cact informa #3, maio de 2012

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GE903 — Geologia Urbana. No próximo semestre, se tudo correr bem, Campos começará os trabalhos no IG junto aos colegas Roberto Greco e Rafael Straforini, também recém-aprovados em con- cursos. Graduado em Geologia pela Universidade Federal de Minas Ge- rais (UFMG, 1991), possui mestrado em Geografia Física pela USP (1998) orientado pelo professor Adilson Avansi de Abreu e doutorado em Agronomia com ênfase em Ciência do Solo e Meio Ambiente pela Uni- versidade de Purdue, em Indiana, EUA (2006). Desde 1996 é professor adjunto do Instituto de Estudos Só- cio-Ambientais da Universidade Fe- deral de Goiás (IESA-UFG, campus Samambaia), onde ministrou várias disciplinas no curso de graduação em Geografia, além de orientar nos programas de pós-graduação em Geografia e em Agronomia. É tam- bém vice-coordenador do LABOGEF — Laboratório de Geomorfologia, Pedologia e Geografia Física. O CACT dá as boas vindas a Alfredo, que cer- tamente tem muito a contribuir com a graduação do IG! Próximo concurso A próxima vaga docente é do DPCT. Está aberto o edital para o concurso para Professor Doutor, nível MS-3, na área de Mudança Tecnológica, Transformações Sociais e Meio Ambi- ente, na disciplina CT147 – Meio Am- biente, Tecnologia e Desenvolvimen- to e na área de Ciências da Terra, na disciplina GN101 – Ciência, Tecnolo- gia e Sociedade. O concurso para a contrata- ção do 8º professor do Departamento de Geoci- ências Aplicadas ao Ensi- no (DGAE) do IG ocorreu entre os dias 25 e 27 de abril. A comissão jul- gadora, composta pelos professores Maurício Compiani (DGAE), Adriana Bernardes (DGEO), Sueli Yoshinaga (DGRN), Maria José P. M. de Almeida (FE — que, neste semestre, ministra Escola e Cultura para os alunos do 2º ano noturno) e Maria Eunice Marcon- des (USP), habilitou e indicou Alfre- do Borges de Campos para o preenchimento do cargo de profes- sor doutor, MS-3, na área de Me- todologia do Ensino de Geociências, nas disciplinas GF806 — Estágio Su- pervisionado de Geografia I, EH002 — Metodologias de Pesquisa em Ensino de Ciências da Terra e na área de Ciências da Terra, na disciplina Alfredo Borges de Campos é aprovado no DGAE CENTRO ACADÊMICO DE GEOGRAFIA E CIÊNCIAS DA TERRA — GESTÃO LEVANTA, CACT! Anderson Cordeiro Sabino (101466), Anderson Sirini dos Santos (116106), André Lopes de Souza (080674), Carolina Leardine Zechinatto (090698), Diego Luciano do Nascimento (102018), Diogo Ronchi Negrão (081170), Everton Vinicius Valezio (091055), Frederico Zilioti Amorim (104955), Guilherme Henrique Gabriel (081542), Gustavo Henrique Beraldino Teramatsu (081566), Guilherme Rodrigues Ramos (091433), Jéssica Cecim (117337), João Paulo Marçola (081744), Luciano Pereira Duarte Silva (106127), Maico Diego Machado (083826), Rolver Bernardes Costa (120130), Stéphanie Rodrigues Panutto (092994), Thais Moreno de Barros (104166), Valderson Salomão da Silva (104238). www.ige.unicamp.br/cact facebook.com/geocact [email protected] Boletim dos estudantes de Geografia da Unicamp | n.3 | mai ’12 CACT informa Nascido em Campo Grande, o novo docente do DGAE formou-se em Geologia na UFMG, é mestre em Geografia Física pela USP e fez o doutorado nos Estados Unidos. Na UFG, era professor do curso de Geografia Alfredo sorri após a leitura do resultado do concurso no dia 27 de abril: habilitado e indicado Gustavo Teramatsu

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CACT informa #3, maio de 2012

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GE903 — Geologia Urbana. No próximo semestre, se tudo correr bem, Campos começará os trabalhos no IG junto aos colegas Roberto Greco e Rafael Straforini, também recém-aprovados em con-cursos. Graduado em Geologia pela Universidade Federal de Minas Ge-rais (UFMG, 1991), possui mestrado em Geografia Física pela USP (1998) orientado pelo professor Adilson Avansi de Abreu e doutorado em Agronomia com ênfase em Ciência do Solo e Meio Ambiente pela Uni-versidade de Purdue, em Indiana, EUA (2006). Desde 1996 é professor adjunto do Instituto de Estudos Só-cio-Ambientais da Universidade Fe-deral de Goiás (IESA-UFG, campus Samambaia), onde ministrou várias disciplinas no curso de graduação em Geografia, além de orientar nos programas de pós-graduação em Geografia e em Agronomia. É tam-bém vice-coordenador do LABOGEF — Laboratório de Geomorfologia, Pedologia e Geografia Física. O CACT dá as boas vindas a Alfredo, que cer-tamente tem muito a contribuir com a graduação do IG! Próximo concurso A próxima vaga docente é do DPCT. Está aberto o edital para o concurso para Professor Doutor, nível MS-3, na área de Mudança Tecnológica, Transformações Sociais e Meio Ambi-ente, na disciplina CT147 – Meio Am-biente, Tecnologia e Desenvolvimen-to e na área de Ciências da Terra, na disciplina GN101 – Ciência, Tecnolo-gia e Sociedade.

O concurso para a contrata-ção do 8º professor do Departamento de Geoci-ências Aplicadas ao Ensi-

no (DGAE) do IG ocorreu entre os dias 25 e 27 de abril. A comissão jul-gadora, composta pelos professores

Maurício Compiani (DGAE), Adriana Bernardes (DGEO), Sueli Yoshinaga (DGRN), Maria José P. M. de Almeida (FE — que, neste semestre, ministra Escola e Cultura para os alunos do 2º ano noturno) e Maria Eunice Marcon-des (USP), habilitou e indicou Alfre-do Borges de Campos para o preenchimento do cargo de profes-sor doutor, MS-3, na área de Me-todologia do Ensino de Geociências, nas disciplinas GF806 — Estágio Su-pervisionado de Geografia I, EH002 — Metodologias de Pesquisa em Ensino de Ciências da Terra e na área de Ciências da Terra, na disciplina

Alfredo Borges de Campos é aprovado no DGAE

CENTRO ACADÊMICO DE GEOGRAFIA E CIÊNCIAS DA TERRA — GESTÃO LEVANTA, CACT!

Anderson Cordeiro Sabino (101466), Anderson Sirini dos Santos (116106), André Lopes de Souza (080674), Carolina Leardine Zechinatto (090698), Diego Luciano do Nascimento (102018), Diogo Ronchi Negrão (081170), Everton Vinicius Valezio (091055), Frederico Zilioti Amorim (104955), Guilherme Henrique Gabriel (081542), Gustavo Henrique Beraldino Teramatsu (081566), Guilherme Rodrigues Ramos (091433), Jéssica Cecim

(117337), João Paulo Marçola (081744), Luciano Pereira Duarte Silva (106127), Maico Diego Machado (083826), Rolver Bernardes Costa (120130), Stéphanie Rodrigues Panutto (092994), Thais Moreno de Barros (104166), Valderson Salomão da Silva (104238).

www.ige.unicamp.br/cact facebook.com/geocact [email protected]

Bolet im dos es tudantes de Geograf ia da Unicamp | n .3 | mai ’12

CACT informa

Nascido em Campo Grande,

o novo docente do DGAE

formou-se em Geologia na UFMG,

é mestre em Geografia Física pela

USP e fez o doutorado nos Estados

Unidos. Na UFG, era professor do

curso de Geografia

Alfredo sorri após a leitura do resultado do concurso no dia 27 de abril: habilitado e indicado

Gustavo Teram

atsu

Prezados alunos e integrantes do Centro

Acadêmico de Geografia e Ciências da Terra,

escrevo para agradecer o carinho que tenho

recebido de vocês. Acabei de ler o CACT-

Informa. Estou muito ansioso para chegar em

Campinas e começar a traba-lhar na licencia-

tura!

Atenciosamente,

Prof. Dr. Rafael Straforini

(13/abr)

Caros alunos do IG. Sou Alfredo Borges de Cam-

pos, o novo professor do IG. Tenho formação em

Geociências e vou atuar na área de pesquisa em

ensino de Geociências, ensino de Geografia e

Geologia Urbana. Estou bastante feliz com meu

ingresso no IG e otimista com relação ao tra-

balho que iremos desenvolver juntos. Sou uma

pessoa aberta ao diálogo, que gosta de ensino e

pesquisa e de compartilhar com os alunos os

diferentes momentos da vida acadêmica. Espero

que possamos nos conhecer melhor quando eu

chegar por aí. Um abraço a todos e até breve.

Alfredo. (3/mai)

Avaliação de curso e

eleição dos novos RDs

S e você tem o hábito de dor-mir seis horas por noite, em um mês terá passado duzen-tas horas na cama. Para os

alunos da Licenciatura, de acordo com a legislação federal vigente, são exigidas as mesmas duzentas horas em atividades acadêmico-científico-culturais, além de mil e oitocentas horas de aulas, quatrocentas horas de atividades práticas previstas no conteúdo curricular e outras quatro-centas horas de estágio supervisio-nado. O problema é que os crité-rios que definem as atividades extra-curriculares aceitas para o cálculo das horas ainda não estão muito cla-ros para os estudantes e essa preo-cupação não é colocada nos primei-ros anos do curso. Ao chegarem no ano de conclusão, como já aconte-ceu algumas vezes, a exigência pode se tornar uma grande dor de cabeça, especialmente para os alunos que também trabalham e têm pouco tempo livre. No limite, a ideia por trás das duzentas horas — a articula-ção entre teoria e prática — é esque-cida, dando lugar à corrida por horas e certificados em atividades que não contribuem efetivamente para a for-mação destes alunos. Considerando isto, expomos a seguir a lista elabo-rada pela Coordenadoria de Gradua-ção do IG. Até o próximo dia 1º de

agosto, os alunos concluintes na modalidade licenciatura devem en-tregar um dossiê na Secretaria de

Graduação com cópias de certifica-dos e declarações e formulário pre-enchido (ige.unicamp.br/cact/200h) para que as horas sejam contabiliza-das pela coordenadora, que podem incluir:

I. atividades de iniciação à pesquisa;

II. atividades de iniciação ao ensino

(monitorias);

III. programas e atividades de exten-

são, nas seguintes categorias e ordem

de precedência:

a) participação ativa em projetos de

extensão universitária, devidamente

registrados nos órgãos competentes,

como bolsista remunerado ou voluntá-

rio;

b) participação em projetos desenvolvi-

dos no âmbito da Empresa Jr.;

c) participação em comissão coordena-

dora ou organizadora de evento de

extensão isolado, devidamente regis-

trado nos órgãos competentes;

d) participação em eventos técnico-

científicos (seminários, simpósios, con-

ferências, congressos, jornadas, sema-

nas acadêmicas, fóruns e outros da

natureza);

e) participação em cursos, palestras,

exposições, visitas técnicas e outros de

mesma natureza;

IV. estágios extracurriculares (não-

obrigatórios);

V. atividades de representação discen-

te;

VI. práticas de estudos e atividades

independentes;

VII. atividades voluntárias.

Futuros professores, confiram suas 200 horas

2 | CACT informa | n.3, mai ’12

A proximam-se dois momen-tos que consideramos de grande relevância para a graduação: a avaliação e

discussão dos cursos, a ser realizada dia 15/mai, e a eleição dos represen-tantes discentes para os órgãos cole-giados do Instituto para o período de agosto de 2012 a julho de 2013, que ocorre nos dias 15 e 16/mai. Como já vem sendo feito em outros semestres, o CACT or-ganiza uma pré-avaliação de curso (dia 9/mai, às 18h), que será feita junto ao Café dos RDs, reunião men-sal para informes dos represen-tantes. A reunião deste mês terá também a participação dos candida-tos a novos RDs (vide cartaz na última página). Desnecessário comentar a importância da organização das reivindicações dos estudantes para que seja dado o devido encami-nhamento durante a reunião se-mestral com a Coordenação do curso, bem como nas demais instân-cias do Instituto, através da repre-sentação discente. Organizadas, as pautas estu-dantis tomam corpo, ganham força e dão frutos. Eis uma das funções pri-mordiais do CACT, que deve coorde-nar os esforços do corpo discente, sempre buscando a excelência do curso de Geografia da Unicamp e, por que não, da própria Geografia!

Os coordenadores Gestão “Levanta, CACT!”

Avaliação de curso

terça-feira, 22 de maio

Curso 54 (1º ano) — 10h

Curso 54 (demais anos) — 14h

Curso 55 (todos os anos) — 19h no horário da avaliação de seu curso, os alunos estão

dispensados das aulas

Eleições dos representantes discentes

15 e 16 de maio

9h às 17h e17h30 às 21h

Secretaria de graduação

mensagens

O (já não tão) novo IG: dez anos de boatos e histórias

CACT informa | n.3, mai ’12| 3

T odos conhecem alguma len-da urbana. A Unicamp tam-bém tem as suas, e uma das-mais conhecidas, depois do

ET de Varginha, diz respeito à obra do novo prédio do IG, projeto dos arquitetos Dácio e David Ottoni con-cebido no fim dos anos 1980. Numa manhã de quarta, dia 8 de abril de 2009, uma pequena plateia presenciou a inauguração tão esperada de parte do novo prédio, em construção desde 2002 — por-tanto, há dez anos. O novo bloco de laboratórios recebeu o nome do fun-dador do Instituto, Amilcar Oscar Herrera (1920-1995) e representava cerca de 2 mil m² construídos de 9 mil futuros, menos de 25% do total. Sem saber quando a obra seria con-cluída — e ainda não sabem —, al-guns alunos fizeram faixas de protes-to, que foram rapidamente retiradas antes que o reitor chegasse à ceri-mônia. José Tadeu Jorge, por coinci-dência, deixou a reitoria na semana seguinte. Fernando Costa, que aju-dou a descerrar a placa, assumiu seu lugar. O IG também passava por um momento de transição. Silvia Figuei-rôa, então diretora associada, ven-ceu a eleição para a diretoria e to-mou posse em maio. O novo prédio, entretanto, permaneceria fechado até agosto daquele ano, depois de concluída a obra, em 8 de junho, e a mudança dos primeiros laboratórios. Já se no-tava o problema de infiltrações, go-teiras e mofo, amenizado depois de instalada toda a cobertura do prédio.

Cumpria-se o vaticínio do ex-diretor Alvaro Crósta em entrevista ao Pan-GEO (antigo jornal do CACT), que previa, no início de 2008, que o IG passaria por uma fase transitória, em que suas atividades seriam realizadas nas duas sedes. Crósta, porém, acre-ditava que isto em nada prejudicaria nossa excelência. Ao contrário: o raciocínio de então era que o IG, por não ter uma infraestrutura adequada em relação a outras unidades de en-sino da Unicamp, estava em desvan-tagem para desenvolver plenamente seu potencial acadêmico. Para os alunos de gradua-ção, que já entraram no curso com a expectativa de ver o prédio um dia totalmente inaugurado, a espera é amargurante. A comunicação entre as unidades é difícil mesmo para re-solver problemas cotidianos simples, como colocar papel na impressora, grampear os trabalhos e abrir uma porta, uma vez que o Setor de Infor-mática e o SIOM ficaram “lá em ci-ma”. Depois das quatro da tarde, não há funcionário responsável pelo pré-dio. O que rende boas histórias: al-guns alunos já ficaram presos — o prédio simplesmente é trancado sem saber quem está ali dentro. Muitas vezes, os laboratórios passam dias trancados com o ar-condicionado ligado, um desperdício de dinheiro público. Quem esquece a carteirinha, simplesmente não entra ou espera algum incauto passar por ali (mais ou

Novo IG em abril de 2012, três anos após a inauguração do primeiro módulo

menos como é com uma das portas do prédio antigo...). Isso para falar só dos problemas operacionais. Certamente há problemas mais sérios: os sanitários para cadei-rantes estão no primeiro piso, mas não há ainda rampa ou elevador de acesso — detalhe já observado em inspeção do Conselho de Educação. Em dezembro de 2010, após uma tempestade, parte dos brises — mais estéticos do que funcionais — foi levada pelo vento. Depois do insu-cesso do insulfilm nas janelas, temos agora belas cortinas azuis no LAGEO. Se o prédio novo ainda é subutilizado, as instalações antigas estão saturadas. Para o problema dos computadores, a solução paliati-va foi deixar algumas máquinas no antigo LEI — que está sempre lotado e nem de longe lembra um local de estudo. A biblioteca, que também tem previsão para ser transferida logo, junto a um amplo auditório, funciona no limite de sua capacidade — muitos dos periódicos estão na sala onde funcionava o LAGEO. Como se vê, a situação atual se agrava e impede que os cursos cresçam. Sabemos dos esforços de todos para o término da construção. Afinal, 2013 será ano de inaugura-ções em massa, já que o reitor deixa o cargo. Torcemos para que tudo dê certo daqui para frente — que não venham mais dez anos!

Gustavo Teram

atsu

volveu um raciocínio e eu captei des-sa forma, talvez seja esse o papel do artista, captar via sua sensibilidade aquilo que todo mundo vê, mas não enxerga. O rap é o canto falado e é também o canto falado nas ruas, em cada CANTO desse Brasil, daí sua espacialidade.

Em seu último clipe, Poucas Palavras, o tema abordado é a literatura mar-ginal. Nos últimos anos, observamos uma proliferação de saraus feitos nas periferias das grandes cidades. Conte-nos um pouco sobre a origem desse movimento e quais são as suas potencialidades e limitações. Os saraus originados nos bares das periferias de São Paulo oxigenaram não só o rap, como toda a arte pro-duzida nas periferias. Criaram não só leitores, mas também escritores, protagonistas de sua própria histó-ria. Os saraus sequestraram as poesi-as das bibliotecas e as trouxeram pras ruas, assim como o grafite tirou as artes plásticas das grandes galeri-as. Eu me considero consequência disso aí, bebi e bebo dessa fonte até hoje, fiz fanzine, jornal, participei disso. Quanto à limitação, eu creio que está provado que ela já não mais existe. Fazer com que analfabetos ou pessoas que há muito se afasta-ram da escola se interessem por lei-

4 | CACT informa | n.3, mai ’12

Renan autografa seus livros no CACT, em dezembro

CACT entrevista: Renan Inquérito

R enan Lelis Gomes, ou Renan Inquérito, como é mais co-nhecido, formou-se em nos-so curso em 2009. No início

de dezembro, foi realizado no CACT o primeiro lançamento de seu livro #PoucasPalavras após o lançamen-to nacional via twitcam, com exposi-ção de fotos e leitura de poemas. O evento repercutiu no contexto da literatura marginal — as fotos circu-laram por blogs, sites de rap e até mesmo na grande mídia. Prefaciada por um dos maiores expoentes do segmento, Sérgio Vaz, o livro conta com fotografias de Márcio Salata e ilustrações de Mundano e faz parte de um projeto de mesmo nome, que valoriza a literatura de periferia. A-proveitando a boa repercussão e o fato da defesa da dissertação de mestrado de Renan estar se aproxi-mando, o CACT entrevistou Renan. CACT: Você já tinha uma carreira como rapper desde 1999, que foi se consolidando nos anos seguintes. Tendo isso em vista, qual foi a sua motivação para fazer uma gradua-ção? E por que escolheu a geografia? Renan: A graduação resolvi fazer quando percebi que o Rap como mú-sica, apesar de seu forte cunho soci-al, me restringia a certas ações. Quis cursar geografia para tentar ampliar meu olhar sobre o mundo e conse-quentemente minhas ações sobre ele. Mas eu diria que minha gradua-ção veio mesmo do hip-hop, em mais de uma década de atuação. A univer-sidade só oficializou o meu diploma. As letras de rap muitas vezes abor-dam questões sociais e espaciais. Por exemplo, o rap “Um Brinde”, de sua autoria, retrata o problema do álcool em suas diversas facetas, desde a degradação do trabalhador na co-lheita da cana-de-açúcar, até a de-pendência gerada pela substância. Com base nisso, quais são as possibi-lidades de diálogo que você vê entre Rap e Geografia? Para você ter uma ideia, essa letra eu criei durante uma aula do professor Marcio Cataia. Eu tenho as anota-ções originais no caderno até hoje! A ideia partiu dele indiretamente, eu só transformei em rimas; ele desen-

tura, por poesia, isso é a prova do potencial desses saraus. Os saraus fizeram o que nenhuma campanha do Ministério da Educação ou da Cul-tura conseguiu fazer.

Por desconhecimento, muitas pesso-as acreditam que o Rap é um estilo musical que estimula a violência e o consumo de drogas. O que você acha sobre esse assunto? Você já sofreu algum preconceito na academia pelo fato de ser rapper, ou no hip-hop por ser universitário? Por desconhecimento, muita gente também acha que todo mundo que estuda na universidade é maconhei-ro, vagabundo, playboy e por aí vai… São as famosas generalizações. Mas para dizer a verdade, eu nunca sofri preconceito na universidade por ser rapper, nem no hip-hop por ser uni-versitário, transito nos dois meios com facilidade. São dois planetas totalmente diferentes e, às vezes, me sinto um híbrido, como diria o mestre Milton Santos. Quais caminhos, ao seu ver, se apre-sentam como possibilidade para se estreitarem os laços entre universi-dade e sociedade? O hip-hop e a e-ducação seriam um desses cami-nhos?

Os saraus fizeram o que nenhuma campa-

nha do Ministério da Educação ou da Cul-

tura conseguiu fazer

Por desconhecimento, muita gente tam-

bém acha que todo mundo que estuda na

universidade é maconheiro, vagabundo,

playboy e por aí vai…

Marcio Salata

Semifinais** Disputa direta entre os primeiros colocados de

cada grupo (A, B, C) e o melhor segundo colocado (D) — A vs. D e B vs. C

Final**

* As partidas acontecem às 17h e às 18h, na FEF ** Data e horário a definir. Sujeito a alterações.

Mais informações em ige.unicamp.br/atletica

CACT informa | n.3, mai ’12| 5

O hip-hop há muito tempo já vem sendo usado como ferramenta peda-gógica em Fundações CASA, presí-dios, escolas e agora em algumas universidades. No Brasil isso é novo, mas em outros países já acontece faz tempo. Acredito numa invasão da sociedade na universidade, mas isso só acontecerá quando a Universida-de quiser também invadir a socieda-de. Não concordo com o encastela-mento acadêmico, com essa muralha do conhecimento. Para finalizar, deixe seu recado para os ingressantes em geografia deste ano! Deixo o trecho de um texto de Ana Clara Torres Ribeiro que fala muito forte ao meu pensamento toda vez que eu leio: “ (…) como geógrafos, estudiosos do espaço, devemos nos opor às forças econômicas que bus-cam o alisamento dos lugares, a de-sapropriação de bagagens culturais e a redução de diferenças identitá-rias” (RIBEIRO, 2004, p. 203).

Publicado originalmente no site do CACT

Gostaria de ver uma entrevista com

alguém? Envie sugestão para

[email protected]!

Campeonato Interanos Masculino 2012

P aulistão, Libertadores — esqueça: o Campeonato Interanos 2012, promovido pela Atlética, teve início em

17 de abril e seguirá maio afora. Ao todo, doze equipes perseguem o título, que, apesar de não se saber ainda qual é, já se mostra bem dispu-tado. Cada time foi formado por a-tletas de acordo com o ano de in-gresso — 2008 a 2012 —, além de um time de alunos da pós-graduação. Quatro vão para as semi-finais. Até a segunda rodada, o aluno Daniel Bagagli, do PA FC, era o arti-lheiro com 11 gols. O desfecho, bem como os detalhes do campeonato feminino — até agora com três ti-mes inscritos —, que começa este mês, estarão na próxima edição!

Nova sede: assembleia no dia 10, às 18h

em 2012, o assunto travou. Pedimos uma posição dos responsáveis pela obra e soubemos que, dos pontos solicitados, poucos serão realizados, com a justificativa de que o prédio não tem estrutura física para receber as alterações. O CACT solicitou os laudos para consulta, mas nenhuma resposta foi dada. Diante de tal situação, con-vocamos uma nova assembleia a ser realizada em 10/mai, às 18 horas, nos corredores da EB. Será realizada a leitura da ata da assembleia ante-rior. O principal ponto de discussão será: vamos nos mudar aceitando as novas condições ou vamos manter a deliberação de 2011 e não sair do espaço atual se não forem cumpri-das todas as solicitações?

U m dos principais pontos de pauta do CACT desde o ano passado é a mudança da sede das entidades

estudantis. O NEPAM, que divide conosco o prédio da Engenharia Básica, necessita da sala usada atual-mente para a instalação de labo-ratórios e, junto com a Diretoria do IG, apresentou aos alunos uma pro-posta de mudança para o prédio a-nexo ao Instituto, onde antes fun-cionavam os laboratórios de preparo de amostras de rochas. Em 13/set, o CACT realizou assembleia em que foi aprovada a mudança, desde que antes fossem cumpridas adequações consideradas necessárias simples, como instalação de uma porta, bebedouro, ilumina-ção e tomadas. Porém, ao entrarmos

Grupo A Grupo B Grupo C

Pós Cisco (09N) UFSoccer (09D)

Fralda FC (010N) Shoshonita FC (08D) PA FC (010D)

011N Renegados do Diabo (08D) Chapa na Caveira (09D)

012N 012D Garimpo EC (011D)

19.4 — Shoshonita 7 x 0 Renegados 24.4 — Cisco 14 x 0 Renegados 26.4 — Cisco 5 x 1 Shoshonita 3.5 — Renegados 1 x 17 012D 8.5, 18h — Shoshonita x 012D

10.5, 17h — Cisco x 012D

17.4 — Pós 2 x 0 Fralda FC 19.4 — 011 N 2 x 0 012 N 24.4 — Pós 23 x 0 012 N

10.5, 18h — Fralda FC x 011N 17.5, 18h — Fralda FC x 012N

17.5, 17h — Pós x 011N

17.4 — PA FC 11 x 0 C. na Caveira 23.4 — UFSoccer 11 x 1 C. na Caveira

26.4 — PA FC 15 x 1 Garimpo 3.5 — C. na Caveira 3 x 10 Garimpo 17.5, 18h — UFSoccer x Garimpo 22.5, 18h — UFSoccer x PA FC

Diagramação e edição: Gustavo Teramatsu. Textos: Gustavo Teramatsu. Entrevista: André Souza. Revisão: Melissa Steda e Wagner Nabarro. Agradecimentos: Henry Tanaka (Atlética) e Maico Machado.

Jogos* —

1a. Fase

Última assembleia dos estudantes de Geografia, em novembro Gustavo Teram

atsu

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