revista alt #6

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UMA REVISTA PLURAL UMA REVISTA PLURAL ALLAN DIAS CASTRO | GABRIEL BÁ | JOEY RAMONE REI ZULU A lenda viva do MMA passou por aqui. E deixou sangue, hematomas e lembranças O sal da terra ADÃO ITURRUSGARAI Uma conversa franca com o cartunista e pai (bastardo) da Aline UMA REVISTA PLURAL UMA REVISTA PLURAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - VENDA PROIBIDA N o 006 Em meio à frieza e ao rebuscado das rochas, as curvas de Ana Quintana formam uma espécie de escultura que nem Michelangelo sonhou

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Edição 6 da Revista Alt.

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UMA REVISTA PLURAL UMA REVISTA PLURAL

AllAn diAs cAstro | gAbriel bá | joey rAmone

rei ZUlUA lenda viva do mmA

passou por aqui. E deixou sangue,

hematomas e lembranças

O salda terra

Adão itUrrUsgArAi

Uma conversa franca com o cartunista e pai

(bastardo) da Aline

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Em meio à frieza e ao rebuscado das rochas, as curvas de Ana Quintana formam uma espécie de escultura que nem Michelangelo sonhou

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índice

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Contra a parede – adÃo ItUrrUSGaraI - páGIna 8eSpeCIaL – reI ZULU – páGIna 16

CoLUna – JULIana SCCHneIder – páGIna 22eStILo - IndIada – páGIna 24

enSaIo + aLt – ana QUIntana – páGIna 30CoLUna – adrIana SCHneIder – páGIna 40

perFIL - aLLan dIaS CaStro – páGIna 42GUIa aLt – páGIna 47

aLt + arte – adÃo ItUrrUSGaraI – páGIna 50

Múcio de Castro

MC- rede Passo Fundo de Jornalismo Ltda

Rua Silva Jardim, 325 A - Bairro AnnesCEP 99010-240 – Caixa postal 651

Fone: (54) 3045-8300 - Passo Fundo RSwww.onacional.com.br

1915 1981

Diretor Presidente: Múcio de Castro FilhoDiretor executivo: Múcio de Castro Neto

editora-Chefe: Zulmara Colussi

Conselho editorialMúcio de Castro Filho

Clarice Martins da Fonseca de CastroMilton Valdomiro RoosAntero Camisa JuniorDárcio Vieira MarquesPaulo Sérgio Osório

Valentina de Los Angeles BaigorriaMúcio de Castro Neto

sucursal em Porto alegre: GRUPO DE DIÁRIOS -

Rua Garibaldi, 659, conj. 102 – Porto Alegre-RS.

representante para brasília: CENTRAL COMUNICAÇÃO.

representante para são Paulo e rio de Janeiro:

TRÁFEGO PUBLICIDADE E MARKETING LTDA

Avenida Treze de Maio, sala 428 - Rio de Janeiro – RJ.

ContatosAssinaturas: [email protected]ção: [email protected]: [email protected]ção: [email protected]: [email protected]

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Redação: (54) 3045.8328Assinaturas: (54) 3045.8335

Classificados: (54) 3045.8334Circulação: (54) 3045.8333

Filiado à

nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo trans-mitida por meios eletrônicos ou gravações sem a

referida citação de autoria.

colAborA!UMA REVISTA PLURAL UMA REVISTA PLURAL

Você tem o que dizer, mostrar, berrar ou soltar no ar? Mande um email para [email protected] e

numa dessas você aparece em nossa mais que seleta lista de colaboradores.

a revista alt é uma publicação bimestral com distribuição gratuita.

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As cUrvAs dA estrAdA de sAntos......ou seriam as curvas de Ana? Bom, o fato é que você tem em mãos a edição 6 da alt, e na capa temos Ana Quintana e suas curvas, que se sobresaem ao terreno rochoso da pedreira em Vila Maria onde o ensaio foi registrado pelo fotógrafo Marcelo Parizzi.

Além das curvas da Ana, a entrevista desta edição é com o Adão Iturrus-garai, um dos cartunistas mais atuantes do Brasil, onde ele fala sobre quadrinhos, TV, humor, seus personagens e outras cositas mas. E, de quebra, um cartum exclusivo dele na alt+arte.

Com o boom do MMA mundo afora, o jornalista Gerson Lopes resgata a história da luta entre Rei Zulu e Ringo, que parou Passo Fundo no final da década de 1980.

E além de tudo isso, ainda tem um perfil com o poeta e letrista passo--fundense Allan Dias Castro, que emplacou uma de suas músicas na trilha sonora da novela das 21h da Rede Globo, na voz de Bebeto. Tem também estilo, viagem, moda, música, games, e tudo mais que faz da alt muito mais que plural.

Aproveite e rode pelas curvas de Ana, tal como o rei Roberto fez com as de Santos.

boa leitura. Pablo tavares – co-editor.

editoriAl

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aDriana sChneiDerÉ mochileira, alto astral, gosta de viagens mar-cantes é com-pletamente pé no chão e atrai, com irresistível poder, tudo aqui-lo que é dela por direito Divino.

colAborAdores

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foi fechada ao som de...

it’s too late to stop now - Van Morrison (1972)Um dos maiores discos ao vivo da história do rock. É o bardo irlan-dês em estado bruto, perfeccionis-ta, belo. nota: 10 (ou mais)

Cardinology - ryan adams (2008)Embora não faça parte do escalão top da discografia do cantor, não é um disco ruim, mas está a anos-luz da melhor fase de Ryan.nota: 7

UMA REVISTA PLURAL UMA REVISTA PLURAL

eDitora: Zulmara Colussi

Co-eDitor: Pablo Tavares ProJeto gráFiCo: Diego Rigo –Two Think More

DiagraMação: Pablo Tavares

ConteúDo: Amanda SchArrMarcus FreitasJuliana ScchneiderMarcelo Alexandre BeckerPablo LauxenPablo Tavares

Foto De CaPa: Marcelo Parizzi

iMPressão: Tapejarense

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Vale o registro: 120, 150, 200 km Por Hora, do rei Roberto Carlos. Quase um poema, a canção é uma das obras-primas dele. Está no disco de 1970. nota: 10

Different gear, still speeding - beady eye (2011)O primeiro disco da banda nova do Liam Gallagher. Curto, rápido e certeiro, o álbum soa como o Oasis em sua fase mais bruta. Resumindo: é um disco do Oasis sem o Noel. nota: 10

a.M. - Wilco (1995)O debut da banda de Jeff Tweedy traz a medida certeira da mistura de rock e country. O hoje clássico álbum, entretanto, na época de seu lançamen-to, não foi tão bem sucedido assim, e obrigou os integrantes da banda a procurar bicos aqui e ali para sobreviver. nota: 10

Pontos De Distribuição Anglo AmericanoAnhangueraBar BrasilBeehiveBeta VídeoBokaBokinhaCarolinas ConfeitariaFGVGrano Café - Bourbon ShoppingImagem Vídeo locadoraIMEDLe Petit Café - Bourbon ShoppingLondonManno EscobarMoinho LoungeNatus DrivePadaria CruzeiroRevisteira RamiresRiviera CaféSimbioseSiri CascudoSweet Swiss PotatoesUPF TVVelvet

MarCeLo ParizziPublicitário por forma-ção, designer gráfico por vocação e fotografo por conta do destino. Workaholic assumido. Apaixonado por motos, arquitetura, fotografia e design leva todas as influ-ências que foi adquirindo ao longo desse tempo para cada trabalho.

FernanDa Da CostaÉ jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo e formanda em Letras pela mesma institui-ção. Integra o Grupo da Foto.

gerson LoPesJornalista profis-sional e formado em Filosofia pela Universidade de Passo Fundo. É repórter na edi-toria de Geral do Jornal O Nacional.

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contrA A pArede – Adão itUrrUsgArAi

MPablo tavaresPor:

Fotos: Fernanda Chemale

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UM pai bastardo

adão iturrusgarai, um dos cartunistas mais atuantes do brasil (mesmo morando na argentina), conversa com a alt sobre seu trabalho, sobre a

sociedade, sobre o que lhe inspira na hora de colocar o lápis no papel, sobre ser o “pai” da aline. e sobre os caubóis gays na “terra do biquinho”...

inha, digamos, “entrada” no mundo das HQs foi através de duas portas: os gibis do Chico Bento e as páginas de jornal. Além dos personagens de Mauricio de Sousa, pude conhecer tantos outros, tais como Rê Bordosa, Geraldão, Piratas do Tietê, Hagar, Dilbert, Níquel Náusea, Recruta Zero e Aline que mostraram que o cotidia-no pode, sim, fazer rir.Pois bem, Adão Iturrusgarai é o pai da

aline – ou “pai bastardo”,

como ele mesmo diz, a menina com dois namorados. Mas Adão não é apenas isso. Além da moça, Adão criou Rocky e Hud-son, o casal de caubóis gays bem antes de Brokeback Mountain, foi roteirista da TV Colosso, programa matinal da Globo nos anos 1990, que povoou a cabeça de todas as crianças da época (eu, inclusive), além de ter criado e colaborado com diversas publicações Brasil e mundo afora.alt conversou com o cara, que mora na Argentina, sobre tudo: seus personagens, seu início de carreira, sobre Los 3 Amigos,

a sua opinião sobre a adaptação da Ali-ne para a TV - onde Maria Flor inter-

preta Aline e seus dois namorados são vividos por Bernardo Marinho (Otto) e Pedro Neschling (Pedro), além dos seus projetos atuais e futuros. Aproveite!

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adão, com quantos anos você começou a de-senhar? e com quantos anos você publicou seu primeiro desenho?Será que nasci com lápis e papel na mão? Acho que desenho mentalmente desde meu nasci-mento. Minha filha começou a desenhar aos 2 anos de idade. Muito cedo comparado a outras crianças. Quem sabe comecei por essa idade. Publiquei meu primeiro desenho no Jornal do Povo, Cachoeira do Sul, aos 16 anos.

Quais foram as suas inspirações no começo? Quais os artistas que te influenciaram?Acho que os primeiros foram Maurício de Sousa e Walt Disney. Na sequ-ência vieram Asterix e Henfil.

Como surgiu a aline? ela foi inspirada em alguém ou alguma si-tuação?Ela surgiu depois de uma noitada em São Paulo. Acho que foi em 1994. Não sei o que a noitada, ou ressaca, ti-veram a ver com isso. Talvez tenham ajudado a organizar ideias que estavam decantan-do em minha cabeça. Lembro que, antes dis-so, o Angeli disse que eu deveria fazer uma tira e apresentar a Fo-lha de São Paulo. Eu fiquei sem saber o que responder, por que ne-nhum dos meus perso-nagens daquela época encaixava no formato de tira, a meu ver.Aline não foi inspirada em uma pessoa só. Ela é a reunião de pessoas e experiências e é um pouco de mim mesmo. O nome Aline até hoje não sei de onde veio. Quis escolher um nome normal para fazer um personagem mais huma-no, multifacetado e mutante. Mais como gente da vida normal.

todos os teus personagens são, digamos, “fora dos padrões da sociedade”: a aline vive com dois namorados, rocky e hudson são um casal de cowboys gays. essa coisa do “poli-ticamente incorreto” é o combustível do teu trabalho? De onde vem a inspiração de adão

iturrusgarai?Quem disse que eles estão “fora dos padrões da sociedade”? Quantos homens e mulheres não têm dois (ou mais) companheiros? E quan-tos daqueles caubóis dos filmes do velho oeste não eram gays? Costumava olhar aqueles filmes, com todos aqueles homens nos saloons. Nenhu-ma mulher. Achava muito esquisito isso (risos). Vide o ator Rock Hudson que deu nome a dupla. O politicamente incorreto sempre vem à tona no meu trabalho. Agora que isso virou moda, prin-cipalmente no humor do stand-up, perdeu um pouco a graça. Mas não gosto de ficar batendo sempre na mesma tecla. Faço o que me dá na

telha no dia. Não penso em ficar chocando ou agredindo. Quem choca é galinha. A inspiração vem de todo o lugar: do cotidia-no, das notícias da internet, dos amigos, da memória de coisas que passei. A inspiração é o ar, pra ser mais cabeça.

nota-se, de um certo tempo pra cá, que o humor em geral ficou um pouco mais “careta”, as pessoas não aceitam mais determinados tipos de piadas. Já sofreu algum tipo de crítica por causa de algum trabalho?Sempre estão criticando meu trabalho. Mas também sempre tem leitores elogiando. Faz par-te, não? Por exemplo, tem gente que me acusa de homofóbico, mas se essas mesmas pessoas lerem as críticas que fazem do meu livro do Rocky e Hudson, recém lançado na Espanha, de-veriam repensar a coisa. Vários sites gays da Espanha elogia-ram o livro e o tipo de humor dos caubóis gays. Até virei um “autor gay” por lá.

Você colaborou na Chiclete com banana. Como era o fechamento da revista? era algo burocrático ou mais caótico, a la o Pasquim?Colaborei pouquíssimo na Chiclete com Banana. Isso foi em 1990. Foi nessa mesma época que conheci pessoalmente o Angeli e em seguida fui para a França. O próprio Angeli me contou que quase chegaram a publicar uma página com um desenho meu, que acabou indo para a seção de cartas, espaço não tão nobre. Se tivesse entrado como página normal da revista acho que teria tido um chilique, um ataque cardíaco. Quando voltei da França, a Chiclete tinha acabado. Dava

Na Argentina não conseguiria publicar minhas tiras, bem como

em outros jornais do país. Mas

é claro que eu conheço os

limites, depois de 16 anos de trabalho diário.

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muito trabalho. Angeli estava com outro projeto na cabeça, a revista Matador. Me convidou para ser subeditor da revista. Foi isso que me fez mudar para São Paulo, na época, 1993, morava ainda em Porto Alegre. A revista nunca saiu da cabeça do Angeli...

Você também faz parte do Los 3 amigos… Como foi o “convite” para ingressar no trio? Foi em 1993. Tinha acabado de mudar para São Paulo. Escrevia para a TV Colosso. Laerte era o re-dator final e viramos amigos. Uma vez escutei um boato, que iriam me chamar para desenhar junto com eles. O boato virou realidade e eu comecei a me encontrar semanalmente com eles. Mas muito antes disso, em 1991, na minha passagem por SP antes de ir para a França, almocei com os três, na época eles se reuniam no estúdio do Angeli. O almoço era num restaurante ali perto. Quando terminou o almoço, me despedi e o Laerte disse: Adão, quer desenhar a tira de hoje com a gente? Que tal colocar Rocky e Hudson na historia? Não acreditei. Fizemos a tira e ela acabou sendo re-cusada pela Folha, era o início do politicamente correto e acho que o Matinas Suzuki era o editor da Ilustrada, se não me falha a memória.

Voltando à aline: recentemente a personagem foi adaptada para a tV. Como foi essa transi-ção? Você participou em algum momento da criação da série, ou a adaptação foi livre dos produtores?Foi uma negociação muito difícil. Negociar com a Rede Globo é bastante complicado. Tinha um ami-go meu, que fez a adaptação do texto. Isso com-plicou as coisas. Não se pode misturar amizades e negócios (risos). Eu briguei muito, principalmen-te por causa de grana. Mas no final das contas relaxei por que considero que a obra, depois de adaptada, acaba sendo uma criação dos redato-res e do diretor.

Você gostou da aline da tV?Não dá pra imaginar um personagem como a Ali-ne numa televisão aberta. Teve coisas que gostei muito. Principalmente o piloto que é uma adapta-

ção literal das minhas tiras. Fiquei orgulhoso com isso. Mas talvez ficasse mais legal se fosse mais rude, mais tosco, não sei. Difícil esse tema...

Você publica as suas tirinhas na Folha. tanto eles, quanto os outros veículos, te dão liberda-de total, ou tem de pegar um pouco mais leve em determinado assunto?A Folha me dá muita liberdade. Se comparada com outros veículos, a Folha está bem a frente. Na Argentina não conseguiria publicar minhas tiras, bem como em outros jornais do país. Mas é claro que eu conheço os limites, depois de 16 anos de trabalho diário.

Vi no teu blog que você está para lançar mais um livro. Conte um pouco deste projeto.O livro vai se chamar “Momentos Brilhantes da Minha Vida Ridícula”. É um livro de HQs e tiras de conteúdo autobiográfico. Inclusive vai ter a participação de colegas e amigos como Laerte, Benett, Fido, Zed, Guazzelli, Arnaldo Branco. O desgraçado do Angeli ainda não entregou sua pá-gina (risos). Também vai ter duas páginas de fotos minhas, desde a tenra infância até os tempos de hoje. Fotos de Los 3 Amigos, família... essas coi-sas que podem interessar a alguns fãs.

além do livro, há algum outro projeto em mente ou sendo executado?Vou lançar um pocket de cartuns, da leva mais escrota e politicamente. E meu livro do Rocky e Hudson, editado na Espanha pela Diábolo Edicio-nes pode também ser publicado na França. Seria o máximo para os caubóis falarem na língua do “biquinho”. Além disso, vai sair um livro meu em conjunto com Mirian Goldenberg, antropóloga. Se chama “Tudo o Que Você Não Queria Saber Sobre Sexo”. E tenho em mente vários livros, mas que precisam de “maturação mental”. Acho que vai ser um bom ano. E o seguinte também, assim espero.

adão, para encerrar: mesmo a aline tendo um pai nos quadrinhos, podemos te considerar “o pai da aline”?Acho que sou uma espécie de pai bastardo.

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+ Confira mais quadrinhos do Adão.

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adão

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Page 15: Revista Alt #6

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Difícil hoje em dia achar alguém que não saiba ou não tenha ouvido ao

menos uma vez falar em MMa. nas academias, nas rádios, no horário

nobre da tV, o Mixed Martial arts (arte marcial mista) já aparece com

a mesma naturalidade do futebol. o que, talvez, não se saiba é que

no final dos anos 1980, muito antes da consagração da família Gracie,

passava por Passo Fundo uma das lendas da luta livre, rei zulu, que

deixou muito mais lembranças do que sangue e hematomas

por aqui

rei Zulupassou

gerson LopesPor:Fotos: arquivo pessoal

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ara alguns ela é considerada briga de rua, um retorno à barbárie. O octógono é a representação do coliseu romano, e os lutadores, antigos gladiadores. Para ou-tros, um esporte com regras, como outro qualquer, onde os oponentes estão devi-damente preparados, com conhecimento de várias técnicas de contato, imobiliza-ção, defesa e ataque para um combate seguro. De olho na audiência e alheias à discussão, grandes redes de televisão in-vestem no MMA (arte marcial mista) com transmissão dos combates e até de um reality show de lutadores. Nomes como Anderson Silva, Minotauro, Vitor Belfort, Cigano e Wanderlei Silva, já são lembra-dos com a mesma naturalidade de alguns craques dos gramados. O fato é que a modalidade que mais cresce no país di-vide opiniões, gera polêmica e debates acalorados.No mês passado, o MMA saiu do octó-gono e foi parar no Congresso Nacional. Através de um projeto de lei, o deputado federal, José Mentor (PT- SP), pretende proibir que emissoras de televisão em todo o país (canais abertos ou por assi-naturas) “transmitam lutas marciais não olímpicas”. Para ele, a exibição estimula a violência. Se aprovada, as penas previs-tas para as emissoras que descumprirem a determinação vão de multa de R$ 150 mil a perda da concessão.Com um conjunto de regras modificadas, o MMA é derivado do vale-tudo, populari-zado pela família Gracie. No Rio Grande do Sul, essa modalidade teve um capítulo à parte na segunda metade da década de 1980 com a passagem de um lutador conhecido por Rei Zulu. O maranhense Casemiro de Nascimento Martins, um negro, de 1,93m de altura, 93 quilos, fez fama rodando o Brasil, de academia em academia, desafiando lutadores das mais diferentes técnicas.Com um estilho brincalhão, Zulu provoca-va os adversários fazendo caretas e ges-tos com o corpo. Quando atacava, era im-piedoso. Autodidata, não dominava artes marciais, mas tinha uma técnica própria, assim como os treinamentos, que consis-tiam em arrastar pneus e levantar pedras no quintal de casa para adquirir força.No Estado, foram apenas quatro lutas, uma delas em Passo Fundo, que ficaram na memória dos gaúchos, principalmen-

te pela violência com que Zulu aniquilou alguns de seus adversários. Na Capital, o desafio com o Cavaleiro Fantasma, em abril de 1987, atraiu um público de apro-ximadamente 15 mil pessoas ao Giganti-nho, e ficou co-nhecida como a luta que não terminou. O combate se arrastou até o nono round, quando iniciou a confusão. Ca-valeiro teria sido agredido com dois chutes enquanto re-cebia atendimento no intervalo. A luta foi interrompida e o público ameaçou invadir o ringue. Em Caxias do Sul, Zulu precisou de apenas três rounds para derrotar Mar-ciano. Antes de lutar em Passo Fundo, ainda teria enfrentado outro adversário na cidade de Canoas. o combate em Passo FundoCom a divulgação das emissoras de rádio e TV sobre as primeiras atuações de Zulu no Estado, a fama do lutador imbatível se espalhou rapidamente. A capacidade de se auto- promover desafiando adversá-rios de qualquer modalidade, ao mesmo tempo em que se mostrava uma pessoa brincalhona fora dos ringues, ajudaram na divulgação. Se o MMA é considerado por muitos como violento, na Luta - Livre, o próprio nome já dá a dimensão das possibilidades que um lutador tinha para derrotar o adversário. Em algumas situa-ções, as regras eram definidas momentos antes do combate. Zulu se valia delas, ou da falta delas, para impor sua força, prin-cipalmente com socos e chutes potentes. Na maioria dos confrontos, fazia questão de jogar o adversário fora do ringue para mostrar supremacia e fortalecer diante do público a imagem de invencível. A dificul-dade em conseguir adversário crescia na mesma proporção da fama. “Era difícil encontrar alguém disposto a enfrentá-lo”, lembra Carlos Alberto da Sil-va, o Tartaruga, que conheceu Zulu nos anos 1970 na Bahia. Com a vinda do lu-tador ao Rio Grande do Sul, os dois vol-taram a se encontrar em Caxias do Sul, onde surgiu o convite para um combate

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em Passo Fundo. Depois de algumas sonda-gens nas academias, o lutador Ringo aceitou o desafio. “Ele esteve na minha academia e per-guntou se eu queria lutar com ele, mas meu ne-gócio era apenas boxe, não conhecia artes mar-ciais. Além do mais, a nossa diferença de peso era enorme. Só no aperto de mão, senti que era uma roubada” brinca o professor de boxe, João Francisco Cardoso do Carmo. Proprietário de academia, Carmo, juntamente com Tartaruga e outros colegas se encarregaram da prepara-ção física e técnica de Ringo. Enquanto isso, no outro lado da cidade, Zulu seguia sua rotina de treinamentos na extinta academia Santos, no bairro Petrópolis. A divulgação do combate na mídia arrastava curiosos para acompanhar os treinamentos. Foram pelo menos dois meses de preparação.O combate seria o último na passagem de Zulu pelo Rio Grande do Sul, iniciada em maio de 87 na Capital. Pelo menos 1.500 pessoas compra-ram ingresso para acompanhar de perto a pri-meira luta-livre na cidade. O apresentador do evento, jornalista Paulo Ricardo anunciou no mi-crofone do ginásio Capingui: de um lado, com um 1m93, pesando 93 quilos, o maranhense Rei Zulu. No outro, pesando mais de 100 quilos, o passo-fundense Ringo.Nos bastidores da luta, os dois haviam combi-nado de iniciar o combate propriamente dito so-mente a partir do terceiro round. “A intenção do acordo era apenas dar mais tempo de luta ao público. Não tinha nada de marmelada” revelou Carmo. O acerto ficou só na conversa. Nos pri-meiros minutos do combate, Ringo acertou um soco em Zulu, que não hesitou em revidar. “Ele partiu para cima do Ringo, o levantou para o alto e o jogou no chão. Na sequência, desferiu uma série de golpes e o arremessou para fora do ringue” lembra o treinador. O público ainda es-tava comprando os ingressos na bilheteria para entrar no ginásio, enquanto Ringo saía de maca por outra porta. Levado ao Hospital São Vicente de Paulo, permaneceu uma semana internado.“A luta só não terminou antes porque Zulu não quis. A diferença entre os dois era muito gran-de. O adversário fez o que pode, mas não tinha chance de vencer” lembra Paulo Ricardo. A rapidez com que a luta foi finalizada revoltou o público que protestou. Para acalmar os ânimos, Zulu e o irmão fizeram uma apresentação. Para Tartaruga, Zulu percebeu a fragilidade de Ringo e decidiu finalizar rapidamente o combate. “Zulu era um lutador sério. Fez história no esporte e ficou na memória dos gaúchos” comenta. O ex--lutador vive no Maranhão.

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ulu professor não

considerA esporte violentoProprietário de uma academia em Passo Fun-do, onde ensina técnicas de boxe e de Muay Thai, o professor Jatair dos Santos Portella, 36 anos, defende o MMA. Para ele trata-se de um esporte como outro qualquer e com regras bem definidas, ao contrário da moda-lidade conhecida antigamente por luta livre. “Houve muita mudança. Naquela época a luta seguia até um vencer o outro. Hoje o tempo de cada round é definido justamente para pre-servar a integridade física dos atletas. Ele jus-tifica ainda que os lutadores são devidamente treinados e preparados para aquele tipo de combate, além de passarem por uma bateria de exames antes dos confrontos.Faixa azul na modalidade de Jiu Jitsu e grau preto em Muay Thai, Portella reconhece que a divulgação da grande mídia brasileira do MMA recentemente tem aumentado a procura de interessados na modalidade. “Olha, acho que aumentou pelo menos uns 50% na minha academia. A maioria é jovem. Tem bastante mulher também, mas interessadas apenas par manter a forma física” explica. Há também, os alunos dispostos em seguir carreira. “Tenho uns 10 alunos que já estão disputando lutas amadoras e os resultados começam a surgir” comenta.

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na cAbidePor Juliana scchneider

Depois de acordar às 3:20 da madrugada, encarar 10 horas de viagem, sendo uma delas parada em um acidente de trânsito, chegar em um lugar des-conhecido, com um carro abarrotado de coisas, sem saber o que nos espera: sim, seja bem vindo, a temporada de produção de moda começou. Pessoas diferentes a cada job. Clientes cheios de expectativas. Sol na cara. Quarto de hotel simple-sinho. Telefone fora de área. E, pessoas que não compreendem. Enfim, esse é o mundo da moda. O mundo real. Aquele dos bastidores. O que nin-guém vê em uma revista de moda ou um catálogo pronto com modelos lindas e super produzidas. O chinelo de dedos, a roupa mais confortável, o cabelo descabelado. A moda é glamorosa para quem vê de fora. Trabalhar no mundo fashion é

duro. Trabalho braçal mesmo. Carregar araras e malas, caminhar bastante, se abaixar, levantar, correr. Enfim, nem pense em usar uma roupa ba-cana ou um sapato super moderno no dia de fotos que começa às 6 da manhã e só acaba quando tudo termina. Mas e aí me pergunto sempre: Onde está o gla-mour? Por que dizer que se trabalha com moda gera tanto encantamento? Por que é uma das pro-fissões cada vez mais desejada? Talvez porque é onde se criam imagens dos sonhos. Imagens ide-ais. Espelhos de nós mesmos, ou do que deseja-mos ser. E isso é o que faz tudo valer a pena. Faz com que os percalços do caminho sejam insigni-ficantes. E, mesmo sem todo o tal do glamour, é apaixonante.

o tAl do glAmoUr

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2012indiada

A coleção Japão chega nas lojas da Indiada diversificada, carimbada e original às pesqui-sas desenvolvidas. Não só nas cores, mas nas escolhas, nas aquarelas, nas carpas, nas espadas samurais, nos lutadores de sumo. A marca buscou a verdade no Japão, viajando e conhecendo talvez o país mais guerreiro de todos os tempos. Os desenvolvimentos se-guem nos quimonos, longos e curtos, nas cores do chá verde e no mostarda. No chapado mais sensorial e que leva essa calma japonesa na cartela de cores e no decorrer da cole-ção. O vermelho vivo, o preto e o branco a força a paz e o poder de reconstrução daquele povo. O Japão é misterioso e ao mesmo tempo muito claro e muito simples. Assim como as coleções da Indiada.

Lucas CuervoFotos:ricardo Jaeger

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Fotógrafos :Lucas CuervoRicardo Jaeger

Modelos:KenJuliana Roers

styling:Melina VentreAnanda SophieCássia NinowCarina Carlan

Make up:Equipe CuboJonathas DinizManuela

Direção geral:Bento Corbetta RibeiroLucas Cuervo

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+ Quer ver mais looks da Indiada? Acesse

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ana quintana

Diante da frieza e do rebuscado das enormes paredes de rocha, nasce uma escultura. Quente como a lava e bela como uma flor do deserto, Ana emerge em delicadeza e força em meio a um ambiente hostil, cinza e frio. no monocromático cenário, da escultura ana nasce a mulher ana que em seus movimentos curvilíneos serpenteiam a mente de qualquer homem.

assim é ana, simples como a natureza, indecifrável como um enigma que nem Michelangelo sonhou em desvendar, sequer esculpir

Pablo Lauxen texto:Fotos:

edição de moda:Marcelo Parizzi

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Fotos: Marcelo Parizzi

edição de moda: Juliana Scchneider

Produção: Pablo Lauxen

beleza: Titto Cabeleireiros

Assistente de fotografia: Tiana Moon

agradecimentos: Daniel Calliari, Fina Flor, Provin Joias e Sensual Moda Íntima

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+ Confira no site e no Facebook fotos exclusivas do ensaio com a Ana.

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segUe o rUmoPor adriana schneider

Acredito que sim. Todos, especialmente em 2012, já es-cutaram falar no fim do mundo. Dizem por aí que esse é o ano do fim. Porém não venho aqui falar sobre o fim do mundo, e sim, do Fim do Mundo.

Ushuaia, também conhecida como o “Fim do Mundo”, é a cidade mais austral do planeta e está localizada na Ilha da Terra do Fogo, na Argentina. Fica “logo ali”, pertinho da Antártida, aliás, muito mais perto da Antártida do que de Buenos Aires: 3.063 km de Buenos Aires e 800 km da Antártida.

Com pouco mais de cem anos, possui uma história rica e um entorno paisagístico deslumbrante. Está rodeada por montanhas cobertas de neve e o cenário ultrapassa tudo o que se esperaria do fim do mundo.

Ushuaia significa “baía que penetra até ao poente” na língua dos índios Yamanas. A pequena cidade foi ergui-da às margens do Canal de Beagle, que liga o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico e marca a fronteira entre o Chile e a Argentina. A fronteira foi traçada deixando a metade ocidental no Chile (região de Magallanes) e a metade oriental à Argentina (Provincia Tierra Del Fuego).

Navegar no Canal de Beagle, alcaçar o Farol do Fim do Mundo e a Ilha dos Lobos Marinhos, percorrer o Parque Nacional da Terra do Fogo e, quem sabe, partir desde sua baía até a imensa e misteriosa Antártica faz com que a cidade seja um destino obrigatório para os aventureiros de plantão. As opções para quem gosta de aventuras são variadas em qualquer época do ano.

Partir de Ushuaia para El Calafate é um complemento indispensável nes-sa viagem. A cidade é um charme e está situada nas encostas dos An-des à beira do Lago Argentino - o maior lago do país. Cerca de 100 km de El Calafate, está o Parque

você já oUviU fAlAr do “fim do mUndo”?

Nacional dos Glaciares, mais especificamente, o Gla-ciar Perito Moreno - um dos últimos glaciares vivos do planeta.

O parque dispõe de uma infraestrutura com passarelas que permite ver a geleira de diversos ângulos. O Gla-ciar está estendido em uma fachada de 5km e avança continuamente o lago Argentino. A pressão incalculável

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segue o

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da geleira faz com que a falésia de gelo estale e não resista ao estrangulamento das montanhas que formam as margens do lago. As tensões acumuladas nesta luta de titãs provocam desprendimentos desse paredão com mais de 50 metros de altura. O estrondo aterrador e vibrante como de um trovão, rasga subitamente o silêncio quando a parede do glaciar se desfaz num misto de estilhaços e grandes blocos de gelo e, ao despencarem, partem feitos icebergs numa longa transfor-mação em água.

Melhor ainda é o tracking sobre o Glaciar. Tive sorte em estar na região quando o Perito Moreno é aberto para caminhadas. Com “grampones” (garras de aço) nos calçados, começamos uma caminhada geleira acima de aproximadamente duas horas. Sobre o gigantesco bloco de gelo, formam-se lagos de águas puras, de cor azul neon que ofuscam os olhos de todos. Ao final do passeio um “scoth whisky” com gelo do Glaciar. O período para realizar a caminhada vai de final de agosto a meados de maio, quando as temperaturas começam a baixar e o frio ficar mais intenso.

Por fim, pode até ser o “Fim do Mundo”, porém não deixa de ser um dos pontos de partida para percorrer e descobrir fabu-losos espetáculos da natureza.

Fica a dica...! Viaje!

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Fernanda da CostaPor:Fotos: Divulgação

Letrista passo-fundense allan Dias Castro tem poema musicado pelo ícone da bossa nova roberto Menescal e música na trilha da novela “avenida brasil”. na internet, ainda discute o cenário musical do país através do programa “Dando as Letras”

V

No ritmo da poesiaVinicius de Moraes escreveu que “a vida do po-eta tem um ritmo diferente”. Na vida do passo-fundense Allan Dias Castro, a poesia é quem dita o ritmo. Seduzido pela força das palavras, o boêmio contemporâneo deixou há dois anos o trabalho de publicitário nos pampas gaúchos para sentir a malemolência do Rio de Janeiro e difundir sua poesia pela cidade maravilhosa. Recitando poemas em saraus e conhecendo produtores musicais influentes, com 29 anos ele

possui poema musicado pelo gênio da Bossa Nova Roberto Menescal, música de sua autoria na trilha da novela da Rede Globo “Avenida Bra-sil” e letras em indicações da revista Rolling Sto-ne. Inquieto, o agitador cultural ainda idealizou um espaço online para discutir a cena musical do país com convidados ilustres como Oswaldo Montenegro e George Israel, do Kid Abelha: o programa audiovisual “Dando as Letras” (www.dandoasletras.com.br).

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ro Allan nasceu em Passo Fundo, onde morou com os pais e as três irmãs mais novas. Foi na infância que o letrista teve o primeiro contato com a música e com a poesia. Era em casa que ele ouvia o pai, músico amador, dar vida às canções de Roberto Carlos no violão e na guitarra. “Herdei a música do meu pai, cresci ouvindo ele tocar Robertão. Costumo dizer que a música não é tatuagem, é de nascença”, comenta.Com 15 anos, Allan mudou-se com a família para Porto Alegre. Na capital gaúcha, o letrista concluiu o Ensino Médio e viu o dom musical despertar com a primeira banda. “O contato com a música começou a ficar mais forte quando eu participei de uma banda de rock, como baterista. Toquei com os amigos do Ensino Médio até a faculda-de, dos 15 aos 18 anos” relembra. Foi nesta fase que Allan começou a escrever as primeiras letras e se interessar mais por poesia. “No começo eu tinha muita vergonha. Costumava mostrar minhas composições para a minha família e para os meus amigos dizendo que eram de outras pessoas. Se eles achassem boas, eu dizia que eram minhas” diverte-se lembrando da timidez. rock virou MPbNa banda, Allan e os amigos tocavam covers de grupos de rock dos anos 60. “Comecei com o rock, mas nos últimos dez anos a MPB me pegou de jeito. Sou apaixonado pela Bossa Nova”, co-menta. Formado em Publicidade e Propaganda pela ESPM, o passo-fundense trabalhou em uma

produtora de áudio. Foi lá que ele co-nheceu um dos grandes parceiros de sua carreira: Thiago Corrêa. “O Thiago é um grande cantor e compositor de samba-rock. Foi quando trabalháva-mos juntos que começamos a compor em parceria”, conta Allan. O passo-fundense contribuiu com muitas letras para o primeiro CD autoral de thiago Corrêa, o “a grande Preocupação”, de 2009. Na capital gaúcha, o letrista participou de quatro festivais de músi-ca, sendo premiado em todos. Inicia-va a trajetória do artista com a MPB.

todo rio é de JaneiroHá dois anos, o letrista decidiu largar o trabalho

com publicidade no Rio Grande do Sul para in-vestir em sua carreira como artista no Rio de Janeiro. Fascinado pelo clima carioca, em sua primeira semana no Rio Allan escreveu “A minha cidade ideal”. O poema ganhou repercussão na-cional, sendo publicado na revista cultural Bravo!, em dezembro de 2009. Tempos depois, o mesmo poema foi musicado por Roberto Menescal, um dos fundadores da Bossa Nova. “Em um festival de jazz no Rio eu conheci o Guilherme Gê, outro grande parceiro da minha carreira. O Gê é um pro-dutor musical muito querido no meio, que trabalha com o Menescal. Eu mandei algumas letras para ele por e-mail, ele gostou e começou a musicar. ‘A minha cidade ideal’ foi musicada pelo Gê e pelo Menescal. Ter uma parceria com o Menescal foi um sonho realizado, quase surreal”, conta Allan. Também foi na capital carioca que Allan conheceu Bebeto, o rei do samba-rock. “Depois de um show do Bebeto, entreguei para ele o CD ‘A Grande Preocupação’, do Thiago Corrêa. Alguns meses depois, o Bebeto entrou em contato dizendo que iria gravar três músicas nossas no novo CD dele, chamado ‘Prazer, eu sou Bebeto’, de 2010”, expli-ca Allan. Este ano, uma dessas músicas, chama-da “Charme”, foi selecionada para integrar a trilha sonora da novela “Avenida Brasil”, da Rede Globo. “Quando soube que a Globo estava interessada na música eu fiquei uns três dias sem dormir di-reito” conta o letrista. “Ter uma música na novela foi um grande passo para a minha carreira e um grande meio de divulgar o resto do meu trabalho, como o Dando as Letras”, completa.

Papo de barFoi frequentando saraus de poesia no Rio de Janeiro que Allan teve a ideia de criar o “Dando as Letras”, um programa na internet para discutir música e poesia. “Meus amigos gravavam as minhas decla-mações de poemas no sarau Corujão da Poesia, que costumo frequentar. Eu comecei a postar os vídeos na internet e várias pessoas me pediram mais periodicidade. Assim eu tive a ideia de criar o Dando as Letras”, explica. No programa, que es-treou em março, Allan conversa com convidados influentes, no que ele chama de “papo de bar”. A primeira temporada conta com dez episódios, gra-vados em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, com convidados como Oswaldo Montenegro, Roberto

Menescal e Ge-orge Israel, do Kid Abelha. Os episódios po-dem ser vistos no site (www.dandoasletras.com.br).

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“Seja bem-vinda, inspiradora madrugada Hora extra é outra rodada, minha rotina é a boemia Seja bem-vinda, inspiradora madrugada Meu escritório é na calçada, o meu oficio é poesia” Allan Dias Castro“

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+ Confira no site e no Facebook mais poemas de Allan Dias Castro.

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Já saiu, e é quentuxo

Ainda vai ser lançado Incógnita

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Após a virada do século, muita coisa mu-dou. O mundo aparenta ter ficado mais louco, mais corrido, mais desajustado. E se houvessem super-heróis, será que eles seriam certinhos? Será que eles não teriam seus dramas pessoais e, por isso, se tor-nariam seres desajustados? Este é um dos motes de The Umbrella Academy, lançada em 2007, pela Dark Horse (no Brasil, pela Devir). A série de HQs, escrita por Gerard Way e desenhada pelo Gabriel Bá, tem conquistado fãs mundo afora com a his-tória de um grupo de jovens com poderes especiais que, separados, se unem em função de um acontecimento em comum: a morte de seu mentor.A trama, em seis volumes (no Brasil, foi lançada em dois volumes, que compilam toda a série), acompanha a história dos membros da Umbrella Academy, um grupo de jovens com poderes especiais.

Mal tinham nascido, cada um deles foi le-vado para morar com o senhor Reginald Hargreeves (um alienígena que se pas-sava por um famoso empresário), a fim de serem treinados para salvar o mundo de uma ameaça ainda não identificada.Criados por uma “mãe” e um “pai” es-tranhos e rígidos, cada uma das crian-ças foi denominada como um número. “Um”, Luther, tornou-se o Spaceboy, o líder e mais forte de todos. “Dois”, Diego, chamado de Kraken, é capaz de segurar a respiração por tempo indeterminado. “Três”, Allison, era chamada de Rumor e tem o poder de materializar qualquer coisa que fale. “Quatro”, Klaus, Seance, pode levitar e falar com os mortos. “Cin-co” é capaz de fazer viagens para o futu-ro a qualquer momento. “Seis”, Ben, era chamado de Horror por ter monstros de outras dimensões embaixo de sua pele.

E “Sete”, Vanya, não aparentava ter po-der algum, exceto ser muito interessada em música. O tempo passou, porém, e cada um dos membros seguiu seu rumo na vida. O reencontro se dá quando fi-cam sabendo da morte de Hargreeves, ao mesmo tempo que começam a acon-tecer diversos ataques tanto aos jovens quanto ao planeta.Não sei dizer se a notoriedade de The Umbrella Academy tenha começado pela história ter sido escrita pelo Gerard Way, vocalista do My Chemical Roman-ce, ou pelo fato das ilustrações serem do Gabriel Bá, mas o fato é que o gibi mostra uma faceta um pouco diferente de super-heróis, seres com seus pró-prios problemas que, além disso, tem de salvar o mundo. Ou seja, “os super--heróis do século XXI”, como diria Grant Morrison.

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my comicAl romAnce

escrita por gerard Way, vocalista do My Chemical romance, e desenhada pelo brasileiro gabriel bá, a série de hQs the umbrella academy é um sopro de novidade nos gibis de super-heróis, e dá início ao que talvez sejam os super-heróis do século XXi

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Pablo tavaresPor:

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“god of War: ascension” é um prelúdio do primeiro jogo da série

o retorno do deUs dA gUerrAAinda há muitas cabeças para Kratos decepar na Gré-cia Antiga, sejam elas de homens, monstros ou deu-ses. Uma das franquias exclusivas mais importantes da era Playstation retorna com tudo em God of War: Ascension, jogo produzido pela Sony Santa Monica com lançamento previsto para 2013. Tal como Chain of Olympus e Ghost of Sparta, ambos passados antes

do primeiro game, Ascension será um prelúdio à God of War (2005, PS2) contando a história do general es-partano pouco tempo antes de vender sua alma para Ares. A grande novidade é o modo multiplayer, até então inédito na franquia. No final de abril o diretor do game, Todd Papy, parti-cipou de uma conferência ao vivo no Playstation Blog

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Fuja. É fria! Fotos: Divulgação,

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para mostrar o primeiro trailer. Nele, é possível notar que o visual deu uma melhorada considerável em comparação a God of War 3 (2010, PS3), principalmente na questão dos efeitos de sombra e na textura do sangue, por mais que o trailer seja provavelmente de uma versão bastante inicial do game. Papy também explicou que Kratos terá suas feições mais tra-balhadas e detalhadas. Falando em detalhes, tudo está voltado para o modo multiplayer, que terá capacidade para oito jo-gadores e suporte online. O pri-meiro vídeo de gameplay mostrou elementos clássicos da jogabilida-de, como os famigerados quick time events, combos, brutal kills e quebra-cabeças. Será possível escolher entre classes de deuses – Zeus, Poseidon, Ares e Hades foram mostrados até agora – com suas respectivas características, além da possibilidade de realizar upgrades nas armas. Papy enfati-zou que os jogadores precisarão trabalhar em equipe para avançar de fase e matar os chefes. Porém, a sequência final será desencade-ada por aquele que tiver realizado o melhor desempenho no percur-so. No vídeo, quatro personagens enfrentam um ciclope gigante pre-so em correntes em meio ao clima épico e toda violência já tradicio-nal da série.A saga de Kratos encerrou-se no terceiro capítulo, mas pelo jeito a Sony irá explorar o último ponto que faltava: os acontecimentos que antecederam a entrega de sua alma para Ares. Isso evitou o chiado de considerável parte dos fãs, que temiam o desgaste do personagem com o alongamento da trama. Ainda há muita água para rolar esse ano, jogos como Halo 4, Resident Evil 6 e outros. Contudo, os olhares já apontam para 2013 com a alta expectativa sobre o próximo God of War. (Mar-cus Freitas)

Ya Know?, segundo disco solo (póstumo) de Joey ramone traz mais uma dose de diversão para os fãs

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Logo após a morte de Joey Ramo-ne, foi lançado Don’t Worry About Me, o primeiro disco solo do eter-no líder dos Ramones. Póstumo, a bolachinha conta com uma série de canções divertidas, com letras positivas e dava um recado: não se preocupem comigo. Agora, apos 11 anos da voz dos Ramones ter se calado de vez, é lançado Ya Know?, outro registro póstumo de Joey.Enquanto o primeiro disco pare-ce um álbum dos Ramones, Ya Know?, é diferente, e é isso que o torna bom. O disco tira a urgência punk e coloca a voz de Joey em

melodias mais produzidas, por vezes soando mais como um bom rock setentão (New York City e There’s Got To Be More Life), por vezes soando belíssimo em bala-das, como na irreconheível regra-vação de Merry Christmas, sucesso ramoníaco.Embora seja bem irregular, o que pode fazer os fãs mais xiitas de Ra-mones torcerem o nariz, a verdade é que em Ya Know?, é como se Joey pegasse seu garoto punk in-terior, e o vestisse para um primeiro encontro. Mas sai com saldo positi-vo, no fim das contas. (P.t.)

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on the roAd – leiA Antes de UsAr (oU ver o filme)Pode parecer dispensável repetir que On the Road é a bíblia da literatura beat, mas não adianta: On the Road é mesmo a bíblia da literatura beat. E isso faz dele um dos livros que você deve ler em algum momento da vida, seja para entender a essência do movimento contracultural que começou a mudar as estruturas do mundo e da sociedade nos anos 1950, seja para sentir o que é se aventurar pelas estradas infinitas da América ao lado dos míticos personagens Dean Moriarty e Sal Paradise, alter egos dos escritores Neal Cassady e Jack Kerouac, este último o au-

tor da obra e provavelmente o mais célebre de sua geração. Como um livro como este jamais envelhece, acaba de sair pela L&PM uma nova edição em formato tradicional, desta vez com capa ilustrada pela adaptação cinematográfica di-rigida pelo brasileiro Walter Salles e estrelada por Garrett Hedlund, Sam Riley e Kristen Stewart. Como o filme estreia em julho no Brasil, agora é uma boa hora para descobrir sua história ou ter finalmente uma edição bonita e impo-nente desse clássico na estante. (Marina de Campos)

///LIVROS

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