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Informativo do Sindicato dos Trabalhadores nas Ind. Metal. Mecân. e de Mat. Elét. de Canoas e Nova Santa Rita Ano XXIV Nº 355 Abril / 2018 A Vez e a Voz Leia mais nas proximas paginas Metalúrgicos firmam TAC com o MPT Prisão de Lula: um ataque à democracia Fábricas I I Página 2 Página 3 Página 4 Plenária Estadual dá início às discussões CAMPANHA SALARIAL 2018 Metalúrgicos e metalúrgicas do Rio Grande do Sul já deram início às discussões da Campanha Salarial 2018. Reunidos na manhã do dia 10 de abril, realiza- ram uma Plenária Estadual, convocada pela Federa- ção dos Metalúrgicos do RS (FTMRS), em Porto Ale- gre. O encontro contou com representantes dos 29 sin- dicatos filiados, debateu pontos da pauta da campa- nha, coletou sugestões e deliberou que até o dia 27 a categoria deve convocar as Assembleias Gerais para aprovação da pauta, que será encaminhada aos sindi- catos patronais até o final do mês. O Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita tem previsão de convocação de Assem- bleia Geral para o dia 26 de Abril. Coloque na agen- da e fique atento à próxima edição do jornal A Vez e a Voz. Na ocasião, os dirigentes metalúrgicos também re- alizaram uma análise de conjuntura sobre a prisão do ex-presidente Lula e as consequências drásticas que isso acarreta para a democracia e para os interesses da classe trabalhadora. Assim, decidiram, por unani- midade, criar comitês sindicais para debater com os trabalhadores a mobilização em prol da libertação de Lula. A plenária também aprovou a prestação de contas da FTMRS e elegeu a comissão eleitoral do pleito para a nova direção da entidade que acontecerá ainda no primeiro semestre do ano. ASSEMBLEIA GERAL Fotos: Matheus Leandro / STIMMMEC

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Page 1: CAMPANHA SALARIAL 2018 Plenária Estadual dá …sindimetalcanoas.org.br/novo/wp-content/uploads/2018/04/...maior líder político do Brasil. Defender Lula é legítimo e urgente,

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores nas Ind. Metal. Mecân. e de Mat. Elét. de Canoas e Nova Santa RitaAno XXIV Nº 355 Abril / 2018

A Vez e a Voz

Leia mais nas proximas paginas

Metalúrgicos firmam TAC com o MPT

Prisão de Lula:um ataque àdemocracia

Fábricas

I I

Página 2 Página 3 Página 4

Plenária Estadual dá início às discussões

CAMPANHA SALARIAL 2018

Metalúrgicos e metalúrgicas do Rio Grande do Sul já deram início às discussões da Campanha Salarial 2018. Reunidos na manhã do dia 10 de abril, realiza-ram uma Plenária Estadual, convocada pela Federa-ção dos Metalúrgicos do RS (FTMRS), em Porto Ale-gre.

O encontro contou com representantes dos 29 sin-dicatos filiados, debateu pontos da pauta da campa-nha, coletou sugestões e deliberou que até o dia 27 a categoria deve convocar as Assembleias Gerais para aprovação da pauta, que será encaminhada aos sindi-catos patronais até o final do mês.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita tem previsão de convocação de Assem-bleia Geral para o dia 26 de Abril. Coloque na agen-da e fique atento à próxima edição do jornal A Vez e a Voz.

Na ocasião, os dirigentes metalúrgicos também re-alizaram uma análise de conjuntura sobre a prisão do ex-presidente Lula e as consequências drásticas que isso acarreta para a democracia e para os interesses da classe trabalhadora. Assim, decidiram, por unani-midade, criar comitês sindicais para debater com os trabalhadores a mobilização em prol da libertação de Lula.

A plenária também aprovou a prestação de contas da FTMRS e elegeu a comissão eleitoral do pleito para a nova direção da entidade que acontecerá ainda no primeiro semestre do ano.

ASSEMBLEIA GERAL

Fotos: Matheus Leandro / STIMMMEC

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merar todos os programas sociais realizados.Como exemplo temos: Bolsa Família (milhões de

famílias beneficiadas); Prouni (mais de 2 milhões de bolsas de estudos); Fies; Luz Para Todos (mais de 3 milhões de pessoas conectadas à rede elétrica) e Mi-nha Casa, Minha Vida (mais de 3,5 milhões de famílias beneficiadas). Estas políticas públicas, que elevaram o país a uma grande potência mundial, tiveram como resultado o combate à pobreza, a criação de univer-sidades federais e escolas técnicas - que estão sis-tematicamente sendo fechadas e/ou sucateadas -, a valorização do salário mínimo e o índice baixo de de-semprego, por exemplo.

Desigualdade Social: Em 2009, mesmo depois da crise mundial do ano anterior, o índice de Gini, principal medida para calcular a desigualdade de um país, atin-giu um recorde: 0,493 pontos, ou seja, 26,3 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. O índice é calculado de 0 a 1. Quanto mais alto o número mais desigual é o país. O último resultado da pesquisa, feita em 2015, é de 0,754.

Salário Mínimo: Em 2007, no início do segundo mandato de Lula, um acordo entre o governo e as centrais sindicais conhecido como a Política de Valo-rização do Salário Mínimo foi feito. A partir dele, houve reajuste anual com base na variação do Produto Inter-no Bruto (PIB) somada à inflação acumulada do ano anterior. Chegou a virar lei com a presidenta Dilma, mas a partir do golpe se tornou inexistente.

Desemprego: A taxa de desemprego também ba-teu recordes positivos. Em 2013, por exemplo, o índice chegou a 5,4%. Cinco anos depois, a taxa apresentada pelo IBGE é de 12,7%, ou seja, mais do que o dobro.

Com a condenação no TRF4 e o pedido de Habeas Corpus negado pelo Supremo recentemente, os mo-vimentos de defesa de Lula foram intensificados em todas as regiões do país. De todos os cantos, chegam trabalhadores(as) para a vigília em Curitiba, nas proxi-midades da Polícia Federal. Tais mobilizações só con-firmam a gratidão do povo pelas conquistas políticas e sociais e afirmam a representatividade de Lula como o maior líder político do Brasil. Defender Lula é legítimo e urgente, pela democracia e pelo direito de eleições democráticas no país.

Jornal A Vez e a Voz do Peão - Abril de 20182 Fale com o sindicato pelo fone: 0800.6024955Fo

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LULA EDITORIAL

Prisão de Lula:ataque à democracia e ao progresso do país

Habeas Corpusem favordos brasileiros,inclusive de Lula

O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita emitiu nota no dia 07 de abril, com esclarecimento acerca do ajuizamento do Habeas Corpus Coletivo com pedido liminar junto ao STF feito em Brasília.

O Habeas Corpus Coletivo foi ajuizado em favor de todos os brasileiros(as) que possam ter sua liber-dade constrangida em razão da violação do direito à presunção de inocência nos termos previstos na Constituição Federal. No HC, pleiteia-se a suspen-são dos mandados de prisão ainda não cumpridos até o julgamento definitivo das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) 43 e 44, que trami-tam no STF.

Na nota, a entidade destacou os avanços dos mais de uma década de governos progressistas no Brasil, legitimou seu posicionamento político e ide-ológico e a atuação nestas áreas, como um dever social de todos e todas, para atender as demandas da classe trabalhadora. Também relembrou a partici-pação da categoria metalúrgica no marco da Consti-tuição de 1988, com a eleição de Paulo Paim, atual Senador Federal, como deputado constituinte. Ain-da, afirmou que sem dúvida a prisão de Lula se trata de um processo político, que na proximidade das eleições presidenciáveis, nas quais ele é apontado como favorito nas pesquisas, serve apenas para eli-miná-lo da corrida eleitoral.

Neste contexto, o Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e NSRita repudia veemente a perseguição e a prisão de Lula, sem que se findem todos os meios de defesa dele. Para tanto, representa um pedido de HC em Brasília e acompanha com atenção o atual cenário conturbado do país.

HC já é de conhecimento de Dias ToffoliNo dia 13 de abril, uma reunião realizada em Bra-

sília, junto ao Ministro Dias Toffoli, levou maiores es-clarecimentos ao magistrado sobre o HC impetrado pelo Sindicato. Na ocasião, o advogado José Lima apresentou, em síntese, o pedido e reforçou que o objetivo é atenuar os efeitos do cenário absurdo em torno da presunção de inocência e o cumprimento antecipado e/ou provisório de sentença penal confir-mada em tribunais de 2ª instância.

Para José Lima, o melhor cenário seria que o Habeas Corpus fosse apreciado pela 2ª Turma do STF, que com parecer positivo, resultaria na sus-tação das prisões já ocorridas, bem como evitaria prisões futuras. Também segundo o advogado, Tof-foli é o relator provisório do HC, ainda que o pedido tenha sido direcionado ao Ministro Gilmar Mendes. “O Ministro Gilmar Mendes já é relator de um pedido de habeas corpus, em trâmite, impetrado por juristas do Ceará. Neste contexto, entendemos por coeren-te, de acordo com o Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, que ele fosse neste caso”. Porém, ressalta, não há prejuízo caso o Min. Dias Toffoli assuma a Relatoria, tendo em vista que ambos mi-nistros são integrantes da 2ª Turma. A definição da relatoria deve ocorrer nos próximos dias.

Com a prisão de uma das maiores lideranças mun-diais, o país vive um caótico momento em que a De-mocracia foi, novamente, atacada. Lula, presidente do Brasil (2003 - 2010), elevou o país e deu voz àqueles que nunca haviam sido incluídos e considerados na sociedade. As pesquisas realizadas ao término dos mandatos mostram mais de 80% de aprovação dos brasileiros.

Com sua sucessora, Dilma Rousseff, o projeto de inclusão e igualdade continuou, até que a ascensão das classes se tornasse uma ameaça aos que sempre foram detentores do poder. Junto a isso, soma-se a va-lorização da autonomia das instituições de poder nos governos progressistas. Carta branca para investiga-ções significou o fim de uma era de conquistas.

Michel Temer tomou posse, após alguns meses como presidente interino, no dia 31 de agosto de 2016. A ideia de construir uma “ponte para o futuro” logo mos-trou a verdadeira face da política neoliberal: apresentar um cenário de crise econômica e nivelar por baixo para manter as regalias dos mais ricos. A classe trabalhado-ra começava a pagar o pato (aquele mesmo, o amarelo da Fiesp).

O primeiro marco do (des)governo foi a aprovação da PEC 241/55, o projeto do teto de gastos, que con-gelou os investimentos públicos em educação e saúde pelos próximos 20 anos. Na sequência, duas reformas surgiram: a Trabalhista e a Previdenciária. A primeira, aprovada em novembro de 2017, trouxe graves con-sequências ao proletariado. De acordo com o Cadas-tro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apenas nos dois primeiros meses da nova legislação foram registradas 6.696 demissões por “acordo” en-tre patrões e empregados. A Terceirização, aprovada em março de 2017, permitiu terceirizar a mão de obra em todas as atividades da empresa. Já a Reforma da Previdência, aprovada na Câmara, sofreu derrota com a intensificação das mobilizações contrárias que se espalharam pelo país, não chegando a ser votada no Senado.

Enquanto de um lado temos congelamento de gas-tos em áreas essenciais à sociedade, como saúde e educação, e reformas que prejudicam a classe traba-lhadora, além de um governo conservador com ideias que beiram a era medieval, do outro, é possível enu-

Era progressita

Defender Lula é legítimo

Crescimento do país a partir das políticas públicas

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Jornal A Vez e a Voz do Peão - Abril de 2018 [email protected]: Rita Garrido / STIMMMEC

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MULHERES

ESTATUTO

CONJUNTURA

“A legislação está lá, mas enquanto não haver uma mudança cultural, vai ficar sendo um texto”, afirma advogada trabalhista

Em assembleia, trabalhadores(as) aprovam alteração do Estatuto Social

Mínimo regionalé reajustado em 1,81%Metalúrgicos dos RS firmam TAC

com o Ministério Público do Trabalho

Para encerrar o especial Mulheres do mês de mar-ço, a advogada trabalhista Fernanda Livi, do depar-tamento jurídico do Sindicato por meio do escritório Woida, Magnago, Skrebsky, Colla & Advogados Associados, cedeu entrevista aos metalúrgicos abor-dando a legislação trabalhista relacionada ao gênero feminino.

Na avaliação sobre os avanços e retrocessos da Constituição Federal, que neste ano completou 30 anos, ela aponta: “Foi um marco porque ela disse o ób-vio: homens e mulheres são iguais. [...] (A Constituição) estabeleceu igualdade de deveres na relação conjugal entre homem e mulher”. Entretanto, essa igualdade não é colocada em prática devido ao preconceito exis-tente em todas as esferas do trabalho. “Está intrínseco

em muitas coisas. Às vezes ele é mais latente, é mais visível de identificar, mas em outras vezes ele é muito sutil. É uma questão cultural. E é uma questão que a sociedade tem que mudar”, disse Livi.

Segundo a advogada, a Legislação tem proteção específica e sensibilidade para com as mulheres, como nos dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que barravam o trabalho insalubre para gestan-tes e lactantes, hoje permitidos com a aplicação da Reforma Trabalhista. Outro importante ponto alterado pela nova lei é a extinção da dupla jornada de trabalho. “A criação dos filhos, as tarefas domésticas, cultural-mente, ainda são uma tarefa feminina. Na maioria dos lares, essa tarefa é absorvida, se não integralmente, na sua grande maioria, pela mulher”, afirmou Livi.

Diante da Reforma, a maior ferramenta de defesa é a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), fruto da negociação dos sindicatos dos trabalhadores com os sindicatos patronais. É esse documento que traz ga-rantias não previstas em lei, como a estabilidade da gestante, intervalo para amamentação, dias de repou-so em casos aborto e o material de higiene no am-biente de trabalho. Para Fernanda Livi, esses direitos assegurados só se manterão se as entidades sindicais reagirem. “A Convenção Coletiva pressupõe uma re-presentação dos trabalhadores e nós temos que ter o apoio de todos para que nós possamos negociar me-lhores condições. O Sindicato precisa ser forte nesse sentido”, concluiu.

Trabalhadores(as) metalúrgicos(as) aprovaram, em assembleia geral realizada no dia 27 de março, mudanças estatutárias propostas pela Federação dos Metalúrgicos do RS (FTMRS) e a assessoria jurídica da entidade.

Em uma ação macro, que visa promover alte-rações nos estatutos dos sindicatos metalúrgicos para que se adequem às mudanças na legislação trabalhista, a base de Canoas e Nova Santa Rita aprovou os termos que preveem a representação de trabalhadores e trabalhadoras terceirizados(as) em atividades fim e a implementação das Assembleias Gerais Específicas para discutir a sustentação da entidade, por meio da aprovação ou não das quotas de solidariedade sindical.

Durante a realização da plenária, a assessoria jurí-dica da FTMRS informou aos dirigentes detalhes sobre o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), firmado com o Ministério Público do Trabalho da 4ª Região, que es-tabelece regras para que os sindicatos dos metalúr-gicos do Rio Grande do Sul definam com a categoria a sustentação financeira das entidades. Na ocasião, também ressaltaram a importância da fiscalização jun-to às empresas que por ventura façam oposição ao desconto aprovado pelos próprios trabalhadores(as). “Estamos amparados legalmente, então faremos de-núncias ao MPT sobre qualquer interferência contrá-ria à vontade dos trabalhadores(as)”, destacou Lídia Woida.

Após as alterações estabelecidas pela Reforma Trabalhista, através da Lei nº 13.467/2017, de reti-rada da obrigatoriedade do recolhimento do Imposto Sindical, os metalúrgicos CUTRS optaram por não questionar junto ao Judiciário a manutenção do impos-to. Desta forma, a assinatura do TAC é um marco ao garantir para os sindicatos um instrumento, estabeleci-do através de um consistente embasamento legal, que permitirá que a sustentação financeira dos sindicatos seja estabelecida em assembleia da categoria.

Pouco mais de R$ 20 reais por mês! Esse é o valor que mais de 1,3 milhão de trabalhadores e trabalha-doras, que recebem os menores salários no Estado, receberão, de acordo com o reajuste no Mínimo Regio-nal aprovado no final do mês de março na Assembleia Legislativa do RS. Derrubando as emendas que a opo-sição apresentou ao PL de 2018, por 24 a 20 o reajuste ficou em apenas 1,81%, mesmo percentual do mínimo nacional de Temer.

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, criticou duramente a aprovação de um reajuste rebaixado e, pelo terceiro ano consecutivo, inferior à inflação, o que nunca havia ocorrido desde a criação do chamado piso regional no governo Olívio Dutra (PT).

Para ele, o reajuste aprovado não estimula o cres-cimento da economia local. “O governo Sartori segue encaminhando projetos de forma que a economia do Rio Grande continue crescendo que nem rabo de ca-valo porque não tem jeito de combater o desemprego e estimular a economia sem fortalecer os salários dos trabalhadores”, destacou.

Confira como ficam os novos valores, sendo re-ferente à metalurgia a faixa 4:

1. R$ 1.196,472. R$ 1.224,013. R$ 1.251,784. R$ 1.301,225. R$ 1.516,26

Fernanda Livi atua junto ao movimento sindical metalúrgico

TAC define sustentação financeira das entidades sindicais

Paulo Chitolina, presidente do Sindicato, disse após o ato de assinatura que o termo representa a possibi-lidade de discutir a sustentação do movimento sindical junto aos trabalhadores e reforçou que esta decisão – de retirada do custeio sindical – nunca poderia ter sido dos empresários. “O patrão não pode decidir o que é feito com o salário do trabalhador, então a decisão de sustentar ou não o sindicato é uma discussão direta entre as entidades e a classe trabalhadora”.

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Jornal A Vez e a Voz do Peão - Abril de 20184 Fale com o sindicato pelo fone: 0800.6024955

No dia 28 de março, o Sindicato esteve em frente à Mangels, metalúrgica de Canoas, para esclarecer trabalhadores e trabalhadoras sobre o andamento dos processos de periculosidade. Na ocasião, os dirigentes também realizaram a entrega dos brindes para os as-sociados e abordaram a importância da sindicalização na categoria.

Movidos pelo Sindicato, os dois processos que rei-vindicam o pagamento de adicional periculosidade aos trabalhadores(as) da fábrica se encontram em fase de finalização/execução. No acordo, além da empresa ser obrigada a pagar o adicional a vencer, ocorrerá o pa-gamento de cinco anos retroativos à data de início da ação e também do tempo em trânsito do julgamento. Para os que foram admitidos com menor tempo, rece-berão conforme o período trabalhado.

No entanto, as ações não incluem novos funcioná-rios, admitidos em data posterior ao início do processo. Neste contexto, o Sindicato esclareceu a possibilidade de dar início em uma nova ação, que busque o direito do adicional aos novos. Também, esclareceu as tratati-vas que vem tendo com a sede da Mangels em Minas Gerais, com o objetivo alcançar um entendimento do grupo sem a necessidade de ações na justiça.

O Sindicato começou, no final do mês de mar-ço, a tradicional entrega dos brindes por meio da campanha de sindicaliza-ção. Entre os dias 26 de março e 5 de abril, foram

Trabalhadores(as) da Maxiforja enfrentam um gra-ve problema: o não reconhecimento da atuação em áreas insalubres da empresa, que é reforçado pelos diretores com o incentivo de cargos e promoções para que abram mão da reivindicação pelo pagamento do adicional. “Há uma discordância quase impossível de ouvirmos de médicos do trabalho que fazem essa aná-lise, e nem podemos aceitar pelo prejuízo causado à saúde do trabalhador”, afirmou Antonio Munari, secre-tário do Sindicato, durante assembleia realizada no dia 29 de março em frente à empresa.

Durante o ato, o uniforme impregnado de óleo, gra-xa e outros agentes nocivos dos trabalhadores da for-jaria já indicava o trabalho insalubre. Os Equipamentos de Proteção Individual – os EPI’s – auxiliam na redu-ção de riscos ambientais do ambiente de trabalho e promovem a integridade do indivíduo contra possíveis acidentes e doenças. Mas eles não garantem total pro-teção. “Quantos trabalhadores saem daqui de dentro, após uma longa jornada de trabalho para aproveitar pouquíssimos anos de aposentadoria?”, questionou Munari.

O presidente da entidade, Paulo Chitolina, declarou que negocia com a Maxiforja a possibilidade de um pe-rito de segurança, da confiança do Sindicato, avaliar laudos apresentados pela empresa e então, se neces-sário, gerar um passivo trabalhista.

Dirigentes levantam outras pautasFrente a Campanha de Sindicalização promovida

pelo sindicato, diretores sindicais da fábrica reforçam junto aos trabalhadores(as) a importância de ser sócio. Em relação às mulheres, o dirigente Leandro Freitas lembra que o mês de março foi dedicado à atuação

No dia 16 de março, o Governo municipal fez a revi-são das tarifas de ônibus que eram de R$ 3,75 e agora são R$ 4,20. Os 12% de reajuste são interpretados como um percentual abusivo, já que a inflação anual de 2017 foi de apenas 2,95%. Como se não fosse o bastante, o tempo de integra-ção de trajetos do transporte coletivo foi reduzido de 90 para 30 minutos.

Considerando que o trabalhador(a) utilize o transporte na ida e na volta da empresa, o gasto será de 124% a mais do que anteriormente. Para aqueles(as) que ganham um salário mínimo por mês, as despesas em passagens representam em média 30% deste.

Além dos trabalhadores autônomos, diaristas, pro-fissionais liberais, desempregados serem os principais atingidos, as empresas também aumentaram seus custos uma vez que o limite de desconto é de 6% do seu salário. Concretamente, isto também indica a pos-

FÁBRICA

SINDICALIZAÇÃO

Assembleia esclarecesituação de periculosidade

Maxiforja: Insalubridade gera problemas na fábrica

Aumento da passagem: Novo golpe no bolso do canoense

Novos sócios e sindicato fortalecido

Mangels:

O jornal A Vez e a Voz é uma publicação do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita - STIMMMEC

EXPEDIENTEEndereço: Rua Caramuru, 330 - Centro - Canoas/RS - Fone DDG: 0800.6024955 - Site: www.sindimetalcanoas.org.brEmail: [email protected] - Facebook: /sindicato.metalurgicodecanoas - Colônia de Férias: (51) 3683.1819Presidente: Paulo Chitolina - Vice-presidente: Silvio Bica - Secretário de Imprensa: André Soares (Índio)Assessoria de Imprensa: Rita Garrido (Reg. Prof. nº 18.683), Matheus Leandro e Fernanda Salla (estagiários) OBS.: A reprodução total ou parcial do conteúdo deste jornal é permitida desde que citada a fonte.

Salário Mínimo Nacional: R$ 954,00Piso Regional do RS: R$ 1.278,03

INDICADORES SALARIAIS

Pisos salariaisMetalúrgicos / Máquinas Agrícolas: R$ 1.280,00

Reparação de Veículos:R$ 1.375,00 (piso normativo)R$ 4,90/hora (para aprendiz e borracheiro)Adicional de InsalubridadeGrau Médio / 20% do SM: R$ 190,80Grau Máximo / 40% do SM: R$ 381,60

delas, no movimento sindical, na política e nos direitos trabalhistas. “O Sindicato levantou muito conteúdo de conscientização, que só reforça a importância de esta-rem todas unidas na luta”.

Na campanha salarial de 2017, uma grande con-quista da entidade foi a elevação do limite de represen-tação, que agora abrange trabalhadores(as) com ga-nhos de até R$7.000,00. Esta negociação ocorreu pela visão do sindicato em representar nas negociações e ganhos não somente os trabalhadores do chão de fá-brica, mas também áreas administrativas e específicas das empresas. “Este tento de representação sempre foi imposto pelos patrões, que acabavam limitando nossas conquistas a uma parcela dos trabalhadores”, lembrou o dirigente Luciano.

Em pauta também, os diretores discutem a implan-tação de máquinas de café para os intervalos e a higie-nização dos uniformes, hoje feita de forma individual por cada um, mas que tem relação direta com as con-dições insalubres reivindicadas.

sibilidade das empresas demitirem em função do im-pacto financeiro alto.

Quanto ao tempo do trajeto, o executivo e a empre-sa parecem desconsider que um ônibus atravessa o

município de um extremo ao outro; pos-sui inúmeras paradas; pode atrasar para o ingresso de idosos, de crianças e de pessoas com deficiências; tem que parar nas sinaleiras; e reduzir a velocidade nos quebra-molas. O mínimo necessário para o percurso completo do ônibus nessas condições é de, em média, 40 minutos.

Apesar da vereadora Maria Eunice, ex-dirigente do Sindicato, ter proposto uma Moção de Repúdio ao Aumento atra-

vés da Comissão Especial de Vereadores para nego-ciar com o executivo e a empresa a revisão desta de-cisão, o pedido não se concretizou. Por isso, o Comitê Sindical e Popular está avaliando as ações que poderá tomar além da mobilização popular.

Assembleia foi realizada no dia 29 de março

entregues as bifeiras de ferro na porta das maio-res fábricas da base. Nas empresas menores, a entrega ainda está ocorrendo.

Desde o anúncio da campanha até o fecha-mento desta edição, o Sindicato confirmou mais de 450 novos sócios, que chegam para fortale-cer a luta da entidade em um momento decisivo para a classe trabalhadora. O vice-presidente Silvio Bica salientou que esta proximidade dos trabalhadores e trabalhadoras com o Sindicato é muito positiva, pois permite o diálogo e um maior entendimento sobre a atuação sindical.

Associados(as) do Sindicato, em qualquer modalidade, têm direito ao brinde. Quem não con-seguiu receber na porta da empresa, tem como alternativa a retirada na sede da entidade, loca-lizada na Rua Caramuru, 330 - Centro / Canoas, apresentando apenas a carteirinha de sócio(a).

Foto: Matheus Leandro / STIMMMEC