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REDES LOCAIS NA PRTICAAlexandre Otto Durr Fernando Ramos da Silva Flvio de Souza Oliveira Leonardo Andreozi Marcus Brando de Moura Pedro Henrique G. da Silva Roberto Brs

Rua Jacinto Jos de Arajo, 315/317 - Tatuap CEP.: 03087-020 - So Paulo - Brasil (11) 6195-5333 www.editorasaber.com.br

Copyright by EDITORA SABER LTDA. 1 edioTodos os direitos reservados. Proibida a reproduo total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas grficos, microflmicos, fotogrficos, reprogrficos, fonogrficos, videogrficos, atualmente existentes ou que venham a ser inventados. Vedada a memorizao e/ou a recuperao total ou parcial em qualquer parte da obra em qualquer programa jusciberntico atualmente em uso ou que venha a ser desenvolvido ou implantado no futuro. Essas proibies aplicam-se tambm s caractersticas grficas da obra e sua editorao. A violao dos direitos autorais punvel como crime (art. 184 e pargrafos, do Cdigo Penal, cf. Lei n 6.895, de 17/12/80) com pena de priso e multa, conjuntamente com busca e apreenso e indenizao diversas (artigos 122, 123, 124, 126 da Lei n 5.988, de 14/12/73, Lei dos Direitos Autorais. Diretor responsvel: Hlio Fittipaldi Reviso: Eutquio Lopes Desenhos: Isabel Pereira Diagramao e Coordenao: Renato Paiotti Fotolitos: SC & P Fotolitos Grfica: Cunha Facchini

NDICE1 - CABEAMENTO ESTRUTURADO ............................................................................................................. 1.1 - FAZENDO UMA REDE DE PEQUENO PORTE COM CABEAMENTO ESTRUTURADO ............... 1.1.1 - O INCIO DESSE CONCEITO .............................................................................................. 1.1.2 - O CONCEITO ATUAL ............................................................................................................ 1.1.3 - PROPOSTA DA REDE FSICA .............................................................................................. 1.1.4 - SOLICITAO DA REDE ...................................................................................................... 1.1.5 - ESCOLHENDO O MATERIAL ............................................................................................... 1.1.6 - PREPARANDO O LANAMENTO DOS CABOS ................................................................. 1.1.7 - LANANDO OS CABOS .................................................................................................... 1.1.7.1 - CABOS EM CANALETAS ...................................................................................... 1.1.7.2 - CABOS EM ELETRODUTOS ................................................................................. 1.1.8 - SOBRA DE CABOS (CABLE SLACK) ................................................................................. 1.1.9 - IDENTIFICAO PROVISRIA .......................................................................................... 1.1.10 - CONECTORIZAES E CRIMPAGENS ............................................................................ 1.1.10.1 - PLUGUES (JACKS) .............................................................................................. 1.1.10.2 - TOMADAS DE TELECOMUNICAES .............................................................. 1.1.11 - PATCH PANEL (PAINEL DE CONEXO) ........................................................................... 1.1.12 - LEVANTAMENTO FINANCEIRO ....................................................................................... 1.2 - TESTADOR DE CABOS DE REDE ................................................................................................. 1.2.1 - POR QUE TESTAR OS CABOS? ......................................................................................... 1.3 - UPGRADE COM CABO CATEGORIA 6 .......................................................................................... 1.3.1 - INICIANDO A REDE ............................................................................................................. 1.3.2 - O CONCEITO ATUAL DE CABEAMENTO ESTRUTURADO .............................................. 1.3.3 - SOLICITAO DA REDE .................................................................................................... 1.3.4 - ESCOLHENDO O MATERIAL .............................................................................................. 1.3.5 - LANANDO OS CABOS ..................................................................................................... 1.3.5.1 - CABOS EM CANALETAS ...................................................................................... 1.3.5.2 - CABOS EM ELETRODUTOS ................................................................................. 1.3.6 - SOBRA DE CABOS (CABLE SLACK) E IDENTIFICAO PROVISRIA ......................... 1.3.7 - CONECTORIZAES DAS TOMADAS DE TELECOMUNICAES ................................ 1.3.8 - PATCH PANEL (PAINEL DE CONEXO) ............................................................................ 1.3.9 - EQUIPAMENTOS ATIVOS .................................................................................................... 1.4 - IDENTIFICAO DE REDES ......................................................................................................... 1.4.1 - IDENTIFICAR PRA QU? .................................................................................................... 1.4.2 - TIPOS DE IDENTIFICAO ................................................................................................ 1.4.3 - IDENTIFICAO PROVISRIA .......................................................................................... 1.4.4 - IDENTIFICAO DEFINITIVA ............................................................................................ 1.4.5 - O QUE IDENTIFICAR .......................................................................................................... 1.4.6 - COMO PLANEJAR A IDENTIFICAO ............................................................................... 1.5 - MONTANDO UM ARMRIO DE TELECOMUNICAES .............................................................. 1.5.1 - ARMRIO OU RACK? .......................................................................................................... 1.5.2 - PARA QUE SERVE UM ARMRIO DE TELECOMUNICAES? ..................................... 1.5.3 - COMPRANDO UM ARMRIO DE TELECOMUNICAES ............................................... 1.5.4 - PREPARANDO E MONTANDO O ARMRIO ...................................................................... 8 8 8 9 10 10 11 15 16 17 19 20 21 22 22 25 27 28 29 29 30 30 31 31 31 34 34 34 35 35 36 40 40 40 41 41 42 45 46 48 48 49 50 53

1.5.5 - FIXAO E MONTAGEM DO ARMRIO ............................................................................ 1.5.6 - PREPARAO DO ARMRIO ............................................................................................. 1.6 - CABOS CATEGORIA 6A ................................................................................................................. 1.6.1 - CONCEITOS INICIAIS ........................................................................................................ 1.7 - CERTIFICAO DE REDES COM CABOS UTP ............................................................................ 1.7.1 - A IMPORTNCIA DA CERTIFICAO ............................................................................... 1.7.2 - TESTES E CERTIFICAES ............................................................................................. 1.7.3 - TIPOS DE TESTES .............................................................................................................. 1.7.4 - O QUE TESTAR ................................................................................................................... 1.7.5 - PARA QUE PADRO DE REDE TESTAR ............................................................................ 1.7.6 - TESTANDO ........................................................................................................................... 1.7.6.1 - WIREMAP (MAPA DE FIOS) .................................................................................. 1.7.6.2 - COMPRIMENTO DO CABO LANADO (LENGTH) ............................................. 1.7.6.3 - ATENUAO (ATTENUATION OU INSERTION LOSS) ........................................ 1.7.6.4 - NEXT LOSS (NEAR END CROSSTALK) ............................................................... 1.7.6.5 - PS-NEXT LOSS (POWER SUM NEXT) ................................................................ 1.7.6.6 - FEXT (FAR END CROSSTALK) ............................................................................. 1.7.6.7 - ELFEXT LOSS (EQUAL LEVEL FAR END CROSSTALK) .................................... 1.7.6.8 - PS-ELFEXT LOSS (POWER SUM EQUAL LEVEL FAR END CROSSTALK) ....... 1.7.6.9 - PERDA DE RETORNO (RETURN LOSS) ............................................................. 1.7.6.10 - ATRASO DE PROPAGAO (PROPAGATION DELAY) ...................................... 1.7.6.11 - DESVIO DE PROPAGAO (DELAY SKEW OU PROPAGATION DELAY SKEW) ........................................................................... 1.7.6.12 - ACR (ATTENUATION TO CROSSTALK RATIO) ................................................... 1.7.6.13 - PS-ACR (POWER SUM ATTENUATION TO CROSSTALK RATIO) ..................... 1.7.6.14 - LINHA CRUZADA ADJACENTE (ALIEN CROSSTALK) ...................................... 1.7.6.15 - DESVIO DE PERDA POR INSERO (INSERTION LOSS DEVIATION) ........... 1.7.6.16 - DC LOOP RESISTANCE ..................................................................................... 1.7.7 - VALORES DE PERFORMANCE DOS PRINCIPAIS TESTES PROPOSTOS PARA CABOS UTP ....................................................................................... 1.7.8 - PROBLEMAS OCORRIDOS NA CERTIFICAO ............................................................... 1.7.9 - ERROS CONCEITUAIS ...................................................................................................... 1.7.10 - ATUALIZAO PROFISSIONAL ........................................................................................ 1.7.11 - IGNORNCIA OU M F ................................................................................................... 1.8 - DOCUMENTAO DE CABEAMENTO DE REDES ....................................................................... 1.8.1 - COMO NASCE UM CABEAMENTO DE REDE? ................................................................. 1.8.2 - CONHECENDO AS NORMAS ............................................................................................. 1.8.3 - FERRAMENTAS DE TRABALHO E PROCEDIMENTOS INICIAIS ...................................... 1.8.4 - DOCUMENTOS .................................................................................................................... 2 - CARACTERSTICAS E CONFIGURAES DE UMA REDE ETHERNET .............................................. 2.1 - CONFIGURANDO UMA REDE ETHERNET .................................................................................. 2.1.1 - PLANEJAMENTO ................................................................................................................. 2.1.2 - ARQUITETURA DE REDE CLIENTE-SERVIDOR OU PONTO-A-PONTO ......................... 2.1.3 - HARDWARE DAS REDES ................................................................................................... 2.1.4 - PADRO IEEE 802 .............................................................................................................. 2.1.5 - PROTOCOLO DE ACESSO MDIA CSMA/CD

53 54 59 59 61 61 61 62 62 63 63 64 65 65 66 67 68 68 68 68 69 69 70 70 70 71 71 71 72 72 72 73 73 73 74 74 74 82 82 82 82 83 83

(CARRIER SENSE MULTIPLE ACCESS WITH COLLISION DETECTION) ......................... 85 2.1.6 - PLACA DE REDE (NIC - NETWORK INTERFACE CARD) ................................................. 85 2.1.7 - ENDEREO ETHERNET ...................................................................................................... 86 2.1.8 - CABOS E CONECTORES .................................................................................................... 87 2.1.9 - CONCENTRADOR: HUB OU SWITCH ............................................................................... 87 2.1.10 - SOFTWARE DAS REDES .................................................................................................. 87 2.1.10.1 - SISTEMA OPERACIONAL .................................................................................. 87 2.1.10.2 - PROTOCOLOS ..................................................................................................... 88 2.2 - MONTAGEM .................................................................................................................................... 88 2.2.1 - PROCEDIMENTO PARA INSTALAO DA REDE NUM WINDOWS 95 ............................. 88 2.2.2 - PROCEDIMENTO PARA HABILITAO DA REDE NUM WINDOWS ME ........................... 91 2.3 - SWITCHES OU HUBS .................................................................................................................. 93 2.3.1 - O SURGIMENTO DAS LANS ............................................................................................... 93 2.3.2 - ETHERNET .......................................................................................................................... 93 2.3.3 - EVOLUO DAS ARQUITETURAS LAN ............................................................................ 94 2.3.4 - COLLAPSED BACKBONE ................................................................................................... 94 2.3.5 - SURGE O SWITCH LAYER 2 ............................................................................................... 95 2.3.6 - REPETIDORES .................................................................................................................... 96 2.3.7 - REPETIDORES PROPAGAM TRFEGO POR TODA A LAN ............................................. 96 2.3.8 - BRIDGES (PONTES) ........................................................................................................... 97 2.3.9 - O HUB .................................................................................................................................. 98 2.3.10 - O SWITCH ETHERNET ..................................................................................................... 98 2.3.10.1 - COMO SURGIU O SWITCH ............................................................................... 2.3.10.2 - COMO UM SWITCH TRABALHA? ....................................................................... 99 2.3.11 - AFINAL, SWITCHES OU HUBS? ...................................................................................... 100 2.4 - OTIMIZANDO O DESEMPENHO DA REDE .................................................................................... 101 2.4.1 - AGREGAO DE LINK ........................................................................................................ 101 2.4.2 - GIGABIT ETHERNET ........................................................................................................... 102 3 - SERVIOS E SOLUES ..................................................................................................................... 3.1 - PROTOCOLO TCP/IP ...................................................................................................................... 3.1.1 - ENDEREAMENTO TCP/IP ................................................................................................ 3.1.2 - CLASSES DE ENDEREAMENTO ..................................................................................... 3.1.3 - COMUNICAO .................................................................................................................. 3.1.4 - MSCARA DE REDE (SUBNET MASK) .............................................................................. 3.1.5 - CASOS ESPECIAIS ............................................................................................................. 3.1.6 - GATEWAY (PONTEIRO OU LINK) ....................................................................................... 3.1.7 - DNS (DOMAIN NAME SYSTEM - SISTEMA DE NOMES DE DOMNIO) ........................... 3.1.8 - WINS (WINDOWS INTERNET NAME SYSTEM) - SISTEMA DE NOMES DA INTERNET NO WINDOWS) .......................................................................................... 3.1.9 - DHCP (DYNAMIC HOST CONFIGURATION PROTOCOL PROTOCOLO DE CONFIGURAO DE HOST DINMICO) ............................................. 3.1.10 - PORTAS DE COMUNICAO .......................................................................................... 3.1.11 - REDES INTERNAS (PRIVATE NETWORKS) ..................................................................... 3.2 - CONFIGURANDO O WINDOWS XP EM UMA REDE PONTO-A-PONTO ..................................... 3.3 - FAZENDO OS WINDOWS 9X E ME ACESSAREM OS 2000 E XP ................................................ 3.4 - COMPARTILHANDO A CONEXO INTERNET BANDA LARGA NA REDE ................................... 104 104 104 105 105 106 106 107 107 107 108 108 108 109 110 113

3.4.1 - CONFIGURAO DA REDE INTERNA ............................................................................... 3.4.2 - MAXIMIZANDO O DESEMPENHO E EVITANDO DESPERDCIO DO LINK ...................... 3.4.3 - RESUMINDO ........................................................................................................................ 3.5 - ICS (INTERNET CONNECTION SHARING) .................................................................................. 3.5.1 - COMO FUNCIONA .............................................................................................................. 3.5.2 - INSTALAO ....................................................................................................................... 3.5.2.1 - WINDOWS 98SE ................................................................................................... 3.5.2.2 - WINDOWS ME ....................................................................................................... 3.5.2.3 - WINDOWS XP ........................................................................................................ 3.5.3 - TESTES ................................................................................................................................ 3.6 - COMPARTILHAMENTO DE CONEXO COM A INTERNET .......................................................... 3.6.1 - DI-707 COMO GATEWAY POR HARDWARE ....................................................................... 3.6.2 - AMBIENTE DO TESTE ........................................................................................................ 3.6.3 - DI-707 - INSTALAO E CONFIGURAO ......................................................................

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4 - GLOSSRIO ........................................................................................................................................... 126

REDES LOCAIS APRESENTAONeste livro voc encontrar uma completa abordagem sobre cabeamento de redes de computadores que o embasar a fazer suas prprias redes com a tcnica de cabeamento estruturado, seja ela domstica ou de uma empresa. O contedo do livro est organizado da forma mais didtica possvel, de modo que a ordem dos tpicos obedece ordem de planejamento e execuo de uma rede com cabeamento estruturado, com a maior praticidade possvel. Por isso, os tpicos tambm esto organizados em ordem crescente de dificuldade tcnica. Uma outra caracterstica muito boa est no fato de que as teorias pertinentes e necessrias encontram-se inseridas no prprio corpo do texto prtico, evitando assim uma carga mais pesada e por vezes chata de somente teorias. Alm da estrutura completa de cabeamento, tambm constam explicaes sobre os equipamentos passivos e ativos necessrios a uma boa rede, incluindo idias e dicas prticas para uma otimizao do desempenho das redes que voc fizer. Tudo est bem explicado e ricamente ilustrado, fruto dos bons anos de experincia profissional dos autores, no s na rea tcnica, como tambm nas atividades docentes. Desejamos uma boa leitura deste primeiro livro da srie, em um formato mais til ao dia-a-dia, e muito sucesso pessoal e profissional a todos.

Os autores

Redes Locais na Prtica

1 Cabeamento Estruturado1.1 - FAZENDO UMA REDE DE PEQUENO PORTE COM CABEAMENTO ESTRUTURADO Vamos imaginar o prdio de uma empresa. Essa empresa tem uma rede de computadores usando cabos UTP (Unshielded Twisted Pair - Par Tranado sem Blindagem) Categoria 5, uma rede de telefonia usando cabos CCE-APL de 02 pares, um circuito interno de cmeras utilizando cabo coaxial e um sistema de alarme em cabos UTP Categoria 3. Como podemos notar temos quatro estruturas de cabeamento distintas, o que j o suficiente para aumentar os custos de implantao e manuteno de todos esses cabos. J imaginou se o dono dessa empresa precisar comprar mais cinco computadores e lig-los na rede, instalar mais quatro telefones e mais cmeras? Certamente ser necessrio lanar novos cabos, o que quase sempre significa transtorno e aborrecimento. No seria melhor se tal ampliao houvesse sido prevista? Pois bem, as normas e tcnicas de cabeamento estruturado resolvem todas essas questes e muitas outras que, infelizmente, ainda esto por vir nessa hipottica empresa. Assim, podemos deduzir, que cabeamento estruturado uma organizao e racionalizao de todo o cabeamento e seus pilares de sustentao so: - Reduo de custos com a adoo de um nico tipo de cabo sempre que possvel; - Previsibilidade de expanso futura, modularidade, suporte a mdias variadas; - Compartilhamento do meio fsico quando necessrio. 1.1.1 - O incio desse conceito Desde a dcada de cinqenta o mundo j dispunha de normas tcnicas para cabeamento. A cada nova norma divulgada, os vrios tipos de estudos de cabeamento (eltrico, dados, telefonia, etc.) se aproximavam cada vez mais at que comearam a compartilhar partes de uma mesma norma, para mais tarde promoverem uma integrao total. Dessa integrao surgiu o cabeamento estruturado, que em seus primrdios preocupava-se muito com a reduo de custos atravs do compartilhamento do meio fsico. Os padres 10Base-T (Cabo par tranado em banda bsica a 10 Mbits por segundo) e 100Base-TX (Cabo par tranado em banda bsica a 100 Mbits por segundo) permitiam que o par de fios AzulBranco do Azul (Par 1) fosse utilizado para telefonia, o par Marrom-Branco do Marrom (Par 4) ficava como sobressalente e os outros dois eram efetivamente utilizados para o trfego de dados. Observando a tabela 1 vemos os dois principais tipos padronizados de conectorizao e suas sinalizaes. Esses padres funcionam para 10Base-T e 100Base-TX. oportuno mencionar que esses dois padres existem desde a norma EIA/TIA (Electronic Industries Alliance / Telecommunications Industry Association) 568 e que tambm existem nas normas sub-

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Cabeamento Estruturado

Tabela 1: Padres de conectorizao e suas sinalizaes.

seqentes 568A e 568B (a mais atual desde julho de 2001). Portanto os padres T 568A e T 568B (o T de twist) no devem ser confundidos com as normas EIA/TIA 568A e 568B. A primeira dica utilizarmos preferencialmente o padro T 568A que internacionalmente mais consagrado, alm do mais possvel que o T 568B deixe de existir a partir da prxima norma. Existem ainda outros padres de conectorizao bem menos difundidos, como o USOC, que faz os pares de forma bem diferente: 1 e 8, 2 e 7, 3 e 6 e 4 e 5. No nos preocuparemos com as normas por enquanto, elas sero abordadas mais adiante de forma mais profunda. As principais normas que seguiremos so a EIA/TIA 568B (caractersticas tcnicas para instalao de cabeamento em edifcios comerciais, oficialmente divulgada em abril de 2001), a EIA/TIA 569 (especificaes sobre infra-estrutura, canaletas, eletrodutos, etc.) e a brasileira ABNT NBR 14565 (Procedimento bsico para elaborao de projetos de cabeamento de telecomunicaes para rede interna estruturada, de 31 de agosto de 2000). A primeira norma divide-se em trs sees: 568 B.1 (Requisitos gerais), 568 B.2 (Cabeamento de par tranado balanceado de 100 ohms) e 568 B.3 (Padronizao de componentes de fibra ptica para cabeamento estruturado). Existe ainda a norma europia CENELEC EM 50173 (de agosto de 1995) e a internacional ISO/IEC IS 11801 (de julho de 1995), que so menos usadas. Podemos perceber uma estranha curiosidade voltando tabela 1. Por que h uma seqncia contnua de trs condutores com sinais e de repente pula-se os dois condutores centrais para ento vir o ltimo fio portador de sinal? Isso herana dos primrdios do cabeamento estruturado. Observe que os conectores RJ-11 (de telefonia) e o RJ-45 (de rede de dados de computadores) so mecanicamente intercompatveis. Onde se encaixa um RJ-45 macho, encaixa-se tambm um RJ-11 Macho. Assim, num mesmo lance de cabos poderamos utilizar uma tomada RJ-45 fmea que serviria para a rede de computadores (nos pinos 1, 2, 3 e 6) ou a central telefnica (nos pinos 4 e 5). O conector RJ-45 tambm pode ser chamado de WEW8 ou CM8V (Conector Modular de Oito Vias) e o RJ-11 de WEW6 ou CM4V. 1.1.2 - O conceito atual Esse compartilhamento do meio fsico era perfeito, mas teve que ser abandonado definitivamente com o surgimento da tecnologia Gigabit Ethernet, que utiliza todos os quatro pares. Porm, antes dessa tecnologia j havia o padro 100Base-T4 que usava os quatro pares. Esse padro foi criado sobre os cabos Categoria 3 instalados, de modo que pudessem sustentar taxas de transferncias da ordem de 100 Mbits por segundo.

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Redes Locais na Prtica Na realidade o 100Base-T4 visava aproveitar a grande quantidade de cabos Categoria 3 j instalados e evitar novos dispndios financeiros com a substituio desses cabos. Mas "o tiro saiu pela culatra", pois eram necessrios novos equipamentos ativos (Hubs, Switches, etc) e obviamente isso onerou demais esse padro que originalmente se propunha ser mais econmico. Com a utilizao de todos os cabos, no seria mais possvel compartilhar o mesmo meio fsico com dados e telefonia, em banda bsica, sem qualquer alterao do sinal original. Isso representou de imediato uma desvantagem e depunha contra as tcnicas de cabeamento estruturado nos quesitos economia e compartilhamento do mesmo meio fsico. Mas em compensao todo o planejamento original dos plugues e conectores em seus aspectos fsicos e mecnicos foram mantidos e perfeitamente aproveitados. A resgatamos o quesito economia. Foram feitas alteraes apenas na qualidade das ligas metlicas envolvidas nos contatos. Perdemos ento a possibilidade de compartilhar o mesmo meio fsico, certo? Errado. Graas s tcnicas de cabeamento estruturado poderemos no s aproveitar os mesmos meios fsicos como tambm racionalizar o emprego destes. Veja bem: faremos um cabeamento de uma rede Ethernet com topologia em estrela, capaz de operar facilmente a taxas de 100Mbps; para isso utilizaremos um cabo UTP Categoria 5e, certificado para funcionar a 100MHz (a freqncia nominal do padro Ethernet em 100Base-TX de 85MHz). Um canal de voz precisa aproximadamente de 64Kbps para funcionar. Se compararmos s necessidades da rede Ethernet em 100Base-TX, veremos que essa taxa irrisria. Ser que podemos aproveitar o mesmo tipo de cabo usado na rede e empreg-lo tambm para telefonia? No s podemos como o faremos. Como teremos que comprar uma quantidade maior de um mesmo padro de cabo, naturalmente poderemos obter descontos e pagar valores menores a cada metro de cabo adquirido. Ainda no conseguimos resgatar o compartilhamento do meio fsico. Ser? Ento chegou o momento de apresentarmos nossa rede e nossa estratgia de execuo e operao. 1.1.3 - Proposta da rede fsica preciso esclarecer que no faremos uma rede terica e tampouco usaremos cabeamento virtual. A nossa rede real, existir de verdade e nada tem daquelas utopias acadmicas. A propsito, por ser uma rede real, tenha em mente que devemos nos preocupar com o custo final da nossa obra. E assim faremos, juntos, uma rede pequena seguindo os conceitos de cabeamento estruturado. 1.1.4 - Solicitao da rede Nosso cliente nos convidou para fazermos uma rede num pavimento de um prdio novo (isso facilitar nosso trabalho) e j totalmente construdo. L existe uma cozinha, dois banheiros e um corredor de acesso, que no sero alvo de nosso trabalho. Concentraremos nossas atenes nos trs quartos e na sala. De acordo com o contratante do servio a sala ser o local de recepo e atendimento ao pblico, enquanto que os trs quartos sero de acesso restrito e apenas para expediente interno. Nos foi pedido apenas 08 pontos de rede para os 05 computadores iniciais. Mas como faremos cabeamento estruturado automaticamente acrescentamos mais 03 pontos. Um detalhe: uma outra equipe far, ou melhor, faria o cabeamento para a rede de telefonia; ns faremos. A norma EIA/TIA 568B chama os nossos pontos de rede de pontos de telecomunicao e sua sigla PT.

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absolutamente imprescindvel a visita ao local. Procure levar uma trena, uma cmera fotogrfica e um ajudante. Note que at este ponto no se tem condio de dizer se somos ou no tecnicamente capazes de realizar essa rede. Tenha sempre em mente o seguinte: "nunca aceite um servio se no tiver condies tcnicas de realiz-lo a contento". Isso importantssimo e no representa demrito algum. Pelo contrrio, voc estar demonstrando seu profissionalismo caso no seja capaz de realizar o servio. Deixe isso muito bem explicado para o seu Figura 1 - Rede eltrica j existente. contratante. No local constatamos que a rede eltrica j existe (figura 1) e o acabamento est concludo. Isso significa que devemos nos preocupar com o traado dos condutes e eletrodutos e tambm que no poderemos empregar nossos eletrodutos externamente, pois ficar muito feio. Exatamente, tambm devemos prestar ateno ao acabamento esttico, sobretudo quando houver um projeto arquitetnico, o que no o caso. De acordo com a norma EIA/TIA 569, no se deve utilizar eletrodutos exveis ou maleveis e condutes. Deve-se empregar eletrodutos rgidos, anti-chama sempre com curvas longas e com dimetro interno preferencialmente superior a 1" ou 25mm. muito importante uma conversa com o engenheiro responsvel pela obra ou com o Mestre de Obras para que ele indique o traado dos eletrodutos, assim poderemos evit-los. 1.1.5 - Escolhendo o material Para conduzir e abrigar os cabos optaremos pelo uso de canaletas, mas quais? De que tipo? As normas internacionais contemplam canaletas feitas de PVC, plsticos especiais, alumnio e alguns metais ferrosos. Esses itens so chamados de Estrutura de Passagem. O emprego de canaletas metlicas requer mais experincia e conhecimento tcnico, isso ser abordado, por hora usaremos uma canaleta que se encontra em qualquer boa loja de material eltrico, a um custo bem acessvel, a Pial Legrand (www.piallegrand.com.br) de 50x20x2100mm com dois septos ou separadores internos. Nessa canaleta poderemos lanar at seis cabos UTP com "conforto". As normas internacionais no contemplam canaletas cujos setores sejam inferiores a 50x20, por exemplo, aquelas de 20x10 que tanto estamos acostumados a ver em redes de pequeno porte. Na figura 2 podemos observar a nossa canaleta j instalada em um trecho. Note que estamos lanando trs cabos: dois no septo superior e um no septo inferior, deixando o do meio vazio. Por que isso? Por dois motivos: deixamos o septo do meio vazio como previsibilidade de expanso futura, um dos pilares de sustentao do cabeamento estruturado, e para evitar o estresse do cabo. O cabo metlico de rede "xTP" deve ter seu trajeto o mais reto possvel. Veja que se desviarmos um cabo para o septo do meio estaremos causando uma tenso nele, o que pode trazer problemas em mdio prazo.Figura 2 - Canaleta instalada e trs cabos lanados.

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Redes Locais na Prtica

As normas permitem que ao longo do traado o cabo sofra duas curvas longas de 90o. Da terceira em diante j no se obedece mais s normas. Observe novamente a figura 2. Ao lado esquerdo possvel notar dois orifcios circulares na parede, um sobre o outro. Esses orifcios podem ser vistos na figura 3 so setores de eletrodutos de 1" (01 Polegada) de dimetro e atravessam a parede de lado a lado. Isso evita que o cabo empregado (um Nexans Hyper Plus 5e UTP slido de bitola 24 AWG. Algumas fotos exibem cabos de outros fabricantes, mas so apenas de carter ilustrativo) entre em contato direto com o concreto, o que poderia causar danos fsicos ao longo do tempo. Todas as canaletas, derivaes e caixas de Outlets devem ser fixadas com buchas e parafusos de 5,0 ou 6,0 mm de dimetro e o mais importante instale-as sempre numa distncia igual ou superior a 30,0 cm do piso. Veja bem se no h algum obstculo que impea tal procedimento. Na nossa rede empregamos uma distncia de 35,0 cm a partir do piso. Nossa estrutura de sustentao e proteo do cabeamento precisar de outras peas alm das canaletas. Precisaremos de caixas de abrigo dos Outlets (RJ-45 fmea) de 75x75x42mm ( a mais alta, devemos evitar a mais baixa), Joelho (ou cotovelo) interno 50x20mm, derivao de 50x20, luva 50x20. Nas caixas de abrigo dos Outlets usaremos duas configuraes possveis, a primeira formada por uma Figura 3 - Orifcios na placa de moldura para dois mdulos, um mdulo cego e um mdulo parede correspondentes a setores de eletrodutos de 1 RJ-45 fmea e a segunda usa uma placa de moldura e dois mdulos RJ-45 fmea. de dimetro. Com a primeira configurao, teremos uma tomada de rede, ou, pela norma, um Ponto de Telecomunicao, que poder atender a uma rea de at 5,0m2 e com a segunda teremos a chamada tomada dupla, ou dois Pontos de Telecomunicao, atendendo a at 10,0 m2. A partir daqui entraremos numa maior especificidade dos nossos equipamentos e mtodos empregados, por isso bom lembrarmos que estamos fazendo uma rede prtica, simples e eficiente. O custo dessa rede tem que ser acessvel e isso tambm faz parte do desafio, afinal trata-se de uma rede de pequeno porte com cabeamento estruturado, a um custo acessvel e sem agredir as normas tcnicas. Um item muito importante na nossa rede a tomada de rede. Esses Pontos de Telecomunicaes, como so chamados, foram feitos com mdulos Pial Legrand RJ-45 de cdigo 6150 45. Embora na embalagem conste apenas como Categoria 5, o fabricante, na pgina 70 de seu catlogo, diz tratar-se de Categoria 5e para at 300MHz, com homologao pela ISO 11801 e EIA/TIA 568A. Traduzindo... trata-se de um bom produto e nada tem de vagabundo. Cada mdulo desses chega a ter metade do custo de mdulos de empresas internacionalmente consagradas como as excelentes Panduit (www.panduit.com.br) e Ortronics (www.ortronics.com.br). necessrio mencionar que os produtos anlogos dessas empresas so superiores em performance e confiabilidade e s no foram empregados porque elevaria o nus da nossa rede, o que est fora do propsito. Devemos lembrar tambm que a maioria das redes desse porte feita com material inadequado sem qualquer tipo de certificao ou aprovao por organismos nacionais ou internacionais, portanto, os mdulos RJ-45 da Pial foram uma excelente escolha.

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Diz a norma que o engate dos condutores nas Tomadas de Telecomunicaes deve ser do tipo "faco". A maior parte dos fabricantes desses produtos utilizam um engate no sentido longitudinal. O produto escolhido utiliza um engate no sentido transversal. Existem, naturalmente, vantagens e desvantagens em se utilizar esse tipo de tomada lgica; uma desvantagem um possvel aumento dos valores de NEXT e FEXT (assunto abordado mais adiante) em funo de ser necessrio um maior destranamento dos condutores para a insero nos orifcios e rotao com uma chave de fenda pequena, uma vantagem poder dispensar o uso da ferramenta de insero do tipo "Push-Down", que custa aproximadamente R$ 100, de boa marca. Mais adiante veremos uma tabela comparativa com todos os custos dos componentes. J temos as canaletas, as caixas e derivaes e as tomadas RJ-45 fmeas, falta o item mais importante, o cabo. Temos que escolher o cabo pelo tipo e caractersticas tcnicas. Para a nossa rede totalmente inadequado o uso de fibra ptica, no por caractersticas tcnicas ou custo do cabo propriamente, mas sim pelo custo dos equipamentos ativos que chegam a ser at quatro vezes mais caros, dependendo do produto. Voc encontrar no mercado Fibra ptica e Fibra tica. A diferena? Nenhuma, a mesma coisa. Mas melhor empregar Fibra ptica, pois o adjetivo ptico se refere apenas viso enquanto que o adjetivo tico tambm pode se referir Audio. Besteira? Talvez, mas existem dutos especiais que transmitem "ondas sonoras" a pequenas distncias. Como nos canais de udio dos passageiros dos antigos avies Boeing 727. So, portanto, dutos ticos. Outra questo: cabo com condutores slidos ou retorcidos (flexveis)? Os dois. Usaremos o cabo com condutores slidos para fazer o cabeamento secundrio (cabeamento horizontal), aquele que vai do Ponto de Telecomunicao (PT) at o Painel de Conexo (Patch Panel). Este cabo deve estar totalmente dentro da chamada estrutura de passagem, formada por eletrodutos, canaletas, etc. O cabo com conectores flexveis ser empregado nos Patch Cords, que ligam o Patch Panel ao equipamento concentrador ativo (Hub, Switch, etc) e nos Cabos dos Adaptadores, ou Line Cords, aqueles que ligam os PTs s placas de redes dos computadores localizados nas reas de Trabalho. rea de Trabalho ou Work Area o local ou ambiente de trabalho limitado sicamente, como por exemplo, a sala de recursos humanos de uma empresa. Como nossa rede no est num ambiente eletromagneticamente hostil, no h razo para empregarmos cabos blindados do tipo ScTP (Screened Twisted Pair), ento vamos usar os cabos sem blindagem do tipo UTP (Unshielded Twisted Pair), que alm de serem mais baratos, ainda tm dimetro externo menor e no precisam de aterramento. At a norma 568A os cabos blindados eram STP (Shielded Twisted Pair), FTP (Foil Twisted Pair), S-FTP (Shielded and Foil Twisted Pair) e FFTP (duplo FTP) agora, pela norma EIA/TIA 568B os cabos blindados so chamados de ScTP (Screened Twisted Pair). S falta agora decidir que Categoria de cabo usar. Atualmente temos as categorias 5e (Classe D) certificada em 100MHz, 5e (tambm Classe D) certificada em 100MHz, mas validada para 350MHz, Categoria 6 Draft 9 (Classe E - 250MHz) e Categoria 7 (Classe F - 650MHz).

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Os cabos Categoria 5 no so mais recomendados pela norma 568B e j deixaram de ser fabricados. Antes de lanarmos os cabos vamos ver mais dois conceitos tcnicos: canal e link. Se voc j trabalha com cabeamento, vale a pena rev-los, pois esses conceitos mudaram em relao a norma 568A. Nesta norma o Link Bsico ia desde o Line Cord da rea de Trabalho at a entrada do Patch Panel, enquanto que o Canal era todo o lance de cabeamento horizontal at a entrada do equipamento ativo. Atualmente o Link Bsico chama-se Link Permanente e ele no abrange mais o Line Cord, somente o cabeamento que se encontra nas estruturas de passagens. Como podemos ver na figura 4, o conceito do Canal no mudou.

Figura 4 - Diferena entre Link e Canal.

As normas especificam distncias regulamentares entre os lances de cabos sem o uso de repetidores, como mostra a tabela 2.

Tabela 2 - Distncias mximas regulares

A norma 568B permite uma flexibilizao dos valores dos cabos na rea de Trabalho, mas preciso prestar muita ateno s contas. Essas distncias no so obtidas de forma simples, tudo isso foi objeto de muito estudo at se chegar s normas. Jamais esquea que os Line Cords e os Patch Cords so constitudos obrigatoriamente de cabos com condutores flexveis (stranded). Tais cabos chegam a apresentar valores de atenuao (perda indesejvel da potncia do sinal ao longo do cabo) 20% maiores do que os de condutores slidos e isso tem que ser considerado na hora de calcular a flexibilizao dos comprimentos dos cabos. Observe agora a tabela 3. Vale notar que a cada 4,0m que aumentamos nos cabos flexveis da rea de Trabalho, temos que diminuir 5,0m dos cabos do Link Permanente. recomendvel que no se excedam os 15,0m mostrados na tabela 3.

Tabela 3 - Exemplo de exibilizao dos comprimentos dos cabos.

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1.1.6 Preparando o lanamento dos cabos O uso de canaletas de PVC facilitar muito o trabalho de lanamento dos cabos, nossa maior preocupao ser garantir o melhor acondicionamento possvel desses cabos na prpria canaleta, bem como com o seu manuseio ao longo dos procedimentos de lanamento e instalao. Antes de lanarmos os cabos, precisamos preparar as chamadas Estruturas de Passagens que acomodaro e protegero nossos cabos UTP. Na nossa rede, as Estruturas de Passagens tambm podem ser chamadas de Infra-estrutura Horizontal, pois temos apenas um pavimento. Mas inicialmente necessrio fazer um completo planejamento do traado do cabo, visando evitar curvas excessivas e locais desfavorveis como paredes midas, proximidades com reatores de lmpadas fluorescentes, motores, exposio a temperaturas elevadas e luz solar direta e tambm aos j to comuns sensores de presena dos sistemas de alarme de ambiente. As EMI (Eletro Magnetical Interference - Interferncia Eletro Magntica) merecem uma ateno especial, pois so invisveis e no atrapalham em coisa alguma o lanamento dos cabos. Elas s se faro realmente presentes quando os cabos metlicos estiverem em uso na rede, por isso evite sempre a proximidade com motores e equipamentos que trabalhem com alta tenso. A tabela 4 traz exemplos das EMI.

Tabela 4 - Exemplo dos tipos de EMI e suas faixas de freqncias.

Para evitar as EMI, mantenha os cabos a uma distncia de pelo menos 1,2m de motores e transformadores e 12cm de lmpadas fluorescentes e seus reatores. A rede de dados e a de energia eltrica podem conviver bem juntas desde que tenham pelo menos um septo divisor entre os cabos de dados e os de energia eltrica e que esta rede tenha um circuito eltrico com corrente inferior a 20A. O calor e a exposio luz solar direta danificam irreversivelmente os cabos ao longo do tempo. O primeiro provoca dilatao nos condutores metlicos, aumentando sua resistncia, impedncia e degradao dos elementos isolantes, enquanto que o segundo provoca um ressecamento na capa de proteo externa, expondo, com o tempo, os pares dos condutores alm dos prprios efeitos conseqentes de aquecimento. Entende-se por resistncia e impedncia como fatores fsicos que se contrapem boa passagem dos eltrons no condutor metlico, que no caso um o muito bem feito em cobre. J a umidade pode ser considerada como o mais curioso agente danoso entre todos, pois afeta no s os contatos metlicos, oxidando-os, mas tambm o substrato (parede, teto, madeira, etc).

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