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    CURSO EM PDF - DIREITO CONSTITUCIONAL PARA ANALISTADO INSS TEORIA E EXERCCIOS

    Prof. Jean Claude O`Donnell

    www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 1

    APRESENTAO

    Ol! com grande satisfao que iniciamos este curso de Direito

    Constitucional pelo Canal dos Concursos. Tenho certeza de que vocfez uma tima escolha, ao decidir lutar por uma vaga em um cargode excelncia no servio pblico federal, que o de Analista doSeguro Social do INSS.

    Inicialmente, vou me apresentar.

    Meu nome Jean Claude O`Donnell e, atualmente, ocupo o

    cargo de Auditor Federal de Controle Externo no TCU, para o qualobtive a 10 colocao no concurso de 2008.

    No momento, exero funes na Segunda Secretaria deControle Externo do Tribunal.

    Antes do Tribunal de Contas, exerci as funes de AFC na CGU(11 colocado em 2008), de taqugrafo no Tribunal Superior doTrabalho e de analista de mercado no Banco do Brasil.

    Lembre-se de que voc no ir competir com 20 mil ou 30 mil

    candidatos, mas sim com aquele grupo de elite que ir disputar pravaler uma vaga. Lembre-se da corrida de So Silvestre. Largammais de 10 mil corredores, mas logo se destaca um peloto de eliteque representa os mais preparados. Assim, nosso objetivo fazervoc chegar nesse peloto de elite, competindo com um nmerobem menor de concurseiros. A partir da, para que voc sejaclassificado dentro do nmero de vagas, a sua parte no esforo!!

    Este curso foi preparado com a finalidade de prepar-lo paraquaisquer concursos elaborados pela Banca Cespe/Unb, cobrindo toda

    a matria de Direito Constitucional.Dentro deste nosso propsito de auxili-lo na caminhada rumo

    conquista de um excelente cargo pblico, na disciplina DireitoConstitucional, que formulamos este curso no formato de teoria +questes do CESPE, o que o torna especialmente atraente para oconcursando que j possui algumas noes dessa disciplina epretende aprofundar e consolidar o seu conhecimento.

    Vrias questes sero comentadas, para facilitar a suaassimilao do contedo, enquanto estuda a teoria. Ao final de cada,uma lista de exerccios de fixao complementa a bateria de

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    exerccios. Nesta primeira aula demonstrativa, fizemos comentriosde todos os exerccios, para que voc se familiarize com ametodologia.

    E aqui vai uma dica de ouro: perceba que em todas as provasde concurso, os examinadores acabam utilizando de 70% a 80% dequestes que j caram em certames anteriores, com algumadiferena de redao aqui e acol. Por qu isso acontece?Simplesmente porque o examinador no pode reinventar a roda, ouestar fadado a ter a sua questo anulada pela banca examinadora.Os outros 30% a 20% de questes so relativos a jurisprudnciaindita dos tribunais ou uma tentativa falha do examinador de quererinventar o que no deve, e o que acontece nesse caso a troca de

    gabarito ou anulao do quesito! Portanto, quanto mais questesde concurso voc resolver, mais perto voc estar do peloto de eliteque disputar as concorridas vagas.

    Ao todo, nosso curso constar de 5 aulas, incluindo estaAula Demonstrativa, uma a cada semana, cuja programao ser aseguinte:

    AulaDemonstrativa

    Direitos e deveres fundamentais: direitos e deveresindividuais e coletivos; direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade; direitossociais; nacionalidade; cidadania e direitospolticos; partidos polticos; garantiasconstitucionais individuais; garantias dos direitoscoletivos, sociais e polticos. PARTE I

    Aula 1

    Direitos e deveres fundamentais: direitos e deveresindividuais e coletivos; direito vida, liberdade,

    igualdade, segurana e propriedade; direitossociais; nacionalidade; cidadania e direitospolticos; partidos polticos; garantiasconstitucionais individuais; garantias dos direitoscoletivos, sociais e polticos. PARTE II

    Aula 2

    2 Poder Legislativo: fundamento, atribuies egarantias de independncia. 3 Processo legislativo:fundamento e garantias de independncia,

    conceito, objetos, atos e procedimentos.

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    Aula 3

    Poder Executivo: forma e sistema de governo;chefia de Estado e chefia de Governo; atribuies eresponsabilidades do Presidente da Repblica.Poder Judicirio: disposies gerais; SupremoTribunal Federal; Superior Tribunal de Justia;tribunais regionais federais e juzes federais;tribunais e juzes dos estados.

    Aula 4

    Ordem social: base e objetivos da ordem social;seguridade social; educao, cultura e desporto;cincia e tecnologia; comunicao social; meioambiente; famlia, criana, adolescente e idoso.

    Nesta aula inaugural, iniciaremos o estudo dos Direitos eGarantias Fundamentais, um assunto que no tem fim!

    Para voc ter uma idia, o art. 5 da Constituio Federal, queconsagra apenas os direitos e deveres individuais e coletivos umadas cinco classes de direitos e garantias fundamentais -, possuisetenta e oito incisos. Cada um deles com inmeras orientaesjurisprudenciais e doutrinrias, atualizadas diuturnamente pelo

    Supremo Tribunal Federal e com grande cobrana em todo e qualquerconcurso.

    Em funo disso, iremos, neste tpico, carregar na quantidadede exerccios e nos comentrios respectivos, j que neste assunto,quanto mais exerccios forem apresentados melhor para o candidato,at porque vrias questes se repetem de um concurso para outro. Eisso estatstico. J dissemos que a maior parte das questes deconcurso so simples repeties de exerccios j cobrados em outras

    provas, com algumas inverses ou modificaes de forma. E tragasuas dvidas para o frum!

    Bom, esta aula dividida em duas etapas. Na primeira etapa,examinaremos todo o artigo 5, exceo dos remdiosconstitucionais. Na segunda etapa, estudaremos os remdios bemcomo os direitos sociais, direitos polticos e os direitos deNacionalidade.

    Com isso, procuraremos abranger um nmero maior de direitos

    fundamentais, aumentando a chance de abordarmos tpicos quecertamente sero exigidos nos prximos concursos.

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    Outro aspecto que a apresentao de exerccios(aparentemente) repetidos tem por finalidade, exatamente,demonstrar que o assunto recorrente nos concursos do CESPE.

    Assim, possvel que no incio voc ache cansativo, entretanto, comodisse um pensador, a disciplina precede a espontaneidade, e, nahora de fazer a prova, voc vai passear nas questes.

    Lida a aula, feitos os exerccios no deixe de complementarcom a leitura do prprio art. 5 da Constituio, ok?

    Ento, vamos ao contedo da aula de hoje !!!

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    SUMRIO DA AULA

    1 Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais2 Direitos e Garantias Fundamentais na Espcie

    2.1 Princpio da Razoabilidade/Proporcionalidade

    2.2 - Princpio da Igualdade/Isonomia

    2.3 - Princpio da Legalidade x Reserva Legal

    2.4 Inviolabilidade das correspondncias e comunicaes

    2.5 Liberdade de Expresso

    2.6 Liberdade de crena religiosa e convico poltica e filosfica

    2.7 Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e daimagem das pessoas

    2.8 Inviolabilidade domiciliar

    2.9 Liberdade do exerccio de ofcio ou profisso

    2.10 Liberdade de Reunio

    2.11 Liberdade de Associao

    2.12 Representao processual versus substituio processual

    2.13 Direito de Propriedade

    2.14 Direitos de Petio e de Certido

    2.15 Principio da inafastabilidade da jurisdio

    2.16 Proteo ao direito adquirido, coisa julgada e ao atojurdico perfeito

    2.17 Principio do Juiz Natural

    2.18 Jri Popular

    2.19 Princpio da presuno de inocncia ou no culpabilidade

    2.20 Impossibilidade da priso civil por dvida

    2.21 Crimes constitucionalizados

    2.22 Proteo aos hipossuficientes e em condio devulnerabilidade social

    2.23 Princpio do Contraditrio e da Ampla Defesa

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    1 Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais

    Voc deve ter em mente que os direitos fundamentais

    originaram-se a partir da necessidade de se garantir uma esferairredutvel de liberdades aos indivduos em geral frente ao Poderestatal.

    Boa parte dos autores considera o marco fundamental dosdireitos fundamentais a Carta Magna de 1215, de Joo Sem-Terra,Rei Ingls que se viu acuado pelos bares, que no mais aceitavamos impostos exorbitantes e exigiam a limitao do poder real. Noera, portanto, um documento que visava garantir uma esfera de

    liberdades aos indivduos em geral frente ao Estado.Modernamente, tem-se que os direitos fundamentais foram

    positivados a partir da Revoluo Francesa, com a Declarao dosDireitos do Homem e do Cidado (1789) bem como do Ato dasConfederaes (Bill of Rights) de 1776 das treze colniasamericanas que declararam independncia da Coroa Britnica. Apartir da, surgiram as Constituies liberais dos sculos XVIII e XIX.

    Tais direitos de ndole liberal podem tambm ser chamados de

    direitos negativos, a exemplo do direito vida, liberdade, propriedade, liberdade de expresso dentre outros, tambmchamados direitos de primeira gerao ou primeira dimenso.

    Somente no sculo XX, com o surgimento do Estado Social,passa-se a exigir uma atitude comissiva do Estado, uma atuaoestatal em favor do bem-estar do indivduo.

    Com isso, podemos classificar os direitos fundamentais em trsdimenses (ou geraes).

    Na primeira gerao, consolidada no final do sc. XVIII,temos os direitos ligados aos ideais do Estado liberal, de naturezanegativa (obrigaes de no-fazer do Estado) com foco na liberdadeindividual frente ao Estado (direitos civis e polticos).

    Na segunda dimenso ou gerao, surgida no incio do sc.XX, temos os direitos ligados aos ideais do Estado social, de naturezapositiva (prestaes positivas do Estado) com foco na igualdade

    entre os homens (direitos sociais, culturais e econmicos).

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    H ainda a terceira dimenso, tambm reconhecida no sc.XX, em que temos os direitos de ndole coletiva e difusa(pertencentes a um grupo indeterminvel de pessoas), com foco na

    fraternidade entre os povos (direito ao meio ambiente, paz, aoprogresso etc.).

    Alguns autores chegam mesmo a reconhecer uma quartagerao de direitos fundamentais e at mesmo quinta gerao;entretanto, no h consenso na doutrina quanto aos bens protegidospor essas novas geraes.

    Se voc prestar ateno ao prembulo da Constituio, verque as trs geraes de direitos esto l representadas. Preste

    ateno nas palavras grifadas abaixo e tente correlacionar cada umadelas a uma das geraes de direitos, acima citadas:

    Ns, representantes do povo brasileiro, reunidos emAssemblia Nacional Constituinte para instituir um EstadoDemocrtico, destinado a assegurar o exerccio dos direitossociais e individuais, a liberdade, a segurana, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justia comovalores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e

    sem preconceitos, fundada na harmonia social ecomprometida, na ordem interna e internacional, com asoluo pacfica das controvrsias, promulgamos, sob aproteo de Deus, a seguinte CONSTITUIO DAREPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

    A tabela a seguir resume o assunto:

    GERAES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS

    1 GERAO Direitos Negativos, foco na liberdade individual

    2 GERAODireitos Positivos, foco na igualdade material, porintermdio de prestaes positivas pelo Estado.

    3 GERAODireitos coletivos e difusos, com foco nafraternidade, na paz, no progresso, no meioambiente salutar.

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    Isto posto, vamos fazer uma varredura suscinta de outrospontos importantes ligados teoria dos direitos fundamentais:

    1 As expresses direitos e garantias no se confundem. Enquantoos direitos so os bens em si mesmo considerados (principal), asgarantias so instrumentos de preservao desses bens (acessrio).

    2 Se inicialmente os direitos fundamentais surgiram tendo comotitulares as pessoas naturais, pessoas fsicas, hoje j se reconhecemdireitos fundamentais em favor das pessoas jurdicas ou mesmo emfavor do Estado.

    3 Embora originalmente visassem regular a relao indivduo-

    Estado (relaes verticais), atualmente os direitos fundamentaisdevem ser respeitados mesmo nas relaes privadas, entre osprprios indivduos (relaes horizontais).

    4 No existem direitos fundamentais de natureza absoluta, j queencontram limites nos demais direitos previstos na Constituio.Assim, por exemplo, o direito de propriedade se submeter aoatendimento de sua funo social; a garantia da inviolabilidade dascorrespondncias no ser oponvel ante a prtica de atividades

    ilcitas; a liberdade de pensamento no pode conduzir ao racismo eassim por diante.

    5 No h real conflito entre direitos fundamentais, entretanto, nocaso concreto poder haver coliso entre diversos direitos (porexemplo, liberdade de comunicaes x inviolabilidade da intimidade).O intrprete dever ento realizar uma harmonizao entre essesdireitos, tendo em vista a inexistncia de hierarquia e subordinaoentre eles, evitando o sacrifcio total de um perante o outro.

    6 No se admite a renncia total por parte do indivduo de umdireito fundamental. Ou seja, caracterstica deles seremirrenunciveis. Todavia, modernamente, admite-se que deixem de serexercidos pelos seus titulares temporariamente em determinadassituaes.

    Vamos dar uma olhada, ainda, como a Constituio Federal de1988 disciplinou os direitos e garantias fundamentais.

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    Os direitos e garantias fundamentais esto catalogados noTtulo II (arts. 5 a 17), por isso denominado catlogo dos direitosfundamentais. Nesse Ttulo II, os direitos e garantias fundamentais

    foram divididos em cinco grupos, a saber:

    Mas, nem todos os direitos e garantias fundamentais presentesna nossa Constituio esto enumerados nesse catlogo prprio. H,tambm, diversos direitos fundamentais presentes em outrosdispositivos da nossa Constituio, que so, por esse motivo,denominados direitos fundamentais no-catalogados (fora docatlogo prprio).

    O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, por

    exemplo, um direito fundamental de terceira gerao no-catalogado, pois est previsto no art. 225 da Constituio Federal. Aslimitaes ao poder de tributar (art. 150, CF/88) constituem umagarantia e tambm um direito, tanto do particular, quanto dasprprias Unidades da Federao (direito fundamental do Estado).

    Nesse sentido, o constituinte foi expresso (art. 5, 2):

    Os direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluemoutros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou

    dos tratados internacionais em que a Repblica Federativa do Brasilseja parte.

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    Guarde tambm estas dicas...

    I) Os direitos e garantias fundamentais esto sujeitos a restrio,

    com base em autorizao do prprio texto constitucional: (na formada lei) ou (nos termos da lei). Entretanto, isso no pode implicarnuma ilimitada restrio o que configura a chamada teoria doslimites dos limites, que refere-se imposio de limites aoestabelecimento de limitaes legais que possam vir a atingir oncleo essencial daqueles direitos.

    II) Em situaes excepcionais (estado de defesa art. 136 e estadode stio art. 139), so admitidas restries e at mesmo

    suspenses de diversos direitos e garantias fundamentais, semautorizao do Poder Judicirio.

    III) Nem todos os direitos e garantias fundamentais foramexpressamente gravados como clusula ptrea. Nos termos daCF/88, s so clusulas ptreas os direitos e garantais individuais(CF, art. 60, 4, I), constantes do art. 5 e outros dispersos naConstituio, como, por exemplo, a garantia da anterioridadetributria (uma das limitaes ao poder de tributar do art. 150).

    IV) As normas que consagram os direitos e garantias fundamentaistm, em regra, aplicao imediata (CF, art. 5, 1). Entretanto,h excees: direitos fundamentais consagrados em normas deeficcia limitada (dependentes de regulamentao).

    V) Os direitos e garantias fundamentais fundamentam-se no princpioda igualdade perante a lei, garantindo-se aos brasileiros e aosestrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade. Entenda-se

    estrangeiro residente como todo e qualquer estrangeiro queesteja permanentemente ou de passagem pelo territrionacional.

    Como corolrio (decorrncia) da existncia dos direitos egarantias como limites atuao do Estado, dentro de uma relaoassimtrica entre indivduo e governante e como forma de proteodas liberdades individuais, que temos a chamada teoria da

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    eficcia vertical dos direitos e garantias fundamentais, ligada aosdireitos de primeira gerao.

    De outro lado, est a chamada eficcia horizontal dos direitosfundamentais, que diz respeito incidncia desses direitos nasrelaes entre particulares, pessoas fsicas ou jurdicas.

    A jurisprudncia do nosso STF tem se firmado no sentido deassegurar a eficcia horizontal dos direitos fundamentais, e nessesentido temos, por exemplo, a proibio da revista ntima demulheres em fbricas de lingerie (STF/RE 160.222-8); a vedao daexcluso de associado de cooperativa sem o exerccio do direito dedefesa (STF/RE 158.215-4); a discriminao de empregado brasileiro

    em relao ao francs na empresa "Air France", mesmo realizandoatividades anlogas ou idnticas (STF/RE 161.243-6); a necessriaobservncia do devido processo legal, da ampla defesa e docontraditrio no caso de excluso de associados de uma sociedadecivil (STF/ RE n. 201.819).

    Por fim, lembre-se de que a enumerao constitucional dosdireitos e garantias fundamentais aberta, no limitativa outaxativa, haja vista que outros podero ser reconhecidos

    ulteriormente, seja por meio de futuras emendas constitucionais (EC)ou mesmo mediante normas infraconstitucionais, como os tratados econvenes internacionais celebrados pelo Brasil (art. 5, 2).

    Vamos treinar um pouco agora? Veja algumas questes doCESPE sobre os assuntos vistos nesta introduo.

    1. (CESPE/ANALISTA JUDICIRIO/EXECUO DEMANDADOS/STM/2011) Os direitos fundamentais, em quepese possurem hierarquia constitucional, no soabsolutos, podendo ser limitados por expressa disposioconstitucional ou mediante lei promulgada com fundamentoimediato na prpria CF.

    Conforme estudamos, os direitos e garantais fundamentais nogozam de natureza absoluta, podendo ser relativizados pela prpriaConstituio ou por norma infraconstitucional exigida por ela, assimcomo tratados e convenes internacionais celebrados pelo Brasil.

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    O que no pode ocorrer a supresso desses direitos, amodificao do ncleo essencial que descaracterize o objetivo danorma do legislador constituinte.

    Item certo.

    2. (CESPE/ANALISTA JUDICIRIO / CONHECIMENTOSBSICOS/STM/2011) As liberdades individuais garantidasna Constituio Federal de 1988 no possuem carterabsoluto.

    J vimos que os direitos e garantias fundamentais, includas a

    as liberdades individuais, no possuem carter absoluto e, portanto,podem sofrer limitao, ou dentro da prpria Constituio, ou por leipor ela autorizada ou por tratado internacional.

    Perceba como as questes se repetem.

    Item certo.

    3. (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) As violaes adireitos fundamentais ocorrem somente no mbito dasrelaes entre o cidado e o Estado, inexistindo nasrelaes travadas entre pessoas fsicas e jurdicas dedireito privado. Assim, os direitos fundamentaisassegurados pela CF vinculam diretamente os poderespblicos, estando direcionados apenas de forma indireta proteo dos particulares em face dos poderes privados.

    Vimos que o STF admite expressamente a eficcia vertical e

    horizontal dos direitos fundamentais, informando tanto as relaesentre Estado e particular (vertical) e entre particulares (horizontal),includas aqui as relaes entre pessoas fsicas, entre essas e aspessoas jurdicas e entre estas.

    E essa vinculao direta, ou seja, no necessita de intermediaodo legislador para surtir efeito nas relaes privadas.

    Item errado.

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    4. (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) Noconstitucionalismo, a existncia de discriminaes positivasiguala materialmente os desiguais.

    Uma das maneiras de concretizar a igualdade material a adoodas chamadas polticas afirmativas ou aes afirmativas, como porexemplo, as quotas em universidades pblicas para certas minoriastradicionalmente em situao de vulnerabilidade social.

    A proteo do mercado de trabalho da mulher (art. 7, inciso XX) outro exemplo de discriminao positiva da CF/88.

    Item certo.

    5. (CESPE/ANALISTA JURDICO/CBMDF/2007) Enquanto osdireitos de primeira gerao (civis e polticos) quecompreendem as liberdades clssicas, negativas ou formais realam o princpio da liberdade, os direitos de segundagerao (econmicos, sociais e culturais) que seidentificam com as liberdades positivas, reais ou concretas acentuam o princpio da igualdade.

    Os direitos de primeira gerao, tambm denominados denegativos, protegem o indivduo contra a interferncia indevida doEstado na esfera privada, alm de exigirem dos governos a proteo liberdade, propriedade e vida. Os direitos de segunda gerao,ditos positivos exigem uma atuao comissiva do Estado de ordema assegurar uma igualdade material entre os cidados.

    Cuidado! O Cespe j cobrou essa mesma questo apenas invertendoos termos igualdade e liberdade, o que tornaria a assertiva,

    claro, incorreta.Item correto.

    6. (CESPE/OFICIAL DE INTELIGNCIA/DIREITO/ABIN/2010)Embora se saliente, nas garantias fundamentais, o carterinstrumental de proteo a direitos, tais garantias tambmso direitos, pois se revelam na faculdade dos cidados de

    exigir dos poderes pblicos a proteo de outros direitos,

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    ou no reconhecimento dos meios processuais adequados aessa finalidade.

    Questo bastante doutrinria, tpica do Cespe. As garantiasconstitucionais so direitos assecuratrios dos direitos individuais ecoletivos fundamentais, catalogados ou no no captulo prprio daConstituio.

    Assim, o Mandado de segurana individual e coletivo, o mandado deinjuno individual e coletivo, o habeas data, o habeas corpus,constituem todos garantias ou direitos ou meios processuaisdestinados a assegurar o reconhecimento de um direito fundamentallegtimo.

    Item certo.

    7. (CESPE/ADVOGADO/CESAN/2005) O processo deafirmao dos direitos fundamentais de segunda geraoiniciou-se no sculo XIX e intensificou-se no sculo XX pormeio da positivao dos direitos coletivos e sociais. O papeldo Estado, agora, o de garantir e implementar essesdireitos, interferindo, se necessrio, no domnio econmico.

    Esse o tipo de questo doutrinria que no se alterasubstancialmente com o tempo ou com a jurisprudncia. Portanto,voc pode resolver questes mais antigas sem maiores receios.

    Diversos dispositivos constitucionais prevem a possibilidade deinterveno do Estado no domnio econmico, como forma deassegurar a defesa do interesse pblico e dos direitos fundamentaisde segunda gerao, sociais, de atuao positiva. Dentre eles, asrestries ao direito de propriedade, a desapropriao, a

    requisio de bens, a ocupao provisria e o confisco.Item certo.

    8. (CESPE/ANALISTA JURDICO/CMBDF/2007) H, no sistemaconstitucional brasileiro, direitos e garantias que serevestem de carter absoluto, e que no esto sujeitos amedidas restritivas por parte dos rgos estatais, ainda querespeitados os termos estabelecidos pela prpriaConstituio.

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    Conforme vimos, no existem direitos e garantias de carterabsoluto, podendo todos serem relativizados de acordo com aponderao dos bens jurdicos em disputa e os princpios de

    interpretao constitucional.Item errado.

    9. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Todos osdireitos e garantias fundamentais previstos na CF foraminseridos no rol das clusulas ptreas.

    Vimos que apenas os direitos e garantias individuais, constantes doart. 5, bem como outros dispersos no texto constitucional, que

    esto cobertos pelo manto de clusula ptrea.Item errado.

    10. (CESPE/CONTROLE INTERNO/TJDFT/2008) Os direitos egarantias individuais so arrolados como clusula ptrea,de forma que no se admitir proposta de emenda quepossa, de qualquer forma, limitar esses direitos.

    Apesar de estarem cobertos pela proteo de clusulas ptreas osdireitos e garantias individuais podem sim sofrer restries. Essasrestries, entretanto, no podero descaracteriz-los a ponto deconstiturem-se em verdadeiras revogaes de tais direitos. Esseaspecto relaciona-se teoria dos limites dos limites, que pode serassim resumida:

    I) no existem direitos e garantias fundamentais de naturezaabsoluta;

    II) logo, o legislador ordinrio pode impor limites ao exerccio dessesdireitos e garantias;

    III) todavia, o poder de a lei impor limites ao exerccio de direitos egarantias constitucionais no ilimitado, pois dever ser respeitado oncleo essencial desses institutos, em conformidade ainda com oprincpio da razoabilidade ou da proporcionalidade - que exigenecessidade, adequao e proporcionalidade estrita da restrioimposta.

    Item errado.

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    11. (CESPE/ADMINISTRADOR/TJDFT/2008) Os direitos egarantias fundamentais previstos na Constituio Federalde 1988 no comportam qualquer grau de restrio, j que

    so considerados clusulas ptreas.

    No esto todos os direitos e garantias fundamentais imunizados como rtulo de clusulas ptreas, apenas os de ndole individual.

    De outra sorte, mesmo estes podero sofrer restries por parte doconstituinte derivado ou mesmo por parte do legislador ordinrio.Perceba, nesta sequncia, como as questes se repetem compequenas alteraes de forma ou de ordem dos contedosapresentados. Mais uma vez, reforamos a importncia de voc

    resolver o maior nmero possvel de questes de provas anteriores.

    Item errado.

    2 Direitos Fundamentais na espcie

    Diversos princpios informam os direitos e garantias

    fundamentais especificados na Constituio. Iremos aqui abordar os

    de maior controvrsia e por isso mesmo mais cobrados em concurso,

    alguns deles inclusive j discutidos anteriormente.

    2.1 Princpio da Razoabilidade/Proporcionalidade

    Alm de ser, como vimos na aula inaugural, um princpio de

    interpretao da Constituio Federal e instrumento de controle de

    constitucionalidade, o princpio da razoabilidade est implcito notexto constitucional.

    O inciso LXXVIII do art. 5, traz a palavra razovel, mas no

    no sentido de razoabilidade e sim no de celeridade processual,

    relativa razovel durao do processo, seja judicial, seja

    administrativo.

    Comentamos logo acima a respeito da teoria dos limites dos

    limites, a qual preconiza que leis restritivas de direitos constitucionais

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    enfrentam uma barreira, que justamente o princpio da

    razoabilidade.

    Mesmo sendo um princpio implcito, necessita, como condiopara sua aplicao, de respaldo da Constituio Federal. E, nesse

    sentido, o STF firmou entendimento de que sua guarida est no inciso

    LIV do Art. 5 da CF, que estabelece o princpio do devido processo

    legal, em seu sentido material ou substantivo (ningum ser

    privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal).

    Entretanto, no basta a observncia aos procedimentos

    estabelecidos na Constituio e nas leis processuais respectivas, as

    limitaes impostas aos direitos fundamentais devem ser razoveise no podem ferir o ncleo essencial do direito em foco.

    Ateno: O princpio da razoabilidade exige das leis restritivasde direito:

    Respeito ao ncleo essencial do Direito Constitucional;Necessidade;Adequao;Proporcionalidade estrita.

    muito comum, em questes de concurso, aparecer o termoproporcionalidade como sendo o princpio da razoabilidade, sendoque na verdade, aquela um requisito desta.

    Com relao ao princpio do devido processo legal, em suasdimenses material e formal, conveniente apresentarmos um mapa

    mental resumido que utilizo em minhas aulas presenciais:

    Vamos resolver, agora, algumas questes do CESPE.

    12. (CESPE/ANALISTA JUDICIRIO/TRE MT/2010) A Odireito durao razovel do processo, tanto no mbitojudicial quanto no mbito administrativo, um direitofundamental previsto expressamente na CF.

    Como vimos, o princpio da razoabilidade/proporcionalidade, apesarde no explcito na Constituio, manifesta-se por intermdio de

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    outros princpios e garantias, como essa, da razovel durao doprocesso, previsto no art. 5, LXXVIII.

    Item certo.

    13. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Osprincpios da razoabilidade e da proporcionalidade estoprevistos de forma expressa na CF.

    Tais princpios esto previstos implicitamente na Constituio Federal,conforme expusemos. O conceito de razovel durao do processo,constante do inciso LXXVIII do art. 5, diz respeito ao princpio da

    celeridade processual. Entretanto, tais princpios esto previstos deforma expressa na Lei n 9.784/99.

    Item errado.

    14. (CESPE/ESCRIVO DE POLCIA/SGA/AC/2008) O uso dealgemas, apesar de no estar expressamente previsto naConstituio ou em lei, tem como balizamento jurdico osprincpios da proporcionalidade e da razoabilidade.

    Decidiu o STF que, em honra aos princpios da razoabilidade eproporcionalidade, o uso de algemas nos presos, mormente emsituaes de exposio na mdia e quando o acusado no oferecerperigo iminente dever ser restrito.

    Item certo.

    2.2 Princpio da Igualdade/Isonomia

    Est previsto expressamente no art. 5, caput e inciso I. Aigualdade a base fundamental do princpio republicano e do EstadoDemocrtico de Direito. Dele decorrem inmeros outros princpios epreceitos constitucionais, tais como:

    a) Proibio ao racismo (art. 5 inciso XLII);

    b) Proibio de diferena de salrios, exerccio de funes e

    critrios de admisso por motivo de sexo, cor ou estado civil(art. 7, XXX);

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    c) Exigncia de prvia aprovao em concurso pblicopara investidura em cargo ou emprego pblico (art. 37, II);

    d) Princpio da isonomia tributria (art. 150, II).

    Importante entendimento do STF a respeito da aplicao desseprincpio, diz respeito ao seu alcance: primeiramente atinge olegislador (igualdade na lei), que ao fixar normas gerais abstratas,ao inovar no mundo jurdico, no poder elaborar leis desarrazoadas.

    Posteriormente, o princpio da igualdade obriga o aplicador dalei (igualdade perante a lei), ou seja, o Estado-Juiz e o Estado-Administrador, que ao aplicar as normas aos casos concretos, no

    podero estabelecer tratamento anti isonmico.Em terceiro lugar, o princpio da igualdade alcana igualmente

    os particulares (igualdade nas relaes horizontais), em seusnegcios privados.

    Outro entendimento do STF preconiza que o princpio daisonomia no autoriza o Poder Judicirio a estender vantagem aindivduos no contemplados pela lei. Por exemplo, uma lei concedeuma certa vantagem a uma categoria X de servidores; se a lei no

    outorgou essa vantagem categoria Y, ainda que tais servidoresestejam em isonomia com os da categoria X (em termos de regimejurdico, funes e cargos) no poder o Judicirio estend-la apenaspor considerar esse tratamento mais isonmico.

    Uma terceira corrente jurisprudencial do nosso SupremoTribunal afirma que distines de sexo, idade ou altura para exercciode cargos pblicos so perfeitamente constitucionais, desde queprevistas em lei e no em edital, e desde que haja razoabilidade no

    estabelecimento de requisitos para a investidura nesses cargos.Exemplos so o de restries para o sexo masculino para cargos deagentes de penitencirias femininas, limite de idade para ingresso emfora policial ou bombeiros.

    Veja estas questes do CESPE sobre o princpio da igualdade:

    15. (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) A jurisprudnciado STF firmou entendimento no sentido de que no afrontao princpio da isonomia a adoo de critrios distintos para

    a promoo de integrantes do corpo feminino e masculinoda Aeronutica.

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    De fato, o STF assentou orientao no sentido de que a previso decritrios de promoo diferenciados para militares dos sexo masculinoe feminino no ofende o postulado constitucional da isonomia,

    observadas as atribuies e natureza de cada cargo (AR 2033/2006).

    Item certo.

    16. (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) A jurisprudnciado STF firmou-se no sentido de que a norma constitucionalque probe tratamento normativo discriminatrio, em razoda idade, para efeito de ingresso no servio pblico, se

    reveste de carter absoluto, sendo ilegtima, emconsequncia, a estipulao de exigncia de ordem etria,ainda quando esta decorrer da natureza e do contedoocupacional do cargo pblico a ser provido.

    Ao contrrio, o STF entende perfeitamente legtima a distino emrazo da idade, para efeito de ingresso no servio pblico, desde quetal diferenciao decorra da natureza e do contedo ocupacional docargo pblico a ser provido.

    Item errado.

    2.3 Princpio da Legalidade x Reserva Legal

    O princpio da legalidade, tambm chamado de legalidadeampla, no se confunde com o princpio da legalidade para o setorpblico, tampouco com o princpio da reserva legal ou legalidadeestrita.

    O princpio da legalidade ampla, enunciado em sua versomais genrica no art. 5, II, prescreve que ningum ser obrigado afazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei. Leiaqui entenda-se tanto a lei em sentido formal, aprovada peloprocesso legislativo das leis, como atos com fora de lei e atosadministrativos expedidos nos limites da lei (resolues, portarias,decretos). Lei aqui est no sentido lato senso, de norma jurdica.

    J o princpio da reserva legal exige a edio de lei em sentido

    estrito, como por exemplo, a exigncia de lei para estabelecimento

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    das hipteses de interceptao telefnica para fins de investigaocriminal ou instruo processual penal (art. 5, XII); a exigncia delei para fixao da remunerao dos servidores do poder executivo

    (art. 37, X).

    O princpio da legalidade para o setor pblico assume umaoutra conotao, na medida em que, se para o particular permitidofazer tudo o que a lei no proba, para o administrador pblico defeso (proibido) agir sem respaldo expresso da lei.

    Tratando agora das nomenclaturas comumente presentes emconcursos, o princpio da legalidade ou legalidade ampla abrange umnmero maior de matrias constitucionais, possuindo, portanto, uma

    maior abrangncia. J o princpio da legalidade estrita ou reservalegal abrange um menor nmero de matrias, mas com maiorcontedo, importncia, maior garantia frente ao Estado, sendopacfico considerar que este princpio possui uma maior densidade.

    Em resumo, temos as seguintes caractersticas para osprincpios da legalidade e da reserva legal:

    LEGALIDADE RESERVA LEGAL

    O vocbulo Lei empregadoem sentido amplo (normajurdica)

    O vocbulo Lei empregado emsentido estrito (estrito senso)

    Admite lei e tambm atosadministrativos expedidos noslimites desta

    S admite lei ou ato com fora delei (exemplo: medida provisria)

    Alcance mais amplo Alcance menos amplo

    Menor densidade (garantia) Maior densidade (garantia)

    Atente para estas questes do CESPE:

    17. (CESPE/OFICIAL DE INTELIG./DIREITO/ABIN/2010)preceito constitucional que estabelece que ningum obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno emvirtude de lei veicula a noo genrica do princpio da

    legalidade.

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    Aqui, o vocbulo lei est empregado em sentido amplo ougenrico, com alcance maior e densidade menor. Difere da legalidadeaplicada aos agentes pblicos (Administrao Pblica) e daquela

    incidente sobre matrias para as quais a Constituio exige oemprego de lei em sentido estrito (legalidade estrita).

    Trata-se, portanto, da idia de legalidade em sentido amplo,prevista no art. 5, II, da CF/88.

    Item certo.

    18. (CESPE/ADVOGADO DA UNIO/AGU/2006) O princpioda reserva legal equivale ao princpio da legalidade namedida em que qualquer comando jurdico que obriguedeterminada conduta deve provir de uma das espciesprevistas no processo legislativo.

    Item errado. Conforme vimos, a doutrina distingue o princpioda legalidade (mais amplo e menos denso) do princpio da reservalegal (mais estrito e de maior densidade). Quando a Constituioestabelece que certa matria submete-se ao princpio da legalidade,

    significa que poder ser disciplinada em lei ou atos administrativosexpedidos com fundamento na lei (decretos, por exemplo).Estabelece-se, assim, que o princpio da legalidade est materializadono inciso II do art. 5, o qual estabelece que ningum ser obrigadoa fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei, leiaqui empregada em sentido amplo. Por isso se diz que o princpio dalegalidade tem maior alcance (abrange uma maior nmero dematrias constitucionais) e menor densidade (pois pode ser satisfeitono somente por lei, mas tambm pela expedio de atosadministrativos).

    Por oportuno, cabe aqui tambm fazer uma distino entre leiem sentido formal e lei em sentido material.

    O princpio da reserva legal exige a edio de lei em sentidoformal, ou seja, a norma que obedeceu ao processo legislativo deelaborao das leis ordinrias, medidas provisrias, leisdelegadas ou leis complementares e que assumiu a forma dessas

    espcies legislativas.

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    Entretanto, pode acontecer que a matria tratada nessa lei notenha carter material, que pode ser resumido na expresso doquadro:

    GIA Geral, Impessoal e Abstrata:

    Geral: vale para todas as situaes abrangidas pela lei;

    Impessoal: vale para todos, que devero se submeter ao comandolegal;

    Abstrata: carter de abstrao, no para um caso concretoespecfico e vale para sempre, at que outra lei a revogue.

    Ora, determinadas matrias, por no atenderem a essesrequisitos, no possuem esse carter GIA, no entender do SupremoTribunal Federal, constituindo-se em verdadeiros atosadministrativos, no sendo, portanto, lei em sentido material. Quala relevncia dessa distino? Essas leis, por exemplo, no poderoser atacadas pela via de ao de inconstitucionalidade, mas sim pormandado de segurana.

    Ento:

    Lei em sentido formal: que passou pelo devido processolegislativo;

    Lei em sentido material: que possui as caractersticas degeneralidade, impessoalidade e abstrao, independentementede ter sido formulada no mbito do processo legislativoordinrio.

    2.4 Inviolabilidade das correspondncias e comunicaes(art. 5, XII)

    Trata-se de um inciso muito valorizado pelas bancas, cobradobastante pelo CESPE e com farta jurisprudncia recente. Prescreve oinciso ser inviolvel o sigilo da correspondncia e das comunicaestelegrficas, de dados e das comunicaes telefnicas, salvo, noltimo caso (das comunicaes telefnicas) por ordem judicial,nas hipteses e na forma que a lei estabelecer para fins deinvestigao criminal ou instruo processual penal.

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    Poderamos ser forados a acreditar que o sigilo dascorrespondncias teria natureza absoluta. Como vimos, no existemdiretos e garantias fundamentais de natureza absoluta. Entretanto,

    vimos que a prpria Constituio Federal prev limitaes, alm deoutras, do sigilo de correspondncia, em caso de Estado de Defesa(art. 136) e Estado de Stio (art. 139), por parte da prpriaautoridade administrativa.

    Bom, a Constituio previu expressamente apenas apossibilidade da violao das comunicaes telefnicas, pois so asnicas que no deixam rastro, registros. No existe mais apossibilidade jurdica de gravao e armanezamento desse tipo de

    comunicao por parte das operadoras de telefonia. As demaisdeixam registros cartas, e-mails.

    Existem mecanismos legais, hoje, que possibilitam ainterceptao das comunicaes telefnicas ou telemticas (telex,fax). O requisito bsico para quebra de sigilo telefnico a ordemjudicial, sendo matria sujeita chamada reserva de jurisdio.

    Outro requisito so as hipteses e a forma autorizadas em lei,no caso, a Lei 9.296/96, que regulamenta a matria. S pode ser

    utilizada para processos cujo desfecho culmine em pena privativa deliberdade na modalidade de recluso, e quando a medida mostrar-seindispensvel investigao.

    No albergada, pois, a interceptao das comunicaestelefnicas, no mbito de processos administrativos ou cveis.No h possibilidade, por exemplo, que num curso de procedimentode separao judicial ou divrcio, um dos cnjuges solicite aomagistrado a autorizao para escuta telefnica do consorte, com o

    intuito de comprovar de infidelidade conjugal.Entretanto, isso no impede o uso emprestado de provas, ou

    seja, se no curso da investigao penal surja fato envolvendoservidor pblico, as provas ligadas interceptao telefnica poderoser utilizadas para punio do servidor, no mbito de processoadministrativo disciplinar, ou, ainda, no mbito de processo civil deimprobidade administrativa, mas apenas como prova emprestada,nunca como fonte ou prova autnoma em processo civil ou

    administrativo. Ou seja, deve haver conexo entre as instncias.

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    Agora, ateno! A jurisprudncia do STF assentouentendimento no sentido de que presentes situaes excludentes daantijuridicidade (tais como legtima defesa, estado de necessidade),

    a gravao poder ser realizada validamente sem necessidade deautorizao judicial.

    Exemplo tpico a chamada gravao de conversa, inclusiveambiental, por um dos interlocutores, sem o consentimento ouconhecimento por parte do outro. Em regra essa gravao ilcita,por ofensa privacidade ou intimidade (Art. 5, X). Entretanto, agravao constituir prova lcita se um dos comunicantes estiver emsituao de legtima defesa (ameaa, chantagem, coao).

    Tambm possvel, nesse caso, a gravao de conversa realizadapor terceiro, tambm apenas se for utilizada em legtima defesa deum dos interlocutores, que poder estar sendo vtima de umainvestida criminosa.

    Vale lembrar tambm que Comisso Parlamentar deInqurito (CPI) no tem competncia para determinar ainterceptao telefnica, mas apenas e to somente a quebra dosregistros telefnicos quem ligou para quem, durao das chamadas,

    data e hora.

    Caso ocorra, no curso da investigao criminal, a descobertafortuita (acidental) de crime punvel com deteno, a utilizao daprova decorrente de interceptao depender da conexo daquelecrime com outro, punvel com pena de recluso.

    importante lembrar que a inviolabilidade das comunicaesrefere-se ao trnsito, comunicao em si e no aos dadosarmazenados. Assim, pode ser autorizado, no mbito de processocvel, por exemplo, mandado de busca e apreenso de computadorese fax contendo informaes passveis de utilizao como prova deilcitos

    Quanto s prorrogaes do prazo de interceptao, a Lei9.296/96 s permitia que o magistrado autorizasse por 15 diasprorrogveis por mais 15 dias. Entretanto, o STF autorizouprorrogaes sucessivas, desde fundamentadas e solicitadas ao juzocompetente.

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    Todas as interceptaes devero ser obrigatoriamentedegravadas e reduzidas a termo (transcritas), e somente aquelaspartes ou trechos imprescindveis investigao. Conversas

    familiares, ntimas ou que no digam respeito ao processo nodevero constar das degravaes e no sero consideradas comoevidncias no processo.

    D uma olhada nestas questes do CESPE:

    19. (CESPE/JUIZ DO TRABALHO/TRT 1 REGIO/2011)Embora a CF admita a decretao, pela autoridade judicial,

    da interceptao telefnica para fins de investigaocriminal ou instruo processual penal, possvel autilizao das gravaes no processo civil ouadministrativo, como prova emprestada.

    A interceptao telefnica no poder ser determinada judicialmenteno mbito de processos cveis ou administrativos, mas a utilizaodas degravaes efetuadas poder ser utilizada como provaemprestada, havendo conexo entre o processo criminal que deuorigem interceptao e os demais processos .

    Item certo.

    20. (CESPE-TFCE-TCU-2009) Admite-se a quebra do sigilodas comunicaes telefnicas, por deciso judicial, nashipteses e na forma que a lei estabelecer, para fins deinvestigao criminal ou administrativa.

    As hipteses de quebra de sigilo das comunicaes telefnicas, por

    deciso judicial, na forma da lei, so as de investigao criminal ouinstruo processual penal.

    Entretanto, possvel a utilizao das degravaes lavradas a termonos processos administrativos ou cveis que possuam conexo com oprocesso criminal (principal), na forma de prova emprestada.

    Entretanto, a questo abrangeu a possibilidade da quebra de sigiloem esferas independentes, no especificando as hipteses, o que atorna falsa.

    Item errado.

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    21. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Apesarde a CF afirmar categoricamente que o sigilo da

    correspondncia inviolvel, admite-se a sua limitaoinfraconstitucional, quando se abordar outro interesse de

    igual ou maior relevncia, do que o previsto na CF.

    Como j assentamos, no existem direitos e garantias de natureza

    absoluta. Dessa forma, tais regalias no podem ser utilizadas para

    acobertar prticas delituosas.

    H julgados do STF que autorizam, com fundamento em razes de

    segurana pblica, de disciplina prisional ou de preveno da ordemjurdica, a interceptao de correspondncia remetida pelos

    sentenciados, por parte da administrao penitenciria, eis que a

    clusula da inviolabilidade do sigilo epistolar (de correspondncia)

    no pode constituir-se em instrumento de salvaguarda de atividades

    criminosas.

    Item certo.

    22. (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ AC/2007) Ainviolabilidade do sigilo de correspondncia, prevista naConstituio Federal, alcana, inclusive, a administraopenitenciria, a qual no pode proceder interceptao dacorrespondncia remetida pelos sentenciados.

    possvel a quebra do sigilo de correspondncia quando outrosdireitos fundamentais de igual ou maior magnitude estiverem em

    xeque.Assim, o sigilo de correspondncia no ser oponvel violao decorrespondncia direcionada a presdio com suspeita de contedonocivo ou proibido; tambm poder ser quebrado sigilo decorrespondncia da famlia do seqestrado para o seqestrador evice-versa. Ou seja, o sigilo de correspondncia no poder seralegado para acobertar atividades ilcitas.

    Item errado.

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    2.5 Liberdade de Expresso (art. 5, IV, V, IX e XIV)

    Trata-se de um direito no absoluto, previsto no art. 5.,

    incisos IV, V, IX e XIV, todos relacionados, direta ou indiretamente,ao direito de liberdade de pensamento e de expresso.

    Nos termos do inciso IV do art. 5., " livre a manifestao dopensamento, sendo vedado o anonimato". Trata-se de regra semdestinatrios definidos, j que qualquer pessoa, em principio, podemanifestar o que pensa, desde que no o faa sob o manto doanonimato.

    Trata-se, portanto, como todos os demais direitos e garantias,de um direito no absoluto, j que a proibio do anonimato tem porobjetivo proteger eventuais destinatrios da manifestao de juzoscaluniosos, ofensivos ou depreciativos.

    Como decorrncia dessa vedao, no possvel ainda, regrageral, o acolhimento de denncias annimas, conforme j confirmadoem arestos do STF. Assentou ainda a Suprema Corte a possibilidadede utilizao do habeas corpus para trancamento de ao penal,por requisio do Ministrio Pblico, fundada unicamente em

    denncia annima.

    A justificativa do Supremo para tal entendimento que osdocumentos apcrifos ofenderiam o princpio da dignidade da pessoahumana, impossibilitando o exerccio do contraditrio e da ampladefesa, inviabilizando eventual indenizao por danos morais oumateriais, contrariando essas garantias previstas nos incisos V e X doart. 5.

    Entretanto, entende a mesma Corte, ser possvel a utilizaodos fatos colhidos na denncia para a abertura de investigaoautnoma, seja por parte do Ministrio Pblico, seja no mbito doTribunal de Contas da Unio, quando ento podero ser confirmadosde per si as alegaes trazidas pelo denunciante, mas nunca autilizao da denncia ou das provas trazidas diretamente pelodenunciante annimo, sob pena de nulidade do processo.

    Merece ainda comentrio o inciso XIV do art. 5, no qual assegurado, a todos o acesso informao, resguardado o sigilo da

    fonte, quando necessrio ao exerccio profissional. Assim, um

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    reprter jornalstico no est obrigado a informar a fonte de suasevidncias publicadas, no mbito de processo criminal investigatriode crime contra o patrimnio pblico, por exemplo.

    Veja esta questo do CESPE sobre o tema:

    23. (CESPE/DEFENSOR PBLICO/DPU/2010) Conformeentendimento do STF, com base no princpio da vedao doanonimato, os escritos apcrifos no podem justificar, porsi ss, desde que isoladamente considerados, a imediatainstaurao da persecutio criminis, salvo quando forem

    produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituremeles prprios o corpo de delito.

    Escritos apcrifos so os oriundos de denncia no identificada ouannima. Dessa forma, no podero eles servir de fundamento parainiciar o processo de persecuo penal ou a instaurao da aopenal, a cargo do Ministrio Pblico. A ressalva da questo dizrespeito aos documentos ou provas produzidas pelo acusado.

    Item certo.

    2.6 Liberdade de crena religiosa e convico poltica efilosfica (art. 5., VI, VII, VIII)

    Solicito sua ateno para nos atermos aqui ao inciso VIII:ningum ser privado de direitos por motivo de crena religiosa oude convico filosfica ou poltica, salvo se as invocar para eximir-sede obrigao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestao

    alternativa, fixada em lei.

    Dessa forma, o dispositivo em comento consagra o direito denominada escusa de conscincia, sendo que a conseqncia dono cumprimento da prestao alternativa, est no art. 15, IV:

    Art. 15. vedada a cassao de direitos polticos, cuja perda oususpenso s se dar nos casos de:

    (...)

    IV - recusa de cumprir obrigao a todos imposta ou prestaoalternativa, nos termos do art. 5, VIII;

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    Trata-se de uma norma constitucional de eficcia contida,porquanto a escusa de conscincia plenamente exeqvel, semconseqncias para o individuo, at que se edite a lei que estabelea

    quais as prestaes alternativas ao cumprimento de determinadasobrigaes.

    2.7 Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honrae da imagem das pessoas (art. 5, X)

    Prescreve o texto constitucional que "so inviolveis aintimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,assegurado o direito indenizao pelo dano material ou moraldecorrente de sua violao.

    Segundo o STF, para condenaes por dano moral, no se exigea comprovao de ofensa reputao do indivduo, mas a merapublicao no consentida de fotografias, escritos ou outros registrosdesabonadores, que gerem desconforto ou constrangimento, gerampara o lesado o direito reparao.

    Esto includas nessa proteo tanto as pessoas fsicas quantojurdicas, e a expresso ou moral no excludente, isto , poderhaver cumulao de condenaes. Para condenao em danomaterial, indispensvel a comprovao da ocorrncia do dano.

    Em relaes s aes civis de investigao de paternidade, oSTF firmou orientao reconhecendo a impossibilidade de coao dopai para realizao do exame de DNA, porque essa medida implicariaofensa a garantias constitucionais explicitas e implcitas, como apreservao da dignidade humana e da intimidade, alm dainexecuo especfica e direta da obrigao de fazer.

    Agora, perceba que o sigilo bancrio e fiscal, segundo firmeentendimento do STF, espcie do gnero direito privacidade,inerente personalidade das pessoas fsicas e jurdicas, sob oalbergue, portanto, do inciso X do art. 5.

    No obstante, considerando a inexistncia de direitos egarantias absolutos em nosso ordenamento constitucional, o prprio

    Supremo assentiu com algumas hipteses de violao do referido

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    sigilo bancrio, observados os princpios da razoabilidade e dalegalidade.

    ATENO! possvel a quebra do sigilo bancrio somente nasseguintes hipteses:

    a) por determinao judicial;

    b) pelo Poder Legislativo, mediante aprovao do Plenrio de suasCasas, Comisses Parlamentares ou CPI;

    O STF firmou entendimento em dezembro/2010 de que agentes dofisco no podem mais solicitar informaes bancrias s instituiesfinanceiras, mesmo com base na Lei Complementar n 105/2001;tambm o Ministrio Pblico, ainda que em procedimentoadministrativo visando defesa do errio, no pode determinar essaquebra de sigilo.

    O Supremo asseverou, no julgado (RE 389.808/2010), que estariamenvolvidas nessas situaes a Supremacia da Constituio, oprimado do Judicirio e a prerrogativa de foro para o rgojudicial competente.

    Note que TCU, autoridades policiais, parlamentares ou o prprioministrio pblico, quando no estiver na tutela de recursos do erriono tm competncia para determinar a quebra de sigilo bancrio.

    Observe estas questes:

    24. (CESPE/ANALISTA JUDICIRIO/REA JUDICIRIA/TREBA/2010) Os sigilos bancrio e fiscal so consagrados comodireitos individuais constitucionalmente protegidos quepodem ser excepcionados por ordem judicialfundamentada. Nesse sentido, vlida a quebra de sigilobancrio de membros do Congresso Nacional quandodecretada por um TRE em investigao criminal destinada apurao de crime eleitoral.

    O STF j deixou assente que a competncia originria para processare julgar parlamentares federais, em quaisquer delitos abrangidospelo termo crime comum, inclusive os eleitorais do Supremo

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    Tribunal Federal, com fulcro no art. 102, I, b da CF, queestudaremos mais adiante.

    Dessa forma, a garantia da imunidade formal de parlamentar noimpede a instaurao de inqurito policial contra membro doLegislativo, bem como os atos de investigao criminal, desde que asmedidas persecutrias sejam adotadas no mbito de procedimentoinvestigatrio perante o STF.

    Item errado.

    25. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICPIO/ARACAJU/2007)Admite-se a conduo coercitiva do ru em ao deinvestigao de paternidade para que seja submetido aexame de DNA, a fim de saber se o pai da criana.

    Conforme vimos acima, a jurisprudncia do STF no admite a coaodo possvel pai para realizar o exame de DNA. Tal negativa dopossvel genitor pesar, certo, em seu desfavor no processo civil deinvestigao, e a Justia dispe igualmente de outros meios paraevidenciar o liame gentico ou afetivo entre a criana e o ru.

    Item errado.

    2.8 Inviolabilidade domiciliar (art. 5, XI)

    Prev o texto constitucional que "a casa asilo inviolvel doindivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento domorador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou paraprestar socorro, ou, durante o dia, por determinao judicial".

    Esta a regra, e como, sempre, o que vale para o concurso ainterpretao do STF para o inciso em comento. Nesse sentido, oconceito de casa abrange qualquer recinto, seja de naturezaresidencial, seja de natureza profissional, permanente ou temporria.Incluem-se a, apartamentos de hotel, casa de praia, consultriomdico, escritrio de advocacia, inclusive lojas e estabelecimentosno franqueados ao pblico (balco, suporte, back-office).

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    A relevncia deste dispositivo reside na extino do mandadode busca e apreenso determinada por autoridade administrativa policial, fazendria ou fiscal -, sem a devida autorizao judicial.

    Assim, no havendo consentimento dos proprietrios oupossuidores, as autoridades administrativas fiscais, fazendrias,trabalhistas, sanitrias, ambientais e congneres, somente poderoadentrar nas dependncias dos administrados se munidos de ordemjudicial autorizativa (mandado judicial de busca e apreenso).

    Ainda que diante de fortes indcios de que, no interior doestabelecimento, haja provas comprobatrias da ocorrncia deilcitos, se no houver consentimento, no poder o agente

    administrativo executar a busca e apreenso, sem autorizao doPoder Judicirio.

    Entendimento recente do STF, que j est sendo cobrado deforma recorrente nas provas, diz respeito possibilidade de ingressoem recinto profissional protegido pela inviolabilidade domiciliar parainstalao de equipamentos de escuta ambiental, durante a noite,desde que haja ordem judicial para tanto, no caso concreto.

    que o STF admitiu provimento judicial (oriundo de Ministro doprprio STF) que autorizou o ingresso de autoridade policial emrecinto profissional durante a noite, para o fim de instalarequipamentos de captao acstica (escuta ambiental).

    De incio, observou-se que essa instalao de equipamentos deescuta no poderia ser realizada com publicidade, certo? Afinal decontas, ficaria frustrada sua finalidade.

    No caso concreto, ponderaram-se os bens jurdicos em conflito

    e admitiu-se o procedimento, tendo como de fundo os valores daproteo intimidade, privacidade e da dignidade da pessoahumana. Nesse sentido, a instalao de escuta ambiental emescritrios vazios no se sujeitaria estritamente aos mesmos limitesda busca em domiclios stricto sensu (em que haveria pessoashabitando). Diante disso, desde que existente a autorizao judicial,poderia ser admitida essa atuao do Estado, seja para execuodurante o dia, seja para execuo durante a noite.

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    E o que significa durante o dia? Trata-se de um critrioastronmico e no temporal, motivo pelo qual considera-se dia apartir de e enquanto o cu estiver claro.

    Agora preste ateno nestas questes do CESPE, que trataramdeste assunto.

    26. (CESPE/ANALISTA JUD./REA JUDICIRIA/STM/2011)O Ministrio Pblico pode determinar a violao de umdomiclio para realizao de busca e apreenso de objetosque possam servir de prova em um processo.

    O Ministrio Pblico no legitimado para determinar a perquiriodomiciliar para busca e apreenso de provas.

    Trata-se de matria coberta pela chamada reserva de jurisdio,ou seja, somente o juiz pode determinar a medida invasiva, comfulcro no art. 5, XI da CF, e durante o dia.

    Item errado.

    27. (CESPE/TRT 17 Regio/Analista/2009) Caso umescritrio de advocacia seja invadido, durante a noite, porpoliciais, para nele se instalar escutas ambientais,ordenadas pela justia, j que o advogado que ali trabalhaestaria envolvido em organizao criminosa, a prova obtidaser ilcita, j que a referida diligncia no foi feita duranteo dia.

    Esta questo e as duas prximas tratam do mesmo julgado do STF,que autorizou o ingresso de autoridade policial em recinto profissional

    durante a noite, para o fim de instalar equipamentos de captaoacstica (escuta ambiental).

    Nesse caso, as provas coletadas oriundas da escuta ambiental, soperfeitamente lcitas.

    Perceba como cada deciso do STF provoca uma enxurrada dequestes no mesmo sentido, em concursos diferentes!

    Item errado.

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    28. (CESPE/PROCURADOR/PGE/AL2009) O conceitonormativo de casa abrangente; assim, qualquercompartimento privado onde algum exerce profisso ou

    atividade est protegido pela inviolabilidade do domiclio.Apesar disso, h a possibilidade de se instalar escutaambiental em escritrio de advocacia que seja utilizadocomo reduto para a prtica de crimes.

    Vide comentrios questo 18.

    Item certo.

    29.

    (CESPE/ACE/TCE/TO/2009) Um advogado que estejasendo investigado por formao de quadrilha e outroscrimes no poder sofrer, em seu escritrio, uma escutaambiental captada por gravador instalado por fora dedeciso judicial, j que tal fato viola o princpio de proteodo domiclio.

    Vide comentrios questo 18.

    Item errado.

    30. (CESPE/OFICIAL DE INTELIG./DIREITO/ABIN/2010) Oentendimento do direito constitucional relativo casaapresenta maior amplitude que o do direito privado, demodo que bares, restaurantes e escritrios, por exemplo,so locais assegurados pelo direito inviolabilidade dedomiclio.

    Cuidado com a maldade desta questo! Um bar, restaurante ou

    escritrio somente sero considerados domiclio para os seusproprietrios ou scios!

    No pense agora que se voc estiver tomando sua cerveja no botecoestar protegido pela inviolabilidade domiciliar! A extenso doconceito de domiclio aplica-se, naturalmente, aos proprietrios dorecinto profissional. Mas a questo, maldosamente, omitiu essedetalhe, o que tornou a assertiva falsa!

    Item errado.

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    31. (CESPE/ACE/TCU/2009) O cumprimento de mandado debusca e apreenso, expedido pela autoridade judicialcompetente, poder ocorrer a qualquer horrio do dia,

    inclusive durante o perodo noturno, mesmo que no haja oconsentimento do morador, tendo em vista que a CFestabelece algumas excees ao princpio da inviolabilidadedomiciliar, entre as quais se incluem as determinaes doPoder Judicirio.

    Evidentemente, o mandado judicial de busca e apreenso s poderser cumprido durante o dia, independentemente do consentimentodo morador.

    Entretanto, os agentes do fisco, no exerccio de suas atribuies,proceder busca e apreenso de documentos ou informaescomprobatrias de crime fiscal, ainda que sem ordem judicial, combase na Lei Complementar 105/2001, havendo necessidade,entretanto, de consentimento do proprietrio para adentrar noestabelecimento.

    Assim tem entendido o STF, no sentido de que o ingresso nodomiclio, sempre que necessrio vencer a oposio do morador,

    passa a depender de autorizao judicial prvia.

    Item errado.

    32. (CESPE/ANALISTA JUD./REA ADMINISTRATIVA/TREES/2011) Se um indivduo, depois de assaltar umestabelecimento comercial, for perseguido por policiaismilitares e, na tentativa de fuga, entrar em casa de famlia

    para se esconder, os policiais esto autorizados a entrar naresidncia e efetuar a priso, independentemente doconsentimento dos moradores.

    O art. 5, XI da CF autoriza a entrada domiciliar revelia do moradorou proprietrio em caso de flagrante delito.

    Como o flagrante caracterizado at 24h aps o ocorrido, ento osagentes policiais agiram dentro da lei e da Constituio.

    Item certo.

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    2.9 Liberdade do exerccio de ofcio ou profisso (art. 5,XIII)

    Prescreve o inciso constitucional que " livre o exerccio dequalquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas as qualificaesprofissionais que a lei estabelecer".

    Trata-se, aqui, de dispositivo de eficcia contida, dotado deaplicabilidade imediata, porm sujeito a restries estabelecidas pelalei. Nesse sentido, para que voc exera a profisso de analista desistemas, jornalista, processador de dados ou profissionalcomunicao e marketing no necessita comprovar a graduao em

    curso superior especfico ou estar registrado no rgo profissionalcompetente.

    J para exercer o ofcio de mdico, odontlogo ou advogado,no poder faz-lo seno aps cumprir as exigncias legais e asnormas expedidas pelas autarquias profissionais que regulamentamessas profisses.

    2.10 Liberdade de Reunio (art. 5, XVI)

    Determina o texto constitucional que "todos podem reunir-sepacificamente, sem armas, em locais abertos ao publico,independentemente de autorizao, desde que no frustrem outrareunio anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenasexigido prvio aviso autoridade competente"

    Importante ressaltar que o direito de reunio, no Estadobrasileiro, no exige autorizao prvia, o que no se confundecom a comunicao prvia autoridade competente, no caso apolcia militar, sem que haja frustrao de outra reunio marcadapara o mesmo local.

    Essa reunio poder ser esttica ou dinmica, uma passeata,uma reunio, uma manifestao, uma parada gay etc.

    Para combater a frustrao ao direito de reunio o remdioadequado no o habeas corpus mas sim o mandado de

    segurana, remdio constitucional que iremos estudar mais adiante.Veja esta questo do Cespe:

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    33. (CESPE/AGENTE PENITENCIRIO/SECRETARIA DESEGURANA/ES/2009) Independentemente de aviso prvioou autorizao do poder pblico, todos podem reunir-se

    pacificamente, sem armas, em locais abertos ao pblico,desde que no frustrem outra reunio anteriormenteconvocada para o mesmo local.

    Questo capciosa. A autorizao do poder pblico dispensvel maso aviso autoridade competente, normalmente a polcia militar, imprescindvel para assegurar a segurana ou no frustrar outroevento previsto para o mesmo local e horrio, conforme mandamentodo art. 5, XVI.

    Item errado.

    2.11 Liberdade de Associao (art. 5, XVII a XX)

    Dispe a Constituio Federal ser plena a liberdade deassociao para fins lcitos, vedadas as de carter paramilitar (incisoXVII), bem como que a criao de associaes e, na forma da lei, a

    de cooperativas, independem de autorizao judicial, sendo vedada ainterferncia estatal em seu funcionamento (inciso XVIII).

    Tal liberdade alcana apenas as associaes criadas para finslcitos. No podero os cidados, portanto, criar uma associao dosconsumidores de maconha, ou de combate armado ao sistema queest a, sob pena de interferncia direta ou dissoluo compulsria.

    Alis, tema recorrente e que confunde os candidatos dizrespeito suspenso das atividades da associao e sua dissoluo

    compulsria. Suponha que as torcidas organizadas da ManchaVerde e da Gavies da Fiel entrem em conflito e provoquemperturbao da ordem, agresses e mortes.

    O Ministrio Pblico poder solicitar e o juiz deferir, asuspenso das atividades dessas agremiaes, mas a dissoluocompulsria somente ocorrer com o trnsito em julgado da deciso(art. 5, XIX). Trnsito em julgado aquele relativo deciso da qualno caiba mais recurso judicial, a no ser ao rescisria, no prazo de

    dois anos.

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    Alm disso, "ningum poder ser compelido a associar-se ou apermanecer associado" (inciso XX), o que preconiza o livre direito departicipar ou aderir, de se desligar ou de se dissolver

    espontaneamente qualquer associao.

    Veja esta questo do Cespe:

    34. (CESPE/ANALISTA JUDICIRIO/REA JUDICIRIA/TREES/2011) Uma associao j constituda somente poderser compulsoriamente dissolvida mediante deciso judicialtransitada em julgado, na hiptese de ter finalidade ilcita.

    o que se depreende da leitura do art. 5, inciso XIX, bem como do

    entendimento assente do STF:XIX - as associaes s podero ser compulsoriamente dissolvidasou ter suas atividades suspensas por deciso judicial, exigindo-se, noprimeiro caso, o trnsito em julgado;

    Item certo.

    2.12 Representao processual versus substituio

    processual (art. 5., XXI e LXX; Art. 8., III)

    Dispe o inciso XXI do art. 5 que as entidades associativas,quando expressamente autorizadas, tm legitimidade pararepresentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. Trata-se,aqui, da hiptese de representao judicial, na qual o titular dodireito tem o direito de outorgar expressamente a terceiros,representantes, que o representem perante o Poder Judicirio, nadefesa dos direitos do representado.

    Em alguns casos, entretanto, a Constituio autoriza adeterminadas pessoas jurdicas a denominada legitimao ativaextraordinria, o que caracteriza a chamada substituio processual.Nesses casos, o substituto processual ajuza a ao em seu nome,mas em defesa de um direito alheio, do substitudo. Nesta situao,no necessrio que o substitudo autorize expressamente osubstituto a ajuizar a ao.

    Pelo inciso XXI, ento, para que uma associao represente,

    defenda o interesse de seus associados, necessria uma

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    autorizao expressa. J pelo inciso LXX, ocorre a hiptese demandado de segurana coletivo impetrado por associao,organizao sindical ou entidade de classe, obedecidos determinados

    requisitos. Aqui, a Constituio dispensou a autorizao expressados associados, surgindo aqui, ento, a hiptese de substituioprocessual, bastando que os estatutos jurdicos das entidades alireferidas autorizem a defesa do direito pleiteado pelo substitudo.

    O STF firmou posicionamento no sentido de que a associao,na defesa de interesses de seus associados, pode se utilizar de duasvias: a do mandado de segurana coletivo (art. 5, LXX) oumediante quaisquer outras aes administrativas ou judicirias (art.

    5, XXI). Na via do MS Coletivo, ocorre a chamada substituioprocessual; j na opo de outras vias administrativas ou judiciais,estaramos diante da representao judicial. O quadro abaixoresume a distino.

    Representao Judicial (art.5, XXI)

    Substituio Processual (Art.5, LXX)

    Necessidade de autorizaoexpressa dos associados

    Desnecessidade de autorizao

    expressa dos associados (bastaautorizao genrica nos atosconstitutivos)

    Defesa do direito dos associadosem outras aes judiciais (queno mediante impetrao de

    mandado de segurana coletivo)ou recursos administrativos.

    Defesa dos direitos dosassociados mediante impetrao

    de mandado de seguranacoletivo, nos termos do art. 5,

    LXX, da Constituio

    2.13 Direito de Propriedade (art. 5., XXII a XXVI e art. 170,II e III)

    A propriedade, como manifestao de um direito de primeiragerao, encontra-se consagrado no caput do art. 5, ao lado deoutros direitos individuais elementares, e caracteriza o Brasil comoestado capitalista.

    Tambm o inciso II do art. 170 preconiza como princpio

    fundamental da ordem econmica a propriedade privada. Entretanto,

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    diante do direito constitucional contemporneo, no se concebe maisa propriedade como um direito absoluto, caracterstico dasorganizaes liberais clssicas.

    O prprio art. 170, no seu inciso III, estabelece que apropriedade atender sua funo social. Dessa forma, no pode oproprietrio de terreno urbano mant-lo no edificado ousubutilizado, sob pena de sanes administrativas sucessivas (art.182, 4); no pode o proprietrio de imvel rural mant-loimprodutivo (art. 186), sob pena de desapropriao.

    O direito de propriedade pode ceder, inclusive, quando fornecessria a tutela do interesse pblico, como nas hipteses de

    desapropriao por necessidade ou utilidade pblica (art. 5, XXIV),de requisio administrativa (art. 5, XXV), de requisio em estadode stio (art. 139, VII) ou ainda, expropriao ou perda de bens (art.5, XLVI, b e art. 243).

    O direito de propriedade consagra uma tpica norma deeficcia contida, j que o constituinte regulou suficientemente osinteresses relativos a essa matria, mas deixou margem atuaorestritiva do Poder Judicirio e do Poder Legislativo, nos limites

    estabelecidos pela Constituio.

    Apesar de o inciso XXII afirmar peremptoriamente que garantido o direito de propriedade, sem restries do tipo nostermos da lei ou na forma da lei. Tais restries encontram-seesparsas em outros incisos constitucionais, como vimos.

    Veja esta questo do Cespe:

    35. (CESPE/ANALISTA JUDICIRIO/DIREITO/TJ ES/2010) Arequisio, como forma de interveno pblica no direito depropriedade que se d em razo de iminente perigo pblico,no configura forma de autoexecuo administrativa namedida em que pressupe autorizao do Poder Judicirio.

    A requisio uma das formas de interveno pblico no domnioprivado ou no direito de propriedade, e pode ser utilizada diretamentepela Administrao, nas hipteses constitucionais (art. 5, XXV), semnecessidade de autorizao judicial.

    Item errado.

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    2.14 Direitos de Petio e de Certido (art. 5, XXXIV, a eXXXIV, b)

    A Constituio consagra a todos, independentemente dopagamento de taxas, o direito de petio aos poderes pblicos emdefesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

    Referido direito assegura ao indivduo o exerccio do controlesocial, mediante a participao poltica e a possibilidade defiscalizao na gesto da coisa pblica, configurando-se em meiopara tornar efetivo o exerccio da cidadania. Constitui-se em

    instrumento de que dispe qualquer pessoa para levar aoconhecimento dos poderes pblicos fato ilegal ou abusivo, contrrioao interesse pblico, a fim de que sejam adotadas as medidasnecessrias.

    Por exemplo, o art. 31, em seu 3, estabelece que as contasdos Municpios ficaro, durante sessenta dias, anualmente, disposio de qualquer contribuinte, para exame e apreciao, o qualpoder questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Diante daconstatao de descumprimento ou violao da lei oramentriaanual, um contribuinte poder peticionar ao poder pblico no sentidode ver satisfeita a correta execuo oramentria prevista na leiaprovada pela Cmara de Vereadores.

    Entretanto, o direito de petio no poder ser utilizado comosucedneo (substituto) da ao penal, o que implicaria usurpaode atribuio institucional do Ministrio Pblico, e nem torna apto ointeressado a postular em juzo, em nome prprio.

    J o direito de certido assegura a todos, independentementedo pagamento de taxas, a obteno de certides em repartiespblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situaes deinteresse pessoal (art. 5, XXXIV, b).

    Referida garantia de natureza individual no pode ser invocadapor quem pretenda obter cpia de documento a respeito de terceiro,a menos que este tenha lhe conferido mandato de representao.

    O Estado est obrigado a prestar as informaes solicitadas,

    ressalvadas naturalmente as hipteses sob proteo de sigilo. Ajurisprudncia firmou-se, ainda, no sentido de que no se exige do

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    requerente a demonstrao da finalidade especfica do pedido. Sevoc for a uma repartio solicitar uma certido de nada consta, porexemplo, no preciso informar para qu vou utiliz-la, se para

    ingresso no servio pblico, se para obteno de passaporte etc.

    Ateno! Pegadinha de concurso muito cobrada recentementediz respeito negativa ilegal ao fornecimento de certides. Qual seriaento o remdio idneo para sua represso? Mesmo que ainda notenhamos estudado esses dois remdios, vale a pena j ir conferindoalgumas questes sobre o assunto.

    36.

    (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A CF assegura atodos, independentemente do pagamento de taxas, aobteno de certides em reparties pblicas, para adefesa de direitos e esclarecimentos de situaes deinteresse pessoal. Nesse sentido, no sendo atendido opedido de certido, por ilegalidade ou abuso de poder, oremdio cabvel ser o habeas data.

    O instrumento para tutela do direito de certido o mandadode segurana e no o habeas data.

    E por qu isso? O habeas data cabvel contra ato deautoridade que possua registros ou banco de dados de carterpblico e serve: (i) para o conhecimento de informaes; (ii) para aretificao de dados; ou (iii) para a complementao de dados (CF,art. 5, LXXII).

    No caso de certides, busca-se o reconhecimento de umdireito lquido e certo materializado em prova documental

    (certido) e por isso defensvel por meio do mandado desegurana, como veremos mais adiante.

    Item errado.

    37. (CESPE/Tcnico Ambiental/IEMA/2005). Considere aseguinte situao hipottica. Proficiente Servios deLimpeza Ltda. solicitou Secretaria da Receita Federal, porintermdio de requerimento fundamentado, certido de

    regularidade de pagamento de tributos federais, visandoinstruir documentao a ser apresentada em procedimento

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    de licitao. Aps largo perodo de espera, seu pedido foinegado, sem qualquer explicao plausvel. Nessa situao,a Proficiente Servios de Limpeza Ltda. pode impetrar

    habeas data para a obteno da referida certido.

    Meu amigo, no caia nessa! O remdio adequado para defesado direito de petio o mandado de segurana e no o habeasdata.

    Item errado.

    2.15 Principio da inafastabilidade da jurisdio (art. 5.,XXXV)

    Este princpio est canonizado no seguinte dizer constitucional:a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaaa direito.

    Caracteriza o chamado princpio da Jurisdio Una, em que nose exige, como regra, a busca das vias administrativas para tutela dedireitos e interesse dos cidados, ao contrrio da Frana, onde

    impera o sistema de jurisdio dual, com um tribunal administrativoque exaure em si as causas oriundas das lides que envolvam aadministrao, tribunal de contas e afins.

    Assim, no Brasil, mesmo a ltima deciso administrativairreformvel, pode ser apreciada pelo Poder Judicirio. A esferaadministrativa no Estado brasileiro, em regra facultativa, comalgumas excees, em que o cidado obrigado a percorrer asinstncias administrativas antes de buscar a tutela do Judicirio.

    Ateno: As excees ao carter facultativo da esfera administrativaou jurisdio una so:

    a) habeas data;

    b) Justia Desportiva;

    c) Descumprimento de Smula Vinculante por ato administrativo.

    No caso de habeas data, basta a negativa da via

    administrativa, ainda que haja possibilidade de recurso hierrquico,para ingressar com a ao junto ao Poder Judicirio.

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    Quanto Justia Desportiva, de acordo com o art. 217, 1,o Poder Judicirio s admitir aes relativas disciplina e scompeties desportivas aps esgotarem-se as instncias da justia

    desportiva, regulada em lei. Claro est que os tribunais desportivosno integram o Poder Judicirio.

    J a EC 45/04 conferiu fora vinculante a algumas Smulasaprovadas pelo STF. Trataremos desse assunto ao falar de PoderJudicirio e Controle de Constitucionalidade, mas, em resumo, issosignifica que nenhum outro tribunal inferior e nenhum rgo/entidade da Administrao Direta ou Indireta de todas as esferas nopodero decidir em sentido contrrio a essa Smula.

    Se um juiz ou tribunal inferior descumprir uma SmulaVinculante, qualquer brasileiro que se sinta prejudicado pelodescumprimento da mesma pode impetrar reclamao perante o STF.No entanto, se o descumprimento originar-se da AdministraoPblica, Direta ou Indireta, na esfera Federal, Estadual ou Municipal,nenhum brasileiro poder reclamar diretamente no STF antes deesgotar a via administrativa.

    Somente aps o esgotamento das vias administrativas, que

    poder o requerente interpor Reclamao perante o SupremoTribunal Federal, conforme autoriza o art. 103-A, 3:

    3 Do ato administrativo ou deciso judicial que contrariar asmula aplicvel ou que indevidamente a aplicar, caber reclamaoao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anular oato administrativo ou cassar a deciso judicial reclamada, edeterminar que outra seja proferida com ou sem a aplicao dasmula, conforme o caso.

    D uma olhada nesta questo do CESPE:

    38. (CESPE/JUIZ DO TRABALHO/TRT 1 REGIO/2011) Oprincpio da inafastabilidade da jurisdio tem aplicaoabsoluta no sistema jurdico vigente, o qual no contemplaa hiptese de ocorrncia da denominada jurisdiocondicionada.

    Como vimos, nenhum direito ou garantia fundamental absoluto.

    Mesmo a inafastabilidade da jurisdio encontra na chamada

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    jurisdio una condicionada limitaes que exigem a busca da viaadministrativa antes da judicial.

    o caso do habeas corpus, da Justia Desportiva (que naverdade uma instncia administrativa e no judicial) e odescumprimento de smula vinculante por ato administrativo.

    Item errado.

    2.16 Proteo ao direito adquirido, coisa julgada e ao atojurdico perfeito (art. 5., XXXVI)

    Ordena a Constituio Federal que "a lei no prejudicar odireito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada". Essalimitao visa a garantir o princpio da segurana jurdica, obstandoleis que incidam retroativamente sobre situaes atinentes esferajurdica subjetiva do indivduo, j consolidadas na vigncia dalegislao pretrita.

    Entretanto, isso no impede que o Estado adote leis retroativas,desde que estabeleam situaes menos gravosas, mais favorveis

    ao indivduo, do que as consolidadas sob as leis anteriores. Exemplodisso o inciso XL do art. 5, determinando que a lei penal noretroagir, salvo para beneficiar o ru.

    Por direito adquirido, entende-se aquele que se aperfeioou,reunindo todos os elementos necessrios sua formao, sob avigncia de determinada lei. Essa proteo no alcana a chamadaexpectativa de direito, caracterizada quando a lei nova alcana oindivduo que est na iminncia de atender os requisitos para

    aquisio do direito.Importante guardar que o Supremo Tribunal Federal firmou

    entendimento de que no existe direito adquirido em face de umanova Constituio (texto originrio), mudana do padro monetrio(alterao da moeda), criao ou aumento de tributos ou mudana deregime estatutrio.

    J o ato jurdico perfeito, o j efetivamente realizado,aquele que