centrais de informações de crédito e sistema central de risco de crédito 1. introdução 2....
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Centrais de Informações de Crédito e Sistema Central de Risco de Crédito
1. Introdução
2. Tipos de Informação
3. Papel das Centrais de Informações de Crédito (CICs)
4. Resultado por tipo de informação
5. Principais CICs no Brasil
6. Desempenho das CICs na América Latina
7. Desempenho das CICs na Europa
8. Sistema Central de Risco de Crédito do BACEN
1. Introdução
Instituições Financeiras precisam levantar informações dos devedores para poder avaliar a sua capacidade e vontade de pagar (risco de crédito).
O risco de crédito determina a probabilidade de recebimento e estabelece o preço (taxa de juros) a ser cobrado.
1. Introdução
Principais formas de se obter essa informação:
•.através de um relacionamento construído ao longo do tempo;
•.levantando e analisando dados e informações sobre o tomador de crédito;
•.obter junto com empresas ou instituições que realizaram operações com o tomador.
1. Introdução
Centrais de Informação de Crédito (CICs)O que são?
Podem ser privadas (por exemplo SERASA) ou públicas (Central de Risco do Banco Central do Brasil
Funções:•eliminar a assimetria de informação existente entre o credor e o tomador de recursos;•reduz os problemas ligados a seleção adversa;•diminuir os efeitos do risco moral; •diminuição do custo e melhora na qualidade da informação dos devedores.
2. Tipos de Informação
A. NEGATIVAS - relativas as inadimplências ocorridas.
Exemplos:•Razão do número de operações em atraso ou não liquidadas e as realizadas nos últimos 24 meses;•Quantas vezes ficou inadimplente e o número de empréstimos realizados no últimos 5 anos.
B. POSITIVAS - avaliar perfil de ser um bom pagador. Exemplos:Operações de empréstimo realizados nos últimos 24 meses: valor, duração e idade;•Razão do número de operações liquidadas pontualmente e realizadas
nos últimos 24 meses.
3. Papel das Centrais de Informações de Crédito (CICs)
Instrumento disciplinador, pois,o devedor que deixar de pagar ficará com a reputação de mau pagador o que inviabiliza seu acesso junto a outros emprestadores;
Permitem uma previsão mais acurada das possibilidades de pagamento do empréstimo com base nas características dos tomadores de empréstimos, diminuindo os efeito da seleção adversa;
3. Papel das Centrais de Informações de Crédito (CICs)
Reduz a renda informacional que os bancos extraem dos seus clientes. Sendo conhecido por todos os outros bancos as características do tomador, no caso dele ser um bom pagador, teríamos mais equilíbrio competitivo na oferta de empréstimos;
Quando os tomadores tomam recursos simultaneamente em várias instituições ficando excessivamente endividados. As Centrais de Risco de Crédito (CRC) permitem ver esse excesso de exposição, eliminando esse tipo de viés.
4. Resultado por tipo de informação
Em Barron e Staten (2000) é apresentado um teste empírico usando um banco de dados australiano e um americano, com informações positivas e negativas
Tabela 1 Comparativo da disponibilidade de crédito para vários graus de inadimplência usando modelos de informação negativa e positiva/negativa.
Percentagem de Tomadoresque Obtém Empréstimo -Amostra de Teste - %
Percentagem de Tomadores que ObtémEmpréstimo – Amostra de Controle - %
Taxa deInadimpl
ência(%)
Positivo/Negativo
Negativo DiminuiçãoPercentualdosTomadoresModelo deInformaçãoNegativa
Positivo/Negativo
Negativo
Diminuição Percentualdos Tomadores Modelode Informação Negativa
3 74,8 39,8 46,8 74,3 39,0 47,54 83,2 73,7 11,4 82,9 73,7 11,15 88,9 84,6 4,8 88,9 84,2 5,36 93,1 90,8 2,5 92,8 90,6 2,47 95,5 95,0 0,5 95,6 94,6 1,0
Média 100,0 100,0 0,0 100,0 100,0 0,0
4. Resultado por tipo de informação
Tabela 1 resulta que para taxas de inadimplência até 6%
os modelos de informações positivas/negativas resultam
numa oferta de crédito maiores que nos modelos
puramente de informação negativa.
4. Resultado por tipo de informação
Erro Tipo I = Bons Pagadores tiveram seus pedidos de recursos negados. Na amostra de controle, para o nível de aprovação de 40%, teríamos 47,5% a
mais de Erro Tipo I adotando apenas o cadastro negativo. Tabela 2A - Erro Tipo I várias taxas de aprovação. Fonte: Barron e Staten (2000).
ErroTipo I
Percentagem Bons Pagadores queNÃO Obtém Empréstimo Amostrade Teste - %
Percentagem BonsPagadores que NÃO ObtémEmpréstimo Amostra deControle - %
Taxa deAprovação %
Positivo/Negativo
Negativo AumentoPercentual deErro Tipo IcomInformaçãoNegativa
Positivo/Negativo
Negativo
AumentoPercentual deErro Tipo IcomInformaçãoNegativa
40 56,1 57,0 1,6 74,3 39,0 47,560 34,8 35,8 2,9 82,9 73,7 11,175 19,5 20,5 5,1 88,9 84,2 5,3
100 0,0 0,0 0,0 92,8 90,6 2,4
4. Resultado por tipo de informação Erro Tipo II = concessão de crédito a maus pagadores. Para o nível de
aprovação de 40%, há um aumento de 155,1% de Erro Tipo II na amostra de controle, ao se usar o cadastro negativo.
Tabela 2B - ERRO Tipo II para várias taxas de aprovação. Fonte: Barron e Staten (2000).
ErroTipo II
Percentagem Maus Pagadoresque Obtém EmpréstimoAmostra de Teste - %
Percentagem MausPagadores que ObtémEmpréstimo Amostra deControle - %
Taxa deAprovação %
Positivo/Negativo
Negativo AumentoPercentualde Erro TipoII comInformaçãoNegativa
Positivo/Negativo
Negativo
AumentoPercentual deErro Tipo II comInformaçãoNegativa
40 4,7 12,6 168,1 4,9 12,5 155,160 12,3 21,7 76,4 12,5 21,6 72,875 24,6 32,9 33,7 24,8 32,9 32,7
100 100,0 100,0 0,0 100,0 100,0 0,0
4. Resultado por tipo de informação
CONCLUSÃO
A utilização de cadastros com dados positivos/negativos é muito
superior ao cadastro com apenas dados negativos.
5. Principais CICs no Brasil
• Cadastro de Cheques sem Fundos – administrado pelo Banco Central do Brasil;
• Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) – administrado pelas associações comerciais em nível municipal, é uma lista de pessoas físicas inadimplentes junto aos seus associados, embora possuam também uma lista separada de empresas inadimplentes;
5. Principais CICs no Brasil
•SERASA – criada em 1968 por três dos maiores bancos nacionais, atualmente, todos os bancos médios e grandes são seus acionistas, sendo a maior CIC brasileira com fins lucrativos. Além de informações negativas, recentemente adotou também um cadastro de informações positivas.
•Central de Risco de Crédito (CRC) – implementado em 1997 e gerenciado pelo Banco Central do Brasil, trabalha com informações positivas/negativas.
As CICs brasileiras se baseiam mais em informações negativas.
6. Performance das CICs na América LatinaFigura 1. Índice de Desempenho de Central de Informações de Crédito. Fonte: Pesquisa do Banco Mundial e Galyndo e Miller(2001).
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Outros Desenvolvidos
Estados Unidos
America Latina
Brasil
Costa Rica
Chile
Argentina
Peru
Venezuela
República Dominicana
Colômbia
Guatemala
Uruguai
Mexico
Bolivia
Panam
Equador
6. Performance das CICs na América Latina
Composição do Índice de Desempenho de CICMaiores detalhes nos parâmetros utilizados na construção desse indicador pode ser obtidos no
Apêndice de Galindo e Miller (2001).
1 Negativo/Positivo: somente informação negativa, o valor é zero. Se informação é negativa e positivos, o valor é 1;2. Quantidade: mensura o total de informação coletado: quanto mais itens da pesquisa forem coletados, mais próximo de 1(= USA); 3. Empréstimos: detalha cinco tipos de empréstimo e financiamento: 1) empréstimos sem garantia incluindo cartões de crédito; 2) conta garantida; 3) financiamento de veículos; 4) imobiliário; e 5) crédito com garantias; 4. Acessos: mede os vários tipos (12 tipos) de instituições que acessam; quanto mais completo mais próximo de 1;5. Tipo de Relatório: indicador binário (ou zero ou um), se cada operação de empréstimo é descrito individualmente (indicador igual a 1) ou se são agregados todos os empréstimos de um único indivíduo.Média dos 5 indicadores resulta no Índice de Desempenho das CICs.
6. Performance das CICs na América Latina
O bom desempenho da América Latina no Índice CIC
1) a existência de leis mais brandas que restrinjam ou reduzam a difusão de informações dentro do setor financeiro;
2) histórico de informações sobre devedores nas associações comerciais;
3) mudanças nos sistemas financeiros que encorajam o compartilhamento de informações sobre os devedores.
7. Desempenho das CICs na Europa
Existência de restrições operacionais: •Forte regulamentação;•Proteção da privacidade do consumidor.
Exemplos:•limitações ao acesso de interessados;•proibição ao uso de informações positivas;•eliminação dos cadastros após um curto período;•proibição quanto a determinados tipos de informações;•direito ao acesso;•verificação e correção dos cadastros individuais.
Na França a proteção é tão rigorosa que na tabela 3, a seguir, não se reporta a existência de nenhuma CIC operando.
7. Desempenho das CICs na Europa
País Data de Início Tipo deInformação
Cobertura %da População(Ano)
Áustria Não disponível Neg/Pos Não disponívelBélgica 1987 Neg 7,9 (1998)Dinamarca 1971 Neg 4,7 (1996)Finlândia 1961 Neg 4,3 (1990)França NenhumAlemanha 1927 Neg/Pos 59,1 (1996)Grécia NenhumItália 1990 Neg/Pos 16,6 (1997)Holanda 1965 Neg/Pos 32,7 (1996)Noruega 1987 Neg Não disponívelPortugal 1996 Neg/Pos Não disponívelEspanha 1994 Neg Não disponívelSuécia década1890 Neg/Pos 68,6 (1996)Suíça 1945 Neg/Pos 7,6 (1997)Turquia NenhumReino Unido década1960 Neg/Pos Não disponível
7. Desempenho das CICs na Europa - Centrais de Risco de Crédito Na coluna “Valor Mínimo” as unidades são moeda dólar convertidos ao câmbio da 1/Set/1998. letras: D = inadimplência; A = atrasos; L = total de empréstimos/financiamentos; G = garantias. Observação: (*) pessoas físicas; (**) empresas; (1) crédito em liquidação ou inadimplentes; (2) residentes; (3) não residentes
País Data deInício
Cobertura ValorMínimo(US$)
DadosReportados
DadosRepassado
sÁustria 1986 58.111
(1999)430.700 L, G L, G
Bélgica 1985 360.000 (*)(1997)
400.000(**)(1990)
223 (*)27.950 (**)
D, A, L (*)D, A (**)
D, A, L (*) D, A (**)
Finlândia 1961 213.000(1991)
0 D, A D, A
França 1989(*)1984(**)
370.000(1990)
118.293(1990)
D, A (*) L, G (**)
D, A (*) L, G (**)
Alemanha 1934 1.200.000 1.699.800 L, G L, GItália 1964 6.536.914
(1998)86.010 (1) D, A, L, G D, A, L, G
Portugal 1977 2.400.000 5 D, A, G D, A, GEspanha 1983 4.600.000
(1991)6.720 (2)
336.000 (3)D, A, L, G D, A, L, G
8. Sistema Central de Risco de Crédito do BACEN
Em 1997, O Banco Central do Brasil iniciou os primeiros trabalhos na implementação de uma Central de Risco de Crédito para o País.
O conceito de Central de Risco de Crédito, aqui abreviado como CRC, é mais amplo que o de CIC pois, a quantidade de informações abrangidas, bem como o seu escopo de atuação, superam a de uma CIC padrão.
8. Sistema Central de Risco de Crédito do BACEN
Principais finalidades (além das comuns às CICs em geral)
•aumento da capacidade de monitoramento dos riscos de crédito dentro
das carteiras das instituições financeiras,•a antecipação e prevenção de crises no Sistema Financeiro Nacional;•instrumento de detecção problemas nas carteiras de crédito das instituições financeiras pela Supervisão; •subsídios para a análise e pesquisa sobre o mercado de crédito pelo Banco Central; •informações de melhor qualidade e precisão para os participantes do Sistema Financeiro Nacional, auxiliando na tomada da decisão para a concessão e gerenciamento do crédito, o que possibilitará a diminuição da inadimplência e do spread bancário.
8. Sistema Central de Risco de Crédito do BACEN•Principais diferenças informacionais em relação às CICs tradicionais, que se amparam fortemente no uso do cadastro negativo, consistem na maior utilização de informações positivas;•um sistema classificatório do risco de crédito do tomador de crédito para todos os devedores mas que só é acessível à supervisão do Banco Central. As agências de rating só classificam algumas das grandes empresas;
•além de empréstimos e financiamentos a partir do valor mínimo de R$ 5 mil, engloba também fianças, avais, coobrigações e o perfil do endividamento;•irá consolidar as posições de risco de crédito, tanto entre várias instituições financeiras, como entre empresas de um mesmo grupo empresarial, para valores superiores a R$ 5 milhões.
8. Sistema Central de Risco de Crédito do BACEN
Principais Documentos Exigidos
Cadoc 3020 – dados individualizados de risco de crédito – responsabilidade total seja igual ou superior a R$ 5 mil por cliente, bem como para as operações consideradas relevantes de valor igual ou superior a R$ 5 milhões. Os principais dados são:
A - Dados Individualizados das operações de cada cliente
B - Informações Individualizadas
C - Informações Detalhadas
8. Sistema Central de Risco de Crédito do BACEN
Cadoc 3026 – dados individualizados complementares ao risco de crédito – agrega as informações sobre o conglomerado econômico a que pertence os clientes da instituição financeira e, mediante, solicitação do Banco Central, dados de balanço e de classificação de risco atribuída pelas agências de rating;
8. Sistema Central de Risco de Crédito do BACEN
Cadoc 3030 – dados agregados de risco de crédito – esse documento contém os dados sobre as operações de crédito de forma agregada, tais como: quantidade de clientes, total de operações, distribuição dos vencimentos e o valor das provisões constituídas.
8. Sistema Central de Risco de Crédito do BACEN De autoria do DIFIS contou com a participação de outros departamentos:
Grupo Coordenador
Responsabilidade
Tecnologia Deinf Desenvolve a parte tecnológica e de suporte dossistemas de informação
Contábil Denor Padronização dos conceitos contábeis utilizados.Jurídico Dejur Analisar preventivamente e oferecendo suporte
jurídicoRacionalização
Defin Otimiza o recebimento das informações de crédito,atendo-se ao escopo e periodicidade do recebimentodas informações, identificar sobreposições, avaliandoa origem e o conteúdo das mesmas.
Risco deCrédito
Desin Analisar o conteúdo e o valor agregado dasinformações incluídas na base de dados, definir asinformações que constarão no sistema e, ainda,coordenar as atividades dos demais grupos detrabalho.