como se esti-vessemos a dormir na margem. É-nos dada mais uma formação sobre reforço térmico e rotinas de dormida, para que as noites sejam o mais confortáveis pos-sível. Depois da rotina dos cães, das tendas e do jantar, surge

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finalmente a auróra boreal. A visão é tão avassalado-ra, tão mais que o que se costuma ver em filmes e tão difícil de descrever por palavras, que muitos de nós não conseguem voltar ás tendas e acabam a dormir ao relento - os que conseguem dormir - com este espetáculo da mãe natureza.

DIA 5, TERCEIRo DA CoRRIDA – SoL boM E UMA SURPRESAO caminho é mais curto do que esperavamos. Nem damos por começar a andar e já estamos a parar para almoço. O sol que está a uma altura completamente diferente do que estamos habi-tuados não ajuda a ter noção do tempo que passa. Depois do almoço informam-nos que esta noite vamos dormir em abrigos de neve, e temos a tarde toda por nossa conta para o fazer, assim como a possíbilidade de acender um fogo individual para poupar o combustível dos primus, secar alguma roupa húmida e proporcionar algum conforto. Entre simples paredes corta-vento e abrigos com

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telhado para afastar a neve, a criatividade do grupo fez--se notar e há tempo para mais um pouco de cava-queira, para contrastar com a solidão do trenó em

que os cães são a única com-panhia.

À noite acendem um fogo comum, e somos acolhidos por

um grupo de jornalistas Noruegue-ses que vieram acompanhar o resto da

corrida, trazendo-nos café e bolinhos e um agra-dável serão à volta do fogo.

DIA 6, qUARTo E úLTIMo DIA DA CoRRIDA – FESTA E UM MERgULHo No LAgo gELADoTodos acordam bem dispostos depois de uma noi-te bem dormida. Recomeça a rotina do dia, que é passado entre plácidos lagos gelados e um oca-sional corta-mato entre floresta e quedas de água para acrescentar alguma adrenalina, ao fazer cur-vas e contra-curvas apertadas no meio de árvores, riachos e pequenas escarpas íngremes.Terminamos em Väkkäräjärvi, onde somos aco-lhidos pelo staff da Fjällräven junto a um Laavu,

Entre simples paredes

corta-vento e abrigos com telhado para afastar a neve, a criatividade do

grupo fez-se notar e há tempo para mais um pouco de cava-queira, para contrastar com a solidão do trenó em que

os cães são a única companhia.

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uma tenda típica Saami. Depois de arrumar os trenós vamos guardar os fiéis companheiros de caminho, com algumas despedidas mais senti-mentais, mas ainda nos espera um desafio: para ganharmos o direito ao jantar temos que acender um fogo apenas com o firesteel. “a aventura não acaba até estarmos em casa, e preparamo-nos sempre para o pior”- repete-nos Johan. Depois do fogo espera-nos uma sauna típica e um mergulho num buraco cortado no meio do gelo do lago, o que é uma experiência no mínimo intensa, mas que recomendo vivamente e que pretendo repetir.Depois de todos limpos e restabelecidos, juntamo--nos para jantar numa festa que dura pela noite dentro. Há um misto de alegria por termos ter-minado e pena por não podermos continuar mais tempo, mas a festa é rija e os participantes vão tombando de exaustão mais uma vez.

DIA 7 – o ADEUS E o REgRESSoDe manhã arrumamos todo o equipamento e juntamo-nos para a entrega dos diplomas e uma última foto. É com muita emoção que nos despedi-mos todos até uma próxima vez, e cada um come-ça a longa viagem de regresso a casa, carregando montes de coisas novas mas mais coisas ainda cá dentro. Obrigado Fjällräven. ø

Uma descrição mais detalhada, com fotos e vídeos, pode ser vista em escoladomato.wordpress.com

Pedro AlvesInstrutor de bushcraft e técnicas de sobrevivência

www.escoladomato.com

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“Um percurso ori-

ginal e genuíno, desenhado por pro-fundos conhecedores

dos melhores percursos da ilha, com pernoita

em abrigos e casas tradicionais

(...)”

A travessia integral e genuína da ilha, pelas mais belas levadas e trilhos de montanha, incluindo a passagem pelo cume, o Pico Ruivo!

Esta é uma aventura única de travessia pedestre da Ilha da Madeira. Um percurso original e genuíno, desenhado por profundos conhecedores dos melhores per-cursos da ilha, com pernoita em abrigos e casas tradicionais para desfrutar ao máximo de todo o esplendor da natureza num dos mais belos locais do mundo para caminhar! Esta aventura estará dispo-nível, de 22 a 30 de setembro e na travessia vai descobrir os vales verdejantes, o maciço

montanhoso central, as levadas e os trilhos an-tigos, as falésias sobre o mar, as flores e plantas endémicas e a avifauna local.

São cerca de 100 km com misto de veredas, tri-lhos e levadas com o início no extremo Oeste

da ilha terminando no extremo Este. Depois da sua chegada ao aeroporto Interna-

cional da Madeira será conduzido até ao Porto Moniz, terra das

impressivas piscinas naturais esculpidas na rocha, onde per-noitará bem perto do início do percurso marcado para o primeiro dia. Durante os seis dias de caminhada, será evi-tado o recurso ao automóvel

utilizando para o efeito trilhos e veredas que comecem e ter-

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minem junto de hotéis e casa rurais ao longo do percurso traçado. Cada participante irá per-noitar nos locais recomendados, que providen-ciarão o pequeno almoço, jantar e piquenique para o dia seguinte.

O percurso a pé terá início no sítio dos Lamaceiros, a 500 metros de altitude. Este é o ponto de partida para uma rápida subida pela Ribeira da Janela, passando pela Fonte do Bispo (1200 m.) até a chegada ao Paul da Serra (1400m.), o maior e mais extenso planalto da Madeira, de onde se podem apreciar montanhas e vales e, em dias claros, se consegue ob-servar tanto o mar da costa norte como o da costa sul. Depois de uma noite bem dormida no Paúl da Serra, o percurso insinua-se numa leve descida que con-duzirá os participantes pelo Lombo do Mouro

“ A che-gada ao Pico

Ruivo, que a 1860 metros de altitude cons-titui o pico mais alto da

Madeira e o terceiro mais alto de Portugal, brindará

os participantes com uma estonteante vista

de montanhas (..)”

(1100m.) e Encumeada (1000m.), onde poderão admirar escarpas e vales coroados de nuvens e ganhar forças para a subida mais intensa de todo o passeio. A chegada ao Pico Ruivo, que a

1860 metros de altitude constitui o pico mais alto da Madeira e o terceiro

mais alto de Portugal, brindará os participantes com uma es-

tonteante vista de montanhas que despontam por entre o mar de nuvens ou, em dias de boa visibilidade, uma panorâmica perfeita da di-versidade paisagística da nossa ilha.

Deixando para trás o Pico Ruivo, o passeio tomará nova

rota, descendo pela Achada do Teixeira (1590m.) até Quei-

madas (890m.), um parque verde luxuriante em plena Floresta Lauris-

silva onde os participantes farão uma das le-vadas mais famosas da ilha, que os levará até

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ao Caldeirão Verde (900m.). Ao longo da levada poderão observar fauna e flora endémica da Ma-deira, antes de atingir uma imponente cascata que cai sobre uma lagoa verde esmeralda, num cenário mágico perturbado apenas pelos sons da natureza no seu estado mais puro.

O nosso percurso conduzirá depois os parti-cipantes até à Fajã da Nogueira (630m.) e a S. Roque do Faial (500m) passando depois pelo Faial (100 m.) até ao Porto da Cruz (200m.). No último dia de caminhada, os participantes se-guirão pela Boca do Risco (400m.) até chegar finalmente ao Caniçal (100m.) e à Ponta de São Lourenço (50m.), o extremo leste da ilha da Ma-deira. Aqui a paisagem mais seca contrasta com todo o verde luxuriante do interior da floresta Laurissilva, que acompanhou os participantes nos primeiros dias do passeio, numa dicotomia de cores e aromas que demonstra bem a diver-sidade de paisagens que a Madeira oferece. Aqui poderemos descarregar todo o cansaço de vá-rios dias de caminhada, com um mergulho nas águas cristalinas do oceano Atlântico no seu in-teiro esplendor.

No dia seguinte mais uma surpresa nesta viagem de aventura! Vai viajar numa pequena embar-cação pelo mar até ao Funchal, onde ainda terá tempo para percorrer os jardins, monumentos, mercado e Zona Velha da cidade. Para terminar está prevista uma visita a adega Madeira Wine, culminando a noite com um jantar num restau-rante típico. ø

António gavinhoCaminhos da Natureza

Para mais informações consultar o programa detalhado em www.caminhosdanatureza.pt

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Entrevista Maria Abecasis

A surFAr com A mAriA!Maria Abecasis é uma das atletas que está a

dar cartas no surf feminino em Portugal. A sua garra trouxe-a até aqui e permitiu-lhe conquis-

tar o título de Campeã Nacional.A Outdoor esteve à conversa com Maria Abe-casis e ficou com vontade de ir apanhar umas

ondas. Fique a conhecer o percurso desta jovem promissora!

por bebiana Cruz

oUTDooR: CoMo SURgIU A PAIxão PELo SURF? MARIA AbECASIS: Tudo começou quando tinha 12 anos! Um tio meu empurrou-me numas es-

pumas no Algarve e eu achei imensa piada. Na altura montava a Cavalo mas este é um desporto muito caro para quem quer competir, por isso decidi mudar de desporto. Quando fiz 13 anos pedi ao meu pai para ter aulas de surf e a partir dai nunca mais parei!

CoMo CoNCILIAS oS ESTUDoS CoM oS TREI-NoS E AS PRovAS?Essa tem sido uma das minhas grandes bata-lhas, principalmente desde que entrei na facul-dade. Não é nada fácil conseguir conciliar, es-pecialmente quando estou fora muito tempo! O segredo é uma boa organização e muita força de vontade!!

CoMo é A RoTINA DIÁRIA DE UMA SURFISTA PRoFISSIoNAL? Normalmente acordo por volta das 6h50 e tenho

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A surFAr com A mAriA!

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treino de mar ou de ginásio. Depois vou para as aulas e, sempre que possível, treino outra vez ao final da tarde.

o qUE FALTA Ao SURF FEMINI-No EM PoRTUgAL?Muito apoio, apesar de estar-mos a melhorar, tanto a ní-vel de patrocinadores como de visibilidade! Os próprios sites e revistas de surf fazem muita discriminação o que é, na minha opinião, inaceitá-vel. Felizmente para nós, não são todos! Como bons exemplos temos a Fuel TV, a Zona Radical, a Surftotal e até a revista Surf Portugal que frequentemente perdem algum tempo a contribuir para o “nosso” futuro!

CoNSAgRASTE-TE CAMPEã NACIoNAL AoS 19 ANoS. CoMo TE PREPARASTE PARA ALCAN-

çAR ESTA vITóRIA?Com 14 anos entrei no projeto Surf-

technique, um grupo de treino que tem como objetivo preparar-nos para o alto rendimento. Desde então que os meus treinadores me ajudam a preparar a época e evoluir! O resultado do ano passado foi a consequência de todo este esforço, no entanto

ainda tenho muito que traba-lhar!

A PREPARAção PARA AS PRovAS ExIgE UM ELEvADo ESFoRço FÍSICo.

CoMo TE PREPARAS?Como já referi anteriormente, em alturas es-

“Normal-mente acordo

por volta das 6h50 e tenho treino de mar ou de ginásio. Depois vou para as aulas e, sempre

que possível, treino outra vez ao final

da tarde. ”

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Entrevistapecíficas do ano tenho treinos mais centra-dos na parte física. Treino frequentemente no Health&Racket Club da quinta da Marinha, um dos patrocinadores do grupo Surftechnique.

qUAL FoI o PoNTo ALTo DA TUA CARREIRA ATé Ao MoMENTo?Penso que foi o ano passado em que consegui vencer bastantes etapas e sagrar-me campeã Nacional!

JÁ vIAJASTE bASTANTE EM CoMPETIçõES. oNDE MoRA A TUA oNDA PREFERIDA?Algures em Sumatra! Uma onda (esquerda) que eu nem sei se tem nome!

qUAIS São oS TEUS SPoTS DE ELEIção PARA SURFAR EM PoRTUgAL?Portugal tem ondas boas por toda a costa mas as minhas ondas preferidas são a Azarujinha, Ri-beira D’Ilhas e Lagide.

CoMo DESCREvES A MANobRA PERFEITA?Qualquer aéreo alto ou manobra a sol-

tar o tail! Adoro manobras progres-sivas!

qUAIS São oS TEUS obJETIvoS A CURTo PRAZo?Queria tentar renovar o título de Campeã Nacional e ficar no top 4

do Pró-Júnior Europeu (sub-20).

E o WoRLD ToUR FEMININo? PoDE SER ENCARADo CoMo UMA REALIDA-

DE PoUCo DISTANTE?Infelizmente não! Apesar de ser um sonho, ain-da está longe. O nível lá fora está muito eleva-do e eu ainda tenho muito que trabalhar para lá chegar.

qUE CoNSELHo goSTARIAS DE DEIxAR àS Jo-vENS SURFISTAS qUE ESTão AgoRA A INICIAR--SE NA MoDALIDADE?Aproveitem as belas ondas que o nosso país tem para nos dar e acreditem que com trabalho e de-dicação podem chegar longe!

Gostaria de agradecer aos meus patrocinado-res que me permitem ser surfista profissional: O’Neill, X-Cult Surfboards, Ocean&Earth, Futu-re Fins e Health&Racket Club Quinta da Mari-nha. ø

sabe mais sobre a maria Abecasis em Facebook

“Penso que foi o ano passado em

que consegui vencer bastantes etapas e sagrar-me campeã

Nacional!”

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PerFil mAriA AbecAsis

Começou a surfar com 13 anos, em agosto de 2005. Inscreveu-se na escola de Carcavelos, Carcave-los Surf School, sozinha, e foi tendo umas au-las, apesar de ir apenas quando havia ondas em Carcavelos. Só surfava nalguns fins de semana. Em julho de 2006 entrou para o Surftechnique, um grupo de treinos de alta competição, com quem está a treinar até agora. Só a partir daqui e que começou a treinar mais a sério e a surfar regularmente. Ainda fez duas etapas do Espe-ranças em 2006 mas apenas para experimen-tar. Em 2007 começou a competir no Esperanças e a meio do ano entrou também no Pró-júnior da Praia Grande. No verão de 2007 foi para as Mal-divas onde evoluiu bastante. Foi uma viagem muito importante para a sua evolução. Em 2008 começou a entrar no Open, para além dos restantes circuitos. Foi selecionada para o ISA world júnior surfing games, em França. Em 2009 correu todo o circuito Open, bem como o Circuito Nacional de surf Esperanças (sub-18). Foi também selecionada para os mundiais de juniores no Equador (2009) e na Nova Zelândia (2010), onde teve sempre boas prestações. Em 2010 começou também a correr algumas eta-pas do circuito Europeu. Foi ainda campeã nacional sub-18 e vice-cam-peã da Europa sub-18 no Europeu de Seleções em 2010. Em 2011 sagrou-se campeã Nacional e fez parte da Selecção que se sagrou campeã da Europa Sénior na Irlanda. Liga MeoProSurf (campeonato Nacional)

- Campeã Nacional 2011 - 4º lugar em 2010 Circuito Nacional Pró Júnior Europeu - 7º Lugar 2011 Europeu de Júniors sub-18 - Vice-campeã 2010 Euro-surf (europeu séniors) - 5º lugar 2010 e 2011 Isa World Júnior Surfing games (mundial ju-niores) - França 2008 25º Lugar / - Equador 2009 25º Lugar / - Nova Zelândia 2010 19º Lugar Circuito Nacional Surf Esperanças (sub-18) - Campeã Nacional 2010

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