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Luciana Paivaeditora

Carta ao Leitor

A largada da safra 2008/2009 deu-se em clima de fortes emoções. A agitação dos preços das commodities deixou o mercado nervoso, o que na opinião do executivo Eduardo Farias (o entrevistado dessa edição), é sinal de oportunidade. A opinião é compartilhada por outro executivo, Fernando Perri, Usina Campestre. “O ano será de oportunidades”, disse-me Perri. Já o empresário José Pessoa de Queiroz Bisneto, da CBAA, confidenciou-me que o ano será “engraçado”, traduzindo: o sobe e desce dos preços fará a alegria de uns e a tristeza de outros. A CanaMix se propõe a ajudar os executivos do setor a conquistar um lugar no time dos que ficarão felizes em 2008, pelo menos já estamos ajudando o pessoal a relaxar, até mesmo quando são procurados para dar entrevista. O executivo Carlos Liboni, da Smar, ficou animado quando liguei para falar a respeito de uma de suas paixões, o futebol. “Quer dizer que não é aquelas perguntas cansativas sobre o setor?”, admirou-se. “Gostei, é diferente”, disse Liboni.O trader Luis Silvestre também ficou espantado quando falei sobre gastronomia: “Não é pergunta de mercado de açúcar? Que ótimo”, declarou. A CanaMix já está até mudando a rotina de Carminha Ruete, nossa colunista de moda. Ela me contou que os amigos querem saber o que devem fazer para aparecer na lista dos mais elegantes.E tem até executivo ligando para a Carminha para saber com que roupa vai à festa. “Sou muito amigo da Carminha e quando li a matéria Estilo, onde ela vai falar sobre moda, liguei para brincar com ela e dar os parabéns. Muito boa à idéia de produzir um veículo de comunicação mais solto. O setor estava precisando”, comentou Roberto Malzoni Filho, diretor da Usina Santa Fé.Se depender da CanaMix o ano terá muitas emoções, mas todas de excelente qualidade.

Muitas emoções!!!ExpedienteDiretoriaPlínio Césarplí[email protected] [email protected]

RedaçãoEditora ChefeLuciana Rodrigues [email protected][email protected]ívea NoriegaMtb.19.291ní[email protected]

Editor GráficoJoão Domingos Lançajoã[email protected]

Arte/WebCaio [email protected]

Gerentes de NegóciosLuís [email protected] [email protected] [email protected]

AdministrativoVanessa [email protected] [email protected]

CanamixPeriodicidade mensal, tiragem 10 mil exemplares.Impressão e circulação auditadas pelaBLB Auditores Independentes.Publicação da PC & BaldanConsultoria e Marketing LTDA.Tel./Fax: 55 -16. 3620 0555 / 3234 0377Av. Independência, 3262Cep: 14025-230 Ribeirão Preto-SP

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SUMÁRIO

Economia: As estratégias pernambucanas para continuar no jogo

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A Petrobras quer ser parceira do setor

Carta ao Leitor

Entrevista: Eduardo Farias - presidente do grupo Antônio Farias

Negócio Sustentável: Bem-estar no campo

Jogo Rápido: “Araçatuba já é a capital mundial sucroalcooleira”

Investimento: O apetite é o mesmo

Matéria de Capa: Contradição mineira - governador Aécio Neves

Gestão Sucroalcooleira: Avanços tecnológicos versus atraso gerencial

Mercado O Brasil dá as cartas9 14Negócio

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Pré-Show Mais luz na co-geração

3236384058626466

Estilo: Ternos & Cia - Carminha Ruete

Eventos: Exposição de tecnologia

Eventos: O parque dos CanaSauros

Eventos: A semana da cana em Araçatuba

Sonho de Consumo: Finos, leves e eficientes

Qualidade de Vida: Barriguinha teimosa

Bom Apetite: Fácil rápido e gostoso

48 52Eventos Tecnologia

Exclusiva: Jornalista da CanaMix salva o presidente da Clealco

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O CEO do grupoAntonio Farias defende a isonomia tributária para o álcool, questiona a não-liberação da cana transgênicae gosta de viverfortes emoções

Eduardo Farias, presidente do grupo pernambucano Antonio Farias, gosta de viver fortes emoções. Nas horas de

folga se diverte ao volante de seu kart, tem até uma equipe, a Ecoçúcar que participa do campeonato goiano de kartismo. É lazer, mas também um teste que envolve estratégia, arrojo, sangue-frio, sagacidade, sabedoria e decisão, tudo acionado em segundos, um erro pode custar a vitória ou até mesmo a continuidade na corrida. Emoções não muito diferentes das

Luciana Paiva

Eduardo Farias

“Nossa bandeira deve ser a isonomia tributária”

“O mercado interno é precioso.Precisamos cultivá-lo.Oferecer o atendimento que se espera de umaempresa fornecedora”

proporcionadas pelo mundo dos negócios. “O rally dos preços das commodities nestes últimos meses está empolgante”, declara o presidente de um dos grupos nacionais que apresenta mais fôlego nesta fase de globalização do setor sucroalcooleiro. Formado em economia e administração de empresas, Eduardo está à frente do grupo há mais de 30 anos. Seu estilo de gestão é marcado pela diversificação dos negócios:agropecuária, fruticultura, concessionárias de veículos, ecoturismo e preservação

ambiental. É também um expansionista, o grupo possui dez unidades sucroalcooleiras (quatro em instalação), distribuídas em cinco estados. A previsão total de moagem para a safra 2008/09 é de 10,6 milhões de toneladas de cana, para 2010 são esperados 16 milhões de toneladas. Gostar de fortes emoções não significa viver perigosamente, por isso Eduardo mescla ousadia e planejamento para que o grupo se adapte à realidade da economia globalizada e aproveite as oportunidades oferecidas pelo

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“canetada” podem aumentar o consumo de álcool hidratado em 7 bilhões de litros. Junte o consumo de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Santa Catarina, basta reduzir a alíquota do ICMS. Veja a contradição que acontece em Minas Gerais, o segundo maior produtor de cana é o último em consumo. Por esse motivo chamamos Minas, carinhosamente, por Frankenstein do setor. E o Rio de Janeiro já tem os royaltees do petróleo, que são muitos. Se desonerar o álcool deixará o setor de cana fluminense mais competitivo. Depois de muita luta conseguimos que o Distrito Federal sinalize a redução de alíquota, o que representa muito para os

mercado. O resultado tem dado certo, tanto que, neste momento de concentração no setor o grupo Antonio Farias se apresenta como um comprador de usinas. Conversei com Eduardo antes de sua palestra no evento Sugar and Ethanol Brazil 2008, promovido pela F.O.Lichts, neste mês de março em São Paulo, foram apenas alguns minutos, mas com informações relevantes e posições inteligentes. Confira:

CanaMix – Como analisa o atual momento do setor sucroalcooleiro?Eduardo – Já esperávamos essa queda de preços vivida atualmente pelo setor. Os preços das commodities sempre são cíclicos, apresentam grandes oscilações e qualquer grupo empresarial deve estar preparado para mudanças. É preciso ter poder de análise, não se deixar levar pela euforia, detectar circunstâncias e se precaver de períodos difíceis. Quem consegue minimizar os danos em épocas de preços baixos pode até conseguir uma posição vantajosa no mercado desfavorável. Mercado nervoso é mercado de oportunidade, é para quem tem conhecimento. É preciso ficar atento a tudo, acompanhamos o câmbio e fazemos projeções da cotação do dólar para o futuro, travamos o dólar a R$1,78. Começamos o ano com 60% de nossa produção de açúcar fixada. E estamos participando desse rally que o mercado está proporcionando, quando o açúcar entra em queda, entramos comprando, quando em alta, vendemos.CanaMix – E as perspectivas para o ano de 2008?Eduardo – O ano não será um mar de rosas. A oferta está chegando junto com a demanda. O feeling de nosso grupo é que haverá uma janela favorável de exportação para os Estados Unidos, mas o nosso grande mercado é o interno. Por isso, precisamos cultivá-lo e cuidar muito bem dele. Fazer o que se espera de uma empresa fornecedora. E a nossa grande bandeira para 2008 deve ser a isonomia tributária. Cinco governadores, apenas com uma

de três grupos privados interessados em realizar a construção, queremos saber se a Petrobras vai mesmo fazer isso, caso contrário, nos informe para que toquemos as obras.CanaMix – Por falar em Petrobras, a empresa anunciou que investirá na produção de álcool em Pernambuco, o seu estado.Eduardo – Sim, será na área do Canal do Sertão. Participei do encontro que o governador de Pernambuco Eduardo Campos teve com a Petrobras e o grupo japonês Toshi para viabilização do projeto. O Canal do Sertão não é uma invenção, vamos copiar exatamente o modelo da Agrovale que irriga sua produção com as águas do São Francisco. Já nos inscrevemos para instalar uma unidade na região. Pernambuco tem uma facilidade logística e portuária fantástica e vai melhorar, fazemos parte do consórcio que construirá o terminal híbrido de açúcar em Suape, tanto para açúcar a granel como em sacas. CanaMix – Quais os motivos que o levaram a investir no estado do Acre?Eduardo – A Álcool Verde, começa a moer este ano, a expectativa de moagem é de 1,5 milhão de toneladas. É a primeira das três unidades que vamos instalar no Acre. Quando decidimos incorporar essa unidade enxergamos o que poucos viram: uma região escassa de produto, e por estarmos mais próximos a redução no frete será de R$0,30 a R$0,32 por quilômetro. Além disso, futuramente, vamos utilizar a ligação do Brasil com o Oceano Pacífico, por meio da rodovia que vem sendo construída entre o Acre e o Peru - a Interoceânica Sul -, para exportar álcool aos países da Ásia, principalmente o Japão. A rodovia passa na porta de nossa unidade e ganharemos de 15 a 17 dias no frete em relação aos concorrentes. Hoje, a logística de distribuição é um diferencial para se manter competitivo no mercado. A Álcool Verde é a maior empregadora da cidade de Capixaba e desenvolve também seu lado ambiental, vai co-gerar energia e fornecer para a região que utiliza diesel para obter

“Cinco governadores, apenas com

uma “canetada” podem aumentar o consumo de álcool

hidratado em 7 bilhões de litros”

produtores de álcool de Goiás. CanaMix – O grupo já conta com seis unidades em Goiás. E o senhor já está sendo chamado de o “Rei da Cana” no estado.Eduardo – Não, nada desse negócio de rei da cana... (risos). Realmente, fomos os primeiros a investir em Goiás. Percebemos as boas chances, muita terra e de boa qualidade, mercado consumidor, topografia plana. Vimos que não estávamos errados e ampliamos os investimentos. Mas com a expansão e visando o mercado externo para o álcool, investir em logística será fundamental para aquela região, construir estradas, ramais de ferrovias e o alcoolduto. Este último não é obra do governo, mas

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Eduardo – Elogio o trabalho que a Unica e seu presidente Marcos Jank vêm realizando, abrindo escritórios de representação em pontos estratégicos do mundo, e a interlocução com produtores e governo. O que pretendemos é que o etanol deixe de ser visto como uma opção tupiniquim ou uma coqueluche americana e passe a ser uma saída de sobrevivência ao petróleo. O Japão em relação ao álcool é sempre uma promessa, promessa... Lá há uma briga entre duas tradings para decidir quem vai dominar o negócio, devem chegar a uma parceria, mas a decisão segue a ritmo lento. O que o Japão faz, a Coréia copia e a China quando pode faz igual. A Índia é uma incógnita, sua desorganização afeta a cadeia produtiva do mundo, mas é concreta a informação de que vai utilizar etanol. O mercado asiático virá, mas precisamos respeitar o ritmo dos orientais. Também devemos estimular a produção de álcool em outros países. Por mais dificuldades que tenhamos para abrir mercado, estamos famintos por eles. Esse

energia elétrica. Vamos co-gerar o ano todo, na entressafra utilizaremos as aparas de madeira, um resíduo que tem provocado problemas ambientais na região. CanaMix – Como o senhor olha a entrada dos Estados Unidos nas pesquisas para o desenvolvimento do etanol celulósico?Eduardo – Eles estão certos, é por meio de investimentos em pesquisa e tecnologia que aumentamos a competitividade. Estão investindo US$ 1,5 bilhão ao ano em pesquisas. Vai ser muito difícil competir. E as autoridades brasileiras não ajudam, pois temos cerca de oito cultivares de cana transgênica, um patrimônio desenvolvido por nossos cientistas, que vai possibilitar maior competitividade, produzir mais em menor área, e o Ministério do Meio Ambiente não libera. Não sei por que. Já que é para a produção de álcool combustível, não é alimento. Outra pesquisa que cinco grupos, entre eles o nosso, estão interessados em investir é na tecnologia que permite os motores ciclo-oto que consomem GNV

“Não sei por que razão o ministério do Meio Ambiente

não libera nossos cultivares

de cana transgênicas”

ou diesel passarem a utilizar uma mistura composta de 85% de etanol e 15 de diesel, com perda de capacidade de 2 a 3% em eficiência. Essa tecnologia vai atender as frotas das usinas e representaria um

consumo de 3 bilhões de litros de álcool. Mais uma opção para equilibrar o mercado de álcool.CanaMix – E quais as oportunidades no mercado externo?

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Há vários anos, a produção de cana no Brasil e o consumo interno de álcool coordenam o mercado mundial

de açúcar. Mas, durante a conferência F.O. Lichts - 4th Sugar and Ethanol Brazil, realizada no início deste mês de março na capital paulista, foi possível conferir também a influência mundial do Brasil em relação à energia renovável. A presença de estrangeiros no evento foi quase maioria. Nervosos com as reviravoltas no mundo das commodities, os executivos (muitos eram de tradings e fundo de investidores) dividiam a atenção entre as palestras proferidas por especialistas do setor, e as telas das bolsas de mercadorias exibidas em seus notebooks. Os temas sobre álcool de celulose, tecnologia da gaseificação de bagaço e cultivo transgênico interessavam, mas a platéia queria mesmo saber sobre os números da safra brasileira, o ritmo dos investimentos de novos projetos e como será o mercado mundial para o etanol. A projeção segundo a Datagro – a safra já começou no Centro-Sul, e a Unica – União da Indústria da Cana-de-Açúcar – ainda não divulgou sua expectativa. Durante a conferência da F.O Lichts foi o consultor Plínio Nastari, presidente da Datagro quem apresentou suas estimativas. De acordo com as previsões da Datagro, a colheita da safra 2008/09 deverá ser de 532,5 milhões de toneladas, um crescimento de 9,7% sobre o ciclo anterior (485,5 milhões de toneladas). O consultor explicou que a expansão reflete os investimentos em novos projetos de usinas no País. Afirma ainda que a nova safra será alcooleira, o mix de produção nacional deverá ficar em 55,9% para o álcool, ante os 54% do ciclo 2006/07, e do Centro-Sul, representante de

O Brasil dá as cartasExecutivos internacionais estão cada vez mais interessados em informações sobre a indústria sucroalcooleira brasileira e o seu mercado doméstico e internacional

85% da produção nacional, 57,4% da cana-de-açúcar se destinará ao etanol e 43,2% ao açúcar. Nastari comentou que a menor renda do setor em 2007, e o aumento dos custos de produção levaram várias unidades a não renovar os canaviais, porém, a área reduzida de renovação não tem reflexos na safra atual, vai impactar a safra de 2009 e poderá equilibrar o mercado.O mercado mundial de etanol – Christopher Berg, diretor da consultoria alemã F.O.Licht, promotora do evento, informou que a produção mundial de álcool nesta próxima safra está prevista entre 70 a 75 bilhões de litros, com um consumo global de 60 a 62 bilhões de litros. O Brasil deverá exportar 4 bilhões de litros, alta de 14,2% sobre o ciclo anterior. Deste total, metade deverá ser embarcado para os EUA. A União Européia comprará cerca de 1,2 bilhão de litros. Para o mercado global de açúcar, que cresce 3% ao ano, as consultorias não prevêem surpresas. Atualmente, os preços estão firmes, impulsionados por movimentos de fundos nas bolsas. Mercado interno e janela nos Estados Unidos – consultores, traders e executivos sucralcooleiros foram unânimes ao

apontar o mercado interno como o grande trunfo do setor em 2008, podendo surgir uma janela no mercado americano. “A demanda e o consumo de etanol nos Estados Unidos estão muito próximos, qualquer problema climático pode reduzir a produção”, espera Fernando Perri, CEO da Usina Campestre e um dos palestrantes da conferência. Enquanto a janela não se abre nos Estados Unidos, por aqui os veículos flex vão fazendo a sua parte. A Petrobras anunciou que neste mês de abril o consumo de álcool passará o da gasolina o que não acontece no País desde o auge do Proálcool. O diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que o aumento do consumo do álcool em razão do incremento nas vendas do carro flex é inexorável, e sem retorno, frente à possibilidade de escolha que o consumidor faz na bomba, a opção é dele. “Isto está nos levando ao aumento da exportação de gasolina”. De acordo com informações da ANP, em janeiro de 2007 foram consumidos no país 1,5 bilhão de litros de gasolina e 1,1 bilhão de litros de álcool (anidro e hidratado). Em janeiro último, a diferença era de apenas 49 milhões. . E a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) também divulgou que as vendas de automóveis e veículos comerciais leves chegaram a 220.991 unidades em março, superando o mês anterior em 15,65% e o mesmo mês de 2007 em 20,24%. Os veículos flex representaram 86,88% desses veículos. A Fenabrave projeta o emplacamento de 5.063.421 unidades até o final do ano - um novo recorde do setor.

Cada vez mais os eventos sobre o mercado sucroalcooleio atraem a atenção dos estrangeiros

Nastari: “as áreas de não renovação vão impactar a safra 2009”

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Jorge Maluly Neto nasceu na cidade paulista de Fartura, em 1931. Em 1951, quando ainda cursava medicina

no Rio de Janeiro, sua família atravessava sérias dificuldades financeiras, e chegou a interromper a faculdade para voltar ao trabalho e ajudar nas despesas. A convite do colega de faculdade, José Carlos Faria, foi passar uns dias na fazenda dos seus pais na cidade de Mirandópolis, no Noroeste Paulista. Ao passar por Araçatuba, na época com 59 mil habitantes, Maluly confessa ter tido “uma doce sensação”. Na fazenda conheceu a irmã de José Carlos, Therezinha. E também recebeu o conselho de Oswaldo Brandy de Faria, pai de seu amigo, para voltar à faculdade, pois era lá que encontraria a corda para salvar seus pais e consolidar sua vida. Foi o que fez, retornou à faculdade, agitou como líder estudantil e formou-se médico. Em 1957, voltou a Mirandópolis, assumiu o posto de cirurgião no hospital da cidade, casou-se com Therezinha, entrou para a vida pública – é o único político do país com 12 mandatos consecutivos – e até foi dono de usina, a Altamira. Atualmente, exerce

“Araçatuba já é a capital mundial sucroalcooleira”Maluly Netto, prefeito de Araçatuba, incentiva a expansão da agroindústria na região e diz que o principal atrativo da cidade é sua infra-estrutura

seu segundo mandato como prefeito de Araçatuba e durante a Feicana recebeu-nos para esta entrevista.CanaMix – Quais os motivos que levam o senhor a ser um incentivador da expansão canavieira na região de Araçatuba?Maluly – Desde a época do Proálcool acreditei se tratar de um produto fantástico. O ex-presidente norte-americano Bill Clinton disse ao Fernando Henrique Cardoso, ‘cuide bem do programa de álcool, que ele vai salvar o Brasil’. Ele está certo. A cana-de-açúcar trouxe para a região desenvolvimento, geração de renda, melhoria de vida. Há 30 projetos em execução no Noroeste Paulista. E Araçatuba é o centro de referência da região. A cana não traz só as usinas, mas também as empresas fornecedoras. Já recebemos 40 empresas ligadas ao setor, só em 2007 foram 20 mil novos empregos e R$ 180 milhões em investimentos.CanaMix – E o que Araçatuba tem feito para se tornar a nova capital mundial sucroalcooleira?Maluly – Se tornar não, já é a capital mundial sucroalcooleira. A região Noroeste

de São Paulo tem 82 usinas sucroalcooleiras, fechou 2007 com 125 milhões de toneladas processadas. E em 2008, 13 novas unidades devem entrar em operação, ultrapassamos o Nordeste Paulista. Pratico uma política de incentivos fiscais, o ISS cobrado é de 2%, e criamos setores industriais com toda infra-estrutura. No entanto, o maior atrativo é a própria Araçatuba, uma cidade às margens da rodovia Marechal Rondon, com 100% de esgoto tratado, água encanada, coleta de lixo, inclusive, temos usina de reciclagem. hospital público, postos de saúde, remédio gratuito, escolas municipais de excelente nível e várias opções de lazer. CanaMix – Em Ribeirão Preto o setor sofre grande rejeição por parte da população, principalmente quanto à queima da cana, como é em Araçatuba?Maluly – Aqui, não temos um Promotor (Marcelo Goulart) que odeia a cana como Ribeirão Preto tem.Então aqui não há rejeição. Mas claro que trabalhamos em parceria com o setor para o desenvolvimento de práticas sociais e ambientais responsáveis, mas tudo por meio do diálogo, sem radicalismos.

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Os baixos preços dos produtos canavieiros em 2007 provocaram casos de não renovação nas áreas de cana, postergação de projetos de novas unidades e até aborto de outros. Enquanto isso, a Clean Energy Brasil (CEB) anunciou em dezembro passado, a captação de 20,8 milhões de libras esterlinas, por meio de a emissão de 21,9 milhões de ações ordinárias na Bolsa de Londres. O montante representa mais de US$ 40 milhões que serão integralmente aplicados em usinas brasileiras. Sinal de que este grupo de investidores não se deixou levar pelo clima de pessimismo. Marcelo Diniz Junqueira, diretor executivo da CEB, explica que o mercado sucroalcooleiro tem uma característica muito

particular, que é ser de longo prazo, já que uma usina leva no mínimo cinco anos para operar com capacidade plena de moagem. Ou seja, qualquer plano de investimento de novas usinas mira um mercado futuro e os investidores que decidem apostar nesse segmento têm isso muito claro. Por outro lado, existem usinas em operação plena, mas que muitas vezes estão com sua produção negociada previamente, o que reforça essa característica de mercado futuro. Por conta disso, as decisões de investimento não estão atreladas a situações momentâneas, como a queda dos preços de uma determinada safra, conforme ocorreu em

2007. A redução nos preços, diz Marcelo, deveu-se em grande parte, da atuação da Índia que gerou um grande estoque excedente de açúcar para exportação decorrente de uma política interna e pontual de incentivos implantada pelo governo. “O que importa é a demanda futura de açúcar, etanol e a capacidade do Brasil em se manter como principal exportador mundial desses dois produtos”, salienta. A rejeição mundial ao etanol é pouco provável – “Fazendo uma análise fria, o próprio mercado interno de carros flex já justifica os investimentos”, afirma o diretor da CEB. Em 2007, a produção e venda de

automóveis no Brasil foi recorde segundo a Anfavea e a Fenabrave. Foram 2,97 milhões de unidades produzidas, sendo que 86% desses carros saíram das fábricas aptos a consumir o etanol como combustível. “Em suma, se no pior dos cenários as portas do mercado mundial não se abrirem para o etanol o mundo continuará consumindo açúcar e apenas os carros flex do Brasil já serão responsáveis por absorver a produção de álcool” analisa Marcelo, ressaltando que essa rejeição mundial ao etanol é pouco provável, já que o petróleo é uma fonte esgotável de energia e extremamente poluente, o que vai contra todas as tendências de preocupação com o meio ambiente e sustentabilidade. Tirando a euforia natural que ocorre em qualquer mercado com superexposição, Marcelo acredita sim que os investimentos vão continuar, mas haverá um filtro entre os gestores de capital que apresentam planos consistentes e aqueles que estão seguindo um modismo sem saber ao certo por que. O que atrai os investidores – atrair investidores e com isso, obter capital para crescer e garantir uma fatia no mercado de bioenegia tem sido uma das opções das empresas sucroalcooleiras. Segundo Junqueira, os principais requisitos que atraem os investidores certamente é a credibilidade na gestão profissional do negócio, incluindo aí transparência, governança corporativa, processos bem-definidos e metas estabelecidas a médio e longo prazo para retorno sobre o investimento. “Obviamente as vantagens do Brasil neste setor têm atraído muitos investidores, mas ninguém aportará capital sem a garantia de que haverá uma

O apetite é o mesmoOs investimentos da Clean Energy Brasilna agroindústria canavieira continuarão em alta em 2008

Marcelo Junqueira:“o mercado interno de carros flex já justifica os investimentos”

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boa administração e, consequentemente, retorno sobre o capital aplicado”. A morosidade nos investimentos de logística no País não preocupa a CEB, Marcelo ressalta que a logística é fundamental para o sucesso do álcool como combustível global. Não somente a logística de exportação, da mesma forma a logística de distribuição nos países importadores. No entanto, todo o investimento em logística,

seja ele feito por empresas estatais tipo a Petrobras ou empresas privadas,

deverá ocorrer no prazo natural que este tipo de investimento ocorre. “Por ser

um investimento de capital intensivo as decisões não são tomadas rapidamente.”A estratégia de parceria continuará – a CEB vive um momento de estruturação dos investimentos realizados ao longo do ano. O mais recente deles foi a aquisição, por US$ 64 milhões, de 33% da holding Unialco MS, que controla a Usina Alcoolvale e um projeto greenfield, ambos em Mato Grosso do Sul. No mesmo Estado mantém um investimento na Usina Pantanal, em Sidrolândia, que deve entrar em operação na safra 2009/2010

Luiz Guilherme Zancaner, presidente da Unialco SA controladora da holding Unialco MS: parceria para crescer mais

com capacidade de moagem de 2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Também investiu na aquisição de 49% das ações da Usina Usaciga, de Cidade Gaúcha (PR), e em outras três unidades situadas em Santa Mônica (PR), Santa Fé (GO) e Eldorado (MS), também como acionista minoritário. Essas usinas já processam juntas, 8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Marcelo afirma que esta estratégia de negócios continuará sendo mantida. “As principais usinas de açúcar e etanol pertencem a famílias tradicionais, que estão neste segmento há muitas gerações e detém um profundo conhecimento do negócio. A Clean Energy Brazil acredita em projetos que têm potencial de crescimento. Por isso além de o aporte de capital, fornecem consultoria de administração e gestão, melhores práticas, e suporte necessário não só para a produção, mas também logística e comercialização”, informa Marcelo concluindo que a expectativa da CEB é elevar a capacidade de moagem para 30 milhões até 2017.

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A novela sobre a participação da Petrobras no negócio do álcool começa a ganhar contornos mais emocionantes. Durante o Simpósio Internacional Datagro/Udop realizado em Araçatuba nos dias 25 e 26 de fevereiro, Luthero Moreira, da gerência de comercialização de álcool e oxigenados da Petrobras, afirmou que “a Petrobras quer ser parceira do setor na missão de transformar o álcool em uma commodity”. Luthero lembrou os 35 anos de “casamento” da estatal com o setor sucroalcooleiro, disse que os momentos mais conturbados dessa relação deveram-se muito ao fato de a Petrobras ser uma empresa de petróleo extremamente conservadora e, por isso, havia muita restrição de se investir em combustíveis renováveis. “Em parte ainda há, mas a realidade mudou, mostra que a direção não está mais apenas para os combustíveis fósseis. Empresas de todo o mundo vem nos procurando para saber mais sobre o álcool, e isso foi um grande estímulo para entrarmos no setor. A Petrobras é a primeira empresa de petróleo no mundo que tem um foco em biocombustível”, conta. A procura por informações parte de países que querem, principalmente, desenvolver sua zona rural por meio da produção de álcool. Luthero explica que, são países produtores de petróleo como a Nigéria ou não-produtores como é o caso da África do Sul. “Eles se inteiraram em relação à renda e empregos gerados no campo pelas empresas da área

“A Petrobras quer ser parceira do setor”A estatal reafirma que o negócio delaé petróleo, que o álcool é umcomplemento, e que se dispõea ser parceira do setorna missão de transformaro álcool em commodity

canavieira e querem reproduzir o modelo em seus países.” O executivo revela que a Petrobras tem sido procurada pelos 30 anos de experiência em logística de abastecimento e a estatal reconhece que o álcool é um sucesso a ser reaplicado em outros países. Produção de álcool para o mercado externo – atualmente, em relação ao álcool o Japão é o grande foco da empresa. Para isso vem sendo criada uma empresa para produção e administração do álcool e que será independente da holding Petrobras. “Não vamos plantar cana, a estatal não será um grande grupo sucroalcooleiro, teremos uma participação acionária minoritária, em torno de 15% em usinas produtoras exclusivamente de álcool e para exportação, nenhuma gota do combustível produzido será negociada no mercado interno”, ressalta

Luthero. A parceria será com empresários brasileiros e sócios estrangeiros. Um projeto da estatal prevê a construção de destilarias, basicamente em Goiás e Minas Gerais. O prazo para a formação dessa empresa, que está sendo apelidada de Biobras, é de no máximo três meses contados a partir deste mês de março. Desde o ano passado, a Petrobras avalia cerca de 40 projetos de novas usinas nessa região para começar a produzir etanol visando à exportação, a princípio para o Japão.A previsão é de quase 5 bilhões de litros a partir de 2012 – contra os 500 milhões de litros previstos para 2008. Juntamente com os contratos para a construção das unidades seriam feitos acordos de longo prazo para compra de combustível no Brasil e a venda ao exterior. Além de o álcool, as destilarias

“O principal negócio da Petrobras continua sendo o petróleo”, afirma Luthero

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cerca de quatro bilhões pelo terminal de Ilha D’ Água, e aproximadamente 8 bilhões litros no terminal de São Sebastião. A construção do alcoolduto, em parceria com a japonesa Mitsui e a empreiteira Camargo Corrêa, começará em 2009 e o início da operação será a partir de 2010.Os alcooldutos à disposição do setor – Gilberto ressaltou que a Petrobras coloca à disposição do mercado esse alcoolduto, na forma de um serviço de transporte, possibilitando assim, a chegada eficiente do etanol aos portos de exportação. “A empresa oferece preços competitivos e eficiência global. Há necessidade de desenvolver soluções logísticas modernas e apropriadas. E o setor pode contar com isso. Se existirem dúvidas sobre esta parceria, elas podem ser dissipadas frente ao trabalho desenvolvido junto aos produtores de álcool em Alagoas, que utilizam nosso terminal, e é um exemplo de sucesso, basta perguntar a eles”, anunciou Gilberto. De acordo com o executivo, a Petrobras deverá operar em estreita cooperação com o setor de álcool, também nas questões de qualificação de mão-de-obra e no desenvolvimento tecnológico, como a produção de etanol pelo processo de lignocelulose, com o objetivo de que o País cada vez aumente mais a sua competitividade no mercado de biocombustíveis.

teriam unidades anexas para a produção de bioeletricidade e biodiesel. Os créditos de carbono também participam dos planos da Petrobras. Luthero salientou a importância de os parceiros terem uma relação aberta e transparente nas questões ambiental, social e trabalhista. E que, a estatal pretende levar desenvolvimento às regiões como o Vale do Jequitinhonha, interior da Bahia e Pernambuco. Também deixou claro que os biocombustíveis são excelentes, mas complementares. “O principal negócio da empresa continua sendo o petróleo e as pessoas não devem se iludir quanto a isso.” Petrobras e Mitsui assinam documentos para constituição de empresa – as ações voltadas para parcerias no negócio do álcool, cada vez aumentam mais. Segundo comunicado da assessoria de imprensa da empresa, no último dia 12 de março, a Petrobras e a Mitsui assinaram documentos constituindo uma empresa no Brasil de investimentos em projetos de bioenergia, principalmente o etanol, visando ao mercado japonês. De acordo com a confirmação da Petrobras, no dia 13, cada empresa terá uma fatia de 50% da Participações Nippo Brasileira em Complexos Bioenergéticos S.A., que também deverá investir em energia elétrica a partir do bagaço de cana. “Sua criação alinha-se ao planejamento estratégico da Petrobras, que prevê ampliar a atuação nos mercados de biocombustíveis, como empresa integrada de energia de referência mundial”, reforçou o comunicado.

Parceria para a construção de alcooldutos – ainda no Simpósio Internacional Datagro/Udop, Gilberto Carvalho, gerente de novos negócios de abastecimento da Petrobras, observou que a estatal quer definitivamente ampliar a atuação no negócio de etanol, participando da cadeia produtiva nacional para o desenvolvimento de mercados internacionais com foco em logística e comercialização. “A Petrobras aprovou a criação de uma empresa tripartite com os sócios privados Mitsui e a Camargo Correa, para a execução das fases do projeto conceitual e básico do alcoolduto a ser construído entre as cidades de Senador Canedo, GO, e Paulínia, SP, além de um segundo trecho interligando a Hidrovia Tietê-Paraná ao terminal de Paulínia”, disse Gilberto. A execução deste projeto ficará sob responsabilidade da Petrobras. Esse alcoolduto faz parte do corredor de exportação de etanol que começa no terminal de Senador Canedo, passa por Uberaba, MG, pelas cidades paulistas de Ribeirão Preto, Paulínia e Guararema. Do terminal de Guararema o alcoolduto segue para o terminal de São Sebastião e por um ramal é interligado ao terminal de Ilha D’ Água, RJ, que passará a ser exclusivo de álcool. No seu tronco principal, entre Paulínia e Guararema, o alcoolduto terá a capacidade de escoar até 12 bilhões de litros de etanol por ano, sendo

“O alcoolduto terá preços competitivos”, afirma Carvalho

Imagem dos trajetos dos alcooldutos programados pela Petrobras

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Mineira

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Neste mês de abril, o consumo de álcool no País ultrapassará o da gasolina. Mas se dependesse de Minas Gerais, isso não aconteceria. Pois a alta tributação de 25% do ICMS no álcool hidratado reduz a diferença entre o valor do álcool com a gasolina. Sem vantagens, o consumidor opta pela gasolina, e a conseqüência disso é a posição derradeira que Minas Gerais apresenta no consumo de álcool combustível no País.Por outro lado, o estado mineiro caminha firme para ocupar a segunda colocação de maior produtor de cana, só perdendo para São Paulo. A safra mineira 2007/08 alcançou os 35,571 milhões de toneladas. Segundo Luís Custódio Cotta Martins, presidente do Siamg/Sindaçúcar-MG, nos últimos cinco anos a produção de cana tem crescido a uma média de 18,9%, superior à média nacional que nos mesmo cinco anos alcançou 7,67%.Cotta Martins é ferrenho defensor da equalização tributária em todos os estados para garantir maior competitividade aos produtos. Diz que Minas Gerais deveria reduzir a alíquota de ICMS do álcool hidratado para aproveitar o boom dos carros flex e garantir o escoamento da produção. “São Paulo baixou sua alíquota de 25% para 12% e houve um crescimento de 50% do consumo em 2006 comparado a 2005. Goiás reduziu de 25% para 15% e o consumo cresceu 58%, também comparando 2005/06. Já Minas, no

Minas Gerais caminha para ser o segundo maior produtor de cana, no entanto, figura entre os últimos em consumo de álcool. O governador Aécio Neves não acena reduzir o ICMS de 25%

mesmo período, apresentou queda de 7% no consumo”, declara Cotta Martins. Hoje a região Centro-Sul convive com cerca de sete diferentes alíquotas de ICMS. Sem sinal de redução – nossa reportagem procurou o governo mineiro para saber se há alguma disposição para essa redução na bomba. A resposta da Secretaria de Estado da Fazenda foi que, de acordo com a Lei nº. 17247, de dezembro de 2007, o ICMS aplicado sobre o álcool combustível na operação usina/distribuidor foi reduzido de 25% para 12%, atendendo antiga reivindicação do setor produtivo e igualando o tratamento tributário ao de outros estados.

”São Paulo reduziu a alíquota de 25% para 12% e teve um aumento no consumo de 50%, enquanto isso, Minas teve uma redução de 7%”, diz Cotta Martins

Já na bomba, para o consumidor final permanecem os 25%. Para Cotta Martins a redução do ICMS do álcool na produção é um passo inicial importante, porque vai estimular as distribuidoras a comprarem mais álcool das indústrias mineiras. Mas o setor continuará solicitando alíquotas mais baixas em toda a cadeia, para que haja redução de preços ao consumidor e aumento do consumo no estado. Empresários sucroalcooleiros, que preferiram não se identificar, disseram à nossa reportagem que, em conversas informais com Aécio Neves, ele disse que não vai reduzir a alíquota, ‘mesmo com

25% está chovendo pedidos para novas instalações em Minas, disse o governador, que depois pediu para mudar de assunto.Mas durante sua participação no Fórum de Desenvolvimento Sustentável, ocorrido em Nova York,

Contradição

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Aécio Neves durante encontro com dirigentes da empresa Dow Chemical e da brasileira Crystalsev, que investem em Minas

em 2007, Aécio disse em seu discurso que Minas Gerais está construindo um centro de excelência, com a participação do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID, “mas tudo isso será inócuo se não houver por parte das autoridades americanas a decisão política de nos permitir, com tarifas mais realistas, introduzir o etanol definitivamente na vida dos Estados Unidos”, salientou o governador de Minas, um sinal de que reconhece o quanto a redução de tarifas possibilita o desenvolvimento.Expansão acelerada em Minas – na safra de 2007, o estado contou com 25 usinas em funcionamento, para 2008, a previsão é que mais quatro iniciem a moagem. Segundo Cotta Martins, até 2012, 2013, os investimentos esperados para o estado somam US$ 3,5 bilhões, com a previsão de instalar 21 novas unidades e expectativa da safra de 78 milhões de toneladas de cana-de-açúcar; 3,9 bilhões de litros de álcool e 4,3 milhões de toneladas de açúcar, e a geração de 50 mil novos empregos somados aos atuais 130 mil. Em 2007, a área plantada com cana-de-açúcar em Minas Gerais somou 490 mil hectares, com destaque para a região do Triângulo Mineiro, que foi responsável por mais da metade da produção no ano passado, de acordo com informações da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O Triângulo Mineiro possui uma produção consolidada de cana-de-açúcar e ainda apresenta potencial de crescimento e condições de abrigar novas usinas. Outra fronteira que começa a despontar é a região Noroeste do estado, seguida pela Central e Vale do Mucuri, também de grande capacidade, informou a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede),

A expansão da cana-de-açúcar, tanto em área plantada, como em produção, vem em ritmo crescente desde 1996, conforme informações da Seapa. Para 2008, a previsão é avançar 1,6% em relação à área plantada, chegando ao patamar de 504 mil ha e uma alta de 1,98% na produção, o que dá um volume de 39,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.Crescimento sustentável – a difusão da cana é muito bem-vinda em Minas, porém, é prioridade do governo que ela aconteça de forma responsável. Para isso, desde 2006 a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), vem discutindo com os representantes do setor sucroalcooleiro a possibilidade de estabelecer novas regras e critérios para avaliação dos impactos ambientais no processo de licenciamento dos referidos empreendimentos. Paralelamente a esse processo, foi elaborado o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE). De acordo com informações da Semad, o ZEE não é restritivo. Ele orienta as escolhas dos empreendedores e a aprovação dos órgãos competentes sobre as melhores opções para se alcançar o desenvolvimento sustentável. Outro zoneamento é o agropedoclimático, mapeamento preparado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). O trabalho indica as regiões do

Aécio em visita à Usina Itaiquara em Passos: o governo mineiro apóia a expansão canavieira, só precisa ajudar a aumentar o consumo do álcool

Foto: Omar Freire/Imprensa-MG

estado mais propícias ao cultivo da cana-de-açúcar levando-se em consideração; temperatura, qualidade do solo e condição hídrica. E o Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi) garante o acompanhamento técnico do projeto, facilitando a comunicação com outros órgãos do estado e auxiliando no trâmite da implantação de usinas. Desde outubro de 2006, os projetos do setor sucroalcooleiro passaram a ter acesso aos recursos de fundos geridos pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Os financiamentos liberados para o setor atingiram R$ 70,5 milhões de 2007 a fevereiro de 2008, de acordo com informações do BDMG. O Governo de Minas, por meio do Indi, acompanha o estudo de aproximadamente 20 projetos de cana-de-açúcar, a maioria voltada para o Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e região Noroeste. Construindo estradas – Minas Gerais tem hoje aproximadamente 200 km de rodovias pavimentadas ou restauradas e 280 km de projetos em andamento no Triângulo Mineiro, feitos em parceria com empresas do setor sucroalcooleiro, de acordo com informações da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop). As rodovias são construídas pelo Estado com recursos das usinas, que são reembolsadas, desde que haja incremento de ICMS, conforme contratos efetuados regidos pela Lei das Parcerias (Lei nº 12.276/96). Cana-de-açúcar no projeto Jaíba –

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o Vale do Jequitinhonha, no Norte de Minas, é a região mais pobre do estado e por isso um exportador de mão-de-obra. Com o objetivo de assegurar o assentamento de pequenos produtores e agricultores empresariais e promover o desenvolvimento sustentável da agricultura na região, foi criado na década de 70, o projeto de agricultura irrigada, Projeto Jaíba. O Jaíba I e o Jaíba II incluem uma infra-estrutura pronta para irrigar 43.950 hectares. Atualmente, estão irrigando 20 mil hectares. O restante da área aguarda processo de desmate, montagem de equipamentos de irrigação, etc. O Jaíba tem investimentos privados da ordem de US$ 450 milhões, entre plantios de cana, frutas, hortaliças, unidades industriais de álcool. Aproximadamente 23 mil pessoas moram no projeto que contam com infra-estrutura social e acesso à educação escolar. No local estão produzindo 840 mil toneladas de cana-de-açúcar por ano e 120 mil toneladas de alimentos. De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), até o momento, foram anunciados três investimentos do setor sucroalcooleiro no Projeto Jaíba. O principal deles, do grupo Sada, possui processamento de 2,4 milhões de toneladas de cana/ano.

Wilson Brumer, secretário de estado de Desenvolvimento Econômico, durante seminário sobre açúcar, álcool e energia renovável: O banco de Desenvolvimento de Minas Gerais financia projetos do setor

Foto:Osvaldo Afonso/Imprensa-MG

Neste projeto, o grupo investirá US$ 180 milhões. A empresa também está em fase de conclusão de uma unidade de biodiesel, que produzirá 70 milhões de litros/ano. O Grupo IBA está construindo uma unidade para atingir um milhão de toneladas de cana-de-açúcar por ano e já tem concluída uma microdestilaria para fabricar 15 mil litros/dia de álcool. O projeto deverá demandar em torno de 30 mil hectares de cana plantada. Atualmente, de acordo com informações da Seapa, existem aproximadamente 6,5 mil hectares de cana plantada. Somente esses projetos geram aproximadamente seis mil empregos diretos. A favor do zoneamento em Minas – apesar de ter cursado economia e engenharia mecânica na cidade mineira de Itajubá, o alagoano Vitor Wanderley Junior, diretor-gerente do grupo Tércio Wanderley, conta que foi por acaso que acabaram investindo em Minas Gerais. “Em 1994, visitávamos o Paraná em busca de uma região para instalarmos uma unidade. Como nada nos interessou, já estávamos retornando a Alagoas, quando Odécio Zanca, diretor da Santal, amigo do Hamilton Balbo, praticamente nos arrastou à Iturama para conhecer a unidade que o Balbo

estava vendendo. Chegando lá vimos uma usina-modelo, com tecnologia e capacidade superiores à

época. Fechamos o negócio”, relembra Vitor Júnior.Segundo o empresário, o grupo foi muito bem recebido na região e anteviu a possibilidade de prosperar, e não fez por menos, em 2000, inaugurou a unidade de Campo Florido, em 2005 Limeira D´Oeste, em 2007 Carneirinhos e já anuncia mais dois projetos; em Prata e novamente, Campo Florido. Em 2007, no estado, o Grupo moeu 10,3 milhões de toneladas de cana, em 2008 a expectativa é de 13 milhões.

No projeto Jaíba acana-de-açúcar também ajuda a agricultura familiar

Vitor Wanderley Júnior: “nenhuma cultura deverá ocupar mais de 30% da área agricultável de Minas”

Vitor Júnior defende o zoneamento da cana em Minas. “Em Iturama temos um plano-diretor estipulando que nenhuma cultura deverá ocupar mais de 30% da área agricultável do município. Precisa ser assim no estado todo”, afirma o empresário. Para Vitor, Minas comporta de 70 a 80 unidades e no projeto Jaíba já bastam os três que estão lá. ”Se o objetivo é não fazer de Minas um mar de cana, mas sim desenvolver um segmento sustentado, então precisamos obedecer estes limites”, diz. A parceria entre o setor e o governo para melhorias de infra-estrutura também recebe o apoio do empresário. “Há 12 anos mantemos uma parceria com o governo mineiro, só na região de Iturama já asfaltamos 180 quilômetros de estrada”.Minas Gerais caminha para assumir a segunda colocação em produção de cana, mas Vitor Júnior comenta que em breve Goiás vai roubar esse posto, “o potencial do estado é enorme”. Nos próximos dez anos os Wanderley estarão prontos para invadir o Centro-Oeste, mas agora têm muito o que fazer em Minas.Foto: Lúcia Sebe – Secom-MG

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A cada nova safra de cana-de-açúcar é maior a presença de máquinas nos canaviais do Centro-Sul brasileiro,

mas ainda entra em operação um exército anônimo de milhares de pessoas. O ser humano, principalmente, o trabalhador do campo, ainda é a pedra no sapato da agroindústria canavieira. Os órgãos públicos, a mídia e a comunidade, olham para o corte de cana como uma atividade penosa, na qual os trabalhadores são expostos a condições degradantes. Com o início da safra, também entram em campo assuntos como a morte de trabalhadores por exaustão, o aliciamento de cortadores de cana por “gatos” e os alojamentos inadequados. Os profissionais do setor sabem que há inverdades e muito sensacionalismo nas reportagens divulgadas. Mas cabe à agroindústria sucroalcooleira não dar combustível para o fomento de tais notícias. Para um segmento econômico que tem como meta oferecer ao mundo um combustível renovável, se torna cada dia mais relevante as ações que promovam o aprimoramento de sua imagem, pois a ela estão associadas a qualidade de seus produtos e a confiabilidade de sua gestão. A construção da boa imagem do setor é uma tarefa árdua e complexa, pois não se trata apenas de construir, mas, primeiramente, demolir a imagem negativa que a sociedade tem da atividade canavieira.

Unidades sucroalcooleiras investem para se adequar a NR 31 e oferecer condições dignas de trabalho aos rurícolas

Djorjia Petroski, diretor do Instituto Banco Mundial, na tentativa de ser um cortador de cana

A Unica – União da Indústria da Cana-de-Açúcar – promove cursos, palestras e firma convênios com institutos especializados objetivando o desenvolvimento sustentável da agroindústria canavieira. Uma das parcerias é com o Instituto Banco Mundial (WBI), para realizações de ações como o curso Responsabilidade Social Corporativa e Competitividade Sustentável, voltado aos funcionários das usinas e estudantes universitários. Djorjia Petroski, chefe do programa de governança corporativa do WBI, tem visitado unidades do setor para conhecer melhor o negócio sucroalcooleiro. Na Usina São Manoel, SP, teve seus cinco minutos de cortador de cana, ao pedir o facão a um cortador, colocou os equipamentos de proteção individual, conferiu como deveria ser a posição do corte e cortou uma cana. “Não tenho jeito para o trabalho”, concluiu.Primeiro passo, cumprir a lei – em março de 2005 foi publicada a Norma Regulamentadora 31 (NR31), que trata da Segurança e Saúde no Trabalho

Bem-estar no campo

Djorjia Petroski querendo saber qual a melhor posição para o corte de cana

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Bem-estar no campo

na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura. Segundo Mário Márcio dos Santos, diretor-presidente do GSO – Grupo de Saúde Ocupacional da Agroindústria Sucroalcooleira, após a publicação da NR31as usinas aumentaram os investimentos em saúde e segurança dos trabalhadores. “A obrigatoriedade e a fiscalização intensa do Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério Público do Trabalho, estão resultando em melhorias não só na saúde e segurança do trabalho, mas também na qualidade de vida”, declara.

EPIS – a distribuição gratuita aos funcionários de equipamentos de proteção individual (EPIs) é uma das exigências da Norma, de acordo com empresas fornecedoras de EPI, as usinas fornecem os equipamentos, porém existem casos que privilegiam o preço em detrimento da qualidade do produto. Mário Márcio, diz que são casos isolados, pois existem critérios seguidos pelos profissionais de Segurança e Saúde no Trabalho – SST. A

análise de riscos das atividades a que os trabalhadores estão envolvidos acontece na seguinte ordem: antecipação e identificação dos riscos, compreensão dos efeitos que estes riscos podem gerar aos trabalhadores, análise da real necessidade do fornecimento do EPI, a escolha do melhor EPI possível, treinamento sobre o uso correto, suas limitações e a promoção da melhoria contínua do sistema. O resultado é apresentado às gerências ou diretoria. “Se fizermos um trabalho minucioso levando em consideração a relação custo x benefício, que este ou aquele EPI pode oferecer, ficará mais fácil a aprovação da diretoria”, observa Mário Márcio. O presidente do GSO comenta que, para o desenvolvimento de produtos que atendam melhor às necessidades dos trabalhadores existe troca de informações entre fabricantes e distribuidores de EPIs e usinas, mas que essa interação precisa ser ampliada, principalmente no trabalho de

Mário Márcio, presidente do GSO: “com a NR 31 as usinas ampliaram a saúde e segurança no trabalho”

O fornecimento gratuito de EPIs é obrigatório

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conscientização dos uso dos EPIs.Dificuldade no entendimento da lei – Mário Márcio alerta que existem usinas que ainda encontram dificuldades no entendimento de alguns itens da NR 31, por exemplo, a implementação do Sistema de Gestão de SST. O GSO promove encontros técnicos para esclarecer os profissionais de SST sobre temas complexos. Os encontros acontecem a cada dois meses. Mário observa que algumas unidades sucroalcooleiras estão engajadas em seguir as diretrizes do Sistema de Gestão de SST, interessadas na certificação.Transporte de rurícolas – para a comunidade, a responsabilidade das empresas com seus funcionários ultrapassam as porteiras da usina, por isso, exemplos de ônibus precários, sem quaisquer condições de uso, transportando pessoas, é crime sim, e é a usina quem deve responder por ele. O Presidente do GSO concorda que o tema é polêmico e que há várias recomendações que a unidade

deve respeitar para enquadrar-se na lei. Dentre elas estão: a escolha do ônibus (ano e suas condições), o motorista deve ter o curso de transporte coletivo, autorização de transporte, termo de vistoria, local apropriado para a guarda de ferramentas cortantes, compasso, enxadas, enxadões, etc., em compartimento separado de pessoas;

cumprir as determinações da Portaria SUP/DER-117-06/12/2007, que dispõe sobre o transporte de

trabalhadores rurais por ônibus ou microônibus através das rodovias estaduais. “Além disso, o item 31.16 da NR 31 é específico sobre o tema transporte e tudo que está lá deve ser cumprido. Mas acredito que as empresas estão se adequando às normas citadas”, diz Mário Márcio.Sanitários é um dos principais problemas – o presidente do GSO afirma que a NR31 é pertinente e necessária, porém carece de regulamentação em alguns pontos, por exemplo: não oferece especificações de como deve ser uma barraca

sanitária na atividade rural sucroalcooleira. Por falta de um modelo oficial, muitas unidades adotaram a tenda que está na foto, no entanto, Mário Márcio acha que a melhor alternativa é o sanitário químico. Marcelo Massa, diretor-comercial da PolyJonh, empresa especializada em sanitário químico portátil, conta que realizaram uma pesquisa para atender a normativa 31, que obriga toda empregadora rural a deixar disponível pelo menos um sanitário químico para cada 40 trabalhadores (do mesmo sexo).”Nosso objetivo é oferecer dignidade e higiene ao trabalhador, e ajudar a empresa a atender as normas sócioambientais, por isso, desenvolvemos uma cabine sanitária feita em plástico, pesa em torno de 75 quilos”, explica Massa. Trata-se de um sanitário portátil, com compartimento para os dejetos, que devem ser sugados e direcionados à estação de tratamento de esgoto.No caso das tendas sanitárias é feito um buraco no chão, sobre ele vai o vaso sanitário, quando a frente de trabalho muda de lugar a tenda é retirada e tapa-se o buraco com terra. Segundo Massa, essa é uma prática que contamina o solo. “Nas plantações de frutas na Argentina e Chile, os importadores exigiram a presença dos banheiros químicos. Ainda não existe essa norma aqui no Brasil para a área de cana, mas a tendência é que venha a ter”, salienta.Sanitário químico

Tenda sanitária

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Carretinha – para facilitar o transporte dos banheiros para as frentes de trabalho, a PolyJohn fez uma parceria com a empresa Ecotec que desenvolveu uma carreta móvel para locomover os sanitários até as áreas de colheitas, facilitando a vida dos empregadores. Com capacidade para dois sanitários, a carreta ainda conta com uma pia para higienização das mãos, e devido ao fato da mesma ser alta, os sanitários ficam suspensos, sem nenhum contato direto com o chão. Roberto Zanaga Zeitlin, diretor-presidente da Ecotec, explica que o reboque é atrelado

ao ônibus, mas tem um freio hidráulico independente, minimizando a possibilidade de acidentes. A carreta também conta com um nível de pedreiro para auxiliar no nivelamento do equipamento. O princípio de higienização é hospitalar – o acionamento da água na pia é feito por um pedal. Para eliminação dos odores, Roberto aconselha o uso de saniante importado à base de amônia. ”Os nacionais utilizam formol que é prejudicial à saúde. Também é fundamental utilizar a quantidade indicada e no período de tempo certo”, alerta.Há empresas que estão adaptando banheiro

Carreta com os sanitários químicos portáteis

nos ônibus dos trabalhadores, mas Roberto chama a atenção de que nesse caso os dejetos não têm uma destinação final, com isso, a usina cumpre a exigência social, mas fere a ambiental.Os banheiros químicos portáteis estão em teste em algumas unidades sucroalcooleiras, segundo Roberto, os profissionais de recursos humanos aprovaram totalmente o projeto. “Elogiaram até mesmo o cuidado que tivemos em colocar a porta do sanitário masculino virada para o lado oposto do feminino, para dar maior privacidade”. Maior comprometimento – Mário Márcio solicita às entidades oficiais envolvidas na área de SST que realizem mais pesquisas de desenvolvimento de tecnologias voltadas à saúde, segurança e bem-estar do trabalhador. Para o presidente do GSO também é fundamental que os profissionais sejam educados sobre as normas de saúde e segurança no trabalho, para pelo menos saberem se proteger. E, por fim, pede maior comprometimento e envolvimento das empresas e dos profissionais de SST. E vale lembrar para as áreas administrativas das usinas que, cada vez mais, as notícias (verdadeiras ou não) sobre mortes de cortadores de cana, condições de trabalho degradantes e maus tratos, passaram a ter repercussão mundial. E, provavelmente custam bem mais caro que a opção por produtos que apenas quebram o galho.

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Segunda economia do Nordeste, superada apenas pela Bahia, Pernambuco exibe um PIB da

ordem de R$ 17 bilhões, equivalente ao do Chile. No estado que já foi o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, a atividade ainda tem seu peso, representa 40% da economia pernambucana. “As condições topográficas e climáticas não favorecem o desenvolvimento de outras culturas, a cana-de-açúcar é a que melhor se adaptou à região”, diz Djalma Eusébio Simões Neto, coordenador geral da Estação Experimental de Carpina. Assim, mesmo com a perda da competitividade diante das empresas do Centro-Sul, Pernambuco não desiste da cana, pelo contrário, busca alternativas para garantir um espaço nesse mercado mundial do etanol que se vislumbra. As últimas safras pernambucanas têm sido marcadas pelo crescimento. “Até 15 de março havíamos moído 18,5 milhões de toneladas, devemos fechar esta safra com 19 milhões, um aumento de 21% em relação à safra anterior que foi de 15,6 milhões de toneladas”, informa Renato Cunha, presidente do Sindicato do Açúcar e do Álcool de Pernambuco – Sindaçúcar. Revelou Cunha

As estratégiaspernambucanas paracontinuar no jogoIrrigação, co-geração,

variedades de cana, logística e até a abertura de um canal no sertão são as armas de Pernambuco para garantir espaço no mercado mundial de etanol

Se a topografia não ajuda, o jeito é buscar outras saídas

que, o aumento de produção foi resultado, principalmente, da estabilização climática, inverno regular em 2007 e verão com boa precipitação pluviométrica. Para a safra 2008/09 a expectativa é que a moagem atinja 20 milhões de toneladas. Pernambuco ocupa a quinta posição no ranking dos estados produtores de cana-de-açúcar.

Renato Cunha: a boa produção é ofuscada pelo aumento dos custos e queda na receita

A comemoração pela boa safra é ofuscada pelo aumento nos custos de produção, o dólar em baixa e a redução dos preços dos produtos canavieiros. ”Tivemos um ganho de produção de 20%, mas houve um aumento nos custos de 30% na média. Só os fertilizantes subiram de 80 a 100%, os produtos químicos 60%, os óleos lubrificantes 30%, sacarias e pneus 10%. Para completar, o dólar desvalorizado e os preços baixos do açúcar e do álcool representam uma queda de 30% na receita”, esclarece Renato Cunha.Estratégias para continuar no jogo – a área cultivável em Pernambuco está restrita ao litoral, essencialmente à Zona da Mata, essa região por apresentar topografia acidentada impede a mecanização da cultura e o aumento da produtividade. A recorrente

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A irrigação é fundamental para salvar e aumentar a produção de cana em Pernambuco

falta de chuvas na Mata Norte é mais um agravante. Para driblar o problema, as unidades pernambucanas estão investindo na construção de barragens e irrigação de salvamento, principalmente por aspersão. Segundo Djalma Eusébio, dos 400 mil hectares cultivados com cana no estado, aproximadamente de 20 a 30% contam com fertiirrigação/irrigação. A média de produtividade por hectare nesta safra foi de 67 toneladas, nas áreas dos fornecedores de cana, que não contam com estes sistemas, a média foi de 50 toneladas. Djalma Eusébio exemplifica outros fatores que também têm ajudado no aumento da produção, como: o desenvolvimento de variedades de cana específicas para a região, melhoria no controle biológico das pragas, maior controle nos nematóides, redução no raquitismo de soqueira, e correção de solos.

As águas do rio São Francisco levarão Pernambuco a conquistar um espaço no mercado mundial de etanol

cana do Nordeste contém mais fibra que a do Centro-Sul, uma vantagem se tratando de co-geração. A Usina JB Açúcar e Álcool está entre as unidades pernambucanas que apostaram na co-geração de energia, mas também inovou ao entrar no mercado de produção de CO². O produto é obtido durante o processo de fermentação do caldo da cana para fazer o álcool. Para retirar o gosto da cana, a JB adquiriu equipamentos que captam, lavam e purificam o CO². O gás é levado através de tubulações para a fábrica, onde é purificado, pressurizado e depois é provocada a mudança do produto do estado gasoso para o líquido, diminuindo o volume e facilitando o transporte. O produto é vendido para fábrica de refrigerantes, desde 2004, e a produção é de 1,8 mil toneladas/mês.

pele e curativos, mas essa pesquisa é mais delicada, vai para a produção de artérias”, adiantou Dutra. O professor não pôde dar mais detalhes, pois o projeto está em fase de liberação de patente. Para continuidade da pesquisa, que já conta com o parecer da Anvisa, estão montando um laboratório que segue os padrões de uma sala de UTI. É questão de tempo para a cana passar a salvar vidas.

Diversificação – as unidades pernambucanas estão diversificando os produtos para se tornarem mais competitivas. “A bioeletricidade tornou-se uma alternativa, nesta safra produzimos 80 MW de excedentes”, diz o presidente do Sindaçúcar. É cada vez maior o número de empresas do setor que utilizam a biomassa para a obtenção de energia, com isso Pernambuco também se tornou um pólo comprador de caldeiras e geradores mais modernos a fim de economizar bagaço. A

Prótese de cana – Pernambuco também investe em pesquisa para ampliar os produtos provenientes da cana. Um estudo iniciado em 1999 conseguiu identificar na cana-de-açúcar um agente microbiano que desenvolve polímeros orgânicos que permitem a produção de próteses para cirurgias em humanos. As pesquisas são conduzidas por Francisco Dutra, técnico da Estação Experimental de Cana-de-Açúcar da UFRPE. “Não é novidade o uso de polímeros da cana no tratamento de

Crescer para o sertão – nesta safra, Pernambuco contou 24 usinas em atividade, não há mais espaço para expansão na Zona da Mata, mesmo assim, os pernambucanos não se dão por vencidos. O estado pioneiro na cana-de-açúcar, com 500 anos de história, quer marcar presença no futuro, garantindo seu quinhão no mercado mundial de álcool. Para isso, é preciso que o projeto Canal do Sertão vire realidade.Criado há 14 anos, o projeto pretende levar as águas do rio São Francisco até a região do Sertão pernambucano. Além de abastecer as moradias, matar a sede das pessoas e do gado, a água seria usada para atividades agrícolas, entre elas a canavieira. A cana para se desenvolver precisa de calor e luminosidade, as duas coisas o Sertão tem de sobra, com os canais, passará a ter água também. Segundo Renato Cunha, na região poderão ser produzidas 10 milhões de toneladas de cana. O sonho nunca esteve tão perto de ser realizado. O governo de Pernambuco, a Petrobras e investidores japoneses já assinaram o protocolo de intenções, agora é uma questão de tempo.

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Logística – não há como negar que a logística é uma das vantagens do setor nordestino. As unidades pernambucanas estão em média 100 quilômetros de distância dos portos, enquanto que a média das unidades do Centro-Sul é de 500 quilômetros. Além disso, a região está em um ponto estratégico para facilmente abastecer o mercado externo. Para a exportação de álcool, Pernambuco tem como opção o porto de Suape, considerado o terceiro melhor porto do Brasil em infra-estrutura. Entre os públicos, figura em primeiro lugar.

por isso a opção do açúcar refinado e de um terminal para o seu embarque”, diz Cunha. A implantação do terminal oferecerá condições de agilidade no embarque de derivados da cana para o mercado europeu e africano. Hoje, um navio leva de 10 a 15 dias para embarcar uma carga de 14 mil toneladas. O novo transporte tem condições de fazer isso em 24 horas.

A topografia acidentada inviabiliza o corte mecanizado

A informática está entre as disciplinas fornecidas nos projetos educacionais das usinas pernambucanas

Para a exportação de açúcar, conta com o porto de Recife, porém, talvez já a partir de 2010, o setor também ganhe um terminal de açúcar em Suape. O Sindaçúcar e a trading inglesa ED&F Man estão em negociação para a realização do projeto, com investimentos de R$ 40 milhões. As duas partes contrataram a belga Manuport para produzir o estudo de viabilidade do projeto, que possuirá capacidade estática para armazenar 120 mil toneladas, e gerará 70 novos postos de trabalho diretos e mais de 200 indiretos. O armazém possuirá uma área externa de 17 mil m². Renato Cunha explica que será um terminal híbrido, tanto para açúcar a granel como em sacas. “Pernambuco é o segundo maior produtor do Brasil em açúcar refinado. Investimentos em logística e produtos com maior valor agregado são alternativas para nos tornarmos mais competitivos,

Áreas de cana que as usinas devolveram paraa natureza: a mata se recupera

educação, esportes, lazer e geração de renda, envolvendo funcionários, familiares e as comunidades onde as usinas estão inseridas.Esforço concentrado contra a MP 413 – a Medida Provisória 413, que transfere para os produtores de álcool a parcela de PIS e Cofins que hoje é paga pelas distribuidoras de combustíveis, é duramente reprovada por Renato Cunha. A medida eleva a alíquota do produtor de 3,65% para até 21%. Atualmente, a cobrança de PIS e Cofins é compartilhada entre produtores (3,65%) e distribuidores (8,2%). “Considero uma medida agressiva, que vai gerar desequilíbrio, levando à inadimplência e desemprego. Afetará principalmente, as unidades que estão produzindo 600 mil toneladas, que é a maioria em Pernambuco, elas não terão condições de manter os empregos na entressafra. O setor precisa unir suas forças para que a medida não passe. Nós do Sindaçúcar estamos fazendo de tudo para que isso não ocorra”, afirma Cunha. Para ele, a aprovação da MP 413, será péssimo agravante para um ano em que o setor encontra-se fragilizado pela queda na receita, aumento dos custos de produção e, que deverá ter como sustentação o aumento dos veículos flex e o lançamento da motoflex no segundo semestre.

Responsabilidade social e ambiental – para conquistar seu espaço no mercado internacional o setor pernambucano também pratica a cultura da responsabilidade social e ambiental. Renato Cunha destaca que as unidades desenvolvem projetos em parceria com universidades, institutos de meio ambiente e centros de pesquisa, visando a preservação e recuperação de milhares de hectares da Mata Atlântica e manguezais.As unidades colocam em prática projetos ligados à proteção da criança, saúde,

Antonio Celso: preço da cana abaixo do custo de produção

Os fornecedores de cana também buscam alternativasA cana-de-açúcar tem um papel social relevante em Pernambuco, o estado congrega mais de onze mil cultivadores de cana, 95% são considerados pequenos e médios produtores. “Se a situação das usinas pernambucanas está fragilizada, a do fornecedor está calamitosa”, comenta Antonio Celso Cavalcanti, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana).

Os maiores aumentos no custo de produção se deram, principalmente nos produtos agrícolas, atingindo em cheio os fornecedores. Por outro lado, o preço da cana despencou em torno de R$ 30,00, cerca de 40% inferior ao custo de produção. Para se ter uma noção disso, há dois anos era de R$ 55,00. Mas os fornecedores para se manterem no negócio também buscam alternativas práticas, como a manutenção de

laboratórios na produção de fungos e controle biológico das pragas da cana, e firmam parcerias para o emprego de variedades de cana. Recentemente, foi assinado um acordo de cooperação técnica com o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene/INT) e o Sindicato dos Cultivadores de Cana de Pernambuco, para o plantio de mudas de cana-de-açúcar com alta qualidade genética e fitossanitária. A intenção do sindicato é aumentar a produtividade dos cultivadores, que na sua maioria utiliza variedades ultrapassadas.Produtores de biomassa – porém, a maior oportunidade para os fornecedores de cana, de acordo com o pesquisador Francisco Dutra, é se tornarem produtores de energia. Dutra desenvolveu projetos de destilarias para moagem de 200 a 500 mil toneladas de cana que além da produção de álcool poderão atuar como cooperativas de biomassa, fornecendo energia ou vendendo bagaço. A primeira unidade, a Destilaria Governador Miguel Arraes, como será chamada, já está em desenvolvimento e receberá a cana dos produtores da Cooperativa Agroindustrial da Mata Sul. Veja matéria completa na próxima edição da CanaMix.

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Antonio Celso: preço da cana abaixo do custo de produção

Os fornecedores de cana também buscam alternativasA cana-de-açúcar tem um papel social relevante em Pernambuco, o estado congrega mais de onze mil cultivadores de cana, 95% são considerados pequenos e médios produtores. “Se a situação das usinas pernambucanas está fragilizada, a do fornecedor está calamitosa”, comenta Antonio Celso Cavalcanti, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana).

Os maiores aumentos no custo de produção se deram, principalmente nos produtos agrícolas, atingindo em cheio os fornecedores. Por outro lado, o preço da cana despencou em torno de R$ 30,00, cerca de 40% inferior ao custo de produção. Para se ter uma noção disso, há dois anos era de R$ 55,00. Mas os fornecedores para se manterem no negócio também buscam alternativas práticas, como a manutenção de

laboratórios na produção de fungos e controle biológico das pragas da cana, e firmam parcerias para o emprego de variedades de cana. Recentemente, foi assinado um acordo de cooperação técnica com o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene/INT) e o Sindicato dos Cultivadores de Cana de Pernambuco, para o plantio de mudas de cana-de-açúcar com alta qualidade genética e fitossanitária. A intenção do sindicato é aumentar a produtividade dos cultivadores, que na sua maioria utiliza variedades ultrapassadas.Produtores de biomassa – porém, a maior oportunidade para os fornecedores de cana, de acordo com o pesquisador Francisco Dutra, é se tornarem produtores de energia. Dutra desenvolveu projetos de destilarias para moagem de 200 a 500 mil toneladas de cana que além da produção de álcool poderão atuar como cooperativas de biomassa, fornecendo energia ou vendendo bagaço. A primeira unidade, a Destilaria Governador Miguel Arraes, como será chamada, já está em desenvolvimento e receberá a cana dos produtores da Cooperativa Agroindustrial da Mata Sul. Veja matéria completa na próxima edição da CanaMix.

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Numa batalha em Agincourt, França, em 1415, uma tropa inglesa comandada pelo Rei Henrique V derrotou um

exército francês oito vezes maior. Costuma ser chamada de “A Última Batalha dos Cavaleiros”, por ter marcado o fim das táticas medievais de luta, com um fracasso retumbante das forças francesas, lideradas por nobres procurando o sucesso pessoal acima da vitória de seu próprio exército. Com quase 50 mil soldados contra apenas 6 mil, lutando em seu próprio terreno e contando com cavaleiros experientes, os franceses eram os claros favoritos. Mas perderam para a tática e a estratégia brilhantes do rei da Inglaterra, que liderou suas tropas pessoalmente. Organizados entre arqueiros habilidosos e ágeis, vestindo armaduras leves e protegidos por estacas pontiagudas pregadas no chão (uma inovação), além de soldados profissionais, treinados e bem pagos, os ingleses formavam uma força compacta. Sem liderança, os soldados rasos do inimigo se renderam aos milhares. Shakespeare contou esse grande feito militar na sua peça Henrique V. Esse episódio encerra algumas lições importantes para o setor sucroalcooleiro. A primeira, é que a inovação tecnológica é imprescindível. Portanto, o aumento dos investimentos em P&D (pesquisa e tecnologia) sempre trará resultados animadores. É o que a experiência dos últimos anos, após a desregulamentação, vem demonstrando. Melhoramento genético e desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar, lavoura mecanizada, acompanhamento do campo via satélite, uso do bagaço para co-geração de energia, melhor nível de extração do caldo, novas descobertas no tratamento e fermentação, maximização dos subprodutos para diversificar a produção e projetos de construção de alcooldutos são alguns desses resultados – equivalentes às estacas inglesas pregadas no chão francês. A outra lição é que não há garantia de que a batalha comercial será vencida

Quando aplicado à liderança e ao gerenciamento de pessoas, o conhecimento científico pode reduzir custos, aumentar a produtividade e competitividade de forma sustentável

*Darley Miranda

permanentemente. O setor sucroalcooleiro brasileiro é atualmente muito competitivo, apresentando enorme vantagem comparativa. Temos um custo de produção da matéria-prima muito mais baixo, quando comparado com nosso grande concorrente (EUA) na produção de etanol. Somos um dos maiores produtores e exportadores de álcool e açúcar do mundo. Temos disponíveis os avanços tecnológicos já citados e uma série de recursos naturais altamente favoráveis (terra, insolação, água). Mas, lembremos que no caso de Agincourt, os franceses tinham 50 mil homens contra 6 mil ingleses, estavam em suas próprias terras e contavam com cavaleiros experientes. E, ainda assim, foram literalmente massacrados porque estavam sendo liderados por nobres que buscavam seu próprio sucesso pessoal. Ou seja, tinham uma liderança frágil e uma estratégia arrogante e inadequada para enfrentar o adversário. A terceira e última lição é que o fator decisivo para a vitória é a definição de uma boa estratégia e o exercício adequado da liderança. Isso é válido tanto para o setor como um todo como para grupos empresariais e unidades produtoras independentes. Nesses quase 600 anos que nos separam da Batalha de Agincourt, muito conhecimento foi produzido pelas ciências do comportamento sobre como as pessoas funcionam no ambiente de negócios e em situações de trabalho e qual é a melhor maneira de comandá-las. Henrique V anteviu e aplicou aquilo que um sem-número de pesquisas e experimentos tem demonstrado como válido. Definiu uma estratégia clara; comandou pessoalmente seu exército, exortando-o à vitória; usou uma equipe de especialistas (os arqueiros – cujo papel nessa batalha mereceria um capítulo à parte); profissionalizou, treinou e pagou bem seus soldados. Conseguiu com isso, formar uma “força compacta”. o setor sucroalcooleiro, os avanços em P&D geraram vantagem competitiva, reduziram custos e aumentaram a produtividade. Portanto, continuar

investindo em P&D é imprescindível, porém insuficiente. Há uma necessidade premente de investir pesadamente em treinamento e desenvolvimento das lideranças para melhorar e atualizar suas práticas gerenciais, que permaneceram praticamente inalteradas ao longo de todos esses anos. Retrógrado, o modelo de gerenciamento atual, adotado pela maior parte das usinas e destilarias, compromete a performance e não consegue formar uma “força compacta” e nem fazer uso inteligente e adequado das inovações tecnológicas. Faltam habilidades de liderança e competências estratégicas aos gestores de todos os níveis, que poderiam ser desenvolvidas através de programas contínuos de desenvolvimento gerencial. Diretores, gerentes, supervisores e encarregados continuam comandando suas equipes de forma ineficaz, desconsiderando as grandes mudanças ocorridas na sociedade em geral e no setor em particular. Muitos líderes, totalmente distantes do modelo de liderança de Henrique V, agem mais como os nobres franceses na Batalha de Agicourt, sem estratégia adequada e procurando o sucesso pessoal acima da vitória de seu próprio exército. Atualmente no setor são cerca de dez mil trabalhadores em cargos de chefia, aplicando técnicas e habilidades gerenciais sem qualquer fundamento científico, baseados apenas em ensaio e erro e gerando perdas dramáticas de recursos e talentos. E é nas mãos desse enorme contingente de gestores que está a responsabilidade por ganhar a batalha contínua no mercado cada vez mais competitivo de açúcar e álcool.

Avanços tecnológicos versus atraso gerencial

Darley Mirandaé consultor de empresasDirige há 18 anos oInstituto HollozConsultores Associados

www.holloz.com.br ewww.bioenergialimpa.blogspot.com

Shakespeare sabia das coisas!

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FINOS,LeVES EEFICIENTES

O notebook (para os americanos, e laptop para os ingleses) tornou-se uma ferramenta indispensável

aos executivos que se deslocam constantemente e precisam estar em contato com sua empresa a todo e qualquer momento. O principal ponto desse computador portátil é a sua mobilidade, afinal ocupa pouco espaço nas bagagens e praticidade no transporte, podendo ser levado em mochilas e bolsas projetadas especialmente para esse fim. Essas disponibilidades e, essencialmente, a possibilidade de o executivo poder carregar um arquivo vivo da sua vida profissional, uma vez que, ali dentro daquela pequena-grande máquina ele armazena, desenvolve e elabora o melhor das suas idéias e perspectivas. Daí a importância e o posto subliminar que a tecnologia vem alcançando dentro de cada usuário. E claro que, o mercado percebendo essa simbiose corre a complementar seus produtos com um grande leque de opções em marcas, modelos, opcionais e, com preços que cabem em qualquer orçamento, seja ele pessoal ou empresarial.Facilitando a vida na empresa – os equipamentos podem ser usados por trabalhadores em todos os setores,

A inovação na área de notebooks segue a todo vapor, facilitando a vida do executivo que vive em trânsito e necessita de uma supermáquina paraacompanhar o seu ritmo

A qualquer hora, em qualquer lugarfacilitando a sua vida e evitando deslocamentos e despesas infrutíferas. Segundo pesquisas realizadas pela Intel uma das fabricantes de tecnologia em informática, o notebook pode ser empregado nas empresas com o objetivo de flexibilizar a disponibilidade dos funcionários e aumentar a produtividade. Ela própria já adotou essa estratégia ao substituir mais de 80% de todos os PCs por notebooks. Uma consultoria independente, contratada pela Intel concluiu sair mais em conta o emprego de notebooks. Mesmo que, a princípio, custe mais caro do que o PC comum, o note na relação custo-benefício traz, pela mobilidade e praticidade, grande aumento na produtividade. Estudo realizado na Intel aponta que, uma recuperação da perda de produtividade de 1,5h mês/funcionário, já compensaria a substituição. Olhando o mundo pela tela – vale lembrar que o tamanho da tela é fator fundamental na portabilidade, pois quanto maior a tela, maior o equipamento e menor a praticidade no transporte. Um equipamento de tela 11,1’

pesa em torno de 1,2 quilo, no entanto, um de 17’ ultrapassa os três quilos. É óbvio que, maior a tela, melhor a visualização. Assim, a escolha deve acontecer de acordo com suas necessidades. Se optar por um notebook para uso doméstico, a fim de economizar espaço, o ideal é o de tela grande tipo 17’. Por outro lado, se vai transportá-lo para vários lugares um de tela menor ocupará menos espaço na bolsa ou na mala.

Conexão sem fio

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estado sólido, que utiliza memória flash, apresentando melhor desempenho que o HD, portanto, menos sujeito às falhas mecânicas, ao menor consumo de energia e maior velocidade. A Apple foi a primeira a lançar no mercado um notebook com essa tecnologia. A linha Vaio da Sony também apresenta alguns modelos com o disco de

memória flash. Mas a novidade ainda é cara, porém a expectativa é que não

vai demorar muito para os preços caírem e o HD se aposentar.Mesmo sem o disco sólido há vários outros lançamentos no mercado. Confira a seleção de

algumas dessas novas máquinas do universo note.

LG R200 – A LG lançou em janeiro o R200, com design inovador e acabamento em black piano, traz um recurso exclusivo: o Side Show, um display de 2,5’ na parte externa do equipamento, que permite acessar seus contatos, Windows Mail, ver fotos e ouvir músicas, tudo por meio de botões sensíveis ao toque, até mesmo com o computador desligado. O modelo, top de linha da marca, ainda tem uma robusta configuração com a mais moderna tecnologia Intel: Processador Core 2 Duo T7250, Wireless-N Next Gen e Chipset Intel 965 Express – Plataforma Santa Rosa, além de HD de 250 Gb, 2 Gb memória (expansível a 4 Gb), bluetooth. Preço médio sugerido: R$6.499,00 Sony Vaio TZ 35AN – ultraportabilidade é o que o TZ 35AN oferece – tela LCD 11,1”, HDD de 120GB e memória de 2GB, oferece

Quem é quem no mundo dos notes – as principais fabricantes de computadores oferecem modelos interessantes de notebooks. Entre elas, tem-se: HP, IBM/Lenovo, Dell, Toshiba, Asus, Sony, Apple e LG. E há também marcas mais novas no mercado, como Positivo e Amazon PC. Essas empresas geralmente oferecem máquinas com recursos bastante satisfatórios. Assim como existem empresas que montam PCs comuns, existem companhias que montam notebooks. Muitas vezes vale a pena comprar equipamentos delas, mas é necessário ter cuidado redobrado na escolha.O Top dos notes – de acordo com especialistas da área, dentre as marcas preferidas estão a HP e a Toshiba, porém a Sony Vaio vem ganhando terreno a passos largos. Mas a briga promete ser boa, pois outros concorrentes estão engrossando a disputa pela preferência do consumidor, a LG e a Apple vão investir mais no mercado brasileiro, oferecendo novidades tecnológicas de última geração, design ousado e preços atrativos.Para ajudar nosso leitor na hora da compra pesquisamos a configuração que está entre as mais solicitadas pelos homens de negócios; para começar um bom note tem que ter tela de LCD que pode ser de 11,1” a 17”. Se tiver o processador Core ou Duo estará muito bem servido, especialmente se a Intel for a empresa da placa mãe ou do chip set. No entanto, para suportar um processador desses, a memória tem de ter

pelo menos dois gigas. Já o HD de 120 é suficiente. Como opcional sugerimos

o gravador de DVD e uma Webcam já embutida na máquina de 1,3

mega pixels. Para finalizar, vai bem um mínimouse, tem os que não gostam

de usar o Touchpad – dispositivo em que o usuário

movimenta o cursor na tela por meio da movimentação de seu dedo em um

pequeno painel sensível aos toques. Outra opção é o Pointing Stick, um pequeno botão situado entre as teclas do notebook que flexibiliza e movimenta o cursor de acordo com a pressão que o usuário aplica com o seu dedo.

Mais uma senha – o mundo dos notes também prima pela segurança de seu usuário, pois por ser fácil transportar, qualquer um pode ter acesso ao seu conteúdo, e descobrir senha de entradas no sistema. Prevendo isso existem alguns modelos em que a senha não é digitada, mas sim reconhecida. Sabe como? Gravando a digital do seu proprietário e, portanto somente com esse reconhecimento o sistema operacional se inicia.Lançamentos – o ritmo das novas tecnologias na área de informática impressiona, a maior novidade (pelo menos até o fechamento desta matéria), é a substituição do disco rígido pelo disco de

R 220 da LG –desingn inovador

Sony Vaio TZ 35AN – ultraportabilidade

Sony VaioVGN-SZ770AN – desempenho

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bateria de longa duração - autonomia estimada: de 4,30h à 8,30h, chassi de fibra de carbono e leitor biométrico de impressões digitais. Peso: 1,2 kg com bateria padrão 4. A série TZ é ideal para executivos, pessoas que viajam com freqüência e que precisam manter seus dados protegidos. Preço sugerido: R$ 9.999,00 Sony Vaio VGN-SZ770AN – o seu forte é o desempenho – tela LCD de 13,3’, leitor biométrico, HDD de 200GB, memória RAM de 2GB.Autonomia de bateria: de 2,30h à 4h com bateria padrão[4]. Peso: 1,75 kg com bateria padrão. O modelo SZ 770 oferece alta performance, design e portabilidade em um só produto. Com câmera e microfone integrados, bluetooth, Wi-FI e gabinete em fibra de carbono. Preço sugerido R$ 7.499,00. Apple – no mês de março, a empresa colocou à venda no mercado brasileiro os modelos MacBook, MacBook Pro e MacBook Air. Com um novo display lustroso e brilhante de 13 polegadas widescreen e

com preços que começam em R$ 3.249,00. A nova linha de MacBooks vem com três modelos que incluem processadores mais rápidos e discos rígidos maiores em todos os modelos da linha; disponível em dois modelos na cor branca de 2,1 a 2,4 GHz com discos rígidos de 120 GB ou 160GB com 5400 rpm e na cor preta-fosca com 2,4 GHz com disco rígido de 250GB com 5400 rpm. Os modelos de 2,4 GHz vêm com padrão de 2GB de memória, podendo ainda ser expandido até 4GB. O MacBook Pro tem como características o processador Intel Core 2 Duo com capacidade de processamento de até 2,5 GHz com 6MB em cache L2; capacidade de memória expansível para até 4GB de memória RAM 667 MHz DDR2 SDRAM e até 250 GB de disco rígido, mais placa de vídeo NVIDIA

GeForce 8600M GT com até 512 MB de memória de vídeo. Apresenta um teclado com iluminação interna, o que permite usá-lo em ambientes escuros como estúdios, aviões e salas de conferências e também um sensor de luz ambiente integrado, que ajusta automaticamente a luminosidade das teclas e da tela para uma visibilidade ideal. Preço sugerido: R$ 7.990,00Apple Mac Booc Air – é considerado o mais fino computador da história, com 1,94 cm de altura e 1,36 kg. Apresenta processador 1,6 GHz Intel Core 2 Duo, 2GB 667MHz DDR2 de memória RAM, HD de 80GB 4200 - rpm, câmera de vídeo embutida, conexão sem fio, bluetooth e teclado iluminado. Preço sugerido:R$ 6.199,00

MacBooks vem com três modelos

O MacBook Pro – teclado com iluminação interna

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“Três dias é muito pouco, o negócio sucroalcooleiro é tão diversificado que merece pelo menos uma semana”, explicou Antonio César Salibe, presidente-executivo da Udop – União dos Produtores de Bioenergia, sobre a realização da Semana Feicana Feibio 2008 que aconteceu na cidade de Araçatuba de 25 a 29 de fevereiro.O I Simpósio Internacional Datagro/Udop abriu a semana na tarde do dia 25 – teve continuidade na manhã do dia 26 – foram debatidos temas como zoneamento e expansão sustentada do setor sucroalcooleiro no Brasil; co-geração de energia; entrada da Petrobras no negócio do etanol; construção de alcooldutos; os novos motivadores de expansão da demanda de etanol nos Estados Unidos e o posicionamento estratégico para o setor. Sobre o tema co-geração o palestrante Ivan Camargo, da Universidade de Brasília, salientou que o aumento de consumo de energia está ligado ao crescimento do país. Nos últimos 20 anos a energia cresceu na ordem de 4% em relação ao PIB que foi de 2,4%, e a oferta de energia vem crescendo menos de 4% ao ano. “Se neste ano o PIB for de 4%, a energia será de 5%, existe uma

A semana da cana emAraçatubaMercado, homenagens, tecnologia, negócios e responsabilidade socioambiental; ingredientes que fizeram da Feicana Feibio a sua melhor edição

Luiz Custódio Cotta Martins, presidente do Siamig –Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Minas Gerais

elasticidade de 1,25%, a conta não fecha. Dizem para reduzir o consumo de energia, mas o consumo do brasileiro já é muito baixo: dois mil kw/h, nos países desenvolvidos é de oito. A previsão de consumo de energia para o País em 2011 seria entre 60 e 65 MW, já está em 61”, informa Camargo. O

Ivan Camargo :“o consumo de energia cresce mais que o PIB”professor concluiu que é urgente aumentar a oferta, e como a energia vinda das novas hidrelétricas só chegará ao mercado daqui a quatro ou cinco anos, a alternativa seria a energia proveniente da biomassa da cana. Uma vez que, está próxima aos centros consumidores, oferece prazos reduzidos para a oferta, e sua tecnologia é nacional e renovável.

Aumento mundial do consumo de petróleo – o vice-presidente executivo da Hart Energy, Frederick Potter, destacou os motivos que levam os Estados Unidos a investir na produção de etanol, entre eles, o aumento mundial do consumo de petróleo, puxado principalmente pelo crescimento econômico da Índia e China. Os dois países, hoje, representam 40% da população mundial, mas o consumo percapita é de dois a três barris de petróleo/ano, contra 22 barris na Europa e 27 nos EUA. “O PIB da China vem avançando na ordem de 10% ao ano, cada vez mais os chineses têm acesso a veículo próprio”, comenta Potter.Atualmente, no mundo consome-se 86 milhões de barril/dia, a previsão para 2020 é de 105 milhões de barril/dia. E a dependência norte-americana ao petróleo passará dos atuais 62% para 70% no período de 2015 a 2020. Para amenizar a situação, os EUA estão apostando muito na produção do etanol por meio da celulose, haja vista os investimentos em pesquisas para desenvolver a tecnologia que chegam a US$ 1,5 bilhão ao ano. Previsões da Datagro – em sua palestra, Plínio Nastari, presidente da Datagro, ressaltou a importância da produção de

Plínio Mário Nastari,presidente da Datagro

A semana da cana em

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Os executivos sucroalcooleiros prestigiaram os eventos: Maurílio Biagi Filho (Maubisa), Nastari, Luís Guilherme Zancaner (Unialco) e Mauro Cagno (Vertente)

álcool para o País, pois a economia de divisas proporcionada de 1985 a 2007 representa US$ 180 bilhões, quase o valor da dívida externa que o Brasil anunciou ter condições de pagar. Em seguida, o consultor apresentou estimativas recorde para a safra 2008/09. A produção de cana deverá alcançar 532,5 milhões de toneladas, um crescimento de 9,7% sobre a safra anterior (485,5 milhões/t). Nastari explicou que a expansão reflete os investimentos em novos projetos de usinas, e que o mix de produção aponta 55,9% para o álcool, ante os 54% do ciclo 2006/07. O Centro-Sul, que representa 85% da produção nacional, destinará 57,4% ao etanol e 43,2% ao açúcar.II Workshop Brasil-China de Etanol – outro evento de mercado que agitou a Feicana Feibio, foi a visita do cônsul geral da China, Sun Rongmao e o cônsul comercial radicado em São Paulo, Lu Yuzhoug, acompanhados por empresários chineses. O interesse brasileiro pela China vai além de a exportação de álcool, pois o setor está disposto a oferecer tecnologia para o desenvolvimento e fabricação do etanol naquele país. Em sua palestra, Sun Rongmao destacou o potencial chinês para a produção e consumo de etanol, e destacou que estão de braços abertos para junto com os brasileiros participarem ativamente do mercado de biocombustíveis. “O Brasil é o terceiro maior parceiro chinês, e caminha para a possibilidade de se tornar o segundo. Temos interesses comuns e a China pretende intensificar essas relações, principalmente no que diz respeito à

Durval Guimarães Filho, diretor-presidente da Decasa Açúcar e Álcool, estava entre o executivos que acompanharam o ciclo de palestras

agricultura e telecomunicações”, enfatizou. Cobrança ambiental – Sérgio Trindade, consultor em energias renováveis, também palestrou e salientou que China e Japão devem dominar o consumo de biocombustíveis, já que apenas na China, o consumo de gasolina tem uma taxa de crescimento de 9,2% ao ano. A China é o terceiro maior produtor de etanol do mundo. A produção provém do milho, item essencial na composição de ração para suínos, por isso, dificilmente mais milho será destinado a esse fim. “O país precisa reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e a adição do

etanol à gasolina é a alternativa”, disse Trindade, acrescentando que o aumento das importações de etanol dependerá muito da velocidade das cobranças ambientais sobre o país, o que pode vir a acontecer em até cinco anos. O workshop Sustentabilidade Ambiental no Setor Sucroalcooleiro encerrou o ciclo de palestras da Semana e contou com a ambientalista Malu Ribeiro da SOS Mata Atlântica, que destacou os avanços tecnológicos utilizados na agroindústria para aumentar sua produtividade de forma sustentável. Segundo Fernando Veiga da ONG The Nature Conservancy (TNC), a produção da biomassa como fonte energética é apontada como a saída para os problemas que estamos enfrentando. Para isso, só faltam políticas públicas e parcerias entre os setores privados e o governo.

José Carlos Toledo, diretor-presidente da Udop em conversa reservada com João Camilo Penna, ministro da Indústria e Comércio no governo João Figueiredo. Penna atuou decisivamente na implantação do Proálcool, na ocasião do segundo choque do petróleo, no final da década de 1970

Luís Fernando Laranja, da WWF-Brasil, defendeu a criação de parcerias público-privadas para direcionar o crescimento do setor sucroalcooleiro. “Precisamos de políticas que solucionem os problemas das tradicionais regiões canavieiras e que ordene o crescimento das novas fronteiras”. Em 2009 – A Safra Eventos, organizadora da Feicana FeiBio, anunciou a realização da “Semana Feicana FeiBio 2009”, entre os dias 9 e 13 de março. O sucesso obtido em 2008 e mais as comemorações do centenário de Araçatuba, ampliarão os cronogramas de simpósios e seminários.

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O Oeste Paulista, uma das novas fronteiras da cana, também sabe reverenciar quem ajudou a fazer a história do setor. Aconteceu, na noite de 25 de fevereiro, em Araçatuba, a entrega do Prêmio CanaSauro, uma homenagem aos profissionais com mais de 30 anos de atuação no setor da bioenergia. O evento faz parte da Semana Feicana Feibio. “CanaSauro é um termo carinhoso, não significa velhice, mas pessoas com grande experiência no setor e uma visão de futuro aguçada”, afirma Salibe, um dos 83 CanaSauros laureado.

O Parque dos CanaSaurosHomenagem aos profissionais com mais de 30 anos de atuação no setor da cana reúne velhos amigos em Araçatuba

No palco, 83 homenageados,“25 séculos de desenvolvimento e inteligência no setor sucroalcooleiro”

Mais canaSauros...

Salibe explica que, o Prêmio não visa lucro, os premiados não pagam para participar, os convidados dos premiados pagam apenas o jantar, a renda gerada foi dividida para três entidades filantrópicas da cidade. Também não há disputa, basta comprovar a atuação de mais de 30 anos no setor e se inscrever. “A Idéia é formar um grande clube dos CanaSauros. No próximo ano, mais profissionais completarão 30 anos e engrossarão o time, além disso, muitos outros que não se inscreveram neste ano, passarão a fazê-lo, a expectativa é

Marcos Jank, presidente da Unica, Isa Barbosa, consultora de responsabilidade social da Unica, o canaSauro Maurílio Biagi Filho e José Carlos Toledo, presidente da Udop

que daqui a cinco anos chegaremos a 600 canaSauros”, comenta Salibe. Outro diferencial da premiação é a abertura a todos os profissionais da empresa, do chão da fábrica à presidência. No parque dos CanaSauros todos são iguais, presidentes e operários de usinas, profissionais de empresas prestadoras de serviços e produtos ao setor, consultores e até ex-ministros, como o caso de João Camilo Penna, ministro da Indústria e Comércio do governo João Figueiredo, que também foi laureado. Mas entre tantos canaSauros um deles era Rex, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. “Aqui

O Parque dos CanaSauros

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neste palco estão 25 séculos (se somados os 30 anos de serviço de cada um no setor) de inteligência e desenvolvimento do setor sucroalcooleiro”, disse Rodrigues ao receber o prêmio. A homenagem é muito válida e a festa foi muito bonita, porém, já gera polêmica, quem tem menos de 30 anos também quer fazer parte dela. Atendendo aos pedidos, mandamos um recado ao Salibe: bem que ele poderia criar outra categoria, tipo: CanaSapiens, para quem tem 15 anos de setor. Bom, o recado foi dado, e agora, Salibe?

Os profissionais da Coruripe filial Iturama acompanha o canaSauro Vitor Wanderley Júnior, diretor-gerente da empresa

José Carlos Toledo e Flávio Nasser, diretor da Safra Eventos, organizadora da Feicana, entregam o prêmio ao CanaSauro Rex Roberto Rodrigues

Convidados atentos

Gilmar Messias, diretor da revista Energia Brasileira, com Marco Baldan (esquerda) e Plínio César, diretores da PC&Baldan, empresa que edita a revista CanaMix

Outra parcial dos canaSauros

Os canaSauros da Dedini

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O clima era de festa, afinal se tratava da abertura da 6ª Feicana Feibio, a feira já era um sucesso em números: 300 expositores em área de 41 mil m² e expectativa de público: 25 mil pessoas e mais R$ 1,5 bilhão em negócios. A expansão do setor no Oeste Paulista também era motivo de comemoração, conforme discurso de José Carlos Toledo, diretor-presidente da Udop (União dos Produtores de Bioenergia), na abertura da feira. “Em 2003, durante a 1ª edição da Feicana, tínhamos na região, uma safra de 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Em 2007, produzimos 125 milhões e possivelmente, em 2008 chegaremos à marca de 230 milhões de toneladas. A Feicana FeiBio alavanca os negócios e contribui para este crescimento”, constatou Toledo.Ainda em seu discurso, o presidente destacou a criação do CTBio – Centro de Tecnologia e Excelência em Bioenergia – projetado pela Udop, previsto para ser instalado em área de 180 alqueires entre Araçatuba e Birigui. O centro deve ser formado por uma universidade e um núcleo de treinamento agroindustrial, 50 empresas especializadas na produção de equipamentos para o setor sucroalcooleiro, centro administrativo, hotel com capacidade para 400 leitos e área de convenções para mais de 1,5 mil pessoas. E a previsão do início das atividades é a partir de 2009.

Exposição de tecnologiaNem mesmo o governador Serra conseguiu ofuscar a Feicana Feibio

“Maior apoio é o incentivo fiscal”, afirma Serra

Antonio César Salibe, presidente-executivo da Udop recebe visita dos coordenadores do Gerhai – Grupo de Estudos em Recursos Humanos da Agroindústria

Apoio é o incentivo fiscal – enquanto Toledo discursava, ao lado de políticos e dirigentes da região, José Serra, o governador de São Paulo o ouvia. Toledo em sua fala pediu o apoio do governador para o desenvolvimento do CTBio. Pediu apoio, não dinheiro, mas parece que foi isso que Serra entendeu, pois disse com todas as letras que não pretende injetar dinheiro do estado na implantação do CTBio. “Nós já estamos construindo Fatecs (Faculdades de Tecnologia). Não é possível que o setor não se una para isso”, desafiou Serra. O governador ressaltou que o maior apoio que o governo paulista pode dar ao setor,

A Cosan abasteceu os visitantes com caldo de cana

já é dado, o incentivo fiscal. “São Paulo já faz o que pode na cobrança de 12% de alíquota de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o álcool, a menor no País, se comparada a outros estados, onde esse imposto varia de 18%

Exposição de tecnologia

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a 25%. São Paulo cobra o menor imposto sobre o álcool do Brasil”, advogou Serra. “Precisamos de parcerias” – o governador também reconheceu os pontos positivos do setor como a adesão ao Protocolo Agroambiental, no qual os produtores se comprometeram a antecipar para 2012 o fim das queimadas nos canaviais paulistas. “Fui informado pela Unica de que a área queimada no Estado já reduziu em 10%”, disse Serra, que deseja firmar outras parcerias entre o setor e o governo, principalmente para a qualificação de mão-de-obra e o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias que visam ao aumento da produtividade. “Não nos interessa mais expansão em área, mas sim em produtividade. Hoje, a cana ocupa 5 dos 25 milhões hectares de terras em São Paulo. Precisamos de crescimento vertical. Por isso, vamos investir em pesquisa de variedades de cana, tecnologia de produção e logística paulista necessária à recuperação de 12 mil quilômetros de vicinais para escoamento da produção”, ressaltou o Governador que aproveitou e pediu o apoio (financeiro) do setor para desenvolvê-los. No final do discurso, Toledo explicou ao governador não se tratar de apoio financeiro ao CTBio, Serra compreendeu e tudo ficou resolvido.Público prestigia – muitos visitantes da

feira nem ouviram o discurso de Serra, queriam mesmo conferir as novidades tecnológicas, visitar as empresas e encontrar os amigos. Apesar dos baixos preços dos produtos sucroalcooleiros, o setor continua indo às compras e as empresas fornecedoras de produtos e

que somaram R$ 26,4 milhões.A Biopav do Grupo Equipav, comprou 146 caminhões de vários modelos VW, no valor total de R$ 22 milhões, que serão utilizados nas áreas de plantio e transportes da empresa do setor sucroalcooleiro. A transportadora Ópera, de Andradina, negociou 15 caminhões, que custaram R$

Profissionais da Sermatec eRenk Zanini festejam as boas vendasde caldeiras de alta pressãoimpulsionadas pela co-geração

O estande da Usina Campestre foi um dos mais visitados da feiraserviços enfrentam aquele problema que todo mercado deseja: a fila de espera para seus produtos. Mesmo depois do cenário de preços desfavoráveis no ano passado, e uma expectativa duvidosa para 2008, a Safra Eventos, promotora da feira, informou que a Feicana Feibio 2008 terminou dentro das expectativas dos organizadores e atingiu R$ 1,5 bilhão de negócios fechados e também a marca de 25 mil visitantes nos três dias do evento. Em apenas um dia foram fechados quatro pacotes na Volkswagen Caminhões

O canaSauro Salibe era só sorrisos com o sucesso da Semana Feicana Feibio e também pelo fato de seus filhos Jorge e Sílvia já atuarem no setor sucroalcooleiro: É a família CanaSauro

2,1 milhões. O Grupo Unialco de Guararapes fechou 12 unidades por R$ 1,6 milhão. A ATA Diesel, de Araçatuba comprou sete caminhões modelo 15180, em negócio de R$ 840 mil.O setor mais profissional – os profissionais de vendas das empresas fornecedoras admitem que a “bolha” de expansão que havia tomado conta do setor deu uma murchada. “Essa redução de preços dos produtos canavieiros serviu para mostrar quem é realmente profissional, a expectativa de lucro fácil atraiu muito ‘pára-quedista’ que entrou no setor apenas para especular. Agora temos um cenário mais real, é até melhor para trabalhar”, diz Hamilton Silveira, gerente regional de

A equipe da revista CanaMix recebe a visita do Dr. Maurício de Véras da Usina Caeté

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vendas da Renner Herrmann. A empresa de tintas atende o setor de açúcar e álcool há mais de 30 anos, e desenvolve com os profissionais um canal de comunicação para a elaboração de produtos específicos para o setor.

Mecanização na lavoura – os expositores comemoram o aumento da mecanização no campo ao apresentarem dados como a redução nos custos das operações, melhor desempenho das máquinas e a falta de mão-de-obra, principalmente nas novas fronteiras da cana, o que está impulsionando o setor a adaptar-se. Com isso, as empresas fornecedoras reforçam cada vez mais as linhas canavieiras. “Com certeza, os investimentos são grandes, todos querem apresentar novidades”, afirma José Luiz Bortolucci, encarregado-administrativo de vendas, da Civemasa, a empresa da cidade de Araras, SP, presente na Feicana com todos seus equipamentos canavieiros. Bortolucci aproveitou a visita da CanaMix para convidar os clientes a visitá-los na Agrishow. “Estaremos lá de braços abertos e sempre com novidades”, conta.

“a expectativa de lucro fácil atraiu muito ‘pára-quedista’ ao setor”, diz Hamilton, gerente de vendas da Renner

“Investimos aproximadamente R$ 3 milhões por ano em pesquisa de desenvolvimento de novos produtos. Essa troca de informação com o cliente é fundamental, pois ele sabe de suas necessidades”, comenta Hamilton. No caso das usinas, os produtos variam de acordo com o setor onde o produto será utilizado, os ambientes estão expostos a altas temperaturas, excesso de umidade, produtos corrosivos, mas é também uma fábrica de alimento. Assim, a tinta além de alta durabilidade, deve proteger o equipamento, ser atóxica e secar em 24 horas, pois a pintura é a ultima etapa da manutenção.As tintas Renner também acompanham as tendências climáticas das regiões, atesta Hamilton, por exemplo, no Paraná, por ser mais úmido utilizam tintas de composições diferentes das unidades do Centro-Oeste. Para facilitar o acesso às informações e esclarecer dúvidas, a empresa disponibiliza atendimento eletrônico e apresentação de vários “cases” sucroalcooleiros.

Equipamento da Civemasa: investimentos na área canavieira

Os profissionais da Ikeda animados com as vendas, querem mais

Quem também estava na Feira e aguarda os clientes na Agrishow é a Ikeda Empresarial. O pessoal da empresa está animado com a venda de seus implementos agrícolas para a agroindústria canavieira, e acredita que vai melhorar em 2008. A Rodo Linea Implementos para Transporte marcou presença com seus reboques para cana inteira, para cana picada e toda sua linha de 18 produtos para cana-de-açúcar, Jefferson Kohler, coordenador de marketing, avisou que na Agrishow a empresa fará lançamentos de produtos. Por isso, não deixem de ir conferir.Pelo que dá para perceber, nem bem acaba uma feira e os profissionais já estão com a cabeça em outra. A agenda sucroalcooleira está ficando cada vez mais movimentada. Aproveite e anote aí: a Feicana Feibio 2009 acontecerá de 10 a 12 de março.

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FEICANA FEIBIO 2008

Cestari - www.cestari.com.brAFC - www.afcbrasil.com.br Chemlub - www.chemlub.com.br

Civemasa - www.civemasa.com.brConstrutec - www.construtec.eng.br

Cosan - www.cosan.com.br

Dupont - www.dupont.comGascom - www.gascom.com.br

GE - www.ge.com.br

Henkel - www.henkel.com.brIkeda - www.ikedamaq.com.br

Inlac - www.inlac.com.br

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Inoxforte - www.inoxforte.com.brNachi - www.nachi.com.br

PC&Baldan - www.pcebaldan.net

Renk Zanini - www.renkzanini.comPetrobras - www.petrobras.com.br Renner - www.renner.com.br

SEW - www.sew.com.brSyngenta - www.syngenta.com.br

TGM - www.grupotgm.com.br

Valtra - www.valtra.com.brZamprogna - www.zamprogna.com.br

WBA - www.wbabrasil.com

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Ao completar 15 anos, a Agrishow 2008, que acontece em Ribeirão Preto

no período de 28 de abril a 3 de maio já prevê a superação da sua mostra anterior. Superação essa que reflete com nitidez o desenvolvimento contínuo do agronegócio brasileiro. A maior mostra da América Latina vai acolher, inclusive, muitos visitantes estrangeiros interessados em saber mais sobre o etanol brasileiro.Segundo a assessoria da Feira, a edição 2008 da Agrishow deverá atrair grandes contingentes de compradores de todas as regiões produtoras de São Paulo e de estados vizinhos - como Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais - e também do Rio Grande do Sul, Goiás, Tocantins e de produtores de cana, grãos e frutas do Nordeste. São esperados mais de 2500 clientes potenciais do exterior,

Muita agitação nos bastidoresda Agrishow 2008As empresas e suas máquinasse concentram para surpreender,e Ribeirão Preto se preparapara receber as estrelas

Para 2008,a expectativa depúblico é superior 135 mil visitantes

Pré-ShowPré-Show

principalmente da América Latina, Europa, Estados Unidos e Ásia. A estimativa é receber acima de 135 mil visitantes. Para atendê-los, foram reservadas 12500 vagas de estacionamento. A área de alimentação comportará atendimento a 8500 pessoas sentadas. Dos 240 hectares de área da fazenda onde tradicionalmente realiza-se a Agrishow, 100 ha se destinarão aos campos de demonstrações dinâmicas das culturas de café, cana-de-açúcar, milho, feijão, soja e forrajeiras. Em 2007, foram 660 expositores, neste ano serão 745empresas que vão exibir de 2500 a 3000 produtos da mais avançada tecnologia mundial e uma gama considerável de serviços ao produtor rural. Dezenas de expositores da pecuária

ocuparão parte da área de estandes. Do exterior virão 45 expositores que exibirão modernas e inéditas tecnologias dentro do segmento. Estima-se que mais de

5000 pessoas vão trabalhar na montagem da feira e outros 25000 prestarão serviços durante a sua realização. O horário de funcionamento será das 8h às 18h. A Agrishow é uma realização da Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos e, a partir da edição 2008, toda sua operação, promoção, comercialização, organização e montagem está sendo realizada pela maior promotora de feiras do mundo, a Reed Exhibitions - no Brasil denominada Reed Exhibitions Alcântara Machado.

Precisa de muitos hotéis para hospedar toda essa gente

Agrishow: lugar para conferir as tecnologias que trabalhama terra

Pré-ShowPré-ShowPré-ShowPré-ShowPré-Show

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Pré-Show

Transportepara a área de dinâmica: tecnologia e muita poeira

Ribeirão se prepara para o show – na verdade, a cidade começa a se preparar para receber a Agrishow um ano antes da realização do evento, a primeira providência das empresas é reservar hospedagens para a próxima edição da feira. Ribeirão conta com 54 hotéis e um total de seis mil leitos, mas deixar para reservar um quarto na última hora é um risco de altíssima periculosidade, coisa para visitantes de “primeira viagem”. Se este for o seu caso poderá hospedar-se em cidades que ficam até 100 quilômetros de distância. A situação de alguns hotéis em Ribeirão nos meados do mês de março, quando realizamos esta reportagem:Taiwan –, o hotel Taiwan, que conta com 80 apartamentos já estava praticamente

lotado, a maioria das reservas é feita por empresas com um ano de antecedência. Os hóspedes são de todos os lugares do Brasil e também de outros países. O hotel não oferece serviços diferenciados para o período da Feira.Oásis Plaza (Lagoinha) e Oásis Tower, (Av. Maurílio Biagi) – segundo Thaís Cristina Consule, funcionária do departamento comercial, os dois hotéis: estão praticamente lotados para a Feira. O total de apartamentos é de 120. A maioria das reservas é realizada por empresas nacionais e multinacionais.Os hotéis não oferecem serviços especiais para esse período, mas no caso de transporte para a Agrishow, possuem alguns

“parceiros” que eles costumam ‘indicar’, como no caso de vans e táxis. Plaza Inn – Rose Alves, do departamento de reservas, afirma que o hotel está 100% ocupado. São 89 aptos duplos. As empresas respondem por 80% da ocupação, e muitas reservam assim que acaba a Feira. As vagas restantes são fechadas logo no começo do ano.Íbis – Beatriz Vicentini, coordenadora de eventos e reservas de grupo, disse que desde setembro, todos os 144 aptos já estão confirmados e pagos, para os cinco dias da Agrishow. “Temos hóspedes fiéis para esse evento, todos os anos, ficam conosco”, conta Beatriz, salientando que procuram não trabalhar com uma tarifa abusiva, cobrando R$ 169,00 a diária – café da manhã opcional a R$9 por pessoa, sem taxa de serviço. Segundo ela, a localização

Os profissionais sucroalcooleiros são presença garantida na Feira: como o pessoal da Usina Salgado, PE

As máquinassão de tirar o fôlego

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do hotel e o preço razoável, acabam sendo os principais atrativos. “Em São Carlos, cidade que fica a 100 quilômetros daqui temos outra unidade do grupo, com 112 apartamentos, e diária a R$ 85,00. Às vezes até compensa se hospedar em cidade próxima e vir para a Feira em Ribeirão”, dá a dica Beatriz. Ah, só que para São Carlos tem pedágio, R$ 8,30 para ida e o mesmo para a volta.Stream Palace e Black Strem – os dois hotéis oferecem um total de 175 apartamentos, Rosemeire Zuccolotto, gerente geral do Stream, declarou que a lotação já é de quase 100%. “Muitos já reservam de um ano para o outro, assim que acaba a mostra e em janeiro, geralmente, formalizam tudo”, diz Rosemeire. Os dois hotéis oferecem o café da manhã e o jantar, já que a maioria dos hóspedes passa o dia inteiro na Feira e almoça por lá mesmo. No Stream a tarifa está R$ 380,00 apartamento e no Black Stream R$ 320,00 para duas pessoas com café e jantar.Motéis como opção de hospedagem – com a falta de vagas em hotéis, os visitantes recorrem aos melhores motéis da cidade. Entre eles, o Savana (36 aptos) e o Village (43 aptos). De acordo com o proprietário Rafael Pacca, já há cerca de 30 reservas para os motéis. Pacca admite, que, geralmente, as reservas acontecem de última hora, após o visitante não encontrar vagas nos hotéis. “Mas também temos clientes fiéis, como alguns mexicanos, que todo ano no período da Agrishow ficam no Savana”, conta. Os motéis também funcionam como

hotéis, com diárias de 24 horas, com lavanderia, ponto de internet na suíte, sala exclusiva para uso de computador, cozinha funcionando 24 horas. No Savana a diária com café da manhã sai por R$ 220,00, e no Village R$ 150,00.A Choperia Pingüim no período da Agrishow: – segundo Juliana Pagotto Gasparini, gerente de marketing, o movimento nas três unidades da choperia Pingüim em Ribeirão Preto, aumenta em 30% durante a semana da Agrishow. Fora do período da feira são consumidas diariamente no Pingüim do Centro, 3500 tulipas, o equivalente a 1500 litros de chope. A mesma quantidade da unidade do Ribeirão Shopping. No Pingüim Santa Úrsula o consumo diário é de 2000 tulipas. A choperia comercializa mais de mil itens de souvenir, como bonés, camisetas, copos, canecas, cinzeiros, toalhas, shorts, chaveiros, agendas, entre outros. Os visitantes da Agrishow freqüentam mais o Pingüim do Centro da cidade e do Ribeirão

Shopping. A lotação é total, havendo inclusive, fila de espera. Brasileiros e estrangeiros disputam as mesas. Mas Juliana salienta que há uns três anos o movimento era

Cada vez mais os expositores esticam o horário da Feira e oferecem atendimento vip aos clientes

Pingüim: fila de espera durante a Agrishow

RibeirãoShopping: boas comprase transporte gratuito para a Agrishow

Agrishow 2008(Feira Internacional da Tecnologia Agrícola

em Ação)

Data: 28 de abril a 3 de maio de 2008Local: Pólo Regional deDesenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste / Centro de Cana IACRod. Antonio Duarte Nogueira, Km 321Ribeirão Preto – SPSite: www.agrishow.com.br

maior, precisavam até abrir o salão de festa do Pingüim, para poder receber mais pessoas. O motivo da queda de público é em razão de muitas empresas realizarem confraternizações em seus estandes no período noturno, tanto que, no ano passado, empresas como a Valtra e a própria Abimaq contrataram o serviço “Pingüim Fest” e serviram o famoso chope da cidade para o cliente vip.RibeirãoShopping oferecerá transporte gratuito para a Agrishow - Entre os dias 28 de abril e 03 de maio, durante todo o horário de funcionamento da Agrishow, o RibeirãoShopping disponibilizará transporte gratuito com vans para os participantes do evento. O RibeirãoShopping fica a menos de 8 quilômetros do Pólo Regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento que abriga a feira. Os veículos levarão os clientes da Agrishow até a portaria do RibeirãoShopping e do shopping até a entrada do evento. Não percam a Agrishow 2008. Sejam bem-vindos a Ribeirão Preto!

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A energia gerada por meio da biomassa é uma das apostas do governo Lula para evitar nova crise energética no

País. No último mês de janeiro, o governo anunciou que vai contratar energia de reserva para dar mais segurança à oferta de energia elétrica pelo sistema nacional, para isso, realizará no próximo dia 20 de maio um leilão de energia direcionado exclusivamente à biomassa. A expectativa é que aumente a presença de unidades sucroalcooleiras dispostas a vender o seu excedente. De acordo com a Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, as usinas devem produzir potência excedente de 1500 megawatts (MW) na safra 2008/09. Na safra passada, foram cerca de 1000 MW. Aumento de 50%. Os 1500 MW equivalem a cerca de 10% do fornecimento da hidrelétrica de Itaipu. Outros 3000 MW a serem gerados deverão servir para consumo próprio das

Mais luz na co-geraçãoO cenário mais apertado

na geração de energia fortalecea opção por fontes alternativas, entre elas

a biomassa da cana-de-açúcar

Bagaço: de resíduo a produto altamente competitivo

usinas. O total de energia estimado deve ser produzido por 30 a 40 usinas no país, 70% delas em São Paulo. A previsão é que o setor fature R$ 900 milhões. A Unica prevê que a produção deva quadruplicar em cinco ou seis anos. O próprio Ministério de Minas e Energia projeta acréscimo de 6.000 MW gerados pelas usinas até 2016. Segundo Paulo Cunha, presidente da NC Energia, empresa comercializadora, os avanços regulatórios estão promovendo o crescimento das energias alternativas, e a biomassa da cana está entre as de maior potencial,O governo federal pretende adquirir cerca de dois mil MW neste leilão e para estimular a participação dos produtores no negócio de energia, promete facilidades para novos projetos com linhas de financiamento

“O governo insiste em tapar o sol com a peneira”, diz o deputado Arnaldo Jardim

especiais e a entrada das usinas nos sistemas de transmissão no leilão de compra. Segundo o deputado Arnaldo Jardim, titular da Comissão de Energia do Congresso Nacional, se o governo federal quer maior oferta da biomassa no leilão, deve viabilizar, com máxima urgência, a regulamentação dos critérios a serem adotados para a conexão das centrais

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geradoras nos sistemas elétricos. Jardim salienta que a conexão e acesso à rede elétrica têm se constituído em uma grave restrição para que as usinas possam exportar energia ao sistema. “Para tentar solucionar este entrave, apresentei proposta que responsabiliza as distribuidoras e transmissoras de energia a assumirem a execução das conexões de empreendimentos novos e a expansão de capacidade instalada daqueles existentes, conforme regulamentação estabelecida pela própria Aneel. Estas poderiam ser bancadas pelo Encargo de Energia de Reserva (EER), instituído por recente decreto presidencial”, diz o deputado. O Brasil está no limite da disponibilidade de energia – o deputado alerta para o limite da disponibilidade de energia elétrica e dificilmente o País conseguirá atender ao pleito da Argentina, que pretende comprar 1,5 mil megawatts médios entre os meses de maio a agosto. O deputado disse que em 2007 o Brasil só não enfrentou problemas de fornecimento de energia por conta do deslocamento do gás natural destinado às indústrias e postos de GNV (Gás Natural Veicular) para as termoelétricas. “O governo insiste em tapar o sol com a peneira, mas infelizmente a realidade é esta”, afirma. Para Jardim, caso o governo brasileiro resolva atender ao pedido de Buenos Aires, o Brasil ficará “numa situação absolutamente difícil. A oferta que já está limitada poderá ficar pior”, previne. A opinião dos especialistas – Ivan Camargo, professor da Universidade Federal de Brasília admite que a diferença entre a oferta e a demanda é muito justa, e para que não haja racionamento, não se pode contar apenas com maior quantidade de chuva, até a entrada da energia vinda do Rio Madeira que chegará daqui a quatro anos. “Há risco de déficit de energia sim. Enquanto o PIB do País cresceu 4% o consumo de energia cresceu 5%. Com a expectativa de um PIB maior, o consumo de energia também aumentará. Não podemos ficar contando com as chuvas e torcendo

para que não haja atraso nos projetos de hidrelétricas. A alternativa é a biomassa da cana”, enfatiza o professor.

Sorge, vice-presidente do Grupo Rede: “Sempre acreditamos que a co-geração poderia ser o terceiro produto da usina”

José Antonio Sorge, vice-presidente do Grupo Rede, uma das principais empresas fornecedoras de energia do Brasil, não tem dúvidas sobre a importância da biomassa da cana-de-açúcar. “Desde as primeiras experiências acreditamos que a co-geração poderia ser o terceiro produto da usina”, evidencia Sorge, que vê um cenário bem mais propício para o desenvolvimento da co-geração. “A internacionalização do etanol mudou completamente o setor, que se apresenta mais profissional, capitalizado, com a participação de investidores estrangeiros e abertura de capital”, comenta. Para Sorge, o etanol está diretamente impulsionando a bioeletricidade, pois ninguém investe em uma planta isolada de co-geração. As novas unidades são de produção de etanol, mas tratam a energia como negócio, investindo em caldeiras de alta- pressão e toda a tecnologia que envolve grande quantidade de geração. Durante o workshop sobre Bioenergia, realizado pela Amcham (Câmara Americana de Comércio), em Ribeirão Preto, em 29

de fevereiro deste ano, Miroel Wolowski, diretor de comercialização e negócios da Tractebel, também destacou que os novos ares que sopram na agroindústria canavieira oferecem maior sustentação para o negócio da bioletricidade. “O cenário anterior era de produção de commodity, processos ineficientes, negócio familiar, co-geração para consumo interno, compras apenas por companhias distribuidoras locais e pouca sustentabilidade empresarial a longo prazo”. Hoje, completa Wolowski, há eficiência nos processos produtivos, compra de energia por pool de distribuidoras, e a venda de energia elétrica está ajudando a neutralizar o efeito negativo de preços das commodities.

Wolowski: “a venda de energia está ajudando a neutralizar o efeito negativo de preços das commodities”

Bagaço, pontas e palhas – ainda no evento da Amcham. Luiz Otávio Koblitz, presidente da Koblitz, sugeriu que, para melhor aproveitar o potencial da biomassa da cana, as unidades precisarão desenvolver métodos eficientes para a retirada das palhas e pontas da lavoura, aumentar a eficiência, a pressão da temperatura das caldeiras, motorizar todos os acionamentos da fábrica; implantar turbinas de contra-pressão e condensação com aumento de eficiência, pressão e temperatura. Também será necessário diminuir e regularizar o consumo específico de vapor na produção de açúcar e álcool. “Tudo isso temperado com muita determinação e coragem”, comenta o engenheiro que há muitos anos defende a co-geração de energia.Koblitz apresentou dois cenários para a

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co-geração na agroindústria canavieira:Segundo Koblitz, a opção por um dos dois cenários dependerá da coragem e ousadia de cada empresa. Ousadia ainda maior se o setor se empenhar no desenvolvimento da tecnologia de gaseificação do bagaço, que permitirá gerar até 300 quilowatts por tonelada de cana, três vezes mais do que a geração na tecnologia atual.Aumenta a venda de caldeiras de alta potência – com a expansão do negócio de energia as caldeiras de alta-pressão estão

Potência InstaladaInvestimentos Energia geradaEnergia gerada para fabricar açúcar e álcoolFaturamento com energiaFat. com créd. Carbono(considerando 61 kg de carbonoaproveitado por MWh –R$ 40,00 t de carbono)Faturamento com açúcar (considerando 5 milhões de tc xR$ 6000,00/ t de açúcar)Faturamento com o álcool (Considerando 4, 25 bilhões de litros X R$0,80)Total do faturamento*Incremento no faturamento

500 milhões de TC/safra e o uso do bagaço para energia

14.700 MWR$ 36,7 bilhões 4.886 MW médios1.500 MW méd. (3,5% do Brasil)R$ 6,8 bilhões (16,3%)R$ 0,4 bilhão (1%)

R$ 15 bilhões (36,1%)

R$ 19, 4 bilhões (6,6%)

R$ 41,6 bilhões (100%)20,9 %

500 milhões de TC/safra utilizando bagaço, pontas e palhas

Potência InstaladaInvestimentosEnergia geradaEnergia gerada para fabricar açúcar e álcool(3,5% do Brasil)Faturamento com energiaFat. com créd. Carbono(261 kg de carbono aproveitado por MWh –R$ 40,00/ Tcarbono) Faturamento com açúcar(25 milhões de TC x R$ 600,00/ T de açúcar)Faturamento com o álcool ( 24,25 bilhões de litros x R$ 0,80)Total do faturamento*Incremento no faturamento

29.900 MWR$ 74,7 bilhões 11.410 MW med.1.500 MW med.

R$ 16 bilhões (31,1%) R$ 1 bilhão ( 2)

R$ 15 bilhões (29,2%)

R$ 19,4 bilhões (37,7%)

R$ 51, 4 bilhões (100%) 49,4%

aposentando as caldeiras de 21 kg/cm³. O ritmo é acelerado, segundo informações da assessoria da Dedini, apenas a empresa comercializou, em 2007, 24 caldeiras – cada uma com capacidade para produção de 30 MW/h –, mais que o dobro das dez unidades de 2006. Para 2008 já há 30 caldeiras encomendadas, sendo cinco de altíssima potência, vendidas para o Grupo Cosan. Antes, as caldeiras para co-geração em usinas representavam cerca de 5% do volume de vendas, em 2007,

chegou a 20%. Quem paga as linhas de transmissão – as empresas se preparam para colocar mais energia na rede, porém não há linhas de transmissão até a conexão das concessionárias, a maioria já está tomada. Conforme especialistas o custo de um quilômetro de linha custa em torno de R$ 1 mil, no estado de São Paulo a distância das linhas ficam de cinco a dez quilômetros, já no Centro-Oeste, chegam a 200 quilômetros. Além da linha, é preciso construir outros itens como subestações.

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Caldeira na usina Cresciumal, Leme, SP, fornecida pela Dedini.

analistas ponderam que mesmo não sendo o ideal, ainda é um bom negócio para as usinas, pois ajuda a amortizar o investimento. Eles também aconselham a firmar contratos de longo prazo mesmo com valor por volta de R$ 140,00, pois a partir de 2013, entra a energia da usina Santo Antonio (primeira hidrelétrica do Rio Madeira) e o MWh foi comercializado a R$ 80,00 com o custo de transmissão incluído. Vender no mercado spot tem sido uma opção para quem deseja ganhar mais, porém tem seus riscos, já que a oscilação de preço é muito grande, já foi dos R$18,00 até mais de R$ 500,00. Sorge argumenta que a venda no mercado spot é uma alternativa para as sobras de energia. A melhor opção é amarrar a maior quantidade de energia a um contrato de longo prazo e negociar uma pequena parte no mercado livre. Esse tem sido o conselho dos agentes do setor de energia para o investidor de fontes alternativas, para os da biomassa da cana surgiu a opção dos leilões de energia de reserva, que acontece em 30 de abril.Mais empresas comercializando –o produtor de energia também está bem servido de opções de empresas compradoras, foi-se o tempo de ficar restrito às tradicionais distribuidoras. Nos últimos cinco anos as comercializadoras de energia conquistaram maior espaço e se apresentam como boas alternativas para as usinas de cana. A Tractebel Energia já é a maior geradora privada do País com 6.094 MW. A geração da empresa está dividida entre grandes hidrelétricas e térmicas a gás natural e carvão mineral. Agora, o desafio é entrar no mercado de fontes alternativas. A Tractebel se impôs uma meta de ter até o fim do ano 100 MW em desenvolvimento. O foco principal será a co-geração com bagaço de cana-de-açúcar com vistas ao leilão de reserva. A proposta da empresa

Normalmente o total do investimento sai por volta de R$ 5 milhões. Paulo Cunha, da NC Energia, concorda que muitas dessas conexões de energia por estarem distantes das estações coletoras oneram o projeto. Há, inclusive, usinas deixando de fornecer o excedente por falta de transmissão. O governo anunciou que até meados de março teria uma posição definida sobre quem arcaria com a construção das linhas de produção; as concessionárias ou as usinas. Mas isso não ocorreu. ”Ainda não há precisão sobre quem paga, o governo aconselhou a realizar negociações individuais”, diz Sorge, do Grupo Rede. O preço da energia – os produtores continuam insatisfeitos com o valor de R$140,00 oferecido pelo MWh da energia da

Koblitz: “é preciso determinação e coragem por parte do setor”

“Muitas das conexões estão distantes das estações coletoras”, diz Paulo Cunha, presidente da NC Energia

é que as usinas forneçam o bagaço e, ela, a energia. Segundo Miroel Wolowski, os contratos têm a duração de 17 anos, a usina não precisará investir em equipamentos de co-geração, receberá energia e vapor para seu processo produtivo e não se preocupará com a comercialização da energia, concentrando-se na produção de cana-de-açúcar, álcool e açúcar. A NC Energia é outra comercializadora com repercussão no mercado e 40 usinas na carteira, Paulo Cunha explica que a função da empresa não se resume a comercializar, atua também como consultora, orientando, analisando, realizando estudos de viabilidade econômica. Já o Grupo Rede fornece energia para 30% do território nacional, tem 150 consumidores e 28 usinas produtoras de energia alternativa entre pchs e biomassa de cana. “Isso permite oferecer ao consumidor energia o ano todo, pois justamente no período de entressafra das usinas é a época das chuvas, quando as pchs estão em funcionamento. Resultando em tranqüilidade de fornecimento ao consumidor e melhores preços ao vendedor”, declara Sorge. O Grupo Rede também inicia no negócio de álcool, para isso instalou duas destilarias no Estado de Mato Grosso do Sul, cada uma com capacidade de moagem de cinco milhões de toneladas e preparadas para co-gerar 100 MWh, cada uma. A Unidade de Sidrolândia tem previsão para entrar em funcionamento em 2010 e a de Inhanduí em 2011.

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biomassa, dizem que não remunera. Mas de acordo com Sorge, para contratos de longo prazo é um preço adequado e que deverá ser seguido no pregão do dia 20 de maio. “Nas simulações que realizamos, o próximo leilão apresentará valores próximos aos anteriores, entre R$ 140 e 150 o MWh”, informa. Alguns

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Durante esta safra, se você for visitar a usina Santa Isabel, em Mendonça/

SP, aproveite para reparar nas torres de resfriamento de água dessa unidade. Elas apresentam inovações tecnológicas que ajudam as usinas serem ecologicamente corretas. As torres são produzidas através de um sistema menos agressivo ao ambiente, o RTM Light (Resin Transfer Molding Light: Transferência de Resina por Injeção para Molde). Sua taxa de emissão de poluentes é praticamente zero. João Luis Castropil Silva, diretor da OMNI Grupo Industrial de Equipamentos – empresa que produziu estas torres –, explica que, outras torres existentes no mercado, utilizam parcialmente esse sistema, enquanto que as da OMNI são 100% produzidas com o sistema RTM Light. “Com isso, a emissão de gases e geração de resíduos sólidos são muito menores do que as formas artesanais de produção” além de oferecer vantagens técnicas e estéticas incomparáveis, salienta João Luís.Tecnologia exclusiva – Na parte de enchimento, as torres apresentam uma tecnologia exclusiva da OMNI. Segundo João Luís os enchimentos de contato Dura-Grade e Dura-Bar e o eliminador de gotas Dura-Drift, são mais eficientes, robustos e duráveis. O Dura-Bar, por exemplo, é recomendado para águas sem tratamento e/ou contaminadas. Sua configuração não permite a formação de algas, além de ser autolimpante e a prova de entupimento. João Luís ressalta que são diferenciais que geram ganhos para as empresas, pois não precisam realizar limpezas freqüentes nas torres, podendo-se estender significativamente a periodicidade das intervenções.

Torres ecológicasSafra 2008/2009 apresenta inovações tecnológicas na produção de torres de resfriamento, praticamentezerando a emissão degases poluentes

Torre de resfriamento de águapara grande capacidade,

produzida pela OMNI: tecnologia que gera menos resíduos sólidos e

menor emissão de gases

Ganhos com o resfriamento da vinhaça – João Luis admite que o mercado sucroalcooleiro está bastante aquecido, não só para torres de resfriamento de água, mas também para vinhaça. “Praticamente, as torres de resfriamento de vinhaça já fazem parte da concepção dos projetos das novas plantas, mas muitas usinas já estabelecidas passaram a adotar o equipamento, pois o aumento da capacidade instalada gera maior quantidade de vinhaça. O resíduo sai com uma temperatura de até 100 ºC, com alta corrosividade. As torres resfriam a vinhaça facilitando seu manuseio. A menor temperatura torna a vinhaça menos corrosiva, e o resfriamento reduz o volume em 8%, ficando mais concentrada”, explica o diretor-gerente.

Respeito ao cliente – com a expansão canavieira, a demanda por equipamentos industriais aqueceu, resultando em prazos de entrega mais longos. O maior problema é que muitas empresas ávidas em fechar negócios prometem mais do que podem, atrasando a entrega do produto, ou entregando no prazo, porém com qualidade comprometida. O resultado pode refletir em paradas freqüentes do equipamento durante a safra. “Atuo na área de torres de resfriamento há 30 anos e sei o quanto custa uma parada não programada em uma indústria, por isso, priorizamos valores como cumprimento de contrato, ética, qualidade e transparência. A OMNI atua há 20 anos no México. Como é sua tradição, fez questão de no Brasil montar uma equipe de profissionais experientes que

apresentam soluções e ganhos para as empresas. Não só desenvolvemos tecnologia, mas atuamos com responsabilidade social, respeitando o cliente e a natureza”, conclui João Luís.

Dura-Bar: tecnologia exclusivaque permite aumentar a periodicidadedas intervenções para limpeza

João Luis ao ladodas placas de resinade que são feitasas torres da OMNI:processo de produção ecologicamente correto

Informe publicitário

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Mas não deu certo, andava e o elástico saía. O pior de tudo foi a descoberta

pelos amigos, que passaram a tirar a “maior onda”. Disseram até que Pizzo deveria mostrar ao governador José Serra a real situação dos usineiros.

Matéria exclusiva

Jornalista da CanaMixsalva o presidente da ClealcoDurante a programação da Feicana Feibio, aconteceu uma homenagem aos empreendedores sucroalcooleiros que desenvolveram o setor no Oeste Paulista. Entre os homenageados estava Edson Pizzo, presidente da Clealco.Antes da festa, uma forte chuva caiu sobre o recinto da feira, formando poças de água pelo chão e, ao caminhar em direção ao local da homenagem, Edson Pizzo, percebeu que com a umidade a sola de um de seus sapatos havia desgrudado, e conforme andava ela erguia. Tentou resolver o problema segurando com um elástico.

O presidente da Clealco “quebrando o galho” com o elástico.

Sola segura pelo elástico

A equipe de reportagem da CanaMix flagrou toda a história, e sensibilizada com o imprevisto vivido pelo empresário, a nossa jornalista, Nívea Noriega, lembrou-se de que uma das expositoras da feira tinha um produto de colagem rápida. Fomos até a empresa e pedimos o produto para colar a sola do tal sapato. No primeiro momento, o pessoal duvidou, achou que era pegadinha, tanto que nos acompanharam na tarefa. Quando se viu que era tudo real, o representante da empresa assumiu a operação da colagemFinal da história – o sapato colou, Edson Pizzo recebeu a homenagem e ao sair da festa, foi agradecer à jornalista. “Ah, minha salvadora! Muito obrigado, ficou tão bom que nem vou mais mandar arrumar o sapato”, declarou o presidente da Clealco.

Os amigos queriam mostrar ao governador Serra a real situação do setor Operação de colagem

Edson Pizzo agradece a jornalista da CanaMix, Nívea Noriega

E a CanaMix mostra que veio ao mundo sucroalcooleiro para fazer mais do que o “basicão”. E que não adianta apenas estar no lugar certo, na hora certa, é preciso profissionais que façam a diferença.

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A preocupação com a segurança anda em alta também na agroindústria canavieira. E a boa notícia é o que setor pode contar com a IBCE. Fundada em 1982, a empresa se aprimorou em oferecer os mais modernos conceitos em produtos e serviços nas áreas de segurança eletrônica, instalação de sistemas de alarme e transmissão de Imagens (CFTV e DVR), monitoramento 24h, automação Predial, telecomunicações, além de cursos e treinamentos.A IBCE atende diversos segmentos, como os de prestação de serviços, industrial, agrícola, hospitalar, shoppings, residências e em condomínios. Na área de cana-de-açúcar, o Grupo Santa Adélia, localizado em Jaboticabal, São Paulo, foi um dos primeiros a contratar os serviços da IBCE. O Grupo escolheu o sistema Seventh-D-Guard V3 com 32 canais analógicos e tecnologia IP incorporada, para implantar em sua unidade Interlagos, que fica na cidade de Pereira Barreto.Segundo Silvio Pereira, Coordenador de Automação e Instrumentação do grupo Santa Adélia, o sistema consiste de câmeras de vídeo que captam imagens das áreas de segurança patrimonial, automação industrial e agrícola. As imagens são transmitidas utilizando fibra óptica, até os servidores localizados na Central de Operações do Processo Integrado (COPI), disponibilizando recursos de gravação, visualização e alarmes das imagens disponíveis em monitores de LCD.Para captação das imagens, foram instaladas 28 câmeras fixas day/night de alta resolução que funcionam 24 horas por dia e, quatro câmeras speed domes

IBCE e a segurança no setor sucroalcooleiroUnidade Interlagos, do Grupo Santa Adélia, implanta sistema com tecnologia de ponta na área de segurança e automação

Informe publicitário

“o projeto da IBCE é um dos mais modernos sistemas de visualização, controle e gravação de imagens existente no mercado”, ressalta Sílvio, da Santa Adélia

rotativas de 360 graus. Para Silvio a opção pelo projeto da IBCE se deu porque é um dos mais modernos sistemas de visualização, controle e gravação de imagens existente no mercado. Tudo isso graças à alta resolução de imagens, flexibilidade e modularidade que permite expansão ao longo do tempo de acordo com o crescimento do parque fabril, fácil implantação e suporte técnico diferenciado.“Todos os recursos e facilidades permitiram a integração das áreas de TI, TA, Segurança Patrimonial e Agrícola, com excelentes resultados operacionais e integração entre as áreas citadas”, salienta Sílvio, explicando

Foto do sistema em funcionamento na Unidade Interlagos

que o monitoramento é feito em tempo real, através de monitores de LCDs instalados em duas áreas do parque industrial, um na Segurança Patrimonial e outro no COPI, com possibilidade de total integração e troca de informações entre as duas áreas.Por fazer parte de um grupo, a Interlagos precisa ter seu sistema de segurança disponível para ser controlado e acessado em qualquer distância. Para isso basta instalar o software no computador do usuário que irá visualizar e monitorar as imagens disponibilizadas. É possível também acessar e controlar as imagens remotamente em outra unidade produtiva

do grupo. Além das tradicionais aplicações de Segurança Patrimonial e Vigilância, o sistema permite observar a circulação de pessoas e

VOCÊVAI NA

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veículos; movimentação de mercadorias em áreas industriais, enfim proteção do patrimônio e monitoramento dos produtos acabados. Neste projeto, o sistema de CFTV foi utilizado para monitoração dos processos produtivos como: visualização e controle do trafego de caminhões de cana; visualização de Pressão e Nível

das Caldeiras remotamente; detecção e registros de vazamento e rupturas. “Isto serve como ferramenta para tomada de ações corretivas e/ou preventivas”, salienta Silvio.Conhecendo o sistema – Fabrício Junqueira da divisão de imagens do Grupo IBCE diz que o sistema usado na

Fabrício Junqueira e o sistema D-Guard V3 – desenvolvimento constante

Interlagos, é um dos mais modernos feitos no Brasil. Sistema D-guard V3 e D-guard Ip, e o SV Center, um poderoso sistema de com visualização remota e até mesmo pelo celular. Flexibilidade no projeto utilizando plataformas Hibrida, foram à diferença, conclui Fabrício Junqueira.Segundo Luís Henrique Teixeira, gerente de projeto da Microset Tecnologia. Para elaboração e implantação utilizou-se o que há de mais atual em tecnologia de conectividade, como fibra ótica e equipamentos wireless. “Criamos uma rede totalmente isolada, que converge para o servidor de câmeras, distribuindo para as posições de monitoramento de controle industrial e patrimonial. E optamos pelo sistema de redundância dos equipamentos para que o processo não seja prejudicado no caso de parada de algum componente”, conclui Luís Henrique. O grupo IBCE, atende todo o Brasil e exterior, e mantém em Ribeirão Preto um centro de treinamento à disposição de técnicos e operadores 24 horas por dia. Informações, acesse o site www.grupoibce.com.br ou mande e-mail para [email protected]

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Carminha Ruete de Oliveira:mercado financeiro e dicas de moda

Ternos & Cia.

Queridos amigos. Por uns tempos vou estar aqui com vocês falando sobre o estilo, já que a nossa poderosa Luciana (aliás, a versão

BRASILEIRA de “O diabo veste Prada”), com seu jeitinho me fez aceitar essa empreita, e acho que vai ser divertido!!!Estilo é o que você é, sua vida, seu trabalho, sua família, seus amigos, o local que você vive seus esportes e hobbies, enfim suas paixões.Pensando nisso o vestir tem que ter tudo a ver com sua vida. Então, vamos lá. Primeira dica: lembre-se sempre que, “menos” significa mais em elegância. Por isso, nada de exageros.Se você tiver um terno só, tenha um azul marinho.Se tiver vários ternos:Cinza e suas variações chumbo, risca de giz, claro, príncipe de Gales.Se quiser mais, volte para o marinho, com listas, ou tons um pouco mais claro que o marinho.Se você for supermoderno um terno preto é muito chique. É para quem se sente seguro e ousado.Um terno bege é lindo.Agora o perigo reside no marrom, o terno marrom é

“Se tiver um terno só, opte por azul marinho.Não invente com sapato de bico quadrado”,essas são algumas das dicas de nossaconsultora de moda Carminha Ruete de Oliveira

lindo, mas combinar a camisa, gravata, sapato, cinto vai dar muito trabalho, melhor ficar no que é fácil e não tem erro.Camisas brancas, azul, tipo Oxford, rosa, azul com listadinhos em azul, brancos listados de azul (a lá Ralph Lauren).Sapatos pretos vão bem com o terno preto, com o azul e com o cinza.Sapatos marrons combinam com o terno da cor bege. Mas o sapato deve ser marrom mesmo, nem pense em tons diferentes do marrom, que pode complicar. Os modelos devem ser os tradicionais, não invente os de bicos quadrado!!!

Jefferson Camargo - vendedor da VR - MensWear seguindo orientações da Carminha

Adriana Lopes - gerente da VR no Ribeirão Shopping, “ Quando a cana está em alta as vendas aumentam”

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Na edição de maio a vem com tudo!

Ternos & Cia.

Gravatas:Com terno azul: bordeaux, vermelhas, azul escura, azul mais claro, listados azul com vermelho, estampas miúdas com as do Ferragamo, Hermès, etc.Com terno cinza: todas as de cima mais amarela e também rosa e salmão.Com terno bege: fica lindo com gravata azul mais clara; amarelo com camisa azul clarinha e camisa branca.Com terno preto: gravata preta ou vermelha, ou preta com pontinhos brancos. Abotoadura, uma de ouropara a noite e uma de prata para todo dia.Se não, mais informal as lisas de botão.

Os Manoeis:Manoel Felix Cintra Neto, presidente do Conselho de Administração da BM&F.Manoel Pires da Costa, ex-presidente do Conselho de Administração da BM&F.

Os Patricks:Patrick Funaro, do BDFPatrick Bouvier, da Bunge Patrick Woodyatt, da trading Kolmar

Mais homenselegantes

Patrick Funaro

Manoel Cintra Neto

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Distribuição nacional comprovada com exemplares auditados no primeiro dia da AgrishowCaderno inédito sobre mecanização sucroalcooleira com depoimentos de profissionais especializadosEditorias - Economia, Mercado, tecnologias: administrativa, agrícola e industrialNovas editorias de interesse pessoal dos executivos: fora do trabalho, sonho de consumo, qualidade de vida, estilo, pé na estrada, etc

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Luciana Paiva

Na edição passada da CanaMix o executivo Vladimir Moreto estreou a editoria Bom Apetite com a

receita – “peixe do Vladimir”. Fez o maior sucesso. Mas os amigos, que têm o privilégio de degustar os pratos elaborados por nosso mestre cuca, disseram que o peixe é uma delícia, mas o forte mesmo do Vladimir é a receita do Bauru de Forno. Uma opção fácil, rápida e gostosa. Assim, mais um receita de Vladimir ilustra a editoria Bom Apetite, porém o chef já avisa: “as minhas especialidades já estão se esgotando. Boto banca de chef, mas na verdade só tenho três receitas”, ri Vladimir com satisfação. Formado em ciências contábeis e especialização em finanças e controladoria, Vladimir atua há 25 anos no setor sucroalcooleiro, recentemente passou a integrar o quadro de executivos do Grupo Unialco. Desejamos sucesso em sua nova empreita profissional e inspiração para criar novos pratos, pois com a publicação do bauru, só vai faltar mais uma receita.

Esta receita de bauru de forno é tão fácil de fazer que até os mais desqualificados na arte culinária conseguem

BAURU DE FORNO

Ingredientes para a massa:

03 ovos250 ml de leite125 ml de óleo04 colheres de chá de queijo ralado08 colheres de sopa de farinha de trigo01 colher de sobremesa de sal01 colher de sopa de fermento em pó

Ingredientes para o recheio:

300 gramas de presunto300 gramas de mussarela300 gramas de queijo ralado04 tomates grandesOréganoAzeite

Acender o forno antes de começar a fazer

Fácilrápidoe gostoso

Vladimir: o nosso “Mestre Cuca”

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A bebida certa – para acompanhar este bauru de forno, uma boa opção é uma bebida também sem complicações: cerveja. No entanto, o sabor desse prato pede uma cerveja especial, a dica é a Cauim - Pilsen – Esta Pilsen tradicional de Ribeirão Preto é feita com água do aqüífero Guarany, e leva cevada maltada holandesa, lúpulo tcheco, mandioca e exclusiva levedura de baixa fermentação realizada pela Cervejaria Colorado. Esse conjunto de itens forjou esta jóia original, coroada de uma espuma densa e branca como um colar de pequeníssimas pérolas. Tem teor alcoólico estimado em 4,5%.Logo ao primeiro gole sentimos o sabor e o corpo do malte, a sua doçura discreta e o perfeito casamento com os aromas e sabores florais do lúpulo. A receita de Pilsen foi criada pelo grande mestre cervejeiro Carlos Hauser, que durante várias décadas foi o principal maestro da fábrica da Antártica de Ribeirão Preto e é hoje uma referência no mundo micro-cervejeiro. Seu nome Cauim vem do Tupi e se refere a uma antiga bebida fermentada de cereais e mandioca, fabricada pelos índios brasileiros.

Modo de fazer, passo a passo para não ter erro:

1-) Cortar os tomates em rodelas, espessura de 0,5 cm e temperar;2-) Bater no Liquidificador: todos os ingredientes até o fermento em pó;3-) Untar assadeira média (de preferência aquela redonda com mais ou menos 5 cm de altura;

4-) Despejar na assadeira, METADE da massa do liquidificador;

5-) Cobrir a massa com uma camada de mussarela e uma camada de presunto;

6-) Colocar os tomates sobre toda a superfície;

7-) Salpicar com orégano (a gosto)

8-) Cobrir os tomates com uma camada de presunto e uma camada de mussarela;

9-) Despejar a outra METADE da massa;

10-) Salpicar o restante do queijo ralado sobre toda a forma.Levar ao forno ALTO por 30 a 40 minutos.BOM APETITE!!!!!!!

Quem quiser tirar dúvidas sobre a receita ou trocar idéias sobre gastronomia, podeentrar em contato como Vladimir pelo e-mail:[email protected]

E também encaminhesuas dicas pra gente:[email protected]

Cauim Pilsen - a bebida certa para acompanhar o bauru

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Mesmo quem malha muito reclama que o mais difícil é reduzir o volume do abdome. E a medicina alerta que

as pessoas estressadas e com acúmulo de funções têm dificuldade de perder peso. Uma agravante para nossos executivos, que vivem com a agenda apertada. Realizar atividades físicas é sempre bem-vindo, pois os exercícios físicos ajudam a perder peso de duas maneiras: gastam calorias e relaxam as pessoas, diminuindo assim a ansiedade e a compulsão por comida. É claro que, a melhor atividade física é aquela que a pessoa gosta de fazer, pois o prazer incentivará a sua continuidade. Mas, calma, para perder a barriga não precisa se torturar imaginando-se em intermináveis sessões abdominais, a abordagem desta matéria é reduzir a barriga, principalmente, por meio da alimentação adequada. O que também não significa que seja moleza. Para ajudar nessa missão fomos pedir auxílio à nutricionista Valéria Coury Bosshard, profissional que conhece bem o pessoal da cana, pois além de atender o setor, seu pai, Gil Bosshard (Grupo Cosan), faz parte do quadro de executivos sucroalcooleiros.Segundo Valéria, a cada dia, fica mais difícil ter ou manter a tão cobiçada barriga tanquinho, a famosa barriga de jacaré, com músculos abdominais torneados e gordura zero. “O que se vê, com freqüência,

Barriguinha teimosa

Tudo bem, não precisa ter barriga tanquinho, mas se ela for mais enxutinha a saúde agradece

são barrigas parecidas com a de jacarés-fêmeas.... grávidas!!!”, nossa, agora a Valéria pegou pesado. Porém, se serve de consolo, garante que a nutrição, através da reeducação alimentar, consegue ajudar a secar a barriga. E ressalta não se tratar apenas de estética, mas de saúde. “O aumento da gordura abdominal eleva proporcionalmente o risco de doenças cardiovasculares, tanto em homens como em mulheres”, adverte.É necessário que o indivíduo se alimente mais vezes ao dia, porém em menor

Abuse das frutas

Este é um belíssimo exemplo de barriga tanquinho. Mas não se desespere, afinal, o Cristiano Ronaldo é jogador de futebol e não executivo

Chazinho também ajuda

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quantidade (o ideal é de seis vezes, dividido em café, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e lanche da noite). Isso também ajuda a evitar picos de hiper e hipoglicemia, aumentando a concentração e atenção no trabalho, e, consequentemente, a produtividade.Difííícil – a nutricionista previne: os alimentos gordurosos devem ser restringidos ao máximo (frituras em geral são os grandes vilões), além de bebidas gasosas, e consumo exagerado de doces. As bebidas alcoólicas podem ser usadas com bom senso e parcimônia, afinal são bem calóricas. O correto é uma alimentação equilibrada, consumindo diariamente com maior quantidade, frutas, verduras e legumes; já as proteínas (carnes, ovos, leite, queijos, leguminosas ) em quantidade moderada, e os carboidratos (massas, doces, pães) e gorduras, menos ainda. Optar, sempre que

possível, por carboidratos complexos, os já conhecidos integrais (ricos em vitaminas do Complexo B e fibras que ajudam no bom funcionamento intestinal). Não tem jeito de fugir – “os exercícios físicos para a área do abdome, os famigerados abdominais, odiados por muitos, apenas tonificam a musculatura da região”, avisa Valéria. Para diminuir ou evitar a barriguinha saliente é necessário investir em exercícios aeróbicos (caminhar, nadar, pedalar), que queimam os excessos, caso contrário, os músculos ficarão escondidos sob a camada de gordura. “E, não esquecer da importância da hidratação, tomando, no mínimo, oito copos de água por dia, nos intervalos das refeições”, indica Valéria que nos preparou um cardápio. Confira:

Exemplo de cardápio diário

Café da manhã:1 xícara de leite desnatado com café (com pouco açúcar ou adoçante) ou1 iogurte com fibras2 fatias de pão integral com requeijão light1 fruta (pode ser inteira) de maçã, banana, ou porção como ½ mamão papaia ou 1 fatia de melão, ou ainda, 1 copo de suco de frutas;

Lanche da manhã:1 fruta ou 1 copo de suco de frutas

Almoço:1 prato de sobremesa de salada variada (quanto mais colorido o prato de saladas, mais vitaminas e sais minerais estará consumindo),2 colheres de sopa de arroz (integral de preferência),½ concha de feijão,1 pedaço pequeno de carne grelhada sem gordura,2 colheres de sopa de legumes e/ou verduras cozidas,1 fruta e 1 copo pequeno de suco.

Lanche da tarde:1 fruta ou 1 copo de suco de frutas.

Jantar:idem ao almoço, ou 1 prato de sopa de legumes com carne.

Lanche da noite:1 copo de leite desnatado com achocolatado light.

Seguindo estas dicas não garantimos que terá o “corpão” do Cristiano Ronaldo, jogador de futebol do Manchester United, mas pelo menos não terá a barriga de jacaré-fêmea grávida como acentuou a Valéria.

Natação está entre os exercícios que ajudam a diminuir a barriguinha

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Emoção e comprovaçãoCanaMix convida clientes para conferir com o auditor a impressão de 10 mil exemplares de sua edição número 1

A palavra tiragem significa: número de exemplares (de livro, periódico ou outro trabalho) impressos de uma só vez ou em cada edição. Muitas vezes a quantidade de exemplares impressos anunciada é bem menor que a tiragem verdadeira, isso significa, por exemplo: a empresa anunciou que imprimiu 7 mil exemplares e na verdade imprimiu 3 mil. Daí, de tiragem passa a ser “mentiragem”.Essa prática é mais comum do que se pensa. Os mais lesados com a “mentiragem” são as empresas anunciantes, que acabam comprando “gato por lebre”, pois, acreditam que sua marca, seu produto estão sendo expostos na quantidade de exemplares que lhes foi informado.

O auditor Fernando, Marco e Plínio emocionados com a CanaMix

Camilo e Marcos, da empresa Perticarari Testing, gostaram da experiência. “Nenhum outro veículo do setor nos convidou para conferir a tiragem, ou pelo menos conhecer o processo de impressão. Muito bom.A revista é ótima, vai dar caldo”, disse Marcos

Antonio Ferreira, da Ribertec, disse que adorou a experiência. “Fiquei surpreso com a quantidade de exemplares. Adorei ver a revista nascendo, fico até emocionado ao segurar o exemplar. Vocês estão de parabéns”

Em respeito aos nossos clientes, a CanaMix é audita pela BLB Auditores Independentes para comprovar sua real tiragem e também a postagem dos exemplares. No nascimento da primeira edição da CanaMix, Marco Baldan e Plínio César, diretores da PC & Baldan, empresa que edita a revista, convidaram duas empresas clientes – Perticarai Testing e Ribertec – para irem à São Francisco Gráfica e Editora acompanhar o auditor Fernando Leme da Conceição. O pessoal gostou do que viu e os diretores da CanaMix informaram que, em outras edições novos clientes serão convidados para conferir a impressão e a auditoria da tiragem.

Valdenisi Uzuelli, diretora comercial da São Francisco Gráfica, Regina Simino, profissional da São Francisco, que atende a conta da CanaMix, Plínio César e o auditor Fernando, conferindoa qualidade da impressão

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