categori as de trabalho

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Índice Introdução.....................................................2 1. A categoria e as actividades profissionais..................3 1.1. Problemática............................................ 3 2. Qualificação negocial.......................................7 2.1. Soluções possíveis......................................7 Conclusão......................................................9 Bibliografia..................................................10 1

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Page 1: Categori As de trabalho

Índice

Introdução.......................................................................................................................................2

1. A categoria e as actividades profissionais..............................................................................3

1.1. Problemática...................................................................................................................3

2. Qualificação negocial.............................................................................................................7

2.1. Soluções possíveis..........................................................................................................7

Conclusão.......................................................................................................................................9

Bibliografia...................................................................................................................................10

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Page 2: Categori As de trabalho

Introdução

Em direito do trabalho as regras são essencialmente consideradas benéficas ao

trabalhador, nisto agrupa-nos a perceber sobre o tema de Categorias profissionais que a

lei estabelece para a elaboração de um contrato de trabalho. Este trabalho vai estudar

concretamente as categorias, e tentar solucionar algumas questões sobre actividades

exercidas pelos trabalhadores.

O objectivo geral deste trabalho é tentar solucionar algumas questões problemáticas na

relação jurídica de trabalho basicamente na categoria profissional. E o seu objecto

específico será a de enquadrar a lei no estudo a ser feito. Nas soluções possíveis

encontradas.

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Page 3: Categori As de trabalho

1. A categoria e as actividades profissionais

1.1. Problemática

Porque a existência de trabalhadores a exercerem varias actividades numa empresa? Ou

ainda verifica-se na maioria das vezes em que um único trabalhador exerce varias

funções mas que este só foi contratado para uma certa actividade, será isso possível? Ou

ainda por exemplo um bibliotecário a exercer funções de eletricista, canalizador e até de

técnico será isso legalmente aceite?

Na tentativa de solucionar estas questões faremos um breve estudo daquilo que seja

categoria e suas modalidades.

Apripri a categoria é um termo usado em direito de trabalho com significados diversos.

Segundo Romano O termo categoria é empregue em sentidos distintos, mas na base na

sua noção de categoria está o facto de a actividade laboral corresponder a uma prestação

genérica, necessitando, por isso, de ser concretizada pelo empregador1.

Mas a esta concretização do empregador, há, no entanto, que limitar o poder de alterar a

actividade para qual o trabalhador foi contratado. A limitação do poder de direcção do

empregador tem em vista evitar que a concretização da actividade se faca para alem de

parâmetros de razoabilidade.

Nisto a categoria constitui uma forma de determinar certos limites aos quais o

empregador se tem de sujeitar ao concretizar a actividade do trabalhor. Em suma o

empregador não pode adjudicar uma tarefa que esteja fora da categoria na qual o

trabalhador se insere.

Vem o prof. Doutor Monteiro2 a questionar, qual seria a relevância da aribuicao nomial

de uma categoria a certo ou certos trabalhadores? Ou seja, de se lhes aplicar a

designação ou nomen júris sem que, no plano das funções ou tarefas cometidas, ocorra

correspondente alteração?

Assim relacionando com o problema acima esposta levanta-se a seguinte questão, A

categoria na relação jurídica de trabalho será esta apenas utilizada especificamente a

1 ROMANO, Martinez Pedro direito do trabalho 5ª edição pag. 411.

2 No sue manual de direito do trabalho 6 edição 2….

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Page 4: Categori As de trabalho

uma determinada profissão-actividade ou pode ainda ser útil para a prática de várias

profissões-actividades numa só categoria?

Segundo as questões levadas a cabo, suscita, varias posições a nível doutrinal que

tentam esclarecer o sentido da categoria no direito do trabalho:

Primeiro fundamento para o esclarecimento das questões parte no completo de perceber

o termo categoria, que é do grego e significa atributo. Mas quanto ao direito do trabalho

a palavra é usada com variados significados, que nem sempre estão relacionados com a

noção de atribuição.

Na lei do contrato de trabalho3 encontravam-se algumas referencias diretas e indiretas a

categoria. Mas infelizmente em moçambique não têm a lei do contrato de trabalho, mas

sim a Lei do trabalho, que estabelece a categoria relacionada com a actividade no

trabalho.

No concreto não existe uma noção da categoria, mas existem varias noções cabendo a

escolha de um a que enquadra em cada ordenamento jurídico.

-1ª Categoria

Num sentido pré-contratual, este modelo é entendida como qualificação ou habilidade

profissional do trabalhador. O trabalhador terá uma determinada categoria se tem

habilidades necessárias para exercer uma certa tarefa, não querendo isto dizer que a está

a exercer nem que tenha um contrato de trabalho, mas tão-só que tem conhecimentos

técnicos, etc. para desenvolver uma dada actividade.

Esta categoria está relacionada com um aspecto subjectivo, com a pessoa do

trabalhador, inserindo-o num determinado grupo profissional. Ex: que o trabalhador é

enfermeiro, canalizador etc., porque tem habilitações necessárias para exercer essa

profissão, aludindo-se a categoria subjectiva.

-2ª Categoria

Nesta perspectiva, a categoria é entendida como a actividade para a qual o trabalhador

foi contratado; corresponde, assim ao objecto da prestação do trabalhor nesse contrato

3 Lei do ordenamento jurídico de Portugal

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Page 5: Categori As de trabalho

de trabalho já celebrado, também designada por categoria-função ou categoria

contratual.

Esta categoria é do sentido objectivo, por relacionar com a tarefa a desenvolver pelo

trabalhador; aquilo que, nos termos do contrato, esta acordado como actividade a

desempenhar.

Pode ainda neste tipo de categoria contratual, muitas das vezes, baseia-se num padrão,

em que se inserem os diferentes trabalhadores daquele tipo.4 Assim, se o trabalhador foi

por exemplo contratado como eletricista, ele irá exercer as actividades correspondentes

aquele tipo profissional

Mas nisso pode um trabalhador tendo celebrado um contrato numa categoria vir a

mudar para uma actividade, na mesma noção da categoria objectiva. Mas essa mudança

de categoria necessita como regra de uma negociação ou melhor acordo entre as partes;

nisto significa que o contrato foi modificado, ainda que com declaração de vontade

tácita.5 Mas um porem, como esta modificação não carece de uma declaração formal, se

o trabalhador passar a exercer uma outra actividade, estar-se-á num novo objecto de

contrato ainda que parcialmente seja alterado.

-3ª- Categoria

A categoria entende-se como a actividade que, na realidade, o trabalhador desenvolve

na empresa; aquilo que ele, de facto, faz, as funções que exerce, independentemente do

que consta do contrato de trabalho. Não obstante o contrato (na versão inicial)

estabelecer que o trabalhador deverá executar uma determinada actividade (categoria

contratual), ele pode executar funções diversas, não raras vezes decorrentes da dinâmica

do próprio contrato. Também ocorre que as funções exercidas possam ser

diversificadas, não correspondendo a nenhuma categoria tipo. Por vezes, o trabalhador

exerce numa empresa tarefas várias, que não se enquadram em nenhum tipo de trabalho.

Nestes casos, interessa ter em conta quais são, na realidade, as tarefas que o trabalhador

desempenha, sendo, então, a categoria entendida em sentido real.

4 As unções normais de um trabalhador tipo relacionam-se com um nome, carpinteiro, mecânico,

arquiteto, etc. (cfr. Luis Miguel Monteiro <da vontade contratual na configuração da prestação de

trabalho>, Redes XXXII (1990) 1-4 pp 290 e 294), cit in..Romano… mas, em sentido objectivo, a

categoria tem que ver com a actividade a desenvolver na empresa e noa com habilitação do trabalhador.5 Artigo este, retirado do Manual de Luís Miguel Monteiro.

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Page 6: Categori As de trabalho

A determinação da categoria real está, dentro de certos limites, na dependência dos

poderes de direcção do empregador. A possibilidade de o trabalhador exercer uma dada

actividade na empresa vai depender daquilo que o empregador lhe ordene. Tendo um

trabalhador sido contratado para uma categoria muito ampla, que abrange variadas

actividades, o empregador pode, na execução do contrato, com base no poder de

direcção, concretizar a actividade que o trabalhador vai exercer, limitando a categoria

tipo e estabelecendo a categoria real.

Por exemplo, se um trabalhador foi contratado para a categoria tipo de eletricista, pode,

na sua execução do contrato, o empregador concretizar a actividade, incumbindo-o só

das tarefas de eletricista das instalações de baixa tensão.

É possível nesta categoria, mesmo que o empregador venha a incumbir ao trabalhador

tarefas diferentes, que não estavam abrangidos no contexto negocial, mas o trabalhador

não opôs ao seu exercício, ate por que podem advir da dinâmica da execução contratual.

Em tal caso, a categoria real, a actividade efectivamente desenvolvida, não corresponde

a categoria constante do contrato na versão inicial. Neste caso pode-se a considerar que

houve uma alteração no contrato por mútuo consenso, a qual implicou uma modificação

da categoria tipo. Mas se a esse trabalhador exerce varias funções na empresa que não

se podem enquadrar em nenhuma categoria, interessa verificar qual é a categoria real,

pois só através das funções efectivamente desempenhadas se pode qualificar a

actividade.

-4ª- Categoria

Nesta modalidade de categoria entende-se como a enumeração de tarefas que, nos

instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho ou, eventualmente em

regulamentos internos da empresa, determinam a relação entre a função desempenhada

e direitos mínimos do trabalhador, em que se incluem, nomeadamente, a retribuição

devida, o tempo de trabalho e as promoções.

Nestas convenções colectivas agrupan-se os trabalhadores por letras, grupos, classes,

números aos quais se faz corresponder um determinado nível salarial. As convenções

colectivas de trabalho fazen frequentemente alusão a categoria, para a relacionar, entre

outros aspectos, com o nível ou escalão retributivo, designando-se por categoria

normativa ou estatuaria.

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Page 7: Categori As de trabalho

-5ª- Categoria

Na quinta categoria pode-se entender como a posição hierárquica que o trabalhador

ocupa na empresa; isto é, o seu enquadramento no designado “organismo da empresa”.

Nesta categoria é vista no plano da empresa, tendo em conta a respectiva estrutura

hierárquica; e serve para determinar o escalão em que o trabalhador se insere na

empresa, para efeitos de actividade, remuneração, promoções, etc.

-6ª- Categoria

Nesta sendo a última, a categoria será entendida como a denominação que, numa dada

empresa, é conferida a posição que o trabalhador nela ocupa. Esta perspectiva tem

reduzido o interesse, porque, por via de regra, a categoria empresarial corresponde aa

categoria tipo ou a posição hierárquica, não sendo frequente que, numa empresa,

tenham sido atribuídas denominações diferentes das usuais.

Pode no entanto, ter interesse aludir-se aa categoria denominação quando, numa

empresa, as tarefas muito especializadas podem não se integrar nas categorias tipo,

sendo relevante a referencia a subcategorias. Todavia, a denominação é um aspecto

meramente formal, interessa antes o escalão que o trabalhador ocupa na empresa.

2. Qualificação negocial

Ao celebrar um contrato, a nossa lei nos termos da al. b) nº 1 do artigo 38 da Lei nº

23/2007, de 1 de Agosto clarifica que, “o contrato individual de trabalho está sujeito a

forma escrita, (…) com as seguintes cláusulas; al. b) categoria profissional, tarefas ou

actividades acordadas.6

2.1. Soluções possíveis

Segundo este preceito leva-nos a perceber que no nosso ordenamento jurídico é

aceitável a prática de varias actividades numa só categoria, o que nos encaminha a

perceber a categoria adoptada pelo nosso legislador moçambicano.

Não obstante o estudo em direito comparado que, para Portugal segundo o art. 118 nº 2,

do CT 2009 7, o trabalhador está obrigado a desempenhar actividades acessórias não

6 Lei do trabalho. Lei nº 23/2007, de 1 de Agosto. Lei moçambicana

7 Código do trabalho, Lei portuguesa.

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Page 8: Categori As de trabalho

compreendendo na respectiva categoria, desde que sejam afins ou funcionalmente

ligadas aquelas que correspondem a sua categoria.

Ao passo que na nossa lei acima citada abre uma liberdade de negociação, entre as

partes. Não obstante a semelhança com a lei portuguesa na medida em que este trabalho

acessório deve corresponder a categoria convencionada. Conjugando O nº 2 do artigo

84 estabelece claramente que o cidadão tem direito à livre escolha da profissão8.

Nisto conclui-se que não basta um contrato com categoria profissional X, também

necessita de negociação para a prática de actividades Y e Z na mesma área profissional.

A todas estas categorias discutidas doutrinalmente, leva-nos ao estudo jurídico para o

enquadramento de uma das categorias na relação e trabalho no ordenamento jurídico

moçambicano.

Segundo o estudo do artigo 84/2 da CRM, e à al. b) nº 1 do artigo 38 da Lei nº 23/2007,

de 1 de Agosto, a categoria que se pode enquadrar é a categoria que defende como

sendo a subjectiva. Visto que a este necessita de uma negociação e não muda de

categoria mesmo estando a exercer uma outra actividade.

8 Constituição da república de moçambique.

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Page 9: Categori As de trabalho

Conclusão

Na relação do jurídico do trabalho rege sim o principio in dúbio pro misero, que nos

leva a concluir das questões e possiveis soluções dadas no trabalho, que o trabalhador

não está obrigado a praticar ou exercer actividades fora da sua categoria, salvo

convenção em contrário. A lei do trabalho abre uma possibilidade de negociação mas

que esta, não venha a violar aquilo que é a sua categoria profissional.

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Bibliografia

ROMANO, Martinez Pedro; DIREITO DO TRABALHO 5ª edição

MONTEIRO, Fernando Antonio; DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

Legislações:

Lei do trabalho. Lei nº 23/2007, de 1 de Agosto.

Constituição da república de moçambique

Código do trabalho português

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