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Capas P&V_3T13

segunda-feira, 10 de junho de 2013 10:37:18

Capas P&V_3T13

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LIÇÕES

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SUMÁRIO

AtualidadeO livro sagrado e as leis brasileiras

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Saúde EmocionalNas horas de dor só Deus tem o consolo certo

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ApresentaçãoVidas que marcaram o seu tempo

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28 JOSAFÁ – Vencendo o medo com o auxílio do Senhor

32 JOSÉ DO EGITO – Superando as adversidades para se tornar um vencedor

36 NAAMÃ – Atitudes na hora da crise

40 JOSUÉ – Conduzindo o povo à santificação

44 DANIEL – Fidelidade apesar das circunstâncias

48 EZEQUIAS – O orgulho fatal

52 SANSÃO – Uma vida comprometida pelas más escolhas

56 HANANIAS – Um homem preparado para os grandes desafios

60 JETRO – Um conselheiro muito especial

64 VIÚVA DESAMPARADA – Em busca do alívio para sua Família

68 ELI – Um líder reprovado por Deus

72 NABAL – Uma pessoa difícil de conviver

76 RUTE – Fidelidade em qualquer situação

13Palavras do redatorResgatando a importância da educação cristã

07Primeiras PalavrasVivendo os desafios e as bênçãos de uma entrega total ao Senhor

Oferta de UM REAL para a Revista Palavra e Vida

Prezados irmãos,Primeiro, obrigado por aqueles que têm contribuído com esta singela

oferta para a Revista Palavra e Vida. São recursos que têm sido úteis para o equilíbrio financeiro da CBF.

O raciocínio é muito simples, é apenas UM REAL para uma revista que você utilizará durante um trimestre inteiro, que com certeza, através dos seus estudos e artigos, e até mesmo publicidades de atividades da CBF, tem abençoado a sua vida em todos os sentidos.

Se você dividir por 90 dias a oferta de um real, você encontrará um valor tão irrisório, mas que para a administração da CBF faz toda a diferença.

Todas as igrejas recebem boletos específicos que podem ser usados, principalmente, agora no início do trimestre, para o envio das ofertas. A sugestão é que cada classe levante esta oferta de UM REAL por revista, entre os alunos, e encaminhe o valor a tesouraria da igreja que enviará o recurso através do boleto próprio ou fazendo o depósito identificado na conta corrente para este fim: Banco Bradesco - Agencia 2376 C/C 12525-3

Por causa desta oferta, quando da previsão orçamentária, foi possível aumentar o percentual destinado a obra de evangelização e missões da Convenção.

Conto com suas orações para que Deus continue a nos abençoar e com suas ofertas como expressão do seu amor pela obra do Senhor.

José Maria de Souza – PastorDiretor Executivo da CBF

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Resposta a cartas de leitoresQuerido povo batista fluminense e

outros leitores da Palavra E Vida.Agradeço de coração as palavras

de carinho que tenho recebido pelas simples lições publicadas na edição do primeiro trimestre do ano em curso. Reconheço que não as mereço.

De igual forma, agradeço ao Leonardo do Nascimento Correia, min. de Música da IB Central do Bairro da Luz, por sugerir a inclusão de um tópico sobre a atuação do min. de Música na lição em que tratamos da direção do culto. Embora tenha esclarecido que usaria a figura do pastor, mas incluindo todo aquele que participa na direção do culto, realmente o texto ficaria mais rico com um destaque específico àquela figura. Valeu pela dica. Fico devendo.

Houve uma segunda crítica, bem deselegante. Reconheço a hombridade do Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda, redator, ao pedir desculpas e assumir a falha de não ter me concedido a oportunidade de ponderações na mesma edição daquela publicação, em razão da distância entre as edições da revista. Naquela ocasião, faria alguns comentários, até porque lido muito bem com críticas e opiniões contrárias, desde que esboçadas com o devido decoro. Hoje, a página já está virada, pois

quem me conhece sabe da minha linha teológico-doutrinária. Reservo-me o direito de ignorar aquele texto, face às palavras ácidas e ríspidas contidas nele; afinal, entre nós, cristãos, não deveria ser assim. Quanto a quem escreveu, mesmo não me recordando se conheço pessoalmente, não há ressentimento algum e, inclusive, se desejar fazer contato diretamente comigo para dialogar sobre o assunto da lição, me coloco à disposição.

Elildes Junio Macharete Fonseca(Pastor da 1ª IB no Bairro São João –

São Pedro da Aldeia/RJ)

Prezados irmãosEditor e Pastores,Desejo transmitir-lhes os meus

parabéns e agradecimento, em meu nome e em nome dos demais alunos da EBD, pelos excelentes artigos e lições que estão sendo publicados na revista Palavra e Vida.

Realmente o Senhor tem abençoado os irmãos, pois são palavras de esclarecimento, edificação e inspiração para todos nós em dias turbulentos em que estamos vivendo, quando a nossa fé é confrontada e precisamos manifestar firmeza na Palavra de Deus.

Agradeço também, particularmente, atendimento ao meu pedido (e creio

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de muitos outros irmãos) das citações utilizadas pelos autores, ao final de cada lição.

As revistas são excelentes e muito bem editadas. Renovo os parabéns!

Que o Senhor Deus continue abençoando continuamente a todos os responsáveis pela edição de Palavra e Vida.

Jessé Fernandes do Nascimento

Diretor da EBDIB Memorial do Camorim /

Angra dos Reis

Revista do 2º Trimestre de 2013Bom dia. Eu e meu esposo somos

professores de adultos da E.B.D. e neste trimestre estamos nós, professores e alunos, sentindo muita dificuldade por causa da cor verde utilizada nos textos. Gostaríamos de pedir que as letras fossem pretas para facilitar a visão. Desde já agradecemos.

Queria deixar uma sugestão: que tivesse a revista do professor com os recursos didáticos e com mais aprofundamento da lição, porque não são todas as pessoas que têm um computador. Temos as lan houses, mas creio que uma revista específica para o professor seria o ideal.

Fiquem na paz de Deus.

Roseane SantosIB em Boa Sorte

Prezados Srs.A Revista deste trimestre (2T2013)

está muito bonita! Apenas uma ressalva: a cor utilizada no texto bíblico e no título da lição está num tom verde muito clarinho. Eu, com 45 anos, tive dificuldades para entender... imagina os adultos com mais idade!

Abraço fraterno,

Edmílson Costa, pastor IB Bom Samaritano

Belford Roxo, RJ.

Prezada irmã educadora Lucimery,Bom dia! Nossa Escola é bíblica!Escrevo para parabenizá-la pelo

excelente texto publicado na Revista Palavra e Vida (2T2013).

Considero, além da qualidade, um texto oportuno para a querida EBD de todas as igrejas.

Obrigado por nos trazer este importante lembrete!

Edmílson Costa, pastorIgreja Batista Bom Samaritano

Belford Roxo - RJ

[email protected]

Escreva para nossa redação.

Mande suas sugestões, críticas e observações.

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Se há uma área de nossas vidas que precisamos viver o que cremos é na entrega dos nossos

dízimos e ofertas ao Senhor. O que eu percebo é que muitas vezes vivemos como crentes anos a fio e nunca experimentamos, nessa área, um desafio de fé indo um pouco mais além. Alguns têm sido dizimistas a vida toda e ainda outros nem isso, mas porque não irmos um pouco mais além disso? Alguns são ofertantes regulares, mas é algo que acontece com tanta racionalidade que não alcança o fazer isso pela fé.

Ao abordar este tema sugiro que você reflita a prática desta entrega total em sua vida como pessoa, como

família, como empresa, como igreja local. Enfim, em todas as áreas que envolvem a sua vida e tem a sua atuação direta.

Tenho lido e ouvido que empresas generosas prosperam, que igrejas fiéis e generosas prosperam e muitas vezes vivem grandes surpresas do agir sobrenatural de Deus pelo tanto que são abençoadas.

Recomendo a leitura de todo o texto de 2 Coríntios 8 e 9 de onde sublinharei algumas lições que envolvem esta entrega total ao Senhor.

Para que você experimente os desafios e as bênçãos de uma entrega total ao Senhor você precisa SUPERAR OBSTÁCULOS em sua vida.

Primei

Vivendo os desafios e as bênçãos de uma entrega total ao Senhor

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O texto bíblico fala da fidelidade dos crentes da Macedônia mesmo vivendo em situação desafiadora. “No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade. Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam”. 2 Coríntios 8.2,3

São muitas as desculpas e justificativas para não ofertar, não dizimar e mais dificil fica a situação quando se trata de ir além do que já é costumeiro fazer. Não podemos ceder a tentação da “Teologia da Prosperidade”, tão presente em nossos dias, mas que não fiquemos em outro extremo de justificar a nossa infidelidade por este ou aquele motivo. Nada pode ser um obstáculo na vida de um crente que o impeça de ser fiel e generoso. Se há um extremo perigoso, eu diria que esse é tão ou mais perigoso ainda porque vai empobrecer a nossa vida cristã.

O contexto fala de tribulações, que podem ser interpretadas como sendo várias situações difíceis. Poderia ser desemprego devido as perseguições por causa da fé; situação econômica fora de controle, dentre várias outras razões. A tendência natural era tomar todos os recursos que possuíam e guardá-los. O texto diz que “deles transbordaram em rica generosidade”.

Já ouvi vários argumentos para justificar a infidelidade: Alguns usam

o argumento da enfermidade e das compras de remédios para serem infiéis. Dizem: “Não dou os dízimos porque comprei remédios com o dízimo”. Que lástima, que falta de fé! Deus quando nos manda fazer alguma coisa o que espera de nós é que creiamos. Deus proverá em meio a nossa fidelidade. Alguns alegam que ganham pouco e são muito pobres. Os macedônios também eram muito pobres. É provável que ganhassem o salário mínimo e alguns até menos que isso. Sentenciar os pobres com a infidelidade é condenar-lhes a uma pobreza ainda maior. A pobreza deixará de ser financeira, passando a ser de fé, de confiança no seu Deus. Quem conhece a Palavra de Deus sabe que o plano de Deus é igual para ricos e pobres. Alguns há que estão endividados. A Bíblia não pergunta quanto você deve, ou como você ficou endividado. A Bíblia está dizendo que você deve crer e obedecer. O primeiro passo para você resolver os problemas das dívidas é devolvendo a Deus o que lhe pertence. Faça prova de Deus.

Se você acha que os obstáculos param por aí, você se engana. Eles são muitos outros como o pessimismo que se instala. É um círculo vicioso. Não me entrego totalmente ao Senhor porque não tenho como fazê-lo e porque não faço, a situação nunca muda. Os macedônios venceram todo o pessimismo reinante de uma circunstância desfavorável. Alguns dirão que a situação do país é incerta.

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Esta atitude revela o desejo que temos de ter o domínio do dia de amanhã. O hoje é nosso e o amanhã pertence a Deus! Economizar para o amanhã com o dízimo e a oferta é uma economia feita em saco furado! Jesus disse: “Mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas as coisas vos serão acrescentadas”. Mateus 6.33 Guarde esta frase: “Não há incertezas para quem é fiel ao Senhor”. Se você ainda precisa de mais um fato para crer, considere a história da viúva e o seu encontro com o profeta de Deus. Nesse episodio tudo ilustra bem esta verdade. Havia azeite e farinha somente para ela e o filho. O Profeta lhe pede tudo e, primeiramente, para ele, que depois ela veria o milagre do Senhor. Assim fez ela com fé e obediência e todas as suas vasilhas ficaram cheias e trasbordantes! Que profeta duro, você diria! Não! Ali estava um homem desejoso de abençoar! Enquanto ela creu as suas botijas foram cheias!

Muitas outras deculpas poderão ser dadas, como: Já ajudo as instituições de caridade – Diz a bíblia que os crentes da Macedônia foram fiéis e generosos porque - “... Mas primeiramente se deram ao Senhor, e a nós pela vontade de Deus”. 2 Coríntios 8.5 - Quando estamos corretamente comprometidos com o Senhor fazemos o que Ele nos manda fazer. Os dízimos e as ofertas não nos pertencem, são do Senhor.

Outra seria: o dinheiro da igreja é mal aplicado. Orarmos para Deus abençoar a igreja e não darmos a nossa contribuição é hipocrisia religiosa! A igreja não ficará mais pobre pela sua omissão, porém, a vida cristã de quem age assim revela profunda pobreza.

Poderia abordar outros obstáculos, mas o desafio é que vençamos a todos, sejam estes apontados ou outros que surjam em nossas mentes e corações.

Vencendo os obstáculos precisamos dar o segundo passo para vivermos as bênçãos e os desafios de viver a vida na nossa entrega total ao Senhor:

Para que haja uma entrega total ao Senhor, você precisa FÉ PARA CRER NAS BÊNÇÃOS RESULTANTES da pratica da fidelidade.

Quando os nossos olhos vêem apenas o presente, o que a máquina calculadora pode somar as situações difíceis que nos envolvem, nos falta fé! Precisamos retornar a prática da fé, “pois sem fé é impossível agradar a Deus”. É através da fé que experimentaremos de forma sublime e abundante a graça de Deus em nossas vidas. Eis algumas bênçãos ao que se dá liberalmente ao Senhor:1. Se torna um crente com autoridade

e ousadia – O texto bíblico fala de uma ação impressionante dos macedônios: Eles foram generosos mesmo sendo pobres ou vivendo uma situação de extrema pobreza conforme 2 Coríntios 8.2. Somente

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vivendo uma vida de fidelidade e de entrega total ao Senhor pode resultar nessa ousadia e nessa coragem.

2. Se torna um crente próspero da graça de Deus - De acordo com o texto Paulo fala a Tito que ensine aos Coríntios que como eles são um destaque em tudo: na fé, na palavra, na ciência, em todo o zelo que eles pudessem se destacar, também, na graça de contribuir. (2 Coríntios 8.7) De acordo com a bíblia prosperidade é além de tudo o suprimento das nossas necessidades básicas levando em conta a nossa individualidade. Diz-nos a bíblia: “Ao que muito colheu não sobrou; e ao que pouco colheu não faltou”. 2 Coríntios 8.15 O crente rico não confiará em sua riqueza, o pobre não ficará murmurando pela sua pobreza. Cada um receberá igualmente o cuidado do Senhor. A prosperidade bíblica é exemplificada no texto com duas figuras interessantes: Através da figura da criação - 2 Coríntios 9.10 diz: “Aquele que supre a semente ao que semeia e o pão ao que come, também lhes suprirá e multiplicará a semente e fará crescer os frutos da sua justiça”. A prosperidade bíblica é tão milagrosa como o milagre da vida. É inexplicável, porém é certa. Através da figura da semeadura – 2 Coríntios 9.6 nos ensina esta verdade. Se o dom da vida é

próprio de Deus, semear é próprio do homem! Deus multiplica a semente, porém, não ara a terra, não a aduba, não semeia a semente por nós. Isto implica em nosso trabalho consciente, penoso, perseverante, resoluto e por vezes, sacrificial, como ocorre no caso do agricultor. Isto implica em cuidado no ganhar, e no gastar o que Deus nos dá. Isto implica em trabalho, seriedade, responsabilidade! Um agricultor desatento ao tempo de plantar e colher, preguiçoso e desorganizado não poderá esperar sucesso na sua semeadura! Em resumo, a prosperidade bíblica é poder contar com as bênçãos de Deus naquilo que realizamos.

A chave de toda a entrega está no verso 5 do capítulo 8: “Mas primeiramente se deram ao Senhor”. Deus não quer apenas o nosso dinheiro, a nossa influência, o nosso tempo. Ele nos quer por inteiro. Numa entrega total ao Senhor, ainda que nos custe caro, experimentaremos como resultado, tremendas bênçãos.

Viver os desafios e as bênçãos de uma entrega total a Deus implica em disposição para vencermos todos os obstáculos que se apresentam no intuito de sermos obedientes e em fé, para crermos nas bênçãos de Deus resultantes desta entrega.

José Maria de Souza – PastorDiretor Executivo da CBF

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Resgatando a importância da educação cristã

Agostinho uma vez disse que “Não se pode prestar melhor serviço a um homem do

que conduzi-lo à fé em Cristo; em consequência, nada há mais agradável a Deus do que ensinar a doutrina cristã”.

É uma realidade o desinteresse, ou descaso, que algumas igrejas têm pela Educação Cristã, pelo educador cristão e seu trabalho.

A prática nos mostra a maioria de nossas igrejas despreocupadas com a importância de uma boa equipe de educadores cristãos dedicados à educação cristã de crianças, adolescentes, jovens, adultos e terceira idade. São raras as igrejas que apresentam um programa educacional bem estruturado e organizado. Departamentos de educação cristã com coordenadores

treinados e capacitados, dedicados integralmente a esta importante tarefa, são difíceis de encontrar. Na maioria das vezes o programa de educação cristã, se pode ser assim chamado, ocorre de maneira informal, sem currículo previamente analisado e estruturado, sem professores treinados ou até mesmo experientes e capacitados. A chamada de educadores para dedicação exclusiva para este ministério passa muito longe da mentalidade da maioria de nossas igrejas. A visão atual é que qualquer irmão, mesmo atarefado com muitas coisas, mesmo sem tempo para preparar-se para este ministério, mesmo sem material analisado e

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organizado criteriosamente, mesmo sem nenhum treinamento específico nas questões concernentes à prática educativa, é tomado como o educador cristão suficiente para tal tarefa.

Precisamos mudar esta visão das nossas igrejas e partir para resgatar a importância do educador e da Educação Cristã. Por isso o Departamento de Educação Religiosa da Convenção Batista Fluminense tem realizado encontros e contatos com os educadores para planejar algumas estratégias para mudar este panorama.

O primeiro passo foi realizado nos dias 12, 13 e 14 de abril de 2013, no Acampamento Batista de Rio Bonito, o Congresso de Educação Cristã. Os preletores foram os pastores Ebenézer Bittencourt, diretor executivo do Haggai no Brasil, e Lécio Dornas, coordenador dos ministérios com brasileiros e povos de fala portuguesa da American Bible Society (ABS), nos EUA; escritor com 19 livros publicados e editor da revista Pregação & Pregadores, da OPBB.

O pastor Ebenézer abordou os seguintes temas: “O líder servo: erros e acertos”; “Ser antes de fazer”; “Motivação e mobilização de voluntários”; e o pastor Lécio, os temas: “Educação voltada para resultados” e “Restaurando a espiritualidade”. Tivemos 107 inscritos entre educadores, pastores e líderes. Foram momentos

marcantes na vida dos congressistas. As palestras, além de ampliar o conhecimento, motivaram todos a continuar sonhando com a Educação Cristã como meio de formação e transformação para os cristãos.

O resultado foi tão positivo que o planejamento inicial era realizar este congresso de dois em dois anos. Devido ao grande interesse, firmamos o compromisso de realizá-lo anualmente.

O segundo passo é cadastrar o maior número de educadores em nossa convenção. Por isso pedimos a você, educador, que acesse o e-mail [email protected] e mande seu nome completo, telefone, e-mail, igreja em que é membro, onde se formou. Com estas informações marcaremos novos encontros e criaremos um grupo para debates, troca de informações e sugestões.

O terceiro passo é promover os diversos cursos de educação Cristã em nosso estado, para estimular novos alunos.

O caminho da reconstrução e do resgate muitas vezes se torna mais difícil, mas não impossível. Portanto contamos com todos aqueles que desejam resgatar o trabalho da Educação e do educador cristão.

Pr. Marcos Zumpichiatte MirandaDiretor de Educação Religiosa.

Redator da revista Palavra e Vida

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O livro sagrado e as leis brasileiras

A Lei de Moisés, o chamado Pentateuco, concebido para a construção jurídica da nação dos

hebreus, é uma das maiores fontes legislativas da história da humanidade. Contendo direitos e deveres, existindo outros textos jurídicos, também antigos, que são referências legais, como o Código de Hamurabi, as Leis das XII Tábuas, e ainda o Código de Manu, quando comparados às Leis Brasileiras, estas demonstram muitas vezes um grande desconhecimento de questões legais, que têm origem na Legislação Mosaica e nos afetam enquanto cidadãos cristãos.

Em um dos livros que escrevi,“O Direito Nosso de Cada Dia”, inseri um anexo, “A Lei Mosaica e as Leis Brasileiras”, que é um quadro sintético comparativo de algumas áreas legais, tais como direito constitucional, direito

civil, direito penal, direito tributário e direito do trabalho, com os Livros de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, e com o Novo Testamento. No texto demonstramos que existem mais que semelhanças entre as Leis Brasileiras que regem o sistema jurídico nacional e o Livro Sagrado. Na realidade ela é fonte para variados preceitos legais vigentes em nosso país, especialmente oriundos do Pentateuco, que é a Legislação Mosaica, sobretudo tendo com base os Dez Mandamentos (Êx 20.8-17).

Seguem alguns exemplos: “Ele [o rei] deve vir dentre os seus próprios

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irmãos israelitas. Não coloquem um estrangeiro como rei, alguém que não seja israelita” (Dt 17.15b) – Art.12, § 3º, I: “São privativos de brasileiro nato os cargos de presidente e vice-presidente da República”, Constituição Federal; e, “Não amaldiçoem o surdo nem ponham pedra de tropeço à frente do cego, mas temam o seu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 19.14) – “A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais” Art. 5º, XLI – Constituição Federal.

Por isso, afirmamos que inúmeras leis que norteiam nossa sociedade são originárias de textos de Moisés, contidos em Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, e Deuteronômio. Estes têm sido fonte de inspiração para a instituição do sistema jurídico no mundo ocidental cristão.

Em nosso caso, um dos mais nítidos, e de grande impacto operacional, foi a instituição do “moderníssimo” Juizado Especial de Pequenas Causas, em que se estabeleceram as competências dos julgadores, com a distribuição dos conflitos judiciais por complexidade e valor da causa, criado há milênios por Moisés, atendendo a um perspicaz conselho de Jetro, seu sogro.

Além de outros exemplos de institutos legais, como o da Responsabilidade Civil, que tem fundamento da Bíblia Sagrada: “Quando você construir uma casa nova, faça um parapeito em torno do terraço, para que não traga sobre a sua casa a

culpa pelo derramamento de sangue inocente, caso alguém caia do terraço” (Dt 22.8) – “Aquele que, por ação ou omissão, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito” (Art. 186, Código Civil); e “Não matarás” (Êx 20.13) - “Homicídio simples: Matar alguém” (Art. 121, Código Penal); e “Não furtaras” (Êx 20.15) – “Furto: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel” (Art. 155, Código Penal); e “Não retenham até a manhã do dia seguinte o pagamento de um diarista” (Lv 19.3b) – “Proteção ao salário na forma da lei, constituindo-se crime sua retenção dolosa” (Art. 6º - X - Constituição Federal).

Em função de o Antigo Testamento estar voltado para a formação do povo de Israel, a Lei de Moisés, sem sombra de dúvida é a base fundamental para os legisladores. Entretanto no Novo Testamento estão descritos vários princípios que foram adotados como basilares ensinados por Jesus: “Dar a César o que de César, e a Deus o que é de Deus” (Mc 12.17), que é seguido pela nossa Constituição Federal, que é o princípio constitucional da Separação Igreja-Estado, o qual estabelece o Estado Laico, no Art. 19, inciso I.

Nosso afã é o de facilitar aos nossos leitores, especialmente os comprometidos com a fé cristã, a identificação da origem de algumas das normas jurídicas que regem a

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sociedade civil, na qual estamos inseridos e temos obrigações legais, inclusive como cidadãos de duas pátrias.

Pois é nítida a orientação do apóstolo Paulo: “Os magistrados são instrumentos da justiça de Deus” (Rm 13.3,4), que é no sentido de que toda autoridade constituída tem a permissão divina, e por isso deve ser por nós respeitada e necessita de nossa intercessão junto ao trono da graça para que exerça seu ministério, concedido por Deus, de forma a abençoar o povo.

E, ainda, um dos fundamentais parâmetros de justiça, que foi proposto por Cristo: “Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e à medida que usarem, também será usada para medir vocês” (Mt 7.1,2).

Destaque-se que nosso direito tem sua base primária no que é denominado pelos juristas de Sistema “Romano-Germânico”, o que é uma verdade, contudo, o Direito Judaico, verdadeiramente foi ao longo da história uma rica fonte para os legisladores, que na maioria das vezes não têm conhecimento, ou mesmo não reconhecem que vários institutos legais que os povos antigos utilizavam, e que fazem parte de nosso arcabouço jurídico, são na realidade oriundos da Legislação Mosaica.

Um outro exemplo vigente em nosso Sistema Jurídico, oriundo do

Direito Judaico: “Não se envolva sexualmente com a filha do seu filho ou com a filha da sua filha; são parentes próximos. É perversidade” (Lv 18.17) – “Não podem casar. I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil” (Art.1.521, Código Civil); e “Você lhes dará propriedade como herança entre os parentes do pai delas, e lhes passará a herança do pai” (Nm 27.7) - “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários” (Art.1.784, Código Civil).

É interessante ressaltar que, quando estudava na lei a questão da exclusão do associado eclesiástico de uma igreja para escrever o livro “O Novo Código Civil e as Igrejas”, constatei que o Senhor Jesus, como registrado em Mateus 18.15-17, estabeleceu a metodologia da exclusão do membro da igreja – Organização Religiosa em quatro fases, e nesta consta toda a proposição contida na Constituição Federal de 1988 e no Código Civil de 2002, que é a garantia dos direitos do membro acusado de algum deslize no prisma religioso, no que tange ao resguardo da Presunção de Inocência, da Ampla Defesa, do Devido Processo Legal, do Direito ao Contraditório, e do Recurso à Instância Superior, inclusive na instituição da Comissão de Disciplina ou Comitê de Ética, com poderes para averiguação e aplicação de penalidades cabíveis, inserido no Estatuto Associativo da Igreja.

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Estes cuidados ensinados por Jesus Cristo, nosso Advogado Fiel junto ao Senhor da Criação, à luz de 1João 2.1, evitam que os membros ou fiéis sejam injustiçados ou mesmo expostos a vexame público, precavendo a igreja dos riscos de Ações por Danos Morais, com o necessário atendimento ao contido em Deuteronômio 19.15. “Uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniquidade ou por qualquer pecado. Pelo depoimento de duas ou três testemunhas se estabelecerá o fato”.

Lembro que quando estudava direito, costumava levar a Bíblia Sagrada para sala de aula, exatamente para conferir os diversos institutos que os professores ensinavam, e os compartilhava com colegas, o que enriquecia grandemente nosso conhecimento jurídico, e também, por isso, sem

nenhuma dúvida, recomendo aos estudantes de direito a leitura da Lei de Deus como fonte de inspiração, tendo o cuidado para não cultivar uma fé fundamentalista, que serve como uma excepcional fonte para a ampliação do conhecimento não só do direito, Lei dos Homens, mas também, e, sobretudo da justiça, pois esta é a maior contribuição do aprendizado do texto sagrado, que é a visão humanística dos direitos fundamentais da pessoa, em que toda discriminação é condenada, na medida em que “Deus não faz acepção de pessoas”, por isso, todos são iguais perante a Lei, que é o maior mote do Estado Democrático de Direito, vigente em nosso Brasil.

Gilberto Garcia é advogado, escritor, Mestre em Direito e

professor universitário.

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Nas horas de dor só Deus tem o consolo certoSejamos instrumentos dóceis a serem usados pelo Senhor

Entendemos de antemão que só Deus pode mexer no lugar onde mora a angústia, no âmago

daquele que vive o problema. Quando muitos se incomodam com os que responsabilizam Deus por suas crises (– blasfêmia, respondem os críticos), aproveito para uma ligeira análise do texto de Salmo 103-14, que diz: “Deus conhece a nossa estrutura e lembra-se que somos pó”. Deus nos fez assim! Tentando harmonizar tais diferenças proponho uma aplicação do termo pó.

Creio que uma das maiores experiências da dor seja a morte de um ente querido; dependendo da

personalidade e das circunstâncias, outras perdas podem ser tão fortes quanto a morte. Nesse momento os amigos que cercam o enlutado ficam sem saber o que dizer e como aconselhar e ser o apoio para ele, que sofre. Boa parte das vezes usam termos que são clichês, ditos culturais sem a devida reflexão daquilo que a tradição e/ou a cultura, ligadas à religião “ensinam”. “Não chore!”; “O crente não pode chorar”. No caso do falecido ser crente, se diz: ”Ele já está com Deus, um lugar muito melhor que o nosso”; “crente quando morre fica com o semblante bonito”.

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Dependendo da religião que o “conselheiro” professe poderá dizer: “Onde ele estiver vai ficar triste ao ver você assim, chorando”. Ou seja: cada consolo vem de acordo com o que o conselheiro pensa e crê.

Quando cursei o Mestrado, minha dissertação foi sobre “A morte interrompendo a rotina da vida”. Minha defesa foi contrária aos consolos usados acima: O próprio Jesus chorou no falecimento de Lázaro e, ao acompanhar outras situações semelhantes, não reprimiu tais sentimentos e suas manifestações. Trago o entendimento do pó aplicado a nós, que fomos feitos do pó e ao pó tornaremos. Assim quero subjetivar nosso entendimento e comportamento de esperança e fé no Senhor com os estados do pó que veremos.

São três os estados do pó em seus vários estados:

O pó, um incômodo sobre os móveis e outros lugares

Ali ele é absolutamente vulnerável; ao ser espanado vai para outro lugar.

Na hora daquela dor a razão é dominada pela emoção que fala mais alto e ocupa um lugar de expressão livre, sem controle ético. Capaz de blasfemar contra os fatos e o próprio Deus. Ele conhece a nossa estrutura; também como o pó ficamos instáveis.

O pó como segundo estágio torna-se lama

Sendo mais incômodo que o pó citado acima; ao ser retirado com um pano molhado e torcido no balde, o pó torna-se uma lama. Ainda assim, pó molhado. Como na ilustração; o que vive uma dor perde o próprio controle emocional; a razão é esquecida. É hora de negar o fato vivido. Como a lama, por inclinação, deseja ir para o ralo; o que está sofrendo deseja sair de cena; até morrer, perde ainda que por algum tempo, o prazer de viver.

O pó quando consegue erguer-seNo terceiro estagio o pó é

restaurado pelo calor do sol, que o faz resistente, ganha forma e pode, pelo apoio experimentado, tornar-se firme; como o pó em que a própria experiência do fogo, ateado ao barro, transforma-o em um tijolo, telha etc. Neste estado possibilita a reflexão, a racionalização e, por último, aprende a conviver com aquela angústia. Daí ser possível reconhecer o Deus que o acompanhou em todo o processo. Ou seja: da vulnerabilidade do primeiro estágio do pó a uma consequente firmeza de fé, emoção e espiritualidade.

Neste estágio o que sofreu já pode ser amparo (tijolo) de outro que está sofrendo, como lama;

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não se colocando como vitorioso exemplo, mas como um ombro amigo para ouvir, sem criticar ou recomendar, cumprindo o que nos ensina Isaías 50.4 “O Senhor Deus deu-me a língua de um discípulo para que eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido. Cada manhã ele desperta meus ouvidos para que escute como discípulo”.

Com essa ilustração defendo que o olhar de Deus sobre nosso sofrimento é mais misericordioso do que nós, humanos, quando nos oferecemos para apoiar o que sofre e aproveitamos para recomendar um bom texto bíblico bastante adequado à situação e, por vezes, oferecemos um tom de reprovação ao sentimento daquele que, descontrolado pelas circunstâncias, se vê confrontado negativamente em sua fé. Certa contradição ao ensino bíblico sobre o Deus, que nos fez frágeis e que, por suas misericórdias de Pai e do consolo por intermédio do Espírito Santo, bem como no exemplo do filho Jesus. ELE CHOROU!

O que aprendo com esta ilustração?

Se você é o que está sofrendo as dores aqui referidas, lembre-se de que Deus, que é o Senhor, conhece a sua estrutura física, emocional e social; assim sendo entende o seu descontrole não se afastando do que sofre e o procura como lenitivo.

Se é quem assiste ao que sofre, talvez seja melhor oferecer o ombro

físico para o que chora; não use de muitas palavras, não sugira alguma ação ou expressão de sentimento. Não é por muito falar que você será ouvido.

Disponha-se a falar usando palavras com tons suaves que não despertem o choro convulsivo, que altera o ritmo respiratório (respirar pela boca) que produz superoxigenação no cérebro e muita dor de cabeça; ou, em alguns, perdendo a lucidez e necessitando de atendimento médico. O estágio final será a condição demonstrada de saber conviver com a perda; não o esquecer-se de quem ou do que se foi.

Nos dias seguintes busque um contato pessoal ou telefônico, ofereça-se para alguma atividade que o fará sentir-se apoiado em seu dia a dia.

Mostre isso com discrição e simplicidade sem invadir seu espaço de decisões.

O tempo de restauração emocional, social, cognitivo e espiritual depende da personalidade e do temperamento – Jesus tem o melhor consolo que aquele que sofre precisa receber.

Deus o abençoe!

Rio Bonito, 16 de julho de 2011

Pr Alfredo Neves BrumPsicólogo, pós graduado pela Santa

Casa de Misericórdia RJE-mail – [email protected]

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ApresentaçãoNeste terceiro trimestre estaremos

estudando alguns fatos ocorridos na vida de 13 personagens extraídos das páginas do Antigo Testamento: Josafá, José do Egito, Naamã, Josué, Daniel, O rei Ezequias, Sansão, Hananias, Jetro, a Viúva desamparada, O sacerdote Eli, Nabal e Rute. A lista não foi elaborada levando em conta a popularidade do personagem, o sexo ou sua a importância histórica. Nossa busca foi influenciada pelos

fatos positivos e negativos, que proporcionarão algumas lições para nossas vidas. Alguns poderão sentir falta do seu personagem favorito; talvez em outra ocasião a vida dele seja a base para outros estudos. Mais uma vez a revista Palavra e Vida chega às mãos dos Batistas Fluminenses, como uma ferramenta para o crescimento e fortalecimento em todas as áreas da vida.

As lições deste trimestre estão dividas em duas seções, que abordarão principalmente o relacionamento com

Vidas que marcaram o seu tempo

(Personagens do Antigo Testamento)

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Quem escreveu?Pastor José Gomes da Silva FilhoNatural do Rio de Janeiro, nascido em

21/11/1969. Casado em 30/01/1993 com Sueli Gabilan C. L. da Silva, ministra de Música, pai de Jônatas (18) e Joyce (15). Desde 02/12/1996 pastoreia a Igreja Batista em Ponte Preta, Queimados, RJ. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, 1994. Graduado em liderança avançada pelo Instituto Haggai Nacional, 2007. Graduado pelo MAPI-RJ no curso de Mentor Master, 2010 e cursando

“Coach Cristão” pelo MAPI-RJ. Atuou como membro do Conselho da CBF. Foi presidente da Associação Batista Queimadense (ABAQUE) e atualmente é o presidente da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB) - Subseção Queimadense.

Deus e o relacionamento familiar. Em cada lição o aluno terá um resumo da vida do personagem, para facilitar a compreensão de suas ações. Não estamos propondo um estudo aprofundado da vida do personagem, até porque o espaço não permite. Queremos apenas levantar alguns temas que julgamos relevantes para nossos dias, tendo como base alguns fatos ocorridos com cada um dos treze. Vale ressaltar que durante o preparo diligente de cada lição, o aluno busque outros fatos que possam enriquecer as discussões em sala de aula.

Esperamos que no fim de cada estudo as seções Para pensar e

agir e Perguntas para discussão em classe proporcionem um compartilhar de experiências e crescimento para todos os participantes. O nosso desejo é que haja acima de tudo uma imediata mudança de comportamento naquilo que for necessário ou mesmo o fortalecimento daquilo que já estamos fazendo corretamente. Nosso desejo é que cada aluno assuma para si o conselho do apóstolo Paulo ao jovem pastor Timóteo: “Aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino”. Seja como professor, ou aluno, o nosso desafio é um crescimento espiritual saudável, para a glória de Deus.

Bons estudos!

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JOSAFÁ – Vencendo o medo com o auxílio do Senhor

Texto Bíblico: 2Crônicas 20.1-291

“Todos os gigantes de Deus foram homens fracos que fizeram grandes

coisas por confiar que Deus estava com eles” (J. Hudson Taylor)

Não é difícil encontrar um servo de Deus desencorajado. A maioria das pessoas sabe, por

experiência própria, que as crises que nos assolam têm o poder de causar medo que dependendo da intensidade pode até nos paralisar.

1Os dicionaristas definem o medo como: “sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça; susto, pavor, temor, terror”. Nossos medos podem significar mais do que simples sentimentos passageiros. Há pessoas que convivem com as chamadas fobias (designação comum às diversas espécies de medo mórbido). São sentimentos ou 1 Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário Aurélio. Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro 1986.

doenças que carecem de tratamento especializado ou de um grande milagre do Senhor.

São tantos os medos, que eles foram classificados cientificamente. Vejamos alguns exemplos:• Algofobia – Medo de sentir dor;• Amaxofobia – Medo de andar de

carro;• Ambulofobia – Medo de

caminhar;• Anuptafobia – Medo de ficar

solteiro;• Astrofobia – Medo de trovões,

relâmpagos tempestades;• Catagelofobia– Medo de ser

ridicularizado;• Didascalinofobia– Medo de ir à

escola;• Eclesiofobia– Medo de ir à igreja;• Penterafobia– Medo de sogras;• Fobofobia– Medo de ter medo.

Analisando a vida podemos concluir que viver no mundo atual já é por si só uma grande oportunidade do desenvolvimento de fobias. Na lição

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de hoje, estudaremos um pouco da vida do rei Josafá, que venceu o medo com o auxílio do Senhor.

Quem foi JosafáJosafá (Jeová julga) era filho do rei

Asa e Azuma (2Cr 17.1, 1Rs 22.42; 2Cr 20.31). Aos 35 anos ele assumiu o reino de Judá no lugar do seu pai, que havia reinado durante 41 anos (911-870 a.C.), com a aprovação de Deus (2Cr 14.2). Josafá reinou (2Cr 20.31) por vinte e cinco anos (873-848 a.C). O Senhor esteve com ele. Foi um homem rico e honrado (2Cr 17.5). Assim como seu pai, não admitiu altares idólatras e postes sagrados entre o seu povo. Ele incentivou o ensino da Lei de Deus em todo o seu reino (2Cr 17.9).

Josafá fortaleceu as cidades de Judá. Construiu armazéns. Ao seu serviço estava um temido exército com combatentes experientes com cerca de 1.600.000 homens (2Cr 17.14-19). Todos os reinos ao redor de Judá temiam Josafá. Ele foi um visionário embora tenha fracassado na tentativa de construir navios mercantes (1Rs 22.48).

Josafá foi repreendido por Jeú devido à aliança que fizera com Acabe, rei de Israel, na batalha contra Ramote-gileade(2Cr 19.2). Josafá morreu aos 60 anos (788-848 a.C). Ele não conseguiu acabar totalmente com os altares idólatras no meio do povo (1Rs 22.43). Deixou sete filhos: Jeorão, Azarias, Jeiel, Zacarias, Asarias, Micael e Sefatias. O seu

sucessor foi Jeorão, o filho mais velho (2Cr 21.2,3).

Os fatosO texto básico de nossa lição, narra

um momento muito especial vivenciado por Josafá. Ele foi informado de que um exército enorme estava seguindo em sua direção. Eram os moabitas, os amonitas e alguns dos meunitas.2 Eugene H. Peterson chamou-os de “enorme bando de vândalos”. Povos cruéis que representavam uma ameaça ao reino de Judá. Alarmado, Josafá resolveu agir com o auxílio do Senhor. Venceu a batalha cantando (v.21).

Esta vitória de Josafá é mais uma prova dos aparentes “absurdos” que Deus usa para proteger o seu povo. Podemos extrair preciosas lições, que nos possibilitarão vencer os nossos próprios medos com o auxílio do Senhor.

1. Josafá venceu o medo, porque ele possuía um histórico sobre as ações de Deus (6-11)

O que sabemos sobre Deus faz muita diferença no enfrentamento das batalhas do dia a dia. Quanto maiores forem nossas experiências ao lado de Deus, quanto mais fatos conhecermos sobre as suas ações na história, maior será a nossa confiança nele e a nossa capacidade de reação. Sabe por que muitos cristãos se desesperam na hora da adversidade? Porque lhes falta o 2 Isaias 41.10 (NVI)

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conhecimento do Deus que afirma servir. 3Davi expressou: “Alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor, o nosso Deus”. Seguindo a mesma direção, o 4Salmista afirmou: “O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra”.

Josafá na hora da adversidade preferiu consultar ao Senhor. O conteúdo da oração que ele fez, revelou a compreensão que ele tinha do caráter de Deus. Deus soberano e poderoso (v. 6); protetor (v.7); que ouve o clamor do seu povo (v.9), etc.

Precisamos priorizar o conhecimento de Deus sem esquecer que Deus será sempre maior do que a nossa capacidade de conhecê-lo. Ele sempre nos surpreenderá. Seguindo Tomás de Aquino,5 “O máximo que conhecemos de Deus é nada em relação ao que Ele é”.

2. Josafá encontrou o alívio nas palavras que ele disse a Deus (v.12)

A oração de Josafá revelou a sua humildade. Ele não sabia fazer nada a não ser olhar para o alto em busca do alívio. Bem diferente de algumas orações onde às pessoas já sabem o que querem e determinamo que Deus deve fazer. Josafá esperou totalmente no Senhor.

Muitas orações não são produto de uma alma humilde em busca do alívio do Todo-Poderoso. São palavras 3 Salmo 20.7 4 Salmo 121.25 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida Nova. São Paulo 1993.

arrogantes, consumistas e egoístas, voltadas apenas para os próprios deleites (Tg 4.3). 6“O problema da igreja de hoje não é a falta de oração, mas o mau uso dela”. Não podemos esquecer as palavras do Senhor em 2Cr 7.14.

Uma vida de oração é uma das formas mais eficazes para mantermos os nossos olhos firmados no Senhor. 7Issaac Watts fez o seguinte alerta: “Abandone o quarto secreto, e sua vida espiritual entrará em declínio”.

3. Josafá teve certeza da vitória por intermédio das palavras que Deus disse a ele (v.15)

Nada pode substituir a voz de Deus. É importante saber que quando Deus fala Ele espera que os nossos próximos passos sejam atos de fé em direção a sua resposta.

Josafá foi tranquilizado por Jaaziel (v.14). Perceba que ele não era um mensageiro qualquer. Tinha história e boa reputação. Devemos ser criteriosos ao avaliar aqueles que dizem falar em nome do Senhor. Os dias são maus (Mt 24.11).

A batalha de Josafá passou a ser do Senhor (v.15). Eles deveriam apenas dar passos de fé (v.17). Quem em sã consciência poderia imaginar que eles venceriam aquele “bando de vândalos” sem lutar, apenas cantando? Seria um absurdo imaginar uma vitória embalada pela seguinte 6 Revista Ultimato – Maio-junho 2012 – Pág.29. 7 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida Nova. São Paulo 1993.

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canção: “Deem graças ao Senhor, pois o seu amor dura para sempre” (v.21).

Isaac Newton (1642-1727) foi considerado o mais influente cientista que já viveu. Foi sepultado na Abadia de Westminster como um herói nacional inglês. Cristão convicto, Newton afirmou: “Eu posso pegar meu telescópio e olhar milhões de quilômetros no espaço, mas posso deixá-lo de lado, ir ao meu quarto, fechar a porta, ajoelhar-me em fervente oração e, assim, enxergar mais do céu e chegar mais perto de Deus do que conseguiria com todos os telescópios e agências materiais do mundo” 8. Este humilde homem declarou: 9“Todas as minhas descobertas têm sido feitas em resposta a oração”. Newton também teve acesso aos segredos e “absurdos” de Deus.

Deus muitas vezes usará os “absurdos” em resposta às orações dos que intercedem humildemente a Ele. Com a vitória, a alegria tomou conta de todos. Eles adoraram o Senhor no Templo. O testemunho do povo de Judá impactou outras nações (v.27-29). O reino de Josafá manteve-se em paz (v.30).

Para pensar e agirNossos medos serão vencidos na

presença do Senhor. Quanto mais 8 Graham, Billy. Você pode mudar o seu mundo. Editorial Habacuque. Rio de Janeiro 2005. 9 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida Nova. São Paulo 1993.

próximos de Deus, mais preparados estaremos para viver neste mundo de constantes “turbulências”. O povo de Deus sempre se destacou na história como um povo de fé e oração. Josafá teve fé e orou e Deus agiu de forma sobrenatural. O pastor norte-americano Greg Laurie estava certo ao afirmar que: 10“Muitos de nós estamos perdendo muitas coisas que Deus tem, simplesmente porque não pedimos. Orar não deve ser o nosso último recurso, mas, sim, a primeira coisa a ser feita”.

Perguntas para discussão em classe1. Porque você acha que Josafá teve

medo? Os cristãos de hoje têm medo?

2. Como podemos ampliar os nossos conhecimentos sobre o caráter de Deus? Quais as certezas que você pode ter a partir deste conhecimento?

3. Qual o melhor antídoto diante das más notícias? O que um servo do Senhor deve fazer?

10 Laurie Greg. A igreja que abala o mundo. Editora United Press. Campinas-SP.2002.

Salmo 91Lamentações 3.19-26.Salmo 40Isaias 41.8-13.Deuteronômio 31.6-8.Filipenses 4.10-19.Hebreus 12.1-3.

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busca dos segredos que poderão nos conduzir às grandes vitórias e a uma vida de profundo significado.

Quem foi José do EgitoRelações familiares: Bisneto de

Abraão e Sara; neto de Isaque e Rebeca por parte do pai, e de Labão por parte da mãe; filho de Jacó e Raquel e sobrinho de Esaú. Ele tinha 10 irmãos mais velhos do que ele e um mais novo, Benjamim (Gn 35.23-26): Os filhos de Leia – (6) – Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulon; Os filhos de Bila – (2) – Dã e Naftali; Os filhos de Zilpa – (2) – Gade e Asser; O filho de Raquel – (1) – Benjamim. José casou-se com Azenate (41.50), que gerou dois filhos: Manassés e Efraim.

Resumo histórico: José (Multiplicador; Ele [Jeová] acrescenta) nasceu em Padã-Arã, era muito amado por seu pai, Jacó. Aos 17 anos foi vendido por seus irmãos por cinco ciclos de prata, quantia suficiente para pagar 2 anos e meio de trabalho (37.28). Ele foi levado para o Egito por negociadores de escravos ismaelitas que o venderam a um oficial do Faraó,

“Uma vida cristã vitoriosa não é uma qualidade superior de cristianismo

reservada para a elite dos eleitos. É a vida cristã normal para todos os

cristãos”. (Ronald Dunn)

José do Egito é um dos personagens mais conhecidos e mais inspiradores revelados

na Bíblia. Sua história nos empolga devido às várias tramas que poderiam inspirar um bom filme ou até mesmo uma boa novela. Nos capítulos 12 a 50 do livro de Gênesis nos deparamos com situações que envolveram promessas, traições, sonhos, determinação, perdão, integridade, fé, etc.

José foi um vencedor porque soube romper com os sentimentos que poderiam roubar a sua alegria e consequentemente levá-lo à amargura e à destruição. Segundo 1Caio Fábio “José tinha a vocação para transformar tragédias em bênçãos”. Nesta lição estudaremos um pouco da vida deste íntegro servo de Deus em

1 Fabio Caio - 70 Esboços de A a Z – Vinde – Rio de Janeiro 1997.

Texto bíblico: Gênesis 50.22-262

JOSÉ DO EGITO – Superando as adversidades para se tornar um vencedor

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chamado Potifar. José agradou tanto ao seu patrão que tudo na casa lhe foi confiado.

José era formoso de porte e semblante (39.6); a mulher de Potifar desejou deitar-se com ele. José recusou o convite (39.9). Foi caluniado e mandado para a prisão onde ganhou a simpatia do carcereiro. Na prisão ele interpretou o sonho do copeiro e do padeiro do rei, que eram os seus companheiros de cela (40.8). Após cerca de dois anos, foi chamado para interpretar o sonho de Faraó. A partir dali, tudo mudaria em sua vida.

O adolescente que aos 17 anos foi impedido de voltar para casa, conviveu durante 13 anos com a dor da traição. Superou tudo para transformar-se num homem vitorioso. Aos 30 anos foi convidado para ser o governador do Egito. Ao assumir este importante posto, foi usado por Deus para salvar a vida de muitos (50.20). Ele perdoou aos seus irmãos, reencontrou o seu amado pai e entrou para a história como um grande vencedor, digno de ter o seu nome na galeria dos heróis da fé (Hb 11.22). José morreu com cento e dez anos de idade. Pouco tempo antes de sua morte revelou sua fé nas promessas de Deus ao pedir aos israelitas que levassem seus “ossos” quando saíssem do Egito (Gn. 50.22-25). Moisés cumpriu a promessa (Êx 13.17).

Como José conseguiu superar tamanhas adversidades? O que podemos aprender por meio de sua vida? Há esperança para aqueles que

assim como José estão sofrendo a dor da traição, da indiferença, do desprezo, ou da injustiça?

1. José conviveu com a indiferênça sem perder a fé

Ninguém acreditava nele (37.5-10). Seu pai, seus irmãos duvidavam de tudo o que Deus vinha lhe falando. Mas o Senhor era com José (39.2,21). No fundo ele sabia que Deus dirigia seus passos.

Muitas vezes temos que conviver com a indiferença. Pessoas que não compartilham dos sonhos que Deus tem colocado em nossos corações. O vencedor será aquele que “diligentemente” viver nutrindo sua fé em Deus. A verdadeira fé está morta para a dúvida, surda para o desânimo, cega para as impossibilidades. Agostinho afirmou: 2“Fé é acreditar naquilo que não vemos, e a recompensa da fé é ver aquilo em que acreditamos”. Os sonhos de José se cumpriram porque era a vontade de Deus.

2. José conviveu com a traição sem perder a doçura

Foram três situações que contribuíram para “azedar” o coração de José: Primeiro: O fato de ser vendido como um animal por seus próprios irmãos (37.28). Segundo: A calúnia levantada pela mulher de Potifar (39.14) e terceiro: José interpretou o sonho do copeiro, que ao 2 Blanchard John, Pérolas para a vida. Vida Nova. São Paulo 1984.

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ser libertado prometeu ajudá-lo a sair da prisão. Mas durante dois anos José ficou esperando preso injustamente (40.23). José conviveu com tudo isso e mesmo assim continuou sendo amável com as pessoas.

Já na função de governador do Egito, ao reencontrar seus irmãos, chorou de forma tão expressiva que muitos o ouviram (45.1-3). José se revelou amável para aqueles que no passado lhe haviam feito muito mal.Ele não permitiu que as atitudes das pessoas ao seu redor mudassem o seu doce jeito de ser. Ele sabia que o único neutralizador do mal é o bem. Seu exemplo se encaixa perfeitamente nas palavras de Paulo em Romanos 12.21: “Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem”.

Nós também precisamos superar nossa tendência natural à vingança. Para o nosso próprio bem precisamos entender que “Guardar ressentimentos gera estresse, ansiedade e incontáveis sentimentos de raiva. Se não for tratado, sérias consequências emocionais e físicas serão desencadeadas... O ressentimento não pune pessoa alguma além de nós mesmos. Não podemos guardá-lo e experimentar cura ao mesmo tempo” (Jeff Galiguira).

3. José conviveu com as adversidades sem perder a capacidade de começar tudo de novo

Aonde ele chegava, em pouco tempo ele influenciava

o ambiente. José acrescentava alegria, organização, bom serviço e espiritualidade. Até mesmo o grande Faraó conseguiu perceber o valor de José (41.40-43). Apesar de todos os fatos ocorridos com ele, José demonstrou ser um homem feliz. Talvez por isso, ele tenha encontrado a prosperidade no próprio lugar do seu sofrimento.

A menos que vejamos a mão de Deus nos eventos de nossa vida, nos tornaremos preocupados e ressentidos. Muitos veem a felicidade como um lugar aonde chegarão um dia. Quando deveriam entender que a felicidade tem mais a ver com o caminho que escolhemos. Ed René Kivits afirmou com muita sabedoria3: “A felicidade não é no depois: é no durante, é no enquanto. Viver o enquanto é uma atitude que nos devolve a vida”. A capacidade de começar de novo é uma marca dos grandes vencedores.

Em cada circunstância devemos lembrar que 4“todas as coisas concorrem para o bem daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. O momento pode parecer difícil, mas no fim, vai dar tudo certo se estivermos no centro da vontade de Deus.

3 Kivitz, Ed René. O livro mais mal-humorado da Bíblia. Mundo cristão. São Paulo 2009. 4 Romanos 8.28.

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4. José conseguiu entender que Deus dirigia a sua história

Após a morte de Jacó o temor tomou conta dos irmãos de José. Eles achavam que havia chegado a “hora da vingança” (Gn 50.15-21). Mas José contrariou a todos demonstrando uma profunda submissão à soberania de Deus. José conseguia ver além dos fatos. Ele sabia que Deus dirigia a sua vida e por isso soube aceitar todas as circunstâncias. Mais uma vez ele retribuiu o mal com o bem. José tranquilizou seus irmãos com amáveis palavras (v. 21).

Os verdadeiros servos de Deus não retribuem o mal com o mal, pois isso seria o mesmo que dar lugar ao diabo. Os servos de Deus vivem as bem-aventuranças (Mt 5) e lutam para evidenciar o fruto do Espírito (Gl 5.22).

Ao invés de reclamar dos fatos que fazem parte de sua história, experimente buscar em Deus a resposta para cada circunstância. Daí virá à força para vencer. Nós só somos o que somos devido às pessoas e aos fatos que fazem parte de nossa vida. 5“Cada vida é uma tela em branco sobre a qual Deus utiliza todas as linhas e matizes de cores, sombras e luzes, diferentes texturas e proporções nunca antes usadas por Ele”.

Deus esteve, está e sempre estará no controle. Creia nisso!5 Peterson, Eugene. Corra com os cavalos. Editora Ultimato/Textus. Rio de Janeiro 2003.

Para pensar e agir A vida de José é uma prova de que

podemos vencer as adversidades e ainda sermos usados por Deus para abençoar aqueles que nos fizeram algum mal. Deus tem colocado à disposição dos seus servos as ferramentas necessárias para vencermos as mais terríveis experiências durante a nossa caminhada aqui na Terra. Precisamos fazer das palavras de Paulo o nosso lema: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Ao invés de sairmos por aí em busca de autoajuda para vencer as adversidades, devemos priorizar a ajuda do alto. Deus tem o melhor para cada um de nós!

Perguntas para discussão em classe1. Até que ponto uma traição em

família pode atrapalhar a nossa caminhada? Como o exemplo de José pode nos ajudar?

2. Onde estava a força de José? Como ele foi capaz de rejeitar as propostas que contrariariam a vontade de Deus para sua vida?

3. O que podemos aprender por intermédio da história de José sobre a soberania de Deus?

Romanos 8.31-19.I Pedro 3.13-17.Salmo 34Efésios 5.15-21.Salmo 43.Isaias 55.6-13.Tiago 5.7-8.

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que podem surgir repentinamente por ocasião da perda do emprego, de uma decepção, de um acidente, da perda de um ente querido ou até mesmo de uma enfermidade, como no caso de Naamã.

Em tempos de crise, falamos mais de Deus, da fé e nos tornamos mais sensíveis. 1Martinho Lutero disse: “Nunca entendi o significado da palavra de Deus enquanto não passei pela aflição”. Alguns chegam ao ponto de fazer qualquer coisa para ver o “milagre chegar”. Só que erramos em determinar o processo. Esquecemos que as coisas acontecem

1 BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. Edições Vida Nova. São Paulo. 1984.

“Quando as almas são provadas e amadurecidas, mesmo que seja da

maneira mais comum e simples, Deus está esculpindo as colunas do seu

templo”. (Phillips Brooks)

Não é difícil encontrarmos uma pessoa ou uma família inteira em crise. Várias são as

motivações que podem de um dia para o outro mudar tudo em nossa vida. Os sonhos, a segurança, a alegria, a tranquilidade podem dar lugar à aflição, às preocupações, às tristezas, às incertezas, à ansiedade, etc. Geralmente essas circunstâncias produzem uma sensação de impotência diante das adversidades,

Texto Bíblico: 2Reis 5.1-143

NAAMÃ – Atitudes na hora da crise

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ao tempo e debaixo da soberania de Deus.

Nós já sabemos que Deus curou Naamã. Até Jesus citou este fato em (Lc 4.27). Com o milagre, a paz voltou a reinar em sua vida e consequentemente em seu lar. Ele reconheceu poder de Deus (5.15).

Quem foi NaamãNaamã (gentiliza, deleite) era o

comandante, alto oficial do exército de Ben-Hadade II, rei da Síria. Viveu por volta do ano 900 a.C. Um homem confiável, honrado, corajoso, muito respeitado, que, devido à posição que ocupava, gozava de muitos privilégios na corte. Ele recebeu crédito por muitas vitórias dos sírios (5.1). Era casado; mantinha em sua casa uma menina israelita, que servia a sua mulher (5.2). Naamã ficou leproso, uma doença de pele que o abatia apesar de todas as suas qualidades. A menina israelita, preocupada com a situação do seu senhor, anunciou que havia uma esperança. Um profeta que estava em Samaria. Ele, esperançoso, foi em busca da solução para o seu problema e, mesmo após resistir a algumas ordens do profeta Eliseu, foi alvo da graça de Deus. Após banhar-se sete vezes no rio Jordão, foi curado e a sua pele foi restaurada, à semelhança de uma criança (5.14).

O processo que levou Naamã à cura pode nos ajudar a enfrentar os nossos próprios momentos de dificuldades.

Podemos extrair boas lições para nossas vidas:

1. Na hora da crise, Deus levanta pessoas para nos auxiliar na caminhada

A menina israelita foi o principal instrumento que Deus usou para levar esperança até Naamã. Uma menina simples, que desejou apenas ver o seu senhor curado. Quem poderia imaginar que a solução para aquele poderoso guerreiro sairia dos lábios daquela humilde serva?

Infelizmente, em nossos dias, poucas pessoas dariam crédito às palavras daquela humilde menina, porque muitos estão procurando os “arautos da autoajuda”, ou saindo em busca dos “curandeiros midiáticos”, que prometem resolver todos os males. A cada dia, mais pessoas estão tornando-se presas fáceis dos aproveitadores que usam o nome de Deus para obter vantagens pessoais. Pessoas que usam e abusam dos jargões que têm caracterizado o cenário religioso em nosso Brasil.

Ao falar sobre os falsos profetas Jesus disse: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16). Devemos discernir quem nos fala e sempre pedir confirmação a Deus em oração. Como saber se alguém está falando em nome de Deus? Temos alguns indícios que podem fornecer um caminho seguro.

A pessoa confia no poder de Deus?

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Serve ao Senhor com integridade de coração?

Tem intimidade com a Palavra de Deus? Investe tempo em oração? Está em comunhão com a igreja?

É uma pessoa de caráter? Tem integridade nos seus relacionamentos? Rejeita o pecado?

A menina conhecia o caminho para a cura de Naamã. Ela sabia que Deus estava agindo por intermédio do profeta Eliseu, que estava em Samaria. Ela apontou a direção, mas foi Naamã quem precisou agir para ser curado.

Além da menina e do profeta Eliseu, também fizeram parte do plano de Deus para vida de Naamã a sua esposa, o rei da Síria, o rei de Israel e seus servos.

2. Na hora da crise é necessário abrir mão dos próprios conceitos e humildemente aceitar o caminho de Deus para a cura

Naamã não aceitou a ordem de Eliseu porque ele queria que as coisas acontecessem do seu jeito. Antes mesmo de ter o contato com o profeta, Ele já havia imaginado como os fatos aconteceriam. Ele disse: “Eu estava certo de que ele sairia para receber-me, invocaria em pé o nome do Senhor, o seu Deus, moveria a mão sobre o lugar afetado e me curaria da lepra” (5.11). Como a direção foi outra, ele ficou furioso.

Não somos muito diferentes de Naamã. Mesmo sabendo que Deus pode

nos responder com um sim, não ou espere, somos tendenciosos a impor para Deus a nossa vontade, que geralmente é um sim de Deus conforme o nosso querer. Sabiamente François Fenelon afirmou: 2“Faça desta regra simples uma diretriz para sua vida: não ter nenhuma vontade que não seja a de Deus”.

Ao invés de espernear, murmurar ou reclamar, nós, que dependemos dos milagres de Deus, deveríamos aplicar na vida as palavras do salmista3: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”. À ação milagrosa de Deus precede um coração humilde, silente, confiante e consciente de sua necessidade.

Não temos um controle remoto para ajustar os fatos da vida à nossa vontade. Dependemos de Deus para nos dirigir. Ninguém é melhor do que ele para nos conduzir. Esse foi o entendimento de Davi, ao dizer: 4“O Senhor é o meu pastor. Ele me dá tudo de que eu preciso”!

3. Na hora da crise, é necessário obedecer às ordens especificas do Senhor

Naamã foi obrigado a reconsiderar sua fúria para que o milagre acontecesse. Seus servos conseguiram 2 BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. Edições Vida Nova. São Paulo. 1984.3 Salmo 46.10-11. 4 Salmo 23.1 – Bíblia Viva.

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convencê-lo a obedecer à simples ordem do profeta. Ele então abriu mão dos rios Abana e Farfar, que estavam em sua mente, e se banhou no rio Jordão, conforme a ordem de Eliseu. Foram sete mergulhos e o milagre aconteceu.

Muitas pessoas procuram a solução para seus problemas e muitas vezes essas mesmas pessoas não querem se submeter às ordens de Deus. Satanás tem investido na formação de fortalezas no entendimento das pessoas para que elas se afastem das ordens de Deus e abracem o que elas mesmas acham. Quantas pessoas estão sofrendo por terem negligenciado as ordens de Deus! Quantos exemplos ainda teremos que ver para nos conscientizarmos de que o melhor caminho é a obediência incondicional ao Senhor?

Pessoas resistentes ao Espírito Santo, que desobedecem aos preceitos do Senhor, vivem uma vida cristã medíocre e infrutífera. Não podemos ser seletivos, escolhendo apenas as ordens que mais nos agradam. Precisamos nos tornar a cada dia mais obedientes ao Senhor (2Co 10.3-6).

Para pensar e agir Naamã admitiu que estava doente

e por isso saiu em busca da cura. Ele a princípio resistiu ao caminho apresentado, mas depois fez conforme o profeta Eliseu havia determinado. O resultado foi melhor do que ele esperava: sua pele ficou como a

de uma criança e ele pôde voltar para casa transformado e feliz. O milagre na vida de Naamã fez dele uma pessoa muito melhor. Diante do profeta, ele disse: “Agora sei que não há Deus em nenhum outro lugar, senão em Israel” (5.15).

O milagre de Deus que não transforma pode ser questionado. É impossível provar do poder de Deus e continuar como um enfermo. Deus restaura a nossa alegria e a disposição em continuar.

Perguntas para discussão em classe 1. Vimos nesta lição que Naamã foi

resistente à ordem simples do profeta Eliseu. Por que as pessoas estão tentando manipular a ação de Deus? De onde vêm tais ensinos? O que a igreja pode fazer para vencer estes pensamentos?

2. Se Naamã fosse o seu chefe hoje, você teria coragem de falar sobre a ação de Deus para ele? Ele daria ouvidos? O que tem impedido os cristãos de testemunharem sobre os feitos de Deus?

3. Os cristãos de hoje estão obedecendo às ordens do Senhor?

Salmo 121Salmo 42.1-5.I Reis 19.1-21.Tiago 5.7-15.Josué 1.6-9.Salmo 34.I João 5.2-4.

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O irmãozinho foi para casa em crise. De um lado, o cargo tão almejado, e do outro, a sua fé, o seu Deus e a igreja. Seu coração virou um campo de batalha entre a proposta e sua condição espiritual. Ficou sem dormir, foi o pior fim de semana de sua vida.

Na segunda-feira, lá estava ele na empresa, já ansioso por falar com o patrão. Finalmente aconteceu o encontro: “E aí? Qual foi a sua decisão?”, perguntou o dono da empresa. “Acho que vou aceitar a proposta que o Senhor me fez”, respondeu o irmão.

O patrão levantou a cabeça e disse: “Você está despedido. Passe imediatamente no Departamento de Pessoal. Você foi provado e não passou no teste. Se foi capaz de tão rapidamente trair o seu Deus, quem me assegura que mais rapidamente não trairá a sua empresa?”.

Quantas pessoas agem conforme este irmão? Talvez em situações que julgamos menores, porém tão graves

“A igreja de Cristo é santa e deve crescer na santificação. Para isso, é muito importante que haja

reconhecimento do pecado e confissão constante.”

(Edison Queiroz)

Conta-se que no fim de expediente de uma sexta-feira, certo funcionário, crente, foi

chamado ao gabinete do dono da empresa em que trabalhava. Sem meias palavras, o dono foi direto ao assunto: “Estamos reestruturando a empresa e precisamos de uma pessoa exatamente com o seu perfil para ocupar a posição de gerente do setor. Só que analisando a sua ficha vimos que você é um cristão e o cargo que temos a lhe oferecer é incompatível com a sua fé. De modo que você terá que fazer uma opção entre a ascensão no emprego e sua igreja e seu Deus. Vá para casa, pense e na segunda-feira me procure para dizer qual foi a sua decisão”.

Texto Bíblico: Josué 74

JOSUÉ – Conduzindo o povo à santificação

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quanto essa história que acabamos de narrar. Precisamos abrir os nossos olhos para não acumularmos pendências que nos impedirão de provar das maravilhas do nosso Deus e que também comprometerão a nossa autoridade espiritual diante do mundo.

Na lição de hoje, vamos analisar os fatos que envolveram o confronto de Josué com o pecado de Acã. Vamos ver que naquela ocasião a desobediência foi um impedimento para a ação de Deus a favor dos israelitas.

Quem foi JosuéJosué (Deus é salvação), um homem

da tribo de Efraim, também chamado de Oseias, era filho de Num. Foi um servo fiel e companheiro de Moisés, um estrategista militar. Foi espiar a terra de Canaã ao lado de Calebe, demonstrando fé e coragem (Nm 13.16). Deus o escolheu para ser o sucessor de Moisés e entrar com o povo em Canaã, a terra prometida. Foi um homem muito usado por Deus na condução dos israelitas. Obedeceu à ordem de Deus registrada em Josué 1.6-9. Morreu aos 110 anos (Js 24.29). Foi sepultado em Timnate-Sera, a terra que havia recebido por herança. 1Isso ocorreu em cerca de 1365 a.C.

Vejamos algumas lições que nos ajudarão no desafio de sermos fiéis ao Senhor:1 Russell Norman Champlin, Ph.D. Enciclopédia de Bíblia teologia e Filosofia. Candeia. São Paulo, 1991.

1. Quando há pecado, os pequenos desafios se tornam gigantes invencíveis (v. 1-5)

Deus não esquece as nossas pendências. Muitas pessoas se iludem ao achar que podem experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus flertando com o pecado. A narrativa do pecado de Acã e suas consequências é uma prova bíblica de que Deus abomina a desobediência. Josué, orientado por Deus, tinha dado a seguinte ordem aos israelitas: “Fiquem longe das coisas consagradas, não se apossem de nenhuma delas, para que não sejam destruídos” (Js 6.18). Mas Acã foi desobediente e levou objetos para sua tenda, levando o povo a perder uma simples batalha em Ai (Js 7.5). O povo desanimou-se completamente. O pecado tem o poder de desanimar e arruinar uma vida. “O salário do pecado é a morte.” Por causa do pecado, muitos sonhos morreram, famílias foram destruídas e vidas se perderam eternamente.

Quando pecamos, erramos o alvo. Sentimo-nos longe de Deus e consequentemente vamos perdendo o vigor espiritual. John Wesley afirmou: 2“Assim como um pouquinho de pó desregula um relógio, e o menor grão de areia obscurece nossa vista, também o menor pecado no coração impede seu movimento correto na direção de Deus”. Para o nosso 2 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida Nova. São Paulo. 1993.

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próprio bem, deveríamos comparar o pecado a um animal selvagem e feroz e não a um bichinho de estimação. Ninguém deve brincar com o pecado!

2. Se as coisas não vão bem, precisamos ter a coragem de buscar a resposta na presença de Deus (v. 6-9)

Josué foi à busca das respostas para o problema que assolava os israelitas. Por quê, Senhor? O que aconteceu? Ele queria entender os fatos que lavaram o povo àquela vergonhosa derrota após algumas vitórias.

Há pessoas que não mudam, porque não ousam avaliar a vida em busca das respostas. Algumas vivem vidas cristãs sem nenhum vigor, outras estão provando constantes derrotas e mesmo assim agem como se nada estivesse acontecendo. O tempo passa e as coisas sempre continuam do mesmo jeito.

Josué optou pela oração. Ele nos ensina a valorizar esta poderosa arma, que permite Deus fazer uma varredura em nossa alma. A verdade que vem de Deus é sempre libertadora. Lemos em 2Crônicas 7.14: “e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e buscar a minha presença, e se desviar dos seus maus caminhos, então ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”. O povo de Israel precisava de cura, e Josué foi bater na porta certa. Ele foi para a presença de Deus. Eis um homem corajoso!

Em nossa história no início da lição, se nosso irmão tivesse dedicado humildemente algumas horas em oração em busca da vontade de Deus, certamente o final seria outro.

3. Para reverter o afastamento de Deus, precisamos buscar a santificação (v. 13-19)

A palavra do Senhor aos israelitas exigia mudança imediata: “não poderás resistir diante dos teus inimigos, enquanto não tirares do meio de ti o anátema”. Veja que as coisas “malditas” eram a razão das derrotas. Havia imundície no meio do povo. O problema estava na tenda de Acã.

3“Quem encobre suas transgressões jamais prosperará, mas quem as confessa e as abandona alcançará misericórdia. Feliz é o homem que sempre teme o Senhor; mas o que endurece o coração virá a cair em desgraça”. A santificação diante de Deus tem como passo inicial o reconhecimento de tudo o que tem sido feito e que pode nos afastar do Senhor. A santificação vai acontecendo à medida que vamos abandonando aquilo que desagrada a Deus, ou seja, vamos “extirpando” o que é maldito de todas as áreas de nossa vida.4“Não adianta somente confessar. É preciso abandonar o pecado, o que traz a ideia de arrependimento, e o desejo de não 3 Provérbios 28.13,14. 4 Queiroz, Edson, 40 dias de jejum e oração. ATG. São Paulo, 2011.

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Romanos 12.1-8.Filipenses 1.27-30.Colossenses 3.1-17.I Timóteo 2.1-7.Tiago 4.1-10..I Pedro 5.8-9.João 15.14-19.

mais entristecer a Deus. Pecar é uma coisa; continuar na prática é outra”.

A vida do cristão muda quando nos equipamos com as seguintes armas para a santificação:• Oração (Marcos 14.32).• A Palavra de Deus (Josué 1.8;

Salmo 119.11).• A vigilância (Marcos 14.38).

4. Para vencer, será preciso romper com o que desagrada a Deus (v. 20-26)

Não foi fácil para Josué, mas ele optou por seguir conforme a ordem do Senhor (v.15). O fim de Acã foi trágico.

Jesus veio ao mundo e hoje o Deus da graça trabalha orientando os homens a se arrependerem dos seus pecados. É o 5Espírito Santo quem nos convence do pecado. Paulo disse aos atenienses: “Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ordena que todos os homens, em todos os lugares, se arrependam”. Pedro afirmou aos que ouviram a sua mensagem: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”.

Deus é fiel e quer ser o Senhor de nossas vidas. Para que sua ação seja completa é necessário que nos livremos das pendências, de tudo que nos atrapalha, dos pecados que nos rodeiam (Hb 12.1,3). 5 João15.8; Atos 2.38; 17.30.

Para pensar e agir Quantas pessoas estão como Acã, com

“coisas malditas escondidas na tenda”. Vivem travadas por causa do pecado. Não conseguem vencer as batalhas no dia a dia e jamais poderão adorar em espírito e em verdade (Jo 4.23). Pessoas que semanalmente são avisadas pelo Senhor quanto ao que devem fazer, mas optam por agir segundo sua própria razão ou pelas emoções do momento. São desobedientes!

Josué almejou dias melhores. Ele se humilhou diante de Deus e de posse da resposta divina saiu para obedecer junto com o povo. Com a pendência resolvida, Josué conduziu os israelitas à vitória sobre o exército de Ai, com 30.000 homens.

Perguntas para discussão em classe 1. O que tem levado os cristãos a

agirem conforme o irmão que negou a fé diante do patrão? O que faltou? Onde ele errou?

2. Por que é tão fácil racionalizar o pecado, passando a achar que ele não tem nada a ver?

3. Quais as qualidades de Josué que podemos extrair da história de hoje?

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contaminar com a comida e com o vinho do rei Nabucodonosor (1.8). Após dez dias comendo vegetais e bebendo apenas água, tornou-se mais saudável do que os demais jovens que se alimentavam com a comida oferecida pelo rei (1.15). Daniel era sábio e inteligente, dominava os aspectos da cultura e da ciência. Daniel também sabia interpretar todo tipo de sonhos e visões (1.17). Na hora de enfrentar os desafios, ele demostrava sabedoria e bom senso (2.14).

Após interpretar o primeiro sonho do rei, ele foi conduzido ao alto cargo de governador de toda a província da Babilônia, onde era o responsável por todos os sábios (2.47). Ao interpretar o segundo sonho (4.19-27) aconselhou o rei para que confessasse os pecados visando à manutenção dos tempos de paz (4.27). Com a morte de Nabucodonosor, foi chamado pelo filho, o rei Belsazar, (5.3) para interpretar as inscrições no reboco da parede do palácio. As famosas palavras (MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM) indicavam a morte do rei, que aconteceu naquela mesma noite. Dario, o medo, assumiu o reino (5.30).

“O temor reverente a Deus é a chave para a fidelidade em qualquer

situação.” (Alan Redpath)

A vida de Daniel nos inspira por ser um exemplo de fé, esperança, sabedoria, integridade,

fidelidade, etc. Ao ser introduzido numa cultura pagã de profunda escuridão espiritual, ele foi desafiado, ainda muito jovem, a viver segundo os padrões de Deus. Daniel conseguiu fazer a diferença. Foi usado no palácio junto dos líderes da Babilônia para agir em defesa do povo de Deus. O seu exemplo serve para estimular-nos à adesão àquilo que é reto diante de Deus, apesar das circunstâncias.

Quem foi DanielDaniel era de uma família nobre de

Jerusalém (1.3). Foi levado em 605 a.C. para a Babilônia. Ao lado de Hananias, Misael e Azarias teve que enfrentar os desafios de uma cultura pagã sem abrir mão da sua fé em Deus. Ele teve o nome alterado de Daniel (Deus é meu juiz) para Beltessazar (Príncipe de Bel – equivalente a Baal). Embora muito jovem Daniel decidiu não se

Texto Bíblico: Daniel 65

DANIEL – Fidelidade apesar das circunstâncias

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Daniel foi nomeado um dos supervisores dos governadores. Ele se destacou (6.2,3). Sua conduta despertou ciúmes da parte dos demais supervisores. Eles armaram uma grande cilada na tentativa de impedir a ascensão de Daniel no reino (6.5). Uma nova lei foi promulgada impedindo a liberdade de culto (6.8,9). Ao tomar conhecimento Daniel manteve a sua conduta. Ele orava três vezes ao dia de joelhos. Daniel era um homem de oração (6.10). Por sua recusa em negar sua fé, foi lançado na cova dos leões (6.16) de onde saiu ileso e fortalecido (6.22). Deus foi glorificado em todo o reino (6.26). Daniel 1“era um visionário, e a segunda metade do livro que traz seu nome registra a revelação que Deus lhe deu de futuros eventos mundiais”.

A vida do vitorioso Daniel pode nos ensinar lições que nos ajudarão a permanecer de pé apesar das circunstâncias:

1. Deus não precisa de advogados. Mas de servos fiéis dispostos a honrá-lo

Daniel foi desafiado a viver em meio a uma cultura pagã. Seus valores não eram os mesmos dos babilônicos. Sua conduta foi o seu maior referencial no meio de uma geração corrompida. Ele havia decidido não se tornar impuro e mesmo enfrentando várias adversidades soube manter-se fiel ao 1 Backhouse, Robert, Pequeno Manual de Personagens Bíblicos, Mundo Cristão, São Paulo 1996.

Senhor. Para Daniel o culto não era um ato que ele prestava apenas três vezes ao dia no quarto. Ele vivia em culto, honrando a Deus em todo o tempo.

Infelizmente em nossos dias tem prevalecido o chamado “dualismo” na mente de muitos servos de Deus. Muitos estão dividindo o universo entre o reino espiritual, que é bom e santo, e o reino físico, que é mau e profano. Para o dualista é possível ser um no contato com o sagrado e outro no contato com o que chamamos de secular. Ao adotarem o dualismo 2“os cristãos separaram o sagrado do secular, o domingo da segunda. Muitos se tornam “cristãos domingueiros” e abandonaram o conceito de ser igreja na segunda-feira levando o reino de Deus à sua vida de trabalho todos os dias da semana, negando funcionalmente que Cristo é soberano sobre toda a vida”.

Precisamos fugir da mentalidade dualista e buscarmos atender a expectativa de Jesus: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus”. (Mt 5.16). Em todo tempo, assim como Daniel devemos buscar honrar ao Senhor. O nosso testemunho e a nossa fidelidade a Deus deve ser a nossa melhor pregação no meio de uma cultura corrompida. O reino de Deus e a 2 Darrow L. Miller, Vocação Escreva sua Assinatura no Universo. Instituto e publicações transforma em parceria com DNA Brasil. 2012.

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vontade de Deus precisa ser real “assim na terra como no céu” (Mt 6.10).

Não precisamos defender o reino de Deus em debates acalorados. O que precisamos fazer é viver segundo os padrões do reino de Deus dia a dia. Devemos priorizar pregar sempre com a vida e usar as palavras quando necessário.

2. Quando não há motivos para acusarem os servos de Deus pela vida moral, os opositores partirão para perseguição espiritual

Tentaram calar Daniel, que por meio de sua conduta exemplar incomodava. Quando foi confrontado por uma lei que restringia sua liberdade diante de Deus, ele manteve-se fiel ao Senhor.

Vivemos num contexto social, onde muitas leis estão sendo preparadas para calar a igreja. Precisamos desenvolver a capacidade de discernir o curso deste mundo. Precisamos nos posicionar de forma que a nossa influência seja como um farol a refletir a luz de Cristo em meio à escuridão. Precisamos sempre lembrar que a razão de ser de Satanás e dos que estão sob o seu domínio é a perseguição contra escolhidos de Deus. Precisamos nos preparar para viver conforme Pedro, que em meio às ameaças das autoridades disse: “Não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido” (At 4.20). Segundo Pedro a perseguição

tem um porquê: “Eles acham estranho que vocês não se lancem com eles na mesma torrente de imoralidade, e por isso os insultam” (1Pd 4.4).

Infelizmente estamos vendo surgir uma geração de “cristãos” que ainda não entenderam o que é viver em Cristo, com Cristo e para Cristo (Ef 6.12; Mt 5.10-12; 2Tm 3.12). Pessoas que não aceitam sofrer e que ao primeiro sinal de adversidade abrem mão da fé em Deus e dos princípios estabelecidos pelo Senhor. Geralmente usam a racionalização do pecado para justificar as más condutas diante de Deus.

3. A perseguição pode ser o anúncio de que algo maior está para acontecer

Daniel não cedeu à pressão e viu todo um reino se dobrar diante do seu Deus. Ele enfrentou a cova dos leões cheio do Espírito de Deus e foi preservado. O próprio rei Dario reconheceu que Deus havia livrado Daniel dos leões (Dn 6.27).

Precisamos aprender a discernir as pressões do dia a dia. A nossa influência no trabalho, no local onde moramos ou sobre os nossos familiares pode estar contrariando os interesses de Satanás. É certo que ele fará de tudo para nos calar, nos intimidar e até mesmo nos ridicularizar. Somos e seremos chamados de fundamentalistas, radicais, fanáticos, ignorantes, etc.

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Daniel 1.Daniel 2.Daniel 3.Daniel 4.Daniel 5.Daniel 6.Lucas 10.1-20.

Não devemos nos esquecer das palavras de Jesus: 3“Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa, os insultarem, os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês”.

O inimigo não sabe o dia nem a hora (Mt 24.36) mas percebe que está próxima a volta de Jesus Cristo. Algo maior está para acontecer, e precisamos viver baseados nesta grande esperança (Rm 8.18; At 1.8). Haverá um novo céu e uma nova terra (Ap 21). Jesus Cristo voltará!

O mundo em pleno século XXI ainda precisa conhecer o Deus que “livra e salva; que faz sinais e maravilhas nos céus e na terra”. O Deus de Daniel, o nosso Deus.

Para pensar e agirSe permitirmos que a visão dualista

continue em nosso meio, nós nos tornaremos uma igreja irrelevante diante de um mundo em crise. Não saberemos como agir diante dos desafios que estarão à nossa volta. Não adianta esperar uma mudança cultural por parte dos ímpios (2Tm 4.3,4). O que o mundo precisa é da manifestação dos filhos de Deus (Rm 8.19).

Precisamos entender que, se estamos influenciando onde estamos, 3 Mateus 6.11,12.

Satanás fará de tudo para nos tirar de tal ambiente. Poderá fazer até uma boa proposta financeira. Cuidado, ore sempre antes de decidir para onde ir.

Não há o que temer: “Maior é o que está em nós, do que aquele que está no mundo das trevas, condenado à perdição eterna”. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31).

Perguntas para discussão em classe 1. Vimos nesta lição que muitos

cristãos estão dividindo o universo entre o reino espiritual, que é bom e santo, e o reino físico, que é mau e profano. De que forma isso tem se aplicado na prática? Você tem percebido isso?

2. Existe perseguição espiritual no Brasil? Você já foi vítima de alguma perseguição pelo fato de ser um cristão? Como devemos proceder em tempos de perseguição espiritual?

3. A esperança da volta de Cristo está presente nas atitudes diárias dos cristãos de hoje? As igrejas estão falando acerca disso?

4. Em sua opinião, qual foi a maior virtude de Daniel?

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“Deus não irá adiante com o homem que marcha com

suas próprias forças.”(C. H. Spurgeon)

1O príncipe dos pregadores, C. H. Spurgeon, certa feita afirmou: “A verdadeira conversão dá segurança ao homem, mas não lhe permite cessar de vigiar”. Principalmente após uma grande vitória, devemos redobrar a nossa atenção. A história registra vários exemplos de pessoas que deixaram o orgulho tomar conta do coração e por isso caíram. Os erros cometidos pelo rei Ezequias após ter seus anos prorrogados por Deus é um desses exemplos. Uma olhada mais detalhada para os tristes fatos narrados em nosso texto básico revelará que até mesmo uma pessoa íntima de Deus poderá cair se não permanecer vigilante. O nosso Mestre 1 Blanchard John, Pérolas para a vida. Vida Nova. São Paulo 1984.

Jesus nos advertiu: “Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”.

Nosso objetivo nesta lição não será justificar os erros de Ezequias, mas analisar seus atos visando extrair alguns princípios que poderão nos impedir de cometer erros semelhantes ou piores dos que os que foram cometidos por ele.

Quem foi Ezequias (Deus é força)?Um dos maiores e mais virtuosos

reis de Israel. Era filho do rei Acaz e Abia. Iniciou o seu reinado em Jerusalém aos 25 anos e reinou por 29 anos (716- 687 a.C). Ele reinou conforme a vontade de Deus (2Rs 18.3-7). Ao assumir o reino restaurou o culto ao Senhor. Foi Ezequias quem mandou reabrir o Templo. Levou o povo a restabelecer a celebração da Páscoa judaica; organizou o serviço do Templo (2Cr 31.20,21). Preocupou-se

Texto Bíblico: 2Reis 20.12-19; 2Crônicas 32.24-336

EZEQUIAS – O orgulho fatal

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em restaurar os muros que protegiam a cidade, construiu torres. Em meio às ameaças de Senaqueribe, rei da Assíria, que desafiou a Deus, orou junto do profeta Isaías e um milagre aconteceu. O Senhor enviou um anjo, que destruiu os assírios. Foi um homem muito rico, honrado e abençoado por Deus. Foi um visionário, um empreendedor em seu tempo, que teve muito sucesso (2Cr 32.27). Ezequias ficou muito doente e ao ser informado pelo profeta Isaías de que morreria, orou a Deus sobre a enfermidade. O Senhor ouviu a sua oração e acrescentou mais quinze anos de vida a ele (2Rs 20.2). Após ter ouvido que seus anos seriam prorrogados, Ezequias não vigiou e foi repreendido pelo profeta Isaías (2Reis 20.14). Um resumo de sua vida está registrado em 2Crônicas 29 a 32. Os anos de Ezequias foram de paz, mas em 600 a.C os babilônicos invadiram Judá (2Cr 24.12-16), levando o povo para o cativeiro, e lá estavam Daniel, Hananias, Misael e Azarias (Dn1.6).

Vejamos alguns erros de Ezequias que mancharam a sua história após tantas vitórias e provas do temor que nutria por Deus.

1. Ezequias foi influenciado pelos “mimos” do inimigo (2Rs 20.12)

Ezequias recebeu os mensageiros do rei da Babilônia, que lhe entregaram cartas e um presente. Aparentemente estavam demonstrando que se preocupavam com sua saúde. Ele

ficou tão entusiasmado com a visita que se esqueceu de uma regra básica, principalmente para um rei: com inimigo não se brinca!

O inimigo “é aquele que odeia o outro procurando sempre lhe fazer o mal; destruí-lo se possível”. Enquanto militarmos nesta terra, travaremos batalhas contra o inimigo de nossas almas. O inimigo é astuto. Paulo declarou que: 2“o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz”. Ele prepara ciladas para nos atingir. Realmente com o inimigo não se brinca! Pedro sabiamente revelou que o 3“inimigo de nossas almas, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar”.. Ele não está para brincadeira!

Temos visto em nossos dias a queda moral e espiritual de muitos cristãos que se deixaram levar pelos “mimos” do mundo moderno. Pessoas que cederam às “filosofias”, às atrações e facilidades do nosso tempo. Precisamos lembrar-nos das palavras do salmista: 4“Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite”.

Pelo menos duas ações devem ser praticadas na hora da aproximação do inimigo de nossas almas: 1) Resistir 2 2Co 11.14; Ef 6.11.3 2Pe 4.84 Sl 1.1,2.

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(1Pe 5.8,9) – em caso de sofrimento, perseguição por causa da fé; etc. 2) Fugir (2Tm 2.22) – Nos casos que envolvem nossas inclinações carnais e situações em que nossas limitações são maiores.

Cuidado para não se deixar levar pelos mimos do inimigo.

2. Ezequias revelou os seus segredos (2Rs 20.13-15).

Ezequias “abriu o jogo” para o inimigo. Ele revelou a intimidade do palácio, ignorou os princípios básicos de segurança da corte. Reuniu-se com os seus inimigos como se estivesse em família. Como pôde ser tão inocente? O que levou aquele homem tão íntimo de Deus a cometer um erro tão banal? Encontramos a resposta na narrativa de Esdras: 5“Ezequias tornou-se orgulhoso”.

O orgulho (elevado conceito de si mesmo) levou Ezequias a mostrar seus tesouros ao inimigo. Talvez ele estivesse deslumbrado com a bênção que acabara de receber, os 15 anos que ainda viveria. Ele ficou cheio de si mesmo e por isso tornou-se uma presa fácil para seus inimigos. Isso pode facilmente acontecer conosco! A altivez, o orgulho pode ser um prenúncio da queda. Como afirmou 6Thomas Manton: “O Orgulho é a causa de todos os outros pecados”.

Vejamos dois exemplos registrados na Bíblia, um negativo e um positivo:5 2Cr 32.25. 6 Blanchard John, Pérolas para a vida. Vida Nova. São Paulo 1984.

O exemplo de Sansão (Jz 16) – Sansão, “anestesiado” pela atração física por Dalila, acabou revelando o segredo de sua força. Ele resistiu por duas vezes e acabou caindo na terceira. Quando Sansão abriu os olhos, já tinha perdido as forças, era tarde demais. O fim dele foi trágico por ter revelado o seu segredo aos inimigos (Estudaremos melhor este personagem na lição 7).

O exemplo de José do Egito (Gn 39) – Como vimos na lição 2, José foi assediado pela mulher de Potifar, mas ele não quis conversa. Disse não às facilidades que poderia ter ao ser o amante de uma poderosa mulher. Ele não quis conversa, optou por fugir da mulher, não revelou seus segredos. Ele permaneceu na presença de Deus, foi injustiçado, preso, mas prosperou ao lado do Senhor.

Se Ezequias e Sansão tivessem aplicado as regras básicas de proteção contra o inimigo, suas histórias seriam bem diferentes. Devemos sempre tomar cuidado. Não podemos ignorar as advertências bíblicas. Precisamos obedecer aos limites estabelecidos por Deus. Pode até ser difícil, mas sempre valerá a pena. Eis o exemplo de José do Egito.

3. Ezequias foi imediatista (2Rs 20.16-19)

Ezequias não pensou no futuro quando abriu as portas do palácio. Foi imediatista e se deixou levar por suas emoções. O profeta Isaías anunciou

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II Timóteo 2.22.Salmo1.Efésios 4.1-3.Mateus7.24-27.Mateus 26.41.I João 5.2-4, 19-21.Salmo 119.9-11.

a destruição futura, mas ele não se preocupou porque seus dias seriam de paz e segurança.

A sociedade vive assim. Cada um por si. Poucos são os que estão preocupados com as consequências dos seus atos. Famílias são destruídas devido às más escolhas de pessoas que deveriam trabalhar por sua preservação.

Nós, os servos de Deus, somos diferentes. Sabemos que aquilo que plantamos um dia iremos colher (2Co 9.6). Não podemos ignorar as consequências dos nossos atos em nossa vida e para as pessoas que estão ao nosso redor. Quem não se preocupa com o amanhã está fadado ao fracasso e às mais profundas feridas emocionais.

Para pensar e agirEzequias foi um homem muito

especial, cuja história foi manchada pela falta de vigilância provocada principalmente pelo orgulho que tomou conta de seu coração. Exemplos como este que estão revelados na Bíblia são presentes divinos para nossa proteção. Os fatos narrados nesta lição servem de alerta para que cada crente:1. Redobre a vigilância nos dias que

sucedem as bênçãos - Seja prático diante do mal. Diga não! Fuja! Não fique de “conversinha”. Cuidado com o orgulho!

2. Não admita fazer aliança com o inimigo - Avalie quem convida você.

De onde essa pessoa vem? Em nome de quem? Para quê? Por quê? Se falar em nome de Deus, olhe para a vida de quem fala. Quais são os seus valores? Seu estilo de vida?

3. Lembre que Deus jamais aprovará as ações alicerçadas na desobediência - Liberte-se dos jargões evangélicos e aprofunde-se na Palavra. Ha coisas que não precisamos nem perguntar, pois Deus já disse que não. Devemos obedecer a Ele!

Perguntas para discussão em classe 1. Vimos nesta lição que Ezequias

ignorou algumas regras básicas diante do inimigo. Pense em nossos dias e responda: quais as exigências para uma vida santa e consagrada ao Senhor que estão sendo mais negligenciadas em nossos dias?

2. Você pode citar alguma regra básica revelada na Palavra de Deus que nos protege das ações de Satanás?

3. O que tem levado as pessoas a viverem o presente sem se preocuparem com as consequências dos seus atos?

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A verdadeira conversão dá segurança ao homem, mas não lhe

permite cessar de vigiar”. (C. H. Spurgeon)

A Bíblia nos adverte que 1“enganoso é o coração, mais do que todas as coisas”. A história de Sansão

é uma prova de que nossas emoções podem comprometer a nossa caminhada com Deus, levando-nos ao sofrimento. Sabemos que o nosso sucesso, ou o nosso fracasso, está diretamente ligado à qualidade das nossas escolhas. Daí a importância de vigiarmos constantemente (Mt 26.41). Nosso alvo deve ser poder dizer como Paulo: 2 “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”.

Em nossa lição de hoje vamos analisar alguns fatos sobre a vida de Sansão. Um homem que apesar de todos os seus equívocos foi muito importante para a história de Israel. 1 Jr 17.9a.2 2Tm 4.7.

Seu nome está registrado na galeria dos heróis da fé (Hb 11.32).

Quem foi SansãoSansão (ilustre, pequeno sol) viveu

por volta de 1075 a.C. Sua história está registrada nos capítulos 13 a 16 do livro dos Juízes. Era filho de Manoá, um homem de Zorá, da tribo de Dã. Sua mãe era estéril quando foi visitada por um anjo do Senhor. Ela foi avisada de que daria à luz um menino, que livraria o povo de Israel das mãos dos Filisteus. Sansão era um nazireu de Deus (Nm 6.1-21; Jz 13.5). Um homem consagrado antes mesmo do nascimento. Deus era com Sansão (13.24,25; 14.6; 15.14). Sansão casou-se com uma filisteia de Timna (14.1). Foi traído ao ter o segredo do seu enigma revelado. Ele então se apaixonou por uma mulher chamada Dalila, que subornada pelos filisteus usou todo o seu charme para arrancar de Sansão, após quatro tentativas, o segredo de sua força

Texto Bíblico: Juízes 16.1-227

SANSÃO – Uma vida comprometida pelas más escolhas

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(16.17). Ele nunca havia cortado o cabelo, mas deixando-se levar pela atração que nutria por Dalila, contou toda a verdade. Enquanto dormia teve seus cabelos cortados. Quando tentou abrir os olhos, era tarde demais. Ele havia perdido os olhos e a força e passou a ser como qualquer outro homem. Os filisteus o levaram para uma prisão, onde ele, humilhado, passou a trabalhar girando o moinho no cárcere.

Enquanto os filisteus exaltavam o deus “Dagom” e zombavam do Deus de Israel, Sansão se apoiou nas colunas mestras que sustentavam o templo e clamou ao Senhor (16.28). O templo desabou sobre todos os líderes, sobre o povo e sobre Sansão. Todos morreram. O corpo de Sansão foi levado por seus irmãos, que o sepultaram no túmulo de seu pai, Manoá. Sansão julgou Israel por 20 anos. Ele foi o 13° juiz.

A história de Sansão serve de alerta, nos proporciona as seguintes lições:

1. Devemos tomar cuidado com o nosso envolvimento no mundo

Sansão se envolveu com os filisteus; apaixonou-se e casou-se com uma filisteia, ignorando o alerta dos seus pais (14.3). Envolveu-se com uma prostituta quando foi a Gaza (16.1) e por fim rendeu-se aos encantos de Dalila, uma mulher que sabia usar seus encantos para conseguir seus intentos (16.16). A queda de Sansão está diretamente ligada a sua disposição

em viver longe do seu povo. Ela aconteceu aos poucos.

Paulo fez o seguinte alerta para os cristãos: 3“Não se amoldem ao padrão deste mundo”. Temos visto a cada dia que passa um envolvimento maior da igreja com as coisas e pessoas deste mundo. Ao invés de transformar (Mt 5.13) infelizmente estamos vendo uma geração de cristãos optando pelos mesmos gostos, as mesmas músicas, o mesmo estilo de festa, as mesmas roupas, os mesmos ambientes, o mesmo linguajar e o pior, projetos de vida muito semelhantes. Tiago nos alertou: 4“Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Ao invés de fugir estamos nos aproximando e nos acostumando com o glamour (encanto) deste mundo. Ao jovem Timóteo Paulo aconselhou: 5“Foge também das paixões da mocidade, e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com os que, de coração puro invocam o Senhor”.

6George Barna fez uma pesquisa nos EUA onde constatou que apenas 43% dos adultos que se declaram cristãos são plenamente comprometidos com a fé cristã. Pelo que percebemos no dia a dia, podemos afirmar que no Brasil não é diferente. Lembremo-nos das palavras do Salmista: 7“Como é feliz 3 Rm 12.2a.4 Tg 4.4b. 5 2Tm 2.22. 6 Dever Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. Editora Fiel. São Paulo. 2012. 7 Sl 1.1.

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aquele que não segue o conselho dos ímpios,não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores!”

Enquanto igreja militante, teremos que viver, trabalhar, negociar e estudar neste mundo. Mas não podemos esquecer que “fomos chamados para fora”. Somos a igreja de Cristo, um povo que vive na terra com um estilo de vida de acordo com aqueles que um dia viverão no céu. 8“Não ameis o mundo, nem o que há no mundo”.

2. Não podemos colocar as emoções à frente da razão

Sansão deu vazão à emoção. Estava nos braços de uma bela mulher, que o levou à queda. Ele havia se acomodado ao ambiente, achava-se forte o bastante para qualquer situação. Ele teve três oportunidades de avaliar os fatos e reagir, mas optou por ignorar o perigo e em seguida caiu. Sansão tornou-se uma presa fácil para Dalila e para os filisteus.

A Bíblia nos alerta: 9“Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal”. Mesmo assim muitos estão optando por seguir dando vazão apenas às emoções. Vivemos numa época em que todos querem sentir, se arrepiar, etc. Poucos falam sobre pensar. Daí o grito do cantor João Alexandre ao escrever a canção intitulada “É proibido pensar”. Nossa vida precisa estar aliada à 8 1Jo 2.15a.9 Pv 3.7.

razão. Precisamos pensar antes de agir. Precisamos estabelecer princípios que priorizem nossa integridade diante de Deus. Precisamos cultuar de forma racional.

Precisamos ouvir a voz do Espírito Santo, o nosso ajudador. Precisamos priorizar andar segundo a Palavra de Deus (Sl 119.11). Precisamos renovar o nosso entendimento diariamente. Agindo assim, experimentaremos a 10 “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

3. Nem sempre será possivel ser como antes

Essa é uma triste conclusão que a história de Sansão revela. A sua falta de vigilância custou muito caro. Mesmo Deus ouvindo a sua oração naquele templo, Sansão não teve como recuperar os seus dias de glória.

Um dos melhores antídotos contra o pecado é pensarmos nas consequências dele. No preço caríssimo a ser pago diante de Deus e dos homens. A maioria das quedas não acontece do dia para a noite. Há tempo para pensar, avaliar, resistir e se necessário fugir (Tg 1.14,15). Quantas vidas e famílias seriam preservadas se aqueles que caíram tivessem aplicado essas e outras regras de segurança. Precisamos estabelecer limites, avaliar as consequências dos nossos atos antes de agir.

Sabemos que quando confessamos ao Senhor os nossos pecados (1Jo 10 Rm 12.2.

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Tiago 4.4-10.Provérbios 13.20, 14.7, 27.17.Provérbios 18.8, 23.9.Tiago 1.12-15.I Pedro 5.8-9.I João 1.8-10.II Crônicas 7.14.

1.9), eles são perdoados. Mas também sabemos que muitas vezes haverá um triste salário a ser pago em consequência deles. Na presença de Deus podemos resistir às tentações. Então: 11 “Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia”.

4. Mesmo estando “no fundo do poço” clame ao senhor

Os erros de Sansão o levaram a uma condição a que ele jamais havia imaginado chegar. Mas em meio às pesadas consequências ele fez um pedido a Deus e foi atendido.

Sempre é tempo de clamar. Foi o Senhor quem disse: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar aminha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra” (2Crônicas 7.14).

Nenhuma condição deve nos afastar de Deus. Clamemos ao Senhor, não importa a circunstância. 12A. W. Pink afirmou: “O propósito da oração não é fornecer a Deus o conhecimento das coisas de que precisamos, mas confessar-lhe nosso sentimento de necessidade”.

Para pensar e agir A história de Sansão que acabamos

de estudar é um exemplo que serve de alerta quanto ao nosso 11 1Co 10.12,13. 12 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida Nova. São Paulo.1993.

envolvimento com o mundo. Um homem consagrado antes mesmo do nascimento, uma vida que tinha tudo para dar certo, mas que após viver momentos de extremo sofrimento teve um triste fim. Alguém poderia dizer: “Ah, se Sansão tivesse vigiado um pouco mais!”.

A história na vida real não se baseia em suposições. Ela é escrita com as decisões que tomamos no dia a dia. Por isso, 13“a melhor maneira de não falhar nunca é temer sempre”. É permanecer com a armadura de Deus para que possamos resistir no dia mau (Ef 6.10-18). Portanto, antes que seja tarde demais, clame ao Senhor.

Perguntas para discussão em classe 1. Qual a semelhança entre um

nazireu de Deus e um cristão separado por Deus para uma vida santa?

2. Quais as atitudes que Sansão deveria ter tomado ao lidar com Dalila? Onde foi que ele errou?

3. O que a história de Sansão nos ensina em relação ao envolvimento com o mundo? Até onde podemos ir?

13 Willian Jenkyn.

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injustiça, corrupção, fraudes, promiscuidade, etc. Certamente que em nossos dias, Diógenes também sairia pelas ruas em busca de pessoas íntegras.

Quem foi Hananias?A maior e mais importante

revelação sobre este personagem são as palavras do próprio Neemias: “Hananias era íntegro e temia a Deus mais do que a maioria dos homens”. Ele foi um dos judeus que participaram da reconstrução dos muros de Jerusalém ao lado de Neemias por volta do ano 445 a.C. O seu nome significa, em hebraico, Jeová é clemente.

A integridade é uma garantia de credibilidade. Vamos usar o exemplo de Hananias para estudar acerca dessa qualidade indispensável a qualquer servo de Deus.

1) Hananias era íntegro1.1 – Definição de IntegridadeSegundo 2John MacArthur, Jr.

Integridade“É a aderência firme a um

2 John MacArthur, O poder da Integridade. Editora Cultura Cristã. São Paulo. 2001.

“A crise mais aguda que presenciamos é a de integridade.”

(Hernandes Dias Lopes)

1Certa vez, o sábio pensador Diógenes saiu pelas ruas, durante um dia ensolarado, com uma lanterna acesa. Alguém o abordou e lhe perguntou: “O que você procura com uma lanterna acesa durante este dia tão ensolarado?”. Ao que ele respondeu: “Estou à procura de um homem honesto, de uma pessoa íntegra”.

Vivemos num mundo de comprometimentos. A sociedade abandonou os padrões morais e os princípios cristãos em troca do oportunismo. As maiores aspirações das pessoas em nossos dias podem ser traduzidas em quatro palavras: fortuna, fama, poder e prazer. Vale tudo para conquistar tais coisas. Frases como “rouba, mas faz”, “todo mundo faz” e “não vi nada”, são utilizadas para justificar os maus atos. Em vários segmentos da sociedade há pessoas comprometidas com a desonestidade,

1 Lima, Josadak. Integridade – um compromisso de vida. AD Santos. Curitiba. 2007.

Texto Bíblico: Neemias 7.1,28

HANANIAS – Um homem preparado para os grandes desafios

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severo código moral e ético, o estado de estar desimpedido; desembaraçado ou a qualidade ou condição de ser inteiro ou indivisível; inteireza. Vem da palavra integer, que significa “total” ou “indiviso”, “completo”. O termo integridade significa essencialmente, ser verdadeiro em relação aos próprios padrões éticos – em nosso caso, os padrões de Deus. Integridade é sinônimo de honestidade, sinceridade, incorruptibilidade. Descreve alguém sem hipocrisia ou dúplice – alguém que é totalmente consistente em suas convicções. Uma pessoa a quem falte integridade, alguém que diga uma coisa e faça outra é um hipócrita”.

1.2 - ImportânciaSalomão afirmou: 3“Quem anda

em integridade anda seguro; mas o que perverte o seu caminho será conhecido”. Uma vida íntegra deveria ser uma das marcas de qualidade mais visíveis em qualquer cristão. Um servo de Deus não pode ter uma vida ameaçada por comprometimentos. Uma das atividades de maior necessidade de integridade é a liderança da igreja. Um líder espiritual tem de manter a integridade para firmar um exemplo a ser seguido. Temos vários perfis na Bíblia que revelam isso (At 6.3; 1Tm 3). 4“Quando as pessoas veem seus líderes esticando a verdade e, 3 Pv 10.94 BlackabyEnry. Liderança espiritual. Bompastor; São Paulo, 2007.

estrategicamente, maquiando os problemas, perdem a confiança nele. Os seguidores não esperam que seu líder seja perfeito, mas esperam que seja íntegro”.

A integridade vai além da sinceridade. Analisemos a explicação de 5Ronaldo Lidório: “Integridade é mais do que uma convicção. É uma atitude transformadora e validadora. Leva-nos a uma profunda inquietação que produz transformações internas e externas. Faz-nos desejar viver de acordo com a nossa fé, nossos valores, com a Bíblia que afirmamos ser a nossa regra de fé e prática.

A grande diferença entre sinceridade e integridade é a obediência. Enquanto a primeira reconhece suas falhas e erros, a segunda se contorce incomodada por conserto e transformação".

Hananias era íntegro. Seu estilo de vida chamou a atenção de Neemias. Era um servo preparado para qualquer desafio. Sua autoridade havia sido construída e preservada por meio de uma vida transparente, em que prevalecia o caráter e a verdade.

Não podemos tapar o sol com a peneira. Há crentes vivendo totalmente adaptados a um mundo de comprometimentos. “Quando as pessoas aprendem a mentir, enganar, roubar e mascarar a verdade. A fazer 5 Lidório, Ronaldo. Liderança e Integridade. Editora Betânia. Belo Horizonte. 2008.

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qualquer coisa para conseguir o que desejam, tal comprometimento torna-se modo de vida”.

No Salmo 15 Davi definiu o verdadeiro cidadão dos céus com as seguintes palavras: “Aquele que vive com integridade, pratica a justiça e fala a verdade de coração; que não difama com a língua, nem faz o mal ao próximo, nem calunia seu amigo”.

2) Hananias temia a Deus mais do que a maioria dos homens

A maioria dos homens está vivendo contra os padrões estabelecidos por Deus para a humanidade. Há uma rejeição natural a tudo o que diz respeito a Deus(Rm1). Os homens não conseguem entender como os verdadeiros seguidores de Jesus conseguem viver uma vida santa, e é por isso que muitas vezes somos insultados, perseguidos filosoficamente, etc. (1Pd 4.3). Mas não devemos nos abalar, pois é a Palavra de Deus se cumprindo em nossos dias (Mt 24).

Hananias se destacava porque estava acima da média no que diz respeito à intimidade com o Todo-poderoso.Somente os servos que verdadeiramente temerem a Deus estarão preparados. Alan Redpath afirmou que “o temor reverente de Deus é a chave para a fidelidade em qualquer situação”.

3. PropostasNo término de nossa lição de hoje,

estamos propondo o resgate das seguintes qualidades:

1°) O resgate da devoção – precisamos passar mais tempo a sós com Deus. Dedicar tempo de qualidade para crescermos na graça e no conhecimento do Altíssimo. Priorizar o estudo sistemático da Bíblia e uma vida de constante oração e comunhão cristã (Sl 119.11; 2Cr 7.14).

2°) O resgate da doutrina – Crescemos quando conhecemos e estudamos os nossos manuais de fé. Há membros de igrejas batistas que desconhecem nossos documentos e as doutrinas básicas do cristianismo. Não sabem o que consta na Declaração Doutrinaria da CBB e nos princípios batistas. São presas fáceis de falsos ensinos e da síndrome do “eu acho que...” (Pv 22.28; 2Tm 2.15).

3°) O resgate da ética – “Não se amoldem ao padrão deste mundo...”(Rm 12.2a). Precisamos conhecer o padrão dos céus e nos preparar para os embates contra as possíveis propostas deste mundo. Não podemos ceder e fazer o que todos fazem. Somos um povo peregrino, que caminha ao lado de Deus para algo muito maior. Temos que dar um bom testemunho em todos os segmentos da sociedade. Nossa vida deve refletir a glória de Deus (Mt 5.16).

4°) O resgate do pensamento e do discernimento– devemos sempre

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João 15.16-19.I Coríntios 10.13-23.II Coríntios 10.3-6.Gálatas5.16-21.Gálatas 5.22-26.Salmo 15.Provérbios 10.9; Salmo 34.12-15.

pensar nas consequências dos nossos atos (Vimos isso na lição anterior). Não podemos agir sem consultar o Senhor. Precisamos corajosamente discriminar o certo do errado, o bem do mal, isso é discernimento. Não podemos ceder às pressões que visam ao politicamente correto ou “ficar bem com a turma”. Todo cristão deve demonstrar convicção em relação ao caminho que afirma seguir (Hb 12.1,2; 1Jo 2.15-17; Ap 2.10) .

5°) O resgate do equilíbrio – Não podemos admitir uma vida alienada ou isolada da sociedade. Cada um deve saber até onde pode ir, tendo como parâmetro a vontade de Deus, revelada na Bíblia Sagrada. O cristão não pode se deixar dominar pelos negócios desta vida (2Tm 2.4).

6°) O resgate do legado – Sempre haverá alguém nos olhando. Não podemos deixar um legado negativo. Nossa família precisa ser influenciada por nossa vida. A história de nossa igreja precisa ser escrita de forma saudável visando sempre a um futuro ainda melhor. Um passo em falso poderá comprometer nosso exemplo e causar prejuízos a terceiros (2Tm 2.22).

Para pensar e agirEstamos vivendo uma crise de

integridade, só não vê quem não quer. Muitos cristãos já estão tão envolvidos com o estilo de vida do

mundo que já não sabem mais como não se envolver. Até a teologia foi alterada para alimentar tais apetites e por isso muitas igrejas estão cheias de pessoas vazias. Irmãos que poderiam testemunhar acerca da fé em Cristo, mas que permitiram que as facilidades do mundo destruíssem suas reputações. Há uma carência em nosso meio de pessoas como Hananias.

Se Jesus saísse pelas ruas à procura de uma pessoa “íntegra e temente a Deus mais do que a maioria dos homens”, acharia você?

Perguntas para discussão em classe1. Quais são os maiores desafios da

igreja no que diz respeito a uma vida de integridade? Por que tantos crentes estão cedendo às pressões deste mundo?

2. As pessoas leem a Bíblia, mas só acreditam no que querem. Por que isso acontece? Quais os prejuízos para a vida daquele que desobedece à Lei do Senhor?

3. Das propostas feitas no fim da lição, qual será o seu maior desafio?

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“O indivíduo que nunca muda de opinião jamais corrige seus erros. O

fato é que o caminho do sucesso está sempre em construção.”

(John L. Mason)

Felizes são aqueles que têm em seu círculo mais íntimo de amizade ou em sua família,

pessoas como Jetro. Alguém capaz de nos auxiliar, de nos fazer enxergar as ameaças que nos rondam. Devemos louvar a Deus pelas pessoas que Ele tem enviado para nos auxiliar nas jornadas desta vida. Devemos, ainda, considerar a possibilidade de sermos pessoas como Jetro na vida dos outros. Salomão sabiamente afirmou: 1“Quando não há sábia direção, o povo cai; mas na multidão de conselheiros há segurança”.1 Pv 11.14.

Quem foi JetroJetro (Excelência) viveu por volta do

ano 1500 a.C. Foi sacerdote e príncipe de Midiã. Também era chamado de Reuel (Êx 2.18). Tinha sete filhas, entre elas Zípora, que veio a ser a esposa de Moisés. Jetro era um homem sábio, observador e hospitaleiro. Moisés passou quarenta anos em sua companhia antes de seguir para libertar o povo de Israel. Após Moisés retirar o povo do Egito, Jetro o visitou no acampamento no deserto. Ele ficou animado com as boas notícias, mas percebeu que Moisés estava trabalhando demais, fazendo tudo sozinho. Por isso aconselhou Moisés a nomear assessores para dividir as responsabilidades. Ele é considerado um dos primeiros consultores gerenciais da história bíblica. As chamadas “leis de Jetro” ainda hoje

9Texto Bíblico: Êxodo 18

JETRO –Um conselheiro muito especial

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influenciam líderes em todos os segmentos gerenciais.

Nosso objetivo nesta lição será destacar as características pessoais de Jetro que nos permitem defini-lo como um homem muito especial.

1. Espiritualidade (v.12)Jetro demonstrou seu temor a Deus

quando avisado por Moisés que o Senhor lhe dera uma missão. Não houve questionamentos (Êx 4.18). Após a saída do povo do Egito, Jetro soube reconhecer que todos os fatos eram provenientes do poder de Deus. “Então Jetro, sogro de Moisés, tomou holocaustos e sacrifícios para Deus”(18.11,12).

Tudo em nossa vida deveria ser uma consequência natural da nossa comunhão com Deus. 2“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento”.Somente os homens e mulheres espirituais, que temem a Deus, conseguirão enxergar os valores de cima (Cl 3.1) e poderão influenciar outros a saírem de onde estão para onde Deus quer que elas estejam (Gl 6.1).

Segundo o diretor do Instituto para o Desenvolvimento de Igreja, Christian A. Schwarz 3“O aspecto que de fato diferencia igrejas que crescem de igrejas que não crescem, é se os crentes de uma determinada igreja vivem a sua fé com dedicação, paixão, fogo e com entusiasmo”. Uma 2 Pv 9.103 SchwarzChristian A.O desenvolvimento Natural da Igreja. Editora Esperança. Curitiba. 1996.

espiritualidade contagiante é uma marca de qualidade indispensável na vida de qualquer cristão e consequentemente das igrejas. Está diretamente relacionada com o tempo investido em oração, na leitura da Bíblia, no viver e compartilhar a fé com entusiasmo (2Cr 7.14).

2) SabedoriaComo é importante a manutenção

dos relacionamentos saudáveis na família. Jetro e Moisés se respeitavam (v.7). Nutriam um relacionamento afetivo saudável. Havia carinho entre eles e isso foi uma porta aberta para a influência de Jetro sobre Moisés.Jetro demonstrou sabedoria ao reconhecer que Moisés, na melhor das intenções, estava longe da família e trabalhando além de suas possibilidades (v.5,17). Sua escala de valores estava invertida.

Vivemos numa sociedade de consumo, em que muitas pessoas só pensam em trabalhar e ganhar mais dinheiro para consumir. Nós, os servos de Deus, que temos a Bíblia como nossa única regra de fé e prática, não podemos entrar nesta ciranda nociva à saúde espiritual e familiar. Precisamos viver aquilo que a Palavra de Deus nos orienta, mesmo que para isso precisemos nos privar de alguns bens ou títulos. Precisamos de pessoas como Jetro para nos fazer lembrar algumas orientações que estão na Palavra de Deus. • Marido e Mulher devem

permanecer juntos (Mc 10.6-9; 1Co 7.5,6);

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• Pais devem dedicar tempo na orientação dos filhos (Dt 6.5-8; Ef 6.4);

• Não podemos abandonar nosso lar (1Tm 5.8);

• Devemos cultivar uma vida simples e dependente de Deus (Hb 13.5; Mt 6.31-33). Os conselhos sábios de Jetro foram

fundamentais para que Moisés conseguisse permanecer saudável diante do povo de Israel.

3. EquilíbrioMoisés estava trabalhando demais.

Havia, sem perceber, perdido a razão. Todos corriam sérios riscos. Jetro não hesitou em perguntar: “Que é isto que tu fazes ao povo?”. Mas Moisés tinha na ponta da língua as suas justificativas para tamanha tolice. Segundo ele, tudo o que estava fazendo estava relacionado com o interesse do povo pela vontade de Deus (v. 15,16). Mesmo com uma explicação aparentemente tão espiritual, Moisés ouviu de Jetro as seguintes palavras: “Não é bom o que fazes” (v. 17). O sábio Jetro após um tempo de observação havia detectado pelo menos duas ameaças em consequência dos atos de Moisés (v. 14): • Esgotamento pessoal;• Esgotamento de terceiros.

O conselho de Jetro foi em direção ao equilíbrio. Moisés deveria dividir a carga e compartilhar responsabilidades com os demais homens que demonstrassem capacidade, temor

a Deus, veracidade e integridade. Moisés foi obediente (v. 24) e fez conforme o conselho do seu sogro. O resultado foi tão bom que Moisés conseguiu continuar a sua jornada.

Essa é uma lição que deveríamos aprender e colocar em prática todos os dias. Quantos saem por aí se autodestruindo e ainda prejudicando terceiros por falta de equilíbrio. Pessoas que perderam a razão e mesmo assim têm sempre uma boa justificativa para tamanhas tolices. Quantas famílias carecendo da presença de um pai ou até mesmo uma mãe que saiu pelo mundo de forma desequilibrada. Filhos abandonados ou aos cuidados de terceiros, enquanto seus pais estão por aí “conquistando” bens, títulos, etc.

A sabedoria nos conduz a respeitarmos a escala de valores como peneiras em que devemos passar cada proposta. Mesmo sabendo que é impossível criarmos um padrão que contemple todas as situações, estamos propondo que antes de dizer sim, sejam feitas as seguintes perguntas, conforme a ordem indicada:

1°)DEUS – O que Deus acha disso? O que a Palavra de Deus diz sobre isso? Está de acordo com os princípios cristãos?

2°)VOCÊ – O que você está achando disso? Está em paz? Sente-se realizado? Já orou por isso? Ouviu a resposta de Deus?

3°)FAMÍLIA – O que sua família pensa sobre o assunto? Vai prejudicar o cônjuge? Os filhos? Vai separar

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Provérbios 11.14.Gálatas 6.1-3.Romanos 15.1-7.Mateus 6.31-34.Eclesiastes 3.Salmo 128.Lucas 10.38-42.

a família por um tempo indevido? Vai causar transtornarmos capazes de ameaçar o equilíbrio e harmonia familiar?

4°)TRABALHO – Será possível continuar conseguindo o sustento? Tem a possibilidade de se realizar como profissional? É uma atividade lícita e em conformidade com a vida cristã?

5°)IGREJA – Conseguirá realizar o seu ministério? Terá tempo para se desenvolver espiritualmente? Conseguirá caminhar alegremente com a família para casa do Senhor?

Qualquer inversão será fatal e prejudicará as partes envolvidas. Precisamos ter coragem para avaliar nossas atitudes mesmo que para isso o Senhor tenha que colocar em nosso caminho pessoas como Jetro para nos dar alguns toques em nome de Deus. Quer ser feliz? Aprenda a planejar e avaliar suas decisões baseando-se no manual, que é a Palavra de Deus. 4“Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, (...) Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite. (...). Tudo o que ele faz prospera!”

Para pensar e agirJetro apresentou um caminho

seguro para Moisés, que exigiu dele decisões imediatas. Ao responder positivamente aos conselhos que acabara de ouvir, Moisés deu passos 4 Sl 1.1-3.

seguros em direção ao equilíbrio. O resultado foram dias melhores para todos. De nada adiantaria ter Jetro por perto se o coração de Moisés permanecesse irredutível e obstinado a fazer apenas o que ele achava ser o melhor.

Deus também tem colocado pessoas espirituais, sábias e equilibradas em nossa vida para nos auxiliar. Essa é a parte de Deus. O que fazemos com o que ouvimos é a nossa parte. Pessoas sábias partem para fazer o que tem que ser feito. Falhamos de verdade quando não aprendemos com a experiência. Deveríamos fazer conforme lemos em Hb 2.1: “...é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos”.

Perguntas para discussão em classe1. Qual a sua visão sobre os

conselheiros? São importantes? Já procurou algum? Foi bem-sucedido? Decepcionou-se?

2. O que tem levado as pessoas a negligenciarem a escala de valores? Quais os males decorrentes deste equívoco?

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LicaoData do Estudo

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Quem foi a viúva desamparadaTemos poucas referências acerca da

viúva. O que podemos afirmar com segurança é que ela era casada com um homem piedoso, mas que ao morrer a havia deixado com seus dois filhos, desamparados financeiramente e, o pior, sob o jugo dos credores. Viveu por volta de 800 a.C. Era uma mulher de fé, que experimentou o milagre da multiplicação do azeite que salvou sua família das dívidas e ainda supriu suas necessidades para o futuro.

Um assunto relevante para hojeNão é difícil encontrar uma família

em crise devido à negligência da previsão. Muitas pessoas sofrem porque não se prepararam dignamente para as possíveis “intempéries” da vida, ou até mesmo para uma velhice saudável. Salomão recomenda que olhemos para a formiga e seu precioso exemplo de armazenamento. As formigas são

“A Bíblia tem muitas coisas a dizer sobre o sofrimento, e grande parte

delas é animadora.” (A. W. Tozer)

Duas palavras eram desconhecidas pelo marido da viúva. Provisão (ação ou evento de prover;

abundância de coisas necessárias) e previsão (ação ou efeito de prever). Um homem temente ao Senhor, que gozava de uma boa reputação entre os profetas, mas que falhou na hora de prover o sustento de sua família e prever a possibilidade de sua falta. Devido a esses equívocos, com a sua morte, sua esposa e seus filhos ficaram desamparados.

Se este homem fosse avaliado pelo apóstolo Paulo, correria o riso de ouvir as seguintes palavras: 1“Mas, se alguém não cuida dos seus, especialmente dos de sua família, tem negado a fé e é pior que um descrente”.1 1Tm 5.8.

Texto Bíblico: 2Reis 4.1-710

VIÚVA DESAMPARADA – Em busca do alívio para sua Família

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hábeis na tarefa de prover (Pv 6.6-11). Desde a juventude é importante para o ser humano planejar a vida.

A história da viúva que estamos chamando de desamparada é um convite à reflexão. Precisamos viver com sabedoria em meio a uma sociedade consumista e imediatista. Nós, os servos de Deus, precisamos edificar nossos lares com sabedoria e discernimento (Pv 24.3). Para o servo que teme ao Senhor, sua casa deverá ser uma fortaleza segura e refúgio para seus filhos.

Em nosso estudo de hoje, vamos extrair algumas lições da história da viúva desamparada, que graças ao nosso bom Deus teve um final feliz.

1. A aflição daquela viúva era uma consequência das dívidas deixadas pelo marido (v. 1a).

Não sabemos o que levou aquele homem ao endividamento e à morte. O fato que marcou a sua história foi o desamparo de sua esposa e filhos. Uma situação triste que infelizmente tem se repetido em muitas famílias de nossas igrejas.

Odinheiro ou a ausência dele tem sido considerado o fator principal para muitos divórcios em nossos dias. Saber comprar, vender, poupar e até mesmo doar é um assunto que deve ocupar nossas mentes e a dos nossos familiares. As crianças também precisam aprender sobre finanças para que, quando chegar a hora de assumirem as responsabilidades de um lar, não sejam negligentes.

Não podemos viver de qualquer maneira. Precisamos planejar a vida de acordo com os preceitos do Senhor. Salomão afirmou: 2“O homem de bom senso economiza e tem sempre bastante dinheiro e comida em sua casa; o tolo gasta o seu dinheiro assim que o recebe”.

Alguns irmãos interpretam erroneamente o viver pela fé; são piedosos, mas erram ao negligenciar as necessidades básicas de sua família. Como cristãos devemos crer no poder de Deus e na sua capacidade de nos surpreender e nos suprir, mas não podemos negligenciar nossas responsabilidades que têm a ver com o trabalho digno e dedicado e a quitação dos nossos compromissos.

Muitos pedem a Deus mais dinheiro quando deveriam pedir mais sabedoria para administrar o que têm nas mãos. Para que a família não seja surpreendida, sugerimos uma atenção especial aos seguintes itens:• Não deixar acumular contas (água,

luz, gás, educação, etc.);• Saber separar aquilo que é essencial

do que é opcional;• Dar atenção às necessidades

básicas de saúde e educação;• Separar tempo e recursos para o

lazer;• Prover tranquilidade futura:

Recolhimento do INSS; plano de previdência privada; seguro de vida; plano funeral, etc.

• Equilíbrio financeiro: Evitar empréstimos, descontrole dos

2 “Pv 21.20 (Bíblia Viva)

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gastos no cartão de crédito, financiamentos longos, etc. Uma família deve ser administrada

por pessoas adultas. Os adultos fazem o que precisa ser feito. Antes do casamento, um homem e uma mulher devem se preocupar em criar as bases que proporcionarão uma vida com as necessidades básicas supridas.3“Cuida dos teus negócios lá fora, prepara bem tua lavoura e depois forma tua família”.

2. A viúva aflita saiu em busca de ajuda (v. 1b,2)

A mulher aflita foi até o profeta Eliseu. Não sabemos o que ela sabia acerca daquele homem de Deus, mas sua atitude foi positiva. Eliseu foi o instrumento que Deus usou para orientá-la.

Na hora da aflição devemos primeiramente buscar a face de Deus e se necessário devemos buscar pessoas sérias que possam nos auxiliar. Pessoas de fora, muitas vezes, enxergam o que geralmente ignoramos. Para aquela mulher, perder os filhos era uma questão de tempo.

Muitos são resistentes a compartilhar suas dificuldades. Acreditam erroneamente que o tempo irá apagar ou melhorar. Na prática percebemos que essa não é a melhor decisão. Pedir ajuda poderá significar o início dos dias de celebração quando os problemas serão resolvidos. 3 Pv 24.27.

3. A viúva foi obediente ao fazer conforme à ordem do profeta eliseu (v. 3,4)

A mulher colocou o que tinha em casa à disposição de Deus. O Senhor operou um milagre em resposta à obediência daquela mulher:

1°) Ela demonstrou humildade ao aceitar a ajuda de Eliseu;

2°) Ela ouviu atentamente as orientações do profeta;

3°) Ela confiou no “absurdo” que seria a multiplicação do azeite;

4°) Ela agiu conforme à palavra do profeta.

Muitas crises seriam vencidas se as pessoas envolvidas fossem obedientes. Muitas vezes esperamos que Deus faça aquilo que devemos fazer. A parte de Deus era o milagre. A parte da viúva incluía: pegar as vasilhas, fechar a porta e enchê-las.

4. A mulher experimentou o milagre de Deus em sua casa

O azeite foi suficiente para encher todas as vasilhas que eles haviam conseguido. Com a venda daquele precioso produto, uma importante fonte de energia da época, ela quitou a dívida deixada por seu falecido esposo e ainda sobrou o suficiente para viver com seus filhos. Uma família que estava arruinada, agora pelo poder de Deus poderia sonhar com dias melhores. Tudo por causa do poder de Deus em resposta à obediência daquela valorosa mulher.

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Salmo 23.Salmo 128.I Timóteo 5.4-8.Filipenses 4.19.II Coríntios 9.8-10.Malaquias 3.11-12.Salmo 121.

Graças a Deus temos aqui um final feliz. Isso é animador.

Para pensar e agir A viúva que havia sido desamparada

pelo marido foi amparada por Deus. O seu falecido marido entrou para história como um bom homem de fé que infelizmente não conseguiu ser tão bom nas finanças e no seu dever de prover e prever as necessidades da sua família.

O que seria de sua família se você faltasse? Seu cônjuge e seus filhos teriam amparo financeiro?

Precisamos viver o presente provendo o futuro. O tempo passa rápido. E isso não tem nada a ver com a “ansiedade” relatada por Jesus em Mateus 6. O que estamos defendendo é a diligência ao cuidar da família para que não venhamos a depender de terceiros. Os homens e mulheres casados precisam considerar a possibilidade de ficarem viúvos, deixarem o cônjuge viúvo e filhos órfãos.Há outra hipótese que é a invalidez ou a momentânea impossibilidade de produção. Quanto aos filhos, um dos melhores presentes que os pais poderão dar-lhes é ter uma aposentadoria segura para deixá-los livres para construírem suas próprias vidas. Os pais devem estimular os filhos ao trabalho de acordo com cada fase da vida. Aprendemos no dito popular: “Aquele que não trabalha, não é digno do que come”. Paulo disse algo semelhante ao corrigir os ociosos:

“... se alguém não trabalha, também não coma” (2Ts 3.10).

Não temos dúvidas da capacidade do nosso Deus em realizar milagres. Mas naquilo que já sabemos que deve ser feito, devemos agir com diligência. 4“Por isso, é necessário atentarmos mais ainda para as coisas que ouvimos, para que nunca nos desviemos delas”.

Perguntas para discussão em classe1. A postura do marido falecido que

acabamos de analisar tem sido comum em nossos dias? Quem são os credores dos nossos dias?

2. Nossos jovens estão sendo devidamente orientados quanto às responsabilidades que devem ter ao assumirem uma família? Quem deve se responsabilizar pelo sustento: O homem ou a mulher?

3. Até que ponto uma crise financeira pode abalar nossa relação com Deus?

4. Os cristãos de hoje são consumistas? Se forem, isso tem atrapalhado o progresso do evangelho?

4 Hb 2.1.

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“Deveríamos estar dispostos a verificar constantemente a

temperatura espiritual das pessoas pelas quais somos responsáveis, em

especial pelos nossos filhos.” (J. Otis Ledbetter)

Lemos em 1Timóteo 5.8: “Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos

da sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente”. Muitos são os textos bíblicos que nos alertam para o cuidado que devemos dispensar aos da nossa família. Para os líderes espirituais, o cuidado e a espiritualidade no lar fazem parte de um bom perfil para o exercício do ministério (1Tm 3; Tt 1).

E exemplo de Eli nos leva a pensar sobre a responsabilidade espiritual que os pais devem exercer sobre os filhos. Em nossos dias muitos pais cristãos estão negligenciando ou delegando a terceiros a formação religiosa dos filhos. Cristãos dedicados e bem intencionados no exercício ministerial,

mas que estão correndo o risco de serem reprovados por Deus quanto à responsabilidade dentro de casa. Olham apenas para os de fora!

Augustus Nicodemus Lopes fez a seguinte declaração: 1“Nada é mais importante para a formação de famílias e igrejas fortes que a criação adequada dos filhos. Como é importante que saibamos criar os filhos na disciplina e admoestação do Senhor!”

Quem foi EliEli (Deus é exaltado) foi sumo

sacerdote em Siló e o 14° juiz sobre Israel. 2“Eli teria sido o primeiro sumo sacerdote da linhagem de Itamar, o filho mais novo de Arão”. Viveu por volta de 1.100 a.C. Nada sabemos sobre sua esposa. Eli tinha dois filhos, Hofni e Finéias (2.34). Eles eram ímpios, adúlteros, desobedientes e irresponsáveis. Eli não conseguiu 1 Lopes. Augustus Nicodemus. A Bíblia e sua família. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2007. 2 Champlin, R. N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Candeia. São Paulo, 1991.

Texto Bíblico: 1Samuel 1 a 411

ELI – Um líder reprovado por Deus

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impedir que seus filhos blasfemassem contra o Senhor. Eles tornaram-se culpados de imoralidade e sacrilégio. Eli foi o grande mentor do profeta Samuel (2.11), que ainda menino foi chamado por Deus para proferir a condenação da casa de Eli, que seria retirado do oficio sumo sacerdotal (3.11-14). Aos noventa e oito anos de idade, cego e pesado, foi informado por um benjamita da morte de seus filhos e que a arca de Deus havia sido tomada pelos filisteus. Eli caiu da cadeira para trás, quebrou o pescoço e morreu (4.18). Ele Julgou Israel por quarenta anos (1115-1075).

Quem não se preocupa em identificar os erros registrados na história corre o risco de repeti-los. A escola bíblica dominical é um espaço aberto à disciplina formativa para todas as áreas da vida. Na lição de hoje vamos à busca de algumas lições baseadas na vida familiar de Eli:

1. Uma família não agrada a Deus apenas pela tradição

Os filhos de Eli cresceram em meio às atividades do santuário do Senhor. Conheciam cada detalhe e sabiam que no futuro estariam assumindo as funções do pai. Só que o mais importante eles desconheciam, o caráter de Deus e suas exigências. Eles eram ímpios e por isso foram reprovados.

“Filho de peixe, peixinho é. Mas filho de crente, crentinho não é”! Essa é uma afirmação “engraçadinha” e

real. Deus não aprova uma pessoa por sua tradição familiar. 3“Aquele que pecar, esse morrerá; o filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho. A justiça do justo estará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele”.

Eli falhou ao achar que as coisas se ajeitariam automaticamente. Não podemos dizer que ele foi totalmente negligente, mas certamente cometeu o erro de não comunicar aos seus filhos as verdades espirituais que conhecia. Mesmo que seus filhos se encaixassem no perfil dos filhos que não ouvem os conselhos dos pais, não podemos isentá-lo totalmente de culpa.

Devemos lembrar que a tradição foi um dos empecilhos do jovem rico que virou as costas para Jesus. Ele achava que sabia tudo, mas desconhecia o principal, e por isso não teve forças para seguir o nosso Mestre (Lucas 18). Mais do que o ambiente eclesiástico, nossos filhos precisam conhecer o Senhor da igreja e seus princípios revelados na Bíblia Sagrada.

2. É preciso investir tempo na formação espiritual dos filhos

A tarefa mais importante que os pais que já tiveram um encontro genuíno com Deus têm nesta vida é guiar seus filhos até Deus. É muito mais importante do que educá-los para o mundo. Veja o exemplo de Jó (Cap.1). A Bíblia recomenda aos 3 Ez 18.20.

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reagirmos a esse aspecto vital da existência”. Temos a seguir uma lista, que obviamente não é completa, com alguns dos principais indicadores de legado na dimensão espiritual.

Um forte legado espiritual...• Reconhece e reforça as atividades

espirituais; • Considera Deus como um ser

pessoal e amoroso, que deve ser amado e respeitado;

• Transforma as atividades espirituais rotineiras em um aspecto da vida (frequentar a igreja, orar, ler a Escritura, etc.);

• Fala sobre questões espirituais como sendo meios de reforçar os compromissos espirituais;

• Esclarece verdades eternas, discernindo o certo do errado;

• Incorpora os princípios espirituais no viver cotidiano.

Um fraco legado espiritual...• Arruína ou ignora as realidades

espirituais;• Representa Deus como um ser

impessoal, que deve ser ignorado ou temido;

• Nunca ou raramente participa das atividades espirituais;

• Tem poucas discussões espirituais de natureza construtiva;

• Confunde os absolutos e sustenta o relativismo;

• Separa os princípios espirituais dos práticos.

pais a, antes de tudo, 4“criar os filhos na disciplina e instrução do Senhor”. E para isso devem os pais investir tempo nesta indispensável tarefa. Em Deuteronômio 6.7 encontramos um importante ensino sobre quando os filhos devem ser ensinados:• Sentado em casa;• Andando pelo caminho;• Ao deitar-te e ao levantar-te.

Infelizmente não faltam ladrões do tempo dos pais e dos filhos em nossos dias.

A educação secular e o ensino religioso devem caminhar de mãos dadas. Caso os pais cristãos não compartilhem as verdades acerca de Deus com os filhos, eles serão presas fáceis para as filosofias que hoje têm ocupado as mentes dominantes na mídia, nas escolas e nas universidades. Quase todos os pais cristãos conhecem Provérbios 22.6, mas poucos procuram viver o que diz esse texto. 5Augustus Nicodemos Lopes afirmou que “o maior legado que os pais podem deixar aos filhos é o conhecimento e o temor de Deus”.

No livro Sua Herança, 6J. Otis Ledbetter afirma que “um bom legado espiritual nos dá um fundamento para compreendermos e respondermos à obra de Deus em nossa vida. Ao contrário, um mal legado espiritual limitará a nossa habilidade de

4 Ef 6.4. 5 Lopes. Augustus Nicodemus. A Bíblia e sua família. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2007. 6 Ledbetter, J. Otis. Sua herança. Textus. Rio de Janeiro; 2002.

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Deuteronômio 6.5-9.Salmo 127.Colossenses 3.21; Efésios 6.4.Jó 1.1-5.Provérbios 3.12, 29.15.I Timóteo3.1-5.Isaias 33.2.

3. Eli se acomodou a uma vida duplaEli se acostumou a uma tragédia

muito comum em nossos dias. Fora de casa um homem bem-sucedido. Dentro de casa um pai rejeitado, omisso e incapaz de colocar as coisas no seu devido lugar. Suas técnicas funcionaram com Samuel, mas não funcionaram com os da sua própria casa. Os de fora o ouviam, já os de casa... O que será que aconteceu? Por quê? Jamais saberemos!

Não podemos nos acostumar a viver uma vida fora e outra dentro da igreja. Precisamos ser íntegros, mostrando transparência em nossos relacionamentos. Os pais ensinam mais com o exemplo do que com as palavras. Um filho valoriza mais o que vê do que o que ouve.

Quando as coisas não vão bem, não podemos fingir que estão bem. Talvez seja hora de pedir ajuda. Mas infelizmente em algumas famílias cristãs são comuns os comentários depreciativos sobre a igreja e sua liderança. 7“Preserve a imagem da igreja e de seus oficiais junto aos seus filhos. Um dia você poderá precisar deles para ajudá-lo com seus filhos”.

Para pensar e agir Eli perdeu o que ele tinha de mais

importante: a aprovação de Deus e sua família. Vimos em nosso estudo de hoje que uma vida que tinha tudo 7 Coelho Filho, Isaltino Gomes. Família – vale a pena acreditar. Editora Sabre. Rio de Janeiro. 2012.

para dar certo terminou de forma trágica.

Aquilo que fazemos dentro de nosso lar está diretamente ligado à forma como Deus e as pessoas nos olharão. Uma pessoa que falha com os da sua própria família, deixando de honrar a quem merece honra, pouco conseguirá do lado de fora. Uma pessoa que não se preocupa com a qualidade espiritual dos que estão dentro de sua própria casa terá a sua credibilidade na igreja abalada.

Se Deus cobrará de nós as almas que estão distantes, quanto mais as que estão dentro de nossas casas.

Perguntas para discussão em classe 1. Como os pais cristãos estão

tratando a espiritualidade dos filhos em nossos dias?

2. É comum encontrarmos pessoas como Eli, que tinha um importante cargo na igreja e uma família destruída pelo pecado e pela falta de respeito?

3. O que podemos fazer como igreja para auxiliar as famílias na responsabilidade de guiar os filhos até Deus?

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LicaoData do EstudoData do Estudo

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“Sabedoria é o conhecimento que enxerga o coração das coisas, que as

conhece como elas realmente são.” (J. Armitage Robinson)

Todos nós almejamos viver em paz. Sonhamos com um lar equilibrado e feliz, com uma

igreja semelhante à de Atos 4, com uma equipe de trabalho harmoniosa, etc. Na prática sabemos que tudo dependerá das nossas próprias atitudes e daquelas das demais pessoas envolvidas. Atitudes como as de Nabal funcionam como inimigos internos, que são capazes de destruir relacionamentos, fazendo as pessoas abrirem mão dos seus sonhos, produzindo amargura e graves feridas

emocionais.1“Gente gosta de gente, vê e quer ser visto, fala e quer escutar, escuta e quer falar, enfim, somos gregários (que vive em bando) e daí a extrema e fundamental importância dos relacionamentos”.

Um olhar detalhado na postura deste homem poderá nos levar a evitar repetir atos semelhantes e ainda poderá produzir em nós melhorias que influenciarão as pessoas que convivem conosco.

Quem foi NabalNabal (Insensato, sem juízo) era

um descendente de Calebe, que vivia em Maon por volta de 1000 a.C. Era muito rico, possuía grandes rebanhos

1 Tiba, Içami. Família em alta performance. Editora Integrare. São Paulo. 2009.

Texto Bíblico: 1Samuel 25.2-3812

NABAL –Uma pessoa difícil de conviver

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de ovelhas (3.000) e de cabras (1.000) no Carmelo. Sua mulher, Abigail, era sensata e formosa. Nabal era um homem de difícil convivência, maligno em suas ações, inacessível, descontrolado e tolo. Cometeu a insensatez de destratar Davi e recusar-se a dar assistência a ele com seus homens. Só não foi atacado e morto devido à sábia intervenção de Abigail, que ao tomar conhecimento das intenções de Davi foi ao seu encontro fazendo-o mudar de ideia.

Nabal morreu de forma melancólica. Após saber do risco que havia corrido, sofreu um mal súbito (talvez um infarto ou derrame) que o deixou por dez dias como uma pedra (talvez em coma). Só então faleceu. Nabal tornou-se um triste exemplo para todos nós. Seus atos servem de lição que jamais deverão ser repetidas.

Vejamos algumas características de Nabal que se repetidas poderão impedir a construção de relacionamentos saudáveis:

1) Nabal era duro (v. 3) – Pessoas duras também são consideradas azedas, ásperas, grosseiras, severas, brutas, nervosas, etc. Com elas as coisas se resolvem no grito, com agressividade. Produzem principalmente o medo e a revolta nas pessoas do seu convívio. Salomão sabiamente afirmou: 2“Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos 2 Ec 7.9; Pv 14.7a.

tolos”. Quem facilmente se ira fará doidices.

2) Nabal agia com maldade (3b) – Como pessoas que geralmente vivem de má vontade contra os outros. Salomão definiu o homem mau com as seguintes palavras: 3“Ele anda com a perversidade na boca (...) perversidade há no seu coração; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contenda”.

3) Nabal era ingrato (v. 11 e 21) – Um pessoa que não reconhecia os benefícios recebidos. A ingratidão produz uma dor insuportável no coração. Como é ruim conviver com alguém que não reconhece seus esforços. Gente que “cospe no prato que come”.

4) Nabal era incomunicável (v.17) – Ele era intratável, insociável. Abigail teve que sair e não pôde falar com o marido (v. 19). O empregado foi falar com ela porque com Nabal, o patrão, ninguém podia falar (v.14 e 17).

5) Nabal era um insensato (v.36) – Ele, sua esposa e seus bens estavam ameaçados e mesmo assim ele agiu com irresponsabilidade e insensatez ao organizar uma festa, sem a presença da esposa, quando ingeriu uma grande quantidade de bebida levando-o à embriaguez. Como é difícil conviver com pessoas 3 Pv 56.12-15.

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que não conseguem enxergar as reais necessidades a sua volta. Pessoas que vivem “no mundo da lua” quando deveriam encarar os fatos e trabalhar duro para mudar as tristes realidades que estão a sua volta.

O pastor Isaltino Gomes Coelho Filho afirmou: 4 “O que torna uma família equilibrada é a presença de pessoas que sabem manter relacionamento equilibrado”. Este é um conceito que podemos aplicar em todos os relacionamentos.

Na convivência com pessoas como Nabal, o caminho mais fácil é descartá-las. A justificativa é que elas são tomadas pela chamada síndrome de Gabriela: “Eu nasci assim, vou viver assim e vou morrer assim”. Só que nós, que cremos no poder de Deus, não podemos esquecer que o nosso Senhor é especialista em mudar corações. Conhecemos inúmeras pessoas que tiveram suas ações transformadas pelo poder de Deus. Devemos orar e agir para que as pessoas que fazem parte dos nossos relacionamentos também sejam transformadas.

Se você sofre da síndrome de Nabal ou convive com alguém que se identifica com seus atos na prática do dia a dia, o melhor remédio será uma identificação imediata com o exemplo de Abigail. Seus métodos poderão nos 4 Coelho Filho, Isaltino Gomes. Família: vale a pena acreditar. Editora Sabre. Rio de Janeiro. 2012.

ajudar no desafio de desenvolver relacionamentos saudáveis.

1) Abigail resolveu agir (v. 18) – O que você precisa fazer para restaurar um relacionamento abalado? Quais as atitudes que você deve tomar para resgatar a harmonia do seu lar? Abigail saiu do seu conforto e foi até a presença de Davi em busca de paz. Ela não perdeu tempo tentando influenciar Nabal. Ela sabia que sua felicidade dependeria de uma ação imediata, de um contato com Davi.

2) Abigail agiu com inteligência (v. 19b e 23) – o silêncio naquele momento foi uma questão de sobrevivência. A sua posição de humildade perante Davi foi uma porta aberta para a resolução do conflito. Ela não foi à presença de Davi para fazer acusações. Ela levou donativos (v.18), fez o necessário para restaurar a paz.

3) Abigail foi responsável (v. 24) - Ela não ficou em casa esperando a morte. Também não utilizou de acusações e intrigas. Preferiu assumir responsabilidades e tentar resolver pessoalmente o conflito. Agiu antes que fosse tarde demais.

4) Abigail foi usada por Deus (v. 26 e 32) – O próprio Davi reconheceu que Deus havia enviado Abigail. Ela foi um instrumento usado para impedir que uma tragédia acontecesse,

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Mateus 5.1-22.Gênesis 50.14-21.Colossenses 3.16-17.Efésios 5.17-21.Provérbios 16.3.Provérbios 31.10-11.Salmo 90.12.

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destruindo a sua família e manchando a reputação de Davi.

5) Abigail agiu com bom senso (v. 33,36,37) – Ela soube apreciar os fatos. Agiu no tempo certo e esperou o melhor momento para conversar com Nabal. Seu marido era um tolo, mas ela não permitiu que sua tolice a contaminasse. Abigail viu seu esposo morrer de forma tão trágica. Mas por ter sido uma pessoa tão especial atraiu a atenção de Davi. Ela se tornou sua mulher (v. 40-42).

Para pensar e agirPrecisamos atentar para a forma

como nos relacionamos com as pessoas que estão a nossa volta. Somos responsáveis por aquilo que construímos nos corações das pessoas. O exemplo de Nabal deve nos levar a uma boa reflexão. As pessoas que convivem conosco conseguem dialogar, expor suas ideias com liberdade? Elas têm a liberdade de falar e se necessário até discordar de nossas opiniões sobre os mais variados assuntos? São ouvidas com respeito?

Muitas vezes queremos enxergar a vida apenas do nosso jeito. Não consideramos as boas ações que as pessoas que estão ao nosso redor estão praticando em nosso favor. Isolamo-nos. Nabal errou ao negligenciar o pedido de Davi. Ele agiu com ignorância e se não fosse Abigail pagaria com a vida por tamanha tolice.

Nabal é o extremo que infelizmente tem se repetido em muitas comunidades e lares. A maneira mais eficaz de reverter este triste quadro é a busca diária para evidenciarmos o fruto do Espírito (Gl 5). Precisamos permitir que o Espírito Santo nos convença dos nossos equívocos para que possamos construir relacionamentos saudáveis e sejamos agentes reconciliadores como a sábia Abigail.

Perguntas para discussão em classe 1. Das atitudes de Nabal que foram

destacadas na lição de hoje, qual você julgaria a mais letal para a construção de relacionamentos saudáveis?

2. O que leva um cristão convertido a agir como Nabal? Isso tem acontecido ainda hoje? Você foi vítima de explosões acaloradas por pessoas que deveriam agir com respeito?

3. O que você destaca nas atitudes de Abigail? Qual foi a virtude que mais chamou a sua atenção? As mulheres de hoje estão evidenciando essas virtudes?

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LicaoData do Estudo

e o teu Deus será o meu Deus” tem sido usada ao longo dos tempos em situações ou cerimoniais que expressam fidelidade e compromisso.

Quem foi RuteRute (companheira) era moabita,

povo pagão descendente de Ló. Sua história provavelmente ocorreu durante a época dos juízes (cerca de 1150 a.C). Era esposa de Malom. 4“A história de Rute deve ser lida em conjunto com os primeiros capítulos de Juízes porque ela nos dá uma ideia da vida doméstica de Israel naquele tempo”. Após a morte de Malom, Rute decidiu seguir ao lado da sograNoemi até Belém (Rt 1.16). Lá conheceu Boaz e casou-se com ele, que era um homem poderoso e rico e assumiu o papel de parente remidor. Tiveram um filho, a que deram o nome de Obede. Este veio a ser o pai 4 Estudo Panorâmico da Bíblia. Editora Vida. São Paulo. 1991.

“O temor reverente a Deus é a chave para a fidelidade em qualquer

situação.” (Alan Redpath)

1“Rute é o único livro da Bíblia que focaliza as provações e dificuldades de uma única família, em vez de uma tribo ou nação”. Para 2J. Hardec Kennedy “o livro é o conto mais encantador do Antigo Testamento”. O livro recebe o nome de sua principal personagem.

Rute foi uma mulher dedicada a Deus e à família. Em sua história de vida, destaca-se a decisão de seguir ao lado da viúva Noemi, sua sogra. Mesmo sabendo que enfrentaria grandes adversidades, priorizou honrá-la. Sua famosa declaração: 3“Pois aonde quer que fores, irei também; e onde quer que ficares, ali ficarei. O teu povo será o meu povo, 1 Ellisen Stanley A. Conheça Melhor o Antigo Testamento. Edições Vida Nova. São Paulo. 1991. 2 Allen Clifton J. Comentário Bíblico de Broadman, JUERP, Rio de Janeiro,1994.3 Rt 1.16b.

Texto Bíblico: O livro de Rute13

RUTE – Fidelidade em qualquer situação

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de Jessé. Rute foi bisavó do rei Davi. Seu nome consta na genealogia de Jesus, registrada em Mateus 1.

5A história de Rute serve para lembrar que a nossa fidelidade é uma parte do cumprimento das promessas de Deus. Suas atitudes nos proporcionam as seguintes lições:

1. O relacionamento familiar deve ser firmado numa aliança (1.16-18).

Pelas atitudes de Rute, podemos concluir que ela tinha um relacionamento familiar firmado em uma aliança com Malom e consequentemente com Noemi.

Vivemos numa época em que os relacionamentos são descartáveis. Atualmente, poucos conseguem agir conforme a moabita Rute.

Seu relacionamento familiar está firmado em um contrato, ou uma aliança? Vamos tentar entender isso utilizando a explicação de 6Mike e Marilyn Phillipps.

Contrato = responsabilidade limitada.

Aliança = responsabilidade ilimitada.

O ideal é que nossos relacionamentos sejam firmados em uma aliança. Na prática isso significará um forte compromisso e lealdade até a morte. Famílias em que prevalece a aliança, as pessoas 5 Dockery David S. Manual Bíblico, Edições Vida Nova. São Paulo. 2001. 6 Phillipps, Mike e Marilyn. Casados para sempre, Belo Horizonte, MMI Brasil. 2007.

morrem para a vida independente, pois as pessoas dão a vida umas pelas outras. A vida individual dá lugar à vida compartilhada, a independência dá lugar à interdependência. As promessas são cumpridas, pois prevalece a fidelidade.

Em nossos dias fala-se muito em contratos e direitos. Nos contratos, há cláusulas de segurança para qualquer situação. Visando proteger as pessoas envolvidas, os contratos são elaborados considerando a possibilidade de um rompimento. Um casamento, e consequentemente uma família, não deve ser baseado num contrato, mesmo tendo comparecido a um cartório para assinar o termo civil. Principalmente nós, os cristãos, devemos basear nossos relacionamentos numa aliança em que somente a morte deve nos separar (Mt 19.6). Cônjuges, pais e filhos, sogros(as) e genros ou noras, etc. devem honrar o compromisso assumido em qualquer situação e buscar em Deus a direção, objetivando viver em harmonia. A vida de Rute nos ensina isso!

2. A fidelidade de Rute abriu as portas para que suas necessidades fossem supridas (2.11-17)

Boaz no seu primeiro contato com Rute, mostrou-se um homem muito gentil. Fica claro no texto que ele foi influenciado por aquilo que as pessoas estavam dizendo acerca de Rute. Em

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2.11 lemos as seguintes palavras de Boaz: “Contaram-me tudo que tens feito pela tua sogra, depois da morte de teu marido: como deixaste teu pai e tua mãe, e a terra onde nasceste...”.

Aquilo que fazemos com as pessoas que estão a nossa volta, principalmente com os de nossa família, toca o coração das pessoas que nos observam. Vivemos num mundo de muitas injustiças e conhecemos histórias de pessoas que foram injustiçadas pelas de sua própria família. Mas essas histórias são exceções. O mais comum é ver a lei da semeadura (Gl 6.7) cumprindo-se no dia a dia das famílias. Quem planta amor colhe amor, quem planta respeito colhe respeito, quem planta espiritualidade colhe espiritualidade, etc.

Rute foi abençoada e protegida por Boaz devido à sua disposição em ajudar a sua sogra. Ela foi trabalhar no campo para auxiliar e acabou sendo beneficiada. Devemos cuidar das pessoas que estão a nossa volta. Acima das pessoas o nosso Deus, que tudo vê, está atento às nossas ações e certamente nos honrará. Quando Paulo escreveu aos filipenses em resposta à generosidade daqueles irmãos, afirmou: 7“O meu Deus suprirá todas as vossas necessidades, segundo sua riqueza na glória em Cristo Jesus”. Seja fiel a sua família, ajude as pessoas e conte com a generosidade de Deus!7 Fp 4.19.

3. As atitudes de Rute fizeram dela um exemplo para as famílias em todos os tempos (4.15)

Quem diria que aquela mulher viúva que chegou a Belém no intuito de auxiliar sua sogra se tornaria esposa do rico e influente Boaz, mãe de Obede, avó de Jessé, bisavó do poderoso rei Davi e teria o nome na honrada genealogia de Jesus? Que exemplo de vida!

Em nossos dias, não podemos esquecer que a nossa fidelidade é uma parte do cumprimento das promessas de Deus em nossa vida. O Senhor nos abençoa quando obedecemos aos seus preceitos e agimos com justiça. No que diz respeito à família, temos na Bíblia orientações expressas para todos e para as diversas situações do dia a dia.

Destacamos abaixo alguns problemas que precisam ser considerados e tratados:

1°) Muitos cristãos não se interessam em aprender as Sagradas Escrituras. Afirmam que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática sem conhecer o seu conteúdo. Agem segundo a razão humana ou são motivados pelas emoções. Sofrem na vida e na família por negligenciarem o nosso manual de vida, a Bíblia Sagrada.

2°) Muitos cristãos conhecem o conteúdo da Bíblia Sagrada, mas insistem em viver contrariando seus preceitos. Pessoas desobedientes que

Segunda

Leitu

ras

Diár

ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

Rute 1.Rute 2.Rute 3.Rute 4.Lamentações 3.22-26.Mateus 5.16.Salmo 37.39-40.

79

muitas vezes querem o aval de Deus em situações que o Senhor já disse que “não”, gente que deixa de praticar aquilo que na Bíblia está revelado como prática esperada de um servo de Deus.8Oswald Chambers exclamou: “Cuidado com a racionalização da Palavra de Deus, obedeça a ela!”Pessoas assim deveriam romper com a desobediência e dizer como o Salmista: 9“Alegro-me tanto no caminho dos teus testemunhos quanto em todas as riquezas. Medito em teus preceitos e observo teus caminhos. Terei prazer nos teus decretos; não me esquecerei da tua palavra”.

3°) Muitos cristãos estão criticando aqueles que optaram por obedecer à Palavra de Deus. Vivemos os tempos difíceis mencionados por Paulo em 2Tm 4. As pessoas estão se tornando resistentes à sã doutrina e voltadas para as fábulas. Estamos substituindo a ajuda do alto pela autoajuda. Aquilo que Deus disse por aquilo que os homens estão dizendo. O resultado é um cristianismo morno, acompanhado de um estilo de vida ético e familiar deprimente. E o pior é que as coisas que no mundo são consideradas normais estão entrando aos poucos em nosso meio, acompanhadas da frase: “Não tem nada aver!”

É tempo de valorizarmos o que vem de Deus, lembrando que “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham 8 Blanchard John. Pérolas para a vida. Edições Vida Nova. São Paulo.1993. 9 Sl 119. 14-16.

os que a edificam”. Deus honrará os fiéis!

Para pensar e agirRute não permitiu que a perda de

seu marido ofuscasse suas qualidades. Ela, mesmo enfrentando várias adversidades, escolheu recomeçar pelo caminho da fidelidade em qualquer situação.

Mesmo que sejamos surpreendidos com algum trauma nesta vida, devemos enfrentar acreditando que o futuro ao lado de Deus será bem melhor. A maior herança de Rute “talvez” tenha sido o conhecimento do Deus de Malom, que era o mesmo de Noemi. Convicta ela pôde dizer: “o teu Deus será o meu Deus!”

Perguntas para discussão em classe1. As relações familiares de hoje estão

sendo baseadas em contrato, ou aliança?

2. Por que um cristão genuíno tem como marca um cuidado diligente à família? O que isso tem a ver com o agir de Deus em nossas vidas? Até que ponto isso influencia nossa adoração?

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Esta revista foi elaborada pela Convenção Batista Fluminense, com o dízimo dos crentes batistas, com a participação de sua igreja no Plano Cooperativo e com a contribuição das Associações Regionais. A distribuição desta revista é gratuita.

Currículo 2013Primeiro TrimestreAdoração e adoradoresPrincípios bíblicos para o culto cristãoPr. Elildes Fonseca

Segundo TrimestreLibertos para Servir – Lições GálatasPr. Davi Freitas

Terceiro TrimestreVidas que marcaram seu tempo - Personagens do antigo testamentoPr. José Gomes

Quarto TrimestreViva bem – ProvérbiosPr. Antonio Regly

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