carlos reis - 1_78

Upload: nicete-madeira

Post on 15-Jul-2015

522 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    1/79

    27-0UT-2009 17:47 lE 3 51 21 228 826 5 P.02/l0

    O v r . ~ inge 6 roda do seu C [u .rto quem es lll .;.'cir.l do! A lp e~ . d e h In l'n n o . era ....~Iiil~i tam (rio CllDlO San 'Pe tenbur21:. M .. 1:011:1 es t e c l i t : ll a , CQP ! e s t 'nos dell, cm de I 'a ran ~c irlJ e re Ac e '""",,~""iAJm a lo ~ de murtl. 0 ' proprio X I I I ' ; !q u e .q u i S'teTIISS!, IG m f I M I S it

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    2/79

    27-DUT-2009 17:48 C , M , SESJ MERA DEC L , E3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    351 212288255 P,03/10

    C a rlo s R eisV ivin a d e C am po s Fig ue ir e d o

    Caderno de Adequacao ao Ensino a Distancia da Obra. I'o CONHECIl\IIENTO DA LfI'ERATURA

    Introducao aos E studo s Llterarlos

    Universidade Aberta1 9 9 5

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    3/79

    27-DUT-2009 17:48

    . .

    C , M , SES I MBRA DEC L , EJ r . : : ' ~1 ' ) 2QQ~~-J) L ~ v u L v J

    351 212288265~ U 9 ( B ? S )R tI

    Copyright e L~IVERSIDADE ABRTA - 1995Pa la c io C eia Ru a d a Escola P c li te c ni ca , 1 471250 Lisboa

    DL: 86 517/95ISBN: 972-674-149-1

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    4/79

    27-0UT-2009 17:48 C . M. SES I MBRA DECL 1 E3 5 1 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    351 212288265 P.06/10

    IV. Texto literario e arquitextualidade47 Objectives de aprendlzagem49 Contetidos programaticos49 1. 0 concelto de arquitextualldade50 2. Modes do dlscurso e generos IiterQrios52 3. 0 drama e 0 espectaculo taatralS 4 4. Crise e relativlsmo dos generos Iiterarios55 Exercicios de aplicac;iio56 Bibliogratia complementar

    '- V. A poes i a lfrica61 Obje c tiv os d e a pr en d iz ag e m63 Contelidos programliticos636364

    1. A crialfao p~tie.a e a poesia l i r iCJ I2. Factores e elementos constitutivos da poesia lirka3. Verso livre e poesle experimental

    65 Exe r c l e l o s de ap l i c aao67 Bibliografia c omp l em e n t a r

    VI. A narrativa literaria71 Objectivos de aprendizagemi3 C o n te u do s pro g ra m a tic o s73 1. Narrativa e narrattvidade74 2. Narrador e narratario75 3. Niveis e categorias da narrativa77 E xe re fc lo s d e a plic a ~ ao78 Bibliografla complementar

    6

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    5/79

    27-DUT-2009 17:49 C . M . SES I MBRA DEC L , E3 5 2 1 2 2 8 8 2 6 j

    3 51 2 12 28 825 5 P.07/10

    VII. A evolu~ao Iiteraria81 Obje c tiv os d e a pr en d iza g em83 Conteudos programattcos83 1. A evolu~.iio literarfa84 2. Fa cto re s d e constitui~ao periodolugica86 Exercfcios de aplica~ao87 Bibliografia c omp l em e n t a r

    VIII. Os periodos llterarios91 Obje c tivo s d e a pr en d iza g em93939394969798

    Coureudos p r og r ama t l c o s1. Pericdus e s u bp er io d o s U te r as :- io s2. Classicismo e Neod a s s i c i smo3. Pre-Romantismo e Romantismo4. Reallsmo e NaturalismoS. Modernismo e Futurismo6. Relativismo e aetualidade des penodos literartos

    100 E xe rc lc io s d e a plic :a ~ a o101 Bib l i og r a f i a c omp l e r n e n t a r

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    6/79

    27-0UT-2009 17: 4'3 C ,M, SES I MER~ DECL , E3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 12 28 82 65 P.08/10

    Nota previa

    E ste c a d e rn o d e aptic a c ao co ns t iru i u rn in s tru rn en to d e trabalho d e s tin ad o a a d eq u a r a o bra 0 Conhecimentoda Literature, adoptada como manual d a disciplina d e Introducao aos Estudos Literarios, ao s objectives ee s r ra te g ia s d o en s in o a dlstancia.Instituindo-se como conjunto de procedimentos que pre s supcem a descontinuidade entre docentes e discentes- um a ve z q u e a re la c ao en tre 0 pro fe sso r e o s seu s a lu n o s n ao se e s tabe le c e n o e spa co co rn um qu e e a sa lade aula -, 0 ensino a distancia solicita urna atitude de au t o - ap r end i z age r n , apoiada em atitudes de trabalhoespec i f i cas , Assim, um a ve z que a o bra 0 Conhecimento da Literasura n ao fo i concebida, d e raiz, c om oin st ru m e nto pre pa ra do pa ra . 0 e n sin o a distimcia, 0 p re se n re c a d er no de a p o io p ro p o e- se estabelecer a lig a c aoen t re a o bra re fe rid a e 0 e s t udan t e e rn prc c e s so d e au t o - ap r end i z agem ,A organizac;ao d e s te c ad e rn o d e apo io m o tiva -se n o q u e fic a d i to , As s im , c a d a u rn d o s seu s c apftu lo s in te g raos seguintes cornponentes:

    1.Objectives de aprendizagem, d is c rir ni na n d o u rn c o n ju n to d e c ompe t s n c i a s desejavelmente a t i ng i d a spe lo e sru dan te , n o t empo d a a u to -a p re n d iz ag em ;

    2. Conteudos programat icos , su m eria n do o s co rn po nen te s fu nd am e nta ls d e c ad a c apitu lo , 0 que, penn i -tindo urna sua identificacao e localizacac rapidas, sugere tambem 0 seu peso relativo na econamia doprograrna: obviamente que as sum arias enunciados cons r i t u em vias de acesso, mas nao substitutes dae xpla na ca o c irc un sta nc ia da d os c on te ud os pro gr am a tic os ;

    3. Exercicios de aplicaciio, propo nd o ac tivid ad e s c e s t in ad as a te s ta r a capacidade d e r efle xa o sabre asc on te L id os prc gra rn atic os e sta be le cid os , a cu vid ao es e m q ue o bvia m en te 0 e s tu da n te n a o se limitara are pro du zir o s c on te ud os d o ma n u a l adoptado":

    4. Bibliografia complementar, perrnltlndo (1 facultative aprofundamenta das rnaterias explanadas, emfu n ca o d e contributes d e o utro s a uto re s.

    A discipline de Introducao a o s Estudos Li t era r ios s e r a i l u s t r ada com urn conjunto de vid eo gram as sa b re te rn asconternplados no pragrama .

    Em regime de ensiao 3 dlstancia, as exerciclos de ~plica ( (ao podern consistir em b re ve s d i ss e rr 3o ; oe s , realizadas par iniciativa doestudante, ern liga'i5.o com docentes e tutores que tratarfio de acompanbar e aferir a exe e:uc;ao desses cxercfcios.

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    7/79

    27-QUT-2009 17:49

    '-"'

    C. M.SESIt1BRR DECL 1 E3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    351 212288265 P.09/10

    I.A literatura como instltuicao

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    8/79

    1 7 - 0 U T - 2 0 0 9 17:53 C. M. SESIMBRA DECL , E');:1 2 ' 2 2 o . 8 ' i 6 [ : ;J), v L .J 351 212288265 P.01/11

    Ob je c tiv o s d e a pr en d iza g emDepo is d o e s tu d o d e s ta u n id a d e d id a c tic a 0 a lu n o d eve e s ra r apto a ;

    1. Apreender 0 conceito de campo llte ra rio c om o vasto domin i c de frontei-ra s a lg a f l u idas , o n d e c ab em s itu ac oe s d e hibr id ls m o.

    2. Reconhecer a componente institucional do fenomeno literario.3 . Articular algumas dirnensoes d a li te ra tu ra (a so c io cu ltu ra l, a hlstdrica, aestetica),

    4. C c rn pre en d er 0 co nc eito d e in sti tu i~ ao lite ra ria e id en tific a r fa cto re s d etn sr i tu c io n aliza cio d a l i te ra tu re .

    5. Fundamentar a dirnensao sociocultural da literatura.6 . Re la c io na r a c o ns t i tu ic a o d o c am po litera r io com a q u e s ta o d o compro-misso literario.

    7. Identificar os pr inc ipios q u e f u n d ame n t am a arte pela arte.8- D is tin gu ir e n t re li te ra tu re alienante e l lt e ra t ur a desalienante.9. Distinguir entre escritor e autor e apreender conceitos correlates.10. Reconhecer, em epocas d i s t i n t a s , os diferentes tipos de relal;j;ao do e sc r i to rcom 0 pode r .11. Explicar, a par do evoluir das sociedades, a evolucao do estatuto da autoria.12 . Enun c i a r motives de u tiliza< iao de u rn pseuddnimo e a s c on se qu en cia s

    s oc ic cu ltu ra is q u e e ss a u tiliza ca o a rra sta ,13. Disringuir entre pseudonfmla e heteronimia.14. Identificar mecanismos e elementos envolvidos no processo de consolida-

    ( $ a o s o c i o cu l t u r a l d a im a ge m d o e s c r i t o r ,15. Deflnir canone e e n un c ia r fa c to re s de c u ja a rtic u la d a a cc a o decorre a su a

    t o rma c e o .16. Explicar 0 contraprocesso da desconstrucao do canone.17. Indagar a capacidade da literatura para representar urna certa cosmovisao

    e a Hist6ria em q u e em erg e .18 . Analisar modes d e re la c io n a rn e n to d a lite ra tu ra com a Histerta.19. E n u n c ia r d ife re n te s rn o d a lid a d e s d e representacao n a teor ia platonica C

    n a te or ia aristotelica.20. C orn pre en de r a se n tid o d . a e xpr es sa o m e n s ag e m transhistdrica,21. Explica r a run~ao catartlca da o b ra l it er ar ia .

    l3

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    9/79

    27-0IJT-200g 17:53 C . M . SES I MBRA DEC L .l E3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 12 28 82 65 P.02/11

    Conteudos programaticosNeste cap i t u l o , sao a na lis ad os va rie s a spec t o s envolvidos n a valor izacao d a co rn -po n e oTe in s tl tu c io n a l d o fe n om en o l i t e ra r io . Procu ra - s e in d a g a r 5e e a d e q u a d od e fin ir a li te ra tu ra so b um pr ism a in s t i tu e io n a l e sa o que s t i onado s o s fa cto re s q u eperrnitern essa definicao, be rn c omo a sua relevancia em r e rmos historicos.

    1. 0 campo literario e as fronteiras da literarura- .'., ' .. . . . ."'.--1.1 A pre en de r 0 c o n c e i to d e c am po literario imp l i c a :

    " --1 ',-,.,. , ~. ~ , '~I~..;,~":-'-~

    , -'. uma indagacao sabre se e posslvel au a te que pon t o e possfvel esta-'-- ' be le c e r a s fro n te i ra s q u e de l im i t am 0 fe n6 m e no llte ra rio :con t e rnp l a r a possibilldade d e e xis t ire rn s itu ac oe s hfb r id as , q ue Im pe -d em a pc s tu la c a o d e u rn c am po l i te ra r io c om fro ~ ie ira s r ig id arn en tedelimitadas;

    :'\ s a be r q u e exis tem s i tu a c o e s em q ue a lg un s te xta s mudam d e esta -. .. .-~ a .q u e im plic a le i tu ras d i f e r e n t e s desses me smo s t ex tos ;

    cn tic a r a in te gra ca o, e m his to ria s d a li te ra tu ra e em a nto lo gia s l i t e ra-. _- r ia s , d e a u to re s m ais r e l evan t e s pa ra a H is to r ia d a Cul t u r a :("':'-',reconhecer que a f i c c i ona l i d ade , s o par si, nao i nd i c i a 0 caracter lite.

    v. "ra r io d e u rn texto .

    1.2 No d eba te s ab re a s fronteiras d a I i te ra tura ca be rn a in da o utra s q u e s t c e s :a d e te rm in ac ao d as fro n te lra s d e um a l i t e ra tm:a n~ o o aL em CO o --ro n to com o u tra l i t e ra tu ra n a c io n a l e em re lac a o c om o s m ovim en -tos da hisl6ria geral;

    rt-, a integracao de e s c r i t o r e s bilingues em literaturas nacionais e os. . .. fe n 6m e n o s d e t ra ns fe re nc ia o u re aju sta m en to d e id en tid ad e c ultu ra l.

    ':l A po nd e ra c a c d a li te r a tu ra c om o d om in ic proprio re la c io na -s e , a n te s d e m a is ,, c om a va lo r iza ca o d a ~_~ instit~~nal d o fc n6 m en o l l t e ra r io e a in d a -gat,(ao a ce rc a d a c on dic do in stiTu cIO n'a ld a li te ra tu r a r ep ar te -s e po r, pe lo me-n os . t re s a m bilo s auronomos m a s interactuantes:

    "",\ a dimensao soc i ocu l t u r a l da l i t e r a iura , que the advern do fac to de"_ ' s e r re c o n hec id a c om o pr ati ca llu st ra ri va d e um a c e r ta ~S!! . l1c i acolectiva das sociedades; "--._----' _ -

    1 S

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    10/79

    27-DUT-2009 17:5 3 C . M. SES I MBRR DEC L " E3 5 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 122 88 25 5 P.03/11 II'":' a . d imensao bistorica da l i teratura, que se t r aduz na sua capacidade

    pa ra d a r te s tem unho d o devir d a H is to r ia e d o Hom em ;-- _'-. --...----~---.-_,,_ ..-(':"1 a d irn en s iio e s te tic a d a Iite ra tu ra , q u e a evid en c ia c om a fe n o rn e n o~ . . . . ._-.-.._._ .. .,..---de linguagem au, rnais p rop r i amcmc , como lingua.~m literaril:..,,_"~.~::::-=:;--...-- ...."_.-'.--".~

    1,3 Rcconhecer a literature como instituj~ao llterarla implica identificar algunsdos facrores de institucionalizacao da Iiteratura, nomeadarnente:

    ~s academias literarlas, cujo modo de funcionamenio tern variado30 1o n g o d o s tem po s , m as q u e no rma lmen t e a s s egu r a r am a l l teraturauma certa estabilidace e notoriedade.

    1.4 Outre factor de institucionalizacao da lheratura:. o s prem lo s Iiterarios, c u ja d ir ne n sa o e alcance t ambe r n tern var i adoa " O l O n i i o doS i e~ 'po s , mas que, de qualqucr maneira, constituernmecanismos de validacso institucional da literatura.

    1.5 A pa r da s a cad em ies e d o s prem io s lite ra rio s pod em reconhecer-se out ras actiovidades com capacidade de a f i r m a c s a o institucional da hteratura, nomeada-men t e :

    i!. critica literaria que, desde meados do seculo XVIII ao mementop ~ " e s e n ' t e , te rn s a fr id o m u ra co e s n o que d iz re spe ito ao pe soinstitucicnal de q u e se reveste,

    1.6 Outra instancia de validacao institucional da literature:. o s s is tem as d e en s in o qu e c on g re g a rn varies factores d e Iegitimacao

    cu l l u r a r a ' a f i i e r c i t u r a : a escolaridade obrigatoria, 0 ensina da lingua,utilizandc textos literarios, 0 processo de constituicao do ( ' { ' n o n e ,-,,'_', ~ . - . . "; . . . . 'eviden ciado na e labo racao do s programas escolares ...-~,~ ,~..--,.. - ._ _ '-'"

    16

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    11/79

    27-0UT-2009 17:53 C. M. SESIMBRA DECL , E~;;1 2 1 ' 1 " P Q 2 6 ~_ -' I L L v v )

    3 51 21 22 88 26 5 P.04/11

    2. A dimensao sociocultural da litaratura2.1 Fundarnentar a dirnensao sociocultu~~, da literatura implica:

    en ten d er a llte r a tu ra com o in s tru rn e n to d e interven~iio s oc J a l ;~_ .... __ _, __ " ,_",,_ ".'.",--",_-'-" ,.".o,r-._. ""., ... -.

    . ln te rpre ta r , em d ive r so s au to re s e epo c a s , a s mod o s em qu e se c o n --tte{izaessa i n t e i v e . n ~ a o e re~qf.lt},c;~~-;v~iQ,iq~9!Qg!c::~ssubjacentes:porex . : - i ioRea i iS;~ , -~~"N~tura1ismo,o Neo-Realis;~,'--' - '-'~'-~ ----"'. ~.- ,. _ , - : . : . . . ; " , : : . . : " .. ,.--,..~."'-::---.-~.-

    2_2 A es te prop6s ito co nvem te r e rn mente 0contribute de J ean-Paul S ar tr e, n o m e a-darnente:

    a s ua c on ce pc ao de_~gl..!lro.gIi~joli_t~_drioq u e e stim u la um a pr atic a~-.-'---.-'~-literaria de tipo reallsta eqlle recorre p r e d om in a n t emen t e a prnsa. --~!~a s su as c on ce pc oe s d e lin gu ag em -o _bj~ cto e llnguagem-instrumento;

    ---,~ .._",-

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    12/79

    27-0UT-2009 17:54 C . M . SES IMBRA DEC L .. E3 5 ' . 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2122 88 26 5 P.05/11

    2 .4 U m a re flexa o so bre a d im en sa o so cio cu ltu ra l d a li te ra tu re d eve rs a te n ta r emd ive rso s a spec to s re la c io nad os co m a e rn id ad e d o escritor, s en d o n e ce ss ar iaa pre en de r a lg un s c on ce ito s, ta is c om o :

    o conceito foucaultiano de autor,a d i sju n ~ i io do autor em r ela c ao a p es so a c o n cr et e do escritor;o s co n ce ito s d e inten~ao do au to r e fa la c ia intencional;-- .. - - ..~.--.,~.,.~ . . - , ._._-_.- ._ . . . , . . . _ . . . . . _. . . . . . . . . _ . . . .o co n ce iro d e .a~tor im~~i~.a_~9.:

    2 .5 Na re la ~ ao q u e a o lo n g o d o s tem po s 0 escritor m a nte ve c om 0 poder, d ev ea r e ru a r -s e f und a rn en t a lr n e n te :n o s rn e c an ism os d e cen su ra e auto-c~ns . ! :_ l ra ;na s itu a~ o d o mecenatismo;na evolu~ao do estatuto de autoria decorrente da evolucao das socie-d.ades e dos sistemas j u r f d i c o s : - . .

    2.6 A utiliza~ao de urn pseud6nimo arrasta consequencias socioculturais, sobre-tudo a dais niveis: _.-_ .._- n um pla n a fW lc io n a l e n um pla n o recepc:ional.

    . A ca rac te r izacac de urn heterenhnc, conceiio mui t o tnais complexo do queo de pseud6nimo, envolvea-ac~io conjugada de, pelo menos, t res factores:

    a d ete rm in ac ao d e u rn n om e pro prio ;.-~._._, -_a configuraqao de uma identidade aut6noma;- - _ .. _ - _ . .. _ . . . . _ - - _ __. . a en u n c ia c ao d e u rn esr i lo espec t t ico .

    2.7 No processo de consolida~a~~ultural da imagem do escritor estso en-v o lv id o s , p el o menos, t re s e le m e n t os :G 0 escritor::3 0 editor;t":) 0 publico.~.

    18

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    13/79

    27-0UT-2009 17:54 C. M. SES IMERR DECL l E3 ~ ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 12 28 82 65 P.05/11

    Im p orta te t em c o nta q u e outros e le m e n to s e a ti tu d e s p od e rn c o n dic io n a ra in se rc ao s oc io c ultu ra l d o e sc ri to r; pa r e x., a e d i~ iio d o autor, a a de sa od o e s c r ito r a n ova s in stru m en to s d e e s c r it :(P r6 c e ss a d or d e textQ.),a rec urso a in te rm e dia rie s. c om o s a o o s ageDtes'nteririo~~""""' ' ' '~ '-. .-, .. _ - " , . .' ~.--~,--.-.-- .. .-

    2 .8 Na formacao do canone e sta o e nvo lvid os , pe lo m e no s, tre s fa ctu re s:. . . .-~.,.. " . - - . ' -a sel~~~~~i_,!~~~;a continuidade;r:, h~ , _ ,

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    14/79

    27-DUT-2009 17:54 3 51 2 12 28 82 65 P.07/11. M. SES I MBRA DECL 1 E~:! 2 1 2 2 Q Q 2 6 ~J ~ I I v I,j .)

    3.3 0 d ia lo g o d a lite ra tu ra c om a H is to r ia e , n a m aie r par te das ve ze s, fe ito demodo implicito. A e s te r e sp e it o convern a t en t a r nalguns conceitos oriundosd o p e n s a m e n t ' ~ ' te o rico d e M . Bakhtine :o cron6to2Q.; ._.

    ;';') pl~!idisc?.!.s~.w.;. _ . . . . . . . . . .

    . E s s e d ia lo go pede ta m b er n s er expllcfto qu an do a literatura concretiza a in co r-poracao d e te m as historicos, E 0 q u e ac o n te ce com a epope ia , c om a romancehis t6 r ic o e com 0 drama hi .~ .~! , i_c ;o~, .

    3.4 Falar de literatura como macro-signo implica dominar a l g uma s no~oes im -",---,,. 'oW"Lportantes:

    o conceitode imaginario e 0 de imagmarto cultur-al;a conceito de mensagem transhistorica;

    --._,_,,-r ,.. __ ,.~.' ."" ..." .&. -.u. .. .. . . .: .__ . .. .. .. .

    . . . o conceitoingardiano de essencialldade,+,--~--~o seatido law da fun~lio catartica da obra Iiteraria .__ .,., d _~."II" -nlI.~

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    15/79

    27-0UT-2009 17:54 c. M. SESIMBRR DECL , E3 5 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 12 28 82 65 P.08/11

    Exercicios de apllcacao1. L eia a te nra m en re 0 extracto d o texto d e E ca d e Queir6s A Acad em ia e aL lte ra tu ra tra ns cri to e m o. .E2~.h.:cir:t~~toa Li~~raty:ra(pp. :? ,? .~49~)_ ,edescreva funcoes que pcdern s e r a tr ib u id a s a s ac ad em ia s, n o se io da ins t i -tui9ao literaria.

    2. Tendo e m a te nc ao 0 me sm o texto , reflicta sabre a questao da originalidaden a c ria c ao li t er ar ia , r ela c io n a n do -a c om a a c tiv id a d e c u ltu ra l ~ . !i~ ~ ~ ~...~ g a sacadernias,

    3. Tendo em atencao as reflexoes de Vergfl io Ferreira e de Fernando Pessoas co re o s c o nce ito s d e !!!!udonlmia e d e heteronimia (cf . 0 Conhecimentoda Literature, pp . ~~1 :122 ) ,i ta be le ~ aa s--d Jl 'a :'~ s fu n cio n ais e e ste ti-ca s q ue pe rm ite rn d is t in gu ir o s d ois c on ce ito s.

    4 . T he o ph il e G a ut ie r e sc re ve u : 56 ,:. q::.e ..E .~ 9_ .~ ~ _ ~ ~ .p _a ~ ~ n ~ ~ ~ ~ve r .~ade i r a~mente bek .Confronte a c on c ep c ao estetico-cultural da literatura de ondea q u e T a s p a l a v r a s d eco rre rn , com a no~ao e xpe nd id a po r Jo se Sara rnago n ote xto H is tc ria e f i c~ao (cf.O Conhecimento da Literatura, pp. 500-503),s e g u n d o a : q u a . 1 ' o r o m a n c e po de se rvir pa ra le va r a c abo u m a le itu ra crfticada Historia,

    :! 1

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    16/79

    27-0UT-200g 17:5 5 C. ["1 .SES I MBRA DEC L E' " 1 5 ' ~ 1 2 2 0 Q 2 6 "J I L uu J

    3 51 2 12 28 82 65 P.09/11

    Bibliografla complementarBOURD IE U . P ie rre -A eco nom ia da s traces simbolicas, Sao Paulo, Perspectiva, 1982.C ANARY , R. H. e K OZIC KI, H . (e d s .) - The W rir ing o f History. Literary Fo rm and

    Hi st o ri c a l Under s tand ing , Madison, The Unlv, of Wisconsin Press, 1978.DUBOIS, 1. - L'tnstitution de fa l iuerausre, Bruxelles, Fernand Kathan/Editions Labor.

    197B.GOSSMAN, Lionel -B etwe e H is to r y and Literature, Cambridge/London, Harvard Univ ,

    P re ss , 1 99 0.HERNADI, Paul (ed.) - T he Ho r iz on o f L it er a tu re , Lincoln, The Univ, of Nebraska Press,

    1982.HERNADI, Paul (ed.) - Wha! is Literaturel, Bloomington/London, Indiana Univ. Press,

    1978,LERNER, L. - The F ront ie r s oJLu e rat ur e , London, Basil Blackwell, 1988.LOPES, Silvina Rodrigues - A legitimaqao em l ue ra t ur a , Lisboa, Cosmos. 1994.MA INGU EN EAU, D om i niq ue -Le conre.r rede l 'oeuvre I it te ra i re . Enonc ia r io n , e cr iv a in ,

    socie te , Paris, Dunod, 1993.

    . . . VAS SIU ER-R E SS I, M i che le -Lc metier d'nuteur: tc riva ins , eo m po su eu rs et cineastes,a ute ur s d e thliirre er de radio-television, Par i s , Dunod/Bordas, 1 98 2 .

    22

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    17/79

    27-DUT-2009 17:55 C . M. SES I MBRR DECL 1 E3 ~ 1 2 1 2 2 8 3 2 6 5

    -

    3 51 2 12 28 82 65

    II. A linguagem ltterarla

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    18/79

    27-DUT-2009 17:55 C . M . SES Ir1 BRA DEC L , E3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 21 22 88 26 5 P.IV11

    Objectives de aprendizagernDepo ts do e stu do d es ta un idade d i dac t i c a 0 a lu n o d eve e s ta r a pto a :

    1. Caracterizar a dimensao estepca d a literatura...:~-". . . . . . .- . . . " .. . "","' ,,"2 . E xplic a r a fl;ln~!onalidadep~6pl'ia d a lin gu ag er n lite ra ria .3. Destrincar entre uma concepcao artesanal e uma concepcao expressivad a e sc r ita lite ra r ia . -- - _ ._ . .- '.. .-.~ . ..- ..,-- .-4 . D is t in g u ir e n tre um a c o nc epc ao fo n n aJ is ta d e I i t e r a r i edadee u rn a c o n -

    - , . . , ._ , . , - - . - - . . ~ .~ - , ~ , , ' ' . . '- , _ . . -: tc epc a o d e u te ra rie d ad e ba se a d a em fa c tu re s hlstdrico-sociais ..-5. E xplic ita r a fun~ao d e . t eo ri a do s a c to s d is c u rs ivo s n a d e fin ic a o d o

    fe n 6m e n o lite ra rio ,---_ . . . ._ - -6.~ 7.

    8,

    9 -. .10.

    E xpllc a r po r q u e ra za o 0 d is cu rs o Ii te ra rio po de s er e nte nd id o como u rnquase-acto discursivo.-~.,'-Apreender e le m en to s d is tin tivo s e ntre d is c uI"SO literarto e d i s cu r so n80ltterarlo. ..---h -Re la c io na r a no~ a o de am big u id a d e c om a s propriedades sernanticas d o s~~~re xto s llte ra r lo s .

    . --._ . -,;1000 "." -_ . ,-

    Dis tin gu ir e explic a r o s c o n c e ito s d e am big uld ad e e Indetermlnacao,t..._...._->. ..:;: .." ''~ ....- --

    Distinguir e explicar as concertos de obra aberta e o_!Jraem movlmento.11. Definir semiose literaria.,;"12. Descrever 0 prncesso semidsico e apontar condicoes necessarias ao seu

    born f u n c i o n amen t o .13. Destrincar a func i ona l i dade especifica de entidades como l U l . l P . r e l ~ . i . ~ . Q r ;

    emlssor e receptor; narrador e narratario,"'--r-- "'-'-~" - ......_ ......................." I _ . " - _ . .' : 14. Reconhecer a historicidade da enunciacao literaria,15, Descrever slgno litera rio e 0 seu modo de funcionamento.16. Reconhecer procedimentos e categorias literarias investidas de funt;:iosignica.17, De fin ir c o d ig o Ilte ra r to e s ig n o Iiterario.18. Apreender 0 conceito de discurso e definir 0 conceito de d i sCUL'SOi t e -

    rario.1 9. D is tin g uir entre informacao s eman t t c a e informa~ao estenca.

    TO TA L PA G.1i

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    19/79

    17:58 C . M . SES I MBRA DEC L , E3 5 1 2 1 2 2 3 8 2 6 5

    3 51 21 228 826 5 P.01/20

    Conteudos programatlcosNeste capitulo, pro c ed e - s e a uma r efle xa o a bra ng en te sabre teorias e conceitos--chave relacionados com a questao ca linguageni literaria e Indispensaveis a c o r n -pre e n s a o d o funcionarnento d o pr oc es so de s em i o s e literaria.

    1. A dimensao e s t e r i c a d a l it er a tu r a1.1 Sabe r em qu e co n s is te a d imen sao es te t ica c i a lite ra tu ra im p lic a sa be r q ue :

    e~crever literatura requer um determinado indice de competencia,_.... ~ _._.,_,l.~ _tecnico-artistica;_____.--..~-. --_-,a fun~ao do escritor diferencia-se da do escrevente no sentidoS _ba r the s ia n o : -e s c re ve r li te ra tu ra im plie a 0 pro po s ito d e co n fig u ra r u rn discursoc am f u n c o e s especff icas e d ife re nte s d as d e o u tr os di scur s~~- -" - -"_. __.. " ....._..... ._,_ ... 1_"""';.',_,_'.a''''~ '.. I ''''''''U.-''-'-_'''''''''- ...- .....' .." . ..o d is cu rs o t i te ra r io po d e u ti li ze r procedirnentos dominan t~s . I2 .9 .1A!!"QLd l S c . i i r s o s e vice-vers~': _ .... ,

    L2 A a u t o u om i a estetlco-discursiva e t ecn ico-a r t fs t ica da t i n gu ag em literaria econfirmada pelo trabalho desenvolvido pela critlca genetlca,

    l.3 De acordo com urna concepcao artesanal da escrita literaria, 0 escrltor laboracom uma fo r te consciencla otieinal, depurando continuamente a s su as produ-< ; 6 e s a r t is t ic a s .A c o n c ep c ao e xpre s s lva d a e sc r ita li te ra r ia a ss e n ta n o pr in c iple d a e spo n ra -ne id ade artfstica e e pe rfilhad a pe r e sc r ito re s q ue a pa ren tem e nte n so co nre rn -pla rn a po s s ibilid ad e d e traba lha re rn o s seu s texto s . .

    2. A linguagem Ii te ra r ia2.1 A postula.;ao da IIterariedade cnnstitui urn elernento importante para a defi-

    . - - 'ni

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    20/79

    27-0UT-2009 17:5 9 C . M . SES I M BR8 DEC L iE~~1 ~ ' 2 2 8 1 ; 2 6 ; :'), L 0 , 1

    351 2 12 2882 65

    a te n ta r n as pro po sta s te o ric a s e n un cia d as pe lo s Fo rm a lis ta s Ru sso s. De s tae sco l a provern d u a s p ro po s ta s d ife rc n te s :

    u rn a, d e R om a n Ja ko bso n.pr ivile gia u rn a ana l i s e d e In d o le fo rr na lis ta ,d efe n d en d o q u e. a lite ra r ie d a d e d epe n d e d a s pro pr ie d a d es in tr tn se c a s~--- _ . - . ._ - - _ , " .do 'discurso l i i c ra r io :outra, de Tynianov, relaciona a literariedade com a enquadrarnentoreceptive do fe n 6me n o l it e ta r io , em terrnos historicos e socioculturais

    _T't __...... -

    2.2 Os modern os estudos lite ra rio s te rn desenvolvido t eo r i a s que acentuarn a i rn-po rta nc ia d o c on te xte pragmatico e rn q u e d e co rre a co rnun i c a c so l i te rar ia .A te o r ia d o s~ 1fr~ ~ i:;/~ visa d em on s t ra r q u e a s a e ta s d is c u rs ivo s , pa raa le rn ca sua i rn an e n c ia u ng u ls t ic a , po d crn re a liza r a c ~ Oe s . Au stin postula ae xis te nc ia d e tres t ipo s d e a eta s discursivos: -~

    os actos locuterios:OS actos ilccutdrlos;as actos perlocut6rios.

    2 .3 0 d isc u rso lite ra r io po d e se r e n te n d id o com o u rn quase-acto discursive, per-q ue nao e nu nc ia ve rd ad eira s a ss erc oe s, m a s a pe na s tm i ta 0 a cto d e pro du ziressas assercoes.Tarnbem e im po rta n te n ao e sq uc c e r q ue embora u rn te xto literario se ja , e mg e ra l, d e li be ra d am e n te escrito c om o ta l, 1550 n ao lhe g a ra n te q u e ass im sejar eco l lheCiOb :Dive r sos f a c l o ' f e s e t n s t a n c i a s d e se le c ca o m te ra g em n o pro ce s sod e c o r u a g r a r ; a o d e u rn te xto lite ra rio .Exis te q u a se sem pre vrn a e spe c ie d e re la c a o contratual e n tre a in sta n ciareceptiva e os t ex to s li te ra rio s reconhecid~-;como pratk:'s li~erall~..9 .~~nd . o :-..,.. ......._..-I-.. -_.~.,,_

    i nv ia bi li za r n a partlcipacao interactiva e im ed ia ta d o auditcrio:"'_.'_.,~~._.... ,.... '. ,~",_ .."",,,,,,_,,.--,.,,~~,,,,,,,-7"'-""--.IQI"""'~"- obe d ec em a pro c e ss e s e labo rad os d e prepa ra c ao c se le c cao ;

    -- _~ ,~_~ ~ . " . " " . _, , . 1. c _ . _ _ . _ .; . . ,. . .. . . ~t:_r'~'.---.'"~-,- ..-...---..,' ....... .....

    . assentam na autoridade . d :~~~ .~~~e . : . ~ ,n . ~ i~ ,a do ~"~!or) q~~P-~l~!e l a ' t : a c : ' o r ih ~ c e r ~ " . _ . " . ' . - . . ... . . . . . . , . . ,, . . . . . . '. _ ..,''' . . . . . . . .

    2S

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    21/79

    27-DUT-2009 17:59 C . M . SES 1 MBRR DEC L , E3 J l 2 1 2 2 8 3 2 6 5

    351 212288255 P.03/20

    2 .4 E le m en to s d e e la bo ra ca o fo rm a l ta ls c om o , e ntre o utro s, a d ispo sic ao grafica,a r im a , 0 ritrno a u a im ag is tic a co ntr ibu ern pa ra 0 re co nhe cim e nto d a condi--ao litera r ia de urn deterrninado texto,

    2.5 A c ara cte riza ca o d a lin gu ag ern li te ra ria re m q ue ve r c om a s . .r ;Q P..Ij.~ 9'!!!~ Ssemantlcas do s seus discursos. A ambiguidade gerada pela polissemia n'ao_ "_.. ..._1 __ - f'-~ _ ... __ ._~__c on st i tu i, n um c on te xte e ste tic o-ve rb al, u rn e le m en to pe rtu rb ad or d o pro ce ss o.__ .c o rn u nic at iv o, a n te s 0 e nr iq u ec e q u an do d es afia 0 le i t e r a descoberta d e mul-t iples sentidos, -... . __....--,.._,,, .. ,..

    2.6 Relaclonados com a qu e s t a o da Ieitura c s t ao os f e no r n e no s da ambig" .! . i~ .!S.e eda i~.~~~~_5ao: d o po n to d e vis ta d a pr im eira , o s se n tid o s c o n vive rnpluralmente no discurso Htera r io ; do ponte de vista da segunda, cabe ao l e i t o rconcretizar sentidos pcssiveis atraves da le itu ra , .

    '-'.... h "" '0 ..~ . _...

    . D e a c o rd o com u rn co n c e ito c o n sa g ra d o po r U . E co - 0 conceito d e o b raaberta -, a o b ra lit er ar ia n ao se ap re sen t a a~a, n em form~t~~m--..0-"sernanticamente, cabendo ao leiter colaborar na reconstrucao de forrnas e sen-l i a o - s " e m aben o ,"- _ . -Com esse labor de reconstrucao dos sentidos de obra relaciona-se 0 conceitode obra e m movimento.- _ . _ - - - . '_ of ~ - - .- .. .. .. ,

    3. r - " " sernlose literaria \,- - - -.1 A lin g u a g em Iiteraria c o ns ti tu i u rn domfnio pa rtic ula r n o c on te xte d o e spa gornais ampla do funcionamento da linguagern, envolvendo urna complexa'-' interaccao de varies ~! . . . ~$"de . s i g_~ , s . E a a r t i cu la cao desses varies siste-

    m as (polissistema li te ra rie ), rn ate ria lizad a n a e nu nc ia ca o d e u m a m e nsa ge mlite ra ria , q ue c on sti tu i a s e m lo se Iiteraria.

    3.2 Pa ra q u e 0 processo s em i 6s ic o s eja b ern s uc ed id e e pre cis e q u e 0 em is so r e 0re c epto r d e u rn a m en sa g em co nd ivid arn u rn repo rto rio d e s ig no s,o autor de urn texto literario tunciona como Sellemissor e concebe 0 narrador._ . . ... , . ~ - - - -o leiter fu n c io n a C Om o rece_gtpr e pede substituir-se ao n a~ r ~~ JA tU t . s em , no_ - - _ . - ,entanto, se confundir com e.le.

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    22/79

    2 7- 0IJT -2 00 9 1 7: 59 C. M. SESIMBR8 DECL 1 E3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    351 2 12 2882 65

    3.3 A enunclacao Iiterarta e u rn acto his to r icamerue situado."...--------_.A i n sc r i cao his to ric a d a e nu nc ia ca o li te ra ria efectiva-se em fUD~ao d e c6digose si~!!o~~~~~_r~E.iosu e e s tru tu ra rn a rnen sag em lite ra ria . --,-----Os c6digos literarios sao instaveis e historicamente superaveis; contudo, asvin u elld ad es c o rn u nic a tiva s e a re la t iva c o n ve n c lo n alid ad e q ue c a ra c te r izamurn codigo assegurarn a r ep r e s en t a c ao semantics e a eficacia pragmatics desc6digos literarios.Em dominios t ecn l co- l i t e r a r ios c om maier indice d e n o r rn a tl vi d ad e e possfve liden t i f ica r codigos literarios prec isos : c2.~Jgg__r. im~lj .co ,c?d.!g_' : ! .~ .!J_Q~!~9,c 6 d ig o me t r ic o , c ~ !g _ g !. _~ ~ _ ~ _!1 j~ 9 ._ :. OA tr a tjv o s,tc . E s te s e ou t ros c od i g o spode r n cangregar-se n u r n h iP e rcO d ig o _

    3.4 0 ~ i gn a e ~p1 y _e ic .u .lo .d e .. .s .e m i o se : s ig n ifi ca e co~u!:l: i.s~- De acordo com umap~oposta de~~:~s Morris, 0 signo-e~~~~~~at~ipla dimensao:

    dimensao ~e ,_q lan~-, d im en sa o sintac.ti~,

    ~ .."" ,, . . . dimensao pr agma t i c s_~-.. . " . . . . . . . . : . .~. E passive) reconhecer, a tres nfveis fundamentals, certos signos literarios:,,_,-------

    3.4.1 Nurn primeiro nfvel de estruturacfio f6nico-Iingufstica podernos encontrar:signos-objectos (per exemplo, a ~lite~~~QJ;"_,- . . . . __ . . . . . .

    signos de ~io (porexemplo, a r ! . r T l a , 0 ~i!mo au 9 _ ~ ~ ! ! ' ~ ) _ ,- - - - _ ...- .- 3.4.2 Nu m seg un do n fve l po dem os en con tra r ca te g or ia s llterarias predo-'--. ~------i n an t e s em c e r t o s i e xt c s ( n ar ra t iv es , d ra ma tic os au lfr ic o s): ana l epse ,p a us a d e s cr it iv a , focaliza\fao in te rn a, pe rso nag ern , e spa c o, s frn bo lo , im a -gen s , a l ego r i a , m e ia fo ra , te rn a, registos d o c i s cu r so , e tc .

    3 .4 .3 Nu rn te rc eiro n ive l, mul to m a is ab ran ge n te , p'~ de po sm la r-se co mo s ig nali te ra rio a o bra l i teraria n a su a g lo ba lid a d e ___. ...__ ,__.,. -..;..;r -----.~~_...:_ __

    30

    P.04/20

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    23/79

    27-0L lT-2009 18:0\ 3 C. M.SESIMBRR DECL l E3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3. 5 A funcionalidade dos codigos llterarios desenvolve-se em fun~ao da suainteraccao r e c tp roca e ainda da sua interaccao com codigos para l i t e rar ios(c6digos ideologicos, simbolicos, miticos, etc.).C6digos literarlos e signos llterarius paruciparn activamente n um a prcduti-vidade d is cu rs iva c apa z d e a tin gi r u rn c er to In dic e d e in fc rm a ce o e ste tic o-l i te rar ia .

    3.6 A comunicacao artistica encontra-se automatizada quando as mensagensenunciadas sao facilmente descodificadaspOrlOr'fa"da trivializacfo dos meca-nismos de enunciacao que as geram. 0 recurso a signos e c6dig,os inovadores

    - - - - - - - . - - -po de su pe ra r e s sa autornat1za~ao a tra ve s d a prodEao E! efe i tos de s!!.rpre~- ~ -- . , ,- , - 1 : ; 1 " ' 2 2 8 8 2 ' [ :i . L D J

    Exerc i c i o s de ap l i c aeao1. L e is a te n ta rn e n tc 0 po em a d e Eugen io d e : An d ra d e a se g u ir tra n sc r i to eexplic ite o s te rm os em qu e nele se concretiza 0processo de i tueriorizac i ioe a r epr es em a cio subjec i iva g u e caracterizam a poesia lirica:

    Cancaoo u ltim o pa ss ar ocan ta no s a l amo s .A lu z fa tig ad at ro pe ca n o s r a rno s ,A terra e apenasmemo r i a de labios.Ah, canta, canta.ro uxin ol d a a gu a.

    (de Mar de Setembro)

    2. Considere 0 texto de Sophia de Mello Breyner Andresen i r ansc r i t o naspp. 510-511 d'O Conhecimenio da Liseratura: destaque e cornente 0 quen ele se re fe re a os c orn po ne nte s artesanais e aos c ompon e n t e s expressivasd a e sc ri ta p oe it ic a, R ep or te -s e n a o apen a s ao q u e se en co n tra n o capitu lo Vd'O Conhecimento da Literatura (sobretudo pp . 314330), mas t amb emao que, em termos gerais, diz respeito ao processo da escriia litertiria(pp. 107-110).

    3. 0 a p a r e c im e n t o da p o e si a e xpe riment al traduz uma espectfica ccncepcaoda motiva~iio poe t i c s . Tendo e m a te ne ao 0 q u e s e d iz n a s pp. 331-333d'O C onh ecim ento da L iter atu ra ( e d e si gn a d ar n en te 0 exe rn plo q u e n ap. 333 se encontra), ref i ra-se tambern a activacao da subjectividade napo es ia em q u es ta o ,

    66

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    51/79

    27-QUT-2009 18:07 C. M. SES I MBR~ DECL IE3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 12 28 82 65 P.13/19

    Bibliografia complementarBALPE, Jean-Pierre - L ire la p oes ie o u: une la ng ue da ns ta us ses eta ts , P aris , A . C o lin ,

    1980.BOUSONO, C ar lo s - Teo ria de L a ex presia n poetica, 7 , A ed . , Madr i d , G re do s, 1985,

    2 vcls.o d is cu rs o d a p oes ia . P oe tiq ue, n ." 2 8, C o im b ra , A lrn ed in a, 1982 .FRIE DRIC H, Hu go - Th e Struc ture o f M odern P oetry . F ro m th e M idN ineteenth c o fh e

    Mid-Twentietr: Century, Evanston, Northwestern Univ, Press. 1974.GIROLAM O, C os ta n zo d i - Tearia e Prassi de ll a VeT si ji c a zi one , Bo logna , [J Mul ino ,

    1976.IBANE Z L AN GL OIS , Jo se M ig ue l- La c1 ' ea c i 6npoet ic a , Mad r i d , Rialp, 1964.LEFEBVE. M au ric e-J ea n - Structure du . discours de fa po es ie et du rec i) , Neuchatel, La

    B ac cn nie re , 1971.LEVIN, Samuel R. - Estrucsuras 1i1lgi i .fsticas en fa poesia, Madrid, Ca ted r a , 1974.M ARC HESE . Ang e lo - L 'officina della poesia. Principi di poetica, Mil ano , Arnalda

    Mond a d o r i , 1985.MOL lNO, J e an e TAMINE , Ja im e =Introduaion a 1 'a na ly se li ng ui sti q ue d e fa p oe sie -I:

    VeTS e l f iguTe5 , Pa ris , PU F. 1982 .. . . .MOLINO. J. e GARDES- TAMlNE. J, - Introduction d l' a n aly se d e fa poes ie - II: D e la

    strophe a il l cons rr uc ti on du pl'Jeme, P ar is . P UF , 1988.RIFFATERRE , Michael - Semiotics of Poetry, Bloomington/London, I nd i a na Univ , Press,

    1978,SHUM AKER, W ayn e - An Approach t o P o et ry , E n gle wo od C liffs , P re ntic e H all, 1965.

    67

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    52/79

    27-DUT-2009 18:07 C . M . SES I MBRA DEC L , E3 5 1 2 ' 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 122 88 26 5 P.14/19

    VI. A narrativa literaria

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    53/79

    27-0UT-2009 18:07 C. M.SESIMBRA DECL 1 E3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    351 2 12 288255 P.15/1'3

    Obj ectivos de aprendlzagemDepois do estudo desta unidade didactica 0 aluno deve estar apto a:

    1. Apreender 0 sentido das expressces narrative literaria e modo narrative.2. Identificar algumas p ro pr ie d ad e s fu n da m e n ta ls do modo aarratlvo.3. Explicar a processo de exterioriza~ao que os textos narratives realizarn.4. Saber em que consiste a tendencia objectiva que ca r ac t e r i z a os textosnarratives.

    5.6 .

    7."'-' 8 .

    9 .

    10.

    Explicar a dinamica de sucessividade in sta ur ad a pe lo s textos narratives.Caracterizar a narratividade e explicar a sua capacidade medelizante.D ife re nc ia r e ntre autor empfricn e narrador q u a n ta a o s e u e s ta tu toontologico e funcional,Desc reve r 0 e s ta tu to o nto lo g ic o e fu nc io na l d o narratarto.Reco nhece r e d esc reve r c a teg orie s fu nd arn en ta is d a n arra tiva como per-s o na ge m , e spa c o e a c c ao .Iden t if ica r precesses composttlvos q u e c a ra c te r iz ar n 0 modo narrative,. . 11. Apreender 0 conceito de perspectiva narrativa .

    12 . Disn ng uir en tre rocaliza~iio om n i se ie n te , fo c ali za .~ () i nt er n a e fo c aIi za .;. oexterna,

    13. Reconhecer marcas da subjectlvtdade do narrador,14. Diferenciar narrador heteradlegettco, narrador hcmodtegetico e

    narrador autodiegeticc.IS. Articular a flccionalidade que caracteriza as narrativas literarias com a

    referencialidade que elas rea l izarn ,

    \i... .. _.. ~

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    54/79

    27-0UT-2009 18:07 C. M. SESIMBRR DECL .. E3 3 1 2 1 2 2 8 2 2 6 5

    351 2 12 2882 65 F'.16/19

    Conteiidos programaticosE s te c a pit ulo incide sabre questdes atinentes a narratividade e nqu an t o condicaoe ss en cia l d os te xto s n arra uvo s: sao a pre se nta da s a s pro prie da de s fu nd am e nta ls q ued efin ern e s se s m e sm o s re xto s e desc r evem-se a s c ate go ria s fu nd am e n ta ls d a n ar ra -r iva , be rn com o a lgu n s d o s proces se s compos i t i vo s q u e ca r ac t e r i z am 0 m odo n a r-ra t ivo .

    L Narrativa e narratividade1.1 A expressao narrative literarta refere-se ao conjunto de textos literarios que

    podem ser integrados no modo narrative.o modo narrative engloba outras classes de textos n ao literarios: contudo, 0

    ~ que aqui nos interessa e uma certa classe de textos narratives, de naturezaessencialrnente flcclcnal, designada tam bern como fic~ao narrativallterarla.

    1.2 A narratlva liter-aria es t ru tura-se em dais p ianos fundamentals ~ 0 plano dahist6ria e a plano do discurso - q ue se arnculam na instancia da narracao.Dlstriouern-se por estes mveis, q ue devern se r e n ca rad os c om o estratos fun-c io na is in te ra c t ivo s, a s c a te g or ie s n ar ra tiva s: pe rso na g em , e spa c o , a c c a o,tempo, perspectiva narrativa e pessoa.a s textos narratives caracterizam-se par algumas propriedades fundamentais:

    trad uze rn u m a re l a .~ao d e exteriorizaeao, centrada num narrador queconta a historia;implicam uma representaqao de tendencia objectiva;con t empla rn procedl rnen tos q ue in stau ra rn u ma d ina rn i c a d e su ce s-stvldade.

    1.3 Diz-se que as textos narratives realizam urn processo de exterlortzacao, por-que neles, um narrador, colocado numa s i tu a c ao de alteridade em relacao ahis to ria , pro cu ra d esc reve r e c on fig ura r u rn u nive r s e a uto no rn o.

    73

    b

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    55/79

    27-DUT-2009 18:08 C. M. SES IMBR8 DECL E3 5 1 2 2 2 3 8 2 6 5

    3 51 21228 8265 P.17/l9

    E s te p rin c ip ia d a e l ( t e r i o r iUl~ao so e a nu la do q uan do 0 su je ito d a n a rra c a o s ec e n tr a s is tem a t ic a rn en te n o se u u nive rs e in te r io r, 0 q u e c o n d u z a u rn a narra-tlva Iirica.Na n a rr ati va l i te ra r ia , a r epre se nta ca o c ara cte riza -s e pa r um a t endenc i a ob-je ctiva , is to e , o s texto s n a r ra tive s d a o -n o s a c o nhe c e r a lg o q ue e objec t iva-men t e d is t in to d o su je ito d a na r r acao , Is so n a o im ped e , c o n tu d o , q u e n e s s e st ex tos se e nc cn tr e m m a rc as d e su bje ctivid ad e.O s te xto s na r r a t i ve s d ese n vo lvem -se pe lo pr in clpio d a sucessivldade, cu jof a c t o r decisive d e a fir m a ca o e 0 tempo narrative.o te m po n ar ra tive a ba re a t res te m po ra lid ad es d is t im a s m a s t n t e r ac r can re s :

    o tempo da histriria;o tempo do discurso;o tempo da narracso.

    1.4 A m od e la c a o d is c u rs iva d o tem po pa s sa pe la integracao narra t ive d e outrasc ate go ria s, c om o , po r exe rnp lo , a ac~io, a pe rso n a g em e 0 espaco,A na r ra t iv id a d e e u m a co nd ic a o e spe c ffic a d os texto s na r r a t ive s . Dad a s a spotencialidades modelizantes da narratlvidade, ela pede ser concebida, emte rm o s g e ra is , c om o u m fa c to r fu n d am en ta l d e repre se n ta c a o d o s e s ta d io s d ee vo tu cso d o Homem e d a su a Hist6 r i a .

    2. Narrador e narratario2 .1 0 a u t .o r e rn pfr ic o e u rn a e ntld ad e re al , c om e xis te nc ia his to ric arn en te a te sta da ,. 0 n a r ra d o r e um a entidade c o m exis te n cia te xtu al, u rn ser d e pa pe l , criado

    pe lo a uto r;

    2.2 0 narratario e tambem uma entidade com ex i s i enc i a purarnente textual econs t i t u i 0 destinataric im ed ia to d a na r r a t i v a .Nas narratlvas epistolares, 0 na r r a t a r i o identifica-se com 0 des t i na t a r i o dasca r t a s .N o m o n 6J og o in te rio r, narrador e narratario convergcrn n u rn a ii ni ca entidade.

    74

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    56/79

    C.M.SESIMBRA DECL IE3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 21 22 88 26 5 P.18/19

    3" Niveis e categorias da narrativa

    3 ,1 A pe r s o n a g e r n e u m a ca teg oria fu nd am en ta l d a n arra tiva (Iite ra r ia e ! ' l a O l i te -ra ria ), c on su tu ln do n orm a lm e m e 0 e ixo em to rn o d o q u a l g ira a a c 'iSo .E nten de r a personagem co m o s ig no s ig nific a q ue e possfvel a sso cia -Ia a se n-lidos tem:i t ico-ideoI6gicos .A personagem situa-se n o rm alm en te n um determinado espaeo q ue c om p re -en de , e rn prim e ira in sta nc ia , o s e lem e nto s fis ic o s q ue co rn po em 0 c en ar io emque decorre a historia,Nu rn sen tid o la te , 0 c on ce ito d e e spaco abran ge 0 e spa~ o so c ia l e 0 espacopsico16gico_

    A ac~a o e o u t r a categoria fu n d am en ta l d a n a rra t iva cu ja co n c re tiza c aodepende dos seguintes elementos. no mlnimo: urn ou mais sujeitos que adesernpenharn, urn tempo em que se desenrola e transforrnacfies que facul-

    . ,_ . ram a pa ssag e rn d e u rn e s ta d o a outre,A ac:~ao m a nife s ta -se d e fo rm a diversa nos v ar ie s g e ne ro s e subgeneros nar-rativos.A ac~ao desenvolve-se emintriga q u a n d o os eventos se desenrolam de formaen ca d ead a e se e n c am i nh am pa ra um de se n la c e q u e a en ce rra ,

    3 .2 Ao en u n c ia r u ma n a rra tiva , o n a rrad o r fo rm u la u rn d iscu rso em qu e ISpa ss ive !detectar os proce s s os cornpositivos que caracterizam 0 modo narrative,A perspectiva narrativa eum desses proce s s e s e dlz respeito ao m odo com oa his to ria 6 co n fig u rad a e ve ic u lad a a trave s d a foca1iza~ao q u e pod e se r om -nisciente, interna e externa.

    '-' . A focaJiza~ao adoptada na enunciacao de uma narrativa pode reflectir atitu-des valorarivas e p os ic io n ar ne n to s i de o lo g ic o s perfilhados pelo n arr ad or e /o up ela s p er so n ag e ns .A narracao e 0 acto de enunciacao do discurso, urn processo ficcional a naoco nfu nd ir co m 0 a c to d e e sc rlta exe rc id o pe lo au to r.N a n ar ra ca o de um a histcria, 0 n arrad or pro je c ta n o d iscu rso a su a su bje c ti-vidade (intrusoes do narrador) atraves de registos subjectivos (modalizacoes,figuras de estilo, adjectivacoes, etc.).Dependendo da situacao n a r r a t i v a , narrador pode S C r heterodlegetico,homodlegstlcn e a u t o d t e g e n c o .

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    57/79

    27-0UT-2009 18 :08 C.M. SESIMBRR DECL J . E3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 12 28 82 65 P.19/19

    3 ,3 A fic cio na lid ad e n ao e e xc lu s iv a d e s texios nar r a t ivos llterarios.A ana l i s e d a flc cio n alid a de n a n a rra tive l i te ra r ia d eve faze r-se n os te rrn os d eu rn eq uilibr ia en tr e d u as a tir ud es o po sta s: u rn a a ti tu de imanentista - q u erecusa quaisquer c o n ex c e s entre 0 mundo possfvel d a narrative e 0 rnundoreal - e urna a t i t ude imedialista - que Ie a narrativa literaria como espelhod o re al.

    . .

    76TOTRL PRG. 19

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    58/79

    i " - O U T - 2 0 0 9 18:09 C. M. SESIMBRR DECL l E3 j l 2 1 2 2 8 3 2 6 5 351 2 12 2882 65 P.01/22

    Exereicios de aplicacao1. Tom an do c om o exem plo 0 pa ss e d o r om a n c e Cerromaiot; d e Ma n u e l d aFonseca, t ransc r i to nas pp. 345-346 d'O Conhec imen to d a L it er a tu r a, dis-t i nga 0 q ue n es se pa ss e pe de c on sid era r-s e vinculado a o plano d o discursoe 0 q ue n e le ped e se r c o n sid era d o d o pla n o d a historia. Ressa lva - s e 0 q u ena sua expos ic ao deve ser objecto de pond e r a c a o : que a distin~ao propostaexe rce um a fun~ao em i n en t emen t e exempltflcariva.

    2 . Tendo em a ten l,;a o a descr i r ; ; io da r e pr e s en t a ca o n a t u ra l is ta q ue s e e nc on trano texto de E'ia de Queir6s Idea l i smo e Rea l i smo (cf. 0 Conhecimentoda Literatura, pp . 514.515) explicite 0q ue n e ss a repre sen tac ao con voc a aa c t iva c a o d a s proprie d a d e s fu n d am en ta ls d o s textos narrat ives.

    3. Reflicta sobre 0 conce i to de f iccionalidade, referido nas pp. 371-373d ' 0 Conhecimento da Literatura; e relacione-o, q u an ta a o q u e te rn d e e spe ci-f ico e q ua n ta ao q u e te rn d e c c rn um , c om 0 conce i to d e fingimento(pp. 170-174).

    17

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    59/79

    27-DUT-2009 18:10 C, M, SESIMBRA DECL E3 5 1i 2 ' 2 2 8 3 2 6 5

    3 51 21 22 88 26 5 P,02/22

    Bibltografla complementarBAL, M ieke - Teo ria de da fa N a rra tive (un a Intro du cc io n a la N a rra to lo gia ), Madr i d ,

    CA re d ra , 1 98 5,C HATM AN, S . - Scory and Discourse: Narrative SrrllClure ill Fiction and Film, I thaca ,

    N. Y, Cornell Univ, Pres s , 1978,Communications, 8, 1966 (lit. generico: L 'analyse structural du recit].C OSTE , D id ie r - Narrative as Communication, M in ne apo lis , U niv, o f M in ne so ta P re s s ,

    1989,GENETTE , Ge ra rd - Fiction e t d i ct ion , Par is, Seuil, 1991.GENE ITE , G . - Figures [JJ, P a ri s, S e u il , 1972.GENETTE, G, - Nouveau D isco urs du Reeit, P ar is . S eu il, 1983,LANSER, Su sa n S . - The Narrative Act. Point of VIew in Prose Fiction, P r i nc e t on ,

    Princeton Univ, Press , 1981.M ARC HESE , An g e lo - L' officina del race onto. S emiotica della narro. r i v i t a , Mil a no ,

    Mond a d o r i , 1983,MARTIN, Wallace - Recent Theories of Narrative, Ithaca/London, Cornell Univ . Press,

    1986,- PRINCE, G, - Narratology. The Form and Function of Narrative, B er lin /Ne w Y o rk!/Amsterdam, Mou t o n , 1982,

    RE IS, C ar lo s e LOPES, Ana C ris tin a M, - Diciondria de Narratologia, 4, a ed, Ccirnbra,L iv . .AJme d in a , 1994,

    R IMMON K EN AN, S blo m ith - Narrative Fiction, Contemporary Poetics, London /NewY o rk , M e thu en , 1983 .

    S TA NZ EL , F. - A Theory ofNarraiive. C a m brid g e, C a m br id g e Univ , Pres s , 1984,

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    60/79

    27-0UT-2009 18:10 C.M .S ES IM BRR DECL3 5 1 'i 1 " " " Q 2 ' : : :LILL~v O J

    lE 351 212288265 P.03/22

    VII. A evolucao Ilteraria

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    61/79

    27-DUT-2009 18:10 C.11.SESIMBRA DECL 1 E3 5 1 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 12 28 82 65

    Objectivos de aprendizagemDepo is d o e s tu d o d e s ta u n id ad e d id a c tic a 0 a lu n o d eve e s ta r apto a :

    1. Art ic u la r a q u e s ta o d e s periodos literarios com uma concepcao evolutivad o fe no m e no lite ra rio .

    2 . Re fe rir 0 pa pe l d es ern pe nha do pe la s gera~oes llterarias n a c o n fi gu r a ca odos perfodos literarios.

    3. Reconhecer, no processo evolutivo do fen6meno literario, as transforma-t ;6 es q u e c on fe re rn ao s i s t ema l i te ra r io 0 d l n am l smo e a historicidadeq u e 0 ca r ac t e r i z a rn .

    4. C o m pre en de r a d la le ctic a e ntre convencao e in o va~ iio em q u e se m ove 0fen6meno literario.

    5. Identificar astadios de evolucao no sistema lirerario.6. Definir periodo literarlo.7. Apreender 0 sentido da.continuidade ev idcnc iada na sucessso des perfo-

    dos Ilterarios.

    i- I 8. Definir 0 conce i t o de i d eo l og i a .9. Relacionar os sentidns ideol6gicos com 0 c a ra c te r hlstdricn dos periodos1ite r iri o s.10. Bxplicar a capacidade de representacao axiol6gica que os temas detern.11. Explicitar as c or re la co es e xis te nte s e n tre estrateglas Iiterartas e perio-

    dos literartos.

    1 1 \

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    62/79

    27-0UT-2009 18:10 C. M. SES I MBRA DECL , E3 5 1 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 12 28 82 65 P.05/22

    Conteiidos programaticosProcede-se, neste capitulo, a uma reflexso sobre os movimentos periodolcgicos apa r ti r d e um a concepcao e vc lu tiva d o fen orn en o lite ra rio . Depo is d e c o n si de ra d o sdiversos aspectos relacionados com a questao da evolucao literaria, s a o apresen-ta co s a lg un s fac tores d e co ns titu ic ao e i den t i f i c acao d o s p er io d os l i terarios. no rnea -d am en te a s id e c lo g ia s , o s tem as e a s e s t ra re g ia s l i te ra r ia s .

    1. A evolucao literaria1.1 0 debate em torno da questao dos perfodos literarios ganha pe rnnenc ia 50-

    bre ru d o a pa rtir d o tem po do Ro r n a n n sm o ,A ques t ao d os pe rio do s l i te ra rio s te rn d ire c tam e n te a vc r c om um a concepcaoe vo lu tiva d o fe n6 m en o l i te ra r io .Alguns dos factores f u nd amen t a l s de conf i gu r acao de urn pe r fodo literariopo de m se r 0 g ru po , a gera~ao. a t er n il ia , 0 cenaculo . a ac a d em ia o u a e sc o la ,

    . . .1.2 A evo lu ~ ao literaria n a o s e po d e desligar d os d is cu rs os id eo lc glc os , das pra-

    tic as a rtis tic as , n em m e sm o d e d esc obe rta s d e in do le te cn ic o-c ie ntffic a,Determinados eventos na hist6ria cultural podem provcc a r ou acelerar a afir-m ac a e d e u rn periodo llterarlo: um a po lem ic s , u rn m an ife s to , um a re vo lu -~ao,e tc . T ais a co n re cim e n to s e n vo lve m n orm a lm en te u rn g ru po d e in div id u osque coincldern em orientacoes e anseios sociais e estetico-literarios: a gera-~iioliterarta.

    1.3 Sao r n u i t o s o s fac to re s q ue expl icam 0 apa r e c i r n cn to d e u m a g era ~iio litera-ria: po r cxernplo, a d ata de na s c i r n en to , orientacoes pedagog lca s , p r o b l ema sc om un s , a desagregacao d a g er ac ao precedents, e t c .Ne rn s e rn pre a geracao li te ra r ia c o r re spo n d e a u rn co n ju n to c o e so e c o e re n te en em se rn pre pro ra g o n iza u rn ava n c o n o pro c e s so d a e vo lu c a o lite ra r ia .A c o n fli tu a lid a d e n a s re la c o e s im e r-g e r a c io n a is pr ovo ca rr orm a lm e nte adinamizacao do processo literario.

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    63/79

    27-DUT-2009 18:10 C . M . SES I MBR8 DEC L .. E3 5 1 , 2 1 . 2 2 8 3 2 6 5

    3 51 2 12 28 82 65 P.06/22

    1A Entende-se por evolut;:ao Iitararia 0 resultado das transformacoes que ao len-g o do s tem po s e a d ive r s o s niveis a tin gem a lin gu ag ern lite ra ria .Estas t ra n s fo r rn a c o e s a r ti cu l am - s e com outras transforrnacoes (politicas, histo.r ic a s , c u lt u ra i s, economlca s , s o c ia is , e tc .), r e fle c ii n d o -s e e s sa i nt er ac c ao fu n d a-m e n ta lm e n re a o n ive l d as o p~ 6e s t em a tlc as e id eo l6 gic as .Na evo lucao d e u m a li te ra tu re e po s s lve l id e n tific a r e s ta d io s q u e , em pr in -c ip ia , d e c or re m da d ia le c ti cs e n tr e convencao e inova~ao e rn q u e se m ove 0fe n6 m e no lite ra rio .1.4.1 N um pr ime i ro m em en to d o processo e vo lu tivo , a e vo lu ca o m a n ife sta -

    -SI! n a con t e s t a c ao d e a s pe c to s c o nv e n c i o n a i s instituldcs.1.4.2 N um segundo mem e n t o , 0 q u e e ra in o vac a o po d e to rn a r-se e rn c o n -ven~ao, c r i a ndo - s c , desse modo, urn estadio de rela t iva estahllidade

    no sistema literario.1.4.3 0 te rc eir o m om e n to d e u m c ic lo evolutivo co r r e sponde normalmente a

    u rn e sta dio d e satura~o, iS10 e , u rn estadio d e estagnacao e d e in ca pa -cidade para inovar .

    . .2 . Faetores d e c o n s ti tu t ca o pertodolegtca2 .1 A s u c e s s a o d os pe r io d e s literarios e um a d a s f o rma s em q u e e v ls fv el a d i n a -

    m ica d a evolu~ao l i t e r a r i a .E ss a s uc es sa o d eve ir nplic ar u rn a c e n a ecntinuidade, man i f e s t a d a , po r e xe m -pia , e m in te rpe n etra co es e s ob re po sic ce s (e st i lfs tic as , te m a tic as , etc.),

    2.2 As dominantes ideo16gicas e as op~oes tematicas constituern elementos deconstituicao e identificacao dos perfodos literarios.A c omponen t e id e olc g ic a d e s pe rio d os llte ra rto s f r equen re rneme e xplic a o sva lo re s e po sic io n am en to s e tico -cu ltu ra is q u e n ele s po de rno s en co ntra r, C on -tu d o, n a o se d eve en te nd er essa cortespondencia c om o linear e univoca,

    S4

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    64/79

    27-0UT-2009 18:11 3 51 2122 88 26 5. M . SES I MBRA DEC L , E3 5 1 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    2 .3 Os temas p rivile g ia d os pe lo discurso li te ra r io e m d ete rm in ad os m em en to s d aevolucfio literaria evidenciarn vectores axiologicos vigentes: valores, compor-tamentos e t i c o -CUl tu ra i s , etc.A c apa cid ad e d e re pre se nta ca o a xic lc gic a q ue o s te m as d ete rn pre nd e-se d ire c-ram en te c o rn a su a c o n d i c a o d e e n ti da d es abs t r a c t a s .

    . Os temas sao entidades dotadas ainda de mobi l id ade diatepica e dlacronlea,is m e , a parec ern , d esaparec em e re apa rec em em d ife ren te s espa cos e te m po sh ino r i co - cu l t u r a l s .

    2.4 Na constituicio ou cer rogacao de certos rnovimentos t i teranos assume espe-c ia l re le vo a adopcao d e d e te rr n in a d a s e s tr a te g la s l it er a rt as e m a rt ic u la ca oc om d om i na nte s ternaticas e i de o J6 g h; as .Apesa r d e n ao se po d e r d ize r q u e exis te um a re la c ao lin e a r en t r e estrategiasliterarlas e pe rfo d o s lite ra rio s, e legttimo a firm a r q ue e xis te m c orre la cc esentre umas e ou t r o s .E pa r im e rm e dio d es s a s e stra te gia s q ue a Ii te ra tu ra a ss irn ila e ve ic ula o s pr in -cipais vectores ideologico-culturais de uma de re rminada epoca .. .

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    65/79

    27-DUT-2009 18:11 C. M. SESIMBRA DECL , E3 3 1 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    351 2 12 2882 65 P.08/22

    Exerdcios de aplica~ao1. Aten te n o texto d e E c a d e Ou e iro s lc e a llsm o e Rea lism o, tra n sc r ito ema Conh ec im e nt o d a L it er a tu ra (pp, 514-515) e d e sta q ue 0 q u e nele t r aduzu m a c er ta c on sc ie nc ia evolutiva, n o qu e a d in arn ica d e su ces sa o d os m o vi-mentes literarios diz r e spe i ro .

    2. Tendo em atencao 0mesmo texto e tambern a Introducao aoRomanceirod e Ga rre n , id e n tifiq u e co rn po n em es id e o lo g ic o s q u e , em cad a u r n de l e s ,i n f o rmam 0 d isc u rso d ou trin ar io d os se u s a u to re s ; n ao d eixe , c o ntu do . d edestacar 0 que distingue esses textos, no plano dos conteudos ideologicos(d. 0 Conhecimento do . Liieratura, pp. 394 ss.)

    86

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    66/79

    27-DUT-2009 18:11 C. M. SESlt1BRA DECL .l E3 S 1 2 1 2 2 3 8 2 6 5

    351 2 12 2882 55 P.09/22

    Bibliografla complernentarBOUSONO, Carlos - Epocas luerarias y evolucidn. Edad Media, Romanricismo. tpoca

    Contemporanea, Madrid, Gredo s , 1981, 2 vols.D'HAEN, Thea ; GROBER, R . e LETHEN, H. (ed s .) - Convention and Innovation in

    Literature, Am ste rd am /P hila de lphia , J ohn B en ja m in s, 1989.DUBOIS , J . e: alii - Analyse de la periodisaiion litteraire, P a ri s, E d i ti o n s U n iv er si ta ir es ,

    1972.G UILLE N, C la u dio - Literature as System. Essays Toward the Theory o[Uterary History,

    P r i nc e t on , Pr ince ton Univ, P re ss , 1 97 1.GUILLEN, C . - Teorias de fa His/aria Literaria, M a drid , E spa sa -C a lpe , 1989.JAVSS , H. Ro be rt - Pour une eschetiq ue de La reception, P ar is , G a lli rn a rd , 19 78 .P 2Y RE , H en ri Les generations iineraires, P ar is , B o iv in , 19 48.RAIMOND, Michel -Le roman depuis la Revolutton, g, 8 ed., Paris.Armand Colin, 1981.WE IS ST E IN . U lr ic h =Introduccion a 18 liieratura comparada , B ar ce lo n a , P la n ets . 19 75.WELLEK, Ren e - Concepts of Criticism, New Haven/London, Yale Univ. P re ss . 196 3.VfE LLEK , Ren e e W ARRE N, Aus tin - Teoria da liieraiura, L is bo a , P u b. E u ro pa -Am e ri ca ,

    1962.. . .

    S 7

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    67/79

    2'7-0UT200'3 18: 11 C . M . SES 1~1BRH DECL3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    'E 351 212288265

    VIII. Os periodos literarios

    P,10/22

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    68/79

    27-0UT-2009 18:11 C, M . SES I M.PRR DEC L , E 351 212288265 P.1V223 ~ ' 2 1 2 2 8 8 2 6 3

    Objectivos de aprendizagemD epo is d o e s tu do d es ta u nid ad e d ld ac t ic a 0 a lu n o d eve e s ta r apto a :

    1. E nu nc ia r a lg un s d os a spe cto s his tc ric o-c ultu ra is e nvo lvid os n a c ara cte ri-z al !: i:i oc o s p e rfo d o s Ii te r ar io s .

    2. Identiflcar 0modele cu l t u r a l e literario adoptado pelo Classicismo e peloNeoc l a s s i c t smo .

    3. Enunciar a lg um a s d as te nd en cie s te rn atlc as q ue e nfo rrn am 0 Classicismoeu ropeu .

    4. Relacionar a tematica privilegiada pelo Classicisrno corn as estrategiasliterarias cultivadas pelo discurso literario desse perlcdo.

    5. Explic a r a Q ue re la d e s Ant i go s e d o s Moce r no s e refer i r a s su as re pe r-cu sso e s n o plan o d a cr i a~ao e d a d ou tr in a li te ra ria s.

    6. Caracterizar 0 Romantismo em a r t i c u l a c ao com a Pre.Romantismo ecom 0 Ultra-Romantismo.

    7 .

    8 .9 .

    10.

    11.

    12.' . . . . .

    Localizar no Pre-Romanttsmo a irrupcao de t ema s e valores decisivospa ra a fo rm a ca o d o Roman t i smo .Apontar algumas rererincias ideol6gicas que i n fonna r am 0 Roma n t i sm o .Explicar a heterogeneldade t d eo log i c : a que perpassa pelo Romantismo.C on tra s ta r a c o nc epc a o d e genero litera r io p er fi lh ad a p el o C l a ss ic is m o ea c o n c epca o d e genero l ite ra rio d efe nd id a pe lo R om a ntism o .Retac i ona r 0 historicismo cultivado pe los rornantlcos c om 0 desenvo lv l -menta do romance bist6rlco e do drama historlco.E xplic a r a s in ova co e s q u e 0 Roman t i smo inrroduziu n o t ra t amen to d a lin-gnagem literarla, a r t i c u l ando -a s com a liberta~io da linguagem e com aliberta~ao da imaginalj;ao Ievadas a cabo n es te te m po .

    13. Caracterizar a Realismn.14. Enunciar algumas opcoes tematicas privilegladas pelos escritores realistas,15. Referir as estrateglas literarias que melhor servirarn os principles doutri-

    n a rio s e id eo to g ic o s d o Raalismo.16. Enunciar as afinldades que 0 Naturalismo manteve com 0 Realismo.17. Ca ra c te r iz a r 0 Naturalismo do pon ro de vis ta das SUi.lS bases ideologicas.18. Explicar a cpcao na t u r a l i s t s pelo romance.19. Explicar 0 e s go t amen t o estetico-ideolcgico do Naturalismo nos finais do

    seculo XIX.

    91

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    69/79

    27-0UT-2009 18 :11 C . M . SES I MBRA DEC L , E3 5 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 12 28 82 65

    2 0, A pre en de r Q c on ce itc d e modernidade e : a dualidade de a c ep co e s que 0caracteriza,

    2 1. D ern arc ar 0 t em p o h is to r ic o -c u ltu r al d o Modernismo.22 . E xplic ar a pro life ra ca o d e lsm o s ve ri flc ad a n o te m po d o M o de rn ism o .23. Ju st iflc a r a in te ra cc a o d e o utra s lin gu ag en s artfsticas c o m a lin gu ag ern

    li te ra ria , t ra d u zi da n o exper imen ta l i smo expres s ive modernista.2 4. Id e nt ific ar a lg u m a s o rie n ta co e s te m a tic as pr ivlle g ia d as pe lo e sc rito r r no d er -

    nlsta e relaciona-Ias com 0 conceito de modernj~a~ao.25. Carac t e r i za r 0 escr i tor moderno p r o c l amado por Alvaro de Campos,26 . Explicar a f r a gmen t a s a o heteronlmica e m Fe rn an do Pessoa27. Caracterizar 0 Futurismo.2 8. R ela cio na r 0 cu l r o d a a g re s s ivid a d e c om o s procedimentos t e c n i c o -

    -d is cu rs ivo s d a e ste tic a fu tu ris ts .29. Explicar 0 relativismo i n e r en t e a s d en o m in ac oe s pe rio d olo g ic as .

    . . .

    92

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    70/79

    27-0UT-2009 18:12 c. M. SESII'1BRR DECL " E 3 51 21228 82 65 P.13/22

    Conteudos program.UicosE ste c apfru lo c orn ec a e a caba com a lgum as con sid e raqo es sobre o s problem as Ie -van ta d o s pe la n e c e s s id a d e rn e to d o lo g ic a d e d em arc a r e denominar o s periodosli te r a r ie s . D e a c o rd o c om es sa s c o ns id era c o es , s a o ap re sen t adas a s c oo rd e na d ase ste tic o-id eo lo gic as , a s pr in cipa ls 0Pl ioes tem atic a s e a s esr ra tegias li te ra ria s q uec a ra c te r iza rn va rie s pc rio do s li te r a r io s, d o C la s s ic is rn o a o Fu tu rism o .

    1. Perfodos e subperfodos Iiterarlos1.1 A c a ra c te r iz a c ao dos periodos Ilterarios d eve te r em co nta d ive r s o s a spe c to s

    re lac io n ad o s co rn a his to ric id ad e q ue o s d efin e e c om fe n6 m en os cu l tu r a i s aq u e n a o s a o in d ife re n te s . D e e n tre e s s e s a spe c to s c o n ve rn salientar asseguintes:1.1.1 A dinamica de evolucao llterarla que de te rmina 0 apa rec imen to dos

    pe r fc d o s li te r a r io s pe d e tarnbern d e t e rm i n a r 0 aparecl rnento d esubperfodos ali de penodos cons t i t u idos por d e r t v a c a o ,

    1.1. 2 Devid o a c ir c u ns ta n cia s particulates, a s u c e s s a o d o s pe r fo d o s Ii te r a -r io s n ao acon t ece d e fo rm a s inc ron iz ada em to da s a s Ii te ra tu ra s n ac io -na i s .

    1.1.3 Tarnbem e variavel a denominacdo d os pe rio do s llte r a r io s n as d ive r -s as li te ra tu re s n ac io n ais ,

    1.1.4 De te rm in ad os c en an os cu ltu ra is po dem pro du zir subperfodos insp i r e -d os po r u rn a pe r so na lid ad e o u po r va lo re s e a t i tu de s preva le c e n te s .

    1.1.5 Verifica-se f r e q u e n t em e n t e que u rn pe rfo d o te rn pc ra lm em e exte n s oabrange manifestacoes pe r i odo l og l c a s diversas, que cabe rn , todavia,n as s u as c o ord en ad as prln cipa ls .

    1.2 A c a r a c t e r i z a c a o de um perlodo l i t e r a r io deve, portanto, ser arttculada c om aca rac te rizacao d e o utro s pe r i odos o u s u bp er io d o s .

    2 Classicisrno e Neoclassicistno2.1 0 Classiclsmo abarca um extenso lapso crono16gico que vai do seculo XVI

    a o se c u re XVIII e c o n vive , n e s s e s d o is se c u lo s , Com outros mov lm e n t o speriodologicos.

    9:3

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    71/79

    27-0UT-2009 18:12 C. M. 5E5 F1BRA DECL , E~i:' ~ 1 2 2 8 8 " { , ~J) L I L,,~

    3 51 2 12 28 82 65

    o Neoc la s s i e l smo a fi rm a -s e p le n am e n te n o se cu lo X VIII, Dum tem po c ulm .ra l q ue c o n fin a com 0 d o R o rn a nt is m o .

    A d es ig n aJ ir80 d e Cla s s i c l smo te rn q u e ve r c o m 0 le g a d o c la s s ic o , d a Grec ia eRoms antigas, que a cultura europeia comeca a valorizar ja no seculo XV equ e ado pta c om o modele. C om o leg a ta rio d es sa cu ltu ra , 0 hom em doR en as cim e n to im p oe -s e c o m o u rn a en tid a d e do tad a d e c apa c i da de in te lecrualpara g r a nd e s realizacces, a varies nfveis ,No plano lite ra r io , e s ta a tm osfe ra e m en ta lid ad e re flec tem -se n a tend en c iapa ra a re fle xs o d o u tr in a r ia , c o n c re t iza d a n o a c o lh irn e n to d a d o a s poeticasc la s s ic a s e n o apa r e c imen t o d e o u tr as ,

    2 .2 A lg u n s d o s fu n d am en ta ls ve c to re s te rn a t ic o s q u e e n fo r rn am a C la s s ic is rn oe ur ope u sa o:

    a fin a l id a d e m ora l d a a r te ;a literature entendida como procura da verdade,a irnita~ao da natureza.

    A preocupacao d e im ita r a n atu reza (f isica e humana ) e c s c la s s ic o s d ete rm i-non estrateglas literarias que reflectiam um proposito de r i g o r expressive,de co n ten c ao d a em ocao , d e m ed id a e e q u il ib ri a.

    . 0 genero s J ite ra rin s c on sa grs do s pe lo C la ss ic is m o e pe lo N e o cla ss ic is m ofo ram a epo pe ia , a t r a ge d i a , a o d e , a ep l s to l a , a e c l c ga , a sa tira , a fabula , e t c .N a s e g u n d a m eta d e d o seculo XV ll e s ta la em F ra n c a a cham ad a Q ue re la d o sAn tig o s e d o s M od ern o s, u rn a qu e re la en tre o s qu e pro c la rn avam a superto-r id a d e d o s M od em os c o n tr a o s An tig o s e o s q u e d e fe n d iam a su pe r io r id a d ed os An tig o s s a b re a s M od e rn o s .A Q u e re la d o s An tig o s e d o s M o d e rn o s - c o n s t i tu iu u rn m om en to em q u eg erm i na ra rn , n o c am po d a c ria ~a o e d a d ou tr in a l i t e r a r i a s , n ovo s va l o r es , a ti tu d e se pr ln ctp io s q u e pu n ham em q u es t a D c s va lo re s, a ti tu d es e pr in cfpio s in st i tu id os .

    3. Pre-Romantismo e Rom a n t i s m o3.1 A c ara cte riza ca o do Roman t i smo implica a c a ra c te r iza c ao d o Pre-Roman.

    tismo e a do Ultra-Remantlsmo - subperiodos que correspondern respecti-v a r n eme ao f lo re s c i rn cn to e d epe rec irn en to d as pr in cipa ls co ord en ad as e s t e -t i c o -id eo lo gic a s d es s e ex te n so e c o m ple xo pe rfo do li te ra r io ,

    94

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    72/79

    27-0UT-2009 18:12 C. M. SESli1BR~ DECL , E3 5 1 2 1 2 2 3 8 2 6 5

    351 2 12 2882 55 P.1S/22

    o Pre -Rornan t l smo corresponde a o tempo d e t rans icao d o Neoclassiclsrnopara 0Romantismo e evidencia, por isso, duas atitudes opostas: a va lo r i zacaoexcessiva da emocac e da sensibllidade e 0 rigor expresslvo e formal depe n de r a eo c la ss ic o .

    3.2 E no tem po do Pre-Romantismo que se ve rific a a defesa de determinadosva lo re s e a e sco Iha d e d e te rm in ad o s tem as q u e se reve la r ia rn d ec is ivo s pa ra afo rm a< _ ;a o d o Romantismo.Deve o bse rva r-se q ue a im agem cu ltu ra l q u e n orm a lrn en te s e te rn d o Roman-t i smo a c e n t u a 0 sen tim en ta lism o e a d ebilid ad e e rn otiva e d escu ra u m a ca ra c -te r fs t ic a im po rta nte d es te m o vim e nto - a e ne rg ia vita l.Lernbre-se tambern que do pontn de vista ideologico, 0Romanusmo n ao foi

    - u rn m ovlm en to ho rn o g en eo , u rn a vez q u e a s c ircu n s ta n c ia s his to r ic a s , po liti-c a s e sociais variavam d e pais pa ra pa is ,Para muitos romanticos, 0 Liberalismo ccns thu lu uma referenda i deo log i cain c on to rn ave l, te n do -s e, to d avia , ve ri fic ad o , n a m e s m a e po ca , m a n ife sta co e sid eo lo gic as d e s in al c on tra rio .

    . Na d e c o rr e n c ia d e va lo re s q u e su bs c re viam , c om o a a u te n tic id a d e e a libe r -d ad e, o s ro m an tic os fo ra m p r o f un c amen t e n a cio n alis ta s. E m r e l a ~a o es t r e i t acom 0 n ac io na lism o , re fira -se a a t r a c c ao ro rn an t i c a pela H is to ria e e spe cia l-m en te pe la Id a c e M ed ia .

    3 .3 0 his to ric ism o cu l t ivado pe los r om a n tic o s e xplic a , e m c e n a me d i c a , 0 d e -s en vo lvim e n to d e c er to s g en ero s e s ubg en ero s l i te ra rlo s, e m par t i cu l a r , 0 ro -mance histdrico e 0 drama hist6rico.A q ue s ta o d os generos fo i, n es te tem po d o Romantismo, u m a q ue s ta o s o bre aqual arnplamente se reflectiu, as romanticos nao podiam deixar de contestar ac o n ce pc a o d e g e n e ra po s tu la d a nOS pe rio do s li te ra rio s pre ced en te s - 0Classicismo e 0 Neoclassicismo.

    . A re c u sa em a c e ita r 0 g e n e ro c om o um a l r npos i cao arr i f ic ia l d eu lu ga r ithibridiza~ao dos genero s e a c on f i g u r a c a o de subgenercs de r na tr iz r om a n -t lca : 0 d ra m a ro m a ntic o, 0 d r am a h is td r ic o , 0 d ram a d e te r ro r, e n tre QUIrOS-a ro m a nc e his t6 ric o desfrutou tarnbem d e um a a rn pla pro je cc ao n o R om a n -t is rn o e u r o pe u .

    95

    . . _ , . , . , . . , . . j " 4 a _._ l~r. i _,., ~ ......... -

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    73/79

    27-DUT-2009 18 :13 C. M.SESIMBRA DECL 1 E3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 12 28 82 65

    3_4 Um a relevame c o n q u is ta d o Rom an tism o fo i 0 in o va d o r tr a tam en to d a l in -guagem literaria evidenclado tanto nas opcces tecnico-ccmpositivas c omon a s e st ra te g ia s l i terarias adoptada s .A i n ov a c a o d e q u e n e s te s a spec to s a lin g ua ge m l i te ra r ia fo i a lva tr a d u z d o isirn po r ta n te s rn o vim en to s d e libe r ta c a o . a libe r ta c a o d a Iin g u a g em e a libe r -ta~iio da imaginasao.

    4. Rea lism o e Na tu ra lism o4.1 0 q u e se e n te n d e a q u i pa r Rea l i smo e o pe rio d o Ii te ra r io c om o r ig em be rnd e te rm in a d a n a se g u n d a m eta d e d o s e c u lo XIX .

    A rela~ao do Rea l i smo com a Romantismo e uma relacao de opos ie ao e des up er ac so . C o m 0 Natu ra l i smo , 0 Real l smo ma n t e r n a l g uma s a f i n i da de s ,

    . . 4.2 C on tra r iam e n te ao Ro m an tism o . 0 Rea lism o d e tem um a vis a o materiallstad o s fa c to s e d o s fen 6m en o s , va lo r iza a o bs e rva cao com o fo rm a d e co nhec i-m e n t o E o exe rc e a a n a lis e d e c o s tum es c om u rn a fin a lid a d e d e crftica so c ia l d ecunho re fc rm is ta .Nes se s en tid o , 0 e s cr it o r r e ali st a t e n d e 2 privlle gia r a r e p r e s e n t a c a o de un iv e r -s o s com o a vid a fam ilia r , a vid a so c ia l e a vid a cultural.

    , As prefersncias t e rn a t i c a s do Rea l i smo conduziram a adopcao de e s t r a t e g ia slite ra r ia s c on creu za da s e m g en ero s co m o 0 r o m a n c e e 0 c o n to , a ju s ta d o s au m a fin alid ad e c r i t ic s .A s po te n c ia lid a d e s c r i t ic a s d o rom a n c e e d o c o n i o r e a l i s t a ev idenc iam -s ea in d a n a c o n fig u ra c a o d e pe rs o n a g e n s e n a co n s t itu ic a o d e t ipo s so c ia is .

    4 .4 As a fin id ad es q ue 0 Natu ra lism o m an tem com 0 Realismo sa o vis ive is a onivel das orientacoes ant i - idea l i s t a s e a n t i - r o r na n t i c a s , da flnalidade c r i t i c a cr e fo rrn is ta , d a pre o cu pa c a o d e objectividade n a observacao d o re a l.o Natu ra l i smo dis tanc ia - se d o R ea li sm o a t r aves d as b as es i d e o l c g i c a s que 0s us re nta m , n om e ad am e nte 0 positlvismo e 0 determtntsmo, d o s u n ive rs esq ue re pre se n ts e d as o p~ oe s tematicas q u e p ri vi le g i a.

    96

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    74/79

    27-0UT-2009 18 :13 C . M . SES I M BRA DEC L .. E3 3 ; 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 21228 82 55 P.17/22

    o rom an c e e t a r nb em 0 p ri nc ip al g e n er o l i r e r a r io a d op ta do p elo Na tu r a l i smo ,pela razao de que deterrninados pr oc ed irn e nto s n a rr at iv es (como. po r exern-pia , a analepse) pe rm ite m a o escr i tor n atu ra lis ta a s in cu rs oe s pe lo pa ssa do d asper sonagens .A part i r de ce rto m em en to , 0 Natu r a l i smo desl izou para a c r u e l e chocan tee xib ic ao d e c na ga s, se m q ua lq ue r o utra fin alid ad e.o fin al d o se c u lo XIX tes tem unho u tam bern 0 su rg im e n to d e m o vir ne nto sa rn stic os (c om o 0 Pa rn as ia nisrn o ~ 0 Sirn bo lism o ) q ue a pre se nta va m c on ce p-~6es alternativas a s concepcoes de c r i acao literaria defendidas pelo Realismoe pe lo N atu ra lis m o ,

    5. Modernismo e Futurismo5.1 0 conce i to de Modernismo incide sa bre u rn consideravel lapso cronolcgico,

    refere-se a varias latitudes geoculturais em tempos diferentes, c a ra c te r iz a -s epar um a g ra nd e d ive rs id ad e e e nc err a con t r ad i coes .A propria po lis s ern ia d o vocabulo pod e causar a l g um a s dificuldades a . f ixa-gao hlstonco-cuuural do Modemismo,E possfvel, todavia, demarcar 0 t emp o h is to r ic o -c u lt u ra l do Mode r n i smo sese atender ao conceito estetlco de modernidade, isto e, se se entender amodemidade como geradora de vanguard as e de atitudes de repugnancia pe-lo s va lo re s burgueses ,

    5.2 E m Po rtu g a l, 0 a pa re cim e n to d o M o de rn is m o a ss cc ia -s e a r el ev an c ia c u lt u ra lexercida por algumas revlstas onde foram apresentadas as coordenadas este-ticas e doutrinarias do Modemismo: Orpheu, C ent au ro , E x ili o, C ont empo r ti -n ea , A th en a, P re se nq a .Ou tra d ific u ld a d e n a c a ra c te r iza c a o d o Modernismo te rn q ue ve: c om a pro -llferacao de mcvirnentos envolvidos na dinarnica mode r n i s t a : a mulripllcgfiode ismos que se iniciou nos finais do seculo XIX acentua-se no tempo doModernisrno.Urn desses is rn o s - 0 ln te rs ec c io nis rn o pe ssc an o - an un cia u rn tem a fu n-d am en ta l d o M od e rn ism o : a d a crise d e unidade d o s u je it o.A diversidade de i s rnos que compoe a M od crn ism o d ere rm in ou ta m bernuma estreua inter:ac~iio de Iinguagens artisticas.

    97

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    75/79

    2 7- [iU T- 20 09 1 8: 13 C . M . SES I MBRR DEC L , E'Ir 2 ' ' ' ' ' ' ' Q 2 6 [ :) LLjv)

    3 51 21 228 826 5 P.18/22

    5,3 0 t empo ideolcgico e c ivi l izac iona l do Modernismo estimula a representacaode sujeitos em crise de unidade, atravessados por duvidas, ansiedades e l en-s e e s i n t e rna s .o artista proclamada no Ultimatum de Alvaro de Campos e 0 artiste novo emoderno que experimenta sensacoes e se ntirn en to s q ue va o de u rn extrema aoutro: da euforia modernists e trlunfalista 21 0 tedio, h auto-dlssolucao e aos u ic id io .Em Fernando Pessoa a crise do sujeito e 0 processo de auto-conhecrmentoconduziram a fragmenta~ao heteronimica.

    5.4 Em re la~ ao d ire c ta c e rn a s tem as e com o s va lo re s preconizados pelo Mod e r -nismo verifica-se neste perfodo uma recusa em adoptar prccedimentos der epr es en ta ca o lite ra ria d e indole realists e m i m e tic a,

    0 M od e rn ism o pre c ed e , so n fve l d a forma da expressao, a u rn expe -rimentalismo que introduz no discurso literario elementos de outras lingua-gens nso institucionalizadas como literarias (como a linguagem publicitaria,po r e xemp lo ).

    Ene d om in i o dos proced imen to s expressivos inavadores e d e caracter experi-mental levados a cabo pelo Mode r n i smo que se pede falar da sua dimensaovanguardtsta,

    C onvem , to d a via , re s sa lva r q u e , em bo ra a s vanguardas tenham surgido n ote m po d o M o de rn is rn o, e la s u ltra pa ssa ra rn 0 ~ mbito d a c r ia c ao e s te ttc a m e-demista.

    5.5 Ad opta nd o po sic c e s id eo lo gic a s d e su bve rsao e pro vo cacao , 0 Fu tu ris rn o c ul-tiva a agressividade (visfvel n o s manifestos), o r i en tando -s e 0 hom em fu tu -ris ta pa ra a re vo lta , 0 con fro n to e a rup tu ra ,o Futurismo adianta inovacoes tecnico-discursivas radicals, claramentevanguardistas, que visu m d es tru ir a s coordenadas estetlcas vigentes na litera-tura pre-rnoccrnis ta e, de u rn modo geral, na cultura ocidental, desde Aristotcles.

    6. Relatlvismo e actualidade dos period os literarios6.1 Urn d o s problemas me i odo t o g i c o s que a definicao e caracterizacao des perfo-

    d o s le va n ta eo d a d e n omma e a o .

    98

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    76/79

    27-DUT-2009 18:13 C. M. SESI MBRA DECL , E3 5 ~ 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    E n ec es sa ria a e ste r es pe ito relativizar, i s to e , n a o e nt en d er c o m o n o rr na tiv osos testemunhos dos escruores.A des ig n aca o a tr ibu fd a ao s p e n o d o s lu era rio s fu n c io na , a in d a q u e co m a lg u -m as l im i ta co es , c om o u rn in stru m en to d e tra ba lho .

    6 .2 A s d es ig na c oe s periodologicas s ao , po r n atu re za , re du to ra s e , po r is so , d ete mu m a u tilid a de relativa.Nao o S a in se rc a o im ed ia ta d e u rn texto n um de te rm inad o pen o d o q u e the co n -fe re q u ali da d e artfstica: f r equen t emen t e e 0 i nve r s e q u e a c on te c e,Mu i to s r ex to s e e s c r it o re s s a o d e d iflc il in te gr a< ;io e m pe rio do s lite ra rto s. Is soac on te c e , sm to m atic am em e , co m esc ri to re s pro xim o s c 1 0 n os so te m po .o distanciamento temporal ajuda a definir e a ordenar 0 campo literario.A ertse das ideologias implica dificuldades na configuracao de periodos lite-ra r ios , a q u e c o rro bo ra a directa l i g a ~ a o q u e 05 p er io d o s li te r ar io s man t e r nco rn o s ve cto re s id eo 16 gic os q ue OS es t ru turarn .

    3 51 21228 82 65 P.19/22

    99

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    77/79

    27-DUT-2009 18:14 C. M. SESIMBRA DECL ... E~r. 2 1 2 ' ) 8 8 ~ ~ rjJ I L. L v J

    351 212288265 P.20/22

    Exercicios de ap l i c a c ao1. To rn an do c om o po nte d e pa rt id a 0 q ue se e nc on tra expla na do n as p p. 41 2-.420 c ' 0Conhecimento riaLiterature, ref l i c ia sobre a que genericamentecaracteriza 0 Clas s i c i sm 0, sabre 0 que dele Sf!projects no Neoclassicisrnoe sabre a que deterrnina a e sp ec ifi ci ca d e p er io d o 16 g ic a deste u l t imo .

    2. Lela atentarnente 0 texto de Garret t transcrito nas pp . 512-513 d"O Conhe-c im e nto d a L it er atu ra . Explicite as directrizes de filiacao romantics quen ele s e e n co ntram repre sen tad as , be rn como as sugestoes tematicas q u ethe sao inerentes.

    3 . L eia a te nta rn en te 0 te xto d e E

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    78/79

    27-0UT-2009 18:14 C. M. SESH1BRA DECL , E~k l ' 1 1 2 ~ Q 8 2 6 kJ, L L u . )

    351 212288265 P.21/22

    Bibliografia com ple men tar1. Classlclsmc e NeeclassicismoBRAY , Rene - La [o rma ti on . de la do ctr ine c la ss iq ue en F ra nc e, P ar is , L ib . N ize r, 195 7.H AZARD, P au l-L a c ris e de fa c ons cienc e eu ro peenne (1 68 01 71 5) , P a ris , B o iv in , 1 93 5,

    3 vo ls .PEYRE, Hen r i - Qu 'esz-ce que le classicismei. Paris, N iz ct , 1 96 5,SILVA, V. M. de Aguiar e - Para uma interpretacao do Classicismo, Coimbra, separ, do

    vol. I de Revista de Historia Liieraria de Portugal. 1962.SILVA, V. M. de Aguiar e - Teoria d o . Literatura, 8.a ed., Coimbra, Almedina, 1990.TAPfE , Y -L . - B ar oq u e et c la ss ic is m e, P ar is , P Io n, 1957 .WELLEK, Rene

  • 5/13/2018 Carlos Reis - 1_78

    79/79

    27 -0L lT -20 09 18 :14 C. M.SF.SI1BRA DECL 'E3 5 ' 2 1 2 2 8 8 2 6 5

    3 51 2 122 88 26 5 P.22/22

    3. ReaUsmo e NaruraltsrnoBECKER. Colette = Lire le Rea li!:im e et le N tu ura iis me, Paris, Duno t , 1992.BESSlER-E .. 'ean (00.) - Roman; rea/ires, realismes, Paris, PDF, 1989.BORNECQUE, J.-H. e COGN'I.', P. -Realisme et naiuralisme, Paris, Hachctte, 1969.CHEVREL , Y ves - Le nasura li sme , P a ris , P U F. 1982.COGNY. Pierre (ed.) - Le Na tu ra l isme , Paris, Union Generals d'Editions (10 18). 1978.FURST , L ilia n R . e N . SKRINE , Pe te r - 0 Naturalismo, Li sboa , Lysia , 1975.LUKACS. G. - B alza c et le r ea lis me fr an.r;a i.s , Paris, Francois Maspero, 1973.LUKACS, G. - Problemas du rea Iism e, Paris, L'Arche Editeur, 1975.Poetique, 16, 1973 (tit. gen e r i c o : Le discours realisre).TODOROV, T, (ed.) - Lueratura e realidade. Que e 0 Realismo Z, Lisboa, Pub. Dom

    Quixote, 1984.WEL .LEK , Rene - Concep ts a f Crt t icism. Ne w Ha ve n/L cn do n, Y ale U niv , P re ss , 1963 .

    4. Modernismo e FuturismoB RADBURY , M . eMCFARlANE , J. (ecs.) -Modernism . .A Guide toEuropeanl.itenuure:

    1890-1930, London, Pengu i n Books, 1991.BORGER, P ete r - Theory O f l i t e Avant-Gard, Minneapo l i s , Univ. o f M i nn e so ta Press,

    19B4.CAl.JNESCU, Matei - Five Faces o j Moderni ty Mode rn is m, A va nt -G ar de , Decadence,

    j (iU 'ch , P o s tmoder ni sm , Durham, Duke Univ , Press. 1987.COMPAGNON, Antoine - Les c inq paradoxes le la modernise, Paris, Seuil, 1990.EYSTE INSSON , Astradur - The Concept O f Modernism, Itha ca /L on do n, C o rn ell U niv,

    P re s s, 1 99 0.FABRIS,.Annateresa Futurismo: u.mapoetica da modernidade, S ao P au la . Perspective,

    1987.FRIE DR iC H. Hu go - The Structure of Modem Poe tr y. F rom the Mid-Nineteenth 10 th~

    Mid-Twentieth Century, Evanston, Northwestern Univ, Press, 1974.GUIMARAES, Fernando ~ Sim bo lism o, M ode.rnism o e V ang ua rda s, Porto, Lello, 1992KARL, Frederick R. - M odern and Modernism. The Sovereignty o f the Arlisl. ]885-1925,

    N ew Y o rk , A the ne um , 198& .L.EFEBVRE, Henri Iniroduaion a la moderniu; Paris, E d . de Minuit, 1977.POGGIOLl, RcnB[O - Teoria dell'arte d'avanguardia, Bologna, 1J Mul ino , 1962.

    102