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Avaliação Diagnóstica Língua Portuguesa ENTRADA Ensino Fundamental 5 a à 8 a série (6 o ao 9 o ano) Caderno de Orientações

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

Avaliação DiagnósticaLíngua Portuguesa

ENTRADA

Ensino Fundamental 5a à 8a série

(6o ao 9o ano)

Caderno de Orientações

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) GESTAR II

SUMÁRIO

Primeiras Palavras 5

Avaliação Diagnóstica 6

5a Série (6o ano) – ENTRADA

Descritores de EntradaLeitura e Compreensão de Textos 13Produção de Textos 16

Comentários sobre as questõesLeitura e Compreensão de Textos 21Leitura e Compreensão de Textos (Questões Extras) 44Produção de Textos 49

6a Série (7o ano) – ENTRADA

Descritores de EntradaLeitura e Compreensão de Textos 57Produção de Textos 60

Comentários sobre as questõesLeitura e Compreensão de Textos 65Leitura e Compreensão de Textos (Questões Extras) 88Produção de Textos 95

7a Série (8o ano) – ENTRADA

Descritores de EntradaLeitura e Compreensão de Textos 101Produção de Textos 104

Comentários sobre as questõesLeitura e Compreensão de Textos 109Leitura e Compreensão de Textos (Questões Extras) 130Produção de Textos 134

8a Série (9o ano) – ENTRADA

Descritores de EntradaLeitura e Compreensão de Textos 141Produção de Textos 144

Comentários sobre as questõesLeitura e Compreensão de Textos 149Leitura e Compreensão de Textos (Questões Extras) 170Produção de Textos 175

Bibliografia 177

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) GESTAR II

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - LÍNGUA PORTUGUESA

Primeiras Palavras

Este Caderno de Orientações da Avaliação Diagnóstica de Entrada busca uma integração entre os mecanismos de avaliação do Gestar II e os materiais disponibilizados durante os cursos de formação desse programa educacional. Falemos, primeiramente, de sua estrutura geral e, mais à frente, voltaremos ao tema integração.

Aqui, professor, cada série (ano) será abordada. Tanto os des-critores quanto as questões serão comentados. Cada descritor de cada série e de cada prova será explicado. As provas foram aqui reproduzidas para que tivessem lugar os seguintes procedimentos:

1. apresentação e comentário sobre o texto-base de cada con-junto de questões;

2. discussão detalhada de cada questão, item por item, expli-cando-se tanto os itens errados quanto o item certo de cada uma;

3. apresentação das chamadas “dicas”, que trazem o tipo de habilidade em tela e, sobretudo, como desenvolver em seus alunos tal habilidade.

O ponto forte deste Caderno de Orientações é proporcionar ao professor um conjunto de ferramentas que lhe permitirão compreender os resultados da avaliação diagnóstica aplicada a seus alunos. Mais do que isso, ao saber que habilidade está em falta, o professor tem à sua dis-posição um conjunto de orientações específicas sobre essa habilidade, sobre onde encontrá-la no material que compõe o programa Gestar, no caso os Cadernos de Teoria e Prática (TP) e os Cadernos de Atividades de Apoio à Aprendizagem (AAA). Para nós, é um prazer muito grande poder oferecer ao professor um instrumento de trabalho que lhe permite colocar em diálogo, em integração tanto a avaliação diagnóstica quanto os TPs e AAAs. É uma oportunidade ímpar de encontrar caminhos para levar o aluno a superar suas dificuldades.

(ENTRADA)

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) GESTAR II

Por fim, professor, ainda lhe oferecemos uma pequena, mas significativa, bibliografia comentada, para que você possa trilhar seus próprios caminhos em busca de mais conhecimento sobre avaliação.

Antes de entrarmos efetivamente no apresentado acima, faremos a seguir uma breve apresentação da Avaliação Diagnóstica, com des-taque de sua concepção, finalidade e composição.

Veruska Ribeiro Machado & Dioney Moreira Gomes (autora e co-autor).

Avaliação DiagnósticaA Avaliação Diagnóstica no GESTAR possui caráter investigativo

e, sobretudo, construtivo. A finalidade dessa avaliação é a investigação das habilidades e competências adquiridas pelos alunos. Mas, para além disso, quer proporcionar ao professor um retrato da real situação do seu aluno a fim de levar esse professor a repensar suas práticas docentes. São cinco os objetivos principais da referida avaliação:

a) diagnosticar, nos momentos iniciais de uma série ou ciclo, os conhecimentos (habilidades e competências) adquiri-dos pelos alunos na série ou ciclo anterior;

b) influenciar o professor na tomada de decisão sobre o pro-cesso de planejamento do ensino e da aprendizagem a ser concretizado;

c) auxiliar no replanejamento da prática profissional do ensi-no, a partir da reflexão a respeito dos efeitos do desempe-nho do professor sobre o desempenho dos alunos;

d) diagnosticar, ao final de uma série ou ciclo, o que de fato o aluno aprendeu;

e) avaliar o programa GESTAR II e o seu desenvolvimento na localidade.

Para tanto, a Avaliação Diagnóstica divide-se em dois momen-tos: entrada e saída. A Avaliação de Entrada tem por objetivo medir os resultados da aprendizagem dos alunos do ano letivo anterior e servir como base para o replanejamento escolar do professor. A Avaliação de Saída vai apresentar resultados que serão comparados com os dados colhidos na Avaliação de Entrada. Dessa forma, poderemos identificar e acompanhar os avanços ocorridos nas salas de aula durante a im-plementação dos programas. Sendo assim, um conjunto de questões é elaborado para aferir o conhecimento nas áreas de abrangência do GESTAR (Língua Portuguesa e Matemática). Ressalta-se que, em Língua Portuguesa, além das questões objetivas sobre a compreensão do aluno com relação à leitura, há também a Produção de Textos.

A organização e a elaboração da Avaliação Diagnóstica foram planejadas a partir da definição de uma matriz de referência, que des-

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) GESTAR II

creve um conjunto de habilidades previstas como objeto da avaliação. A matriz de referência do GESTAR é, então, formada por um conjunto de descritores. Como o próprio nome indica, um descritor descreve uma habilidade, explicitando dois pontos básicos do que se pretende avaliar: os conteúdos curriculares e as operações mentais desenvolvidas pelo aluno e necessárias para a aprendizagem. Tais descritores expressam os saberes significativos desenvolvidos no processo de ensino-aprendi-zagem e adquiridos pelos alunos, traduzindo-se em ações e operações realizadas por eles. Os descritores norteiam a construção dos itens que irão compor os instrumentos de avaliação. Um item de avaliação é uma questão ou atividade que envolve um conjunto de processos mentais para a sua resolução. As respostas dadas pelos alunos a esses itens possibilitam a descrição do nível de desempenho por eles atingido.

É necessária a articulação entre descritores e itens da prova. Essa articulação possibilitará avaliar com mais rigor o que os alunos realmente sabem e o que lhes falta alcançar.

Cabe registrar que, no GESTAR II, a definição do conjunto de descritores de desempenho dos alunos foi baseada nos Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental. A matriz de referência surge, portanto, a partir dos parâmetros curriculares. Deve-se, entretanto, des-tacar que a matriz de referência do GESTAR não pode ser confundida com a matriz curricular. A matriz curricular é mais ampla e norteia as estratégias de ensino nas escolas, enquanto a matriz de referência é utilizada para elaborar o teste, contemplando apenas as habilidades consideradas fundamentais para a construção da avaliação.

Por fim, vale salientar que a Avaliação Diagnóstica no GESTAR não substitui a avaliação do professor. Espera-se, no entanto, que essa avaliação seja indutora de mudanças ao gerar expectativas positivas por parte dos professores na melhoria do desempenho dos alunos.

Matriz de referência de Língua Portuguesa

No GESTAR, entende-se como objetivo geral de Língua Portu-guesa o desenvolvimento, pelos alunos do Ensino Fundamental, de uma competência comunicativa a fim de que eles possam resolver problemas do cotidiano, ter acesso a bens culturais e participar do mundo letrado com desenvoltura.

Considera-se que a competência comunicativa é adquirida pelo aluno nas e pelas atividades de linguagem – leitura e produção de tex-tos – inseridas em situações linguisticamente significativas, nas quais são postas em foco as dimensões semântica, gramatical e pragmática da linguagem. Assim, os conhecimentos linguísticos são adquiridos em processos de reflexão e operação sobre a linguagem, em práticas contextualizadas de leitura e de produção de textos. Entende-se, então, a linguagem como uma atividade que não se faz em palavras e frases isoladas, mas que se realiza em processos reais de comunicação.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) GESTAR II

Nesse sentido, os conteúdos envolvidos na elaboração dos itens das provas referem-se aos temas:

conceitos e procedimentos subjacentes a práticas de lingua-•gem;

valores e atitudes subjacentes a práticas de linguagem.•

Para a avaliação dos alunos, os conteúdos que envolvem os grandes temas são distribuídos de acordo com a seleção dos textos que dão origem às questões. Dessa forma, para cada um dos textos, o aluno deverá ser capaz de atribuir sentido, identificando informações, reconhecendo características textuais do gênero, estabelecendo com-parações entre os textos e reconhecendo a manutenção ou a alteração de sentido desses textos.

As questões de análise linguística são formuladas de acordo com a incidência dos fatos linguísticos de cada texto (elementos coesivos, sinais de pontuação, tempos verbais, variações de uso da língua).

Para avaliar a capacidade dos alunos de produzir textos escritos, são propostas atividades voltadas para a elaboração de um dos gêneros focalizados nas provas de leitura e de compreensão de textos.

Elaboração de Itens

Como já mencionado anteriormente, item é o nome dado para as questões que compõem a prova. Há dois formatos de itens: aqueles em que os alunos elaboram uma resposta e aqueles em que o aluno se-leciona uma resposta dentre um conjunto de alternativas oferecidas.

Para cada série, no GESTAR II , o processo de avaliação de Língua Portuguesa é organizado da seguinte forma:

um teste de leitura e compreensão de textos (30 questões);•

uma atividade de produção de texto (02 questões).•

O teste de leitura e de compreensão de textos é composto por itens de múltipla escolha. O item de múltipla escolha é composto por três partes: o texto; o enunciado; e as alternativas de respostas (são qua-tro alternativas). Destaca-se que apenas uma delas é a resposta correta. Cumpre registrar que o enunciado pode ser apresentado em forma de pergunta ou por meio de uma frase incompleta.

A atividade de produção de texto é composta por um enunciado e por textos de apoio. Acompanham também o enunciado instruções sobre atribuição de título e número de linhas a ser seguido.

A seguir, apresentamos cada prova comentada.

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

SÉRIE (6º ANO)ENTRADA

Comentários sobre os descritores

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

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5a Série (6o Ano) – Ensino Fundamental – Língua PortuguesaDescritores de Entrada – Leitura e Compreensão de Textos

D1Localiza informações explícitas em um texto.

Esse descritor avalia a habilidade de o aluno localizar uma informação solicitada. A informação solicitada pode estar expressa literalmente no texto. Pode ser também que o aluno tenha de locali-zar uma informação tendo de lidar com paráfrases. O aluno deve ser capaz de retomar o texto para localizar, dentre outras informações, a que foi solicitada. Destaca-se que a informação requerida pode estar bastante visível. Além disso, de acordo com o nível de complexidade da questão, poderá haver pouca ou nenhuma informação, competindo com a informação requerida.

D2 Percebe informações implícitas em um texto.

Esse descritor avalia a capacidade de o aluno fazer inferências. Destaca-se que as informações implícitas são aquelas que não estão explícitas no texto e que, por isso, precisam ser construídas pelo leitor com base nas pistas textuais. O aluno deve apreender o texto como um todo. Para chegar à resposta, deve ser construído, gradativamente, o sentido do texto, podendo ser requerida também relação entre o texto e os conhecimentos prévios do leitor.

D3Associa diferentes estratégias (marcas fonológicas, gráficas, morfossintáticas e contextuais, bem como verbetes de dicionários) para construir o significado de palavras ou expressões que não são conhecidas.

Esse descritor avalia a habilidade de se identificar o significa-do de uma palavra ou expressão desconhecida com base em marcas fonológicas, gráficas, morfossintáticas ou com base em verbetes de dicionário. O aluno deverá identificar sentidos, considerando a forma em que as palavras se apresentam. É importante que o professor utilize o dicionário como uma indispensável ferramenta pedagógica, como um forte aliado para a compreensão e produção textuais.

DESCRITORES DA MATRIZ DE REFERÊNCIA

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

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D4Reconhece, em narrativas, a fala do narrador e a das personagens.

Esse descritor permite avaliar a capacidade de o aluno reconhecer a diferença entre o discurso do narrador e o discurso da personagem. O aluno deverá identificar as marcas do discurso direto – travessão, aspas, verbos declarativos (verbos dicendi)– para diferenciar a fala da personagem do discurso do narrador.

D5Reconhece, no texto, o valor expressivo dos recursos linguísticos e extralinguísticos (escolha de termos e expres-sões; uso dos sinais de pontuação; recursos gráficos) e o efeito de sentido gerado por eles.

Esse descritor permite avaliar a habilidade de reconhecer a mu-dança de significado advinda da escolha de uma determinada palavra ou expressão, que poderá assumir sentido conotativo. O aluno deverá perceber os efeitos de sentido presentes no texto a partir da escolha do vocabulário. Esse descritor também avalia a habilidade de se iden-tificar o sentido que um sinal de pontuação ou um recurso gráfico pode provocar em um texto. O aluno deverá identificar as mudanças de sentido decorrentes do uso de diversos sinais de pontuação e de recursos gráficos.

D6Identifica dois ou mais vocábulos que tenham a mesma referência (como nome e pronome, um nome e outra expres-são lexical referente a ele, etc.).

Esse descritor avalia habilidades relacionadas ao reconhecimen-to da função dos elementos que dão coesão ao texto. O aluno deverá reconhecer as relações estabelecidas entre as partes do texto. Para isso, deverá identificar, por exemplo, quais palavras estão sendo substituídas e/ou repetidas para facilitar a continuidade do texto e a compreensão de seu sentido.

D7Relaciona (por comparação de características e fi-nalidades) textos de gêneros diferentes (notícia, narrativa ficcional, texto expositivo, propaganda, anúncio, bilhete, carta, charge, tirinha, etc.).

Esse descritor envolve a habilidade de comparar textos de di-versos gêneros. O aluno deverá reconhecer o gênero ao qual se refere o texto-base, identificando, assim, a finalidade do texto: informar, ins-truir, convencer, explicar, etc. O aluno deverá ler textos integrais ou fragmentos de texto pertencentes a diversos gêneros para identificar a finalidade desses textos. A comparação entre textos diferentes auxilia

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

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o professor a medir um nível bastante alto de compreensão textual por parte de seu aluno, que deverá mostrar-se apto a compreender textos de natureza distinta.

D8Reconhece a relação entre informações em um mesmo texto ou entre diferentes textos.

Esse descritor avalia a habilidade de compreender o texto não como um simples agrupamento de frases justapostas, mas como um todo composto por ideias articuladas, interligadas e implicadas. O aluno deverá compreender o texto e atribuir sentido a ele com base na adequada compreensão de seus componentes. Esse descritor também requer que o aluno reconheça a relação entre ideias apresentadas em textos diferentes. Ressalta-se que atividades que envolvem a relação entre informações de textos diferentes requerem que o aluno construa a habilidade de analisar o modo de tratamento do tema dado por autores diferentes, o que pode envolver a comparação de textos de diversos gêneros.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

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DESCRITORES – PRODUÇÃO DE TEXTO

Ao produzir os textos solicitados na avaliação diagnóstica, o aluno deverá demonstrar algumas habilidades, abaixo descritas.

5ª Série (6o Ano)

D1Atende à modalidade de texto solicitada na proposta de produção, considerando o destinatário, a finalidade do texto e as características do gênero textual.

Esse descritor avalia se o aluno é capaz de identificar o gênero solicitado. Reconhecendo o gênero, é possível identificar qual o obje-tivo do texto que deverá ser produzido: informar, comentar, divertir. Esse descritor permite, portanto, avaliar se o tema foi desenvolvido de acordo com o gênero e com a tipologia textual solicitada.

D2Mantém a coerência textual na atribuição de título, na continuidade temática e de sentido geral do texto.

Esse descritor permite avaliar se o aluno atribuiu um título ade-quado ao texto, encadeou as ideias harmoniosamente (coerentemente), contribuindo para que ocorresse progressão temática.

D3Atém-se ao tema solicitado na proposta e o desenvolve com coerência.

Esse descritor avalia a capacidade de o aluno selecionar, organi-zar e relacionar, de forma consistente e coerente, informações e fatos pertinentes ao tema, sem fugir dele portanto.

D4Segmenta o texto, utilizando adequadamente a pontu-ação de final e interior de frases.

Esse descritor avalia a capacidade de se utilizar a pontuação para a construção de sentidos no texto.

D5Utiliza adequadamente os mecanismos de coesão por meio de pronomes, sinônimos, advérbios e conjunções.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

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Esse descritor avalia a habilidade de o aluno trabalhar com si-nônimos, hiperônimos, repetições, reiterações por meio de pronomes ou outros itens lexicais. Permite, também, avaliar a habilidade de se utilizar conectivos, tempos verbais, sequência temporal, conectores entre vocábulos, entre sentenças e entre parágrafos, a fim de se alcançar unidade lógica no texto.

D6Revela o domínio da grafia convencional das palavras: emprego de letras maiúsculas/minúsculas e notações léxicas (acento, cedilha, til, hífen).

Esse descritor permite avaliar o domínio das convenções da es-crita, que não devem ser tomadas como o foco principal na correção de um texto, embora o professor deva reconhecer sua importância e mostrar ao aluno onde estão suas falhas e como superá-las.

D7Demonstra domínio das convenções da língua escrita formal quanto às regras de concordância e regência.

Esse descritor avalia o domínio das normas gramaticais no que diz respeito à sintaxe de concordância e de regência. As regras de con-cordância podem ser usadas a favor de uma maior coesão e coerência textuais, justamente por dizerem respeito às relações que uma parte do discurso tem com outra parte do discurso. Por exemplo, quando uma marca de número e pessoa é expressa em um verbo, este acaba, via de regra, por recuperar parte das informações do sujeito do enunciado. Já o uso adequado da regência de um verbo ou de um nome também pode ser eficaz para a compreensão textual. Por exemplo, a diferença entre “ir ao encontro de” (= ser compatível com) e “ir de encontro a” (= ser contrário a) é fundamental em uma dada argumentação.

D8Observa, no texto, a separação entre o discurso do narrador e o discurso direto dos personagens e usa marcas dessa separação (travessão, aspas e dois-pontos).

Esse descritor permite avaliar a capacidade de o aluno marcar em seu texto quem fala e a quem se destina o texto por meio de marcas linguísticas. É relevante destacar que pode avaliar também o domínio das variações linguísticas: o aluno deve ser capaz de utilizar a variante adequada à situação de interlocução.

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

SÉRIE (6º ANO)ENTRADA

Comentários sobre as questões

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTOS

Dica 1

Professor, há na prova da 5ª série quatro textos:

o primeiro e o quarto são narrativas literárias; o segundo é um texto

informativo, em que há a presença de sequências tipológicas narrativas e descritivas; e o terceiro é um texto publicitário. Para explorar gêneros e sequências tipológicas em sala, reveja o TP3,

principalmente as unidades 10, 11 e 12.

Não deixe de observar, no AAA3, a aula 1

da unidade 11; nela serão trabalhados

os tipos textuais. Na sequência, veja também a aula 2 dessa mesma

unidade, que tem como objetivo sistematizar os conhecimentos sobre o

tipo textual narrativo. Para auxiliar no trabalho com

o gênero publicitário, consulte a aula 3 da unidade 9 do TP3.

ENTRADA – 5ª SÉRIE (6º ANO)

TEXTO 1

Mais um animal

1 Chico chegou da rua com um gatinho muito preto e muito magro debaixo

2 do braço.

3 – Vai me dizer que já arrumou mais dor de cabeça pra mim – disse-lhe a mãe.

4 – Olha pra ele, mãe, tão bonitinho, tão magrinho. Ocê não tem dó dele?

5 – Dó eu tenho, mas não quero saber de mais bicho em casa. O quintal já tá

6 parecendo zoológico.

7 – A senhora mesmo vive rezando pra São Francisco, o santo que acolhia os bichos...

8 – Não é por ser devota de São Francisco que vou transformar minha casa em zoológico.

9 (...) Chegam muito os três que vivem embaraçando nas pernas da gente.

10 – Olha pra ele, mãe. Só ele, tenha piedade do coitado. Não deve ter dono, nem pai,

11 nem mãe, nem irmãozinho.

12 – Não quero nem olhar.

13 – Já sei por que não quer: para não pegar amor por ele. Alisa só o pelinho dele, vê

14 como o coitado tá maltratado. Se fosse um angorá, aposto que você ia querer.

15 – Se fosse um angorá, o dono não deixaria solto na rua.

16 Chico saiu alisando o pêlo do gatinho, triste por ter que se livrar dele. Sentou no

17 alpendre e conversou com o gatinho:

18 – Você tem que compreender que a casa não é minha, se fosse... No fundo, ela tem

19 razão. Tenho três cachorros, três gatos, um papagaio, meia dúzia de galinhas, uma

20 já com uma ninhada de cinco pintinhos; um casal de patos, um porquinho da Índia,

21 um coelhinho orelhudo... (...) Já vi que ocê não compreende, que quer mesmo ficar.

22 Vamos lá dentro tentar de novo? Vamos?

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22

Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

23 – Mãe, você...

24 – Outra vez com esse gato?

25 – Eu só queria um pedaço de pão molhado no leite para dar pra ele.

26 A mãe deu um pedaço de pão e um pires com leite. Chico começou a matar a fome

27 do novo amigo.

28 Pão comido, leite lambido, a mãe falou:

29 – Agora que ele comeu, pode dar o fora. E trate de levar esse gato pra bem longe.

(José, Elias. Com asas na cabeça, adaptado.)

O texto 1 (“Mais um animal”) é uma adaptação do conto “Com asas na cabeça”, do escritor Elias José, respeitado por suas obras lite-rárias dirigidas ao público infanto-juvenil. O autor costuma retratar a vida cotidiana de crianças e jovens no Brasil. O objetivo do texto é narrar uma cena doméstica, na qual a criança apresenta alguns argu-mentos na tentativa de convencer a mãe a ajudá-lo a cuidar de um gato abandonado. Deve-se ainda destacar que essa narrativa é de pequena extensão, com pouca variação espacial e temporal e com número de personagens pequeno, sendo que a ênfase é colocada nas ações.

Ao todo, foram apresentadas seis questões que tiveram como base o texto “Mais um animal”.

01. Leia o trecho abaixo:

“Chico chegou da rua com um gatinho muito preto e muito magro debaixo do braço.

– Vai me dizer que já arrumou mais dor de cabeça pra mim – disse-lhe a mãe.” (L. 1-3)

Agora responda: Quem traz problemas para casa?

a) o narrador.

b) a mãe.

c) Chico.

d) o gatinho.

Dica 2

A atividade de processo de leitura requerida nas questões 1, 7 e 10 é a localização

de informações explícitas. Para auxiliar o desenvolvimento de atividades que exijam

a localização de informações explícitas,

reveja as unidades 14 e 15 do TP4. Consulte também as aulas da unidade 15 do

AAA4.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

A primeira questão requer do leitor uma percepção objetiva das informações explícitas no texto. Destaca-se que o trecho apresentado na questão encontra-se logo no início do texto, o que pode ser um facilitador para o leitor, já que ele não terá de lidar com informações concorrentes. Para responder à questão, o aluno deverá retomar a leitura do período inicial do texto, que informa a chegada de Chico em casa com o gatinho embaixo do braço. O aluno deve marcar a alternativa “c”. A alternativa “a” não é adequada porque o narrador se refere ao personagem em terceira pessoa como o personagem que executa a ação. A alternativa “b” não procede porque a mãe da criança interage com ela na narrativa, em diálogo, não concorrendo à ação. Já a alternativa “d” é incorreta porque se refere ao próprio objeto da discussão, o gato, que não leva o problema para casa, mas ele mesmo representa o próprio problema trazido por Chico. O leitor poderá se confundir entre o nar-rador e o Chico, mas espera-se que ele perceba a construção do texto narrativo, o papel do narrador que apresenta o contexto da história, os personagens envolvidos e o conflito da narrativa.

02. Leia novamente o trecho:

“– Vai me dizer que já arrumou mais dor de cabeça pra mim – disse-lhe a mãe.” (L. 3)

O trecho destacado no período acima significa:

a) mais uma boca para comer em casa.

b) mais sofrimento com o abandono de animais.

c) mais preocupação para a mãe de Chico.

d) mais um animal perigoso para cuidar em casa.

A questão 2 requer do leitor a percepção das informações im-plícitas no texto, bem como o reconhecimento do efeito de sentido gerado pelo uso da expressão “dor de cabeça” (cf. descritores 2 e 5). Para fazer esse reconhecimento, é preciso ler o texto, relacionando as informações trazidas com os conhecimentos prévios que o leitor traz para o texto enquanto o lê. Assim, a expressão “mais dor de cabeça pra mim” sugere ao leitor o sentido de maior aborrecimento, trabalho doméstico e preocupação para a mãe (alternativa “c”). As informações não estão presentes no texto de forma explícita, mas são fundamentais para a compreensão do diálogo entre as personagens e o desenvolvi-mento da narrativa. O aluno precisa realizar a leitura considerando a relação dessa informação com o contexto da narrativa. As alternativas “a” e “b” estão incorretas porque a mãe de Chico não faz referência à comida nem ao sofrimento dos animais antes de serem trazidos para

Dica 3

Professor, as questões 1 a 12 requerem atividades relacionadas a processos de leitura. Para trabalhar as habilidades exigidas

nessas questões, reveja as seções 2 e 3 da unidade 14 e as seções 1 e 2 da unidade 15 da TP4, “o processo da leitura” e

“mergulho no texto”. No Caderno de Atividades de Apoio à Aprendizagem 4 (AAA4), há sugestões de aulas para trabalhar essas habilidades. No AAA4, veja as aulas 6 a 8 da

unidade 13, aulas 4 a 8 da unidade 14 e aulas 1 a 6 da unidade 15. Para ajudar na reflexão sobre as estratégias de leitura para a identificação das informações implícitas,

veja a seção 3 da unidade 20 do TP5 (significados

implícitos).

Dica 4

As questões 2 e 15 requerem que

seja reconhecida a fala do narrador e dos personagens. Veja no TP5, mais

especificamente na seção 3 da unidade 17, algumas atividades que exploram o uso do discurso direto e indireto em narrativas.

Consulte também no AAA3 a aula 2 da

unidade 11, que traz uma atividade que tem como texto-base uma crônica quase toda em discurso

direto.

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24

Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

a casa dela. A alternativa “d” contradiz a afirmação da mãe de Chico “(...) Chegam muito os três que vivem embaraçando nas pernas da gente.”, na qual ela afirma ao leitor que os animais de sua casa são, ao contrário de perigosos, mansos.

03. O travessão inicial que aparece no trecho “– Você tem que compreender que a casa

não é minha, se fosse...” (L. 18) indica

a) a fala do narrador.

b) a fala da mãe.

c) a fala do gato.

d) a fala do Chico.

A questão 3 avalia o conhecimento formal do aluno em relação à pontuação empregada em discurso direto (cf. descritor 4). Ao reco-nhecer a fala das personagens, é imprescindível que o leitor diferencie, pela presença do travessão, a mudança do turno de fala no discurso narrativo. É importante também reconhecer que a ausência do traves-são assegura ao leitor a presença do narrador. Para responder com segurança a essa questão, o ideal é que o leitor retome a leitura dos dois períodos anteriores ao trecho apresentado: “Chico saiu alisando o pêlo do gatinho, triste por ter que se livrar dele. Sentou no alpendre e conversou com o gatinho”. É no período anterior que se encontra o verbo declarativo (dicendi), que indica a fala da personagem e a antecede. Retomando, então, esse trecho, fica evidente que o traves-são indica a fala de Chico, que conversa com o gatinho (alternativa “d”). As alternativas “a” e “c” são incorretas porque o narrador apenas observa a história, e o gato não dialoga na narrativa. A alternativa “b” está incorreta porque a fala apresentada não poderia ser da mãe (dona da casa), já que, no trecho destacado, o personagem afirma que a casa não é dele.

04. Observe o diálogo:

“– (...) Se fosse um angorá, aposto que você ia querer.

– Se fosse um angorá, o dono não deixaria solto na rua.” (L. 14-15)

Para a mãe de Chico, se o gato fosse angorá, seu dono não o deixaria solto porque seria um gato

Dica 5

Professor, as questões 3, 6, 11 e 22 exigem que seja reconhecido no texto o valor dos

recursos linguísticos e extralinguísticos, e o

efeito de sentido gerado por eles. As questões 3,

11 e 22 exploram o efeito de sentido gerado pela

pontuação. Para trabalhar o efeito de sentido gerado pela pontuação, veja as aulas da unidade 6 do

AAA2, principalmente as aulas 1, 2, 3 e 4.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

a) de raça.

b) perigoso.

c) doente.

d) muito querido.

A questão número 4 exige do leitor a compreensão de infor-mações de contexto e conhecimentos prévios sobre a raça de gato angorá, felino de linhagem refinada que costuma exigir dos donos um tratamento bastante delicado. A alternativa correta, “a”, é coerente com a informação sobre a raça angorá, e a mãe de Chico aponta as pistas textuais para o filho ao se referir à probabilidade pequena de alguém abandonar um gato angorá. A mãe de Chico se refere também ao alto investimento que proprietários costumam fazer ao criar esta raça, empe-nhando grande cuidado, dificilmente abandonando-os à própria sorte. Assim, as alternativas “b”, “c” e “d” não correspondem às características de um angorá, pois essa palavra se refere à raça do animal. É preciso desenvolver a compreensão leitora dos alunos para que, enquanto leitores, esses possam relacionar as informações veiculadas nos textos, ainda que desconheçam, na íntegra, o significado de todas as palavras. É preciso saber desvendar, a partir do contexto destas palavras, o que elas podem significar quando utilizadas dentro do próprio texto.

05. Leia a frase:

“– Olhe para ele, mãe, tão bonitinho, tão magrinho. Ocê não tem dó dele?”

No período acima, as palavras ele e dele referem-se a (ao)

a) São Francisco.

b) gato.

c) Chico.

d) papagaio.

A questão número 5 recupera um trecho da história no qual a personagem enumera as características do gato ao conversar com sua mãe e avalia se o leitor está acompanhando a sequência dos fatos a ponto de identificar que o assunto da fala de Chico só poderia ser o gato “(...) tão bonitinho, tão magrinho.(...)”. Como a temática do texto é a tentativa de Chico abrigar um gato maltratado em sua casa, essa passagem retrata um de seus argumentos em favor do animal despro-

Dica 6

As questões 4, 9, 16, 19 e 23 requerem, como

atividade de processo de leitura, a percepção de informações implícitas.

Para trabalhar inferências, consulte as unidades 14 e 15 do TP4 bem como a seção 3 da unidade

20 do TP5 (significados implícitos).

Explore também o papel do conhecimento prévio na leitura. Para isso, veja

a seção 3 da unidade 14 do TP4 e também consulte a aula 2 da

unidade 14 do AAA4.

Dica 7

As questões 5, 8, 18 e 21 requerem que sejam

identificados dois ou mais vocábulos que tenham um mesmo referente.

Professor, para trabalhar coesão referencial em

sala, pesquise a seção 2 da unidade 19 do TP5,

que analisa mecanismos de coesão referencial.

Veja também as aulas da unidade 19 do AAA5, que tratam de coesão textual.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

tegido. As alternativas “a”, “c” e “d” são incorretas. Na alternativa “a”, o aluno é levado a pensar sobre a relação de São Francisco, citado por Chico como o protetor dos animais, e as cenas da narrativa. Na alter-nativa “c”, o leitor deverá reconhecer a voz de Chico ao falar “-- Olhe para ele, mãe (...)” ao chamar a atenção de sua mãe e, em “d”, há a impossibilidade de haver um papagaio na cena, já que na história o menino se refere a este animal apenas quando lista os bichos que já tem em casa. A alternativa “a” está correta e é importante observar que, na questão, há pistas textuais (mãe e magrinho) que remetem o leitor ao contexto da narração, promovendo as relações de sentido construídas com e a partir da leitura.

06. Existem palavras que, mudando de lugar na expressão, criam um novo sentido.

Observe a frase:

“(...) Chico começou a matar a fome do novo amigo.” (L. 26-27)

Mudando a posição do termo sublinhado (amigo novo), a expressão pode adquirir o sentido de um amigo

a) conquistado recentemente.b) com pouca idade.c) que está para chegar.d) com quem se tem pouco contato.

A questão número 6 verifica o conhecimento do leitor sobre a estrutura do enunciado e seu valor semântico, o que possibilita fazer associações de diferentes sentidos ao ler um texto. Reconhecer que a alteração da ordem dos elementos em um enunciado pode provocar mudança de sentido na afirmação é muito importante para a compre-ensão da leitura, pois auxilia o aluno a verificar as diferentes possibi-lidades apresentadas. Ao responder à questão, atenção especial deve ser dada ao enunciado, uma vez que no texto é usado o termo “novo amigo”, e a questão solicita que seja reconhecido o sentido do termo “amigo novo”. A alternativa “a” está incorreta porque a expressão novo amigo significa um amigo recente, como o gato é para Chico um animal recém-encontrado que acabou de se tornar seu amigo; mas a questão requer que seja reconhecido o sentido de “amigo novo”. Já a alternativa “b” está correta, pois a inversão da expressão para amigo novo altera o sentido, atribuindo ao substantivo amigo a característica de ser novo, jovem, em oposição a velho e maduro; para o gato em questão, significa a diferença entre ser um animal recém-amigo ou um

Dica 8

Sobre a questão 6, veja as observações do quadro 5. Além disso,

consulte também a aula 4 da unidade 5 do AAA2,

que tem como um dos objetivos observar as dimensões semântica, sintática e pragmática

de textos e refletir sobre elas. Veja ainda a aula

5 da unidade 17 do AAA5, que tem como objetivo reconhecer os

recursos expressivos relacionados à

enunciação (componentes semânticos).

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

animal jovem. A alternativa “c” é incorreta, tendo em vista que o gato não está para chegar, já faz parte da narrativa. A alternativa “d” já se refere a um amigo conhecido com quem teria pouco contato, incom-patível com a situação apresentada no texto, pois o Chico encontra inesperadamente o gato e o leva para casa.

TEXTO 2

Um Comilão Irreverente

1 A história do beagle é muito antiga. (...) Ele é considerado um dos mais antigos cães que

2 caçam pelo faro – diferentes daqueles que caçam pela visão. Ele provavelmente foi levado

3 pelos caçadores da Inglaterra para outros países da Europa e, mais tarde, para o resto

4 do mundo. No Brasil, sua introdução é relativamente recente.

5 É um cão forte e pesado para o seu tamanho.

6 Sua altura não

7 ultrapassa os 40 centímetros e pode chegar a pesar

8 aproximadamente 15 quilos. A raça foi desenvol-

9 vida para caça miúda, como coelhos e lebres. Quando

10 bem treinado é capaz de correr o dia inteiro, embora não

11 chegue a desenvolver grandes velocidades, alcançando,

12 no máximo, 50 quilômetros por hora. As suas orelhas

13 caídas são uma excelente proteção para os ouvidos

14 contra espinhos e galhos pontudos. Rústico e dócil,

15 costuma ser carinhoso com seus donos. Precisa de bastante espaço

16 para se movimentar e de exercícios constantes para se desenvolver.

17 De temperamento independente e brincalhão, não é agressivo e exige firmeza, coe-

18 rência e paciência para ser educado. É sociável e prefere estar sempre acompanha-

19 do. Por isso, é uma excelente companhia para crianças, adultos ou mesmo outros

20 animais. Resiste bem às doenças em geral e o único cuidado que se deve ter é com a

21 obesidade, pois ele é muito guloso.

22 Come tanto que não sabe parar e pode até morrer de indigestão. Portanto, controle as

23 refeições. O beagle é excelente companhia, e você nunca vai se sentir solitário com

24 ele por perto.

(Revista Natureza. Ano 7, nº 81, p. 35-37, adaptado.)

As questões 7, 8, 9 e 10, 11 e 12 referem-se ao texto “Um Comi-lão Irreverente”. O texto foi retirado de uma revista específica, Natureza, de circulação limitada entre leitores interessados em animais, raças e curiosidades do mundo animal. Nesse texto, é apresentada a origem

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

da raça beagle bem como suas características; além disso, informações sobre como educar cães dessa raça são fornecidas.

07. O texto que você acabou de ler, além de narrar a origem do cão da raça beagle e descrever suas carac-terísticas físicas, também

a) fornece informações a respeito de como educá-lo.

b) informa sobre sua incapacidade de percorrer grandes distâncias.

c) esclarece que, apesar de guloso, tem um estômago sensível.

d) desaconselha seu convívio com crianças e idosos.

A questão número 7 já oferece no enunciado algumas caracterís-ticas e informações explícitas do texto a serem recuperadas pelo leitor: trata-se de um texto narrativo e descritivo. Ainda que o leitor não tenha conhecimento prévio sobre a raça, é esperado que, diante da leitura do texto, ele possa relacionar as características ao cachorro e generalizá-las para a raça. Destaca-se ainda que, no enunciado, fica claro que o texto, além de narrar a origem da raça e descrever suas características, também fornece outro tipo de informação; é exatamente essa informação que o leitor deverá reconhecer para responder à questão. Para isso, precisará ter uma compreensão global do texto. A alternativa “a” está correta porque apresenta justamente o outro tipo de informação presente no texto: como educar cães da raça beagle. Deve-se observar que o texto Um Comilão Irreverente descreve o cachorro como capaz de correr um dia inteiro, sendo assim a alternativa “b” está incorreta. O texto oferece dados para que o leitor possa inferir que o cão corre grandes distâncias e apenas não desenvolve grandes velocidades. Já em relação à alternativa “c”, ressalta-se que o texto não afirma que o estômago do cão é sensível, mas que pode sofrer indigestão, uma vez que o cão come sem parar, não percebendo seus próprios limites. A alternativa “d” contraria a afirmação do autor de que o cachorro é uma excelente companhia para crianças, adultos ou mesmo outros animais.

08. Leia o trecho:

“Por isso, é uma excelente companhia para crianças, adultos ou mesmo outros animais.”

(L. 19-20)

Dica 9

Sobre a questão 7, observar o Quadro 3.

Como a questão 7 indica que o texto apresenta sequências tipológicas narrativas e descritivas,

veja a aula 4 da unidade 11 do AAA3, que tem

como objetivo justamente auxiliar os alunos a

perceberem sequências narrativas e descritivas no

mesmo texto.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

A expressão sublinhada no trecho refere-se ao fato de o beagle ser

a) sociável e preferir estar sempre acompanhado.

b) um cão de pequeno porte.

c) um cão forte e pesado para o seu tamanho.

d) um cão de caça.

A questão número 8 destaca a palavra companhia no trecho retirado do texto e avalia se o leitor, ao ler um texto, é capaz de rela-cionar palavras desconhecidas de seu vocabulário ao contexto e, assim, reconhecer novos vocábulos em uso. As informações solicitadas ao leitor estão implícitas no texto e requerem reflexão e organização do pensamento para que sejam compreendidas. Para responder à questão, deve-se reler o parágrafo em que o trecho apresentado na questão se encontra (parágrafo 3). Ao retornar a esse parágrafo, o leitor encontrará, antecedendo o trecho apresentado na questão, o seguinte período: “É sociável e prefere estar sempre acompanhado. Por isso (...) ”A alterna-tiva “a” é correta, pois, ao retornar ao texto e conferir a localização do trecho destacado, o leitor encontra a afirmação registrada anteriormente, compreendendo a sentença que se segue. As alternativas “b” e “c” se referem às características físicas do cão, e a “d”, à característica da raça predominantemente de caça, estando essas informações relacionadas à função de caçador e bom corredor, e não à sua personalidade.

09. Com base na informação contida no título, “Um co-milão irreverente”, e na leitura do texto, é possível afirmar que

a) os cães da raça beagle não podem ser domesticados.

b) o único cão de caça do mundo é da raça beagle.

c) o beagle é um cão de caça guloso.

d) o beagle, por ser forte e pesado, só pode ser criado em fazendas.

Os itens da questão 9 avaliam a competência leitora do aluno em sua capacidade de reorganizar as informações do texto. Para res-ponder a essa questão, é preciso que o leitor tenha uma compreensão global do texto. Assim, a alternativa “c” está correta, pois afirma em síntese que o cão é de caça e guloso, lembrando que o texto afirma

Conferir Dica 7

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

que o beagle foi desenvolvido para caça miúda, sendo capaz de correr muito. A alternativa “a” contraria a informação de que o animal seja uma excelente companhia, como afirma o texto (3º parágrafo). A “b” está errada porque o beagle é uma das raças de cães caçadores, e não a única raça. A alternativa “d” está incorreta, tendo em vista que o texto afirma a necessidade de o cão ter bastante espaço, mas não faz referência à natureza deste local.

10. Leia:

“As suas orelhas caídas são uma excelente proteção para os ouvidos contra espinhos e galhos pontudos. Rústico e dócil, costuma ser carinhoso com seus donos. Precisa de bastante espaço para se movimentar e de exercícios constantes para se desenvolver.” (L. 12-16)

De acordo com as informações do trecho acima, podemos afirmar que suas orelhas caídas

a) servem para protegê-lo quando está correndo atrás da caça.

b) evidenciam o quanto ele é dócil e educado.

c) servem para ajudá-lo a desenvolver maior velocidade.

d) prejudicam sua audição durante a caçada.

A questão 10 solicita que o leitor esteja atento às demais infor-mações do texto para relacioná-las entre si. A alternativa “a” é correta porque, ao correr para caçar, o beagle atinge alta velocidade e poderia se machucar nos galhos e espinhos se não fossem as orelhas compridas. A alternativa “b” estabelece uma relação não apontada no texto entre a característica dócil do cão e sua condição física de ter orelhas gran-des, assim como as alternativas “c” e “d” são incoerentes em relação às informações oferecidas pelo texto. Em questões como essa, o leitor é induzido a fazer generalizações que podem contradizer o sentido original do texto, sendo necessário que o leitor tenha atenção e pers-picácia diante das informações presentes no texto lido.

11. Leia o trecho abaixo:

“Quando bem treinado é capaz de correr o dia inteiro, em-bora não chegue a desenvolver grandes velocidades, alcançando, no máximo, 50 quilômetros por hora.”

(L. 10-12)

A expressão destacada está entre vírgulas porque

Conferir Dica 3

Conferir Dica 5

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

a) foi antecipada para fins de destaque dessa informa-ção.

b) evidencia uma observação feita pelos criadores de cães.

c) destaca o limite de quilômetros que o cão pode per-correr por dia.

d) ressalta a capacidade do cão para percorrer grandes distâncias.

Nessa questão, o leitor é avaliado sobre sua percepção de alguns aspectos formais da escrita do texto, em especial a pontuação e o estilo. A alternativa “a” está correta, pois o termo em destaque foi deslocado para enfatizar a velocidade máxima de um cão de pequeno porte. Os itens “b”, “c” e “d”são incoerentes diante do texto: os criadores não fizeram nenhuma observação, não há relação de quilometragem por dia em relação ao cão, e o máximo da velocidade não pode ser confundido com extensão da corrida. Mais uma vez, o leitor é levado a observar as informações veiculadas nos textos e suas relações no texto.

12. Comparando os textos 1 (Mais um animal) e 2 (Um comilão irreverente), é correto afirmar que

a) os dois textos tratam de animais treinados para a caça.

b) apenas no texto 1 fica clara a preferência do perso-nagem por animais de raça.

c) em ambos os textos, existem descrições dos animais em evidência.

d) somente o animal do texto 2 se destaca por não pos-suir bom faro.

A questão 12 examina o conhecimento do leitor sobre os as-pectos linguísticos que estruturam os tipos textuais, assim como os gêneros de textos empregados na sociedade. Ao promover a leitura comparada dos textos, a questão proporciona a diferenciação das funções sociais de cada texto: narrativo (conto para entretenimento) e informativo (informação para conhecimento). Essa leitura compa-rada permite o confronte de recursos e de estratégias dos autores nos diferentes textos. A alternativa “c” está correta, pois o que há em co-mum entre os textos, que pertencem a gêneros diferentes, é o tema:

Dica 10

A questão 12 requer que seja reconhecida a

relação entre informações em um mesmo texto ou entre diferentes textos.

Para trabalhar essa habilidade em sala, veja as aulas 5 e 6 da unidade

14 do AAA4.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

Natura Ekos. Viva sua natureza.

1 Prazer em ter sua pele sempre macia, 2 e descobrir a cada banho o re-3 encontro com você e seu equilíbrio. 4 Prazer em ver que os maracujás, buritis 5 e tantos outros ativos de Natura Ekos 6 vivem na biodiversidade brasileira, e 7 são extraídos a partir de processos que 8 buscam garantir sua renovação no 9 futuro. 10 Para o bem-estar daqueles que vivem e 11 trabalham nas florestas, matas e 12 campos. 13 Para o seu bem-estar e para você estar 14 bem com o seu mundo, muito prazer.

Prazer em conhecer as cores, texturas e perfumes de Natura Ekos

(Revista Superinteressante. Edição 178. Julho 2002, adaptado.)

animais. As alternativas “a”, “b” e “d” estão incorretas. A alternativa “a” restringe a característica dos animais à caça, o que não é coeren-te com o animal do primeiro texto, o gato. Quanto à alternativa “b”, destaca-se que, no texto 1, não há preferência pela raça, visto que a referência à raça aparece apenas como contra-argumento da mãe para não aceitar o gato em casa. E a alternativa “d” está incoerente com o texto 2, pois a raça beagle é apresentada pela sua característica particular de caçar pelo faro.

As questões 13, 14, 15, 16, 17 e 18 estão relacionadas ao texto “Prazer em conhecer as cores, texturas e perfumes de Natura Ekos”, que pertence a um gênero publicitário veiculado em uma revista de circulação nacional. O discurso publicitário visa a vender produtos por meio de mensagens que procuram convencer os consumidores. Destaca-se que o texto publicitário tem também um outro aliado em sua estratégia de persuasão: a linguagem não-verbal, que explora ima-gens de consumo.

TEXTO 3

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

Dica 11

Professor, as questões 13 a 18 requerem atividades relacionadas a processos de leitura. Para trabalhar as habilidades exigidas nessas questões, reveja

a seção 3 da unidade 13 (TP4), as seções 1 a 3 da unidade 19 e a seção 2 e 3 da unidade 20 da TP5. No Caderno de Atividades de Apoio à Aprendizagem

5 (AAA5), há sugestões de aulas para trabalhar essas habilidades. No AAA4, aula 8 e 9, no AAA5, aulas 4 a 6 da unidade 18, aulas 1 a 4 da unidade 20. Para

ajudar na reflexão sobre as estratégias de leitura para a identificação das informações implícitas na leitura, veja a seção 3 da unidade 20 do TP5 (significados implícitos).

Dica 12

As questões 13, 20 e 25 relacionam textos de diferentes gêneros.

Reveja as características que levam à classificação

de um gênero textual na unidade 9 do TP3. Consulte também a

unidade 12 do TP3: a inter-relação entre gêneros e tipos textuais. No AAA3,

observe as aulas da unidade 9.

13. O texto que você acabou de ler visa divulgar, sob a forma de palavras ou símbolos, uma informação se-lecionada com a finalidade de introduzir na opinião pública determinada atitude ou ideia (Ecologia) e o desejo de consumo. Sendo assim, esse texto é uma:

a) reportagem.b) notícia jornalística.c) propaganda.

d) narração.

Ao apresentar diferentes efeitos que o texto poderia provocar em seu leitor, a questão coloca o aluno para refletir sobre qual é o objetivo do texto e para quem foi escrito, qual é seu interlocutor real. O pro-duto veiculado é uma linha estética ecologicamente correta, em uma revista, frequentemente, lida por uma camada da sociedade privilegia-da em relação ao acesso aos bens de consumo. O texto é publicitário (alternativa “c”), pois tem a intenção, acima de tudo, de persuadir o consumidor a adquirir e a utilizar a linha de cosmético em busca de maior consciência frente às questões ambientais. Os itens “a”, “b” e “d” são respectivamente textos que objetivam: informar com maior detalhamento e imparcialidade, informar os fatos de forma sucinta e apresentar uma sequência de fatos.

14. Leia o trecho, retirado do texto:

“Prazer em ver que os maracujás, buritis e tantos outros ativos de Natura Ekos vivem na biodiversidade brasi-leira, e são extraídos a partir de processos que buscam garantir sua renovação no futuro.” (L. 4-9)

Agora leia o significado das palavras abaixo:

Bio: vida

Diversidade: variedade

A biodiversidade de que trata o texto refere-se à varie-dade de

a) animais brasileiros.

b) flora brasileira.

c) etnias do Brasil.

d) culturas brasileiras.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

A questão 14 testa o conhecimento prévio do leitor ao interrogar o sentido de um termo comum na imprensa televisiva; “biodiversidade”. Observa-se que esse termo eventualmente pode fazer parte das aulas de ciências. Há ainda a possibilidade de não ser utilizado em atividades de leitura na escola e fora dela, configurando a desinformação sobre o termo biodiversidade, a não ser como senso comum, relacionado à natureza e ao meio ambiente. Para responder à questão, é preciso com-preender o trecho, associando a expressão “biodiversidade brasileira” a maracujás, buritis e outros ativos. Não basta, entretanto, fazer apenas a referida associação: é preciso também saber que buriti e maracujá são frutos a partir dos quais é possível produzir produtos de beleza. Além dessa leitura associativa, para lograr êxito na questão, o leitor também deve estar atento ao significado de alguns termos apresentados nas al-ternativas, como flora e etnias. A alternativa “b” está correta, já que os itens maracujá, buritis e outros ativos configuram um campo semântico da flora. Se compreendido o termo no contexto da informação, o aluno percebe as relações de sentido e deverá anular as alternativas “a”, “c” e “d”, pois as alternativas maracujá, buritis e outros ativos não configuram um campo semântico de animais, etnias ou culturas.

15. Na ilustração, temos a apresentação de cada produto, como em “Eu sou o buriti. Eu sou o cacau. Eu sou o maracujá. Muito prazer”.

A informação destacada da ilustração do texto tem como objetivo:

a) chamar a atenção do leitor para a marca EKOS.

b) relacionar diretamente os elementos da natureza ao produto.

c) divulgar o fabricante do produto.

d) ser apenas ilustrativa.

A questão 15 solicita ao leitor que pense sobre as informações organizadas na propaganda dos produtos da EKOS, principalmente no campo visual, a ilustração do texto. A ilustração, com as frases de apre-sentação, tem por objetivo apresentar a linha de produtos ao consumidor que não a conhece, dando voz aos elementos da natureza utilizados na fabricação dos produtos e personificando-os: “Eu sou o maracujá. Muito prazer”. É importante observar que o texto ilustrativo está rela-cionado aos demais objetivos da propaganda: convencer, apresentar e vender. Contudo, ao recortar a ilustração da propaganda, o enunciado da questão foca o olhar dos alunos sobre o slogan a ser vendido: a re-lação direta e intrínseca dos produtos com os elementos da natureza,

Conferir Dica 4

Dica 13

As questões 14, 17 e 24 requerem a associação de diferentes estratégias para construir o significado de palavras ou expressões

não conhecidas. A atribuição de significado

é muito importante para a compreensão

global de um texto (veja p. 75 do TP4). Para

trabalhar a construção de significados com seus alunos, veja a aula 4 da unidade 14 do AAA4.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

Conferir Dica 6

as frutas e sementes (alternativa “b”). Os itens “a” e “c” fazem apenas referência ao produto, mas não ao seu diferencial. Já a afirmação da alternativa “d” não procede, pois, em um gênero publicitário, a imagem é tão ou mais relevante que um texto verbal.

16. Leia, novamente, o que está na tampa dos vidros.

“– Eu sou o buriti.– Eu sou o cacau.– Eu sou o maracujá.”

É correto afirmar que, no texto, cacau, buriti e maracujá são

a) matéria-prima dos produtos.

b) folhas.

c) flores.

d) árvores.

Na questão 16, espera-se do leitor a competência de articular outras pistas no texto que o ajudem a revelar o significado destas pa-lavras. Os itens “b”, “c’ e “d” são incorretos, já que maracujá e cacau são frutos, e buritis é uma palmeira que produz um fruto que leva o mesmo nome. É possível que o leitor não conheça os demais itens além de maracujá; sendo assim, poderia procurar a resposta correta por exclusão das demais, considerando as informações prévias sobre algum dos itens. A alternativa “a” é a única que consegue definir os três ingredientes, pois identificá-los como matéria-prima dos produtos EKOS é reconhecer que os três são utilizados para a produção da linha estética da empresa que veicula sua imagem à exploração sustentável dos recursos da natureza.

17. Leia o trecho:

“Para o seu bem-estar e para você estar bem com o seu mundo, muito prazer.”

(L. 13-14) Agora, leia os significados das expressões des-tacadas:

bem-estar: conforto, estado de perfeita satisfação física ou moral.

estar bem: gozar de saúde, viver em harmonia

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

Com base no texto, é correto afirmar que as expressões grifadas indicam, respectivamente:

a) satisfação; viver em paz.

b) consumo; viver em sintonia.

c) solidão; ter boa convivência.

d) comodidade; ter dinheiro.

A questão 17 relaciona o significado das expressões em desta-que ao contexto da leitura e avalia a observação explícita do leitor ao substituir vocábulos. A alternativa “a” é correta porque traz sinônimos que equivalem ao sentido das duas expressões destacadas no texto. A alternativa “b” acrescenta a ideia de consumo, sugerida pelo contexto, mas não explicitada nesta sentença. A alternativa “c” acrescenta a ideia de solidão, contrária à ideia de satisfação e convivência explicitada na expressão bem-estar (viver em harmonia). A alternativa “d” relaciona comodidade ao conforto e dinheiro à harmonia, o que, para o senso comum, faz parte da nossa cultura, pois há uma parcela significativa da sociedade que defende a ideia de que dinheiro traz conforto, mas não é a premissa do texto em discussão.

18. Leia:

“Prazer em ver que os maracujás, buritis e tantos outros ativos de Natura Ekos vivem

na biodiversidade brasileira, e são extraídos a partir de processos que buscam garantir

sua renovação no futuro.” (L. 4-9)

O termo sublinhado no trecho relaciona-se à ideia de re-novar

a) os processos de extração.

b) o consumidor.

c) alguns ativos de Natura Ekos.

d) a biodiversidade brasileira.

A empresa de cosméticos e produtos estéticos do texto é conhe-cida no mercado empresarial brasileiro como uma indústria que desen-volve pesquisa e se responsabiliza pelo desenvolvimento sustentável dos recursos naturais explorados na Amazônia. Assim, é fácil associá-la

Conferir Dicas 7 e 11

Conferir Dica 13

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

a um movimento de conscientização sobre os cuidados com as fontes de riqueza naturais. A expressão garantir sua renovação se refere à matéria-prima de seus produtos, que, ao ser renovada em ações para o planejamento sustentável, poderá renovar sua riqueza e garantir a sua permanência para gerações futuras. Assim, a alternativa “d” é correta, pois se refere à biodiversidade brasileira, uma vez que essa fonte de riqueza subsidia a produção industrial da empresa. As alternativas “a”, “b” e “c” apostam na capacidade de o leitor estabelecer relação lógica precipitada com o texto, relacionando ao ativo, aos processos e, ainda, ao consumidor uma responsabilidade que compete apenas à biodi-versidade brasileira na garantia de recursos naturais para os produtos idealizados na Natura. Mais do que identificar o referente correto para o termo destacado, essa questão permite ao aluno, enquanto busca a informação, tecer algumas inferências muito importantes em seu pro-cesso de compreensão leitora.

TEXTO 4

A duras penas

1 Começou implicando com as palavras. Certas palavras.

2 Algaravia foi a primeira delas. O pai usava muito, toda vez que desejava traduzir ou

3 explicar alguma situação muito confusa. Não dizia o pai que estava “a maior confusão”,

4 por exemplo. Era sempre algaravia. “Algaravia dos diabos!”

5 Depois vieram outras, tantas outras. Como presepada, salamaleque, paralelepípedo,

6 empáfia etc. Etcetera, aliás, foi uma das boas.

7 Mas aos poucos foi passando a fase da implicância com as palavras. Implicância também:

8 “Não me venha com implicância!” Sempre o pai, às vezes a mãe. Todos implicantes.

9 Todos implicavam com ele. Foi, também aos poucos, entendendo o sentido delas na

10 prática e se acostumando com as repetições. Dentro ou fora do contexto (essa durou

11 um tempão para ser digerida).

12 E veio a fase das expressões. Evoluía.

13 Tem bicho-carpinteiro. Dormiu o sono dos justos. Está como o diabo gosta. Trabalha

14 feito um condenado. E vai por aí afora (essa, então, era terrível e inaceitável. Por aí onde?).

15 Um dia ouviu o pai reclamando porque conseguiu não-sei-o-quê a duras penas. Confu-

16 são na cabeça. Confusão geral. Até algaravia. Começou a pensar e procurar e

17 perseguir e pesquisar.

18 E viu que a galinha tinha penas, mas que elas eram molezinhas. Não era bem isso. E

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19 que quando sentia pena de alguém jamais endurecia. Também não era isso. Ficava

20 mesmo era bem molezinho, de coração derretido e a lágrima frouxa.

21 Quando o pai perguntou, disposto a ensinar, se ele já sabia o que queria dizer a

22 duras penas, ficou maravilhado com a resposta do filho.

23 – Já sei! Já aprendi! E a duras penas.

(Pimentel, Luís. In Ciência Hoje das Crianças, adaptado.)

O texto “A Duras Penas”, de Luís Pimentel, foi retirado da Revista Ciência Hoje das Crianças e adaptado para a prova. Essa revista estimula a compreensão dos fenômenos do dia-a-dia, com a ajuda de ilustrações e experiências. Destaca-se que o texto “A duras penas” mostra a história de uma criança que está em fase de descoberta do vocabulário que a cerca. As questões 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25 foram elaboradas tendo como base o texto 4.

19. Após a leitura do texto acima, podemos dizer que

a) a criança é incentivada a pesquisar o significado das expressões populares com seus colegas de turma.

b) o narrador explica o significado de todas as palavras e expressões populares usadas pelo pai.

c) a criança tem dificuldade em entender o significado de algumas palavras e expressões populares.

d) a criança não conseguiu entender o significado da expressão “a duras penas”.

A criança na narrativa se vê envolvida com a atividade de compreensão da linguagem utilizada pelos adultos, em especial seu pai, uma vez que sua percepção se dá apenas em nível lexical e explícito do texto. À medida que a criança se familiariza com a linguagem, ela reconhece em diferentes expressões os sentidos atri-buídos pelo contexto, diferentes daqueles traduzidos ao pé da letra. Essa experiência narrada no conto é muito rica para a formação do

Conferir Dica 6

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leitor, pois, independentemente da idade do leitor em formação, há contextos de leitura, nos quais a dificuldade com a compreensão vocabular e a leitura apenas do sentido literal empregado no texto se tornam um grande dificultador da compreensão. Assim, a alternativa “c” está correta, pois retrata a dificuldade encontrada pela criança em compreender o sentido do enunciado, só considerando as palavras ao pé a letra. A alternativa “a” não corresponde à narrativa porque não há referência à escola. A alternativa “b” está incorreta porque não é o narrador quem explica, mas o menino que, ao refletir sobre as situações de uso das expressões empregadas pelo pai, desvenda seu significado; além disso, não é explicado o significado de todas as palavras e expressões utilizadas pelo pai. A alternativa “d” está incorreta, pois, ao final da narrativa, a criança compreende, a partir de suas próprias reflexões, o significado da expressão a duras penas, relacionando-a aos seus conhecimentos prévios de galinha, penas e sentimento de pena.

20. Comparando os textos 3 (Natura Ekos) e 4 (A duras penas), é possível afirmar que

a) somente o texto 3 é narrativo.

b) somente o texto 3 é publicitário.

c) somente o texto 4 transmite informações ao leitor.

d) os dois são textos publicitários.

Houve um tempo em que se acreditava que o significado de um texto estava essencialmente nele mesmo, sem levar em consideração o leitor e as condições de leitura (contexto, objetivos, intencionali-dade e função). Apresentar a leitura comparada de textos e propor ao aluno a identificação de elementos que aproximam e afastam os textos são atividades essenciais para a percepção do leitor a respeito das peculiaridades de cada texto. Assim, a questão 20 solicita que o aluno identifique as características de cada texto para que, ao com-pará-los, ele seja capaz de perceber as semelhanças e diferenças dos gêneros e suas funções sociais. O texto 3 (Natura Ekos) é expositivo, e o gênero é publicitário (propaganda comercial de um produto esté-tico). O texto 4 (A duras penas) é um tipo narrativo, e o gênero é um conto literário para o público infanto-juvenil. Portanto, a alternativa “b” está correta, pois somente o texto 3 é publicitário. As alternativas “a”,“c” e “d” estão incorretas, pois o texto 3 não é narrativo, ambos transmitem informações e não são ambos publicitários, visto que o texto 4 é uma narrativa.

Dica 14

Em relação às questões 20 a 25, veja as atividades de construção de sentidos e trabalho com as palavras no texto na TP5. Reveja

a seção 2, unidade 17 da TP5; no AAA5, consulte aulas 5, 6 e 7, unidade

17.Especificamente sobre a questão 20, veja os

comentários do Quadro 12.

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21. Leia o trecho:

“Depois vieram outras, tantas outras. Como presepada, salamaleque, paralelepípedo, empáfia etc. Etcetera, aliás, foi uma das boas” (L. 5-6).

Os termos em destaque no trecho acima referem-se

a) à pesquisa que o filho faz para saber o significado das palavras.

b) ao surgimento de novas palavras no cotidiano do menino.

c) sempre as mesmas palavras repetidas pelo pai.

d) às palavras utilizadas pela mãe.

A questão 21 requer que o aluno reconheça vocábulos que têm mesma referência. Foi retirado um trecho do texto que se en-contra logo nas primeiras linhas e nele foram sublinhados os termos: outras, tantas outras. Para identificar o referente desses termos, é necessário voltar ao texto e reler períodos anteriores, principalmente o primeiro período: “Começou implicando com as palavras”. No segundo parágrafo, é citado um exemplo de palavra com a qual a criança implicou (algaravia) e, no terceiro parágrafo, encontra-se o trecho apresentado na questão: “Depois vieram outras, tantas outras”. Conclui-se, assim, que há no texto uma omissão do termo “palavras”, que foi apresentado no primeiro parágrafo e depois re-tomado por meio de pronomes. Espera-se que o leitor seja capaz de relacionar as diversas partes do texto e reconhecer que foi feita a omissão do termo palavras em “depois vieram outras”. Além disso, é preciso também inferir que essas outras palavras foram surgindo no cotidiano do menino conforme ele foi passando por diferentes experiências. Sendo assim, a alternativa “b” é a correta. A alternativa “a” é a que mais se distancia da resposta, pois indica que o termo outras refere-se a palavras pesquisadas pelo menino, sendo que o texto não permite inferir que o garoto fazia pesquisas, ele utilizava seu conhecimento de mundo para aos poucos ir reconhecendo o sentido de palavras e expressões. A alternativa “c” está incorreta porque não há a repetição das mesmas palavras, e sim o surgimento de outras. Já a alternativa “d” não está adequada porque surgiram novas palavras não só utilizadas pela mãe.

Conferir Dicas 14 e 7

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22. No fragmento:

“– Já sei! Já aprendi! E a duras penas”. (L. 23)

O travessão colocado no início da oração destacada é usa-do para

a) indicar a fala do filho.

b) chamar a atenção do leitor para a expressão ‘a duras penas’.

c) destacar uma explicação do narrador.

d) indicar a fala do pai.

A questão 22 aborda um aspecto importante na construção da leitura: o reconhecimento dos elementos formais que estruturam o texto (pontuação, coesão, coerência, concordância, regência, entre outros), fundamentais para o avanço da competência leitora, pois sinalizam algumas pistas textuais necessárias às inferências e compreensão da leitura. O travessão no início do parágrafo indica a fala do personagem, assim não deve haver dúvida de que a alternativa “a” está correta. Con-tudo, os itens “b” e “c” chamam atenção para aspectos semânticos e narrativos do texto, respectivamente, mas não possuem relação direta com o travessão em questão. A alternativa “d” provoca dúvida no leitor e o força a recuperar mais dados do texto para certificar-se de que a fala é realmente do menino. Esse movimento na leitura e nas atividades de compreensão leitora é muito importante, pois exercita no leitor a estratégia de retomada das informações e costura dos elos textuais.

23. Leia o trecho destacado do texto:

“Quando o pai perguntou, disposto a ensinar, se ele já sabia o que queria dizer a duras penas, ficou maravilhado com a resposta do filho.

– Já sei! Já aprendi! E a duras penas”. (L. 21-23)

De acordo com o trecho acima, podemos afirmar que o filho

a) aprendeu o significado, perguntando para a professora.

b) ficou esperando pela explicação do pai.

c) aprendeu o significado da expressão, buscando seu próprio conhecimento.

d) aprendeu devido às repetições.

Conferir Dicas 14 e 5

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A questão 23 ilustra para o próprio aluno-leitor o quanto os mecanismos de resgate das informações do texto são necessários e relevantes para a compreensão textual. A alternativa “c” está correta porque revela a estratégia empregada pelo menino para descobrir o significado das palavras utilizadas pelo pai, as quais de tão estranhas e “esquisitas” à criança o desafiavam a buscar respostas e sentidos. As alternativas “a”, “b” e “d” estão incorretas, uma vez que nem a escola nem a professora são referência de pesquisa neste conto, o menino não aguardou a resposta do pai nem de um personagem em especial e também não aprendeu o significado dada a repetição. Foi preciso ser muito mais astuto e refletir sobre as diferentes ocorrências das mesmas palavras e expressões para elaborar suas hipóteses e empregá-las coe-rentemente em sua fala.

24. Em “Um dia ouviu o pai reclamando porque conseguiu não-sei-o-quê a duras penas.

Confusão na cabeça. Confusão geral. Até algaravia. Come-çou a pensar e procurar e perseguir e pesquisar”. (L. 15-17)

Os termos sublinhados podem ser substituídos, mantendo-se o mesmo sentido, por

a) olhar por aí; importunar.

b) esforçar; incomodar.

c) animar; atormentar.

d) buscar; insistir.

A questão 24 avalia se o leitor compreende o processo de bus-ca de respostas e o enfrentamento do desafio de não compreender as palavras realizados pelo personagem do conto. A alternativa “d” está correta e, com essa alternativa, espera-se que o aluno reconheça a ideia de procurar como sinônimo de buscar e a palavra perseguir como de-terminação e capacidade de insistir. Assim, as demais alternativas não são coerentes com o texto, porque o menino não importunou (“a”), não incomodou (“b”) nem atormentou (“c”) em busca de respostas, apenas buscou e insistiu, processos fundamentais para um bom aprendizado.

25. Com base na leitura do texto “A duras penas”, é pos-sível afirmar que ele

a) tem o objetivo de informar os vários significados das palavras e expressões populares.

Conferir Dicas 14 e 6

Conferir Dicas 14 e 13

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b) expõe a opinião do filho sobre as palavras e expres-sões usadas por sua professora.

c) narra a história de uma criança que busca entender o vocabulário usado à sua volta.

d) descreve como as crianças procuram uma palavra no dicionário.

A questão 25 encerra a discussão sobre as estratégias esperadas de um leitor para a investigação do vocabulário desconhecido encontrado nos textos. O conto ilustra como uma criança, leitor em formação, pode acionar mecanismos e estratégias diversificadas para solucionar suas indagações referentes aos sentidos atribuídos às palavras e expressões. Assim, a alternativa “c” é a correta por definir a narrativa como uma história na qual a criança procura entender o vocabulário em uso real em seu contexto. As demais alternativas, “a”, “b” e “d”, opõem-se aos fatos da narrativa: não tem objetivo de informar significados apenas, ainda que apresente alguns em situação de uso; não há comparação com o vocabulário da professora e não há o auxílio do dicionário na pesquisa do menino sobre as palavras, embora essas sejam estratégias importantes para o ato de ler.

TEXTO 5

Conferir Dicas 14 e 12

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TEXTO 5

O texto 5, “Mafalda e o doente”, escrito e desenhado pelo car-tunista argentino Quino, pertence ao gênero história em quadrinhos. Mafalda, que é a personagem principal dos quadrinhos de Quino, é uma menina de seis anos de idade preocupada com a humanidade e que vive questionando tudo que está à sua volta. Nos quadrinhos apresentados na prova, Mafalda está preocupada com o mundo, que, segundo ela, está doente. Na sequência, seu pai, que inicialmente julga a preocupação da filha como se fosse uma brincadeira de criança, ao se deparar com a realidade das ruas, muda de ideia e conclui que realmente o mundo está doente. Vale destacar que os quadrinhos combinam linguagem verbal (narrativa escrita e falada colocada em legenda e em balão) e linguagem não-verbal (imagem), sendo que palavra e imagem possuem praticamente o mesmo peso. Sendo assim, os quadrinhos, quase sem-pre do tipo narrativo, apresentam uma interação importantíssima entre palavras e imagens.

LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTO(QUESTÕES EXTRAS)

Mafalda e o doente

(Quino. Toda Mafalada. São Paulo: Martins Fontes, 1997.)

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26. Após a leitura do texto da Mafalda, podemos dizer que:

a) o pai da Mafalda já acreditava que o mundo estava doente.

b) Mafalda apenas brinca de boneca com o globo ter-restre.

c) problemas sociais, entre outros, são responsáveis diretos por essa doença no mundo.

d) os colegas de trabalho do pai da Mafalda já sabiam da doença do mundo.

A questão 26 requer que o leitor perceba informações implí-citas. Como o texto pertence ao gênero história em quadrinhos, a percepção de informações implícitas exigirá habilidades de leitura da narrativa escrita, mas também das imagens. Para responder a essa questão, o aluno deverá chegar à compreensão global do texto. A alternativa “a” está incorreta porque, inicialmente, o pai brinca com a preocupação da filha, considerando que tudo não passa de uma brincadeira de criança (“melhoras para o mundo!”; “essa Mafalda tem cada uma”). A alternativa “b” também está incorreta. Para chegar a essa compreensão, é preciso fazer uma associação dos quadrinhos: no primeiro quadrinho, Mafalda já aparece dizendo que verá o noti-ciário para saber como está o doente; na sequência, constata, depois de ter ouvido o noticiário, que o mundo continua doente e só depois aparece o quadrinho em que a menina nina o mundo. Assim, pela sequência dos quadrinhos, não resta dúvida de que há preocupação por parte da menina no que diz respeito à situação mundial, ela não está apenas brincando. A alternativa “d” também está incorreta, pois os colegas de trabalho se surpreendem com a afirmação do pai de Mafalda “O quê? O mundo está o quê?”. Essa surpresa também pode ser observada pelas feições deles, e nos leva a crer que eles nunca haviam ouvido falar da doença do mundo. A alternativa correta, por-tanto, é a “c”. Para chegar a essa resposta, é necessário utilizar alguns recursos gráficos, no caso o quadrinho em que o pai de Mafalda vê um garotinho vendendo jornal com feição triste e maltrapilho, para compreender o sentido da expressão “doença do mundo”. Depois que o pai da garota se depara com esse problema social, ele finalmente constata que o mundo está doente.

Dica 1 – EXTRA

Professor, as questões 26, 28 e 29 requerem

a percepção de informações implícitas. Para explorar o trabalho

com inferência em sala de aula, reveja especialmente as

unidades 14 e 15 do TP4. Consulte também,

no AAA4, as aulas das unidades 14 e 15. Observe, atentamente

no AAA4, a aula 3 da unidade 14, que tem como objetivo

compreender um texto a partir de indícios de

leitura.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

27. Comparando o texto 5 (Mafalda e o doente) e 3 (Natura Ekos), é possível afirmar que:

a) a promoção de produtos naturais é uma contribuição com o ecossistema e uma atitude sensata diante da destruição do meio ambiente.

b) os produtos naturais visam ampliar a riqueza das empresas e não se preocupam com as gerações fu-turas.

c) nos textos 5 e 3, não há uma preocupação com o meio ambiente e com o Planeta Terra.

d) no quadrinho de Mafalda, o menino segurando um jornal representa o mundo saudável, em que todos têm um emprego.

Na questão 27, deverão ser relacionados dois textos pertencen-tes a gêneros diferentes: o texto 3, publicitário, e o texto 5, história em quadrinhos. É relevante destacar que, embora tenham estrutura e função diferenciada, os dois textos se assemelham em uma questão: ambos apre-sentam atitudes que demonstram preocupação com o meio ambiente, com o mundo, com questões sociais. O leitor deve ter entendimento completo e detalhado dos dois textos para responder a essa questão. A alternativa “a”, que é a correta, nos permite fazer a seguinte interpretação acerca do texto publicitário: promover produtos naturais pode atrair consumidores não só pelo produto, mas também pela atitude responsável da empresa, que demonstra preocupação com o meio ambiente. A alternativa “b” é incorreta e apresenta uma incoerência: promover produtos naturais indica não se preocupar com gerações futuras. A alternativa “c” está incorreta porque o texto 3 demonstra preocupação com o meio ambiente e com a Terra, e o texto 5 demonstra preocupação com o mundo de forma geral. Na alternativa “d”, que está incorreta, o menino segurando o jornal representa justamente o contrário: crianças vivendo em péssimas condições.

28. A partir da leitura do trecho “Vamos escutar o noticiário para ver como vai o doente”, é possível afirmar que:

a) o noticiário oferece notícias sobre o mundo e sua “doença”.

b) antes de a Mafalda ouvir o noticiário, o mundo não estava doente.

c) a Mafalda não entende o noticiário porque é uma criança pequena.

d) O pai da Mafalda acredita em suas ideias.

Dica 2 – EXTRA

A questão 27 requer que sejam relacionados

textos pertencentes a diferentes gêneros:

história em quadrinhos e propaganda. Para

trabalhar os diferentes gêneros, consulte

no TP3 a seção 3 da unidade 9, que tem

como objetivo identificar as características que levam à classificação de um gênero textual.

Veja também na unidade 9 do AAA3 as aulas 1, reconhecendo gêneros textuais, e 2,

redescobrindo gêneros textuais.

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A questão 28 exige que o aluno reconheça informações implí-citas no texto. O enunciado da questão apresenta a fala de Mafalda no primeiro quadrinho e, a partir dessa fala, algumas inferências podem ser feitas: o trecho “para ver como vai o doente” indica que o mundo já está doente e que essa situação mundial está sendo acompanhada pelo noticiário. Com base nessa inferência, conclui-se que a alternativa correta é a “a”. A alternativa “b” está incorreta porque Mafalda ouve noticiário para acompanhar a situação do doente, ou seja, o mundo já está doente quando a garota vai ouvir o noticiário. Em toda a sequência dos quadrinhos, Mafalda demonstra entender perfeitamente a situação do mundo, mesmo sendo uma criança, tanto que ouve o noticiário e conclui que tudo continua mal, o que é comprovado por seu pai na rua; dessa forma, a alternativa “c” está incorreta, visto que o fato de ser criança não impede a compreensão dos fatos. A alternativa “d” está incorreta porque o pai de Mafalda não acredita inicialmente nas ideias da filha; somente depois que se depara com os problemas sociais, dá razão à garota.

29. Notícias sobre terremotos, alagamentos, secas e fome estão todos os dias nos noticiários. Pense um pouco e escolha a melhor opção:

a) dizer que o mundo está doente também significa que todas as crianças do mundo estão abandonadas.

b) o noticiário apenas contou à Mafalda sobre algumas doenças do mundo: sarampo, gripe e catapora.

c) a Mafalda cuida do mundo porque ela é uma criança cheia de ilusões.

d) a Mafalda cuida do mundo porque ela sabe que há muitos problemas nele: falta de escola, saúde e mo-radia, fome, miséria, guerras, destruição do meio ambiente, etc.

A questão 29 requer que sejam percebidas informações implícitas no texto. Além disso, para responder a essa questão, será necessário refletir sobre o uso conotativo da expressão “mundo doente”. Os quadrinhos dão pistas para a compreensão da referida expressão quando mostram o pai de Mafalda na rua, observando uma criança maltrapilha, passando necessidade. Essa cena nos leva a concluir que um dos motivos de o mundo estar doente são os diversos problemas sociais. A alternativa “a” está incorreta porque generaliza uma situação, afirmando que todas as crianças do mundo estão abandonadas, o que não é verdadeiro. A al-ternativa “b” está incorreta porque considera o uso denotativo do termo “doente” e apresenta diversas doenças físicas para o mundo, sendo que

Conferir Dica 1 – EXTRA

Conferir Dica 1 – EXTRA

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o termo “doença” foi utilizado conotativamente. A alternativa “c” está incorreta porque Mafalda não é cheia de ilusões, muito pelo contrário, ela conhece a realidade e se preocupa com ela, por isso acompanha no noticiário a situação mundial. A alternativa “d”, portanto, é a correta, pois nela são apresentados os diversos problemas que permitem concluir que o mundo está doente.

30. Observe a imagem dos quadrinhos e escolha a melhor opção:

a) o pai da Mafalda acredita na filha quando a vê cuidando do doente.

b) o pai de Mafalda, ao ver um menino sujo e maltrapi-lho vendendo jornal na rua, muda sua opinião sobre o mundo estar ou não doente.

c) os colegas de trabalho do pai da Mafalda não se surpre-endem com a notícia de que o mundo está doente.

d) o 7º quadrinho poderia ser retirado da história porque não tem texto e não interfere na leitura.

Na questão 30, o leitor deve reconhecer o valor expressivo dos recursos gráficos, no caso, a imagem dos quadrinhos. Para responder a essa questão, é preciso levar em conta que a palavra e a imagem, nesse gênero textual, apresentam o mesmo peso. A alternativa “a” está incorreta porque o pai de Mafalda ri da filha quando a vê cuidando do doente, considerando que é uma brincadeira de criança; além disso, a fala do pai da garota evidencia que ele não acredita na situação apresentada pela filha (“Melhoras para o mundo! Esta Mafalda tem cada uma!”). A alterna-tiva “c” está incorreta porque os colegas de trabalho do pai de Mafalda surpreenderam-se com a notícia, o que pode ser observado tanto pelas feições deles quanto pelas falas (“O quê? O mundo está o quê?”). Vale destacar que o pai de Mafalda só passa a acreditar na filha no 7º quadri-nho, quando vê uma criança abandonada; nesse quadrinho, mesmo que não exista fala, as feições do pai da garota demonstram surpresa e indicam que, a partir daquele momento, o homem mudaria sua concepção sobre o mundo. Sendo assim, o 7º quadrinho é extremamente importante para a história, mesmo não tendo fala, o que torna a alternativa “d” incorreta. A correta, portanto, é a “b”.

Dica 3 – EXTRA

Professor, na questão 30, o aluno deve reconhecer

o valor expressivo de recursos gráficos, no caso as imagens dos

quadrinhos. Para realizar essa atividade, é preciso que seja feita uma leitura das imagens. No AAA2, a aula 5 da unidade 6 traz um bom exemplo de atividade que visa a desenvolver habilidade de observar imagens e perceber detalhes. Vale consultar essa aula para ter um exemplo de como

propor atividades de leitura de imagem.

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ENTRADA – 5ª SÉRIE (6º ANO)Comentários

QUESTÃO

Leia o início da história de Carlinhos e termine de contá-la. Dê um título bem interessante para a sua narrativa. Coloque o título na linha que está acima do início da história.

Um ruído forte, constante, mais uma vibração do que um som. Carlinhos abriu os olhos e viu um teto escuro. Baixando o olhar, viu as paredes cinzentas, uma janela pequena dando para outras janelas pequenas. Estava deitado num colchão, em uma típica casinha de conjunto habitacional. A vibração, certamente, vinha de encanamentos velhos ou de algum serviço efetuado lá fora.

Não tinha a menor ideia de como tinha ido parar ali. Lem-brava-se apenas de que tinha acabado de jantar com Leonora e tinha sido preso juntamente com ela. Foram levados à presença do tenente Petrônio, que o separou de Leonora. O que aqueles porcos nojentos teriam feito com a pobre menina?

A questão de Produção de Texto da 5ª série requer que seja pro-duzida uma narrativa. O enunciado da questão informa que o aluno deverá terminar de contar uma história cujo início está apresentado na prova. Deve-se destacar que o enunciado fornece uma importante dica: o personagem principal da narrativa deverá ser Carlinhos (“Leia o início da história de Carlinhos e termine de contá-la”).

Para dar continuidade à história, o aluno deverá fazer uma leitura atenta do fragmento inicial. No primeiro parágrafo desse fragmento, o personagem principal, Carlinhos, é apresentado. O primeiro parágrafo também traz uma descrição do local em que se encontra Carlinhos. Para

PRODUÇÃO DE TEXTO

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

dar continuidade à narrativa, será necessário considerar esse local. Já no segundo parágrafo, são apresentados alguns pensamentos de Carli-nhos, que não sabe por que se encontra naquele lugar. Ressalta-se que, nesse segundo parágrafo, dois outros personagens são citados: Leonora e tenente Petrônio. Essas personagens, portanto, deverão também fazer parte da narrativa.

Assim, para redigir o texto solicitado, o aluno deverá, além de fazer uma leitura atenta do fragmento para dar continuidade à história, considerar elementos que são fundamentais para a produção de uma narrativa: foco narrativo, enredo, personagens, espaço e tempo.

O enunciado ainda solicita que seja atribuído um título interes-sante à história. Cabe reforçar que um título interessante é aquele que atrai a atenção do leitor, aquele que aguça a curiosidade, aquele que nos fazer ter vontade de ler o texto.

QUESTÃO EXTRA

Felpo Filva e Charlô

Era uma vez um coelho especial chamado Felpo. Autor de textos estranhos e engraçados, Felpo tem um orelha menor do que a outra e, quando fica nervoso, sofre de um problema conhecido como orelite tremulosa. Essa doença é típica de coelhos como Felpo, rabujentos, que não gostam de sair da toca, não conversam com ninguém e não tem amigos.

Um belo dia, Felpo Filva recebeu uma carta lilás de uma coelha com o nome Charlô, desconhecida pianista que rapida-mente foi se tornando uma adorável amiga. Charlô fez muitos comentários sobre o que ele escrevia e pronto. Bastou isso para que Felpo Filva ficasse com muita raiva daquela coelha palpiteira.

Entre cartas, bilhetes, receitas e cartões os dois começaram a se conhecer melhor.

Em pouco tempo, já apaixonados, casaram e foram muito felizes: Felpo escrevendo estranhezas engraçadas e Charlô com-pondo músicas no piano.

(FURNARI, Eva. Felpo e Filva. São Paulo: Ed. Moderna, 2008, adaptado.)

Professor, para explorar a sequência tipológica narrativa em sala, veja a unidade 11 do TP3. É importante também

trabalhar o planejamento do texto escrito;

para isso, consulte a unidade 22 do TP6;

nessa unidade, observe atentamente a seção 3, que traz atividades

de planejamento e escrita, considerando a construção e a revisão textual. Veja também a

unidade 22 do AAA6, que apresenta exemplos de aula de planejamento e

escrita.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

Depois de receber a primeira carta lilás de Charlô com as críticas sobre o que ele escrevia, Felpo resolve responder a carta da coelha desconhecida. Leia a seguir as partes da carta-resposta de Felpo e ajude-o a organizar o texto em formato de uma carta.

Barriga estufada, orelhas peludas, nariz de batata, bigode caído.

Felpo Filva, um poeta cheio de imaginação.

Você está redondamente enganada a meu respeito. Eu tenho muita imaginação, você não desconfia quanta. Olha só como é que eu imagino você:

Charlô

Rapidópolis, 5 de maio

Agora, imagine que você é a Charlô, simpática e adorável como ela é, e responda à carta de Felpo com um bilhete. Não se esqueça de convidá-lo para comer com você uns bolinhos de chocolate que ele adora e, assim, ajudá-lo a sair da toca.

A questão extra de Produção de Texto da 5ª série apresenta duas partes: na primeira, o aluno deverá produzir uma carta e, na segunda, deverá ser produzido um bilhete. Cabe, entretanto, destacar que, para produzir tais textos, tão importante quanto dominar as características dos dois gêneros que estão sendo solicitados, será compreender a proposta. Para compreender essa proposta, o primeiro passo é a leitura atenta da narrativa apresentada. É essa breve narrativa que situará o aluno para a realização da produção textual. O texto narrativo apresentado conta a história de dois coelhos: Felpo, escritor de histórias engraçadas, e Charlô, pianista. Esses dois personagens começaram a trocar correspondência até que se apaixonaram e se casaram.

Após ler e compreender a narrativa que subsidiará a produção dos textos solicitados, o próximo passo é ler atentamente o enunciado que norteará a produção do primeiro texto. Nessa primeira parte, é solicitado que o aluno redija uma carta. Nesse caso, a carta será uma resposta de Felpo dirigida a Charlô. Deve-se reforçar que, para escrever uma carta, há alguns elementos que são básicos e indispensáveis e, por isso, deverão estar presentes no referido texto: local e data, saudação, corpo, despedida e assinatura.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 5a série (6o ano)

Destaca-se que o enunciado solicita que seja redigida uma carta por meio da qual Felpo responda a uma primeira correspondên-cia enviada por Charlô, conforme consta no texto introdutório. Para escrever esse texto, portanto, o aluno deverá considerar o conteúdo da carta recebida por Felpo: Charlô envia críticas sobre o que ele escreve. De acordo com o texto, Felpo fica com raiva disso. Por isso, deve-se considerar que, em sua resposta, o coelho deverá rebater as críticas de Charlô. Além disso, para responder à carta, o aluno deverá redigir como se fosse Felpo, obsevando-se as características descritas desse personagem, e deverá utilizar as partes da carta-resposta que foram apresentadas na prova.

O próximo passo, depois de elaborada a carta, é ler o enunciado referente à produção do segundo texto. Nesse segundo texto, o aluno deverá escrever como se fosse Charlô. Dessa vez, será a coelha que responderá à carta do coelho por meio de um bilhete, que é uma men-sagem que trata apenas do que é essencial, de forma simples e breve. Para elaborar a resposta de Charlô, deverá ser considerado o conteúdo da carta que Felpo escreveu; além disso, as características da coelha, simpática e adorável, também devem ser levadas em conta na redação do bilhete. Ainda há, no enunciado, a indicação de que, no bilhete, Charlô deverá convidar Felpo para comer bolinhos de chocolate.

Reforça-se que a questão extra de produção textual da 5ª série deve ser feita na ordem em que se apresenta: primeiro a carta e depois o bilhete, já que este responderá àquela.

Professor, nesta questão, é cobrado mais de um

gênero; por isso reveja as características que levam

à classificação de um gênero textual na unidade

9 do TP3. Lembre-se, também, de que é muito importante

trabalhar o planejamento do texto escrito;

para isso, consulte a unidade 22 do TP6;

nessa unidade, observe atentamente a seção 3, que traz atividades

de planejamento e escrita, considerando a construção e a revisão textual. Veja também a

unidade 22 do AAA6, que apresenta exemplos de aula de planejamento e

escrita.Observe também a aula 2 da unidade 12 do AAA3.

Essa aula, cujo título é “criando cartas”, visa a

auxiliar os alunos no uso de tipos e gêneros textuais

pertinentes.

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

SÉRIE(7º ANO)ENTRADA

Comentários sobre os descritores

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

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6a Série (7o Ano) – Ensino Fundamental – Língua PortuguesaDescritores de Entrada – Leitura e Compreensão de Textos

D1Localiza informações explícitas em um texto.

Esse descritor avalia a habilidade de o aluno localizar uma informação solicitada. A informação solicitada pode estar expressa literalmente no texto. Pode ser também que o aluno tenha de locali-zar uma informação tendo de lidar com paráfrases. O aluno deve ser capaz de retomar o texto para localizar, dentre outras informações, a que foi solicitada. Destaca-se que a informação requerida pode estar bastante visível. Além disso, de acordo com o nível de complexidade da questão, poderá haver pouca ou nenhuma informação, competindo com a informação requerida.

D2 Percebe informações implícitas em um texto.

Esse descritor avalia a capacidade de o aluno fazer inferências. Destaca-se que as informações implícitas são aquelas que não estão explícitas no texto e que, por isso, precisam ser construídas pelo leitor com base nas pistas textuais. O aluno deve apreender o texto como um todo. Para chegar à resposta, deve ser construído, gradativamente, o sentido do texto, podendo ser requerida também relação entre o texto e os conhecimentos prévios do leitor.

D3Associa diferentes estratégias (marcas fonológicas, gráficas, morfossintáticas e contextuais, bem como verbetes de dicionários) para construir o significado de palavras ou expressões que não são conhecidas.

Esse descritor avalia a habilidade de se identificar o significa-do de uma palavra ou expressão desconhecida com base em marcas fonológicas, gráficas, morfossintáticas ou com base em verbetes de dicionário. O aluno deverá identificar sentidos, considerando a forma em que as palavras se apresentam. É importante que o professor utilize o dicionário como uma indispensável ferramenta pedagógica, como um forte aliado para a compreensão e produção textuais.

DESCRITORES DA MATRIZ DE REFERÊNCIA

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

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D4Reconhece, em narrativas, a fala do narrador e a das personagens.

Esse descritor permite avaliar a capacidade de o aluno reconhecer a diferença entre o discurso do narrador e o discurso da personagem. O aluno deverá identificar as marcas do discurso direto – travessão, aspas, verbos declarativos (verbos dicendi)– para diferenciar a fala da personagem do discurso do narrador.

D5Reconhece, no texto, o valor expressivo dos recursos linguísticos e extralingüísticos (escolha de termos e expres-sões; uso dos sinais de pontuação; recursos gráficos) e o efeito de sentido gerado por eles.

Esse descritor permite avaliar a habilidade de reconhecer a mu-dança de significado advinda da escolha de uma determinada palavra ou expressão, que poderá assumir sentido conotativo. O aluno deverá perceber os efeitos de sentido presentes no texto a partir da escolha do vocabulário. Esse descritor também avalia a habilidade de se iden-tificar o sentido que um sinal de pontuação ou um recurso gráfico pode provocar em um texto. O aluno deverá identificar as mudanças de sentido decorrentes do uso de diversos sinais de pontuação e de recursos gráficos.

D6Identifica dois ou mais vocábulos que tenham a mesma referência (como nome e pronome, um nome e outra expres-são lexical referente a ele, etc.).

Esse descritor avalia habilidades relacionadas ao reconhecimen-to da função dos elementos que dão coesão ao texto. O aluno deverá reconhecer as relações estabelecidas entre as partes do texto. Para isso, deverá identificar, por exemplo, quais palavras estão sendo substituídas e/ou repetidas para facilitar a continuidade do texto e a compreensão de seu sentido.

D7Relaciona (por comparação de características e fi-nalidades) textos de gêneros diferentes (notícia, narrativa ficcional, texto expositivo, propaganda, anúncio, bilhete, carta, charge, tirinha, etc.).

Esse descritor envolve a habilidade de comparar textos de di-versos gêneros. O aluno deverá reconhecer o gênero ao qual se refere o texto-base, identificando, assim, a finalidade do texto: informar, ins-truir, convencer, explicar, etc. O aluno deverá ler textos integrais ou fragmentos de texto pertencentes a diversos gêneros para identificar a finalidade desses textos. A comparação entre textos diferentes auxilia

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

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o professor a medir um nível bastante alto de compreensão textual por parte de seu aluno, que deverá mostrar-se apto a compreender textos de natureza distinta.

D8Reconhece a relação entre informações em um mesmo texto ou entre diferentes textos.

Esse descritor avalia a habilidade de compreender o texto não como um simples agrupamento de frases justapostas, mas como um todo composto por ideias articuladas, interligadas e implicadas. O aluno deverá compreender o texto e atribuir sentido a ele com base na adequada compreensão de seus componentes. Esse descritor também requer que o aluno reconheça a relação entre ideias apresentadas em textos diferentes. Ressalta-se que atividades que envolvem a relação entre informações de textos diferentes requerem que o aluno construa a habilidade de analisar o modo de tratamento do tema dado por autores diferentes, o que pode envolver a comparação de textos de diversos gêneros.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

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DESCRITORES – PRODUÇÃO DE TEXTO

Ao produzir os textos solicitados na avaliação diagnóstica, o aluno deverá demonstrar algumas habilidades, abaixo descritas.

6ª Série (7o Ano)

D1Atende à modalidade de texto solicitada na proposta de produção, considerando o destinatário, a finalidade do texto e as características do gênero textual.

Esse descritor avalia se o aluno é capaz de identificar o gênero solicitado. Reconhecendo o gênero, é possível identificar qual o obje-tivo do texto que deverá ser produzido: informar, comentar, divertir. Esse descritor permite, portanto, avaliar se o tema foi desenvolvido de acordo com o gênero e com a tipologia textual solicitada.

D2Mantém a coerência textual na atribuição de título, na continuidade temática e de sentido geral do texto.

Esse descritor permite avaliar se o aluno atribuiu um título ade-quado ao texto, encadeou as ideias harmoniosamente (coerentemente), contribuindo para que ocorresse progressão temática.

D3Atém-se ao tema solicitado na proposta e o desenvolve com coerência.

Esse descritor avalia a capacidade de o aluno selecionar, organi-zar e relacionar, de forma consistente e coerente, informações e fatos pertinentes ao tema, sem fugir dele portanto.

D4Segmenta o texto, utilizando adequadamente a pontu-ação de final e interior de frases.

Esse descritor avalia a capacidade de se utilizar a pontuação para a construção de sentidos no texto.

D5Utiliza adequadamente os mecanismos de coesão por meio de pronomes, sinônimos, advérbios e conjunções.

Esse descritor avalia a habilidade de o aluno trabalhar com si-nônimos, hiperônimos, repetições, reiterações por meio de pronomes

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

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ou outros itens lexicais. Permite, também, avaliar a habilidade de se utilizar conectivos, tempos verbais, sequência temporal, conectores entre vocábulos, entre sentenças e entre parágrafos, a fim de se alcançar unidade lógica no texto.

D6Revela o domínio da grafia convencional das palavras: emprego de letras maiúsculas/minúsculas e notações léxicas (acento, cedilha, til, hífen).

Esse descritor permite avaliar o domínio das convenções da es-crita, que não devem ser tomadas como o foco principal na correção de um texto, embora o professor deva reconhecer sua importância e mostrar ao aluno onde estão suas falhas e como superá-las.

D7Demonstra domínio das convenções da língua escrita formal quanto às regras de concordância e regência.

Esse descritor avalia o domínio das normas gramaticais no que diz respeito à sintaxe de concordância e de regência. As regras de con-cordância podem ser usadas a favor de uma maior coesão e coerência textuais, justamente por dizerem respeito às relações que uma parte do discurso tem com outra parte do discurso. Por exemplo, quando uma marca de número e pessoa é expressa em um verbo, este acaba por recuperar parte das informações do sujeito do enunciado. Já o uso adequado da regência de um verbo ou de um nome também pode ser eficaz para a compreensão textual. Por exemplo, a diferença entre “ir ao encontro de” (= ser compatível com) e “ir de encontro a” (= ser contrário a) é fundamental em uma dada argumentação.

D8Observa, no texto, a separação entre o discurso do narrador e o discurso direto dos personagens e usa marcas dessa separação (travessão, aspas e dois-pontos).

Esse descritor permite avaliar a capacidade de o aluno marcar em seu texto quem fala e a quem se destina o texto por meio de marcas linguísticas. É relevante destacar que pode avaliar também o domínio das variações linguísticas: o aluno deve ser capaz de utilizar a variante adequada à situação de interlocução.

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

SÉRIE(7º ANO)ENTRADA

Comentários sobre as questões

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

ENTRADA – 6ª SÉRIE (7º ANO)

TEXTO 1

Nacionalismo

1 O menino nissei sentou no banco do jardim. Teria uns onze anos, comia sos-

2 segado o seu sanduíche de queijo. Duas menininhas, uma morena e outra ruiva,

3 que pulavam amarelinha, chegaram junto dele e gritaram:

4 – Japonês! Japonês! Quer dizer a hora pra nós?

5 O menino olhou o pulso onde se ostentava um enorme relógio niquelado, disse

6 que eram nove e meia, e acrescentou:

7 – Eu não sou japonês. Sou paulistano. Nasci aqui, no Jardim América.

8 A ruivinha, mais velha, coçou um borrachudo na canela fina:

9 – Se você não é japonês, teu pai é.

10 – Não, meu pai nasceu em Batatais.

11 A menor, moreninha, fez o comentário óbvio:

12 – Nós te chamou japonês porque tu tem cara de japonês.

13 – Meu avô é que era japonês. E a minha avó. E acho que meus tios.

14 A pequenininha estava maravilhada com aquele milagre biológico.

15 – Nunca vi pessoa ser brasileiro e ter cara de japonês. Eu pensava que brasileiro

16 era tudo igual.

17 A maior ensinou:

18 – Nem todo brasileiro é igual. Negro é brasileiro e é diferente.

19 – Negro é africano, observou com certa malícia aquele a quem chamavam de

20 japonês.

21 – Como é que você sabe?

22 – Aprendi na aula.

Dica 1

Professor, na prova da 6ª série, há quatro textos: o primeiro é narrativo; o

segundo e o terceiro têm um caráter informativo; e o quarto é uma crônica. Para explorar gêneros e sequências tipológicas em sala, reveja o TP3,

principalmente as unidades 10, 11 e 12. Consulte também, no

AAA3, a aula 1 da unidade 11; nela serão

trabalhados os tipos textuais. Na sequência, veja também a aula 2

da unidade mencionada anteriormente, que tem

como objetivo sistematizar os conhecimentos sobre o tipo textual narrativo. Para auxiliar no trabalho com as sequências tipológicas em gêneros textuais, veja

a seção 2 da unidade 12 do TP3, observe

especialmente a atividade 4 (p. 156).

LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTOS

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

23 – Na minha rua tem muito judeu. Nós tudo somos judeu, contribuiu a ruivinha

24 para enriquecer a conversação.

25 A outra quis saber:

26 – E onde é terra de Judeu?

27 – Meu pai veio da Rússia. E o meu avô. A minha mãe veio da Polônia.

28 – Então esse negócio de judeu é besteira. Quem vem da Rússia é russo. E quem

29 vem da Polônia é polaco.

30 O menino falava com grande autoridade.

31 E a ruivinha protestou:

32 – A minha mãe disse que a gente deve falar “polonês”. “Polaco” é feio.

33 – Pode ser. Polonês. Mas Judeu?

34 – Judeu vem da Judia.

35 – Meu pai disse que a terra dos judeus se chama Israel, lembrou-se de

36 repente a ruiva.

37 – Então como é que ele é da Rússia?

38 Mistério. Os três se entreolharam. Afinal, o rapaz sugeriu.

39 – Só se é mentira do teu pai.

40 – Mentira do teu! Teu pai é que é um japonês mentiroso!

41 – Já falei que o meu pai é brasileiro.

42 A pequena moreninha pacificou:

43 – Não xingue. Eu também sou brasileira. Eu nasci em Campos e o meu pai

44 nasceu em Campos, e o meu irmão e a babá, todo mundo na minha casa nasceu

45 em Campos.

46 (...)

47 E o paulistano acrescentou:

48 – Meu pai viu uma vez um índio e pensou que fosse japonês, mas o índio não

49 entendeu bulhufas.

50 E a menor indagou, passado um instante:

51 – E onde é o lugar que só tem brasileiro?

52 Os outros dois ficaram algum tempo pensando, olhando para uns pombos que

53 bicavam na areia. Afinal, a menina maior falou:

54 – Gente grande é muito misturado. Acho que deve ser num lugar onde só

55 tem criança.

(Queiroz, Raquel de. Adaptado.)

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

O texto 1, “Nacionalismo”, é uma narrativa literária adaptada com base na produção de Raquel de Queiroz. Destaca-se que, nesse texto, há poucos personagens (duas meninas e um menino), que dialo-gam entre si. A narrativa é quase toda em discurso direto. Como o texto é quase todo organizado em forma de diálogo, há a presença de verbos declarativos (verbos dicendi), introduzindo algumas falas, e também há os sinais de pontuação comumente utilizados no discurso direto: dois-pontos e travessão. Destaca-se que os personagens trocam ideias sobre nacionalidade. As ideias trocadas ao longo da narrativa permitem uma reflexão sobre a formação do povo brasileiro. O texto nos conduz ao fato de que a população brasileira é bastante miscigenada e ainda permite refletir sobre os diversos grupos humanos que favoreceram a formação do brasileiro – indígenas, africanos, imigrantes europeus e asiáticos –, promovendo uma grande riqueza cultural.

01. Em relação às crianças do texto, pode-se afirmar que

a) uma delas nasceu na Polônia.

b) somente duas possuem a mesma nacionalidade.

c) não possuem a mesma nacionalidade.

d) uma delas tem parentes japoneses.

A questão 1 exige que o aluno localize informações explícitas no texto. Para recuperar a informação solicitada, o leitor deve considerar as diversas condições apresentadas acerca de cada personagem, reco-nhecendo detalhes relevantes. Se recuperarmos as informações sobre nacionalidade apresentadas em relação a cada personagem, teríamos o seguinte quadro:

menino nissei menina morena menina ruiva

nacionalidadebrasileiro nascido no Jardim América (paulistano)

brasileira nascida em Campos

brasileira

ascendênciapai nasceu em Batatais; avós japoneses

toda a família nasceu em Campos

pai e avô russos e mãe polonesa (família judia)

características físicastraços orientais (parece japonês)

morena ruiva

Vale destacar que a autora procurou explorar, por meio das características físicas das crianças, a diversidade do povo brasileiro; embora os três tenham nascido no Brasil, as características físicas se

Dica 2

A questão 1 requer uma atividade relacionada

a processos de leitura: localização de informações explícitas. Para trabalhar esse tipo

de atividade em sala, veja as unidades 14 e 15 do TP4. Consulte também as unidades 14 e 15 do AAA4. Aproveite para explorar a importância

dos conhecimentos prévios na construção de significado do texto. Para

isso, veja a seção 3 da unidade 14 do TP4, bem como as aulas 2 e 6 da

unidade 14 do AAA4, que consideram a amplitude do conhecimento prévio

na leitura.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

diferenciam conforme a ascendência de cada um. Tendo recuperado essas informações do texto, conclui-se que a alternativa correta é a “d”, que indica que uma das crianças tem parentes japoneses; a criança em questão é o menino nissei, que tem avós japoneses. É interessante também destacar o uso do termo “nissei”, utilizado para os descen-dentes de japoneses nascidos fora do Japão. Para reconhecer que as alternativas “a”, “b” e “c” estão incorretas, basta recuperar a informação de que as três crianças são brasileiras e, portanto, pertencem à mesma nacionalidade; recuperando essa informação, constatam-se os equívo-cos apresentados nas referidas alternativas.

02. No texto, quem conta a história é

a) um narrador-observador.

b) um narrador-personagem.

c) o menino japonês.

d) a menina ruiva.

A questão 2 requer que o leitor reconheça qual o tipo de narrador da história: narrador-personagem ou narrador-observador. Para fazer esse reconhecimento, é preciso identificar o foco narrativo, ou seja, é necessário saber em que posição o narrador está em relação à história: ele participa ou não dos fatos? O narrador do texto 1 conta a história do lado de fora, na 3ª pessoa, ele não participa das ações, não é um personagem. A alternativa “a” é, portanto, a correta. As alternativas “b”, “c” e “d” estão incorretas porque indicam que o narrador é um personagem da história.

03. Leia a frase:

“– Meu pai disse que a terra dos judeus se chama Israel, lembrou-se de repente a ruiva.” (L.35-36)

O trecho sublinhado representa a fala

a) do japonês.

b) da menina ruiva.

c) da menina moreninha.

d) do narrador.

Dica 3

As questões 2, 11, 19 e 22 requerem

uma outra atividade relacionada a processos de leitura: percepção de informações implícitas.

Pesquise no TP4 as unidades 14 e 15, que se referem a processos de

leitura. Consulte também as aulas das unidades 14 e 15 do AAA4; observe atentamente a aula 3

da unidade 14, pois ela explora a compreensão

do texto a partir de indícios de leitura. Para trabalhar com

inferência, vale também pesquisar a seção 3 da

unidade 20 do TP5, significados implícitos.

Sugere-se, ainda, que seja observada a importância

dos conhecimentos prévios na construção de significado do texto

(conferir Quadro 2).

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

A questão 3 exige que o leitor reconheça, na narrativa, a fala do narrador e dos personagens. Para testar essa habilidade, a questão apresenta ao aluno uma das ocorrências de discurso direto presen-tes no texto. Cabe destacar que o discurso direto ocorre quando o narrador transcreve o enunciado do personagem – o discurso direto é a reprodução fiel do que foi dito pelo personagem. Os verbos de-clarativos (dicendi) e alguns sinais de pontuação (travessão, aspas, dois-pontos) indicam a fala do personagem. Deve-se reforçar que os verbos declarativos podem introduzir o discurso direto, fechá-lo ou inserir-se nele. No exemplo de discurso direto apresentado na ques-tão 3, o verbo declarativo (lembrou-se) é utilizado ao final, momento em que o narrador arremata a fala da menina ruiva. Sendo assim, o trecho sublinhado representa a fala do narrador, que fecha a fala da menina ruiva (alternativa “d”). As alternativas “a”, “b” e “c” estão incorretas porque consideram que o trecho sublinhado, no qual se encontra o verbo declarativo, representa a fala de personagens, e não do narrador-observador.

04. Leia novamente as frases:

“– Nunca vi pessoa ser brasileiro e ter cara de japonês. Eu pensava que brasileiro era tudo igual.

(...)

– Nem todo brasileiro é igual. Negro é brasileiro e é dife-rente.” (L. 15-18)

Os trechos acima indicam a(s) fala(s)

a) das personagens femininas.

b) do narrador.

c) do menino paulistano.

d) do pai do menino.

A questão 4, assim como a 3, exige que o leitor reconheça na narrativa a fala do narrador e dos personagens. São apresentadas duas ocorrências de discurso direto, e é solicitado que o aluno identifique de quem são as falas. Para responder ao solicitado, é necessário retornar ao texto, visto que os períodos que indicam de quem são as falas foram suprimidos na questão, devendo ser retomados. Assim, o período que antecede a primeira ocorrência de discurso direto apresentada é: “A pequenininha estava maravilhada com aquele milagre biológico”; e o período que antecede a segunda ocorrência de discurso direto é: “A maior ensinou”. Retomando, então, os referidos períodos, conclui-se

Dica 4

As questões 3, 4, 20 e 25 requerem que seja reconhecida a fala do narrador e dos personagens. Veja no TP5, mais

especificamente na seção 3 da unidade 17, algumas atividades que exploram o uso do discurso direto e indireto em narrativas.

Aproveite também para rever a sequência tipológica narrativa na seção 1 da unidade 11

do TP3. Consulte ainda, no AAA3, a aula 2 da

unidade 11, que traz uma atividade que tem como

texto-base uma ótima crônica quase toda em

discurso direto; o objetivo dessa aula é ajudar os

alunos a sistematizarem os conhecimentos sobre o

tipo textual narrativo.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

que as falas são da “pequenininha” e da “maior”, ou seja, as falas são das meninas (alternativa “a”). A alternativa “c” poderia confundir os alunos, e alguns podem marcar que as falas são do menino paulista-no; entretanto, ao retomar a leitura, fica evidente que as falas são das meninas, e não do menino. Para identificar a incorreção da alternativa “b”, bastava observar as marcas do discurso direto, como o travessão, que indicam a fala de personagens, e não do narrador-observador. Já a alternativa “d” é a que mais se distancia, visto que o pai do menino nem personagem da história é; foi apenas citado pelo filho, quando o garoto falava de sua ascendência.

05. Observe o diálogo abaixo:

“– Se você não é japonês, teu pai é.

– Não, meu pai nasceu em Batatais.” (L. 9-10)

Os travessões que são usados indicam um diálogo entre

a) a ruiva e o menino nissei.

b) as duas meninas.

c) o narrador e a menina ruiva.

d) a menina moreninha e o menino nissei.

Na questão 5, espera-se que o aluno reconheça que os traves-sões estão sendo utilizados no diálogo para marcar a fala dos perso-nagens. Para responder à questão, deverá ser identificado de quem é cada fala apresentada. O leitor deverá retomar no texto a leitura dos diálogos, visto que o período que antecede a primeira fala e que esclarece quem é o personagem foi suprimido na questão. Voltando, então, ao texto, tem-se o seguinte período antecedendo a primeira fala: “A ruivinha, mais velha, coçou um borrachudo na canela fina”. Conclui-se, assim, que a primeira fala apresentada na questão é da menina ruiva, que diz ao seu interlocutor que, se ele não for japonês, seu pai o é. Ora, a fala da menina ruiva deixa explícito quem é seu interlocutor, o menino nissei, que tem traços orientais e, por isso, é confundido com japonês pelas meninas. A alternativa “a”, portanto, é a correta. A alternativa “b” não poderia ser considerada correta por-que indica que as duas meninas estariam conversando; entretanto, o conteúdo da primeira fala (garota ruiva) nos remete diretamente, con-siderando os fatos apresentados na narrativa, ao menino nissei, que é o único que tem traços orientais e que por isso poderia ser confundido com japonês. A alternativa “c” está incorreta porque o narrador não participa da história, portanto não dialoga com os personagens. Para identificar a incorreção da alternativa “d”, é preciso retomar o texto

Dica 5

As questões 5 e 10 exigem que seja

reconhecido no texto o valor dos recursos

linguísticos e o efeito de sentido gerado por eles. Essas questões exploram

o efeito de sentido gerado pela pontuação. Para trabalhar o efeito de sentido gerado pela

pontuação, veja as aulas da unidade 6 do AAA2,

principalmente as aulas 1, 2, 3 e 4.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

e constatar que quem fala com o garoto nissei no referido episódio é a ruiva, e não a morena.

06. Leia o trecho abaixo:

“– A minha mãe disse que a gente deve falar “polonês”. ‘Polaco’ é feio.” (L. 32) O trecho em destaque está em linguagem coloquial, popular. Ele pode ser subs-tituído, utilizando a linguagem formal e mantendo o mesmo sentido, por

a) vós deveis.

b) eles devem.

c) eu devo.

d) nós devemos.

A questão 6 exige que o aluno reconheça marcas de varia-ção linguística. Foi retirado do texto um trecho em que há o uso da expressão “a gente”, que é uma ocorrência típica de linguagem coloquial, popular. O enunciado da questão solicita que a expressão coloquial “a gente” seja substituída por uma expressão em linguagem formal. Para responder à questão, é preciso reconhecer que o uso da expressão “a gente” em substituição ao pronome “nós” é uma característica da fala coloquial brasileira; além disso, é necessário levar em conta que, em textos que exigem uma linguagem mais formal, devemos priorizar o uso do pronome “nós”. Sendo assim, a alternativa correta é a “d”, que apresenta o pronome “nós” em substituição à expressão “a gente”.

07. Leia o período abaixo:

“– Na minha rua tem muito judeu. Nós tudo somos judeu, contribuiu a ruivinha (...)” (L. 23)

A expressão destacada não pode ser substituída por

a) Os outros moradores são judeus.

b) Nós todos somos judeus.

c) Todo mundo é judeu.

d) Todos nós somos judeus.

Dica 6

Professor, as questões 6 e 7 tratam de variação linguística. Pesquise as unidades 1 e 2 do

TP1, que abordam essa temática. Procure discutir o tema em sala de aula.

Para isso, veja a proposta da aula 7 da unidade 1 do TP1, que apresenta uma crônica cujo tema é variação linguística. Consulte a aula 8 da

unidade 1 do TP1, que propõe a discussão de

questões sobre variação linguística. Outras aulas sobre variação também devem ser consultadas:

aulas 3 e 4 da unidade 1 do TP1; e aulas 1, 2, 7 e 8

da unidade 2 do TP1.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

A questão 7, assim como a questão 6, também exige o reconhe-cimento de marcas de variação linguística. A questão apresenta um período e destaca dele a seguinte expressão: “nós tudo”. O enunciado solicita que, entre as alternativas, o aluno identifique aquela que não poderia substituir a expressão destacada. Para responder à questão, é necessário considerar que “nós tudo” equivale a “nós todos”, “todos nós”, “todo mundo” (alternativas “b”, “c” e “d”). A alternativa “a” é a única que não pode substituir a expressão destacada, visto que a menina, ao utilizar o pronome nós (em “nós tudo”), refere-se não só aos moradores de sua rua, mas também a ela, ou seja, os moradores e também a garota e sua família são judeus. Lembre-se sempre, pro-fessor, que a variação linguística é inerente a qualquer língua e cabe à escola refletir a respeito dela com sobriedade e tolerância. Seu aluno precisa ser percebido como um falante real, que já carrega consigo uma língua plena. A Língua Portuguesa ensinada na escola, o chamado Português Padrão, deve ser apenas mais uma ferramenta à disposição do seu aluno, algo que lhe dará mais opções na sociedade letrada, sem, contudo, diminuir a importância do Português Brasileiro que o seu aluno já domina.

08. Leia este outro trecho:

“– Meu pai viu uma vez um índio e pensou que fosse japo-nês, mas o índio não entendeu bulhufas.” (L. 48-49)

Substitua o termo sublinhado, mantendo o sentido que aparece no texto, por

a) mais ou menos.

b) nada.

c) alguma coisa.

d) tudo.

A questão 8 exige que sejam utilizadas diferentes estratégias para construir o significado do termo “bulhufas”. É importante destacar que “bulhufas” é uma palavra utilizada na linguagem coloquial e significa nada, coisa nenhuma (alternativa “b”). Provavelmente alguns alunos já a conheçam; se houver esse conhecimento prévio por parte do leitor, a questão facilmente será respondida. Caso não conheça a palavra, o leitor deverá recorrer ao contexto.

Conferir Dica 6

Dica 7

As questões 8 e 24 requerem a associação de diferentes estratégias para construir o significado de palavras ou expressões não conhecidas. Para trabalhar a construção

de significados com seus alunos, veja a aula 4 da unidade 14 do AAA4. Lembre-se de que a

atribuição de significado é muito importante para a compreensão global de um texto (veja p. 75 do

TP4).

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

TEXTO 2

Azul e lindo planeta Terra, nossa casa

1 Mas para que a Terra continue a nos dar tudo aquilo de que precisamos para viver,

2 temos que cuidar dela como cuidamos de nossa própria casa.

3 E melhor ainda. Pois da nossa casa nós podemos nos mudar. Da Terra não.

4 E nós sabemos que não estamos tratando da Terra como deveríamos.

5 Por isso, os membros da Organização das Nações Unidas (ONU) preocupam-se

6 com o meio ambiente.Várias reuniões já foram feitas para discutir esse problema.

7 E destas reuniões têm saído declarações, manifestos e planos de ação que tentam es-

8 tabelecer o que pode ser feito para evitar que a Terra – a nossa Terra – a nossa casa

9 – venha a se transformar num ambiente hostil, com muitos desertos, águas envene

10 nadas, florestas devastadas, onde seria impossível viver.

11 Essas declarações, manifestos, planos de ação dizem mais ou menos o seguinte:

12 Todos os homens são iguais e, portanto, têm o direito de viver bem, num am-

13 biente saudável.

14 Todos têm o dever de proteger e respeitar o meio ambiente e a vida em todas as

15 suas formas.

(Rocha, Ruth & Roth, Otávio.)

O texto 2 foi retirado do livro Azul e Lindo Planeta Terra, nossa casa, de Ruth Rocha, escritora brasileira de livros infantis, e Otávio Roth, escritor e ilustrador. Esse livro, que associa linguagem acessível a imagens, é voltado para a importância de cuidarmos bem do planeta Terra. O texto apresenta informações que visam a despertar a consci-ência dos leitores para a importância de se cuidar do planeta Terra.

09. O texto lido tem como objetivo

a) falar do acesso do trabalhador à terra para plantar.

b) nos conscientizar da importância da preservação da Terra.

c) preservar os direitos das crianças.

d) preservar os direitos dos povos da Terra.

Dica 8

As questões 9, 14 e 16 exigem que

sejam reconhecidas características e

finalidades de diferentes gêneros, bem como a relação entre esses

gêneros. Para explorar essas habilidades em sala,

reveja as características que levam à classificação

de um gênero textual na unidade 9 do TP3. Consulte também a

unidade 12 do TP3: a interrelação entre gêneros e tipos textuais. No AAA3,

observe as aulas da unidade 9, especialmente as aulas 1 e 2; a aula 1, por exemplo, traz uma atividade que ajuda o

aluno a fazer uso de seus conhecimentos prévios

para reconhecer gêneros textuais.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

A questão 9 requer que o leitor reconheça o objetivo do texto. Para responder a essa questão, é necessário que o aluno tenha uma compreensão global do texto. É importante destacar que tal com-preensão dependerá de uma leitura atenta, que deve ser iniciada desde o título. No título, Azul e lindo planeta Terra, nossa casa, já é anunciada a importância da Terra, colocada como nossa casa. Essa importância é reiterada em todo o texto (“para que a Terra continue a dar tudo aquilo de que precisamos para viver”; “temos que cuidar dela como cuidamos de nossa própria casa”; “o que pode ser feito para evitar que a Terra venha a se transformar num ambiente hostil”). Conclui-se, portanto, que a alternativa “b” é a correta, já que o texto pretende nos conscientizar da importância da preservação da Terra. Devem-se observar com atenção as alternativas “c” e “d”, que indicam, respectivamente, que o objetivo do texto seria preservar os direitos das crianças e preservar os direitos dos povos da Terra. Essas alternativas podem atrair algum leitor desatento por tratarem de preservação, mas é importante observar que o texto trata especificamente da necessidade de preservação da Terra como um todo, e não de crianças nem de povos especificamente. Já a alternativa “a” é a que mais se distancia da temática abordada no texto.

10. Leia:

“E destas reuniões têm saído declarações, manifestos e planos de ação que tentam estabelecer o que pode ser feito para evitar que a Terra – a nossa Terra – a nossa casa – venha a se transformar num ambiente hostil (...)” (L. 7-9)

Os travessões são utilizados no trecho acima para

a) destacar que o problema com a Terra atinge a todos nós.

b) separar uma enumeração.

c) indicar a fala do narrador.

d) inserir a fala do representante da ONU.

A questão 10 exige que seja reconhecido o valor expressivo de um sinal de pontuação específico, o travessão, e o efeito de sentido gerado por ele. Nessa questão, é preciso que o aluno retome os usos do travessão, lembrando-se de que esse sinal de pontuação não é uti-lizado apenas no discurso direto, para indicar a fala de personagens ou a mudança de interlocutor. O travessão também é utilizado para

Conferir Dica 5

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

separar expressões ou frases explicativas, intercaladas, e para destacar algum elemento no interior da frase. No trecho apresentado na ques-tão 10, o travessão foi utilizado para destacar a ideia de que a Terra é a nossa casa e que, portanto, problemas relacionados a ela atingem a todos (alternativa “a”). As alternativas “c” e “d” indicam que o travessão teria sido usado para indicar, respectivamente, fala do narrador e fala do representante da ONU. Essas alternativas estão incorretas porque: primeiramente, o texto não é uma narrativa e, por isso, não há a pre-sença de um narrador; além disso, não há ocorrência de fala alguma no texto. A alternativa “b” está incorreta porque no trecho destacado não há uma enumeração.

11. A falta de cuidados com a nossa Terra – a nossa casa –, poderá levar

a) à preservação de um ambiente saudável para todos.

b) à extinção de todas as espécies de seres vivos.

c) a um aumento desenfreado da espécie humana.

d) à ocupação desordenada de todas as áreas do planeta.

Na questão 11, é cobrada a percepção de informações implícitas no texto. Para responder à questão, o leitor deverá reconhecer a ideia central, estabelecer relações entre as informações apresentadas e cons-truir significados. Além disso, é muito importante fazer uma leitura atenta do enunciado. De acordo com o enunciado, o aluno deverá marcar a alternativa que apresenta as consequências da falta de cuidados com a Terra. Se conseguir compreender exatamente o que a questão solicita, o aluno terá mais facilidade para buscar a alternativa correta; por isso, nesse caso, o trabalho de compreensão precisa ser intensificado desde o enunciado. De acordo com o texto, a falta de cuidados com a Terra pode acarretar extinção de todas as espécies de seres vivos (alternativa “b”), o que pode ser constatado no 2º parágrafo. A alternativa “a” é completamente incoerente, visto que não há como a falta de cuidados com a terra levar à preservação de um ambiente saudável. As alter-nativas “c” e “d” trazem algumas das causas da degradação da Terra, aumento desenfreado da espécie humana e ocupação desordenada de todas as áreas do planeta, mas não as consequências da falta de cuidado com o Planeta.

Conferir Dica 3

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

12. Leia o trecho:

“Todos têm o dever de proteger e respeitar o meio ambiente e a vida em todas as suas formas.” (L. 14-15)

A expressão sublinhada refere-se à vida

a) de todos os seres humanos.

b) de todos os seres viventes do planeta.

c) de todos os pássaros.

d) de todas as espécies vegetais.

Na questão 12, o leitor deve identificar vocábulos com a mesma referência. É apresentado um trecho em que a expressão “a vida em todas as suas formas” está sublinhada. O aluno deverá encontrar a alter-nativa que se refere à expressão sublinhada. Para responder à questão, além de ter uma compreensão global do texto e de relacionar as infor-mações nele apresentadas, é necessário refletir sobre a expressão: vida em todas as suas formas. Ora, se a expressão sublinhada indica TODAS as formas de vida, as alternativas que restringem a resposta a algum ser vivo específico estão inadequadas: todos os seres humanos (“a”); todos os pássaros (“c”); e todas as espécies vegetais (“d”). A alternativa “b” é a que abrange todas as formas de vida e que, portanto, é a correta.

13. “E nós sabemos que não estamos tratando da Terra como deveríamos.

Por isso, os membros da Organização das Nações Unidas (ONU) preocupam-se com o meio ambiente.” (L. 4-6)

A única expressão que substitui corretamente a expressão sublinhada acima é

a) Ainda que...

b) Além disso...

c) No entanto...

d) Por esse motivo...

Na questão 13, o aluno deve reconhecer as relações lógico-discursivas no texto. Nessa questão, o aluno terá de reconhecer a arti-culação das informações do texto, relacionando as ideias das sentenças interligadas entre si. Nessa organização de ideias, algumas palavras, os

Dica 9

As questões 12, 17 e 21 requerem que sejam

identificados dois ou mais vocábulos que tenham um mesmo

referente. Para trabalhar coesão referencial em

sala, pesquise a seção 2 da unidade 19 do TP5,

que analisa mecanismos de coesão referencial.

Veja também as aulas da unidade 19 do AAA5, que tratam de coesão textual.

Dica 10

As questões 13 e 18 trazem atividades

relacionadas à coesão sequencial. Reveja a

seção 3 da unidade 19 do TP5, que analisa

mecanismos de coesão sequencial; observe

especialmente a atividade 13 (p. 152). Consulte também as aulas das unidades 19 e 20 do

AAA5, principalmente a aula 5 da unidade 19,

que identifica como se constrói a unidade de sentido nos textos,

utilizando-se elementos de coesão; e a aula 2 da

unidade 20, que identifica as relações lógicas na

construção de sentidos do texto.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

chamados conectivos, são muito importantes: enquanto, mas, além disso, embora, etc. O enunciado solicita que o aluno identifique a alternativa que traz a expressão que substitui o termo “Por isso”, que inicia o segun-do trecho apresentado na questão. Para responder à questão, os trechos apresentados devem ser lidos atentamente. O primeiro deles indica que não estamos tratando da Terra como deveríamos, e o seguinte informa que, por causa disso, os membros da ONU preocupam-se com o meio ambiente. Percebe-se, então, que a expressão “por isso” estabelece entre as sentenças uma relação de causa e consequência, uma vez que a preo-cupação dos membros da ONU é consequência do fato de não estarmos tratando da Terra como deveríamos. Compreendida a relação de sentido estabelecida entre as sentenças, cabe ao aluno buscar a alternativa que apresenta uma expressão que possa substituir o termo “por isso” sem alteração de sentido. Na alternativa “d”, encontra-se uma expressão capaz de substituir o termo “por isso”: “por esse motivo”. As demais al-ternativas (“a”, “b” e “c”) apresentam conectivos que estabelecem outras relações de sentido: “ainda que” (concessão); “além disso” (adição); “no entanto” (oposição). Professsor, mais do que conhecer a nomenclatura proposta pelas gramáticas tradicionais (“oração subordinada adverbial concessiva”, por exemplo), lembre-se de que o intuito de uma boa aula de Português deve ser dar condições reais de compreensão e produção textual. Seu aluno deve ser ensinado a ler bem, a identificar as relações de sentido e compreender o que o texto está querendo transmitir. Se o seu aluno entender que uma ideia é consequência de outra, pouco importa o fato de ele ter de rotular a oração de subordinada adverbial causal ou consecutiva. Concentre-se no conteúdo e não nos rótulos e verá o quanto o índice de compreensão leitora do seu aluno aumentará, aumentando também o nível de cidadania e consciência reflexiva de nosso povo.

TEXTO 3

Escola no ar – Sintonize seu rádio nessa onda

1 Colocar a educação na boca do povo. Esse é o objetivo do Projeto Nordeste (pa-

2 trocinado pelo Banco Mundial) e do Unicef, ao percorrer todos os estados da região,

3 mobilizando serviços de alto-falante e rádios comerciais e comunitárias para que

4 divulguem a educação na sua cidade. A ideia é transformar a semana de matrículas ou

5 uma reunião de pais e mestres em notícia diária. Para isso, estão sendo organizadas

6 oficinas de radiojornalismo e educação, dirigidas aos profissionais de rádio. Para

7 complementar a capacitação, foi elaborado o Manual do Radialista que Cobre 8 Educação.

(Mural. Revista Nova Escola. São Paulo: Abril, abril/98.)

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

O texto 3, Escola no ar – Sintonize seu rádio nessa onda, foi re-tirado de uma revista de circulação nacional destinada a professores. É um texto informativo que tem como objetivo divulgar um projeto que incentiva a divulgação do que ocorre na área de educação nas diversas cidades brasileiras.

14. O texto que você acabou de ler tem o objetivo de divulgar um projeto em prol da educação. Nesse caso, trata-se de

a) uma narração.

b) uma instrução para um programa de rádio.

c) uma propaganda comercial.

d) um texto informativo.

Essa questão requer que o leitor seja capaz de identificar caracte-rísticas e finalidade do texto apresentado. O enunciado é muito impor-tante, e uma leitura atenta dele deve ser feita, pois algumas informações nele presentes poderão ajudar na resolução da questão. De acordo com o enunciado, o objetivo do texto lido é divulgar um projeto em prol da educação. Se o objetivo do texto é fazer uma divulgação do projeto, conclui-se que nele serão encontradas informações sobre o projeto para apresentá-lo às pessoas; sendo assim, o texto Escola no ar – Sintonize seu rádio nessa onda é informativo (alternativa “d”). A alternativa “c”, que indica que o texto é uma propaganda comercial, pode atrair alguns alunos, entretanto é preciso considerar que a propaganda tem como objetivo atrair consumidores para vender um produto, o que é diferen-te de divulgar um projeto. Ressalta-se que as características do texto apresentado não condizem com narração nem com texto de instrução, por isso as alternativas “a” e “b” são incorretas.

15. De acordo com a informação contida no subtítulo “Sintonize seu rádio nessa onda” e com a leitura do texto, é possível afirmar que ele trata

a) da divulgação de um programa de televisão.

b) das oficinas de radiojornalismo.

c) da divulgação da educação através do rádio e alto-falantes.

d) da promoção do ensino à distância.

Conferir Dica 7

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

Na questão 15, o aluno deve localizar informações no texto. Deve-se destacar a importância do enunciado também nessa questão. De acordo com o enunciado, o aluno, para responder à questão, deve considerar a leitura do subtítulo bem como a leitura do texto integral. Assim, é necessário ter uma compreensão global do texto, mas também saber relacionar as informações apresentadas nele; por exemplo, é pre-ciso relacionar o subtítulo com as demais partes do texto. A questão exige que seja encontrada a alternativa que apresente do que trata o subtítulo. Vale reforçar que o subtítulo apresenta-se em uma linguagem conotativa e sugere que a população faça uma adesão ao projeto de divulgar a educação nas rádios e em alto-falantes (sintonize seu rádio nessa onda=faça uma adesão ao projeto). Sendo assim, a alternativa correta é a “c”. As alternativas “a” e “d” distanciam-se muito do texto, uma vez que nele não há referência a programa de televisão, somente de rádio, nem a ensino a distância. A alternativa “b” está incorreta por-que as oficinas de radiojornalismo não podem ser consideradas como ideia central do texto; essas oficinas apenas estão sendo organizadas para preparar os profissionais de rádio para o projeto de divulgar a educação, que é a ideia principal.

16. Comparando os textos 2 (Azul e lindo planeta Terra, nossa casa) e 3 (Escola no ar), podemos afirmar que

a) somente o texto 3 fornece uma informação para o leitor.

b) o texto 2 ensina como cuidar da natureza, e o texto 3 divulga a educação.

c) ambos tratam do mesmo assunto, com pontos de vista diferentes.

d) o texto 2 informa sobre a preocupação com a pre-servação ambiental, e o 3 divulga um projeto para a educação.

Na questão 16, o aluno deve comparar o conteúdo de dois textos: o texto 2, retirado do livro de Ruth Rocha e Otávio Roth, e o texto 3, retirado de uma revista de circulação nacional direcionada a professores. A alternativa “a” está inadequada porque os dois textos são informativos. A alternativa “b” está incorreta porque o texto 2, embora ressalte a importância de preservar a natureza, não ensina como cuidar dela; além disso, o texto 3 não divulga a educação, e sim um projeto

Conferir Dicas 2 e 11

Conferir Dica 8

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

em prol da educação. A alternativa “c” está incorreta porque os textos tratam de assuntos diferentes. A alternativa “d”, portanto, é a correta.

17. Leia o trecho:

“A ideia é transformar a semana de matrículas ou uma reunião de pais e mestres em notícia diária. Para isso, estão sendo organizadas oficinas de radiojornalismo e educação, dirigidas aos profissionais de rádio.” (L. 4-6)

O termo sublinhado refere-se a

a) oficinas de radiojornalismo.

b) oficinas de radiojornalismo e educação.

c) matrículas e reunião de pais e mestres.

d) rádios comerciais e comunitárias.

Na questão 17, o aluno deve identificar vocábulos com o mesmo referente. Para responder à questão, é preciso ler atentamente o trecho e recuperar o que antecede o termo sublinhado para identificar seu referente. Retomando a leitura, observa-se que o antecedente do termo “dirigidas” é a expressão oficinas de radiojornalismo e educação. Sendo assim, o termo sublinhado refere-se às oficinas de radiojornalismo e educação (alternativa “b”). As alternativas “c” e “d” distanciam-se muito da resposta, já que nem antecedem o termo “dirigidas”. Já a alternativa “a” pode atrair alguns alunos, uma vez que ela não está incorreta, está apenas incompleta, já que o termo “dirigidas” refere-se não apenas às oficinas de radiojornalismo, e sim às oficinas de radiojornalismo e educação. Esse tipo de questão, professor, é muito importante, uma vez que se explora nela a habilidade de o aluno reconhecer as relações entre as palavras em um texto, construindo, assim, sua coesão e coerência. É, portanto, uma questão de compreensão leitora!

18. Leia o fragmento:

“Para isso, estão sendo organizadas oficinas de radiojorna-lismo e educação dirigidas aos profissionais de rádio.” (L. 5-6)

A expressão sublinhada acima remete à ideia de

Conferir Dica 9

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

a) divulgar a educação por meio de serviços de alto-falantes e rádios comerciais e comunitárias.

b) transformar os acontecimentos educacionais em pro-gramas da Voz do Brasil.

c) divulgar as oficinas de radiojornalismo.

d) transmitir informações sobre o Projeto Nordeste.

A questão 18 requer que sejam reconhecidas relações lógico-discursivas. É apresentado um trecho em que está sublinhada a expressão “para isso”. O enunciado solicita que seja encontrada a alternativa que explique a ideia estabelecida pela expressão sublinhada. Para realizar essa tarefa, é preciso ler o período que antecede a expressão “para isso”, já que tal expressão está estabelecendo uma relação de sentido entre o período anterior e aquele que é por ela iniciado. O período an-terior à expressão informa que a ideia é transformar tudo que acontece em matéria de educação em notícia. Logo depois desse período, está aquele que começa com a expressão “para isso”, que estabelece uma relação de finalidade entre os períodos ligados por ela: as oficinas de radiojornalismo e educação estão sendo organizadas com o objetivo de divulgar a educação à comunidade (alternativa “a”). A alternativa “b” distancia-se da resposta por fazer referência a informações que não estão presentes no texto (programa Voz do Brasil). A alternativa “c” está incoerente porque sugere que as oficinas de telejornalismo estariam sendo organizadas para divulgar as próprias oficinas. Já a alternativa “d” está incorreta porque as oficinas não transmitem informações sobre o Projeto Nordeste, elas fazem parte desse projeto, que visa a divulgar a educação.

TEXTO 4

Você me entendeu?

1 Comunicar é fazer outra pessoa entender algo que vem da gente e que queremos

2 passar para ela. Podemos fazer isto com gestos, desenhos e, por incrível que pareça,

3 com palavras. As palavras deveriam aproximar as pessoas e fazer com que elas pu-

4 dessem entender umas às outras; mas o que acontece conosco é que todos falam

5 português e, mesmo assim, ninguém se entende.

Conferir Dica 10

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

6 Tudo começa em casa.

7 – Mãe, alguém ligou pra mim? – pergunta você ao chegar do colégio.

8 – Ah! Não sei quem ligou pedindo pra você fazer não sei o quê, não sei onde e disse

9 que era urgente.

10 Só podia ser mesmo. Se não fosse importante, ela nem teria o trabalho de lhe dar o

11 recado. E o pior das mães é que elas sempre têm boa intenção.

12 (...)

13 A sua irmã pediu para uma amiga comprar para ela o livro “Dizem que os cães vêem

14 as coisas” e a pessoa, com a maior boa vontade, acredite, voltou dizendo que não

15 achou em nenhuma livraria “Os cachorros que falam”.

16 Ninguém gosta de ir ao médico. Nem adultos, nem nós, pobres e indefesas crianças.

17 Mas, quando a doença vem, não tem jeito, e lá vamos nós para tentar entender um

18 pouco da língua extraterrestre que eles falam.

19 – Não se preocupem – diz o médico a seus pais. – Ele está apenas com “faringola

20 ringoamigdalite” e um pouco de “cefaléia”...

21 – Mãe? – pergunta você, assustado, caindo num choro sem fim e soluçando. – Quan-

22 to tempo de vida eu tenho?

23 Ela o acalma e diz em português claro e perfeitamente capaz de ser entendido:

24 – Meu amor, você só tem “crise de garganta” e “dor de cabeça”.

25 As mães são maravilhosas!

26 Você não entende o que as pessoas dizem. As pessoas não entendem o que você

27 diz. Ser criança é fogo! Desde a televisão até sua própria família, parece que todos

28 falam línguas diferentes.

29 Gostaria que, quando nós estivermos no lugar de todos eles, pudesse haver um mundo

30 melhor, com pessoas mais perto umas das outras, comunicando-se e entendendo-se.

31 Você me entendeu? Que bom! Já é um começo...

(Viana, Tânia Vicente. Diário do Nordeste, 31.10.93.) p. 3-b.

O texto 4, Você me entendeu?, de Tânia Vicente Viana, foi publi-cado em um jornal que circula na região nordeste. O texto é uma crônica e aborda uma interessante temática: a dificuldade de comunicação entre as pessoas. Vale retomar que a crônica é um texto breve, simples e de in-terlocução direta com o leitor; além disso, apresenta marcas da oralidade. Destaca-se ainda que a crônica tem como matéria fatos do cotidiano, que normalmente são apresentados com humor e/ou com criticidade.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

19. O texto que você acaba de ler trata

a) da diversidade de línguas faladas no Brasil.

b) da dificuldade de relacionamento entre o personagem e sua família.

c) da dificuldade de comunicação entre as pessoas.

d) apenas da falta de entendimento entre médicos e pacientes.

A questão 19 requer a percepção de informações implícitas. Para responder à questão, é necessário ter uma compreensão global do tex-to e também de sua ideia principal. Ademais, é preciso fazer algumas inferências, apoiando-se em alguns trechos do texto: por exemplo, no primeiro parágrafo, há a afirmação de que “ninguém se entende”; no antepenúltimo parágrafo, há outra afirmação importante, “você não entende o que as pessoas dizem; as pessoas não entendem o que você diz”. A leitura integral do texto e de alguns trechos específicos, como os citados anteriormente, permitem chegarmos à constatação de que o texto aborda a dificuldade de comunicação entre as pessoas (alternativa “c”). A alternativa “a” está incorreta porque o texto não trata da diversidade de línguas faladas no Brasil, ao contrário, nas linhas 4 e 5, há a afirma-ção de que todos falam o português e ninguém se entende. A alternativa “b” é a que mais se distancia da resposta, já que, em momento algum, o texto abordou dificuldade de relacionamento. Já a alternativa “c” está incompleta, já que o texto não trata só da dificuldade de entendimento entre médicos e pacientes, mas sim da dificuldade de comunicação entre diversos tipos de pessoas em diversas situações.

20. Leia o trecho:

“– Mãe, alguém ligou pra mim? – pergunta você ao chegar do colégio.” (L. 7) Nele, as palavras destacadas são ditas pelo(a)

a) irmã do leitor.

b) narrador.

c) mãe.

d) leitor.

Conferir Dica 3

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

A questão 20 exige que seja reconhecida a fala do narrador e a do personagem. Nessa questão, é apresentado um trecho de discurso direto, e nele é destacada a seguinte parte: “pergunta você ao chegar do colégio”. Vale lembrar que o discurso direto é a reprodução fiel do que foi dito pelo personagem. Os verbos declarativos e alguns sinais de pontuação (travessão, aspas, dois-pontos) indicam a fala do perso-nagem. Sobre os verbos declarativos, deve-se informar que eles podem introduzir o discurso direto, fechá-lo ou inserir-se nele. No exemplo de discurso direto apresentado na questão 20, o verbo declarativo (“pergunta”) é utilizado ao final, momento em que o narrador arremata a fala do filho. Sendo assim, o trecho sublinhado representa a fala do narrador (alternativa “b”). As alternativas “a’, “c” e “d” estão incorretas porque consideram que a parte destacada refere-se a personagens, e não ao narrador.

21. Leia o trecho:

“Ninguém gosta de ir ao médico. Nem adultos, nem nós, pobres e indefesas crianças. Mas, quando a doença vem, não tem jeito, e lá vamos nós para tentar en-tender um pouco da língua extraterrestre que eles falam.” (L. 16-18)

A palavra nós, destacada no trecho, refere-se a

a) adultos.

b) adultos e crianças.

c) pobres e indefesas crianças.

d) médicos.

A questão 21 exige que sejam identificados vocábulos com a mesma referência. É apresentado um fragmento do texto, e nele é grifado o pronome “nós”. Solicita-se que seja encontrada a alternativa que traz o referente da palavra “nós”. Para responder à questão, é pre-ciso voltar ao período em que se encontra o pronome “nós” e relê-lo. Ao retomar a leitura, podemos observar que, logo depois do referido pronome, há a expressão “pobres e indefesas crianças”, que identifica a quem o pronome “nós” se refere, às crianças. Vale destacar que a expressão “pobres e indefesas crianças” está identificando/explicando/esclarecendo o termo “nós”. As alternativas “a”, “b” e “d” indicam, respectivamente, que o referente de “nós” seria o termo “adultos”, a expressão “adultos e crianças” e o termo “médicos”; essas alternativas estão incorretas porque é preciso considerar que o referente de “nós”

Conferir Dica 4

Conferir Dica 9

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

está apresentado imediatamente após o pronome, enquanto os outros termos citados encontram-se antes do referido pronome.

22. Ao dizer que “As mães são maravilhosas!” (L. 25), o narrador refere-se ao fato de que elas

a) levam sempre seus filhos ao médico.

b) falam a mesma linguagem dos médicos.

c) conseguem amenizar as situações ruins.

d) traduzem a linguagem das crianças para os médicos.

A questão 22 requer que o aluno perceba informações implícitas no texto. Para fazer a inferência solicitada pela questão, o aluno deverá retomar a leitura e relacionar diferentes partes do texto. Ao retomar a leitura, deve ser observado o contexto em que o narrador diz que as mães são maravilhosas. O filho vai ao médico, que lhe dá um diag-nóstico com uma linguagem incompreensível, o que leva o garoto a imaginar que está muito doente. A mãe, então, traduz o que o médico diz, tranquilizando o filho, e, em seguida, há o comentário do narrador sobre as mães. O texto permite, assim, a seguinte conclusão: as mães conseguem amenizar as situações ruins (alternativa “c”). A alternativa “a” está incorreta porque não é o fato de as mães levarem sempre os filhos ao médico que permite que elas sejam consideradas maravilhosas; além disso, no texto, há a indicação de que não é sempre que as mães levam os filhos ao médico, e sim quando eles estão doentes. A alterna-tiva “b” está incorreta porque as mães não falam a mesma linguagem dos médicos, apenas compreendem o que eles dizem e procuram ex-plicar aos filhos. Já a alternativa “d” está incorreta porque as mães não traduzem a linguagem das crianças para os médicos; elas traduzem o que os médicos dizem para os filhos.

23. Leia os trechos:

“– Mãe, alguém ligou pra mim? – pergunta você ao chegar do colégio.

– Ah! Não sei quem ligou pedindo pra você fazer não sei o quê, não sei onde e disse que era urgente.” (L. 7-9)

“A sua irmã pediu para uma amiga comprar para ela o livro

Conferir Dica 3

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

Dizem que os cães vêem as coisas e a pessoa, com a maior boa vontade, acredite, voltou dizendo que não achou em nenhuma livraria Os cachorros que falam.” (L. 13-15)

Sobre os trechos acima, podemos entender que as pessoas não conseguem comunicar-se

porque

a) algumas não se expressam de forma compreensível, e outras são desatentas.

b) muitas não se preocupam em utilizar a linguagem culta.

c) muitas delas utilizam uma linguagem incorreta.

d) algumas utilizam a linguagem de sinais, e as outras não as compreendem.

Na questão 23, é exigido que seja estabelecida relação entre informações de um mesmo texto. São apresentadas duas ocorrências de discurso direto e uma de discurso indireto retiradas do texto. Nas duas ocorrências de discurso direto, fica evidente que as personagens não conseguem se comunicar de forma compreensível; já na ocorrência de discurso indireto, fica evidente que a dificuldade de comunicação ocorre por causa da falta de atenção. O enunciado solicita que, com base nos trechos apresentados, seja identificada a alternativa que ex-plique por que as pessoas não conseguem se comunicar. A alternativa “a” é a correta. As demais alternativas distanciam-se completamente do que é apresentado pelo texto.

24. Leia o trecho:

“– Meu amor, você só tem ‘crise de garganta’ e ‘dor de cabeça’.” (L. 24)

No período acima, as expressões foram destacadas por as-pas simples para

a) contradizer o diagnóstico do médico.

b) esclarecer duas expressões pouco usadas na lingua-gem popular.

c) alertar sobre a gravidade das doenças.

d) criticar o vocabulário do médico.

Dica 11

Professor, a questão 23 requer que seja

reconhecida a relação entre informações em um mesmo texto. Para

trabalhar essa habilidade em sala, veja as aulas

5 e 6 da unidade 14 do AAA4.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

A questão 24 requer que diferentes estratégias sejam utilizadas para construir significado de expressões. É apresentado um trecho da fala da mãe. Considerando esse trecho, o enunciado solicita que seja encontrada a alternativa que explique por que as aspas simples foram utilizadas em duas expressões: crise de garganta e dor de cabeça. Para responder à questão, será necessário retomar a leitura do texto para entender em qual contexto as expressões que estão entre aspas foram proferidas. A mãe utilizou essas expressões para explicar, traduzir al-guns termos médicos apresentados no diagnóstico do filho. Assim, as aspas simples foram utilizadas para indicar que as expressões estavam esclarecendo termos pouco conhecidos (alternativa “b”). As alternativas “a”, “c” e “d” distanciam-se completamente das ideias apresentadas no texto.

25. Leia o trecho:

“Você me entendeu? Que bom! Já é um começo...” (L. 31)

Esse trecho refere-se à fala

a) da irmã do narrador.

b) do próprio narrador.

c) da mãe do personagem.

d) do médico.

A questão 25 requer que seja reconhecida a fala do narrador e dos personagens. Para responder à questão, é preciso retomar a leitura da última parte do texto. Nessa parte final, o narrador interrompe a nar-rativa e apresenta algumas reflexões; ao terminar tais reflexões, refere-se ao leitor, questionando se houve entendimento do que foi apresentado no texto. É justamente essa parte em que o narrador dialoga com o lei-tor que é apresentada na questão. Assim, o trecho destacado refere-se à fala do próprio narrador (alternativa “b”). As alternativas “a”, “c” e “d”, apesar de incorretas, poderiam atrair os alunos porque se referem a personagens presentes no texto.

Conferir Dica 7

Conferir Dica 4

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

TEXTO 4

O texto 4 pertence ao gênero história em quadrinhos e foi produ-zido por um dos mais famosos cartunistas brasileiros, Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica. Chico Bento, que pertence à Turma da Mônica, é o personagem principal da história. Chico é um menino que mora na zona rural e que, portanto, apresenta as características típicas dos moradores desse local, ressaltando-se o dialeto utilizado pelo perso-nagem. Destaca-se que os quadrinhos do Chico Bento podem ser usados em sala de aula como um rico material que possibilita a explicitação de diferenças linguísticas por meio de comparações. O dialeto caipira de Chico pode ser utilizado para uma discussão sobre diversos aspectos relacionados à língua. Nos quadrinhos apresentados na prova, Chico conversa com sua professora sobre a lição de casa. Vale destacar que os quadrinhos combinam linguagem verbal (narrativa escrita e falada colo-cada em legenda e em balão) e linguagem não-verbal (imagem); nesse gênero, palavra e imagem possuem praticamente o mesmo peso. Sendo assim, os quadrinhos, quase sempre do tipo narrativo, apresentam uma interação entre palavras e imagens.

Ainda sobre o dialeto de Chico Bento, vale registrar que a de-nominação “dialeto caipira” não deve ser lida com discriminação. Ao contrário, é uma designação linguística oficial dada a um dialeto presente em várias regiões do Brasil, com marcas bem definidas, como a presença do “r” alveolar retroflexo, também chamado de “r” caipira (o mesmo “r” do inglês “car”). Em hipótese alguma, deve-se ler “dia-leto caipira” como “dialeto inferior”. A ciência linguística é isenta de

LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTO(QUESTÕES EXTRAS)

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

julgamentos subjetivos e tem atestado, cientificamente, o pleno valor de todas as variantes linguísticas encontradas no Brasil, as quais ali-mentam e são alimentadas por todas as identidades culturais presentes em nosso país.

26. Leia com atenção a tirinha de Chico Bento, persona-gem da Turma da Mônica e marque a alternativa mais adequada:

a) os móveis e a professora nos permitem identificar o ambiente da história: a sala da diretora.

b) Chico Bento tenta se justificar por não ter feito a tarefa de casa, mas fala tudo errado e professora não compreende.

c) a forma de Chico Bento ao falar revela sua identidade de menino do campo, de origem rural, onde muitas pessoas falam dessa forma.

d) a professora finge não compreender o que Chico Bento diz.

A questão 26 requer várias habilidades do aluno: localização de informação, realização de inferências, reconhecimento de variações linguísticas. É importante destacar que, para responder à questão, o leitor deverá ter uma compreensão global dos quadrinhos, nos quais há um jogo interessante de palavras. No primeiro quadrinho, Chico, assustado e temeroso, pergunta à professora se ela o castigaria por alguma coisa que ele não fez. A professora, logicamente, responde que não o castigaria; ninguém é castigado por aquilo que não fez. No segundo quadrinho, Chico, mais tranquilo, revela à professora que ele não havia feito a lição de casa. Constata-se, então, que a tranqui-lidade de Chico no segundo quadrinho é devido à resposta dada pela professora, que disse que não o castigaria por nada que ele não tivesse feito. Chico, entretanto, deixou de cumprir sua obrigação e, nesse caso, não fazer alguma é passível de punição. Por isso, as feições da professora, no segundo quadrinho, indicam surpresa, demonstrando que ela havia entendido equivocadamente a pergunta de Chico. Ela não havia entendido que a pergunta do garoto estava relacionada a um descumprimento de suas obrigações; por isso, a professora disse que não o castigaria, pois não compreendeu o que Chico realmente quis dizer com a expressão “arguma coisa qui eu num fiz”. Obvia-mente, Chico criou uma situação favorável a si, usando espertamente as palavras para tal. Tendo alcançado o entendimento dos quadrinhos, é possível passar para a análise dos itens. Para analisar a alternativa “a”, o aluno precisa fazer uma leitura das imagens dos quadrinhos,

Dica 1 – EXTRA

As questões 26, 27, 28 e 29 requerem atividades

relacionadas a processos de leitura. Para trabalhar as habilidades exigidas

nessas questões, reveja as seções 2 e 3 da unidade

14, e seção 1 e 2 da unidade 15 da TP4. No

Caderno de Atividades de Apoio à Aprendizagem 4 (AAA4), há sugestões de aulas para trabalhar essas habilidades: veja

as aulas 6, 7 e 8 da unidade 13, aulas 4 a 8 da unidade 14 e aulas 1 a 6 da unidade 15. Para ajudar na reflexão sobre as estratégias de leitura para a identificação das informações implícitas,

veja a seção 3 da unidade 20 do TP5 (significados

implícitos).Essas questões também

tratam de variação linguística. Pesquise as unidades 1 e 2 do

TP1, que abordam essa temática. Procure discutir o tema em sala de aula.

Para isso, veja a proposta da aula 7 da unidade 1 do TP1, que apresenta uma ótima crônica cujo tema

é variação linguística. Consulte a aula 8 da

unidade 1 do TP1, que propõe a discussão de

questões sobre variação linguística. Outras aulas sobre variação também devem ser consultadas:

aulas 3 e 4 da unidade 1 do TP1; e aulas 1, 2, 7 e 8

da unidade 2 do TP1.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

que permitem identificar que o ambiente da história é uma sala de aula (presença da carteira de Chico e da mesa da professora, que está trabalhando nela); sendo assim, a alternativa “a” mencionada anterior-mente está incorreta, visto que o ambiente não é a sala da diretora. A alternativa “b” está incorreta porque Chico não tenta justificar por que não fez o dever de casa, ele apenas comunica que não o fez; além disso, não há erros na fala do garoto. A alternativa “d” está incorreta porque a professora não finge não compreender o que Chico diz, ela simplesmente entende equivocadamente o que o menino diz. A alternativa “c” é a correta, pois ela indica que o falar de Chico reflete suas origens de menino da zona rural.

27. Ainda sobre a tirinha de Chico Bento, releia o trecho “Fessora! A sinhora ia mi castiga pur arguma coisa qui eu num fiz?” e responda:

a) a expressão do rosto de Chico Bento, ao falar essa frase, revela preocupação.

b) se Chico Bento tivesse que escrever o que fala, segun-do as normas da língua escrita padrão, ficaria assim: Professora! A senhora ia me castigá por alguma coisa que eu não fiz?

c) em algumas regiões do país as pessoas falam de forma diferente; por isso, falam errado.

d) Chico Bento representa as crianças que não sabem se comunicar bem.

A questão 27 requer algumas habilidades do aluno: localizar informações, reconhecer variações linguísticas e reconhecer o valor expressivo de recursos gráficos e o efeito de sentido gerado por eles. Para responder à questão, deve-se observar atentamente o enunciado, que nos remete ao 1º quadrinho. Para analisar a alternativa “a“, é preciso fazer uma leitura das imagens do quadrinho 1. Ao fazer essa leitura, constata-se que a expressão do rosto de Chico realmente revela preocupação. A alternativa “a”, portanto, é a correta. Na alternativa “b”, se formos considerar as normas da língua escrita padrão, a for-ma verbal “castigá” deveria ser substituída por “castigar” e o verbo auxiliar aí deveria estar no futuro do pretérito: “A senhora iria me castigar por alguma coisa que eu não fiz?”. Dessa forma, conclui-se que a alternativa “b” está incorreta. A alternativa “c” está incorreta porque falar diferente não significa falar errado. Essa alternativa per-mite fazer uma reflexão sobre a diversidade do português falado no Brasil. A alternativa “d” está incorreta e, assim como a “c”, denota

Conferir Dica 1 – EXTRA

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

preconceito linguístico ao considerar que aqueles que utilizam de-terminado dialeto, no caso o dialeto caipira de Chico Bento, falam errado e não se comunicam bem.

TEXTO 5

Informação Globalizada (Charge)

O texto 5, Informação Globalizada, é uma charge. Charge é uma ilustração que costuma satirizar, de forma crítica, os acontecimentos sociais e políticos. O conteúdo humorístico é muito importante nesse

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

gênero. Para ler e compreender charges, é preciso estar atento não só à ilustração, mas também ao título, quando houver, e ao texto verbal. Na charge em questão, o título nos conduz à ideia de globalização. Essa ideia é reforçada por meio da ilustração, que apresenta um homem em cima do planeta Terra, assistindo à televisão, que noticia eventos que estão ocorrendo do outro lado do mundo. Além dessa ideia de globalização sugerida pelo título, é importante destacar a fala do ho-mem que representa o personagem principal da charge; ele considera benéfico que o mundo arda do outro lado, ou seja, o homem se mostra aliviado porque a explosão de violência, conforme vê no noticiário, ocorre longe dele. Destaca-se, ainda, o papel do helicóptero da TV, que filma as cenas de violência, que são transmitidas diretamente para o outro lado do mundo, onde o homem, confortavelmente, acompanha o desenrolar dos fatos. Porém, esse conforto é falso, uma vez que o mundo “prestes a explodir” que o homem vê pela TV é o mesmo em que ele vive. Logo, se o mundo for destruído, ele, o homem, também o será. Há, ainda, na charge a presença de um anjo, cuja atitude, fe-char os ouvidos antes da explosão, denota que nem mesmo os céus são capazes de deter o poder de (auto)destruição do homem. Por fim, , destacamos que, numa charge, o verbal e, especialmente, o não-verbal têm extrema importância.

28. O assunto da charge acima é:

a) a tecnologia da informação.

b) a indiferença da humanidade a respeito da violência existente no mundo.

c) os efeitos benéficos da transmissão pela TV, ao vivo, de tudo o que acontece no mundo.

d) a poluição no meio ambiente.

A questão 28 requer a percepção de informações implícitas. Para responder a essa questão, é preciso que seja feita uma leitura da charge, considerando todos os seus elementos: ilustração e texto verbal (incluindo o título). É solicitado que seja encontrada a alter-nativa que traz o assunto da charge. A alternativa “a” está incorreta porque a charge não trata da tecnologia de informação; o texto apre-senta como assunto uma das características da sociedade em época de globalização: a indiferença em relação ao outro, mesmo que você mesmo possa vir a ser afetado por tal indiferença. A alternativa “b” é a correta, visto que a charge mostra como o homem se apresenta

Conferir Dica 1 – EXTRA

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

indiferente ao que ocorre em outras partes do mundo, longe de onde ele se encontra; destaca-se que essa indiferença pode ser percebida pela fala do personagem. A alternativa “c” está incorreta porque não são apresentados na charge efeitos benéficos da transmissão pela TV. A alternativa “d” é muito restritiva, uma vez que o problema apre-sentado não é apenas a poluição, mas todos os riscos de destruição completa do planeta.

29. Ao ler a imagem, o leitor lê além das palavras. Quanto à ilustração da charge, é possível afirmar que:

a) a posição do homem do lado oposto ao problema ajuda a resolver o problema.

b) os telespectadores da TV de hoje são levados a pensar que os problemas estão sempre longe deles.

c) o anjo no canto inferior esquerdo da charge não sabe o que está acontecendo, mesmo assim tampa os ouvidos.

d) no helicóptero próximo ao pavio, há um homem fil-mando a chama, preocupado em salvar o planeta.

A questão 29 requer a percepção de informações implícitas e o uso de diferentes estratégias para a construção de significado. O enunciado indica que, para responder à questão, é necessário fazer uma leitura da ilustração. Apesar de o enunciado fazer essa indicação, o aluno precisará considerar também o texto verbal. A alternativa “a” está incorreta porque a posição do homem do lado oposto ao problema não ajuda a resolver nada, mesmo porque o homem não demonstra interesse em fazer isso, o que fica evidente em sua fala: “menos mal que o mundo arde sempre por outro lado”. A fala do homem também indica que ele acredita que o problema está longe dele, a expressão “menos mal” confirma essa crença; sendo assim, a alternativa “b” está correta. A alternativa “c” está incorreta porque o anjo tampa os ouvidos, demonstrando justamente saber o que está acontecendo; a ação de tampar os ouvidos indica uma tentativa de se proteger ante os acontecimentos destrutivos e inevitáveis. A alternativa “d” está incor-reta porque o homem do helicóptero não está preocupado em salvar o planeta, mas sim em filmar os acontecimentos para transmitir ao vivo tudo o que acontece ao redor do mundo.

Conferir Dica 1 – EXTRA

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

30. Ao ler o texto 4 (Chico Bento na Escola) e o texto 5 (Informação Globalizada), observamos algo em co-mum. Releia os textos e responda:

a) ambos são quadrinhos narrativos.

b) ambos são textos de humor.

c) o texto 5 pode ser uma ironia sobre a programação da TV.

d) o texto 4 pode ser uma ironia sobre as tarefas de casa na escola

A questão 30 requer as seguintes habilidades: relacionar textos de gêneros diferentes (história em quadrinhos e charge) e relacionar infor-mações entre diferentes textos. A alternativa “a” está incorreta porque o segundo texto é uma charge, e não quadrinhos narrativos. Apenas os quadrinhos são aí um texto de humor; por isso, a alternativa “b” está incorreta. A alternativa “d” está incorreta porque não há ironia no texto do Chico Bento. A alternativa “c” é a correta porque se pode considerar que na charge há uma ironia sobre a programação de TV.

Dica 2 – EXTRA

A questão 30 exige que sejam reconhecidas

características e finalidades de diferentes

gêneros, bem como a relação entre esses

gêneros. Para explorar essas habilidades em sala,

reveja as características que levam à classificação

de um gênero textual na unidade 9 do TP3. Consulte também a

unidade 12 do TP3: a interrelação entre gêneros e tipos textuais. No AAA3,

observe as aulas da unidade 9, especialmente as aulas 1 e 2; a aula 1, por exemplo, traz uma atividade que ajuda o

aluno a fazer uso de seus conhecimentos prévios

para reconhecer gêneros textuais.

Essa questão também requer que seja

reconhecida a relação entre informações entre diferentes textos. Para

trabalhar essa habilidade em sala, veja as aulas

5 e 6 da unidade 14 do AAA4.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

ENTRADA – 6ª SÉRIE (7º ANO)

QUESTÃO

PRODUÇÃO DE TEXTO

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

Observe as cenas acima e, a seguir, crie uma história, usando os elementos que compõem uma narrativa dialogada (descrição dos personagens e do ambiente, indicação da época, criação de uma trama, de um momento de tensão, de um desfecho inesperado...). Não se esqueça de dar um título interessante à sua história.

A questão de Produção de Texto da 6ª série requer que seja produ-zida uma narrativa. O enunciado da questão solicita que o aluno observe as cenas apresentadas na prova para criar uma história. Assim, para redigir sua narrativa, o aluno deverá ter habilidade para construir sentido em textos que utilizam linguagem não-verbal, que é o caso dos quadrinhos que fazem parte da questão.

O enunciado ainda especifica que a narrativa deve ser dialogada. Sendo assim, o aluno precisará utilizar o discurso direto em sua história. Destaca-se que o enunciado também apresenta os elementos que com-põem a narrativa e que, portanto, deverão estar contemplados no texto: descrição dos personagens e do ambiente, indicação da época, criação de uma trama, de um momento de tensão, de um desfecho inesperado.

Dessa forma, o aluno deverá ser capaz de compreender o texto não-verbal que terá de ser utilizado como base para sua produção e deverá também considerar elementos que são fundamentais para uma narrativa.

O enunciado ainda solicita que seja atribuído um título interessante à história. Cabe reforçar que um título interessante deve atrair a atenção do leitor e, ao mesmo tempo, sintetizar o conteúdo do texto.

QUESTÃO EXTRA

Imagine que você acaba de ganhar um diário muito bonito no qual você poderá registrar suas histórias de alegria e de dor, suas conquistas e suas perdas e todos os outros pensamentos.

A partir de agora, você fará deste livro seu companheiro fiel, seu amigo inseparável, seu conselheiro para as horas mais difíceis. Seu diário será seu porto seguro para tudo o que quiser registrar.

Comece então... Não perca tempo!

Professor, para explorar a sequência tipológica

narrativa em sala, veja a unidade 11 do TP3.

É importante também trabalhar o planejamento

do texto escrito; para isso, consulte a unidade 22 do TP6;

nessa unidade, observe atentamente a seção 3, que traz atividades

de planejamento e escrita, considerando a construção e a revisão textual. Veja também a

unidade 22 do AAA6, que apresenta exemplos de aula de planejamento e

escrita.Consulte a aula 2 da

unidade 11 do AAA3. O objetivo dessa aula

é ajudar os alunos a sistematizar os

conhecimentos sobre o tipo textual narrativo.

Destaca-se que o texto trabalhado na referida aula é quase todo em

discurso direto.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 6a série (7o ano)

Registre aqui como foi seu dia de ontem (atividades, encon-tros, pessoas, sentimentos, desejos, medos e saudades).

Meu diário especial...

A questão extra de Produção de Texto da 6ª série requer a produção de um gênero bastante conhecido pelos jovens, o diário. O enunciado indica que esse diário será para registrar histórias pessoais de alegria e de dor, conquistas e perdas; portanto, os escritos serão pessoais, devendo ser registrados fatos, relatos, desabafos, impressões. Destaca-se que, em um diário, são relatados os acontecimentos do dia-a-dia, seguidos de opiniões, impressões, confissões.

Vale reforçar que a questão solicita que seja registrado um dia no diário e indica que deverão ser relatados os encontros, as atividades, os sentimentos vividos nesse dia.

Professor, para trabalhar o gênero diário, é preciso

explorar a sequência tipológica narrativa,

que está apresentada na unidade 11 do TP3.Devemos considerar

também a importância de trabalhar o planejamento

do texto escrito; para isso, consulte a unidade 22 do TP6;

nessa unidade, observe atentamente a seção 3, que traz atividades

de planejamento e escrita, considerando a construção e a revisão textual. Veja também a

unidade 22 do AAA6, que apresenta exemplos de aula de planejamento e

escrita.Consulte também o

“avançando na prática” da seção 1 (p. 91) da

unidade 22 do TP6, que sugere a elaboração de um texto, antecedida por uma atividade de

planejamento.

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

SÉRIE(8º ANO)ENTRADA

Comentários sobre os descritores

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

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7a Série (8o Ano) – Ensino Fundamental – Língua PortuguesaDescritores de Entrada – Leitura e Compreensão de Textos

D1Localiza informações explícitas em um texto.

Esse descritor avalia a habilidade de o aluno localizar uma informação solicitada. A informação solicitada pode estar expressa literalmente no texto. Pode ser também que o aluno tenha de localizar uma informação tendo de lidar com paráfrases. O aluno deve ser capaz de retomar o texto para localizar, dentre outras informações, a que foi solicitada.

D2 Percebe informações implícitas em um texto.

Esse descritor avalia a capacidade de o aluno fazer inferências. Destaca-se que as informações implícitas são aquelas que não estão explicitamente no texto e que, por isso, precisam ser construídas pelo leitor com base nas pistas textuais. O aluno deve apreender o texto como um todo. Para chegar à resposta, deve ser construído gradativa-mente o sentido do texto, sendo estabelecidas relações entre o texto e os conhecimentos prévios do leitor.

D3Desenvolve a interpretação, integrando texto verbal e não-verbal.

Esse descritor avalia a habilidade de o aluno utilizar elementos não-verbais como apoio na construção de sentido bem como avalia a capacidade de interpretar textos que utilizam a linguagem verbal e não-verbal. É preciso que o aluno reconheça a relação entre o verbal e o não-verbal.

D4Reconhece, no texto, marcas de variações linguísticas.

Esse descritor avalia a capacidade de o aluno reconhecer os diversos usos linguísticos. É preciso que o aluno reconheça as razões dos diferentes usos e identifique quando é utilizada a linguagem formal, informal, técnica, regional, diacrônica, dentre outras.

DESCRITORES DA MATRIZ DE REFERÊNCIA

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

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D5Associa diferentes estratégias (marcas fonológicas, gráficas, morfossintáticas e contextuais, bem como verbetes de dicionários) para construir o significado de palavras ou expressões que não são conhecidas.

Esse descritor avalia a habilidade de construir significado de uma palavra ou expressão desconhecida com base em marcas fonológicas, gráficas, morfossintáticas ou com base em verbetes de dicionário. O aluno deverá identificar sentidos, considerando a forma em que as palavras se apresentam.

D6Identifica dois ou mais vocábulos que tenham a mes-ma referência (um nome e um pronome, um nome e outra expressão lexical referente a ele, etc.).

Esse descritor avalia habilidades relacionadas ao reconhecimen-to da função dos elementos que dão coesão ao texto. O aluno deverá reconhecer as relações estabelecidas entre as partes do texto. Para isso, deverá identificar, por exemplo, quais palavras estão sendo substituídas e/ou repetidas para facilitar a continuidade do texto e a compreensão de sentido.

D7Reconhece, no texto, o valor expressivo dos recursos linguísticos e extralinguísticos (escolha de termos e expres-sões; uso dos sinais de pontuação; recursos gráficos) e o efeito de sentido gerado por eles.

Esse descritor permite avaliar a habilidade de reconhecer a mu-dança de significado advinda da escolha de uma determinada palavra ou expressão, que poderá assumir sentido conotativo. O aluno deverá perceber os efeitos de sentido presentes no texto a partir da escolha do vocabulário. Esse descritor também avalia a habilidade de identificar o sentido que um sinal de pontuação ou um recurso gráfico provoca. O aluno deverá identificar as mudanças de sentido decorrentes do uso de diversos sinais de pontuação e de recursos gráficos.

D8Reconhece as relações lógico-discursivas no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc.

Esse descritor avalia habilidades relacionadas ao reconheci-mento das relações de coerência no texto, marcadas por conjunções, advérbios. É solicitada ao aluno a percepção de determinada relação lógico-discursiva, marcada, muitas vezes, por expressões de tempo, de lugar, de comparação, de causalidade, de anterioridade, de posteridade, de simultaneidade, entre outras. O aluno deverá também identificar elementos que explicam essa relação.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

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D9Relaciona (por comparação de características e fi-nalidades) textos de gêneros diferentes (notícia, narrativa ficcional, texto expositivo, propaganda, anúncio, bilhete, carta, charge, tirinha, etc.).

Esse descritor envolve a habilidade de comparar textos de di-versos gêneros. O aluno deverá reconhecer o gênero ao qual se refere o texto-base, identificando, assim, a finalidade do texto: informar, ins-truir, convencer, explicar, etc. O aluno deverá ler textos integrais ou fragmentos de texto pertencentes a diversos gêneros para identificar a finalidade desses textos.

D10 Reconhece a relação entre informações em um mesmo texto ou entre diferentes textos.

Esse descritor avalia a habilidade de compreender o texto não como um simples agrupamento de frases justapostas, mas como um todo composto por ideias articuladas, interligações, relações entre as partes. O aluno deverá compreender o texto e atribuir sentido a ele com base na adequada compreensão de seus componentes. Esse descritor também requer que o aluno reconheça a relação entre ideias apresen-tadas em textos diferentes. Ressalta-se que atividades que envolvem a relação entre informações de textos diferentes requerem que o aluno construa a habilidade de analisar o modo de tratamento do tema dado por autores diferentes, o que pode envolver a comparação de textos de diversos gêneros.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

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DESCRITORES – PRODUÇÃO DE TEXTO

Ao produzir os textos solicitados na avaliação diagnóstica, o aluno deverá demonstrar algumas habilidades, abaixo descritas.

7ª Série (8o Ano)

D1Atende à modalidade de texto solicitada na proposta de produção, considerando o destinatário, a finalidade do texto e as características do gênero textual.

Esse descritor avalia se o aluno é capaz de identificar o gênero solicitado. Reconhecendo o gênero, é possível identificar qual o obje-tivo do texto que deverá ser produzido: informar, comentar, divertir. Esse descritor permite, portanto, avaliar se o tema foi desenvolvido de acordo com o gênero e com a tipologia textual solicitada.

D2Mantém a coerência textual na atribuição de título, na continuidade temática e de sentido geral do texto.

Esse descritor permite avaliar se o aluno encadeia as ideias coe-rentemente, contribuindo para que ocorra progressão temática.

D3Atém-se ao tema solicitado na proposta e o desenvolve com coerência.

Esse descritor avalia a capacidade de selecionar, organizar e relacionar, de forma consistente e coerente, informações e fatos perti-nentes ao tema.

D4Segmenta o texto, utilizando adequadamente a pontu-ação de final e interior de frases.

Esse descritor avalia a capacidade de utilizar a pontuação para a construção do sentido do texto.

D5Utiliza adequadamente os mecanismos de coesão por meio de pronomes, sinônimos, advérbios e conjunções.

Esse descritor avalia a habilidade de o aluno trabalhar com sinônimos, hiperônimos, repetições, reiterações (coesão referencial).

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

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Permite, também, avaliar a habilidade de utilizar conectivos, tempos verbais, sequência temporal, conectores entre vocábulos, entre senten-ças e entre parágrafos.

D6Revela o domínio da grafia convencional das palavras: emprego de letras maiúsculas/minúsculas e notações léxicas (acento, cedilha, til, hífen).

Esse descritor permite avaliar o domínio das convenções da escrita.

D7Demonstra domínio das convenções da língua escrita formal quanto às regras de concordância e regência.

Esse descritor avalia o domínio das normas gramaticais no que diz respeito à sintaxe de concordância e de regência. Essas normas devem contribuir para a coesão e a coerência textuais.

D8Observa, no texto, a separação entre o discurso do narrador e o discurso direto dos personagens e usa marcas dessa separação (travessão, aspas e dois-pontos).

Esse descritor permite avaliar a capacidade de o aluno marcar em seu texto quem fala e a quem se destina por meio de marcas linguísticas. É relevante destacar que pode avaliar também o domínio das variações linguísticas; o aluno deve ser capaz de utilizar a variante adequada ao tipo de texto e à situação de interlocução.

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

SÉRIE(8º ANO)ENTRADA

Comentários sobre as questões

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

Silvia Regina CirinoProfessora e Consultora Natura

Rosana de Assis EusébioAmiga da Silvia e

Consumidora Natura

Bruno Fernandes SanchezAluno da 7ª Série

ENTRADA – 7ª SÉRIE (8º ANO)

TEXTO 1

Gente bonita de verdade1 Bruno é aluno da Escola Estadual 2 Salvador Moya. Lá conheceu a 3 Silvia, professora há 16 anos e 4 também consultora de vendas. A 5 Rosana é amiga da Silvia, adora se 6 cuidar e não deixa de cuidar dos 7 outros. Sempre que pode, compra 8 um produto do Programa Crer Para 9 Ver: camisetas, canetas, cartões e 10 embalagens para presente que aju-11 dam a financiar projetos como o 12 Eco-Moya, da escola da Silvia e do 13 Bruno. Que hoje recicla todo tipo 14 de material, está mais limpa, com 15 os canteiros bem-cuidados e os 16 alunos mais conscientes. Como o 17 Bruno, que hoje faz artesanato 18 com materiais reciclados e se preo-19 cupa com o futuro do planeta. Essa é uma história de gente que gosta da beleza e 20 gosta da verdade. Gente bonita de verdade.

(Revista Cláudia. Edição nº 495. São Paulo: Abril, dezembro/2002, adaptado.)

O primeiro texto − “Gente bonita de verdade” é publicitário e foi retirado de uma Revista de circulação nacional muito voltada para o público feminino. O objetivo do texto é divulgar produtos de um Programa que ajuda no financiamento de projetos sociais. O texto pu-blicitário inclui imagens dos produtos divulgados bem como fotografias de pessoas que foram citadas no texto, por participarem de algum modo do Programa.

Ao todo, foram apresentadas sete questões que tiveram como base o texto “Gente bonita de verdade”.

LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTOS

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

01. Pela leitura do texto, pode-se afirmar que o Programa Crer para Ver está

a) construindo escolas públicas nas periferias das cidades brasileiras.

b) financiando um projeto de reciclagem de papel na Escola Salvador Moya.

c) desenvolvendo pesquisas que transformam a realidade das pessoas.

d) financiando todo tipo de projeto de reciclagem de lixo.

A primeira questão envolve a percepção de informação implícita e trata justamente da temática principal do texto, que é o Programa Crer para Ver. O aluno deverá marcar a alternativa “c”. A alternativa “a” não está adequada porque no texto não se diz que o projeto está construindo escolas públicas nas periferias. Na verdade, o texto faz referência a um projeto de reciclagem desenvolvido por uma escola e financiado pelo Programa. O aluno poderia equivocar-se com a informação sobre as melhorias que o projeto trouxe para a escola e, assim, considerar que o Programa está ajudando a construir escolas. Já a alternativa “b” faz men-ção ao financiamento de um projeto de reciclagem de papel na Escola Salvador Moya. É importante, no entanto, observar que o texto refere-se ao financiamento de projetos, no plural, e não de um projeto em particular. O projeto Eco-Moya realmente é citado, mas como exemplo dos vários projetos financiados pelo Programa, e não como único. A alternativa “d” está incorreta por causa do trecho “todo tipo de projeto de reciclagem de lixo”, já que, como visto, o Programa ajuda a financiar vários projetos, e não somente projetos de reciclagem de lixo, ademais o Progama não tem a pretensão de financiar todos os projetos de reciclagem existentes. Mais uma vez, é cobrado do aluno que ele perceba que o projeto citado no texto foi um exemplo do que o Programa pode financiar; para essa leitura inferencial, é preciso considerar principalmente a palavra “projetos” e a conjunção “como”, que está sendo usada justamente para introduzir um exemplo do que pode ser financiado pelo Programa.

02. A legenda “Gente bonita de verdade” remete a pessoas que estão preocupadas em cuidar

a) somente da aparência física.b) da aparência física e também do bem-estar dos outros e do

meio ambiente.c) somente do meio ambiente.d) da aparência dos alunos das escolas públicas brasileiras.

Dica 1

Professor, as questões 1, 2, 4, 21 e 23 requerem

atividades relacionadas a processos de leitura. Para trabalhar as habilidades

exigidas nessas questões, reveja as unidades 14 e 15 do TP4, “o processo da leitura” e “mergulho no texto”. No Caderno

de Atividades de Apoio à Aprendizagem 4 (AAA4),

há sugestões de aulas para trabalhar essas

habilidades. No AAA4, veja a aula 1 da unidade

13, as aulas 1 e 2 da unidade 14 e as aulas 6 e

7 da unidade 15.Para ajudar na reflexão

sobre significados implícitos na leitura, veja

a seção 3 da unidade 20 do TP5 (significados

implícitos).

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

A questão 2, assim como a questão 1, envolve a percepção de in-formações implícitas. Deve-se ressaltar que essa questão oferece alguma dificuldade na leitura do enunciado, uma vez que requer que o aluno tenha conhecimento prévio sobre o que é uma legenda – texto breve que serve para acrescentar informações à imagem publicada ou ratificar a informação dada visualmente. O aluno precisa fazer uma leitura da legenda, considerando a expressão “bonita de verdade”, que conduz ao entendimento de que a beleza de que trata o texto não se restringe à aparência física. Vários elementos no texto dão indícios do que é ser bonito de verdade: cuidar de si e cuidar dos outros; preocupar-se com o futuro do planeta; gostar de beleza e de verdade. Sendo assim, as alternativas “a” e “c” não poderiam ser consideradas corretas por causa da palavra “somente”, que restringe, na letra “a”, o ser bonito de verda-de à aparência física; e, na letra “c”, restringe ser bonito de verdade à preocupação com o meio ambiente. Já a alternativa “d” faz associações completamente equivocadas, uma vez que indica que “gente bonita de verdade” refere-se àqueles preocupados com a aparência dos alunos das escolas públicas brasileiras; no texto, uma escola pública é citada ape-nas para dar um exemplo de como o Programa pode financiar projetos sociais; nenhum trecho permite inferir que “gente bonita de verdade” está associada à preocupação com aparência de alunos.

03. Leia o trecho:

“Sempre que pode, compra um produto do Programa Crer Para Ver.” (L. 7-9). No trecho, os verbos em destaque referem-se a

a) Rosana.

b) Silvia.

c) consultora de vendas.

d) Bruno.

A questão 3 requer a identificação de dois ou mais vocábulos com a mesma referência. Para chegar à resposta correta, é necessário ler o período anterior ao que foi apresentado no enunciado (Sempre que pode, compra um produto do Programa Crer para Ver). O período anterior refere-se à Rosana, são apresentadas nele suas características: “amiga de Silvia, adora se cuidar e não deixa de cuidar dos outros”. O período seguinte omite o nome Rosana, mas continua apresentando suas características: “sempre que pode, compra um produto do Pro-grama Crer para Ver”. Portanto, todas as outras alternativas, que se referem a outras pessoas citadas no texto, estão incorretas. Destaca-se que as alternativas “b” e “c” referem-se à mesma pessoa, já que Silvia é a consultora de vendas à qual o texto se refere.

Dica 2

Professor, as questões 3, 14 e 24 são sobre coesão referencial. Lembre-se de que coesão referencial é assunto que se encontra na unidade 19 do TP5.

Na p. 137 do referido TP, você poderá encontrar

uma explicação sobre o que é coesão referencial. Há também no TP5 um bom exercício de coesão referencial: a atividade 3 que se encontra nas

páginas 123 e 124. Outros exercícios de

coesão textual podem ser encontrados na unidade

19 do AAA5 (aulas 1, 2, 3, 4 e 5 principalmente).

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

04. Leia:

“Essa é uma história de gente que gosta da beleza e gosta da verdade.” (L. 19-20). O trecho acima, retirado do texto, refere-se

a) à história do encontro entre Silvia, Bruno e Rosana.

b) à reciclagem de materiais realizada na escola Salva-dor Moya.

c) às ações praticadas por Silvia e Bruno.

d) a todos os fatos mencionados no texto.

A questão 4 exige que o aluno estabeleça relação entre informa-ções em um texto. O enunciado traz o penúltimo período do parágrafo e solicita que o aluno identifique a alternativa à qual esse período se refere. Ressalta-se que, para responder a essa questão, é necessário que o leitor seja capaz de fazer uma síntese do texto, retomando o que foi abordado. As alternativas “a”, “b” e “c” referem-se a fatos retirados do texto, entretanto, como o período apresentado no enunciado é uma síntese do texto, a alternativa mais adequada seria a “d”, que faz refe-rência a todas as outras.

05. Em “Silvia é gente que ensina enquanto aprende.”, a palavra sublinhada indica que a ação de “aprender”, realizada pela professora Silvia, ocorre

a) antes do ato de ensinar.

b) depois do ato de ensinar.

c) simultaneamente ao ato de ensinar.

d) somente antes ou depois do ato de ensinar.

A questão 5 requer que sejam reconhecidas relações lógico-discursivas. Nessa questão, o aluno deverá reconhecer a relação de tempo estabelecida pela conjunção “enquanto” no fragmento “ensina enquanto aprende”. Para responder à questão, é necessário reconhecer que essa conjunção indica fatos que ocorrem simultaneamente. Sendo assim, as alternativas que indicam que aprender ocorre ante ou depois do ato de ensinar (a, b e d) estão incorretas.

Conferir Dica 1

Dica 3

Professor, as questões 5, 6 e 19 são sobre

coesão sequencial. Na p.151 do TP5, há uma

explicação sobre coesão sequencial; é importante

revê-la. Para trabalhar coesão sequencial, além de exercícios sugeridos na seção 3 da unidade 19 do TP5, há também atividades sugeridas no AAA5 (aulas de 1 a 5 da

unidade 19). Para trabalhar a relação lógica de temporalidade, abordada nas questões 5, 6 e 19 da avaliação diagnóstica, releia as

páginas 184 e 185 do TP5 e veja também a atividade

3 da p. 186. No AAA5, veja as aulas 3 e 4 da

unidade 20.

Page 113: Caderno Provas Portugues+17!11!09

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

06. Leia o período:

“Lá conheceu a Silvia, professora há 16 anos e também consultora de vendas.” (L. 2-4)

É possível substituir o termo sublinhado, mantendo o mesmo sentido, por

a) de 16 anos.

b) faz 16 anos.

c) com 16 anos.

d) a 16 anos.

A questão 6 também requer que sejam reconhecidas relações lógico-discursivas. Nessa questão, o aluno deverá reconhecer que o verbo “haver” presente no período “há 16 anos” indica tempo transcorrido. Para localizar a alternativa correta, será necessário re-conhecer qual delas apresenta um termo que possa substituir “há 16 anos”, mantendo a mesma relação de tempo transcorrido. A alterna-tiva correta, portanto, é a “b”, que apresenta o termo “faz 16 anos”, pois, da mesma forma que “haver”, o verbo “fazer” indica tempo transcorrido. As alternativas “a” e “c” estão incorretas porque não substituem o termo sem alterar-lhe o sentido, não estabelecem a rela-ção de tempo apresentada no período. Já a alternativa “d” apresenta a preposição a acompanhando o termo “16 anos”; quanto ao uso da preposição a para estabelecer relação de tempo, cabe reforçar que a referida preposição é utilizada na indicação de um tempo que trans-corre de hoje para o futuro, por exemplo: Silvia está a uma semana de sua formatura. Sendo assim, essa alternativa está incorreta, já que não substitui adequadamente o termo sublinhado.

07. Que produtos do Programa Crer para Ver citados no texto aparecem nas figuras do informe publicitário?

a) camisetas e embalagens para presente.

b) canetas e canecas.

c) camisetas e canetas.

d) embalagens para presente e cartões.

Dica 4

Professor, as questões 7, 22 e 25 envolvem

leitura de imagem em um texto publicitário. Para trabalhar com leitura de imagem, veja a aula 4 da unidade 9 do AAA3 (discutindo a função da imagem nos anúncios). Veja também as aulas

1 e 2 da unidade 15 do AAA4.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

A questão 7 requer que seja feita uma interpretação, integrando texto verbal e não-verbal. Para responder a essa questão, é necessário que sejam identificados no texto os produtos do Programa. Depois de identificados os produtos do Programa, devem ser observados quais desses produtos estão representados nas figuras. No texto, são citados os seguintes produtos: canetas, cartões e embalagens para presentes, sendo que estão representados nas figuras apenas cartões e embala-gens para presentes. As alternativas “a” e “c” estão incorretas porque citam um produto que não consta no texto: camisetas. Já a alternativa “b” refere-se a outro produto que não se encontra no texto: canecas. Apenas a alternativa “d” faz referência a produtos citados no texto e representados nas figuras: embalagens para presentes e cartões.

T

TEXTO 2

O pão nosso de cada dia

1 Será que existe uma pessoa no mundo que não gosta de pão? Não foi sem razão 2 que Cristo escolheu o pão para representar seu corpo. Além de ser ótimo, o pão

3 leva uma vantagem imensa sobre todos os alimentos. É, de certa forma, o único

4 que pode ser comido novo ou velho, dormido ou quente. E que mesmo quando

5 está duro, serve para fazer farinha, pudim, rabanada e até para acender churras-

6 queira, quando é molhado no álcool e colocado por baixo do carvão...

7 Além disso, pão combina com tudo. Um simples “pão molhado”, daqueles que

8 são vendidos em botequins, pode ser um acepipe dos deuses, quando o caldi-

9 nho é de primeira. Quem nunca pegou um pedaço de pão e mergulhou no cal-

10 do de carne cozida? Ou no tabuleiro onde um pernil está sendo assado? Pão

11 com lingüiça é ótimo – e com torresmo também. Pão molhado com azeite de

12 lagar é de lamber os beiços.

13 E uma açorda portuguesa, que é sopa feita com pão dormido, muito azeite, coen-

14 tro, cebola?

15 Até quando é ruim, o pão pode ser transformado num bom alimento. Pode ser

16 esquentado, pode ser esfregado com azeite e alho, pode ser cortado em pedaços

17 e torrado no forno. Podia passar o resto da vida falando no bom do pão. O que é

18 mais ou menos chover no molhado, porque todo mundo sabe de suas mil e uma

19 utilidades.

20 Há uns best-sellers: bisnaga com salame – alguém esquece? Ainda mais agora,

21 que a gente pode comprar salame italiano em qualquer delicatessen. Pão quente

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

Dica 5

Professor, as questões 8 e 10 exigem que sejam

utilizadas estratégias diferentes para construir significado. A atribuição de significado é muito

importante para a compreensão global de um texto (veja p. 75 do TP4). Para trabalhar a

construção de significados com seus alunos, veja a

aula 4 da unidade 14 do AAA4.

22 com manteiga, derretendo, uma xícara de café. Ninguém precisa comer mais

23 nada para conhecer o que é bom.

24 O povo francês entende do riscado. No país, o pão é mais do que um alimento, é

25 uma bandeira, é uma identidade, um referencial. É por isso que é tratado com

26 tanta intimidade, vai debaixo do braço sem embalagem, no fim da tarde ou no

27 começo da manhã, pousa em cima do banco da praça numa pausa para o des-

28 canso, aparece em primeiro lugar em todas as mesas de refeição, qualquer que

29 seja a comida pedida. E muitas vezes é a própria refeição; uma baguete inteira,

30 com queijo e presunto alimenta qualquer um...

(Marina, Anna. Estado de Minas, 10 jul. 1998.)

O texto 2 é uma crônica retirada de um jornal que circula no Estado de Minas. Cabe reforçar que, quanto ao estilo, a crônica é um texto breve, simples, de interlocução direta com o leitor e com marcas típicas da oralidade. A crônica “O pão nosso de cada dia” trata de um tema familiar, o pão. O desenvolvimento do texto é norteado pela per-gunta inicial: “Será que existe uma pessoa no mundo que não gosta de pão?”. A partir dessa pergunta retórica, são enaltecidas as características desse alimento.

08. Leia os fragmentos retirados do texto:

“Um simples “pão molhado”, daqueles que são vendidos em botequins, pode ser um acepipe dos deuses (...)” (L. 7-8)

“Pão molhado com azeite de lagar é de lamber os beiços.” (L. 11-12)

Leia, agora, o significado das palavras destacadas, de acordo com o dicionário:

acepipe: comida fina, iguaria, petisco.

lagar: espécie de tanque onde se espremem as azeitonas para a produção de azeite.

Com base na leitura do texto e nos significados dos termos acima, pode-se afirmar que

a) um pão molhado pode tornar-se uma comida refinada, e é delicioso o pão molhado em azeite produzido em certo tipo de tanque.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

b) o pão molhado é uma comida barata de botequim, e fica gorduroso o pão molhado em azeite puro.

c) um simples pão molhado é uma comida cara, e é gostoso o pão molhado em azeite de tanque.

d) um pão molhado pode tornar-se uma comida deliciosa, e é indigesto o pão molhado em azeite puro.

A questão 8 requer que seja feita associação de diferentes estra-tégias para construir o significado de palavras ou expressões que não são conhecidas. Para isso, foram retirados dois trechos do texto nos quais apareciam dois vocábulos pouco familiares: acepipe e lagar, cujos significados foram apresentados na própria questão. Para responder à questão, seria necessário fazer uma leitura dos trechos, considerando o significado das duas palavras, acepipe e lagar. A tarefa exige que o aluno seja capaz de fazer paráfrases, ou seja, que ele seja capaz de reescrever trechos utilizando palavras diferentes e mantendo o mesmo sentido. A alternativa “a” era a única em que havia uma proposta de reescritura dos trechos sem lhes alterar o sentido; as demais alteravam. Para identificar os erros das alternativas, é necessário observar que nos dois fragmentos estão sendo tecidos elogios ao pão: acepipe dos deuses; é de lamber os beiços. Observando isso, chega-se à conclusão de que as alternativas “b”, “c” e “d” estão incorretas, uma vez que atribuem alguma característica negativa ao pão.

09. Leia o trecho abaixo:

“E uma açorda portuguesa, que é sopa feita com pão dor-mido, muito azeite, coentro, cebola?” (L. 12-13)

O termo sublinhado no período acima remete a um

a) pão que só será produzido no dia seguinte.

b) pão que não foi consumido no mesmo dia de sua fa-bricação.

c) tipo de pão muito barato, próprio para fazer a açor-da.

d) tipo de pão que só pode ser consumido no outro dia.

Dica 6

Professor, para trabalhar a expressividade da

linguagem , releia a seção da unidade 8 do TP2. Veja as aulas 1 e 2 da unidade

8 do AAA2.

Page 117: Caderno Provas Portugues+17!11!09

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

Conferir Dica 5

A questão 9 solicita que seja reconhecido o valor expressivo dos recursos linguísticos e o efeito de sentido. É retirado um fragmento do texto para que o aluno identifique o efeito de sentido do termo dormido em “pão dormido”. Para responder a essa questão, o ideal seria que os alunos já trouxessem para a leitura o conhecimento prévio de que essa expressão, muito utilizada no cotidiano, é utilizada para referir-se ao pão que não é consumido no mesmo dia em que é feito (alternativa “b”). A alternativa “a” seria aquela que deveria atrair me-nos respostas, uma vez que se refere a um pão que só será produzido no dia seguinte, o que se distancia muito do sentido de “dormido”. A alternativa “c” aponta que o pão dormido é um tipo de pão barato, entretanto a palavra “dormido” tem relação com o consumo, e não com o preço do produto. Já a alternativa “d” é a que mais poderia confundir os alunos, pois se refere ao pão dormido como se só pu-desse se consumido no dia seguinte. Apenas uma palavra torna essa alternativa incorreta: “só”.

10. Leia o trecho abaixo:

“Há uns best-sellers: bisnaga com salame – alguém esquece? Ainda mais agora, que a gente pode comprar salame italiano em qualquer delicatessen. Pão quente com manteiga, derretendo, uma xícara de café. Ninguém precisa comer mais nada para conhecer o que é bom.” (L. 20-23)

Agora, leia o significado de

best-sellers: 1. os livros de sucesso; 2. produtos muito vendidos.

delicatessen: estabelecimento onde se vendem petiscos re-finados, salgados ou doces.

De acordo com o texto, pode-se substituir as duas expres-sões destacadas por

a) livros mais vendidos / petiscos de sabor refinado.

b) os mais consumidos / lojinha de comidas finas.

c) grandes sucessos / loja de aperitivos.

d) os mais vendidos / padaria e confeitaria.

A questão 10 requer que seja feita associação de diferentes

estratégias para construir o significado de palavras ou expressões que

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

não são conhecidas. Nessa questão, foi utilizada a mesma estratégia da questão 8: apresentar dois fragmentos retirados do texto nos quais haja vocábulos pouco familiares (best-seller e delicatessen) e apresentar o significado desses vocábulos. Para responder à questão, seria necessário fazer uma leitura dos trechos, considerando o significado das duas pa-lavras, best-seller e delicatessen. A tarefa exige que o aluno seja capaz de fazer paráfrases, ou seja, que ele seja capaz de reescrever trechos, utilizando palavras diferentes e mantendo o mesmo sentido. A alter-nativa “b” é que apresenta a paráfrase adequada; as demais deturpam o sentido dos dois vocábulos. Na alternativa “a”, está incorreto sugerir a substituição de delicatessen por petiscos de sabor refinado, uma vez que delicatessen é um estabelecimento que vende petiscos, e não os petiscos. A alternativa “c” pode atrair a atenção dos alunos, uma vez que, para ela ser considerada a mais adequada, faltaria apenas destacar que delicatessen é uma loja de aperitivos refinados. Já a alternativa “d” apresenta confeitaria e padaria como sinônimos de delicatessen, o que está equivocado.

11. Comparando os textos 1 e 2, podemos afirmar que

a) o primeiro é apenas informativo, enquanto o segundo presta um serviço de orientação ao público.

b) ambos têm como objetivo vender um produto.

c) o primeiro concilia informação e intenção de venda de um produto, e o segundo traz informações e re-flexões sobre o tema.

d) ambos vendem um produto, cuja renda deverá ser revertida para uma instituição social.

A questão 11 requer que seja estabelecida relação entre textos de gêneros diferentes. O enunciado solicita que seja feita uma compa-ração entre o texto 1 (publicitário) e o texto 2 (crônica). Para responder à questão, é necessário identificar as características e a finalidade de cada texto. Na alternativa “a”, está incorreto afirmar que o texto 1 é apenas informativo, pois ele também tem intenção de vender um pro-duto; assim como nessa alternativa também está incorreto afirmar que o texto 2 presta um serviço de orientação ao público, já que o texto 2 traz informações e reflexões sobre um alimento, mas não orientações. As alternativas “b” e “d” indicam que ambos teriam como objetivo vender um produto, o que se aplica apenas ao texto 1, por isso elas estão incorretas.

Dica 7

Professor, a questão 11 requer que o aluno seja

capaz de relacionar gêneros textuais. Para

rever questões sobre os gêneros textuais, consulte o TP3, principalmente a

unidade 9. No AAA3, veja as aulas 1 e 2 da unidade 9, que trazem atividades que ajudam a reconhecer

os gêneros textuais.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

12. No período “Há uns best-sellers: bisnaga com salame – alguém esquece?” (L. 20),

o uso do travessão serve para

a) apresentar a opinião da maioria das pessoas sobre bisnaga com salame.

b) inserir o pensamento do autor do texto.

c) marcar a fala do personagem.

a) enfatizar a importância do salame.

A questão 12 requer que seja reconhecido o valor expressivo e o efeito de sentido do uso do travessão em um fragmento do texto. Para responder a essa questão, é necessário perceber que o travessão não está marcando fala de personagens (alternativa “c”) nem a opinião de outras pessoas (alternativa “a”). O travessão está sendo usado justamente para apresentar o pensamento do autor do texto (alternativa “b”).

13. Substituindo a expressão destacada na oração “Ain-da mais agora que a gente pode comprar salame em qualquer delicatessen.” (L. 20-21), teremos, de acordo com o texto:

a) que vocês podem...

b) que nós podemos...

c) que nós poderemos...

d) que vocês poderão...

A questão 13 requer que sejam reconhecidas marcas de variação linguística. Para isso, solicita a substituição da expressão a gente pode, retirada de um fragmento do texto. O aluno, para responder à questão, deve considerar que a expressão “a gente” equivale a “nós”; além disso, é preciso observar que o verbo que acompanha a expressão está na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Reconhecendo que “a gente” equivale a “nós”, são eliminadas as alternativas “a” e “d”, que trazem como substituição da expressão “a gente” o termo “vocês”. Já a alternativa “c” propõe a substituição da expressão “a gente” por “nós” adequadamente, mas o erro está no tempo verbal, que está no futuro. A alternativa correta é, então, a “b”.

Dica 9

Professor, as questões 13 e 18 são sobre variação linguística. Para retomar

esse assunto, leia as unidades 1 e 2 do TP1, que tratam de variantes linguísticas. Atividades

sobre esse tema encontram-se sugeridas

no AAA1 (veja as aulas 4, 6, 7 e 8 da unidade 1 e as aulas 1 e 2 da unidade 2.

Dica 8

Professor, as questões e 12 e 17 requerem que

seja reconhecido o valor expressivo de um sinal

de pontuação. Reflexões sobre pontuação podem

ser encontradas na unidade 6 do TP2. Veja

também, no AAA2, a aula 2 da unidade 6 (a

pontuação e o sentido da frase).

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

14. Leia o trecho abaixo:

“No país, o pão é mais do que um alimento, é uma bandeira, é uma identidade, um referencial.” (L. 24-25)

A expressão “No país” refere-se

a) ao Brasil.

b) à Espanha.

c) à França.

d) a Portugal.

A questão 14 requer que sejam reconhecidos dois vocábulos que tenham a mesma referência. Nessa questão, é preciso fazer uma leitura de dois períodos específicos do texto para respondê-la. O primeiro período que deve ser lido é o que se encontra no último parágrafo: “O povo francês entende do riscado”. Em seguida, há o período que se inicia com “no país” (...). A expressão “no país” tem relação com o povo francês; portanto, o país ao qual o texto se refere é a França. Ressalta-se que a alternativa “b” faz referência a um país que não foi sequer citado no texto, a Espanha. A alternativa “d” faz referência a Portugal, que é citado apenas no terceiro parágrafo do texto. Já a alter-nativa “a”, que se remete ao Brasil, poderia atrair a atenção dos alunos pelo texto fazer referência a alguns hábitos alimentares dos brasileiros que envolvem o pão.

TEXTO 3

Os poderes da mandioca

1 Conta uma lenda indígena que, no princípio dos tempos, a filha de um cacique

2 engravidou sem contato com homem. O cacique não acreditou na história da

3 filha e ficou muito bravo. Até que, em sonho, ele recebeu a visita de um homem

4 branco atestando a inocência da moça. Branca era também a linda indiazinha

5 que nasceu meses depois e recebeu o nome de Mani. Ela foi a alegria da tribo

6 por apenas um ano, quando morreu repentinamente, sem doença nem dor. Para

Conferir Dica 2

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

7 surpresa de todos, do túmulo de Mani brotou um arbusto novo, que fez a terra 8 fender. Os índios cavaram e retiraram grossas raízes, brancas como o corpo da

9 indiazinha. E a planta ficou conhecida como manioca, que significa “casa de Mani”.

10 Desde essa época, a abençoada planta nascida do corpo de Mani tem salvado

11 seu povo da fome. Já era um dos principais alimentos dos indígenas na época do 12 Descobrimento e ainda hoje marca presença no cardápio dos brasileiros de todo 13 o país: com o nome de mandioca, macaxeira ou aipim; cozida, frita ou torrada na

14 forma de farinha, não há quem resista a essa versátil e saborosíssima raiz. E, além

15 de seus múltiplos usos culinários, ela é também matéria-prima para a fabricação

16 dos produtos mais inusitados: cerveja, tecidos, móveis e até plástico biodegradável.

(Adeodato, Sérgio. In: Globo Ciência. Jan/1998. p. 35.)

O texto 3 foi retirado de uma Revista que aborda assuntos relacionados a ciências, história, tecnologia, saúde. O texto retirado da referida revista é informativo e tem como tema os múltiplos usos da mandioca. Nele, há um primeiro parágrafo, introdutório, em que é apresentada a lenda indígena sobre a origem da mandioca. No segundo parágrafo, são apresentados os usos da mandioca.

Foram apresentadas seis questões que têm como base o texto “Os poderes da mandioca”.

15. Com que objetivo o autor redigiu o 1º parágrafo do texto “Os poderes da mandioca”?

a) Narrar a lenda indígena sobre a origem dos índios.

b) Informar sobre a origem da mandioca e de seu nome, de acordo com a tradição indígena.

c) Descrever os vários usos da mandioca.

d) Expor seu ponto de vista sobre os poderes da man-dioca.

A questão 15 requer que sejam reconhecidas as características e a finalidade de um gênero. Nessa questão, é solicitado que o aluno identifique o objetivo do primeiro parágrafo do texto. A alternativa “a” está incorreta porque a lenda indígena apresentada no primeiro

Dica 10

Professor, reveja a diferença entre objetivo e finalidade de um texto na

p. 104 do TP5.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

parágrafo não é sobre a origem dos índios, e sim sobre a origem da mandioca, tema do texto. A alternativa “c” está incorreta porque os usos da mandioca são apresentados apenas no segundo parágrafo. A alternativa “d” esta incorreta porque o primeiro parágrafo não expõe ponto de vista sobre os poderes da mandioca, apenas apresenta a len-da acerca da origem dessa raiz. O objetivo do autor ao escrever o 1º parágrafo foi, portanto, informar sobre a origem da mandioca e de seu nome, de acordo com a tradição indígena (alternativa “b”).

16. Comparando os textos 2 (O pão nosso de cada dia) e 3 (Os poderes da mandioca), que tratam de elementos da culinária, podemos afirmar que

a) o texto 3 informa apenas sobre a versatilidade culi-nária da mandioca.

b) ambos informam sobre a origem de dois alimentos.

c) o texto 2 informa sobre a origem sagrada do pão, e o 3, sobre a versatilidade de uma planta.

d) os textos 2 e 3 informam sobre a versatilidade dos alimentos aos quais se referem.

A questão 16 solicita que seja reconhecida a relação entre infor-mações de textos diferentes. Para responder a essa questão, é necessário que o aluno estabeleça relação entre o texto 2 e o texto 3. A questão requer que o aluno identifique a informação dada em cada texto so-bre os alimentos aos quais eles se referem: pão (texto2) e mandioca (texto3). A alternativa “a” pode ser considerada incompleta, uma vez que o texto 3 não trata apenas da versatilidade culinária da mandioca, já que aborda outros usos além dos culinários para a referida raiz. A alternativa “b” está incorreta porque apenas o texto 3 apresenta uma lenda sobre a origem da mandioca; no texto 2, não há informação sobre a origem do pão. A alternativa “c” está incorreta porque aponta que o texto 2 apresenta a origem sagrada do pão, o que não ocorre. A alternativa correta é, então, a “d”.

17. Leia o trecho do texto 3 abaixo:

“E, além de seus múltiplos usos culinários, ela é também matéria-prima para a fabricação dos produtos mais inusitados: cerveja, tecidos, móveis e até plástico biodegradável.” (L. 14-16)

Dica 11

Professor, as questões 16 e 20 requerem que

seja estabelecida relação entre textos pertencentes

a gêneros diferentes. Veja a atividade 13

da p. 47 do TP4; nela, você encontrará um

exercício que possibilita explorar esse tipo de

habilidade requerida nas questões mencionadas

anteriormente.

Conferir Dica 8

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

Após os dois-pontos, no trecho acima, temos uma

a) enumeração dos principais produtos originados da mandioca.

b) explicação sobre os produtos fabricados com man-dioca.

c) enumeração de produtos que têm a mandioca como matéria-prima para sua fabricação.

d) síntese dos produtos originados da mandioca.

A questão 17 requer que o aluno relacione as informações. Para isso, é apresentado um fragmento do texto. Nesse fragmento, há o uso dos dois-pontos. Para responder à questão, é preciso relacionar as informações apresentadas após os dois-pontos com as outras infor-mações do período. A alternativa “a” está incorreta porque, após os dois-pontos, não são citados produtos originados da mandioca; na ver-dade, é feita uma enumeração de alguns produtos que têm a mandioca como matéria-prima para sua fabricação (alternativa “c”). A alternativa “b” está incorreta porque não há explicação alguma sobre os produtos fabricados com mandioca, eles são apenas apresentados. A alternativa “d” está incorreta porque não há uma síntese dos produtos, e sim uma enumeração.

18. “Mandioca”, “macaxeira” e “aipim” são termos

a) que designam produtos diferentes.

b) utilizados para denominar a raiz de Mani em deter-minadas regiões.

c) utilizados para denominar diferentes pratos feitos com mandioca.

d) usados em todas as regiões do Brasil ao mesmo tempo.

A questão 18 solicita que sejam reconhecidas variações linguís-ticas. O enunciado apresenta três temos citados no texto para referir-se à mandioca (mandioca, macaxeira e aipim). É solicitado que se reconheça que esses termos são utilizados para denominar a raiz em determinadas regiões (alternativa “b”). Para responder a essa questão, além de utilizar conhecimentos prévios sobre as diferentes denomina-ções utilizadas para referir-se à raiz, o aluno deve também apoiar-se no

Conferir Dica 9

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

texto: na terceira linha do segundo parágrafo, há a informação de que a raiz marca presença no cardápio dos brasileiros de todo o país com o nome de mandioca, macaxeira ou aipim. Assim, mesmo se o aluno não soubesse que esses três nomes designam a mesma raiz, o texto deixava claro isso. A alternativa “a”, então, apresenta-se incorreta por afirmar que os nomes designam produtos diferentes, e não o mesmo produto. A alternativa “c” está incorreta porque os termos não designam pratos feitos com mandioca, e sim a própria raiz. Já a alternativa “d” está in-correta porque esses termos são utilizados em determinadas regiões, estando em distribuição complementar (onde um ocorre o outro tende a não ocorrer).

19. Leia o trecho abaixo:

“Desde essa época, a abençoada planta nascida do corpo de Mani tem salvado seu povo da fome.” (L. 10-11)

A expressão destacada no período refere-se à época

a) do Descobrimento do Brasil.

b) em que a planta brotou do túmulo da indiazinha.

c) da gravidez da filha do cacique.

d) do nascimento de Mani.

A questão 19 requer que sejam reconhecidas as relações lógico-discursivas. É retirado do texto um fragmento que se inicia com “desde essa época”. O enunciado solicita que o aluno identi-fique a que época a expressão destacada se refere. Para responder à questão, é preciso voltar ao texto e identificar que a referida ex-pressão inicia o segundo parágrafo fazendo referência à informação apresentada ao final do primeiro parágrafo: no túmulo da indiazinha brotou uma planta que ficou conhecida como manioca. Portanto, de acordo com o texto, desde a época em que a planta brotou do túmulo da indiazinha, ela tem salvado seu povo de fome. A relação que se estabelece, então, é de que a mandioca passou a salvar o povo da fome depois da morte da índia, quando brota em seu tú-mulo a raiz (alternativa “b”); sendo assim, as alternativas “c” e “d”, que se referem a períodos anteriores à morte da índia, nascimento e gravidez, estão incorretas. Já a alternativa “a” está incorreta por-que a expressão “desde essa época” retoma uma informação dada anteriormente, e no texto a informação de que a raiz alimentava os índios na época do descobrimento vem depois.

Conferir Dica 3

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

20. Leia os seguintes trechos:

Texto 2: “E que mesmo quando está duro, serve para fazer farinha, pudim, rabanada e até para acender churras-queira, quando é molhado no álcool e colocado por baixo do carvão...” (L. 4-6)

Texto 3: “(...) com o nome de mandioca, macaxeira ou aipim; cozida, frita ou torrada na forma de farinha, não há quem resista a essa versátil e saborosíssima raiz.” (L. 13-14)

Sobre os termos sublinhados nos fragmentos dos textos, podemos afirmar que

a) os dois produtos são extraídos da mandioca.

b) ambos são subprodutos da mandioca.

c) as duas farinhas são extraídas diretamente de raí-zes.

d) um é subproduto do pão, e o outro é produto da mandioca.

A questão 20 requer que sejam estabelecidas relações entre informações de textos diferentes. Para isso, são apresentados dois fragmentos, retirados dos textos 2 e 3. Nesses dois fragmentos, está su-blinhada a palavra “farinha”. O enunciado solicita que seja marcada a alternativa correta em relação aos termos sublinhados nos fragmentos. Vale lembrar que o texto 1 tem como tema um alimento, o pão, e o texto 2 trata de outro alimento, a mandioca. A alternativa “a” está in-correta porque indica que os dois produtos sublinhados nos fragmentos (farinha) são extraídos da mandioca; no primeiro fragmento, retirado do texto que trata do pão, isso não é verdadeiro. As alternativas “b” e “c” estão incorretas por também associarem a farinha exclusivamente à mandioca, desconsiderando que o texto 1 trata de alimentos feitos com o pão. Está correta, portanto, a alternativa “d”.

Conferir Dica 11

TEXTO 4

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

O cinema engana os olhos da gente

1 Faz cem anos que inventaram o cinema. E nele tudo é mentirinha. As imagens se

2 mexendo na tela não passam de uma ilusão. O homem demorou milhares de anos

3 para realizar o desejo de dar movimento aos desenhos. Nos tempos das cavernas,

4 as pessoas tentavam representar as coisas em movimento. Elas desenhavam, por

5 exemplo, os animais com oito patas. Era o jeito de mostrar o animal correndo.

6 A história do cinema começou com a invenção da fotografia, os homens conse-

7 guiram reproduzir imagens usando luz e produtos químicos.

8 Foram os irmãos Louis e Auguste Lumière que tornaram o cinema possível. Eles

9 inventaram uma máquina que podia projetar imagens impressas (gravadas) em

10 um filme.

11 A primeira sessão de cinema aconteceu em Paris, em 1895. O filme era curtinho

12 e mostrava um trem chegando à estação.

13 Contam que as pessoas ficaram muito surpresas com o trem se aproximando.

14 Teve gente que caiu da cadeira e muitas mulheres gritaram de susto.

(Medeiros, Paula. Folhinha. In: Folha de S. Paulo, 19 maio 1995, adaptado.)

O texto 4 foi retirado de um suplemento de um jornal que circula

no Estado de São Paulo. Esse suplemento é voltado para o público ju-venil. O texto “O cinema engana os olhos da gente” tem como tema o cinema e traz informações sobre a sua história. A linguagem é simples, os parágrafos são curtos. O texto inclui uma sequência de imagens.

Cinco questões foram feitas, tomando como base esse texto.

21. O primeiro parágrafo do texto traz esclarecimentos sobre o título. Qual trecho desse parágrafo explica de fato o título?

a) “Faz cem anos que inventaram o cinema”.

b) “As imagens se mexendo na tela não passam de uma ilusão”.

Conferir Dica 1

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

c) “Nos tempos das cavernas, as pessoas tentavam re-presentar as coisas em movimento”.

d) “Era o jeito de mostrar o animal correndo”.

A questão 21 requer que seja reconhecida a relação entre in-formações de um mesmo texto. Para responder à questão, o aluno deverá relacionar o título (O cinema engana os olhos da gente) com as informações do primeiro parágrafo. É importante observar no título a palavra “engana” porque é o sentido dessa palavra que deve ser es-clarecido na leitura do primeiro parágrafo. A alternativa “a” apresenta apenas um dado sobre a invenção do cinema, mas não esclarece por que no título é feita a afirmação de que o cinema engana os olhos da gente. Esse esclarecimento só aparece na alternativa “b” “as imagens se mexendo na tela não passam de uma ilusão”. As alternativas “c” e “d” não fazem referência ao cinema, e sim à forma de representar as coisas em movimento nos tempos das cavernas.

22. As imagens são utilizadas em diversas situações. O texto 1 e o texto 4, por exemplo, utilizam imagens. Comparando a utilização de imagens nos dois textos, podemos afirmar que

a) os dois textos utilizam as imagens com o mesmo objetivo.

b) no texto 1, as imagens compõem o informe publici-tário.

c) no texto 2, as imagens complementam a história narrada.

d) as imagens não têm função alguma em nenhum dos dois textos.

A questão 22 requer que seja feita relação entre gêneros dife-rentes (texto 1 e 4) e que seja desenvolvida interpretação, integrando o verbal e o não-verbal. Para responder à questão, é necessário comparar a utilização de imagens nos dois textos. A alternativa “a” está incorreta porque os textos não utilizam as imagens com o mesmo objetivo; eles pertencem a gêneros diferentes, têm finalidades diferentes e utilizam, portanto, as imagens com objetivos diferentes. A alternativa “c” está incorreta porque, primeiramente, não há uma narrativa, por isso as ima-

Conferir Dica 4

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

gens não poderiam complementar uma história. Além disso, as imagens não estão sendo usadas como complemento do texto 4. A alternativa “d” está incorreta porque as imagens cumprem determinada função em ambos os textos. A alternativa “b”, portanto, é a correta, uma vez que as imagens no texto 1 compõem o informe publicitário.

23. No segundo e terceiro parágrafos, o autor esclarece que

a) o cinema surgiu no mesmo momento da fotografia.

b) o surgimento do cinema só foi possível com a inven-ção da fotografia.

c) os irmãos Louis e Auguste Lumière inventaram a fo-tografia e, depois, o cinema.

d) o surgimento da fotografia foi posterior ao do cinema.

A questão 23 requer que seja localizada uma informação explí-cita no texto. Para isso, no enunciado, já é indicada a parte do texto a que o aluno deverá se ater (2º e 3º parágrafos). O enunciado pergunta o que o autor esclarece nesses dois parágrafos. O esclarecimento do autor nesse trecho é acerca do surgimento do cinema. O primeiro pe-ríodo do segundo parágrafo esclarece a ideia central presente nesses parágrafos: a história do cinema começou com a invenção da fotografia. Esse período do texto nos permite concluir que a alternativa “d” está incorreta: a fotografia não é posterior ao cinema, como apresentado. A alternativa “a” está incorreta porque o cinema não surgiu no mesmo momento em que a fotografia; e a alternativa “c” está incorreta porque os irmãos Louis e Auguste Lumière não inventaram a fotografia. A al-ternativa correta, portanto, é a letra “b”, visto que o cinema foi possível graças à invenção da fotografia.

24. Leia o trecho:

“As imagens se mexendo na tela não passam de uma ilu-são.” (L. 1-2)

A expressão sublinhada no trecho relaciona-se com a ideia presente em:

a) “O cinema engana os olhos da gente.”

b) “(...) o desejo de dar movimento aos desenhos.”

c) “O filme era curtinho.”

d) “Os animais com oito patas.”

Conferir Dica 1

Conferir Dica 2

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

A questão 24 requer que sejam identificados dois ou mais vocá-bulos com o mesmo referente. O enunciado apresenta um fragmento do texto e destaca a expressão “uma ilusão”. É solicitado que, entre as alternativas, seja encontrada aquela a que essa expressão se refere. Para responder a essa questão, é preciso considerar a palavra ilusão e relacioná-la às alternativas apresentadas. A alternativa a que a palavra ilusão se refere é o cinema engana os olhos da gente. Há uma relação entre os vocábulos ilusão e enganar. As demais alternativas não apre-sentam relação com a expressão destacada.

25. A sequência de imagens que aparece no texto 4 re-presenta

a) as cenas do primeiro filme apresentado em uma ses-são de cinema.

b) fotografias que deram origem ao primeiro filme, pro-jetado em 1895 em Paris.

c) desenhos feitos por homens da caverna.

d) o movimento ilusório de imagens na tela.

A questão 25 requer que seja feita interpretação, associando o texto verbal e o não-verbal. O aluno deverá identificar o que representa a sequência de imagens que aparece no texto. A alternativa “a” está incorreta porque, de acordo com o texto, o primeiro filme mostrava um trem chegando à estação, o que não condiz com as imagens apre-sentadas. A alternativa “b” também faz referência ao primeiro filme, só que considera as fotografias que deram origem a ele; essa alternativa também está incorreta, uma vez que as imagens do texto não coinci-dem com as imagens do primeiro filme projetado. A alternativa “c” está incorreta porque as imagens dos homens das cavernas, de acordo com o texto, também eram muito diferentes do que foi apresentado (conhe-cimentos prévios poderiam ser usados para analisar essa alternativa). De fato, o que as imagens representam é o movimento ilusório na tela (alternativa “d”).

TEXTO 5

Conferir Dica 4

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

TEXTO 5

Uma pedra no caminho

1 A Cidade dos Carregadores de Pedras, Sandra Branco, 32 págs., Ed. Cortez,

2 21,90 reais.

3 Na cidade em que Pedrinho vive, assim que nasce, cada criança ganha uma

4 sacolinha repleta de pedras coloridas. Conforme o tempo passa e as pessoas

5 crescem, suas pedras vão ficando cada vez maiores e mais

6 pesadas. Não se sabe de onde surgiu o hábito, mas ninguém tem coragem de

7 mudá-lo. Até que, depois de muito perguntar, Pedrinho finalmente

8 descobre o que há por trás da pesada herança que carrega. Nada como

9 uma criança para submeter à dúvida até a mais arraigada das tradições.

10 Por que ler: Para descobrir, logo cedo, que também podemos nos livrar

11 das pedras que carregamos sem nos dar conta.

12 Sobre a autora: No trabalho como professora, procura resgatar a criança que

13 existe em cada um.

(Revista Nova Escola. Edição nº 219. São Paulo: Abril, fevereiro/2009.)

O texto 5 foi retirado de uma revista de circulação nacional des-tinada a professores. É uma resenha de uma obra literária voltada para o público infanto-juvenil. A linguagem é bastante acessível. Cumpre informar que as resenhas publicadas em jornais e revistas, normalmente, trazem um resumo da obra bem como sua análise crítica.

Com base nesse texto, foram elaboradas cinco questões.

26. O objetivo do texto é

a) contar a história da cidade onde Pedrinho vive.

b) refletir sobre o poder das crianças.

c) apresentar informações sobre o livro “A cidade dos carregadores de pedra”, escrito por Sandra Branco.

d) explicar como a professora Sandra escreveu o livro “A cidade dos carregadores de pedra”.

Dica 1 – EXTRA

Professor, a questão 26 requer que o aluno seja capaz de identificar a

finalidade de um gênero textual. Para rever

questões sobre os gêneros textuais, consulte o TP3, principalmente a unidade 9. No AAA3, veja as aulas 1 e 2 da unidade 9, que trazem atividades que

ajudam a reconhecer os gêneros textuais.

Consulte também a diferença entre objetivo e finalidade de um texto na

p. 104 do TP5.

LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTO(QUESTÕES EXTRAS)

Page 131: Caderno Provas Portugues+17!11!09

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

A questão 26 requer que seja identificada a finalidade de um gênero textual (no caso, a resenha). Para responder a essa questão, é necessário que o aluno tenha noção da estrutura de uma resenha. A alternativa “a” está incorreta porque o texto não conta a história de Pe-drinho, na verdade, as resenhas fazem uma síntese da obra. A alternativa “b” está incorreta porque a resenha apresentada não tem como objetivo refletir sobre a temática da obra, e sim apresentar informações sobre o livro. A alternativa “d” está incorreta porque o objetivo da resenha não é explicar como foi escrita a obra, e sim mostrá-la ao público, torná-la conhecida. Sendo assim, a alternativa correta é a “c”, já que o objetivo da resenha é apresentar informações sobre uma obra.

27. Leia o trecho abaixo:

“Na cidade em que Pedrinho vive, assim que nasce, cada criança ganha uma sacolinha repleta de pedras colo-ridas” (L.3-4)

A expressão destacada pode ser substituída, sem causar prejuízo ao texto, por

a) um pouco antes de nascer.

b) no momento do parto.

c) na infância.

d) logo nos primeiros anos de vida.

A questão 27 requer que sejam reconhecidas as relações lógico-discursivas do texto. É retirado um fragmento do texto e nele é destacada a expressão “assim que nasce”. O enunciado solicita que seja identi-ficada qual alternativa poderia substituir a expressão destacada. Para responder à questão, o aluno deve compreender a informação temporal indicada na expressão “assim que nasce”. “Assim que nasce” equivale a “logo depois de nascer”, assim as alternativas que indicam que as crianças recebem as pedrinhas antes de nascer (a) e no momento do parto (b) estão incorretas. A alternativa “c”, que indica que as crianças recebem as pedrinhas na infância, não está correta porque não é em qualquer momento da infância que as recebem, e sim nos primeiros anos de vida. A alternativa “d”, portanto, é a correta.

Dica 2 – EXTRA

Professor, a questão 27 é sobre coesão sequencial. Na p.151 do TP5, há uma explicação sobre coesão sequencial; é importante

revê-la. Para trabalhar coesão sequencial, além de exercícios sugeridos na seção 3 da unidade 19 do TP5, há também atividades sugeridas no AAA5 (aulas de 1 a 5 da

unidade 19).

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

28. Com o passar do tempo, o que ocorre com as pedras recebidas?

a) Tornam-se mais coloridas.

b) São abandonadas pelas crianças.

c) Ficam mais pesadas.

d) Desaparecem.

A questão 28 requer que seja identificada informação explícita em um texto. A resposta para a questão está explicitamente apresen-tada entre a primeira e a segunda linha: “com o passar do tempo, as pedras tornam-se mais pesadas” (alternativa “c”). A alternativa “a” está incorreta porque as pedras que as crianças recebem quando nascem são coloridas, mas o texto não aponta que elas se tornam mais colori-das com o passar do tempo. As alternativas “b” e “d” estão incorretas porque nenhum trecho do texto nos permite inferir que as pedras são abandonadas ou que elas desaparecem.

29. As pedras que os moradores da cidade de Pedrinho carregam são

a) rochas coloridas e pesadas.

b) pedras preciosas.

c) tristezas e dificuldades que vão aparecendo ao longo da vida.

d) experiências transmitidas de geração a geração.

A questão 29 requer a percepção de informação implícita no texto. O texto utiliza uma linguagem conotativa (pedras) para referir-se às tristezas e dificuldade que aparecem ao longo da vida, com o passar dos anos. As alternativas “a” e “b” estão incorretas porque não fazem referência ao que realmente significam as pedras no texto, apenas trazem sinônimos para a palavra pedra: rochas, pedras preciosas. A alternativa “d” está incorreta porque as pedras não são as experiências passadas de geração em geração, são as tristezas acumuladas ao longo da vida de cada um (alternativa “c”).

Dica 3 – EXTRA

Professor, as questões 28, 29 e 30 requerem

atividades relacionadas a processos de leitura. Para trabalhar as habilidades

exigidas nessas questões, reveja as unidades 14 e 15 do TP4, “o processo da leitura” e “mergulho no texto”. No Caderno

de Atividades de Apoio à Aprendizagem 4 (AAA4),

há sugestões de aulas para trabalhar essas

habilidades. No AAA4, veja a aula 1 da unidade

13, as aulas 1 e 2 da unidade 14 e as aulas 6 e

7 da unidade 15.Para ajudar na reflexão

sobre significados implícitos na leitura, veja

a seção 3 da unidade 20 do TP5 (significados

implícitos).

Conferir Dica 3 – EXTRA

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

30. Leia o trecho:

“Por que ler: Para descobrir, logo cedo, que também po-demos nos livrar das pedras que carregamos sem nos dar conta” (L. 10-11)

Considerando a leitura do texto e com base no fragmento acima, pode-se considerar que devemos ler o livro “A cidade dos carregadores de pedra” porque

a) a obra mostra que podemos nos livrar de alguns sentimentos que nos oprimem e que carregamos sem nos dar conta.

b) a obra resgata nossas tradições.

c) a obra nos faz reviver a infância.

d) a obra nos ensina a criar hábitos nas crianças.

A questão 30 requer que estabeleçamos a relação entre infor-mações de um texto. Para isso, é retirado um trecho da resenha (por que ler). Com base nesse trecho e na leitura do texto como um todo, o enunciado solicita que seja marcada a alternativa que indique por que devemos ler o livro. Para chegar à resposta, é preciso associar especificamente o trecho retirado do texto ao todo. O trecho retirado indica que a obra pode nos ajudar a descobrir que podemos nos livrar das pedras que carregamos. Ao fazermos a leitura da questão anterior, identificamos que as pedras são os sentimentos ruins acumulados ao longo da vida. Se o fragmento destacado do texto indica que o livro pode nos ajudar a nos livrarmos das pedras, isso significa que podemos nos livrar desses sentimentos, o que coincide com o que foi apresentado na alternativa “a”, considerada a correta. O trecho destacado faz referência à possibilidade de nos livrarmos de algo, portanto as alternativas “b, “c” e “d” estão incorretas, já que nelas são colocados, respectivamente, como motivos para a leitura da obra: resgate de tradições, recordação da infância e criação de hábitos.

Conferir Dica 3 – EXTRA

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

PRODUÇÃO DE TEXTO

ENTRADA – 7ª SÉRIE (8º ANO)

QUESTÃO

Histórias Que Metem Medo

(Figura do Almanaque Brasil, outubro de 2007, p. 14.)

Imagine que 22 de agosto, dia do folclore, está chegando, e os professores de uma escola estão promovendo atividades para tratar daquelas figurinhas conhecidas do folclore brasileiro que arrepiam os cabelos de muita gente: Mula-sem-cabeça, Saci Pere-rê, Cuca, Lobisomem, Boitatá, Homem do Saco, e muitos outros. Pensando nesse tema, escreva um texto narrativo para o mural dessa escola, contando uma história com um desses personagens folclóricos. Coloque no texto um título que atraia a atenção dos leitores. Seu texto deverá ter, no mínimo, 15 linhas.

Antes de escrever seu texto, leia abaixo uma pequena descrição de algumas figuras do folclore brasileiro.

BoitatáRepresentada por uma cobra de fogo que protege as matas e os

animais, tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespei-tam a natureza. Acredita-se que esse mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do Boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como “fogo que corre”.

BotoAcredita-se que a lenda do Boto tenha surgido na região amazô-

nica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.

CurupiraAssim como o Boitatá, o Curupira também é um protetor das

matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás, persegue todos que des-respeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do Curupira.

LobisomemEste mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que

um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia, não morreu e acabou por desenvolver a capacidade de transformar-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o Lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.

Mãe-d’águaCom seu canto atraente, a Mãe-d’água consegue encantar os

homens e levá-los para o fundo das águas. Encontramos na mitolo-gia universal um personagem muito parecido com a Mãe-d’água: a Sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe.

Mula-sem-cabeçaSurgido na região interior, conta que uma mulher teve um ro-

mance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada numa mula que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelo pescoço.

Saci-PererêO Saci-pererê é representado por um menino negro que tem

apenas uma perna. Está sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas. É considerado um protetor da natureza também.

(http://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/folclore.htm, ataptado.)

A questão de Produção de Texto da 7ª série apresenta, primei-

ramente, uma determinada situação: os preparativos de uma escola para comemorar o dia do folclore. Considerando essa situação espe-cífica, é apresentado o enunciado, que solicita que o aluno produza um texto narrativo sobre algum personagem folclórico. Para ajudar o aluno a desenvolver sua narrativa, há textos de apoio que descrevem

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

personagens do folclore brasileiro. Deve-se destacar que o enunciado apresenta claramente o público ao qual o texto deverá ser dirigido: alunos e professores da escola. Além disso, é importante destacar que o enunciado explicita qual será o portador do texto: mural da escola. Ressalta-se que o objeto portador de texto é toda materialidade que contém texto escrito; por exemplo, um talão de cheque, uma revista; e, no caso da questão, o mural. Isso deve ser levado em consideração para a produção do texto. Destaca-se ainda que o enunciado determina que o texto deverá ter título e especifica também o número mínimo de linhas.

Para redigir o texto solicitado, o aluno deverá considerar ele-mentos que são fundamentais para a produção de uma narrativa: foco narrativo, enredo, personagens, espaço e tempo. Destaca-se que, de acordo com o enunciado, um dos personagens deverá pertencer ao folclore brasileiro.

QUESTÃO EXTRA

Imagine que você tenha de fazer a cobertura jornalística das atividades promovidas pela sua escola em comemoração ao dia do folclore, 22 de agosto. Considere que os professores da escola promoveram atividades para tratar das personagens mais conhecidas do folclore brasileiro: Mula-sem-cabeça, Saci-Pererê, Cuca, Lobisomem, Boitatá, Homem do Saco e muitos outros.

Você deverá, então, escrever uma notícia para o jornal de sua cidade para apresentar à população as atividades desenvol-vidas sobre o folclore pelos professores da escola. Nesse texto, você deverá apresentar o trabalho desenvolvido na escola, a atuação dos professores e a participação dos alunos na ativida-de. Dê um título ao seu texto, que deverá ter, no mínimo, 15 linhas. Lembre-se de que, em uma notícia, o título deve atrair a atenção do leitor.

A questão extra de Produção de Texto solicita que o aluno pro-duza um gênero específico, a notícia. Uma notícia tem como objetivo divulgar, em meios jornalísticos, um acontecimento. De acordo com o enunciado, o aluno deverá escrever uma notícia para o jornal de sua cidade e deverá divulgar o seguinte acontecimento: professores e alunos da escola desenvolvem atividades para comemorar o dia do folclore. É importante destacar que o enunciado indica o que deverá ser abordado

Dica 1

Professor, para explorar a sequência tipológica narrativa em sala, veja a unidade 11 do TP3. É importante também

trabalhar o planejamento do texto escrito; para isso,

consulte a unidade 22 do TP6. Veja a aula 7 da

unidade 22 do AAA6.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 7a série (8o ano)

Dica 1 – EXTRA

Professor, é importante trabalhar o planejamento

do texto escrito; para isso, consulte a unidade 22 do TP6. Veja também

as aulas da unidade 23 do AAA6, observe

principalmente a aula 5 dessa unidade.

na notícia: apresentação do trabalho, atuação dos professores e partici-pação dos alunos. Na notícia, o aluno deverá fazer uma descrição dos eventos considerando o tema apresentado; para isso, deverá responder em seu texto às seguintes perguntas:

“Quem” - o personagem envolvido

“Onde” - o local do fato

“Quando” - o momento do fato

“Por quê” - a causa do fato

“Como” - o modo como o fato ocorreu

Vale ainda destacar que o enunciado especifica o mínimo de linhas e exige que seja atribuído título. Atenção especial deve ser dada ao título. Em uma notícia, o título deve sintetizar o que será abordado e também atrair a atenção do leitor.

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

SÉRIE(9º ANO)ENTRADA

Comentários sobre os descritores

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

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8a Série (9o Ano) – Ensino Fundamental – Língua PortuguesaDescritores de Entrada – Leitura e Compreensão de Textos

D1Percebe informações implícitas em um texto.

Esse descritor avalia a capacidade de o aluno fazer inferências. Destaca-se que as informações implícitas são aquelas que não estão explicitamente no texto e que, por isso, precisam ser construídas pelo leitor com base nas pistas textuais. O aluno deve apreender o texto como um todo. Para chegar à resposta, deve ser construído gradativa-mente o sentido do texto, sendo estabelecidas relações entre o texto e os conhecimentos prévios do leitor.

D2 Associa diferentes estratégias (marcas fonológicas, gráficas, morfossintáticas e contextuais, bem como verbetes de dicionários) para construir o significado de palavras ou expressões que não são conhecidas.

Esse descritor avalia a habilidade de construir significado de uma palavra ou expressão desconhecida com base em marcas fonológicas, gráficas, morfossintáticas ou com base em verbetes de dicionário. O aluno deverá identificar sentidos, considerando a forma em que as palavras se apresentam.

D3 Reconhece, no texto, o valor expressivo dos recursos linguísticos e extralinguísticos (escolha de termos e expres-sões; uso dos sinais de pontuação; recursos gráficos) e o efeito de sentido gerado por eles.

Esse descritor permite avaliar a habilidade de reconhecer a mu-dança de significado advinda da escolha de uma determinada palavra ou expressão, que poderá assumir sentido conotativo. O aluno deverá perceber os efeitos de sentido presentes no texto a partir da escolha do vocabulário. Esse descritor também avalia a habilidade de se identificar o sentido que um sinal de pontuação ou um recurso gráfico provoca. O aluno deverá identificar as mudanças de sentido decorrentes do uso de diversos sinais de pontuação e de recursos gráficos.

DESCRITORES DA MATRIZ DE REFERÊNCIA

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

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D4Identifica dois ou mais vocábulos que tenham a mes-ma referência (um nome e um pronome, um nome e outra expressão lexical referente a ele, etc.).

Esse descritor avalia habilidades relacionadas ao reconhecimen-to da função dos elementos que dão coesão ao texto. O aluno deverá reconhecer as relações estabelecidas entre as partes do texto. Para isso, deverá identificar quais palavras estão sendo substituídas e/ou repetidas para facilitar a continuidade do texto e compreensão de sentido.

D5Identifica, entre textos, o leitor, a ideologia, a época, as intenções comunicativas.

Esse descritor permite avaliar a habilidade de reconhecer as diferenças entre textos em função do leitor para o qual o texto está destinado, da ideologia, da época em que foi produzido e das suas intenções comunicativas. O aluno deverá ler textos do mesmo gênero ou de gêneros diferentes para reconhecer formas distintas de aborda-gem de um tema.

D6Reconhece as relações lógico-discursivas no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc.

Esse descritor avalia habilidades relacionadas ao reconheci-mento das relações de coerência no texto, marcadas por conjunções, advérbios. É solicitada ao aluno a percepção de determinada relação lógico-discursiva, marcada, muitas vezes, por expressões de tempo, de lugar, de comparação, de causalidade, de anterioridade, de posteridade, de simultaneidade, entre outras. O aluno deverá também identificar elementos que explicam essa relação.

D7Identifica as características e finalidades de diferentes gêneros textuais.

Esse descritor requer que o aluno identifique o objetivo do texto para que seja reconhecido o gênero ao qual ele pertence. O aluno deverá identificar a finalidade e as características de textos ou de frag-mentos de textos de diferentes gêneros.

D8Reconhece a relação entre informações em um mesmo texto ou entre diferentes textos.

Esse descritor avalia a habilidade de compreender o texto não como um simples agrupamento de frases justapostas, mas como um todo composto por ideias articuladas, interligações, relações entre as partes. O aluno deverá compreender o texto e atribuir sentido a ele com

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

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base na adequada compreensão de seus componentes. Esse descritor também requer que o aluno reconheça a relação entre ideias apresen-tadas em textos diferentes. Ressalta-se que atividades que envolvem a relação entre informações de textos diferentes requerem que o aluno construa a habilidade de analisar o modo de tratamento do tema dado por autores diferentes, o que pode envolver a comparação de textos de diversos gêneros.

D9Relaciona (por comparação de características e fi-nalidades) textos de gêneros diferentes (notícia, narrativa ficcional, texto expositivo, propaganda, anúncio, bilhete, carta, charge, tirinha, etc.).

Esse descritor envolve a habilidade de comparar textos de di-versos gêneros. O aluno deverá reconhecer o gênero ao qual se refere o texto-base, identificando, assim, a finalidade do texto: informar, ins-truir, convencer, explicar, etc. O aluno deverá ler textos integrais ou fragmentos de texto pertencentes a diversos gêneros para identificar a finalidade desses textos.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

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DESCRITORES – PRODUÇÃO DE TEXTO

Ao produzir os textos solicitados na avaliação diagnóstica, o aluno deverá demonstrar algumas habilidades, abaixo descritas.

8ª Série (9o Ano)

D1Atende à modalidade de texto solicitada na proposta de produção, considerando o destinatário, a finalidade do texto e as características do gênero textual.

Esse descritor avalia se o aluno é capaz de identificar o gênero solicitado. Reconhecendo o gênero, é possível identificar qual o obje-tivo do texto que deverá ser produzido: informar, comentar, divertir. Esse descritor permite, portanto, avaliar se o tema foi desenvolvido de acordo com o gênero e com a tipologia textual solicitada.

D2Mantém a coerência textual na atribuição de título, na continuidade temática e de sentido geral do texto.

Esse descritor permite avaliar se o aluno encadeia as ideias coe-rentemente, contribuindo para que ocorra progressão temática.

D3Atém-se ao tema solicitado na proposta e o desenvolve com coerência.

Esse descritor avalia a capacidade de selecionar, organizar e relacionar, de forma consistente e coerente, informações e fatos perti-nentes ao tema.

D4Segmenta o texto, utilizando adequadamente a pontu-ação de final e interior de frases.

Esse descritor avalia a capacidade de se utilizar a pontuação para a construção do sentido do texto.

D5Utiliza adequadamente os mecanismos de coesão por meio de pronomes, sinônimos, advérbios e conjunções.

Esse descritor avalia a habilidade de o aluno trabalhar com sinônimos, hiperônimos, repetições, reiterações (coesão referencial).

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

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Permite, também, avaliar a habilidade de utilizar conectivos, tempos verbais, sequência temporal, conectores entre vocábulos, entre senten-ças e entre parágrafos.

D6Revela o domínio da grafia convencional das palavras: emprego de letras maiúsculas/minúsculas e notações léxicas (acento, cedilha, til, hífen).

Esse descritor permite avaliar o domínio das convenções da escrita.

D7Demonstra domínio das convenções da língua escrita formal quanto às regras de concordância e regência.

Esse descritor avalia o domínio das normas gramaticais no que diz respeito à sintaxe de concordância e de regência. Essas normas devem contribuir para a coesão e a coerência textuais.

D8Observa, no texto, a separação entre o discurso do narrador e o discurso direto dos personagens e usa marcas dessa separação (travessão, aspas e dois-pontos).

Esse descritor permite avaliar a capacidade de o aluno marcar em seu texto quem fala e a quem se destina por meio de marcas linguísticas. É relevante destacar que pode avaliar também o domínio das variações linguísticas; o aluno deve ser capaz de utilizar a variante adequada ao tipo de texto e à situação de interlocução.

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

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Modos de Falar, de Ler e de Escrever: Análise de Estruturas Linguísticas – Marcia Elizabeth Bortone Alfabetização e Linguagem

SÉRIE(9º ANO)ENTRADA

Comentários sobre as questões

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

TEXTO 1

TEXTO 1

O texto 1 é composto por dois anúncios de telefonia celular e foi retirado de uma revista de circulação nacional. O texto pertence ao gênero publicitário e apresenta um tema familiar. O informe publicitário procura transmitir ao público eventuais benefícios de um determinado pacote de telefonia celular.

Seis questões foram elaboradas com base nesse texto.

LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTOS

1 Fez um pacote de 2 minutos em ou3 tro lugar, não é? 4 Agora se vira 5 e fala tudo 6 o que você 7 contratou, se8 não vai pagar 9 sem usar. Sei 10 lá, liga para um 11 amigo no dia 29, 12 inventa uma crise existencial e usa 13 os minutos que faltam alugando o 14 sujeito.

PLANO SEU PESADELO.

1 O único pacote de

2 minutos que se

3 ajusta automatica-

4 mente ao seu

5 uso, mês a mês.

6 Se você falar

7 muito, entra no

8 pacote com a

9 menor tarifa por

10 minuto. Se você falar

11 pouco, paga a menor franquia

12 mensal. E isso vale para chama

13 das locais feitas na Rede XXX

14 GSM de qualquer lugar.

15 De um jeito ou de outro, você

16 sai ganhando.

PLANO MEU SONHO.

MEU SONHO. O ÚNICO PACOTE DE MINUTOSQUE SE AJUSTA AUTOMATICAMENTE A VOCÊ, TODO MÊS.

(Revista Istoé. 27 nov 2002. Edição nº 1730, adaptado.)

ENTRADA – 8ª SÉRIE (9º ANO)

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

01. Os dois anúncios de telefonia celular que compõem o texto destinam-se

a) aos consumidores de baixa renda.

b) a todos os consumidores.

c) aos consumidores de alto poder aquisitivo.

d) somente aos consumidores jovens.

A questão 1 requer que sejam identificadas as características e finalidades do gênero. Os anúncios têm como objetivo divulgar um pro-duto, que é um plano de telefonia celular no caso do texto em questão. No texto, não é especificado um público ao qual o anúncio se destina. Na verdade, em um dos anúncios, Plano meu Sonho, é feita referência a consumidores que falam muito e que gastam muito, mas também é feita referência aos que falam pouco e que gastam pouco. Conclui-se, portanto, que os anúncios destinam-se a todos os consumidores (alter-nativa “b”). As outras alternativas estão incorretas porque especificam grupos de consumidores aos quais os anúncios estariam direcionados (baixa renda – “a”; alto poder aquisitivo – “c”; jovens – “d”).

02. Leia:

“Plano seu pesadelo.”

“Plano meu sonho.”

As duas expressões destacadas revelam um jogo de ideias que

a) compara dois pacotes de serviço, no sentido de igualar as suas vantagens.

b) contrapõe dois pacotes de serviço, no intuito de res-saltar as qualidades de um deles apenas.

c) compara dois pacotes de serviço, sem esclarecer quais serão as suas vantagens.

d) traça um paralelo entre os serviços prestados por duas empresas específicas.

A questão 2 requer que sejam identificadas as intenções comu-nicativas entre textos. São destacadas duas expressões que revelam um jogo de ideias, e o enunciado solicita que seja identificado esse jogo

Dica 2

Professor, as questões 2, 4, 6, 7, 11,16, 20 e

21 requerem atividades relacionadas a processos de leitura. Para trabalhar as habilidades exigidas nessas questões, reveja

as unidades 14 e 15 do TP4, “o processo da leitura” e “mergulho no texto”. No Caderno de Atividades de Apoio à

Aprendizagem 4 (AAA4), há sugestões de aulas para trabalhar essas

habilidades. Também no AAA4, veja a aula 1 da unidade 13, as aulas 1 e 2 da unidade 14 e as aulas 6 e 7 da unidade

15.Para ajudar na reflexão

sobre significados implícitos na leitura, veja

a seção 3 da unidade 20 do TP5 (significados

implícitos).

Dica 1

Professor, a questão 1 requer que o aluno seja

capaz de reconhecer determinado gênero textual. Para rever

questões sobre os gêneros textuais, consulte o TP3, principalmente a unidade 9. No AAA3, veja as aulas 1 e 2 da unidade 9, que trazem atividades que ajudam a reconhecer os gêneros textuais.

Para explorar o gênero publicitário (anúncio) em sala, conferir a aula 3 da

unidade 9 do AAA3.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

de ideias. A alternativa “a” está incorreta porque não há a intenção de igualar as vantagens dos dois pacotes. A intenção é, na verdade, ressaltar as características de cada pacote, por isso a alternativa “b” é a correta. A alternativa “c” está incorreta porque há a intenção de esclarecer as vantagens dos pacotes. A alternativa “d” está incorreta porque não há paralelo entre serviços prestados por duas empresas, e sim entre planos.

03. Pelo que você leu, a finalidade do Plano Meu Sonho é

a) instruir o consumidor sobre o uso correto de seu aparelho celular.

b) alertar o consumidor sobre a má fé de algumas em-presas de telefonia celular.

c) ressaltar a eficiência dos serviços prestados pelas empresas de telefonia celular.

d) informar ao consumidor que os serviços prestados pela empresa se ajustam às suas necessidades.

A questão 3 requer que seja identificada a finalidade do gênero. Deve-se destacar que o texto pertence ao gênero publicitário. Para res-ponder à questão, é necessário associar informações do texto com os conhecimentos acerca desse gênero. É preciso também destacar que o enunciado refere-se especificamente ao anúncio Plano meu Sonho, que tem como objetivo divulgar aos consumidores as vantagens de um plano que se ajusta às necessidades de cada um (alternativa “d”). A alternativa “a” está incorreta porque o texto não trata de aparelho celular, e sim de serviços de telefonia celular. A alternativa “b” está incorreta porque em trecho algum há referência à má fé de empresas de telefonia celular; na verdade, o texto apresenta vantagens de uma dessas empresas. Já a alternativa “c” não está adequada porque o objetivo do texto não é ressaltar a eficiência de serviços prestados por empresas de telefonia celular, e sim divulgar um plano específico de uma empresa.

04. Leia o trecho abaixo:

“Sei lá, liga para um amigo no dia 29, inventa uma crise existencial e usa os minutos que faltam alugando o sujeito.”(anúncio 1, L. 9-14)

Dica 3

Professor, reveja a diferença entre objetivo e finalidade de um texto na

p. 104 do TP5.

Conferir Dica 2

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

A expressão sublinhada sugere que o consumidor poderá

a) telefonar a um amigo para tratar de problemas ine-xistentes e, assim, gastar os créditos restantes.

b) fazer um novo amigo, utilizando o serviço anunciado pela empresa.

c) alugar um telefone celular da empresa, por intermédio de um amigo.

d) ficar conversando gratuitamente com um amigo, pelo telefone.

A questão 4 exige que se perceba informação implícita em um texto. Foi retirado um fragmento do texto. O aluno deve perceber a informação implícita nesse fragmento. Ressalta-se que foi destacado um trecho específico do fragmento para análise: “inventa uma crise existencial e usa os minutos que faltam alugando o sujeito”. No trecho destacado, deve-se considerar o uso da forma verbal “alugando”, que é utilizada conotativamente. A alternativa “b” está incorreta porque no trecho a sugestão é que se ligue para um amigo para gastar os créditos restantes, e não que se faça um amigo novo. A alternativa “c” está incorreta porque o fragmento não sugere que o consumidor poderá alugar um telefone celular da empresa por intermédio de um amigo; na verdade, de acordo com o trecho, o consumidor poderá alugar um amigo para gastar os créditos restantes. A alternativa “d” esta incorreta porque o consumidor não ficará conversando gratuitamente; ele poderá gastar os créditos restantes, devidamente pagos, para conversar com um amigo. A alternativa adequada, portanto, é a “a”.

05. Leia o trecho abaixo:

“Se você falar muito, entra no pacote com a menor tarifa por minuto. Se você falar pouco, paga a menor fran-quia mensal.” (anúncio 2, L. 6-12)

O trecho destacado acima remete à ideia de que a empresa de telefonia celular

a) oferece duas opções de serviço que podem ser efeti-vadas ao mesmo tempo.

b) anuncia um serviço que visa beneficiar somente as empresas de telefonia.

Dica 4

Professor, as questões 5 e 9 são sobre coesão

sequencial. Na p.151 do TP5, há uma explicação sobre coesão sequencial;

é importante revê-la. Para trabalhar coesão sequencial, além de exercícios sugeridos

na seção 3 da unidade 19 do TP5, há também atividades sugeridas no AAA5 (aulas de 1 a 5 da

unidade 19).

Page 153: Caderno Provas Portugues+17!11!09

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

Conferir Dica 2

c) estabelece um plano com duas opções que beneficiam o consumidor.

d) exemplifica os dois tipos de serviços mais utilizados pela empresa.

A questão 5 requer que sejam observadas as relações de sentido no interior do texto. É apresentado um fragmento do texto, e o aluno deverá, de acordo com o enunciado, marcar a alternativa que sintetize a ideia apresentada no fragmento. Para responder a essa questão, é ne-cessário que se tenha uma compreensão global do texto. Além disso, deve-se chamar atenção para o uso da conjunção “se” no início dos períodos; o uso dessa conjunção no texto indica claramente a existência de duas situações distintas: a dos que falam muito e a dos que falam pouco (alternativa “c”). A alternativa “a” está incorreta porque, jus-tamente como mencionado anteriormente, a construção dos períodos indica que as opções apresentadas são destinadas a públicos diferentes, não podendo ser efetivadas ao mesmo tempo pelos mesmos consumi-dores. A alternativa “b” é a que mais se distancia da resposta, já que o anúncio visa a mostrar vantagens para o consumidor, e não para as empresas de telefonia, sob pena de o texto publicitário não cumprir sua função, divulgar o produto. Já a alternativa “d” está incorreta porque o fragmento não informa que esses dois serviços são os mais utilizados pela empresa.

06. O Plano “Meu Sonho” recebe essa denominação porque

a) oferece ao consumidor um mês para falar gratuita-mente.

b) permite que o consumidor fale mais e pague menos.

c) permite que qualquer consumidor possa utilizar os serviços de telefonia celular.

d) não existe pacote de serviço de telefonia celular per-feito.

A questão 6 requer que seja reconhecida a relação entre informa-ções em um texto. O aluno deverá relacionar o nome do Plano, que está no título, Plano Meu Sonho, com a caracterização apresentada no texto acerca desse plano. A alternativa “a” está incorreta porque no texto não

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

há referência ao fato de que o consumidor falará gratuitamente durante um mês, o que ocorre é que o plano se ajusta às necessidades de cada um. Como o plano se ajusta a cada um, o consumidor que falar mais acabará pagando menos, porque entra no pacote com a menor tarifa por minuto. Por isso, a alternativa correta é a “b”. A alternativa “c” está incorreta porque só utilizarão os serviços de telefonia celular os consu-midores que aderirem a algum plano da empresa. Já a alternativa “d” associa a palavra sonho a algo irreal e indica que é uma ilusão pacote de telefonia celular perfeito; essa alternativa está incorreta, uma vez que a intenção do anúncio é justamente aproximar ao máximo possível da perfeição a oferta do plano de telefonia celular anunciado.

TEXTO 2

O menino jornaleiro

1 O menino jornaleiro passa berrando pela rua:

2 – Vinte e cinco adultos enganados por um menino! Uma (única) criança engana

3 vinte e cinco adultos!

4 – Me dá um jornal – grita um homem que vai passando.

5 Pega o jornal, abre e descobre que é um jornal velho. Vai reclamar, furioso, quando

6 ouve o menino gritando lá de longe:

7 – Vinte e seis adultos enganados por um menino! Vinte e seis adultos...

(Pinto, Ziraldo Alves. Vito Grandam. São Paulo: Globo, adaptado.)

O texto 2 é uma pequena anedota do Ziraldo, um texto breve que conta um fato engraçado. A linguagem dessa anedota é simples e acessível.

Cinco questões foram feitas com base nesse texto, O Menino Jornaleiro.

07. Segundo o texto “O menino jornaleiro”, a manchete anunciada pelo jornaleiro

a) deixa o consumidor furioso com a notícia.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

b) leva o consumidor a pensar que se trata de uma ma-téria do jornal do dia.

c) faz parte das reportagens do jornal do dia.

d) leva o consumidor a pensar que se trata de um jornal velho

A questão 7 requer que sejam identificadas informações implícitas no texto. O enunciado faz menção à manchete anunciada pelo jorna-leiro no início do texto. Por isso, para responder à questão, é necessário que o aluno identifique primeiramente no texto a manchete gritada pelo jornaleiro. Como o jornaleiro gritava a manchete, o consumidor foi levado a crer que aquela era uma notícia do dia. Por isso, a alter-nativa “b” é a correta. A alternativa “a” está incorreta porque não é a manchete que deixa o consumidor furioso, o que o deixa furioso é o fato de ter comprado um jornal velho. A alternativa “c” está incorreta porque a manchete não faz parte das reportagens do jornal do dia, já que o jornal era velho. Por fim, a alternativa “d” está incorreta porque a manchete não leva o consumidor a pensar que o jornal é velho, isso só é descoberto depois que o jornal é aberto.

08. Após a leitura do texto 1 e do texto 2, podemos afir-mar que

a) os dois são textos publicitários.

b) somente o texto 1 é publicitário.

c) os dois são textos narrativos.

d) somente o texto 2 é informativo.

A questão 8 requer que sejam estabelecidas relações entre dife-rentes gêneros. Para isso, é necessário comparar as características e a finalidade do texto 1, publicitário, com as características e finalidades do texto 2, anedota. Identificado o gênero ao qual pertence cada texto, a questão é respondida facilmente. A alternativa “a” é eliminada porque apenas o texto 1 é publicitário. Também é eliminada a alternativa “c”, já que apenas o texto 2 é um conto de humor. A alternativa “d” também é eliminada, já que o texto 2 não é informativo. A correta, portanto, é a alternativa “b”.

Dica 5

Professor, as questões 8 e 18 requerem que seja

estabelecida relação entre textos pertencentes

a gêneros diferentes. Veja a atividade 13

da p. 47 do TP4; nela, você encontrará um

exercício que possibilita explorar esse tipo de

habilidade requerida na questão mencionada

anteriormente.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

09. Leia o trecho abaixo:

“Pega o jornal, abre e descobre que é um jornal velho. Vai reclamar, furioso, quando

ouve o menino gritando lá de longe (...)” (L. 5-6)

Os termos sublinhados no trecho sugerem

a) fatos isolados.

b) ação contínua e sucessão temporal.

c) sucessão de fatos fora da ordem cronológica.

d) ações sequenciais e causais.

A questão 9 requer que sejam reconhecidas relações lógico-discursivas. É retirado um fragmento do texto, e, nesse fragmento, são sublinhados dois termos: “e” e “quando”. A conjunção “e” liga ações, a saber: pega, abre e descobre. Ressalta-se que essas ações estão em ordem cronológica. A conjunção “quando” estabelece uma relação de tempo: pega, abre, descobre, vai reclamar... quando ouve. Ou seja, quando o consumidor ia reclamar, ouvia o menino gritando e compre-endia que havia sido enganado. Observando-se a função dessas palavras no fragmento, conclui-se que esses termos não sugerem fatos isolados, uma vez que estão justamente relacionando fatos que ocorreram em uma sucessão. Por isso a alternativa “a” está incorreta. A alternativa “c” está incorreta porque os fatos não estão fora da ordem cronológica. A alternativa “d” está incorreta porque não há relação de causa entre as ações apresentadas. Portanto, a correta é a alternativa “b”.

10. Nos trechos abaixo:

“– Uma única criança engana vinte e cinco adultos!” (L. 2-3)

“– Me dá um jornal – grita um homem que vai passando.” (L. 4)

Os termos sublinhados referem-se, de acordo com as infor-mações do texto,

a) a qualquer criança e a qualquer homem.

Conferir Dica 4

Dica 6

Professor, a questão 9 é sobre coesão sequencial,

conforme apresentado no comentário da questão 5. Reveja esses comentários. Reveja também as

sequências tipológicas em gêneros textuais na

unidade 11 do TP3. Para essa questão,

veja principalmente a sequência tipológica

narrativa.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

b) ao jornaleiro e a um transeunte qualquer.

c) a uma criança específica e a um leitor especial.

d) somente a uma criança e a um homem exclusivo.

A questão 10 requer que sejam identificados dois ou mais vo-cábulos com a mesma referência. Foram retirados dois fragmentos do texto. Nesses fragmentos, foram sublinhados dois termos, e o enuncia-do solicita que seja marcada a alternativa que apresenta os referentes desses dois termos. A alternativa “a” está incorreta porque o termo “uma”, no primeiro fragmento, refere-se a uma criança específica, que está vendendo jornal, não a qualquer criança. As alternativas “c” e “d” estão incorretas porque o termo “um”, no segundo fragmento, não se refere a um leitor especial nem exclusivo, e sim a um homem qualquer que passava na rua e pede para comprar o jornal. A alter-nativa correta, portanto, é a “b”, pois “uma única criança” refere-se ao menino jornaleiro, e “um homem que vai passando” refere-se a um transeunte qualquer.

11. Leia o trecho abaixo:

“– Vinte e seis adultos enganados por um menino! Vinte e seis adultos...” (L. 7)

A intenção do jornaleiro era

a) divulgar a manchete do jornal.

b) chamar a atenção das crianças.

c) conseguir vender o jornal velho.

d) deixar os leitores furiosos.

A questão 11 requer que seja identificada a intenção comuni-cativa. Para responder à questão, é necessário atentar para a narrativa e observar que o jornaleiro procura persuadir os transeuntes para que comprem o jornal. Não há, como afirma a alternativa “a”, intenção de divulgar a manchete do jornal, pois o jornal era até velho. Também não há a intenção de chamar atenção das crianças tampouco de deixar os leitores furiosos, conforme apresentam as alternativas “b” e “d”. A intenção é conseguir vender o jornal (alternativa “c”).

Dica 7

Professor, as questões 10, 14 e 25 são sobre

coesão referencial. Lembre-se de que coesão referencial é assunto que se encontra na unidade 19 do TP5. Na p. 137 do referido TP, você

poderá encontrar uma explicação sobre o que

é coesão referencial. Há também no TP5 um

bom exercício de coesão referencial, a atividade 3, que se encontra nas

páginas 123 e 124. Outros exercícios de

coesão textual podem ser encontrados na unidade 19 do AAA5 (aulas 1, 2, 3, 4 e 5 principalmente).

Conferir Dica 2

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

TEXTO 3

1 O jornal, o rádio e a televisão são os principais meios diários de informação. O rádio

2 e a televisão são invenções deste século; o jornal tem quase quatrocentos anos de

3 história.

4 Ao ler um jornal, não imaginamos que a missão do jornalista, em editar um veículo

5 de comunicação e informação, é de grande importância; pois tem que atingir a todos

6 de maneira clara, objetiva e simples para que todos possam entendê-la.

O texto e a edição no jornal – Instruções gerais

(...)

3 – A simplicidade é condição essencial do texto jornalístico. Lembre-se de que você escreve para todos os tipos de leitor e todos, sem exceção, têm o direito de entender qualquer texto, seja ele político, econômico, internacional ou urbanístico.

4 – Adote como norma a ordem direta, por ser aquela que conduz mais facil-mente o leitor à essência da notícia. Dispense os detalhes irrelevantes e vá diretamente ao que interessa, sem rodeios.

5 – A simplicidade do texto não implica necessariamente repetição de formas e frases desgastadas, uso exagerado de voz passiva (será iniciado, será realizado), pobreza vocabular etc. Com palavras conhecidas de todos, é possível escrever de maneira original e criativa, e produzir frases elegantes, variadas, fluentes e bem ali-nhadas. Nunca é demais insistir: fuja, isto sim, dos rebuscamentos, dos pedantismos vocabulares, dos termos técnicos e da erudição.

(...)

9 – Em qualquer ocasião, prefira a palavra mais simples: votar é sempre melhor que sufragar; pretender é sempre melhor que objetivar, intentar ou tencionar; voltar é sempre melhor que regressar ou retornar; tribunal é sempre melhor que corte; passa-geiro é sempre melhor que usuário; eleição é sempre melhor que pleito.

(...)

12 – Procure banir do texto os modismos e os lugares-comuns.Você sempre pode encontrar uma forma elegante e criativa de dizer a mesma coisa sem incorrer nas fórmulas desgastadas pelo uso excessivo. Veja algumas: a nível de, deixar a desejar, chegar a um denominador comum, transparência, instigante, pano de fundo, estourar como uma bomba, encerrar com chave de ouro, segredo guardado a sete chaves, dar o último adeus. Acrescente as que puder a esta lista.

(...)

(O Estado de S. Paulo – Manual de redação e estilo. São Paulo: OESP, 1990. pp.16-18.)

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

Dica 8

Professor, a questão 12, assim como a questão 1 requer que o aluno seja

capaz de reconhecer determinado gênero

textual. Veja as sugestões apresentadas na questão

1. Destaca-se que a questão 12 tem como texto base um manual,

que é instrucional. Lembre-se de que, em

instruções, empregamos a sequência tipológica

injuntiva. Para recordar, veja a seção 2 da

unidade 11 do TP3.

O texto 3 é um texto instrucional; nele são apresentadas instru-ções gerais sobre a produção de texto jornalístico. Destaca-se que a função de um manual de redação e estilo é orientar a elaboração de textos jornalísticos. Vale registrar que, em manuais, há o predomínio de vocabulário claro, pouco hermético; de verbos no imperativo; de enunciados curtos e coordenados; e de parágrafos breves.

Ressalta-se que, no texto 3, há uma introdução que não faz parte do texto instrucional. Essa introdução apresenta uma contextualização do jornal como meio de comunicação e faz menção ao trabalho do jornalista. O texto introdutório é bastante simples; e o instrucional tem como uma das características o uso de vários exemplos para cada instrução.

Foram elaboradas oito questões com base no texto 3.

12. O texto acima visa orientar o redator para

a) tornar o texto mais rebuscado e culto.

b) criar manchetes chamativas.

c) tornar o texto acessível a todo tipo de leitor.

d) ter agilidade em redigir a matéria.

A questão 12 requer que seja identificada a finalidade do manual, que é um texto instrucional. Para responder à questão, o aluno deverá ler a introdução, que já apresenta a missão do redator, e observar as instruções dadas aos jornalistas, que conduzem ao entendimento de que o texto jornalístico deve ser acessível a todo tipo de leitor. Ressalta-se que a alternativa “d” não se refere propriamente à produção do texto, e sim à agilidade com que a tarefa deve ser feita, o que não aparece nas instruções; por isso, essa alternativa está incorreta. A alternativa “a” apresenta justamente o contrário do que o texto afirma: o manual não orienta o redator a tornar o texto mais rebuscado. Já a alternativa” b” refere-se às manchetes, o que também não foi apresentado no texto. A alternativa correta, portanto, é a “c”.

13. Leia o significado das palavras abaixo:

rebuscamento: qualidade do que é excessivamente requin-tado, refinado.

pedantismo: qualidade de pessoas que fazem alarde de co-nhecimentos superiores aos que possuem.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

Com base no texto que você leu e no significado das pa-lavras acima, é possível afirmar que rebuscamento e pedantismo tornam um texto ruim porque

a) atingem um grande número de leitores.

b) dificultam a compreensão da mensagem.

c) facilitam a relação emissor/receptor.

d) evidenciam a pobreza vocabular do texto.

A questão 13 requer que sejam utilizadas diferentes estratégias para construir um significado. Foram retiradas duas palavras do texto, “rebuscamento” e “pedantismo”, e apresentados seus significados. O enunciado solicita que seja marcada a alternativa que apresente por que “rebuscamento” e “pedantismo” não são adequados no texto jor-nalístico. Para responder à questão, bastava o aluno ler o significado das palavras apresentado na questão e associar com os trechos do texto em que aparecem tais ocorrências. As alternativas “a” e “c” estão in-corretas justamente porque indicam o contrário do que o texto aborda; “rebuscamento” e “pedantismo”, segundo o texto, não atingem muitos leitores tampouco facilitam a relação emissor/receptor. Conforme o tex-to, “rebuscamento” e “pedantismo” dificultam a leitura. A alternativa “d” está incorreta porque essas ocorrências não evidenciam pobreza vocabular, e sim refinamento exagerado. A alternativa “b”, portanto, é a correta.

14. Leia a oração abaixo, que está no item doze do texto:

“Acrescente as que puder a esta lista.”

O termo destacado no período refere-se a

a) algumas.

b) fórmulas desgastadas.

c) chaves.

d) forma elegante e criativa.

A questão 14 requer que sejam identificados vocábulos com a mesma referência. É retirado um fragmento do texto, e o enunciado solicita que seja assinalada a alternativa que apresente o referente do

Dica 9

Professor, a questão 13 exige que sejam utilizadas estratégias

diferentes para construir significado. A atribuição de significado é muito

importante para a compreensão global

de um texto (veja p. 75 do TP4). Para

trabalhar a construção de significados com seus alunos, veja a aula 4 da unidade 14 do AAA4.

Conferir Dica 7

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

Dica 10

Professor, as questões 15 e 19 requerem que

seja reconhecido o valor expressivo de um sinal

de pontuação. Reflexões sobre pontuação podem

ser encontradas na unidade 6 do TP2. Veja

também no AAA2 a aula 2 da unidade 6 (a

pontuação e o sentido da frase).

termo destacado no fragmento. Para responder à questão, o aluno deve ler o item 12 do texto, que trata dos lugares-comuns. Nesse trecho do texto, é citada uma lista com vários exemplos de fórmulas desgastadas e, em seguida, há o fragmento apresentado no enunciado: “Acrescente as que puder a esta lista”. Na questão, está sublinhado o termo “as” e é solicitado que se reconheça qual o referente desse termo. O aluno deverá, então, fazer a seguinte associação: se a lista traz exemplos de fórmulas desgastadas, então o pronome “as” é uma referência a tais fórmulas; segundo o texto, poderão ser acrescentados a tal lista outros exemplos. Na alternativa “a”, é apresentado um termo que também é utilizado no texto para referir-se à expressão fórmulas desgastadas: algumas. A alternativa “a” está incorreta porque o pronome “algumas” tem o mesmo referente que o termo “as”, citado no enunciado: fórmu-las desgastadas. O aluno poderia confundir e marcar essa alternativa como correta caso não considerasse que os dois termos têm o mesmo referente, mas um não é referente do outro. A alternativa “c” apresenta a palavra “chaves” como se fosse o referente de “as”. Entretanto, essa palavra é citada apenas uma vez nesse trecho do texto como parte de um exemplo de fórmula desgastada. Essa alternativa pode ser considerada a mais distante da resposta. Já a alternativa “d” apresenta a expressão “forma elegante e criativa” como resposta. É possível identificar que essa alternativa está incorreta ao observar que o termo “as” está no plural e que, portanto, seu referente também deve estar no plural, o que não ocorre nessa alternativa.

15. Leia o trecho abaixo:

“Nunca é demais insistir: fuja, isto sim, dos rebuscamentos, dos pedantismos vocabulares, dos termos técnicos e da erudição.” (item 5)

A oração que está após os dois-pontos é

a) um conselho.

b) uma ordem.

c) uma enumeração.

d) uma explicação.

A questão 15 requer que seja reconhecido o valor expressivo do uso dos dois-pontos. É solicitado que o aluno reconheça a função de uma oração que vem após os dois-pontos. Para isso, é importante considerar que essa oração começa com um verbo no imperativo; é também preciso levar em consideração que o texto é instrucional. Essas questões deverão

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

ser consideradas, pois verbos no imperativo em instruções indicam o que deve ser feito. Além disso, a oração anterior aos dois-pontos tem de ser lida com atenção: nunca é demais insistir. Essa oração antecede o que virá após os dois-pontos: um conselho, indicação de algo que deve ser seguido (alternativa “a”). A alternativa “b” propõe que a oração depois dos dois-pontos indicaria uma ordem, o que não é correto, principal-mente se for observada a oração anterior. As alternativas “c” e “d” estão incorretas porque a oração após o dois-pontos não traz enumeração, e tampouco explicação sobre algo anterior.

16. A repetição de verbo no imperativo como ¨adote e procure¨, no texto, tem a finalidade de

a) impor regras de construções gramaticais na elaboração de artigos publicitários.

b) limitar o uso de adjetivos e neologismos em artigos publicitários.

c) estabelecer normas para a construção de textos jor-nalísticos.

d) proibir o uso de expressões de baixo calão e gírias.

A questão 16 requer a percepção de informações implícitas. Para responder a essa questão, é preciso que o aluno reconheça a finalidade do uso de verbos no imperativo em textos instrucionais. A alternativa “a” está incorreta porque o uso do imperativo no texto não tem como finalidade a imposição de regras de construções gramaticais; o objetivo do uso do imperativo nesse texto é indicar passos que devem ser se-guidos para a produção do texto jornalístico, é instruir o jornalista em relação à produção textual (alternativa “c”). As alternativas “b” e “d” estão incorretas porque o uso de adjetivos e de neologismos bem como o uso de expressões de baixo calão e gírias nem são citados no texto.

17. Leia o trecho abaixo:

“A simplicidade do texto não implica necessariamente re-petição de formas e frases desgastadas, uso exagerado de voz passiva (será iniciado, será realizado), pobreza vocabular etc.” (item 5)

Conferir Dica 2

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

Substituindo-se a palavra em destaque por outra de mesmo significado, tem-se

a) raras.

b) ilegíveis, devido ao uso constante.

c) sem sentido.

d) enfraquecidas pelo uso.

A questão 17 requer que seja reconhecido o valor expressivo de

recurso linguístico e seu sentido. É apresentado um fragmento do texto, e nele é destacado o termo “desgastadas” (formas e frases desgastadas). O enunciado solicita que seja encontrada a alternativa que apresente um termo que possa substituir “desgastadas”. Deve-se considerar que o contexto em que o termo “desgastada” foi utilizado é muito impor-tante para a resolução da questão. O período em que essa expressão é utilizada inicia-se com “a simplicidade do texto (...)”. Em seguida, é apresentada a ideia de que texto simples não implica a repetição de formas e frases desgastadas. Ora, se o período trata de simplicidade do texto, as alternativas “a”, “b” e “c” estão incorretas, uma vez que suge-rem que o termo “desgastadas” poderia ser substituído por rara, ilegíveis e sem sentido, características muito distantes de um texto simples. A alternativa correta é, portanto, a “d”.

18. Comparando os textos 1 e 3, é correto afirmar que

a) ambos passam uma instrução para o leitor.

b) os dois impõem normas de conduta para o leitor.

c) o primeiro é publicitário, e o terceiro é instrucional.

d) o terceiro apresenta uma linguagem muito coloquial.

A questão 18 requer que sejam relacionados textos de gêneros diferentes. Nessa questão, é solicitado que o aluno compare o texto 1, publicitário, ao texto 3, instrucional, e identifique à qual gênero eles pertencem. A alternativa “a” está incorreta porque apenas o texto 3 é instrucional. A “b” está incorreta porque nenhum deles impõe norma de conduta para o leitor; o texto 3 oferece instruções para a produção

Conferir Dica 5

Dica 11

Professor, para trabalhar a expressividade da

linguagem nas questões 17, 22, 23 e 24, releia a seção da unidade 8 do TP2. Veja as aulas 1 e 2 da unidade 8 do AAA2.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

de texto jornalístico, e não para o leitor. A alternativa “d” está incorreta porque a linguagem do texto 3 é adequada à linguagem dos manuais, não sendo, portanto, coloquial, e sim direta e objetiva. A alternativa correta, portanto, é a “c”.

19. Leia o trecho abaixo retirado do texto 3:

“5 – A simplicidade do texto não implica necessariamente repetição de formas e frases

desgastadas, uso exagerado de voz passiva (será iniciado, será realizado), pobreza vocabular etc.”

Os parênteses usados no trecho acima contêm

a) exemplos de voz passiva.

b) exemplos de frases desgastadas.

c) correções de termos anteriormente

d) exemplos de pobreza vocabular.

A questão 19 requer que seja reconhecido o valor expressivo do uso de recurso linguístico e seu efeito de sentido. Nessa questão, é retirado um fragmento do texto, e o enunciado solicita que o aluno reconheça o conteúdo do que foi apresentado entre parênteses. É im-portante, nessa questão, que o aluno considere que os parênteses são usados para apresentar uma ideia secundária, acessória. Entre parên-teses são colocadas observações, reflexões, explicações, exemplos. Os parênteses também são usados para incluir por extenso quantias ou números já expostos. No fragmento apresentado na questão, os parênteses foram usados para apresentar exemplos do que tinha sido registrado anteriormente, ou seja, os parênteses apresentam exemplos de construções na voz passiva (alternativa “a”). As alternativas “b” e “d” estão incorretas porque os exemplos apresentados não são de frases desgastadas e tampouco de pobreza vocabular. Já a alternativa “c” indica que os parênteses trazem correções. Essa alternativa pode confundir o aluno caso ele tenha a informação equivocada de que as rasuras devem ser colocadas entre parênteses. Caso contrário, fica evidente que a alternativa “c” está incorreta, visto que não há correção alguma entre parênteses, e sim exemplos.

TEXTO 4

Conferir Dica 10

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

TEXTO 4

Família

1 Família, família

2 Papai, mamãe, titia

3 Família, família

4 Almoça junto todo dia, nunca perde essa mania

5 Mas quando a filha quer fugir de casa

6 Precisa descolar um ganha-pão

7 Filha de família se não casa

8 Papai e mamãe não dão nenhum tostão

9 Janta junto todo dia, nunca perde essa mania

10 Família, eh!

11 Família, ah!

12 Família, família

13 Vovô, vovó, sobrinha

14 Família, família

15 Janta junto todo dia, nunca perde essa mania

16 Mas quando o nenê fica doente

17 Procura uma farmácia de plantão

18 O choro do nenê é estridente

19 Assim não dá pra ver televisão

20 Família, eh!

21 Família, ah!

22 Família!

23 Cachorro, gato, galinha

24 Família, família

25 Vive junto todo dia, nunca perde essa mania

26 A mãe morre de medo de barata

27 O pai vive com medo de ladrão

28 Jogaram inseticida pela casa

29 Botaram um cadeado no portão

30 Família, família

(Arnaldo Antunes/Toni Belotto: Cabeça Dinossauro, Titãs. WEA, 1986.)

O texto 4 é a letra de uma música: “Família”. Esse texto aborda uma temática conhecida da maioria das pessoas, visto que trata de relações familiares. Destaca-se que é um texto em verso.

Foram feitas 6 questões com base nesse texto.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

20. Leia os versos:

“Mas quando a filha quer fugir de casa

Precisa descolar um ganha-pão

Filha de família se não casa

Papai e mamãe não dão nenhum tostão” (L. 5-8)

Os versos acima sugerem que

a) os pais gastarão muito dinheiro com o casamento da filha.

b) a moça precisa trabalhar para ajudar nas despesas do casamento.

c) a boa relação da filha com a família dependerá de sua conduta.

d) a moça, para casar-se, deverá abrir mão de sua mesada.

A questão 20 requer a percepção de informações implícitas no texto. São retirados alguns versos do texto, e o enunciado solicita que seja identificada a alternativa que apresenta o que esses versos sugerem. As alternativas “a” e “b” estão incorretas porque não há referência ao casamento da filha no texto, muito menos que os pais gastarão dinheiro com esse evento. A informação que é dada sobre casamento é de que, caso a filha saia de casa sem se casar, ela deverá procurar uma fonte de renda, pois os pais não a sustentarão. A alternativa “d” está incor-reta porque não há referência à mesada da filha no texto e tampouco que ela deverá abdicar da mesada para casar-se. A alternativa “c” é a correta porque, de acordo com o texto, determinado comportamento, sair de casa, acarretará a perda do sustento pelos pais; por isso, a boa relação da filha com a família depende de seu comportamento, de sua conduta.

21. Leia os versos:

“A mãe morre de medo de barata

O pai vive com medo de ladrão

Conferir Dica 1

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

Jogaram inseticida pela casa

Botaram um cadeado no portão” (L. 26-29)

De acordo com o trecho acima, a família busca

a) discutir os problemas sociais.

b) aceitar a decisão de todos os membros.

c) discutir os padrões sociais.

d) solucionar seus problemas.

A questão 21 requer que sejam reconhecidas intenções comu-nicativas. São apresentados alguns versos do texto, e o enunciado so-licita que o aluno identifique a alternativa que apresente aquilo que a família procura. Observa-se que o desejo da família é bem doméstico: a mãe, que tem medo de barata, usa inseticida; e o pai, que tem medo de ladrão, usa cadeado no portão. Assim, as preocupações da família são relacionadas a seus problemas domésticos e nada mais (alternativa “d”). Sendo assim, está incorreta a alternativa “a”, que indica que a família procura discutir problemas sociais. Embora a violência seja um problema social, o pai apenas procura proteger-se dela e não a discute. A alternativa “b” está incorreta porque os versos não fazem referência a outros membros da família, apenas ao pai e à mãe, que resolvem sozinhos seus problemas. A alternativa “c” está incorreta porque, no texto, não há indícios de discussão entre os membros da família sobre determinado tema.

22. Leia o verso:

“Precisa descolar um ganha-pão” (L. 6)

Podemos substituir a expressão em destaque, mantendo o mesmo sentido do verso, por:

a) desgrudar o pão da fôrma.

b) comprar pão para a família.

c) conseguir um emprego.

d) vender pães para ganhar dinheiro.

Conferir Dica 2

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

A questão 22 requer que seja reconhecido o valor expressivo de recurso linguístico e seu sentido. É solicitado no enunciado que o aluno escolha a alternativa que traga uma substituição adequada para a expressão “descolar um ganha-pão”. Para responder à questão, é necessário reconhecer o significado de “descolar” no texto, que significa arranjar, arrumar, e também da expressão “ganha-pão”, que significa trabalho, emprego, atividade remunerada. A alternativa “a” está incorreta porque considera uma acepção diferente para o verbo “descolar”; considera “desgrudar” como sinônimo de descolar no tex-to. Além disso, essa alternativa leva em conta que “ganha-pão” seria o mesmo que pão, o que está errado. A alternativa “b” está incorreta porque considera que “descolar” seria o mesmo que “comprar”, e que “ganha-pão” seria o mesmo que “pão”. A alternativa “d” está incorreta porque considera que “descolar um ganha-pão” seria o mesmo que “vender pães para ganhar dinheiro”. A alternativa correta, portanto, é a “c”.

23. Para alcançar a musicalidade dos versos “Janta junto todo dia, nunca perde essa mania” e “Filha de família se não casa”, o autor utilizou, nas expressões negri-tadas, um processo de

a) repetição de termos.

b) rima.

c) repetição de morfemas.

d) repetição de sons.

A questão 23 requer que seja reconhecido o valor expressivo dos recursos linguísticos. Destaca-se que o enunciado solicita que seja identificado qual foi o processo utilizado pelo autor do texto para atingir musicalidade. A palavra musicalidade, no enunciado, é muito importante, pois, a partir dela, já é possível que o leitor ative seus conhecimentos prévios sobre os recursos utilizados para atingir esse efeito. É retirado do texto um fragmento, e nele são negritadas as ex-pressões “janta junto” e “filha de família”. Para responder à questão, é necessário observar que o autor repete sons para atingir musicalidade (alternativa “d”).

Dica 12

Para trabalhar em sala com os

elementos sonoros da expressividade, veja a seção 3 da unidade 8

do TP2. Veja também a seção 1 da unidade 10

do TP3.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

24. No verso “Precisa descolar um ganha-pão” (L. 6), o termo sublinhado poderia ser substituído por:

a) arranjar.

b) despregar.

c) manter.

d) receber.

A questão 24 requer que seja reconhecido o valor expressivo de recurso linguístico e seu sentido. É uma questão relativamente fácil, uma vez que, para respondê-la, bastava voltar à questão 22. A questão 22 abordou a expressão “descolar um ganha-pão”, enquanto a questão 24 aborda apenas o termo “descolar”, que significa, no texto, “arran-jar”, “arrumar”. Observa-se que a alternativa “a” é a correta, e que as alternativas “b”, “c” e “d” não apresentam adequadamente o significado de “descolar” no texto.

25. No verso “Vive junto todo dia, nunca perde essa ma-nia” (L. 25), a expressão sublinhada faz referência

a) à convivência em família.

b) a ver televisão todos os dias.

c) a ter animais em casa.

d) às preocupações da família.

A questão 25 requer que sejam reconhecidos dois vocábulos com o mesmo referente. No verso “Vive junto todo dia, nunca perde essa mania”, foi sublinhada a expressão “essa mania”, e o enunciado solicitou que fosse assinalada a alternativa que apresentasse o referente dessa expressão. A expressão “essa mania” retoma a ideia de viver junto apresentada no início do período; assim, a alternativa “a” é a correta, pois indica como referente a convivência em família. As demais fazem referência apenas a questões citadas no texto.

QUESTÕES EXTRAS

Conferir Dica 7

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

TEXTO 5

Qual a diferença entre calúnia, injúria e difamação?

Texto Sólon Brochado

1 Muitos usam os chamados crimes contra a honra como sinônimos, mas há diferen-

2 ças sutis, definidas no Código Penal. Calúnia (art. 138) é acusar alguém publica-

3 mente de um crime, e difamação (art. 139), de um 4 ato desonroso. Já a injúria

4 (art. 140) é basicamente uma difamação que os outros não ouviram: é chegar e

5 dizer para um sujeito algo que esse sujeito considere prejudicial.

6 É possível cometer três delitos de uma vez só. Se, num programa de TV, um entre-

7 vistado disser que o apresentador é cafetão, estará acusando-o em público de um

8 crime (calúnia) desonroso (difamação), cara a cara (injúria).

9 Então, atenção quando for denunciar uma empresa no orkut ou quiser contar os

10 podres do ex em público. E é preciso cuidado extra com um tipo de vítima: o Presi-

11 dente da República ou qualquer outro chefe de Estado estrangeiro. “Contra eles,

12 mesmo que o ‘criminoso’ tenha dito a verdade, será condenado”, conta Jorge

13 Alberto Araújo, juiz e professor da Universidade Regional de Campinas.

(Revista Super Interessante. Edição nº 259. São Paulo: Abril, dezembro/2008.)

O texto 5 foi retirado de uma revista de circulação nacional voltada principalmente para o público jovem. É um texto informativo e tem como principal característica o fato de ser metalinguístico, visto que esclarece o significado de três termos que são frequentemente con-fundidos pelo senso comum: calúnia, injúria e difamação. Destaca-se o papel importante do título, que, nesse texto, está em forma de per-gunta: “Qual a diferença entre calúnia, injúria e difamação?”. Todo o texto se desenvolve para responder a essa pergunta inicial apresentada como título.

LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTO(QUESTÕES EXTRAS)

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

26. O objetivo do texto é

a) sugerir como devem ser feitas denúncias contra em-presas.

b) mostrar em que circunstâncias as pessoas cometem certos delitos.

c) esclarecer as diferenças existentes entre os crimes contra a honra.

d) denunciar crimes de calúnia, injúria e difamação.

A questão 26 requer que o aluno identifique o objetivo do texto informativo apresentado. Para responder a essa questão, é importante reler o primeiro parágrafo, pois nele o autor já deixa claro o objetivo do texto: apresentar as diferenças existentes entre os crimes contra a honra (alternativa “c”). A alternativa “a” está errada porque o foco do texto não é sugerir como se deve denunciar empresas; apenas no terceiro parágrafo, o autor apresenta uma advertência, evidenciando a necessidade de tomar cuidado ao denunciar uma empresa pelo orkut. A alternativa “b” está incorreta porque o texto apenas apresenta exem-plos para esclarecer as diferenças entre cada crime, não são mostradas as circunstâncias em que eles são cometidos. Já a alternativa “d” está incorreta porque não há denúncia de crime algum no texto.

27. Leia o fragmento:

“Muitos usam os chamados crimes contra a honra como sinônimos, mas há diferenças

sutis, definidas no Código Penal” (L. 1-2).

O termo destacado permite concluir que

a) calúnia, difamação e injúria são sinônimos.

b) os crimes contra a honra são iguais, embora recebam nomes diferentes.

c) existem diferenças entre os crimes contra a honra: calúnia, difamação e injúria.

d) o Código Penal não reconhece os crimes contra a honra.

Dica 1 – EXTRA

Professor, reveja a diferença entre objetivo e finalidade de um texto na

p. 104 do TP5.Para rever questões

sobre os gêneros textuais, consulte o

TP3, principalmente a unidade 9.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

A questão 27 requer que sejam reconhecidas relações lógico-discursivas. É retirado do texto um fragmento, e nele é destacada a conjunção “mas”. Pede-se, no enunciado, que o aluno identifique as relações de sentido estabelecidas pela conjunção “mas”. Para responder à questão, o aluno deveria considerar que essa conjunção é adversativa e que, portanto, relaciona ideias com sentidos opostos. No fragmento, o primeiro período apresenta a ideia de que os crimes contra a honra são considerados sinônimos por muitos; já o segundo período, ligado ao primeiro por meio da conjunção, indica que há diferenças sutis entre os crimes. A conjunção, então, está relacionando duas ideias contrárias. A alternativa “a” está incorreta porque faz referência apenas à ideia apresentada no primeiro período: os crimes são sinônimos. Não pode-mos concluir isso porque essa ideia de que os crimes são sinônimos será rebatida pela posterior, antecedida pela conjunção adversativa. A alternativa “b” traz a mesma ideia apresentada pela alternativa “a”, de que os crimes seriam iguais, portanto está incorreta. A alternativa “d” está incorreta porque indica que o Código Penal não reconhece os crimes contra a honra, entretanto tal Código não só reconhece como também define as diferenças entre esses crimes. A alternativa correta é, portanto, a “c”.

28. Com base na leitura do texto e considerando os sig-nificados dos termos calúnia, difamação e injúria, pode-se afirmar que

a) se uma faxineira é acusada publicamente pelo patrão de ter sumido com o dinheiro dele, está ocorrendo uma injúria.

b) se alguém escreve na porta de um banheiro público que a vizinha está traindo o marido, está cometendo difamação.

c) se um Diretor diz a seu subordinado em reservado que o considera desonesto, ele está cometendo calúnia.

d) se uma pessoa ofende a reputação de outra, ela não está cometendo crime algum.

A questão 28 requer que sejam estabelecidas relações entre informações do texto. O enunciado indica que, para respondê-la, é preciso tomar como base a leitura do texto e o significado dos termos “calúnia”, “difamação” e “injúria”. O aluno deverá ser capaz de relacio-nar o significado dos termos mencionados com determinadas situações cotidianas para identificar em qual alternativa o exemplo apresentado

Dica 3 – EXTRA

Para trabalhar as habilidades exigidas nessa questão, reveja as unidades 14 e 15

do TP4, “o processo da leitura” e “mergulho no texto”. No Caderno de Atividades de Apoio à

Aprendizagem 4 (AAA4), há sugestões de aulas para trabalhar essas

habilidades.

Dica 2 – EXTRA

Professor, a questão 27 é sobre coesão sequencial.

Para trabalhar coesão sequencial, além de exercícios sugeridos

na seção 3 da unidade 19 do TP5, há também atividades sugeridas no AAA5 (aulas de 1 a 5 da

unidade 19).

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

corresponde ao crime indicado. A alternativa “a” está errada porque a acusação de um crime em público é calúnia, e não injúria. A alternativa “c” está incorreta porque acusação cara a cara é injúria, e não calúnia. Já a alternativa “d” está incorreta porque ofender a reputação é crime de difamação. A alternativa correta é a “b”.

29. Leia o trecho:

“Contra eles, mesmo que o ‘criminoso’ tenha dito a verdade, será condenado” (L. 11-12)

O termo destacado refere-se

a) aos podres do ex.

b) ao Presidente da República.

c) a todos os chefes de Estado estrangeiros.

d) aos chefes de Estado, sejam os estrangeiros ou o na-cional.

A questão 29 requer que sejam reconhecidos vocábulos com o mesmo referente. É apresentado um fragmento do texto, e nele é desta-cado o pronome “eles”. Solicita-se, no enunciado, que seja identificado o referente de tal pronome. É importante destacar que o 3º parágrafo, aquele em que se encontra o fragmento acima, tem como foco advertir as pessoas no que diz respeito a determinados comportamentos consi-derados crimes contra a honra. São citadas três circunstâncias em que é preciso tomar cuidado: denunciar empresa no orkut; falar os podres do “ex” em público; e falar do Presidente da República ou de chefes de Estado estrangeiros. Para identificar o referente do pronome “eles”, conforme solicitado, é necessário reler o período anterior: E é preciso cuidado extra com um tipo de vítima: o Presidente da República ou qualquer outro chefe de Estado estrangeiro. Os últimos termos apresen-tados nesse período, Presidente da República ou qualquer outro chefe de Estado do estrangeiro, são aqueles aos quais o pronome “eles” se refere no início do período subsequente. A alternativa “a”, apesar de incorreta, pode atrair a atenção de leitores distraídos, já que a expressão os podres do ex faz parte de uma das circunstâncias usadas no texto para advertir as pessoas. As alternativas “b” e “c” estão incompletas. É importante observar que o pronome está no plural, por isso seu referente também deve estar no plural, o que reforça que a alternativa “b” não é a mais adequada. A alternativa adequada, portanto, é a “d”.

Dica 4 – EXTRA

Professor, a questão 29 é sobre coesão sequencial.

Para trabalhar coesão sequencial, além de exercícios sugeridos

na seção 3 da unidade 19 do TP5, há também atividades sugeridas no AAA5 (aulas de 1 a 5 da

unidade 19).

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

Dica 5 – EXTRA

Professor, a questão 30 exige que sejam utilizadas estratégias

diferentes para construir significado. Para

trabalhar a construção de significados com seus alunos, veja a aula 4 da unidade 14 do AAA4.

30. Leia o trecho abaixo:

“Se, num programa de TV, um entrevistado disser que o apresentador é cafetão, estará acusando-o em público de um crime (calúnia) desonroso (difamação), cara a cara (injúria)” (L. 6-8).

Agora, veja o significado do termo destacado:

cafetão - indivíduo que explora a prostituição.

Considerando o significado acima apresentado, a palavra “cafetão” pode ser substituída no texto por

a) indivíduo que vive da exploração do trabalho de mu-lheres e homens que vendem o corpo por dinheiro.

b) indivíduo que se aproveita da pobreza dos outros.

c) indivíduo que mantém trabalhadores em regime de escravidão.

d) indivíduo que se prostitui para sobreviver.

A questão 30 requer que sejam utilizadas diferentes estratégias para construir significados. É retirado um trecho do texto, e nele é destacado o termo “cafetão”. Em seguida, é apresentado o significado do termo. Destaca-se que, ao apresentar o significado de “cafetão”, surge uma outra palavra cujo significado será preciso conhecer para responder à questão: prostituição. O aluno deverá, então, fazer uso de seus conhecimentos prévios para chegar ao significado do termo “prostituição”. O enunciado solicita que seja identificada a alternativa que possa substituir a palavra “cafetão”. “Cafetão” é, pois, aquele que explora a prostituição, ou seja, explora o trabalho daqueles que ven-dem o corpo por dinheiro (alternativa “a”). As alternativas “b” e “c” são muito amplas, por isso inadequadas. Já a alternativa “d” deve ser considerada a que mais se distancia da resposta, uma vez que, no sig-nificado de “cafetão”, consta claramente que ele explora a prostituição, e não que se prostitui.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

ENTRADA – 8ª SÉRIE (9º ANO)

QUESTÃO

O trecho que segue é uma adaptação de dois textos: o primeiro, de Carlos Drummond de Andrade (A Doida), e o segundo, de Lygia Fagundes Telles (Antes do Baile Verde). Dê uma continuação para essa história. Procure criar um desfecho surpreendente. Coloque um título coerente em sua história. O texto deverá ter, no mínimo, 20 linhas.

“A doida habitava um chalé no centro do jardim maltrata-do. E a rua descia para o córrego, onde os meninos costumavam banhar-se. Era só aquele chalezinho, à esquerda, entre o barraco e um chão abandonado; à direita, o muro de um grande quintal. E na rua, tornada maior pelo silêncio, o burro que pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas, num declive áspero.”

“Ela desceu sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançava, as casas iam rareando, modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos baldios. No meio da rua sem calçamento, algumas crianças brincavam de roda. A débil cantiga infantil era a única nota viva na quietude da tarde. Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo blusão azul-marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinha um jeito jovial de estudante.”

A questão de produção de texto da 8ª série requer que o aluno redija uma narrativa. Esse texto narrativo deverá ser continuidade dos fragmentos apresentados na prova. O enunciado destaca a necessidade de ser criado um desfecho surpreendente, o que deve ser observado pelo aluno na produção de seu texto. O enunciado ainda solicita que seja atribuído título ao texto, e indica o número mínimo de linhas, 20.

Para dar continuidade aos fragmentos, os alunos deverão fazer uma leitura atenta deles e tomá-los como um único texto. No primeiro, há referência a uma personagem, a doida, que deverá fazer parte da continuação da história. Há também a descrição do local: um chalé em um jardim maltratado. Esse local também deverá ser considerado

PRODUÇÃO DE TEXTO

Dica 1

Professor, para explorar a sequência tipológica narrativa em sala, veja a unidade 11 do TP3. É importante também

trabalhar o planejamento do texto escrito; para

isso, consulte a unidade 22 do TP6. Veja a aula 7 da unidade 22 do AAA6.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) 8a série (9o ano)

na continuidade da história. Já o fragmento 2 faz referência a dois per-sonagens que devem ser levados em consideração na continuidade da história: uma mulher e um rapaz. A descrição do local bem como a ação da personagem feminina descrita no fragmento também devem ser consideradas na produção textual.

Foco narrativo, enredo, personagens, espaço e tempo devem ser considerados na produção do texto.

QUESTÃO EXTRA

Imagine que você seja um repórter à caça de notícias para publicar no jornal em que trabalha. Redija uma notícia para publicar no jornal com base no seguinte fragmento, retirado da obra Antes do Baile Verde, de Lygia Fagundes Telles:

“Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo blusão azul-marinho, cabelos crescidos e de-salinhados, tinha um jeito jovial de estudante.”

Lembre-se de que você deverá deixar bem claro em seu texto o que aconteceu, por que aconteceu e como aconteceu. Dê um título que atraia a atenção dos leitores. Seu texto deverá ter, no mínimo, 15 linhas.

Na questão extra de produção de texto da 8ª série, é solicitado que o aluno redija uma notícia. Uma notícia tem como objetivo di-vulgar, em meios jornalísticos, um acontecimento. Para produzir essa notícia, ele deverá levar em consideração especificamente o fragmento apresentado no enunciado. Nesse fragmento, há alguns elementos que deverão ser considerados: nele, duas personagens são apresentadas, um homem, que aparenta ser um jovial estudante, e uma mulher, a quem esse provável estudante aguarda.

O aluno deverá responder em seu texto às seguintes perguntas:

“Quem” - o personagem envolvido

“Onde” - o local do fato

“Quando” - o momento do fato

“Por quê” - a causa do fato

“Como” - o modo como o fato ocorreu

Vale ainda destacar que o enunciado especifica o mínimo de linhas e exige que seja atribuído título. Atenção especial deve ser dada ao título. Em uma notícia, o título deve sintetizar o que será abordado e também a trair a atenção do leitor.

Dica 1 – EXTRA

Professor, é importante trabalhar o planejamento

do texto escrito; para isso, consulte a unidade 22 do TP6. Veja também

as aulas da unidade 23 do AAA6, observe

principalmente a aula 5 dessa unidade.

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) GESTAR II

1 – FRANCO, C. & BONAMINO, A. (orgs). Avaliação da Educação Básica. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2004.

Os 11 capítulos do livro organizado por Franco e Bonamino abordam a avaliação de sistemas e redes de ensino. O livro desenvolve três temas: i) considerações sobre avaliações em larga escala e as contribuições desse tipo de avaliação para a gestão de políticas educacionais e para a investigação sobre qualidade e equidade em educação; ii) visão de conjunto das principais características dos projetos de avaliação da educação desenvolvidos pelos estados do Paraná, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Ceará; e iii) aprofundamento da identidade de cada um dos projetos estaduais mencionados. Destaque especial deve ser dado ao capítulo 2, cuja responsabilidade é de Creso Fanco, professor e pesquisador da PUC-Rio: “Quais as contribuições da avaliação para as políticas educacionais?”. Esse capítulo traz reflexões importantes para o professor sobre conceitos relevantes: aferição/avaliação; medi-das cognitivas/medidas contextuais; aprendizado recente/conjunto de aprendizados, entre outras.

2 – ALLIENDE, F. & CONDEMARÍN, M. A leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 2005.

Os pesquisadores chilenos Alliende e Condemarín desenvolvem nesse livro aspectos concernentes à teoria e à prática da leitura na Educação Básica. Esse é um livro interessante para o professor porque, além de nele ser dada uma visão crítica das proposições teóricas, os pesquisadores apresentam também sugestões para desenvolver e avaliar os diferentes processos e etapas da leitura.

3 – SOUZA, A. de M (org). Dimensões da avaliação educacional. Pe-trópolis, RJ: Vozes, 2005.

O objetivo do livro é colocar à disposição dos interessados os proce-dimentos utilizados na avaliação de escolas e na interpretação de seus resultados. São apresentados no livro 9 artigos sobre o tema. Destaque especial deve ser dado ao capítulo inicial, de responsabilidade de Simon Schwartzman, que trata das avaliações de nova geração, colocando a avaliação na perspectiva das mudanças das funções pelas quais vem passando o sistema educacional. O livro merece atenção do professor, visto que reúne contribuição de especialistas renomados em um trata-

BIBLIOGRAFIA

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Caderno de Orientações sobre a Avaliação Diagnóstica - Língua Portuguesa (Entrada) GESTAR II

mento integrado de temas que têm a Educação Básica como principal preocupação.

4 – VIANNA, H. M. Avaliações em debate: SAEB, ENEM, PROVÃO. Brasília: Plano Editora, 2003.

Esse é um livro de leitura rápida, indicado especialmente para quem vai começar a ler sobre avaliações em larga escala. Apesar de tratar de avaliações que já passaram por muitas mudanças, a leitura do livro é válida porque proporciona uma reflexão sobre o movimento das avalia-ções de larga escala no Brasil a partir da última década do século XX. O autor também indica sugestões para o aprimoramento das avaliações em larga escala, ou seja, realiza uma meta-avaliação.

5 – Revista Estudos em Avaliação Educacional

Essa revista, de responsabilidade da Fundação Carlos Chagas, é quadri-mestral e traz artigos sobre diversos assuntos concernentes à avaliação educacional. Ver o seguinte endereço eletrônico para assinatura: http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/index.html

6 – Associação Brasileira de Avaliação Educacional - ABAVE

Para ter acesso a mais publicações sobre avaliação educacional, consulte o site da ABAVE: http://abave.org.br:8180/abave/publicacao.do

7 – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Tei-xeira – INEP

Para conhecer mais sobre concepções teórico-metodológicas das avalia-ções nacionais bem como ter acesso a diversas questões, veja o site do INEP: www.inep.gov.br. Nesse site, também é possível ter informação sobre avaliações internacionais aplicadas no Brasil.