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BUFUNFA

Capítulo 01

Novela deGUSTAVO FELIPE

Supervisão de textoBRENO RIBEIRO

Personagens deste capítulo

ALBERTOALICEAMANDAARMANDOCINTIAELISAGILDA

GUILHERMINAHELENALAURA

LUCIANOLUIZA

MARCELAMURILO

OLGAPASCHOALROBERTOSOFIASONIASUELI

Participações especiaisFATIMA, MULHER

CENA 1. RIO DE JANEIRO. PLANOS GERAIS. EXT/NOITE.Musica. Planos gerais da cidade do Rio de Janeiro.

CORTA PARA:

CENA 2. TEATRO MUNICIPAL. LOCALIZAÇÃO. INT/NOITE.Planos gerais da entrada do Teatro Municipal.Sonoplastia: Inserir som de aplausos vindos do teatro.

CORTA PARA:

CENA 3. TEATRO MUNICIPAL. INT/NOITE.Musica para. Laura e Murilo se beijam no palco. O publico já aplaudindo. Cortes descontínuos na felicidade de Olga, e na insatisfação de Marcela, ambas sentadas na primeira fileira da platéia. (T). A cortina se fecha.

CORTA PARA:

CENA 4. TEATRO MUNICIPAL. INT/NOITE.Laura sentada em frente ao espelho, já retirando sua maquilagem. Olga entra deslumbrada.

Laura — E ai? Como me sai?

Olga — Ah, Laura! Você quebrou todas as minhas expectativas, foi alem do que eu tinha imaginado, você arrasou.

Laura — E qual foi a reação do publico?

Olga — A melhor possível. Eles reconhecem, sabem que você tem talento.

Laura — Fico aliviada de ouvir isso! Eu estava tão insegura, com medo de alguma coisa dar errado.

BUFUNFA CAPITULO 001 3

Olga — Mas isso é a coisa mais normal do mundo. Quando a gente vai pro palco pela primeira vez as nossas pernas estremecem, parece que vai dar tudo errado, mas quando a peça começa, as palavras começam a fluir, e a gente aos poucos vai perdendo essa insegurança!

Laura — Você gostava muito de atuar, né?

Olga — Gostava sim. Mas daí veio a Marcela, depois você, e ai eu acabei tendo que me afastar dos palcos.

Laura — Eu já estou pronta. Vamos?

Olga — Vamos sim! Os convidados já devem ter chegado/

Laura — (corta) Convidados?

Olga — Eu preparei um jantar lá em casa. Pra comemorar o sucesso da peça.

Laura — A gente tinha combinado que/

Olga — (corta) Eu sei. Você pediu pra que eu não fizesse nenhum tipo de comemoração, mas eu não resisti.

Laura — (se vira p/ Olga) Pois eu não vou.

Olga — Claro que vai. Ta todo mundo te esperando. Já está tudo preparado, só falta você!


Laura — Eu decido pra onde eu vou. Além disso você não ta em condições de ditar nada. Agora com licença.

Laura sai. Olga vai atrás.

CORTA PARA:

CENA 5. TEATRO MUNICIPAL. ENTRADA. INT/NOITE.Helena saindo do teatro junto á Murilo e Alberto.

Helena — Teatrinho chinfrim! Você merece muito mais que isso. É uma perda de tempo tentar carreira num lugarzinho como esse.

Murilo — Não exagera. O teatro não é lá grandes coisas, mas também não é assim como você ta falando!

Helena — Claro que não é! É bem pior que isso.

Alberto — (p/Helena) O importante é que o nosso filho está feliz. Não estraga esse momento. Ele é único.

Helena — Sempre eu sou a culpada de tudo! Mesmo estando certa, vocês dois arranjam um jeito de me condenar. Fico impressionada com isso.

Alberto — Chega, Helena. Você ta fazendo a gente pagar vexame!

Helena — Vexame vocês vão passar quando eu perder a paciência de vez e resolver armar um escândalo!


Murilo — Você já é um escândalo! E se o que queria era estragar a minha noite, você conseguiu!

Murilo sai andando.

Helena — (gritando) Onde você vai, Murilo? Volta aqui. Murilo!

CAM detalha varias pessoas olhando para Helena.

Alberto — Ta todo mundo olhando!

Helena — (gritando) Que se dane todo mundo!

Helena sai andando e entra no carro.

Helena — Pra minha casa! Agora!

O motorista sai em alta velocidade. CORTA PARA Alberto parado em frente ao teatro.

CORTA PARA:

CENA 6. TEATRO MUNICIPAL. CORREDOR. INT/NOITE.Olga alcança Laura, que se vira.

Laura — Não precisa nem tentar fazer a minha cabeça. Eu não vou mudar de idéia.

Olga — (chorando) Por favor, Laura! Não faz isso comigo. Se você não aparecer lá em casa o que eu vou dizer a todos os convidados?

Laura — Sei lá. Inventa qualquer coisa. Diz que eu to no hospital, sei lá. Você é boa nisso, tenho certeza que vai conseguir!


Olga — Eu não estou me sentindo muito bem! Deve ser o stress, o nervosismo.

Laura — Não adiantar mentir. Dessa vez não vai colar!

Olga — Eu não vou ficar aqui me matando, implorando pra você ir nessa porcaria de jantar. Mas eu não vou deixar barato, isso você pode ter certeza!

CLOSE na reação de medo estampada no rosto de Laura.Laura — Tudo bem. Eu vou. Mas não por você e

sim por todos os que estão me esperando lá em casa.

Olga — Eu sabia que você não ia me decepcionar. Agora vamos, por que já tamos atrasadas.

Laura e Olga saem.

CORTA PARA:

CENA 7. TEATRO MUNICIPAL. ESCADARIA. INT/NOITE.Olga e Laura descendo depressa as escadas. Laura vê Murilo sentado do outro lado da rua. Ele também a vê. Os dois se encaram. (t) Laura entra no táxi e o observa de dentro do carro. CORTA PARA:

CENA 8. COMUNIDADE. PLANOS GERAIS. INT/NOITE.Planos gerais da comunidade.

CORTA PARA:

CENA 9. CASA DE SUELI. QUARTO DE NUBIA. INT/NOITE.Planos de Núbia se trocando. A principio sem revelar ao publico quem é. (t) Núbia se olha no espelho, dá uma ultima borrifada de perfume, ajeita os cabelos e sai.


CORTA PARA:

CENA 10. CASA DE SUELI. SALA. INT/NOITE.Núbia já abrindo a porta. O telefone toca. Ela atende.

Núbia — (t) Sim, é ela! (t) Serio? Eu não to acreditando. (t) Amanhã? (t) Tudo bem. Estarei lá, e prometo que não vou te decepcionar.

Núbia sorri, deixa o telefone de lado e sai, batendo a porta. CORTA PARA Sueli, que sai de trás da porta, chegando á sala.

Sueli — O que essa menina ta aprontando? Qual será a bomba da vez?

CLOSE em Sueli, preocupada.

CORTA PARA:

CENA 11. RIO DE JANEIRO. PLANOS GERAIS. INT/NOITE.Planos gerais da movimentação noturna da cidade do Rio de Janeiro.

CORTA RAPIDAMENTE PARA:

CENA 12. APÊ DE OLGA. SALA. INT/NOITE.Olga e Laura abrem à porta e entram. Os convidados começam a aplaudir Laura.

Laura — (sussurrando/p Olga) Não to acreditando que você ta me fazendo pagar esse mico.

Olga — Cala a boca e sorri. A aparência é tudo. Se não ta gostando, pelo ou menos finja.

Alice chega e abraça Laura.


Alice — Tava tudo lindo. To muito orgulhosa de você!

Laura — Obrigado. (t) Vem comigo. Eu preciso me desabafar com você.

Laura e Alice saem. Olga se sente sem graça, mas sorri.

CORTA PARA:

CENA 12. APÊ DE OLGA. QUARTO DE LAURA. INT/NOITE.Laura e Alice entram.

Alice — O que quer?

Laura — Eu queria mesmo era fugir do meio daquela bando de gente que ta lá no meio daquela sala.

Alice — E por que? Ta todo mundo lá, os nossos amigos da faculdade, o pessoal do teatro, era pra você ta feliz. Muito feliz. A peça foi um sucesso.

Laura — Eu sei disso. Mas mesmo assim eu sinto que ta faltando alguma coisa. Eu vejo que eu não to feliz mesmo tando cheia de motivos pra sorrir!

Alice — Foi a sua mãe, né?

Laura — Não queria vir. Mas ela insistiu, e eu como sempre acabei me borrando de medo, não tive coragem de enfrentar a fera, e acabei vindo.

Alice — É por isso que você ta se sentindo infeliz. Por não poder fazer o que quer, por ter uma pessoa te controlando o tempo todo.


Laura — (chorando) E o que eu devo fazer?

Alice — Eu não tenho competência, nem experiência suficiente pra te responder isso. Você infelizmente terá que descobrir sozinha.

Laura abraça Alice aos prantos.

Alice — Agora enxuga essas lagrimas, e vamos voltar lá pra sala.

Laura — (enxuga as lagrimas) Eu já to bem. Agora vamos.

As duas saem.

CORTA PARA:

CENA 13. MANSÃO DE HELENA. PLANOS GERAIS. EXT/NOITE.Planos gerais da parte exterior da mansão de Helena.

CORTA PARA:

CENA 14. MANSÃO DE HELENA. QUARTO. INT/NOITE.Helena já deitada, lendo revista. Alberto chega.

Alberto — Que papelão! Você se diz fina, elegante, chique, mas não tem um pingo de classe, de educação!

Helena — Olha como fala comigo, por que/

Alberto — (corta) Cala a boca, por que agora é a minha vez de falar.

Helena levanta e se aproxima de Alberto.

Helena — Pois então diga!


Alberto — Eu já to cansado de você, dos seus chiliques, das suas ironias. Já agüento isso há quinze anos (t), sem falar nada, sem reclamar. Mas hoje eu pude ver que você é bem mais que uma perua inofensiva. As suas palavras, Helena, tem o poder de incomodar, de machucar os sentimento da pessoas, mas só você não percebeu isso ainda.

Helena — Mas que exagero! Que dramalhão! Olhando assim ate parece que eu sou a bruxa má dos contos de fadas. Eu só digo o que eu penso, e que se dane o que os outros acham.

Alberto — Por hoje chega. Você já extrapolou os seus limites. Boa noite.

Helena — E vai dormir aonde?

Alberto sai.

CORTA PARA:

CENA 15. APÊ DE OLGA. SALA. INT/NOITE.Alice e Laura chegam à sala. Luciano se aproxima das duas.

Luciano — Parabens, Laura! Estava divina.

Laura — Você que soube dirigir muito bem a peça.

Luciano — Tenho boas noticias!

Laura — Sobre o que?

Luciano — Sobre você. A sua carreira.

Laura — Então fala!


Luciano — Não é nada oficial, mas é bem provável que você seja convidada á estrelar a peça Romeu e Julieta, de Willian Shakespere.

Laura — (surpresa, feliz) Mentira! Eu não to acreditando nisso. O meu sonho sempre foi protagonizar essa historia. É fantástico!

Luciano — O protagonista, Romeu, também já foi escolhido, será Murilo Ribeiro!

CAM detalha a reação de Laura, que fica surpresa, e sorri. Olga chega com duas taças nas mãos, e entra uma para Laura.

Olga — (p/todos) Agora eu queria oferecer um brinde a minha filha, Laura. Pelo sucesso dessa peça, e das outras milhares que virão!

Todos brindam. CLOSE em Laura, pensativa.

CORTA PARA:

CENA 16. CASA DE AMANDA. QUARTO. INT/NOITE.Felicia já falando ao telefone, deitada na cama.

Amanda — Então fica pronto, amanhã? (t) Saiu rápido, né? Rápido ate demais. (t) Não. É claro que eu ainda quero me separar daquele canalha. Só não pensei que a papelada ia sair, assim, tão depressa! (t) Já disse que não vou voltar atrás! Estarei lá, amanhã bem cedo!

Ela desliga o telefone. Clara entra e se deita ao lado da mãe.


Clara — Ouvi toda a conversa! A separação sai amanhã, né?

Amanda — É sim! Mas pode ficar tranqüila, não mudará nada pra você, nem pra sua irmã.

Clara — E pra você? Vai mudar alguma coisa?

Amanda — Claro que sim! Eu gostava muito do seu pai, mas com o tempo percebi que tava dando amor demais, em troca de migalhas.

Clara — Mas você vai encontrar mais alguém. Um cara legal, que goste de você e da gente também!

Amanda — De vocês eu não tenho duvidas que ele vai gostar, mas é de mim? Esse é o problema.

Clara — Deixa de besteira. A senhora é linda, jovem. Tem muito que viver.

Amanda — O papo ta muito bom. Mas ta na hora de ir dormir. Amanhã você tem aula.

Clara — Ta legal. Mas pensa nisso que eu te falei. Você vai ver que eu não to errada. Boa noite.

Clara se levanta e sai. CLOSE em Amanda ainda deitada, pensativa.

CORTA PARA:

CENA 17. CASA DE PASCHOAL. SALA. INT/NOITE.Paschoal já conversando com Núbia.

Paschoal — E posso saber por que ta me pedindo folga pra amanhã?


Núbia — Tenho que resolver uns probleminhas!

Paschoal — E quais “probleminhas” são esses? Pode me falar?

Núbia — Não posso e nem vou. A minha vida particular não te interessa! E então? Vai me liberar ou não?

Paschoal — E se eu te disser que não?

Núbia — Eu vou do mesmo jeito. Ta pra nascer o homem que vai mandar em mim.

Paschoal — Mas eu sou seu patrão!

Núbia — Disse tudo: É meu patrão. Não me dono!

Paschoal — Tudo bem. Ta liberada. Mas só dessa vez, não vai se acostumando por que você sabe que comigo não tem moleza.

Núbia — Sabia que você não ia negar um pedido meu! (se insinuando) Eu sei que o senhor gosta muito de mim!

Paschoal — (se aproxima de Núbia) Muito!

Núbia — (ela se desvia e sai andando) Boa noite. (t) Ah, obrigado!

Ela sai.

CORTA PARA:

CENA 17. CASA DE PASCHOAL. ENTRADA. EXT/NOITE.Núbia já saindo da casa de Paschoal. Ela atravessa a rua e entra em sua casa.

CORTA PARA:


CENA 18. CASA DE SUELI. SALA. INT/NOITE.Núbia entra. Sueli que estava sentada no sofá se levanta.

Sueli — Precisamos conversar.

Núbia — Diga!

Sueli — O que você ta aprontando dessa vez?

Núbia — Ta falando de que?

Sueli — Do encontro que você marcou amanhã cedo. Eu ouvi a conversa e quero saber do que se trata.

Núbia engole seco. CLOSES ALTERNADOS na reação de Núbia e ao mesmo tempo na expressão de curiosidade estampada no rosto de Sueli.

1° INTERVALO PARA COMERCIAIS

CENA 19. CASA DE SUELI. SALA. INT/NOITE.Continuação imediata da cena anterior. Núbia continua sem reação.

Sueli — Vamos, Núbia! Desembucha. Eu não tenho a noite toda.

Núbia — (nervosa) Era uma amiga. Combinei de ir a casa dela amanhã!

Sueli — Mentira. Eu te conheço e sei que ta armando alguma.

Núbia — Para com essa implicância comigo! Eu sei o que to fazendo.


Sueli — Você já se meteu em muitas confusões, e eu sempre tive do teu lado, te ajudando. Mas dessa vez vai ser diferente, se fizer algo de errado eu não vou te estender a mão. Vou deixar você se estrepar sozinha! (t) O aviso ta dado.

Sueli sai. Núbia sorri.

Núbia — Nada vai dar errado. (tom) Nada!

Núbia se joga no sofá.

CORTA PARA:

CENA 20. APÊ DE OLGA. SALA. INT/NOITE.Olga fecha a porta.

Laura — Ate que enfim esses dois foram embora. Gente chata, inconveniente!

Olga — Chata é você que não parou de reclamar um minuto sequer!

Laura — Eu vou pro meu quarto. To cansada, e de saco cheio de você.

Olga — Boa noite!

Laura sai.

CORTA PARA:

CENA 21. APÊ DE OLGA. QUARTO DE LAURA. INT/NOITE.Laura entra. Se desemboca na cama e fica lá pensativa. Inserir breve FLASH BACK da cena 7 do capitulo 001.

CORTA PARA:

CENA 22. RIO DE JANEIRO. PLANOS GERAIS. INT/DIA.


Planos gerais do amanhecer. CORTA PARA imagens de belas praias do Rio de Janeiro.

CORTA PARA:

CENA 23. MANSÃO DE HELENA. SALA DE JANTAR. INT/DIA.Helena já sentada á mesa. (t) Murilo chega e se senta.

Helena — Onde passou a noite? Fiquei preocupada com você! (t) Vai me ignorar, agora? Vai fingir que eu não existo? (t) Eu to ficando sem paciência, você sabe que eu odeio ser contrariada, por isso me responda! (t) Caramba, será que ninguém mais me respeita nessa porcaria dessa casa?

Murilo — Você foi quem quis assim! Agora com licença, eu já to atrasado. Fui!

Murilo se levanta e sai. Alberto passando pela sala de jantar.

Helena — Bom dia pra você também!

Alberto — Bom dia e tchau!

Alberto sai. Helena se levanta.

Helena — (gritando) Vocês não podem me ignorar desse jeito. Eu não admito que me tratem dessa maneira. Vai ter revanche, pode ter certeza disso!

Ela se senta novamente.

CORTA PARA:

CENA 25. EMPRESA BUFUNFA. PLANOS GERAIS. INT/DIA.Planos gerais externos da Empresa Bufunfa.

CORTA PARA:


CENA 26. EMPRESA BUFUNFA. PRESIDÊNCIA. INT/DIA.Alberto já numa reunião com vários executivos. Conversas formais, FORA DE AUDIO.

CORTA PARA:

CENA 27. EMPRESA BUFUNFA. PRIMEIRO ANDAR. INT/DIA.Movimento. Vendedoras atendo á vários clientes, FORA DO AUDIO.

CORTA PARA:

CENA 28. EMPRESA BUFUNFA. RECEPÇÃO. INT/DIA.Roberto chega. Cíntia sorri disfarçadamente.

Cíntia — Bom dia doutor Roberto! Deseja alguma coisa?

Roberto — Muita coisa!

Cíntia — Como o que?

Roberto — Você!

Cíntia — Eu já disse que não quero que ninguém perceba o que ta rolando entre a gente. Pelo ou menos por enquanto.

Roberto — Ta com medo de que?

Cíntia — Você ta casado. Imagina só o que esse povo vai falar se/

Roberto — (corta) Me separo hoje da Amanda. Pra ser mais preciso daqui meia hora.

Cíntia — Não via me dizer que o divorcio saiu?

Roberto — Sim. To indo assinar a papelada agora!


Cíntia — Não to nem acreditando nisso. Serio?

Roberto — Claro que é serio. Agora não vai ter como você escapar de mim.

Cíntia — E quem disse que eu quero escapar?

Roberto — Eu tenho que ir. Nós falamos mais tarde.

Roberto sai. Cíntia sorri maleficamente.

CORTA PARA:

CENA 29. CASA DE NUBIA. ENTRADA. INT/DIA.Suspense. Núbia saindo de sua casa.

CORTA PARA:

CENA 30. FACULDADE BOA ESPERANÇA. ENTRADA. INT/DIA.Planos gerais da entrada da faculdade.

CORTA PARA:

CENA 31. FACULDADE BOA ESPERANÇA. CORREDOR. INT/DIA.Alice e Laura já conversando.

Laura — As coisas lá em casa tão piores a cada dia que passa.

Alice — Isso é normal. Acontece nas melhores famílias. (ela ri) Mas eu quero saber de você, ou pensa que não percebi que ta louca pelo Murilo?

Laura — Não. Eu só tava um pouco mexida com a peça. Mas agora acabou.

Alice — Será?

CORTA PARA Murilo se aproximando das duas.


Laura — Por falar nele! (t) Como eu to Alice? Meu cabelo? A maquiagem?

Alice — Tudo perfeito.

Laura — Será que ele vai vim falar comigo?

Alice — Acho que sim...

Murilo chega.

Murilo — Laura, será que a gente podia con versar?

CLOSES ALTERNADOS em Laura, Murilo e Alice.

CORTA PARA:

2° INTERVALO PARA COMERCIAIS

CENA 32. FACULDADE BOA ESPERANÇA. JARDIM. INT/DIA.Laura e Murilo já conversando.

Murilo — Como tava te dizendo eu to muito feliz pelo nosso sucesso.

Laura — Eu também! Mas depois de tanto sofrimento, eu acho que a gente mais do que mereceu esse resultado.

Murilo — Você ta estranha. Aconteceu alguma coisa?

Laura — Não.

Murilo — Eu acho que tem alguma coisa de errado acontecendo com a gente. Se é que isso é errado.


Laura — Eu não to entendo aonde você quer chegar!

Murilo — Nem eu. (t)

Laura — Tenho que ir, se não acabo perdendo o primeiro horário. Não se importa de continuarmos essa conversa depois, né?

Murilo — Claro que não!

Laura sai andando.

CORTA PARA:

CENA 33. FACULDADE BOA ESPERANÇA. CORREDOR. INT/DIA.Laura e Alice já em direção da sala de aula.

Alice — E você?

Laura — Eu fiquei sem reação. Tive que inventar uma desculpa pra sair logo dali.

Alice — Mas pelo que parece ele ia se declarar pra você!

Laura — E eu ia ficar que nem uma idiota sem saber o que dizer!

Alice — Mas você não vai poder fugir dele por muito tempo. Vai que de um jeito ou de outro ouvir o que ele tem pra dizer.

Laura — Você ta mais do que certa! Mas agora vamos mudar de assunto.

As duas continua andando e conversando, FORA DE AUDIO.

CORTA PARA:

CENA 34. FÓRUM CIVIL. PLANOS GERAIS. EXT/DIA.


Planos gerais do fórum civil.

CORTA PARA:

CENA 35. FÓRUM CIVIL. SALA DE ESPERA. EXT/DIA.Amanda e Roberto já sentados à espera. Uma mulher chega.

Mulher — Casal Martins, queiram me acompanhar, por favor.

Amanda e Roberto se levantam e saem acompanhando a mulher.

CORTA PARA:

CENA 36. FÓRUM CIVIL. SALA 1. EXT/DIA.Amanda já sentada assinando alguns papeis. (t) Ela entrega a caneta para Roberto que também assina.

CORTA PARA:

CENA 37. FÓRUM CIVIL. ENTRADA. EXT/DIA.Roberto andando. Amanda para em sua frente.

Amanda — Pronto, Roberto. Agora você ta livre. Livre de mim, das suas filhas, das suas obrigações como pai, como marido! Finalmente conseguiu o que queria!

Roberto — Eu nunca vou abandonar as minhas filhas e você sabe disso.

Amanda — Não sei mais nada sobre você!

Roberto — Eu não queria que a nossa historia tivesse acabado assim. Mas sinceramente, a culpa foi toda sua!


Amanda — (chorando) É fácil dizer isso. O difícil é admitir que o mais culpado foi você. Por querer construir uma relação na base da mentira.

Roberto — Não tenho tempo pra ficar discutindo com você!

Amanda — (chorando) Eu já sei de tudo!

Roberto — Tudo o que?

Amanda — (chorando) Da sua amante. Cíntia é o nome dela, né?

Roberto — Você ta louca! De onde tirou essa idéia absurda?

Amanda — (chorando) Mas vai ser essa historia absurda que vai me fazer tirar tudo o que você tem.

Roberto — Do que você ta falando?

Amanda — (enxuga lagrimas) Espera que você vai ver!

Amanda sai.

CORTA PARA:

CENA 38. RIO DE JANEIRO. PLANOS GERAIS. EXT/DIA.Planos gerais de belas praias do Rio de Janeiro.

CORTA PARA:

CENA 39. CALÇADÃO DE COPACABANA. EXT/DIA.Marcela e Luiza já caminhando.


Marcela — Aceitei o sue convite só por que o calor ta de matar! Por que nada nem ninguém me tira da cama antes das duas horas na segunda feira!

Luiza — Eu to ficando louca dentro daquela casa. É muita frescurinha, muita bobagem da parte da minha mãe.

Marcela — Quem dera eu poder viver pelo ou menos um dia no seu lugar! (T) Você diz isso por que nunca viveu num apartamentinho de sete cômodos, tendo que dividir o quarto com a irmã!

Luiza — A sua irmã é um amor de pessoa. Sem contar que ela é talentosíssima e/

Marcela — (corta) Chega! Eu to cansada de todo mundo falar bem da Laura.

Luiza — Calma! Eu pensei que você gostasse da sua irmã!

Marcela — E eu gosto! Mas o meu gostar é bem diferente do seu, do te todo mundo!

Luiza — Tudo bem. Não to duvidando de você, dos seus sentimentos. Longe de mim fazer isso, mas é que/

Marcela — (corta) Mas nada! Chega desse assunto. E quer saber de uma coisa? Eu cansei de andar. Bora pro mar?

Luiza — Só se for agora!

Luiza e Marcela saem correndo em direção da praia. (T) As duas deixam suas cangas na areia e pulam no mar. CORTA PARA:


CENA 40. MANSÃO DE HELENA. PLANOS GERAIS. EXT/DIA.Planos gerais da mansão de Helena.

CORTA PARA:

CENA 41. MANSÃO DE HELENA. QUARTO DE HELENA. INT/DIA.Elisa chega. Helena que estava deitada se levanta.

Elisa — Me chamou, Dona Helena?

Helena — Claro que sim! (t) Mande o Olavo tirar o carro da garagem. Eu saio em dez minutos!

Elisa — Não vai almoçar em casa?

Helena — Não!

Elisa — Aconteceu alguma coisa? A senhora ta estranha. Nervosa.

Helena — Claro que não aconteceu nada. Mas agora chega de perguntas e vá logo fazer o que mandei.

Elisa — Mas é que hoje é folga do Olavo. Não se lembra?

Helena — Verdade. E você?

Elisa — Eu o que?

Helena — Sabe dirigir?

Elisa — Nem bicicleta. Muito menos um automóvel fino que nem aquele seu e também/

Helena — (corta) Já era de se esperar!

Helena sai andando, Elisa vai atrás.


CENA 42. MANSÃO DE HELENA. CORREDOR. INT/DIA.Helena andando. Elisa tentando alcança – lá andando rapidamente.

Elisa — O que a senhora vai fazer?

Helena — Vou eu mesma tirar o carro da garagem!

CORTA PARA:

CENA 43. MANSÃO DE HELENA. GARAGEM. INT/DIA.Helena entra no carro. PV: Vidros fechados.

Helena — (p/si) Incompetentes! (t) Era só o que me faltava. Eu, Helena Ribeiro, tendo que tirar o carro da garagem!

Helena pisa no acelerador.

CORTA PARA:

CENA 44. MANSÃO DE HELENA. COZINHA. INT/DIA.Elisa já limpando a cozinha. Atenção sonoplastia: Escuta-se um barulho mostruoso vindo da garagem.

Helena — (OFF, gritando) Ah. Alguém me acuda. Elisa, sua incompetente, vem logo aqui! Rápido.

Elisa — O que será que ela aprontou dessa vez?

Elisa sai correndo. Helena continua gritando.

CORTA PARA:

CENA 45. MANSÃO DE HELENA. GARAGEM. INT/DIA.A parede já quebrada. O carro com a frente bastante destruída. Helena dentro do carro, tentando abrir a porta. Elisa chega.


Elisa — O que houve?

Helena — Não ta vendo que eu bati a porcaria do carro? E o pior de tudo é que agora a porta emperrou. Eu to presa aqui dentro. (gritando) Porcaria.

Elisa — E o que vamos fazer agora?

Helena — Eu nada. Mas você vai logo pegar o telefone e ligar por Alberto. Se ele não atender liga pra policia, pros bombeiros, por raio que o parta.

Elisa — Ta bem. É isso que eu vou fazer.

Helena — (gritando) Rápido!

Elisa sai. Helena continua tentando abrir a porta.

CORTA PARA:

CENA 46. MANSÃO DE HELENA. SALA. INT/DIA.Elisa já falando ao telefone.

Elisa — (ao tel) Isso mesmo! A jararaca/ quer dizer, a dona Helena ta lá dentro, presa.

CORTA PARA:

CENA 47. EMPRESA BUFUNFA. PRESIDÊNCIA. INT/DIA.Atenção edição: Ligar o áudio com a cena anterior.Alberto falando ao telefone, nervoso, andando de um lado pro outro.

Alberto — (ao tel) Mas como isso foi acontecer?

Elisa — (ao tel,OFF) Ela foi querer tirar o carro da garagem, e conseguiu. Mas ao


invés de usar o portão, saiu pela parede!

Alberto — (ao tel) Eu já to indo pra ai! Fica calma. Eu to chegando.

Alberto sai.

CENA 48. MANSÃO DE HELENA. SALA. INT/DIA.Elisa coloca o telefone no lugar, se senta no sofá e começa a soltar gargalhadas.

CORTA PARA:

CENA 49. LOJA DESCONHECIDA. FRENTE. EXT/DIA.Núbia chega, procura, mas não vê nenhuma placa na frente da loja. CORTA PARA Armando escondido atrás de um poste vigiando-a, a principio sem revelar para o publico quem é.

CORTA PARA:

CENA 50. CASA DE GUILHERMINA. SALA. INT/DIA.Guilhermina chegando á sala. Fátima já limpando os moveis.

Guilhermina — A comida ta na geladeira. É só você por no microondas. Eu devo demorar um pouco por que essa cidade ta um caos!

Fátima — Ta bem. Eu me viro aqui.

Guilhermina — Se o Armando chegar, diz pra ele me ligar. É urgente.

Fátima — Pode ficar despreocupada. Eu falo com ele.

Guilhermina — Ah, o dinheiro ta encima da cômoda, no meu quarto! Deixa eu ir. Já to atrasada.


Guilhermina sai. (t) Fátima para de limpar os moveis e vai para o quarto.

CORTA PARA:

CENA 51. CASA DE GUILHERMINA. FRENTE. EXT/DIA.Guilhermina chega á rua. Ela olha para a casa ao lado de vê Sueli. As duas se encaram. Guilhermina a olha com desprezo, cospe no chão e sai.

CORTA PARA:

CENA 52. MANSÃO DE HELENA. GARAGEM. INT/DIA.Alberto já tentando abrir a porta.

Helena — Rápido, Alberto. Eu to ficando sem ar dentro dessa porcaria !

Alberto — Não to conseguindo. Vou ter que quebrar o vidro. Se afasta, eu vou quebrar.

Helena — (gritando) Não. Não! Espera.

Helena vai para o banco de trás do carro. Alberto quebra o vidro.

Alberto — Vem, Helena! Já dá pra você sair. Vem.

Helena — Calma. Espera. Eu to indo. (t) Eu to indo. Não me deixa mais nervosa!

Helena sai pela janela, mas cai no chão.

Helena — Maldito carro! Maldito.

Alberto — Maldita motorista, né? Como você conseguiu fazer isso?

Helena — Eu não sei. Eu fui tentar manobrar o e acabei esbarrando o carro.


Alberto — Esbarrando? Você destruiu toda a frente!

Helena — Chega! O carro é meu. E quem vai pagar o concerto sou eu também. (t) Vai lá. Volta pra porcaria daquela empresa e me deixa em paz.

Alberto — Mal agradecida.

Helena — Grosso!

Alberto sai.

Helena — E quanto a você, Elisa. Trate de limpar toda essa bagunça. Achou que ia poder ficar rindo da minha cara, não é? Mas quem ri por ultimo, ri melhor!

Helena sai.

CORTA PARA:

CENA 53. APÊ DE OLGA. FRENTE. EXT/DIA.O carro de Murilo já parado em frente do apartamento de Olga. Laura já chegando. Murilo abre o vidro.

Murilo — Entra no carro.

Laura — Não. Eu não vou entrar!

Murilo — (irônico) Não me faz descer daqui e te colocar a força.

Laura — Tudo bem. Mas tem que ser rápido.

Laura entra. Murilo pisa no acelerador e sai em alta velocidade.

FIM DO CAPITULO

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