cardiopatias congenitas acianóticas

66
FAMED / UFAL 2009-1 5º Período

Upload: maria-lucia-lima-soares

Post on 11-Jun-2015

6.219 views

Category:

Documents


8 download

DESCRIPTION

Não se trata de trabalho original, mas de compilação da literatura com objetivo didático

TRANSCRIPT

Page 1: Cardiopatias congenitas acianóticas

FAMED / UFAL2009-1

5º Período

Page 2: Cardiopatias congenitas acianóticas

Patologias cardíacas congenitas1 a cada 120 nascimentos.Em geral de pouca gravidadeDesenvolvimento anormal das paredes ou válvulas,

cardíacas, bem como dos grandes vasosO defeito faz com que o sangue siga um percurso

anormal, às vezes sem passar pelos pulmões, onde é oxigenado

Sangue oxigenado é fundamental para o crescimento, desenvolvimento e atividades normais.

Alguns defeitos cardíacos causam graves problemas que requerem tratamento urgente, geralmente cirurgia.

Page 3: Cardiopatias congenitas acianóticas

Diagnóstico

Exame clínico: sôproPara determinar a natureza específica do

defeito: ECGRadiografia do tórax Ecocardiograma

Métodos auxiliares / complementares:RM / TC / Medicina Nuclear / Arteriografia

Page 4: Cardiopatias congenitas acianóticas

CianosePacientes cianóticos:

Shunt direita esquerda: Contaminação do sangue arterial A circulação sistemica tem baixa saturação de O2

Não há como inferir cianose através de Radiografia simples do Tórax

Page 5: Cardiopatias congenitas acianóticas

AbordagemVascularização pulmonarSitusAumento de câmarasLado do Arco AórticoAlterações ósseas e de partes moles

Page 6: Cardiopatias congenitas acianóticas

Vascularização pulmonarNormal:

AP Direita = mesmo calibre da traquéia no nível do Arco Aórtico

Artérias periféricas = mesmo calibre dos brônquios

Arco aortico

Art. Pulmonar principal

Art. Pulmo ar esquerda

Art pulmonar direita

Page 7: Cardiopatias congenitas acianóticas

Vascularização pulmonarShunt:

Esquerda-direita: calibre artérias pulmonares Redistribuição do fluxo pulmonar

Hipertensão Venosa Pulmoar: redistribuição vascularEdema intersticialEdema alveolar

Hipertensão Arterial Pulmonar: calibre tronco artéria pulmonarArtérias hilares normais

Page 8: Cardiopatias congenitas acianóticas

Aumento de camaras (recordando...) AE – incidência lateral

Compressão cranial do esofago contrastado com Bario VE

Compressão caudal do esofago contrastado com Bario AE

Duplo contorno atrial na radiografia em PA VD

Preenchimento do espaço retroesternalINCIDENCIA PA:

Indice cardio-torácico > 0.55

Page 9: Cardiopatias congenitas acianóticas

A incidência PA possibilita o diagnóstico da maioria das cardiopatias congênitas:

a)silhueta cardíaca e dimensão do coração b) átrio direito e esquerdo

c) ventrículo direito e esquerdod) tronco da artéria pulmonar

e) aorta f) hilo e circulação pulmonar.

Page 10: Cardiopatias congenitas acianóticas

A incidência oblíqua anterior direita, com esôfago contrastado, permite avaliação do átrio esquerdo, do ventrículo direito e do tronco da artéria pulmonar.

A incidência oblíqua anterior esquerda permite melhor avaliação das câmaras cardíacas esquerdas, principalmente do ventrículo esquerdo.

Page 11: Cardiopatias congenitas acianóticas

Obliquas anterioresOAD

Da posição para PA,

girar o lado esquerdo 45 graus

para longe do filme

ENCOSTA O LADO DIREITO

NO FILME

OAEDa posição

para PA, girar o lado direito 45

graus para longe do

filmeENCOSTA O LADO

ESQUERDO NO FILME

Page 12: Cardiopatias congenitas acianóticas

1 – Veia Cava superior2 – Atrio Direito3 – Veia Cava Inferior4 – Arco Aórtico5 – Tronco da Artéria Pulmonar6 – Artéria Pulmonar Esquerda7 - Auriculeta8 – Ventrículo Esquerdo9 - Ângulo cardio frenico esquerdo--

Page 13: Cardiopatias congenitas acianóticas

SitusO fígado ou a VCI indicam qual é o lado em

que o AD está localizadoO bronquio fonte direito sempre tem ângulo

mais agudo que o esquerdo

Page 14: Cardiopatias congenitas acianóticas

Algoritmo de classificação Cardiopatias congenitas acianóticas

Cianose

NÃO SIM

Vascularização pulmonar

aumentada

Vascularização pulmonar normal

AD

SIM NÃOAorta

Dilatada

SIM NÃO

DAP DSV

Defeito do Coxim Endocárdico

Defeito do Sspto Atrial

Estenose AórticaEstenose Pulmonar

Coarctação Aórtica

Interupção Arco Aórtico

DAP=Ducto arterial persistenteDSV=Defeito depto ventricular

Page 15: Cardiopatias congenitas acianóticas

DCC acianótica com vascularização pulmonar normal

Coartação da aortaInterupção do arco aórticoEstenose aorticaEstenose pulmonar

Page 16: Cardiopatias congenitas acianóticas

DCC acianótica com aumento da vascularização pulmonarDefeito septal ventricularDefeito septal atrialDucto arterial persistenteDefeito do coxim endocárdicoDefeito septal aorto-pulmonar

Page 17: Cardiopatias congenitas acianóticas

1. 1. Estenose pulmonar2. 2. Estenose aortica3. 3. Coartação da aorta4. 4. Interupção do arco aórtico

Page 18: Cardiopatias congenitas acianóticas

1.Estenose Pulmonar

Pacientes assintomáticos ao nascimentoTipos de válvula:

Em forma de cúpula (95%) – rafes comissurais fundidas e orificio reduzido

Displásica (5%) – folhetos espessos, redundantes e imóveis; as comissuras não estão fundidas

Hemodinâmica: obstrução ao fluxo do VD

Page 19: Cardiopatias congenitas acianóticas

CianoseObstrução grave: chega muito pouco sangue

aos pulmões para ser oxigenado. Aumentando a pressão no ventrículo e no

átrio direito – força abertura de vias anômalas – Comunicação InterAtrial – criando shunt D/E

O sangue desprovido de O2 passa ao ventrículo esquerdo e é bombeado para a aorta, que o transporta para todo o corpo.

Em consequência, o RN apresenta cianose

Page 20: Cardiopatias congenitas acianóticas

Radiografia Simples EP Dilatação pós estenótica do tronco da AP e da artéria pulmonar EAP Direita de calibre normalHipertrofia do VD

Dilatação do tronco da artéria pulmonar (aumento da velocidade sanguínea)

Como o jato sanguíneo direciona-se preferencialmente para o ramo esquerdo, a artéria pulmonar esquerda tende a ficar mais dilatada.

O fluxo pulmonar está normal ou diminuído e o crescimento ventricular direito é raro.

EcocardiografiaFolhetos valvares espessados e “em cúpula” na sístole

Page 21: Cardiopatias congenitas acianóticas
Page 22: Cardiopatias congenitas acianóticas

VD e AD muito aumentados

Dilatação da AP

Page 23: Cardiopatias congenitas acianóticas

1a. Estenose da artéria pulmonar periférica congenitaCausas: Rubéola materna / Síndrome de

Williams (retardo mental, estenose pulmonar periférica)

Tipos:I: estenose da AP principalII: estenose da bifurcação da APD e EIII: estenose periférica múltiplaIV: estenose central e periférica

Radiologia:Hipertrofia de VDDilatação da AP se houver lesão valvular associada

Page 24: Cardiopatias congenitas acianóticas

2.Estenose aórtica congênitaMaioria assintomáticaCasos graves levam a ICC na infânciaPode estar associada a S. de Williams (retardo

mental, estenose pulmonar e estenose aórtica)

Page 25: Cardiopatias congenitas acianóticas

2a.Estenose Aórtica CongênitaTipos:

Estenose subvalvular Membranosa Hipertrófica

Estenose valvular (mais comum) Valvula aortica bicúspide Válvula unicomissural (ferradura)

Estenose supravalvular Localizada Difusa

Page 26: Cardiopatias congenitas acianóticas

Hipertrofia VE

Dilatação pós estenótica da aorta ascendente (EA valvular)

Page 27: Cardiopatias congenitas acianóticas

Válvula em “cúpula”

“Jato”

Page 28: Cardiopatias congenitas acianóticas

Sangue arterial –circulação sistemica

Ducto arterioso =

parte da circulação

fetal

Àrea de coarctação

Mistura de sangue arterial e venoso devido a persistencia do duto arterioso

Page 29: Cardiopatias congenitas acianóticas

Hipertensão acima do ponto de

coarctação

Coarctação da Aorta

Hipotensão abaixo do ponto de

coarctação

Page 30: Cardiopatias congenitas acianóticas

3.Coarctação AórticaEstreitamento da aorta nas vizinhanças do

ducto arteriosoA aorta estreita-se reduzindo o fluxo para a

porção inferior do corpoA maior parte das crianças apresenta sopro e

pressão diferencial entre braços e pernas sem outros sintomas

Pode haver outros defeitos associadosSe não tratada pode evoluir para ICC

Page 31: Cardiopatias congenitas acianóticas

3. Coarctação AorticaTipos:

Infantil (difuso, pré-ductal)Adulto (localizado, pós-ductal,segmento curto)

Associações:Tríade: coarctação, DAPP, DSVAnomalia mais comum da sindr. de TurnerValvula aórtica bicúspide em50%Aneurismas polígono de WillisHipoplasia do arco aórtico

Page 32: Cardiopatias congenitas acianóticas

3.Coarctação aórticaAspectos clínicos

Pressão diferencial entre braços e pernasTipo infantil apresenta-se com ICCTipo adulto frequentemente assintomático

Hemodinâmica:Pré-ductal: shunt D/E via DAPP ou DSVPós-ductal: shunt D/E via DAPPColaterais na aorta descendente:

Mamárias internas e periescapulares – intercostais

Page 33: Cardiopatias congenitas acianóticas

Radiografia SimplesCardiomegalia com hipertrofia de VEDilatação pós estenótica da Aorta (EA Valvular)Sinais de ICC

EcocardiografiaVálvula em cúpulaJato através da válvula estenosadaDeformidade da aorta ascendente

Page 34: Cardiopatias congenitas acianóticas

Cardiomegalia com hipertrofia de VEDilatação pós estenótica da Aorta (EA Valvular)

Page 35: Cardiopatias congenitas acianóticas

Discreta dilatação da aorta ascendente preenchendo o espaço anterior em perfilNão se observa o arco aórticoHipertrofia de VECirculação pulmonar normalEscavação da face inferior dos arcos costais

Page 36: Cardiopatias congenitas acianóticas

As setas brancas mostram erosão da superfície inferior dos arcos costais devido a circulação colateral

Discreta dilatação da aorta ascendente preenchendo o espaço anterior em perfil

Page 37: Cardiopatias congenitas acianóticas
Page 38: Cardiopatias congenitas acianóticas
Page 39: Cardiopatias congenitas acianóticas

Interrupção do arco aorticoCardiopata congenita rara de

consequencias devastadorasMortalidade de 75% até 10 dias de vidaAssociada a outras anomalias

PCA, valva aortica bicúspide,estenose sub-aortica, TA e TCGVB

Sobrevida depende de cirurgia ou desenvolvimento de circulação colateral

Page 40: Cardiopatias congenitas acianóticas
Page 41: Cardiopatias congenitas acianóticas

Defeito septal ventricularDefeito septal atrialDucto arterial patente persistenteDefeito do coxim endocárdicoJanela aorto-pulmonarConexão venosa pulmonar anomala parcial

Page 42: Cardiopatias congenitas acianóticas

1.Defeito septal ventricularAnomalia cardíaca congenita mais comumTipos:

Membranosa (80%)Muscular (10%)

Page 43: Cardiopatias congenitas acianóticas

Achados ClinicosPequenos a moderados = assintomáticosDefeitos grandes levam a ICC com 2-3 meses

de idade75% fecham-se espontaneamente aos 10 anos

de idadeSindrome de Eisenmeiger:

Resistencia pulmonar elevadaAumento da pressão nas camaras direitasShunt D/E com cianose

Page 44: Cardiopatias congenitas acianóticas

HemodinâmicaFluxo a partir do VE – defeito septal – VDFluxo redundante :

VE – DSV – VD – AP – AE -VE

Page 45: Cardiopatias congenitas acianóticas

Caracteristicas RadiograficasDSV pequeno = RX práticamente normalShunt significativo:

CardiomegaliaDilatação das artérias pulmonaresDilatação do AE

Page 46: Cardiopatias congenitas acianóticas

RX: Cardiomegalia global

Grande dilatação do tronco da artéria pulmonar

Sinais de hipertensão pulmonar

Page 47: Cardiopatias congenitas acianóticas

2.Defeito septal atrialAnomalia congenita bastante comumDefeito ao nível da fossa oval

Ostium primumOstium secundum

Defeito fora da região da FODefeito do seio venoso

Page 48: Cardiopatias congenitas acianóticas

Ostium secundum é o tipo mais comum de CIA (60%)

Ocorre no centro do septo atrial

Uma variante do OS é o forame oval patente (muito pequeno)

Normal CIA

Page 49: Cardiopatias congenitas acianóticas

O ostium primum se localiza na porção inferior do septo

Frequentemente associado a defeitos da valvula mitral

Page 50: Cardiopatias congenitas acianóticas

Defeito do seio venoso

Menos comum

Situa-se na parte superior do septo interatrial

Uma veia pulmonar direita anomala conecta-se com o atrio direito ao invés do AE

Page 51: Cardiopatias congenitas acianóticas

Aspectos ClinicosPode ficar assintomático por anosBem tolerados devido a baixa pressão atrialPredominam no sexo femininoPode cursar com hipertensão pulmonar

Page 52: Cardiopatias congenitas acianóticas

HemodinâmicaO sangue flui do AE para o ADDilatação das câmaras direitasInsuficiencia tricúspideHipertensão pulmonarAlterações do ritmo cardíaco (FA)Migração de trombos (não filtrados pelo

pulmão)

Camaras esquerdas sem alteração

Page 53: Cardiopatias congenitas acianóticas

Achados Radiograficos

Aumento de AD, VD e APNão há dilatação do AE como no DSVArco aortico normalSinais de hipertensão pulmonar

Page 54: Cardiopatias congenitas acianóticas

Dilatação de camaras direitas

Redistribuição do fluxo pulmonar

Page 55: Cardiopatias congenitas acianóticas

Grande aumento de AD e VD

Grande aumento de AD e VD

Tronco da AP aumentado

Sinais de hipertensão pulmonar

Page 56: Cardiopatias congenitas acianóticas

Forame oval patente

Menor que 5 mm

Não tem repercussão hemodinâmica

Page 57: Cardiopatias congenitas acianóticas

Ducto arterial patente persistenteNo feto o Ducto Arterioso representa uma via

normal do fluxo sanguineoOs pulmões fetais não são aerados e existe

fluxo da AP para a Aorta através do Ducto arterioso

O Ducto arterioso se fecha funcionalmente 48 horas após o parto e anatomicamente em 4 semanas

Page 58: Cardiopatias congenitas acianóticas

Defeito do coxim endocárdicoO tecido do coxim endocárdico contribui para

a formação do septo ventricular, do septo atrial inferior, dos folhetos septais das valvulas mitral e tricúspide.

Se os coxins endocardicos posterior e anterior não se fundirem, as valvulas atrioventriculares não se desenvolvem corretamente

Page 59: Cardiopatias congenitas acianóticas

Defeito do coxim endocárdico40% associado a sindrome de DownTipos:

Canal AV parcial (ostium primum, fenda no folheto tricuspide septal ou mitral anterior)

Canal AV transitório ( ostium primum, fendas tricupide e mitral, defeito septo IV superior)

Canal AV completo (ostium primum, fendas tricúspide e mitral, grande defeito no septo IV, valvula atrioventicular comum ou valvulas mitrale tricúspide separadas)

Page 60: Cardiopatias congenitas acianóticas

Caracteristicas RadiográficasRX Simples:

CardiomegaliaAumento da vascularização pulmonar

Arteriografia:Deformidade em pecoço de ganso da via de

saida do VE na incidencia OADProlapso anormal do folheto anterior da valvula

mitral durante a sístole

Page 61: Cardiopatias congenitas acianóticas

Janela aortopulmonarDefeito septal aortopulmonarDefeito entre a aorta ascendente e a artéria

pulmonar principal ou direitaAchados de imagem semelhantes a duto arterioso patente

Page 62: Cardiopatias congenitas acianóticas

Conexão venosa pulmonar anomala parcialAs veias pulmonares (não todas) drenam

preferencialmente para a circulação sistemica ao invés do AE

Mais comum do lado direito

Page 63: Cardiopatias congenitas acianóticas

CVPAP - tiposSupracardiaca:

VCSVeia azigosVeia inominada

Cardíaca:ADSeio coronário

Infracardíaca:VCI (sindrome da cimitarra)Veia porta

Page 64: Cardiopatias congenitas acianóticas

Características radiográficasOs tipos supracardiaco e cardiaco são

semelhantes a DSAO tipo infracardíaco é a sindrome da cimitarra

Page 65: Cardiopatias congenitas acianóticas

RX Simples demonstrando a

imagem da drenagem pulmonar anomala em direção

a VCI (setas)

Page 66: Cardiopatias congenitas acianóticas

Reformação de Angio-TC e arteriografia digital

demostrando a drenagem venosa pulmonar anomala na

VCI