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1- HISTÓRICO DO ACIDENTE DO TRABALHO A origem do acidente do trabalho remonta à história do próprio homem que, na luta pela sobrevivência evoluiu desde a atividade de caça e pesca, ao cultivo da terra, à extração de minérios e a produção em grande escala nas indústrias. O mundo modificou-se em seus costumes, formas de vida, e, com isso, houve também mudanças nas relações de trabalho, provocadas, em sua base, pela Revolução Industrial. Toda mudança traz em si aspectos peculiares da nova situação que se apresenta. Com a Revolução Industrial, os acidentes do trabalho tomam dimensões significativas, devido à peculiaridade da atividade desenvolvida: produção de bens em série e em grande quantidade. Para conseguir este intento, o homem necessitou da máquina. Esta ao mesmo tempo promoveu o progresso e fez surgir de forma assustadora os acidentes de trabalho, oriundos dessa nova realidade. Tomemos como base o Brasil, onde a industrialização deu passos importantes a partir de 1930. E, após a Segunda Guerra Mundial, tomou impulso decisivo, favorecida pelo controle relativo das importações. O ritmo da industrialização nacional acelerou-se entre 1955 a 1960, período no qual a situação dos acidentes do trabalho se agravou. Vários aspectos contribuíram para esse agravamento: nossa origem essencialmente agrícola que difere em suas bases do processo industrial: processo de desenvolvimento industrial acelerado há poucas décadas (Maquinário e Know-how importados, despreparo da mão-de-obra etc.) inexistência de uma cultura prevencionista a expectativa do lucro imediato relegando a segurança do trabalho a um plano secundário; ineficiência na fiscalização das condições de trabalho e orientação ao trabalhador. Esse quadro vem sendo alterado gradativamente deste 1975, através de: amplo programa de formação de profissionais nas áreas de segurança e medicina do trabalho; desenvolvimento de programas de orientação à prevenção de acidentes e de formação de Cipeiros; presença mais recentemente de uma visão prevencionista associando a qualidade de produtos e serviços à qualidade de vida e saúde do trabalhador.

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1- HISTÓRICO DO ACIDENTE DO TRABALHOA origem do acidente do trabalho remonta à história do próprio homem que, na luta pela sobrevivência evoluiu desde a atividade de caça e pesca, ao cultivo da terra, à extração de minérios e a produção em grande escala nas indústrias.

O mundo modificou-se em seus costumes, formas de vida, e, com isso, houve também mudanças nas relações de trabalho, provocadas, em sua base, pela Revolução Industrial.Toda mudança traz em si aspectos peculiares da nova situação que se apresenta. Com a Revolução Industrial, os acidentes do trabalho tomam dimensões significativas, devido à peculiaridade da atividade desenvolvida: produção de bens em série e em grande quantidade.

Para conseguir este intento, o homem necessitou da máquina. Esta ao mesmo tempo promoveu o progresso e fez surgir de forma assustadora os acidentes de trabalho, oriundos dessa nova realidade. Tomemos como base o Brasil, onde a industrialização deu passos importantes a partir de 1930. E, após a Segunda Guerra Mundial, tomou impulso decisivo, favorecida pelo controle relativo das importações.O ritmo da industrialização nacional acelerou-se entre 1955 a 1960, período no qual a situação dos acidentes do trabalho se agravou.

Vários aspectos contribuíram para esse agravamento: nossa origem essencialmente agrícola que difere em suas bases do processo industrial: processo de desenvolvimento industrial acelerado há poucas décadas (Maquinário e Know-how importados, despreparo da mão-de-obra etc.) inexistência de uma cultura prevencionista a expectativa do lucro imediato relegando a segurança do trabalho a um plano secundário; ineficiência na fiscalização das condições de trabalho e orientação ao trabalhador.Esse quadro vem sendo alterado gradativamente deste 1975, através de:— amplo programa de formação de profissionais nas áreas de segurança e medicina do trabalho;— desenvolvimento de programas de orientação à prevenção de acidentes e de formação de Cipeiros;— presença mais recentemente de uma visão prevencionista associando a qualidade de produtos e serviços à qualidade de vida e saúde do trabalhador.

Essas mudanças vêm alterando o percentual de acidentes no Brasil, no entanto, as estatísticas ainda não são satisfatórias, pois nosso índice de letalidade (mortes decorrentes de acidentes do trabalho) é

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um dos mais altos do mundo.A mudança neste quadro requer uma atuação conjunta do governo, dos empresários e dos trabalhadores.

II - CONCEITO E OBJETIVOS DA CIPAA CIPA surgiu de uma recomendação da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em 1921 e transformou-se em determinação legal no Brasil em 1944, vinte e três anos depois.O texto original foi o seguinte:“0s empregadores, cujo número de empregados seja superior a 100, deverão providenciar a organização em seus estabelecimentos de comissões internas, com representantes dos empregados, para o fim de estimular o interesse pelas questões de prevenção de acidentes, apresentar sugestões quanto à orientação e fiscalização das medidas de proteção ao trabalhador, realizar palestras instrutivas, propor a instituição de concursos e prêmios e tomar outras providências tendentes a educar o empregado na prática de prevenir acidentes”.(Decreto Lei nº 7.036, artigo 82)1. ConceitoPartindo do significado da sigla CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - podemos assimconceituá-la:Comissão: grupo de pessoas conjuntamente encarregadas de tratar de um determinado assunto. Como grupo, deve haver a preocupação de um trabalho unitário, onde seus objetivos estejam sempre em primeiro plano. A Comissão enseja a participação do empregador e dos empregados na prevenção de acidentes.Interna: seu campo de atuação está restrito á própria empresa.Prevenção: é o que define claramente o papel da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. E sua meta principal. Prevenção significa caminhar antes do acidente. E a atuação do Cipeiro quando se depara com alguma situação de risco capaz de provocar um acidente, inerente à atividade laboral desenvolvida.Acidente: qualquer ocorrência imprevista e sem intenção que possa causar danos ou prejuízos à propriedade ou à pessoa”.Há dois aspectos a serem considerados quando nos referimos ao acidente: o legal e o prevencionista. Aspectos que trataremos nos próximos capítulos).2. Objetivos da CIPAO objetivo fundamental da CIPA é a prevenção de acidentes, sendo que para um maior esclarecimento,devemos nos basear na Norma Regulamentadora NR-5, da Portaria 3214/78, alterada pela Podaria Nº 8de 23 de fevereiro de 1999, baixada pelo Ministério do Trabalho e Emprego:“5. 1 — A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador3. O papel do CipeiroCIPEIRO: é o funcionário de um estabelecimento regularmente eleito por escrutínio secreto para representar os empregados, em uma gestão de um ano, perante a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, já que a CIPA é paritária, com representantes do empregador e dos empregados.A CIPA não pode existir apenas para cumprir exigência legal, pois assim seus resultados nunca serão satisfatórios. Ele deve ser absorvida e aceita por todos como um órgão de objetivos tão importantes quanto os de produção e financeiros. Suas propostas devem representar os interesses de toda a comunidade de trabalho e um desafio a ser vencido por todos.4. Responsabilidade da CIPA:Na CLT — Consolidação das Leis do Trabalho — Capitulo V, Titula II“Art. 163 Será obrigatório a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA deconformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentosou locais de obra nelas especificados.“Parágrafo Único: O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das CIPAS.”

NR - 5 Comissão Interna de Prevenção de AcidentesDO OBJETIVO,5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA, tem como objetivo a prevenção de acidentese doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.DA CONSTITUIÇÃO5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista. órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados.5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores econômicos específicos. 5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos, deverá garantir a integração das CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho.5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo.DA ORGANIZAÇÃO5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto

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no Quadro 1 desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos. 5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles designados.5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do Qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro 1 desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de setores econômicos específicos.56.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro 1, a empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva.5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição. 5.8 E vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano apôs o final de seu mandato.5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem as atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA5.11O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil após o término do mandato anterior.5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância do empregador.5.14 Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez dias, na unidade a descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias5.15 Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.DAS ATRIBUIÇÕES5.16 A CIPA terá por atribuiçãoa) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores:e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;f) divulgar aos trabalhadores informações relativas á segurança e saúde no trabalho;g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores:h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente á segurança e saúde dos trabalhadores;i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados a segurança e saúde no trabalho:\j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas á segurança e saúde no trabalho;l) participar. em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados:m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;n) requisitar á empresa as cópias das CAT emitidas:o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho — SIPAT;p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho.5.18 Cabe aos empregados:a. participar da eleição de seus representantes;b. colaborar com a gestão da CIPA;o. indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho;d. observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:a. convocar os membros para as reuniões da CIPA:b. coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão;e. manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;

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d. coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;e. delegar atribuições ao vice-presidente:5.20 Cabe ao Vice-Presidente:a. executar atribuições que lhe forem delegadas;b. substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários;5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribuições:a. cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de seus trabalhos:b. coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam alcançados;c. delegar atribuições aos membros da CIPA;d. promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver:e. divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento:f. encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA:g. constituir a comissão eleitoral.5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição: acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para aprovação e assinatura dos membros presentes; preparar as correspondências; e outras que lhe forem conferidas.DO FUNCIONAMENTO5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido.5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da empresa e em local apropriado.5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para todos os membros.5.26 As atas ficarão no estabelecimento a disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho - AIT.5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas corretivas de emergência:b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;c) houver solicitação expressa de uma das representações.5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião.5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justificado.5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado á CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessários.5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente, obedecida alem de colocação decrescente registrada na ata de eleição, devendo o empregador comunicar a idade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos.5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis.DO TREINAMENTO5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes posse.5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro 1, promoverão anualmente treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:a. estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo:b. metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho:c. noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos existentes na empresa:d. noções sobre a Síndrome da lmunodeficiéncia Adquirida “ AIDS”, e medidas de prevenção;e. noções sobre as legislações trabalhista e Previdenciária relativas á segurança e saúde no trabalho:f. princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos:g. organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão.5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre aos temas ministrados.5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto á entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo á empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento.5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao treinamento a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, determinará a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão.

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DO PROCESSO ELEITORAL5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na CIPA. até sessenta dias antes do término do mandato em curso.5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional.5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros, com no mínimo 55 dias do inicio do pleito, a Comissão Eleitoral - CE, que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral.5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será constituída pela empresa.5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:a. publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no mínimo 45 dias antes da data marcada para a eleição;b. inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de quinze dias:c. liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante:d. garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;e. realização da eleição no mínimo trinta dias antes do término do mandato da CIPA, quando houver:f. realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.g. voto secreto:h. apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representante do empregador e os empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral:i. faculdade de eleição por meios eletrônicos;j. guarda pelo empregador, de todos os documentos relativos á eleição, por um período mínimo de cinco anos5.41 Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados na votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade descentralizada doMTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA.5.42.1 Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, confirmadas irregularidade no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a anulação quando foro caso.5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco dias, a contar da data de ciência garantidas as inscrições anteriores.5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo eleitoral.5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados.5.44 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento.5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordemdecrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes.DISPOSIÇÕES FINAIS5 51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de portaria especifica.

III- LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIADecreto N.º 2.172, de 06/03/97< Regulamentou a Lei 8.213> Regulamentos dos Benefícios da Previdência SocialO Regulamento dos Benefícios da Previdência Social é bastante extenso, apresentaremos apenas os artigos que estão relacionados com a segurança e saúde no trabalho. Nessa legislação o acidente do trabalho é classificado como: Típico, Trajeto, Doença do Trabalho e Doença Profissional.

1. CONCEITO LEGALO Artigo 19 da Lei nº 8.213, de 24/07/91, regulamentada pelo Decreto n.0 3 fl 48 de 06.05.99, estabelece:“Acidente do Trabalho é o que ocorro pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho elos segurados referidos no inciso VII do Artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”Exercido do trabalho a serviço da empresa: Para que uma lesão ou moléstia seja considerada acidente do trabalho é necessário que haja entre o resultante e o trabalho uma ligação, ou seja, que o resultado danoso tenha origem no trabalho desempenhado e em função do serviço. Assim, por exemplo, se um empregado for assistir a um jogo de futebol e cair a arquibancada onde se sentou, não se tratará de acidente do trabalho. Todavia, se com ele cai o empregado do clube que estava a efetuar a limpeza da arquibancada, a legislação referida protegerá o funcionário do clube.Lesão corporal: Por lesão corporal deve ser entendido qualquer dano anatômico, por exemplo: uma fratura, um machucado, a perda de um membro.Perturbação funcional: Por perturbação funcional deve ser entendido o prejuízo ao funcionamento de qualquer órgão ou sentido, como uma perturbação mental devida a uma pancada, o prejuízo ao funcionamento de um órgão (pulmões etc.), pela aspiração ou ingestão de elemento nocivo usado no trabalho.1.2 - Acidente do Trabalho - caracterização Acidente típico do trabalho ocorre no local e durante o trabalho, considerado como um acontecimento súbito, violento e ocasional que provoca no trabalhador uma incapacidade para a prestação de serviço. A Legislação (art. 21 da Lei 8.21 3/91) enquadra como acidente aqueles que ocorrem nas seguintes situações:Acidente de Trajeto: Cada dia mais correm-se riscos quando alguém se propõe a sair de casa para qualquer fim. Quando este fim é a prestação de serviço, entende-se que é justo ficar o trabalhador protegido pela legislação de acidente.

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Assim, no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela, está o trabalhador protegido pela legislação acidentaria. Fica caracterizado como acidente do trabalho também a quer que ocorre na ida ou na volta do trabalho, ou ocorrido no mesmo trajeto quando o trabalhador efetua suas refeições em sua casa. Deixa de caracterizar-se o acidente quando o empregado tenha, por interesse próprio, interrompido ou alterado o percurso normal. Entende-se por percurso normal o caminho ordinariamente seguido, locomovendo-se a pé ou usando transporte fornecido pela empresa, condução própria ou transporte coletivo urbano. Assim, quando ocorrer variação de trajeto, por vontade do trabalhador, ou quando haja interrupção, também por interesse próprio, deixa de caracterizar-se o acidente de trabalho. Nos períodos destinados a refeições ou descansos, bem como em intervalos destinados á satisfação de necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é considerado a serviço da empresa, para fins de acidente do trabalho.Ato de terceiro: Quando se fala em acidente do trabalho, nunca nos ocorre a possibilidade de que um ato de outra pessoa possa aracterizar-se como acidente. Esse ato de terceiro pode ser culposo ou doloso. Será considerado culposo quando a pessoa que deu ensejo ao mesmo não tinha a intenção de que o fato acontecesse. Foi um ato de imprudência, negligência, imperícia que resultou num dano a outrem. Já o ato doloso é consciente, e a pessoa que o pratica age de má-fé com a vontade dirigida para a obtenção de um resultado criminoso. Assim, o legislador (pessoa que elabora as leis) estendeu o conceito de acidente aos atos dolosos que atingem o trabalhador proveniente da relação de emprego, tais como os casos de sabotagem, ofensa física levada a cabo por companheiro de serviço ou terceiro, resultante de disputa originada na prestação de serviço. Como vemos, a exclusão que se manifesta é a referente a ato doloso contra o empregado, oriundo de terceiro ou de companheiro de serviço, não originado de disputa relativa ao trabalho. Assim, o ferimento sofrido por um empregado no local e horário de trabalho, por parte de outro colega de serviço, com origem em questão de ciúme ou mesmo de discussão sobre futebol, não se caracteriza como acidente de trabalho. O ato de imprudência, imperícia ou negligência, praticado por qualquer pessoa, que atinja o trabalhador nas condições tidas como de serviço, caracteriza o acidente do trabalho da mesma forma que o ato levado a cabo por pessoa privada do uso da razão.Força Maior: A caracterização de acidente do trabalho vai tão longe que atinge as lesões oriundas de inundações, incêndios ou qualquer outro motivo de força maior, desde que ocorrido o fato no local e horário de trabalho.Acidente fora do local e horário de trabalho: Além do acidente do trabalho caracterizado pelas causas acima enunciadas e além do acidente em caminho, sobre o qual já tecemos considerações, o legislador considera como acidente do trabalho o sofrido pelo trabalhador mesmo fora do local e horário de trabalho quando ocorra no cumprimento de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa. Ou, ainda, quando seja espontaneamente prestado o serviço para evitar prejuízo, ao proporcionar preve-lo Quando o empregado acidentar-se realizando viagem a serviço da empresa, estaremos diante de um acidente de trabalho, qualquer que seja o meio de condução utilizado ainda que seja de propriedade do empregado.Causas de incapacidade “associadas” ao acidente de trabalho: O acidente de trabalho, portanto em sentido amplo, é aquele que causa lesão corporal, perturbação funcional ou doença que provoque a morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho, ocorrido nas condições acima enunciadas. Rode acontecer que o empregado já tivesse condições pessoais que facilitassem o acontecimento ou resultado. Se um indivíduo tem uma certa fraqueza óssea e sofre uma pancada que para outro traria como conseqüência apenas uma zona dolorida, mas para ele resulta numa fratura, suas condições pessoais não afastam a aplicação da legislação acidentaria pela totalidade do acontecimento. Se uma lesão com ferimento atinge um diabético, que em face de suas condições de saúde vem a sofrer a amputação de uma perna ou de um braço, a legislação acidentaria cobre a conseqüência total. Por isso, a Lei (artigo 21, inciso 1, da Lei nº 8.213/91) também considera como acidente do trabalho:O acidente ligado ao trabalha que, embora não tenha sida a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a redução ou perda de sua capacidade para a trabalho ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação”1.3 - Doenças profissionais e do trabalhoO legislador equiparou ao acidente do trabalho as doenças que, oriundas do trabalho, acarretem incapacidade laboral. Para tanto, vem estabelecido no artigo 20 da Lei 8.213/91:Doença Profissional: assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Assim, o saturnismo (intoxicação provocada em quem trabalha com chumbo), e a silicose (Pneumoconiose provocada em quem trabalha com sílica) são doenças tipicamente profissionais.Doença do Trabalho: assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso 1. Como exemplo, poderia ser citada a surdez como doença do trabalho, tendo em conta o serviço executado em local extremamente ruidoso. De outra parte, não são consideradas como doença profissional ou do trabalho as doenças degenerativas, as inerentes a grupo etário e as que não acarretam incapacidade para o trabalho.2- CONCEITO PREVENCIONISTAO acidente do trabalho no conceito legal só é caracterizado quando dele decorre uma lesão física. perturbação funcional ou doenças levando a morte, perda total ou parcial, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. Os prevencionista, em especial o Cipeiro, não devem se ater somente ao conceito legal, mas procurar conhecer o acidente de trabalho em toda a sua extensão e principalmente em suas possibilidades de prevenção.Os acidentes que não causem ferimentos pessoais devem ser considerados acidentes do trabalho do ponto de vista técnico-prevencionista, visando evitar os danos físicos que possam por eles serem provocados. Assim, o conceito prevencionista caracteriza o acidente de trabalho como:“toda ocorrência não programada, estranha ao andamento normal do trabalho, da qual possa resultar danos físicos e l ou funcionais, ou morte do trabalhador e l ou danos materiais econômicos á empresa” Nessa definição, o acidente não fica condicionado á lesão física. Sob o aspecto prevencionista, todo o acidente deve ser considerado importante, pois não é possível prever se ele provocará ou não lesões no trabalhador.

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Esta conceituação ampla leva ao registro de todos os acidentes do trabalho ocorridos, permitindo a exploração de suas causas e conseqüente prevenção, que caracteriza a verdadeira atuação da CIPA. Um exemplo seria o caso de uma ferramenta que cai do alto de um andaime. Fica caracterizado o acidente sob o enfoque prevencionista, mesmo que esta não atinja ninguém. CONCEITO TÉCNICO Associação Brasileira de Normas Técnicas — NBR 14.280 de Fevereiro de 1999“Ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, que provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão”.A Comunicação do Acidente: A Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT) é obrigação prevista em lei, conforme dispõe o Artigo 22 da Lei n.0 8.213/91, parágrafos 10 e 20 a seguir: “Art. 22 - A empresa deverá comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social até o 1º dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.§ 1º - Da comunicação a que se refere este Artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.§ 2º - Na falta de comunicação por pane da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo”.A Portaria Nº 5.051, de 26 de fevereiro de 1999, do Ministério de Estado da Previdência e Assistência Social, publica e aprova o novo formulário “ Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT Anexo 1, entrando em vigor em abril /99. O modelo e o manual está disponível na lnternet no site do Ministério da Previdência. (http//www.mpas.gov.br)A Portaria N.0 5.200, de 17 de maio de 1999, do Ministério da Previdência, adota providências necessárias para possibilitar a transmissão e recepção do formulário ( CAT ) pela Rede Mundial de Computadores ( lnternet ) e, consequentemente, o protocolo eletrônico da referida transação.

IV - FATORES DETERMINANTES DOS ACIDENTES DOTRABALHOOs acidentes do trabalho são decorrentes de uma multiplicidade de causas. Por isso, neste item, procuraremos demonstrar os diversos fatores que favorecem a sua ocorrência. Esta análise tem o objetivo de identificá-los o mais precocemente possível, controlando seus efeitos negativos para a preservação da saúde e segurança das pessoas, e para evitar danos materiais que possam provocar vítimas.Esta multiplicidade exige uma análise séria de fatores ambientais, humanos e materiais a saber: fatores ambientais de riscos desencadeados em períodos diversos, gerando condições perigosas, insalubres e penosas; critérios de saúde e segurança adotados pelas pessoas e pela empresa; os maus hábitos com relação á proteção pessoal diante dos riscos; desconhecimento de determinadas operações; valor dado á própria vida; excesso de autoconfiança ou irresponsabilidade; a organização e a pressão para produzir: imediatismo e ausência de treinamento adequado.Esta multiplicidade pode ser representada por uma seqüência de fatores-chaves e não apenas pelos dois aspectos mais vulgarizados na análise dos riscos ( atos e condições inseguros).Como vimos nos itens e capítulos anteriores, o acidente do trabalho possui ama definição legal e uma prevencionista. Em qualquer dessas abordagens, deve-se tomar todas as medidas preventivas possíveis, desde o planejamento e construção da empresa até a preparação e treinamento especializado do profissional, para que ele fique menos exposto ao acidente, ou, no caso de riscos inerentes á função, desenvolver condições de controle.Dessa forma, um acidente provocado pela ação adversa do meio ambiente pode ser controlado por medidas e comportamentos prevencionista.Muitas vezes é identificado apenas o fato mais próximo ao acidente e não o responsável determinante do infortúnio. Por exemplo, um trabalhador que tenha passado a noite em claro por problema de doença em casa, durante o seu trabalho tem que operar uma máquina defeituosa.Os comportamentos inadequados são resultados, com freqüência, dos diversos riscos ambientais existentes (problemas mecânicos, produtos tóxicos, falta de treinamento, pressão na produção etc.). No sentido da prevenção, isto é, do prever (ver antecipadamente), deve-se lembrar os seguintes aspectos:Os fatos não ocorrem ao acaso; eles sempre fazem parte de um contexto e surgem a partir de processos a ele relacionados.Todas as pessoas, em condições normais, possuem instintivamente o desejo de manter a sua integridade física e psíquica e, portanto, não desejam se acidentar.Há situações de risco e que predispõem à ocorrência de um acidente. Estas devem ser neutralizadas. A prevenção de acidentes necessita da colaboração de todos para o benefício de cada um dentro e fora da empresa.

V- RISCOS AMBIENTAISSão considerados riscos ou agentes agressivos: químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes, os que possam trazer ou ocasionar danos à saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho, em função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) define SAÚDE como:“O completo bem estar físico, mental e social.”Riscos ambientais que comprometem a saúde do trabalhador são os classificados conforme tabela abaixo:CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS, DE ACORDO COM A SUANATUREZA E A PADRONIZAÇÃO DAS CORES CORRESPONDENTES:GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZULRISCOS FÍSICOS RISCOS

QUÍMICOSRISCOS BIOLÓGICOS RISCOS ERGONÓMICOS

RISCOS DE ACIDENTES

Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado

Vibração Fumos Bactérias Levantamento e transporte manual de peso

Máquinas e equipamentos sem proteção

Radiações Ionizante

Névoa Protozoários Exigência de postura inadequada

Ferramentas inadequadas ou defeituosas Eletricidade

Radiações não Ionizante

Neblinas Fungos Controle rígido de produtividade

Eletricidade

Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos excessivos

Probabilidade de incêndio ou explosão

Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno e noturno

Armazenamentoinadequado

Pressões Anormais

Produtos químicos em geral

Jornada de trabalho prolongada

Animais peçonhentos

Iluminação deficiente

Umidade Monotonia e repetitividade Outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentesOutras situações

causadoras de stress

Os riscos ambientais podem afetar a saúde do trabalhador a curto, médio e longo prazos, provocando lesões imediatas e/ou doenças chamadas profissionais e/ou do trabalho, como por exemplo as Pneumoconiose. Devido á exposição diária e prolongada a certos tipos de poeiras como a da sílica, a do ferro, a do algodão, o trabalhador sofrerá alterações pulmonares irreversíveis com repercussão no sistema circulatório ou, ainda, as lesões pulmonares imediatas tais como: intoxicações agudas, acidentes com máquinas, quedas, etc.

GRUPO 1- AGENTES FÍSICOS Ruído

As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazos provocarem sérios prejuízos à saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as alterações auditivas poderão manifestar-se imediatamente ou começará a perder a audição gradualmente. Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional

Anexo I NR – 15

Nível de Ruído dB(A)

Máxima exposição diária permissível

Nível de Ruído dB(A)

Máxima exposição diária permissível

85 8 horas 98 1 hora e 15 minutos86 7 horas 100 1 hora87 6 horas 102 45 minutos88 5 horas 104 35 minutos89 4 horas e 30 minutos 105 30 minutos90 4 horas 106 25 minutos91 3 horas e 30 minutos 108 20 minutos92 3 horas 110 15 minutos93 2 horas e 40 minutos 112 10 minutos94 2 horas e 15 minutos 114 8 minutos95 2 horas 115 7 minutos96 1 hora e 45 minutos + 115 Não é permitida a

exposição sem proteção adequada

Vibrações:Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, as quais podem

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ser nocivas ao trabalhador.As vibrações podem ser:a) localizadasb) generaliza das (ou de corpo inteiro).

a) Localizadas:São provocadas por ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas podendo, com o tempo, levar a: alterações neurovasculares nas mãos: problemas nas articulações das mãos e braços: osteoporose (perda da substância óssea).

b) Generalizadas (ou da corpo inteira):As lesões ocorrem com os operadores de grandes máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus etratores, podendo provocar: lesões na coluna vertebral; dores lombares.Radiação: É uma forma de energia que se transmite pelo espaço como ondas eletromagnéticas. A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões. Podem ser classificadas em 2 grupos: Ionizante e não lonizantes.Radiações lonizantes:Os operadores de RX e de Radioterapia estão, freqüentemente, expostos a este tipo de radiação. Seus efeitos podem ser crônicos ou agudos, genéricos ou somáticos (físicos), podendo afetar órgãos ou partes do organismo ou se manifestarem nos descendentes das pessoas expostas a este tipo de radiação.Radiações não lonizantes:São radiações não lonizantes a radiação infravermelha proveniente de operações em fornos, ou de solda oxiacetílênica e a radiações ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios laser, microondas etc. Seus efeitos são pouco conhecidos, porém, pode-se salientar perturbações visuais, como a catarata, queimaduras, lesões na pele, etc.Temperaturas extremasCalor: Altas temperaturas são nocivas à saúde do trabalhador, podendo provocar doenças como:

Catarata CoimbrãsInsolação Distúrbios psiconeuroticosDesidratação Erupções da peleProblemas cardiovasculares

Frio: Baixas temperaturas também são nocivas á saúde, podendo provocar as seguintes lesões:Erupções da peleFissuras e necrose na pele Enregelamento: ficar congelado (podendo causar gangrena e, consequentemente, a amputação do membro lesado).Outros riscosagravamento de doenças musculares periféricas preexistentesagravamento de doenças reumáticaspredisposição para acidentepredisposição para doenças das vias respiratóriasPressões anormais:As pressões anormais podem ser altas ou baixas ar atmosférico exerce uma pressão sobre todos os campos na superfície da terra, podendo variar com a altitude e a temperatura.As atividades exercidas em locais de pressões anormais (alta e baixa) requerem equipamentos especiais e profissionais treinados.Operários submetidos a altas pressões, como mergulhadores por exemplo, ao retornarem à superfície devem fazê-lo lentamente. O tempo de retorno dever ser rigorosamente controlado. A subida rápida pode ser fatal (vide anexo nº 6 da NR-15).Umidade:As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionista através de inspeções realizadas nos locais de trabalho para se estudar a implantação de medidas de controle.

GRUPO 2- AGENTES QUÍMICOSPoeiras:São produzidas mecanicamente por ruptura de partículas maiores.- Ex.: fibras de amianto e poeiras de sílica que produzem fibrose (endurecimento fibrótico dos tecidos pulmonares). As poeiras classificam-se em poeiras metálicas, vegetais, alcalinas ou incômodas.Fumos:Partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos. Ex.: fumos de ferro nas operações de soldagem, chumbo em trabalhos com o metal À temperatura acima de 50000 e de outros metais produzidos em operações de fusão.Névoa:Sistema de partículas produzidas pela combustão incompleta. Ex.: monóxido de carbono liberado pelos escarpamentos dos carros.Neblinas:São partículas liquidas produzidas por condensação de vapores.Gases:

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São dispersões de moléculas no ar, misturando-se com ele. Ex.: GLP - gás liqüefeito de petróleo.Vapores:São dispersões de moléculas no ar que podem condensar-se para formar líquidos ou 3ólidos em condições normais de temperatura e pressão.1. Vias de penetraçãoOs agentes químicos. quando penetram no organismo, pela circulação sangüínea. podem manifestar seu caráter nocivo em vários órgãosCutânea:

O contato com determinados produtos químicos pode provocar o surgimento de caroços ou chagas(acne química). Certas substâncias podem também provocar irritação e inflamação nos olhos (conjuntivite).Muitas substâncias químicas apresentam a propriedade de serem melhor absorvidas pela pele do queoutras, provocando lesões no organismo. Por exemplo: anilina, benzina, fenol e a maioria dos inseticidas.Via Digestiva:A contaminação do organismo ocorre pela ingestão acidental ou não de substancias nocivas, alimentos contaminados, deteriorados ou pela saliva.Via Respiratória:As substâncias penetram pelo nariz e boca, afetando a garganta e os pulmões. Após a penetração pelas vias aéreas vão alojar-se em diferentes órgãos onde manifestarão seus efeitos tóxicos.2. Órgãos mais atingidos por agentes químicasNo fígado, podem provocar:a) Cirrose - lesão grave, provocada por uma irritação prolongada ou freqüente:b) Hepatite - inflamação;e) Icterícia - provoca coloração amarela em todo o organismo;e) Hepatomegalia - ocorre pela filtragem deficiente, provocando o acúmulo de liquido no seu interior.

ArsênicoAgentes químicos que provocam lesões no fígado Chumbo

Mercúrio Estanho

Nos rins, os produtos químicos podem provocara) Edema - dificultam a capacidade de filtragem, obstruindo os vasos sangüíneos, provocando a retenção de líquidos.b) Uremia - - intoxicação provocada pelo funcionamento deficiente dos rins, em virtude da retenção de substâncias que deveriam ser eliminadas. Arsênico

Agentes químicos que provocam lesões nos rins Chumbo Cobre Mercúrio

No sistema nervoso: Algumas substâncias químicas atuam no sistema nervoso, bloqueando as sínapses (espaço existente entre as terminações nervosas), provocando:a) Alucinaçõesb) Embriaguezc) Euforia ou depressãod) Estupore) Depressão do sistema nervoso centralNa circulação sangüínea:a) Algumas substâncias como a anilina penetram na pele. atingindo a circulação sangüínea, prejudicando o transporte de oxigênio e provocando uma coloração azulada na pele.b) Determinadas substâncias provocam a diminuição da hemoglobina ocasionando a anemia.Ha substâncias que são cancerígenas, embrióticas ou embrioletais que provocam nas mulheres grávidas a intoxicação e morte do feto. Outras chamadas de teratogênicas provocam deformação e morte do feto. E outras são mutagênicas, isto é, provocam alterações ou mutações genéticas.3 . Tipos de Agentes Químicosa) Forma gasosa: Os agentes químicos podem se apresentar nos ambientes de trabalho nas formas sólida, liquida e gasosa.Vias de penetração:Cutânea: a contaminação ocorre pelo contato com a pele. Os gases e vapores liberados pelos produtos podem causar lesões à pele e mucosas da boca, nos olhos e no narizDigestiva: embora em menor proporção, a contaminação por esta via é possível. O hábito de respirar pela boca facilita a penetração.Respiratória: os fumos, fumaças, gases, vapores de névoa penetram facilmente no organismo. atingindo os pulmões, passando para a corrente sangüíneas.Forma Sólida

Vias de penetração:Cutânea: alguns produtos químicos, pelas suas propriedades físico-químicas, apresentam maior facilidade de penetração no organismo pela pele.

Soda em escamas, Pós Via de penetração noorganismo

CutâneaDigestivaRespiratória

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Exemplo: quando os funcionários manipulam produtos químicos sem o uso de EPI, Equipamentos de Proteção Individual, tais como: luvas de PVC ou de borracha, aventais de PVC, botas de borracha, máscaras e óculos de segurança, correm o risco de serem contaminados.Digestiva: - embora em menor proporção, a contaminação por esta via pode ocorrer. Hábitos inadequados como alimentar-se ou ingerir líquidos no local de trabalho, umedecer os lábios com a língua, fumar, usar as mãos para beber água e falta de higiene contribuem para a ingestão de substâncias nocivas.Respiratória: - é a mais comum e a que oferece maior probabilidade de contaminação. Substâncias químicas na forma de pós podem facilmente penetrar no organismo pela respiração. Partículas muito pequenas podem vencer as barreiras naturais das vias respiratórias. chegando a atingir partes mais profundas do pulmão. As substâncias químicas. em forma de pós, encontram-se em suspensão no ar. Se o sistema de ventilação ou exaustão for deficiente ou inexistente, e os funcionários não usarem EPI’s adequados. estarão expostos à ação nociva destes produtos.Forma Liquida

Vias de penetração:Cutânea: os líquidos, como os ácidos, álcali e solventes, ao atingirem a pele, podem ser absorvidos ou provocarem graves lesões.Digestiva: embora seja mais difícil de ocorrer, há casos de ingestão acidental ou proposital. Conforme o tipo de produto ingerido, podem ocorrer lesões (queimaduras na boca, esôfago e estômago). Se não forem ministrados socorros de urgências, o envenenamento pode ser fatal.Respiratória: é muito extensa a quantidade de produtos químicos, sob a forma líquida, utilizados pelas industrias. Muitos produtos evaporam-se rapidamente. como é o caso do éter, gasolina e álcool. enquanto outros evaporam lentamente. Em ambos os casos. há o perigo de contaminação para os funcionários, se estes não usarem os equipamentos de segurança ou se não houver sistemas de ventilação ou exaustão.4. Fatores que influenciam a toxidade dos contaminantes ambientaisPara avaliar o potencial tóxico das substâncias químicas alguns fatores devem ser levados em consideração:Concentração: quanto maior a concentração, mais rapidamente seus efeitos nocivos manifestar-se-ão no organismo. Índice respiratório: representa a quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante a jornada de trabalho.Sensibilidade individual: o nível de resistência varia de indivíduo para indivíduo.Toxidade: é o potencial tóxico da substância no organismo.Tempo de exposição: é o período do tempo que o organismo fica exposto ao contaminantes.5. Limites de tolerânciaO fato dos trabalhadores estarem expostos a agentes físico-químicos ou biológicos não implica necessariamente que venham a contrair uma doença de trabalho. Para tanto, é necessário que estejam expostos a uma determinada concentração ou Intensidade e que o tempo de exposição seja suficiente para atuação nociva desses agentes sobre o ser humano. “Limites e Tolerância” são concentrações dos agentes químicos ou intensidade dos agentes físicos presentes no ambiente de trabalho sob os quais os trabalhadores podem ficar expostos durante toda a sua vida laboral sem sofrer efeitos adversos á sua saúde.Estes limites têm por objetivo garantir a proteção da saúde ,do trabalhador e estão definidos na NR-15 da Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho. Citamos como exemplo dois itens do quadra n.0 1 do anexo II da NR-15.Ppm: partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado.**mg/m3: miligramas por metro cúbico de ar.Isto significa, por exemplo, no caso do álcool Metílico (metanol), que o mesmo é também absorvido pela pele, e que é permitido pela Lei, a exposição ao produto até uma concentração máxima de 200 mg/m3 de ar por um tempo máximo de 48 horas semanais.6. Produtos químicos e seus riscos à saúde

Produto Uso Riscos Principais Sintomas

Antimônio

Empregado nas ligas com chumbo, fabricação de baterias, Graxeiras.Metais para imprensa, soldagens, fabricação de tintas etc.

Encontra-se associado com o chumbo e arsênico. Seus compostos irritam osolhos. a pele e as mucosas das vias respiratórias. Pós e turnos provocam lesões nos pulmões.

Sabor metálico.Dores no estômago, vômitos, diarréia.irritabilidade, fadiga, vertigens e dores musculares. Redução dos glóbulos brancos. lesões nos músculos cardíacos.

Chumbo

Usado como cátodo de baterias, em tintas, vernizes, construção. tubulações, metal de imprensa, munições fabricação de automóveis. latas, pesticidas e inseticidas.

Alguns compostos do chumbo são cancerígenos importantes. penetra no organismo pela inalação e ingestão. provoca lesões renais e hepáticas.

Demência, fadiga, cólicas intestinais, cefaléia, visão dupla. transtorno de conduta, anemia. degeneração dos rins e ligado e depressão do SNC. Seus compostos orgânicos provocam:lesões cerebrais graves, alterações mentais. ansiedade delírio e morte.

Mercúrio

Usado na fabricação de termômetros, barômetros, bombas de vácuo, contatos elétricos extração de ouro e por dentistas

O envenenamento produz sabor metálico. Provoca inchaço nas glândulas salivares pode provocar queda dos dentes, ulceras na boca e gengivas. O

Náuseas. vômitos, diarréia. Cefaléia, dores abdominais tremores, convulsões, espasmos vasculares e transtornos de conduta, nervosismo, irritabilidade

ÁcidosÁlcaliSolventes

Via de penetração noorganismo

CutâneaDigestivaRespiratória

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mercúrio cumula-se nos rins, fígado, baço e esqueleto.

ansiedade e depressão

GRUPO 3- AGENTES BIOLÓGICOSAgentes biológicos são microorganismos que em contato com o homem, podem provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais agentes. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta de lixo), laboratórios etc..Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microorganismos incluem-se: TUBERCULOSE, BRUCELOSE, FEBRE AMARELA, etc.Para que estas doenças possam ser consideradas DOENÇAS PROFISSIONAIS é necessário que haja exposição do funcionário a estes microorganismos.É necessário que sejam tomadas medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança nos diversos setores de trabalho sejam adequadas.As medidas preventivas mais comuns são:1. Controle médico permanente:2. Uso de EPI;3. Higiene rigorosa nos locais de trabalho;4. Hábitos de higiene pessoal;5. Uso de roupas adequadas;6. Vacinação;7. Treinamento.Para que uma substância seja nociva ao homem é necessário que ela entre em contato com seu corpo. Existem diferentes vias de penetração no organismo humano com relação á ação dos agentes biológicos:cutânea (através da pele), digestiva (ingestão de alimentos) e respiratória (aspiração de ar contaminado).

GRUPO 4 - AGENTES ERGONÔMICOSA ergonomia ou engenharia humana é uma ciência relativamente recente que estuda as relações entre o homem e eu ambiente de trabalho.A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define da ergonomia como “aplicação das ciências biológicas humanas em conjunto com os recursos e técnicas da engenharia para alcançar o ajustamento mútuo, ideal entre o homem e seu trabalho, e cujos resultados se medem em termos de eficiência humana e bem estar no trabalho”

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Os agentes ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios danos á saúde do trabalhador porque produzem alterações no organismo e no estado emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e segurança.Para evitar que estes agentes comprometam as atividades do operador é necessário um ajustamento entre o homem e as condições de trabalho sob os aspectos da praticidade, conforto físico e psíquico e de visual agradável. A perfeita adequação entre ambos reduz a possibilidade da ocorrência de acidentes.O ajustamento pode ocorrer por meio de: melhores condições de higiene no local de trabalho, melhoria no relacionamento entre as pessoas, modernização de máquinas e equipamentos, ferramentas adequadas, alterações no ritmo das tarefas, postura adequada, racionalização, simplificação e diversificação do trabalho

GRUPO 5 RISCOS DE ACIDENTESOs agentes mecânicos (ou riscos de acidentes) mais comuns dizem respeito a:Construção, instalação e funcionamento da Empresa:Prédio com área insuficiente; Arranjo físico deficiente, má arrumação e limpeza:Sinalização incorreta ou inexistente;Pisos fracos e irregulares;Matéria prima fora da especificação;EPI inadequado ou não fornecido;Instalações elétricas impróprias, com defeito ou expostas;Transporte de material de forma inadequada (falta de empilhadeira, carrinhos adequados, etc.);Máquinas, equipamentos e ferramentas:Localização imprópria de máquinas; Falta de proteção em partes móveis e pontos de operação; Máquinas ou equipamentos com defeitos ou inadequados;Ferramentas defeituosas ou usadas de forma incorreta.Os agentes mecânicos são bastante diversificados. No entanto, neste item, daremos destaques às ferramentas, por serem de uso freqüente dos empregados em seus postos de trabalho. É importante reconhecer a ferramenta adequada para cada finalidade e as conseqüências de seu uso incorreto, conforme detalhado no quadro a seguir

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Higiene do Trabalho e Medidas de Controle dos RiscosConceitos e definições:A) Higiene do Trabalho: a ciência e a arte devotadas à antecipação, ao reconhecimento, à avaliação e ao controle dos fatores

ambientais e agentes tensores originados no ou no local de trabalho, os quais podem causar enfermidades, prejuízos à saúde e bem estar, ou significante desconforto e ineficiência entre os trabalhadores ou entre cidadãos da comunidade.

B) Limite de Tolerância: é a concentração ou intensidade máxima Ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano á saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.

C) Insalubre: que origina doença, doentio,Legislação Brasileira: A Podaria N.0 3214/78, em sua Norma Regulamentadora NR-1 5; trata das Atividades o Operações Insalubres, apresentando critérios para interpretações, a partir das avaliações quantitativas (com limite de tolerância para ser comparado) ou qualitativas (critérios adotados) nos seus 14 (catorze) anexos, a saber:Anexo 1 : Ruído Continuo e Intermitente;Anexo 2: Ruído de Impacto;Anexo 3 : CalorAnexo 4 : Revogado (vago)Anexo 5 : Radiações lonizantes;Anexo 6 : Trabalho sob Condições HiperbáricasAnexo 7 : Radiações não lonizantes;Anexo 8 : VibraçõesAnexo 9 : FrioAnexo 10: UmidadeAnexo 11: Agentes QuímicosAnexo 12: Poeiras MineraisAnexo 13: Agentes Químicos (Qualitativos)Anexo 14: Agentes Biológicos

Mapeamento de RiscosE uma metodologia de inspeção nos locais de trabalho, tornada obrigatória a partir da publicação da Portaria N.0 5 do DNSST, de 17/08/92, com alterações da Portada N.0 25, de 29/12/94, da SSST, Portaria N.0 8 de fevereiro/99 da SSST/MTE. e que consiste numa análise do processo de produção e das condições de trabalho.O seu objetivo é reunir informações necessárias para que seja estabelecido o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho da empresa, além de possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação de informações entre os trabalhadores, estimulando a sua participação nas atividades de prevenção e contribuindo para a conscientização a respeito dos riscos no ambiente de trabalho. É um instrumento que rode ajudar a diminuir a ocorrência de acidentes do trabalho e a incidência de doenças ocupacionais. que interessa sobremaneira aos empresários e trabalhadores.Para a realização do Mapa de Riscos, deve-se contar com a participação dos Cipeiros e dos trabalhadores além dos profissionais de segurança e medicina do trabalho (SESMT). E uma metodologia que busca a participação dos envolvidos no processo produtivo para determinar os riscos existentes. A partir da Portaria N.0 25 de 29/12/94, da SSST, a realização do Mapeamento de Risco tornou-se uma atribuição da CIPA (item 5.16, alínea “o’ da NR-5) “elaborar; ouvidos os trabalhadores de todos os setores do estabelecimento e com a colaboração do SESMT quando houver o Mapa de Riscos, com base nas orienta çí5es constantes do Anexo IV, devendo o mesmo ser refeito a cada gestão da CIPA”Com a publicação da Portaria N.0 6 de 23102/99, o tem 5.16 alínea “a”, a CIPA tem como uma de suas atribuições, identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMI, onde houver;0 Mapa de Riscos deve, então, ser executado pela CIPA, por seus membros, observadas as seguintes etapas:conhecimento do processo de trabalha no local analisado;identificação dos riscos existentes, conforme Tabela 1;identificação das medidas preventivas já existentes e verificação de sua eficácia;identificação das indicadores de saúde;conhecimento dos levantamentos ambientais já realizados no local;elaboração do Mapa de Riscos, sobre o Iay-out da empresa.ser fixado em local de fácil acesso aos funcionários e esclarecido a todos, a importância do MapaO Mapa é a representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes no local de trabalho, por meio de círculos de diferentes tamanhos e coresSIMBOLOGIA UTILIZADACírculos com diâmetros diferentes

Risco Grave Risco Médio

Risco PequenoA simbologia representada pelo tamanho dos círculos acompanha o tipo de gravidade de risco

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O tipo de risco varia com a corRISCOS AMBIENTAIS

Agentes Físicos Verde

Agentes Químicos Vermelho

Agentes Biológicos Marrom

Agentes Ergonômicos Amarelo

Agentes de Acidentes Azul

VI - MEDIDAS DE CONTROLE DOS ACIDENTESProteção Coletiva e IndividualRiscos ambientais são os diversos riscos dos locais de trabalho que comprometem a segurança do trabalhador e deve ser alvo de estudo que leve à medidas de controle eficazes.Deve-se identificar os riscos por meio de pesquisas e estudos, principalmente por intermédio de inspeções de segurança, investigação, análise dos acidentes e análise de risco realizadas pelo SESMT.Segue-se a necessidade de se investir no controle dos mesmos, considerando-se três alternativas de controle:

1 Eliminação do risco2. Neutralização do risco3. Sinalização do risco

1. Eliminação do Risco: Os acidentes se previnem com a aplicação de medidas específicas de segurança selecionadas de forma a estabelecer melhor eficácia na prática. Como primeira opção deve-se analisar a viabilidade técnica da eliminação do risco. Ex.: Uma escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Este risco poderá ser eliminado com a troca do material do piso, antes escorregadio, por outro emborrachado e antiderrapante. Com essa medida, o risco foi definitivamente eliminado e os trabalhadores protegidos.

2. Neutralização do Risco: Na impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco, por motivo de ordem técnica ou econômica,, implanta-se a Segunda opção: neutralização do risco. Existem problemas que impedem a eliminação do risco existente. Como exemplo podemos citar as partes móveis de uma máquina: polias, engrenagens etc. Não é possível suprimir tais partes do equipamento, o que é possível fazer é neutralizar o risco com uma proteção coletiva (anteparos protetores).

Caberá a CIPA. se não for possível a eliminação do risco, propor equipamentos de proteção coletiva, como medida de neutralização. Estas medidas beneficiam todos os trabalhadores indistintamente, isolando o risco do trabalhador, neutralizando o perigo na própria fonte.

Outros exemplos: operações que promovem a eliminação de gases, vapores ou poeiras devem ter um sistema de exaustão que retire estes contaminantes do local de trabalho: uma máquina barulhenta deve ser enclausurada para livrar o ambiente do ruído excessivo.

Deve-se dar ênfase ao uso dos equipamentos de proteção coletiva como forma de neutralização eficaz dos riscos existentes, conforme legislação vigente em matéria de Segurança e Medicina do Trabalho.

A implantação das proteções coletivas (como nos exemplos anteriores) será prioritária, e deverão ser mantidas nas condições que os Técnicos de Segurança estabeleceram, devendo ser reparadas sempre que apresentarem qualquer deficiência.

Quando as medidas de segurança de ordem geral (equipamentos de proteção coletiva) não são eficientes para garantir a proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os Equipamentos de Proteção Individual — EPI.

São considerados equipamentos de proteção individual, todos os dispositivos de uso individual destinado a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador. O uso de EPI’s isola o risco, ao contrario da proteção coletiva que o neutraliza.

Os EPIs não evitam o acidente como acontece de forma eficaz com a proteção coletiva; apenas minimizam ou evitam lesões físicas decorrentes do mesmo.

E importante procurar sempre investir na neutralização do risco por meio de proteções coletivas.Os EPIs serão introduzidos e usados de forma rotineira ou excepcional nas seguintes situações:1. Quando o trabalhador se expõe diretamente a fatores agressivos que não são controláveis por outros meios técnicos de segurança.

Ex. eletricista que trabalha em linhas vivas ou em cabines de força.2. Quando o trabalhador se expõe a risco apenas em parte controlado por outros recursos técnicos. Ex. empregado de um setor de

pintura que tem proteção coletiva (cortina de água), mas que necessita usar máscara, pois ainda há o acúmulo de gases no local.3. Em casos de emergência, ou seja, quando a rotina do trabalho é quebrada por qualquer anormalidade e se torna necessário o uso

de proteção complementar e temporária pelos trabalhadores envolvidos. Ex.: num incêndio, para retirar pessoas desmaiadas num setor tomado pela fumaça, o trabalhador usa máscara autônoma de oxigênio.

4. Provisoriamente em período de instalação, reparos ou substituição dos meios que impedem o contato do trabalhador com o produto agressivo. Ex.: enquanto uma proteção de ruído de uma máquina é reparada pela manutenção, os trabalhadores usam protetores auriculares.

O uso dos EPIs, sua indicação e especificação devem ficar a critério do SESMT da empresa, mas pode também ser sugerido e requisitado pelos supervisores, mestres, contramestres e Cipeiros, quando detectam riscos inerentes às atividades sob sua responsabilidade, os próprios fabricantes podem dar assistência em relação à indicação e especificação dos EPI’s, e instruções apropriadas em relação ao uso. A identificação e avaliação do risco e a indicação do EPI é um trabalho sério que exige conhecimento legal e técnico para que o uso dos EPI’s traga os resultados esperados.

O uso dos EPI’s, além de indicação técnica, é exigência legal para determinadas operações ou determinados locais de trabalho. A portaria 3.214, de 08 de junho de 1978, e sua Norma Regulamentadora N.0 6, cuida minuciosamente do EPI, mencionando as obrigações do empregado e da empresa.

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(Texto legal - - NR-6)6.6. Obrigações do Empregador6.6.1. Obriga-se o empregador, quanto ao EPl’!, a:a) adquirir o tipo adequada à atividade do empregado;b) fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo MTb;c) treinar o trabalhador sobre o seu usa adequado;d) tornar obrigatório o seu uso;e) substitui-lo, imediatamente, quando danificada ou extraviado;f) responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica;g) comunicar ao MTE, qualquer irregularidade observada no EPI adquirido.6.7 Obrigações do Empregado6.7.1. Obriga-se o empregado, quanto ao EPI, a:a) usá-lo apenas para a finalidade a que se destina,b) responsabilizar-se por sua guarda e conservação;c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para usoA Empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente. equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos á saúde dos empregados. Todo EPI deverá ser adquirido pela empresa com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.O EPI deve ser escolhido de acordo com a necessidade de uso no trabalho e a parte do corpo que precisa ser protegida. Em função dos riscos específicos, a cada atividade são desenvolvidos vários modelos de EPI’s com formato e materiais distintos.Os supervisores devem estar preparados para emitir instruções e fiscalizar o uso correto dos EPI’s de acordo com o regulamento interno, assim como usá-los, dando exemplo aos subordinados.Desde a identificação da necessidade, compra, distribuição e controle do uso, são necessários critérios eficazes para garantir a finalidade dos EPI’s. A empresa, o SESMT, a CIPA, supervisores e trabalhadores têm suas responsabilidades neste trabalho:Empresa - responsabilidade pela compra, estoque para reposição imediata, distribuição gratuita e registrada em ficha individual, mantida em arquivo: exigência do uso; manutenção em arquivo de cópia autenticada e atualizada do CA.SESMT - responsabilidade pela especificação, controle da qualidade e as regras para obrigatoriedade do uso.CIPA - deve desenvolver programa de treinamento, campanhas de conscientização e outras medidas educativas e motivacionais para incentivar o uso dos EPI’s.Supervisores - devem controlar o uso, fiscalizando o respeito ao regulamento, instruir seus subordinados e esclarecer dúvidas.Trabalhadores - devem usar os EPI’s indicados, conservá-los e comunicar qualquer irregularidade.3. Sinalização do riscoA sinalização do risco é o recurso que se usa quando não há alternativas que se apliquem ás duas medidas anteriores; eliminação e neutralização do risco pela proteção coletiva e/ou individual.A sinalização deve ser usada como alerta de determinados perigos e riscos ou em caráter temporário , enquanto tomam-se medidas definitivas.Nem das medidas técnicas citadas, existem outras formas de controle dos acidentes. São elas:Medidas Médicas: que se constituem nos exames admissionais, periódicos, mudança de função, retorno ao trabalho e demissionais, que indicam também o nível de contaminação ou não dos trabalhadores. Medidas Administrativas: tais como estabelecimento e fiscalização das normas de segurança, seleção e admissão correta de pessoal.Medidas Educacionais: treinamentos e campanhas de conscientização.Essas medidas devem ser introduzidas nos projetos e instalações e continuar após iniciadas as atividades produtivas e depois da ocorrência dos acidentes, sempre tentando garantir ao trabalhador condições que protejam sua saúde, sua integridade física e sua própria vida.

VII - Inspeção de Segurança1. Objetivos e definiçõesA inspeção de segurança tem por objetivo detectar as possíveis causas que propiciem a ocorrência de acidentes, visando tomar ou propor medidas que eliminem ou neutralizem os riscos de acidentes do trabalho. Desta forma, a inspeção de segurança é uma prática continua em busca de:Métodos de Trabalhos InadequadosRiscos AmbientaisVerificação da eficácia das medidas preventivas rotineiras e especiais em funcionamento.A legislação sobre segurança no trabalho trata sobre inspeção na NR-5, Portaria 8/99. tem 5.16. alínea “d’:5.16 A CIPA terá as seguintes atribuições:d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando à identificação de situações que venham trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadoresDai porque o Cipeiro deve compreender e utilizar a inspeção de segurança durante sua atuação na empresa.A base de toda inspeção de segurança e análise dos riscos sob os aspectos já citados deve envolver indivíduos, grupos, operações e processos. Dentro do objetivo de análise dos vários fatores, de riscos e acidentes, as propostas metodológicas mais aceitas envolvem a identificação do agente do acidente. O agente do acidentes é todo fator humano. físico ou ambiental que provoca perdas. Controlar ou neutralizar o agente é muito mais importante do que simplesmente atribuir a culpa a este ou àquele fato ou pessoa.2. Tipos de inspeção de segurançaAs inspeções de segurança não são feitas só pela CIPA, mas também pelos profissionais dos ServiçosEspecializados. Podem ser feitas por diversos motivos, com objetivos diferentes e programadas em épocas

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e em intervalos variáveis. As inspeções de segurança podem ser: gerais, parciais, de rotina, periódicas,eventuais, oficinas e especiais. Inspeções gerais: São aquelas feitas em todos os setores da empresa e que se preocupam com todos os problemas relativos à Segurança e à Medicina do Trabalho. Dessas inspeções podem participar engenheiros, técnicos de segurança do trabalho, médicos, assistentes sociais e membros da CIPA. Essas inspeções devem ser repetidas a intervalos regulares e, onde não existirem Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, a tarefa caberá à CIPA da Empresa. Inspeções parciais: Elas podem limitar-se em relação às áreas. sendo inspecionados apenas determinados setores da empresa, e pode limitar-se em relação ás atividades, sendo inspecionados certos tipos de trabalho, certas máquinas ou certos equipamentos. Inspeções de rotina: Cabem aos encarregados dos setores de segurança, aos membros da CIPA, ao pessoal que cuida da manutenção de máquinas, equipamentos e condutores de energia. É muito importante que os próprios trabalhadores façam inspeções em suas ferramentas, nas máquinas que operam e nos equipamentos que utilizam. Naturalmente, em inspeções de rotina, são mais procurados os riscos que se manifestam com mais freqüência e que constituem as causas mais comuns dos acidentes. Inspeções periódicas: Como é natural a que ocorram desgastes dos meios materiais utilizados na produção, de tempos em tempos devem ser marcadas, com regularidade, inspeções destinadas a descobrir riscos que o uso de ferramentas, de máquinas, de equipamentos e instalações energéticas pode provocar. Os setores de manutenção e de produção normalmente se ocupam dessas inspeções periódicas. Algumas dessas inspeções são determinadas em lei, principalmente as de equipamentos perigosos. como caldeiras e elevadores e mesmo as de equipamentos de segurança com extintores, mangueiras e outros. Materiais móveis de maior uso e desgaste devem merecer inspeções periódicas. Inspeções eventuais: Não têm data ou períodos determinados. Podem ser feitas por técnicos vários, incluindo médicos e engenheiros, e se destinam a controles especiais de problemas importantes dos diversos setores da empresa. O médico pode, por exemplo, realizar inspeções em ambientes ligados à saúde do trabalhador, como refeitórios, cozinhas: instalações sanitárias. vestiários e outros, Inspeções oficiais: São realizadas por agentes dos órgãos oficiais e das empresas de seguro. Inspeções especiais: Destinam-se a fazer controles técnicos que exigem profissionais especializados, aparelhos de teste e medição. Pode-se dar o exemplo de medição do ruído ambiental, da quantidade de partículas tóxicas em suspensão no ar, da pesquisa de germes que podem provocar doenças.A presença de representantes da CIPA nas inspeções de segurança é sempre recomendável, pois a assimilação de conhecimentos cada vez mais amplos sobre as questões de Segurança e Medicina do Trabalho vai tornar mais produtivo, mais completo, o trabalho educativo que a comissão desenvolve. Além disso, a renovação dos membros da CIPA faz com que um número sempre maior de empregados passe a aprofundar os conhecimentos exigidos para a solução dos problemas relativos a acidentes e doenças do trabalho.

Levantamento das causas dos acidentes do trabalhoMas como proceder numa inspeção de segurança?Existem alguns passos que ser seguidos para o desenvolvimento dessa atividade. São eles: 1. observação,2. registro, 3. análise de riscos, 4. priorização, 5. implantação e 6. acompanhamento.1. Observação: Neste primeiro passo. os elementos da CIPA devem observar criteriosamente as condições de trabalho e de atuação das pessoas. Essa observação deve ser complementada com dados obtidos por meio de entrevistas e preenchimento de questionários junto aos encarregados e trabalhadores.2. Registro: registro dos riscos observados sobre saúde e segurança do trabalho deve ser feito em formulários que favoreçam a análise dos problemas apontados.3. Análise dos riscos: Da inspeção de segurança resulta a necessidade de um estudo mais aprofundado de determinada operação. Trata-se de análise de riscos. Para realizá-la, o interessado deve decompor e separar as fases da operação, para verificação cuidadosa dos riscos que estão presentes em cada fase. O quadro abaixo orienta a decomposição de uma operação para este fim.4: Priorização: A partir da análise de riscos, priorizar os problemas de forma a atender àqueles mais graves e/ou eminentes.5. Implantação: Nesta fase, os relatórios com as medidas corretivas definidas deverão ser encaminhados ao departamento responsável para sua efetivação. A operacionalização das medidas deverá ser negociada no próprio setor responsável, em prazos determinados com prioridade.6. Acompanhamento: Consiste na verificação e cobrança das medidas preventivas propostas. Devem ser realizados. na unidade responsável, setores afins e com o SESMT.Toda Inspeção de Segurança possui um ciclo de procedimentos básicos, Para que a CIPA tenha uma atuação mais efetiva, sugerimos que mensalmente sejam realizadas inspeções de segurança. Cada setor da empresa seria inspecionado por subcomissão da CIPA, com o objetivo de controlar as condições ambientais sanando riscos imediatos com a ajuda das Chefias e do SESMT. Dessas comissões participariam o Cipeiro titular, o suplente de área e o Técnico de Segurança.Conclusão: De acordo com o que vimos neste capítulo, podemos concluir que as inspeções de segurança são de fundamental importância para a prevenção de acidentes na empresa. Quando repetidas, alcançam resultados que favorecem a formação e o fortalecimento do espírito prevencionista que os empregados precisam ter e servem de exemplo para que os próprios trabalhadores exerçam, em seus serviços, controles de segurança. Proporcionam uma cooperação mais aprofundada entre os serviços especializados. CIPA’s e os diversos setores da empresa.

VIII - Investigação e Análise dos AcidentesA prevenção de acidentes deve obedecer a um processo dinâmico e constante que se caracterize por ações efetivamente prevencionista

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que devem ser tomadas no sentido de evitar, eliminar, controlar ou impedir a evolução e consolidação dos riscos no ambiente de trabalho.Assim, a ação prevencionista correta e ideal é aquela que procura eliminar ou minimizar as causas dos acidentes antes que os mesmos aconteçam, proporcionando aos trabalhadores condições eficazes de sobrevivência no exercício do trabalho. No entanto. mesmo dentro deste sistema, os acidentes poderão ocorrer e caberá à CIPA estudar suas causas. circunstâncias e conseqüências.1. A identificação das causas dos acidentes: A investigação dos acidentes ocorridos tem por objetivo descobrir suas causas para que se possa, por meio da eliminação das mesmas, evitar sua repetição. A investigação e análise dos acidentes envolvem três fases:

coleta de informações; diagnóstico da ocorrência; proposta de medidas corretivas.

É necessária a agilização do processo de comunicação do acidente à CIPA para que a investigação se processe imediatamente. Para buscar as causas que contribuíram para o acidente é importante:

conversar com o acidentado; conversar com os colegas do setor ou que presenciaram o acidente; conversar com o chefe do setor; observar cuidadosamente o local onde ocorreu o acidente; conversar com o Serviço Médico que atendeu o acidentado.

Esse trabalho deve levar à apuração de todas as causas que concorreram para acidente, procurando revelar a que foi determinante.Coletadas as informações. incluindo fatores que precederam e sucederam ao acidente, poderemos comparar os depoimentos, apurar as causas reais e propor esforços para a eliminação das mesmas. Em resumo, as investigações de acidente visam apurar:

o que aconteceu; como aconteceu; porque aconteceu: como poderia ser evitado o acontecido.

Desse último item deve resultar a recomendação das medidas que deverão ser tomadas para prevenir novas ocorrências semelhantes.A anatomia dos acidentes nem sempre é fácil de ser estudada, pois não se resume nos fatos aparentes ou visíveis, exigindo o levantamento de todos os fatores que precederam, até o último que resultou o acidente. A situação é muitas vezes complexa, envolve diversos itens ligados às instalações, maquinarias, ferramentas, horário de trabalho etc., ligados às ações negligentes dos trabalhadores ou a problemas pessoais de ordem emocional, de saúde ou econômica. Há necessidade de tentar revelar todas essas causas, suas relações e interdependências.2. A análise do acidente: A cuidadosa investigação de um acidente oferece elementos valiosos para a análise que deve ser feita, concluindo-se sobre suas causas e suas conseqüências. Tal trabalho provoca a adoção de uma série de medidas ou providências administrativas, técnicas, psicológico ou educativo dentro da empresa.A CIPA deve participar dos vários aspectos relacionados com o estudo dos acidentes, preocupando-se em analisá-los e elaborando relatórios, registros, comunicações e sugestões entre outras providências. A analise do acidente corresponde a uma visão geral da ocorrência, e as suas informações devem ser elementos de estudo e não um simples registro burocrático.O estudo dos acidentes não deve limitar-se àqueles considerados graves. Pequenos acidentes podem revelar riscos grandes; acidentes sem lesão podem transformar-se em ocorrências com vitimas. A CIPA deve investir na identificação de perigos que parecem sem gravidade, mas que poderão tomar-se fontes de acidentes graves.A análise dos acidentes fornece dados que se acumulam e possibilitam uma visão mais correta sobre as condições de trabalho da empresa, com indicações sobre os tipos de acidentes mais comuns, sobre as causas mais atuantes, medindo a gravidade das conseqüências e revelando os setores que necessitam de maior atenção da CIPA e do SESMT.Considerando-se a dimensão das conseqüências do acidente (físicas. econômicas, psicológicas, sociais, etc.) para o trabalhador e analisando de forma real os benefícios devidos, os efetivados pela legislação, e a real perspectiva de reabilitação profissional, reintegração social e familiar, revela-se a necessidade de realizar com seriedade e competência a investigação e análise dos acidentes, como trabalho prevencionista.ESTATÍSTICAS: Para um estudo mais cuidadoso a respeito de acidentes, é necessário juntar dados e colocá-los em condições de se interpretarem a comparações destinadas a acompanhar a evolução dos problemas relativos a acidentes. Esses dados são estatísticos. Antes, porém, é necessário que se tenha as definições do que são dias perdidos e dias debitados, para que se possam fazer os cálculos estatísticos.Dias perdidos: Trata-se dos dias em que o acidentado não tem condições de trabalhar por ter sofrido um acidente que lhe causou uma incapacidade temporária. Os dias perdidos são contados de forma corrida. incluindo domingos e feriados, a partir do dia seguinte ao do acidente e até o dia da alta médica ou do retorno ao trabalho no horário normal, que também é considerado dia perdido. Exemplo: João sofreu um acidente no dia 14/11/89 e ficou impossibilitado de trabalhar. Recebeu alta do médico no dia 15/12/89, voltando ao trabalho neste mesmo dia, no horário normal. Após o cálculo de dias perdidos chegou-se ao seguinte resultado: 30 dias perdidos.No acidente sem afastamento, caso em que o acidentado pode trabalhar no dia do acidente ou no dia seguinte, não são descontados os dias perdidos.Dias debitados: Nos casos em que ocorre incapacidade parcial permanente, incapacidade total permanente ou a morte, aparecem os dias debitados. Eles representam uma perda, um prejuízo econômico, que toma como base uma média de vida ativa do trabalhador, calculada em vinte anos ou 6.000 (seis mil) dias. E uma tabela aceita e utilizada para cálculos estatísticos, que foi elaborada pela “International Association of Industrial Accident and Comission’.

Quadro 1-A: Tabela de dias debitadas

NATUREZA Avaliação Dias Debitados

Morte 100 6.000

Incapacidade total e permanente 100 6.000

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Perda da visão em ambos os olhos 100 6.000

Perda da visão de um olho 30 1.800

Perda do braço acima do coto velo 75 4.500

Perda do braço abaixo do cotovelo 60 3.600

Perda da mão 50 3.000

Perda do 1º quirodáctilo (polegar) 10 600

Perda de qualquer outro quirodáctilo (dedo) 5 300

Perda de dois outros quirodáctilos (dedos) 12 ½ 750

Perda de outros quirodáctilos (dedos) 20 1.200

Perda de quatro outros quirodáctilos (dedos) 30 1.800

Perda do 1º quirodáctilo (polegar) e qualquer outro quirodáctilo 20 1.200

Perda do 1º quirodáctilo (polegar) e dois outros quirodáctilos 25 1.500

Perda do 1º quirodáctilo (polegar) e três outros quirodáctilos 33½ 2.000

Perda do 1º quirodáctilo (polegar) e quatro outros quirodáctilos 40 2.400

Perda da pema acima do joelho 75 4.500

Perda da pema no joelho ou abaixo dele 50 3.000

Perda do pé 40 2.400

Perda do 1º pododáctilo (dedo grande) ou de dois outros ou mais pododáctilos (dedos do pé). 5 300

Perda do 1º pododáctilo (dedo grande) de ambos os pés 10 600

Perda de qualquer outro pododáctilo (dedo do pé) 0 0

Perda da audição de um ouvido 10 600

Perda da audição de ambos os ouvidos 50 3.000

Cálculo das estatísticas: Com o número de acidentes, com o número de dias perdidos e com o número de dias debitados, podem ser calculados dois valores, denominados Coeficiente de Freqüência e Coeficiente de Gravidade.

O Coeficiente de Freqüência de Acidentes (CF) representa o número de acidentes, com afastamento, que podem ocorrer em cada milhão de Homens-horas trabalhado. A fórmula é a seguinte:

Números de acidentes com afastamento x 1.000.000CF = Homens-horas trabalhadas

Então. o Coeficiente de Freqüência de Acidentes. será cinqüenta. A multiplicação por um milhão presta-se a tornar possível a comparação dos coeficientes de freqüência entre departamentos de uma mesma empresa, entre empresas diferentes e mesmo entre empresas de países diversos, desde que usem o mesmo sistema de cálculo.

O Coeficiente de Gravidade (CG) representa a perda de tempo (dias perdidos + dias debitados), que ocorre em conseqüência de um acidente em cada milhão de Homens-horas trabalhada. A fórmula do Coeficiente de Gravidade é a seguinte:

dias perdidos + dias debitados x 1.000.000 CG = Homens-horas trabalhadas

Há outros cálculos que enriquecem e valorizam as estatísticas. Elas são realmente importantes e servem como argumento nas divulgações educativas que são feitas em favor da prevenção de acidentes. Permitem identificar as principais causas dos acidentes, os riscos mais comuns, mais freqüentes, e que merecem medidas de correção mais rápidas. As estatísticas possibilitam o controle dos resultados dos programas de segurança desenvolvidos, ou seja, saber se estão sendo eficientes ou não. Ainda, no estudo dos dados estatísticos, é possível fazer o levantamento de falhas de segurança de um acidente, apenas não permitiria que fossem notadas.É conveniente fazer uma referência especial aos chamados acidentes de trajeto, que aparecem separadamente dos demais infortúnios. Esses acidentes que ocorrem no trajeto da residência para o trabalho e do trabalho para a residência do empregado. E o trajeto usual que o empregado percorre. Para este tipo de acidente convém fazer estudos á parte porque eles, também, pesam negativamente nas atividades da empresa.

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Na elaboração das estatísticas, são muito importantes formulários que facilitem o registro, a acumulação e, finalmente, o estudo dos dados. Um deles é a Ficha de Análise de Acidentes (Anexo II da NR-5>. O outro é o Quadro de Estatísticas de Acidentes, que se segue:

IX - Campanhas de Segurança1 - Aspectos Legais: As Campanhas de segurança têm por finalidade oferecer elementos educativos, visando desenvolver a mentalidade prevencionista dos empregados. Em termos legais, o Decreto nº 68.255, de 16 de fevereiro de 1971, criou, em caráter permanente, a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho, cabendo à Secretaria de Segurança e Medicina do trabalho a realização da Campanha.Os órgãos da administração direta e indireta, bem como as fundações instituídas pelo poder público, deverão colaborar com o Ministério do Trabalho e da Previdência Social no desenvolvimento da campanha, prestando-lhe integral apoio e assistência solicitada.Constituem atividades obrigatórias da campanha: O Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CONPAT) A Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT). A promoção de simpósios, conferências, seminários, palestras e aulas. A divulgação educativa, pela imprensa falada e escrita, da televisão e do cinema. A confecção e distribuição de cartazes, folhetos, normas de segurança, cartilhas, boletins, revistas e demais impressos relacionados com os objetivos da campanha.

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A concessão de “Medalha do Mérito de Segurança do Trabalho” aos que mais se distinguirem na prevenção de acidentes, segurança, higiene e medicina do trabalho.

Outras atividades julgadas úteis ao êxito da campanha.2. A SIPAT na empresaUma das atribuições da CIPA é promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho, — SIPAT2.1 - Preparação da SIPATA experiência tem demonstrado que desenvolver a SIPAT apenas para cumprir a determinação legal não é suficiente. É necessário que haja atitude positiva dos empregados em relação ao que será realizado. visando não só a participação dos mesmos, mas a vontade de que alguma modificação se concretize. Para tanto, é necessária a motivação dos empregados. Todos nós já tivemos experiência de que fazemos melhor alguma coisa quando nos sentimos motivados, ou seja, quando nos interessamos por ela. Uma das formas de motivar empregados a participar ativamente da SIPAT é fazer com que os mesmos sejam também responsáveis por ela, colaborando na sua preparação. O empregado pode sugerir e propor atividades pelas quais tenha interesse.A seguir, damos um exemplo de Ficha de Levantamento de Interesses, para fundamentar a SIPAT:2.2 - Etapas da SIPAT2.2.1. Levantamento de dadosO levantamento de dados é indispensável para o êxito da SIPAT. Isso poderá ser feito: diretamente com os empregados, por meio do preenchimento da Ficha de Levantamento de Interesses. pelos Cipeiros. na reunião mensal da CIPA. Poderá ser utilizado o “brainstorming” (“tempestade de idéias”). O objetivo desta técnica é trazer à tona o maior número possível de idéias das quais as melhores serão aproveitadas.Esse levantamento poderá ser feito por amostragem, com representação proporcional de no mínimo 10% de todos os setores da empresa.

2.2.2. Planejamento da SIPAT Para que não haja prejuízo da produção e a maioria dos empregados possa participar, a SIPAT deve ser planejada

de forma a não coincidir com os picos da produção. Aspectos do planejamento a serem considerados: Para um bom planejamento, é necessário que o pessoal envolvido na realização da SIPAT realize reuniões com a finalidade de esquematizar o que deverá ser feito. As responsabilidades dever ser divididas de forma a não sobrecarregar ninguém e que se tenha realmente um trabalho de equipe: enfim, que cada elemento tenha suas atribuições especifica. Verificar a Convenção do Sindicato da categoria, para se respeitar os prazos necessários de comunicações. Deverá ser feito um programa das atividades diárias do evento. O apoio moral e financeiro da direção da empresa garante a disponibilidade de recursos, a participação de todos e o conseqüente sucesso do evento. Enviar convites para o maior número possível de funcionários. Antes do início da SIPAT, despertar o interesse dos empregados para o evento, por meio de faixas e cartazes colocados

em pontos estratégicos, bem como com frases impressas nos holerites, guardanapos e outros.Campanhas InternasUma campanha não deve estar preocupada somente com os aspectos legais, prevencionista, que lhe possibilitem uma maior atuação e a obtenção estabelecidas.Foram publicadas Portarias Interministeriais (Ministério da Saúde e do Trabalho) que determinam a participação da CIPA em campanhas especificas. Exemplo: Portaria n.0 3.257, de 22/09/88. sobre tabagismo. e Portaria n.0 3.195, de 10/08/88, sobre AIDS, que tratam da necessidade da divulgação e controle destes problemas sociais até mesmo através das atividades da CIPA.Nesse sentido. considerando as campanhas no âmbito das empresas, podemos dividi-las em dois tipos:A - Campanha permanenteComo campanha permanente entendemos aquela que está sendo praticada constantemente na empresa, visando à manutenção do comportamento seguro dos empregados, além de estar ligada a aspectos educativos que possibilitem a colaboração com problemas peculiares a empresa, com a redução do número de acidentes e a conscientização do uso adequado dos equipamentos de proteção individual.B - Campanha periódicaA campanha periódica visa a atender as necessidades periódicas da empresa, para atingir resultados em curto prazo. Citemos como exemplo, a correta utilização de óculos de segurança, acuidade auditiva, medição da pressão arterial, e também, a SIPAT.Nesse sentido, as mesmas etapas que foram abordadas anteriormente para se realizar a SIPAT podem s+r seguidas para a organização de qualquer campanha periódica, isto é: levantamento de dados, planejamento, execução e avaliação.As campanhas dever ser um processo continuo, onde, por meio de campanhas periódicas, de atingir as campanhas permanentes, cuja finalidade é conscientização. desenvolvimento e manutenção do comportamento seguro do empregado no dia-a-dia da empresa.

X - Plano de Ação da CIPAA CIPA como grupo de trabalho deve estruturar-se por meio de planejamento, organização, controle e avaliação, garantindo assim resultados significativos com esta sistematização.Nesta estruturação devem ser consideradas: as variações periódicas de seus componentes no grupo. a necessidade de compatibilizar funções normais na empresa com as responsabilidades de Cipeiro. Em todos os setores de trabalho há necessidade de uma liderança que tenha capacidade de gerenciar recursos de modo a alcançar resultados satisfatórios. A CIPA também exige essa eficácia gerencial para funcionar. Os pontos básicos para garantir o

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funcionamento da CIPA são: Planejamento - é o processo que estabelece o que o grupo de trabalho vai realizar no futuro. Este processo estabelece o desenvolvimento dos trabalhos baseados nas necessidades da organização e nos pontos fortes e nos deficientes do grupo, levando em consideração a política e regulamentos da empresa. Organização – um dos pontos fundamentais da organização do trabalho é a fixação de objetivos claros e a distribuição de tarefas e responsabilidades de forma adequada à competência e disponibilidade dos Cipeiros. Controle – é a chave limitadora que mantém os planos no sentido estabelecido. O controle visa garantir que os planos não se desviem do seu objetivo. Avaliação - checa os resultados, apurando distorções e corrige falhas mediante um replanejamento. O plano de trabalho da CIPA deve ser iniciado a partir de um prévio levantamento de dados, levando em consideração as prioridades identificadas. O mapa de risco vem sendo o instrumento mais indicado para esta prática.A FUNDACENTRO propõe os seguintes tens a serem considerados.a) Natureza dos riscos (gravidade e freqüência) b) Número de trabalhadores que permanecem expostos c) Tempo em que os trabalhadores permanecem expostos d) Acidentes ou doenças registrados nas árease) Recursos disponíveis e utilizados na neutralização ou amenização dos riscosA partir dos dados colhidos nesses itens deverá ser feito um PROGRAMA DE AÇÃO DA CIPA, contendo os seguintes aspectos:

Objetivos:(a) Geral(b) Específicos (para cada problema prioritário levantado)Recomendações relativas á:a) Prevenção de acidentes:Com base nas prioridades, recomendar modificações das condições de trabalho, métodos horário, local, máquinas, EPI. EPC. etc.b) Prevenção de doenças:Recomendações relativas ao controle dos agentes ambientais, jornada de trabalho e remanejamento de pessoal exposto.c) Ao Controle Médico:Recomendações relativas aos exames necessários, observando o disposto na NR-7, Portaria nº 24 de 29/12/943. Definiras recursos materiais e humanos necessários:Definição de prazos para execução das propostas, com base nas prioridades (cronograma).4. Parecer final da comissão, incluindo definição de critérios para acompanhamento da execução dos trabalhos.A importância do plano de ação das CIPAs.A evolução constante das atividades econômicas do país, nas indústrias, comércio, bancos, hospitais. etc.acionam o progresso e o bem-estar das pessoas, mas trazem ou aumentam as possibilidades dosacidentes de trabalho.A segurança do trabalho é um dos grandes benefícios sociais para o trabalhador, pois lhe dá garantia de sobrevivência no mercado de trabalho e garantia de sua própria sobrevivência e de sua família.O papel destacado do homem nos processos produtivos, maximizando outros recursos como máquinas, equipamentos, matéria-prima etc., torna implícita, ao trabalho, a necessidade da segurança. Dimensionadas as conseqüências dos acidentes de trabalho nos aspectos físicos, econômicos, sociais e psicológicos revela-se a coincidência das vantagens da prevenção de acidentes para o trabalhador, empresa e sociedade.Todos que integram o processo produtivo de uma empresa devem realizar com seriedade e competência o trabalho prevencionista, conhecendo e respeitando as exigências legais e normas técnicas.A prevenção de acidentes exige a participação de governos, sindicatos, empresários e trabalhadores para atingir e proporcionar, ao homem que trabalha condições favoráveis ao trabalho sadio e com menor risco de acidentes.No Brasil, onde o acidente de trabalho é ainda um problema grave, definir as responsabilidades pela prevenção de forma mais enérgica e objetiva ajudará a iniciar a redução dos acidentes hoje verificados.Governo, patrões e trabalhadores têm o dever de lutar contra acidentes, um dever comum assumido em função das conseqüências que são explícitas para todos. É preciso fortalecer dentro das empresas a consciência de que os acidentes podem ser reduzidos, estimulando a mentalidade e as ações prevencionistas. E preciso manter vivo nos trabalhadores e nos empresários o interesse pela prevenção de acidentes desenvolvendo a conscientização, motivação, treinamento e controle em todos os níveis profissionais da empresa.Deve-se evitar a acomodação em relação ao acidente de trabalho, como se ele fosse “parte natural” das atividades produtivas. Isto gera atitudes condescendentes de “aceitação dos acidentes, que são até justificados e desculpados’ no contexto das empresas.Conscientes dos malefícios do acidente de trabalho. devemos incrementar as diversas formas de prevenção. PLANEJAR A AÇÃO DAS CIPAs constitui uma dessas formas eficientes.A CIPA deve começar por acreditar que acidentes são previsíveis e evitáveis e que. usados os recursos necessários, podemos atingir o desafio de ter o índice zero de acidentes do trabalho nas empresas.A CIPA deve estimular cada funcionário da empresa a se preocupar com as formas de acabar com o acidente, provocando uma participação ativa dos setores todos na solução dos problemas de segurança.A CIPA não pode existir apenas para cumprir exigência legal, pois assim seus resultados nunca serão satisfatórios. Ela deve ser absorvida e aceita por todos como um órgão objetivos tão importantes quanto os de produção e financeiros. Suas propostas devem representar os interesses de toda a comunidade de trabalho e um desafio a ser vencido por todos.

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XI- Reunião da CIPATodos os membros da CIPA devem reunir-se uma vez por mês, obedecendo a um calendário anual. Estas reuniões devem ocorrer em local apropriado e durante o expediente normal, para que os problemas referentes aos acidentes do trabalho sejam estudados em conjunto. pelos representantes dos empregados e empregador.A CIPA deverá reunir-se, também, em caráter extraordinário, sempre que ocorrer acidente de maior gravidade, ou prejuízo de grande monta, com a presença do responsável do setor onde ocorreu o acidente. no máximo 48 horas após sua ocorrência.Como a CIPA é composta por pessoas que desempenham suas atividades dentro de diferentes setores da empresa, as reuniões permitem a discussão e análise dos problemas encontrados em cada departamento e, consequentemente, um levantamento das soluções para cada um dos problemas. É a partir das reuniões que os dados sobre os riscos de acidentes são encaminhados, pelo presidente, a quem deve tomar providências para a diminuição dos acidentes do trabalho dentro da empresa.Objetivos da ReuniãoÉ importante que a CIPA seja um grupo, e não só uma reunião de pessoas, pois, assim, cada membro poderá cooperar com os demais, lutar por seus objetivos e, desta forma, todos poderão alcançar bons resultados na prevenção de acidentes. Porém, várias pessoas reunidas só formam um grupo quando têm objetivos comuns. Por isso, serão expostos alguns objetivos dos Cipeiros que devem estar presentes nas reuniões da CIPA: Receber e analisar informações e sugestões referentes á prevenção de acidentes, vindas de membros da CIPA, assim como

dos empregados, do empregador, de convidados e de colaboradores. Fazer a análise dos acidentes ocorridos. Elaborar conclusões e sugestões de modificações que visem diminuir o número de acidentes de acordo com o mapa de

riscos. Fazer estudos referentes á prevenção de acidentes, incluindo o aperfeiçoamento e a atualização dos conhecimentos sobre Legislação de Acidentes, Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. Participar á direção da empresa e a outros interessados, as medidas de segurança que devem ser adotadas. Promover a divulgação de assuntos referentes à prevenção de acidentes.Estes são os objetivos gerais que devem ser discutidos pela CIPA para que ela proponha aqueles mais específicos á sua empresa. Mesmo que a discussão sobre os objetivos seja demorada, isto não constitui perda de tempo: ao contrário, discuti-los permite maior desenvolvimento de todos e comprometimento futuro com o trabalho do grupo.Opiniões discordantes devem ser consideradas: o respeito pelo grupo traz novas idéias, novos acordos, satisfação e coesão entre os membros do grupo.Papéis e atribuições dos membros da CIPAPara que os objetivos da CIPA sejam alcançados, é interessante que seja feita uma divisão de trabalhoentre seus membros, a qual possibilite que cada um desempenhe bem seu papel.Elas devem, porém, ser adaptadas ás finalidades de cada CIPA.Representantes do empregadorO presidenteO presidente deverá:

Dirigir e orientar as reuniões. Sugere-se que organize um pequeno roteiro, para que possa melhor conduzi-las. Encaminhará administração as medidas recomendadas pela CIPA e acompanhar sua execução. Designar grupos de trabalho para o estudo das causas dos acidentes do trabalho, atribuindo funções a cada um dos

seus membros. Coordenar todas as funções da CIPA. Empenhar-se em cumprir o que foi definido nas reuniões. Levar ao grupo informações de interesse geral, provenientes da administração ou de outras fontes. Justificar, se foro caso, a não adoção de medidas sugeridas em reunião anterior. A seguir são relacionadas algumas sugestões ao presidente, visando ao bom funcionamento do grupo: Dar oportunidade para que todos emitam suas opiniões. Pedir a quem fala que se dirija a todos os elementos do grupo. Respeitar e considerar as opiniões diferentes. Encaminhar os trabalhos visando ao interesse de todos. Evitar grandes desvios do assunto e dos objetivos reais.

Resumir e organizar o que está sendo feito, quando isto facilitar a continuidade do trabalho. Respeitar o horário. Empenhar-se na obtenção de recursos materiais que possam facilitar os trabalhos. Incentivar a cooperação e não a competição. Proteger o grupo como um todo, procurando acordos e não desentendimentos Coordenar a divisão de tarefas, responsabilizando as pessoas. Estar atento a cada pessoa, fortalecendo as qualidades de cada um, ajudando na superação de dificuldades pessoas e

de relacionamento. Não tomar qualquer medida referente aos trabalhos do grupo, sem a participação e consentimento deste. Empenhar-se para que se cumpra o que foi definido pelo grupo.Outros representantes do empregador podem ser elementos da administração, engenheiros, psicólogos, a médicos, assistentes sociais, técnicos de riscos específicos, que terão as seguintes atribuições: Colaborar no levantamento dos riscos que cada situação oferece.

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Analisar os acidentes ocorridos e identificar suas causas. Colaborar no estudo, planejamento e execução de providências que visem á redução de riscos.O engenheiro, dada as suas qualificações, poderá colaborar no estudo técnico, nos projetos e execução das providências recomendadas com vistas à eliminação de riscos, principalmente em máquinas, equipamentos e instalações.O médico deverá estudar, com profundidade devida, as conseqüências dos acidentes (lesões), para identificação completa de suas causas, e cuidar da pesquisa de condições ambientais insatisfatórias capazes de provocar doenças do trabalho. Deverá verificar, ainda, as condições das instalações sanitárias, dos refeitórios e das cozinhas.O assistente social deverá participar da análise de acidentes, pesquisando possíveis causas sociais que concorrem para diminuir o nível de segurança na atividade do empregado, gerando atos inseguros ou acentuando condições inseguras.O psicólogo poderá ter participação em atividades relacionadas á prevenção de acidentes: identificando características pessoais para o desempenho de determinadas funções; verificando os comportamentos de risco: desenvolvendo estratégias de motivação nas campanhas de segurança e principalmente reintegrando o acidente.Os técnicos devem diagnosticar e opinar sobre problemas de segurança durante a prática de uma tarefa, isto é, levantar problemas operacionais, conhecidos por quem trabalha no posto.As atribuições do secretário serão de: Em livro apropriado, previamente autenticado pela DRT, redigir as atas das reuniões de forma clara e fiel, segundo modelo

existente, que é apresentado no final deste capitulo. Encarregar-se da correspondência. Manter o arquivo atualizado. Exercer as funções que lhe forem confiadas pelo presidente, Encarregar-se de lembrar, com antecedência, aos membros da CIPA. a data de cada reunião, bem como de outras

comunicações, quando assim lhe for determinado.Representantes dos empregados:Os representantes dos empregados têm papel relevante, pois são eles que levam ao conhecimento daCIPA os riscos de seus setores e apresentam sugestões para melhorar as condições de trabalho. Têmcomo principais atribuições: Colher as opiniões dos colegas. Trazer informações, queixas e sugestões que visem à segurança do trabalhador. Apresentar relatórios de acidentes, de atos inseguros e condições inseguras. Transmitir aos colegas informações sobre o trabalho realizado durante as reuniões, as conclusões tiradas e as providências

que serão tomadas. Orientar os colegas sobre as medidas de segurança que devem ser tomadas.Um dos representantes dos empregados será obrigatoriamente eleito vice-presidente a CIPA e deverá: Assinar as atas de reuniões, juntamente com o presidente. Exercer funções que lhe forem delegadas pelo presidente. Substituir o presidente em necessidades eventuais.Os representantes dos empregados, quando participam da CIPA, estarão protegidos pela Consolidação dasLeis do Trabalho.Após a reunião, é importante que os demais funcionários da empresa tomem conhecimento dasprovidências que deverão ser tomadas. Esta comunicação poderá ser feita por meio de: boletins internos. conversas informais. reuniões com seus colegas de trabalho, quadros de aviso, etc.Os membros da CIPA devem manter contatos com os companheiros porque. assim, estarão ampliando as possibilidades de identificar os riscos de acidentes, e, ao mesmo tempo. anotar as idéias práticas que podem ajudar a resolver os problemas.Estrutura de uma reunião de CIPA.Para que as reuniões sejam proveitosas, devem ter começo, meio e fim, isto é. devem ser organizadas com uma pauta determinada, para não se tornarem um aglomerado de assuntos aparentemente desligados uns dos outros.As atividades de uma reunião são: Ler a ata da última reunião. Retomar, se necessário, algum conteúdo da ata. Assiná-la. Fazer a leitura das fichas de análise de acidentes, investigar causas e propor mudanças. Enumerar tarefas a serem realizadas nesta reunião. Se forem muitas, relacionar as mais urgentes. Realizar as tarefas, uma por vez, pela ordem de urgência. Estudar algum tema relativo à prevenção de acidentes, apresentado por um dos elementos do grupo. Avaliar a reunião, considerando as decisões tomadas e o desempenho de cada participante. Lembrar ao final de cada reunião: o dia, o local e o horário da próxima.A CIPA deve ter um livro ATA para lavratura das reuniões. Este livro ata deverá ser registrado na DRT Delegacia Regional do Trabalho.

XII - NOÇÕES SOBRE A SÍNDROME DA IMUNODIFICIÊNCIA ADQUIRIDA – AIDSEssa matéria inserida no Treinamento para membros da CIPA conforme tem 5.33 alínea “d” da Portaria N. 0 8, de 23 de fevereiro de 1999, é uma contribuição para que os trabalhadores e a sociedade conheçam mais sobre a prevenção à AIDS e a infecção pelo HIV.A Portaria Interministerial N.0 3.195, de 10 de agosto de 1988, publicada no DOU de 11.08.88 (Ministério do Trabalho e Ministério

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da Saúde), em seu Art.0 3, tem a seguinte redação: “As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes - CIPAs, compete, no âmbito das empresas onde se acham organizadas, a promoção de campanhas de prevenção contra a AIDS/SIDA, sem prejuízo das suas atividades normais no campo da prevenção de acidentes e doenças profissionais”.A sigla AIDS é uma expressão inglesa que significa:Síndrome: conjunto de sinais e sintomas que podem ocorrer no indivíduo infectado.lmunodeficiéncia: Diminuição das defesas imunológicas do organismo.Adquirida: Que não é herdada geneticamente - não nasce com a pessoa.A sigla HIV é uma expressão inglesa que significa:HIV - Vírus da lmunodeficiéncia Humana:O HIV é um vírus que faz o corpo ficar fraco, possibilitando a ocorrência de diversas doenças oportunistas <que se aproveitam da situação de fraqueza da pessoa). Ele pode ficar muito tempo “dormindo’, dentro de espécies de “casinhas” chamadas Linfáticos T4. Quando “acorda’, começa a se multiplicar até destruir a casinha” <célula) e outra e outras mais.O corpo fica sujeito a todo tipo de doença, inclusive aquelas que não causariam grandes problemas em pessoas sem o HIV, como por exemplo, o sapinho na boca, a diarréia, etc.