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DOSSIER TÉCNICO . abril 2020 42 Camarinhas – o projeto Emc 2 : da educação ambiental à recuperação de uma população em declínio na zona costeira de Moledo A planta da camarinheira ou camarinha existente em algumas zonas costeiras, é um arbusto dioico cujas plantas femininas dão pequenos frutos comestíveis, de cor branca. Neste artigo é descrito o projeto Emc 2 , que decorre desde 2016 para divulgar esta planta. Por se verificar um declínio da população de camarinhas na zona costeira de Moledo (Caminha), este projeto visa também dar um contributo para a sua recuperação através de medidas que aqui se apresentam. Camarinha – uma planta silvestre da nossa zona costeira Atualmente, algumas populações de certas regiões do mundo têm nas plantas silves- tres uma importante parcela da sua dieta alimentar, ao invés de outras, nas quais elas possuem um papel secundário, sendo usa- das apenas de modo esporádico. A nível global, as diferentes espécies de fru- tos silvestres comestíveis são uma impor- tante fonte de minerais e vitaminas para as populações que delas se alimentam. Assim, pela sua importância nutritiva, algumas das espécies com frutos silvestres foram despertando o interesse dos agricultores e técnicos, tendo sido incluídas em progra- mas de melhoramento, como sucedeu com o mirtilo (Vaccinium myrtillus L.), que, tal como a camarinha, também pertence à Fa- mília das Ericáceas, e cujo melhoramento genético ainda hoje é alvo de estudos. A nível nacional, no sentido da camarinha ocupar um novo nicho no mercado dos pe- quenos frutos, decorrem no INIAV, I.P. pro- jetos de I&D e estudos sobre a sua biologia e o seu potencial agronómico e comercial (Oliveira & Dale, 2012; Oliveira et al., 2016). A planta da camarinha é um arbusto dioico cujas plantas femininas dão pequenos fru- tos comestíveis, de cor branca (Figura 1). É uma planta que vem descrita na Flora Ibéri- ca, tendo o género Corema (L.) apenas duas espécies: C. conradii (Torr.) Torr. ex Loud., que é endémica da costa Noroeste dos Esta- dos Unidos da América, e C. album (L.) D. Don, que é um endemismo da costa atlânti- ca da Península Ibérica. Nos Açores, existe a subespécie C. album (L.) D. Don: – C. al- bum subsp. azoricum Pinto da Silva. A camarinha é, portanto, um recurso silves- tre com duas características muito peculia- res referentes à sua: i) distribuição geográfica a nível mundial – dado a subespécie ‘album’ só ocorrer na costa Atlântica da Península Ibérica (de Gibraltar à Finisterra) e a subespé- cie ‘azoricum’ , só ocorrer nalgumas ilhas açorianas; sendo por isso designadas en- demismos (i.e. não existem em nenhum outro local do mundo); ii) coloração do seu fruto – pois a sua cor branca ou rosada (Figura 2) é única no conjunto dos pequenos frutos comestí- veis, cujas cores mais vulgares variam entre tons avermelhados e roxo-azulados. Deste modo, na fileira dos pequenos frutos, que em Portugal apresenta uma forte dinâmi- ca ao nível da produção, exportação e trans- formação, a camarinha é um pequeno fruto de características únicas, não só pela sua cor branca, mas também pelo seu sabor, que é ligeiramente ácido. Estes frutos são também muito ricos em água e antioxidantes. Divulgar a camarinha – o Projeto Emc 2 ‘Explorar Matos de Camarinha da Costa’ O projeto Emc 2 ‘Explorar Matos de Cama- rinha da Costa’ é um projeto colaborativo de educação ambiental sobre matos de ca- marinhas de zonas costeiras nacionais, que visa dar a conhecer e envolver os jovens em ações sobre esta planta que é um endemis- mo ibérico. No projeto, os alunos (do 1.º ao 3.º ciclos) participam nas atividades ‘Visita de Es- tudo’ e ‘Botânica e Arte’ sobre a camari- nha. O projeto teve apoio do MARE-FCT UID/MAR/4292/2013 durante o ano es- colar de 2016/2017 e é atualmente apoiado M. Alexandra Abreu Lima (INIAV, I.P. e MARE-NOVA) Lia T. Vasconcelos (MARE-NOVA e DCEA/FCTUNL) Pedro Brás de Oliveira, T. Valdiviesso e F. Rosado- -da-Luz (INIAV, I.P.) Figura 1 – Corema album (L.) D. Don – Planta feminina com frutos

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Page 1: Camarinhas – o projeto Emc : da educação ambiental à ... · populações que delas se alimentam. Assim, pela sua importância nutritiva, algumas das espécies com frutos silvestres

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Camarinhas – o projeto Emc2: da educação ambiental à recuperação de uma população em declínio na zona costeira de MoledoA planta da camarinheira ou camarinha existente em algumas zonas costeiras, é um arbusto dioico cujas plantas femininas dão pequenos frutos comestíveis, de cor branca. Neste artigo é descrito o projeto Emc2, que decorre desde 2016 para divulgar esta planta. Por se verificar um declínio da população de camarinhas na zona costeira de Moledo (Caminha), este projeto visa também dar um contributo para a sua recuperação através de medidas que aqui se apresentam.

Camarinha – uma planta silvestre da nossa zona costeiraAtualmente, algumas populações de certas regiões do mundo têm nas plantas silves-tres uma importante parcela da sua dieta alimentar, ao invés de outras, nas quais elas possuem um papel secundário, sendo usa-das apenas de modo esporádico.A nível global, as diferentes espécies de fru-tos silvestres comestíveis são uma impor-tante fonte de minerais e vitaminas para as populações que delas se alimentam. Assim, pela sua importância nutritiva, algumas das espécies com frutos silvestres foram despertando o interesse dos agricultores e técnicos, tendo sido incluídas em progra-mas de melhoramento, como sucedeu com o mirtilo (Vaccinium myrtillus L.), que, tal como a camarinha, também pertence à Fa-mília das Ericáceas, e cujo melhoramento genético ainda hoje é alvo de estudos. A nível nacional, no sentido da camarinha ocupar um novo nicho no mercado dos pe-quenos frutos, decorrem no INIAV, I.P. pro-jetos de I&D e estudos sobre a sua biologia e o seu potencial agronómico e comercial (Oliveira & Dale, 2012; Oliveira et al., 2016). A planta da camarinha é um arbusto dioico cujas plantas femininas dão pequenos fru-tos comestíveis, de cor branca (Figura 1). É uma planta que vem descrita na Flora Ibéri-ca, tendo o género Corema (L.) apenas duas espécies: C. conradii (Torr.) Torr. ex Loud., que é endémica da costa Noroeste dos Esta-dos Unidos da América, e C. album (L.) D.

Don, que é um endemismo da costa atlânti-ca da Península Ibérica. Nos Açores, existe a subespécie C. album (L.) D. Don: – C. al-bum subsp. azoricum Pinto da Silva.A camarinha é, portanto, um recurso silves-tre com duas características muito peculia-res referentes à sua:i) distribuição geográfica a nível mundial

– dado a subespécie ‘album’ só ocorrer na costa Atlântica da Península Ibérica (de Gibraltar à Finisterra) e a subespé-cie ‘azoricum’, só ocorrer nalgumas ilhas açorianas; sendo por isso designadas en-demismos (i.e. não existem em nenhum outro local do mundo);

ii) coloração do seu fruto – pois a sua cor branca ou rosada (Figura 2) é única no conjunto dos pequenos frutos comestí-veis, cujas cores mais vulgares variam entre tons avermelhados e roxo-azulados.

Deste modo, na fileira dos pequenos frutos, que em Portugal apresenta uma forte dinâmi-

ca ao nível da produção, exportação e trans-formação, a camarinha é um pequeno fruto de características únicas, não só pela sua cor branca, mas também pelo seu sabor, que é ligeiramente ácido. Estes frutos são também muito ricos em água e antioxidantes.

Divulgar a camarinha – o Projeto Emc2 ‘Explorar Matos de Camarinha da Costa’O projeto Emc2 ‘Explorar Matos de Cama-rinha da Costa’ é um projeto colaborativo de educação ambiental sobre matos de ca-marinhas de zonas costeiras nacionais, que visa dar a conhecer e envolver os jovens em ações sobre esta planta que é um endemis-mo ibérico. No projeto, os alunos (do 1.º ao 3.º ciclos) participam nas atividades ‘Visita de Es-tudo’ e ‘Botânica e Arte’ sobre a camari-nha. O projeto teve apoio do MARE-FCT UID/MAR/4292/2013 durante o ano es-colar de 2016/2017 e é atualmente apoiado

M. Alexandra Abreu Lima (INIAV, I.P. e MARE-NOVA) Lia T. Vasconcelos (MARE-NOVA e DCEA/FCTUNL) Pedro Brás de Oliveira, T. Valdiviesso e F. Rosado--da-Luz (INIAV, I.P.)

Figura 1 – Corema album (L.) D. Don – Planta feminina com frutos

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pelo plano estratégico MARE-FCT UID/ /MAR/04292/2019. No projeto, foi publi-cado um Livro de Atividades (Lima e Vas-concelos, 2017; www.mare-centre.pt/pt/sociedade/programas-educativos/emc2) e prosseguem, para além das atividades ne-le descritas, iniciativas de recuperação de uma população de camarinhas em declínio (Moledo, Caminha), com envolvimento de jovens e entidades da sociedade civil.

Habitats costeiros – museus naturais vivosOs habitats costeiros, nos quais é possível encontrar plantas endémicas, como é o caso da camarinha, são legados de histórias evo-lutivas únicas e, por isso, muito importan-tes para a conservação da biodiversidade, podendo ser considerados como ‘museus naturais vivos’.Infelizmente, algumas das plantas endémi-cas destas zonas podem estar ameaçadas devido a um ou mais dos seguintes fatores, que interagindo reforçam o seu impacto ne-gativo na biodiversidade: (1) fragmentação do habitat; (2) presença de espécies invaso-ras e (3) impactos das alterações climáticas. Estes últimos têm-se feito sentir um pouco por todo o mundo com impactos negativos bem evidentes em zonas costeiras, como su-cedeu em Portugal – refira-se, por exemplo, a tempestade ‘Hercules’, que no inverno de 2013/2014 atingiu o litoral nacional e os de ou-tros países europeus, danificando ecossiste-mas dunares. Outra das manifestações destas alterações são as ondas de calor sentidas no

continente português, as quais, a par da con-dição de seca severa durante o ano de 2017, te-rão contribuído, em parte, para um aumento nos incêndios florestais que fustigaram tam-bém o litoral (ex.: zona do Pinhal de Leiria). O litoral português – com 1846 km distri-buídos pelo continente (943 km), os arqui-pélagos dos Açores (691 km) e da Madeira (212 km) – é classificado como zona de pro-teção e conservação apenas em determina-das áreas. Dado que as zonas costeiras são importantes em termos ambientais, cultu-rais, económico-sociais e recreativos, a con-jugação dos múltiplos interesses, de diver-sos setores económicos, nem sempre é uma tarefa fácil. Daí ser importante realçar a necessidade de acautelar para as paisagens costeiras uma menor perda dos seus valores naturais, como referido, entre outros, na Es-tratégia Nacional Gestão Integrada da Zona Costeira – ENGIZC (Presidência do Conse-lho de Ministros, 2009) e no Plano Litoral XXI (APA, 2017).

Projeto Emc2 – Relevância atual da educação ambiental sobre camarinhas Sendo a camarinha um recurso biológico da nossa zona costeira com as características peculiares descritas, as iniciativas para a sua divulgação são de relevância atual, pelo menos pelas seguintes duas razões:i) A atual crise da biodiversidade e as

ameaças existentes (ex.: fragmentação de habitat; espécies invasoras e altera-ções climáticas);

ii) A crescente tendência de distanciamen-to da geração jovem (ou de parte dela) da natureza, e o correspondente desco-nhecimento sobre a importância da bio-diversidade, com futuros impactos nega-tivos para a sua desejável preservação e valorização.

Nas atividades de ‘Visita de Estudo’, os alu-nos podem observar diversas plantas das dunas, entre as quais as camarinhas. Podem ainda recolher exemplares de plantas para construírem um mini-herbário. As primei-ras visitas decorreram nos seguintes três locais (e meses): Norte – Praia de Moledo (setembro 2016); Centro – Praia do Meco (junho 2017) e Sul – Praia Monte Velho, Si-nes (maio 2017) (Figura 3). Nas atividades de ‘Botânica e Arte’, os alu-nos podem desenhar, em sala de aula, a paisagem e/ou as plantas que observaram, sendo estes desenhos depois mostrados em exposições abertas ao público (Figura 4).

As iniciativas do projeto destacam a riqueza da flora dunar nas suas múltiplas vertentes, nomeadamente: 1) Económica – referindo os diversos usos

das plantas silvestres e/ou das suas pa-rentes cultivadas (resultantes do seu me-lhoramento) na alimentação, na indústria farmacêutica, entre outras fileiras;

2) Ambiental e ecológica – referindo o valor das plantas endémicas e o importante pa-pel da vegetação em zonas costeiras para suster as areias, sobretudo em áreas com forte erosão.

Sobre esta questão relativa à erosão costei-ra, foi verificado que, das três zonas visi-tadas, a mais sujeita a erosão foi a praia de Moledo (concelho de Caminha), que exibia arribas de erosão no cordão dunar e onde a

Figura 2 – Coloração do fruto da camarinha – cor branca ou tons rosados

Figura 3 – Alunos em visita aos ecossistemas dunares com camarinhas

Figura 4 – Cartazes de Exposições de Desenhos dos Alunos em Caminha (nov./dez. 2017), Sines (maio 2018) e Oeiras (nov. 2018/ /jan. 2019)

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população de camarinhas se encontrava em declínio. Por essa razão, foi decidido avan-çar para a multiplicação de plantas dessa população de modo a ser feito um repovoa-mento, cujos primeiros resultados aqui se descrevem. O cordão dunar da praia de Mo-ledo continua muito vulnerável a fortes on-dulações, como ocorreu recentemente nas depressões de dezembro de 2019 (Figura 5), com o mar tempestuoso a danificar parte da duna (Diário do Minho, 2019).

Multiplicação de plantas de Corema album (camarinha) por estacaria para o repovoamento na região de Moledo

Colheita de material vegetalA colheita de material vegetal, estacas cau-linares, foi realizada a 24 de outubro de 2017 na duna da praia de Moledo (Figura 6). Re-tiraram-se estacas de quatro arbustos (três femininos e um masculino), com compri-mentos variando entre 7,5 e 21,0 cm.

Enraizamento de estacas em estufaO enraizamento das estacas realizou-se nu-ma estufa de vidro nas instalações do Ins-tituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV, I.P.), em Oeiras. Nesta estufa, utilizaram-se 2 bancadas elevadas, equipadas com um sistema de nebulização e um sistema de rega gota a gota, que fun-cionou todos os dias das 10h00 às 18h00 com regas e nebulizações de um minuto, a intervalos de 30 em 30 minutos, para pre-venir a desidratação das estacas. As banca-das continham caixas de hidroponia com 89 ≈ 20 ≈ 22 cm, com o fundo preenchido com argila expandida Leca®10/20, que fun-ciona como elemento de drenagem. As ban-cadas estavam equipadas com um cabo elé-

trico de aquecimento dentro das caixas, co-locado acima da Leca®10/20 e duma camada de 2 cm de substrato, ficando a cerca de 20 cm de profundidade. O termostato deste sistema de aquecimento estava programa-do para desligar quando atingia os 24 °C, e ligar aos 22 °C. Utilizou-se o substrato Siro®Estaca, constituído por Siro®Agro 1

(Humus), turfas de alta qualidade selecio-nadas e Siro®Perlite.

Preparação do material vegetalAs estacas foram plantadas sete dias após a colheita do material, tendo sido mantidas hú-midas e no frio durante esse tempo. No dia da colocação das estacas no substrato, corta-ram-se as pontas inferiores e retiraram-se as folhas da zona basal. A colocação foi reali-zada com as estacas ligeiramente inclinadas no substrato, para favorecer o enraizamento (Figura 7). Após a plantação, o sistema de rega e o aquecimento foram monitorizados. Passados 75 dias após plantação, foi obser-vado o estado das estacas, retirando-se as que se apresentavam mortas. Passados 165 dias após plantação, foram retiradas as es-tacas já enraizadas e mudadas para vasos individuais que foram mantidos na estufa.

Reintrodução de camarinhas na Mata do CamaridoEm novembro de 2018 foram introduzidas as primeiras 6 plantas num camalhão de areia, na Mata do Camarido, em local abrigado da erosão e próximo da duna primária (Figura 8). Desde então, os alunos da EB 2/3 de Ca-minha têm vindo a acompanhar o desenvol-vimento destas plantas reintroduzidas e a fa-zer um registo do seu crescimento caulinar, como sucedeu em maio e outubro de 2019.Em março de 2019 foram reintroduzidas neste camalhão mais 30 plantas provenien-tes da Estufa do INIAV, I.P. (Oeiras), cujo desenvolvimento também está a ser acom-panhado por alunos de escolas de Caminha e de Vila Praia de Âncora. De um modo ge-ral, as plantas reintroduzidas no camalhão estão a desenvolver-se bem e serão de uti-lidade no repovoamento da população de camarinhas desta zona costeira.

Figura 5 – Arribas de erosão no cordão dunar de Moledo, em dezembro de 2019

Figura 6 – Duna da praia de Moledo com população de camarinhas onde decorreu a colheita de material para multiplicação por estacaria

Figura 7 – Etapa de enraizamento de estacas de camarinha na estufa do INIAV, I.P. (Oeiras) e aspeto de uma estaca já com raízes formadas

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DOSSIER TÉCNICO

Nota conclusivaAo contribuir para a inclusão de tópicos sobre o património natural e questões am-bientais e ecológicas dos habitats costei-ros nos currículos dos alunos e na agen-

da cultural da(s) comunidade(s) local(is), pretende-se, também, inspirá-los a atuarem na sua preservação, sensibilizando para medidas que podem ser tomadas no dia a dia para a sua conservação, tais como: (1) o

evitar do pisoteio da vegetação dunar pelo uso de passadiços e (2) a remoção de espé-cies invasoras. Para além destas medidas, os jovens também podem colaborar na re-cuperação de populações de plantas duna-res que estejam em declínio, como sucede com o caso descrito neste artigo, alusivo a uma população de camarinhas da praia de Moledo.

Agradecimentos

• FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia que financia

o projeto (MARE-FCT UID/MAR/04292/2019).

• Comunidades Educativas de Caminha e de V.P. de Âncora

e do Programa Eco-Escolas.

• José Gualdino (Associação COREMA – Associação de

Defesa do Património).

• Joaquim Guardão (U.F. de Moledo e Cristelo).

Referências

APA, I.P. (2017). Plano de Ação Litoral XXI. Agência Portu-

guesa do Ambiente.

Diário do Minho (2019). Câmara de Caminha a APA mo-

nitorizam avanço do mar em Moledo. https://www.

diariodominho.pt/2019/12/20/camara-de-caminha-

-a-apa-monitorizam-avanco-do-mar-em-moledo/.

Lima, M.A. e Vasconcelos, L. (2017). Projeto Emc2 ‘Explo-

rar Matos de Camarinha da Costa’. Livro de Atividades

<www.mare-centre.pt/pt/sociedade/programas-

-educativos/emc2> ISBN 978-989-99962-4-3.

Oliveira, P.B. e Dale, A. (2012). Corema album (L.) D. Don,

the white crowberry – a new crop. Journal of Berry Re-

search, 2:123-133. DOI: 10.3233/JBR-2012-033.

Oliveira, P.B. et al. (2016). Os primeiros passos na inves-

tigação em Corema album (camarinha). Vida Rural

(out 2016): pp 29-31. <http://www.vidarural.pt/wp-

-content/uploads/sites/5/2016/10/Veja-o-artigo-

-aqui..pdf>.

Presidência do Conselho de Ministros (2009). Estratégia

Nacional para a Gestão Integrada da Zona Costeira

(ENGIZC), Resolução do Conselho de Ministros n.º

82/2009, Diário da República, 1.ª série, N. 174, 8 de

setembro de 2009, pp. 6056-6088.

Figura 8 – Camalhão arenoso na Mata do Camarido com plantas de camarinha reintroduzidas, cujo desenvolvimento está a ser acompanhado por alunos de escolas do concelho de Caminha

PUB

Jorge
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