caso prático 1: branqueamento de capitais através do uso ... · casos práticos novembro de 2016...

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5 Boletim informativo do GIF Boletim informativo do GIF Estatísticas dos STRs (2016) 5 Tendência Internacional Lei n.º 6/2016 “Regime de execução de congelamento de bens” 5,6 Casos práticos 8 N.º de STRs 2016 Jan-Jun 2015 Jan-Jun De instituições financeiras e companhias de seguros 305 (27.3%) 219 (24.0%) Das operadoras de jogo 780 (69.7%) 682 (75.0%) De outras instituições 33 (3.0%) 9 (1.0%) Total 1,118 910 O número total de STRs recebidos pelo GIF no ano de 2016 aumentou 22.9%, quando comparado com o ano de 2015. Os STRs recebidos do sector financeiro e do sector do jogo eram, respectivamente, 27.3% e 69.7% do número total de STRs. Um total de 135 STRs foram enviados ao Ministério Público para investigação posterior. Estatísticas dos STRs recebidos (2016 Jan-Jun) Edição No. 16 Novembro de 2016 Informação principal desta edição Tendência Internacional Lei n.º 6/2016 “Regime de execução de congelamento de bens” Introdução Para assegurar a segurança e um ambiente estável de Macau, e também para cumprir com os requisitos de organizações internacionais, em termos do enquadramento jurídico e execução de luta contra o terrorismo e a proliferação de armas de destruição massiva, a Lei n.º 6/2016 “Regime de execução de congelamento de bens”, foi publicada no Boletim Oficial a 29 de Agosto de 2016 para a execução de acções de congelamento ao abrigo das (Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas) RCSNU 1267 (1999), 1718 (2006), 1737 (2006), 1988 (2011) e respectivas resoluções subsequentes (“designação específica”), bem como qualquer lista de sanções designada pelo Governo da RAEM nos termos da Lei n.º 6/2016 (comando normativo específico de congelamento) De acordo com o artigo 5.º da Lei n.º 6/2016 e com o Despacho do Chefe do Executivo n.º 291/2016, foi criada a Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento (doravante denominada “a Comissão”) com as seguintes funções: Coadjuvar a nível técnico o Chefe do Executivo na execução de decisões de congelamento de bens. Criar e manter uma base de dados pública, disponível no seu sítio da internet para acesso público,que contenha um registo actualizado das pessoas singulares, pessoas colectivas e entidades designadas nos termos das RCSNU 1267 (1999), 1718 (2006), 1737 (2006), 1988 (2011) e designados pelo Chefe do Executivo em conformidade com a RCSNU 1373 (2001). Divulgar a designação e retirada da lista de acordo com o comando normativo geral ou específico de congelamento estabelecido pelo Chefe do Executivo ou pela órgão internacional competente. Fornecer orientações precisas às entidades, previstas no artigo 6.º da Lei n.º 2/2006, que tenham deveres no âmbito do combate ao branqueamento de capitais. Estabelecimento da Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento

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Page 1: Caso prático 1: Branqueamento de capitais através do uso ... · Casos Práticos Novembro de 2016 Edição No. 16 Boletim informativo do GIF Caso prático 2: Cruzamento de dados

8 8

Alertas:

- Foi observado um repositório temporário dos fundos em contas recém-abertas.

- A origem dos fundos não está em conformidade com a profissão do professor.

- Ausência de informação para adoptar medidas CDD, uma vez que a empresa foi

estabelecida no exterior.

Recomendações:

- As entidades reportantes não devem aceitar as transacções se não houver

justificação razoável para essas remessas que são realizadas por clientes não

residentes.

- Caso as entidades tenham dúvidas na origem do fundo, estas devem obter mais

informações acerca dos clientes antes de efectivar a transacção.

- Sempre que as informações divulgadas revelarem que os intervenientes na

transacção estejam envolvidas em operações ilícítas, as entidades reportantes, para

além de monitorização contínua das transacções, devem tomar medidas CDD

(designadamente, se for possível, a obtenção de informações adicionais das suas

filiais no exterior).

Caso prático 1: Branqueamento de capitais através do uso de casas de leilão O Sr. A, não residente de Macau, pediu empréstimo ao banco,

dando como garantia uma antiguidade. Quando lhe foi solicitado que

prestasse informações sobre a origem da antiguidade, o Sr. A alegou

que a antiguidade foi comprada numa leilão, apresentando ao banco

documentos comprovativos relevantes. No entanto, o banco indeferiu

o pedido do Sr. A dado que o preço da antiguidade era

extraordinariamente alto e estava em causa o verdadeiro valor da

antiguidade. O banco suspeitou que o Sr. A quis usar essa peça de

antiguidade para defraudar o banco pedindo o empréstimo e usando

os produtos do crime como reembolso. Portanto, o banco comunicou

o caso à Unidade de Informação Financeira local.

Alertas:

- É considerado maior o risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo relativo a

clientes não residentes, uma vez que os órgãos locais têm dificuldade em verificar o perfil dos

mesmos.

- Tentativa do uso de antiguidades como garantia para empréstimo bancário, cujo valor das mesmas é

difícil verificar.

- O preço de leilão de qualquer antiguidade poderá ser controlado pelos vendedor e comprador desde

que sejam do mesmo grupo criminoso.

Recomendações:

- As instituições financeiras devem adoptar medidas de diligência (CDD) ao estabelecer relações

comerciais com os seus clientes, nomeadamente a obtenção de informações básicas dos clientes, bem

como documentos comprovativos para verificar o propósito do pedido do empréstimo (neste caso, são

fundamentais a origem da antiguidade e o perfil do cliente).

- Transacções de risco elevado devem ser aprovadas por profissionais mais experientes.

Financial Intelligence Office

Newsletter

Publicado em Novembro de 2016 Editor: Gabinete de Informação Financeira, Governo da RAEM

Endereço: Avenida Dr. Mário Soares, Nos. 307-323, Edificio “Banco da China”, 22º andar, Macau Tel: (853) 2852 3666 Fax: (853) 2852 3777 E-mail: [email protected] Website: http://www.gif.gov.mo

Casos Práticos

Novembro de 2016

Edição No. 16

Boletim informativo do GIF

Caso prático 2: Cruzamento de dados com a lista negra O Sr. A, professor universitário do país Y, portador de passaporte estrangeiro, abriu uma conta num

banco local. Pouco tempo depois, ele recebeu 9 remessas de cerca de um milhão de dólares de 4 indivíduos do

país X e país Y. Logo após a recepção, o Sr. A transferiu metade dos fundos para a empresa B, que se envolvia na

negociação de acções on-line, estabelecida no país Y e classificada pelo governo do país como “empresa sem

licença e sites suspeitos”. A metade restante dos fundos foi transferida para o remetente original do país X. De

acordo como a informação pública, a empresa B estava envolvida numa “fraud de natureza boiler room” e cujo

website aparecia na lista de “sites suspeitos” registada em país remotos .

5

Boletim informativo do GIF

Boletim informativo do GIF

Estatísticas dos STRs (2016) 5

Tendência Internacional – Lei

n.º 6/2016 “Regime de

execução de congelamento de

bens”

5,6

Casos práticos 8

N.º de STRs 2016

Jan-Jun 2015

Jan-Jun

De instituições

financeiras e companhias

de seguros

305

(27.3%)

219

(24.0%)

Das operadoras de jogo 780

(69.7%)

682

(75.0%)

De outras instituições 33

(3.0%)

9

(1.0%)

Total 1,118 910

● O número total de STRs recebidos pelo GIF no ano

de 2016 aumentou 22.9%, quando comparado com o

ano de 2015.

● Os STRs recebidos do sector financeiro e do sector

do jogo eram, respectivamente, 27.3% e 69.7% do

número total de STRs.

● Um total de 135 STRs foram enviados ao Ministério

Público para investigação posterior.

Estatísticas dos STRs recebidos (2016 Jan-Jun)

Edição No. 16 Novembro de 2016

Informação principal desta edição

Tendência Internacional

Lei n.º 6/2016 “Regime de execução de

congelamento de bens”

Introdução Para assegurar a segurança e um ambiente estável de Macau, e também para cumprir com os requisitos

de organizações internacionais, em termos do enquadramento jurídico e execução de luta contra o terrorismo e

a proliferação de armas de destruição massiva, a Lei n.º 6/2016 “Regime de execução de congelamento de bens”,

foi publicada no Boletim Oficial a 29 de Agosto de 2016 para a execução de acções de congelamento ao abrigo

das (Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas) RCSNU 1267 (1999), 1718 (2006), 1737 (2006),

1988 (2011) e respectivas resoluções subsequentes (“designação específica”), bem como qualquer lista de

sanções designada pelo Governo da RAEM nos termos da Lei n.º 6/2016 (comando normativo específico de

congelamento)

De acordo com o artigo 5.º da Lei n.º 6/2016 e com o Despacho do Chefe do Executivo n.º 291/2016, foi

criada a Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento (doravante denominada “a Comissão”) com as

seguintes funções:

Coadjuvar a nível técnico o Chefe do Executivo na execução de decisões de congelamento de bens.

Criar e manter uma base de dados pública, disponível no seu sítio da internet para acesso

público,que contenha um registo actualizado das pessoas singulares, pessoas colectivas e entidades

designadas nos termos das RCSNU 1267 (1999), 1718 (2006), 1737 (2006), 1988 (2011) e designados pelo

Chefe do Executivo em conformidade com a RCSNU 1373 (2001).

Divulgar a designação e retirada da lista de acordo com o comando normativo geral ou específico de

congelamento estabelecido pelo Chefe do Executivo ou pela órgão internacional competente.

Fornecer orientações precisas às entidades, previstas no artigo 6.º da Lei n.º 2/2006, que tenham

deveres no âmbito do combate ao branqueamento de capitais.

Estabelecimento da Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento

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Edição No. 16

Boletim informativo do GIF

As entidades referidas no artigo n.º 6 da Lei n.º 2/2006 ficam sujeitas aos seguintes deveres:

1. Congelamento

1.1 Após a publicação do acto de designação de uma pessoa singular, pessoa colectiva ou

entidade, procede-se imediatamente ao congelamento:

(a) De bens que sejam sua propriedade ou que estejam sob o seu controlo, directo ou

indirecto;

(b) De bens derivados ou gerados a partir dos bens referidos na alínea anterior.

1.2 Sempre que o Chefe do Executivo, através de Despacho que contenha a decisão de

congelamento assim determine, são ainda congelados os seguintes bens:

(a) Bens que sejam propriedade ou que estejam sob o controlo, directo ou indirecto,

de pessoas singulares, pessoas colectivas ou entidades que actuem em nome ou sob

as instruções da pessoa ou entidade designada;

(b) Bens que sejam propriedade ou que estejam sob o controlo, directo ou indirecto,

de pessoas colectivas ou entidades que sejam possuídas ou controladas pela pessoa

ou entidade designada;

(c) Bens que sejam derivados ou gerados a partir dos bens referidos nas alíneas

anteriores.

1.3 Não é permitido participar em actividades cujo objectivo ou efeito seja frustrar, directa ou

indirectamente, as disposições previstas nos números anteriores.

2. Proibição de disponibilização de bens e de prestação de serviços financeiros

2.1 Após a publicação do acto de designação de uma pessoa singular, pessoa colectiva ou

entidade, não é permitido colocar, directa ou indirectamente, bens à sua disposição ou

disponibilizá-los em seu benefício.

2.2 Sempre que o Chefe do Executivo, através de Despacho que contenha a decisão de

congelamento assim determine, são ainda proibidas as seguintes condutas:

(a) Colocar, directa ou indirectamente, bens à disposição de pessoas singulares,

pessoas colectivas ou entidades que actuem em nome ou sob as instruções da

pessoa ou entidade designada, bem como de pessoas colectivas ou entidades que

sejam por esta possuídas ou controladas;

(b) Prestar serviços financeiros a uma pessoa singular, pessoa colectiva ou entidade

designada, a pessoas ou entidades que actuem em seu nome ou sob as suas

instruções e a pessoas colectivas ou entidades que sejam por esta possuídas ou

controladas.

Entidades reportantes

Contabilistas e Advogados

A implementação do regime de congelamento de bens é aplicado às entidades referidas no artigo 6.° da

Lei n.° 2/2006, designndamente:

Instituições financeiras

Operadores de Jogo

Comerciantes de

pedras e metais precioso

Agentes imobiliários Sociedades prestadoras

de services

Deveres das entidades reportantes

Novembro de 2016

7

As Instruções Sectoriais para a implementação do regime de congelamento de bens

foram publicadas no Boletim Oficial n.° 47 de 23 de Novembro de 2016.

Para esclarecimento, queira aceder à página da internet da Comissão ou contactar o

Secretariado da Comissão:

Página da internet: http://www.ccrc.gov.mo/

Endereço: Av. Dr. Mário Soares, nos. 307-323, Edif. “Banco da China”, 22.º andar Macao.

E-Mail: [email protected] Número de telefone para contacto: 2852 3666

Edição No. 16

2.3 O disposto no ponto 2 não se aplica:

(a) Ao crédito em contas congeladas de juros ou outras somas devidos a título

dessas contas, desde que estes sejam congelados nos termos da lei;

(b) Ao crédito em contas congeladas de pagamentos devidos ao abrigo de

contratos, acordos celebrados ou obrigações contraídas antes da data em

que essa conta tenha sido congelada, desde que esses pagamentos sejam

congelados nos termos da lei;

(c) Ao crédito em contas congeladas de pagamentos recebidos na sequência da

divisão de coisa comum ou da separação de bens previstas nos n.os 1 e 2 do

artigo 10.º, desde que essas quantias sejam congeladas nos termos da lei;

(d) A quaisquer outras actividades ou operações expressamente autorizadas na

decisão de congelamento pertinente.

2.4 Não é permitido participar em actividades cujo objectivo ou efeito seja frustrar,

directa ou indirectamente, as disposições previstas nos n.os 1 e 2.

3.Dever de comunicação

3.1 Comunicar à Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento de Bens (doravante

designada por Comissão) prevista na Lei n.º 6/2016 a prática dos actos previstos na mesma

lei, sobretudo informações sobre os bens congelados;

3.2 Participação à Comissão, no prazo de dois dias úteis após a sua detecção, de qualquer

operação em que exista uma presunção razoável de que uma pessoa singular, pessoa

colectiva ou entidade está a actuar em nome ou sob as instruções de uma pessoa ou

entidade designada, ou de que uma pessoa colectiva ou entidade é possuída ou

controlada por uma pessoa ou entidade designada;

3.3 Participação à Comissão, no prazo de dois dias úteis após a sua detecção, da tentativa de

concretização de operações que indiciem a violação do disposto nos artigos 7.º ou 8.º;

3.4 Colaboração com a Comissão na verificação de informações por esta solicitadas.

Boletim informativo do GIF

Novembro de 2016

Comunicação da decisão de congelamento

O Gabinete de Informação Financeira funciona como o Secretariado da Comissão. As entidades

reportantes devem comunicar a decisão de congelamento à Comissão usando o formulário anexo .

O formulário deve ser apresentado com informações sobre as contas e bens congelados.

O dever de comunicação da decisão de congelamento à Comissão não impede o dever de

comunicação de transacções suspeitas previsto no artigo 7.º do Regulamento Administrativo n.º

7/2006. Desta forma, se os indivíduos ou entidades forem consideradas suspeitas pelas entidades

reportantes, estas entidades devem apresentar STRs ao GIF de acordo com o artigo 7.º do

Regulamento Administrativo n.º 7/2006 para além de comunicar à Comissão.

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Edição No. 16

Boletim informativo do GIF

As entidades referidas no artigo n.º 6 da Lei n.º 2/2006 ficam sujeitas aos seguintes deveres:

1. Congelamento

1.1 Após a publicação do acto de designação de uma pessoa singular, pessoa colectiva ou

entidade, procede-se imediatamente ao congelamento:

(a) De bens que sejam sua propriedade ou que estejam sob o seu controlo, directo ou

indirecto;

(b) De bens derivados ou gerados a partir dos bens referidos na alínea anterior.

1.2 Sempre que o Chefe do Executivo, através de Despacho que contenha a decisão de

congelamento assim determine, são ainda congelados os seguintes bens:

(a) Bens que sejam propriedade ou que estejam sob o controlo, directo ou indirecto,

de pessoas singulares, pessoas colectivas ou entidades que actuem em nome ou sob

as instruções da pessoa ou entidade designada;

(b) Bens que sejam propriedade ou que estejam sob o controlo, directo ou indirecto,

de pessoas colectivas ou entidades que sejam possuídas ou controladas pela pessoa

ou entidade designada;

(c) Bens que sejam derivados ou gerados a partir dos bens referidos nas alíneas

anteriores.

1.3 Não é permitido participar em actividades cujo objectivo ou efeito seja frustrar, directa ou

indirectamente, as disposições previstas nos números anteriores.

2. Proibição de disponibilização de bens e de prestação de serviços financeiros

2.1 Após a publicação do acto de designação de uma pessoa singular, pessoa colectiva ou

entidade, não é permitido colocar, directa ou indirectamente, bens à sua disposição ou

disponibilizá-los em seu benefício.

2.2 Sempre que o Chefe do Executivo, através de Despacho que contenha a decisão de

congelamento assim determine, são ainda proibidas as seguintes condutas:

(a) Colocar, directa ou indirectamente, bens à disposição de pessoas singulares,

pessoas colectivas ou entidades que actuem em nome ou sob as instruções da

pessoa ou entidade designada, bem como de pessoas colectivas ou entidades que

sejam por esta possuídas ou controladas;

(b) Prestar serviços financeiros a uma pessoa singular, pessoa colectiva ou entidade

designada, a pessoas ou entidades que actuem em seu nome ou sob as suas

instruções e a pessoas colectivas ou entidades que sejam por esta possuídas ou

controladas.

Entidades reportantes

Contabilistas e Advogados

A implementação do regime de congelamento de bens é aplicado às entidades referidas no artigo 6.° da

Lei n.° 2/2006, designndamente:

Instituições financeiras

Operadores de Jogo

Comerciantes de

pedras e metais precioso

Agentes imobiliários Sociedades prestadoras

de services

Deveres das entidades reportantes

Novembro de 2016

7

As Instruções Sectoriais para a implementação do regime de congelamento de bens

foram publicadas no Boletim Oficial n.° 47 de 23 de Novembro de 2016.

Para esclarecimento, queira aceder à página da internet da Comissão ou contactar o

Secretariado da Comissão:

Página da internet: http://www.ccrc.gov.mo/

Endereço: Av. Dr. Mário Soares, nos. 307-323, Edif. “Banco da China”, 22.º andar Macao.

E-Mail: [email protected] Número de telefone para contacto: 2852 3666

Edição No. 16

2.3 O disposto no ponto 2 não se aplica:

(a) Ao crédito em contas congeladas de juros ou outras somas devidos a título

dessas contas, desde que estes sejam congelados nos termos da lei;

(b) Ao crédito em contas congeladas de pagamentos devidos ao abrigo de

contratos, acordos celebrados ou obrigações contraídas antes da data em

que essa conta tenha sido congelada, desde que esses pagamentos sejam

congelados nos termos da lei;

(c) Ao crédito em contas congeladas de pagamentos recebidos na sequência da

divisão de coisa comum ou da separação de bens previstas nos n.os 1 e 2 do

artigo 10.º, desde que essas quantias sejam congeladas nos termos da lei;

(d) A quaisquer outras actividades ou operações expressamente autorizadas na

decisão de congelamento pertinente.

2.4 Não é permitido participar em actividades cujo objectivo ou efeito seja frustrar,

directa ou indirectamente, as disposições previstas nos n.os 1 e 2.

3.Dever de comunicação

3.1 Comunicar à Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento de Bens (doravante

designada por Comissão) prevista na Lei n.º 6/2016 a prática dos actos previstos na mesma

lei, sobretudo informações sobre os bens congelados;

3.2 Participação à Comissão, no prazo de dois dias úteis após a sua detecção, de qualquer

operação em que exista uma presunção razoável de que uma pessoa singular, pessoa

colectiva ou entidade está a actuar em nome ou sob as instruções de uma pessoa ou

entidade designada, ou de que uma pessoa colectiva ou entidade é possuída ou

controlada por uma pessoa ou entidade designada;

3.3 Participação à Comissão, no prazo de dois dias úteis após a sua detecção, da tentativa de

concretização de operações que indiciem a violação do disposto nos artigos 7.º ou 8.º;

3.4 Colaboração com a Comissão na verificação de informações por esta solicitadas.

Boletim informativo do GIF

Novembro de 2016

Comunicação da decisão de congelamento

O Gabinete de Informação Financeira funciona como o Secretariado da Comissão. As entidades

reportantes devem comunicar a decisão de congelamento à Comissão usando o formulário anexo .

O formulário deve ser apresentado com informações sobre as contas e bens congelados.

O dever de comunicação da decisão de congelamento à Comissão não impede o dever de

comunicação de transacções suspeitas previsto no artigo 7.º do Regulamento Administrativo n.º

7/2006. Desta forma, se os indivíduos ou entidades forem consideradas suspeitas pelas entidades

reportantes, estas entidades devem apresentar STRs ao GIF de acordo com o artigo 7.º do

Regulamento Administrativo n.º 7/2006 para além de comunicar à Comissão.

Page 4: Caso prático 1: Branqueamento de capitais através do uso ... · Casos Práticos Novembro de 2016 Edição No. 16 Boletim informativo do GIF Caso prático 2: Cruzamento de dados

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Alertas:

- Foi observado um repositório temporário dos fundos em contas recém-abertas.

- A origem dos fundos não está em conformidade com a profissão do professor.

- Ausência de informação para adoptar medidas CDD, uma vez que a empresa foi

estabelecida no exterior.

Recomendações:

- As entidades reportantes não devem aceitar as transacções se não houver

justificação razoável para essas remessas que são realizadas por clientes não

residentes.

- Caso as entidades tenham dúvidas na origem do fundo, estas devem obter mais

informações acerca dos clientes antes de efectivar a transacção.

- Sempre que as informações divulgadas revelarem que os intervenientes na

transacção estejam envolvidas em operações ilícítas, as entidades reportantes, para

além de monitorização contínua das transacções, devem tomar medidas CDD

(designadamente, se for possível, a obtenção de informações adicionais das suas

filiais no exterior).

Caso prático 1: Branqueamento de capitais através do uso de casas de leilão O Sr. A, não residente de Macau, pediu empréstimo ao banco,

dando como garantia uma antiguidade. Quando lhe foi solicitado que

prestasse informações sobre a origem da antiguidade, o Sr. A alegou

que a antiguidade foi comprada numa leilão, apresentando ao banco

documentos comprovativos relevantes. No entanto, o banco indeferiu

o pedido do Sr. A dado que o preço da antiguidade era

extraordinariamente alto e estava em causa o verdadeiro valor da

antiguidade. O banco suspeitou que o Sr. A quis usar essa peça de

antiguidade para defraudar o banco pedindo o empréstimo e usando

os produtos do crime como reembolso. Portanto, o banco comunicou

o caso à Unidade de Informação Financeira local.

Alertas:

- É considerado maior o risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo relativo a

clientes não residentes, uma vez que os órgãos locais têm dificuldade em verificar o perfil dos

mesmos.

- Tentativa do uso de antiguidades como garantia para empréstimo bancário, cujo valor das mesmas é

difícil verificar.

- O preço de leilão de qualquer antiguidade poderá ser controlado pelos vendedor e comprador desde

que sejam do mesmo grupo criminoso.

Recomendações:

- As instituições financeiras devem adoptar medidas de diligência (CDD) ao estabelecer relações

comerciais com os seus clientes, nomeadamente a obtenção de informações básicas dos clientes, bem

como documentos comprovativos para verificar o propósito do pedido do empréstimo (neste caso, são

fundamentais a origem da antiguidade e o perfil do cliente).

- Transacções de risco elevado devem ser aprovadas por profissionais mais experientes.

Financial Intelligence Office

Newsletter

Publicado em Novembro de 2016 Editor: Gabinete de Informação Financeira, Governo da RAEM

Endereço: Avenida Dr. Mário Soares, Nos. 307-323, Edificio “Banco da China”, 22º andar, Macau Tel: (853) 2852 3666 Fax: (853) 2852 3777 E-mail: [email protected] Website: http://www.gif.gov.mo

Casos Práticos

Novembro de 2016

Edição No. 16

Boletim informativo do GIF

Caso prático 2: Cruzamento de dados com a lista negra O Sr. A, professor universitário do país Y, portador de passaporte estrangeiro, abriu uma conta num

banco local. Pouco tempo depois, ele recebeu 9 remessas de cerca de um milhão de dólares de 4 indivíduos do

país X e país Y. Logo após a recepção, o Sr. A transferiu metade dos fundos para a empresa B, que se envolvia na

negociação de acções on-line, estabelecida no país Y e classificada pelo governo do país como “empresa sem

licença e sites suspeitos”. A metade restante dos fundos foi transferida para o remetente original do país X. De

acordo como a informação pública, a empresa B estava envolvida numa “fraud de natureza boiler room” e cujo

website aparecia na lista de “sites suspeitos” registada em país remotos .

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Boletim informativo do GIF

Boletim informativo do GIF

Estatísticas dos STRs (2016) 5

Tendência Internacional – Lei

n.º 6/2016 “Regime de

execução de congelamento de

bens”

5,6

Casos práticos 8

N.º de STRs 2016

Jan-Jun 2015

Jan-Jun

De instituições

financeiras e companhias

de seguros

305

(27.3%)

219

(24.0%)

Das operadoras de jogo 780

(69.7%)

682

(75.0%)

De outras instituições 33

(3.0%)

9

(1.0%)

Total 1,118 910

● O número total de STRs recebidos pelo GIF no ano

de 2016 aumentou 22.9%, quando comparado com o

ano de 2015.

● Os STRs recebidos do sector financeiro e do sector

do jogo eram, respectivamente, 27.3% e 69.7% do

número total de STRs.

● Um total de 135 STRs foram enviados ao Ministério

Público para investigação posterior.

Estatísticas dos STRs recebidos (2016 Jan-Jun)

Edição No. 16 Novembro de 2016

Informação principal desta edição

Tendência Internacional

Lei n.º 6/2016 “Regime de execução de

congelamento de bens”

Introdução Para assegurar a segurança e um ambiente estável de Macau, e também para cumprir com os requisitos

de organizações internacionais, em termos do enquadramento jurídico e execução de luta contra o terrorismo e

a proliferação de armas de destruição massiva, a Lei n.º 6/2016 “Regime de execução de congelamento de bens”,

foi publicada no Boletim Oficial a 29 de Agosto de 2016 para a execução de acções de congelamento ao abrigo

das (Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas) RCSNU 1267 (1999), 1718 (2006), 1737 (2006),

1988 (2011) e respectivas resoluções subsequentes (“designação específica”), bem como qualquer lista de

sanções designada pelo Governo da RAEM nos termos da Lei n.º 6/2016 (comando normativo específico de

congelamento)

De acordo com o artigo 5.º da Lei n.º 6/2016 e com o Despacho do Chefe do Executivo n.º 291/2016, foi

criada a Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento (doravante denominada “a Comissão”) com as

seguintes funções:

Coadjuvar a nível técnico o Chefe do Executivo na execução de decisões de congelamento de bens.

Criar e manter uma base de dados pública, disponível no seu sítio da internet para acesso

público,que contenha um registo actualizado das pessoas singulares, pessoas colectivas e entidades

designadas nos termos das RCSNU 1267 (1999), 1718 (2006), 1737 (2006), 1988 (2011) e designados pelo

Chefe do Executivo em conformidade com a RCSNU 1373 (2001).

Divulgar a designação e retirada da lista de acordo com o comando normativo geral ou específico de

congelamento estabelecido pelo Chefe do Executivo ou pela órgão internacional competente.

Fornecer orientações precisas às entidades, previstas no artigo 6.º da Lei n.º 2/2006, que tenham

deveres no âmbito do combate ao branqueamento de capitais.

Estabelecimento da Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento