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Carta ao leitorUma questão básica

A lavoura de arroz do Brasil viveum momento de muita expectativa epoucas boas notícias. As demandas sãoenormes quando é preciso resolverquestões fora da porteira. Do lado dedentro ainda existem problemas, mascom eles o arrozeiro nacional estáaprendendo a ser mais competitivo,aplica tecnologia e busca produtividadee qualidade no produto final.

Desde meados de 2004, porém, oarrozeiro divide-se entre aadministração da lavoura e asmanifestações para que o GovernoFederal ajude a resolver os obstáculosdo lado de fora da porteira. O mercadonacional vive aguda crise. E ninguémsabe melhor que os produtores asdificuldades que lhes são impostas. Porisso, é seu direito mostrar ainconformidade e buscar a solução dosproblemas que afligem a categoria, aeconomia nacional e o principal

impostos que retiram competitividadedo setor diante de seus concorrentes.Num país em que o presidente daRepública teve seu batismo políticonos piquetes e greves em portas defábricas, quem seria capaz de censurarou desrespeitar o direito àmanifestação dos arrozeiros?

A orizicultura não quer o fim doMercosul e reafirmou repetidas vezesesta posição. Quer o fim dasassimetrias, nem todas geradas alémda fronteira, com origem numapesadíssima carga tributária nacional,que impõe custos absurdos deprodução. O que os arrozeiros queremnão é só prazo para pagar as contas emecanismos que lhes permitam vendero arroz acima do valor que pagarampara produzir. O que os arrozeirosbrasileiros querem e merecem érespeito. O respeito que lhes é devidopelo Brasil e por seus governantes.

,�O que osarrozeirosbrasileirosquerem emerecem érespeito�

alimento dos brasileiros. A entrada dearroz do Mercosul é parte do problemae torna-se alvo dos protestos porqueos produtores organizados só podemlutar com as armas que têm.

O problema está nos homens queconstruíram regras sem terem omínimo conhecimento da real cargaque o agronegócio brasileiro carregaem suas costas: um país inteiro. E aganância dos cofres públicos, que sóse abrem para receber os pesados

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www.planetaarroz.com.br

3681012

CARTA AO LEITOR

TRATORAÇO: CADÊ O MERCADO?

PREVISÃO DE PLANTIO 2005/2006

O BALANÇO DA SAFRA

N e s t a e d i ç ã o

Publicação de Casa Brasil Editores Ltda/Fotos: Banco de Imagens PlanetaArroz, Robispierre Giuliani e Giuliano Fernandes/Editoração Eletrônica:Leandro Batista/Revisão: Carla Pires/Textos: Cleiton Santos e Giuliano

Fernandes/Departamento Comercial: Ricardo Nunes - (51) 3722-2102 /Editor: Cleiton Santos/Supervisão: Liberato Dios/Circulação em todo o

Brasil / Impressão de Gráfica Jacuí/Cachoeira do Sul-RS - (51) 3722-2402

NOSSA CAPAArte de Pró!marca em fotografia de Robispierre Giuliani

Planeta Arroz apresenta tendências de mercado, novas tecnologias ea orizicultura profissional tocada por gestão familiar no Brasil

RECORDE: ENFIM A EXPORTAÇÃO

26 CLEARFIELD: 2ª GERAÇÃO

14 SC: HIDRÔMETRO NA LAVOURA

15 MG: LANÇAMENTOS DA EPAMIG

16 MT DECIDE SAFRA SOB PRESSÃO

17 CIRAD: DIAS CONTADOS NO CENTRO-OESTE

19 O PERFIL DO ARROZ NO MARANHÃO

32O peso daqualidade

Lavourade paipra filho

22Embrapa põe suaMarca na lavoura

34 PARBOILIZADO POPULAR

38 ARTIGO: LUTZENBERGER

EncarteO Rio Grande do Sul vive um

momento de intensa valorização eaplicação de tecnologias na lavourapara obter maior produtividade erentabilidade. A RiceTec apresentaneste encarte especial os resultadosda primeira lavoura comercial deuma tecnologia que deu certo eabriu novos horizontes deprodutividade para a lavourairrigada: o arroz híbrido.

29

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DN

A

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PlanetaPlanetaSAFRA

Balanço de oferta e demandaSafra Estoque Produção Importação Suprimento Consumo Exportação Estoque

inicial final2000/01 1.958,5 10.386,0 951,6 13.296,1 11.950 24,4 1.321,72001/02 1.321,7 10.626,1 737,3 12.685,1 12.000 47,6 637,52002/03 637,5 10.367,1 1.601,6 12.606,2 12.250 23,5 332,72003/04 332,7 12.829,4 1.097,3 14.259,4 12.660 92,2 1.507,22004/05 1.507,8 13.290,9 700,0 15.498,1 12.900 250,0 2.348,1

Fonte: Conab

Quadro Conab (estoque de passagem)

Feitiço contra oFEITICEIRO

segundo recorde de produçãode arroz no Brasil só fez bem,até o momento, para oconsumidor e ossupermercados. Ao invés decomemorar a independência

na produção do mais básico alimento,a cadeia produtiva vive momentos decrise. Em um ano, os preços pagos aoprodutor já caíram perto de 35%,enquanto os preços ao consumidor nãocaíram mais do que 15%. Os excedentesdo Mercosul acentuam a crise. Uruguaie Argentina têm 1,8 milhão detoneladas para vender ao Brasil.

A Companhia Nacional deAbastecimento (Conab), em seu 5ºLevantamento de Safra, indica que oBrasil colheu 13.290,9 toneladas dearroz, aumento de 3,6% sobre as12.829,4 toneladas colhidas na safra2003/2004. Só o Rio Grande do Sulrepresentou 46,7% do total. O MatoGrosso, segundo maior produtor,colheu 15,4%. O Brasil plantou 3.918,5hectares, ou 7,2% a mais do que na safraanterior (3.654,4), e obteve umaprodutividade média de 3.392 quilospor hectare, uma redução de 3,4% sobreo ano passado, quando foram colhidosem média 3.511 quilos/hectare.

PASSAGEM - O estoque depassagem do Brasil em 2005 deve ficar,no mínimo, em 2.348,1 toneladas (basecasca), segundo dados da Conab. Noquadro de oferta e demanda, o paísdeve somar 15,498 milhões detoneladas. O estoque final, segundo aConab, portanto, somará, 2.348milhões de toneladas (55% maior doque na entrada de 2005). Esses númerosindicam para 2006 mais um ano dedifícil comercialização, a menos queBrasil e Mercosul tenham quebra napróxima safra.

O

Brasil colheu duassafras recordes. Eagora paga o preço

SAFRA BRASILEIRA 2004/2005

Safra 03/04 Safra 04/05 VAR. % Safra 03/04 Safra 04/05 VAR. % Safra 03/04 Safra 04/05 VAR. %

NORTE 593,0 670,9 13,1 2.244 2.377 5,9 1.330,5 1.594,6 19,8

RR 25,0 25,5 2,0 5.350 5.300 (0,9) 133,8 135,2 1,0

RO 79,2 93,1 17,5 2.100 2.300 9,5 166,3 214,1 28,7

AC 27,0 26,2 (3,0) 1.400 1.370 (2,1) 37,8 35,9 (5,0)

AM 12,4 14,7 18,5 1.870 2.100 12,3 23,2 30,9 33,2

AP 3,2 3,3 3,0 1.200 1.220 1,7 3,8 4,0 5,3

PA 280,5 314,2 12,0 1.930 2.300 19,2 541,4 722,7 33,5

TO 165,7 193,9 17,0 2.560 2.330 (9,0) 424,2 451,8 6,5

NORDESTE 777,0 814,0 4,8 1.504 1.520 1,1 1.168,3 1.237,5 5,9

MA 517,7 528,1 2,0 1.391 1.340 (3,7) 720,1 707,7 (1,7)

PI 159,6 179,6 12,5 1.050 1.300 23,8 167,6 233,5 39,3

CE 37,5 36,8 (1,8) 2.460 2.770 12,6 92,3 101,9 10,4

RN 2,8 1,4 (50,0) 2.853 2.235 (21,7) 8,0 3,1 (61,3)

PB 9,0 8,9 (1,0) 1.469 590 (59,8) 13,2 5,3 (59,8)

PE 9,4 9,5 1,0 5.500 5.150 (6,4) 51,7 48,9 (5,4)

AL 2,8 3,4 20,0 4.260 3.800 (10,8) 11,9 12,9 8,4

SE 9,5 9,7 2,0 4.250 4.500 5,9 40,4 43,7 8,2

BA 28,7 36,6 27,5 2.200 2.200 - 63,1 80,5 27,6

CENTRO-OESTE 892,4 1.014,7 13,7 2.821 2.635 (6,6) 2.517,5 2.673,8 6,2

MT 675,6 776,9 15,0 2.860 2.630 (8,0) 1.932,2 2.043,2 5,7

MS 55,4 55,4 - 4.333 4.500 3,9 240,0 249,3 3,9

GO 161,3 182,3 13,0 2.140 2.090 (2,3) 345,2 381,0 10,4

DF 0,1 0,1 - 1.137 3.333 193,1 0,1 0,3 200,0

SUDESTE 136,1 152,3 11,9 2.476 2.493 0,7 337,0 379,7 12,7

MG 94,4 111,4 18,0 2.250 2.300 2,2 212,4 256,2 20,6

ES 3,5 4,0 14,0 2.900 2.900 - 10,2 11,6 13,7

RJ 3,0 2,9 (3,0) 2.925 3.500 19,7 8,8 10,2 15,9

SP 35,2 34,0 (3,5) 3.000 2.990 (0,3) 105,6 101,7 (3,7)

SUL 1.255,9 1.266,6 0,9 5.953 5.847 (1,8) 7.476,1 7.405,3 (0,9)

PR 65,9 62,6 (5,0) 2.650 2.400 (9,4) 174,6 150,2 (14,0)

SC 150,8 154,4 2,4 6.630 6.800 2,6 999,8 1.049,9 5,0

RS 1.039,2 1.049,6 1,0 6.064 5.912 (2,5) 6.301,7 6.205,2 (1,5)

NORTE/NORDESTE 1.370,0 1.484,9 8,4 1.824 1.907 4,6 2.498,8 2.832,1 13,3

CENTRO-SUL 2.284,4 2.433,6 6,5 4.522 4.298 (5,0) 10.330,6 10.458,8 1,2

BRASIL 3.654,4 3.918,5 7,2 3.511 3.392 (3,4) 12.829,4 13.290,9 3,6

FONTE: CONAB - Levantamento: Jun/2005.

PRODUÇÃO (Em mil t)ÁREA (Em mil ha) PRODUTIVIDADE (Em kg/ha)REGIÃO/UF

QUADRO CONAB (SAFRA)

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PlanetaCOMERCIALIZAÇÃO

8

A lutaNem tratoraçodeu jeito nacrise do arroz

A

Razões da crise1. Auto-suficiência brasileira com

quase 26 milhões de toneladascolhidas em duas safras e entradade quase dois milhões detoneladas de arroz do Mercosul

2. Alto estoque de passagem (1,5milhão de toneladas em 2004/2005) com 1,1 milhão detoneladas importado

3. Falta de mecanismos decomercialização eficientes e nahora certa para equilibrar o fluxode oferta/demanda

4. Concentração de 80% dasexportações do Mercosul para oBrasil

5. Falta de mecanismos pararestringir importação do Mercosul

6. Vantagens competitivas doMercosul - menos tributos, custode produção e subsídios paraexportação de arroz beneficiado eisenção de PIS/Cofins para entrarno Brasil (9,25%)

7. Resíduo de importações deterceiros países em 2003/2004

8. Câmbio desfavorável9. Alto custo nacional de produção10. Baixo volume de exportação11. Morosidade governamental para

adotar ações que minimizem osprejuízos

CONTINUA...Mobilização: arrozeirosforam a Brasília cobrarajuda do Governo

Fonte: cadeia produtiva do arroz

crise de mercado que atingea cadeia brasileira do arroznão tem prazo para acabar.Até o momento, o setorconsidera as ações do

Governo Federal paliativos quemereceram nota 3 da ConfederaçãoNacional da Agricultura (CNA). Oministro Roberto Rodrigues afirmaque o Governo está sensível aosproblemas da agricultura, mas quefaltam recursos para atender todas asdemandas.

Nem mesmo a presença, emBrasília, de 20 mil agricultores, notratoraço, apressou o atendimento dasdemandas. �As primeiras medidasforam efetivadas um mês depois�,frisou o vice-presidente da CNA,Carlos Sperotto. Para o presidente doIrga, Pery Sperotto Coelho, éimportante agora salvar a colheita eevitar danos maiores à próxima. �Osetor está no vermelho. Paga R$ 30,00para produzir um saco de arroz erecebe R$ 20,00 quando vende�, frisa.

A crise da orizicultura causouprejuízos à economia da metade sulgaúcha. Há municípios em que aatividade representa 80% do PIB. Onível de emprego caiu muito. O RS éo único estado brasileiro que acumulaqueda na atividade industrial nosúltimos meses. Nem os leilões deopções, para comprar 1,5 milhão detoneladas, recuperaram preços.

�O mecanismo chegou com atrasoe valores aquém da necessidade�,sentencia o presidente da Federarroz,Valter José Pötter. A rolagem dasdívidas de custeio foi aprovada apenaspara Centro-oeste e Bahia. �Nenhumdos problemas que afetam a lavouratem origem dentro da porteira�, frisaPötter. Segundo ele, é difícil convenceros produtores que protestam contra oarroz do Mercosul de que há boavontade do Governo em resolver osproblemas e buscar uma equalização

rolar a dívida de custeio e criarincentivos ou isenções da pesada cargatributária brasileira para a exportaçãode arroz�, resume o presidente daCâmara Setorial Nacional do Arroz,Francisco Schardong.

para o mercado. �Para isso é precisoreduzir impostos, restringir o ingressode arroz do Mercosul, apressar osleilões de contratos de opção -negociar volumes maiores com umlimite de 10 contratos por produtor -

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9PlanetaCOMERCIALIZAÇÃO

Cadê o MERCADO?Recuperaçãode preços nãovem agora

em o analista de mercadosmais otimista arrisca dizerquando e como os preçospagos ao produtor no Brasilpoderão apresentar alguma

recuperação. E depois da próximacolheita as perspectivas são ainda maiscomplicadas. O Brasil entrará 2006 comum excedente de produção superior àprodução do Mercosul. Volume que,somado aos excedentes desses países,será superior a quatro milhões detoneladas a pressionar o mercado.

Para o consultor da Safras &Mercado, Aldo Lobo, apesar dosleilões de contratos de opções públicase privadas, que não chegaram a refletirpositivamente no mercado, preocupamuito o fato dos produtores teremrepresado as ofertas até agora, o querefletirá neste segundo semestre de2005 e em 2006.

O Rio Grande do Sul ainda tem65% da safra estocados, enquanto queno Mato Grosso restam 45%. �Alémdisso, quase todos os estados possuemarroz para consumo próprio, não hámais tanta dependência do RS e MT�,revela. E boa parte desse arroz é debaixa qualidade, o que pressiona maisos preços. �Como agravante, temos aexpectativa de safra recorde no mundo:625 milhões de toneladas base casca.

ÁREA - Para Lobo, a única chancede preços bons no Brasil em 2006 seriauma forte redução de área plantada paraa próxima safra. �Se o Brasil produzirde 10 a 11 milhões de toneladas, podeser que os preços melhorem�, arrisca.Porém, as tendências não apontam paraum cenário positivo. O presidente doIrga, Pery Sperotto Coelho, acreditaque o mercado só se recupera a médioprazo, se houver mecanismos paraexportar bastante.

N

Pötter: mais um documento entregue ao presidente Lula pedindo medidas

Questão básicaO presidente da Federarroz, Valter José Pötter, diz que a perspectiva do

mercado não é das melhores. Para 2006, crê que só um sério problema climáticoafetará a produção do Mercosul. Ele não está convencido de uma reduçãosignificativa na colheita do Sul e aposta em redução mínima no Centro-oeste.Pötter acredita que o Governo brasileiro pode minimizar os efeitos da crise ealerta os produtores para reduzirem os custos de produção.

Pauta de reivindicações1. Agilidade e acesso a um maior número de produtores nos mecanismos

de enxugamento de mercado (1,5 milhão de toneladas)2. Prorrogação de duas parcelas do custeio (uma já vencida) para 20063. Desburocratização e isenção de impostos para exportar arroz4. Restrição aos excedentes do Mercosul ou medidas compensatórias e

redução das assimetrias5. Inclusão dos custos de manutenção e depreciação de máquinas,

equipamentos, entre outros, na formação do preço mínimo6. TEC de 35% para terceiros países7. Liberdade para importação de insumos mais baratos8. Reforma fiscal (para acabar com a guerra do ICMS entre os estados)9. Redução da carga tributária sobre a produção10. Fiscalização tributária e sanitária efetiva nas fronteiras

Fonte: Federarroz

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Planeta

Brasil começaa decidir oplantio 2005

s produtores de arroz doBrasil estão definindo emagosto as dimensões dalavoura brasileira 2005/2006. A expectativa é para a

redução na área plantada pelo baixopreço pago ao produtor, em média30% abaixo do custo médio deprodução, em todo o país.

O fato de muitos arrozeirostrabalharem no prejuízo em 2005,rolarem dívidas para 2006 e, emmuitos casos, atrasarem o pagamentodo custeio e mesmo de compromissoscom fornecedores, é determinante paraa redução de área e de produtividadepara a safra 2005/2006. Semrentabilidade, o uso de tecnologia einsumos deve ser menor.

O Centro-oeste vai puxar atendência de redução de área, segundoespecialistas. A suspensão das licençaspara abertura de novas áreas no MatoGrosso e no Pará, principalmente, eas ações fiscalizadoras sobre o meioambiente influenciarão na área deplantio. A perda das características docultivar Cirad também influenciará nahora de decidir quanto plantar.

Em alguns estados que vinhamexperimentando um incrementosignificativo de área, principalmenteno sudeste, no norte e nordestebrasileiros, a tendência é de uma ligeiraqueda para a próxima safra.

Como são produtores que estãoentrando no setor arrozeiro,principalmente para a abertura de áreasde soja ou algodão, ou pararecuperação de pastagens degradadas,não há interesse em manter a atividadecom prejuízos. Só continuarão aquelesque estão no segundo ano de lavourapara abrir área.

Questão básica

A empresa Safras & Mercado divulgou em julho o resultado de sua primeirapesquisa de intenção de plantio de arroz para a safra 2005/2006, indicandouma redução de 10% sobre a safra passada. Segundo a empresa, a área devecair de 3,736 milhões de hectares para 3,370 milhões de hectares. A Safrasprevê uma redução de 19% no Mato Grosso, 13% no Rio Grande do Sul,12% no Mato Grosso do Sul e 10% em São Paulo, Goiás e Distrito Federal. Aempresa estima a redução de 12,8% na produção e 4,9% na produtividade.

ÁREA MENORMas não muito

TENDÊNCIAS

No sul do Brasil, que concentramais de 60% da produção de arroz, opanorama não deve se alterarsignificativamente para a próximasafra. Apesar da crise, Santa Catarinamanterá seus 155 mil hectares delavouras e o Rio Grande do Sul, maiorprodutor nacional, não terá umaredução significativa, segundo asprimeiras informações colhidas porPlaneta Arroz. Devem acentuar-se,no entanto, as transferências delavouras.

Nos primeiros contatos sobreintenção de plantio, nota-se que osprodutores de elite, com altatecnologia e terras próprias, podemampliar a área, pois operam com custoentre seis e oito dólares. Existem aindaos capitalizados, que aproveitarão os

negócios de oportunidade assumindoas áreas dos endividados. Em algunscasos, em troca das dívidas.

Entre os arrozeiros com alto graude endividamento e com resultadospífios na lavoura e na comercializaçãoexistem aqueles que costumamampliar a área, mesmo com o usoreduzido de tecnologias recomendadaspara diminuir custo. O objetivo é tiraro prejuízo na próxima lavoura,estratégia que geralmente leva àfalência.

Por fim, ainda poderá interferir noRio Grande do Sul a falta de água parairrigação em duas regiões importantesde produção: campanha e zona sul,onde os mananciais ainda estão comnível de água abaixo da média para estaépoca do ano.

No Sul a lavoura troca de mãos

Equilíbrio: produtor brasileiro precisa reduzir a oferta para obter rentabilidade

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O

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PlanetaEXPORTAÇÃO Recordes de

EXPORTAÇÃOO Brasil descobriunichos importantesno mercado externo

OBrasil dá passos decididos para assumir seuespaço de fornecedor no concorrido mercadointernacional de arroz. A ofensiva iniciouem 2004, quando quebrou o recorde deexportação em duas décadas, com 53,72 mil

toneladas de arroz (base casca) e um faturamento de7,61 milhões de dólares. Em 2005, a marca já foiultrapassada e o faturamento, até junho, chegou a19,22 milhões de dólares para 141 mil toneladas.

As indústrias gaúchas, responsáveis por quase atotalidade das exportações, descobriram um nichode mercado especial: o arroz quebrado (canjicão) paraa África, já que o baixo preço do produto elevou onível de exigência no mercado interno. Senegal é omaior cliente do Brasil. Já importou 103 miltoneladas de arroz (base casca). A Suíça e países daAmérica Latina surgem como outros importantesparceiros, na compra de quebrados e de arrozparboilizado.

O analista de mercados Tiago Sarmento Barata lêesses números como a confirmação de que o Brasilpode participar como ofertante no mercadointernacional de arroz, evoluir neste sentido e fortalecersua posição. Apesar de produzir grãos de excelentequalidade, as exportações do Brasil ainda seconcentram nos quebrados (91%) para abastecer omercado africano. Em junho, o país exportou 20,5mil toneladas, oito mil toneladas menos que em maio,porém 22 vezes mais do que havia exportado em junhode 2004. �É positivo para o país, que vem acumulandoexcedentes nos últimos anos, e importante paraadquirir know-how e confiabilidade, fatoresfundamentais para quem quer manter-se nessemercado�, frisa Barata.

Para José Rubens Arantes, diretor de suprimentosda Camil, a redução dos preços no mercado internotornou o arroz de maior qualidade mais acessível aoconsumidor brasileiro, abrindo uma janela para aexportação de quebrados. Coincidiu com a demanda,principalmente dos africanos, e com uma condiçãode câmbio favorável para esse produto. A Camilpretende passar de um volume de 20 mil toneladas

FIQUE DE OLHOEntre janeiro e maio

de 2005, o Brasilexportou um volume

de 82,245 miltoneladas de arroz -

beneficiado,quebrado,

parboilizado, entreoutros, sendo que

74,63 mil toneladasforam de quebrados,

o que equivale a120,76 mil toneladas

em base casca. Émais que o dobro das

53,72 mil toneladasde arroz base casca

exportadas em todoo ano de 2004. Em

junho foramexportadas mais 20,5

mil toneladas dearroz - base casca -,

somando noprimeiro semestre

141 mil toneladas.

para 50 mil toneladas (base casca) embarcadas para oexterior neste ano.

ESFORÇO - O diretor executivo do Sindicato dasIndústrias de Arroz do Rio Grande do Sul, CésarGazzaneo, afirma que além dos preços e dos excedentes,as exportações estão sendo aumentadas por conta de umgrande esforço do setor. �Sabemos do excedente queexiste no Brasil e no Mercosul e precisamos tirar pelomenos uma parte deste excesso daqui para equalizar ospreços da cadeia produtiva�, explicou.

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Exportação em

NÚMEROS

n 53,72 mil toneladas* em 2004n 7,61 milhões de dólares é o

faturamento de 2004n 141 mil toneladas* de janeiro

a junho de 2005n 19,22 milhões de dólares é o

faturamenton 103 mil toneladas* foram

exportadas para o Senegaln 250 mil toneladas* é a meta de

exportação do Brasil* Base casca

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Expectativa no segundo semestreO analista da empresa Safras &

Mercado, Aldo Lobo, acredita que onível de negócios de exportação dearroz do Brasil deve reduzir nosegundo semestre. Se o câmbio cair, opaís perde competitividade. Umaprovável falta de navios deve interferirtambém. Segundo Lobo, os embar-ques já realizados correspondem aos

negócios firmados no início do ano.A oscilação do dólar por questõespolíticas agita o mercado, que a partirde agosto pode tomar novos rumos.

Além disso, Senegal, o principalcliente, importa arroz de boa qualidadeda Ásia e usa nosso quebrado paramisturar. Para Lobo, o país africanoimportou o suficiente para abastecer-

se, o que explica a queda da demanda.O economista Camilo Feliciano deOliveira acredita que o Brasil temcondições de exportar mais de 250 miltoneladas em 2005. Com umavalorização do dólar para o patamarentre R$ 2,60 e R$ 2,70, seriafavorecida também a exportação deproduto de maior qualidade.

Questão básica

O mercado internacional de arrozem 2005 representa apenas 4,1%(25,5 milhões de toneladas) daprodução mundial de 621 milhões detoneladas estimada pela FAO. Trata-se de um mercado absolutamenteirreal pelo peso de altos subsídiosconferidos pelos países exportadorese uma série de mecanismos de defesade alguns países, como o Japão. Cercade 90% de todo o arroz produzido econsumido no mundo está na Ásia.O Brasil ocupa a posição de maiorprodutor (13,29 milhões de tonela-das) e consumidor (12,9 milhões detoneladas) de arroz fora deste eixo. Éo nono maior produtor mundial econsta da relação dos 10 maioresimportadores do mundo. Desde2004 começou a surgir na lista dosexportadores com volumes signifi-cativos. Até então, não passava dopatamar de 30 mil toneladas por ano.

A indústria brasileira de arrozadota a estratégia de buscar mercadosmais exigentes e viabilizar maiorvolume de negócios. É o caso daJosapar, do Rio Grande do Sul, queenviou 40,2 toneladas de arroz TioJoão, marca líder no mercado nacional,para o Japão. A meta é atender os maisde 300 mil brasileiros que vivem noJapão e consomem arroz longo fino,soltinho, diferente do �empapado�consumido na Ásia.

A Columbia Trading realizou oenvio. �Foi um passo para abrirmercados diferenciados com produtosde alto valor agregado�, explicouLuciano Ferreira, gerente de vendas daJosapar. O Japão importa 600 miltoneladas por ano de diversos países.Essa é a primeira operação deexportação do arroz brasileiro aomercado japonês. No ano passado, aempresa exportou sete mil toneladas(menos de 1% do total negociado nopaís). Até maio, 65% desse volume foiembarcado e a Josapar projetaexportações até 15% superiores a 2004.

ASSINATURAREVISTA

Soltinho para o Japão

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RECURSOS HÍDRICOSPlaneta

Hidrômetro naLAVOURACatarinenses

medem quanto deágua o arroz gasta

Os produtores de SantaCatarina preparam-se pararebater as acusações de quea lavoura de arroz irrigadoé um dos empreendimentos

que mais geram impacto ambiental,principalmente por consumir grandequantidade de água. Para a próximasafra, foi implantado em algumas áreasde irrigação um sistema que medirá ovolume de água consumido. Amedição será feita com calhas Parshall,espécie de hidrômetro que identificao volume de água que passa no canal,entre o reservatório e a lavoura.

Segundo o presidente daAssociação Catarinense de Irrigação eDrenagem (Acid), Sérgio Marini, oobjetivo é apresentar números reais,provar que a rizicultura irrigada não éuma vilã e preparar os produtores paraa futura cobrança pela água.

Além do monitoramento da água,os produtores catarinenses estão seajustando às leis ambientais. Emacordos firmados com o MinistérioPúblico, os lavoureiros estão secomprometendo a não plantar nasmargens dos rios e arroios. Algunsprodutores até recuaram suas lavouras,atendendo a exigência de não plantara menos de 30 metros da mata ciliar.

Os dados existentes sobre oconsumo de água na lavoura de arrozsão muito imprecisos, variando entresete e 12 mil metros cúbicos porhectare. O volume varia conforme ocontrole do produtor, que pode evitar

Fique de olhovolume de embalagens de agrotóxicosdevolvidas para serem destruídas ourecicladas. Do total consumido nasafra, 70% foram devolvidos.

O presidente da Acid, SérgioMarini, destaca que um levantamentoapontou que 94% da área destinadapara orizicultura em SC apresenta

algum tipo de irregularidade quantoao meio ambiente. Preocupados emmudar esse quadro, os catarinensesregistraram na última safra o maior

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desperdícios com o melhor manejo detaipas e evitando pontos de escape.

Segundo Sérgio Marini, as lavourascatarinenses são cultivadas por 12,5mil famílias e consomem entre sete eoito mil metros cúbicos de água. O

sistema de cultivo pré-germinadoajuda a derrubar a média de consumo,pois usa menos água. Na safra passada,no muinicípio de Nova Veneza, osexperimentos com a calha Parshallconfirmaram esse consumo médio.

Questão básica

O monitoramento do consumo de água na lavoura catarinense permitiráestabelecer o crescimento das áreas de cultivo nas safras futuras. Com a previsãode estiagem, será possível reduzir as áreas e garantir o abastecimento dapopulação. O uso dos recursos hídricos é prioridade do ser humano. Emsegundo lugar estão os animais e em terceiro, a agricultura. Para a próximasafra, apesar da crise de mercado, Santa Catarina vai manter os 155 mil hectaresde lavouras. Em 2004/2005 a produtividade média foi de 6.741 quilos/hectare.

Estrutura: produtores investem para regular o gasto com a água

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CULTIVARESPlaneta

pesar da crise de preços naorizicultura, os órgãos depesquisa de Minas Gerais nãose acomodaram e estãocolocando no mercado três

novas cultivares. As variedades batizadasde Curinga, Seleta e Conai foramdesenvolvidas atendendo demanda dosprodutores, que enfrentam o desafio deproduzir cada vez mais com menor custo.As novas sementes são o resultado dabusca por plantas com característicassuperiores, resistentes a doenças e àsvariações climáticas de Minas Gerais.

As novas cultivares foram criadasatravés do programa de melhoramentogenético do arroz de várzea da Empresade Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais(Epamig), conduzido de maneiracooperativa e integrada com váriasinstituições de pesquisa do Brasil.Curinga, Seleta e Conai são cultivares queapresentam elevada produtividade,resistência a doenças e grãos com boasqualidades na indústria e na culinária.

MINEIROReforço

A

Questão básicaO cultivo do arroz de sequeiro é

considerado uma exploração de altorisco em Minas Gerais. O problema sãoas altas temperaturas que ocorrem nosmeses de janeiro, fevereiro e março,causando perdas parciais ou totais daslavouras. A redução desse risco semprefoi uma preocupação da pesquisa, quevem procurando atenuar os danos docalor excessivo. Entre as alternativaspossíveis estão: aumento da resistênciaà seca, o ajustamento da época deplantio, as práticas culturais comoaração profunda e a redução do ciclodas cultivares. A obtenção de cultivaresque associem resistência à seca comprecocidade é um dos maiores desafiosdos pesquisadores.

As novidades de Minas GeraisCURINGAn Ciclo de 132 diasn Produtividade de 4.465 kg/han Cultivar melhorada para

condições de várzea úmida oudrenada

n Boa qualidade culinária. Grãossoltos e macios após cozimento

n A primeira cultivar agulhinha,de alta qualidade de grãos,recomendada para as condiçõesde várzea úmida ou drenada

n Produção para sistemas de terrasaltas e várzea

SELETAn Ciclo de 130 a 140 diasn Produtividade superior a 6,5 mil

quilos por hectare

n Resistente ao acamamento emaior resistência à brusone queas cultivares em uso em MG

n Indicada para cultivo sobcondições de arroz irrigado porinundação contínua, comcontrole da lâmina de água, ouem condições de várzea úmida

CONAIn Ciclo de 108 diasn Produtividade média de 4.145

quilos por hectaren É a primeira cultivar de arroz de

sequeiro superprecoce quepossui grão agulhinha, ospreferidos e os mais valorizadosdo mercado

n Para plantio em terras altas

Minas Geraislança trêsnovas variedades

FIQUE DE OLHO

Diversidade: Epamig desenvolve variedades adaptadas ao clima mineiro

Curinga, Seleta e Conai foram desenvolvidas pela Epamig e UniversidadeFederal de Lavras (Ufla), em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão eapoio da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federalde Uberlândia (UFU) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado deMinas Gerais (Fapemig).

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Panela dePRESSÃO

O

MT decidiránova safra emmomento tenso

s orizicultores do MatoGrosso vão decidir o plantioda nova safra em ummomento de muita tensão.Segundo maior produtor do

Brasil, com 15,3% da colheitanacional, o Mato Grosso vive umasituação dramática para decidir aformação da nova lavoura. Os órgãosde fiscalização do meio ambientecassaram licenças de abertura de áreaque já estavam autorizadas esuspenderam a emissão de novasautorizações. A principal variedadeplantada no Mato Grosso, com maiorárea e rendimento e menor custo deprodução - Cirad 141 -, perdeu suascaracterísticas de longo fino e estávalendo menos de um terço do quevalia há um ano.

Os produtores do Mato Grossoconseguiram a prorrogação dopagamento das parcelas de custeio dejunho, julho e agosto para março eabril de 2006. Mesmo assim, o sistemafinanceiro ainda não liberou recursosou as regras de financiamento para apróxima safra. �Esta safra está bemmais difícil de ser decidida do que asdemais�, frisa Jorge Fagundes, daFutura Cereais, de Cuiabá (MT).Segundo ele, a falta de crédito, asuspensão das aberturas de área e adesclassificação do Cirad poderãoreduzir a lavoura do Mato Grosso em20%. O presidente da Associação dosProdutores de Arroz do Mato Grosso,Ângelo Maronezzi, acredita que a áreapoderá ser afetada em um percentualainda maior. Para Safras & Mercado,a redução será de 19%.

ABERTURA - O produtor dearroz em Feliz Natal, MoisésDebastiani, lembra que esta�moratória� das licenças para aberturade área deve refletir também na safra

2006/2007. A área aberta recebe oarroz por dois anos. Depois disso, temque passar para soja ou outra cultura,pois a produtividade tende a diminuir

ou o investimento passa a nãocompensar. Sendo assim, as áreas quedeixarem de ser abertas neste ano, nãoreceberão arroz no ano que vem.

Questão básicaNa safra passada, segundo dados da Conab, o Mato Grosso plantou 776,9

mil hectares de arroz, 15% a mais do que os 675,6 mil que havia plantado nasafra 2003/2004. O Mato Grosso colheu em 2005 cerca de 2.630 quilos dearroz por hectare, totalizando uma produção de 2.673,8 toneladas, 6,2% amais do que no ano passado. Se reduzir cerca de 20% sobre os números daConab, que estão sendo indicados pelo setor, a lavoura de arroz do MatoGrosso terá 620 mil hectares. Repetindo a produtividade de 2.630 quilos porhectare, o estado alcançará uma produção de 1,63 milhão de toneladas.

Maronezzi: muitos obstáculos para chegar à nova safra

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Com os diasCONTADOS

Cultivar Cirad 141está condenada adesaparecer do MT

É unanimidade: a cultivar dearroz Cirad 141, que chegoua ser considerada a salvaçãoda lavoura de terras altas noMato Grosso por mais de

uma década, vai perder o seu espaço eserá uma das razões para redução daárea orizícola na safra 2005/2006. AAssociação dos Produtores de Arrozdo Mato Grosso (APA-MT) reconheceisso. Excelente para plantar emabertura de áreas, com boa estabilidadeprodutiva e rusticidade, o Cirad 141foi bem aceito pelo mercado em seulançamento (1994), valorizou a culturado arroz de sequeiro e atraiu indústriasque marcaram o início das vendas doMato Grosso para o país.

A multiplicação de �sementescrioulas� e o baixo uso de sementesfiscalizadas e certificadas fizeram comque ao longo do tempo a variedadeperdesse suas características de grãolongo fino, enquadrando-se agoracomo longo. Bom para o produtor, oCirad deixa a desejar na panela. Leva90 dias para �envelhecer� e permitir obeneficiamento e comercialização, temcheiro característico e �gruda� napanela, desagradando ao consumidor.

Ovídio Costa Miranda, superin-tendente da Conab no MT, explicouque para ser longo fino, pelo menos80% dos grãos precisam ter a espessuramáxima de 1,90 milímetro. Ostécnicos, entretanto, identificaramdimensões de 1,91 a 1,94 milímetroem mais de 80% dos grãos.

Com isso, só a região de Sinop, nonorte do MT, tem um prejuízosuperior a R$ 500 milhões, segundolevantamento da APA-MT. O preçomínimo do saco de 60 quilos de arrozlongo fino no MT é R$ 20,70,enquanto para o longo é de R$ 10,73.Atualmente, o Cirad com 50% de

Questão básicaA capacidade ociosa das indústrias do Mato Grosso poderá ser suprida

parcialmente pelo estoque de passagem, mas terá problemas porque é grandeo volume de arroz comprometido por baixa qualidade, com alto índice dequebrados, grãos amarelos, picados de insetos, manchados e gessados. Sendoassim, é muito provável que o estado precise se abastecer de arroz nos estadosvizinhos, no Sul e, se compensar, até importar do Mercosul.

Variedade Cirad 141: o fim de um ciclo importante para a lavoura do MT

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inteiros - que era vendido acima deR$ 30,00 há um ano - é negociadoFOB/Sinop por R$ 9,00 a R$ 11,00.

NOVA - O Primavera é vendidopor R$ 17,50 a R$ 19,00 FOB e R$20,50 posto em Cuiabá. Para desovarparcialmente seu grande estoque, oCirad tem sido misturado ao longofino em percentual autorizado por lei.

Diante deste cenário, os produtoresvão optar pela cultivar Primavera,menos produtiva, mais exigente e demaior custo de produção, maspreferida pela indústria. A cadeiaprodutiva do MT e a Embrapa Arroze Feijão, de Goiás, estão empenhadasna busca de novas e alternativasvariedades para o Mato Grosso.

�Não vamos apoiar o uso da semente Cirad 141porque não é o arroz que a dona de casa quer�.

Presidente do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Arroz de MatoGrosso, Marco Antônio Lorga, informando que a cultivar está descartadapelo mercado mato-grossense.

Dito & Feito

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O péssimo momento do arroz nomercado brasileiro deixará cicatrizes.Sem recursos para investir no campo,os produtores do Mato Grosso do Suljá esperam uma queda deprodutividade para as próximassafras. �Sem investir em tecnologia,principalmente em semente de

qualidade e adubação, os produtoresirão colher menos�, explica oagrônomo Darci Azambuja. Segundoele, a Fazenda San Francisco alcançoua produtividade média de 7,5 milquilos de arroz por hectare na safrapassada e projeta colher no ano quevem uma média de aproximadamente

6,7 mil quilos por hectare. Além dasperdas futuras na lavoura de arroz,muitas lavouras estão sendosubstituídas pelo cultivo de soja,milho ou pecuária. A crise naorizicultura tem um sintoma bemclaro: o preço do arroz não cobre oscustos de produção.

Cicatrizes da crise

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Aredução da lavoura dearroz no estado do MatoGrosso do Sul está setornando realidade. Aaguda crise que atinge o

mercado orizícola está levando osprodutores a colocarem em práticaa proposta do presidente daAssociação dos Produtores de Arroze Irrigantes (Apai), RobertoCoelho, que desde o final do anopassado defende a idéia de reduzir alavoura. Segundo ele, os produtoresprecisam derrubar os custos deprodução para permanecerem nomercado e isso só será possíveltrabalhando com áreas menores.

Segundo Roberto Coelho, areceita é usar apenas a terra que émais produtiva e de fácil manejopara reduzir custos. Coelho éproprietário da Fazenda SanFrancisco, onde está instalada amaior lavoura de arroz do estado doMato Grosso do Sul, com cerca de1,2 mil hectares. Para a safra 2005/2006, a San Francisco deverá reduzirem aproximadamente 30% a áreacultivada com arroz.

Na safra passada, foramcultivados no Mato Grosso do Sulcerca de 53,1 mil hectares de arroze o rendimento médio foi de 4,6toneladas por hectare.

Questão básica

MS reduzirá áreana safra 2005/2006de arroz irrigado

A lavouraENCOLHEU

Lavouras do MatoGrosso do Sulserão menores nasafra 2005/2006

O agrônomo Darci Azambuja, que trabalha na Fazenda San Francisco, explicaque a baixa cotação do arroz no mercado afetou principalmente os produtoresque trabalham em áreas arrendadas. Segundo ele, cerca de 70% dos arrozeirosdo Mato Grosso do Sul dependem do arrendamento de áreas para plantar. �Osprodutores estão enfrentando dificuldades em buscar recursos para investir napróxima safra. Muitas empresas só aceitam vender à vista e quem tem poucorecurso terá que plantar menos e desenhar uma lavoura com baixa tecnologia�,observa Azambuja.

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Planeta

BARREIRASCorrida comSAFRA BRASIL

Maranhão é oquinto maiorprodutor nacional

Segundo dados levantados emjunho pela Conab, aprodução maranhense dearroz foi de 707,7 miltoneladas na safra 2004/

2005, queda de 1,7% frente à safraanterior. Com isso, o estado passa aser o quinto maior produtor brasileirode arroz, atrás do Rio Grande do Sul(6,2 milhões de toneladas), MatoGrosso (2,043 milhões de toneladas),Santa Catarina (1,049 milhão detoneladas) e Pará (722,7 miltoneladas). Até a pesquisa anterior,realizada em maio, o Maranhãoocupava a quarta posição nesseranking, pois a produção paraense eraestimada em 677,5 mil toneladas.

O desenvolvimento da oriziculturano Maranhão enfrenta muitas bar-reiras. �O isolamento é um problemasério. Temos também dificuldades dearmazenagem e infra-estrutura. Alémdisso, doenças como brusone,mancha-preta e mancha-parda sãocomuns�, afirma o produtor MárioAlbuquerque, da Fazenda Santa Maria,localizada em Urbano Santos (MA).

A falta de incentivo do poderpúblico, tanto federal como estadual,é um dos maiores problemas, naopinião de Rodolfo Vieira, daDistribuidora Combate, da cidade deBalsas (MA). �Ficamos à mercê dasafra do Sul�, diz.

O estudo publicado pela EmbrapaMeio Norte em 2001, intitulado�Cadeia produtiva do arroz no estadodo Maranhão�, aponta outrosentraves. Custos elevados, fortetaxação tributária, sementes poucoadaptadas, falta de maquinário -especialmente colheitadeira - paraalugar, a falta de informação sobrepreços e sobre mercado, além da baixaqualidade do produto, são exemplos.

VANTAGENS - Por outro lado,o estudo revela algumas das vantagensde se produzir arroz no estado. Dentreas principais, estão a possibilidade deavanço da fronteira agrícola (apesar

das restrições ligadas à necessidade depreservação ambiental), a localizaçãoprivilegiada do estado, a existência depólos de crescimento econômicoativos e a demanda forte e poucoexigente por arroz.

O consumo per capita de arrozbranco no Maranhão é de cerca de 80quilos/habitante/ano, sendo um dosmaiores do Brasil (média de 50 quilos/habitante/ano). Contudo, o arroz maisconsumido no estado é o tipo 2, umavez que a maior parte da populaçãomaranhense se encontra em camadasde médio a baixo poder aquisitivo. (PorMariana Perozzi - www.arroz.agr.br)

Vantagem: o avanço da fronteira agrícola e a demanda por arroz

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PlanetaSAFRA BRASIL RotaçãoINTELIGENTE

Cabe um RSde arroz noTocantins

ocantins é o estado brasileiroque apresenta as condiçõestecnológicas e ambientaismais favoráveis para oaumento da produção de

arroz nas próximas safras. Além dedisponibilidade de área, os agricultorestrabalham com um sistema inteligentede irrigação. A técnica é chamada desubirrigação e permite a rotação deculturas, rendendo até três safras porano na mesma lavoura. A rotaçãofavorece a cultura do arroz, queencontra maior fertilidade do solo etem bom desempenho até mesmo nocultivo da soca.Segundo Luís Henrique Michelin,coordenador de sanidade vegetal daAgência de Defesa Agropecuária doTocantins, o segredo está no manejode água em canais de irrigação nasáreas de várzea durante as épocas deseca. O sistema eleva o lençol freático,permitindo que na entressafra do arrozirrigado a área seja aproveitada paraas espécies de sequeiro, como soja,sorgo, algodão, melancia, milho, feijão,melão, tomate e abóbora. Com menorcusto de produção e melhor qualidadesanitária, as espécies de sequeirocultivadas nas várzeas muitas vezes sãomais rentáveis economicamente que oarroz irrigado. O cultivo de arroz deterras altas está distribuído por todas

Prós & contrasn No Vale do Javaés, no Tocantins, há uma área de várzea com mais de500 mil hectares. Localizada entre o Rio Araguaia e seus afluentes,Urubu, Javaés e Formoso, a região é considerada a maior área contínuapara irrigação por gravidade do mundo. Nessa área estão instalados oProjeto Rio Formoso, no município de Formoso do Araguaia, e oProjeto Javaés, na Lagoa da Confusão. Ambos os projetos ocupamapenas 45 mil hectares com a cultura do arroz, no período chuvoso.

n O fator limitante da cultura do arroz noTocantins é a incidência de doenças,especialmente brusone, responsável porperdas consideráveis na produção e naqualidade dos grãos. O clima da região e omanejo deficiente da irrigação favorecemo surgimento da doença fúngica.

as regiões do Tocantins, enquanto oirrigado concentra-se nas regiõesCentro-oeste e principalmente noSudeste. As maiores produções dearroz irrigado estão nos municípios deCristalândia, Dueré, Formoso doAraguaia, Lagoa da Confusão e Pium.Para a próxima safra, a área de arrozdeverá ser mantida ou até sofrer umapequena redução motivada pela crise

no mercado orizícola. Na safra 2004/2005, foram cultivados 199 milhectares de arroz, 23,1% mais que nasafra anterior, quando foramcultivados 161,6 mil hectares. Aprodutividade média na safra passadafoi de 2,3 mil quilos por hectare, sendoque o arroz de sequeiro rendeu umamédia de 1,7 mil quilos por hectare eo irrigado, 4,4 mil quilos por hectare.

Questão básicaA planície da Bacia do Araguaia, no Tocantins, ocupa cerca de 1,2 milhão

de hectares. O Vale do Araguaia constitui-se em uma das regiões maispromissoras para a expansão da orizicultura brasileira, com condições paraatender o mercado das regiões Norte, Nordeste, Centro-oeste e Sudeste. OTocantins poderá concentrar futuramente a mesma dimensão das lavouras dearroz do Rio Grande do Sul - 1,1 milhão de hectares -, onde é produzido cercade 50% do arroz brasileiro.

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Manejo do Tocantins usaágua do subsolo e garantebom sistema de irrigação

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O congresso do professorO professor Enio Marchezan, do

departamento de fitotecnia do curso deAgronomia do Centro de CiênciasRurais da Universidade Federal de SantaMaria (CCR/UFSM), dispensa apre-sentações para a lavoura gaúcha dearroz. Aos 52 anos, no entanto, estáenfrentando um gigantesco desafio napresidência da Sociedade Sul-brasileirado Arroz Irrigado (Sosbai). Marchezan, que é doutorem fitotecnia e integra o grupo de arroz irrigado e usoalternativo de várzeas do CNPq, preside também o IVCongresso Brasileiro de Arroz Irrigado e a XXVI Reuniãoda Pesquisa de Arroz Irrigado. O evento, que realiza coma Sosbai e a UFSM, apresenta os resultados das maisrecentes pesquisas das universidades e instituições gaúchase catarinenses de pesquisa, também gera as novasrecomendações técnicas para as lavouras de arroz irrigadonestes estados e é um importante fórum da ciência etecnologia em arroz, com a presença de cientistas dosdemais estados brasileiros e de toda a América Latina. Ocongresso acontece de 9 a 12 de agosto, no Park HotelMorotin, em Santa Maria (RS).

O Valente do arrozGENTE

Planeta 21O Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) comemora

um importante reforço. O engenheiro agrônomoespecializado em irrigação e drenagem e uma dasprincipais autoridades em oriziculturafamiliar do Rio Grande do Sul, LuisAntonio De Leon Valente, 56 anos, foicedido pela Ascar/Emater-RS, ondeocupou o cargo de assistentetécnico estadual do arroz, paraassumir o cargo de chefe daDivisão de AssistênciaTécnica e Extensão Ruraldo Irga (Dater),c o o r d e n a n d oengenheiros agrônomose técnicos em agrope-cuária dos escritóriosregionais e núcleos deassistência técnica eextensão rural doinstituto nos municípios arrozeiros gaúchos. Ele éextensionista há 32 anos na área de arroz, irrigação edrenagem. Valente é formado pela Faculdade deAgronomia Eliseu Maciel (UFPel), com especialização emirrigação e drenagem pela Universidade Federal de Lavras(UFL), de Minas Gerais, pelo Ciat (Colômbia) e naAlemanha.

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PlanetaPESQUISA

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20% mais produção,30% menos custos

A MARCAda tecnologia

Embrapa Clima Temperadoestá comemorando os bonsresultados da primeira safrade arroz produzida com asorientações do projeto Marca.

As regras para o Manejo Racional doArroz (Marca) foram implantadas nasafra 2004/2005 por seis produtoresgaúchos que conseguiram aumento deprodutividade com redução de custosde produção. Segundo o agrônomoJosé Alberto Petrini, pesquisador daEmbrapa, o primeiro ano do projetoatingiu as expectativas, mostrando quea lavoura de arroz do Rio Grande doSul pode se tornar mais eficiente,competitiva e rentável.

Na safra 2004/2005, 110 hectaresde arroz foram trabalhados com oMarca, colocando no campo técnicasde manejo aplicadas de modo racionale que não comprometem a qualidadeambiental. Os resultados maissignificativos foram verificados naprodutividade, 20% superior à médiaestadual, e nos custos de produção,30% abaixo da média.

Esse desempenho está relacionadocom a redução de 20% na densidadede semeadura, menor uso de produtosquímicos, economia de recursoshídricos e boa produtividade. Em umaárea comercial, na Estância Guatambu(Dom Pedrito-RS), o Marca atingiu amédia de 9.940 quilos/hectare de arroz.

A média dos custos de produçãodo saco de arroz (50 quilos) com oprojeto Marca foi de R$ 21,00, comprodutividade média de 7,3 mil quilos/hectare. No RS, o custo médio deprodução foi de R$ 30,00, segundo oIrga. Produtividade de 6,1 mil quilos/hectare.

Questão básicaPara a safra 2005/2006, o projeto Marca será trabalhado por nove

produtores das cidades gaúchas de Santa Vitória do Palmar, Jaguarão, Pelotas,Osório, Dom Pedrito, Rosário do Sul, Alegrete, Itaqui e Cachoeira do Sul.Cada lavoura terá entre 10 e 20 hectares e a área total chegará a 150 hectares.Na safra 2004/2005, o projeto foi desenvolvido em cinco propriedades doRio Grande do Sul: Estação Experimental Terras Baixas/Embrapa ClimaTemperado e na Granja da Várzea (Pelotas), Granja Bretanhas (Jaguarão) efazendas Guatambu e Tulipa (Dom Pedrito). �O objetivo é aumentar aprodutividade de grãos no mínimo 20% acima da média do Rio Grande doSul�, destaca José Alberto Petrini.

Projeto Marca é sinônimo de excelência em produção de arroz

A

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nese (fase de emborrachamento - 55 a65 dias após a emergência do arroz)elevar a lâmina de água para ummínimo de 15 centímetros por 15 a20 dias. A entrada de água na lavouradeve ocorrer até 30 dias após aemergência das plântulas (estágios V4e V5). Evitar ou minimizar o resíduode pesticidas e nutrientes na água dedrenagem. Não drenar a lavoura dearroz antes dos 30 dias após a aplicaçãode agrotóxicos. O término dairrigação, ou a supressão dofornecimento de água à lavoura,deverá ocorrer a partir do 10º dia apósas plantas vencerem 80% do estágiode floração. O procedimento reduz aquantidade de água utilizada e facilitaa colheita, evitando a degradação dosolo.Diferenciação da panículan O produtor deve identificar oestágio de diferenciação da panículapara efetuar a adubação de cobertura,pois esta é a fase indicada para aaplicação desse insumo.Colheitan A colheita deve ser feita tão cedoquanto possível, após a maturaçãofisiológica, com umidade do grãovariando entre 18% e 23%. Entre asgrandes lavouras da safra de verão, ocultivo de arroz é o que apresentamaiores perdas, chegando a 22% dototal da produção. Cultivares commaior suscetibilidade ao trincamentode grão em pré-colheita deverão sercolhidas prioritariamente, nãodeixando atingir umidade do grãoabaixo de 18%.Secagemn A secagem dos grãos deverá seriniciada tão logo se realize a colheitaou, no máximo, até 24 horas após.Entretanto, se isso não for possível, éimportante pré-limpar, aerar ou pré-secar o arroz, mantendo-o sob aeraçãoconstante até a secagem completa.Também é importante não deixar osgrãos úmidos na moega, sem aeração.O rendimento de grãos deve sermonitorado constantemente,verificando a eficácia dos métodos decontrole do trincamento.

Os eixos do projeto Marca

Estruturação da área da lavouran Orientações para a sistematizaçãoda superfície do solo, facilitando omanejo da água. Uniformidade naaltura da lâmina de água é um dosfundamentos básicos da lavoura dearroz, assim como as definições deestradas e canais de irrigação.Preparo prévio da árean Recomendação para preparar alavoura antecipadamente, depreferência no verão anterior àimplantação da lavoura. O objetivo éviabilizar a utilização do plantio diretoou cultivo mínimo na época desemeadura adequada. As taipas, debase larga, também devem serdemarcadas e construídas pre-viamente.Época de semeaduran O plantio deve ser feito de modoque a diferenciação da panícula (DP)ocorra, no máximo, até 1º de janeiro.Com base no zoneamentoagroecológico para as diferentesregiões orizícolas do Rio Grande doSul, foram estabelecidos oito grandesfaixas de épocas de semeadura, sendoquatro para cultivares de ciclo médioe quatro para cultivares de cicloprecoce. Para as cultivares de ciclomédio, a semeadura deverá serrealizada de 21 de setembro a 20 denovembro nas regiões mais quentes ede 21 de outubro a 20 de novembronas regiões mais frias. Para as cultivaresde ciclo precoce, o período varia de11 de outubro a 10 de dezembro nasregiões quentes e de 1º a 30 denovembro nas regiões frias.Densidade de semeaduran A quantidade de sementes deverápossibilitar um estande de 200 a 300plantas por metro quadrado comcobertura uniforme da área. Para isto,o volume de sementes a ser utilizadapelo produtor será de 120 a 150 quilospara cada hectare, dependendo daporcentagem de germinação dassementes.Adubaçãon Recomenda-se a aplicação defertilizantes NPK (nitrogênio, fósforoe potássio), de acordo com os

resultados de análise do solo. Onitrogênio em cobertura deverá serparcelado: uma quando a plantaestiver no estágio de quatro a cincofolhas (início do perfilhamento),aplicado em solo seco. A submersãodo solo deverá ser feita até 72 horasdepois. A outra aplicação denitrogênio deverá ser feita na épocada diferenciação da panícula, sobrelâmina de água não circulante.Quando a dose de nitrogêniorecomendada for igual ou inferior a50 quilos por hectare, a adubação emcobertura deverá ser realizada nadiferenciação da panícula. As doses defósforo e potássio deverão seraplicadas em pré-plantio incorporadoou em linha na semeadora.Controle de plantas daninhasn A orientação aos produtores é paraaplicação de produtos com maiorpoder residual em pré-emergência eprodutos em pós-emergênciaconforme a recomendação técnica quepossibilitem um controle efetivo dasplantas daninhas. Aplicar somenteagrotóxicos registrados e reduzir em20% a dose recomendada.Manejo da águan Manter uma altura de lâmina deágua na lavoura de aproximadamente10 centímetros. Em regiões comproblema de frio, na microsporogê-

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PESQUISA

ALTERNATIVASpara o sul gaúcho

Linhagem toleratemperaturas médiasmais baixas

Questão básican Sob a coordenação de RenataCruz, é conduzido o melho-ramento de cultivares tolerantesao frio do Irga. Atualmente, aseleção de linhas conduzida naSubestação de Santa Vitória écomplementada com umaseleção em condição detemperatura controlada, em quesomente as plantas comcapacidade de germinação em13°C e de sobrevivência a umatemperatura de 10°C na fasevegetativa são selecionadas.

n Esses procedimentos, segun-do Renata, permitem aliar aseleção de plantas com bompotencial agronômico com aseleção daquelas com maiortolerância ao frio nas fasesiniciais. Esse trabalho édesenvolvido com o FundoLatino-americano de ArrozIrrigado (Flar).

Um dos principais problemasassociados à lavoura de arrozirrigado no Rio Grande do Sulé a ocorrência de temperaturasbaixas, que pode causar sérios

danos quando na fase reprodutiva daplanta, mas também prejudica oestabelecimento e desenvolvimentoinicial da lavoura semeada no cedo. Poreste motivo, o Instituto Rio-grandensedo Arroz (Irga) vem desenvolvendo umprograma de melhoramento específicopara tolerância ao frio, conduzido naSubestação Experimental do Arroz deSanta Vitória do Palmar (RS) desde asafra 1995/1996. Esse local foiescolhido por ser um dos queapresentam temperatura média maisbaixa dentre as regiões orizícolas doestado.

Na safra 2004/2005 foi apresentadaaos produtores de arroz queparticiparam do dia de campo realizadona Subestação de Santa Vitória doPalmar uma linhagem, denominada Irga2423-3-6V-3V-1, que atualmente é amais promissora dentre as desenvolvidasneste projeto. A linhagem também foiapresentada no tradicional dia de camporealizado na Estação Experimental doArroz do Irga, em Cachoeirinha (RS).

A melhorista Renata Pereira da Cruzexplica que devido ao contínuo processode seleção nas condições ambientais deSanta Vitória, a linhagem Irga 2423-3-6V-3V-1 se mostra adaptada ealtamente produtiva em ambiente emque predominam temperaturas médiase mínimas inferiores ao restante doestado. O material tem ciclo médio

Selecionada a campo, onde atemperatura às vezes não é baixa osuficiente para impor boa pressão deseleção, a linhagem não é consideradatolerante ao frio. Ela é adaptada paraa zona sul gaúcha, com temperaturamédia mais baixa. A decisão sobre olançamento como cultivar será tomadana próxima safra, após nova avaliação.A linhagem será plantada em parcelõesde seis propriedades em diferentesregiões gaúchas. Os produtores vãoopinar.

Renata: experimentos podem resultar em variedade para a zona sul gaúcha

FIQUE DE OLHO

tardio (cinco a 10 dias maior que a BR-Irga 410), porte baixo, alto potencial deperfilhamento e elevado rendimento degrãos. A sua vantagem diz respeito àqualidade dos grãos, que além deapresentarem alto teor de amilose, têmmenor centro branco e melhorrendimento industrial que as cultivaresBR-Irga 410 e El Paso L 144, as maisplantadas atualmente na zona sul doestado.

Planeta24

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entre as medidas preventivaspara combate à brusone, aprincipal doença do arroz,encontra-se o tratamentoquímico das sementes.

Contudo, qual seria o princípio ativomais eficiente para o controle dadoença nas folhas? Em busca dessaresposta, a pesquisadora Valácia Lobo,da Embrapa Arroz e Feijão, fez o testeem uma lavoura experimental emSanto Antônio de Goiás (GO),utilizando a cultivar BRS Primaverano sistema de cultivo de terras altas.

Os tratamentos e doses (gramas deprincípio ativo por 100 quilos desementes) foram: azoxystrobin(100g); tiofanato metílico (175g);pyroquilon (400g); pyroquilon(200g); trifloxystrobin maispropiconazole (50 + 50g); tricyclazole(225g) e carboxin mais thiram (60g).

Segundo Valácia Lobo, a menorseveridade de brusone foi observadanas parcelas que receberamazoxystrobin e pyroquilon (400g).Este último, na dosagem menor(200g) apresentou resultadointermediário, bem como tricyclazolee trifloxystrobin mais propiconazole.Já o carboxin mais thiram e o tiofanatometílico não obtiveram êxito.

De acordo com a pesquisadora, osfungicidas tricyclazole e azoxystrobinsão indicados para controle de brusonevia aplicação foliar. No entanto, nasúltimas safras esses produtos estãosendo amplamente usados pelosagricultores no tratamento desementes, apresentando bonsresultados. É preciso atenção às novasopções de controle, uma vez que oproduto (pyroquilon) mais usado no

D

tratamento de sementes e que melhorproteção oferece às plantas não estámais disponível no mercado.

Valácia finaliza com uma ressalva.�Os dados do experimento sãopreliminares, sendo necessária a

comparação com outros ingredientesativos aplicados via semente paracontrole de doenças do arroz. Alémdisso, é preciso se levar em conta arelação custo/benefício para se fazer arecomendação ao agricultor�.

Doença é fatorlimitante noCentro-oeste

Parcela onde o tratamentode sementes obteve sucesso

Parcela em que não houvea proteção da lavoura

PESQUISA

Ataque de brusone nas folhas da planta de arroz

Semente protegida,BRUSONE CONTROLADA

EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO

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PlanetaPESQUISA

CLEARFIELD:segunda geração

Sistema Clearfieldganhará novascultivares Irga

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Uma verdadeira revolução nomanejo de ervas daninhas nalavoura de arroz do RioGrande do Sul foi provocadaa três safras quando o

Instituto Rio-grandense do Arroz(Irga) colocou no mercado a cultivarIrga 422CL, desenvolvidaespecialmente para o sistema deprodução Clearfield em parceria coma Basf, uma das principais empresasde insumos do mundo. A variedadeIrga 422CL é tolerante ao princípioativo do herbicida Only, da Basf, e essesistema consegue eliminar da lavouragaúcha de 80% a 98% de alguns dosprincipais inços, com destaque para oarroz vermelho.

Apesar da eficiência desse processo,a pesquisa agrícola tem por princípioo desafio de sempre evoluir, buscandoaperfeiçoar as tecnologias e/ou osmeios de produção. Assim, entre asações de pesquisa do Programa deMelhoramento Genético do Irga estáo projeto Clearfield, no qual é objetivoo desenvolvimento de cultivarestolerantes a herbicidas do grupo dasimidazolinonas para o controle doarroz vermelho, em parceria com aBasf.

A cultivar Irga 422CL, lançada noano de 2002, foi a primeiradesenvolvida para o sistema deprodução Clearfield no Rio Grande doSul e no Brasil. Essa fase, chamada deprimeira geração, não encerrou aspesquisas. Houve continuidade nostrabalhos de melhoramento genéticopara o desenvolvimento de novascultivares para esse sistema deprodução, porém baseado em outrogene que confere tolerância a herbicidatambém do grupo das imidazolinonas(segunda geração).

420 - A pesquisadora MaraCristina Barbosa Lopes está realizando

Questão básica

Em relação ao Irga 422CL, a nova cultivar está sendo selecionada paraapresentar características diferenciais, como resistência a toxidez por ferro, maiorpotencial produtivo, ausência de pilosidade nas folhas e grãos e principalmentemenor efeito de toxicidade nas plantas após a aplicação do herbicida.

Mara Lopes: novas variedades Clearfield a caminho

esse trabalho através do método deretrocruzamento, no qual foi utilizadacomo fonte doadora do gene umalinhagem americana, e como fontesrecorrentes, cultivares e linhagens doprograma de melhoramento do Irga.O material mais avançado éproveniente da cultivar Irga 420, ondejá foram realizadas várias gerações decruzamentos e seleções. Ainda existem

algumas etapas a serem vencidas, comoa identificação de plantas homozigotaspara a tolerância ao herbicida,multiplicação de sementes e inclusãoem ensaios de rendimento paradiferentes avaliações, comoprodut iv idade, caracter izaçãofenotípica e adaptação regional.A perspectiva é de lançamento de umanova cultivar no ano de 2008.

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A busca de cultivares maisprodutivas, resistentes àsadversidades, que atendam ademanda do produtor, daindústria e do consumidor é ogrande desafio dos melhoristas.No caso específico dasvariedades para o sistemaClearfield, além da metodologiade retrocruzamento para odesenvolvimento de novascultivares, a melhorista MaraCristina Barbosa Lopestambém conduz a seleção pelométodo genealógico, onde sãoplanejados cruzamentosutilizando fontes quecontemplem característicasdesejáveis como boa qualidadede cocção dos grãos,produtividade, resistência àbrusone, toxidez por ferro edebulha dos grãos, entre outras.Segundo ela, os resultadosserão obtidos a mais longoprazo. Entretanto, para aceleraro processo de desenvolvimentosão realizados, noinverno, avanços de geraçõesem outra região do Brasil. Osistema de produção Clearfieldcontempla a cultivar, oherbicida e um programa demonitoramento junto aosprodutores.

Busca do

MELHORQuestão básica

Segundo a pesquisadora Mara Cristina Barbosa Lopes, desde o início daimplantação do sistema Clearfield no Rio Grande do Sul houve, paralelamente aoprograma oficial, a �pirataria� das sementes, o que poderá prejudicar muito o bomandamento do uso desta tecnologia na lavoura de arroz.

Irga 422CL: ummarco naorizicultura gaúchano combate ao arrozvermelho

PROJETO CLEARFIELD

Fortalecimentodo projetoClearfield/Irga-Basf:ampliando aoferta desementes,facilitando oacesso atecnologia a umnúmero maiorde produtores.

Ações do Comitê de Gerenciamento da Tecnologia Clearfield/Arroz Irga-Basf contra a pirataria:

Utilização da novalegislação de sementes emudas, através doMinistério da Agricultura,Pecuária e Abastecimentoe Associação dosProdutores de Sementesdo RS (Apassul),realizando campanha paravalorizar e incentivar autilização de sementeoficial.

Ação direta dosprodutores desementes Clearfielde Apassul junto aosagentes de créditorural, paraexigência do usode sementecertificada paralavourasfinanciadas poresses órgãos.

Campanha deconscientização dos riscosda utilização de sementescom origem desconhecida,na tecnologia Clearfield,através de material dedivulgação da tecnologia edos riscos e prejuízos,reuniões e palestras deesclarecimento a técnicos,produtores, canais erevendas de insumos.

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Híbrido do Irgaé um negócioda China

PlanetaPESQUISA

Instituto Rio-grandense doArroz está desenvolvendopesquisas com arroz híbrido.A meta é colocar no mercadogaúcho alternativas para

aumentar o potencial produtivo daslavouras irrigadas. O trabalho depesquisa iniciou em 2000, quando aFazenda Ana Paula estabeleceu umconvênio com o Instituto de Pesquisaem Arroz de Hunan, da China. Aparceria envolveu o Irga em 2003. Emquatro safras, o híbrido que está sendotestado deve chegar ao mercado.

Ricardo Scherer, consultor técnicoda Ana Paula, observa que a pesquisaé necessária para a evoluçãotecnológica da orizicultura e oferecenovas ferramentas de trabalho aosprodutores. Além de Scherer, quatrochineses desenvolvem os estudos eexperiências com arroz híbrido naEstação do Arroz, em Cachoeirinha(RS). Lianfang Wang é o líder dogrupo. Segundo Scherer, o projetoArroz Híbrido do Irga finalizou asegunda safra este ano confirmando oincremento médio de 20% sobre asvariedades testemunhas.

�Para que as cultivares de arrozhíbrido tenham aceitação pelosprodutores e o mercado, algunsdesafios devem ser superados atravésdo melhoramento genético e dodesenvolvimento de tecnologiasadequadas à realidade brasileira�, frisa.Segundo Scherer, num primeiromomento, as cultivares híbridas dearroz devem conferir o ganho emprodutividade sem prejuízo daqualidade industrial e culinária.

O apoio da agricultura de precisãona correta distribuição das sementes eadubos e o manejo otimizado paraobtenção de altos rendimentos sãoindispensáveis no sentido de superaros custos adicionais de produção.

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Questão básica

Chinês no Irga: tripla parceria permite pesquisas

O híbrido é o resultado do cruzamento de duas linhas geneticamentediferentes que explora o fenômeno da heterose (vigor). Essa tecnologia permiteincrementar o potencial produtivo em média em 20%, mas não permite amultiplicação de sementes, pois haveria uma segregação gênica. O vigor híbridosignifica que o vegetal herdou as boas características das plantas de origem.Na China, onde são cultivados cerca de 30 milhões de hectares de arroz, cercade 50% das lavouras usam sementes híbridas. Na safra 2004/2005, a pesquisado Irga e Fazenda Ana Paula trabalhou com seis linhas promissoras. As sementesforam cultivadas em diferentes localidades do Rio Grande do Sul e na regiãonorte do Brasil. Os primeiros resultados da área de teste deverão ser divulgadosno final de agosto. São critérios de avaliação a produtividade, a adaptação dasplantas e a qualidade industrial.

Irga no mundoDO HÍBRIDO

o custo mais elevado das sementes. Osucesso do sistema está no maiorperfilhamento, nas panículas maiorese nos grãos mais pesados. Um de seusfundamentos é não deixar faltar águano arroz durante a floração.

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O pesquisador Lianfang Wangtrabalha há 20 anos com pesquisas edestaca que a China é o berço dessatecnologia. A menor densidade desemeadura do híbrido, variando entre35 e 50 quilos por hectare, compensa

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PlanetaREPORTAGEM DE CAPA

Alberto Milbradt saiu jovem deRestinga Seca e foi para Bagé (RS)trabalhar de empregado. �Dei sorte.O patrão confiou em mim e, anosdepois, me entregou um tratorequipado quando saí, financiou doispara pagar com arroz em cinco anose formamos uma parceria noUruguai�. Deu certo: chegaram aplantar 1,4 mil hectares. Mas com osfilhos crescendo e estudando a 200quilômetros da lavoura, além de umacidente de trânsito com um deles,acelerou o retorno. �Como tiveperdas por seca no Uruguai, segui umconselho do meu pai e procurei umaárea junto do Jacuí, onde nunca faltaágua�, frisou.

�Compramos uma área muitoinçada de arroz vermelho�, prossegueAlberto. �Conhecemos o arrozvermelho aqui, pois no Uruguai nãotinha�, diz Edson. O desafio decombater o vermelho fez a famíliaMilbradt adotar alta tecnologia emsua lavoura e tornar-se uma campeãde produtividade na região.

Com assessoria do agrônomoJerson Santos, adotaram o sistema decultivo semidireto, taipas largas eabriram a propriedade para atecnologia. A lavoura recebeexperimentos da Basf e integrou-seao programa CFC, do Irga, de ondelevaram novos conceitos de adubaçãoe densidade de semeadura. Adotaramo arroz híbrido da RiceTec, colhendoaté nove mil quilos por hectare. Overmelho é eliminado com o sistemaClearfield (Basf), a cultivar Irga422CL e o híbrido Tuno CL.

Para Alberto Milbradt, omomento é de crescer. �Fui para Bagésem nada. Hoje tenho minha próprialavoura, saúde e a família trabalhandocomigo. Agora só queremos crescerjuntos, reduzir os custos da lavoura -hoje em sete dólares/saco de 50 quilos-, melhorar a qualidade dos grãos ecriar os netos�, avisa. Segundo ele,apesar de ainda andarem no colo, ostrês meninos em pouco tempo jácomeçarão a fugir para os tratores.�Aqui só nasce tratorista�, brinca.

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Lavourade paiPARAFILHO

Graças ao vermelho

lavouras com três empregados e umengenheiro agrônomo. A famíliamora na propriedade, onde chegouem 1998, após 19 anos plantando noUruguai.

Os Milbradt estão na terceirageração arrozeira. �Comecei aindacriança numa lavoura de 30 hectares

de meu pai, Armindo, em RestingaSeca�, revela Alberto. Os �guris�também aprenderam as lides desdemuito pequenos.

- Com oito, nove anos a gente jápegava o trator e ia para a lavoura.Nem que fosse escondido, revelaAnderson.

Alavoura de arroz brasileiravive uma reforma agrárianatural, em família. Os filhossucedem os pais e, na gestãoda propriedade, mostram o

poder da administração familiar naorizicultura e dão um sentido decontinuidade e desenvolvimentotecnológico, social e econômico dapropriedade. Mais do que opatrimônio da família, o agronegócioprofissional, de produção em escala,demonstra que os números e asdimensões podem ser maiores, mas operfil ainda é de agricultura familiar.

A macroagricultura familiar, termoque pode estar sendo criado, mas comuma aplicação secular no Brasil, vivena atividade arrozeira dias de granderesponsabilidade. A revista PlanetaArroz buscou exemplos e encontroumuitas lavouras que permanecem,geração após geração, produzindo oalimento básico do brasileiro sem sairdas mãos de uma mesma família.

É o caso da família Milbradt, deCachoeira do Sul (RS). Instalados em810 hectares, 700 dos quaisplantados com arroz na próximasafra, Alberto Luiz Milbradt (52anos) e seus filhos Edson (28) eAnderson (27) administram as

Gestão familiar:chave de sucessona orizicultura

Edson, Alberto e AndersonMilbradt: trabalho em família

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REPORTAGEM DE CAPAPlaneta

O suporte da GUATAMBU

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Valter e Nara Pötter: Guatambu trabalha em família

Valores diferenciadosNa Estância Guatambu, o

planejamento das lavouras é definidoem reuniões dos administradores.Raquel Pötter Guindani, que cuida daadministração, procede a compra deinsumos, a organização do manejo dasáreas e das tecnologias a seremaplicadas e o cronograma de realizaçãodas diferentes etapas da lavouraseguindo um check-list. Além disso,realiza várias funções técnicas comoprojetos de custeio agrícola,financiamentos, licenciamentosambientais, cálculos de recomendaçãode adubação, entre outros.

Gabriela Pötter cuida do site(www.estanciaguatambu.com.br) e detudo que se refere a marca eorganização de eventos que aGuatambu participa, além do materialpublicitário. Participa também dasdecisões e ações da lavoura, mas nãointegralmente, pois se dedica aoprojeto de vitivinicultura da empresa.

Valter José Pötter, mesmo viajandomuito, participa ativamente do dia-a-dia da empresa por telefone e internet.Em Dom Pedrito, reuniões são

realizadas para decidir e planejar otrabalho dos dias em que Valter Pötterfica ausente. Para Raquel, os valoresde família são muito importantes, abase de todo o trabalho da Guatambu.

�Sabemos o imenso valor que aGuatambu tem, do amor e dedicaçãoque foram colocados aqui por nossosavós e pais�, afirma Raquel. Segundoela, a empresa familiar é umainstituição forte e representativa nopaís, principalmente no setoragropecuário. É interessante como asempresas familiares têm referências devalores e cultura muito fortes, quepermitem sua identificação perante omercado, a comunidade e a equipe deforma muito clara.

Na Guatambu, a família está nocentro das decisões, participa de todosos processos, mas conta também comuma equipe treinada e que vem sendoformada desde a época de ValterGermano Pötter, pai de Valter José.�A empresa vai bem porque trabalhaem família, tem uma boa equipe,investe em tecnologia, redução decustos e produtividade�, frisa Valter.

Família Pötter dásuporte para o líderdos arrozeiros

Estância Guatambu, de ValterJosé Pötter, presidente daFederarroz, é uma referênciaem diversificação e altatecnologia na agropecuária de

escala. Em Dom Pedrito (RS), produzarroz com alta tecnologia eprodutividade, milho e soja irrigados esementes de forrageiras, e mantémunidades de secagem e armazenagem efazenda do Mato Grosso do Sul. Napecuária, é reconhecida pela qualidadegenética dos plantéis hereford.

É o tipo de propriedade que só setorna viável com uma gestãoprofissional e dedicação integral. Mascomo fazer isso se o proprietário édirigente arrozeiro e está envolvido nabusca de soluções para a crise do setor?

A resposta está na administração ecoordenação técnica da Guatambu queficam nas mãos da família. Veterinário,Valter é o administrador-geral, masconta com as filhas Raquel PötterGuindani e Gabriela Pötter, ambasengenheiras agrônomas. Raquel éadministradora e coordena o setoragrícola. É pós-graduada em gestãoempresarial. Gabriela cuida domarketing e da comunicação, davitivinicultura e participa dos processosadministrativos e agrícolas.

Os três participam das decisões eexecução dos projetos, mas oenvolvimento de Valter com aFederarroz aumentou a carga deresponsabilidade da família.

As filhas mais jovens de Valter eNara estão cursando faculdade em áreasdistantes do agronegócio. Isadora cursaDireito e Mariana, Psicologia, em PortoAlegre. �Hoje, com razão, elas mecobram mais presença na propriedade.Estão sobrecarregadas. Infelizmente,diante desta crise, é preciso buscarsoluções para o setor 24 horas por dia�,reconhece Valter Pötter.

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A fazendaREPORTAGEM DE CAPAPlaneta

Antônio, o desbravador

Moisés e Antônio Debastiani: parceria na lavoura

Quando em 1979 o comercianteAntônio Domingos Debastianiadquiriu terras em uma encruzilhadaconhecida pelo curioso nome de FelizNatal, no norte do Mato Grosso, nemimaginava o que o destino lhereservava. E nem pensava que um diaseria arrozeiro, sojicultor, prefeito deuma cidade que nem existia eadministraria um enorme patrimôniopessoal com a ajuda de seus filhosMoisés, Tiago e Simoni. Debastiani éum desbravador. Deixou Maravilha(SC) em 1983 e se instalou em Sinop(MT) para trabalhar como madeireiro.

Abriu as primeiras áreas quando osfilhos ainda estudavam em Sinop, masem 1989 mudou-se para Feliz Natal.Debastiani convenceu madeireiras doSul a se instalarem na região e criou-seuma vila com 500 habitantes. FelizNatal tornou-se distrito de Vera e, em1996, emancipou-se com mais decinco mil moradores.

Em 1997, Debastiani, prefeito deFeliz Natal, abriu a primeira lavourade arroz no município. Antes, em1955, a família Matsubara, quecolonizou a região, já havia plantadoarroz. Mas abandonou a cultura.

VIROU CIDADEFamília Debastianié pioneira em arrozem Feliz Natal (MT)

norte do Mato Grosso é aprincipal região brasileira deprodução de arroz de terrasaltas. Trata-se de uma regiãode terras planas onde o arroz

enquadra-se como cultura referencialna abertura de áreas. Nessa região estáo município de Feliz Natal,considerado um grande produtor dearroz, com 35 mil hectares plantados.Esse cultivo chegou ao município pelasmãos do empresário AntônioDomingos Debastiani, que lançou asprimeiras sementes em parceria como filho Moisés Debastiani, em 1997.

�Não foi uma grande safra, masanalisamos os resultados com umagrônomo que considerou a terramelhor do que em outras regiões.Concluímos que com um pouco maisde manejo, adubação e calcário, acultura daria resultado. E passamos ainvestir�, explica Moisés. O investi-mento não aconteceu exclusivamentepelo arroz, mas como preparação parainiciar o cultivo da soja, grão muitovalorizado nos últimos 10 anos.

Depois que começaram a plantar,os Debastiani chamaram atenção demuitos sulistas e produtores de outrasregiões que procuraram Feliz Natal embusca de terras mais baratas. Na safra2004/2005, o município plantou 35mil hectares de arroz e 45 mil de soja.Os Debastiani plantaram 1,2 milhectares de arroz e 800 de soja. Para opróximo ano devem plantar 1,2 milhectares de soja e 1,5 mil hectares dearroz por obrigação. �Trata-se de umaárea de segundo ano, em abertura, emque é preciso plantar o arroz paradepois a soja�, explica Moisés. Para ele,o município vai plantar 20% menosarroz em 2005/2006 por falta desementes de qualidade, preços e pelamoratória para abertura de novasáreas.

O

Questão básica

Moisés Debastiani plantou arroz para abrir caminho à soja. Assumiu partedos negócios porque seu pai elegeu-se prefeito em 1997 e permaneceu naPrefeitura até 2004. Atualmente, Moisés é sócio de Leandro Ribeiro em umaempresa de armazenagem e secagem de grãos. A sociedade instalará umaindústria de arroz de porte médio até o final do ano e utilizará a estrutura delogística de outra empresa de Ribeiro em São Paulo para agregar valor. Naagricultura, os Debastiani mantêm três mil hectares de arroz e soja, quatrosecadores e um armazém para 350 mil sacos de grãos. Afora isso, mantêminvestimentos em pecuária, no comércio e uma colonizadora. Tiago Debastiani,irmão de Moisés, participa da administração dos secadores da família.

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NEGÓCIOSPlaneta

O peso daQUALIDADE

Mercado premiao diferencial enão o peso

Aalta produtividade da lavourade arroz é um diferencialimportante e reflete noresultado final dacomercialização. A filosofia

do �mais em menos�, instituída pelaRevolução Verde, na década de 70,ainda se aplica às lavouras arrozeiras,mas com ressalva de dois fatores cadavez mais decisivos: a relação custo ebenefício e a qualidade do produtofinal. Este último fator faz diferençano mercado brasileiro a duas safras.

O Brasil colheu produção recorde,mas a qualidade média do cereal esteveabaixo das outras safras, mesmo noRio Grande do Sul e no Mato Grosso.Este cenário evidenciou tendências.Por falta de matéria-prima, a indústriagaúcha instituiu premiação de até 10%sobre o preço de mercado dasvariedades de elite, como Irga 417 eBR-Irga 409.

Esta mudança do perfil denegócios com a qualidade sesobrepondo às compras por peso -desconsiderando a máxima de que�arroz é arroz� - ganha fôlego nosprincipais estados produtores. NoMato Grosso, a variedade Primaverase sobrepõe a qualquer outra.

Este processo também é ditadopela tendência do mercado, queaponta preferência do consumidor porum arroz de maior qualidade. �Estácomprovado que à medida que o arroztem redução de preços ou aumenta opoder de compra do consumidor, háuma migração para um produtosuperior�, frisa o especialista emconsumo Tiago Sarmento Barata.

O diretor de mercados daFederação das Associações deArrozeiros do Rio Grande do Sul(Federarroz), Valdemir João Simão,explica que toda a cadeia produtivaestá envolvida com este processo: ospesquisadores observaram as ten-dências do mercado, desenvolveram elançaram novos materiais queentraram no processo de produção. Oconsumidor experimentou e gostou,passou a buscar nos supermercados eestes passaram a cobrar da indústria.A partir daí, as empresas debeneficiamento passaram a valorizarum produto com novo padrão. ParaSimão, a safra com bastante arroz fracoapenas acelerou esse processo. E omercado sinalizou que pode pagar umpouco mais por este diferencial.

Um exemplo é o que acontece nafronteira e no litoral norte gaúcho,onde a indústria estabeleceu preços atéR$ 2,00 acima do mercado corrente

para as variedades Irga 409 e Irga 417com mais de 60% de grãos inteiros.Para uma lavoura descapitalizada ecom preços de mercado abaixo docusto médio de produção, o impactodesse preço diferenciado por umavariedade pode significar o resultadolíquido da atividade arrozeira. Mesmoassim, o produtor precisa qualificarseu processo produtivo para obteresses resultados e aplicar em cadaprática agronômica conceitos dequalidade.

�Mas é preciso fazer as contas ebuscar o equilíbrio entre a qualidadedo produto final e a sustentabilidadeda lavoura�, frisou João Simão. Aindaassim, há um fator de pressão.Segundo ele, o produtor tem quefazer as contas e ver se a curto emédio prazos vale a pena buscar umproduto superior ou seguirproduzindo um arroz que o mercadoestá excluindo.

Arroz de maiorqualidade é mais

valorizado do produtorao consumidor

Produto superior, pagamento também

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Questão básica

A norma de classificação e padronização do arroz brasileiro é datada de 1988, quando atendia as características dasvariedades então existentes. Atualmente, dezenas de novas variedades com características diferenciadas estão no mercado,exigindo a atualização da lei. Existem trabalhos na cadeia produtiva para a atualização das normas.

Diferencial é

PREÇO

Qualidade é resultado de um processoO que determina a qualidade do

arroz são as características físico-químicas dos grãos de cada cultivar ea tecnologia empregada no processode produção. Os principais fatores, quedependem das característicasindividuais de cada cultivar, sãoaparência, teor de amilose,temperatura de gelatinização,rendimento de grãos inteiros e renda

total.Quanto à tecnologia empregada no

processo, os principais são preparo desolo adequado, drenagem, taipasbaixas (para irrigação e maturaçãouniforme), semente de qualidade,época de plantio, adubação de base,bom controle de inços, adubação decobertura, irrigação e ponto decolheita, enfim a exploração máxima

dos recursos naturais, manejos e oemprego adequado da tecnologia.

Além disso, é importante uma boasecagem e armazenagem. É em funçãodesses fatores que se pode produzir umproduto diferenciado e de altaqualidade, onde o consumidor possaser seduzido pela aparência e que fiquesatisfeito quando ao prato por ficarsoltinho, saboroso e 100% cozido.

O analista de mercado de arrozda Safras & Mercado, Aldo Lobo,acredita que esse excesso do cereale o grande volume de produto debaixa qualidade vão sinalizar coma possibilidade de preços melhorespor arroz de melhor qualidade.�Há uma tendência natural de quea indústria busque arroz dequalidade superior. O que podecomplicar é a existência de produtocom essas características noMercosul, que tem um grandeexcedente�, frisou.

Jorge Fagundes, da CorretoraFutura Cereais de Cuiabá (MT),também acredita que o arrozPrimavera de melhor qualidadeobtenha melhor remuneração se omercado se mostrar comprador.�No momento, há muita oferta dearroz importado e arroz gaúcho ecatarinense a preços competitivos epouco arroz de melhor qualidadenas mãos dos produtores do MatoGrosso. Quando a indústria quiseresse produto, terá que pagar umpreço diferencial, a menos que oprodutor se obrigue a vender antespela pressão das contas e formaçãode uma nova lavoura�, enfatizou.

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NEGÓCIOSPlaneta34

ParboilizadoE POPULAR

arroz parboilizado, con-siderado até bem poucotempo um produto de elite nopaís por ter preço diferenciado- de 10% a 20% maior do que

o arroz branco tipo 1 -, caiudefinitivamente no gosto doconsumidor e abocanhou uma fatiaimportante do mercado brasileiro.Segundo dados da AssociaçãoBrasileira da Indústria do ArrozParboilizado (Abiap), atualmente 23%do consumo de arroz do Brasil é docereal que passa por parboilização.Segundo o presidente da Abiap,Alfredo Treichel, este índice ésignificativo, pois 25 anos atrás oproduto representava 4% do mercado.

Para Treichel, o processo depopularização se deu por vários fatores,mas principalmente pela qualidade ecaracterísticas do produto, como sabordiferenciado, aroma e a facilidade deficar �soltinho�, além de ter maior valornutritivo e rendimento de panela.Segundo ele, em diversos estadosbrasileiros esse produto é preferencialpara a merenda escolar. Mas apopularização, segundo o empresário,também se dá por um outro fator, quese por um lado é muito bom para oconsumidor, por outro é preocupantepara o segmento. �Muitas empresasestão ampliando suas plantas industriaiscom máquinas para parboilização.Como são marcas novas, trabalhamcom valores muito abaixo do mercadocomo estratégia de avançar no mercadoe muitas vezes se equiparam ao arrozbranco�, explica.

Apesar da concorrência, as marcastradicionais mantêm o patamar depreços, naturalmente 10% acima dovalor ao consumidor praticado peloarroz branco.

Dois fatores são consideradosimportantes para o declínioacentuado nos preços do arrozparboilizado: a abundância dematéria-prima com duas safrasrecordes seguidas e o significativoaumento de indústrias do ramo,principalmente no Sudeste e noCentro-oeste. No Mato Grosso é idéiacorrente que por causa da baixaqualidade do cereal, principalmenteo Cirad 141, é um grande negócioabrir uma �emendadeira�, nome quedão à indústria de parboilização.

O presidente da Abiap, AlfredoTreichel, no entanto, não concorda.Segundo ele, o processo acentua aindamais o aroma e o sabor do Cirad, grãomais abundante no Centro-oeste eque não tem grande aceitação dasdonas de casa. �É um produto com

gosto e cheiro diferentes, que não caino gosto do consumidor�, frisa.

MT - O diretor da empresaArrozil, de Várzea Grande (MT),Herbert Dantas Romão, acredita queo mercado do arroz parboilizado estácrescendo muito no Brasil e há lugarpara todos aqueles que têm qualidadee competitividade. Tradicionalcerealista de arroz branco, a Arroziltrabalha de olho nos mercados doNordeste e do Sudeste. �Esse tipo dearroz caiu no gosto do consumidor.Por isso estamos acrescentando oparboilizado à nossa linha para ampliara participação no mercado�, frisouRomão. A nova planta industrialtambém é estratégica para absorvergrandes volumes de arroz �fraco�produzido no Mato Grosso (40% a45% de inteiros), a preços atraentes.

Novas marcas acirram a concorrência

Treichel: menor preço pelo aumento do mercado consumidor

Produto caino gosto doconsumidor

O

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Meio século de BrasilO engenheiro químico Gilberto

Wageck Amato, um dos maioresespecialistas brasileiros no tema, revelaque o parboilizado surgiu no Brasil nadécada de 1950, com base natecnologia Malek, ao mesmo tempoem que se desenvolvia o processo demaceração por estufa, tecnolo-gicamente menos evoluído. Forammultiplicando-se as empresas, tendocomo lugar-comum a idéia de �soldar

grãos�, buscando obter maiorrendimento de inteiros. Assim, oinvestimento em equipamentos,classificados como custo fixo, eracompensado pelos ganhos em custooperacional devido ao maior númerode grãos inteiros. Com issosedimentou-se uma relação dife-rentemente de outros locais noexterior.

O processamento do arroz

parboilizado é caracterizado por umtratamento hidrotérmico - lança mãosomente de água e calor -, após o quepassa pelo beneficiamento con-vencional. As operações unitáriasprincipais são o encharcamento, agelatinização e a secagem. O resultadoé um produto mais rico em vitaminase sais minerais, o que vale oreconhecimento de organismosinternacionais, como a FAO e a OMS.

A principal matéria-prima para aparboilização é a mesma usada paraobter o arroz branco. Todavia, asindústrias buscam partidas commaior número de quebrados, maisbaratas. Durante a operação degelatinização, os grãos são soldados,ao mesmo tempo em que fixa asvitaminas e os sais minerais queseriam perdidos na extração do farelo.

Para o especialista no assuntoGilberto Amato, consultor doInstituto Rio-grandense do Arroz(Irga), em se tratando de tendências,os números são favoráveis a esteproduto: em duas décadas, suaparticipação no mercado subiu de 4%para quase 25%. No mundo, oconsumo é igual. �Isso que o pessoalque come com pauzinhos, como oschineses e japoneses, tem preferênciapelo arroz que se gruda, propriedadecontraposta ao parboilizado, comgrãos soltinhos após o preparo�, frisa.

Amato diz que cada um dossubgrupos - branco ou parboilizado- têm características a motivarpreferências do consumidor. Obranco, com a peculiaridade de gostoneutro, combinando com qualquertipo de vegetal ou carne; ou oparboilizado, para o consumidor quebusca maior valor nutritivo, grãossoltinhos e rendimento de panela.�Enfim, o primeiro país do mundonão-asiático na produção e consumodeste cereal tem boas opções para oarroz nosso de cada dia�, finaliza.

ArrozVITAMINADO

Questão básica

Recentemente, tem sido levantada uma outra importante propriedade doparboilizado: suas propriedades nutracêuticas, devido à formação de �amidoresistente� durante o processamento. Essa característica funcional é responsávelpelo aumento no teor das tão desejadas fibras alimentares, uma das principaisdeficiências da moderna alimentação. Os trabalhos de pesquisa têm sidodesenvolvidos pela UFSM e UFPel, contando com a parceria do Irga.

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PlanetaNEWS

9 a 12 de agoston 4º Congresso Brasileiro de Arroz

Irrigadon 26ª Reunião da Cultura do Arroz

Irrigadon Park Hotel Morotin - Santa Maria (RS)n Promoção: Sosbai e UFSM

27 de agosto a 4 desetembron 28ª Expointern Parque Assis Brasil -

Esteio (RS)n Governo do RS e

Farsul

29 de agosto a 22 de setembron Curso de Formação de Classificadores

de Grãos - Arroz, Feijão, Milho e Sojan Campus da UFPel - Capão do Leão

(RS)n Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel

- UFPel

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2

GeladeiraAs pesquisas realizadas pela

empresa AgroNorte para odesenvolvimento de uma cultivarhíbrida de terras altas estão congeladasaté março do ano que vem enquantoo programa está sendo reavaliado.Ângelo Maronezzi, diretor daempresa, explicou que apesar depromissoras, as pesquisas precisam deajustes, e em meio à crise que o setorenfrenta no momento e os problemascom a variedade Cirad 141, a avaliaçãofoi adiada para depois da próximacolheita.

Solo yo?A Argentina deverá ser o primeiro país membro do Mercosul com quem o

Brasil deverá estabelecer a negociação de cotas de importação de arroz. Dentrodo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio já existem negociaçõesbilaterais para estabelecer uma negociação neste sentido. Vinho e pré-mezclade farinha de trigo também entram num lote de quase 30 produtos que serãonegociados apenas numa primeira etapa. Enfim, o Governo brasileiro se mexepara buscar solução para parte dos problemas de excedentes no Mercosul. Amalícia castelhana, no entanto, se fez representar nas tratativas. A Argentina sóaceita negociar se o Uruguai também entrar.

AGENDA

CongressoSob a coordenação daEmbrapa Arroz e Feijão,Empresa Mato-grossensede Pesquisa e ExtensãoRural (Empaer-MT) e

Sindicato Intermunicipal dasIndústrias da Alimentação no Estadodo Mato Grosso (Siamt), serárealizado o 2º Congresso Brasileiroda Cadeia Produtiva de Arroz e 8ªReunião Nacional da Pesquisa deArroz (Renapa), entre 3 e 6 de abrilde 2006, em Cuiabá (MT).

A programação do eventoestá sendo finalizada econtará com palestras,painéis e grupos detrabalho abrangendo

quatro temas: consumo, mercado,indústria e produção. Serãodebatidos os transgênicos, o arrozhíbrido, a diversificação da oferta deprodutos à base do cereal, apadronização, classificação equalidade de grãos e as estratégiasde atuação no mercado nacional einternacional, com destaque para oMercosul. A coordenação-geral docongresso é da chefe-geral daEmbrapa Arroz e Feijão, Beatriz daSilveira Pinheiro.

As principais novidadestecnológicas apresentadas noCongresso Brasileiro deArroz Irrigado, que acontecede 9 a 12 de agosto de 2005

no Park Hotel Morotin, em SantaMaria (RS), estarão nas páginas daedição de número 16 da revista PlanetaArroz. Durante o evento será lançadaa edição de número 15, em espaçogentilmente cedido pela Sosbai,presidida pelo doutor em fitotecniaEnio Marchezan.

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PlanetaHUMOR

Bayer arrozeiraA Bayer CropScience e a Sumitomo realizam o desenvolvimento

conjunto de um novo fungicida para a brusone do arroz, doença quecontamina sementes e folhas, formando lesões nas plantas. Identificadocomo BYF1047 pela Bayer, será desenvolvido para o mercado japonês,mas as duas companhias têm o direito de comercializar produtos com a

substância ativa no mercado global em 2010/2011. A Bayer também está lançandono Brasil o seu arroz híbrido, Arize 1003, com o qual pretende conquistar 14% departicipação nas áreas de produção irrigada em cinco anos. A empresa não divulgouo preço da semente ou a quantidade disponível para a safra 2005/2006, mas informouque a densidade é de 40 quilos por hectare de sementes e a produtividade máximados ensaios chegou a 13,5 toneladas por hectare.

O gerente mundial da Bayer CropScience para arroz, FrédéricArboucalot, informou que a empresa terá condições de colocar no Brasil,em 2008, sua primeira variedade de arroz transgênico, o Liberty Link,com tolerância a herbicidas com o glufosinato de amônia como ingredienteativo. O produto está em testes, mas entrará no mercado internacional.

Apesar da legislação brasileira de biossegurança abrir a possibilidade, a decisãodepende de outros fatores. �O arroz é um produto muito sensível e os transgênicosainda são um tema polêmico para os consumidores", explicou. O arroz LL poderáser híbrido, como forma de evitar a pirataria.

AutonivelantesA New Holland acaba de

lançar um kit para suascolheitadeiras TC59. Insta-lando-se o kit de peneirasautonivelantes numa máquinaoriginalmente fixa, o produtorconsegue obter resultadosregulares durante a colheita emterrenos com até 23% dedesnível, melhorando alimpeza dos grãos. Nascolheitadeiras dotadas depeneiras autonivelantes, umsistema automático mantém apeneira sempre na posiçãohorizontal. Os engenheiros daNew Holland calculam que oprodutor consiga trabalharcom uma limpeza dos grãosaté 85% maior, em área comdeclividade, em comparaçãocom o sistema tradicional.

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PlanetaARTIGO

O cultivo do arrozP

essoalmente, desde minhainfância e juventude, sempretive um relacionamentoespiritual com a natureza. Porisso, lavouras de arroz que

conheci, sempre me fascinaram.Naquela época a orgia dos

agrotóxicos não era sequer imaginável.As lavouras ainda eram bem menores,taipas eram feitas a pá por peões e acolheita era manual, a foice, porgrupos de trabalhadores migrantes. Astrilhadeiras eram estacionárias. Muitaágua era puxada a locomóvel �máquinas a vapor que queimavamlenha. Ainda na segunda metade dosanos 40, como estudante deAgronomia, trabalhava em lavouras dearroz, como agrimensor, a serviço doBanco do Brasil. Conheci e meextasiava a fantástica fauna avícolapalustre - desde a jaçanã, maçarico(íbis), marrecos, mergulhões, até asgarças, colhereiros, joão-grande, tajãe outros, mais os répteis, anfíbios epeixes, assim como insetos como asimpática libélula e infinidade deoutros seres fascinantes, incluindo todauma flora de grande diversidade ebeleza.

Não podia imaginar o que passei aver quando, após 15 anos no exterior,voltei ao Rio Grande do Sul, emjaneiro de 1971. As aves aquáticasestavam dizimadas. Os venenosreinavam na agricultura, inclusive naslavouras de arroz. Conheci fazendeirosque, antes das aplicações, convidavamcaçadores para que matassem o quepudessem, porque o veneno matariade qualquer jeito.

LUTA - Foi por isso, pordesespero, que iniciei a luta ambientalque até hoje me prende, estou com 73anos. Tenho hoje a grande satisfação,uma das maiores de minha vida, dever essa fauna quase totalmenterecuperada. Os venenos no arroz estãolimitados a alguns herbicidas que,espero, desaparecerão em breve.

A lavoura de arroz é um banhado

artificial. Juntamente com os açudesque ela requer, constitui umimportante enriquecimento dapaisagem do pampa. Problemascomeçam a surgir com os métodosagressivos da agricultura moderna,especialmente com os agrotóxicos,mas temos lindos exemplos de comoevitá-los comos métodosde agriculturaregenerativa,entre eles oplantio pré-germinado, ouso deherbicidas atédiminuindo.Muito gravestambém têmsido econ t inuamsendo osp ro b l e m a se co lóg i co sresultantes dad r a g a g e mdestrutiva deb a n h a d o sn a t u r a i s .G r a v e stambém sãoos problemasque têm suaorigem em fatores sociais e políticos.Em sua maioria, as lavouras de arrozsão feitas por arrendatários. Estes, semesperança econômica e sem garantiade poder voltar a plantar no mesmolugar, não vêem interesse em trabalharpara manter a fertilidade do solo.

O plantio de arroz costuma serfeito no mesmo solo a cada três ouquatro anos. O solo não é, então,cultivado entre os plantios e volta aser pasto para o gado. Com o uso deherbicidas, o pasto degrada, aprodutividade primária decai. Prejuízopara o fazendeiro, dono da terra.

ROTAÇÃO - Em rotação comcultivos de inverno, será perfeitamente

possível plantar arroz todos os anosno mesmo solo e manter alta aprodutividade.

Assim como a maioria dominabem a técnica de irrigar suas lavouraspara o plantio, poderia igualmentedrená-las bem no inverno e plantarfeno para o gado que, em geral,carece então de alimento. Poderiam

ser semeadasconsorciações deazevém, aveia eleguminosas. O proveitoseria múltiplo:preservação e melhorada fertilidade do solo,produção adicional defeno para animais e como plantio todos os anos,poderia aumentarconsideravelmente aprodução de arroz, semfalar na vantagemecológica.

Para que istoacontecesse, seriadesejável que o própriodono da terra plantasseou que os contratos dearrendamento dessemmais segurança aoplantador.

A economicidade esustentabilidade do

cultivo do arroz poderia aindaganhar com o aproveitamento dealgo que hoje quase sempre é tratadocomo lixo. Para uma políticaenergética racional, ele seria excelentefonte de energia de biomassa, comaproveitamento inclusive da cinzaque hoje é desperdiçada nos poucoscasos em que a casca de arroz é usadacomo combustível em secadores.

Falta também uma decentepolítica de preços que permita aolavoureiro trabalhar comtranqüilidade, sem ver, comoacontece, o preço cair no momentoda colheita devido às importaçõesespeculativas.

José LutzenbergerMaio de 2000

Este artigo marca oscinco anos da PlanetaArroz. É atualíssimo,mesmo cinco anosapós a morte do

ecologista

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A força doHÍBRIDO

A força doHÍBRIDO

RiceTec mostra resultadosdas lavouras de arroz

híbridoe seus lançamentos

I N F O R M AÇÃO

P U B L I C I T Á R I A

Otto Prade: quase 16 milquilos de arroz por hectareem Dom Pedrito (RS)

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Híbrido - a nova

pelas mãos da empresa RiceTec, que nasafra 2004/2005 colheu os primeirosresultados em áreas comerciais. Osnúmeros são impressionantes, comrecordes de produtividade erendimentos médios que superam emmuito as variedades convencionais. Naúltima safra, os híbridos da RiceTecforam cultivados em uma área total de2,2 mil hectares. Para a próxima safra,a projeção é de atingir seis mil hectarese no ano seguinte 27 mil hectares.

O melhor desempenho deste ano foiregistrado com Avaxi, híbrido que foipesquisado por mais de 20 anos echegou a render 14.050 quilos de grãospor hectare em lavoura na cidade deSantana do Livramento (RS). ARiceTec tem híbridos que se adaptamàs diferentes regiões e situações docampo. Além do Avaxi, na safra 2004/2005 o Tuno CL, semente híbrida dosistema Clearfield, tolerante aoherbicida Only, alcançou resultadossuperiores a 12,4 mil quilos de grãospor hectare em áreas infestadas comarroz vermelho, na cidade de Rosáriodo Sul.

Segundo o diretor regional daRiceTec para os países do Mercosul,Markus Ritter, 11 cultivares híbridasestão sendo testadas e deverão serlançadas até 2010. Para a safra 2005/2006, será lançado o Tiba, cultivar deciclo médio (130 dias) com altopotencial produtivo. Para a safra 2006/2007 será lançado o Ecco, de ciclo tardio(145 dias), que apresenta tolerância àtoxidez por ferro e resistência à brusone- doença fúngica - e manchas foliares.Ambos os lançamentos apresentamexcelente desempenho nos testes, comdestaque para a qualidade industrial ede consumo.

s lavouras de arroz do RioGrande do Sul ganharam nosúltimos anos as vantagens dohíbrido. A tecnologia chegou

O novohorizonte daprodutividade

n Em Cachoeira do Sul, napropriedade da família Milbradt,foram cultivados três hectares desementes híbridas da RiceTec na safra2004/2005. Édson Milbradtpretende aumentar a área, passandopara pelo menos 10 hectares napróxima safra. Segundo ele, osresultados superaram a média geral deprodutividade. O Tuno CL rendeu 8,5mil quilos por hectare e o Avaxi chegoua 9,5 mil quilos por hectare. �A áreausada não era das melhores e mesmoassim o desempenho foi bom. Essasemente é mais cara, mas altamenteprodutiva�, avalia Édson Milbradt.

Depoimento

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geração do arrozAs vantagens

do híbridoAlta produtividaden Em muitas lavouras, o rendimentodas sementes RiceTec atingiu a marcade 14 mil quilos de grãos por hectare.Em média, o arroz híbrido produz20% mais que as variedadesconvencionais, mas é comum atingirmédias de produtividade até 50%maiores do que as obtidas comvariedades comuns.

Menos sementesn A semente híbrida apresenta altopotencial de perfilhamento e issopermite reduzir a densidade desemeadura. A média gaúcha, que ficaentre 150 e 180 quilos por hectare,pode ser reduzida para 50 quilos se alavoura for cultivada com híbridos.Graças à menor densidade desemeadura, o produtor economizacom o tratamento de sementes, comtransporte e manejo, além deaproveitamento melhor dosequipamentos usados para o plantio.

Raízes robustasn Uma das características facilmenteidentificadas nas plantas de arrozhíbrido é o maior volume de raízes.Por ser mais robusto, o sistemaradicular garante melhor absorção denutrientes e fixação no solo. A plantatem mais resistência ao acamamento,inclusive nas lavouras que trabalhamcom o sistema pré-germinado.

Mais sanidaden Com resistência a doenças fúngicase tolerância ao estresse ambiental, oarroz híbrido garante melhorrendimento na indústria e na panela.O rendimento de grãos inteiros,dimensões e aparência dos grãos sãoalguns dos diferenciais do produtoRiceTec. O resultado é a satisfação deprodutores, das indústrias e dosconsumidores.

n O híbrido da RiceTec realizou um sonhodo produtor Otto Prade, que na safrapassada, em Dom Pedrito, colheu a médiade 15.240 quilos de grãos por hectare. Secoe limpo, a média de produtividade foi de13.850 quilos de arroz por hectare. Aos 54anos, filho de produtor de arroz, Otto Pradedisse que nunca esperou atingir umaprodutividade tão alta. �O híbrido daRiceTec superou todas as minhasexpectativas. Essa semente exige maisnitrogênio, mas o rendimento final é muitosuperior. A panícula é maior e a planta émais resistente a doenças, ao acamamento e ao degrane. A área que eu usei,de dois hectares, não era das melhores e até sofreu com o ataque de passarinhose com enchente. Estou muito satisfeito, e para a próxima safra pretendoplantar pelo menos 20 hectares de Avaxi�, projeta Otto Prade.

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Pioneirismo

ABrasil, a tecnologia chegou em 2003com a cultivar Avaxi. No ano seguinte,a empresa conseguiu conciliar o vigorhíbrido com a vantagem do sistemaClearfield, colocando no mercado oTuno CL. Os técnicos da RiceTec

RiceTec é a empresapioneira no lançamento dearroz híbrido para os paísesda América do Sul. No

destacam que a alta produtividade e aqualidade e rentabilidade de grãos sãosinônimo de confiança, e issoentusiasma os produtores a utilizaremas sementes híbridas da marcaRiceTec.

O arroz híbrido surgiu na décadade 70, na China, país que atualmenteé o maior produtor deste cereal. Daprodução total do planeta, que gira na

casa dos 412 milhões de toneladas,cerca de 20% é resultado de sementeshíbridas. A RiceTec foi criada em1990, no sul do Texas, nos EstadosUnidos.

Em 1993, o grupo estabeleceu umaparceria com o Centro de Pesquisa deArroz Híbrido de Hunan, da China,para aperfeiçoar e buscar novosprodutos.

Depoimentos

n Em Santa Cruz do Sul, o Tuno CL fez tanto sucessona lavoura do produtor André Torquinst que para apróxima safra ele plantará apenas os híbridos da RiceTecna área de 55 hectares, que é totalmente sistematizada.Este ano, a média de produtividade foi de 11,8 mil quilosde arroz seco e limpo por hectare. �Acredito que aqualidade industrial poderá ser melhorada, mas todo orestante está excelente. Se alguém me dissesse, eu nãoacreditaria que é possível colher tanto arroz assim�,comemora André Torquinst.

n O engenheiro agrônomo e produtor de arroz NewtonRenato Rodrigues da Silva, de Itaqui (RS), cultivou 23hectares de Tuno CL na safra 2004/2005 e aprovou oresultado desse híbrido do sistema Clearfield. Segundo ele,o rendimento médio desse produto foi de 9.011 quilos degrãos por hectare em área infestada de arroz vermelho.Newton destaca ainda a excelente qualidade de grãos e aresistência das plantas. �Gostei muito do resultado e a áreaque estava tomada de vermelho ficou limpa�, analisa oprodutor.

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Assistência é fundamentalUm dos segredos do bom desempenho das sementes RiceTec é o

programa de assistência técnica aos produtores. Os excelentesresultados do arroz híbrido estão diretamente relacionados ao trabalhodos profissionais que garantem a assistência no campo. Além deorientações que vão desde a etapa de preparo do solo até a colheita, ostécnicos também promovem reuniões e dias de campo que buscam atroca de experiências e a transferência de tecnologia para os produtores.

RiceTec no mundoO grupo RiceTec tem sua matriz em Vaduz, principado

de Liechtenstein, e mantém atividades nos Estados Unidos,Porto Rico, Brasil, Argentina e Uruguai. Em uma fazendacom 200 hectares em Alvin, no Texas, a RiceTec mantémuma das suas unidades de pesquisas. No Brasil, a unidadede produção de sementes está instalada no estado deRoraima.

n Na propriedade de ClaudiomarSacconi, na Barra do Quaraí(RS), a produtividade do híbridoAvaxi chegou a 10.160 quilos porhectare. A área plantada na safrapassada foi de dois hectares, epara a próxima, Sacconi pretendeusar o híbrido da RiceTec em 20hectares. �É uma produtividadeviolenta. Além de resistência atoxicidade por ferro e bico-de-papagaio, o rendimento médiode grãos inteiros chegou a 63%.É um produto excepcional�,resume Sacconi.

n Em Alegrete (RS), o produtor PedroSaul Caferati ficou positivamente surpresocom o arroz híbrido da RiceTec. Eleplantou 1,9 hectare na safra 2004/2005 equer cultivar para a próxima cerca de 90hectares somente da marca Avaxi. �Oresultado foi fantástico. Fiquei apreensivoquando o técnico da RiceTec recomendouplantar somente 50 quilos de semente porhectare. No início, a lavoura até pareciade milho, mas a perfilhação foi surpre-endente. A produtividade foi muito boa,chegando aos 14.394 quilos de arroz verdepor hectare e 12,1 mil quilos por hectarede arroz seco e limpo�, relata Caferati.

O vigor híbridoO arroz híbrido é conseqüência do cruzamento de

duas linhas parentais que resultam em uma sementeque concentra o vigor e as melhores características. Aprincipal delas é a maior produtividade. O objetivo desseprocesso é a combinação de vantagens que estão nasduas linhas que resultarão em uma única semente. Paraproduzir semente híbrida, os pesquisadores trabalhamem faixas intercaladas com linhas de machos e fêmeas.O híbrido é resultado do cruzamento. As linhas fêmeassão machos estéreis, ou seja, não terão como seautofecundar.

n O produtor de arroz e agrônomoAlexandre Grund, da cidade deQuaraí, pretende plantar na próximasafra uma área de 240 hectares comsementes híbridas da RiceTec. No anopassado, ele plantou a cultivar TunoCL em uma área de 30 hectares ecolheu em média 8,6 mil quilos porhectare. �Apesar de ter sido cultivadoem área infestada de arroz vermelho,a produtividade do híbrido foi maiordo que as cultivares convencionaisplantadas em solo mais fértil e semplantas daninhas�.

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Depoimentos

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Ficha técnicaOs híbridos RiceTec

n Avaxi tem alto potencial produtivo. Com um ciclomédio de 115 dias, apresenta boa resistência adoenças como brusone, mancha-parda e mancha-estreita. Em média, o rendimento é de 60% de grãosinteiros.

Alegrete, RSAlegrete, RS12.09612.09620052005

Livramento, RSLivramento, RS14.05014.05020052005

Dom Dom PedritoPedrito , RS, RS13.85013.85020052005

Sta.Vitória, RSSta.Vitória, RS10.17910.17920052005

Mercedes, RAMercedes, RA13.56113.56120022002

Dom Dom PedritoPedrito , RS, RS12.80012.80020022002

CorrientesCorrientes , RA, RA11.85711.85720022002

Uruguaiana, RSUruguaiana, RS12.48012.48020012001

Guaíba, RSGuaíba, RS10.50910.50920032003

MaquinéMaquiné , RS, RS106801068020032003

ArtigasArtigas , UY, UY11.11411.11420012001

GlorinhaGlorinha , RS, RS11.09811.09820042004

Rio Grande, RSRio Grande, RS12.77512.77520042004

LocalidadeLocalidadeProdutividadeProdutividadekg/hakg/haAnoAno

Resultados médios de 79 experimentos em 4 anos de avaliações

5000

6000

7000

8000

9000

10000

kg/h

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Avaxi Variedade

n Tuno CL é o híbrido desenvolvido para o sistemaClearfield. Com excelente controle de arroz vermelhoe preto, a cultivar atinge alta produtividade equalidade industrial. Seu rendimento médio é de63% de grãos inteiros.

Resultados de 41 ensaios - 4 anos

de avaliações

3000

5000

7000

9000

11000

kg/ha

Sta. Vitória, RSSta. Vitória, RS10.21610.21620052005

Rosário do Sul, RSRosário do Sul, RS12.44412.44420052005

São Borja, RSSão Borja, RS12.38012.38020052005

Uruguaiana, RSUruguaiana, RS10.28410.28420022002

ChajariChajari , RA, RA10.03310.03320042004

Mercedes, RAMercedes, RA10.84210.84220032003

MaquinéMaquiné , RS, RS10.62110.62120032003

CorrientesCorrientes , RA, RA10.40310.40320042004

Dom Dom PedritoPedrito , RS, RS10.41310.41320042004

TreyntaTreynta y y TresTres , UY, UY10.56110.56120022002

Palmares, RSPalmares, RS12.15412.15420042004

Mercedes, RAMercedes, RA13.10313.10320042004

LocalidadeLocalidadeProdutividadeProdutividadekg/hakg/haAnoAno

Observação: ensaios em 41 áreas, durante quatro anos,apontaram um rendimento médio de 9,1 mil quilos porhectare, quase dois mil quilos mais que a variedadeconvencional apropriada para o sistema Clearfield.

TunoCL

Test.CL

Cult.comercial

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Observação: os resultados médios de 79experimentos, em quatro anos de avaliação, mostramque o Avaxi rendeu 9,7 mil quilos por hectare. Avariedade convencional usada como testemunha teveo rendimento de 7,1 mil quilos por hectare.

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5000

6000

7000

8000

9000

kg/h

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Tiba Variedade

Resultados médios de 75 experimentos em 4 anos de avaliações

Lançamentos

Observação: resultados médios de 75 experimentos, emquatro anos de avaliação, mostram que a nova cultivar teveum rendimento de 8,9 mil quilos por hectare, 1,8 mil quilosmais que as variedades usadas como testemunha.

ItaquiItaqui , RS, RS12.23212.23220052005

Sta.Vitória, RSSta.Vitória, RS11.76811.76820052005

São Gabriel, RSSão Gabriel, RS11.11611.11620052005

Pelotas, RSPelotas, RS10.16210.16220032003

TreyntaTreynta y y TresTres , UY, UY10.12010.12020042004

GlorinhaGlorinha , RS, RS10.00310.00320042004

Mercedes, RAMercedes, RA10.91010.91020032003

Gal. Gal. BogadoBogado , PY, PY10.16210.16220042004

CamaquãCamaquã , RS, RS11.37111.37120042004

CorrientesCorrientes , RA, RA10.60410.60420032003

CamaquãCamaquã , RS, RS11.48511.48520042004

São Borja, RSSão Borja, RS12.50912.50920042004

LocalidadeLocalidadeProdutividadeProdutividadekg/hakg/haAnoAno

n Tiba - Híbrido adaptado para diversas regiões brasileirasque será lançado na próxima safra (2005/2006). Tem entresuas principais características o ciclo médio, amplaadaptabilidade em zonas temperadas, subtropicais etropicais, boa qualidade industrial, tolerância à toxicidadede ferro, resistência à brusone e manchas foliares.

n Ecco - Lançamento da RiceTec para a safra 2006/2007 adaptado para zonas subtropicais e tropicais.Excelente qualidade industrial e de consumo e resistênciaa doenças.

Observação: na província de Corrientes, na Argentina, osensaios com a cultivar Ecco chegaram a render 13,9 milquilos de grãos por hectare. Nas duas últimas safras, em 30áreas de avaliação, o rendimento do Ecco foi de 9,2 milquilos por hectare, 2,4 mil quilos por hectare mais do queas variedade usadas como testemunha.

Agudo, RSAgudo, RS9.7549.75420052005

Rosário do Sul, RSRosário do Sul, RS9.1419.14120052005

MaquinéMaquiné , RS, RS9.1359.13520042004

CorrientesCorrientes , RA, RA11.48111.48120032003

Gal. Gal. BogadoBogado , PY, PY10.24510.24520042004

Palmas, RAPalmas, RA11.16011.16020042004

Guaíba, RSGuaíba, RS10.24510.24520032003

CorrientesCorrientes , RA, RA13.94413.94420042004

CorrientesCorrientes , RA, RA13.98813.98820042004

LocalidadeLocalidadeProdutividadeProdutividadekg/hakg/haAnoAno

2,142,147,197,196658586969EccoEcco

2,112,117,017,016659596969TibaTiba

2,142,147,037,036,56,561616969ElEl PasoPaso 144 144

2,052,057,017,012264647070IrgaIrga 417 417

2,222,226,896,897764647171TunoTuno CL CL

2,132,137,097,094462627070AvaxiAvaxi

LarguraLarguraComprimentoComprimentoGessoGessoInteiroInteiroTotalTotal

5000

6000

7000

8000

9000

10000

kg/

ha

Ecco Variedade

Resultados médios de 30 experimentos em 2 anos de avaliações

Qualidade industrial

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Simulador de custos reafirmavantagem do híbridoTira-teimas

A RiceTec desenvolveu umsimulador de custos eganhos para comparar osseus produtos com três

Simulador expõerelação custo ebenefício

Depoimentos

cultivares convencionais e muitousadas no Rio Grande do Sul. Aplanilha leva em consideração oscustos das sementes e o resultadoda produtividade para apontar oquanto o produtor pode ganhar seusar o híbrido. Na tabela, bastacolocar a cotação da saca de arroz,a diferença de produtividade e a áreacultivada para obter o resultado.

Em uma simulação feita entre ascultivares Clearfield, Tuno CL e Irga422 CL, o produto RiceTec tem umganho de R$ 16,8 mil a mais. Parachegar a este resultado, o híbridoprecisa atingir dois mil quilos a maisde média de produtividade em umaárea de 50 hectares. Nocomparativo entre o híbrido Avaxie a cultivar El Paso, o ganho seriade R$ 31,1 mil a mais para oproduto RiceTec. Neste caso, aprodutividade média do híbridoteria que ser de pelo menos 2,4 milquilos por hectare a mais que aconcorrente, também em uma áreade 50 hectares.

n O produtor e engenheiroagrônomo Edgar WalterSchmitz, de Uruguaiana (RS),destaca que a altaprodutividade é a melhorcaracterística do híbrido daRiceTec. Segundo ele, na áreaexperimental de um hectare orendimento foi de 10,7 milquilos de grãos. �Gostei epretendo aumentar a área dehíbrido para a próxima safra�,analisa Schmitz.

n Em Agudo, região central do Rio Grande do Sul, o produtorEldo Ari Karsburg plantou 3,5 hectares da cultivar Tuno CL.Segundo ele, as sementes da RiceTec tiveram ótimo desempenho,com produtividade de 10,8 mil quilos de grãos por hectare elimpeza da área infestada de arroz vermelho. �Para a próximasafra, pretendo ampliar para 25 hectares a área de híbrido daRiceTec. Além da indiscutível produtividade, o arroz híbridoapresentou resistência a doenças e boa tolerância ao herbicida

que mata o arroz vermelho e outras plantas daninhas�, destaca o produtor.

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Preço do arroz em casca no dia R$ 22,00 Área a ser plantada (ha)

100Custo de semente de TUNO CL / ha R$ 660,00Relação arroz casca / TUNO CL (sacas) 30,00

40 kg de semente de VARIEDADE 1 R$ 55,0050 kg de semente TUNO CL / ha R$ 660,00120 kg de semente VARIEDADE 1 / ha R$ 165,00

Diferença Custo / ha de TUNO CL - VARIEDADE 1 (R$/ha) R$ 495,00Diferença Custo / ha de TUNOCL - VARIEDADE 1 (sacas/ha) 23Diferença Custo / ha de TUNO CL - VARIEDADE 1 (kg/ha) 1.125Diferença de Produtividade TUNO CL / ha - VARIEDADE 1 (kg/ha) 3.000Diferença Pró TUNO CL em kg/ha 1.875Diferença Pró TUNO CL em sacas/ha 37,50Diferença Pró TUNO CL em R$/ha R$ 825,00Ganho Pró TUNO CL em R$/área a ser plantada R$ 82.500,00

Área a ser plantada (ha)50

Custo de semente de AVAXI / ha R$ 480,00Relação arroz casca / AVAXI (sacas) 21,82

50 kg de semente de VARIEDADE 2 R$ 33,0050 kg de semente de AVAXI / ha R$ 480,00150 kg de semente de VARIEDADE 2 / ha R$ 99,00

Diferença Custo / ha de AVAXI - VARIEDADE 2 (R$/ha) R$ 381,00Diferença Custo / ha de AVAXI - VARIEDADE 2 (sacas/ha) 17Diferença Custo / ha de AVAXI - VARIEDADE 2 (kg/ha) 866Diferença de Produtividade AVAXI / ha - VARIEDADE 2 (kg/ha) 3.000Diferença Pró AVAXI em kg/ha 2.134Diferença Pró AVAXI em sacas/ha 42,68Diferença Pró AVAXI em R$/ha R$ 939,00Ganho Pró AVAXI em R$/área a ser plantada R$ 46.950,00

Área a ser plantada (ha)100

Custo de semente de AVAXI / ha R$ 480,00Relação arroz casca / AVAXI (sacas) 21,82

50 kg de semente de VARIEDADE 3 R$ 33,0050 kg de semente de AVAXI / ha R$ 480,00150 kg de semente de VARIEDADE 3 / ha R$ 99,00

Diferença Custo / ha de AVAXI - VARIEDADE 3 (R$/ha) R$ 381,00Diferença Custo / ha de AVAXI - VARIEDADE 3 (sacas/ha) 17Diferença Custo / ha de AVAXI - VARIEDADE 3 (kg/ha) 866Diferença de Produtividade AVAXI / ha - VARIEDADE 3 (kg/ha) 2.400Diferença Pró AVAXI em kg/ha 1.534Diferença Pró AVAXI em sacas/ha 30,68Diferença Pró AVAXI em R$/ha R$ 675,00Ganho Pró AVAXI em R$/área a ser plantada R$ 67.500,00OBS. Preços vigentes no mercado na data do levantamento.

AVAXI x VARIEDADE 3

SIMULADOR DE GANHOS / HA

TUNO CL x VARIEDADE I

AVAXI x VARIEDADE 2