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Gênero textual: Editorial / Carta ao leitor A produção de textos está ligada a esferas de circulação, a domínios discursivos em que circulam, de modo que a definição da estrutura que definirá seu gênero deve considerar os diferentes elementos inerentes ao discurso, dentre eles: I quem fala; II para quem fala; III por que fala; IV quando e onde fala. Cada um dos gêneros organiza-se a partir de uma ou mais tipologias textuais: narrar, descrever, expor, relatar, argumentar, instruir ou dialogar. O jornalista e professor José Marques Melo 1 propõe que os gêneros que circulam no domínio discursivo jornalístico subdividem-se em dois subgrupos, tendo em vista a intencionalidade do relato: 1º - reprodução do real, por meio da qual o jornalista comunica os fatos noticiosos; 2º - leitura do real, que consiste em jornalismo opinativo, no qual existe uma análise da realidade dentro de uma conjuntura temporal. O editorial encontra-se no grupo do argumentar, uma vez que, por meio dele, o editorialista expressa o ponto de vista de uma determinada empresa jornalística em relação ao assunto tratado, sem que haja a obrigação da objetividade que, supostamente, perpassa os textos que compõem o domínio discursivo jornalístico. Diferentemente do artigo de opinião, apresenta-se em estilo impessoal, veicula o ponto de vista da empresa jornalística sobre acontecimento importante no cenário nacional ou internacional. Por essa razão não deve ser associado a um ponto de vista individual e, diferentemente, do artigo de opinião, que traduz a opinião do articulista, não vem assinado. É também conhecido como artigo de fundo. Os encarregados pela redação dos editoriais são editorialistas, quase sempre jornalistas mais experientes, que trabalham em um jornal há mais tempo. Os projetos gráficos dos grandes jornais valem-se de recursos como variação da fonte, presença do logotipo do jornal, presença de fios que separem o editorial dos demais textos, com propósito de destacá-lo dentre os demais textos notícias, artigos de opinião, reportagens... Normalmente, circulam em página nobre, como início de revistas ou na chamada página editorial, no caderno de opinião dos jornais impressos, mas podem compor a primeira página do jornal, quando o tema é de grande repercussão e relevância. 1 MARTINS, Eduardo. Manual de redação e estilo de O Estado de São Paulo. São Paulo: Moderna, 1997. Adaptado. In CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e Interação. São Paulo: Atual, 2000.

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Gênero textual: Editorial / Carta ao leitor A produção de textos está ligada a esferas de circulação, a domínios discursivos em que

circulam, de modo que a definição da estrutura que definirá seu gênero deve considerar os

diferentes elementos inerentes ao discurso, dentre eles:

I – quem fala;

II – para quem fala;

III – por que fala;

IV – quando e onde fala.

Cada um dos gêneros organiza-se a partir de uma ou mais tipologias textuais: narrar, descrever,

expor, relatar, argumentar, instruir ou dialogar.

O jornalista e professor José Marques Melo1 propõe que os gêneros que circulam no domínio

discursivo jornalístico subdividem-se em dois subgrupos, tendo em vista a intencionalidade do

relato:

1º - reprodução do real, por meio da qual o jornalista comunica os fatos noticiosos;

2º - leitura do real, que consiste em jornalismo opinativo, no qual existe uma análise da realidade

dentro de uma conjuntura temporal.

O editorial encontra-se no grupo do argumentar, uma vez que, por meio dele, o editorialista

expressa o ponto de vista de uma determinada empresa jornalística em relação ao assunto

tratado, sem que haja a obrigação da objetividade que, supostamente, perpassa os textos que

compõem o domínio discursivo jornalístico.

Diferentemente do artigo de opinião, apresenta-se em estilo impessoal, veicula o ponto de vista

da empresa jornalística sobre acontecimento importante no cenário nacional ou internacional.

Por essa razão não deve ser associado a um ponto de vista individual e, diferentemente, do artigo

de opinião, que traduz a opinião do articulista, não vem assinado. É também conhecido como

artigo de fundo.

Os encarregados pela redação dos editoriais são editorialistas, quase sempre jornalistas mais

experientes, que trabalham em um jornal há mais tempo.

Os projetos gráficos dos grandes jornais valem-se de recursos como variação da fonte, presença

do logotipo do jornal, presença de fios que separem o editorial dos demais textos, com propósito

de destacá-lo dentre os demais textos – notícias, artigos de opinião, reportagens...

Normalmente, circulam em página nobre, como início de revistas ou na chamada página editorial,

no caderno de opinião dos jornais impressos, mas podem compor a primeira página do jornal,

quando o tema é de grande repercussão e relevância.

1 MARTINS, Eduardo. Manual de redação e estilo de O Estado de São Paulo. São Paulo: Moderna, 1997. Adaptado. In CEREJA, William Roberto

e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e Interação. São Paulo: Atual, 2000.

Quanto ao estilo, o editorial é breve, mas equilibrado; denso ou leve conforme a linha ou estilo do

veículo jornalístico; enfático e informativo. O editorial da revista “Superinteressante” é,

supostamente, menos denso que o da Folha de São Paulo ou da revista “Exame”, por exemplo.

A linguagem é formal, precisa e clara uma vez que reflete a imagem da empresa à qual pertence

o periódico em que circule. Deve ser impessoal, de modo que, diferentemente do artigo de

opinião, em que se admite a presença de marcadores de 1ª pessoa do singular, há o predomínio

da 3ª pessoa.

Dentre os aspectos formais, ressalta-se o uso prioritário do presente do indicativo, infinitivo e voz passiva, já que esses tempos verbais contribuem para a construção da impessoalidade. A seleção lexical e organização sintática são previsíveis e garantem tom generalizante e analítico.

Segundo ABAURRE2, o editorial estrutura-se a partir dos seguintes elementos:

- Título, em que se apresenta o aspecto central do fato abordado;

- Introdução, por meio da qual o leitor é contextualizado quando a questão a ser analisada;

- Desenvolvimento, no qual há a apresentação dos argumentos que sustentam a tese. Depois

de situar o problema, procede-se sua análise, por meio da apresentação de suas causas e

consequências, e da utilização de estratégias argumentativas de comprovação como

apresentação de dados percentuais, estatísticos; de validação como a citação; e a contra

argumentação, dentre outras estratégias.

- Conclusão que decorra da argumentação e, em alguns casos, propõe-se sugestões para

solucionar o problema nesta parte.

Trata-se, portanto, de uma estrutura semelhante à do artigo de opinião. As diferenças

essenciais entre editoriais e artigos de opinião são:

- a extensão dos textos: os artigos de opinião são mais longos, editoriais devem ser curtos, já que

tratam a questão central de modo objetivo;

- perspectiva adotada para a análise: os editoriais, diferentemente dos artigos de opinião, não são

assinados e não podem ser associados a uma perspectiva subjetiva, já que têm como função

expressar o ponto de vista do periódico em que são publicados e não a do articulista.

Ressalta-se, entretanto, que a imparcialidade que os jornais procuram é praticamente inatingível, pois até mesmo a seleção de assuntos e o espaço que ocuparão na diagramação trazem em si marcas de subjetividade dos editores.

2 ABAURRE, Maria Luiza M. & ABAURRE, Maria Bernadete. Produção de Texto. São Paulo. Moderna, 2012.

Editorial – sistematização

TEXTO I Edição do dia 10/02/2014

10/02/2014 20h56 - Atualizado em 10/02/2014 21h08

Editorial da Rede Globo sobre a morte de cinegrafista

A Rede Globo divulgou nesta segunda-feira (10) o seguinte editorial:

Não é só a imprensa que está de luto com a morte do nosso colega da TV Bandeirantes Santiago Andrade. É a sociedade. Jornalistas não são pessoas especiais, não são melhores nem piores do que os outros profissionais. Mas é essencial, numa democracia, um jornalismo profissional, que busque sempre a isenção e a correção para informar o cidadão sobre o que está acontecendo. E o cidadão, informado de maneira ampla e plural, escolha o caminho que quer seguir. Sem cidadãos informados não existe democracia. Desde as primeiras grandes manifestações de junho, que reuniram milhões de cidadãos pacificamente no Brasil todo, grupos minoritários acrescentaram a elas o ingrediente desastroso da violência. E a cada nova manifestação, passaram a hostilizar jornalistas profissionais. Foi uma atitude autoritária, porque atacou a liberdade de expressão; e foi uma atitude suicida, porque sem os jornalistas profissionais, a nação não tem como tomar conhecimento amplo das manifestações que promove. Também a polícia errou - e muitas vezes. Em algumas, se excedeu de uma forma inaceitável contra os manifestantes; em outras, simplesmente decidiu se omitir. E, em todos esses casos, a imprensa denunciou. Ou o excesso ou a omissão. A violência é condenável sempre, venha de onde vier. Ela pode atingir um manifestante, um policial, um cidadão que está na rua e que não tem nada tem a ver com a manifestação. E pode atingir os jornalistas, que são os olhos e os ouvidos da sociedade. Toda vez que isso acontece, a sociedade perde, porque a violência resulta num cerceamento à liberdade de imprensa. Como um jornalista pode colher e divulgar as informações quando se vê entre paus e pedras e rojões de um lado, e bombas de efeito moral e bala de borracha de outro? Os brasileiros têm o direito de se manifestar, sem violência, quando quiserem, contra isso ou a favor daquilo. E o jornalismo profissional vai estar lá - sem tomar posição a favor de lado nenhum.

Exatamente como o nosso colega Santiago Andrade estava fazendo na quinta-feira passada. Ele não estava ali protestando, nem combatendo o protesto. Ele estava trabalhando, para que os brasileiros fossem informados da manifestação contra o aumento das passagens de ônibus e pudessem formar, com suas próprias cabeças, uma opinião sobre o assunto. Mas a violência o feriu de morte aos 49 anos, no auge da experiência, cumprindo o dever profissional. O que se espera, agora, é que essa morte absurda leve racionalidade aos que contaminam as manifestações com a violência. A violência tira a vida de pessoas, machuca pessoas inocentes e impede o trabalho jornalístico, que é essencial - nós repetimos - essencial numa democracia. A Rede Globo se solidariza com a família de Santiago, lamenta a sua morte, e se junta a todos que exigem que os culpados sejam identificados, exemplarmente punidos. E que a polícia investigue se, por trás da violência, existe algo mais do que a pura irracionalidade. http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/02/editorial-da-rede-globo-sobre-morte-de-cinegrafista.html. Acesso em 11 fev. 2014.

1- DELIMITE no texto cada uma das partes – elementos estruturais – que compõem o gênero

editorial.

2- INDIQUE, em relação ao TEXTO I: - a concepção de jornalismo que a rede Globo apresenta no texto em estudo; - o ponto de vista que se defende; - um argumento de que se vale o editorialista; - uma estratégia utilizada na defesa do argumento.

3- ANALISE se se apresenta uma proposta de solução para a situação problema que se

discute no texto em estudo.

4- Releia o excerto transcrito a seguir: “Também a polícia errou - e muitas vezes. Em algumas, se excedeu de uma forma inaceitável contra os manifestantes; em outras, simplesmente decidiu se omitir. E, em todos esses casos, a imprensa denunciou. Ou o excesso ou a omissão.” RECORRA aos arquivos digitais de periódicos de grande circulação nacional para apresentar um exemplo de “excesso” e um de “omissão”da polícia, nas manifestações ocorridas no Brasil.

5- EXPLIQUE como se constrói a impessoalidade no editorial da Globo.

TEXTO II – ARTIGO DE OPINIÃO

A morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes: Santiago Andrade

Uma reflexão sobre a doença social que tem afetado a nossa sociedade e gerado crianças,

adolescentes e jovens insanos.

Jemoel Assis, 11 de fevereiro de 2014

Neste texto, não pretendo me deter no fato isolado em si, objeto do título, mas gostaria de me aprofundar no problema crônico social, que acredito ser a origem desta e de outras tragédias que têm assolado a nossa sociedade. Me chamou a atenção o fato de que o tatuador Fabio Raposo tenha se apresentado sozinho, tanto na polícia quanto na televisão. Seu discurso foi um discurso de alguém despreparado para enfrentar aquela situação terrível que ele mesmo produziu.

Não havia um pai, uma mãe, ou qualquer outra pessoa responsável ao seu lado. Esta situação não me comove, devido à barbárie do crime, mas me choca. A minha perplexidade é devida ao fato de que a nossa sociedade está se especializando em formar um exército de crianças, adolescentes e jovens abandonados.

A origem deste abandono é a desestruturação da família. Os homens, que ontem eram chefes de família, líderes dos seus lares, se tornaram homens inconsequentes e irresponsáveis, sempre em busca da nova conquista, seja uma nova mulher, um novo carro ou um novo emprego. É só nisso que pensam, em nada mais. Ser exemplo, referência ou inspiração para seus filhos virou coisa do passado, soterrado pelo egoísmo e a vaidade pessoal.

A meu ver, nunca na história da humanidade a mulher mendigou tanto por atenção. Mulheres famintas emocionalmente, sobrecarregadas física e espiritualmente, se tornaram objeto de uso e se prestaram de forma voluntária e cordeira a esse triste papel. Deixaram de ser namoradas, noivas, esposas e mães e ganharam os rótulos de “vadias”, “cachorras”, “preparadas”, “popozudas”, etc...

Vivendo numa eterna e infrutífera competição entre si, elas se submetem a verdadeiras torturas físicas e emocionais, buscando alcançar a silhueta padrão Barbie e não envelhecer, com o único objetivo de agradar aos homens que.por sua vez, têm tantas opções de mulheres que já não querem mais se relacionar com elas. É um loop eterno de egoísmo e insatisfação.

O resultado disso é uma geração de crianças, adolescentes e jovens abandonados e desorientados.

O fato incontestável e que não quer se calar é que há no ser humano uma necessidade básica de ser aceito, de pertencer a algo e de se unir a um grupo social. Esta necessidade de pertencimento, no projeto original do homem, deveria ser inicialmente preenchida pela família, pai e mãe, depois aprofundado pela escola e, por último, seguindo o processo de amadurecimento natural, pela família que este mesmo homem deveria formar, seja como pai ou como mãe, gerando filhos e filhas, dando continuidade à sua própria existência.

A nossa sociedade, doente como está, tem falhado em dar as crianças, adolescentes e jovens este sentimento de pertencimento e ai eles, tentando atender a sua compulsividade de pertencimento, buscam fazer parte de alguma coisa, qualquer coisa, que possa preencher esta sua necessidade natural. Pode ser um grupo religioso, um clube, um grupo de extremistas radicais, uma facção criminosa ou até mesmo um grupo terrorista, tudo vai depender de seu caráter e de sua personalidade.

Aliado a isso, soma-se ainda o fato de que a mesma família que não consegue suprir a necessidade de pertencimento também falha em estabelecer limites. Os limites são regras sociais aprendidas primeiramente na família e depois na escola e que irão pautar para sempre o relacionamento do indivíduo com a sociedade

A necessidade de pertencimento não suprida, somado a falta de limites, gera um ser carente por ser aceito e disposto a fazer qualquer coisa para se sentir parte de algum grupo ou organização, até mesmo soltar uma bomba no meio de uma multidão, independente das consequências deste seu ato.

A falta de limites torna estas crianças, adolescentes e jovens incapazes de fazerem um julgamento moral sobre suas ações. Nós, cidadãos éticos e moralmente conscientes, não conseguimos entender por que eles agem assim e eles não conseguem entender que estão errados, pela falta desta mesma consciência ética e moral. Isto obviamente não os torna inocentes. São culpados de seus crimes e devem pagar por eles. A falta do cumprimento das leis em uma sociedade civilizada nos levará de volta a barbárie.

Jovens desesperados por atenção e de pertencerem a algum grupo, sem capacidade de discernimento moral, por falta de limites, são presas fáceis para políticos inescrupulosos, facções criminosas e grupos extremistas.

Se a sociedade brasileira não cair em si numa profunda e sincera reflexão sobre a forma como as famílias têm criado seus filhos e não mudar a sua rota, filosofia, seus princípios e seus valores, em breve se tornarão comuns atos de terrorismo no Brasil e só nos sobrará a repressão através de uma lei mais dura e de uma polícia mais violenta.

Talvez alguém possa achar que eu estou exagerando e eu torço para que realmente eu esteja. Porém, quero deixar uma reflexão para os nossos leitores, mães, pais e responsáveis: Onde estão seus filhos agora neste exato momento?

Eu espero sinceramente que a maioria de vocês saiba onde eles estão e que tenha uma relação de amor e respeito mútuo com seus filhos, porém temo que na grande maioria dos casos os pais tenham perdido o controle sobre seus filhos pelo total abandono que impuseram a eles, sob a desculpa de que estavam muito ocupados fazendo alguma coisa que naquele momento era mais importante do que dar atenção aos filhos.

No caso especifico que estamos falando, a vítima, o cinegrafista da rede bandeirante está morto; um jovem de vinte e poucos anos, Fabio Raposo, está preso, acusado de homicídio doloso, crime cuja pena prevista é de 35 anos e outros mais serão indiciados. Está é uma história sem final feliz, todos nós saímos perdendo.

http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/a-morte-do-cinegrafista-da-rede-bandeirantes-santiago-

andrade/75553/ Acesso em 13 fev. 2014.

Segundo o que foi apresentado na parte teórica desta unidade, as diferenças essenciais entre editoriais e artigos de opinião são:

- a extensão dos textos: os artigos de opinião são mais longos, editoriais devem ser curtos, já que tratam a questão central de modo objetivo;

- perspectiva adotada para a análise: os editoriais, diferentemente dos artigos de opinião, não são assinados e não podem ser associados a uma perspectiva subjetiva, já que têm como função expressar o ponto de vista do periódico em que são publicados e não a do articulista.

6- EXPLIQUE se essas diferenças aplicam-se aos TEXTOS I (editorial) e II (artigo de opinião).

7- RETEXTUALIZE o TEXTO II para o gênero “editorial”. FAÇA todos os ajustes necessários.

TEXTO III

Black bloc (do inglês black, negro; bloc, agrupamento de pessoas para uma ação conjunta ou propósito comum, diferentemente deblock: bloco sólido de matéria inerte) é o nome dado a uma tática de ação direta, de corte anarquista, empreendida por grupos de afinidade1 2 que se reúnem, mascarados e vestidos de preto, para protestar em manifestações de rua, utilizando-se da propaganda pela ação para desafiar o establishment e as forças da ordem. Black bloc é basicamente uma estrutura efêmera, informal, não hierárquica e descentralizada. Unidos, seus integrantes adquirem força suficiente para confrontar a polícia, bem como atacar e destruir propriedades privadas.

As roupas e máscaras pretas - que dão nome à tática e, por extensão, também aos grupos que dela se utilizam - visam garantir o anonimato dos indivíduos participantes, caracterizando-os, em conjunto, como um único e imenso bloco.

Os blackblocs, à diferença de outros grupos anticapitalistas, realizam ataques diretos à propriedade privada, como forma de chamar a atenção para sua oposição ao que consideram símbolos do capitalismo, às corporações multinacionais e aos governos que as apoiam. Um exemplo desse tipo de ação foi a destruição das fachadas de lojas e escritórios do McDonald's, da Starbucks, da FidelityInvestments e outras instalações de grandes empresas no centro de Seattle, em 1999, durante as manifestações contra a conferência de ministros de países integrantes da Organização Mundial do Comércio (OMC)

Segundo o entendimento difundido principalmente pelas grandes redes comerciais de comunicação de massa, blackbloc seria uma organização internacional.4 Outros afirmam que blackbloc não é uma organização mas uma tática utilizada por vários grupos anticapitalistas, que não mantêm muitas conexões entre si.5 Pode haver vários grupos blackbloc dentro de uma única manifestação, com diferentes formas e táticas.5 Na mesma manifestação, podem formar-se diversos blocos negros, com diferentes objetivos e táticas. Esses blocos podem até mesmo entrar em confronto entre si, a exemplo do que ocorreu nos protestos contra o G8, em Gênova (2001)6 e Québec (2007), quando policiais se infiltraram no black bloc.7

O blackbloc geralmente é formado por anarquistas e integrantes de movimentos afins (anticapitalismo e anti-globalização), que se juntam para determinada ação de protesto. O objetivo pode variar em cada caso, mas, em termos gerais, trata-se de expressar solidariedade diante da ação repressiva do Estado e de veicular uma crítica, segundo a perspectiva anarquista, acerca do objeto do protesto no momento.8

Alguns também consideram um equívoco considerar o bloc como violento. Para John Zerzan (teórico anarquista considerado como uma espécie de ideólogo dos movimentos demultidão) no documentário Surplus,9 não se pode falar em violência contra objetos: não se violenta uma mesa, cadeira ou vidraça. Segundo Zerzan, a violência só pode ser exercida contra outros seres vivos, coisa que não acontece com o blackbloc. "Veteranos" do bloco confirmam essa visão: "Não somos violentos, jamais atacamos pessoas (...) Não é violência destruir os símbolos do capitalismo selvagem, da exploração, da globalização". Esses símbolos seriam lojas, caixas automáticos, carros de luxo. Os blocs nunca andam armados. Objetos simples, muitas vezes encontrados pelo caminho (pedras, extintores de incêndio, placas de trânsito,

vergalhões de aço encontrados em canteiros de obras), são transformados em armas improvisadas. O importante, para o sucesso da tática, é ser imprevisível, incontrolável e visível apenas no breve momento da ação, graças à inconfundível máscara e às roupas pretas.6

O blackbloc surgiu na Alemanha, na década de 1980, como uma tática utilizada por autonomistas e anarquistas para defenderem os squats(ocupações) e as universidades contra a ação da polícia e os ataques de grupos nazistas e fascistas.10 A expressão SchwarzerBlock nasce nessa época. Era utilizada pela polícia alemã para identificar os Autonomen (similares aos Autonomi italianos, que se situavam na área daesquerda extraparlamentar, mas com uma substancial diferença quanto ao uso de táticas violentas 11 ) que, durante as manifestações e passeatas antinucleares e em favor da Rote ArmeeFraktion, geralmente usavam roupas e máscaras negras para que o conjunto dos manifestantes formasse uma massa compacta e bem identificável, seja para parecerem numericamente superiores, seja para atraírem a solidariedade e a ajuda de outros grupos ideologicamente afins, durante as manifestações. As máscaras e os gorros ou capacetes têm a função de proteger os membros do grupo e ao mesmo tempo impedir a identificação dos participantes, por parte da polícia.

A mesma denominação foi posteriormente utilizada em inglês - Black Bloc - nos Estados Unidos, durante as manifestações contra o Pentágono (1988) e durante os protestos contra a Primeira Guerra do Golfo (1991). Outras aparições significativas dos blackbloc ocorreram em Seattle (30 de novembro a 4 de dezembro de 1999) durante as manifestações contra a conferência de ministros dos países membros daOMC, em Praga (26 a 28 de setembro de 1999), quando a cidade foi ocupada durante a reunião dos países membros do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. O blackbloc também apareceu em Gotemburgo (14 e 15 de junho de 2001) nas manifestações contra oConselho Europeu.12 Em Gênova (20 de julho de 2001), durante a cúpula do G8, as manifestações destruíram partes da capital da Ligúria. Na época, houve suspeitas de que provocadores estivessem infiltrados no blackbloc, atuando em cumplicidade com a polícia.13 Mais tarde, ficou claro que havia policiais infiltrados nos grupos. Além disso, os blackbloc foram criticados por outros ativistas, por provocarem uma violenta reação da polícia, o que, além de inviabilizar as manifestações pacíficas de diferentes organizações, resultou na morte do jovemCarlo Giuliani, por um policial.14 15 16 Em Québec (20 de abril de 2007) durante a cúpula das Américas, integrantes do blackbloc destruíram as redes metálicas que protegiam o local da reunião. Tais redes haviam sido definidas pelos manifestantes como o muro da vergonha. Em 2009, a City, o centro financeiro de Londres, foi transformada em praça de guerra durante os protestos contra a reunião do G-20. A tropa de choque tentou dispersar os manifestantes, e um homem acabou morto. Em todas as ocasiões, o padrão das ações do blackbloc basicamente se repete. No Rio de Janeiro e em São Paulo, em 2013,17não foi diferente: enfrentaram a polícia com paus e pedras, quebraram vitrines de lojas e bancos (que consideram símbolos do capitalismo), fizeram barricadas incendiando lixeiras, destruíram veículos (principalmente carros da polícia).18

Em alguns casos, porém, a reação policial às ações do blackbloc pode ser muito mais violenta. Em Gênova (2001), depois de atirar e passar duas vezes por cima do corpo deCarlo Giuliani com um carro, a polícia realizou, na noite de 20 para 21 de julho, um ataque ao complexo de escolas A. Diaz. No local, funcionavam a coordenação do Genoa Social Forum ("Fórum Social de Gênova") e a sala de imprensa da Indymedia, além de um dormitório improvisado. O motivo da invasão teria sido a suspeita de que lá haveria participantes do blackbloc. Na sequência, os policiais passaram a espancar indistintamente todas as pessoas se encontravam no prédio. Ao final, 61 pessoas foram feridas e levadas a hospitais, três das quais em estado grave e uma (o jornalista britânico Mark Covell) em estado de coma; 93 foram presas e, dentro das instalações da polícia, continuaram a maus-tratos. Relatos publicados pela imprensa da época descreveram o episódio como um massacre.19 Posteriormente, 125 policiais foram indiciados pelas

agressões. 20 21 22 23 24 A invasão da escola foi tema do filme Diaz - Don't Clean UpThisBlood (em português, Diaz - Não limpe esse sangue), de Daniele Vicari.25

Referências

1-Ir para cima↑ O Black Bloc e a resposta à violência policial. O Black Bloc não é uma organização e sim uma forma

de protesto estética baseada na depredação dos símbolos do estado e do capitalismo. Por André Takahashi. Carta Capital, 31 de julho de 2013.

2-Ir para cima↑ PeasantRevolt’ - N30 Black BlocCommunique. ACME Collective (A communiquefromonesectionofthe

Black Bloc: N30 in Seattle). In VAN DEUSEN, David; MASSOT, Xaviar (ed.). The Black BlocPapers - AnAnthologyofPrimaryTextsFrom The North American Anarchist Black Bloc 1988-2005. The Battleof Seattle Through The Anti-WarMovement, p.42

3-Ir para cima↑ Infoshop.org Autonomia andtheOriginofthe Black Bloc

4-Ir para cima↑ A agência Reuters se referiu a "algo em torno de 2.000 militantes conhecidos como o 'blackblock'

[sic]". "Germanorganizerscondemnviolenceat anti-G8 demos". Reuters, 3 de junho de 2007. 5-↑

Ir para:a b K, 2001, "Beingblackblock". In OnFire: The BattleofGenoaandtheAnti-capitalistmovement, p. 31-5. London:

OneOff Press, 2001. 6-↑

Ir para:a b Stranaviolenza: se ilpotere ha paura, scatena i blackbloc

7-Ir para cima↑ Manifestazione in Québec, agosto 2007

8-Ir para cima↑ Black Blocs for Dummies

9-Ir para cima↑ Surplus: TerrorizedIntoBeingConsumers, documentário de Erik Gandini (2003). Disponível com

legendas em português em youtube.com/watch?v=YbpmWeymWWw#t=12

10-Ir para cima↑ Black Bloc: "Fazemos o que os outros não têm coragem de fazer". Fórum, 20 de agosto de 2013.

11-Ir para cima↑ Germanautonomen: moralitypolice Louis Proyect: The UnrepentantMarxist.

12-Ir para cima↑ GothenburgRiots: AnEyewitnessReports

13-Ir para cima↑ A ordem liberal e a baixaria. A manobra do governo italiano, permitindo que fossem devastados

bairros inteiros de Gênova, visava a responsabilizar pela violência centenas de organizações não violentas. A tentativa fracassou, mas o preço foi alto: um morto e 600 feridos... Por Susan George. Biblioteca Diplô, agosto de 2001

14-Ir para cima↑ Fórum Social pede suspensão da cúpula devido à morte do ativista; número de prisões chega a 69.

De luto, 70 mil protestam contra o G-8. Por Leonardo Cruz. Folha de S. Paulo, 22 de julho de 2001.

15-Ir para cima↑ A PersonalAccountofthe G8 Demonstrations in Genoa July 2001

16-Ir para cima↑ GENOVA G8: Há 10 anos, o mundo assistia ao "inferno". Radio Italiana.

17-Ir para cima↑ O Black Bloc está na rua. Nem grupo nem movimento, essa tática de guerrilha urbana anticapitalista

pegou carona nos protestos atuais. Como esse fenômeno pode impactar o Brasil. Por Piero Locatelli e Willian Vieira. Carta Capital, 21 de agosto de 2013.

18-Ir para cima↑ Davos, Londres, Praga, Gotemburgo: protestos explodem no rastro de Seattle. Ação do grupo Black

Bloc foi semelhante ao que acontece agora nos protestos no Brasil. O Globo, 11 de outubro de 2013.

19-Ir para cima↑ G8, Fournier: Sembrava una macelleria. La Repubblica, 13 de junho de 2007.

20-Ir para cima↑ Diaz-choc, l’agente: lapolizia si decida a chiederescusa. Libre idee, 17 de abril de 2012

21-Ir para cima↑ L'incubodella Diaz, bottecalci e sangue. ANSA, 10 de julho de 2011.

22-Ir para cima↑ Gênova-G8 - O julgamento dos acontecimentos da Escola Diaz. Mídia independente, 18 de maio de

2006.

23-Ir para cima↑ The Genova G8 Diaz trial - Chileannight. Por Oscar Beard. Indymedia 21 de janeiro de 2006

24-Ir para cima↑ Guadagnucci: "La giustizia non cancellalavergogna". Il reducedella Diaz: gliarresti dei poliziotti non

riabilitano uno Stato assente. Por Wanda Valli. La Repubblica, 4 de janeiro de 2014

25-Ir para cima↑ Sobre o filme Diaz – Não limpe esse sangue (2012)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Black_bloc. Acesso em 28 jan. 2014.

8- COPIE do TEXTO I fragmentos doa quais se pode inferir críticas aos Black Bloc.

FUNDAMENTE suas respostas com base no TEXTO III.

TEXTO IV

“Os anjos ganharam um pai”, escreve filha de cinegrafista

O cinegrafista Santiago Andrade (Divulgação/Rede Bandeirantes)

A filha do cinegrafista Santiago Andrade, morto na manhã desta segunda-feira em decorrência de ferimentos causados pela explosão de um rojão, publicou no Facebook uma carta de despedida, na qual relembra momentos alegres e fala do orgulho do pai. Leia a íntegra da mensagem:

"Meu nome é Vanessa Andrade, tenho 29 anos e acabo de perder meu pai. Quando decidi ser jornalista, aos 16, ele quase caiu duro. Disse que era profissão ingrata, salário baixo e muita ralação. Mas eu expliquei: vou usar seu sobrenome. Ele riu e disse: então pode! Quando fiz minha primeira tatuagem, aos 15, achei que ele ia surtar. Mas ele olhou e disse: caramba, filha, quero fazer também. E me deu de presente meu nome no antebraço. Quando casei, ele ficou tão bêbado que, na hora de eu me despedir pra seguir em lua de mel, ele vomitava e me abraçava ao mesmo tempo. Me ensinou muitos valores. A gente que vem de família humilde precisa provar duas vezes a que veio. Me deixou a vida toda em escola pública porque preferiu trabalhar mais para me pagar a faculdade. Ali o sonho dele se realizava. E o meu começava. Esta noite eu passei no hospital me despedindo. Só eu e ele. Deitada em seu ombro, tivemos tempo de conversar sobre muitos assuntos, pedi perdão pelas minhas falhas e prometi seguir de cabeça erguida e cuidar da minha mãe e meus avós. Ele estava quentinho e sereno. Éramos só nós dois, pai e filha, na despedida mais linda que eu poderia ter. E ele também se despediu. Sei que ele está bem. Claro que está. E eu sou a continuação da vida dele. Um dia meus futuros filhos saberão quem foi Santiago Andrade, o avô deles. Mas eu, somente eu, saberei o orgulho de ter o nome dele na minha identidade. Obrigada, meu Deus. Porque tive a chance de amar e ser amada. Tive todas as alegrias e tristezas de pai e filha. Eu tive um pai. E ele teve uma filha. Obrigada a todos. Ele também agradece. Eu sou Vanessa Andrade, tenho 29 anos e os anjinhos do céu acabam de ganhar um pai." http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/os-anjos-ganharam-um-pai-escreve-filha-de-cinegrafista. Acesso em 13 fev.2014.

TEXTO V 13/02/2014 10h39 - Atualizado em 13/02/2014 14h18

Viúva de cinegrafista “sente pena” dos suspeitos pela morte do marido Arlita Andrade pediu que as pessoas tenham mais amor pelas outras. Guilherme BritoDo G1 Rio

A viúva do cinegrafista Santiago Andrade disse nesta quinta-feira (13)durante o velório do marido Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio, onde também foi cremado, que “sente pena” dos jovens que acenderam o rojão que feriu gravemente e levou à morte do cinegrafista. "Todas as crianças que passaram por mim não foram violentas. Tenho muita pena desses dois rapazes, queria pedir a todo mundo: por favor, sejam mais amigos, sejam mais tranquilos, tenham amor um pelo outro", disse Arlita Andrade, que é diretora de creche. Arlita também comentou que sentia preocupação com a função do marido, mas afirmou que ele gostava de trabalhar cobrindo fatos de repercussão. "Eu falava 'poxa, amor, faz alguma coisa mais leve', e e ele dizia: 'eu gosto de tiro, porrada e bomba'. O sonho dele era ser repórter cinematográfico", finalizou. A viúva de Santiago chegou ao velório por volta das 8h30 usando uma camisa do Flamengo, time do coração do cinegrafista, com uma homenagem nas costas. "Santiago sempre te amarei", faz alusão ao grito de guerra do time cantado pelas torcidas rubro-negras. A filha de Santiago, Vanessa Andrade, também estava presente.

Vanessa Andrade (d) no velório de seu pai, o cinegrafista Santiago Andrade, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio (Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO)

Vanessa fez um pronunciamento dentro da capela. Ela agradeceu a presença de todos os amigos e familiares e disse que pretende cobrar pela segurança de quem trabalha em situações de risco. "Eu não vou deixar o nome do meu pai em vão. Eu vou exigir da Band que dê segurança [aos funcionários]", disse. No velório, vários jornalistas que conheciam Andrade chegaram ao local vestindo uma camisa com uma charge em homenagem ao profissional da TV Bandeirantes. Atrás, havia a frase: "Poderia ter sido um de nós". Colegas de trabalho também relembraram os momentos de alegria e descontração do amigo. "Ele era um cinegrafista que gostava do jornalismo do cotidiano, do factual. Sempre foi muito cavalheiro, gentil, trabalhava de peito aberto e acompanhou meu crescimento na carreira desde o inicio", contou a apresentadora Mariana Rosadas.

Colegas do cinegrafista Santiago Andrade, funcionários da Rede Bandeirantes usam camiseta com homenagem ao colega morto, durante o velório (Foto: Armando Paiva/Fotoarena/Estadão Conteúdo)

Fernando Mitre, diretor de jornalismo da Bandeirantes, ressaltou a importância de levar a discussão sobre a violência em manifestações à esfera legislativa. "Mais uma vez, uma tragédia que poderia ter sido evitada se tantas providências necessárias tivessem sido tomadas antes. Hoje há uma discussão em Brasília sobre a mudança na legislação, mas eu acho que é muito mais do que isso que a gente precisa. Há uma irracionalidade e desordem absurdas, isso todo mundo vê. Acho que durante um certo tempo todos vimos isso com uma naturalidade que não é adequada. Você não pode imaginar que mascarados sejam vistos como representantes de algo legítimo", contou. O comandante da PM, Coronel Luis Claudio Castro, e o comandante das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), Frederico Caldas, chegaram ao velório por volta das 9h30 para prestar solidariedades. Os dois vieram sem usar as fardas da corporação.

Após uma missa celebrada pelo Cardeal e Arcebispo do Rio, Dom OraniTempesta, o corpo de Santiago de Andrade foi levado para uma outra sala, por volta das 11h30, onde a família realizou uma cerimonia fechada. "A vida humana é muito importante para ser dizimada desta forma. Nós temos o direito de nos manifestarmos, mas nunca de tirar a vida do outro, levando em consideração respeitar o outro", disse o cardeal. Andrade foi atingido na cabeça por um rojão quando registrava o confronto entre a Polícia Militar e manifestantes há uma semana na Central do Brasil, no Centro do Rio. Ele sofreu um afundamento do crânio, foi submetido a uma cirurgia e passou quatro dias internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Municipal Souza Aguiar. Na segunda-feira, teve morte cerebral, e a família decidiu doar os órgãos do cinegrafista. http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/02/viuva-de-cinegrafista-sente-pena-dos-suspeitos-pela-morte-do-marido.html. Acesso em 14 fev. 2014.

9- CONSIDERE que os TEXTOS IV e V tenham circulado em uma mesma edição da Revista

Veja, cujo principal conteúdo tenha sido a morte do cinegrafista Santiago Andrade, para

produzir um editorial que poderia fazer parte dessa edição da referida revista.