carta mensal nº 73

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FA ZENDA SANTA ROSA CAFE E AGUARDENTE NA SERRA Roberto Guiiio de Sou~aLima Este episodio e aqui registrado como referencia pois, na mesma epoca e de forma semelhante, aconteceu 0 mesmo com muitas farmlias ao longo de todo 0 Vale do Panuba e faz parte do conjunto dramatico de conseqiiencias advindas da derrocada do Ciclo do Cafe Valeparaibano. Por outro lado retrata urn dos mecanismos de transferencia de riqueza e poder entre segmentos economicos, urn descendente eoutro ascendente, da sociedade estratificada da epoca. A respeito, resta em tudo isso urn estranho equivoco - que merecia ser corrigido - no rotul0 da conhecida AGUARDENTE SR onde e atribuida a Vito Pentagna (e aos seus descendentes) a produc;;ao desta cachac;;adesde 1871 0 que so veio a acontecer apos 1889, ou seja, quase 20 anos depois da data ali estampada. A Fazenda Paud' Alho, - aqui relembrada pela ligac;;ao geografica eorigem comum com Santa Rosa e ate pel as relac;;6esde negocio que existiram entre os comendadores Silveira Vargas e Guiao, - foi comprada por Vito Pentagnaesua mulher, Dona Urbana PascholinaRibeiro de Castro, aos herdeiros daquele em 1897 (Ficou 62 anos com os Silveira Vargas) e ate hoje, como Santa Rosa, ainda esta na Familia Pentagna, ha 114 e 106 anos, respectivamente. A pattir do espirito empreendedor de Vito Pentagna, foi dada continuidade e incremento/modernizac;;ao as atividades das propriedades em tela que sac tratadas pelos seus descendentes com zelo e carinho e que se constituem em relevantes patrimonios historicos da Valen~a do Cafe, e da pinga, logicamente. I ;.~~,:, .."'::'''' :'-('.. --.' o casarao sede de Santa Rosa, que sofreu ao longo do tempomodificac;;6ese acrescimos em, pelo menos, cinco reforrnas, ao res-do-chao pela frente, possui amplo porao pela direita e, principalmente, pelos fundos em funC;;aoda declividade do terreno, dai ele ser citado como "casa de vivenda 11.4) -Vito Pentagna Logoque chegouda Italia foi tropeiro, na rota Minas Gerais - Rio de Janeiro. Depois, se associou ao irmao Nicolao naempresa "Pelltaglla & Sampaio", que mantinha a "Casa Sampaio", em Valen~a. Acusta de admiravel tenacidade construiu urn vasto patrim6nio. Nos primeiros anos da Republica ja possufa achacara Belo Horizonte. nos arredores dacidade, com 13 alqueres, dez casas, e sociedade nas fazendas Santa Rosa e Pau D' Alho e em oito casas. No infciodo seculo XX era membro do Conselho Fiscal da Estrada de Ferro Uniao Valenciana, tesoureiro da Societa Italiana di Beneficenza, e presidente do ClubRecreativo. Com 0 irmao Nicolao, possibilitou 0 estabelecimento emValen~a de uma Congrega~ao de Padres Barnabitas, que mantiveran1 um colegio internoe semi-interno, que foi 0 primeiro curso secundario da cidade. Riqufssimo, sendo mesmo considerado a maior fortuna deValen~a na epoca, podeentao se dedi car ao seu antigo projeto de dotaracidade com uma industria. Em 1906 participou da funda~ao da Companhia Industrial de Valen~a, sendo eleito membro do primeiro Conselho Fiscal. Em janeiro de 1913 colocou a pedra fundamental das futuras instala~6es da Companhia Fia~ao e Tecidos Santa Rosa. Lamentavelmente, porem, nao conseguiu presenciar a concretiza~ao definitiva do seu projeto,vindoa falecer, repentinamente, pouco antes da inaugura~ao. N. Scario, 1853. EValen~a, 29.09.1914. c., Valen~a, 21.05.1879, com, Urbana Paschoalina de Castro Ap6s a morte do marido, assumiu, com 0 apoio dos filhos, a administra<;ao dogrande patrim6nio da fanu1ia. Teve intensa participa<;ao na cria<;ao da Diocese de Valen~a. N.S. Domingos da Bocaina, Ibitipoca. EValen<;a, 12.11.1940, Filhade Jose Ribeiro de Castro, e de Maria Nicezia. Pais de: III.I - MariaClara de Castro Pentagna Cursou 0 Colegio Santa Isabel,em Petr6polis, legou por testamento a chacara Belo Horizonte, onde residia, a Diocese de Valen<;a.E Valen<;a.Solteira. IlI.2 - Alzira Adelaide de Castro Pentagna, Cursou 0 CoJegioSantaIsabel, em Petr6polis; cantava no cora da Matriz, em Valen<;a, eera talentosa desenhista.N. Valen~a, 20.04. I 882.C., Valen<;a. 05.10.1907, com seu tio, Ruggero Pentagna III.3 - HUffiberto de Castro Pentagna Diplomado pelaEscola de Medicina do RJ, clinicou em Valen<;a, onde foimedico da Centraldo Brasil. Falecendo seu pai. assumiu a dire<;ao das propriedades agrfcolas, sem afastar-se, entretanto da profissao. Fez uma longa viagem de aperfei<;oamento pela Europa. e ao retornar ingressou na politica, sendo eleito vereador e prefeito, em Valen<;a, e, posterioID1ente, vice-presidente do Estado do RJ, fim1ando-se entao comogrande lideran<;a. Paralelan1ente foi membro do Conselho Fiscalda Companhia Industlial de Valen<;a, e diretor da Companhia Fia<;ao e Tecidos Santa Rosa. Mais tarde, por ocasiao do Depmtamento das Municipalidades do Estado do RJ, foi nomeado seu primeiro diretor. N. Valen~a, 23.06.1884. E RJ, 08.01.1938. C.Com, Lydia Furtado de Mendon<;a. N. Valen<;a, 27.03.1884. Filha do Coronel Joao Rufino Furtado de Mendon~a, advogado. jornalista, fazendeiro e politico em Valen<;a, e deAnna Carolina Furtado de Mendon<;a, primos, de seen dentes de tradicional famHia cearense, imigrada de vido aos conflitos da Confedera~ao do Equador. Im1a doadvogado ejornalista Dario Furtado de Mendon<;a. presidente da Associa<;ao Brasileira deImprensa.C, RJ ( Engenho Velho), 08.02.1923, com. Italia Lipiani, N. RJ.E Valen<;a. Filha doComendador Jose Lipiani. industrial no RJ, e de Thereza DOli.Cd. IlIA - Donato de Castro Pentagna, E Valen~a, 08.08.1886. IlI.5 - Saverio Vito Pentagna, Diplomado pel a Faculdade Livre de Sciencias Juridica e Sociaes do RJ, veio exercer a profissao em Valen<;a. Porem, nao se demorou muito na advocacia, pois com a m01te do pai, teve que participar mais ativamente dos neg6cios da fanll1ia, entrando paraa diretoria da CompanhiaFia<;ao e Tecidos Santa Rosa. a frente daqual esteve por mais de trinta anos. Patticipou d a funda<;ao da Diocese, e da Companhia TelefOnica de Valen<;a, e foi ainda delegado de Policia, lider da UDN, membro da Sociedade Amigos de Valen<;a, e da Associa<;ao Balbina Fonseca. N. Valen<;a, 03.01.1890.C., Piracicaba, .04.1920. com CarmenRibecco, N. Piracicaba. EValen~a.Filha deAntonio Ribecco, italiano. banqueiro em Piracicaba, e de Antonietta Mortati. IlI.6 - Sarahde Castro Pentagna, Cursou 0 CoJegio Santa Isabel, em Petr6polis.N. Valen<;a.28.01.1892.F. RJ, C, Valen<;a, 8.12.1926, com, Theophilo de Almeida.Medico e historiador, N. Para de Minas, MG.E RJ.C.d. IlI.7 -Nair de Castro Pentagna, Cursou 0 Colegio Santa Isabel, em Petr6polis. foi diretora da Magnesita S/A. N. Valen<;a. 06.07.1893. C, Valen<;a, 28.05.1917, com Antonio Mourao Guimaraes Diplomado dentista em Ouro Preto, seguiu para 0 RJ onde inicioll 0 cursode Medicina, indo concillf-io naAlemanha. Especializoll-se em ginecologia, radiologia e eletroterapia na Sui<;a eFran<;a. Regressando ao Brasil. clinicou em Born Sucesso, Jlliz de Fora e Belo Horizonte. Grande empresano emMinas Gerais, foidiretor da Companhia Industrial de Valen<;a: participou da funda~ao do Banco de Credito Predial. depois Banco de Minas Gerais. da Companhia de Seguros Minas-Brasil. da Magnesita SI A. da Companhia Cine Brasileira. da Fabrica de Tecidos Rena~cen<;a, da Companhia Brasileira Distribllidora de Tecidos

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FAZENDA SANTA ROSACAFE E AGUARDENTE NA SERRA

Roberto Guiiio de Sou~a Lima

Este episodio e aqui registrado como referenciapois, na mesma epoca e de forma semelhante,aconteceu 0 mesmo com muitas farmlias ao longode todo 0 Vale do Panuba e faz parte do conjuntodramatico de conseqiiencias advindas da derrocadado Ciclo do Cafe Valeparaibano. Por outro ladoretrata urn dos mecanismos de transferencia deriqueza e poder entre segmentos economicos, urndescendente e outro ascendente, da sociedadeestratificada da epoca.

A respeito, resta em tudo isso urn estranhoequivoco - que merecia ser corrigido - no rotul0da conhecida AGUARDENTE SR onde e atribuida a VitoPentagna (e aos seus descendentes) a produc;;aodesta cachac;;adesde 1871 0 que so veio a acontecerapos 1889, ou seja, quase 20 anos depois da dataali estampada.

A Fazenda Pau d' Alho, - aqui relembrada pelaligac;;ao geografica e origem comum com SantaRosa e ate pel as relac;;6esde negocio que existiramentre os comendadores Silveira Vargas e Guiao, -foi comprada por Vito Pentagna e sua mulher, DonaUrbana Pascholina Ribeiro de Castro, aos herdeirosdaquele em 1897 (Ficou 62 anos com os SilveiraVargas) e ate hoje, como Santa Rosa, ainda esta naFamilia Pentagna, ha 114 e 106 anos,respectivamente. A pattir do espirito empreendedorde Vito Pentagna, foi dada continuidade eincremento/modernizac;;ao as atividades daspropriedades em tela que sac tratadas pelos seusdescendentes com zelo e carinho e que seconstituem em relevantes patrimonios historicos daValen~a do Cafe, e da pinga, logicamente.

I;.~~,:,.."'::'''':'-('.. --.'

o casarao sede de Santa Rosa, que sofreu aolongo do tempo modificac;;6ese acrescimos em, pelomenos, cinco reforrnas, ao res-do-chao pela frente,possui amplo porao pela direita e, principalmente,pelos fundos em funC;;aoda declividade do terreno,dai ele ser citado como "casa de vivenda

11.4) -Vito PentagnaLogo que chegou da Italia foi tropeiro, na rota Minas Gerais - Rio de Janeiro. Depois,se associou ao irmao Nicolao na empresa "Pelltaglla & Sampaio", que mantinha a"Casa Sampaio", em Valen~a. A custa de admiravel tenacidade construiu urn vastopatrim6nio. Nos primeiros anos da Republica ja possufa a chacara Belo Horizonte.nos arredores da cidade, com 13 alqueres, dez casas, e sociedade nas fazendas SantaRosa e Pau D' Alho e em oito casas. No infcio do seculo XX era membro do ConselhoFiscal da Estrada de Ferro Uniao Valenciana, tesoureiro da Societa Italiana diBeneficenza, e presidente do Club Recreativo. Com 0 irmao Nicolao, possibilitou 0estabelecimento em Valen~a de uma Congrega~ao de Padres Barnabitas, quemantiveran1 um colegio interno e semi-interno, que foi 0 primeiro curso secundarioda cidade. Riqufssimo, sendo mesmo considerado a maior fortuna de Valen~a naepoca, pode entao se dedi car ao seu antigo projeto de dotar a cidade com uma industria.Em 1906 participou da funda~ao da Companhia Industrial de Valen~a, sendo eleitomembro do primeiro Conselho Fiscal. Em janeiro de 1913 colocou a pedra fundamentaldas futuras instala~6es da Companhia Fia~ao e Tecidos Santa Rosa. Lamentavelmente,porem, nao conseguiu presenciar a concretiza~ao definitiva do seu projeto, vindo afalecer, repentinamente, pouco antes da inaugura~ao. N. Scario, 1853. EValen~a,29.09.1914. c., Valen~a, 21.05.1879, com,Urbana Paschoalina de CastroAp6s a morte do marido, assumiu, com 0 apoio dos filhos, a administra<;ao do grandepatrim6nio da fanu1ia. Teve intensa participa<;ao na cria<;ao da Diocese de Valen~a.N. S. Domingos da Bocaina, Ibitipoca. EValen<;a, 12.11.1940, Filha de Jose Ribeirode Castro, e de Maria Nicezia.Pais de:III.I - Maria Clara de Castro Pentagna Cursou 0 Colegio Santa Isabel,em Petr6polis,

legou por testamento a chacara Belo Horizonte, onde residia, a Diocese deValen<;a.E Valen<;a.Solteira.

IlI.2 - Alzira Adelaide de Castro Pentagna, Cursou 0 CoJegio Santa Isabel, emPetr6polis; cantava no cora da Matriz, em Valen<;a, e era talentosadesenhista.N. Valen~a, 20.04. I 882.C., Valen<;a. 05.10.1907, com seu tio,Ruggero Pentagna

III.3 - HUffiberto de Castro PentagnaDiplomado pela Escola de Medicina do RJ, clinicou em Valen<;a, onde foi medicoda Central do Brasil. Falecendo seu pai. assumiu a dire<;ao das propriedadesagrfcolas, sem afastar-se, entretanto da profissao. Fez uma longa viagem deaperfei<;oamento pela Europa. e ao retornar ingressou na politica, sendo eleitovereador e prefeito, em Valen<;a, e, posterioID1ente, vice-presidente do Estado doRJ, fim1ando-se entao como grande lideran<;a. Paralelan1ente foi membro doConselho Fiscal da Companhia Industlial de Valen<;a, e diretor da CompanhiaFia<;ao e Tecidos Santa Rosa. Mais tarde, por ocasiao do Depmtamento dasMunicipalidades do Estado do RJ, foi nomeado seu primeiro diretor. N. Valen~a,23.06.1884. E RJ, 08.01.1938. C.Com,Lydia Furtado de Mendon<;a. N. Valen<;a, 27.03.1884.Filha do Coronel Joao Rufino Furtado de Mendon~a, advogado. jornalista,fazendeiro e politico em Valen<;a, e de Anna Carolina Furtado de Mendon<;a,primos, de seen dentes de tradicional famHia cearense, imigrada de vi do aosconflitos da Confedera~ao do Equador. Im1a do advogado e jornalista DarioFurtado de Mendon<;a. presidente da Associa<;ao Brasileira de Imprensa.C, RJ (Engenho Velho), 08.02.1923, com. Italia Lipiani, N. RJ.E Valen<;a.Filha do Comendador Jose Lipiani. industrial no RJ, e de Thereza DOli.Cd.

IlIA - Donato de Castro Pentagna, E Valen~a, 08.08.1886.IlI.5 - Saverio Vito Pentagna, Diplomado pel a Faculdade Livre de Sciencias Juridica

e Sociaes do RJ, veio exercer a profissao em Valen<;a. Porem, nao se demoroumuito na advocacia, pois com a m01te do pai, teve que participar mais ativamentedos neg6cios da fanll1ia, entrando para a diretoria da Companhia Fia<;ao e TecidosSanta Rosa. a frente da qual esteve por mais de trinta anos. Patticipou d afunda<;ao da Diocese, e da Companhia TelefOnica de Valen<;a, e foi ainda delegadode Policia, lider da UDN, membro da Sociedade Amigos de Valen<;a, e daAssocia<;ao Balbina Fonseca. N. Valen<;a, 03.01.1890.C., Piracicaba,.04.1920. comCarmen Ribecco, N. Piracicaba. EValen~a.Filha de Antonio Ribecco, italiano.banqueiro em Piracicaba, e de Antonietta Mortati.

IlI.6 - Sarah de Castro Pentagna, Cursou 0 CoJegio Santa Isabel, em Petr6polis.N.Valen<;a.28.01.1892.F. RJ, C, Valen<;a, 8.12.1926, com,Theophilo de Almeida.Medico e historiador, N. Para de Minas, MG.E RJ.C.d.

IlI.7 -Nair de Castro Pentagna, Cursou 0 Colegio Santa Isabel, em Petr6polis. foidiretora da Magnesita S/A. N. Valen<;a. 06.07.1893. C, Valen<;a, 28.05.1917,com

Antonio Mourao GuimaraesDiplomado dentista em Ouro Preto, seguiu para 0 RJ onde inicioll 0 curso deMedicina, indo concillf-io na Alemanha. Especializoll-se em ginecologia,radiologia e eletroterapia na Sui<;a e Fran<;a. Regressando ao Brasil. clinicou emBorn Sucesso, Jlliz de Fora e Belo Horizonte. Grande empresano em MinasGerais, foi diretor da Companhia Industrial de Valen<;a: participou da funda~aodo Banco de Credito Predial. depois Banco de Minas Gerais. da Companhia deSeguros Minas-Brasil. da Magnesita SI A. da Companhia Cine Brasileira. daFabrica de Tecidos Rena~cen<;a, da Companhia Brasileira Distribllidora de Tecidos

assobradada" na escritura de compra do VieiraMachado. Construldo em fomla de V, com patiocentral, e de aparencia simples, embora de grandesdimens6es e apresenta 0 correr de janelas de vergasretas tipico das constru~6es da primeira metade doSeculo XIX niio tendo sido a ele incorporados os"aformoseamentos" neoclassicos, 0 que aconteciacom relativa freqiIencia ate como forma dedemonstra~iio de "status" e liqueza. Dois alpendres,na fachada principal e na lateral direita, diio realcea singela constru~iio.

o destaque da casa era a capela intema que ecitada no conjunto das igrejas e capelas de todo 0

Munidpio 0 que atesta a sua importancia nocontexto e a religiosidade de Dona Iria Guiiio queera, inclusive, jufza por devo~iio do Divino EsplritoSanto e de Nossa Senhora da Concei~iio. Tanto 0

comendador como a sua mulher, foram grandesbenemeritos de Valen~a e partfcipes relevantes doseu desenvolvimento, como registram oshistoriadores locais.

o Conjunto agricola do passado, privilegiado pelaabundante agua em desnlvel ate hoje existente,formava urn quadrado em que a casa sede se inseria,com os engenhos pela direita, senzala, tulhas eoficinas por outros lados e grande terreiro de cafeao centro e a esquerda do casariio. Parte dasconstru~6es ainda existem perrnitindo ao visitantevisualizar 0 "quadrado" operacional do cafe. Vmafoto de 1945 ainda mostra muito cafe secando nosmencionados terreiros. Hoje, da RJ 145 se ve, noalto dos morros, a exuberante massa verde doscanaviais de Santa Rosa.

Ja no ultimo quartel do Seculo XIX, a ferroviapassou porIa. Pelo alto, vendo a casa sede e asinstala~6es bem abaixo, ficava a Esta~iio deEngenheiro Dunham, a exatos 189.986m da COlte(e a 7.136m de Valen~a), para onde 0 cafe eratransportado para exporta~iio.

A entrada da fazenda, que possui hoje longosgradeados ali instal ados no infcio da decada de1960, e guarnecida par uma ala de palmeirasimperiais, slmbolo de prestigio no passado. Antesda entrada, uma pequena e antiga venda quefunciona ate hoje atendia, no passado, aos viajantese aos escravos, sob controle dos donos da fazenda.Como pensavam alguns fazendeiros da epoca: "seeles (escravos) tern de beber e comprar, que 0 fa~amsob as minhas vistas", 0 que alem de ser maisseguro, era mais rentavel para eles.

As presen~as das Fannlias Guiiio e Pentagna emValen~a, na essencia as duas fannlias proprietariasde Santa Rosa, cada uma delas no contexto das suasepocas e com suas naturais diferen~as, estiioperpetuadas nos dois belos e artlsticos mausoleus,em marmore, no Cemiterio do Riachuelo, onderepousam os casais pioneiros e muitosdescendentes.Este n:sumo hist6lico foi preparado compulsando 0 meu acerVQ particular sobre 0CicIo do Cafe Valeparaibano bem como a [Tabalilas e informa~5es de histoliadores epesquisadores que aqui regisrro em ordem alfa.betica e aos quais relldo as millhashomellagens e apresemo os meus agradecimentos: AdilsOll Adliano dos Reis Novaes,Alberto Ribeiro Lamego. Albino Macedo. Antonio Carlos de Oliveira Lima. CeliaMaria Loureiro Muniz. Fernando Antonio Ielpo Jannuzzi Junior. Francisco KJorsWernec}..:. Geraldo Bruno BaslOS. Gustavo Abruzzini de Barros. Leoni Iorio. LuizDamasceno Ferreira. Sergio Buarque de Holanda. Stanley Julian Stein. Vilma DutraNovaes. Wnldir da Fomoura Cordovil Pires e. ainda. as seguimes pUblica)Qes: Almanaklaemmen ( 1875): Guia Michelin do Estado do Riode Janeiro {19921 e folders. r6tulos

e materias jornalfslicas e/ou tunsticas sobre a A2uardente SR e a fazenda.•• -

e da Companhia Predial Guimariies; membro ativo do Centro das Industriasda Cidade Industrial, e da Federa~iio das Industrias do Estado de MinasGerais, em Belo Horizonte. Secretlirio da Agricultura, Industria, Comercioe Trabalho de MG e deputado federal. urn dos lfderes do Instituto de Pesquisase Estudos Sociais de MG - IPES, organiza~iio de direita que teve extremaimportancia na Revolu~iio de 1964. N. Born Sucesso, MG, 28.05.1888.Filho do Coronel Benjamin Fen'eira Guimariies, industrial e banqueiro, quechegou a possuir, em sua epoca, a maior fortuna do Estado de MG, e de MariaAmbrozina de Freitas Mouriio. Pais de:IV.l -Celia Pentagna Guimariies Vice Presidente da Magnesita SI A. c.c.

Antonio das Chagas Diniz, C. d.IV.2 -Helio Pentagna Guimariies, Diretor Presidente da Magnesita S/A.C.c.

Turna Denita Abrames, C. d.IV.3 -Lucio Pentagna Guimaraes

Membro do Conselho de Administra~iio da Magnesita S/A, e daCompanhia Textil Ferreira Guimariies; e proprietririo da fazenda SantaRosa, em Valen~a. c.c.Maria de Lourdes da Gama, pais de:V.I -Ines da Gama Guimariies Cc.

Paulo Roberto Cardoso Ramalho C. d.V.2 -Tereza da Gama Guimariies, Cc.

Damiiio Coutinho Paes, C.d.V3 -Gilda da Gama Guimariies, C.c.

Marcelo da Mata Machado. C. d.VA -Leticia da Gama Guimariies Cc.

Paulo Afonso Pereira Pedras, C. d.V5 -Luciana da Gama Guimariies, Cc.

Vicente Fortini Guimariies Toscano, C. d.V6 -)Adriana da Gama Guimariies, C.c.

Arthur Orlando Diniz Castro Filho, C. d.IVA -Ravio Pentagna Guimariies, Presidente das Empresas Financeiras

BMG S/A, e membro do Conselho de Administra~iio da Magnesita. c.c.Marina Annes, Vice Presidente das Empresas Financeiras BMG S/A,Cd.

IV.5 -Marco Antonio Pentagna Guimariies, Falecido crian~a.ill.8 -Maria Nicezia de Castro Pentagna, Cursou 0 Colegio Regina Coeli, no RJ.

N. Valen~a, 27.03.1895. C.Valen~a, 14.12.1929, com Oscar de Souza CarvalhoSalgado, Advogado, diretor da Companhia Fia~iio e Tecidos Santa Rosa, emValen~a., N. RJ. Filho de Jose de Souza Carvalho Salgado e de Maria Leal deSouza. C. d.

ill.9 -Zilpa de Castro Pentagna, Cursou 0 Colegio Regina Coeli, no RJ. N. Valen~a,.04.1898. F. Belo Horizonte, 02.lO.1994.C., Valen~a, com

Luiz Lipiani N. RJ. F. Valen~a. Filha do Comendador Jose Lipiani, industrial noRJ, e de Thereza Doti. C. d.

ill.lO -Zelia de Castro Pentagna, N. Valen~a, .04.1898. F. Valen~a, 1899.ill. I 1 -Yolanda de Castro Pentagna

Cursou 0 Colegio Regina Coeli, no RJ, e lecionou catecismo em Valen~a,revelando desde esta epoca sua imensa caridade, uma vez que patrocinava osunifornles de primeira comunhiio das crian~as pobres. Com 0 casamento e atransferencia para a Mina da Passagem, lugarejo muito pobre. distribuiaalimenta~iio as fanulias carentes e fundou urn lactlirio, inicio para sua grandeobra que foi a fundac;iio, em Belo Horizonte, da AMAI - Associac;iio Maternalde Auxflio a Infancia, que inestimaveis servi~os tem prestado a infancia carente.Publicou urn livro de versos "Quando jala 0 Coraf;ao". N. Valenc;a. F. BeloHorizonte. c., Valen~a, 29.06.1925, com,Julio Mouriio GuimriiesDiplomando-se em farmacia. nunca exerceu a profissiio, dedicando-seinteiramente a administrac;ao dos neg6cios da fanulia. Logo ap6s a formaturafoi residir em Pirapora, MG, como diretor da Companhia de Navegac;ao do RioSiio Francisco, passando depois a dire~ao da Mina da Passagem, em Mariana,onde esteve por mais de vinte anos. Finalmente adquiriu 0 controle acionlirioda Companhia Fia~ao e Tecidos Santa Rosa, em Valen~a. N. Born Sucesso,29.06.1896. F. Belo Horizonte.Filho do Coronel Benjamin Ferreira Guimariies, industrial e banqueiro, e deMaria Ambrozina de Freitas Mouriio. C d.

II.5 -Concetta Pentagna, c., Ia nupcias, com,Jose MollenariC, 2as nupcias. com,Nicolao Carelli, Fillio de Paschoal Carelli e de Anastacia Montano, italian osestabelecidos em Valen ca. Sem descendencia.

II.6 -Ruggero Pentagna >

Comendador da Ordem da Coroa da ItaIia e Vice Consul da Italia no Rio de Janeiro.Medico, diplomado na ItaIia, vindo para 0 Brasil clinicou em Piracicaba antes de seradicar definitivamente no Rio de Janeiro. Foi diretor da Companhia Fia~ao e TecidosSanta Rosa. N. Scario, Comuna de San Giovani Aspiro, Provincia de Salerno. Reinoda Italia. F. Scario, Comuna de San Giovani Aspiro, Provincia de Salerno, Reino daItaIia. c., Valen~a. 05.10.1907, com sua sobrinha,Alzira Adelaide de Castro Pentagna, C. d.

1.2 -Paschoal PentagnaOrdenado padre. em meados do seculo XIX estava no Brasil, estabelecido em Minas Gerais.Residiu inicialmente em Olaria, passando depois a Valen~a, tendo deixado, ao falecer. bensim6veis em ambas as localidades. Promoveu a vinda do irmao e dos sobrinhos da ItaIia.

1.3 -Bras Pentagna, Cc.Anna Bocentina de Castro, filha de Jose Ribeiro de Castro e de Maria Nicezia, pais de:II. I -Ernesto de Castro Pentagna, c.c.

Hortensia Junqueira Garcia, Sem descendencia.II.2 -Francisco de Castro PentagnaII.3 -Urbana de Castro Pentagna, N. Valenc;a. 21.05.1898.

QUATRO ETNIAS NA FUNDA<;AO DE PETRO POLISAFRICANOS,ALEMAES,FRANCESESEPORTUGUESES

Paulo Roberto Martins de Oliveira

Ha algum tempo venho identificandoquem foram os primeiros moradores dePetropolis na epoca da sua fundac,;ao em16/03/1843.

Muitos historiadores e pesquisadoresem artigos public ados em livros emateriais diversos, ora e outra aparecemcom nomes avulsos ou ate comrelac,;6es. Porem, a maioria e depessoas que nao permaneceram emnossa regiao. Uns porque nao seadaptaram e outros que se forampor motivos que ignoramos.Contudo, a maioria dos queficaram podem ser identificadospela descendencia atraves dalocalizac,;ao de diversosdocumentos de suas fanu1ias.

Este breve historico sobre apovoac,;ao e a fundac,;ao dePetropolis inicia-se par urn roteirode acontecimentos a partir de 1830,quando D. Pedro I adquiriu aFazenda do Corrego Seco e emseguida com a presenc,;a doprinci pal responsavel pel afundac,;ao de Petropolis, 0 entaoprimeiro tenente Julio Frederico Koeler,que em 1832, teve 0 primeiro contato coma serra da Estrela para dirigir os trabalhosde reparos necessarios na Estrada"Calc,;ada de Pedras", tendo as obrasiniciadas em agosto do mesmo ano.

Em 10/07/1835 a Provincia do Rio dejaneiro foi dividida em 4 sec,;6esde obraspublic as e Koeler foi nomeado chefe da2a sec,;ao.De imediato ele foi incumbidode executar 0 plano e orc,;amento daconstruc,;ao da ponte sobre 0 Rio ParaIba (ParaIba do SuI - RJ) e das obras que sefaziam necessarias na estrada, desde 0

Porto da Estrela ate 0 Corrego Seco -trabalho concluido em 1840.

A princfpio, os servic,;osde manutenc,;aodas estradas e abertura de novos caminhoseram feitas pelos escravos africanos queeram, geralmente, alugados das fazendasproximas das obras. Porem, era pouco 0

rendimento dos servic,;os,devido a faha deespecializac,;ao destes trabalhadores etambem pel a condic,;aodesumana em queVlVlam.

Neste quadro, que agora apresento, enuma breve digressao, rendo minhashomenagens ao povo africano que porimposic,;ao veio para 0 nosso pais.

Dentre tantos, aponto os que vieram para

a nossa regiao serrana, principalmente os quetrabalhavam forc,;osamente na manutenc,;ao econstruc,;ao das vias de aces so a Petropolis, emobras e em outros mais servic,;os, ou seja, nostrabalhos mais pesados e penosos que Ihes eramsempre destinados para urn progresso que naoIhes condizia.

Quanto a urn melhor reconhecimento dessesafricanos, torna-se quase impossivel identifica-los no ramo familiar, pois, geralmente, seusverdadeiros nomes de origem eram substituidospelos seus senhores que se julgavam seus donos.

Os descendentes dos africanos, que aindaguardam lembranc,;as do passado contadas pelosseus ancestrais, podem, em casos raros, daralgumas informac,;6es genealogicas. Contudo, ediffcil urn estudo pormenorizado, devido ao fatodas fanu1ias serem habitualmente separadas edificilmente 0 reencontro era possivel. Portanto,abstenho-me de indicar os apelidos colhidos nosdocumentos existentes em varios arquivos, pornao serem os verdadeiros nomes que,provavelmente, jamais 0 saberemos.

Vale ressaltar que muitos dos descendentesdos escravos africanos que pertenciam asfazendas da Baixada Fluminense e da Serra daEstrela - alguns que ate trabalharam com Koeler- localizam-se no Morro do Bonfim, antiga rotade fuga dos negros em direc,;aoao Quilombo deMaria Conga, na localidade de Mage.

Em Piedade ainda existe urn tunel escavadopelos escravos com acesso ao Morro de MariaConga e neste morro ha urn cemiterio onde aescrava Maria Conga foi sepultada em 1895.

Considero esta oportunidade como urnmomenta de reflexao para valorizarmos a

contribuic,;ao africana no nosso pais.A partir de 15/0111836, com a

fundac,;ao da Sociedade Promotorade Colonizac,;ao do Rio de Janeiro,chegaram 9 mil colonos portuguesesna Capital da Provincia, sendo 6 mildas Ilhas Ac,;ores. Alguns desses

colonos, sob as ordens deKoeler, foram trabalhar naconstruc,;ao da ponte do RioParaiba e mais tarde naconservac,;ao da EstradaCalc,;adade Pedras na Serra daEstrela. Eram 70 fanu1ias comcerca de 150 pessoas.

Vale ressaltar que muitosdestes acima mencionados,permaneceram proximo a vilade Parafba do SuI, Serra daEstrela e no Corrego Seco.

Entre os ac,;oreanos quechegaram em 1836 queficaram no Corrego Seco ecercanias consegui apurar osseguintes: Antonio Jose deAraujo, Antonio Jose Ferreira,Joao Jose Raposo, Joao LuizBarbosa, Joaquim Manoel

Moreira, Jose Manoel da SilvaAbreu, Jose Maria Pereira da Costa,Manoel Gomes Ferreira, ManoelJose dos Passos, Manoel Jose doRego, Manoel de Oliveira Lima,Manoel dos Santos Costa e Manoelde Souza.

Os trabalhadores coordenados porKoeler, com mao de obra livre eespecializada, eram boas e ostrabalhos eram perfeitos, poremdiante de tantos servic,;os havia anecessidade de mais trabalhadores.

Em 13/11/1837 aportou naGuanabara a barca Justine com 238passageiros germanicos, cujo destinoera a Australia. Desses passageiros,235 ficaram na capital da Provinciado Rio de Janeiro e se cadastraramcomo colonos na SociedadePromotora de Colonizac,;ao.

Em 08/02/1838 Koeler conseguiua autorizac,;ao do Presidente daProvincia, 0 Sr. Paulino de Souza,para contratar 29 fanu1ias do Justine,constando de 32 trabalhadores. Em12 de marc,;o do mesmo anacontratou mais alguns destes colonosque, de imediato, foram trabalhar na

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manuten~ao e conserva~ao da Estrada daEstrela - Cal~ada de Pedras. A principioestes colonos ficaram acomodados nosquarteis da Eibrica de P61vora, ao longoda Estrada da Serra e mais tardeinstalaram-se nas terras da Fazenda doItamarati, as margens do Caminho dosMineiros, entre 0 Alto Quissama e a sededesta fazenda. Esta colonia, a primeira dePetr6polis, teve infcio em abril ou maio,estendendo-se ate 0 mes de outubro de1838, quando chegaram mais alemaes,totalizando-se 51 fal11l1iasformadas por147 pessoas. Destas 51 farnflias acimacitadas, foi possivel, atraves de variosdocumentos e entre estes principalmentepelos livros eclesiasticos de assentamentosde casamentos, batizados e 6bitos damatriz de Nossa Senhora da Piedade deInhomirim, Sant' Anna de Cebolas e 0 livrodos primeiros registros de casamentos daIgreja Luterana de Petr6polis, identificarquase todos estes colonos, conformeseguem relacionados: Peter Heizmann;Andreas Andressin; Balthasar Beiken (ouReiken); Christina Hensken (ou Hensken);Adams Paul (de Altenstad, Hesse); JacobLubad; Catharine Steil (ou Steit); PhilippBIas (ou Plas); Conrad Sattler; PhilippJ.!ill&_)ohann Diedrich; Peter Gross;Joseph Engel; Richerth; Friedrich Arends;J. Muller; E. Muller; E. Huttscher; Retz;Dasen, Hettering (ou Hettensing); Prach;Wiegand; Hieffer; Blanth; ConradLeonard Bittermann (professor dos filhosde colonos); Goldecker; Wilhelm Heiser(de Hanover), casado com CatharineKeller (de Weiler em Wurthenberg), HansFriedrich Detlev Liiltgens (de Kiel),casado com Henriette Christine SophieHorstmann (de Schwochel - Holstein);Peter Weissmann, casado com CatharineStolz; Johann Boeckle (de Standenbuhl,na Bavaria), casado com Marie Klein (deMeisenheim, em Hesse); Zeissig, JosephKlis (ou Kliss), Reter Raiber (ou Reiber),Werker; Johann Georg Fiedler.

Em 1838, conforme deterrnina~ao doPresidente da Provincia, Koeler deu infcioaos estudos de um projeto para aconstru~ao de uma nova estrada, partindodo Porto da Estrela ate 0 Rio Paraibuna.Este projeto com 0 conjunto de 71 mapas,alem de um mapa geral, foi concluido emfins do ana de 1839 e apresentado aAssembleia Fluminense em mar~o de1840.

Em 08/03/1842 Koeler foi dispensadoda chefia da 2° se~ao de obras publicas enesta mesma data foi substituido peloEngenheiro Charles Fellipe Gar~onRivierre.60111843 Rivierre, com 0 projeto

de Koeler e com 55 operarios, deu infcioa constru~ao da nova Estrada da Estrela.Nesta epoca Koeler ja era proprietario daFazenda do Quitandinha e estavaprocessando os pIanos de arrendamentoda Fazenda do C6rrego Seco - para acria~ao de uma colonia germanica e aconstru~ao de um palacio para 0

Imperador - sendo 0 decreto dearrendamento assinado por S.M. 0

Imperador D. Pedro II em 16/0311843 econsiderado como 0 que deu origem afunda~ao de Petr6polis.

Para a constru~ao da nova estrada daEstrela e os trabalhos que seriam iniciadospor Koeler no C6rrego Seco, seriamnecessarios mais trabalhadores e nestaepoca 0 presidente da Provincia ja estavaviabilizando meios de contrata~ao de maiscolonos.

Segundo dados colhidos no Relat6rio daProvincia do Rio de janeiro de 01103/1844, consta que Joao Caldas Viana,presidente da provincia, contratou 59colonos franceses que chegaram em 05/0411843 no Rio de Janeiro e que estesforam para os trabalhos que nesta epocase realizavam no Porto, onde rematava aEstrada Normal da Estrela.

Os colonos franceses acima citados naoficaram apenas nas obras do Porto daEstrela, mas tambem ao longo da EstradaNormal da Serra ate as imedia~6es do RioParaibuna. Vale ressaltar que a maior partedestes colonos debandou-se dos servi~ose foram para as vilas e cidades pr6ximas.Isso ocoma porque alguns tinham offciosque nao se relacionavam com constru~6esde estradas. Porem, os que ficaram nasobras misturaram-se aos demaistrabalhadores.

Conforme pesquisas realizadas noslivros de assentamento eclesiasticos, naslocalidades ja mencionadas, puderelacionar alguns colonos franceses quepermaneceram na Regiao serrana. Erameles: Henrique Celoun; Fran~ois StanilasDemaguri (ferreiro); Julio (ou Tulio)Duriez; Pierre Gervaise Uardineiro);Claude Etienne Henry (trabalhador);Marie Felicite Lombard (cozinheira);Adolphe Pradieu (cozinheiro) e SimonRegnier (trabalhador).

Ainda no final do seu governo (fins de1843 ou infcio de 1844) Caldas Vianacontratou 0 servi~o de 135 a~oreanos.Destes, cerca de 70 se destinaram a Serrada estrela (entre a fabrica de p61vora ePetr6polis) e entre os que consegui apurartemos apenas: Manoel dos Santos; JoseVieira; Manoel Antonio Gon£alves;Manoel Antonio da Costa; Manuel JoseRodrigues; Antonio Rodrigues dos Santos

e Maria Vieira Victorina.Ainda estamos longe de conhecer a

hist6ria completa de todos os quecolaboraram para a existencia dePetr6polis, principalmente peladificuldade de localiza~ao dos inumerosdocumentos dispersos em varios arquivos.Diante de tal vicissitude, muitospetropolitanos perderam 0 contatoascendente com os seus antepassados eprovavelmente jamais saberao de suasorigens.

Bibliografia:-Alguns manuscritos e apontamentos de pesquisas

no IHGB ( Instituto Hist6rico e geograficoBrasileiro) pelo historiador Luiz da Silva Oliveira -membro do IHP (Instituto Hist6rico de Petr6polis)-documentos pertencentes ao arquivo do saudosohistoriador Gustavo Emesto Bauer.

-Revista do IHGB - vol. 322, paginas 5 a 181 -Janeiro/Mar,>o de 1979 "A Estrada da Serra daEstrela e os Colonos Alemaes" - por Jose AntonioSoares de Souza.

-Pesquisas realizadas pelo 0 autor desta materiaem vanos documentos e nos livros eclesiasticos decasamentos, batizados e 6bitos de Mage (Inhomirim)e Cebolas (Inconfidencia) - RJ.; no arquivo hist6ricoda Curia Diocesana de Petropolis - por gentileza deS. Excia. Revrna. 0 Sr. Dom Jose Carlos de LimaVaz, DD. Bispo de Petropolis - RJ.

votos de boas vindas aos novos s6ciosColaboradores do Rio de Janeiro:

• RICARDO TEIXEIRA MENDES

• SONIA MARIA XAVIER DE ARAUJO

ULRICH

• SONIA CERQUEIRA MONTENEGRO

OSORIO DE FREITAS ALVES

Carta :Mensae 73

li'>=-->W··W"W,. >;;,1A INTERNET COMO FONTE DE PESQUISA: RASTREANDO SUA FAMILIA

lOGO Simoes Lopes Fifho

Todos aqueles genealogistas quese dedicam it pesquisa de suaspr6prias fanulias - entendendo por"familia" 0 conjunto dedescendentes de deterrninado casalde antepassados - vem descobrindona Internet uma ferramentaextremamente util e poderosa, cujapotencialidade com certeza aindanao esti totalmente explorada.• SITES DE BUSCA

Ha muitos sites de buscas, dosquais eu destacaria: GO OGLEwww.google.com), ALTAVISTAwww.altavista.com.br ), YAHOOwww.yahoo.com)eRADAR(http://radaruol.uol.com.br). Procurepelos nomes de seus parentes, tentandovarias combinar.;6es possiveis porexemplo "Joao Machado da Silva", ou"Joao" + "Machado da Silva", ou "JoaoMachado" +Silva. Desta forma pode-sedescobrir pessoas das quais voce naoconher.;a necessariamente 0 nomecompleto. Utilize tambem combina<;6esque filtrem melhor as informa<;6es Se 0

hipotetico "Jose Machado da Silva" forde Porto Alegre, pesquise "Joao Machadoda Silva" + "Porto Alegre".

Obviamente quanta mais raros ossobrenomes pesquisados, mais facil seraa pesquisa. E com um pouco de sorte, voceate descobrira outros sites geneal6gicosque pesquisarao partes da mesma fanulia.

Esteja atento para 0 fato das mulheresmudarem de sobrenome ao casarem, assimcomo 0 fato de que ha erros constantes dedigita<;ao. Atraves desta busca vocepodera encontrar as mais diversasreferencias a muitos dos seus parentes, e

ha uma boa chance de descobrir algunsenderer.;os eletr6nicos. Para individuosmais jovens, voce podera encontrar seusnomes em listas nominais de concursosvestibulares. Estas listas nao incluemenderer.;os ou telefones, mas de qualquermodo servem para identificar seus nomescompletos.

Como alguns dos sites sao antigos oudesativados, a inconveniencia e que muitosdos emails ja nao serao mais validos, masvale a pena arriscar. No site de buscaGOOGLE, ha a ferramenta " Em Cache",que permite abrir a pagina original daepoca em que foi registrada. Algunspaginas tem atualiza<;6es dianas, e os sitesde busca muitas vezes regis tram apenas aversao mais antiga. Mas a ferramente"Chache" perrnite ver estas paginas.• CATA.LOGOS TELEFONICOS

ON-LINEo site da Telelistas (www.telelistas.net

possui catalogos de todos os estados do

Brasil. La, voce encontrara dadosatualizados sobre endere<;os etelefones, contatanto as pessoas damaneira que achar mais viavel..ICQ

Aqueles que utilizam programaICQ para conversar com outraspessoas, podem utilizar a op<;ao"Find Users" para procurar emails deoutras pessoas, uma busca por nomee sobrenome. Esta busca tera 0

mesmo problema dos sites de busca:muitos emails ja nao serao ativos .• MONTE UMA PA.GINA NAWEB

A partir do momenta que voce jajuntou informa<;6es suficientes sobre

sua fanulia, construa um site. Facilitara aqualquer parente encontra-Io. Ha muitossites gratuitos, como 0 KIT.NET, HPG,GEOCITIES. Inscreva seu site na maiorquantidade possivel de sites de busca. E amelhor maneira de tornar sua pesquisadisponlvel mesmo a parentes que voce naoconhece. Atraves de meu site, ja fuicontato por muitos parentes que naoconhecia e que me forneceraminforma<;6es muito valiosas.• CONSIGA CONTATOS

INTERESSADOSo fundamental para 0 levantamento da

descendencia de deterrninado ancestral eespalhar "informantes" pelos diversosramos da familia. Se conseguir umaquantidade de parentes colaboradores,voce conseguira atualiza<;6es e corre<;6esfreqiientes dos diversos troncosfamiliares. A pesquisa de Descendencia e

um trabalho viltualmente ilimitado.

• Bezerra Neto, Eduardo de Castro - OsBezerra de Menezes do Riacho do Sangue

R$ 30,00• ALENCAR, Adauto -Roteiro Geneal6gicode Mato Grosso Vol. I e II, cada 20,00• BASTOS, Wilson de Lima - A Fazenda daBorda de Campo e 0 Inconfidente JoseAires Gomes 20,00

FRANCISCO BAPTISTA DE OLIVEIRA -sua Vida, sua Obra e sua Descendencia

20,00• CBG - Bibliografia Preliminar sobreGenealogia 40,00

• Rheingantz, Carlos G. - Familias Primeirasde Bage - Fasciculos I e II

cada R$ 20,00• BREVES, Padre Renata - Santana do Piraie a sua Historia 25,00• FERREIRA, Ottoni Barbosa - OsOttoni, Descendentes e Colaterais 30,00• MIRANDA, Victorino Chermont de -Iconografia e B. dos Titulares doImperio V Letras I e J 20,00• LA CERDA NETO, Artur VirmondUrn Italiano em Curitiba 5,00

• Gardel, Luiz D. - Les ArmesEclesiastiques au Bresil R$ 30,00

• OLIVEIRA, Betty Antunes - NorthAmerican Irnigration to Brazil 20,00• RIBEIRO, Paulo Fernandes Telles eLINHARES, Eliana - ComendadorGuilherme Telles Ribeiro 35,00

Pedidos para 0 CBG. acompanhado de chequecruzado e nominal ao Instituto Hist6rico eGeografico Brasileiro no valor. acrescido de R$ 5.00por volume.

A Diretoria em nome de todo 0 QuadroSociallamenta 0 passamento dos sociosabaixo e apresenta 0 sentido pezar aosfamiliares:

VALENTIM BAHILIO QUADRADODurante 0 ana de 2002 faleceu em BeloHorizonte-MG.

em GUIMARAES

Nasceu em 14-06-1924 em Ribeirao Preto SPe faleceu a 19-10-2003 as 14:00 horas na

A Biblioteca agradece as seguintes obrasrecebidas como doaitao:• "SANTA CATARINA, Instituto Historicoe Geognifico de. Boletirn. Florianopolis: a.VI,n.68, novembro 2003."• "FUNDA<;Ao CULTURAL DEBLUMENAU. Blumenau em cadernos - XLIV,9 / 10. Blumenau: Cultura em Movimento,setembro / outubro 2003."• "MILLEO, Marcelo Zanello. Fundaitao eEvoluitao de Piraf do Sui - PRo Piraf do SuI:JURUA, 2002. 170 p." -Doaitao de RicardoMartins Szesz Filho.• "OSORIO, Amilcar Montenegro / ALVES,Sonita Cerqueira Montenegro Osorio deFreitas. Marques da Vila Real da Praia Grande

cidade de Sao Paulo.Medico pela Escola Paulista de Medicina,

S ao Paulo em 1949.Pos graduado em Administraitao Hospitalar,doutor e livre docente em Saude PUblica pel aFaculdade de Saude Publica da Universidadede Sao Paulo e professor titular deAdministraitao Hospitalar. Membro emerito doColegio Brasileiro de Cirugi6es e membrojubilado do "American College of HealthcareExecutives, EUA", entre outros tftulos

Caetano Pinto de Miranda Montenegro (I ° donome): ascendentes, descendentes e historia-Portugal e Brasil. Rio de Janeiro: ed.autar,2003.470 p." - Doaitao da autora• "BARRETO, Ruy. Os sinos de Sao Joao -A vida e os tempos de Raphael Barreto. Riode Janeiro: Mabuys, 2003. 180 p." - Doaitaodo autor." RAMOS, Adauto. Candido de FranitaRamos - <Meu Pai. Joao Pessoa: Ed.autor,2003. 80 p." - Doac;ao do autor• De D.FRIEDA WOLF, socia titular - ofertado n° I (impresso) da NetJudaica (netjudaica.com.br), com 0 artigo de gene alogia "Quemfoi Egon Wolf?"

medicos.Socio do Colegio Brasileiro de Genealogia

- CBG no Rio de Janeiro RJ. Foi socio-fundador da Associaitao Brasileira dePesquisadores de Historia e Genealogia,deixando diversos trabalhos publicados.

Filho do dr. Heraclito Roxo Guimaraes e ded. Eldina Senna Guimaraes, era casado com d.Inah Meirelles Faria Guimaraes, sua prima.° corpo foi trasladado para oCrematorio deVila Alpina.

De Armando Alexandre dos Santos, nossosocio colaborador, recebemos convite para 0

lanc;amento de "Dicionario Sefaradi deSobrenomes", de Ana Rosa CampagnanoGorla, Guilherme Faiguenboim, PauloValadares e a Editora Fraiha, no dia 15 dedezembro, na Livraria Cultura, em Sao Paulo,SP.

REMETENTEColegio Bras.GenealogiaAv. Augusto Severo, 8 - 12°

20021-040-Rio de Janeiro-RJ

DESTINATARIO

IMPREssa