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1. Retire da tira e das charges uma oração subordinada adverbial, em seguida, classifique-a. a)

b)

c)

Separe a classifique a oração subordinada presente na charge.

Explicite crítica presente na charge.

GRAMÁTICA

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2. A experiência que comprovou a existência da partícula conhecida como bóson de Higgs teve

ampla repercussão na imprensa de todo o mundo, pelo papel fundamental que tal partícula teria no funcionamento do universo. Leia o comentário abaixo, retirado de um texto jornalístico, e responda às questões propostas.

Por alguma razão, em língua portuguesa convencionou-se traduzir o apelido do bóson como “partícula de Deus” e não “partícula Deus”, que seria a forma correta.

(Folha de São Paulo, São Paulo, 05/07/2012, Caderno Ciência, p. 10.)

a) Explique a diferença sintática que se pode identificar entre as duas expressões mencionadas no

trecho reproduzido: “partícula de Deus” e “partícula Deus”.

b) Explique a diferença de sentido entre uma e outra expressão em português.

3. Leia estes trechos, atentando para os conectivos neles destacados: TRECHO 1 Ouvimos o ferrolho da porta que dava para o corredor interno; era a mãe que abria Eu, uma vez que digo tudo, digo aqui que não tive tempo de soltar as mãos da minha amiga...

MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro. São Paulo: Globo. 1997. p. 67.

TRECHO 2 Fomos jantar com a minha velha. Já lhe podia chamar assim, posto que os seus cabelos brancos não o fossem todos nem totalmente; e o rosto estivesse comparativamente fresco...

MACHADO DE ASSIS. J. M. Dom Casmurro, São Paulo: Globo, 1997. p. 165.

a) Reescreva cada um desses trechos, substituindo o conectivo destacado por outro de igual valor

e fazendo as adaptações necessárias.

b) Explicite o tipo de relação que cada um desses conectivos estabelece entre as orações, nos

trechos em que estão empregados.

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4. Ajustou, na medida, umas talas de cálamo exatas,

E, do dorso através e da pele, enfiou no quelônio E, conforme pensava, uma pele de boi esticou E dois braços extremos dispôs, por travessa ajuntados. Sete cordas de tripa de ovelha estendeu harmoniosas. Ao depois de fazê-lo, tomou do amorável brinquedo E co’um plectro uma a uma provou cada corda, aos seus dedos Ressoava tremenda.

Homero. Hinos homéricos. Hino a Hermes, v. 44-53. Introdução e tradução de Jair Gramacho. Brasília: UnB, 2003.

Com referência ao texto acima e a conhecimentos relativos à propagação de ondas sonoras, julgue o item a seguir.

No verso “Ao depois de fazê-lo, tomou do amorável brinquedo” (v.6), o emprego do complemento iniciado por preposição exemplifica recurso estilístico que não altera a transitividade da forma verbal “tomou”.

5.

Na tira de Quino, a personagem Mafalda e o pai dela entendem a expressão o ano que vem de maneiras diferentes, a partir de pontos de vista distintos. Explicite o ponto de vista de cada personagem em relação a o ano que vem.

6. Leia a tira para responder aos itens a seguir.

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a) Explique o uso do porque no primeiro quadrinho.

b) Qual é a relação estabelecida entre trabalho e remuneração nos diálogo entre as personagens?

7. Observe a charge abaixo:

Agora, responda:

a) Qual é a temática principal da charge acima?

b) Quais são os elementos verbais e não verbais utilizados na charge para construir o seu significado? Justifique sua resposta por menção direta a esses elementos.

8. Considere a tira de Dilbert, por Scott Adams.

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a) Dilbert (personagem que aparece nos três quadros da tira) demonstra dar o mesmo tratamento

aos personagens do primeiro e do terceiro quadro? Justifique com a transcrição de dados textuais.

b) O que há em comum nas reações dos interlocutores à pergunta de Dilbert?

9.

A pergunta da personagem Mafalda, no segundo quadrinho, inicia-se com a palavra “então”, que estabelece uma relação de sentido com a situação anterior. Identifique a relação de sentido estabelecida e reescreva a pergunta, substituindo o vocábulo “então” por outro conectivo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

O chefe da estação me olhou de cara feia, e me deu a passagem e o troco. Bateu com a prata na

mesa. Se fosse falsa, estaria perdido. Guardei o cartão com ganância no bolso da calça. A estação se enchera. Um vendedor de bilhete me ofereceu um. Não desconfiava de mim. O chefe foi que me olhou com a cara fechada. Já se ouvia o apito do trem. Cheguei para o lugar onde paravam os carros de passageiros. E o barulho da máquina se aproximando. Estava com medo, com a impressão de que chegasse uma pessoa para me prender. Ninguém saberia. E o trem parado nos meus pés. Tomei o carro num banco do fim, meio escondido. O Padre Fileto me viu. Tirava esmolas para a obra da igreja.

– Não foi para a parada? – Não senhor, vou ver o meu avô que está doente.

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A mesma mentira saída da boca automaticamente. Os meninos passavam vendendo tareco1. Quis

comprar um pacote, mas estava com receio. Qualquer movimento de minha parte me parecia uma denúncia. O homem do bilhete voltou outra vez me oferecendo. Num banco da minha frente estava um sujeito me olhando. Sem dúvida, passageiro do trem. E me olhando com insistência. Levantou-se e veio falar comigo:

– Menino, que querem dizer estas letras? – Instituto Nossa Senhora do Carmo. – Pensei que fosse “Isto não se conhece”... Ri-me sem querer. E as outras pessoas acharam graça. Pedi a Deus que o trem partisse. Por que

não partira aquele trem? Meu boné me perderia. Podia ter vindo de chapéu. Nisto vi Seu Coelho. Entrei disfarçando para a latrina do trem. E não vi mais nada. Só saí de lá quando vi pelo buraco do aparelho a terra andando. Sentei-me no mesmo lugar. Vi a cadeia, o cemitério.(...)

E o Pilar chegando. O Recreio do Coronel Anísio, com a sua casa na beira da linha. E a gente já via a igreja. O trem apitava para o sinal. Passou o poste branco. Saltei do trem como se tivesse perdido o jeito de andar. Escondi-me do moleque do engenho. O trem saía deixando no ar um cheiro de carvão de pedra. Lá se ia Ricardo com os jornais para o meu avô. Faltava-me coragem para bater na porta do engenho como fugitivo.

E fui andando à toa pela linha de ferro. Que diria quando chegasse no engenho? Lembrei-me então que pela linha de ferro teria que atravessar a ponte. E desviei-me para a caatinga. Pegaria mais adiante o mesmo caminho. Estava pisando em terras do meu avô. O engenho de Seu Lula mostrava o seu bueiro pequeno, com um pedaço caído. Que diabo diria no Santa Rosa, quando chegasse? Era preciso inventar uma mentira.

Fiquei parado pensando um instante. Achei a mentira com a alegria de quem tivesse encontrado um roteiro certo. Sonhara que meu avô estava doente e não pudera aguentar o aperreio do sonho. E fugira. Achariam graça e tudo se acabaria em alegria. Mas cadê coragem para chegar? Já me distanciava pouco da minha gente. O bueiro do Santa Rosa estava ali perto, com a sua boca em diagonal. Subia fumaça da destilação. Com mais cinco minutos estaria lá. Era só atravessar o rio. Fiquei parado pensando. O rio dava água pelos joelhos. O gado do pastoreador passava para o outro lado. E cadê coragem para agir? E o tempo a se sumir. E a tarde caindo. A casa-grande inteira brigaria comigo. No outro dia José Ludovina tomaria o trem para me levar. E o bolo, e os gritos de Seu Maciel. Vou, não vou, como as cantigas dos sapos na lagoa.

Um trem de carga apitou na linha. Tirei os sapatos, arregaçando as calças para a travessia. A porteira do cercado batia forte no mourão2. E no silêncio da tarde, tudo aumentava de voz. (...)

JOSÉ LINS DO RÊGO Doidinho. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.

Vocabulário:

1

tareco – biscoito 2

mourão – estaca 10. Estava com medo, com a impressão de que chegasse uma pessoa para me prender. (1º parágrafo)

No trecho acima, há duas orações subordinadas. Transcreva essas orações e classifique sintaticamente cada uma delas.

11. Considere as frases:

I. "O rapaz estava chateado, pois chegou à moça e disse que não era mais possível continuar o namoro".

II. "O rapaz estava chateado, pois chegou a moça e disse que não era mais possível continuar o namoro".

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a) Que interpretação se pode dar a cada uma das frases, levando em conta as expressões "à

moça" e "a moça"?

b) Do ponto de vista sintático, qual a função que exercem as expressões "à moça" e "a moça"?

12. A China detonou uma bomba e pouca gente percebeu o estrago que ela causou. Assim que abriu as portas para as multinacionais oferecendo mão de obra e custos muito baratos, o país enfraqueceu as relações de trabalho no mundo. Em uma recente análise, a revista inglesa The Economist mostra que a entrada da China, da Índia e da ex-União Soviética na economia mundial dobrou a força de trabalho. Com isso, o poder de barganha de sindicatos do mundo inteiro teria se esfacelado. Provavelmente por isso, diz a revista, salários e benefícios tenham crescido apenas 11% desde 2001 nas empresas privadas dos Estados Unidos, ante 17% nos cinco anos anteriores.

(Você s/a, setembro de 2005)

a) Transcreva uma oração do texto introduzida pelo pronome relativo "que".

b) Qual é o antecedente desse pronome, isto é, a palavra a que ele se refere?

c) Qual é a função sintática desse pronome na oração em que se encontra?

13. A sala ficou vazia. Todos os homens se dirigiram para o curral. As mulheres foram depois. Os vaqueiros decidiram, como já era um pouco tarde, que os animais fossem montados de dois em dois.

Transcreva do texto: a) uma oração sem sujeito.

b) uma oração na voz passiva.

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14. Identifique o termo em maiúsculo: complemento nominal, objeto indireto e adjunto adnominal

a) Alexandre necessitava DE CUIDADOS. b) As noites DO MAR eram perigosas. c) Ele crê EM MILAGRES. d) A crença EM MILAGRES favorece a igreja. e) Ele se orgulha DOS AMIGOS.

15. Localize o predicativo e classifique-o:

(1) predicativo do sujeito (2) predicativo do objeto

a) Sua fisionomia parecia contraída. b) Eugênio recebeu triste a morte de Olívia. c) O relato terminou comprometido. d) Julgaram Eugênio incompetente.

16. Destaque com letra maiúscula o predicado e classifique-o (PV - PN - PVN).

a) A família de Alexandre recebeu a notícia alegre. b) Alexandre parecia cansado. c) Seu relato terminou. d) Velasco nomeou os tubarões pontuais. e) Rufino morreu afogado.

(TJ-SP) Assinale o item que classifica a oração subordinada destacada:

17. “Outros estudos mostraram que o suco de frutas cítricas ajuda a reduzir o colesterol em

até 70%”.

a) subordinada adverbial causal b) subordinada substantiva objetiva direta c) subordinada substantiva subjetiva d) subordinada substantiva predicativa e) coordenada sindética explicativa

18. (SRF) “Eis que eu era, um homem sem critérios que gostava de experimenta um maior contato

com a vida”. (Márcio Souza)

QUE, em “... que gostava...”, exerce a função sintática de: a) objeto direto b) sujeito c) objeto indireto d) predicativo e) complemento nominal

19. “A noite chegou fria.” e “Não confie nele.”, os verbos, quanto à predicação, são,

respectivamente: a) intransitivo / transitivo direto; b) intransitivo / transitivo indireto; c) de ligação / transitivo indireto; d) transitivo direto / intransitivo.

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20. CESGRANRIO - “O ideal seria que esse congresso tivesse se desdobrado por todas as capitais do

país, por todas as cidades, que tivesse merecido mais atenção da televisão e tivesse sacudido a

consciência dos brasileiros do Oiapoque ao Chuí, mostrando àqueles que não podem ler jornais

nem frequentar as discussões universitárias o que foi um dos períodos mais tenebrosos da história

do Ocidente.” Assinale a classificação correta das palavras sublinhadas, respectivamente: a) pronome relativo / conjunção integrante / conjunção integrante; b) pronome relativo / conjunção integrante / conjunção consecutiva; c) conjunção integrante / conjunção integrante / pronome relativo; d) conjunção integrante / conjunção consecutiva / conjunção comparativa; e) conjunção consecutiva / pronome relativo / pronome relativo.

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TEXTO I

Traduzir-se

Uma parte de mim

é todo mundo:

outra parte é ninguém:

fundo sem fundo.

Uma parte de mim

é multidão:

outra parte estranheza

e solidão.

Uma parte de mim

pesa, pondera:

outra parte

delira.

Uma parte de mim

almoça e janta:

outra parte

se espanta.

Uma parte de mim

é permanente:

outra parte

se sabe de repente.

Uma parte de mim

é só vertigem:

outra parte,

linguagem.

Traduzir uma parte

na outra parte

— que é uma questão

de vida ou morte —

será arte?

De Na Vertigem do Dia (1975-1980)

1. O poema de Ferreira Gullar pode ser considerado um texto literário? Justifique.

2. A que gênero literário pertence o texto? Justifique.

LITERATURA

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Observe os fragmentos a seguir, produzidos ao longo do século XIX, pelo escritor Álvares de

Azevedo.

TEXTO II

Amor Amemos! Quero de amor

Viver no teu coração!

Sofrer e amar essa dor

Que desmaia de paixão!

Na tu'alma, em teus encantos

E na tua palidez

E nos teus ardentes prantos

Suspirar de languidez!

Quero em teus lábios beber

Os teus amores do céu,

Quero em teu seio morrer

No enlevo do seio teu!

Quero viver d'esperança,

Quero tremer e sentir!

Na tua cheirosa trança

Quero sonhar e dormir!

Vem, anjo, minha donzela,

Minha'alma, meu coração!

Que noite, que noite bela!

Como é doce a viração!

E entre os suspiros do vento

Da noite ao mole frescor,

Quero viver um momento,

Morrer contigo de amor!

TEXTO III

PRIMEIRO EPISÓDIO:

(Numa estalagem da estrada)

O DESCONHECIDO: Vistes-me duas vezes. Eu vos

vi ainda outra vez. Era na serra, no alto da serra. A

tarde caía, os vapores azulados do horizonte se

escureciam. Um vento frio sacudia as folhas da

montanha e vós contempláveis a tarde que caía.

Além, nesse horizonte, o mar como uma linha azul

orlada de escuma e de areia — e no vale, como

bando de gaivotas brancas sentadas num paul, a

cidade que algumas horas antes tínheis deixado. Daí

vossos olhares se recolhiam aos arvoredos que vos

rodeavam, ao precipício cheio das flores azuladas e

vermelhas das trepadeiras, às torrentes que mugiam

no fundo do abismo, e defronte víeis aquela cachoeira

imensa que espedaça suas águas amareladas, numa

chuva de escuma, nos rochedos negros do seu leito.

E olháveis tudo isso com um ar perfeitamente

romântico. Sois poeta?

MACÁRIO: Enganai-vos. Minha mula estava cansada.

Sentei-me ali para descansá-la. Esperei que o fresco

da neblina a reforçasse. Nesse tempo divertia-me em

atirar pedras no despenhadeiro e contar os saltos

que davam.

O DESCONHECIDO: É um divertimento agradável.

MACÁRIO: Nem mais nem menos que cuspir num

poço, matar moscas, ou olhar para a fumaça de um

cachimbo. A minha mala (chega à janela). Ó mulher

da casa! Olá! Ô de casa!

3. A que gêneros literários pertencem os textos lidos?

4. Comente as principais características românticas que compõem tais obras.

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O excerto abaixo servirá de referência para as questões de 5 a 7.

Lembrança de morrer

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,

Que o espírito enlaça à dor vivente,

Não derramem por mim nenhuma lágrima

Em pálpebra demente.

[...]

Eu deixo a vida como deixa o tédio

Do deserto o poento caminheiro

— Como as horas de um longo pesadelo

Que se desfaz ao dobre de um sineiro.

5. Sobre o gênero literário do poema é correto afirmar:

a) É dramático, pois exalta o sofrimento do eu lírico. b) É narrativo, pois há um personagem e um, ainda que breve, enredo. c) É lírico, pois há um eu poético expondo sentimentos. d) É épico, por abordar a dor de um povo. e) É uma crônica jornalística, marcada pela leveza e pela ironia.

6. Ligada à ideia de morte, aparece sua antítese, a vida. Qual é a visão que o poeta tem da vida?

7. Tal visão permite-nos associá-lo a que geração romântica?

8. Que temática destaca-se na estrofe abaixo?

“Não! Não eram dois povos, que abalavam Naquele instante o solo ensanguentado... Era o porvir — em frente do passado, A Liberdade — em frente à Escravidão, Era a luta das águias — e do abutre, A revolta do pulso — contra os ferros, O pugilato da razão — com os erros, O duelo da treva — e do clarão! ... (Castro Alves)

9. Ainda sobre a estrofe anterior, pergunta-se:

a) Que figura de linguagem está sendo nela explorada?

b) A que geração romântica ela pertence?

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10. (UFBA) Associe o texto à característica em evidência, numerando os parênteses.

I. “Eu porém nunca vencido,/Nem nos combates por armas,/Nem por nobreza nos atos;/Aqui

venho, e o filho trago./Vós o dizeis prisioneiro,/Seja assim como dizeis;”

II. “Vinte anos! derramei-os gota a gota/Num abismo de dor e esquecimento.../De fogosas visões nutri meu peito.../Vinte anos!... não vivi um só momento!”

III. “Lerás porém algum dia/Meus versos, d’alma arrancados,/D’amargo pranto banhados,/Com sangue escritos; — e então/Confio que te comovas,/Que a minha dor te apiade,/Que chores, não de saudade,/Nem de amor, — de compaixão.”

IV. “Quero morrer cercado dos perfumes/Dum clima tropical,/E sentir, expirando as harmonias/Do meu berço natal!”

V. “perdão, Senhor, meu Deus! Busco-te embalde/Na Natureza inteira! O dia, a noite,/O tempo, as estações, mudos sucedem-se,/Mas eu sinto-te o sopro dentro d’alma!”

VI. “Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!/Desce mais, inda mais... não pode o olhar humano/Como o teu mergulhar no brigue voador./Mas que vejo eu ali... que quadro de amarguras!/Que cena funeral... Que tétricas figuras!.../Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! que horror!”

( ) Intenção reformista ( ) Idealização do homem ( ) Sentimento de desilusão ( ) Panteísmo ( ) Nacionalismo ( ) Sentimentalismo exagerado A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é:

a) VI, I, II, V, IV e III. b) V, IV, VI, II, I e III. c) IV, II, III, V, VI e I. d) III, I, IV, VI, II e V. e) II, IV, V, I, III e VI.

TEXTO IV

A VALSA

Tu, ontem,

Na dança

Que cansa,

Voavas

Co’as faces

Em rosas

Formosas

De vivo,

Lascivo

Carmim;

Na valsa,

Corrias,

Fugias,

Ardente,

Contente,

Tranquila,

Serena,

Sem pena

De mim!

Casimiro de Abreu, in Clássicos da Poesia

Brasileira. São Paulo: Klick, 1997.

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TEXTO V

Ela via a sua cabeça bem-feita, descaída naquela melancolia das felicidades passadas, com uma risca

muito fina, e os cabelos brancos – que lhe dera a separação. Sentia também uma vaga saudade encher-lhe o

peito: ergueu-se, foi abrir a outra janela, como para dissipar na luz viva e forte aquela perturbação.

Perguntou-lhe então pelas viagens, por Paris, por Constantinopla.

Fora sempre o seu desejo viajar – dizia – ir ao Oriente. Quereria andar pelas caravanas, balouçada no

dorso dos camelos; e não teria medo, nem do deserto, nem das feras...

— Estás muito valente! — disse Basílio. — Tu eras uma maricas, tinhas medo de tudo... Até da adega,

na casa do papá, em Almada!

Ela corou. Lembrava-se bem da adega, com a sua frialdade subterrânea que dava arrepios! A candeia

de azeite pendurada na parede alumiava com uma luz avermelhada e fumosa as grossas traves cheias de

teias de aranha, e a fileira tenebrosa das pipas bojudas. Havia ali às vezes, pelos cantos, beijos furtados... Eça de Queirós, O Primo Basílio. São Paulo: Ateliê, 1998.

11. Os textos IV e V são representativos, respectivamente, do Romantismo e do Realismo. Aponte três

diferenças estabelecidas entre os textos.

12. Casimiro de Abreu é um poeta romântico e Cacaso é um poeta contemporâneo. "E Com Vocês a Modernidade", de Cacaso, remete-nos ao poema "Meus Oito Anos", de Casimiro de Abreu. Leia, com atenção, os dois textos a seguir transcritos e, aproximando seus elementos comuns e distinguindo os elementos divergentes, explique como o poema contemporâneo dialoga com a tradição romântica.

"Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida, Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras à sombra das bananeiras Debaixo dos laranjais!" (Casimiro de Abreu, "Meus oito Anos")

"Meu verso é profundamente romântico. Choram cavaquinhos luares se derramam e vai por aí a longa sombra de rumores e ciganos. Ai que saudade que tenho de meus negros verdes anos!"

(Cacaso, "E Com Vocês a Modernidade", poema de Beijo na Boca, 1975)

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13. Tomadas em conjunto, as obras de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves

demonstram que, no Brasil, a poesia romântica: a) pouco deveu às literaturas estrangeiras, consolidando de forma homogênea a inclinação

sentimental e o anseio nacionalista dos escritores da época. b) repercutiu, com efeitos locais, diferentes valores e tonalidades da literatura europeia: a

dignidade do homem natural, a exacerbação das paixões e a crença em lutas libertárias. c) constituiu um painel de estilos diversificados, cada um dos poetas criando livremente sua

linguagem, mas preocupados todos com a afirmação dos ideais abolicionistas e republicanos. d) refletiu as tendências ao intimismo e à morbidez de alguns poetas europeus, evitando ocupar-

se com temas sociais e históricos, tidos como prosaicos. e) cultuou, sobretudo, o satanismo, inspirado no poeta inglês Byron, e a memória nostálgica das

civilizações da Antiguidade clássica, representadas por suas ruínas.

14. Leia o texto a seguir, de Álvares de Azevedo, para responder ao que se pede:

SONETO Perdoa-me, visão dos meus amores, Se a ti ergui meus olhos suspirando!... Se eu pensava num beijo desmaiando Gozar contigo a estação das flores! De minhas faces os mortais palores, Minha febre noturna delirando, Meus ais, meus tristes ais vão revelando Que peno e morro de amorosas dores... Morro, morro por ti! na minha aurora A dor do coração, a dor mais forte, A dor de um desengano me devora... Sem que última esperança me conforte, Eu — que outrora vivia! — eu sinto agora Morte no coração, nos olhos morte!

a) Explique o sentimento de “mal do século” presente no poema.

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b) Qual a visão de mulher presente no poema?

c) Quais características do Ultrarromantismo são evidentes no poema? Comprove sua resposta com versos.

Sobre o romance romântico, comente: 15. Qual o contexto brasileiro em que se desenvolve?

16. Quais as três formas de produção encontradas? Quais os espaços narrativos representados?

17. Quais as características românticas que permeiam todas as produções?

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18. O crítico Alfredo Bosi, em sua 'História Concisa da Literatura Brasileira', tece algumas

considerações sobre o romance 'Senhora', de José de Alencar:

“Se admitimos que a [mola do enredo] é o fato de o jovem Seixas casar-se pelo dote, em virtude da educação que recebera, damos a Alencar o crédito de narrador realista, capaz de pôr no centro do romance não mais heróis (...) mas um ser venal, inferior. O que seria falso, pois o fato não passa de um recurso.”

Agora leia um fragmento do romance de Alencar:

“A um canto do aposento notava-se um sortimento de guarda-chuvas e bengalas, algumas de muito preço. Parte destas naturalmente provinha de mimos, como outras curiosidades artísticas, em bronze e jaspe, atiradas para baixo da mesa, e cujo valor excedia de certo ao custo de toda a mobília da casa.

Um observador reconheceria nesse disparate a prova material de completa divergência entre a vida exterior e a vida doméstica da pessoa que ocupava esta parte da casa.

Se o edifício e os móveis estacionários e de uso pessoal denotavam escassez de meios, senão

extrema pobreza, a roupa e os objetos de representação anunciavam um trato de sociedade, como só tinham cavalheiros dos mais ricos e francos da corte.”

a) Cite uma passagem de Senhora que permita considerar Seixas como um "herói" e não como

um "ser inferior".

b) "O fato não passa de um recurso". Considerando essa afirmação de A. Bosi, explicite as características do romance SENHORA que permitem considerá-lo uma obra romântica.

19. Identifique o gênero literário a que pertence o romance “Senhora”, de José de Alencar. Justifique sua resposta.

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Dissertação-argumentativa: o que é e como fazer

Cidadania virtual

Assistimos hoje ao fenômeno da expansão das redes sociais no mundo virtual, um crescimento

que ganha atenção por sua alta velocidade de propagação, trazendo como consequência, diferentes impactos para o nosso cotidiano. Assim, faz-se necessário um cuidado, uma cautelosa discussão a fim de

encarar essa nova realidade com uma postura crítica e cidadã para então desfrutarmos dos benefícios que a globalização dos meios de comunicação pode nos oferecer.

A internet nos abre uma ampla porta de acesso aos mais variados fatos, verbetes, imagens,

sons, gráficos etc. Um universo de informações de forma veloz e prática permitindo que cada vez mais pessoas, de diferentes partes do mundo, diversas idades e das mais variadas classes sociais, possam se

conectar e fazer parte da grande rede virtual que integra nossa sociedade globalizada. Dentro desse contexto as redes sociais simbolizam de forma eficiente e sintética como é o conviver no século XXI, como

se estabelecem as relações sociais dentro da nossa sociedade pós-industrial , fortemente integrada ao

mundo virtual. Toda a comodidade que a rede virtual nos oferece é, no entanto, acompanhada pelo desafio de

ponderar aquilo que se publica na internet, ficando evidente a instabilidade que existe na tênue linha entre o público e o privado. Afinal, a internet se constitui também como um ambiente social que à primeira vista

pode trazer a falsa ideia de assegurar o anonimato. A fragilidade dessa suposição se dá na medida em que causas originadas no meio virtual podem sim trazer consequências para o mundo real. Crimes virtuais,

processos jurídicos, disseminação de ideias, organização de manifestações são apenas alguns exemplos da

integração que se faz entre o real e o virtual. Para um bom uso da internet sem cair nas armadilhas que esse meio pode eventualmente nos

apresentar, é necessária a construção da criticidade, o bom senso entre os usuários da rede, uma verdadeira educação capaz de estabelecer um equilíbrio entre os dois mundos, o real e o virtual. É papel de educar

tanto das famílias, dos professores como da sociedade como um todo, só assim estaremos exercendo de

forma plena nossa cidadania. Texto extraído do documento A Redação no ENEM 2012 – Guia do Participante disponível em http://www.inep.gov.br/.

O que é um texto dissertativo-argumentativo?

O texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo que se organiza na defesa de um ponto de

vista sobre determinado assunto.

Nele, a opinião é fundamentada com explicações e argumentos, para formar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencê-lo de que a ideia defendida está correta. É preciso, portanto, expor e explicar

ideias. Daí a sua dupla natureza: é argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque se utiliza de explicações para justificá-la. Um texto dissertativo difere de um texto dissertativo-

argumentativo por não haver a necessidade de demonstrar a verdade de uma ideia, ou tese, mas apenas de

expô-la. Seu objetivo é, em última análise, convencer ou tentar convencer o leitor mediante a apresentação de

razões, em face da evidência de provas e à luz de um raciocínio coerente e consistente. E é exatamente esse tipo textual que a proposta de redação do ENEM cobra.

Um texto dissertativo-argumentativo deve combinar dois princípios de estruturação:

I – apresentar uma tese, desenvolver justificativas para comprovar essa tese e uma conclusão que dê um fecho à discussão elaborada no texto, compondo o processo argumentativo.

TESE – É a ideia que você vai defender no seu texto. Ela deve estar relacionada ao tema e deve estar apoiada em argumentos ao longo da redação.

ARGUMENTO – É a justificativa utilizada por você para convencer o leitor a concordar com a tese

defendida. Cada argumento deve responder à pergunta “por quê?” em relação à tese defendida. II – utilizar estratégias argumentativas para expor o problema discutido no texto e detalhar os argumentos

utilizados.

PROD. DE TEXTO

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ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS – São recursos utilizados para desenvolver os argumentos, de modo a

convencer o leitor:

• exemplos; • dados estatísticos;

• pesquisas;

• fatos comprováveis; • citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto;

• alusões históricas; e • comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares distintos.

Por exemplo, para desenvolver um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado” (ENEM 2011), você poderia desenvolver:

Tese: O excesso de exposição da vida privada nas redes sociais pode ter consequências graves, como

situações de violência cibernética.

Argumentos:

1. explicação sobre o que é violência cibernética; 2. dados de pesquisas que comprovam a tese;

3. exemplos de situações de violência, como o cyber bullying; 4. depoimento de especialista no assunto; e

5. contra-argumento: aspectos positivos das redes sociais.

Proposta de intervenção: Alertar os jovens, por meio de campanhas, tanto na escola, por professores, como

em casa, com os familiares, sobre os perigos da superexposição nas redes sociais.

Como desenvolver uma tese?

1. Você pode iniciar o desenvolvimento da tese transformando o tema em uma pergunta. Ainda usando o

tema do ENEM 2011, ficaria da seguinte forma: “Viver em rede no século XXI: quais são os limites entre o público e o privado?” ou “Como viver em rede no século XXI? Quais são os limites entre o público e o

privado?”. 2. A seguir, responda esta pergunta da maneira mais simples e clara possível, concordando ou discordando

ou, ainda, concordando em parte e discordando em parte; esta resposta será seu ponto de vista.

3. Pergunte a si mesmo o porquê da sua resposta buscando uma justificativa para ela em uma causa, um motivo, uma razão etc: essa justificativa será seu principal argumento.

4. Em seguida, reflita sobre os motivos que o levaram ao argumento principal, pois eles o ajudarão a fundamentar a sua posição: eles são seus argumentos auxiliares. Através das estratégias argumentativas

mencionadas anteriormente, você desenvolverá seus argumentos. (http://ateliedotexto.net/?p=977)

TEMA PARA ESTUDO 1: LIXO

Lixo: questão de cidadania e responsabilidade social A excessiva produção de lixo continua sendo um grave

problema vivido por nossa sociedade e sua tradição consumista. São toneladas de restos de plásticos, papéis,

vidros, detritos orgânicos e uma infinidade de materiais

que saem de nossas casas, lojas e fábricas todos os dias. O cidadão que fabrica esse lixo diário e que, muitas

vezes, não o separa nem o encaminha para postos de coleta, sabe onde será despejado? Conhece a realidade

dos catadores de lixo, pessoas que vivem do desperdício

dos outros? Alguns documentários, como Estamira (2004) e Lixo Extraordinário, que concorreu ao Oscar em 2011,

revelam, além da miséria em que vivem essas comunidades,

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sua força e dignidade dos sobreviventes. A questão que se coloca, com urgência, é buscar alternativas

para lidar com o lixo e com todo o sistema que se construiu a partir dele. Na sua opinião, qual é a responsabilidade do cidadão diante desse cenário social? Elabore uma dissertação argumentativa

considerando as ideias a seguir.

A destinação do lixo coletado nas grandes cidades tem-se tornado um problema no que diz respeito ao

impacto ambiental.

Cidadania sf.1.Condição de cidadão, com seus direitos e obrigações.

3. Conjunto dos direitos civis, políticos e sociais dos cidadãos, ou dos mecanismos para o estabelecimento e

garantia desses direitos. (...)

4. P.ext. Exercício consciente da condição de cidadão; atuação na sociedade, em defesa da ampliação e fortalecimento da cidadania.

[Dicionário Aulete]

Um a cada quatro sacos de lixo vai para local impróprio

Problema ambiental com resíduos ainda é crônico no Estado mais rico do país. Dados são de associação de empresas coletoras de lixo; agência estatal paulista vê avanço na destinação dos detritos.

Enquanto as discussões mais avançadas sobre a destinação do lixo se concentram na reciclagem, São Paulo, o Estado mais rico do país, ainda é obrigado a lidar com um problema bem mais arcaico: os lixões a

céu aberto. De cada quatro sacos de lixo residencial coletados pelos serviços oficiais, um vai parar em local

inadequado, segundo dados da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos

Especiais). Além dos lixões, vários aterros precários espalhados pelo Estado contaminam o ambiente e são fonte

de risco à saúde da população. São 11.800 toneladas de resíduos ao dia que não recebem o tratamento devido, diz o estudo da

associação. O valor representa 24,9% das 49.323 toneladas coletadas todos os dias nas residências. "Existem problemas graves inclusive na Grande São Paulo", afirma Carlos Silva, diretor-executivo da

instituição, que reúne várias empresas do setor de limpeza.

[Folha de S. Paulo]

"Lixo Extraordinário"

Longa indicado ao Oscar usa artifícios do artista e revela mecanismos de valor por trás da arte contemporânea.

Está registrado em "Lixo Extraordinário". No momento do documentário em que ele se encontra pela

primeira vez com Sebastião Carlos dos Santos, o Tião, Vik Muniz não faz rodeios sobre quem é. "Eu sou o artista brasileiro que mais vende, talvez a pessoa mais em voga no exterior", diz o artista

plástico. Tião, líder agora célebre da associação de catadores do Jardim Gramacho, no Rio, responde:

"Parabéns, cara". E a conversa segue para estabelecer detalhes dos planos de Muniz para os trabalhadores desse que é

o maior aterro sanitário do mundo, a saga que está contada no filme indicado ao Oscar de melhor documentário do ano. [...]

Ele deixa seu estúdio em Nova York e embarca numa missão impossível de "ajudar aquelas pessoas",

"viciados em drogas que vivem no fim da linha, para onde tudo que não é bom acaba indo". [...] Mostra como uma grife que é Vik Muniz consegue atenção mundial para uma catástrofe urbanística ao

mesmo tempo em que se valoriza em leilões e vira a coqueluche de colecionadores. Estabelece uma rota conhecida do seu protagonista como caminho possível, o sonho americano, a

receita para transformar lixo em luxo. [Folha de S. Paulo]

(Disponível em: http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/lixo-questao-de-cidadania-e-responsabilidade-social.jhtm)

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