caso prático 1: branqueamento de capitais através do uso ... · casos práticos novembro de 2016...
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Alertas:
- Foi observado um repositório temporário dos fundos em contas recém-abertas.
- A origem dos fundos não está em conformidade com a profissão do professor.
- Ausência de informação para adoptar medidas CDD, uma vez que a empresa foi
estabelecida no exterior.
Recomendações:
- As entidades reportantes não devem aceitar as transacções se não houver
justificação razoável para essas remessas que são realizadas por clientes não
residentes.
- Caso as entidades tenham dúvidas na origem do fundo, estas devem obter mais
informações acerca dos clientes antes de efectivar a transacção.
- Sempre que as informações divulgadas revelarem que os intervenientes na
transacção estejam envolvidas em operações ilícítas, as entidades reportantes, para
além de monitorização contínua das transacções, devem tomar medidas CDD
(designadamente, se for possível, a obtenção de informações adicionais das suas
filiais no exterior).
Caso prático 1: Branqueamento de capitais através do uso de casas de leilão O Sr. A, não residente de Macau, pediu empréstimo ao banco,
dando como garantia uma antiguidade. Quando lhe foi solicitado que
prestasse informações sobre a origem da antiguidade, o Sr. A alegou
que a antiguidade foi comprada numa leilão, apresentando ao banco
documentos comprovativos relevantes. No entanto, o banco indeferiu
o pedido do Sr. A dado que o preço da antiguidade era
extraordinariamente alto e estava em causa o verdadeiro valor da
antiguidade. O banco suspeitou que o Sr. A quis usar essa peça de
antiguidade para defraudar o banco pedindo o empréstimo e usando
os produtos do crime como reembolso. Portanto, o banco comunicou
o caso à Unidade de Informação Financeira local.
Alertas:
- É considerado maior o risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo relativo a
clientes não residentes, uma vez que os órgãos locais têm dificuldade em verificar o perfil dos
mesmos.
- Tentativa do uso de antiguidades como garantia para empréstimo bancário, cujo valor das mesmas é
difícil verificar.
- O preço de leilão de qualquer antiguidade poderá ser controlado pelos vendedor e comprador desde
que sejam do mesmo grupo criminoso.
Recomendações:
- As instituições financeiras devem adoptar medidas de diligência (CDD) ao estabelecer relações
comerciais com os seus clientes, nomeadamente a obtenção de informações básicas dos clientes, bem
como documentos comprovativos para verificar o propósito do pedido do empréstimo (neste caso, são
fundamentais a origem da antiguidade e o perfil do cliente).
- Transacções de risco elevado devem ser aprovadas por profissionais mais experientes.
Financial Intelligence Office
Newsletter
Publicado em Novembro de 2016 Editor: Gabinete de Informação Financeira, Governo da RAEM
Endereço: Avenida Dr. Mário Soares, Nos. 307-323, Edificio “Banco da China”, 22º andar, Macau Tel: (853) 2852 3666 Fax: (853) 2852 3777 E-mail: [email protected] Website: http://www.gif.gov.mo
Casos Práticos
Novembro de 2016
Edição No. 16
Boletim informativo do GIF
Caso prático 2: Cruzamento de dados com a lista negra O Sr. A, professor universitário do país Y, portador de passaporte estrangeiro, abriu uma conta num
banco local. Pouco tempo depois, ele recebeu 9 remessas de cerca de um milhão de dólares de 4 indivíduos do
país X e país Y. Logo após a recepção, o Sr. A transferiu metade dos fundos para a empresa B, que se envolvia na
negociação de acções on-line, estabelecida no país Y e classificada pelo governo do país como “empresa sem
licença e sites suspeitos”. A metade restante dos fundos foi transferida para o remetente original do país X. De
acordo como a informação pública, a empresa B estava envolvida numa “fraud de natureza boiler room” e cujo
website aparecia na lista de “sites suspeitos” registada em país remotos .
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Boletim informativo do GIF
Boletim informativo do GIF
Estatísticas dos STRs (2016) 5
Tendência Internacional – Lei
n.º 6/2016 “Regime de
execução de congelamento de
bens”
5,6
Casos práticos 8
N.º de STRs 2016
Jan-Jun 2015
Jan-Jun
De instituições
financeiras e companhias
de seguros
305
(27.3%)
219
(24.0%)
Das operadoras de jogo 780
(69.7%)
682
(75.0%)
De outras instituições 33
(3.0%)
9
(1.0%)
Total 1,118 910
● O número total de STRs recebidos pelo GIF no ano
de 2016 aumentou 22.9%, quando comparado com o
ano de 2015.
● Os STRs recebidos do sector financeiro e do sector
do jogo eram, respectivamente, 27.3% e 69.7% do
número total de STRs.
● Um total de 135 STRs foram enviados ao Ministério
Público para investigação posterior.
Estatísticas dos STRs recebidos (2016 Jan-Jun)
Edição No. 16 Novembro de 2016
Informação principal desta edição
Tendência Internacional
Lei n.º 6/2016 “Regime de execução de
congelamento de bens”
Introdução Para assegurar a segurança e um ambiente estável de Macau, e também para cumprir com os requisitos
de organizações internacionais, em termos do enquadramento jurídico e execução de luta contra o terrorismo e
a proliferação de armas de destruição massiva, a Lei n.º 6/2016 “Regime de execução de congelamento de bens”,
foi publicada no Boletim Oficial a 29 de Agosto de 2016 para a execução de acções de congelamento ao abrigo
das (Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas) RCSNU 1267 (1999), 1718 (2006), 1737 (2006),
1988 (2011) e respectivas resoluções subsequentes (“designação específica”), bem como qualquer lista de
sanções designada pelo Governo da RAEM nos termos da Lei n.º 6/2016 (comando normativo específico de
congelamento)
De acordo com o artigo 5.º da Lei n.º 6/2016 e com o Despacho do Chefe do Executivo n.º 291/2016, foi
criada a Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento (doravante denominada “a Comissão”) com as
seguintes funções:
Coadjuvar a nível técnico o Chefe do Executivo na execução de decisões de congelamento de bens.
Criar e manter uma base de dados pública, disponível no seu sítio da internet para acesso
público,que contenha um registo actualizado das pessoas singulares, pessoas colectivas e entidades
designadas nos termos das RCSNU 1267 (1999), 1718 (2006), 1737 (2006), 1988 (2011) e designados pelo
Chefe do Executivo em conformidade com a RCSNU 1373 (2001).
Divulgar a designação e retirada da lista de acordo com o comando normativo geral ou específico de
congelamento estabelecido pelo Chefe do Executivo ou pela órgão internacional competente.
Fornecer orientações precisas às entidades, previstas no artigo 6.º da Lei n.º 2/2006, que tenham
deveres no âmbito do combate ao branqueamento de capitais.
Estabelecimento da Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento
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Edição No. 16
Boletim informativo do GIF
As entidades referidas no artigo n.º 6 da Lei n.º 2/2006 ficam sujeitas aos seguintes deveres:
1. Congelamento
1.1 Após a publicação do acto de designação de uma pessoa singular, pessoa colectiva ou
entidade, procede-se imediatamente ao congelamento:
(a) De bens que sejam sua propriedade ou que estejam sob o seu controlo, directo ou
indirecto;
(b) De bens derivados ou gerados a partir dos bens referidos na alínea anterior.
1.2 Sempre que o Chefe do Executivo, através de Despacho que contenha a decisão de
congelamento assim determine, são ainda congelados os seguintes bens:
(a) Bens que sejam propriedade ou que estejam sob o controlo, directo ou indirecto,
de pessoas singulares, pessoas colectivas ou entidades que actuem em nome ou sob
as instruções da pessoa ou entidade designada;
(b) Bens que sejam propriedade ou que estejam sob o controlo, directo ou indirecto,
de pessoas colectivas ou entidades que sejam possuídas ou controladas pela pessoa
ou entidade designada;
(c) Bens que sejam derivados ou gerados a partir dos bens referidos nas alíneas
anteriores.
1.3 Não é permitido participar em actividades cujo objectivo ou efeito seja frustrar, directa ou
indirectamente, as disposições previstas nos números anteriores.
2. Proibição de disponibilização de bens e de prestação de serviços financeiros
2.1 Após a publicação do acto de designação de uma pessoa singular, pessoa colectiva ou
entidade, não é permitido colocar, directa ou indirectamente, bens à sua disposição ou
disponibilizá-los em seu benefício.
2.2 Sempre que o Chefe do Executivo, através de Despacho que contenha a decisão de
congelamento assim determine, são ainda proibidas as seguintes condutas:
(a) Colocar, directa ou indirectamente, bens à disposição de pessoas singulares,
pessoas colectivas ou entidades que actuem em nome ou sob as instruções da
pessoa ou entidade designada, bem como de pessoas colectivas ou entidades que
sejam por esta possuídas ou controladas;
(b) Prestar serviços financeiros a uma pessoa singular, pessoa colectiva ou entidade
designada, a pessoas ou entidades que actuem em seu nome ou sob as suas
instruções e a pessoas colectivas ou entidades que sejam por esta possuídas ou
controladas.
Entidades reportantes
Contabilistas e Advogados
A implementação do regime de congelamento de bens é aplicado às entidades referidas no artigo 6.° da
Lei n.° 2/2006, designndamente:
Instituições financeiras
Operadores de Jogo
Comerciantes de
pedras e metais precioso
Agentes imobiliários Sociedades prestadoras
de services
Deveres das entidades reportantes
Novembro de 2016
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As Instruções Sectoriais para a implementação do regime de congelamento de bens
foram publicadas no Boletim Oficial n.° 47 de 23 de Novembro de 2016.
Para esclarecimento, queira aceder à página da internet da Comissão ou contactar o
Secretariado da Comissão:
Página da internet: http://www.ccrc.gov.mo/
Endereço: Av. Dr. Mário Soares, nos. 307-323, Edif. “Banco da China”, 22.º andar Macao.
E-Mail: [email protected] Número de telefone para contacto: 2852 3666
Edição No. 16
2.3 O disposto no ponto 2 não se aplica:
(a) Ao crédito em contas congeladas de juros ou outras somas devidos a título
dessas contas, desde que estes sejam congelados nos termos da lei;
(b) Ao crédito em contas congeladas de pagamentos devidos ao abrigo de
contratos, acordos celebrados ou obrigações contraídas antes da data em
que essa conta tenha sido congelada, desde que esses pagamentos sejam
congelados nos termos da lei;
(c) Ao crédito em contas congeladas de pagamentos recebidos na sequência da
divisão de coisa comum ou da separação de bens previstas nos n.os 1 e 2 do
artigo 10.º, desde que essas quantias sejam congeladas nos termos da lei;
(d) A quaisquer outras actividades ou operações expressamente autorizadas na
decisão de congelamento pertinente.
2.4 Não é permitido participar em actividades cujo objectivo ou efeito seja frustrar,
directa ou indirectamente, as disposições previstas nos n.os 1 e 2.
3.Dever de comunicação
3.1 Comunicar à Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento de Bens (doravante
designada por Comissão) prevista na Lei n.º 6/2016 a prática dos actos previstos na mesma
lei, sobretudo informações sobre os bens congelados;
3.2 Participação à Comissão, no prazo de dois dias úteis após a sua detecção, de qualquer
operação em que exista uma presunção razoável de que uma pessoa singular, pessoa
colectiva ou entidade está a actuar em nome ou sob as instruções de uma pessoa ou
entidade designada, ou de que uma pessoa colectiva ou entidade é possuída ou
controlada por uma pessoa ou entidade designada;
3.3 Participação à Comissão, no prazo de dois dias úteis após a sua detecção, da tentativa de
concretização de operações que indiciem a violação do disposto nos artigos 7.º ou 8.º;
3.4 Colaboração com a Comissão na verificação de informações por esta solicitadas.
Boletim informativo do GIF
Novembro de 2016
Comunicação da decisão de congelamento
O Gabinete de Informação Financeira funciona como o Secretariado da Comissão. As entidades
reportantes devem comunicar a decisão de congelamento à Comissão usando o formulário anexo .
O formulário deve ser apresentado com informações sobre as contas e bens congelados.
O dever de comunicação da decisão de congelamento à Comissão não impede o dever de
comunicação de transacções suspeitas previsto no artigo 7.º do Regulamento Administrativo n.º
7/2006. Desta forma, se os indivíduos ou entidades forem consideradas suspeitas pelas entidades
reportantes, estas entidades devem apresentar STRs ao GIF de acordo com o artigo 7.º do
Regulamento Administrativo n.º 7/2006 para além de comunicar à Comissão.
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Boletim informativo do GIF
As entidades referidas no artigo n.º 6 da Lei n.º 2/2006 ficam sujeitas aos seguintes deveres:
1. Congelamento
1.1 Após a publicação do acto de designação de uma pessoa singular, pessoa colectiva ou
entidade, procede-se imediatamente ao congelamento:
(a) De bens que sejam sua propriedade ou que estejam sob o seu controlo, directo ou
indirecto;
(b) De bens derivados ou gerados a partir dos bens referidos na alínea anterior.
1.2 Sempre que o Chefe do Executivo, através de Despacho que contenha a decisão de
congelamento assim determine, são ainda congelados os seguintes bens:
(a) Bens que sejam propriedade ou que estejam sob o controlo, directo ou indirecto,
de pessoas singulares, pessoas colectivas ou entidades que actuem em nome ou sob
as instruções da pessoa ou entidade designada;
(b) Bens que sejam propriedade ou que estejam sob o controlo, directo ou indirecto,
de pessoas colectivas ou entidades que sejam possuídas ou controladas pela pessoa
ou entidade designada;
(c) Bens que sejam derivados ou gerados a partir dos bens referidos nas alíneas
anteriores.
1.3 Não é permitido participar em actividades cujo objectivo ou efeito seja frustrar, directa ou
indirectamente, as disposições previstas nos números anteriores.
2. Proibição de disponibilização de bens e de prestação de serviços financeiros
2.1 Após a publicação do acto de designação de uma pessoa singular, pessoa colectiva ou
entidade, não é permitido colocar, directa ou indirectamente, bens à sua disposição ou
disponibilizá-los em seu benefício.
2.2 Sempre que o Chefe do Executivo, através de Despacho que contenha a decisão de
congelamento assim determine, são ainda proibidas as seguintes condutas:
(a) Colocar, directa ou indirectamente, bens à disposição de pessoas singulares,
pessoas colectivas ou entidades que actuem em nome ou sob as instruções da
pessoa ou entidade designada, bem como de pessoas colectivas ou entidades que
sejam por esta possuídas ou controladas;
(b) Prestar serviços financeiros a uma pessoa singular, pessoa colectiva ou entidade
designada, a pessoas ou entidades que actuem em seu nome ou sob as suas
instruções e a pessoas colectivas ou entidades que sejam por esta possuídas ou
controladas.
Entidades reportantes
Contabilistas e Advogados
A implementação do regime de congelamento de bens é aplicado às entidades referidas no artigo 6.° da
Lei n.° 2/2006, designndamente:
Instituições financeiras
Operadores de Jogo
Comerciantes de
pedras e metais precioso
Agentes imobiliários Sociedades prestadoras
de services
Deveres das entidades reportantes
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As Instruções Sectoriais para a implementação do regime de congelamento de bens
foram publicadas no Boletim Oficial n.° 47 de 23 de Novembro de 2016.
Para esclarecimento, queira aceder à página da internet da Comissão ou contactar o
Secretariado da Comissão:
Página da internet: http://www.ccrc.gov.mo/
Endereço: Av. Dr. Mário Soares, nos. 307-323, Edif. “Banco da China”, 22.º andar Macao.
E-Mail: [email protected] Número de telefone para contacto: 2852 3666
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2.3 O disposto no ponto 2 não se aplica:
(a) Ao crédito em contas congeladas de juros ou outras somas devidos a título
dessas contas, desde que estes sejam congelados nos termos da lei;
(b) Ao crédito em contas congeladas de pagamentos devidos ao abrigo de
contratos, acordos celebrados ou obrigações contraídas antes da data em
que essa conta tenha sido congelada, desde que esses pagamentos sejam
congelados nos termos da lei;
(c) Ao crédito em contas congeladas de pagamentos recebidos na sequência da
divisão de coisa comum ou da separação de bens previstas nos n.os 1 e 2 do
artigo 10.º, desde que essas quantias sejam congeladas nos termos da lei;
(d) A quaisquer outras actividades ou operações expressamente autorizadas na
decisão de congelamento pertinente.
2.4 Não é permitido participar em actividades cujo objectivo ou efeito seja frustrar,
directa ou indirectamente, as disposições previstas nos n.os 1 e 2.
3.Dever de comunicação
3.1 Comunicar à Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento de Bens (doravante
designada por Comissão) prevista na Lei n.º 6/2016 a prática dos actos previstos na mesma
lei, sobretudo informações sobre os bens congelados;
3.2 Participação à Comissão, no prazo de dois dias úteis após a sua detecção, de qualquer
operação em que exista uma presunção razoável de que uma pessoa singular, pessoa
colectiva ou entidade está a actuar em nome ou sob as instruções de uma pessoa ou
entidade designada, ou de que uma pessoa colectiva ou entidade é possuída ou
controlada por uma pessoa ou entidade designada;
3.3 Participação à Comissão, no prazo de dois dias úteis após a sua detecção, da tentativa de
concretização de operações que indiciem a violação do disposto nos artigos 7.º ou 8.º;
3.4 Colaboração com a Comissão na verificação de informações por esta solicitadas.
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Novembro de 2016
Comunicação da decisão de congelamento
O Gabinete de Informação Financeira funciona como o Secretariado da Comissão. As entidades
reportantes devem comunicar a decisão de congelamento à Comissão usando o formulário anexo .
O formulário deve ser apresentado com informações sobre as contas e bens congelados.
O dever de comunicação da decisão de congelamento à Comissão não impede o dever de
comunicação de transacções suspeitas previsto no artigo 7.º do Regulamento Administrativo n.º
7/2006. Desta forma, se os indivíduos ou entidades forem consideradas suspeitas pelas entidades
reportantes, estas entidades devem apresentar STRs ao GIF de acordo com o artigo 7.º do
Regulamento Administrativo n.º 7/2006 para além de comunicar à Comissão.
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Alertas:
- Foi observado um repositório temporário dos fundos em contas recém-abertas.
- A origem dos fundos não está em conformidade com a profissão do professor.
- Ausência de informação para adoptar medidas CDD, uma vez que a empresa foi
estabelecida no exterior.
Recomendações:
- As entidades reportantes não devem aceitar as transacções se não houver
justificação razoável para essas remessas que são realizadas por clientes não
residentes.
- Caso as entidades tenham dúvidas na origem do fundo, estas devem obter mais
informações acerca dos clientes antes de efectivar a transacção.
- Sempre que as informações divulgadas revelarem que os intervenientes na
transacção estejam envolvidas em operações ilícítas, as entidades reportantes, para
além de monitorização contínua das transacções, devem tomar medidas CDD
(designadamente, se for possível, a obtenção de informações adicionais das suas
filiais no exterior).
Caso prático 1: Branqueamento de capitais através do uso de casas de leilão O Sr. A, não residente de Macau, pediu empréstimo ao banco,
dando como garantia uma antiguidade. Quando lhe foi solicitado que
prestasse informações sobre a origem da antiguidade, o Sr. A alegou
que a antiguidade foi comprada numa leilão, apresentando ao banco
documentos comprovativos relevantes. No entanto, o banco indeferiu
o pedido do Sr. A dado que o preço da antiguidade era
extraordinariamente alto e estava em causa o verdadeiro valor da
antiguidade. O banco suspeitou que o Sr. A quis usar essa peça de
antiguidade para defraudar o banco pedindo o empréstimo e usando
os produtos do crime como reembolso. Portanto, o banco comunicou
o caso à Unidade de Informação Financeira local.
Alertas:
- É considerado maior o risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo relativo a
clientes não residentes, uma vez que os órgãos locais têm dificuldade em verificar o perfil dos
mesmos.
- Tentativa do uso de antiguidades como garantia para empréstimo bancário, cujo valor das mesmas é
difícil verificar.
- O preço de leilão de qualquer antiguidade poderá ser controlado pelos vendedor e comprador desde
que sejam do mesmo grupo criminoso.
Recomendações:
- As instituições financeiras devem adoptar medidas de diligência (CDD) ao estabelecer relações
comerciais com os seus clientes, nomeadamente a obtenção de informações básicas dos clientes, bem
como documentos comprovativos para verificar o propósito do pedido do empréstimo (neste caso, são
fundamentais a origem da antiguidade e o perfil do cliente).
- Transacções de risco elevado devem ser aprovadas por profissionais mais experientes.
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Publicado em Novembro de 2016 Editor: Gabinete de Informação Financeira, Governo da RAEM
Endereço: Avenida Dr. Mário Soares, Nos. 307-323, Edificio “Banco da China”, 22º andar, Macau Tel: (853) 2852 3666 Fax: (853) 2852 3777 E-mail: [email protected] Website: http://www.gif.gov.mo
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Caso prático 2: Cruzamento de dados com a lista negra O Sr. A, professor universitário do país Y, portador de passaporte estrangeiro, abriu uma conta num
banco local. Pouco tempo depois, ele recebeu 9 remessas de cerca de um milhão de dólares de 4 indivíduos do
país X e país Y. Logo após a recepção, o Sr. A transferiu metade dos fundos para a empresa B, que se envolvia na
negociação de acções on-line, estabelecida no país Y e classificada pelo governo do país como “empresa sem
licença e sites suspeitos”. A metade restante dos fundos foi transferida para o remetente original do país X. De
acordo como a informação pública, a empresa B estava envolvida numa “fraud de natureza boiler room” e cujo
website aparecia na lista de “sites suspeitos” registada em país remotos .
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Estatísticas dos STRs (2016) 5
Tendência Internacional – Lei
n.º 6/2016 “Regime de
execução de congelamento de
bens”
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Casos práticos 8
N.º de STRs 2016
Jan-Jun 2015
Jan-Jun
De instituições
financeiras e companhias
de seguros
305
(27.3%)
219
(24.0%)
Das operadoras de jogo 780
(69.7%)
682
(75.0%)
De outras instituições 33
(3.0%)
9
(1.0%)
Total 1,118 910
● O número total de STRs recebidos pelo GIF no ano
de 2016 aumentou 22.9%, quando comparado com o
ano de 2015.
● Os STRs recebidos do sector financeiro e do sector
do jogo eram, respectivamente, 27.3% e 69.7% do
número total de STRs.
● Um total de 135 STRs foram enviados ao Ministério
Público para investigação posterior.
Estatísticas dos STRs recebidos (2016 Jan-Jun)
Edição No. 16 Novembro de 2016
Informação principal desta edição
Tendência Internacional
Lei n.º 6/2016 “Regime de execução de
congelamento de bens”
Introdução Para assegurar a segurança e um ambiente estável de Macau, e também para cumprir com os requisitos
de organizações internacionais, em termos do enquadramento jurídico e execução de luta contra o terrorismo e
a proliferação de armas de destruição massiva, a Lei n.º 6/2016 “Regime de execução de congelamento de bens”,
foi publicada no Boletim Oficial a 29 de Agosto de 2016 para a execução de acções de congelamento ao abrigo
das (Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas) RCSNU 1267 (1999), 1718 (2006), 1737 (2006),
1988 (2011) e respectivas resoluções subsequentes (“designação específica”), bem como qualquer lista de
sanções designada pelo Governo da RAEM nos termos da Lei n.º 6/2016 (comando normativo específico de
congelamento)
De acordo com o artigo 5.º da Lei n.º 6/2016 e com o Despacho do Chefe do Executivo n.º 291/2016, foi
criada a Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento (doravante denominada “a Comissão”) com as
seguintes funções:
Coadjuvar a nível técnico o Chefe do Executivo na execução de decisões de congelamento de bens.
Criar e manter uma base de dados pública, disponível no seu sítio da internet para acesso
público,que contenha um registo actualizado das pessoas singulares, pessoas colectivas e entidades
designadas nos termos das RCSNU 1267 (1999), 1718 (2006), 1737 (2006), 1988 (2011) e designados pelo
Chefe do Executivo em conformidade com a RCSNU 1373 (2001).
Divulgar a designação e retirada da lista de acordo com o comando normativo geral ou específico de
congelamento estabelecido pelo Chefe do Executivo ou pela órgão internacional competente.
Fornecer orientações precisas às entidades, previstas no artigo 6.º da Lei n.º 2/2006, que tenham
deveres no âmbito do combate ao branqueamento de capitais.
Estabelecimento da Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento