cefaleias primárias

22
CEFALEIAS PRIMÁRIAS Thiago Sipriano 5º período Medicina UFPB LIGA ACADÊMICA DE NEUROLOGIA E NEUROCIRURGIA DA UFPB 07/03/2014

Upload: thiago-sipriano

Post on 24-Jul-2015

221 views

Category:

Health & Medicine


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Cefaleias Primárias

CEFALEIAS PRIMÁRIAS

Thiago Sipriano 5º período Medicina UFPB

LIGA ACADÊMICA DE NEUROLOGIA E NEUROCIRURGIA DA UFPB

07/03/2014

Page 2: Cefaleias Primárias

“Cefaleia é todo processo doloroso referido no seguimento cefálico, o qual pode originar-se em qualquer das estruturas faciais ou cranianas”.

NITRINE, R. A Neurologia que todo Médico deve saber. 2. ed. 2008.

Page 3: Cefaleias Primárias

INTRODUÇÃO

A cefaleia é o sintoma mais referido pelos pacientes na prática clínica;

Estima-se que 80% indivíduos apresentarão, ao menos uma vez ao ano, um episódio de cefaleia, sendo que metade deste número, apresentarão ao menos dois;

O sexo feminino em geral é o mais acometido.

Page 4: Cefaleias Primárias

BASES ANATÔMICAS

Dois são os mecanismos básicos envolvidos na produção das cefaleias:

1. Deslocamento, tração, distensão, irritação ou inflamação das estruturas sensíveis à dor: todas as estruturas faciais, o couro cabeludo, o periósteo, os vasos sanguíneos EC, as A.a do círculo de Willis, os grandes seios venosos IC, a parte basal da dura-máter e os N.n sensitivos;

2. Vasodilatação.

Page 5: Cefaleias Primárias

CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ETIOLOGIA

Cefaleias Primárias

Enxaqueca

Cefaleia tensional

Cefaleia em

salvas

Outras cefaleias

Cefaleias Secundári

as

HAS

TCE

Tumor cerebral

Outras

Page 6: Cefaleias Primárias

CEFALEIAS PRIMÁRIAS

Trata-se de cefaleia crônica, de apresentação episódica ou contínua e de natureza disfuncional, o que significa a não participação de processos estruturais na etiologia da dor.

Page 7: Cefaleias Primárias

TIPOS DE CEFALEIA PRIMÁRIA

Enxaqueca

Enxaqueca sem aura

Enxaqueca com aura

Cefaleia tensiona

lCefaleia

tensional, episódica

Cefaleia tensional, crônica

Cefaleia em

salvasCefaleia

em salvas,

episódicaCefaleia

em salvas, crônica

Page 8: Cefaleias Primárias

ENXAQUECA

Trata-se de uma reação neurovascular, que se exterioriza, clinicamente, por episódios recorrentes de cefaleia e manifestações associadas e que, geralmente, dependem da presença de fatores desencadeantes;

Estima-se que 12% da população sofra de enxaqueca; Predomina no sexo feminino na proporção de 3:1; A enxaqueca sem aura corresponde a 80% das

enxaquecas, já a com aura 10 a 15%; Na maioria dos casos a primeira manifestação ocorre

antes do 20 anos.

Page 9: Cefaleias Primárias

FATORES DESENCADEANTES

Problemas emocionais; Jejum prolongado; Alterações no ciclo sono-vigília; Ciclo hormonal; Alterações do humor; Atividades físicas; Ingestão de bebidas alcoólicas; Ingestão de determinados alimentos; Exposição a estímulos luminosos intensos e/ou

intermitentes.

Page 10: Cefaleias Primárias

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

Pelo menos cinco crises que cumpram os seguintes critérios:

1. Duas das características seguintes: Localização unilateral; Pulsátil; De intensidade moderada a severa; Agravada (ou causando privação da)

atividade física. 2. Pelo menos um dos sintomas ou sinais

seguintes: Náuseas e/ou vômitos; Fotofobia e fonofobia.

Page 11: Cefaleias Primárias

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Enxaqueca sem aura: Tem início com dor holo ou hemicraniana; A dor predomina nas regiões frontal, temporal e

occipital; No período de estado da crise a dor é de grande

intensidade, latejante, podendo ser acompanhada fotofobia, fonofobia, osmofobia e náuseas;

Nessa fase é exacerbada por esforços físicos e a tendência do paciente é procurar um ambiente escuro e silencioso;

Podem ocorrer vômitos ao final da fase álgica.

Page 12: Cefaleias Primárias

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Enxaqueca com aura: A aura pode traduzir-se por manifestações

visuais, sensitivas, motoras ou afásicas; A aura mais comum é a visual: escotomas

(flashes de luz, bolas coloridas, linhas em ziguezague), quadrantanopsias ou hemianopsias;

Os distúrbios sensitivos geralmente manifestam-se como parestesias unilaterais;

Outras manifestações: hemiparesia, afasia, vertigem e diplopia.

Page 13: Cefaleias Primárias

CEFALEIA TENSIONAL

Também denominada cefaleia da contração muscular e cefaleia psicogênica;

É a forma clínica mais comum de cefaleia, podendo estar presente em até 40% da população, geralmente com incidência igual em ambos os sexos;

Está relacionada a contração muscular prolongada da musculatura da cabeça e do pescoço;

A localização geralmente é suboccipital; Aparece geralmente a partir da 2ª ou 3ª década de

vida; É desencadeada principalmente por fatores

emocionais e o stress cotidiano.

Page 14: Cefaleias Primárias

CLASSIFICAÇÃO

Cefaleia tensional episódica: ocorre em menos de 15 dias por mês;

Cefaleia tensional crônica: ocorre em pelo menos 15 dias por mês, com uma média que atinja pelo menos 180 dias por ano.

Page 15: Cefaleias Primárias

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

A dor geralmente é caracterizada como “peso” ou “aperto”, contínua e não pulsátil;

Variável em frequência, duração e intensidade, sendo na maioria das vezes de fraca a moderada;

As localizações mais comuns são occipital, subocciopital, frontal, temporal e periorbitária;

Ausência de náuseas e/ou vômitos. Pode associar-se a fotofobia ou a fonofobia, mas não a ambos;

Raramente as crises impossibilitam a realização das atividades diárias.

Page 16: Cefaleias Primárias

CEFALEIA EM SALVAS

Por muito tempo conhecida como cefaleia histamínica;

É de menor aparecimento na prática clínica; Relaciona-se com períodos de dor intensa e

contínua, atribuídos a disfunções autonômicas; Predomina no sexo masculino 6:1; Na forma episódica ocorrem pelo menos duas

salvas, em um período de 7 dias a 1 ano, separadas por remissão de, pelo menos, 30 dias;

Na forma crônica os períodos de remissão são menores que 30 dias.

Page 17: Cefaleias Primárias

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

As crises dor são de início súbito, sua intensidade excruciante, explosiva e de caráter pulsátil, unilaterais e sempre do mesmo lado;

O quadro álgico localiza-se no globo ocular ou ao seu redor;

Geralmente vem acompanhado de lacrimejamento, congestão ocular e nasal;

As crises duram de 20 minutos a 2 horas.

Page 18: Cefaleias Primárias

TRATAMENTO EM LINHAS GERAIS

Medidas gerais: Tranquilizar o doente; Aconselhar a reconhecer e evitar os fatores

desencadeantes; Aconselhar a terapêuticas apropriada; Evitar a auto medicação e abuso de

medicamentos.

Sociedade Portuguesa de Cefaleias. Recomendações Terapêuticas para Cefaleias. Sinapse, 2004.

Page 19: Cefaleias Primárias

TRATAMENTO EM LINHAS GERAIS

Medidas não farmacológicas: Na enxaqueca: técnicas de relaxamento e

técnicas de bio-feedback; Na cefaleia tensional: fisioterapia,

acupuntura, psicoterapia; Na cefaleia em salvas: cirurgia

(termocoagulação do gânglio Gasser, secção da raiz oftálmica do nervo trigêmeo;

Sociedade Portuguesa de Cefaleias. Recomendações Terapêuticas para Cefaleias. Sinapse, 2004.

Page 20: Cefaleias Primárias

TRATAMENTO EM LINHAS GERAIS

Medidas farmacológicas sintomáticas: Na enxaqueca: analgésicos e AINEs,

triptanos ou ergotamínicos, corticosteroides e sedativos. Acompanhados de antieméticos;

Na cefaleia tensional: analgésicos, AINEs, miorrelaxantes;

Na cefaleia em salvas: oxigenoterapia, sumatriptano, ergotamina, lidocaína intranasal a 4%.

Sociedade Portuguesa de Cefaleias. Recomendações Terapêuticas para Cefaleias. Sinapse, 2004.

Page 21: Cefaleias Primárias

TRATAMENTO EM LINHAS GERAIS

Medidas farmacológicas preventivas: Na enxaqueca: B-bloqueadores, bloqueadores

dos canais de cálcio (Flunarizina/Verapamil), antidepressivos, antiepiléticos (Valproato de sódio/divalproato de sódio e topiramato), antiserotonínicos (ciproheptadina), AINEs;

Na cefaleia tensional: antidepressivos tricíclicos; Na cefaleia em salvas: Ergotamina, Verapamil,

Líteo, Corticosteroides (forma episódica), Valproato de sódio.

Sociedade Portuguesa de Cefaleias. Recomendações Terapêuticas para Cefaleias. Sinapse, 2004.

Page 22: Cefaleias Primárias

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NITRINE, R. A Neurologia que todo Médico deve saber. 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2008.

Recomendações Terapêuticas para Cefaleias. Sinapse, v.4, n.2. Suppl.1, nov. 2004.

SANVITO, W. L., MONZILLO, P. H. Cefaléias primárias: aspectos cínicos e terapêuticos. Medicina, Ribeirão Preto, 30: 437-448, out./dez. 1997.

Sociedade brasileira de cefaleia. Os 10 principais causadores de enxaqueca. Disponível em < http://www.sbce.med.br/>. Acesso em 04 de mar. 2014.