telessaude informa maio 2012

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Entrevista com Eduardo Alves, coordenador da GEABS, sobre Redes de Atenção à Saúde Intercâmbio cultural: Brasil e México trocam experiências na Saúde Pública Organizando a demanda e facilitando o acesso às Unidades Básicas de Saúde página 6 página 4 página 3 Telessaúde Informa Boletim Informativo mensal do Núcleo de Telessaúde SC telessaude.sc.gov.br [email protected] Maio de 2012

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Informativo publicado em maio de 2012, pela equipe de comunicação do Núcleo de Telessaúde de Santa Catarina

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Page 1: Telessaude Informa maio 2012

Entrevista com Eduardo Alves, coordenador da GEABS, sobre

Redes de Atenção à Saúde

Intercâmbio cultural: Brasil e México trocam experiências

na Saúde Pública

Organizando a demanda e facilitando o acesso às

Unidades Básicas de Saúde

página 6página 4página 3

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Um estudo divulgado pelo Minis-tério da Saúde em abril deste ano revelou que a dieta do brasileiro é inadequada e “perigosa”. Os da-dos mostram que mais de 34% da população não abre mão da carne gordurosa e que quase 30% toma refrigerante ao menos cinco vezes por semana.

Hábitos alimentares como estes, principalmente quando associados ao sedentarismo, podem gerar con-dições ideais para o desenvolvimen-to de doenças cardiovasculares - o que é preocupante, já que são es-sas as responsáveis por 29,4% das mortes registradas, por ano, no país.

Com dados como estes, entende--se mais facilmente a proposta do programa Academias ao Ar Livre,

criado em abril de 2011 pelo go-verno federal. O principal objetivo do programa é ajudar a melhorar a saúde da população oferecendo infraestrutura, equipamentos e um quadro de pessoal qualificado para a orientação de práticas corporais, atividade física e de lazer e modos de vida saudáveis.

É provável que, isoladamente, estes espaços não façam tanta di-ferença. Para potencializá-los, é necessário o trabalho conjunto dos profissionais de saúde e que apare-çam como resultado de um trabalho em grupo.

O exemplo do Rio de Janeiro - como ir adiante

A ideia da Academia Carioca de Saúde surgiu em Brasília, em um seminário de promoção da saúde organizado pelo Ministério da Saú-de. Ao ver o exemplo da cidade de Maringá, PR, onde aparelhos de

academia leves, sem carga de peso, haviam sido instalados em praças da cidade, facilitando o acesso da população à prática regular de ativi-dade física, a professora Junia Car-doso elaborou a proposta adaptada ao Rio de Janeiro.

Com o projeto, esses espaços são instalados sempre dentro de uma Unidade de Saúde, fazendo com que não só o acesso seja facilitado, mas também seja correta a orien-tação sobre a prática de exercícios, com pessoas capacitadas - hoje, um grupo formado por 65 profissio-nais, segundo o site da prefeitura.

Os números registrados pelo pro-jeto até agora são animadores: no dia 11 de abril foi inaugurado o 53ª espaço e, com isso, o projeto passou a beneficiar cerca de 11 mil pesso-as. Dessas, segundo dados levan-tados pelo próprio município, 97% apresentaram controle da pressão arterial, 86% reduziram as taxas de glicemia e 68% diminuíram a dosa-gem de medicamentos.

Em 80% dos pacientes também houve diminuição do peso corporal e 78% notaram redução da circun-ferência abdominal - resultados cla-ramente positivos considerando os dados levantados pela pesquisa ci-tada no início.

Alternativas saudáveis à dieta do brasileiro

Academias ao ar livre podem fazer parte da luta para melhorar a qualidade de vida

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Como os reflexos do sedentarismo e da má alimentação podem ser reduzidos com incentivo a hábitos mais saudáveis

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Telessaúde Informa: O que são as Redes de Atenção Básica e quais suas principais funções?Eduardo Melo: São arranjos orga-nizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes e complemen-tares missões assistenciais e den-sidades tecnológicas. O principal objetivo é garantir atenção integral, que não pode ser atingida em um único lugar em todas as situações, mas que requer trabalho em rede, continuidade do cuidado e articu-lação com redes sociais de apoio. TI: Qual o papel da Atenção Bási-ca no contexto das Redes?Eduardo: A atenção básica tem, dentre outras, três grandes fun-ções: acolher a demanda espontâ-nea; realizar e coordenar o cuidado continuado e atuar sobre riscos co-letivos à saude. Isso, aliado ao seu trabalho em equipe multiprofissional e à alta proximidade à dinâmica de vida das pessoas, confere um papel al-tamente relevante à atenção bási-

ca de servir como base mesmo e como um locus privilegiado de ges-tão do cuidado, ajudando por um lado no acesso a recursos e tecno-logias e por outro na diminuição de iatrogenias e do consumo de tecno-logias não atreladas a ganhos nos graus de autonomia dos usuários.TI: Qual a importância da coorde-nação do cuidado nas Redes pela Atenção Básica?Eduardo: O vínculo das equipes com os usuários (real, e não ape-nas formal) pode protegê-los e faci-litar seu percurso em outros pontos da atenção da rede, mantendo a responsabilidade da atenção bási-ca pelo cuidado, inclusive quando o usuário está em cuidado compar-tilhado com outros serviços.TI: Como estão as estruturas atu-ais das Redes de Atenção Básica em nível nacional?Eduardo: Além de diretrizes e prin-cípios gerais das redes (colocados antes), estamos trabalhando forte-mente com algumas redes temáti-cas e linhas de cuidado, a exemplo da rede cegonha, a rede de aten-

ção poço-social, rede de urgência e de emergência.TI: Quais as dificuldades enfrenta-das na prática para a implantação da Rede?Eduardo: Há desde dificuldades fi-nanceiras, como a construção e o custeio de unidades, sem as quais a rede de atenção à saude não existe, até dificuldades organiza-cionais, com fluxos e comunicação entre serviços. Além, é claro de obstáculos no âmbito da micropo-lítica, as relações concretas entre usuários, gestores e trabalhadores. Se a rede quer pontos de atenção, serviços de saúde, ela não pode se restringir a isso. É importante ser uma rede viva, dinâmica, e isso requer, inclusive, comunicação e relações, ainda que os elementos materiais sejam essenciais.TI: Qual é o papel do Telessaúde na articulação das Redes de Aten-ção Básica?Eduardo: O Telessaúde Brasil Re-des é importante porque pode aumentar (por meio das ações de teleconsultoria, segunda opinião formativa e telediagnóstico) a ca-pacidade resolutiva das equipes de atenção básica, diminuir a peregri-nação dos usuários e o sentimento legítimo de isolamento e insegu-rança que muitos profissionais sen-tem. É uma ferramenta que auxilia o cuidado em rede e a prática de coordenação e gestão do cuida-do pela atenção básica, contando com apoio de profissionais de ou-tros serviços. 3

Entenda as Redes de Atenção à SaúdeItem essencial à integralização da atenção à saúde, as Redes de Atenção ainda são novas e alvos de muitas dúvidas

Eduardo Alves Melo, coordenador-geral de Gestão da Atenção Básica e responsável pela nova PNAB, explica como elas funcionam

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Profissionais de saúde de diversos países do mun-do lidam, diariamente, com a diversidade cultural das populações. No entanto, cuidados em saúde

voltados ao atendimento às múltiplas origens e cren-ças da população não são elementos comuns no ensi-no formal universitário. Assim, quando se estabelecem trocas de experiências, há um enriquecimento comum para os profissionais e para os sistemas de saúde que favorece as populações. Esse é o caso ocorrido entre México e Brasil, que, desde 2005, se aproximaram até firmarem, em 2009, um acordo de cooperação técnica que permitiu, durante todo o ano de 2010, o intercâm-bio de experiências e conhecimentos sobre práticas integrativas e complementares e competência intercul-tural na oferta de serviços de saúde.

De acordo com a médica Carmem De Simoni, en-quanto o Brasil tem um sistema de saúde universal, gratuito, financiado pelas três esferas federativas, e

com a Atenção Básica à Saúde enquanto ordenadora do Sistema, o México não tem um sistema único, algu-mas políticas dependem da adesão dos Estados e a base da ação é hospitalocêntrica. Ao mesmo tempo, a constituição mexicana reconhece o país como multicul-tural e garante o reconhecimento da medicina tradicio-nal por meio de uma lei-marco.

Com características distintas, mas que permitem aproximações, tais como populações indígenas, euro-peias e mestiças, com saberes e práticas tradicionais, os dois países realizaram, no ano de 2010, quatro ati-vidades: intercâmbio de documentos e legislações; pa-lestras e videoconferências (também via web); cursos presenciais, no Brasil e no México, para técnicos e ges-tores. “Essa troca de experiências, certamente, fortale-ceu tanto a saúde pública do México quanto a brasilei-ra, tanto que em 2011 está em curso a elaboração de um novo projeto de cooperação no qual a intercultura-

Brasil e México dividem experiênciasAcordo de coordenação técnica promove intercâmbio entre os dois países para compartilhar informações e experiências na saúde pública, adaptando-as de acordo com a sua cultura

COMPARTILHANDO: Revista Brasileira de Saúde da Família. Ano 12, número 3

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Humanizar o parto e o processo de gestação é maneira mais rápida de passar a lidar com a gravidez como um evento familiar

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“Há o costume de gestantes usarem uma fita vermelha

no pulso para terem suas vidas e a de seus bebês

protegidas. No entanto, quando

chegavam ao hospital, a fita era

retirada”

lidade e as práticas integrativas são o centro. O Brasil estará levando aos mexicanos as experiências que produz nas áreas de alimentação e nutrição, saúde da mulher, saúde do homem e humanização”, consi-derou Carmem.

E, se no início do primeiro semes-tre do ano passado a equipe brasi-leira apresentou os fundamentos do Sistema Único de Saúde, a for-ma de financiamento e o funciona-mento da atenção básica enquanto ordenadora das redes de atenção à saúde, e as PICS no SUS, em junho foi a vez dos mexicanos enviarem seus representantes. O médico Her-nán Garcia Ramirez, subdiretor de Sistemas Complementares de Aten-ção à Saúde, esteve no Ministério da Saúde acompanhado por Noemi Lugo Maldonado, farmacêutica es-pecializada em plantas medicinais e fitoterapia. Ele falou sobre “Com-petência intercultural na oferta de serviços de saúde” para técnicos e gestores munici-pais e estaduais de Práticas Integrativas e Complementares, além de gestores do MS.

Fita vermelhaA competência in-

tercultural se estabe-lece com base no res-peito à diversidade, aos matizes e traços culturais de segmentos da popula-ção e sua incorporação nas ações de saúde. O México, país com 112 milhões de habitantes, tem 15% de população indígena, 25% de origem europeia e a restante (a maioria) é mestiça. Ao abordar a questão da

interculturalidade, Hernán Rami-rez citou o exemplo de um traço cultural difundido em muitas comunida-des, que é das ges-tantes usarem uma fita vermelha no pulso para terem suas vidas e as de seus bebês prote-gidas, fornecendo saúde e calor e permitindo melho-res condições de realização do parto.

No entanto, quan-do a gestante entrava no hospital, o primeiro pro-cedimento médico era de reti-rar a fita, uma fonte de sujeira e possíveis infecções, pela ótica da medicina ocidental. As parturientes indígenas sentiam-se violentadas. Além disso, reclamavam que a sala de parto, climatizada, era muito fria,

ao contrário do ambiente usado por parteiras, sem-pre aquecido. Em conse-quência, após algum tem-po, os profissionais de saúde perceberam que só os partos com com-plicações chegavam ao hospital, e muitas vezes tarde demais para uma intervenção.

Médicos e pesquisa-dores debruçaram-se, então, no estudo da si-

tuação do parto na população in-dígena. Verificaram que a sala de parto refrigerada estimulava a pro-dução de adrenalina, causando a constrição dos vasos e dificultando a dilatação. O resultado: um parto mais doloroso. O ambiente aqueci-

do, entretanto, favorecia a produ-ção de dopamina, substância que auxilia na dilatação e oferece um parto menos doloroso. A ciência en-controu, assim, a explicação técnica para um procedimento tradicional menosprezado e visto como crença mística.

Atualmente, o sistema de saúde mexicano trabalha em parceria com parteiras, além de ter desenvolvido diversas cadeiras-macas que permi-tem os partos verticais (de cócoras, em pé, sentada ou outras posturas), e realizados em local ambientado, conforme o traço cultural, e próxi-mo ao hospital. Rapidamente, se necessário, são transferidas para o ambiente hospitalar. A mudança, aproveitando os saberes tradicio-nais indígenas, reduziu a mortalida-de materno-infantil nos Estados que a adotaram e permitiu intercâmbios profissionais em diversas áreas, a exemplo do realizado entre Brasil e México.

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A organização da livre demanda e o acesso aos serviços de saúde públicaA reportagem traz o relato de três municípios de Santa Catarina que sentiram a necessidade de mudar sua rotina nas Unidades Básicas de Saúde para atender melhor a população. Os desafios de adotar um novo sistema, as críticas e os elogios fazem parte dessa realidade

Como é feito o acolhimen-to nas suas ESF?”; “Qual a melhor maneira

de organizar o agendamento? Semanal, quinzenal ou men-sal?”; “O que fazer quando a população prefere consultas com o pediatra a consultas com o clínico ou enfermeiro?”

As perguntas acima foram retiradas de uma webcon-ferência ministrada por Igor Tavares, um dos médicos da UBS do Saco Grande e tele-consultor do Telessaúde SC, e transmitida no dia 07 de abril deste ano. Essa não foi a primeira, nem será a última web a tratar do assunto: as dúvidas surgem a todo momento e não é à toa que existe a necessidade de uma atenção especial ao assunto.

O atendimento à demanda espontâ-nea na Atenção Primária à Saúde traz à tona a discussão sobre o acesso aos Serviços de Saúde e é com o objetivo de melhorá-lo que tantas unidades pedem ajuda. Foi este o caso da cidade de Frai-burgo, SC, por exemplo.

Apesar de hoje a cidade estar com o processo de organização praticamente concluído, a secretária de saúde, Nilce Pinz, conta que, no início, as equipes encontraram muitas dificuldades: “Nós percebemos a necessidade de mudança quando vimos que as pessoas acordavam cedo demais para pegar senhas. As filas eram constantes e sempre ha-via reclamações”.

O que foi feito, então, com a ajuda do Telessaúde e com a dedicação das ACS de cada Unidade, foi o es-tudo dos bairros, dos habitantes e de seus costumes. “Foram várias tentativas e erros. E nós aprendemos que a solução de uma unidade não funcionava, ne-

cessariamente, para outra porque elas são muito diferentes entre si.”

O ambiente e a rotina das pessoas que precisavam dos serviços da Unidade de São Miguel era formado por pessoas que começavam filas já as três ou quatro ho-ras da manhã. Por isso foi feita a primei-ra tentativa de mudança: distribuições de senhas à tarde. “Não adiantou. Antes das 11h, já havia filas. As pessoas têm o hábito

de acordar cedo, mesmo, tivemos que nos adaptar a isso”, explica.

“Com o tempo fomos vendo que se agendássemos grupos e consultas para o período da tarde, as chan-ces de dar certo aumentariam. Mas cada uma das

Placa de uma das UBS’s de Fraiburgo informando para onde se dirigir para atendimento

“A solução de uma unidade não

vai funcionar, necessariamente,

para outra. É um aprendizado

constante”

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outras unidades exigiria um plane-jamento diferente”, completa Pinz.

Para a unidade do bairro São José, por exemplo, a estratégia adotada foi diferente porque o público que ela atende mora lon-ge, é do interior da cidade. Então ainda que haja emergências, elas surgem com menor frequência. “A solução que encontramos foi agen-dar quase todos os atendimentos, deixando apenas uns quatro horá-rios para emergências.”

Os primeiros passosO município de Arvoredo tem

apenas 2.305 habitantes, segundo o portal oficial de turismo do Esta-do. Com um número de habitantes relativamente pequeno, a cidade mantém o hábito de fazer reuniões abertas à população, nas quais se discutem algumas decisões de ca-ráter público. Foi em uma dessas reuniões que se percebeu a neces-sidade de mudar o atendimento das Unidades de Saú-de para diminuir as fi-las e melhorar a quali-dade do atendimento.

Com a organização da demanda ainda em processo inicial, a su-gestão de marcar da-tas e horários foi feita pela própria popula-ção. Para a Diretora de Programas de Saúde, Juceli S. C. Albert, isso foi há mais ou menos dois anos, mas só agora o muni-cípio está conseguindo efetivar o projeto: “As pessoas estavam che-gando muito cedo nas Unidades de Saúde para pegar fila e, é claro, todo mundo queria ser atendido. Como não dávamos conta, come-çaram as reclamações”, conta.

Os atendimentos com horários previamente agendados começa-ram a ser feitos na primeira sema-na do mês de maio e a mudança tem a aprovação da população. Por ainda estar dando os primeiros passos, a direção estabeleceu que a cada 15 dias a equipe se reuni-ria para discutir o andamento do

processo de organiza-ção. “Se notamos que não está dando certo, discutimos em reunião e mudamos o que for preciso. O que der cer-to, a gente continua... Mas para isso é neces-sário manter o diálo-go”, conclui.

Meio caminho andadoNa cidade de Ipira, no meio oes-

te do Estado, segundo a Coorde-nadora de Saúde, Daniella Tofolo, o grande problema das Unidades Básicas de Saúde não era exata-mente o tamanho das filas, mas a falta de critérios nos atendimentos. “Sem o agendamento ou o acolhi-mento, nós íamos apagando in-

cêndios, atendendo por ordem de chegada. E veja o absurdo disso: quem estava realmente mal, tinha que esperar”, conta.

Quando, em novembro de 2011, começaram as teleconsultorias, perceberam que poderiam melho-rar a qualidade dos seus serviços com algumas mudanças práticas: seguindo os conselhos dados, pas-saram a reservar, então, as primei-ras horas da manhã e da tarde para a demanda livre, intalaram uma cai-xa de sugestões, críticas e elogios, um sistema de senha para quem chegasse procurando atendimento emergencial e deram início a um processo de recapacitação de toda a equipe para fazer o acolhimento. “Ainda temos muito o que fazer, é claro, mas já percebemos muita di-ferença e as pessoas também. Até estamos recebendo elogios, o que, pra mim, é uma surpresa”, brinca.

Para quem ainda quer tirar dúvi-das, além da teleconsultoria, outras webs podem ser assistidas na par-te restrita do telessaude.sc.gov.br, como as que foram ao ar nos dias 21/03 e 04/04.

Também em uma Unidade de Saúde de Fraiburgo, o primeiro contato com a paciente

“Como tudo é feito por reuniões, nós

deixamos bem claro à população de que estamos

em fase de testes. O que der certo,

a gente continua. O que não der, a

gente muda”

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Quase Deuses (2008) Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Thomas Vivien, um jovem negro, de família humilde e inteligência incontestável. Ex-mecânico, Thomas vê-se desempregado na época da Grande Depressão, em 1930, e acaba trabalhando como faxineiro do reconhecido médico e pesquisador Alfred Blalock. Juntos, fazem uma parceria pouco comum e, por vezes, polêmica, para criar novas técnicas de cirurgias cardiovascular.

Antes de Partir (2007) Carter Chambers é um homem casado, que há 46 anos trabalha como mecânico. Submetido a um tratamento experimental para combater o câncer, ele se sente mal no trabalho e com isso é internado em um hospital. Lá, conhece Edward Cole, um rico empresário que passa pela mesma situação. Juntos, os dois partem para uma viagem em que pretendem riscar vários itens de uma lista de coisas a serem feitas antes de morrer.

“Tratado de Medicina de Família e Comunidade –Princípios, Formação e Prática”, de Gustavo Gusso e José Mauro Ceratti Lopes - Escrito com a colaboração de outros profissionais da Atenção Primária do País e do Mundo, a obra foi dividida em dois volumes que tratam de informações referentes aos princípios da especialidade, ensino, pesquisa e gestão, em sua primeira parte, e da abordagem direcionada às questões práticas, vivenciadas no dia a dia pelas equipes de Saúde da Família, na segunda.• Informações de compra no site da editora: http://

www.grupoa.com.br/site/default.aspx

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EventoIIIº Congresso Brasileiro de Saúde Mental

Sob o tema Aperreios e doidices: Saúde mental como diversida-de, subjetividade e luta política,

o evento propiciará o encontro de gestores, trabalha-dores e usuários que discutirão sobre suas experiên-cias e pesquisas, organizados em 12 eixos temáticos. Dentre eles, a produção do conhecimento e políticas em saúde mental; atenção psicossocial; participação social e construção dos sujeitos; cuidado; drogas e cul-tura; desinstitucionalização; e medicalização.

Data: 7 a 9 de junho de 2012Local: Centro de Convenções do CearáPara mais informações, acesse: www.congresso2012.abrasme.org.br/

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Expediente: Jornalista Responsável: Marina Veshagem Texto, edição e diagramação: Camila Garcia Ilustração: Felipe de Almeida Orientação: Izauria Zardo e Igor Tavares da Silva Chaves Revisão: Marina

Produzido por Lucas

Pelegrineti Grynzpan e

publicado na revista RADIS

Comunica-ção e Saúde,

nº116.Fonte: www.

ensp.fiocruz.br/radis/

node/4309

Segunda Opinião Formativa: destaque no mês de abril

Paciente feminina, 42 anos, com diversas varizes em ambos os membros inferiores (fotos), estamos em dúvida com relação ao ato cirúrgico. Seria viável neste caso, cirurgia vascular?

Conforme a história clínica da paciente, o médico poderá identificar a necessidade de referenciamento. O CKS recomenda o encaminhamento de emergência, quando houver sangramento de uma veia varicosa que tenha lesado a pele. Encaminhamento urgente, onde uma veia varicosa tenha sangrado e esteja em risco de novo sangramento. Encaminhamento menos urgente, onde uma úlcera de perna é progressiva e dolorosa, apesar do tratamento.

Encaminhamento de rotina para: Uma úlcera ativa ou cicatrizada ou alterações cutâneas progressivas, onde acredita-se que a pessoa pode se beneficiar da cirurgia venosa; Tromboflebite superficial de repetição; Sintomas incômodos provavelmente devido às varizes, ou quando sente-se que a extensão, o local e o tamanho das varizes estão tendo um impacto severo na qualidade de vida. Considerar também referenciar, se a pessoa tem problemas venosos da pele e insuficiência arterial significativa (índice de pressão tornozelo-braquial inferior a 0,8). Recomenda-se ainda que ao considerar a referência, levar em conta o estado geral de saúde da pessoa e comorbidades.

O Handbook, 2010, indica avaliação cirúrgica se houver complicações ou sintomas graves. As complicações listadas são: Hemorragia, Eczema varicoso, Pigmentação da pele, Tromboflebite, Lipodermatoesclerose (fibrose da derme e subcutâneo ao redor do tornozelo livando a firme induração), Edema, Ulceração venosa, e Atrofia blanca.

Evidências e Referências: - NHS Clinical Knowledge Summaries. Varicose veins - Management. Disponivel em:. http://www.cks.nhs.uk/

varicose_veins#-341091; - Simon C, Everitt H, van Dorp F. Oxford Handbook of General Practice. Oxford. 3ed. 2010.

Charge do mêsCidade destaque:

O município de Irani é a estrela de maio com seis peguntas na 2ª Opinião Formativa e participou de todas as webs, mas nós para-benizamos também a cidade de Jupiá, que possui números seme-lhantes. Entre ambas, a única diferença é que apenas Irani faz teleconsultoria.

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23/05 30/05

16/05

Vinho, 15h

Palestrante: Gisele DamianResumo: A uva é o fruto da videira (Vitis sp.) que contém na sua composição química o composto polifenol, conhecido como resveratrol, presente no vinho tinto. Nesta webconferência, vamos discutir os aspectos botânicos, agronômicos, químicos, farmacológicos, nutricionais e terapêuticos, o uso popular e a melhor evidência científica disponível, adequada e pertinente ao contexto da Atenção Primária em Saúde sobre esta planta medicinal.

Programa Saúde na Escola – uma potência na APS, 15h

Palestrante: Igor Tavarez da Silva ChavesResumo: Os conceitos do PSE e maneiras de tranformá-lo em uma ferramenta de sucesso para fortalecer a Atenção Primária à Saúde. Estes são os dois tópicos que formam o assunto a ser tratado nesta webconferência.

Integração ESF-NASF na Atenção Básica, 15h

Palestrante: Thaís Titon de SouzaResumo: Através desta web, busca-se alinhar o entendimento dos profissionais da Atenção Básica sobre o Núcleo de Apoio à Saúde da Família e as principais premissas relacionadas à proposta de trabalho desta equipe, assim como apresentar possibilidades de integração entre os processos de trabalho do NASF e das Equipes de Saúde da Família vinculadas.

Participação Comunitária e estratégias de aproximação, 15h

Palestrante: Igor Tavarez da Silva ChavesResumo: A participação da comunidade nas decisões do Centro de Saúde é fundamental para o sucesso do planejamento local e das ações de promoção da saúde. Nesta webconferência, trataremos de formas de aproximação e de gestão em conjunto com a comunidade.

Programação das webs de maio

09/05

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Instrumentos do SIAB, 15h

Palestrante: Maria Catarina da RosaResumo: Utilização dos instrumentos do SIAB: cadastramento das famílias (ficha A); acompanhamento: Fichas B e C; registros das atividades, procedimentos e notificações (fichas D e D complementar); relatórios SSA2 PMA2 e PMA2 complementar.

02/05A equipe do Telessaúde gostaria de informar que está ciente do problema de lotação da sala virtual através da qual são realizadas as webs e que já estamos iniciando o processo de ampliação de vagas para o segundo semestre de 2012. Até lá lembramos que é possível assisti-las editadas, no acesso restrito de nosso portal.