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1 Categoria 7 A / Class F A padronização Fernando de Mesquita Ferreira Executivo de Vendas Nexans do Brasil S/A [email protected]

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Categoria 7 A / Class FA – padronização

Fernando de Mesquita Ferreira

Executivo de Vendas

Nexans do Brasil S/A

[email protected]

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Resumo

O objetivo deste trabalho é apresentar em linhas gerais o cabeamento Cat.7A / Classe

FA, como está a sua padronização nos diversos comitês normativos, e como está a demanda de

mercado para esta tecnologia.

Decidimos apresentá-lo porque esta tecnologia já existe há alguns anos, e as

informações sobre ela não são conhecidas pelo público em geral que atua na nossa área, mesmo

de alguns projetistas ou instaladores.

Este artigo destina-se a todas as pessoas que atuam em projetos de redes LAN, sejam

engenheiros, projetistas, instaladores, consultores, fiscais e usuários. Trata-se de uma exposição

dos principais pontos que o público precisa saber sobre o assunto.

Entre as questões mais importantes, aparecem dúvidas sobre equipamentos de

certificações, que já estão prontos e disponíveis no mercado, assim como dúvidas sobre as

interfaces dos equipamentos de transmissão e servidores, que ainda não estão preparadas para

40Gb/s, mas os comitês e fabricantes estão trabalhando neste ponto no atual momento.

Outras dúvidas comuns são sobre projetos, questões envolvendo distâncias, quantas

conexões podem ser usadas em um canal, entre outras perguntas do gênero, para saber das

limitações da Classe FA.

Estas questões serão todas abordadas no artigo de maneira genérica e simples, pois o

objetivo aqui é informar e nivelar a informação com estas novidades, abordando alguns detalhes

necessários para a melhor compreensão do assunto.

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1. Introdução

O cabeamento Categoria 7A é um sistema de cabeamento que foi desenvolvido para

oferecer uma largura de banda de 1000MHz (ou 1GHz). Ainda não existe uma aplicação que

exija o sistema Classe FA / Categoria 7A como mínimo necessário para seu atendimento,

disponível no mercado, porém este sistema atende a todas as aplicações já conhecidas e

implantadas atualmente (10GbE, 1GbE, etc).

A proposta do cabeamento Categoria 7A desde o inicio foi de atender a links de 40Gb/s

quando os equipamentos com esta taxa de transmissão estiverem prontos, disponíveis no

mercado, e perfeitamente normatizados pelo IEEE.

2. Normalização e especificações técnicas

A ABNT NBR 14565(terceira revisão), publicada em julho de 2012, não cita o

cabeamento Classe FA / Categoria 7A na seção de classificação. No item 6.3.2 desta norma,

classificação do cabeamento balanceado, são citadas as seguintes classes para cabeamento

estruturado:

a) Classe A: especificada até 100 kHz;

b) Classe B: especificada até 1MHz;

c) Classe C/Categoria 3: especificada até 16MHz;

d) Classe D/Categoria 5e: especificada até 100MHz;

e) Classe E/Categoria 6: especificada até 250MHz;

f) Classe EA/Categoria 6A: especificada até 500MHz;

g) Classe F/Categoria 7: especificada até 600MHz.

A ISO/IEC 11801 2011 (Ed. 2.2), publicada em 2010, e última revisão da norma ISO/

IEC 11801, especifica a Classe FA / Categoria 7A.

A ISO/IEC 11801 2008 (Ed. 2.1), publicada no início de 2008, foi a primeira norma de

âmbito internacional a especificar o sistema Classe FA/ Categoria 7A.

A ANSI/TIA-568-C, publicada em 2009, não especifica o sistema Classe FA/ Categoria

7A e também não especifica o sistema Classe F/ Categoria 7. Ela especifica apenas os sistemas

Classe C/Categoria 3 (16MHz), Classe D/Categoria 5e (100MHz), Class E/Categoria 6

(250MHz) e por fim a Classe EA/Categoria 6A(500MHz). Nenhuma das normas ANSI/TIA-

568-C-X (sejam X = 0 ou 1 ou 2, 3 ou 4), cita sistemas de transmissão em par trançado para

larguras de banda acima de 500MHz.

A CENELEC, através da norma EN50173-1:2011, publicada em 2011, especifica o

sistema Classe FA/ Categoria 7A.

2.1 Meios físicos

Os cabos reconhecidos pela ISO/IEC11801 são cabos com dupla blindagem, ou seja,

possuem uma blindagem total, envolvendo todos os quatro pares e também uma blindagem

individual, envolvendo cada um dos quatro pares separadamente. Eles têm que ser do tipo S/FTP

(Screened/Foil Twisted-Pair), na qual a blindagem externa é obtida por meio de uma malha

metálica (screen) e cada par é blindado individualmente com folhas metálicas (foil).

Este tipo de construção confere a estes cabos uma blindagem muito eficiente e

praticamente cancela interferências por alien crosstalk, efeito que pode comprometer o bom

desempenho de aplicações mais exigentes como é o caso das aplicações Gigabit Ethernet e

10GbE (10 Gigabit Ethernet).

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Como a frequência que este sistema permite para transmissão é muito alta (1GHz), a

interferência entre os pares em um mesmo cabo e entre os diferentes cabos em uma mesma

infraestrutura(alien crosstalk), é um ponto crítico e exige este tipo de construção para o seu

perfeito funcionamento.

A ISO exige que este tipo de cabeamento seja blindado total e individualmente (par a

par). Não existe um sistema Classe FA/Categoria 7A não blindado.

A figura 1 abaixo mostra um exemplo de cabo Cat.7A S/FTP e a figura 2 outros

detalhes construtivos.

Figura 1 - Exemplo de um cabo do tipo S/FTP.

Figura 2 - Detalhe em corte da construção de um cabo S/FTP

A figura 3 abaixo, mostra a largura de banda mínima exigida pelos diferentes sistemas

de cabeamento de acordo com a ISO/IEC 11801.

Figura 3 - Largura de banda mínima para cada tipo de sistema de cabeamento

conforme a ISO/IIEC 11801.

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A tabela 1 abaixo (Tabela 31 da ISO/IEC 11801:2002/A1:2008),especificaas distâncias

mínimas e máximas aplicáveis a cada elemento do cabeamento.

Tabela 1 - Distâncias especificadas pela ISO/IEC 11801:2002/A1:2008.

Onde:

FD é o distribuidor de piso (floor distributor), onde fica o rack do andar;

CP é o ponto de consolidação (consolidation point);

TO é a tomada de telecomunicações (telecommunications outlet).

A partir da tabela 1 acima, já é possível enxergar as diversas possibilidades de

configuração de canal (2 conexões, 3 conexões com ponto de consolidação, 3 conexões com

cross-connect ou 4 conexões), mas para ficar mais claro ilustramos cada uma das possibilidades,

bem como as informações sobre os tamanhos mínimos e máximos que cada uma delas pode

atingir em termos de comprimento de canal (as distâncias apresentadas estão em metros).

Para a instalação de um canal com 2 conexões, a configuração em termos de distância é

a conforme a figura 4.

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Figura 4 - Configuração de canal com 2 conexões, distâncias mínimas e máximas.

Para a configuração de um canal com 3 conexões, usando conexão cruzada (cross-

connect), as distâncias são conforme apresentado na figura 5.

Figura 5 - Canal com 3 conexões com cross-connect, distâncias mínimas e máximas.

Para a configuração de um canal com 3 conexões, usando ponto de consolidação, a

implementação deve ser conforme mostrado na figura 6.

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Figura 6 - Canal com 3 conexões com ponto de consolidação, distâncias mínimas e

máximas.

Para a configuração de um canal com 4 conexões, as especificações de distâncias

devem estar conforme o esquema da figura 7.

Figura 7 - Configuração de canal com 4 conexões, distâncias mínimas e máximas.

Em relação à taxa de transmissão, o sistema de cabeamento Classe FA foi originalmente

idealizado para atingir taxas de 40 Gb/s,porém como a normatização por parte do IEEE na

questão do 40GBase-T ainda não está concluída, teremos que aguardar mais alguns meses para

que ela seja concluída. Estão em curso no atual momento da história (agosto de 2013) tanto na

ISO, quanto no IEEE e na ANSI/TIA, discussões sobre quais serão os requisitos do cabeamento

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para atingir 40Gb/s em cobre, a nível construção dos materiais (cabos e acessórios), distâncias,

largura de banda exigível, entre outros conceitos.

2.2 Parâmetros de transmissão

No momento atual (agosto de 2013), os fabricantes de equipamento estão

desenvolvendo os equipamentos e também suas interfaces para esta aplicação. Falaremos mais

deste assunto nas próximas páginas do artigo, quando abordarmos o atual andamento da

padronização do 40GBase-T. As normas aplicáveis a sistemas de cabeamento estruturado Classe

FA/Categoria 7A são os seguintes:

a. Perda de retorno (RL, Return Loss): este parâmetro está relacionado às reflexões de

sinais em sistemas de cabeamento devido aos descasamentos de impedância dos canais. O

controle da perda de retorno é importante para garantir a qualidade de transmissão do canal;

b. Perda de inserção, atenuação (IL, Insertion Loss): é a perda de potência de sinal como

resultado de sua propagação por um meio físico, neste caso o meio físico é o cabo de cobre. A

atenuação deve ser mantida dentro de limites estabelecidos em normas técnicas aplicáveis, pois

uma atenuação excessiva do sinal transmitido pode torná-lo ininteligível e as etapas de recepção

e decodificação do sinal recebido podem não ser capazes de recuperá-lo;

c. Paradiafonia (NEXT, Near End Crosstalk): a paradiafonia é a interferência entre

sinais que se propagam por pares diferentes dentro de um mesmo cabo avaliada na extremidade

mais próxima àquela em que se encontra a fonte de ruído. O crosstalk é um efeito resultante da

interferência eletromagnética entre sinais que se propagam por pares adjacentes e quando ocorre

em alta intensidade é prejudicial à transmissão de sinais. O crosstalk é certamente o efeito mais

crítico que afeta a transmissão de sinais por cabos metálicos;

d. Relação atenuação paradiafonia (ACR-N, Attenuation to crosstalk ratio at the near-

end): esta relação entre parâmetros (paradiafonia e atenuação) ajuda na determinação das

carcaterísticas de propagação do canal em relação à sua resposta ao ruído. Quanto maior o valor

medido para este parâmetro (em dB), melhor e mais “limpo” pode-se dizer que o canal é para a

transmissão de sinais;

e. Relação atenuação telediafonia (ACR-F, Attenuation to crosstalk ratio at the far-

end): similar ao ACR-N, porém que avalia a relação entre a atenuação do canal e a telediafonia.

Sua avaliação é similar à avaliação do ACR-N;

f. Desequilíbrio resistivo em corrente contínua: parâmetro primário do cabo e

diretamente relacionado ao seu nível de balanceamento. Quanto menor o desequilíbrio resisitivo

entre condutores do cabo, melhor sua característica de balanceamento;

g. Capacidade de transmissão de corrente: especifica a capacidade de corrente (em

ampères) de cada condutor do cabo. Isso limita a potência do sinal que pode ser transmitido por

um dado cabo de pares trançados para telecomunicações;

h. Atraso de propagação (Propagation Delay): especifica o tempo máximo de

propagação de sinal entre uma extremidade e outra de cada par do cabo;

i. Diferença de atraso de propagação (Delay Skew): mede a diferença entre os atrasos de

propagação do par mais rápido e do par mais lento de um mesmo cabo. O dely skew deve ser

controlado para garantir que aplicações full-duplex possam ser implementadas com segurança em

cabos de pares trançados balanceados;

j. Perda de conversão transversal (TCL, Transversal Conversion Loss): parâmetro

associado ao nível de balanceamento dos pares do cabo e de controle e medição em nível de

laboratório. Este parâmetro não é avaliado em medições de campo;

k. Atenuação de acoplamento (Coupling Attenuation): outro parâmetro associado ao

nível de balanceamento dos pares do cabo e de avaliação similar ao TCL.

Para finalizar, os parâmetros associados ao crosstalk (NEXT, ACR-N e ACR-F) devem

ser medidos em campo e ambos os métodos de teste (par-a-par e powersum) devem ser

utilizados.

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3. A aplicação 40GbE (40 Gigabit Ethernet)

Em sessão realizada entre os dias 18 a 22 de março de 2013, o IEEE802.3 aprovou a

formação de uma Task Force (força tarefa) para o desenvolvimento de especificações de 40Gb/s

Ethernet sobre cabos de cobre balanceados.

Toda vez que uma Task Force é aprovada, ela inicia o trabalho de imediato e realiza

reuniões periódicas para equalização das informações, definir objetivos, distribuir as tarefas entre

os membros do grupo, apresentar as teorias e estudos feitos até o momento, aprovar as etapas já

finalizadas/definidas e avançar nas definições futuras que deverá executar.

O novo padrão será chamado de IEEE802.3bq e um dos objetivos da força tarefa inclui

a especificação de um canal com 2 conexões com 30 metros de comprimento.

Os objetivos do grupo do IEEE802.3bq incluem, sem a eles se limitar, as seguintes

premissas:

- suporte às operações “full duplex” somente;

- preservar o formato do “frame Ethernet” 802.3 utilizando o protocolo MAC 802.3 ;

- preservar o tamanho mínimo e máximo do “frame”do padrão atual 802.3;

- suportar uma taxa de erro de bit (Bit Error Rate – BER) melhor ou igual a 10-12;

- suportar auto-negociação;

- suportar EEE (Energy Eficient Ethernet);

- suportar LANs utilizando links ponto-a-ponto em redes de cabeamento estruturado,

incluindo segmentos (ou links) diretamente conectados;

- suportar a taxa de transmissão de 40Gb/s;

- definir um link baseado em cobre já definida na ISO / IEC JTC1/SC25/WG3 e TIA

TR42.7, seguindo as seguintes características:

4 pares, em cabeamento de par trançado balanceado em cobre;

2 conectores;

30 metros de comprimento no mínimo.

O comprimento do canal em 30 metros foi escolhido para simplificar os desafios

técnicos para o desenvolvimento. É sabido que 30 metros em cabeamento de cobre representa

cerca de 95% dos links entre servidores e switches dentro de um data center (este tipo de link não é

adequado para ambientes enterprise / links horizontais).

Nos próximos 9 a 12 meses, espera-se que a força tarefa (task force) defina qual

categoria de cabeamento será necessária para suportar 40GBase-T Ethernet.

Atualmente existem várias propostas, a saber, por grupo de estudo / trabalho:

ANSI/TIA TR42.7: desde 2011, dentro da TIA ( Telecommunications Industry

Association), o grupo TR42.7 Copper Cabling Engineering Sub-Comitte instalou um novo grupo

de trabalho para estabelecer parâmetros para suportar aplicações em 40Gb/s. Uma de suas

primeiras ações foi aumentar a largura de banda de 500MHz anteriormente definida para

2000MHz (2GHz). Também foram aumentadas as exigências técnicas em diversos parâmetros

como o AXT (alien crosstalk), powersum Attenuation to Crosstalk Ratio (PS ACR-F), e TCL

(Transverse Convertion Loss). Outras mudanças realizadas por este comitê não serão

apresentadas aqui, assim como seus detalhes, por serem questões muito técnicas ou por ainda

não estarem completamente definidas. Este grupo de trabalho aumentou a velocidade do

andamento deste assunto, e passou a efetuar reuniões a cada dois meses. O novo padrão que será

chamado por este comitê de Categoria 8, será publicado como um adendo da ANSI/TIA-568-C.2

em algum momento do tempo durante o ano de 2013 ou 2014.

ISO/IEC JTC1/SC25 Working Group 3: em contraste com a TIA, a ISO está olhando

para os canais Cat.6 A e Cat.7 A procurando por suas possibilidades de suportar velocidades de

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transmissão de 40Gb/s. O ISO SC25 Working Group 3 está desenvolvendo o assunto e

recentemente publicou um documento (em forma de draft) ISO11801-99 como o título

“Guidance for balanced cabling in support of at least 40Gb/s data transmission.”

Este documento tem duas partes principais; a primeira parte descreve canais construídos

a partir de componentes já existentes e padronizados como Classe EA e Classe FA, e verifica se

eles podem ser usados para 40Gbase-T. Para apresentar estes resultados, ela utilizou-se de

cálculos de “Shannon Capacity” e “margem para 40G”. A tabela 2 apresenta esta margem.

Tabela 2 - Margem 40GbE versus Shannon Capacity versus componentes existentes.

Componentes

Frequência -

limite

superior

(MHz)

Complexidade

da

Codificação

Complexidade

do Chip

Shannon

Capacity (em

Gb/s)

Margem para

40G (em dB)

Cat.6 A 500 Muito Alta Similar a 10G < 40G Não

alcançável

Acima de 10G < 40G Não

alcançável

Cat. 7 A 1000 Alta Similar a 10G 62 16

Menor que

10G 62 16

Cat.7 A com

suporte a

freqüências

mais altas

1600 Média Similar a 10G 85 23

Menor que

10G 85 22

O cabeamento Cat.6A ou Classe EA não tem largura de banda suficiente para mesmo

em distâncias curtas como 30 metros suportar 40Gb/s. Contudo, a Cat.7 A com 1000 MHz (o

dobro da largura de banda da Cat. 6 A) poderia ser usado para uma aplicação de 40Gb/s. Foi

notado também que um sistema de Cat. 7 A com uma escala de freqüência estendida permitiria a

simplificação da codificação, o que muito provavelmente facilitaria a implementação para os

projetistas dos chips (circuitos integrados).

Na segunda parte do documento, a ISO descreve canais feitos por componentes que

ainda não estão padronizados, e certamente iria requerer desenvolvimento por parte da indústria

de cabeamento. Esta seção contém dois tipos de canal em termos de especificação de

performance, ambas especificadas até 2GHz. O primeiro tipo (Channel I) é similar à abordagem

do TIA Cat.8, e o segundo (Channel II) é baseado em melhorias na versão da ISO Cat.7 A e

mostra uma melhoria significativa na relação sinal ruído (Signal-to-Noise Ratio).

A tabela 3 apresenta a capacidade dos canais para a Categoria 8.

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Tabela 3 - Margem em 40G versus Shannon Capacity versus

componentes a serem desenvolvidos

Componentes

Frequência -

limite

superior

(MHz)

Complexidade

da

Codificação

Complexidade

do Chip

Shannon

Capacity (em

Gb/s)

Margem para

40G (em dB)

Channel I 2000 Baixa Similar a 10G 83 17

Superior ao

10G 83 22

Channel II 2000 Baixa Similar a 10G 85 22

Inferior ao

10G 85 22

A principal diferença entre as duas opções não é a freqüência máxima ou capacidade,

mas sim o custo de implementação. O Channel I requereria um alto nível de cancelamento de

ruído, bem acima do hoje existente no 10Gbase-T. O Channel II permitiria a simplificação do

projeto do chip através da redução do nível de DSP – Digital Signal Processing necessário para

o cancelamento do ruído. Isto permitiria também outros dois efeitos positivos: redução no

consumo de potencia elétrica e redução na latência dos chips. Ambos os efeitos são parte do

atual foco na indústria de data centers.

Seguindo estes resultados, existem pelo menos 4 opções para a escolha: Cat.7 A, Cat7A

estendido, Channel I e Channel II. Para a ISO, não está claro ainda se uma nova classe de

cabeamento será necessária para atender 40GBase-T, mas aparentemente está claro de alguma

forma que a extensão da freqüência para acima de 1000MHz será necessária. Esta extensão

poderia ser provida por uma nova classe de cabeamento, ou, mais simplificadamente, por um

novo conjunto de "testes-limites" que podem ser usados para caracterizar os canais de

cabeamento acima de seu “range” atual de frequências. A ISO está atualmente trabalhando

nestes limites e suas definições estão presentes no relatório por ela apresentado. Ainda não dá

para saber qual destes caminhos a ISO seguirá, mas isto se tornará mais claro em 2014, quando o

IEEE tiver decidido mais alguns pontos em relação aos requisitos para o 40GBase-T.

Em relação à nomenclatura, a TIA irá usar o nome Categoria 8. A ISO ainda não se

decidiu sobre os nomes para estas potenciais novas classes de cabeamento. Contudo, já está

circulando internamente os nomes “Classe I” e “Classe II”.

As especificações da TIA CAt.8 são similares às especificações do Class I da ISO.

Contudo, a ISO não adotou a mesma convenção de nomenclatura da TIA. Dentro da ISO, uma

nova classe de “cabling“ sempre representa uma combinação de dois fatores: maior freqüência e

melhor relação sinal-ruído (SNR). Seguindo esta lógica, o sistema “Cat.8” necessitaria ser

superior aos existentes Cat.7 e Cat.7A, mas isto não foi seguido dentro da TIA. Em termos de

relação sinal-ruído (SNR ), o Cat.8 é significativamente menor que o Cat.7 ou que o Cat.7A.

A figura 8 acima mostra que, da mesma forma que o Cat.6 A é uma extrapolação do

Cat.6, o “Categoria 8” na TIA é baseado na extrapolação dos requerimentos do Cat. 6 A para

freqüências maiores. Porém estas especificações de “cabling“ não oferecem um aumento na

relação sinal-ruido (SNR) em relação à ISO Cat.7. Dentro da TIA, não existe a “Categoria 7”, e

portanto eles se sentiram livres para especificar alguma coisa nova.

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Figura 8 - Requisitos de NEXT do canal Categoria 8.

Dentro da ISO, as especificações do Cat.7 e Cat.7 A existem, então a nova categoria não

poderia ter nenhuma característica de performance aquém (ou inferior) em relação às categorias

existentes.

A ISO recentemente se decidiu na questão dos nomes, e irá dividir os nomes dentro do

termo “Categoria 8”. Os componentes para um potencial ISO Channel I serão chamados de

Categoria 8.1. Os componentes para um potencial ISO Channel II serão chamados de Categoria

8.2. A ISO está usando esta nomenclatura para indicar que existe diferença entre eles.

A partir de agora, os usuários finais, projetistas e demais pessoas da nossa área,

precisam ter a ciência e compreender que o cabeamento em cobre na ISO não seguirá uma única

e simples lógica, mas provavelmente haverá duas hierarquias a serem consideradas: frequência e

e relação sinal ruído (SNR).

As tabelas 4 e 5 mostram as hierarquias em termos de frequência das categorias de

sistemas de cabeamento.

Tabela 4 - Hierarquia das “Categorias” de acordo com a freqüência e a ISO.

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13

0

10

20

30

40

50

ISO CAT6A U/UTP ISO CAT6A F/UTP ISO CAT7 S/FTP ISO CAT7A S/FTP

Série1

Tabela 5 - Hierarquia das “Categorias” de acordo com a relação sinal ruído e a ISO.

Provavelmente a maior de todas as novidades em cabeamento em cobre será que o

suporte à distancia de 100 metros chegará ao fim. Nenhum sistema de cabeamento que está

proposto a rodar o 40GBase-T, nem o atual Cat.7 A e nem o Channel II, poderá ser instalado

com links superiores ao limite de 30 metros. Muito provavelmente esta será a distância máxima a

partir de agora, e deverá ser respeitada nos projetos para 40GBase-T.

Em relação aos limites teóricos de transmissão em cobre, muitos dos estudos publicados

até hoje fazem o uso da chamada “teoria de Shannon” ou “teorema de Shannon”.

C.E.Shannon foi um cientista que nos anos 40 publicou uma fundamentação matemática

para cálculos que posteriormente na história foram usados para transmissão de sinais digitais.

A “Shannon Capacity” é uma lei fundamental na teoria da informação baseada na

limitação física dos canais de transmissão. Ela define uma taxa máxima de transmissão de dados

que podem ser transmitidos em um dadocanal de transmissão.

A “Shannon Capacity” não pode ser excedida por nenhum meio técnico até o momento

conhecido. A figura 9 apresenta a capacidade de transmissão (teórica) em Gb/s conforme

Shannon para diferentes categorias de cabeamento.

Figura 9 - Capacidade de transmissão (teórica) em Gb/s de

acordo com a “Shannon Capacity” .

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Em relação à teoria, percebemos que os comitês normativos estão sendo realistas e

cautelosos, para que todos os sistemas normatizados e em normatização atinjam realmente a

taxa de transmissão proposta por uma dada norma, e atenda aos diversos quesitos técnicos

envolvidos.

4. Próximos passos

Para quem não participa dos comitês normativos, é aguardar as reuniões e publicações

das próximas normas. As reuniões dos comitês mais relevantes para este assunto durante 2013

estão no calendário abaixo.

IEEE 802.3

Telecommunications and

information Exchange

between systems

21-25 Jan 2013 – Phoenix,

USA

18-22 Mar 2013 – Orlando,

USA

13-17 Mai 2013 – Victoria,

Canadá

15-18 Jul 2013 - Geneva, CH

TIA TR42

Balanced twisted-pair cooper,

optical fibre and other

telecommunications cabling

systems and components and

infrastructure

4-8 Fev 2013 – Palm Spring,

USA

10-14 Jun 2013 – Portland,

USA

7-11 Out 2013 – Philadelphia,

USA

ISO/IEC SC25 WG3

Microprocessor systems; and

O/F interfaces, protocols and

associated interconnecting

media for information

technology equipment

25 Fev – 1 Mar 2013 –

México

30 Set – 5 Out 2013 Suécia

5. Conclusões

O sistema de cabeamento para uma largura de banda de 1000MHz ou superior,

regulamentado pela ISO/IEC 11801 desde 2008, está ainda em sua fase inicial de implantação no

Brasil, e também no mundo, mesmo apesar de na Europa ele já ter alcançado cerca de 5% do

mercado.

As questões referentes a projetos e design estão estabelecidas já há mais de 5 anos na

Europa através da normas ISO/IEC e CENELEC. Os equipamentos de testes para sistemas de

cabeamento em cobre para 1000MHz também estão prontos.

Em relação à tecnologia 40GBase-T, a mesma será padronizada e será o futuro das

redes em cobre para altas taxas de transmissão. Os próximos passos que trilharemos até

chegarmos lá são:

- o posicionamento final do IEEE quanto aos requerimentos de cabeamento para 40Gb/s

em cobre, o que ainda não ocorreu;

- a conclusão e publicação da ANSI/TIA-568-D, e Categoria 8, que ainda estão em draft

e em desenvolvimento;

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- a ISO/IEC também está estudando novos sistemas de cabeamento para 1200, 1500 e

até 2000 MHz;

Concluímos que, em relação aos sistemas de 40Gb/s, diversos pontos já estão definidos

e muitos outros ainda não, e as próximas definições que estão para acontecer, irão clarear mais o

assunto.

Neste artigo procuramos esclarecer os principais possíveis pontos de dúvidas em relação

aos novos sistemas de cabeamento.

Referências Bibliográficas:

1. ABNT NBR 14565, terceira edição, publicada em julho de 2012

2. ISO/IEC 11801 2011 (Ed. 2.2), publicada em 2010

3. ISO/IEC 11801 2008 (Ed. 2.1), publicada em 2008

4. ANSI/TIA-568-C, publicada em 2009

5. EN50173-1:2011, publicada em 2011

6. Nexans Design Guidelines for Lanmark-7A, revisão 1.0, publicada em Junho de 2008

7. MARIN, PAULO S. A Categoria 7 A existe ou não? (artigo técnico publicado setembro de

2011)

8. Decoding Standards – NCS Newsletter – publicada em Junho de 2013

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Curriculum do Autor

Fernando de Mesquita Ferreira é engenheiro de produção, eletricista pela FEI – São

Bernardo do Campo (2008) e atual executivo de vendas na Nexans do Brasil S/A desde 2009.

Possui 14 anos de experiência na área de cabeamento / redes LAN, e já participou de

diversos projetos a nível Brasil, principalmente nas etapas de prospecção e implantação.

Atuou no inicio de sua carreira com instalações em campo quando ingressou na Seicom

S/A, e ficou por 2 anos e meio. Trabalhou por 4 anos na empresa Consoft Consultoria em

Sistemas Ltda., iniciando como projetista, e após 2 anos passou para a equipe comercial. Após

uma passagem como gerente técnico na Klint Distribuidora, atuou como gerente comercial na

RED Network por dois anos e meio, antes de ingressar na Nexans.

Ao longo de sua carreira participou de treinamentos sobre cabeamento estruturado em

diversos fabricantes, e após seu ingresso na Nexans foi treinado na Nexans Bélgica para

ministrar treinamentos pela Nexans aqui no Brasil.