bpi o interesse dos investidores está fora das principais moedas

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E.E.F. Mercados Financeiros Outubro 2015 23 Mercados Mercado Cambial O interesse dos investidores está fora das principais moedas Com a falta de tendência no valor das principais moedas, investidores e operadores de mercado têm-se mostrado mais interessados em câmbios mais voláteis que possam possibilitar maiores ganhos (mas também grande risco de perdas). De facto, fora do EUR/USD, USD/JPY e EUR/GBP, existe um mercado bastante mais agitado em que é possível ter um retorno mais fácil e rápido (sem grandes preocupações), pois têm-se vindo a definir e a acentuar tendências de mais médio prazo. Nesta situação encontram-se as moedas satélite do dólar, o CAD e o AUD, para além da moeda nórdica NOK, que têm registado perdas consideráveis contra o dólar, mas também têm possibilitado o registo de normais movimentos de correcção. E a volatilidade é de facto o melhor dos mundos para quem está presente no mercado com o objectivo de obter ganhos com alguma regularidade. Estas moedas têm sido as grandes perdedoras na confirmação de um dólar forte, mas porque são igualmente consideradas commodity currencies, representando um mercado que também perdeu valor ao longo dos últimos meses. Em 2015 e até ao momento, USD/CAD, AUD/USD e USD/NOK sofreram um movimento global de depreciação de 15%, desenhando uma evolução volátil com as normais e habituais correcções que permitem reposicionar as tácticas e práticas dos diversos tipos de intervenientes no mercado. Relativamente ao EUR/USD, no período de Maio a Outubro, desenhou um intervalo largo compreendido entre 1.08 e 1.17, no entanto, desde Setembro, essas balizas estreitaram para 1.10 e 1.15, sendo a sua evolução sem tendência e completamente lateral. O câmbio âncora tem variado de acordo com os dados que vão sendo divulgados nos dois lados do Atlântico e ninguém arrisca o reforço de posições ou em dólares ou em euros. Tem pairado sobre o mercado a possibilidade de a Reserva Federal iniciar a normalização das taxas de juro em breve, que o mercado antecipa há já alguns meses mas que não se tem concretizado. Acredita-se que com a subida dos juros nos próximos meses, o EUR/USD poderá se aproximar dos níveis mínimos registados este ano (primeiro 1.08 e depois 1.05). Desde Março que o EUR/GBP tem variado sem uma tendência definida entre 0.69 (mínimo) e 0.75, tendo o avanço ou recuo das expectativas em relação a subida dos juros sido o factor determinante. Também aqui poderá voltar a haver uma aproximação aos níveis mínimos se o BoE subir os juros. O USD/JPY também tem mostrado uma aparente estabilidade, em torno de 120. No entanto, prevê-se que a moeda nipónica possa se depreciar ainda mais com a revisão em baixa dos valores do crescimento e da inflação. Especula-se na possibilidade de o BoJ ter de adoptar medidas adicionais de reforço da liquidez nos mercados. No âmbito dos câmbios europeus, o EUR regista ligeiros ganhos contra GBP e CHF (x libras por EUR; x francos suíços por EUR) Embora num contexto de alguma volatilidade, EUR/USD e USD/JPY mostram-se estáveis (x dólares por EUR; x ienes por USD) Cotações a Prazo 07.Out.15 Moedas 3 Meses 6 Meses 1 Ano EUR/USD 1.1276 1.1295 1.1346 EUR/JPY 135.34 135.37 135.45 EUR/GBP 0.7370 0.7385 0.7425 EUR/CHF 1.0883 1.0845 1.0808 Fonte: BPI. Agostinho Leal Alves Segundo PPC, o euro encontra-se acentuadamente subavaliado 07.Out.15 PPC SPOT % SOBRE (+) OU SUB (-) VALORIZAÇÃO DO EUR EUR/USD 1.2645 1.1266 -10.90% EUR/JPY 137.31 135.30 -1.46% EUR/GBP 0.7848 0.7358 -6.24% EUR/CHF 1.2115 1.0882 -10.18% Fonte: BPI. 106.0 111.0 116.0 121.0 126.0 1.020 1.080 1.140 1.200 1.260 1.320 out-14 dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15 EUR/USD (LHS) USD/JPY (RHS) Fonte: Reuters, BPI 0.96 1.00 1.04 1.08 1.12 1.16 1.20 1.24 0.680 0.710 0.740 0.770 0.800 0.830 out-14 dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15 EUR/GBP (LHS) EUR/CHF (RHS) Fonte: Reuters, BPI

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Análise financeira

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Page 1: BPI O Interesse Dos Investidores Está Fora Das Principais Moedas

E.E.F. Mercados Financeiros Outubro 2015

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Mercados Mercado Cambial

O interesse dos investidores está fora das principais moedas

Com a falta de tendência no valor das principais moedas, investidores e operadores de mercado têm-se mostrado mais interessados em câmbios mais voláteis que possam possibilitar maiores ganhos (mas também grande risco de perdas). De facto, fora do EUR/USD, USD/JPY e EUR/GBP, existe um mercado bastante mais agitado em que é possível ter um retorno mais fácil e rápido (sem grandes preocupações), pois têm-se vindo a definir e a acentuar tendências de mais médio prazo. Nesta situação encontram-se as moedas satélite do dólar, o CAD e o AUD, para além da moeda nórdica NOK, que têm registado perdas consideráveis contra o dólar, mas também têm possibilitado o registo de normais movimentos de correcção. E a volatilidade é de facto o melhor dos mundos para quem está presente no mercado com o objectivo de obter ganhos com alguma regularidade. Estas moedas têm sido as grandes perdedoras na confirmação de um dólar forte, mas porque são igualmente consideradas commodity currencies, representando um mercado que também perdeu valor ao longo dos últimos meses. Em 2015 e até ao momento, USD/CAD, AUD/USD e USD/NOK sofreram um movimento global de depreciação de 15%, desenhando uma evolução volátil com as normais e habituais correcções que permitem reposicionar as tácticas e práticas dos diversos tipos de intervenientes no mercado.

Relativamente ao EUR/USD, no período de Maio a Outubro, desenhou um intervalo largo compreendido entre 1.08 e 1.17, no entanto, desde Setembro, essas balizas estreitaram para 1.10 e 1.15, sendo a sua evolução sem tendência e completamente lateral. O câmbio âncora tem variado de acordo com os dados que vão sendo divulgados nos dois lados do Atlântico e ninguém arrisca o reforço de posições ou em dólares ou em euros. Tem pairado sobre o mercado a possibilidade de a Reserva Federal iniciar a normalização das taxas de juro em breve, que o mercado antecipa há já alguns meses mas que não se tem concretizado. Acredita-se que com a subida dos juros nos próximos meses, o EUR/USD poderá se aproximar dos níveis mínimos registados este ano (primeiro 1.08 e depois 1.05).

Desde Março que o EUR/GBP tem variado sem uma tendência definida entre 0.69 (mínimo) e 0.75, tendo o avanço ou recuo das expectativas em relação a subida dos juros sido o factor determinante. Também aqui poderá voltar a haver uma aproximação aos níveis mínimos se o BoE subir os juros.

O USD/JPY também tem mostrado uma aparente estabilidade, em torno de 120. No entanto, prevê-se que a moeda nipónica possa se depreciar ainda mais com a revisão em baixa dos valores do crescimento e da inflação. Especula-se na possibilidade de o BoJ ter de adoptar medidas adicionais de reforço da liquidez nos mercados.

No âmbito dos câmbios europeus, o EUR regista ligeiros ganhos contra GBP e CHF

(x libras por EUR; x francos suíços por EUR)

Embora num contexto de alguma volatilidade, EUR/USD e USD/JPY mostram-se estáveis

(x dólares por EUR; x ienes por USD)

Cotações a Prazo

07.Out.15

Moedas 3 Meses 6 Meses 1 Ano

EUR/USD 1.1276 1.1295 1.1346

EUR/JPY 135.34 135.37 135.45

EUR/GBP 0.7370 0.7385 0.7425

EUR/CHF 1.0883 1.0845 1.0808

Fonte: BPI.

Agostinho Leal Alves

Segundo PPC, o euro encontra-se acentuadamente subavaliado

07.Out.15

PPC SPOT % SOBRE (+) OU SUB (-) VALORIZAÇÃO DO EUR

EUR/USD 1.2645 1.1266 -10.90%

EUR/JPY 137.31 135.30 -1.46%

EUR/GBP 0.7848 0.7358 -6.24%

EUR/CHF 1.2115 1.0882 -10.18%

Fonte: BPI.

106.0

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1.200

1.260

1.320

out-14 dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15

EUR/USD (LHS)

USD/JPY (RHS)

Fonte: Reuters, BPI

0.96

1.00

1.04

1.08

1.12

1.16

1.20

1.24

0.680

0.710

0.740

0.770

0.800

0.830

out-14 dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15

EUR/GBP (LHS)

EUR/CHF (RHS)

Fonte: Reuters, BPI

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Mercado MonetárioMercados

Acção incerta dos Bancos Centrais

Os receios de arrefecimento da economia global, a queda dos preços do petróleo, o seu efeito no comportamento da inflação e a evolução recente das expectativas inflacionistas aumentam a incerteza quanto ao momento de inversão dos ciclos de política monetária nos países anglo-saxónicos e aumentam a probabilidade de reforço de políticas ultra-expansionistas na zona euro e também no Japão.

A Reserva Federal norte-americana reunirá novamente no final de Outubro, atribuindo-se maior probabilidade a que mantenha a taxa de juro dos fed-funds no actual intervalo (0-0.25%). Para além das questões globais, internamente os dados relativos à criação de emprego têm apresentado uma tendência de enfraquecimento; e os indicadores de actividade, nomeadamente os indicadores PMI e ISM, mostram alguma desaceleração, ainda que continuando a apontar para ritmos de crescimento satisfatórios. Continuamos a atribuir alguma probabilidade a que a Reserva Federal altere o nível da taxa directora até ao final do ano, no entanto, este é um cenário agora mais incerto.

Na zona euro, a taxa de inflação voltou para terreno negativo em Setembro e as expectativas inflacionistas voltam a estar próximo dos mínimos observados recentemente, pelo que o Banco Central Europeu deverá manter uma postura pró-activa de combate aos riscos deflacionistas. Ao nível do crescimento, aos riscos associados a um abrandamento da procura mundial, acrescem agora os eventuais impactos dos recentes escândalos em parte do sector automóvel alemão, que representa 3% do PIB alemão. Neste ambiente, o BCE deverá reafirmar a sua abertura para prolongar/alterar o actual programa de aquisição de activos de longo prazo, mas deverá também chamar a atenção para o facto de os riscos deflacionistas serem mínimos, na medida em que a taxa de inflação subjacente se encontra perto de 1%. Acresce que o recente movimento de queda da taxa de inflação global foi provocado pela queda, também recente, do preço do petróleo.

Desemprego e taxa de participação no mercado de trabalho nos EUA

(%; %)

Evolução da inflação na zona euro

(%; %)

Expectativas inflacionistas ímplicitas nos swaps

(%)

Teresa Gil Pinheiro

Evolução dos indicadores de actividade nos EUA

(pontos)

60

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Taxa de participação (ELD)Taxa de desempregoTaxa de desemprego alargada Fonte: Bloomberg, calc. BPI

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45.0

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70.0

s-09 j-10 m-11 d-11 s-12 j-13 m-14 d-14 s-15PMI composto PMI manufacturasPMI serviços

Fonte: Bloomberg

-1.0-0.50.00.51.01.52.02.53.03.54.0

s-08 j-09 m-10 d-10 s-11 j-12 m-13 d-13 s-14 j-15

Taxa de inflação Tx inflação subjacenteFonte: Bloomberg

-1.0-0.50.00.51.01.52.02.53.03.54.0

s-10 f-11 a-11 j-12 j-12 d-12 j-13 d-13 j-14 n-14 a-15

EURO USD JPY GBPFonte: Bloomberg

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E.E.F. Mercados Financeiros Outubro 2015

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Mercados Mercado de Dívida Pública

Incerteza domina movimentos

Mercados desenvolvidos: Enfim, o cenário de maior incerteza quanto ao crescimento mundial e o retorno a um ambiente de desaceleração do ritmo de crescimento dos preços voltou a beneficiar o mercado de taxa fixa, interrompendo o movimento de subida das yields. Nos EUA, a yield dos títulos de dívida pública a dez anos caiu de níveis em torno de 2.30% no início de Setembro para níveis em torno de 2% no final do mês. Da mesma forma, os títulos de referência da zona euro – o Bund alemão de dez anos – caiu de 0.80% para 0.50%. Paralelamente, a expectativa de que a política monetária na zona euro adopte um cariz ainda mais acomodatício e que nos EUA o momento de inversão do actual ciclo possa vir a ser adiado tenderá a contribuir para que as taxas de rentabilidade se mantenham em níveis mais baixos. Adicionalmente, as expectativas infla-cionistas voltaram para níveis mínimos. Neste ambiente atribui-se alguma probabilidade a que as taxas de rentabilidades dos principais títulos de dívida pública se mantenham reduzidas. Contudo, esperamos que até ao final do ano se observe alguma recuperação, podendo o Bund alemão a dez anos cotar em torno dos 0.60%-0.75% e o US Treasury a dez anos ligeiramente acima dos actuais 2%.

Mercados periféricos: O prémio de risco exigido à dívida pública destes países mantém-se relativamente estável, reflectindo o efeito de procura de rentabilidade por parte dos investidores e também a confiança de que estas economias continuarão a corrigir desequilíbrios existentes. No caso de Portugal, refere-se a revisão em alta da classificação de risco atribuída pela S&P para BB+ (um nível abaixo da dívida considerada de investimento), traduzindo os sinais de retoma da actividade, melhoria gradual do mercado de trabalho e das contas públicas.

Curva de rendimentos

(pontos base)

Expectativas inflacionistas

(%)

UEM: Mercados mais afectados

(Spread face ao Bund alemão 10 anos (p.b.)

Teresa Gil Pinheiro

Mercado de Dívida Pública: Taxas nominais

(%)

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PTE10Y ESP10Y ITL10Y IEP10YFonte: Bloomberg, calc. BPI

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UST10y Bund10y Fonte: Bloomberg

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EUA (10y-2y) UEM (10y-2y)Fonte: Bloomberg, cal. BPI

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UEM Inflation swap 5y EUA Inflation swap 5y

Fonte: Bloomberg

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Mercado de Dívida DiversaMercados

Movimento de correcção no mercado de dívida corporativa

O mercado de dívida diversa tem assistido a um movimento de correcção, à medida que se vão reavaliando os riscos na antecipação do processo de transição para um contexto de maior volatilidade (que se poderá instalar durante o período de alteração do pendor de política monetária). Do lado da oferta, as empresas avançaram significativamente para angariar fundos em antecipação de um ambiente mais volátil, resultando num aumento do nível das emissões em Setembro a nível global. Contudo, a redução da procura por activos de rentabilidade mais elevada traduziu-se numa subida significa dos prémios de risco face às obrigações soberanas cobrados a empresas com notação de rating especulativo. Nos EUA, os spreads das obrigações high yield alargaram significativamente, voltando a quebrar a barreira dos 600 pontos base. No mercado eu-ropeu, o índice itraxx crossover da Markit (que avalia os CDSs de empresas com notação de rating especulativo) alargou em 40 pontos base durante o mês de Setembro, enquanto o mesmo indicador para as empresas com grau de investimento subiu apenas 18 pontos. Assinala-se portanto um relativo aumento da aversão ao risco, que poderá derivar também de outros fac-tores, tais como a redução dos níveis de liquidez do mercado e factores de risco idiossincrático, específicos de determinados sectores de actividade (e.g. no sector automóvel, dos metais e petrolífero).

Entretanto, os investidores têm continuado a desfazer-se das suas posições no mercado obrigacionista das economias emergentes, face às expectativas de subida das taxas de juro nos EUA que poderão ter um efeito significativo em particular nos mercados onde as moedas se encontram mais vulneráveis. De acordo com o IIF, o nível de retirada de in-vestimentos dos mercados emergentes ascendeu a cerca de 70% da magnitude das saídas concretizadas em 2013 durante o “taper tantrum”. De facto, as preocupações relativamente aos desenvolvimentos neste segmento de mercado são agora acres-cidas, dado que a dimensão deste mercado é bastante mais significativa (o FMI indica que a dimensão da dívida corporativa nos mercados emergentes quadruplicou nos últimos 10 anos, com um significativo aumento do peso do montante emitido de obrigações no total da dívida corporativa). Neste contexto o Global Financial Stability Report alerta para os riscos de se começar a observar um aumento dos incumprimentos nos mercados emergentes, face à exposição destes mercados não só ao risco de taxa de juro mas também ao risco cambial.

CDS - Índices iTraxx

(pontos base)

Emissões mercado primário

(mil milhões de USD e EUR)

Luísa Teixeira Felino

Spreads da dívida face ao swap US - High Yield

(pontos base)

Taxas de incumprimento - Rating Especulativo

(percentagem)

0.0%0.5%1.0%1.5%2.0%2.5%3.0%3.5%4.0%4.5%5.0%

ago-12 fev-13 ago-13 fev-14 ago-14 fev-15 ago-15Global EUA (HY) Europa (HY)

Fonte: Moody's

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150.0

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out-10 out-11 out-12 out-13 out-14 out-15

iTraxx Crossover iTraxx Europe (eld)Fonte: Bloomberg, Markit

300

400

500

600

700

800

out-11 out-12 out-13 out-14 out-15

US High Yield Fonte: Bloomberg/Credit Suisse

0

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set-14 mar-15 set-15

EUA (USD)

IG HYset-14 mar-15 set-15

Europa (EUR)

Fonte:UBS/Bloomberg

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Mercados Mercados Accionistas

Desempenho desfavorável e volatilidade nos mercados accionistas mundiais no 3T

Os índices accionistas mundiais registaram um desempenho desfavorável no 3T, reflectido no desempenho do MSCI Mundial, que caiu 9%. As principais bolsas mundiais registaram perdas significativas, destacando-se o Shanghai Com-posite Index, que desvalorizou 25% no trimestre. A pressão vendedora que afectou os mercados accionistas mundiais resultou das fortes quedas no mercado accionista chinês e receios quanto à desaceleração económica no país, da decisão de manter inalteradas as taxas de juro por parte da Fed e do problema em volta da adulteração dos níveis de CO2 em alguns automóveis do Grupo Volkswagen.

O mês de Agosto foi marcado pela pressão vendedora nos mercados accionistas chineses, depois da desvalorização do yuan ter sido entendida pelos investidores como um sinal de que a economia chinesa poderá não crescer ao ritmo esperado pelas autoridades do país para este ano (7.0%). Adicionalmente, também a divulgação de dados económicos desapontantes ao longo do terceiro trimestre aumentaram a volatilidade dos índices accionistas chineses e restantes índices mundiais.

O adiamento da normalização da política monetária nos EUA também atingiu os mercados no 3T. Na reunião de Setembro, a Fed optou por manter as taxas de juro inalteradas, argumentando com o receio quanto à economia chinesa e outros países emergentes e o aumento da volatilidade nos mercados financeiros. Seria de esperar que esta decisão fosse positiva para os mercados accionistas, mas o receio quanto ao desempenho económico da China e dos restantes países emergentes, e o impacto na economia mundial, acabou por levar os principais índices europeus e americanos a desvalorizarem. Efectivamente, caso se contretize uma envolvente de menor crescimento/recessão, tal será desfavorável para o sector empresarial.

Mais recentemente, a questão da adulteração dos níveis de CO2 nalguns modelos automóveis do Grupo VW afectaram as acções da empresa e do sector automóvel europeu. Os investidores mostraram-se receosos com o impacto desta situação nas vendas do grupo e de outras empresas automóveis europeias, levando o índice Stoxx Europe 600 relativo ao sector automóvel a depreciar 26% no 3T. Ainda em termos sectoriais, destaca-se o sector da biotecnologia nos EUA, que caiu 25% neste trimestre. Sob este sector pesam as dúvidas quanto à capacidade de crescimento dos lucros e as avaliações elevadas das empresas do sector, e a polémica causada pelo aumento significativo dos preços de alguns medicamentos.

Volatilidade nos mercados accionistas: Europa e EUA

(pontos; pontos)

Principais eventos que marcaram o 3º Trimestre de 2015

(base 100=Jan 2014)

Variação trimestral dos índices accionistas

Var. 3T Var. acum. Jan.- Set.

2014 2015 2014 2015

PSI 20 -17% -10% -13% 4%

Ibex 35 -2% -12% 11% -8%

Dax -4% -14% 1% -1%

Cac -1% -9% 4% 5%

Eurostoxx 600 -1% -10% 5% 2%

Nasdaq 1% -8% 8% -2%

S&P500 0% -8% 8% -7%

Nikkei 225 6% -14% 2% 0%

FTSE 100 -3% -8% -1% -7%

Shanghai Comp. 15% -25% 12% -9%

Fonte: Bloomberg; cal. BPI.

5.0

10.0

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20.0

25.0

30.0

35.0

0.05.0

10.015.020.025.030.035.040.045.0

set-14 nov-14 jan-15 mar-15 mai-15 jul-15 set-15

VSTOXX VIX (ELD)Fonte: Bloomberg

Vânia Patrícia Duarte

99.7599.8099.8599.9099.95

100.00100.05100.10

01-0

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2015

Stoxx 600 S&P 500

VW admite adulteração das emissões de CO2

Reunião da Fed:

manutenção das taxas de

juro

Reunião BCE

"Black Monday

Desvalorização do Yuan

Elei

ções

G

réci

a

Fonte: Bloomberg; cal. BPI

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