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CONTAMINAÇÃO DA UTI POR MONÓXIDO DE CARBONO E A AÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO RESGATE DE PACIENTES GRAVES ROGÉRIO DUTRA DE OLIVEIRA 1 INTRODUÇÃO A inquietude do homem em querer buscar sempre lucros mais altos para sua sobrevivência e poder, faz com este se esqueça de atentar para questões básicas, entre elas, a segurança. Este fato ocorre praticamente em todas as áreas como na construção civil, agricultura, mineração e até mesmo onde seria menos provável, na área da saúde. É de consenso geral que a arquitetura dos hospitais é antiga e ultrapassada e o porte é incompatível com a realidade atual em vista do crescimento da população. Desta forma, adequações constantes precisam ser feitas, assim como ampliações em busca de mais vagas e melhoria no atendimento. Entretanto, tais ampliações são feitas à margem do conhecimento da ciência da prevenção contra o fogo, pois nem sempre se constroem setores inteiros e independentes, o que normalmente se faz são ligações da nova estrutura com outra já existente, levando a corredores de difícil acesso, escadas sem proteção contra fogo, sem compartimentação. Elementos estes que ofereceriam resistência ao fogo, em caso de incêndio. Tal 10

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CONTAMINAÇÃO DA UTI POR MONÓXIDO DE CARBONO E A AÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO RESGATE DE

PACIENTES GRAVES

ROGÉRIO DUTRA DE OLIVEIRA

1 INTRODUÇÃO

A inquietude do homem em querer buscar sempre lucros mais altos

para sua sobrevivência e poder, faz com este se esqueça de atentar para questões

básicas, entre elas, a segurança. Este fato ocorre praticamente em todas as áreas

como na construção civil, agricultura, mineração e até mesmo onde seria menos

provável, na área da saúde.

É de consenso geral que a arquitetura dos hospitais é antiga e

ultrapassada e o porte é incompatível com a realidade atual em vista do crescimento

da população. Desta forma, adequações constantes precisam ser feitas, assim como

ampliações em busca de mais vagas e melhoria no atendimento. Entretanto, tais

ampliações são feitas à margem do conhecimento da ciência da prevenção contra o

fogo, pois nem sempre se constroem setores inteiros e independentes, o que

normalmente se faz são ligações da nova estrutura com outra já existente, levando a

corredores de difícil acesso, escadas sem proteção contra fogo, sem

compartimentação. Elementos estes que ofereceriam resistência ao fogo, em caso

de incêndio. Tal fato, associado à falta de capacitação dos funcionários e uma

brigada de incêndio não efetiva, sem plano para fuga bem estabelecido, pode

acarretar em uma grande catástrofe em caso de incêndio, seja por intoxicação por

gases como o monóxido de carbono, que é produzido durante a queima, seja por

asfixia ou pelo efeito térmico. Isto é ainda mais preocupante no que diz respeito a

pacientes internados em UTI, já que estes dependem exclusivamente de cuidadores

para sua retirada. Assim, em caso de haver necessidade de rápida evacuação da

área toda a equipe de plantão local (médicos, enfermeiros, auxiliares de

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enfermagem) devem saber exatamente como agir a fim de que se tenha sucesso

neste procedimento.

O objetivo deste trabalho é mostrar a importância da capacitação do

pessoal da área de saúde para realizar o primeiro atendimento no interior de uma

unidade hospitalar, evitando assim a propagação do incêndio e a perda de vidas,

agindo através de uma rápida detecção, contenção da propagação das chamas e

fumaça, e um plano de abandono.

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2 HISTÓRICO

A preocupação com os danos causados pelos incêndios em

edificação de centros urbanos não é recente. Já em 1668, dois anos após o grande

incêndio de Londres, os ingleses começaram a investigar a segurança ao fogo nas

edificações. A proteção ao fogo da estrutura de prédios, entretanto, começou a ser

estudada a sério somente a partir da segunda metade do século XVIII. No século

XIX, com a introdução de novos materiais na construção, como aço, o concreto e o

gesso, surgiram os primeiros edifícios a prova de incêndio na Inglaterra.

No Brasil, já ocorreram inúmeros incêndios em edificações,

entretanto, três deles são exemplos traumatizantes, tanto pela magnitude dos danos

registrados quanto pelo número de vítimas: o caso do edifício Andraus em 24 de

fevereiro de 1972 em São Paulo, ocasionando 16 mortes; o incêndio do edifício da

Caixa Econômica, em 15 de janeiro de 1974, no Rio de Janeiro; e no Edifício

Joelma, dia 1 de fevereiro de 1974, em São Paulo, ocasionando 179 mortes. Esses

acontecimentos chamaram a atenção para a deficiência e até para a inexistência de

medidas de segurança ao fogo nas edificações de todo o país, e serviram também

de exemplo para que autoridades fizessem mudanças na legislação que

regulamenta a normatização de edificações em relação a risco de incêndio como a

elaboração da NBR 9077, 1992, que normatiza as condições exigíveis nas

edificações no Brasil, substituindo a NBR 9077, 1985. (SAN MARTIN; COSTA;

NASCIMENTO, 1996).

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3 FOGO

Segundo afirma Seito et al. (2008, p. 35), o estudo do fogo como

ciência tem pouco mais de 20 anos, com a criação de uma associação internacional

que reuniu cientistas dos maiores institutos e universidades do mundo. A IAFSS –

International Association For Fire Safety Sciense realiza seminários a cada dois

anos em diferentes países. Apesar dos grandes avanços na ciência do fogo, ainda

não há consenso mundial para definir o fogo. Isso é percebido pelas definições

usadas nas normas de vários países. Tem-se assim:

a) Brasil – NBR 13860: fogo é o processo de combustão

caracterizado pela emissão de calor e luz.

b) Estados Unidos da América: (NFPA); fogo é a oxidação

rápida auto-sustentado acompanhada de evolução variada da intensidade de calor e

de luz.

c) ISO 8421-1: fogo é processo de combustão caracterizado

pela emissão de calor acompanhado de fumaça, chama ou ambos.

d) Inglaterra – BS 4422: Parte 1: fogo é o processo de

combustão caracterizado pela emissão de calor acompanhado por fumaça, chama

ou ambos.

3.1 TETRAEDRO DO FOGO

Inicialmente a existência do fogo era explicada segundo um

triângulo, conforme a Figura 1:

Figura 1 - Triângulo de fogo

Fonte: http://www.bombeirosemergencia.com.br

Acesso em 10/12/2008

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Para facilidade de compreensão, o fogo é representado

simbolicamente por um triângulo, ao qual denominamos “TRIÂNGULO DO FOGO”.

Durante a reação, isto é, durante a queima, há desprendimento do CALOR e LUZ,

continuamente. http://users.femanet.com.br/quimica/matsemana/Mod_2.doc

Figura 2 - Tetraedo do fogo.

Fonte: http://www.bombeirosemergencia.com.br – acesso em 10/12/2008

Com a descoberta do agente extintor “halon”, foi necessário mudar a

teoria, que atualmente é conhecida como tetraedro do fogo. A interpretação desta

figura geométrica espacial é: cada uma das quatro faces representa um elemento do

fogo: combustível – comburente – calor – e reação em cadeia, e devem coexistir

ligados para que o fogo se mantenha. (SEITO et al., 2008).

3.2 INCÊNDIO

As definições abaixo traduzem o que é incêndio, segundo a NBR

13860 no Brasil. O incêndio é o fogo fora de controle. Para a ISO 8421-: o incêndio é

a combustão rápida disseminando-se de forma descontrolada no tempo e no

espaço. Essas conceituações deixam claro que o incêndio não é medido pelo

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tamanho do fogo. No Brasil quando o estrago causado pelo fogo é pequeno, diz se

que houve um principio de incêndio e não um incêndio.

3.3FATORES QUE INFLUENCIAM O FOGO

A ocorrência do fogo, dependendo do tipo de combustível que se

queima, pode acontecer instantaneamente, porém seu desenvolvimento depende do

ambiente propício. (SEITO, 2008, p.43).Alguns desses fatores são citados abaixo:

a) forma geométrica e dimensões da sala ou local;

b) superfície especifica dos materiais combustíveis envolvidos;

c) distribuição dos materiais combustíveis no local;

d) quantidade de material combustível incorporado ou temporário;

e) características de queima de materiais envolvidos;

f) local do inicio do incêndio no ambiente ;

g) condições climática, temperatura e umidade relativa;

h) aberturas de ventilação do ambiente;

i) aberturas entre ambientes para a propagação do incêndio;

j) projeto arquitetônico do ambiente e ou edifício;

k) medidas de prevenção de incêndio existente;

l) medidas de proteção contra incêndio instaladas.

3.4AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

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Apesar das situações citadas acima, somente nas causas naturais

de incêndio o homem não é diretamente responsável. Porém, percebe que, a

maioria das causas citadas, todas poderiam ser evitadas, ou seja, o homem é direta

ou indiretamente, o principal culpado dos incêndios de grande proporção.

Mas uma das causas mais freqüentes e fácil de se levantar na

perícia, são as instalações elétricas.

Considerando que no Brasil as estatísticas indicam um percentual bastante significativo das ocorrências dos bombeiros para incêndios de origem elétrica, é de extrema importância que as instalações elétricas de qualquer edificação sejam tratadas com a seriedade e os cuidados que lhes são devidos. É sabido que, em muitos casos, os sistemas elétricos são tratados como meros coadjuvantes, ou ainda instalações complementares de uma edificação, quando na verdade, são os sistemas em geral (elétrica, telefonia, dados, hidráulica, ar-condicionado, etc.) que darão vida e permitirão a utilização da edificação para o fim a que se destina. (SEITO et al., 2008, p.181).

A primeira norma brasileira de instalações elétricas de baixa tensão

foi publicada em 1904, tendo sido revisada pelas edições de 1960, 1980, 1990,

1997, até chegar na que está em vigor que data de 2004. A norma brasileira (ABNT

NBR 5410, 2004) estabelece as condições mínimas que devem satisfazer as

instalações elétricas de baixa tensão, a fim de que sejam garantidas a segurança

das pessoas e a preservação do patrimônio. No caso das pessoas, deseja-se evitar

as conseqüências danosas de choques elétricos e queimaduras, enquanto, que, em

relação ao patrimônio, pretende–se evitar incêndios e seus resultados devastadores.

Os princípios fundamentais que orientam a norma são aqueles relativos á proteção

contra choque elétricos, contra efeitos térmicos (incêndio e queimaduras), contra

sobrecorrentes (sobrecargas e curtos-circuitos) e contra sobretensões. (MORENO,

2007, p.181)

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Figura 3 – Quadro de energia elétrica dimensionado

Fonte: www.revistafator.com.br/imagens/fotos/sil_fios2- acesso em

11/12/08

3.5 FUMAÇA DE INCÊNDIO

A fumaça de incêndio é a mistura de gases, vapores e partículas

sólidas finamente divididas. Sua composição química é altamente complexa, assim

como o mecanismo de formação.

A fumaça é o produto da combustão que mais afeta as pessoas por

ocasião do abandono da edificação. Sua presença pode ser percebida visualmente

ou pelo odor. (SEITO, 2008)

3.5.1 Produção de fumaça

A produção de fumaça, à partir de um incêndio, está relacionada

exatamente com o combustível que é utilizado para a queima. Considerando-se um

ambiente hospitalar, a quantidade de materiais e equipamentos que podem servir

como combustível alimentando o fogo durante um incêndio, o resultado desta

combustão seria uma quantidade imensa de fumaça tóxica. Analisando-se a fumaça

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sob o ponto de vista, volume de ar, observa-se que o perímetro do fogo, mais o calor

gerado por ele são proporcionais, ou seja, aumentando a temperatura e o perímetro

tem-se uma coluna de fumaça maior.

3.5.2 Efeito da fumaça nas pessoas

A contaminação de um ambiente hospitalar por monóxido de

carbono pode ser fatal, restando somente a fuga, para a sobrevivência. De acordo

com Seito et al. (2008) a fumaça pode causar danos a saúde, ou levar a morte,

tornando extremamente difícil a localização de uma rota de fuga.

a) tira a visibilidade das rotas de fuga.

b) tira a visibilidade por provocar lacrimejamento, tosses e sufocação.

c) aumenta a palpitação devido à presença do gás carbônico.

d) provoca o pânico por ocupar grande volume do ambiente.

e) provoca o pânico devido ao lacrimejamento, tosses e sufocação.

f) debilita a movimentação das pessoas pelo efeito tóxico de seus

componentes.

g) tem grande mobilidade podendo atingir ambientes distantes em poucos

minutos.

3.5.3 Visibilidade no ambiente enfumaçado

Considerando a hipótese real em um hospital cuja UTI é localizada

no segundo andar, onde a escada e saída mais próxima ficam a 50 metros, em um

corredor escuro com alguns objetos impedindo a rota de fuga, sem rampa de acesso

seria impossível a fuga até um local seguro.

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O mecanismo de movimentação da fumaça é bastante complexo. As principais variáveis que causam a movimentação da fumaça são o efeito chaminé (stack effect), flutuabilidade da fumaça (buoyancy), expansão, vento e o sistema CVCA – calor, ventilação e condicionamento de ar. A combinação dessas variáveis formam os mecanismos de movimentação e propagação da fumaça em um incêndio . (SAN MARTIN; COSTA; NASCIMENTO, 1996).

A visibilidade de um observador dentro do ambiente com fumaça

depende de várias condições; algumas são funções da fumaça, outras do ambiente

e outras do próprio observador. Com estas condições podem ser agrupadas, como

seguem:

a) fumaça: cor, tamanho das partículas, densidade e efeitos fisiológicos.

b) ambiente: tamanho e cor do objeto observado, iluminação no objeto.

c) observador: estado físico e mental, verificado em condições laboratoriais ou em

estado de tensão ou pânico num incêndio real.

Associados ao incêndio, na sua fase inicial, de pré aquecimento,

apresenta quatro fatores considerados determinantes de uma situação perigosa :

calor, chamas, fumaça e insuficiência de oxigênio. (CORPO DE BOMBEIROS DE

SÃO PAULO, 2001)

Do ponto de vista de segurança das pessoas, entre os quatro fatores

considerados, a fumaça é a que causa danos mais graves, e portanto deve ser um

dos fatores mais importantes a ser considerados (SECCO, 1982).

3.5.4. Gases tóxicos mais comuns no incêndio e seus efeitos

Dificuldade respiratória, tonturas e dor de cabeça excessiva, entre

outros são efeitos de intoxicação causada por fumaça produzida pela queima de

combustíveis. Em um hospital devido a grande quantidade de materiais sintéticos,

combustíveis sólidos e líquidos, teremos uma propagação maior, mais rápida, e mais

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tóxica. Com isso pessoas que estão dentro de uma UTI, na dependência de socorro,

podem ser contaminadas, por um dos gases liberado na queima de combustíveis,

muito antes que o fogo chegue até elas, ficando exposta primeiro ao efeito térmico.

A toxicidade da fumaça depende das substâncias gasosas que a

compõe. As mais comuns são o monóxido de carbono (CO), o gás carbônico (CO2),

o gás cianídrico (HCN) e o gás clorídrico (HCL). (SEITO et al., 2008, p.51).

3.5.4.1 Monóxido de carbono - CO

É encontrado em todos os incêndios e é resultado da combustão

incompleta dos materiais combustíveis a base de carbono, como a madeira, tecidos,

plásticos, líquidos inflamáveis, gases combustíveis, etc. O efeito tóxico deste gás é a

asfixia, pois ele substitui o oxigênio no processo de oxigenação do cérebro efetuado

pela hemoglobina. A hemoglobina é componente do sangue responsável pela

oxigenação das células do corpo humano. Ela fixa o oxigênio no pulmão formando a

oxihemoglobina.

Quando respiramos, o O2 é levado dos pulmões ao sangue, de onde é transportado para os tecidos pela hemoglobina (Hb), uma proteína. Cada molécula de hemoglobina acomoda quatro moléculas de O2. Acontece que o CO apresenta uma afinidade química 250 vezes maior pela hemoglobina que o O2. Assim, a oxigenação das células é comprometida na sua presença. Para piorar, a entrada do CO muda o comportamento da hemoglobina. As moléculas de O2 ainda conectadas à proteína ficam mais presas, o que atrapalha ainda mais a entrega de oxigênio para as células. Lentamente, a vítima morre asfixiada. (QUÍMICA, 2008).

Quando o oxigênio é substituído pelo monóxido de carbono, o

composto formado é o carboxihemoglobina que provoca a asfixia do cérebro pela

falta de oxigênio.

A anóxia produzida pelo monóxido de carbono não cessa pela

respiração do ar fresco como no caso dos asfixiantes simples. Após moderado grau

de exposição, somente em torno de 50% do monóxido de carbono inalado é

eliminado na primeira hora em circunstâncias ordinárias e sua eliminação completa

leva algumas horas quando se respirar ar fresco.

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A concentração máxima de monóxido de carbono que uma pessoa

pode se expor sem sentir seu efeito é de 50 ppm (partes por milhão) ou 0,005%, em

volume no ar. Acima deste nível aparecem sintomas como dor de cabeça, fadiga e

tonturas.

3.5.4.2 Gás Carbônico – CO2

É encontrado também em todos os incêndios e é resultado da

combustão completa dos materiais combustíveis a base de carbono. Entretanto,

como efeito nas pessoas que inalam o gás carbônico foi verificado que a respiração

é estimulada, os pulmões dilatam-se e aumenta a aceleração cardíaca. O estímulo é

pronunciado na concentração de 5% e após a exposição de 30 minutos produzem

sinais de intoxicação; acima de 7% ocorra a inconsciência pela exposição de alguns

minutos, limite tolerável pelas pessoas é em torno de 5.000 ppm ou 0,5 em volume

no ar.

Gás incolor e sem cheiro originado principalmente dos processos de combustão e respiração (grãos, sementes, microrganismos e insetos) Por ser um gás mais pesado que o ar , este acumula nos níveis inferiores dos ambientes confinados. Estes gases em condições normais do ar apresenta concentração de 0,04%. No entanto, quando a concentração atinge níveis superiores a 10% são observados dores de cabeça, vertigens, perturbação da visão, zumbidos no ouvido tremores, sonolência e perda dos sentidos. Caso um individuo entre em locais com concentração superior a 40% ocorre morte instantânea , Nestes casos, a vitima fica com a pela cianose, ou seja azulada. Isto é da má oxigenação do sangue arterial (SILVA, 2004, p. 12)

3.5.4.3 Gás Cianidrico – HCN

Os materiais em geral que produzem esse gás após efeito térmico,

é encontrado em pequena quantidade no ambiente hospitalar, porém o material

sintético náilon, é de fácil queima em caso de incêndio.

È produzido quando materiais que contém nitrogênio em sua

estrutura molecular sofrem a decomposição térmica, os materiais mais comuns que

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produzem o gás cianídrico na sua queima são: seda, náilon, orlon, poliuretano,

uréia-formoldeído, acrilonitrina, butadieno e estireno.

O gás cianídrico e outros compostos cianógenos bloqueiam a

atividade de todas as formas de seres vivos. Eles exercem uma ação inibidora de

oxigenação nas células vivas do corpo

3.5.4.4 Gás Clorídrico – HCI

É um gás da família dos halogenados; os outros são HBr (gás

bromídrico) , HF (gás fluorídrico) e HI (gás iodídrico).

O cloro é o halogênio utilizado para inibir o fogo nos materiais

sintéticos, sendo comum encontrá-los nas estruturas dos diversos materiais de

construção que sejam feitos de PVC, cloreto de polivinila.

Como efeito, lesões á mucosa do aparelho respiratório. São

observadas na forma de ácido clorídrico (gás clorídrico + umidade da mucosa)

provocam irritações quando a concentração é pequena, tosse e ânsia de vômito em

concentrações maiores e finalmente lesão seguida de infecção.

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4 OS HOSPITAIS E A QUESTÃO DA LEGISLAÇAO DE INCÊNDIO

A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, através da

Resolução, RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre o

Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de

projetos físicos de estabelecimento assistenciais de saúde.

As secretarias estaduais e municipais são responsáveis pela

aplicação e execução de ações visando o cumprimento deste Regulamento Técnico,

podendo estabelecer normas de caráter supletivo. No seu Art. 1, regulamenta que

todos os estabelecimentos de saúde sejam eles construções novas, áreas a serem

ampliadas, ou reformas deveram ser orientados sobre o exato cumprimento e

interpretação deste Regulamento Técnico. As secretarias estaduais e municipais

são responsáveis pela aplicação e execução de ações visando o cumprimento deste

Regulamento Técnico, podendo estabelecer normas de caráter supletivo. Porém a

inobservância das normas aprovadas por este regulamento constitui infração a

legislação sanitária federal, que dispõe o artigo 10,º 6.437, de 20 de agosto de 1977

(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA, 2002).

4.1CONDIÇÕES DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM HOSPITAIS

Na RDC nº 50, Parte III p, 129-, estabelece os critérios de

Segurança contra Incêndios, através de projetos, dispondo sobre critérios de

construção, instalação e proteção contra incêndio. Pela colocação da ANVISA, são

inúmeras as observações que devem ser feitas na elaboração de um projeto

arquitetônico de um estabelecimento de saúde; Quando esse ambiente promove

serviços de atendimento complexos, com a grande movimentação de pessoas num

espaço vertical, o pensamento voltado para a segurança de abandono dessas

pessoas torna-se imprescindível. Uma quantidade de conhecimentos técnicos são

colocados a disposição, através das NBRs, que dispõe principalmente sobre Saídas

de Emergência em Edifícios (ABNT, 2001).

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4.2 NORMATIZAÇÃO BRASILEIRA QUE DEVE SER OBSERVADA NA SEGURANÇA CONTRA

INCÊNDIO EM HOSPITAIS

NBR 9441 -Execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio

NBR 8674 -Execução de sistemas fixos automáticos de proteção contra incêndio

com água nebulizada para transformadores e reatores de potência;

NBR 9441 -Execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio –

procedimento;

NBR 14432 -Exigências resistência ao fogo de elementos construtivos de

edificações;

NBR 5628 -Componentes construtivos estruturais. Determinação da resistência ao

fogo;

NBR 6125 -Chuveiros automáticos para extinção de incêndio;

NBR 9077 -Saídas de emergência em edifícios;

NBR 11785 -Barra antipânico – especificação;

NBR 11742 -Porta corta-fogo para saídas de emergência;

NBR 11711 -Portas e vedadores corta-fogo com núcleo de madeira para isolamento

de riscos em ambientes comerciais e industriais;

NBR 13714 -Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndios;

NBR 98-Armazenamento e manuseio de líquidos inflamáveis e combustíveis;

NBR 10897 -Proteção contra incêndio por chuveiro automático;

NBR 12693 -Sistemas de proteção por extintores de incêndio;

NBR 13434 -Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – formas,

dimensões e cores;

NBR 13435 -Sinalização de segurança contra incêndio e pânico;

NBR 13437 -Símbolos gráficos para sinalização contra incêndio e pânico;

NBR 11836 -Detectores automáticos de fumaça para proteção contra incêndio.

A NBR 9077 (2001), com fundamentos para abandono de edifícios

em situações de incêndio disponibiliza uma grande quantidade de informações, e

trás em seu conteúdo a classificação sobre estabelecimentos de saúde.

Classificação de hospital quanto a sua ocupação e grupo, material construtivo, com

ênfase para rotas de fuga, que segue:

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a) quanto à ocupação: H3, Hospitais e assemelhados , ex: Hospitais casa de

saúde, prontos-socorros, clinicas com internação, ambulatórios e postos de

atendimento de urgência, postos de saúde e puericultura e outros.

b) quanto à característica construtiva: Código Y, Tipo edificações: com mediana

resistência ao fogo, edificações com estrutura resistente ao fogo, mas com fácil

propagação de fogo entre os pavimentos, ex: Edificação com paredes-cortinas de

vidro (cristaleiras); edificações com janelas sem peitoris, lojas com galerias e

vãos abertos e outros.

c) quanto à altura, dimensões em plantas e características construtivas, de acordo,

respectivamente.

4.3 COMPONENTES DA SAÍDA DE EMERGÊNCIA

Segundo o Código de Prevenção de Incêndio do Corpo de

Bombeiros do Estado do Estado do Paraná (2001), são meios de abandono, todos

os dispositivos utilizados para oferecer segurança na evacuação do local, devendo

seu dimensionamento e execução obedecer às especificações estabelecidas no

Código de Obras do Município, as normas da ABNT e aos seguintes critérios:

I. escadas enclausuradas á prova de fumaça: deverão ser executadas conforme

a norma brasileira para saídas de emergência em edifícios;

II. escadas comuns e rampas: deverão ter os revestimentos de piso dos degraus

e patamares, bem como as paredes, em material incombustível, ou com

índice de propagação superficial de chama classe “A” (queima de combustível

sólidos na superfície), conforme o ensaio preconizado em norma brasileira

especifica;

III. nas escadas ou rampas, independente das condições de propagação de

chama, o revestimento de piso deve ser antiderrapante;

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IV. nas escadas de uso comum, não será permitido estruturas de formas

circulares ou com degraus em leque;

V. as escadas deverão estar sempre desobstruídas, não sendo permitida a

instalação de portas providas de fechaduras, de forma a isolar um ou mais

pavimentos da edificação no sentido de saída;

A NBR 9077/01 (ABNT, 2001), fixa as condições que as edificações

devem possuí-las

I. a fim de que sua população possa abandoná-las, em caso de incêndio

completamente protegida em sua integridade física.

II. para permitir o fácil acesso de auxilio externo (bombeiros) para o combate ao

fogo e a retirada da população.

Esses objetivos são atingidos projetando-se:

a) as saídas comuns das edificações para que possam servir como saídas de

emergência.

b) as saídas de emergências quando exigidas.

É muito importante que as rotas de fuga sejam previamente

planejadas e ensaiadas, para que em situação de emergência seja possível realiza

uma desocupação rápida e sem acidentes. A elaboração deve levar em conta as

características físicas de cada setor e as condições dos pacientes a serem

removidos, com especial atenção aos pacientes que estão impossibilitados de

locomoção, se tornando completamente dependente das equipes de salvamento.

4.3.1 Dimensionamento das saídas de emergência

O dimensionamento das saídas de emergência deve levar em conta

diversos fatores, tais como, altura da edificação, características construtivas,

ocupação, características da população, dimensões em planta, distância a ser

percorrida pelo usuário, existência de sistemas de proteção e características

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arquitetônicas entre outra. Esse dimensionamento deve seguir as normas dos

serviços de prevenção local – Corpo de Bombeiros e as Normas Brasileiras vigentes

(NBR 9077, 2001).

Todos os itens componentes das saídas de emergência devem ser

corretamente dimensionados. O cálculo e a escolha dos tipos e dimensões dos

acessos, escadas, rampas, e a descarga, depende, dentre outros aspectos, do grau

de isolamento exigido. Conforme a NBR 9077, p. 4), as saídas de emergência ou

rota de fuga devem estar protegidas, em caso de incêndio, de um ponto da

edificação até uma espaço aberto.

Caminho contínuo devidamente protegido, proporcionado por porta, corredores, halls, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas, ou outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo usuário, em caso de um incêndio, de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço aberto, protegido do incêndio, em comunicação com logradouro (ABNT, 1993, p. 4)

A estrutura hospitalar existente hoje no Brasil requer cuidados.

Quando o assunto é segurança contra incêndio e saídas de abandono, a grande

maioria dos estabelecimentos de saúde não oferece uma estrutura física condizente

com as normas da (ANVISA. RDC nº 50). As autoridades ficam praticamente inertes

sem saber o que cobrar em forma de lei, pois a demanda de um hospital hoje, em

relação ao atendimento de emergência e ambulatorial, supera sempre a capacidade

de atendimento, não havendo possibilidade sequer de parar setores ou mesmo

interditar unidades devido às irregularidades que ocorrem no espaço físico. A

verificação de meios para buscar uma saída, vem sendo tema de negociação entre

entidades. Corpo de Bombeiros, que repassa através de comunicado, o laudo oficial

ao Ministério Público, e este é encarregado de fiscalizar e responsabilizar, levando

em conta, o comprometimento no atendimento de saúde à população nos hospitais,

em relação a legislação vigente ser cumprida, indo em busca de responsáveis.

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4.3.2. Largura das saídas

A largura das saídas deve ser dimensionada em função do número

de pessoas que por elas deva transitar, observando os seguintes critérios. NBR

9077 (2001).

a) os acessos são dimensionados em função dos pavimentos que servirem a

população.

b) as escadas, rampas e descargas são dimensionadas em função do pavimento de

maior população, o qual determina as larguras mínimas para os lances

correspondentes aos demais pavimentos, considerando-se o sentido da saída.

A largura mínima para saídas em estabelecimento assistenciais a

Saúde seja de 2,20m para permitir a passagem de macas, camas e outros. Existem

ainda uma série de exigências adicionais para a correta escolha do tipo de saída,

que dependem do estudo caso a caso.

4.3.3 Acessos

Os acessos devem satisfazer as seguintes condições:

a) permitir o escoamento fácil de todos os ocupantes de prédio;

b) permanecer desobstruídos em todos os pavimentos;

c) ter larguras de acordo com o estabelecido na legislação vigente;

d) ter pé-direito mínimo de 2,50m com exceção de obstáculos, representados por

vigas , vergas de portas, e outros, cuja altura mínima livre deve ser de 2,00m.

Os acessos devem permanecer livres de quaisquer obstáculos, tais

como, móveis ou divisórias móveis, locais para exposição de mercadoria, e outros,

de forma permanente.

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4.3.4 Compartimentação

Segundo a Resolução Colegiada da (ANVISA, 2002), entende-se por

setorização para fins de segurança contra incêndio, a divisão das unidades

funcionais e ambientes dos estabelecimentos Assistenciais de Saúde, em setores

com características especificas em relação á população, instalações físicas e

função, tendo em vista subsidiar o zoneamento dos incêndios.

Área de risco compartimentada é aquela que possui

compartimentação horizontal e ou vertical através de elementos construtivos

(paredes corta-fogo, portas corta-fogo, etc.), os quais oferecem resistência à

propagação do fogo a outras partes do risco.

Dentro do Código do Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná tem-

se ainda:

Art. 39 para fins que as unidades, no mesmo pavimento, seja

consideradas compartimentadas horizontalmente, deverão obedecer aos seguintes

requisitos:

I. estarem separadas entre si, por paredes resistentes ao fogo por um tempo

mínimo de 2 (duas) horas;

II. as paredes deverão atingir o ponto mais alto do pavimento (teto ou telhado).

No caso do teto não ser laje de compartimentação e esta parede

compartimentar edificações; ou a edificação ser construída na divisa ou rente

a mesma, esta deverá ir até o telhado ultrapassando-o em 1 (um) metro no

seu ponto mais alto;

III. as aberturas existentes nas paredes de compartimentação, deverão ser

protegidas com elementos resistentes ao fogo, por um tempo no mínimo,

igual da parede da compartimentação;

IV. as aberturas situadas em opostos de paredes divisórias, entre as unidades

autônomas, devem estar afastadas no mínimo 02 ( dois ) metros entre si;

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V. a distância mencionada no item anterior poderá ser substituída por aba

vertical perpendicular no plano das aberturas com 0,50 m de saliência sobre o

mesmo e ultrapassar 0,30 m da vaga das aberturas;

VI. quando as paredes forem paralelas, perpendiculares ou obliquas a distancia

será medida a partir da lateral da abertura até a interseção dos mesmos

planos das paredes consideradas;

VII. as aberturas situadas em paredes paralelas, perpendiculares ou obliquas

entre si, que pertençam a unidades autônomas distintas, deverão ter

afastamento mínimo 02 ( dois ) metros.

Segundo Luz Neto (1995), a compartimentação é a divisão de um

edifício em setores de incêndio, sendo cada área limitada por paredes, forros e pisos

capazes de resistir as chamas que comecem dentro do compartimento. Entre os

diversos setores alguns apresentam risco especial de incêndio devido ao tipo de

equipamento ou carga de incêndio que possuem, e, portanto, são estudados com

maior cuidado quando da instalação dos estabelecimentos assistenciais de saúde.

Os setores devem ser auto-suficientes em relação á segurança

contra incêndio, isto é, devem ser compartimentados horizontal e verticalmente de

modo a impedir a propagação do incêndio para outro setor ou resistir ao fogo do

setor adjacente. A compartimentação horizontal deve permitir a transferência da

população (em especial o paciente) entre setores de incêndio no mesmo pavimento;

a compartimentação vertical deve permitir a transferência da população entre

setores de incêndio em diferentes pavimentos.

Portanto, a determinação de superfície de pavimento necessária

para alojar a população do setor contiguo tem de ser pressuposto do projeto. São os

seguintes:

a) 25% dos pacientes estão em macas ou leitos (superfície necessária – 2.00 m2 /

paciente);

b) 25 % dos pacientes utilizam cadeiras de rodas, muletas ou necessitam de ajuda

similar (superfície necessária 0,5 m2 / pessoa);

c) 50 % dos pacientes não necessitam de ajuda e, portanto, são somados ao

restante da população (superfície necessária – 0,5 m2 / pessoa).

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Nenhuma abertura de setores de médio e alto risco pode interligar

diretamente áreas de circulação ou garagem. Nessas situações, ante câmeras

devem ser obrigatoriamente utilizadas. Qualquer setor de risco especial não pode

ser interligado como rota de via de escape.

4.3.5 Portas

Na compartimentação de um setor os pontos mais frágeis em

relação ao fogo são aberturas para ventilação e comunicação entre setores. Através

de portas e janelas, o fogo e a fumaça podem propagar-se com maior facilidade. Os

setores de incêndio devem ser dotados de portas resistentes ao fogo com

fechamento permanente. Para fechamento entende-se porta encostada, e não

bloqueada ou chaveada. As portas de proteção em zonas de alta circulação devem

possuir dispositivos de retenção próprios que possa ser desligados automática ou

manualmente em caso de incêndio. (ANVISA 2002).

4.3.6 Rampas

O uso de rampas é obrigatório nos seguintes casos:

a) para unir dois pavimentos de diferentes níveis em acessos a áreas de refúgio,

em edificações destinadas a Estabelecimentos Assistência de Saúde.

b) na descarga e acesso de elevadores de emergência.

c) quando a altura a ser vencida não for inferior a 0,48m, já que são vetados lances

de escadas com menos de três degraus.

d) quando a altura a ser vencida não permitir a dimensionamento equilibrado dos

degraus de uma escada.

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e) para unir o nível externo ao nível do saguão térreo das edificações em que

houver usuários de cadeiras de rodas.

Para as unidades hospitalares a declividade máxima das rampas é

de 10%. Deverão em todos os casos apresentar piso antiderrapante, incombustíveis

e corrimão em ambos os lados.

4.3.7 Escadas

As escadas são vias de evacuação vertical. Assim devem ser

tratadas principalmente, nos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS).

Podem ser protegidas, enclausuradas ou a prova de fumaça. A utilização de tais

soluções dependerá do grau de isolamento exigido. As escadas protegidas são

ventiladas e possuem paredes e portas resistente ao fogo. A escada enclausurada,

por sua vez, possui paredes e portas corta-fogo. A antecâmara incorporada à

escada configura o ultimo tipo (escadas à prova de fumaça) O maior afastamento

possível no mesmo setor não deverá ultrapassar 30 metros.

As escadas deverão ser dimensionadas segundo a (NBR 9077,

1993), que versa sobre saída de emergência em edifícios. Os fluxos de escada

ascendentes e descendentes devem ser independentes. Os EAS que possuem

pavimento abaixo do nível principal devem ser dotados de duas prumadas distintas

de circulação vertical. Uma delas servirá aos pavimentos abaixo do nível da entrada

do edifício e a outra ao resto do prédio.

Os lances das escadas devem ser retos e o números de pisos, em

cada lance, constante. As escadas curvas e os bocéis devem ser evitados a todo

custo. Em tais circunstâncias a queda a queda de uma ou mais pessoas pode

significar um bloqueio de repercussões desastrosas.

O corrimão é outro elemento de projeto que exige o máximo de

atenção. Ele deve estar presente em ambas as laterais de cada parte da escada. O

seu afastamento em relação às paredes, no inicio de cada lance, não deve permitir

a introdução (engate) do pulso, da mão, ou mesmo de peças do vestuário. Tal

possibilidade significa a retenção de uma pessoa e o conseqüente bloqueio parcial

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do escape. O corrimão deve ser fechado no início de cada lance. As dimensões dos

patamares devem permitir o giro de uma maca. Para tanto, a mudança de direção

nas escadas deve prever também a presença das pessoas que transportarão os

pacientes. As dimensões do retângulo de referência que atende a ambas as

necessidades é de aproximadamente: 0,60 x 2,30 m.(NBR 9077).

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5 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA-UTI

No Brasil, a implantação das Unidades de Terapia Intensiva (U.T.I.),

teve início na década de 70, atualmente é uma unidade presente dentro do contexto

hospitalar.

A unidade de terapia intensiva é a unidade responsável por cuidar

dos pacientes graves que se encontram internados no hospital. É composta por

médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, alguns

equipamentos sofisticados e principalmente de pacientes graves. O objetivo principal

da Unidade de Terapia Intensiva é preservar a vida do paciente.

Na Unidade de Terapia Intensiva, é comum o paciente estar

conectado a muitos equipamentos, que monitoram ou substituem sistemas

orgânicos, todos esses equipamentos dispõe de indicadores sonoros e visual, para

alertar a equipe da UTI, a respeito das modificações que ocorrem com o paciente.

Embora sejam desconfortáveis, são de extrema importância para a vida e segurança

do paciente. http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/uti-retrosp.htm-acesso em

25/11/2008.

Figura 4 - Leito de UTI e equipamentosFonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons

Dentre os diversos equipamentos disponíveis em uma UTI

destacamos os seguintes:

Respirador: É responsável pela manutenção da respiração

enquanto o paciente não é capaz de respirar sozinho. Possui baterias que podem ter

diferente tempo de duração.

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Figura 5 - Respirador automático

Fonte: http://saúde.hsw.uol.com.br/coma3.htm

Monitor Cardíaco: permite à equipe médica acompanhar

continuamente o funcionamento do coração, avaliando a freqüência cardíaca e a

presença de arritmia. O sinal é obtido por placas (eletrodos) que são colocados no

tórax do paciente.

Oxímetro de pulso: equipamento que permite a monitoração

contínua da quantidade de oxigênio existente no sangue no local em que está sendo

colocado o sensor. O sinal é obtido através de sensor colocado na orelha ou no

dedo do paciente e o resultado apresentado em percentual. Mesmo com a evolução

tecnológica, a sensibilidade do equipamento poderá ser alterada pela interferência

da luz fluorescente, hipotensão arterial e frio.

Bombas de infusão: Equipamentos utilizados para ministrar

medicação via venosa aos pacientes, uma vez que a maioria não tem condição de

receber esses medicamentos por outra via. Permite o controle adequado de

dosagem em função do tempo e a aplicação de diversos medicamentos

simultaneamente .

Monitor de Pressão não Invasiva: É afere a pressão arterial

quando não é passado o catéter arterial. Ele insufla e desinsufla em períodos

regulares, pré-programados, medindo a pressão.

Monitor de Pressão Intracraniana: mede a pressão dentro do

crânio através de uma fibra, geralmente, introduzida na região frontal da cabeça.

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Oxímetro Cerebral: registra o nível de oxigenação do cérebro

através de um sensor colado na testa do paciente.

Monitor de Pressão Invasiva: mede vários dados referentes a

função cardíaca, pulmonar e grau de hidratação. (INSTITUTO DE TRATAMENTO

NEUROLÓGICO E TERAPIA INTENSIVA, 2008)

Esses equipamentos que são fundamentais para a preservação da

vida do paciente, dificultam sua movimentação em caso de necessidade de remoção

urgente. Apesar da maior parte deles possuir sistema autônomo de operação, seu

transporte não é fácil tendo em vista o grande número de acessórios e cabos que os

mesmos possuem, além de estarem conectados a outros sistemas de

abastecimento tais como linhas de oxigênio, redes de vácuo ou ar comprimido.e

rede elétrica.

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6 CAPACITAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS NA RETIRADA DE PACIENTES DA ÁREA ENFUMAÇADA

Em uma situação de pânico onde envolvam fogo, fumaça e vítimas

(sem condições de locomoção). Devendo estabelecer prioridades. A seguinte ordem

de segurança deve ser seguida em situações de risco a vida:

I. Primeiro (o socorrista);

II. Depois a equipe (outros funcionários do setor/UTI);

III. E por último a vitima.

Isto pode parecer contraditório à primeira vista, mas tem o objetivo

de não gerar novas vítimas (INCÊNDIO, 2008).

As condições críticas durante um incêndio em uma edificação

ocorrem quando a temperatura excede a 75 graus Celsius, e/ou o nível de oxigênio

cai abaixo de 10%, e/ou as concentrações de monóxido de carbono ultrapassam

5.000 ppm. Tais situações adversas induzem a sentimentos de insegurança, que

podem vir a gerar o pânico e descontrole e levar pessoas a saltar pelas janelas.

Partindo do princípio que pacientes dependentes de locomoção em macas, com

uma série de equipamentos acessórios, inconscientes ou não. Tornam difícil esta

ação. Percebe-se então que além de sorte, os socorristas (quem socorre), também

dependem de conhecimento técnico, e muito controle emocional, verificando essas

habilidades somente através de capacitação e treinamento.

http://www.bombeirosemergencia.com.br/incendio.htm> - acesso em 26/11/2008

6.1 DO ENVOLVIMENTO DO FUNCIONÁRIO

Após verificação da necessidade de capacitação de pessoal

especializado para determinada função, espera-se dos coordenadores criarem

meios de envolvimento motivacional, para que o funcionário envolvido sinta-se ,

importante no processo de aprendizado. Esperando deste também, durante uma

capacitação empenho, pois esta sua nova função pode lhe trazer satisfação dentro

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da empresa, e lhe dando chances de promoção ou até mesmo aumento relativo em

seu salário.

Médico da UTI: Este profissional no envolvimento de uma

emergência, onde a situação específica é retirar vítimas de um ambiente confinado

de gases (monóxido de carbono), tem papel fundamental na triagem e como serão

transportados os pacientes até uma área de descarga (área segura), através de uma

rota de fuga já pré estabelecida, seu envolvimento com o restante da equipe de

enfermagem é fundamental, porém se tornará no decorrer da ocorrência mais um

socorrista, estando pronto para ajudar qualquer membro da equipe de enfermagem.

Enfermeiro da UTI: Tem a função de organizar e comandar as

equipes no momento da retirada, na escolha das rotas de fuga, optando pela melhor.

No entanto, na retirada de pacientes que estão dependendo de respirador, pacientes

entubados e ligados a outros tipos de suporte à vida, deverá este profissional criar

condições para que durante a rota de fuga, este percurso seja realizado sem

alterações, no que diz respeito a equipamentos e estando pronto para ajudar

qualquer membro da equipe de enfermagem.

Auxiliar de Enfermagem da UTI: Deve auxiliar e organizar de

maneira rápida as ações práticas, para a saída de cada maca com pacientes, e

equipá-las com o equipamento que cada paciente necessita, tornando segura a sua

saída até à área de descarga, estando pronto para ajudar qualquer membro da

equipe de enfermagem.

Auxiliar Administrativo da UTI: Este se tornará mais um socorrista,

devera auxiliar o enfermeiro no que for necessário, sempre sobre sua orientação.

Profissionais de outros setores: Pela falta de conhecimento no

setor que esta sobe contaminação de fumaça (monóxido de carbono), ou

profissionais e voluntários que venham a se disponibilizar próximo ao setor, deverá

sempre estar sobre orientação do enfermeiro, na hora do transporte.

O progresso profissional, a assistência e o reconhecimento pelo trabalho que se faz são variáveis comprovadamente relevantes nos estudos sobre motivação. Um treinamento nessa linha fará com que os profissionais da empresa mobilizem melhor os seus recursos, em benefício, não somente de si próprios mas também da organização. (PSICOLOGIA..., 2008).

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Figura 6 Capacitação de funcionários

Fonte:http://profissaoatitude.blogspot.com

6.2 DO CONHECIMENTO TÉCNICO

A Capacitação leva o funcionário a desenvolver um pensamento

voltado para a área de segurança, e riscos de possíveis acidentes que possam

acontecer no setor que lhe compete monitorar.

A equipe de saúde que monitora uma UTI, deve estar voltada para o

aprendizado, ás técnicas de abandono de local confinado e técnicas de transporte

de vítimas politraumatizadas e inconscientes, de acordo com a planta física que se

apresenta, no perímetro da unidade. Deve obter conhecimento de todas as rotas de

fuga possíveis partindo da UTI para o meio externo, da área de descarga ou de

reunião. O conhecimento de técnicas de suporte ventilatório alternativo, para

adaptação durante o percurso da rota de fuga, levando em consideração a natureza

patológica do paciente em que esta resgatando. Tudo deve ser previamente

treinado, repetido até que se crie instintivamente, a cultura de resgate. Com o

objetivo de minimizar as perdas humanas, a técnica deve estar sempre

acompanhada da prática incansável.

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6.3 DA CAPACITAÇÃO

No processo de capacitação, é importante que se trabalhe as

habilidades básicas, específicas e de gestão, ou seja, além de aprender

especificamente determinada profissão, a pessoa deverá ser estimulada a exercitar

suas competências básicas, que trata de sua apresentação pessoal, aparência,

auto-estima, comunicação, relacionamentos interpessoais, e sua capacidade de se

auto gerir, tomar decisões, participar de trabalho em equipe, bem como do seu

processo de desenvolvimento no trabalho (SENA, 2008).

A capacitação do pessoal que presta serviços na UTI, é essencial.

Pois esse profissional que fará o primeiro contato, com a intenção de resgate dos

pacientes daquele espaço físico. Esta capacitação deve ser feita por estratégia em

relação às pessoas que trabalham no turno. O objetivo é que todos participem,

porém num primeiro momento deve se localizar as pessoas que tem afinidade com

esse tipo de ação, com o perfil de bom relacionamento de trabalho em equipe,

capacidade para decidir e agir rápido.

A transição para a mudança é necessário, pois a instituição ganhará

profissionais com capacitação diferenciada. A indiferença profissional para com a

função de socorrista deve existir, pois transformar médicos, enfermeiros, serventes e

outros em socorristas pode não ser o pensamento ideal para todos, mas deve ser

este o objetivo.

6.4 DO TREINAMENTO

As brigadas de combate a incêndios e as brigadas de abandono de

local devem ser treinadas periodicamente, fazer exercícios simulados e possuir um

plano de intervenção, no qual deverá constar, em função dos riscos existentes na

edificação, a utilização dos recursos disponíveis. Preparar as pessoas para a

execução de tarefas peculiares à sua organização, desenvolvendo nelas novas

habilidades para uma ação, que traz como objetivo principal o resgate de vítimas de

um ambiente hospitalar, executado pela equipe de enfermagem.

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O treinamento resume-se em informação teórica e prática

profissional, que segue (SEITO et al., 2008, p.287).

Capacitação de socorrista para unidade hospitalar UTI

I. Introdução ao tema, histórico e justificativa

II. Teoria do fogo, classes e tipos de incêndio

III. Incêndio em hospitais.

IV. Contaminação de UTI por gases tóxicos e à ação da equipe de enfermagem

V. A escolha de saídas e rotas de abandono da UTI pela equipe de enfermagem

VI. Tipos de transporte de pacientes grave pela equipe de enfermagem

VII. Simulação de contaminação por monóxido de carbono, e o plano de

abandono da UTI pela equipe de enfermagem.

Somente o treinamento intenso de equipes pré qualificadas para

agilizar o abandono do ambiente enfumaçado, retirando o maior números de

pacientes possíveis.

6.4.1 A dificuldade em realizar treinamento prático

Diante da movimentação do dia-a-dia em um hospital, se torna

impossível a realização de treinamentos mais completos, pois qualquer

movimentação atípica, dentro de uma unidade onde existem pessoas

impossibilitadas de locomoção e com possíveis danos neurológicos, se tornaria uma

ação inconveniente.

A saída seria a montagem de um simulador, onde a intenção é

deixar o ambiente de aprendizado o mais próximo ao ambiente real, porém isso

implicaria em investimentos, mas o retorno seria da unidade se tornar uma

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referência neste tipo de treinamento de capacitação para simulações de áreas de

abandono, contaminada por gases de produto de combustão.

Outra opção é a distribuição de cores para todos os funcionários, de

setores diferentes, em que cada cor indicaria uma função. Ao saber da simulação

com um mecanismo de aviso pré-estabelecido (sinal sonoro ou luminoso), esse

funcionário se dirigiria ao setor onde ele deve prestar a ajuda. Assim as simulações

podem ser realizadas a qualquer momento, evitando o transtorno dentro da unidade

hospitalar.

Uma outra ação necessária seria a seleção de um grupo de

funcionários que fariam verificações periódicas das possíveis vulnerabilidades

estruturais, nos locais de risco onde a incidência de acontecimento de situações de

agravo de risco à vida já tenha sido mapeado. Com posse dessas informações seria

possível produzir um programa de treinamento prático, focando principalmente

essas áreas com maiores tendência a ocorrência de incêndios.

6.4.2 Educação continuada

Somente através de conhecimentos técnicos e aprimoramento

constante, iremos nos aproximar do que seria o ideal na preparação técnico

profissional para resgate de pacientes em ambientes confinados por qualquer tipo de

gás. A informação esta ao alcance de todos. Devemos buscá-la.

A educação continuada representa o conceito de que nunca é cedo ou tarde demais para se aprender, uma filosofia que tem sido adotada por uma vasta gama de organizações diferentes. A educação continuada é atitudinal, ou seja, as pessoas podem e devem estar abertas a novas idéias decisões, habilidades ou comportamentos. A educação continuada atira porta afora o axioma de que não se ensinam novos truques a um cachorro velho. A educação continuada vê as pessoas como capazes de aproveitar oportunidades de aprendizado em todas as idades e em numerosos contextos no trabalho, em casa e através de atividades de lazer, não apenas através de canais formais tais como escolas e universidades (EDUCAÇÃO..., 2008).

Na prática as coisas são muito mais complicadas do que parecem.

Em um ambiente hospitalar, os funcionários estão sempre em alerta, pois podem

deparar com situações de risco à vida, a todo momento e tirá-los da rotina para

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realização de capacitação requer muitas vezes não só empenho da chefia, mas

também do próprio funcionário em aceitar este compromisso, que requer sua

presença quase sempre em seu horário de folga. Situação essa para quem trabalha

em períodos noturnos se torna quase inviável.

A coordenação de enfermagem e recursos humanos juntos podem

elaborar uma escala de capacitação, onde se prioriza os horários de descanso, e

valoriza sempre o voluntariado, com compensação posterior.

6.4.3 Dos pacientes do hospitais

Ao receber a informação de contaminação o pânico vai se

estabelecer em vários setores do hospital, principalmente nos ambientes já

contaminados pelo monóxido de carbono e por outro gases. O funcionário socorrista,

já treinado com essa situação deverá saber oque fazer. Deve-se então priorizar o

atendimento de pessoas que tenham deficiência em locomoção: cadeirantes, e

pacientes em macas, juntamente com pacientes que tenham dificuldade de

deambular, esses deveram ser ajudados. Estabelecer uma rota de fuga, e certificar-

se que esta rota é segura, desobstruindo-a se for o caso. Em corredores onde existe

somente concentração de gases, procurar ventilar o ambiente, com abertura de

janelas ou outra abertura. Mobilizar o maior número de funcionários possíveis para à

ajuda e direcionamento do fluxo de pessoas que estejam perdidas, para uma área

de escape segura. O socorrista conhecedor das rotas de fuga mais rápidas deverá

orientar os funcionários, e ajudar dando prioridade as pessoas com dificuldade de de

ambulação.

6.4.4 Dos pacientes da UTI

O tempo para contaminação da UTI por monóxido de carbono irá

depender do alarme acionado pelo primeiro funcionário ou sensor que detectou o

incêndio. Quanto mais precoce for detectado essa fumaça, mais tempo para o

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resgate as equipes internas terão, O papel da equipe de enfermagem é muito

importante, pois são eles que irão realizar a primeira ação após o evento (ignição).

Esta ação se resume em escolher a rota de fuga, e iniciar o abandono do local.

Porém existem prioridades a serem tomadas. O objetivo é resgatar todos antes da

chegada do Corpo de Bombeiros. Obedecendo uma seqüência pré-estabelecida

que deve ser elaborada pelo enfermeiro responsável pelo setor, pois aqueles

pacientes estão sobe os cuidados de enfermagem da equipe. E todos que estão

internados neste setor são considerados graves.

Paciente entubado inconsciente: são os que menos irão sofrer

com a contaminação por gases tóxicos, pois o sistema de ventilação por O2, é

fechado e a entrada de outros gases em seu pulmão se torna impossível. Existe a

possibilidade de risco térmico causando queimadura. Deve ser transportado em

maca com rodas, desconectando o respirador e conectando ao tubo endotraqueal

um KT (ambú), alimentado por um cilindro de O2 á 100%, que deverá ficar fixado ao

lado da maca.

Paciente não entubado consciente: esse paciente poderia estar na

eminência de alta daquele setor, ou sobe observação de alguma doença cardíaca.

Deve ser transportado em maca com rodas com, máscara facial alimentada por O2 á

100%, cujo cilindro devera ser fixado ao lado da maca. Dependendo do cenário da

emergência poderá ir andando com auxílio de alguém.

Funcionário da UTI pela permanência no local confinado por

monóxido de carbono, a equipe de enfermagem deve fazer uso de equipamentos de

respiração autônoma portáteis, são leves de fácil transporte e que tem a finalidade

de proteção para essa situação, dando tempo suficiente para uma rota de fuga, com

ar respirável de aproximadamente 10 a 15 min. Na Figura 7 é mostrado um

equipamento de respiração autônoma.

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Figura 7 - Equipamento de respiração autônoma (rapid 15)

Fonte: www.protevan.com.br/canais/loja/subcategoria

Os demais equipamentos que contém bateria independente podem

ser transportados sobe a maca na parte inferior. Pensando sempre que a rota de

fuga deve ser rápida e segura, e que se aparecer um imprevisto pelo trajeto o

funcionário socorrista, deverá estar apto a interagir com esta situação.

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7 O EQUIPAMENTO DE APOIO

Após desconectado de todos os equipamentos o paciente deve ser

preparado para acessar a rota de fuga, sendo que o auxiliar de enfermagem e o

enfermeiro deverá proporcionar o suporte para o transporte da paciente entubado,

saindo da UTI até uma área segura. Neste percurso o paciente grave ficará com o

suporte de oxigênio ofertado por um torpedo de O2, conexões, tubos de

prolongamento, e um ambú, para a assistência ventilatória, que será realizada

manualmente. Fig.8

a) b) c)

Figura 8 a) neo-natal, b) infantil, c) adulto

Fonte: paginas.terra.com.br/.../equiresgate.htm

A maca para transporte se possível deverá ter rodas para melhor

locomoção (fig. 9), lembrando que o funcionário socorrista que conduzir a maca até

um local seguro, também deverá realizar durante o percurso a ventilação manual.

Caso esteja sendo ajudado por uma outra pessoa, esta deverá conduzir a maca, e o

funcionário especializado devera realizar a ventilação manual.

Caso a equipe decida em transportar o respirador usando a bateria

independente do próprio equipamento, este só poderá ser usando para realizar

monitoramento. Deverá também levar um ambú, sobressalente em caso de outra

emergência.

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A equipe de enfermagem deverá providenciar a proteção através de

cobertores e lençóis, devido a hipotermia em ambiente não controlado. Adotar

sempre como kit para saída de abandono os seguintes equipamentos:

a) maca com rodas

b) ambú adulto tipo KT

c) torpedo de O2 com conexão para ambú, e derivações.

Figura 9 - Maca de UTI com rodas

Fonte: www.vallitech.com.br/.../thumb.jpg

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8 A ESCOLHA DA ROTA DE FUGA

Segundo (SEITO et al., 2008, p.290), a maior preocupação durante

uma situação de emergência é a retirada das pessoas, o mais rápido possível, sem

qualquer tipo de acidente ou incidente, de dentro do local sinistrado para um

ambiente seguro; esse procedimento é chamado de “abandono de Local”

Todas as rotas de fuga partindo da UTI devem ser estudadas e

conhecidas pela equipe de enfermagem, fazendo periodicamente uma vistoria

verificando a obstrução dessas rotas. Devem estar desobstruídas e com a

capacidade de tráfego livre para a passagem de macas, pois em corredores

costuma-se deixar macas com pacientes em espera de consultas ou outro tipo de

equipamento que pode se tornar um obstáculo, e possível material combustível se o

incêndio por este setor se propagar. Segundo à (NBR 9077,1993 4.4.2, p5) as

passagens das rotas de fuga devem ter no mínimo 2,20 m de abertura, devendo

estar livres para o acesso a descarga até um local seguro já pré-estabelecido. Se a

unidade de saúde possuir mais de 750 m2 de área construída, será obrigatório a

sinalização de emergência.

A rota de fuga em uma situação de abandono pode estar bloqueada

impedindo o tráfego de macas, isso acontecendo o funcionário socorrista devera agir

com rapidez e pensar em meios de fortuna para que possa improvisar e prosseguir

o trajeto da saída de abandono, deixando para trás a maca e o restante do

equipamento, transportando somente o paciente da melhor maneira possível,

evitando correr, para não se instalar o pânico, e evitar possíveis acidentes no

percurso.

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9 TIPOS DE TRANSPORTE ALTERNATIVOS NA FUGA

A escolha da técnica de transporte pelo funcionário socorrista deverá

ser feito de acordo com o estado de saúde do paciente, o cenário da emergência e a

capacidade técnica do profissional que está realizando o resgate. Algumas vezes

este profissional deverá improvisar, para que se possa dar continuidade à fuga,

sendo que o ideal seria retirar todos os pacientes com macas, alterar seu padrão de

bem estar físico e mental que se encontrava no interior da UTI. Nas figuras abaixo

são representadas algumas técnicas de transporte para o ambiente hospitalar:

Figura 10 – Muleta humana

Fonte: Rogério Dutra de Oliveira

Figura 11 – Arrasto

Fonte: Rogério Dutra de Oliveira

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Figura 12 - Longitudinal (carriola)

Fonte: Rogério Dutra de Oliveira

Figura 13 - Transporte de bombeiro

Fonte: Rogério Dutra de Oliveira

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Figura 14 - Cadeirinha Japonesa

Fonte: Rogério Dutra de Oliveira

Figura 15 - Transporte de berço

Fonte: Rogério Dutra de Oliveira

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10 QUANTIDADE DE PACIENTES GRAVES À SEREM RESGATADOS

O funcionário socorrista dependendo do que foi estabelecido nos

treinamentos práticos deverá ficar responsável por um leito da UTI, no momento do

abandono. Podendo ele após ter realizado com sucesso o primeiro transporte e

estabilização desse paciente, se colocará a disposição do Oficial coordenador da

operação do Corpo de Bombeiros, voluntariando-se para organizar e dar apoio na

área de reunião, onde as equipes deverão concentrar os pacientes e receber ajuda

de outros profissionais de saúde. Através de médicos que realizaram triagem médica

para direcionamento de pacientes mais graves para hospitais próximos e que tenha

capacidade técnica de atender pacientes graves e outros casos. Portanto não existe

um número certo estabelecido. O profissional treinado para este tipo de situação

deverá se colocar a disposição para realizar qualquer tipo de serviço relacionado a

área de saúde. Sendo que a sua principal atuação já fora realizada, no primeiro

contato com os pacientes, após a detecção da fumaça e retirada rápida dessas

pessoas para uma área de descarga, conforme (NBR 9077. 2001, 4.11 p. 20).

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