cipa rascunho apostila 2010-2011

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CIPA - NR05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho A CIPA surgiu de uma recomendação da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em 1921 e transformou-se em determinação legal no Brasil em 1944, vinte e três anos depois. CONCEITO Partindo do significado da sigla CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, podemos assim conceituá-la: Comissão: grupo de pessoas conjuntamente encarregadas de tratar de um determinado assunto. Como grupo, deve haver a preocupação de um trabalho unitário, onde seus objetivos estejam sempre em primeiro plano. A Comissão enseja a participação do empregador e dos empregados na prevenção de acidentes. Interna: seu campo de atuação está restrito à própria empresa. Prevenção: é o que define claramente o papel da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. É sua meta principal. Prevenção significa caminhar antes do acidente. É a atuação do cipeiro quando se depara com alguma situação de risco capaz de provocar um acidente, inerente à atividade laboral desenvolvida. Acidente: "qualquer ocorrência imprevista e sem intenção que possa causar danos ou prejuízos à propriedade ou à pessoa". Há dois aspectos a serem considerados quando nos referimos ao acidente: o legal e o prevencionista. Aspectos que trataremos no próximo capitulo. OBJETIVOS DA CIPA

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Page 1: CIPA Rascunho Apostila 2010-2011

CIPA - NR05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho

A CIPA surgiu de uma recomendação da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em 1921 e transformou-se em determinação legal no Brasil em 1944, vinte e três anos depois.

CONCEITO

Partindo do significado da sigla CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, podemos assim conceituá-la:

Comissão: grupo de pessoas conjuntamente encarregadas de tratar de um determinado assunto.Como grupo, deve haver a preocupação de um trabalho unitário, onde seus objetivos estejam sempre em primeiro plano. A Comissão enseja a participação do empregador e dos empregados na prevenção de acidentes.

Interna: seu campo de atuação está restrito à própria empresa.

Prevenção: é o que define claramente o papel da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. É sua meta principal. Prevenção significa caminhar antes do acidente. É a atuação do cipeiro quando se depara com alguma situação de risco capaz de provocar um acidente, inerente à atividade laboral desenvolvida.

Acidente: "qualquer ocorrência imprevista e sem intenção que possa causar danos ou prejuízos à propriedade ou à pessoa".

Há dois aspectos a serem considerados quando nos referimos ao acidente: o legal e o prevencionista. Aspectos que trataremos no próximo capitulo.

OBJETIVOS DA CIPA

O objetivo fundamental da CIPA é a prevenção de acidentes. Porém, visando maior esclarecimento, devemos socorrer-nos da Norma Regulamentadora (NR) 5, da Portaria n° 33 de 27/10/83, baixada pelo Ministério do Trabalho:

-          observar e relatar condições de risco nos ambientes de trabalho;-          solicitar medidas para reduzir até eliminar ou neutralizar os riscos existentes;-          discutir os acidentes ocorridos, encaminhando relatório ao SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e

Medicina do Trabalho) e ao empregador;-          solicitar medidas que previnam acidentes semelhantes;-          orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes.

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Algumas Atribuições:

discutir os acidentes ocorridos. sugerir medidas de prevenção de acidentes e/ou proteção da

saúde. promover a divulgação e zelar pela observância das normas de

segurança. despertar o interesse de todos pela prevenção de acidentes e de

doenças ocupacionais. investigar as causas, circunstâncias e consequencias dos acidentes

e doenças. ocupacionais, acompanhando a execução das medidas corretivas.

Esses objetivos serão atingidos na medida em que a CIPA tiver uma atuação positiva, no interesse em resguardar a integridade física dos trabalhadores da empresa.Perguntas e Respostas

1o) Qual o objetivo da CIPA?Resp: A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

2o) De quê e de quem é constituída a CIPA?Resp: Devem constituir a CIPA por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgão da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados.

3o) Quais são os componentes da CIPA?Resp: A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos.

4o) Como são eleitos os representantes dos empregados (titulares e suplentes)?Resp: Serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados e o número de titulares e suplentes da CIPA será de acordo com a ordem decrescente dos votos recebidos observando o dimensionamento.

5o) Qual o tempo de mandato dos membros eleitos da CIPA, e pode haver reeleição? Resp: O tempo de mandato terá duração de um ano sendo permitida a reeleição.

6o) Os membros eleitos da CIPA podem ser demitidos?Resp: É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após o final do mandato.

7o) Quais as garantias dos membros da CIPA?Resp: Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do art. 469, da CLT.

8o) Como será feita a escolha do Presidente e do Vice-Presidente da CIPA?Resp: O empregador designará entre seus representantes o Presidente a CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.

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9o) Quando os membros da CIPA eleitos serão empossados?Resp: No primeiro dia útil após o término do mandato anterior.

10o) Pode haver a indicação de um secretário para a CIPA?Resp: Sim, será indicado de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância com o empregador.

11o) Depois da posse dos membros da CIPA, qual será a primeira providência que empresa deverá tomar?Resp: A empresa deverá protocolizar, em até dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias. Depois disso a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.

12o) Quais as atribuições da CIPA?Resp: Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar os mapas de risco (com a participação do maior número de trabalhadores) com assessoria do SESMT; elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho; realizar periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; realizar , a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas...

13o) Quais as terefas do empregador?Resp: Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes no plano de trabalho.

14o) Quais as tarefas dos empregados?Resp: Cabe aos empregados: participar da eleição de seus representantes; colaborar com a gestão da CIPA; indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

15o) Quais as tarefas do Presidente da CIPA?Resp: Cabe ao Presidente da CIPA: convocar os membros para as reuniões da CIPA; coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão; manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA; coordenar e supervisionar as atividades da secretaria e delegar atribuições ao vice-presidente.

16o) Quais as terefas do Vice-Presidente?Resp: Cabe ao Vice-Presidente: executar as atribuições que lhe forem delegadas e substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários.

17o) Quais as tarefas do Presidente juntamente com o Vice?Resp: Vide página 60 da NR-5.

18o) Como funcionará as reuniões ordinárias da CIPA?Resp: A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido; serão realizadas durante o expediente normal da empresa em local apropriado; terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para todos os membros; as atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho - AIT.

19o) Como funcionará as reuniões extraordinárias da CIPA?Resp: As reuniões extraordinárias serão realizadas quando: houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine a aplicação de medidas corretivas de emergência; quando ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal e quando houver solicitação expressa de uma das representações.

20o) Como serão as decisões da CIPA? Pode haver pedido de reconsideração?Resp: As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso. Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião. Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justificado. O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessários.

21o) O que pode acontecer com um membro titular se faltar reuniões?Resp: O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por um suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.

22o) Em casa de afastamento definitivo do Presidente, que providência deverá tomar o empregador?Resp: O empregador indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.

23o) Em caso de afastamento do Vice-Presidente, que medida deverá ser tomada?Resp: Os membros titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis.

24o) Como é feito o treinamento da CIPA?

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Resp: A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse. O treinamento no primeiro mandato será realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data de posse. Pág 61 da NR-5 a partir da letra “a” haverá mais informações.

25o) Qual a função do empregador no processo eleitoral?Resp: Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 dias antes do término do mandato em curso. A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional.

26o) Qual a função do Presidente e do Vice-Presidente no processo eleitoral?Resp: Ambos constituirão dentre seus membros, no prazo mínimo de 55 dias antes do término do mandato em curso, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral.

27 o) Quais as condições do processo eleitoral?Resp: Vide pág 61 e 62 da NR-5.

28o) Se a participação na votação for inferior a 50% dos empregados o que poderá ocorrer?Resp: Nào haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.

29o) Qual a função do M.T.E (Ministério do Trabalho e Emprego) no processo eleitoral?Resp: Colher as denúncias sobre o processo eleitoral que deverão ser protocolizadas na unidade descentralizada do próprio M.T.E, em até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA. Compete à unidade descentralizada do M.T.E, confirmadas as irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder à anulação quando for o caso.

30o) Quê procedência deverá ser tomada pela empresa em caso de anulação das eleições?Resp: Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores.

31o) Quando a anulação da eleição se der antes da posse dos membros da CIPA, o que poderá acontecer?Resp: Ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo eleitoral.

A empresa que constituir CIPA deverá observar os seguintes itens:

a) A CIPA será composta de representantes do empregador, por ele designado, e dos representantes dos empregados eleitos.

b) Todo estabelecimento que não se enquadrar no Quadro I da NR-5, deverá designar um responsável pelo cumprimento da norma.Processo EleitoralC1) É de responsabilidade do empregador convocar as eleições para escolha dos representantes dos empregados, sessenta dias antes do término do mandato.

C2) O edital de convocação deverá ficar fixado durante quinze dias, de maneira que todos os empregados que queiram se candidatar tomem ciência e se inscrevam.a) No ato da inscrição o candidato deverá receber um recibo;b) Todos os candidatos inscritos terão garantia de emprego até a eleição;C3) O empregador deverá constituir a Comissão Eleitoral cinqüenta dias antes do término da gestão em curso, que será responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral.

C4) Deverá ser publicado em Edital de Divulgação o nome dos empregados que se candidataram, esse deverá estar fixado durante quinze dias, de maneira que todos os empregados tomem ciência dos candidatos inscritos.C5) Deverá ser realizada a eleição no prazo de trinta dias antes do término do mandato.a) Durante a eleição respeitar os turnos de trabalho;b) Folha de votação deverá ser assinada por todos os empregados que votarem;c) Durante a eleição o voto deverá ser secreto;d) Todo empregado do estabelecimento tem o direito a voto;C6) Os representantes eleitos e designados deverão ser empossados, com o devido treinamento de 20 horas conforme a NR-5, no primeiro dia útil após o término do mandato em curso. C7) A empresa deverá protocolizar (requerimento) em até dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, as cópias das atas de eleição de Instalação e Posse, e os Calendários anuais de reuniões, constando dia, hora e local, sendo doze reuniões entre o inicio e o término do mandato.C8) Protocolizada a documentação na Delegacia Regional do Trabalho, o empregador não poderá desativar a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA, antes do término do mandato, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.Atribuições dos Representantes da CIPAD1) Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalhado;D2) Divulgar e promover o cumprimento das normas regulamentadoras;D3) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA;D4) Promover anualmente em conjunto com o SESMT, se houver, a semana interna de prevenção do trabalho – SIPAT;D5) As atas de reuniões deverão ficar no estabelecimento a disposição dos agentes de inspeção do trabalho;D6) As atas de reuniões deverão ser assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para todos os membros.

Observações Gerais:

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a) A CIPA deverá ser constituída por estabelecimento.

b) No caso de empreiteiras ou empresas de prestação de serviços, considera-se estabelecimento o local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades.

c) A empresa deverá guardar os documentos relativos à eleição, por um período de cinco anos.

d) As empresas ligadas a transportes deverão verificar Portaria Nº 25 de 27 de maio de 1.999 e Portaria 16 de 10 de maio de 2.001.

e) As empresas que constam nos grupos C 18 e C-18a na Portaria N º 08 de fevereiro de 1.999, deverão verificar a Portaria Nº 24 de 27 de Maio de 1.999.

f) As empresas ligadas a Mineração ou permissionário de lavra Garimpeira, deverão verificar NR-22.36.

g) É considerado empregado, para fins de constituição da CIPA, a pessoa que preste serviço de natureza não eventual ao empregador, sob dependência e mediante salário.

h) O mandato dos membros da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição (manual da CIPA NR5 item 5.7).

i) É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.

j) Caso o empregado queira sair da CIPA, o mesmo deverá solicitar por escrito ao presidente da comissão, informando ao empregador e este comunicando Ministério do Trabalho a saída do representante como a posse de outro para substituí-lo.

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O que é a CIPA?

   A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é um instrumento que os trabalhadores dispõem para tratar da prevenção de acidentes do trabalho, das condições do ambiente do trabalho e de todos os aspectos que afetam sua saúde e segurança. A CIPA é regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) nos artigos 162 a 165 e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5), contida na

portaria 3.214 de 08.06.78 baixada pelo Ministério do Trabalho.

A constituição de órgãos dessa natureza dentro das empresas foi determinada pela ocorrência significativa e crescente de acidentes e doenças típicas do trabalho em todos os países que se

industrializaram. 

A CIPA é composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores

econômicos específicos. 

No Brasil, esta participação, prevista na CLT, se restringe a CIPA, onde os trabalhadores formalmente ocupam metade de sua composição após eleições diretas e anuais.

OBJETIVOS:

O objetivo básico da CIPA é fazer com que empregadores e empregados trabalhem conjuntamente na tarefa de prevenir acidentes e melhorar a qualidade do ambiente de trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do

trabalhador.

A CIPA também tem por atribuição identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de risco, com a participação do maior número de trabalhadores e com a assessoria do SESMT

Quem somos ?

 Membros da CIPA (gestão 2010/2011) é composta pelos seguintes membros:

Vanildo Modesto Nunes (Presidente)

Eronidio Santos Flores

Merari Gomes de Souza(Vice-Presidente)

Laércio Aparecido Nácar

José Marcos Bastos Andrade (1ª Secretário)

Marlene Aparecida Gobbi

CIPA COMISSÃO INTERNA DE

PREVENÇÃO DE ACIDENTESGESTÃO  2010/2011

Estamos a 451 dia(s) sem acidentes com afastamento

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Lucilio Gobbi Filho (2ª Secretário)

Maria Neide de Oliveira

Aurélio Rodrigues de Souza

Paulo Sérgio Castanho

Antonio Martins VinceWanderley Gomes

de Souza

Clisalva Gomes Silva  

Participe !

Campanha de segurança total!!!

- Apague as luzes ao ser o último a deixar o setor;- Desligue seus equipamentos ao final do expediente;- Feche as janelas do seu setor todos os dias no final do expediente;- Verifique se em seu setor os extintores estão em ordem.- Lembre-se que ao vir e ir para o trabalho, procure sempre estar atento, pois a distração ocasiona muitos acidentes !!!

Estas dicas nos ajudam a manter a segurança no trabalho !

A CIPA AGRADECE !!!!

Mapa de Risco

 

O Diário Oficial da União de 20 de agosto de 1992 publicou uma portaria do Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (DNSST) implantando a obrigatoriedade da elaboração de mapas de riscos pelas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS) nas empresas.

O mapa é um levantamento dos pontos de risco nos diferentes setores das empresas. Trata-se de identificar situações e locais potencialmente perigosos.

A partir de uma planta baixa de cada seção são levantados todos os tipos de riscos, classificando-os por grau de perigo: pequeno, médio e grande.

Estes tipos são agrupados em cinco grupos classificados pelas cores vermelho, verde, marrom, amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de agente: químico, físico, biológico, ergonômico e mecânico.

A idéia é que os funcionários de uma seção façam a seleção apontando aos cipeiros os principais problemas da respectiva unidade. Na planta da seção, exatamente no local onde se encontra o risco (uma máquina, por exemplo) deve ser colocado o círculo no tamanho avaliado pela CIPA e na cor correspondente ao grau de risco.

O mapa deve ser colocado em um local visível para alertar aos trabalhadores sobre os perigos existentes naquela área. Os riscos serão simbolizados por círculos de três tamanhos distintos: pequeno, médio e grande.

A empresa receberá o levantamento e terá 30 dias para analisar e negociar com os membros da CIPA ou do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), se houver, prazos para providenciar as alterações propostas. Caso estes prazos sejam descumpridos, a CIPA deverá comunicar a Delegacia Regional do Trabalho. 

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   01 - Cores usadas no Mapa de Risco e Tabela de Gravidade02 - Tabela descritiva dos riscos ambientais03 - Riscos Físicos04 - Riscos Químicos05 - Riscos Biológicos06 - Riscos Ergonômicos07 - Riscos de Acidentes08 - Exemplos de Mapa de Risco

01 - Cores usadas no Mapa de Risco e Tabela de Gravidade

   Tabela de Gravidade   

SímboloProporção Tipos de

Riscos

4 Grande

2 Médio

1 Pequeno

02 - Tabela descritiva dos riscos ambientais

Grupo Riscos Cor de identificação

Descrição

1 Físicos Verde Ruído,calor,frio,pressões,umidade,radiações ionizantes e não ionizantes,vibrações,etc.

2 Químicos Vermelho Poeiras,fumos,gases,vapores,névoas,

Page 9: CIPA Rascunho Apostila 2010-2011

neblinas,etc.

3 Biológicos Marrom Fungos,vírus,parasitas,bactérias,protozoários,insetos,etc.

4 Ergonômicos Amarelo Levantamento e transporte manual de peso,monotonia,repetitividade,responsabilidade,ritmo excessivo,posturas inadequadas de trabalho,trabalho em turnos,etc.

5 Acidentes Azul Arranjo físico inadequado,iluminação inadequada,incêndio e explosão,eletricidade,máquinas e equipamentos sem proteção,quedas e animais peçonhentos. etc.

03 - Riscos Físicos

        São considerados riscos físicos:

ruídos; calor; vibrações; pressões anormais; radiações; umidade.  

RUÍDOS

As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazos provocar sérios prejuízos à saúde.

Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente.

        Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional.

          Limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

Nível de ruído dB(A) Máxima exposição diária

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

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91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 40 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

            Conseqüências         O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:

fadiga nervosa; alterações mentais: perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar idéias; hipertensão; modificação do rítmo cardíaco; modificação do calibre dos vasos sanguíneos; modificação do ritmo respiratório; perturbações gastrointestinais; diminuição da visão noturna; dificuldade na percepção de cores. Além destas conseqüências, o ruído atinge também o aparelho auditivo causando a perda temporária ou definitiva da audição.

Medidas de controle Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho, podem ser adotadas as seguintes medidas: Medidas de proteção coletiva: enclausuramento da máquina produtora de ruído; isolamento de ruído. Medida de proteção individual: fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI) (nocaso, protetor auricular). O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou como medida complementar. Medidas médicas: exames audiométricos periódicos, afastamento do local de trabalho, revezamento. Medidas educacionais: orientação para o uso correto do EPI, campanha de conscientização.

Medidas administrativas: tornar obrigatório o uso do EPI: controlar seu uso.     

VIBRAÇÕES

Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, as quais podem ser nocivas ao trabalhador.

Page 11: CIPA Rascunho Apostila 2010-2011

As vibrações podem ser: Localizadas - (em certas partes do corpo) . São provocadas por ferramentas

manuais, elétricas e pneumáticas. Conseqüências: alterações neurovasculares nas mãos, problemas nas articulações

das mãos e braços; osteoporose (perda de substância óssea).

Generalizadas - (ou do corpo inteiro) . As lesões ocorrem com os operadores de grandes máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores.

Conseqüências: Lesões na coluna vertebral; dores lombares.

Medidas de controle: Para evitar ou diminuir as conseqüências das vibrações é recomendado o

revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposição).

RADIAÇÕES

São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões.

Podem ser classificadas em dois grupos:

Radiações ionizantes: Os operadores de raio-x e radioterapia estão freqüentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das

pessoas expostas.

Radiações não ionizantes: São radiações não ionizantes a radiação infravermelha, proveniente de operação em

fornos , ou de solda oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios laser, microondas, etc.

Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele, etc.

Medidas de controle:

Medidas de proteção coletiva: isolamento da fonte de radiação (ex: biombo protetor para operação em solda), enclausuramento da fonte de radiação (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x). Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador , óculos para operadores de forno). Medida administrativa: (ex: dosímetro de bolso para técnicos de raio-x). Medida médica: exames periódicos.

CALOR

Altas temperaturas podem provocar: desidratação; erupção da pele; câimbras; fadiga física; distúrbios psiconeuróticos; problemas cardiocirculatórios; insolação.

FRIO

Baixas temperaturas podem provocar: feridas; rachaduras e necrose na pele; enregelamento: ficar congelado; agravamento de doenças reumáticas; predisposição para acidentes;

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predisposição para doenças das vias respiratórias.

Medidas de controle: Medidas de proteção coletiva: ventilação local exaustora com a função de retirar o calor e gases dos ambientes, isolamento das fontes de calor/frio. Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI (ex: avental, bota, capuz, luvas especiais para trabalhar no frio).

PRESSÕES ANORMAIS

Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões ambientais acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão atmosférica a que normalmente estamos expostos.

Baixas pressões: são as que se situam abaixo da pressão atmosférica normal e ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, são raros os trabalhadores expostos a este risco.

Altas pressões: são as que se situam acima da pressão atmosférica normal. Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex: caixões pneumáticos, compartimentos estanques instalados nos fundos dos mares, rios, e represas onde é injetado ar comprimido que expulsa a água do interior do caixão, possibilitando o trabalho. São usados na construção de pontes e barragens.

Conseqüências: ruptura do tímpano quando o aumento de pressão for brusco; liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sangüíneos e morte.

Medidas de controle Por ser uma atividade de alto risco, exige legislação específica (NR-15) a ser obedecida.

UMIDADE

As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de verificações realizadas nesses locais para estudar a implantação de medida de controle.

Conseqüências: doenças do aparelho respiratório; quedas; doenças de pele; doenças circulatórias.

Medidas de controle: Medidas de proteção coletiva: estudo de modificações no processo do trabalho, colocação de estrados de madeira, ralos para escoamento. Medidas de proteção individual: fornecimento do EPI (ex: luvas, de borracha, botas, aventa para trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, limpeza etc).

04 - Riscos Químicos

Os riscos químicos presentes nos locais de trabalho são encontrados na forma sólida, líquida e gasosa e classificam-se em: poeiras, fumos, névoas, gases, vapores, neblinas

e substâncias, compostos e produtos químicos em geral. Poeiras, fumos, névoas, gases e vapores estão dispersos no ar (aerodispersóides).

 

POEIRAS

São partículas sólidas geradas mecanicamente por ruptura de partículas maiores. As poeiras são classificadas em:

Poeiras mineraisEx: sílica, asbesto, carvão mineral.

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Conseqüências: silicose (quartzo), asbestose (amianto), pneumoconiose dos minérios de carvão (mineral).

Poeiras vegetais Ex: algodão, bagaço de cana-de-açúcar.

Conseqüências: bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-açúcar) etc. Poeiras alcalinas

Ex: calcário Conseqüências: doenças pulmonares obstrutivas crônicas, enfizema pulmonar.

Poeiras incômodas Conseqüências: interação com outros agentes nocivos presentes no ambiente de

trabalho, potencializando sua nocividade.

FUMOS  

Partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos. Ex: fumos de óxido de zinco nas operações de soldagem com ferro.

Conseqüências: doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação específica de acordo com o metal.

 

NÉVOAS  

Partículas líquidas resultantes da condensação de vapores ou da dispersão mecânica de líquidos. Ex: névoa resultante do processo de pintura a revólver, monóxido de

carbono liberado pelos escapamentos dos carros.  

GASES  

Estado natural das substâncias nas condições usuais de temperatura e pressão. Ex: GLP, hidrogênio, ácido nítrico, butano, ozona, etc.

 

VAPORES  

São dispersões de moléculas no ar que podem condensar-se para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão. Ex: nafta, gasolina,

naftalina, etc. Névoas, gases e vapores podem ser classificados em: Irritantes: irritação das vias aéreas superiores.

Ex: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, soda caústica, cloro, etc. Asfixiantes: dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e morte. Ex: hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monóxido

de carbono, etc. Anestésicos: (a maioria solventes orgânicos). Ação depressiva sobre o sistema nervoso, danos aos diversos órgãos, ao sistema formador de sangue (benzeno), etc. Ex: butano, propano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbono, tricloroetileno, benzeno,

tolueno, álcoois, percloritileno, xileno, etc. Vias de penetração dos agentes químicos

Via cutânea (pele); Via digestiva (boca);

Via respiratória (nariz).

A penetração dos agentes químicos no organismo depende de sua forma de utilização.

Fatores que influenciam a toxicidade dos contaminantes ambientais 

Para avaliar o potencial tóxico das substâncias químicas, alguns fatores devem ser levados em consideração:

Concentração: quanto maior a concentração, mais rapidamente seus efeitos nocivos manifestar-se-ão no organismo;

Índice respiratório: representa a quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante a jornada de trabalho;

Sensibilidade individual: o nível de resistência varia de indivíduo para indivíduo; Toxicidade: é o potencial tóxico da substância no organismo;

Tempo de exposição: é o tempo que o organismo fica exposto ao contaminante.

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Medidas de controle 

As medidas sugeridas abaixo pretendem dar apenas uma idéia do que pode ser adotado, pois existe uma grande quantidade de produtos químicos em uso e as

medidas de proteção devem ser adaptadas a cada tipo.  

Medidas de proteção coletiva 

Ventilação e exaustão do ponto de operação, substituição do produto químico utilizado por outro menos tóxico, redução do tempo de exposição, estudo de alteração

de processo de trabalho, conscientização dos riscos no ambiente.  

Medidas de proteção individual 

Fornecimento do EPI como medida complementar (ex: máscara de proteção respiratória para poeira, para gases e fumos; luvas de borracha, neoprene para

trabalhos com produtos químicos, afastamento do local de trabalho.

05 - Riscos Biológicos

São considerados riscos biológicos: vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos e bacilos.

Os riscos biológicos ocorrem por meio de microorganismos que, em contato com o homem, podem provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos. É o caso das indústrias de alimentação,

hospitais, limpeza pública (coleta de lixo), laboratórios, etc.  

Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microorganismos incluem-se: tuberculose, brucelose, malária, febre amarela.

 Para que essa doenças possam ser consideradas doenças profissionais é preciso que

haja exposição do funcionário a estes microorganismos.  

São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança nos diversos setores de trabalho sejam adequadas.

 Medidas de controle

 As mais comuns são: saneamento básico (água e esgoto), controle médico

permanente, uso de EPI, higiene rigorosa nos locais de trabalho, hábitos de higiene pessoal, uso de roupas adequadas, vacinação, treinamento, sistema de

ventilação/exaustão.  

Para que uma substância seja nociva ao homem, é necessário que ela entre em contato com seu corpo. Existem diferentes vias de penetração no organismo

humano, com relação à ação dos riscos biológicos: Cutânea: ex: a leptospirose é adquirida pelo contato com águas contaminadas pela

urina do rato; Digestiva: ex: ingestão de alimentos deteriorados;

Respiratória: ex: a pneumonia é transmitida pela aspiração de ar contaminado.

06 - Riscos Ergonômicos

São considerados riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição de rotina

intensa.

A ergonomia ou engenharia humana é uma ciência relativamente recente que estuda as relações entre o homem e seu ambiente de trabalho.

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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define a ergonomia como " a aplicação das ciências biológicas humanas em conjunto com os recursos e técnicas da engenharia para alcançar o ajustamento mútuo, ideal entre o homem e o seu trabalho, e cujos resultados

se medem em termos de eficiência humana e bem-estar no trabalho".

Conseqüências

Os riscos ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios danos à saúde do trabalhador porque produzem alterações no organismo e no estado emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e segurança, tais como: cansaço

físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão,

ansiedade, problemas de coluna, etc.

Medidas de controle

Para evitar que estes riscos comprometam as atividades e a saúde do trabalhador, é necessário um ajuste entre as condições de trabalho e o homem sob os aspectos de

praticidade, conforto físico e psíquico por meio de: melhoria no processo de trabalho, melhores condições no local de trabalho, modernização de máquinas e equipamentos,

melhoria no relacionamento entre as pessoas, alteração no ritmo de trabalho, ferramentas adequadas, postura adequada, etc.

07 - Riscos de Acidentes

São considerados como riscos geradores de acidentes: arranjo físico deficiente; máquinas e equipamentos sem proteção; ferramentas inadequadas; ou defeituosas; eletricidade;

incêndio ou explosão; animais peçonhentos; armazenamento inadequado.

Arranjo físico deficiente

É resultante de: prédios com área insuficiente; localização imprópria de máquinas e equipamentos; má arrumação e limpeza; sinalização incorreta ou inexistente; pisos fracos

e/ou irregulares.

Máquinas e equipamentos sem proteção

Máquinas obsoletas; máquinas sem proteção em pontos de transmissão e de operação; comando de liga/desliga fora do alcance do operador; máquinas e equipamentos com

defeitos ou inadequados; EPI inadequado ou não fornecido.

Ferramentas inadequadas ou defeituosas

Ferramentas usadas de forma incorreta; falta de fornecimento de ferramentas adequadas; falta de manutenção.

Eletricidade

Instalação elétrica imprópria , com defeito ou exposta; fios desencapados; falta de aterramento elétrico; falta de manutenção.

Incêndio ou explosão

Armazenamento inadequado de inflamáveis e/ou gases; manipulação e transporte inadequado de produtos inflamáveis e perigosos; sobrecarga em rede elétrica; falta de

sinalização; falta de equipamentos de combate ou equipamentos defeituosos.

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CLT - Consolidação das Leis do TrabalhoCapítulo V - da segurança e medicina do

trabalho

 

    Seção I - Disposições Gerais;

    Seção II - Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição;

    Seção III - Dos Órgão de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas;

    Seção IV - Do Equipamento de Proteção Individual;

    Seção V - Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho;

    Seção VI - Das Edificações;

    Seção VII - Da Iluminação;

    Seção VIII - Do Conforto Térmico;

    Seção IX - Das Instalações Elétricas;

    Seção X - Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;

    Seção XI - Das Máquinas e Equipamentos;

    Seção XII - Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Pressão;

    Seção XIII - Das Atividades Insalubres ou Perigosas;

    Seção XIV - Da Prevenção da Fadiga;

    Seção XV - Das Outras Medidas Especiais de Proteção;

    Seção XVI - Das Penalidades;

Seção I - Disposições Gerais

Art. 154. A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em

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códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de contratos coletivos de trabalho.Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho:

I. estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos no art. 200;

II. coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho;

III. conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho.

Art. 156. Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição:

I. promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho; II. adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo,

determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias; III. impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos

termos do art. 201.

Art. 157. Cabe às empresas:

I. cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II. instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no

sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III. adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV. facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Art. 158. Cabe aos empregados:

I. observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior;

II. colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo.

Parágrafo único. Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:

a. à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior;

b. ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.

Art. 159. Mediante convênio autorizado pelo Ministério do Trabalho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais ou municipais atribuições de fiscalização ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo.

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Seção II - da inspeção prévia e do embargo ou interdição

Art.160 Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho.

§ 1º Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho. § 2º É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações.

Art.161 O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra; indicando na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.

§ 1º As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho. § 2º A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical. § 3º Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso. § 4º Responderão por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de obra, se, em conseqüência, resultarem danos a terceiros. § 5º O Delegado Regional do Trabalho, independente de recursos, e após laudo técnico do serviço competente, poderá levantar a interdição. § 6º Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.

Seção III - dos órgãos de segurança e de medicina do trabalho nas empresas

Art.162 As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.

Parágrafo único As normas a que se refere este artigo estabelecerão :

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a. classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades;

b. o número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se classifique, na forma da alínea anterior;

c. a qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho; d. as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em

medicina do trabalho, nas empresas.

Art.163 Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do TrabaIho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas.

Parágrafo Único. O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das CIPAs.

Art.164 Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do artigo anterior.

§ 1o Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados. § 2o Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados. § 3o O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição. § 4o O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que, durante o seu mandato, tenha participado de menos da metade do número de reuniões da CIPA. § 5o O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente.

Art.165 Os titulares da representação dos empregados nas CIPAs não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.

Parágrafo único. Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado.

Seção IV - do equipamento de proteção individual

Art.166 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

Art.167 O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.

Seção V - das medidas preventivas de medicina do trabalho

Art.168 Será obrigatório o exame médico do empregado, por conta do empregador.

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§ 1o Por ocasião da admissão, o exame médico obrigatório compreenderá investigação clínica e, nas localidades em que houver, abreugrafia. § 2o Em decorrência da investigação clínica ou da abreugrafia, outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva exercer. § 3o O exame médico será renovado, de seis em seis meses, nas atividades e operações insalubres, e, anualmente, nos demais casos. A abreugrafia será repetida a cada dois anos. § 4o O mesmo exame médico de que trata o § 1o será obrigatório por ocasião da cessação do contrato de trabaIho, nas atividades, a serem discriminadas pelo Ministério do Trabalho, desde que o último exame tenha sido realizado há mais de 90 (noventa) dias. § 5o Todo estabelecimento deve estar equipado com material necessário à prestação de primeiros socorros médicos.

Art. 169 Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.

Seção VI - das edificações

Art.170 As edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita segurança aos que nelas trabalhem.

Art.171 Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) metros de pé direito, assim considerada a altura livre do piso ao teto.

Parágrafo único. Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas as condições de iluminação e conforto térmico compatíveis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução ao controle do órgão competente em matéria de segurança e medicina do trabalho.

Art.172 Os pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências nem depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.

Art.173 As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam a queda de pessoas ou de objetos.

Art.174 As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores, coberturas e passagens dos locais de trabalho deverão obedecer às condições de segurança e de higiene do trabalho estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se em perfeito estado de conservação e limpeza.

Seção VII - da iluminação

Art.175 Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou artificial, apropriada à natureza da atividade.

§1o A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. §2o 0 Ministério do Trabalho estabelecerá os níveis mínimos de iluminamento a serem observados.

Seção VIII - do conforto térmico

Art.176 Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço realizado.

Parágrafo único. A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não preencha as condições de conforto térmico.

Art.177 Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, isolamento térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra as radiações térmicas.

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Art.178 As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho.

Seção IX - das instalações elétricas

Art.179 O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia.

Art.180 Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas.

Art.181 Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico

Seção X - da movimentação, armazenagem e manuseio de materiais

Art.182 O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre:

I. as precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais de trabalho, os equipamentos a serem obrigatoriamente utilizados e as condições especiais a que estão sujeitas a operação e a manutenção desses equipamentos, inclusive exigências de pessoal habilitado;

II. as exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem de materiais, inclusive quanto às condições de segurança e higiene relativas aos recipientes e locais de armazenagem e os equipamentos de proteção individual;

III. a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos de transporte, dos avisos de proibição de fumar e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva à saúde das substâncias em movimentação ou em depósito, bem como das recomendações de primeiros socorros e de atendimento médico e símbolo de perigo, segundo padronização internacional, nos rótulos dos materiais ou substâncias armazenados ou transportados:

IV. Parágrafo Único. As disposições relativas ao transporte de materiais aplicam-se, também, no que couber, ao transporte de pessoas nos locais de trabalho.

Art.183 As pessoas que trabalharem na movimentação de materiais deverão estar familiarizados com os métodos racionais de levantamento de cargas.

Seção XI - das máquinas e equipamentos

Art.184 As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental.

Parágrafo único. É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso de máquinas e equipamentos que não atendam ao disposto neste artigo.

Art.185 Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser executados com as máquinas paradas, salvo se o movimento for indispensável à realização do ajuste.

Art.186 O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção e medidas de segurança na operação de máquinas e equipamentos, especialmente quanto à proteção das partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas e equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e medidas de proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas.

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Seção XII - das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão

Art.187 As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão deverão dispor de válvulas e outros dispositivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência.

Parágrafo único. O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto à segurança das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou equipamentos necessários à execução segura das tarefas de cada empregado.

Art.188 As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança, por engenheiro ou empresa especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de conformidade com as instruções que, para esse fim, forem expedidas.

§1o Toda caldeira será acompanhada de "Prontuário", com documentação original do fabricante, abrangendo, no mínimo: especificação técnica, desenhos, detalhes, provas e testes realizados durante a fabricação e a montagem, características funcionais e a pressão máxima de trabalho permitida (PMTP), esta última indicada, em local visível, na própria caldeira. §2o O proprietário de caldeira deverá organizar, manter atualizado e apresentar, quando exigido pela autoridade competente, o Registro de Segurança, no qual serão anotadas, sistematicamente, as indicações das provas efetuadas, inspeções, reparos e quaisquer outras ocorrências. §3o Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão deverão ser submetidos à aprovação prévia do órgão regional competente em matéria de segurança do trabalho.

Seção XIII - das atividadas insalubres ou perigosas

Art.189 Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Art.190 O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.

Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alergênicos ou incômodos.

Art.191 A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:

I. com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;

II. com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.

Parágrafo único. Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo.

Art.192 O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.

Art.193 São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,

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impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.

§1o O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. §2o O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura Ihe seja devido.

Art.194 O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.

Art.195 A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.

§1o É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. §2o Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. §3o O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex-offício da perícia.

Art.196 Os efeitos pecuniários decorrentes do trabaIho em condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11 .

Art.197 Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente, segundo a padronização internacional .

Parágrafo único. Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste artigo afixarão, nos setores de trabalho atingidos, avisos ou cartazes, com advertência quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à saúde.

Seção XIV - da prevenção da fadiga

Art.198 É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.

Parágrafo único. Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas forças.

Art.199 Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que trabalhe sentado.

Parágrafo único. Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados terão à sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir.

Seção XV - das outras medidas especiais de proteção

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Art.200 Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:

I. medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em obras de construção, demolição ou reparos;

II. depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos, bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas;

III. trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída dos empregados;

IV. proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra-fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização;

V. proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento e profilaxia de endemias;

VI. proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para eliminação ou atenuação desses efeitos, limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade, controle permanente dos locais de trabalho e das demais exigências que se façam necessárias;

VII. higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução, tratamento de resíduos industriais;

VIII. emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo.

Parágrafo único. Tratando-se de radiações ionizastes e explosivos, as normas a que se referem este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico.

Seção XVI - das penalidades

Art.1o As infrações ao disposto neste Capítulo relativas à medicina do trabalho serão punidas com multa de 30 (trinta) a 300 (trezentas) vezes o valor de referência previsto no artigo 2o, parágrafo único, da Lei no 6.205, de 29 de abril de 1975, e as concernentes à segurança do trabalho com multa de 50 (cinqüenta) a 500 (quinhentas) vezes o mesmo valor.

Parágrafo único. Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifício ou simulação com objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em seu valor máximo.

Art.2o A retroação dos efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade, de que trata o artigo 196 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a nova redação dada por esta Lei, terá como limite a data da vigência desta Lei, enquanto não decorridos 2 (dois) anos da sua vigência.

Art.3o As disposições contidas nesta Lei aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que Ihes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.

§ 1o Ao Delegado de Trabalho Marítimo ou ao Delegado Regional do Trabalho, conforme o caso, caberá promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e

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medicina do trabalho em relação ao trabalhador avulso, adotando as medidas necessárias inclusive as previstas na Seção II, do Capítulo V, do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação que Ihe for conferida pela presente Lei. § 2o Os exames de que tratam os Par.1 e 3 do art. 168 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação desta Lei, ficarão a cargo do Instituto Nacional de Assistência Médica de Previdência Social-INAMPS, ou dos serviços médicos das entidades sindicais correspondentes.

Art.4o O Ministro do Trabalho relacionará os artigos do Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, cuja aplicação será fiscalizada exclusivamente por engenheiros de segurança e médicos do trabalho.

Art.5o Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogados os artigos 202 a 223 da Consolidação das Leis do Trabalho; a Lei no 2.573, de 15 de agosto de 1955; o Decreto-lei no 389, de 26 de dezembro de 1968 e demais disposições em contrário.

NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

  DO OBJETIVO 5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.  DA CONSTITUIÇÃO 5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que

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admitam trabalhadores como empregados.

5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores econômicos específicos.

5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos, deverá garantir a integração das CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho.

5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo. DA ORGANIZAÇÃO 5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos.

5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados.

5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.

5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de setores econômicos específicos.

5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva.

5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição.

5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.

5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.

5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA.

5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.

5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão, empossados no primeiro dia útil após o término do mandato anterior.

5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância do empregador.

5.14 Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.

5.15 Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de

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empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento. DAS ATRIBUIÇÕES 5.16 A CIPA terá por atribuição:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;

b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;

c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;

e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;

h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outrosprogramas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;

m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho.

5.18 Cabe aos empregados:

a. participar da eleição de seus representantes;

b. colaborar com a gestão da CIPA;

c. indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho;

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d. observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:

a. convocar os membros para as reuniões da CIPA;

b. coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão;

c. manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;

d. coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;

e. delegar atribuições ao Vice-Presidente;

5.20 Cabe ao Vice-Presidente:

a. executar atribuições que lhe forem delegadas;

b. substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários;

5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribuições:

a. cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de seus trabalhos;

b. coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam alcançados;

c. delegar atribuições aos membros da CIPA;

d. promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;

e. divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;

f. encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA; constituir a comissão eleitoral.

5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição:

a. acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para aprovação e assinatura dos membros presentes;

b. preparar as correspondências; e outras que lhe forem conferidas. DO FUNCIONAMENTO 5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido.

5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da empresa e em local apropriado.

5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para todos os membros.

5.26 As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho - AIT.

5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:

a. houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas

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corretivas de emergência;

b. ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

c. houver solicitação expressa de uma das representações.

5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.

5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.

5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justificado.

5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessários.

5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.

5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de eleição, devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos.

5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.

5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis. DO TREINAMENTO 5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse.

5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.

5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.

5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

a. estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo;b. metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;

c. noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos existentes na empresa;

d. noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e medidas deprevenção;

e. noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho;

f. princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;

g. organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão.

5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.

5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de

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trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados.

5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento.

5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, determinará a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão. DO PROCESSO ELEITORAL 5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do mandato em curso.

5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional.

5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros, no prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral.

5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será constituída pela empresa.

5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:

a. publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no prazo mínimo de 55 (cinqüenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso;

b. inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de quinze dias;

c. liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante;

d. garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;

e. realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do mandato da CIPA, quando houver;

f. realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.

g. voto secreto;

h. apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento derepresentante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pelacomissão eleitoral;

i. faculdade de eleição por meios eletrônicos;

j. guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um período mínimo de cinco anos.

5.41 Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados na votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação, que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.

5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade descentralizada do

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MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA.

5.42.1 Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a anulação quando for o caso.

5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cincodias, a contar da data de ciência , garantidas as inscrições anteriores.

5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo eleitoral.

5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados.

5.44 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento.

5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes. DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS 5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades.

5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes no estabelecimento.

5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento, deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, de forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento.

5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas.

5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho. DISPOSIÇÕES FINAIS 5.51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de portaria específica.

 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego

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Agentes Físicos Legislação pertinente • A legislação responsável pelas definições e direitos dos

trabalhadores à segurança e higiene do trabalho é garantida pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, do Capítulo V, Título II da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), regulamentada pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho, através de suas Normas Regulamentadoras e conjunto de textos suplementares.

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No caso dos agentes físicos, têm-se a NR9 e a NR15 em seus

anexos 1 a 10.

Conceito • Riscos Físicos são aqueles gerados por agentes

que atuam por transferência de energia sobre o organismo. • Quanto maior a quantidade e a velocidade

dessa transmissão, maiores serão os danos à saúde. • Ex: Ruídos, temperaturas extremas

(frio/calor); vibração, umidade; pressões anormais; radiação ionizante e não-ionizante.

O que é risco ergonômico?São exemplos de risco ergonômico: levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc. Adequar a empresa ergonômicamente significa colocar cada trabalhador num posto de trabalho compatível com suas condições físicas e mentais, diminuindo a fadiga e fornecendo-lhe ferramentas adequadas que lhe permitirão realizar tarefas com o menor custo ao organismo, reduzindo ao máximo os acidentes de trabalho. A organização de todas as condições materiais relacionadas à atividade do trabalhador visa o seu bem estar físico e resulta em aumento de produtividade, redução de custos com afastamentos e doenças ocupacionais.

O que é risco químico?É proveniente de produtos químicos que emitem vapores que são absorvidos pelo organismo por vias respiratórias e cutânea. (quando há manipulação)O manuseio desses produtos químicos em locais mal ventilados e pequenos impede a diluição e dispersão dos vapores emitidos, colocando assim em risco a saúde do trabalhador.

Risco Químico:

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É o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos químicos que podem causar-lhe danos físicos ou prejudicar-lhe a saúde. Os danos físicos relacionados à exposição química inclui, desde irritação na pele e olhos, passando por queimaduras leves, indo até aqueles de maior severidade, causado por incêndio ou explosão. Os danos à saúde pode advir de exposição de curta e/ou longa duração, relacionadas ao contato de produtos químicos tóxicos com a pele e olhos, bem como a inalação de seus vapores, resultando em doenças respiratórias crônicas, doenças do sistema nervoso, doenças nos rins e fígado, e até mesmo alguns tipos de câncer.

INTRODUÇÃO: Risco químico é o perigo que todo e qualquer indivíduo está exposto ao manipular os produtos químicos que podem causar danos físicos ou prejudicar a saúde. Dentre os danos ocasionados pela exposição química podem ser citados desde a irritação na pele e olhos, queimaduras leves e graves, causadas por incêndios ou explosões. Os danos à saúde são ocasionados por exposição química de curta ou longa duração e estão relacionados com o contato de produtos químicos tóxicos com a pele e olhos, bem como por inalação dos seus vapores, dessa forma podem surgir as doenças respiratórias crônicas, no sistema nervoso, nos rins ou algum câncer. Agentes de risco químico são substâncias simples ou compostas por produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores e que possam ser absorvidos pelo organismo do trabalhador através da pele ou por ingestão. O presente estudo intenta perceber e ordenar os riscos químicos no ambiente de trabalho têxtil e seus possíveis danos à saúde do trabalhador. Levando em consideração a gravidade desses danos à saúde dos trabalhadores, o estudo enfocou alguns aspectos preliminares a respeito da problemática dos riscos químicos na indústria têxtil, observando os cuidados com rotulagem, classificação, aspectos toxicológicos e segurança química como preocupação internacional e a realidade brasileira.

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______________________________________________________________________________________________

INTRODUÇÃOA origem do acidente do trabalho remonta à história do próprio homem que, na luta pela sobrevivência, evoluiu desde as atividades de caça e pesca, ao cultivo da terra, à extração de minérios e à produção em grande escala nas indústrias.

O mundo modificou-se em seus costumes, formas de vida e, com isso, houve também mudanças nas relações de trabalho, provocadas, em sua base pela Revolução Industrial. Com a chegada da máquina, surgiram de forma assustadora, os acidentes de trabalho, oriundos dessa nova realidade.

A CIPA surgiu de uma recomendação da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em 1921 e transformou-se em determinação legal no Brasil em 1944, já no governo de Getúlio Vargas, vinte e três anos depois. Hoje, a CIPA, tornou-se forte aliada dos trabalhadores e da empresa na prevenção dos acidentes do trabalho. Tenham certeza que nos próximos doze meses teremos muitos problemas a resolver, mas que, com perseverança e trabalho em equipe saberemos dar a melhor solução

INSPEÇÃO DE SEGURANÇA Objetivo 5.2. Inspeções que Podem ser Realizadas 5.2.1. Inspeções Gerais 5.2.2. Inspeções Parciais5.2.3. Inspeções de Rotina 5.2.4. Inspeções Periódicas 5.2.5. Inspeções Eventuais 5.2.6. Inspeções Oficiais 5.2.7. Inspeções Especiais

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5.3. Passos a Serem Seguidos na Inspeção de Segurança 5.3.1. Observação 5.3.2. Registro 5.3.3. Análise de Riscos

5.3.4.Priorização

5.3.5. Implantação

5.3.6. Acompanhamento 6- INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES 6.1. Acidente do Trabalho – Conceito Legal 6.2. Acidente do Trabalho – Conceito Técnico (Prevencionista) 6.3. A Investigação das Causas dos Acidentes Ocorridos 6.4. Para Buscar as Causas que Contribuíram com ao Acidente é Importante 6.5. Fatores Determinantes dos Acidentes do Trabalho

6.6. Devemos Ainda nos Lembrar que

7- EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO MATERIAL BIOLÓGICO 7.1. Vírus de Imunodeficiência Humana 7.2. Vírus de Hepatite B e C 7.3. Equipamentos de Proteção Individual 7.3.1. Recomendações Para a Utilização de Equipamentos de Proteção Individual nas Precauções Básicas de Biossegurança 7.4. Cuidados Com Materiais Perfuro-Cortantes 7.5. Registro do Acidente do Trabalho - Órgão de Saúde 7.6. Registro de Acidente – SESMT

Fluxograma de Acidente de Trabalho

NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 8.1. Benefícios Para o Trabalhador Urbano, Segurado da Previdência Social 8.2. As Prestações Relativas ao Acidente do Trabalho São Devidas 8.3. Não São Devidas as Prestações Relativas aos Acidentes do Trabalho 8.4. Consideram-se como Acidentes do Trabalho 8.5. Não são Considerados como Doenças do Trabalho 8.6. Equiparam-se Também ao Acidente do Trabalho 8.7. Carência 8.8. Comunicação do Acidente do Trabalho

8.9. Prazo para Comunicação do Acidente do Trabalho 8.10. Quando deixa de Ser Pago 8.11. Observações 8.12. Renda Mensal do Benefício 8.13. Valor do Salário de Benefício

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8.14. Como Deverá ser Comunicado o Acidente do Trabalho 8.15. Comunicação de Reabertura

9- REUNIÃO DA CIPA 9.1. Sugestão de Estrutura de Uma Reunião da CIPA 9.2. Atribuição dos Membros da CIPA 9.2.1. Do Presidente 9.2.2. Do Vice-Presidente 9.2.3. Do Presidente e do Vice-Presidente em Conjunto 9.2.4. Do Secretário 9.2.5. Dos Demais Membros da Cipa 9.3. Plano de Trabalho

10- SIPAT 10.1. Realização da SIPAT 10.2. Algumas Sugestões a Serem Desenvolvidas Durante a SIPAT 11. NOÇÕES DE COMBATE A INCÊNDIO 11.1. Conceito de Prevenção de Incêndio 11.2. Conceito de Incêndio 11.3. Conceito de Combate a Incêndio 11.4. Conceito de Fogo 11.5. Calor 11.5.1. Os Efeitos do Calor 11.5.2. Efeitos Fisiológicos do Calor Sobre o Ser Humano 11.6. Combustível 11.7. Comburente 11.8. Métodos de Extinção do Fogo 11.8.1. Resfriamento 11.8.2. Abafamento

11.9. Classificação do Incêndio e Método de Extinção

11.9.1. Incêndio Classe A 11.9.2. Incêndio Classe B 11.9.3. Incêndio Classe C 11.10. Extintor de Incêndio 11.11. Agente Extintor 11.11.1. Água 11.11.2. Gás Carbônico CO² 11.11.3. Pó Químico Seco

11.12. Extintores Portáteis

11.12.1. Manutenção

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11- NOÇÕES DE COMBATE A INCÊNDIO 11.1. Conceito de Prevenção a Incêndio: Ato ou efeito de prevenir-se tomar cuidado ou cautela, buscando evitar o surgimento de um incêndio e minimizar os seus danos através de medidas e cuidados como treinamento, e instalação de equipamentos de proteção e combate a incêndio num determinado ambiente.

11.2. Conceito de Incêndio: Fogo que surge com intensidade e fora de controle, destruindo vidas, patrimônio e o meio ambiente; causando danos, prejuízo ou calamidade pública. 11.3. Conceito de Combate a Incêndio: Ato ou ação para controlar, e dominar o fogo fora de controle, com objetivo de salvar vidas, patrimônio e proteger o meio ambiente; evitando danos e a calamidade pública. 11.4. Conceito de Fogo: Também conhecido por combustão é uma reação química de oxidação, auto-sustentável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases; resultante da transformação de uma energia por processo físico e químico. Para efeito didático, adota-se o triangulo do fogo para exemplificar e explicar a combustão, atribuindo-se, a cada face, um dos elementos essenciais da combustão

11.5. Calor

o

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Forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outra energia, através de processo físico ou químico é a matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria. As moléculas estão constantemente em movimento. Quando um corpo é aquecido, a velocidade das moléculas aumenta e o calor (demonstrado pela vibração da temperatura) também aumenta.

11.5.1. Os Efeitos do Calor - Eleva a temperatura;- Aumenta o volume;- Muda o estado físico da matéria;- Muda o estado químico da matéria.11.5.2. Efeitos fisiológicos do calor sobre o ser humano O Calor é a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais. Danos causados pelo calor incluem desidratação, insolação, fadiga e problemas para o aparelho respiratório, além de queimaduras, que nos casos mais graves (1º, 2º e 3º graus) podem levar até a morte

11.6. Combustível É toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão. É o elemento que serve de campo de propagação ao fogo. Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos. 11.7. Comburente É o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão. O mais comum é que o oxigênio desempenhe esse papel. A atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases. Em ambiente com a composição normal do ar, a queima desenvolve-se com velocidade e de maneira completa. Notam-se chamas. Contudo, a combustão consome o oxigênio do ar num processo contínuo. Quando a porcentagem do oxigênio do ar do ambiente passa de 21% para a faixa compreendida entre 16% e 8%, a queima torna-se mais lenta, notam-se brasas e não mais chamas. Quando o oxigênio contido no ar do ambiente atinge concentração menor que 8%, não há combustão.

11.8. Métodos de Extinção do Fogo É a forma mais simples de se extinguir um incêndio. Baseia-se na retirada do materialcombustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação dacombustão. Método também denominado corte ou remoção do suprimento do combustível.Ex.: fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso,retirada de materiais combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.11.8.1. Resfriamento

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È o método mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do material combustível que estáqueimando, diminuindo, conseqüentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis. A água éo agente extintor mais usado, por ter grande capacidade de absorver calor e ser facilmente encontrada na natureza. A redução da temperatura está ligada à quantidade e à forma deaplicação da água (jato), de modo que ela absorva mais calor que o incêndio é capaz de produzir. Éinútil o emprego de água onde queimam combustíveis com baixo ponto de combustão (menos de20ºC), pois a água resfria até a temperatura ambiente e o material continuará produzindo gasescombustíveis.

11.8.2. Abafamento Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material combustível. Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo. Como exceção estão os materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam sem necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco. Conforme já vimos anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato com o combustível vai tornando a combustão mais lenta, até a concentração de oxigênio chegar próximo de 8%, onde não haverá mais combustão. Colocar uma tampa sobre o recipiente contendo álcool em chamas, ou colocar um copo voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa, são duas experiências práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em contato com o combustível. Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra cobertores, vapor d ´água, espumas, pós, gases especiais etc. 11.9. Classificação dos Incêndios e Métodos de Extinção Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação em que se encontram. Essa classificação é feita para determinar o agente extintor adequado para o tipo de incêndio específico. Entendemos como agentes extintores todas as substâncias capazes de eliminar um ou mais dos elementos essenciais do fogo, cessando a combustão. 11.9.1. Incêndio Classe A Incêndio envolvendo combustíveis sólidos comuns, como papel, madeira, pano e borracha. É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos e por queimar em razão do seu volume, isto é, a queima se dá na superfície e em profundidade. Método de extinção: Necessita de resfriamento para a sua extinção, isto é, do uso de água ou soluções que a contenham em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em combustão, abaixo do seu ponto de ignição.

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O emprego de pós-químicos irá apenas retardar a combustão, não agindo na queima em profundidade.

11.9.2. Incêndio Classe B Incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis. É caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta e não em profundidade.Método de extinção: Necessita para a sua extinção do abafamento.No caso de líquido muito aquecido (ponto de ignição), é necessáriore sfria me nto.

11.9.3. Incêndio Classe C Incêndio envolvendo equipamentos energizados. É caracterizado pelo risco de vida que oferece ao brigadista. Método de extinção: Para a sua extinção necessita de agente extintor que não conduza a corrente elétrica e utilize o princípio de abafamento ou da interrupção (quebra) da reação em cadeia.

Esta classe de incêndio pode ser mudada para ``A´´, se for interrompido o fluxo elétrico. Deve- se ter cuidado com equipamentos (televisor, por exemplo) que acumulam energia elétrica, pois estes continuam energizados mesmo após a interrupção da corrente elétrica.

11.10. Extintores de Incêndio Extintores são recipientes metálicos que contêm em seu interior agente extintor para o combate imediato e rápido a princípios de incêndio. Podem ser portáteis ou sobre rodas, conforme o tamanho e a operação. Os extintores portáteis também são conhecidos simplesmente por extintores e os extintores sobre rodas, por carretas. Classificam-se conforme a classe de incêndio a que se destinam: ``A´´, ``B´´, ``C´´ e ``D ´´. Para cada classe de incêndio há um ou mais extintores adequados

Todo o extintor possui, em seu corpo, rótulo de identificação facilmente localizável. O rótulo traz informações sobre as classes de incêndio para as

quais o extintor é indicado e instruções de uso.

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11.11. Agente Extintor 11.11.1. Água É o agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por resfriamento, devido a sua propriedade de absorver grande quantidade de calor. Atua também por abafamento (dependendo da forma como é aplicada, neblina, jato contínuo, etc). A água é o agente extintor mais empregado, em virtude do seu baixo custo e da facilidade de obtenção. Em razão da existência de sais minerais em sua composição química, a água conduz eletricidade e seu usuário, em presença de materiais energizados, pode sofrer choque elétrico. Quando utilizada em combate a fogo em líquidos inflamáveis, há o risco de ocorrer transbordamento do líquido que está queimando, aumentando, assim, a área do incêndio. 11.11.2. Gás Carbônico (CO2) Também conhecido como dióxido de carbono ou CO2, é um gás mais denso (mais pesado) que o ar, sem cor, sem cheiro, não condutor de eletricidade e não venenoso (mas asfixiante). Age principalmente por abafamento, tendo, secundariamente, ação de resfriamento. Por não deixar resíduos nem ser corrosivo é um agente extintor apropriado para combater incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis (centrais telefônicas e computadores). 11.11.3. Pó Químico Seco Os pós-químicos secos são substâncias constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio ou cloreto de potássio, que, pulverizadas, formam uma nuvem de pó sobre o fogo extinguindo-o por quebra da reação em cadeia e por abafamento. O pó deve receber um tratamento anti-higroscópico para não umedecer evitando assim a solidificação no interior do extintor. 11.12. Extintores Portáteis São aparelhos de fácil manuseio, destinados a combater princípios de incêndio. Recebem o nome do agente extintor que transportam em seu interior (por exemplo: extintor de água, porque contem água em seu interior).

Os extintores podem ser: - Extintor de Água: Pressurizado. - Extintor de Pó Químico Seco: Pressurizado. - Extintor de Gás Carbônico. 11.12.1. Manutenção A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e termina com a correção dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro e eficiente. É realizada através de inspeções, onde são verificados: localização, acesso, visibilidade, rótulo de identificação, lacre e selo, peso, danos físicos, obstrução no bico ou na mangueira, peças soltas ou quebradas e pressão nos manômetros.

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11.12.2. Inspeções- Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização (por amostragem)- Mensais: Verificar se o bico ou a mangueira está obstruído. Observar a pressão do manômetro(se houver), o lacre e o pino de segurança. - Anuais: Verificar se não há dano físico no extintor, avaria no pino de segurança e no lacre. Recarregar o extintor. - Qüinqüenais: Fazer o teste hidrostático, que é a prova a que se submete o extintor a cada 5 anos ou toda vez que o aparelho sofre acidentes, tais como: batidas, exposição a temperaturas altas, ataques químicos ou corrosão. Deve ser efetuado por pessoal habilitado e com equipamento especializado. Neste teste, o aparelho é submetido a uma pressão de 2,5 vezes a pressão de trabalho, isto é, se a pressão de trabalho é de 14 kgf/cm2, a pressão de prova será de 35 kgf/ cm2. Este teste é precedido por uma minuciosa observação do aparelho, para verificar a existência de danos físicos.