bpi análise mercados financeiros out.2014

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  • 7/23/2019 BPI Anlise Mercados Financeiros Out.2014

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    ESTUDOS ECONMICOSE FINANCEIROS

    Anlise Mensal10 de Outubro de 2014

    Mercados FinanceirosPaula Gonalves Carvalho

    Agostinho Leal AlvesLuisa Teixeira Felino

    Pedro Miguel MendesTeresa Gil Pinheiro

    COMPLACNCIAEESTAGNAO

    A recente reviso das previses do Fundo Monetrio Internacional confirma que 2014 sermais um ano de crescimento mundial fraco, abaixo da tendncia histrica. Desta vez osEstados Unidos devero assumir o papel de locomotiva (apesar dos parcos 2% de crescimentoanual esperados), sobretudo ao longo do segundo semestre. Todavia, a sua capacidadeindutora limitada perante o quadro econmico vigente noutras geografias: a Europa aindadigerindo desequilbrios passados e carecendo de reformas estruturais profundas, sobretudonos casos de Frana e Itlia; o Japo a braos com uma travagem econmica mais acentuadado que o esperado aps o aumento dos impostos sobre o consumo; a China em processo dedesacelerao e reajustamento em baixa da sua actividade, reflectindo um efeito de base ea transio para um modelo de crescimento mais sustentvel; finalmente, as restanteseconomias emergentes, onde a queda dos preos das commodities, polticas econmicasrestritivas no passado recente e os factores geopolticos impem ritmos de crescimentosignificativamente mais moderados.

    Um dos principais objectivos do Banco Central Europeu tem vindo a concretizar-se, assistindo-se ao resvalar da cotao do euro, cerca de 10% face ao dlar desde Maio, num movimentoque dever reforar a competitividade externa da regio e facilitar o regresso da taxa deinflao a valores em linha com o objectivo: prximo de 2%. Com o cmbio a rodear 1.25,coloca-se a questo da suficincia do movimento, sabendo-se que desde 2004 que no seregistam transaces abaixo de 1.20. Efectivamente, independentemente do ponto que seconsidere de equilbrio, a verdade que um dlar demasiado forte no do interesse dosEUA dado o perfil de retoma muito moderada.

    As taxas de curto prazo nos principais mercados internacionais continuam prximas de zero,situando-se mesmo em terreno negativo na UEM, nas operaes do mercado interbancriode prazos mais curtos. Para alm de reflectir o actual enquadramento econmico, esta uma situao que decorre da colocao da taxa de referncia para operaes de depsitos

    junto do BCE em terreno negativo, na prtica constituindo um imposto sobre a liquidez. OBCE anunciou, j em Outubro, os detalhes relativos ao programa de compra de dvidatitularizada e de covered bonds, programados para comear no quarto trimestre de 2014. Oobjectivo dos programas anunciados a melhoria do funcionamento do mecanismo detransmisso da poltica monetria, a dinamizao do mercado de crdito e o combate aocenrio de queda da taxa de inflao.

    Apesar da expectativa de alterao de posicionamento da poltica monetria da ReservaFederal e Banco de Inglaterra em 2015, as taxas de juro de longo prazo no devero afastar-se significativamente dos actuais nveis. Efectivamente, a ausncia de inflao e de pressessalariais nos principais blocos econmicos e a continuao do movimento de desalavancagem

    (assistindo-se ao reforo dos nveis de poupana em detrimento do investimento), continuama ser favorveis para investimentos em taxa fixa, apesar do escasso espao para ganhosadicionais.

    A ampla liquidez no sistema financeiro global e a perspectiva de que esta no diminua tocedo dadas as polticas actuais e prospectivas do BCE e Banco do Japo, associadas ao bommomento da economia dos EUA, so alguns dos factores que conferem suporte aos mercadosde aces dos pases desenvolvidos. Todavia, podero existir situaes de desajustamentodas valorizaes em alguns mercados de activos mais arriscados. O FMI mais uma dasinstituies que chama a ateno para o facto de que um relaxamento prolongado da polticamonetria poder conduzir excessiva toma de risco financeiro.

    Esta publicao inclui um artigo de opinio que incide sob a poltica monetria do BancoCentral Europeu, discutindo algumas das medidas adoptadas e potenciais consequncias.Em destaque, tecem-se algumas consideraes acerca do espao de actuao das polticas

    oramentais na Europa, num contexto em que se esgotam rapidamente os instrumentos depoltica monetria.

    BPIBPIBPIBPIBPI

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    COMPLACNCIA EESTAGNAO

    O actual contexto caracteriza-se pela existncia de

    uma complacncia excessiva nos mercadosfinanceiros, onde a valorizao de alguns activospoder no espelhar adequadamente o seu risco, ede estagnao econmica acompanhada porausncia de inflao nas economias desenvolvidas.No WEO de Outubro, o Fundo Monetr ioInternacional resume bem a actual situao: ocomportamento heterogneo e desapontante daseconomias desenvolvidas, onde o legado dedesequi l br ios anter iores cr ise f inanceirainternacional condiciona e impede o alcance depatamares de crescimento mais sustentveis, bemcomo o ajustamento em baixa do dinamismo dasprincipais economias emergentes, justificam o fracoritmo de expanso global. O crescimento mundial

    dever quedar-se por valores idnticos aosregistados em 2013, em torno de 3.3% segundo oFMI, falhando mais uma vez os cenrios deacelerao. At final do ano antecipa-se umamelhoria ligeira, assentando em particular nadinmica da economia dos EUA, que revelafundamentos econmicos mais sl idos,nomeadamente no que respeita reduo dos nveisde alavancagem e melhorias registadas no mercadode trabalho. Na regio do euro, as perspectivas sode crescimento muito moderado, devendo situar-se abaixo de 1%.

    Entretanto, nos mercados financeiros, a amplaliquidez, queda das taxas de juro para prximo dezero e ausncia de riscos de inflao, continuam afomentar a procura por rendibilidade, suscitandoreceios quanto adequao da avaliao do risco e existncia de alguma dose de complacncia ouexuberncia em algumas avaliaes. Este poderser um cenrio indutor de alguma instabilidade amdio prazo, nomeadamente num contexto depolticas monetrias divergentes, quando os bancoscentrais anglo-saxnicos se preparam para ensaiarmais uma tentativa de sada da actual situao depoltica monetria extremamente expansionista.

    DEPARTAMENTO DEESTUDOS ECONMICOS E FINANCEIROS

    Paula Gonalves Carvalho Economista ChefeTeresa Gil PinheiroLusa Teixeira FelinoPedro Miguel MendesVnia Patrcia Duarte

    ANLISETCNICAAgostinho Leal Alves

    Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94Email : [email protected] www.bancobpi.ptwww.bpiinvestimentos.pt/Research

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    E.E.F.Mercados FinanceirosOutubro 2014

    3 BPIBPIBPIBPIBPI

    NDICEPg.

    Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco 04

    Principais Mercados: Recomendaes 05

    TEMASEMDESTAQUE

    A MARGEMDEMANOBRADAPOLTICAORAMENTAL 07PREOSPETROLFEROSEMQUEDAHISTRICA 09

    ECONOMIAS

    GLOBAL- CRESCIMENTONOVAMENTEREVISTOEMBAIXA 13PORTUGAL- MELHORAACAPACIDADEDEFINANCIAMENTODAECONOMIA 15BRASIL- LIGEIRARECUPERAODAPRODUOINDUSTRIAL,FRAGILIDADESCONTINUAMVISTA 16MXICO- AUMENTODAPROCURAEXTERNAIMPULSIONASECTOREXPORTADOR 17ANGOLA- APSRECUPERAODAPRODUO, QUEDADOPREODOBRENTAMEAARECEITASDOSECTOR 18MOAMBIQUE- DEVEMANTER-SEENTREOSPASESCOMCRESCIMENTOMAISELEVADOEM2014 19FRICADOSUL- BALANACORRENTEESECTORES-CHAVEEVIDENCIAMFRAGILIDADE 21

    MERCADOS

    MERCADOCAMBIALSENTIMENTODEMERCADOFAVORVELAODLAR 23AMRICALATINAFOCODEATENO 24

    MERCADOMONETRIOINVERSODECICLOSNOSPASESANGLO-SAXNICOS? 25

    MERCADODEDVIDAPBLICAYIELDSDOSTTULOSDEREFERNCIAAINDAEMMNIMOS 26

    MERCADODEDVIDADIVERSAEMISSESDEDVIDARECUPERAMAPSASFRIAS 27

    MERCADOSACCIONISTASBOLSASESTAGNADAS 28

    MERCADODECO M M O D I T I E S PREOSATINGEMMNIMOSFACEAOFERTAAMPLA 29

    PREVISES

    Economias DesenvolvidasMercados EmergentesPrevises Econmicas do BPI 31

    Taxas de CmbioTaxas de Juro 32

    Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais 33

    Taxas de Cmbio dos Mercados EmergentesTaxas de Juro e Spreads dos Mercados Emergentes 34

    OPINIO

    ASDECISESDOBCE 35

    BASESDEDADOS 39

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    7 BPIBPIBPIBPIBPI

    A MARGEMDEMANOBRADAPOLTICAORAMENTALTEMASEMDESTAQUE

    O discurso do Presidente do Banco Central Europeu no decorrer do encontro anual organizado pela Reserva Federal lanoude novo o debate em torno do papel da poltica oramental e da necessidade de que esta actue mais em prol do crescimento.Mais recentemente, o Fundo Monetrio Internacional veio tambm defender as virtudes do investimento pblico e do seu

    papel de reforo do crescimento potencial, chamando tambm a ateno para a necessidade de prtica de polticasoramentais inteligentes, bem desenhadas, de forma a contribuir para a reduo do desemprego estrutural sem pr emcausa a consolidao oramental e a sustentabilidade da dvida pblica. Esta uma temtica importante, sobretudo numcontexto em que existe uma percepo crescente acerca dos limites de actuao da poltica monetria, pois nos pasesdesenvolvidos esgotaram-se os instrumentos tradicionais e recorre-se a outros nunca testados, sem resultados slidos,sobretudo ao nvel da desejada reanimao do investimento.

    Nesta discusso, e no que respeita aos pases da UEM, dever ter-se em considerao que o espao de manobra de cadaum dos pases significativamente diferente, nomeadamente entre as quatro maiores economias da regio. certo quequando comparada com os EUA, a performance econmica da generalidade dos pases Europeus desaponta. Tambm um facto que perante a crise financeira de 2008 as autoridades norte-americanas adoptaram polticas econmicas - fiscale monetria - significativamente mais pr-activas. Todavia, nesta comparao importa no esquecer as diferenassignificativas entre os dois blocos econmicos - EUA e UE - em termos estruturais e que justificaro, pelo menos em parte,

    as diferentes respostas no mbito das polticas econmicas implementadas. Neste contexto, importa olhar para osdesempenhos relativos das maiores economias da regio do euro e para as principais variveis condicionantes do espaode actuao da poltica oramental em cada um dos casos. No ser certamente, uma receita com iguais ingredientes paratodos os Estados.

    Crescimento desapontante nos quatro maiores da UEM

    A nvel de crescimento econmico, entre os quatro maiores,a Alemanha e Frana pontuam pela positiva, com destaquepara a economia germnica, pois no final de 2013ultrapassaram marginalmente os nveis de riqueza geradosantes da crise financeira internacional, em 2008. Emcontrapartida, Itlia e Espanha ficaram aqum cerca de 6% a

    7% (dados da C.E.). Todavia, a performance da Alemanhaapesar de positiva, fica bastante aqum do desempenho dosEUA, que actualmente excede o patamar de 2008 por umamargem de 9% que contrasta com 5% no caso da Alemanha.

    As polticas oramentais desde a crise de 2008

    Em relao ao desempenho oramental, desde 2010 aAlemanha tem mantido o seu oramento praticamenteequilibrado. Itlia tem tambm prosseguido uma polticaoramental cautelosa, pois o seu saldo primrio, excluindo os

    juros da dvida pblica, tem-se mantido em valores positivos.Itlia claramente o exemplo de um pas sem margem para

    actuao da poltica oramental dado o peso da dvida pblicae dos juros da dvida, que excedem 5% do PIB. Em conjunto,Itlia e Alemanha contribuem bastante para que o pendor dapoltica oramental na regio do euro seja restritivo. Mas preciso salientar que no caso italiano no h margem demanobra, uma postura a defender a bem da sustentabilidadeda sua dvida pblica.

    Frana e Espanha mantiveram dfices oramentais bastantesignificativos desde a crise de 2008, no primeiro caso sempreacima de 5%, no caso de Espanha, o desequilbrio rondoumesmo os 10% nos anos entre 2009 e 2011. No caso deEspanha, o suporte ao sector financeiro onde se registaramos maiores problemas, justificou em parte este quadro.

    PIB em volume (ndice, base 100 em 2008)

    (%)

    85%

    90%

    95%

    100%

    105%

    110%

    115%

    2008 2010 2012 2014

    EUA

    Alemanha

    Frana

    Itlia

    Espanha

    Portugal

    Fonte: AMECO

    As questes geopolticas e as importaes chinesasesto a levar o ouro a mnimos de Junho

    (% do PIB)

    -14

    -12

    -10

    -8

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    2008 2010 2012 2014

    A lemanha

    Frana

    Itlia

    Espanha

    Portugal

    EUA

    Fonte: AMECO

    Quando se analisa a postura da poltica oramental nestes quatro pases, excluindo as medidas extraordinrias ou pontuais(caso da ajuda ao sector bancrio em Espanha) e retirando o efeito do ciclo econmico nas contas do Estado verifica-se quenos anos entre 2010 e 2013 todos implementaram polticas fiscais com pendor restritivo, mais acentuado no caso de

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    BPIBPIBPIBPIBPIPaula Gonalves Carvalho

    TEMASEMDESTAQUE

    A MARGEMDEMANOBRADAPOLTICAORAMENTAL

    Espanha, onde o saldo primrio estrutural encolheu mais de 6p.p. do PIB, seguido por Frana e Itlia, com cerca de 3.5 p.p.e Alemanha com 2.5 p.p.

    preciso ter em conta que as polticas oramentaisseguidas neste perodo (2010 a 2013) decorreram sobretudoda presso causada pela crise de dvida soberana,nomeadamente nos Estados com maiores necessidades definanciamento e com maior dependncia de poupanasexternas para se financiar, como o caso das economiasperifricas. tambm relevante o posicionamento de partidaem termos de stock de dvida pblica. Neste contexto, notria a escassa margem de manobra em termos de polticaoramental no caso italiano, pois o stock da dvida pblicaexcede 135% do PIB. No conjunto das quatro economiasanalisadas a Alemanha sem dvida o pas com mais espao

    de actuao, pois o endividamento pblico situa-se em tornode 76% do PIB, contrastando com cerca de 99% em Espanha,137% em Itlia e 95% em Frana.

    Ser a flexibilizao de metas oramentais a resposta?

    Em teoria, esta poderia ser a resposta actual situao deestagnao econmica sobretudo no caso da Alemanha, poisa prtica de uma poltica oramental expansionista no sedever reflectir no agravamento do custo de financiamentodo Estado alemo nos mercados internacionais atendendo percepo de que existe margem de manobra significativa e sade da economia germnica. Todavia, existe o risco de ummovimento expansionista pelo sector pblico ser compensado

    por uma atitude mais cautelosa do sector privado(nomeadamente refreando o consumo) pois nestes pasespredomina a lgica de que os gastos pblicos de hoje soimpostos no futuro, logo os privados tendem a poupar mais,compensando o efeito positivo que a poltica oramentalinduziria actividade econmica. Nos restantes casos, aresposta ainda mais complicada pois so pases onde oendividamento pblico j muito elevado. Pelo que uma atitudemais laxista poder levar ao aumento dos custos definanciamento, traduzindo-se na necessidade de maiorrestritividade no futuro.

    Eventualmente a flexibilizao das metas poder ajudar

    se for feita de forma sobretudo direccionada s economiascom maior espao de manobra (leia-se menor dvida pblica emenos dependente do exterior para o seu financiamento) e

    Saldo Oramental excepto juros

    (% PIB)

    Pendor da poltica oramental (2010 a 2013)

    (p.p. PIB)

    Dvida Pblica (2014)

    (% PIB)

    -10

    -8

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    4

    2008 2010 2012 2014

    Alemanha

    Frana

    Itlia

    Espanha

    Portugal

    EUA

    Fonte: AMECO

    2.1

    3.5

    3.6

    6.3

    7.3

    Alemanha

    Frana

    Itlia

    Espanha

    Portugal

    Fonte: AMECO

    75.5

    95.2 98.6 105.6

    131.3 136.7

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    A lemanha Frana Espanha EUA Portugal Itlia

    Fonte: FM I

    uma flexibilizao mais ligeira, conjugada com a implementao de reformas e medidas estruturais, nas restantes - porexemplo em Frana, revendo as regras que predominam na funo pblica ou na Segurana Social e que tm conduzido aoendividamento crescente do sector pblico.

    Neste enquadramento, a situao em Portugal semelhante ao caso italiano, tendo em conta os elevados nveis de dvidapblica, superiores em ambos os casos a 130% do PIB. Acresce referir que Portugal dever apenas este ano atingir um saldoprimrio positivo - excluindo juros da dvida pblica -, ao contrrio de Itlia que beneficia dessa reputao; se acrescentarmosa este quadro a maior presena de investidores no residentes na dvida pblica portuguesa conclui-se que Portugal apresentauma maior vulnerabilidade face possibilidade de uma eventual alterao brusca da percepo externa, pois as necessidadesbrutas de financiamento rondam os 20% do PIB pelo menos at 2016 (2014:20.8%; 2015:18.8%; 2016:17.8%), sendo dasmais elevadas no conjunto dos pases desenvolvidos. Tendo em conta o enquadramento descrito, importa salientar que a

    eventual opo pelo reforo dos nveis de investimento pblico dever ser cuidadosamente ponderada, no obstante o seuencolhimento nos ltimos dois anos, em linha com o esforo de consolidao oramental. Efectivamente, reconhecido quePortugal j efectuou no passado um esforo grande no investimento em infra-estruturas, no sendo actualmente esta avertente que impede o alcance de patamares mais elevados em termos de competitividade.

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    Desde finais de Junho deste ano que os preos do petrleo tm protagonizado um acentuado movimento descendente quecomea a ganhar contornos histricos, principalmente no caso do Brent, onde o presente movimento descendente representaa quarta vez, desde 2010, que o preo se posicionou abaixo dos USD100, sendo este tambm o maior perodo de tempo

    em que o Brent se colocou abaixo desta linha. Apesar de muitos receios causados pelas questes geopolticas no Iraque,Lbia e Rssia quanto ao seu efeito no lado da oferta, tais consideraes tm sido suplantadas pela procura, que continuaa no corresponder s expectativas, principalmente face s performances das economias europeia e chinesa, tal comoface ao crescimento sustentado da produo norte-americana, que continua assim a reduzir a sua dependncia deimportaes energticas. Em resposta a este cenrio, as agncias energticas internacionais esto a proceder a revisesem baixa das suas previses de procura, enquanto os grandes produtores procuram combater a tendncia decrescentedos preos atravs do controlo da oferta.

    PREOSPETROLFEROSEMQUEDAHISTRICATEMASEMDESTAQUE

    A evoluo dos mercados energticos desde 2010

    (usd)

    Aps a primeira metade de 2014, onde os preospetrolferos se mantiveram relativamente estveis, o final deJunho foi protagonizado por um sbito aumento de preosface ao incio da guerra no Iraque e os receios causados quanto continuidade da produo do segundo maior produtor daOPEP. Porm, o rpido entendimento de que o conflito seriacentrado no Norte do pas, longe do Sul onde se centra aextraco de petrleo, rapidamente retirou peso a estesdesenvolvimentos, tendo-se observado a partir desse pontouma queda generalizada dos preos petrolferos, com o Brenta perder 20.22 dlares por barril, e o Crude a cair 16 dlares,tendo ambos atingido mnimos de 2013. De facto, com osefeitos dos conflitos no MENA (Middle East, North Africa) ano causarem grande presso ascendente nos preos, temsido a situao da procura que tem conduzido a tendncia domercado. Notavelmente, a International Energy Agency (IEA)refere que no segundo trimestre de 2014 observou-se umareduo do crescimento da procura para os nveis mais baixos

    dos ltimos dois anos e meio, 480k (k =mil) barris por dia (b/d) y/y, o que levou reviso em baixa das previses decrescimento para o 3T2014 e 2015, para 840k b/d (menos120k) e 1.2M (M = milhes) b/d (menos 160k),respectivamente.

    A actual situao da procura pode ser descrita pelaexistncia de duas foras que apontam para sentidos distintos.Por um lado, observa-se que a procura norte-americana, apsum incio de 2014 atribulado, comea a partir de Julho a registaraumentos significativos nos nveis de utilizao, superioresqueles observados no perodo homlogo, sendo que as leituraspreliminares para Agosto apontam para os maiores nveis deutilizao desde Novembro de 2013. Face aos indicadores queapontam para uma continuao da boa performance dasindstrias norte-americanas no terceiro trimestre, de esperarque continue a presente tendncia de crescimento no lado daprocura.

    Por outro lado, observa-se que nos outros dois grandesmercados mundiais, a Europa e a China, a procura de petrleomostra-se decepcionante, factor este que sobrepe a pressocontrria exercida pelo mercado norte-americano e querepresenta o principal factor explicativo da presente descidados preos. De facto, no caso da China, os nveis de utilizaopara Julho ficaram 140k b/d abaixo do previsto, sendo queem dois dos primeiros sete meses do ano, a procura de petrleo

    pela segunda maior economia do mundo registou uma taxade crescimento homloga nula, algo incomum para a economiachinesa. Os relatrios apontam para o sector produtivo comosendo o principal contributo para a procura abaixo das

    Os preos do petrleo esto em queda desde Junhode 2014(usd)

    Utilizao Petrleo (EUA)

    (milhes de barris por dia)

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    E.E.F.Mercados FinanceirosOutubro 2014

    BPIBPIBPIBPIBPI

    PREOSPETROLFEROSEMQUEDAHISTRICA

    TEMASEMDESTAQUE

    expectativas, estando esta observao em linha com osindicadores de actividade referentes indstria chinesa,nomeadamente os PMIs para o sector das manufacturas, que

    apontam em 2014 para a existncia de perodos com fracaexpanso e mesmo estagnao da actividade produtiva. J nocaso da Europa, a procura petrolfera em 2014 tem-seexpressado consistentemente abaixo dos valores homlogos,tendo a diferena aumentado no segundo trimestre. Estatendncia tambm consistente com os dados de crescimentodo PIB na zona euro durante o segundo trimestre, que mostramum crescimento em cadeia nulo e contraces nas economiasalem e italiana de 0.2% q/q, sendo particularmente notvelque a procura de petrleo na economia alem durante Junhocaiu em 230k b/d face a igual perodo de 2013 (-9.3% y/y), oque representa a maior queda dos ltimos 16 meses.

    No lado da oferta, a produo da OPEP tem-se mostradoamplamente robusta, apesar das situaes vividas no Iraquee na Lbia. Em Agosto, o grupo produziu 30.31M b/d,ligeiramente abaixo dos 30.44M b/d reportados no perodoanterior, face reduo da produo iraquiana e saudita,compensada por um movimento de recuperao da produolbia. Enquanto nos casos do Iraque e da Lbia as flutuaesde produo se devem claramente situao vivida nestespases, a observada reduo do volume produzido na ArbiaSaudita aparece em directa resposta falta de procura e queda dos preos observada, sendo que os dados oficiais deMaio apontam para que as exportaes do Reino Sauditatenham cado abaixo dos 7M b/d, pela primeira vez desdeOutubro de 2011, com os Estados Unidos a serem o pas para

    onde estas mais tm contrado, registando-se em Junho umaqueda para 1M b/d, isto aps se ter observado uma mdia de1.4M b/d durante o perodo Janeiro-Maio de 2014.

    Se tanto nos restantes membros da OPEP como em pasescomo a Noruega e o Reino Unido, temos observado umatendncia de decrscimo ou manuteno dos nveis deproduo actual ou, no caso lbio e angolano, recuperaopara nveis de 2013. Nos EUA a produo continua a expandira ritmos superiores a 10% desde 2012, com os mais recentesdados da EIA (US Energy Information Administration) areportarem que em Setembro a produo norte-americanaaumentou em 12.83% y/y, continuando a maior economia

    mundial a mostrar um empenho claro em reduzir a parcela docrude importado na utilizao total, com a mesma fonte areportar que, em Setembro, a produo domstica representou49% do total produzido+importado no perodo, o que comparafavoravelmente com 47.88% no ms anterior e 44.13% emSetembro de 2013. Relembre-se que devido a restries legaisimpostas pelo governo norte-americano, toda a produodomstica de crude deve ser aplicada para consumo interno,estando as exportaes banidas.

    Utilizao Petrleo (Alemanha)

    (milhes de barris por dia)

    Tendncias opostas de produo

    (milho de barris por dia)

    Jun 14 Jul 14 Ago 14

    OPEP 36.47 36.88 36.75

    A. Saudita 9.52 9.75 9.42

    Iraque 3.26 3.15 3.10

    Lbia 0.24 0.42 0.53

    No OPEP 56.92 56.43 56.17

    EUA 11.92 11.75 11.81

    Reino Unido 0.83 0.80 0.58

    Noruega 1.78 1.93 1.72

    Total 93.40 93.31 92.92

    Fonte: IEA.

    Os EUA continuam a reduzir a sua dependncia depetrleo externo(milhes de barris por dia/ rcio)

    Em suma, observa-se actualmente um mercado onde a procura est claramente desfasada em relao oferta, umasituao que as vrias externalidades de mercado (guerra no Iraque e Lbia, sanes Rssia) no se apresentam capazesde contrapor. Com os actuais preos j em mnimos, a questo para o futuro prende-se principalmente com o perodo desustentabilidade da presente situao, para a qual concorrem vrias foras opostas. Aparentemente, mais redues de

    preos no devero ocorrer de forma expressiva ou sustentvel, j que uma maior queda dos preos ter efeitos na procuramundial e nas consideraes de produo norte-americana, que serviro para rebalancear o mercado. Porm, na situaoactual, continua a observar-se uma falta de presso ascendente no mercado: os esforos da Arbia Saudita para controlar opreo com recurso a redues na produo de petrleo, so contrapostos pela produo lbia que, face precria situao da

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    PREOSPETROLFEROSEMQUEDAHISTRICA

    TEMASEMDESTAQUE

    Pedro Miguel Mendes

    economia nacional aps vrios anos de conflito, no permite manter uma produo abaixo dos nveis mximos, enquanto aproduo iraquiana dever registar tnues aumentos no curto prazo, face recuperao de vrios poos de petrleo no nortedo pas pelo governo curdo. Mais preponderante porm ser a presso descendente causada pela procura insuficiente, sendo

    a falta de indicadores que apontem para uma retoma forte e sustentvel das economias europeias e da indstria chinesa parao curto prazo um factor crucial para que os presentes preos se mantenham pelo menos durante mais algum tempo. Noactual mercado, a economia dos EUA aparece claramente como o grande agente contra tendncia, apresentando um consumoexpansivo e com aumentos no curto-prazo apoiados por fortes indicadores de confiana industrial, isto enquanto a produocontinua a manter um ritmo rpido de expanso. Porm, a proibio legal de efectuar exportaes de crude, aliada aoesforo evidenciado para a reduo da dependncia de petrleo externo fazem com que o seu contributo para o mercado sejanotavelmente semelhante aquele das duas outras grandes economias mundiais - reduzida procura nos mercados e, consequente,presso descendente nos preos.

    A recente deciso do governo saudita de reduzir os preos do seu crude para exportao em 1.70/bbl pode ser interpretadacomo uma aceitao tcita de que os preos manter-se-o baixos por mais algum tempo. De facto, fica claro que, presentemente,a capacidade de influenciar o mercado pelo lado da procura reduzida. A questo do timingda recuperao dos preos,principalmente no caso do Brent, estar principalmente ligada retoma europeia e ao seu timing, sendo que os actuais

    preos baixos devero fomentar o aumento das importaes assim que a procura o justificar. Tal ser essencial para contrapora presso descendente norte-americana, em reflexo da sua crescente capacidade de produo interna. J no caso da China,o seu efeito nos mercados energticos estar ligado sua capacidade, ou no, de repor os nveis anteriores de crescimento,sendo que provas nesse sentido tero um rpido efeito crescente nos preos, enquanto uma aceitao da presente situaocomo o novo ritmo sustentvel de crescimento ter um efeito mais lento, medida que os produtores rabes e do lesteafricano reestruturam as suas exportaes para esta realidade.

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    GLOBAL- CRESCIMENTONOVAMENTEREVISTOEMBAIXAECONOMIAS

    Depois de ultrapassado um primeiro trimestre que ficou prejudicado por factores de natureza temporria, antecipa-seque a economia americana mantenha uma trajectria de acelerao do crescimento, de forma a suportar um crescimentoacima dos 2% no ano como um todo. O PIB do 2T 2014 foi revisto em alta para 4.6% em termos anualizados, enquanto os

    restantes indicadores econmicos continuam a apontar para um comportamento positivo da economia no terceiro trimestre.O PMI compsito (servios e indstria transformadora) fixou-se nos 59.0 pontos em Setembro, o que aponta para um forteritmo de expanso na produo, apesar de ter cado de 59.7 pontos em Agosto. Paralelamente, o relatrio do emprego norte-americano de Setembro surpreendeu pela positiva ao confirmar melhorias significativas no mercado de trabalho: foramcriados 248 mil novos postos de trabalho e a taxa de desemprego caiu de 6.1% para 5.9% em Setembro. Os principais riscoscontinuam relacionados com o processo de retirada de estmulos pela FED e a antecipao do ciclo de aumento das taxas de

    juro, que contudo dever ser gradual e cauteloso.

    A zona euro continua com dificuldades de apresentar um crescimento mais robusto, o que ficou patente na estagnao doPIB durante o 2T de 2014, desta vez resultado de um comportamento desapontante daquele que tem sido o principal motorda economia do euro, a Alemanha (PIB contraiu 0.2% q/q no 2T). Para alm disso, a actividade econmica em Itlia contraiu(-0.2% q/q) e em Frana voltou a estagnar. Relativamente s componentes da procura, o comportamento do investimentocontinuou a decepcionar (com uma queda de 0.3% no 2T) enquanto o contributo da procura externa lquida foi negativo. Os

    indicadores de actividade sugerem que a actividade no terceiro trimestre tambm se manteve fraca, apontando para umcrescimento moderado de apenas 0.2%-0.3% (indicador PMI compsito em Setembro caiu de 52.5 pontos em Agosto para52 pontos em Setembro), e assiste-se tambm a uma retraco generalizada dos indicadores de confiana. Em contrapartida,a recente perda de valor do euro face ao dlar poder contribuir para tornar as exportaes da zona euro mais competitivase reduzir os riscos de um cenrio de deflao.

    PMI Compsito

    (indice)

    Em termos globais, o ritmo de expanso do segundo trimestre ter recuperado apenas moderadamente, para o qualcontriburam essencialmente a recuperao do crescimento nos EUA e da China (que beneficiou de medidas de estmuloimplementadas pelas autoridades para compensar o fraco dinamismo do primeiro trimestre). Na ltima actualizao do"World Economic Outlook", o FMI voltou a rever em baixa as perspectivas para o crescimento da economia global, para 3.3% em 2014 (-0.1 p.p. do que as projeces de Julho e -0.4 p.p. do que as projeces de Abril) e 3.8% em 2015. O FMIreconhece que a economia global entrou numa fase de crescimento mais medocre, que resulta do facto de as economiasdesenvolvidas continuarem a tentar recuperar do legado deixado pela crise (elevados nveis de endividamento e desemprego),enquanto os mercados emergentes continuam sem conseguir alcanar os nveis de crescimento obtidos no perodo antes dacrise. O crescimento nas economias avanadas ser impulsionado essencialmente pelos EUA, que poder manter um crescimentode cerca de 3% na segunda metade de 2014 e em 2015. Para a zona euro as previses so mais desapontantes, tendo sidorevisto em baixa o crescimento de 1.1% para 0.8% em 2014, devendo depois recuperar gradualmente para 1.3% em 2015.Tambm para o Japo o ajustamento foi em baixa dado que o PIB no 2T acabou por contrair mais do que o esperado depoisdo ajustamento fiscal. Por outro lado, o contributo das economias emergentes para o crescimento global continua a ser o

    45

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    51

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    N ov -11 Mai-12 N ov -12 Mai-13 N ov -13 Mai-14

    Global EUA

    Zona Euro Fonte: Blomberg/M arkit/JP M organ

    Projeces para o crescimento global

    (percentagem)

    DiferenaProjeces relativ . Proj .

    Abril 20142013 2014 2015 2014 2015

    Crescimento Global 3.3 3.3 3.8 -0.1 -0.2Economias avanadas 1.4 1.8 2.3 0.0 -0.1

    EUA 2.2 2.2 3.1 0.5 0.0Zona Euro -0.4 0.8 1.3 -0.3 -0.2

    Alemanha 0.5 1.4 1.5 -0.5 -0.2Frana 0.3 0.4 1.0 -0.4 -0.5Itlia -1.9 -0.2 0.8 -0.5 -0.3Espanha -1.2 1.3 1.7 0.1 0.1

    Japo 1.5 0.9 0.8 -0.7 -0.2Reino Unido 1.7 3.2 2.7 0.0 0.0

    Economias Emerg. e Desenv. 4.7 4.4 5.0 -0.1 -0.2

    Rssia 1.3 0.2 0.5 0.0 -0.5China 7.7 7.4 7.1 0.0 0.0

    ndia 5.0 5.6 6.4 0.2 0.0Brasil 2.5 0.3 1.4 -1.0 -0.6

    Fonte: FMI - World Economic Outlook - Outubro 2014.

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    GLOBAL- CRESCIMENTONOVAMENTEREVISTOEMBAIXA

    ECONOMIAS

    Luisa Teixeira Felino

    mais importante, ainda que as previses sejam mais pessimistas (o crescimento foi cortado em 0.1 p.p. para 2014 e 0.2 p.p.para 2015), para o qual ter contribudo um cenrio menos prometedor para a China e revises em baixa para o crescimentodo Brasil e Rssia. Relativamente aos riscos, mantm-se os factores geopolticos e o nvel baixo das taxas de juro, mas

    intensificaram-se as preocupaes relativamente fragilidade da zona euro. O FMI atribui agora uma probabilidade de quase40%, para que a zona euro entre em recesso (cerca do dobro da probabilidade de 20% atribuda em Abril) e um risco de30% que ocorra uma situao de deflao. Desta forma, o relatrio reiterou que o BCE deve embarcar num verdadeiroprograma de expanso monetria caso as actuais polticas no sejam suficientes para evitar um cenrio de deflao eaconselhou a Alemanha a investir em infra-estruturas. Quanto s economias emergentes, salienta-se o facto de esta perdade fulgor do crescimento evidenciar alteraes permanentes no dinamismo subjacente destas economias, e no uma variaocclica.

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    PORTUGAL- MELHORAACAPACIDADEDEFINANCIAMENTODAECONOMIA

    ECONOMIAS

    Capacidade de financiamento da economia melhora no 2T14: A publicao das contas nacionais por sectorinstitucional, j de acordo com a nova metodologia SEC2010, mostrou uma melhoria de 0.2 pontos percentuais (p.p.) nacapacidade de financiamento da economia no 2T14, para 1.6% do PIB. Esta evoluo reflecte melhorias nos saldos de todos

    os sectores, com excepo do das Administraes Pblicas, cujas necessidades de financiamento se agravaram em 0.7 p.p.,situando-se em 4.8% do PIB. A deteriorao do saldo das administraes pblicas reflecte em grande parte, as alteraesintroduzidas pela nova metodologia, SEC2010, para o clculo das contas nacionais e que obrigou incluso no permetro deconsolidao das Administraes Pblicas de empresas pblicas antes fora dele. As necessidades de financiamento dasempresa no financeiras reduziram-se em 0.4 p.p., para 2.2% do PIB, o que em grande parte (0.3 p.p.) se explica pelo efeitodas transferncias das EP's acima referidas para o sector pblico. Finalmente, a capacidade de financiamento das famliassubiu para 5.4% face aos 5.1% registados no trimestre anterior, reflectindo um aumento de 1.3% do rendimento disponvele de apenas 0.7% do consumo privado. Este resultado traduziu-se na subida da taxa de poupana para 10.1%, contrariandoa tendncia de decrscimo observada nos dois trimestres anteriores.

    Reviso das estimativas de crescimento em 2014: O FMI e o Banco de Portugal reviram em baixa as estimativas decrescimento da economia portuguesa em 2014, para 1% e 0.9%, respectivamente. Menos 0.2 p.p. do que anteriormente. Apublicao do detalhe pelo Banco de Portugal indica que o menor crescimento reflecte, essencialmente, um menor contributo

    da procura externa associado acelerao das importaes em virtude do maior dinamismo da procura interna. De facto, ocontributo estimado da procura interna para o crescimento da economia de 1.9 p.p., mais 0.5 p.p. do que o estimado emJunho, reflectindo um crescimento mais acentuado do consumo privado e do investimento. As exportaes devero acelerardurante a segunda metade do ano, mas no conjunto do ano, o seu desempenho ficar aqum do registado em 2013,reflectindo o efeito da paragem da refinaria da Galp nos primeiros meses do ano. A avaliao dos riscos permanece com sinalnegativo e prendem-se, externamente, com o efeito na economia nacional de um arrefecimento da zona euro, a nvelinterno, o principal risco negativo prende-se com o impacto na economia da resoluo do BES.

    Teresa Gil Pinheiro

    Evoluo das necessidades/capacidade definanciamento da economia, SEC 2010(% do PIB)

    Necessidade/capacidade de financiamento daeconomia:+1.6% no 2T14(% do PIB)

    Famlias: taxa de poupana, rendimento disponvele consumo(%)

    -6%

    -4%-2%

    0%2%

    4%6%8%

    10%12%

    14%

    Dez-99 Jun-01 Dez-02Jun-04 Dez-05 Jun-07 Dez-08 Jun-10 Dez-11 Jun-13

    RD, tvh Taxa de poupana, % RDConsumo, tvh Font e: INE, calc. BPI

    Previses para a economia portuguesa

    Banco de FMIPortugal

    2014 2015 2014 2015

    PIB 0.9% 1.5% 1.0% 1.5%Taxa de inflao 0.0% 1.0% 0.0% 1.1%Saldo da conta corrente (%do PIB)1 2.2% 4.0% 0.6% 0 .8%Desemprego n.d. n.d. 14.2% 13.5%Notas: 1As estima tivas do Banco d e Portu gal so para a balana corrente + balan a de capital.

    -20%

    -15%

    -10%

    -5%

    0%

    5%

    10%

    1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013

    SNF SF AP Famlias Economia

    Fonte: INE, calc. BPI

    -14.0%

    -12.0%

    -10.0%

    -8.0%-6.0%

    -4.0%

    -2.0%

    0.0%

    2.0%

    4.0%6.0%

    8.0%

    Economia SNF SF AP Famlias

    Dez-08 Dez-11 Dez-12 Dez-13 Mar-14 Jun-14

    Font e: INE, calc. BPI

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    BRASIL- LIGEIRARECUPERAODAPRODUOINDUSTRIAL, FRAGILIDADESCONTINUAMVISTAECONOMIAS

    A actividade industrial brasileira apresentou, nos ltimos meses, alguns sinais moderados de recuperao. A produoindustrial cresceu 0.7% m/m em Julho, assinalando a primeira variao positiva desde Janeiro deste ano, suportando umarecuperao da taxa de variao anual de -7.1% y/y em Junho, para -3.6% y/y em Julho. Por sua vez, o ndice mensal de

    actividade econmica de Julho avanou 1.5% m/m, depois de no ms anterior a actividade ter contrado 1.5%, e a taxa devariao homloga abrandou para -0.23% y/y, face a -2.15% y/y em Junho. Tambm o indicador PMI para a indstriatransformadora voltou a entrar em regio de expanso, o que j no se verificava desde Maro deste ano, ao aumentar para50.2 pontos em Agosto (recorde-se que valores acima dos 50 pontos sinalizam expanso da actividade). A melhoria doindicador resultou de uma recuperao pronunciada na produo, mas as encomendas permaneceram inalteradas face aoms anterior, o que sugere que a recuperao ainda frgil. Para alm disso, o indicador PMI para o sector dos servios caiuabaixo dos 50 pontos pela primeira vez desde Janeiro (49.2 pontos em Agosto face a 50.2 pontos em Julho), fixando oindicador compsito nos 49.6 pontos em Agosto (uma melhoria face a 49.3 pontos de Julho).

    No ltimo relatrio de inflao, o Banco Central do Brasil voltou a rever em baixa as previses para o crescimentoeconmico de 2014, de 1.6% para 0.7% (a previso mdia dos analistas ainda mais baixa, aponta para os 0.3%). O BCBtornou a realar a fragilidade dos indicadores de confiana, que continuam a ter um impacto considervel na actividadeinterna, ao mesmo tempo que os nveis de crescimento dos preos prevalecem elevados, estimando que a inflao anual se

    fixe perto dos 6% no final do ano (em Agosto a taxa de inflao anual voltou a acelerar para 6.51%, face a 6.5% em Julho).Ainda assim, o BCB voltou a sugerir que no devero ocorrer alteraes na taxa de poltica monetria, que se mantm nos11% desde Abril. A autoridade monetria considera que mesmo sem alteraes na poltica monetria, a inflao deverconvergir para as metas estipuladas no mdio prazo, reflectindo o impacto dos seguintes pontos: (i) ajustamento no processode aumentos salariais incompatveis com os ganhos de produtividade; (ii) realinhamento dos preos regulados e no regulados(de facto, j se tem verificado uma reduo do crescimento dos preos livres, e uma acelerao dos preos regulados); (iii)convergncia da taxa de cmbio para o seu nvel de equilbrio.

    Entretanto, a agncia de ratingMoody's alterou o outlookdo ratingdo Brasil de estvel para negativo, uma deciso queno foi surpreendente para os mercados face aos sinais de fragilidade da actividade econmica e elevada inflao. Para almdisso a agncia de ratingrefere tambm o aumento da dvida pblica como um dos factores que est a contribuir para areduo da credibilidade do pas. Este anncio dever tambm aumentar a presso sobre um compromisso de alterao depolticas econmicas pelos principais candidatos presidenciais.

    Luisa Teixeira Felino

    Produo industrial

    (%, variao anual)

    Indicadores PMI

    (ndice)

    Evoluo da actividade econmica

    (variao anual)

    Inflao- Preos regulados e no regulados

    (variao homloga)

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    MXICO- AUMENTODAPROCURAEXTERNAIMPULSIONASECTOREXPORTADOR

    ECONOMIAS

    Actividade econmica continuou a recuperar o dinamismo, impulsionada pelo aumento da procura externa, que estimulouas exportaes da indstria transformadora. O ndice mensal de actividade econmica apresentou uma variao positiva de0.41%, em Julho, em termos mensais, e avanou, 2.5% em comparao com o mesmo perodo do ano anterior. O crescimento

    do indicador em termos mensais resultou de uma variao positiva nos sectores agrcola e servios (3.98% e 0.34% m/mrespectivamente, quando ajustados para a sazonalidade), enquanto no sector da indstria o avano foi mais contido de0.28% m/m. Ainda assim, verificou-se uma recuperao importante no sector da indstria, que em termos anuais registoua taxa mais elevada desde Maro, de 2.1%, sendo este o sector mais orientado para a exportao, e que beneficiou damelhoria da procura externa. Paralelamente, a produo industrial avanou 0.3% m/m em Julho, fixando-se a taxa decrescimento anual nos 2%. O sector da indstria transformadora foi o que mais contribuiu para este aumento, com umcrescimento de 1.3% m/m, enquanto nos sectores da construo e indstria mineira, a actividade manteve nveis de crescimentomais frgeis de -0.1% m/m e 0.3% m/m, respectivamente. Os resultados dos indicadores mensais para o terceiro trimestrecontinuam a apontar para uma recuperao do dinamismo da actividade econmica, confirmado as perspectivas de umcrescimento acima dos 2% para 2014.

    A inflao manteve a tendncia crescente iniciada em Maio, com a taxa de variao mensal, de 0.36% m/m em Agosto,a elevar a inflao anual para 4.15% y/y face a 4.07% em Julho. Esta acelerao no crescimento dos preos em termos

    anuais reflecte em parte uma base desfavorvel, mas tambm um crescimento rpido nos preos dos bens agrcolas e nosbens no alimentares j que a inflao subjacente tambm acompanhou a tendncia de crescimento (a inflao subjacenteavanou 0.21% m/m, fixando-se a taxa de inflao anual em 3.37% que compara com uma taxa de 3.25% em Julho). Para

    j, as presses inflacionistas parecem ser benignas, uma vez que a procura interna ainda contnua fraca, os preos daenergia estabilizaram, e o cmbio se mantm estvel. Estima-se contudo, que a taxa de inflao termine o ano de 2014ligeiramente acima do limite superior estipulado pela autoridade monetria, de 4%.

    A balana comercial registou um dfice de USD 1,123 milhes em Agosto, o mais elevado desde Janeiro do mesmo ano,que resultou de um crescimento das importaes (+4.8% y/y e -0.6% m/m) superior ao avano das exportaes (+2.1% y/y e -1% y/y). No entanto deve-se salientar que a performance do sector exportador ficou marcada por uma quebra de 10%y/y das exportaes de petrleo, enquanto as exportaes da indstria transformadora cresceram 6.2% y/y, sendo que nosector automvel o crescimento foi de 15.3% y/y.

    Luisa Teixeira Felino

    Indice mensal de actividade econmica

    (variao homloga)

    Inflao

    (variao anual)

    Exportaes

    (variao homloga)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    Ago -12 Dez-12 Abr-13 Ago -13 Dez-13 Abr-14 Ago -14

    IPC IPC subjacent e Fonte: INEGI/Bloomberg

    Balana Comercial

    (acumulado 12m -milhes USD; mdia mvel 3 mese - m/m %)

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    ANGOLA- APSRECUPERAODAPRODUO, QUEDADOPREODOBRENTAMEAARECEITASDOSECTOR

    ECONOMIAS

    O preo do petrleo voltou a cair nas ltimas semanas, com o Brent a transaccionar em torno dos USD 92 por barril, onvel mais baixo desde Junho 2012. Desde Junho deste ano, o preo do Brent j registou uma queda de cerca de 20%, facea um mximo de USD 115. O preo encontra-se agora bastante abaixo da barreira psicolgica dos USD 100, e abaixo do

    preo de referncia para o oramento de estado (em que o governo j tinha estipulado um preo conservador de USD 98),o que pode de certa forma adicionar alguns constrangimentos em termos de execuo oramental. Ainda assim, durante osprimeiros sete meses do ano, o preo mdio do barril de petrleo foi bastante superior (entre Janeiro e Julho o preo mdiofoi de USD 107.4), o que poder ser suficiente para compensar a tendncia de queda registada nos ltimos meses. Para almdisso, estima-se que a produo aumente nos restantes meses do ano, o que dever tambm ajudar a compensar estaquebra no preo (recorde-se que entre Janeiro e Julho a produo mdia de petrleo diminuiu para 1.58 milhes de barrispor dia (mbd), face a 1.75 mbd registados no mesmo perodo do ano anterior).

    O governo anunciou um ajustamento importante nos preos dos combustveis, que envolveu um aumento de 25% nopreo da gasolina e do gasleo, para Kz 75 e Kz 50, respectivamente. Esta tem sido uma das medidas recomendadas emtermos de poltica fiscal, dado que se considera que estes subsdios tm um carcter regressivo, uma vez que so as famliasde rendimentos mais elevados que tendem a consumir mais deste bem subsidiado. Assim, com este aumento, o executivo irreduzir os custos com os subsdios, e assim criar espao fiscal, dando oportunidade para a realizao de outras despesas,

    nomeadamente de carcter social. De acordo com as estimativas da imprensa local, o governo dever poupar cerca de Kz 55mil milhes, o que corresponde a cerca de 10% dos gastos realizados com subsdios a todos os derivados de petrleo duranteo ano de 2013. Desta forma, ainda existe margem para mais aumentos (j que os preos ainda se encontram abaixo dospreos de mercado), mas este incremento gradual dos preos parece ser uma deciso prudente por parte do executivo, faceaos riscos de impacto sobre a inflao.

    Entretanto, o Banco Nacional de Angola (BNA) manteve as principais taxas de juro inalteradas na reunio de Setembro.A taxa de juro de referncia (taxa BNA) manteve-se nos 8.75%, enquanto as taxas de juro de facilidade permanente decedncia de liquidez e de absoro de liquidez se mantm em 9.75% e 1.75%, respectivamente. O Banco Central temadoptado uma poltica de caracter expansionista, tendo a ltima reduo (em 50 pontos base) ocorrido em Julho deste ano,de forma a dinamizar o sector no petrolfero, sem que com isso tenha prejudicado a inflao (ainda que tenha aceleradoligeiramente nos ltimos dois meses, a taxa de inflao mantm-se resiliente em torno dos 7%).

    Luisa Teixeira Felino

    Inflao

    (percentagem)

    Preo do Brent

    (USD por barril)

    Produo de petrleo

    (milhares de barris/dia)

    Novos preos de produtos derivados de petrleo

    (preos em kwanzas)

    Descrio Preo de venda ao PblicoAnterior Actual Variao

    LPG 37 45 22%

    Gasolina 60 75 25%

    Petrleo Iluminante 26 35 35%

    Gasleo 40 50 25%

    Fuel Leve 25 50 100%

    Fuel Pesado 17 34 100%

    Asfalto 16 19 19%

    Fonte: Ministrio das Finanas.

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    ECONOMIAS

    MOAMBIQUE- DEVEMANTER-SEENTREOSPASESCOMCRESCIMENTOMAISELEVADOEM2014

    No segundo trimestre de 2014, o PIB registou uma pequena desacelerao face ao ms anterior, com uma variaohomloga de 6.9% y/y, que ficou 0.6 pontos percentuais abaixo da taxa de crescimento do trimestre anterior. Contudo,destacou-se este trimestre a boa performance do sector secundrio, que avanou 10.9% y/y, resultado de um crescimento

    robusto na indstria transformadora e de construo (que exibiram taxas de crescimento de 12.5% y/y e 10% y/y,respectivamente). Por sua vez, o sector dos servios cresceu 7.4% y/y, onde se destacaram os subsectores de comrcio eservios de reparao (+6.1% y/y), hotis e restaurantes (+7.9% y/y) e servios financeiros (+25% y/y). Por ltimo, osector primrio avanou 6.6% y/y, perante um crescimento de 12.6% y/y da indstria extractiva e de 6.3% y/y na agricultura.Desta forma, os novos dados do PIB confirmam que a economia moambicana se encontra no bom caminho para voltar aexibir um crescimento robusto, provavelmente acima dos 7% para o ano de 2014, que dever continuar a ser impulsionadopelos megaprojectos mas tambm pelo desenvolvimento de projectos industriais.

    A execuo oramental do primeiro semestre de 2014 aponta para uma arrecadao de receitas de MT 74,685 milhes(das quais MT 4,228 milhes correspondem contribuio dos megaprojectos, equivalente a cerca de 5.7% da receita total).De acordo com o relatrio do ministrio das finanas, as receitas fiscais ascenderam a MT 64,781 milhes, registando umcrescimento de 36.6% face ao mesmo perodo do ano anterior e uma taxa de execuo de 51.2% em relao ao totaloramentado para o ano de 2014. A boa execuo das receitas oramentais resultou essencialmente de um aumento das

    receitas dos impostos sobre o rendimento, justificado pela arrecadao de mais-valias no valor de MT 11,062 milhesrelativamente s operaes de vendas de activos detidos por empresas estrangeiras a operar no sector petrolfero. Por outrolado, relativamente s receitas de capital (que incluem as receitas dos dividendos e de receitas de concesses) apenas37.5% das receitas oramentadas foram concretizadas durante a primeira metade do ano.

    Crescimento por sectores

    (variao homloga)

    Crescimento do PIB

    (variao homloga; taxa anual)

    A taxa de inflao anual na cidade de Maputo (indicadorde referncia para a poltica monetria) abrandou para 1.8%

    em Agosto, que compara com 2.4% y/y em Julho, registandoo valor mais baixo desde Outubro de 2012. Em termos mensaisos preos caram 1.06%, assinalando a quarta quedaconsecutiva do ndice de preos do consumidor de Maputo. Aqueda dos preos foi provocada principalmente pela reduodos preos dos bens de alimentao e bebidas no alcolicas,cuja contribuio foi de -1.09 pontos percentuais. Desta forma,a desacelerao da inflao tem sido justificada por um ladopela queda dos preos alimentares perante uma poca de boascolheitas agrcolas, mas tambm pela estabilizao do meticalface ao dlar americano e ao rand da frica do Sul (principalfornecedor de produtos alimentares). Mesmo perante riscosde inflao reduzidos, o Comit de Politica Monetria do Bancode Moambique decidiu manter as taxas de juro das facilidadespermanentes de depsito e cedncia (taxas cobradas/garantidas em emprstimos/depsitos pelo prazo overnightefectuados entre as instituies de crdito e o banco central)em 1.50% e 8.25%, respectivamente.

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    E.E.F.Mercados FinanceirosOutubro 2014

    BPIBPIBPIBPIBPI

    Inflao

    (variao homloga)

    Execuo do Oramento Jan-Jun 2014

    (milhes de MT)

    OE 2013 OE2014 Exec. % Exec.Jan-Jun

    2014

    Rec. Correntes 123,284.2 144,184.2 73,490.6 51.0Rec. Capital 3,623.5 3,187.4 1,194.5 37.5

    Total Receitas 126,907.7 147,371.6 74,685.1 50.7

    Desp. c/ pessoal 49,514.9 56,958.7 28,312.7 49.7Bens e Servios 18,724.5 25,017.6 12,435.1 49.7Enc. Dvida 3,976.6 6,347.0 2,815.0 44.4Transf. Correntes 15,401.4 18,077.5 8,883.1 49.1Outras Despesas 7,856.5 9,264.8 3,203.9 34.6

    Total Despesas 95,473.9 115,665.6 55,649.8 48.1

    Fonte: Direco Nacional do Oramento.

    ECONOMIAS

    MOAMBIQUE- DEVEMANTER-SEENTREOSPASESCOMCRESCIMENTOMAISELEVADOEM2014

    Luisa Teixeira Felino

    0.0%

    2.0%

    4.0%

    6.0%

    8.0%

    10.0%

    12.0%

    14.0%

    16.0%

    18.0%

    Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13 Jan-14 Jul-14

    Moambique Maputo Fonte: INE

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    ECONOMIAS

    FRICADOSUL- BALANACORRENTEESECTORES-CHAVEEVIDENCIAMFRAGILIDADE

    O saldo da balana corrente Sul-Africana caiu mais do que o esperado durante o segundo trimestre de 2014, tendo sidoregistado um dfice de R 222 mil milhes, ou 6.2% do PIB, isto aps se ter registado um dfice de 4.5% do PIB durante operodo anterior. Este mais recente aumento foi principalmente causado por um aumento da sadas e diminuio das entradas

    de dividendos durante o perodo, no ltimo caso aps um grande aumento one offdurante o primeiro semestre. Alm disso,registou-se tambm um contributo mais negativo da balana comercial, que piorou em R26 mil milhes para R101 milmilhes, em grande parte devido menor procura nos mercados asiticos e europeus, tal como o menor volume de exportaesde platina para a Europa, sector que, durante o perodo, continuou amplamente afectado pela greve dos trabalhadores,entretanto concluda. A agncia de ratings, Moody's, reconheceu este resultado como negativo para o ratingSul-africano(Baa1 negativo).

    Apesar de alguns sinais de melhoria terem sido registados em Junho, os relatrios da actividade mineira e das manufacturasem Julho mostram novas quedas no desempenho no incio do terceiro trimestre, com ambos os sectores a registarem perdasnos valores da produo e vendas, tanto em valores homlogos como em cadeia. A retoma da actividade nas minas deplatina aps a paralisao continua a mostrar-se frgil, e regista ainda as maiores perdas do perodo, seguidas pelo sector doouro e do cobre, enquanto nas manufacturas destaca-se pela negativa o sector automvel.

    Em Agosto, a inflao sul-africana verificou uma acelerao para 6.4%, ganhando 0.1 pontos percentuais aps o registode 6.3% no ms anterior, que seguiu o mximo de 5 anos observado entre Maio e Junho (6.6%). Tal como nas leiturasanteriores, o preo da alimentao e bebidas no alcolicas continuou a ser o factor mais preponderante para o crescimento,com um aumento de 9.4% y/y, seguindo-se aumentos de 6.1% y/y no preo dos transportes. Excluindo combustveis, ainflao foi de 6.5%. Apesar da mais recente leitura, na ltima reunio do Comit de Poltica Monetria da Reserva Sul-Africana, este melhorou as suas previses para a inflao, removendo 0.1p.p. da previso para 2014 e 2015, que se situamagora nos 6.2% e 5.7%, respectivamente. O Comit antecipou tambm o perodo em que a inflao cair abaixo dos 6.0%para o primeiro trimestre de 2015, trs meses antes do anteriormente previsto.

    O Comit de Poltica Monetria anunciou tambm que manter a taxa de referncia nos 5.75%, justificada pelo actualcenrio de fraco crescimento, isto apesar de concordar que esta ter de ser eventualmente normalizada. Durante os mesesanteriores, o Rand tem variado entre R10.5 e R10.75 face ao dlar, mas tem vindo a aumentar para mximos de R11.3 emSetembro.

    Pedro Miguel Mendes

    Evoluo do PIB

    (taxa de variao real, %)

    Balana Corrente

    (% do PIB)

    Produo das Indstrias-Chave Sul-Africanas

    (Variao da produo, %)

    Inflao

    (variao homloga)

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    MERCADOSMERCADOCAMBIAL

    SENTIMENTODEMERCADOFAVORVELAODLAR

    Num movimento rpido (e num curto espao de tempo - ltimos 5 meses), o EUR/USD passou do mximo1.3992 para o mnimo 1.2499, correspondendo a uma apreciao do dlar face ao euro de mais de 10%. Ainverso da anterior tendncia (favorvel ao euro), a formao de uma outra contrria anterior (favorvel ao dlar), a sua

    consolidao e afirmao s foi possvel com o teste e quebra de importantes nveis de suporte - 1.3671, 1.3474, 1.3295,1.3103 e 1.2745 - encontrando-se presentemente o cmbio ncora a variar acima de 1.25. Em Maio, o mercado encontrava-se conjunturalmente longo em euros. Desde ento, alterou-se o sentimento e passou a estar curto pela convico de algunsinvestidores de que existia uma situao cada vez mais divergente em termos econmicos e de poltica monetria entre asduas margens do Atlntico. Por outro lado, o despoletar de stop-lossesem posies longas acentuou ainda mais a venda deeuros e a compra de dlares.

    Perante esta evoluo e chegados aos presentes valores, questiona-se se ser possvel um movimento adicionalde apreciao do dlar em mais 10% sobre o euro . Para j, acredita-se que o mercado dever consolidar os patamaresconquistados to rapidamente e cortejar os 1.25. Contudo, colocam-se outras questes e algumas incertezas: os empresriose as autoridades europeias ficaram mais aliviados com a perda de valor do euro, no s pelas vantagens competitivas mastambm pela importao de inflao, mas agora so os americanos a no desejar novas apreciaes do dlar (desde 2004,o EUR/USD no vem abaixo de 1.20, devido ao interesse dos EUA); se o BCE ampliar as intervenes de QE e aumentar aindamais o seu balano haver mais liquidez, para alm de ser dado mais um sinal negativo em relao situao econmica da

    UEM, e o euro poder perder ainda mais valor; a manuteno do actual diferencial de juros entre os dois blocos beneficia odlar, mas no acentua novas apreciaes; os factores baseados na divergncia podero em breve esgotar-se, podendo orisco virar-se para a provvel limitao do crescimento dos EUA no contexto de uma economia global menos dinmica (agorae no futuro).

    A tendncia de queda do EUR/GBP teve o contratempo do referendo na Esccia, de onde surgiu a possibilidade de ganharo movimento secessionista. Passado esse momento, houve uma aproximao ao importante ponto de suporte 0.7750 (deJulho de 2012). Contudo, so valores que podem fazer baixar as expectativas de uma possvel subida das taxas de juro em2015.

    O USD/JPY, depois de um perodo de grande estabilidade, testou e ultrapassou o ponto de resistncia 105.44.Esta reanimao da tendncia de alta do USD/JPY resulta da possibilidade do BoJ vir a introduzir em breve um novo pacotede liquidez, seguindo a actual poltica monetria ultra expansionista.

    Agostinho Leal Alves

    As divergncias entre EUA, UEM e Japo esto aembalar a apreciao do USD face a EUR e JPY(x dlar por EUR; x ienes por USD)

    A fragilidade actual do euro visvel na perda devalor perante libra e franco suo(x libras por EUR; x francos suos por EUR)

    Cotaes a Prazo

    07.Out.2014

    Moedas 3 Meses 6 Meses 1 Ano

    EUR/USD 1.2613 1.2619 1.2641

    EUR/JPY 136.92 136.91 136.91

    EUR/GBP 0.7850 0.7862 0.7898EUR/CHF 1.2113 1.2110 1.2098

    Fonte: BPI.

    Paridade dos Poderes de Compra

    07.Out.2014

    % SOBRE (+) OU SUB (-)PPC SPOT VALORIZAO DO EUR

    EUR/USD 1.3761 1.2607 -8.39%

    EUR/JPY 135.39 136.90 1.11%

    EUR/GBP 0.8538 0.7840 -8.17%

    EUR/CHF 1.2262 1.2115 -1.20%

    Fonte: BPI.

    1.250

    1.300

    1.350

    1.400

    No v-13 Jan-14 M ar-14 Jun-14 A go-14

    96.0

    100.0

    104.0

    108.0

    112.0

    EUR/USD (LHS)

    USD/JP Y (RHS)

    Fonte: Reuters, BPI

    EUR/GBP (LHS)

    0.760

    0.780

    0.800

    0.820

    0.840

    0.860

    No v-13 Jan-14 M ar-14 Jun-14 A go -14

    1.20

    1.22

    1.24

    EUR/CHF (RHS)

    Fonte: Reuters, BPI

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    MERCADOS MERCADOCAMBIAL(moedas emergentes)

    AMRICALATINA FOCO DE ATENO

    O actual processo eleitoral no Brasil est a gerar grande volatilidade nos activos brasileiros, com a Bolsa deSo Paulo a registar quedas acentuadas e o real (BRL) a depreciar-se de forma significativa em relao ao dlar.A disputa para as eleies presidenciais vai repartir-se em duas voltas (nenhum dos candidatos obteve mais de metade dosvotos dos eleitores na 1 volta, dia 5 de Outubro), realizando-se o segundo acto eleitoral no dia 26 de Outubro. A escolhaser entre a actual presidente Dilma Rousseff e o inesperado candidato Acio Neves (Marina Silva foi a grande perdedora),mostrando as mais recentes sondagens um empate entre os cadidatos. Durante a campanha eleitoral, a desvalorizao dosactivos no abrandou, persistindo algum receio dos investidores. O ndice Bovespa corrigiu perto de 16%, aps um bomdinamismo de subida anterior; e o BRL perdeu cerca de 10% do seu valor para o dlar, com o USD/BRL a testar e ultrapassaro importante ponto de resistncia 2.4850. Tudo isto no curto espao de tempo das ltimas trs semanas de Setembro. Atao fim do processo eleitoral acredita-se que persista alguma instabilidade financeira e da moeda.

    A Argentina tambm tem sido foco de ateno devido ao no pagamento de dvida a credores, num processoque culminou com a recente demisso do governador do banco central. De facto, aps a advertncia da PresidenteCristina Kirchner de que havia um conluio contra o pas organizado pela alta finana norte-americana e argentina, JuanFabrega demitiu-se. Este facto debilitou ainda mais a bolsa de Buenos Aires e o peso argentino. Em funes h menos de umano, o responsvel mximo do banco central era considerado ortodoxo, seguindo uma linha de depreciao da moeda e de

    queda das reservas cambiais. Embora presentemente o valor da moeda esteja estabilizado, a economia encontra-se emrecesso e esto ser seguidas medidas de austeridade. O substituto, Alejandro Vanoli (anterior responsvel pela agncia desuperviso), considerado menos "alinhado" com as exigncias internacionais e a sua defesa de maior controle estatal daeconomia argentina sugere que ser um aliado incondicional do governo. Em Janeiro deste ano, Juan Fabrega tinhaimplementado uma desvalorizao imediata de 20% do peso argentino (ARS) em relao ao dlar, levando o USD/ARS apassar dos 6.7 pesos por dlar para 8.1 pesos. Nas ltimas semanas, o USD/ARS tem variado entre 8.4 e 8.5 pesos.

    Entretanto, em termos gerais, os activos das economias emergentes voltam a mostrar-se susceptveis a receios/expectativas de subida dos juros nos EUA e a um dlar tendencialmente mais forte, sobretudo quando faltacrescimento a estas economias (tm vindo a ocorrer sucessivas revises em baixa) . Complementarmente, assiste-se a uma diminuio do investimento local no corrente ciclo. Tambm a queda dos preos das commoditiesretira poder decompra nas trocas comerciais, para alm das depreciaes cambiais.

    Agostinho Leal Alves

    Real do Brasil (BRL) e peso do Mxico (MXN)perderam valor para o dlar(x pesos por USD; x reais por USD )

    Aps a depreciao de 20%, o peso argentino(ARS) tem vindo a perder valor de forma gradual(x pesos por USD)

    Rublo russo (RUB) prossegue depreciao contra odlar; yuan chins (CNY) mais estvel(x yuans por USD; x rublos por USD)

    Zloty polaco (PLN) e coroa checa (CZK) com valormais "controlado" pelas autoridades(x zlotis por EUR; x coroas checas por EUR)

    12.6

    12.9

    13.2

    13.5

    13.8

    Out-13 Dez-13 Fev-14 Abr-14 Jun-14 Ago-14 Out-14

    2.1

    2.2

    2.3

    2.4

    2.5

    2.6

    USD /M XN USD /B RL

    Fonte: Reuters, BPI

    5

    6

    7

    8

    9

    Out .13 Dez.13 Fev.14 Abr.14 Jun.14 Ago.14 Out .14Fonte: Reuters, BPI

    6.00

    6.10

    6.20

    6.30

    Out-13 Dez-13 Fev-14 Abr-14 Jun-14 Ago-14 Out-1430

    32

    34

    36

    38

    40

    USD/CNY USD/RUBFonte: Reuters, BPI

    3.6

    3.9

    4.2

    4.5

    Out-13 Dez-13 Fev-14 Abr-14 Jun-14 Ago-14 Out-14

    25

    26

    27

    28

    EUR /P LN EUR/ CZK Fonte: Reuters, BPI

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    MERCADOSMERCADOMONETRIO

    INVERSODECICLOSNOSPASESANGLO-SAXNICOS?

    Nos EUA e no Reino Unido desenham-se cenrios compatveis com a normalizao das polticas monetrias,ainda que sinais de abrandamento a nvel mundial devam levar as respectivas autoridades monetrias a manteruma postura cautelosa.Nos EUA, a evoluo do mercado de trabalho dever ser o principal factor indutor da poltica

    monetria da Reserva Federal, sendo por isso relevante o facto de continuarem a surgir sinais de melhoria neste mercado.Em Setembro, a taxa de desemprego caiu para 5.9%, menos 0.2 pontos percentuais (p.p.) do que no ms anterior e apenas0.4 p.p. acima do que a Reserva Federal estima para o final de 2015. Tambm de salientar, o facto de em mdia terem sidocriados 227 mil postos de trabalho/ms em 2014, o nvel mais elevado da ltima dcada. Paralelamente, os indicadores deactividade, nomeadamente o PMI para o sector das manufacturas, mantm-se num nvel elevado, embora apresente sinaisde abrandamento. No Reino Unido, a informao econmica tambm aponta para a sustentabilidade do ciclo de crescimento,ainda que o ritmo de crescimento possa desacelerar, caso se confirme a tendncia de abrandamento observada no PMImanufacturas. Na economia britnica, a segunda estimativa para o crescimento do PIB no 2T14 foi revista para 0.9% qoq(+0.1p.p. do que no 1T14), sendo que em sete dos oito ltimos trimestres se verificaram ritmos de crescimento superioresa 0.5%. De facto, de acordo com a nova metodologia o nvel actual do produto situa-se cerca de 3% acima do nvel pr-crise.Tambm nesta economia, o PMI para o sector das manufacturas apresentou um decrscimo no ltimo ms, o que em partepoder estar relacionado com o impasse criado em torno da realizao do referendo escocs, mas tambm algum abrandamentoao nvel da economia mundial, com destaque para o caso da UEM.

    Reino Unido: Evoluo do PIB

    (%,%)

    EUA: Taxa de desemprego

    (%)

    PMI Indstria Transformadora: evoluo nos EUA eReino Unido

    (%)

    Futuros das taxas de juro a 3 meses

    (%)

    Teresa Gil Pinheiro

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    MERCADOS MERCADODEDVIDAPBLICA

    YIELDSDOSTTULOSDEREFERNCIAAINDAEMMNIMOS

    Mercados desenvolvidos: As yieldsdos ttulos dos principais benchmarksdos mercados norte-americano e europeu,registaram nveis prximos dos mnimos do ano no ms de Setembro, tendo-se acentuado a divergncia de comportamentosdos respectivos ttulos. Este comportamento continua a reflectir polticas monetrias ultra-acomodatcias e o sentimento de

    que a retoma da actividade econmica a nvel global ser frgil no mdio prazo. A acrescer perspectiva de fraco crescimentoh os riscos de que se materialize um cenrio de deflao, principalmente na zona euro. A maior debilidade da economiaeuropeia, reflecte-se no alargamento do spreadentre o UST e o Bund alemo, qua actualmente se situa em 150 pontos base,mais 45 pontos base do que no incio do ano. No final do trimestre, os nveis das yieldsmantinham-se prximo dos mnimos,sobretudo no mercado europeu. No prazo de um ano, as perspectivas continuam a ser de subida gradual das taxas derentabilidade, provavelmente mais acentuada nos EUA, onde os sinais de recuperao da economia se mostram mais fortes.Na zona euro, o movimento dever ser mais dbil, dada a fragilidade da actividade e a permanncia da taxa de inflao emnveis reduzidssimos. Adicionalmente, na zona euro observa-se um movimento de queda das yieldsde alguns ttulos comprazos mais curtos para nveis inferiores a zero, evidenciando o grau de elevada incerteza quanto evoluo da economiaeuropeia, associada permanncia de um ambiente de elevada liquidez no mercado.

    Pases da periferia: Nos mercados da periferia europeia, o comportamento observado nas yields idntico, observando-se que estas se situam prximo de nveis mnimos observados antes da crise financeira. Movimento idntico observado nos

    prmios de risco, que durante o terceiro trimestre registaram mnimos do ano. A procura de rendibilidade por parte dosinvestidores e os sinais de correco de desequilbrios existentes justificam o comportamento de queda das yieldse dosspreads.

    Teresa Gil Pinheiro

    Expectativas inflacionistas mplicitas nos s w a p s - Sw a p 2 Y

    (%)

    S p r e a d UST- Bund

    (%)

    Expectativas inflacionistas mplicitas nos s w a p s - Sw a p 5 Y

    (%)

    UEM: Mercados mais afectados

    (Spreadface ao Bund alemo 10 anos (p.b.))

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    MERCADODEDVIDADIVERSA MERCADOS

    EMISSESDEDVIDARECUPERAMAPSASFRIAS

    As emisses de obrigaes no mercado primrio recompuseram-se em Setembro, depois de o mercado ter vacilado nopassado ms de Agosto, ainda que esta paragem na emisso de divida durante o perodo de frias seja uma caractersticaprpria do mercado. As emisses foram diferenciadas entre os diferentes sectores, mas novamente os bancos e empresas

    que prestam servios financeiros destacaram-se, com a emisso de aproximadamente Eur 25 mil milhes no mercadoprimrio (incluindo uma emisso de Eur 3.25 mil milhes pelo Credit Suisse e de Eur 1.75 mil milhes pelo Deutche Bank).

    No mercado europeu, a compresso dos spreadsmanteve-se e admite-se que esta tendncia deva continuar, face sperspectivas de continuao de polticas monetrias acomodatcias pelo BCE, nomeadamente atravs da compra de activos.No segmento de risco mais elevado (high-yield), o mercado europeu seguiu em parte o movimento de vendas que ocorreuno mercado norte-americano de dvida high-yield, face s preocupaes com os conflitos geopolticos e receios relativamente alterao de perspectivas da normalizao das taxas de juro, tendo-se desta forma assistido a um ligeiro alargamento dosspreads. A atraco dos investidores pelo mercado de maior rentabilidade voltou a contribuir para uma correco no mercadodepois do anncio das polticas monetrias acomodatcias do BCE de mais um corte nas taxas de poltica monetria.

    Entretanto nos Estados Unidos vo-se acentuando as preocupaes relativamente a uma possvel viragem no mercado. Osprimeiros sinais de inverso j se comearam a verificar com uma correco dos spreadsno mercado de dvida high-yield,

    tendo-se verificado um alargamento dos spreadspara nveis acima dos 400 pontos base, depois de a presidente da FED termencionado que as valorizaes dos activos no mercado de obrigaes parecem estar elevadas ("valuations appear stretched").Ainda assim, as emisses voltaram a ser elevadas no ms de Setembro, dado que os emitentes de dvida tambm seaperceberam que provavelmente as condies de financiamento no ficaro melhores do que agora, e que de qualquer formaas condies de financiamento ainda so atractivas para as empresas.

    As taxas de incumprimento tm permanecido baixas (de acordo com a Moody's, a taxa de incumprimento global dasempresas com notao especulativa dos ltimos 12 meses at Agosto era de 1.8% tanto nos EUA como na Europa), sendoque a maioria dos investidores acredita que as taxas s devero aumentar significativamente depois da FED comear aaumentar as taxas de juro, o que no se espera que ocorra to cedo. Mas a realidade que a acumulao de divida por partedas empresas para recompras de aces prprias, distribuio de dividendos e operaes de fuses e aquisies tm contribudopara uma deteriorao dos nveis de alavancagem das empresas.

    Lusa Teixeira Felino

    CDS - ndices iTraxx

    (pontos base)

    Emisses totais em mercado primrio

    (mil milhes de euros)

    Sp r e a d sda dvida diversa face ao sw ap(Europa)

    (pontos base)

    Sp r ea d sda dvida face ao sw apUS - H ig h Yi e l d

    (pontos base)

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    MERCADOS MERCADOSACCIONISTAS

    BOLSASESTAGNADAS

    Vive-se presentemente um momento de estabilizao/correco dos principais ndices bolsistas norte-americanos e europeus, com os investidores mais cautelosos perante a possibilidade de procederem a comprasadicionais. Ainda faltam trs meses para o final do ano, sendo aparentemente prematuro o fecho de posies e a tomada

    de proveitos (por escassos que possam ser). De facto, existem incertezas no mercado sobretudo em relao a determinadostimings(alteraes de poltica monetria nos EUA, Zona Euro, Reino Unido e Japo), sendo evidentes as divergncias de cicloentre o bloco EUA/Reino Unido e o grupo Zona Euro/Japo. Em termos comparativos, as bolsas norte-americanas mostrammaior consistncia, encontrando-se os respectivos ndices a cortejar nveis mximos, de acordo com uma clara acelerao dodinamismo econmico aps um incio de ano mais contido. Contudo, o bullish trend parou momentaneamente, pois ocrescimento econmico norte-americano (e o das empresas) tem por ventura limites face acelerao global, que estabaixo do esperado inicialmente (devido sobretudo s economias emergentes e europeias). Na Europa e no Japo, tmcrescido as expectativas de que sero necessrios novos programas que injectem liquidez na economia real. Acredita-se queas medidas de poltica monetria implementadas at ao momento (as convencionais e as no convencionais) no sejamsuficientes para enfrentar a actual estagnao econmica.

    Coloca-se a questo se estes activos, que comportam maior risco, continuam a ser uma boa opo deinvestimento dentro do contexto descrito. um facto que depois do ano excepcional de 2013, os ndices americanos

    DJI, S&P500 e NASDAQ bateram novos recordes em 2014. At ao momento, tm ganhos acumulados de 3%, 7% e 13%,respectivamente. Possivelmente, no considerado prudente fazer novos investimentos nos actuais nveis mximos e dadasas circunstncias e as incertezas. Tambm o caso do DAX alemo e do CAC40 francs, que mostram j um processo de fuga(em fase inicial) depois de terem tido dificuldade em prosseguir tendncias de alta. Desde o incio do ano mostram perdasacumuladas de 4% e 0.2%, respectivamente. No Japo, o NIKKEI regista uma quebra de 2%, desde Janeiro.

    Na Ibria, h diferenas significativas na evoluo dos dois ndices: o IBEX35 espelha uma economia quecomea a reagir, havendo muito boas perspectivas futuras; o PSI20 foi fortemente penalizado pelo processo doBES (nomeadamente, os restantes bancos do ndice portugus). O primeiro verifica um ganho acumulado de 7%, osegundo apresenta uma perda de 16%.

    Agostinho Leal Alves

    Globalmente est a acontecer um movimento de correco das bolsas, com mais expresso nosemergentes, seguindo-se a Europa e os EUA (este ltimo mais resiliente)(base 100= Jan 14)

    EUROSTOXX 50 falha novos mximos e corrige;DJI mostra-se mais contido na tendncia de alta(base 100 =Jan 14)

    Perante a evoluo mais estvel do ndiceespanhol, o portugus espelha um s e l l - o f f(base 100 =Jan 14)

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    MERCADOSMERCADOS DE CO M M O D I T I ES

    PREOS ATINGEM MNIMOS FACE A OFERTA AMPLA

    A queda dos preos do petrleo continuou em Setembro, com o Brent e o WTI ambos a reportarem mnimos de2014. De facto, deu-se em Setembro a primeira queda do preo do Brent abaixo dos USD100 desde Maio de 2013, apresentando-se o mercado numa situao de oferta ampla e procura decepcionante, principalmente por parte das economias desenvolvidas

    e da China. Evidenciando a presente situao, a IEA reportou que o segundo trimestre de 2014 registou a taxa de crescimentoda utilizao de petrleo mais baixa dos ltimos 2 anos e meio, precedendo tambm reviso em baixa das suas estimativasde utilizao para 2014 e 2015, em 150k e 160k barris por dia (b/d), respectivamente, enquanto a OPEP espera exportaruma mdia de 29.5M b/d, 200k menos que previsto no ms anterior. Do lado da oferta, face ao actual perodo de baixaprocura, os produtores tm procurado reduzir a sua produo para combater a queda dos preos, com a OPEP a registarredues de 130k b/d, a maioria das quais devem-se Arbia Saudita, enquanto a Lbia continua a recuperar o seu nvel deproduo. No grupo no-OPEP, registou-se tambm uma queda na produo de 260k b/d, observando-se tendncias opostas,com os produtores europeus (Reino Unido e Noruega), em conjunto com a Malsia, a cortarem a sua produo, enquanto osEUA continuam a reduzir a sua dependncia de petrleo externo, aumentando a sua produo em cerca de 1.1M b/d emSetembro.

    Principais produtores de crude

    milhes de barris por dia

    Peso 'Ago 14 Jul 14 Ago 14 Ago/Jul

    OPEP 39.6% 36.9 36.8 -0.4%

    A. Saudita 10.1% 9.8 9.4 -3.4%Iraque 3.3% 3.2 3.1 -1.6%Lbia 0.6% 0.4 0.5 26.2%

    No OPEP 60.4% 56.4 56.2 -0.5%

    OCDE 23.8% 22.4 22.1 -1.3%EUA 12.7% 11.8 11.8 0.5%Canad 4.4% 4.1 4.1 0.7%

    No OCDE 31.6% 29.4 29.3 -0.1%Rssia 11.7% 10.8 10.9 1.2%

    Outros Ex-URSS 3.1% 3.0 2.9 -1.7%China 8.0% 7.5 7.4 -1.1%Brazil 2.5% 2.4 2.4 -0.8%

    (ajustamentos)1 2.4% 2.2 2.2 0.0%(total biofueis)2 3.0% 2.4 2.8 15.8%Total 100.0% 93.3 92.9 -0.4%

    Fonte: IEA.Notas: 1.Ganhos e perdas com refinao e transporte martimo;2.Etanol do Brasil e dos EUA

    Procura de crude por regio

    milhes de barris por dia

    peso 2T14 4T13 1T14 2T14 2T/1T

    OCDE 48.8% 46.5 45.7 44.7 -2.2%

    Amricas 25.8% 24.3 23.9 23.7 -0.8%Europa 14.6% 13.6 13.0 13.4 3.1%sia/Oceania 8.3% 8.6 8.9 7.7 -13.6%No OCDE 51.2% 46.2 45.9 46.9 2.2%

    sia 24.5% 22.3 22.3 22.5 0.6%Mdio-Oriente 9.0% 7.7 7.8 8.2 5.7%Amricas 7.4% 6.8 6.6 6.8 2.9%Ex-URSS 5.2% 4.9 4.6 4.8 4.1%frica 4.3% 3.8 3.9 4.0 1.3%

    Europa 0.7% 0.7 0.7 0.7 1.5%Total 100.0% 92.7 91.6 91.6 0.0%

    Fonte: IEA.

    Com a chegada iminente da poca de aumento do uso para aquecimento, o preo do gs natural mostra umatendncia para hesitao, sendo de esperar que a presso ascendente se intensifique a partir de Outubro, antecipando asazonal escalada dos preos que dever ter incio at ao princpio de Dezembro. Para uma eventual subida antecipada do

    preo do gs natural podero eventualmente contribuir desenvolvimentos de teor negativo nas presentes negociaes entrea Rssia, a Ucrnia e os parceiros europeus. Nas ltimas semanas, os dois pases do Leste Europeu tm procurado chegar aum acordo quanto ao futuro das exportaes de gs russo para uso ucraniano, sendo que o ambiente pesado relativo criseentre os dois pases est a dificultar o entendimento. Tambm dentro da UE, a Polnia e a Eslovquia reportam uma reduono volume de gs exportado pela Rssia, que justifica esta medida com a deciso de encher as suas reservas para nveishistricos.

    O preo do ouro continua em queda, estabelecendo em Setembro o valor mais baixo desde Dezembro de 2013 eestando j prximo de quebrar a barreira dos USD1,200 troy, apenas pela segunda vez desde 2010. A boa performance daeconomia norte-americana, tal como a reduo do programa de compra de activos da Reserva Federal, tm contribudopara um dlar forte, o que continua a reduzir o apetite para a compra de ouro como segurana. Porm, uma continuaoda actual tendncia dever levar a um aumento da procura e consequente movimento de correco do preo em Outubro,para a qual tambm dever ser relevante o festival Hindu das luzes na ndia, a ser celebrado este ano no final de Outubro

    e o qual origina um habitual aumento substancial da procura de ouro por parte da segunda maior consumidora destacommodity.

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    MERCADOS MERCADOS DE CO M M O D I T I ES

    PREOS ATINGEM MNIMOS FACE A OFERTA AMPLA

    Pedro Miguel Mendes

    A queda dos preos do petrleo continua, sendo osseus efeitos mais notveis no caso do Brent(USD)

    O mercado de gs natural continua estvel,notando incerteza quanto ao incio da poca fria(USD)

    O preo do ouro continua a ser afectado pelo bomdesempenho da economia norte-americana(USD)

    O preo do trigo continua a descer, pressionado poraumentos nas previses para as colheitas(USD)

    2

    3.5

    5

    6.5

    Set-13 Out-13 No v-13 Jan-14 Fev-14 Abr-14 M ai-14 Jul-14 Ago -14 Set-14

    Fonte: Bloo mberg, B PI

    1150

    1200

    1250

    1300

    1350

    1400

    1450

    1500

    1550

    Set-13 Out-13 Dez-13 Fev-14 Mar-14 Mai-14 Jul-14 Set-14Fonte: Bloomberg, BPI

    400

    450

    500

    550

    600

    650

    700

    750

    Set-13 Jan-14 M ai-14 Set-14

    Fonte: Bloo mberg, BPI

    Finalmente, as c o m m o d i t i e s agrcolas apresentam tambm uma acentuada tendncia para a queda de preos ,em particular o trigo, que se encontra abaixo dos $5 por alqueire e em mnimos de 2010. Contribui para esta tendncia asprevises que apontam para colheitas recorde face s previses de clima propcias e melhoria das previses para ascolheitas russas, chinesas, europeias e particularmente ucranianas. Em resposta, o ndice de preos alimentares da ONU caiutambm para um mnimo de 4 anos.

    85

    90

    95

    100

    105

    110

    115

    120

    Set-13 Dez-13 M ar-14 Jun-14 Set-14

    WTI Brent Fonte: Blo omberg, BPI

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    PREVISES

    Economias Desenvolvidas

    Tx. de Inflao Saldo Or./PIB Dvida Pblica/PIB BTC/PIB Desemprego Crescimento PIB2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015

    E.U.A. 1.5 1.9 2.0 -5.9 -5.0 -4.3 97.6 99.6 99.3 -2.3 -2.3 -2.6 7.4 6.3 5.8 2.1 2.3 3.0Japo 0.4 2.7 1.9 -8.9 -7.5 -6.2 233.1 234.5 236.2 0.7 0.5 0.8 4.0 3.7 3.6 1.5 1.1 1.2

    UE 1.6 1.2 1.7 -3.3 -2.6 -2.5 88.9 89.5 89.2 1.6 1.8 1.8 10.8 10.5 10.1 0.1 1.5 1.8UEM 1.4 0.6 1.0 -3.0 -2.6 -2.2 94.4 95.8 95.4 2.5 2.6 2.7 11.9 11.7 11.3 -0.4 0.9 1.3

    Alemanha 1.6 1.0 1.5 0.0 0.1 0.1 78.4 76.2 72.9 7.2 7.0 6.6 5.8 5.6 5.6 0.3 1.6 1.7Frana 1.0 0.8 1.0 -4.3 -4.1 -3.4 92.7 95.4 97.1 -1.5 -1.4 -1.3 10.3 10.3 10.2 0.4 0.5 1.0Itlia 1.3 0.3 0.6 -2.9 -2.9 -2.5 132.6 136.0 136.1 0.9 1.3 1.4 12.2 12.7 12.4 -1.8 -0.1 0.7Espanha 1.5 0.1 0.7 -7.0 -5.6 -5.1 93.8 99.1 102.1 0.7 0.8 0.9 26.3 25.1 24.1 -1.2 1.2 1.7Holanda 2.6 0.7 1.1 -2.5 -2.8 -2.2 72.6 73.6 73.4 10.0 10.0 9.8 7.2 7.7 7.5 -0.7 0.7 1.4Blgica 1.2 0.8 1.2 -2.7 -2.5 -2.2 101.4 101.8 101.5 -1.6 -0.7 -0.5 8.4 8.5 8.2 0.2 1.2 1.4ustria 2.1 1.7 1.7 -1.7 -2.7 -1.5 74.5 80.2 79.2 2.7 3.1 3.2 4.9 5.0 4.8 0.4 1.2 1.8Finlndia 2.2 1.3 1.4 -2.3 -2.3 -1.5 57.0 60.0 61.5 -1.1 -0.8 -0.5 8.3 8.5 8.4 -1.3 -0.1 1.0Grcia -0.9 -0.9 -0.1 -10.4 -2.3 -1.5 175.1 177.1 174.4 0.4 0.4 0.5 27.4 26.7 25.5 -3.9 0.2 2.1Irlanda 0.6 0.5 1.1 -7.1 -4.1 -2.4 122.0 117.5 114.9 5.3 5.4 5.8 13.1 11.3 10.3 0.0 3.3 2.8Reino Unido 2.6 1.7 1.9 -5.7 -4.9 -3.7 91.0 92.7 93.8 -4.4 -3.9 -3.6 7.6 6.5 5.8 1.7 3.0 2.7Sucia 0.1 0.3 1.4 -1.6 -1.7 -0.9 40.2 41.1 40.3 6.5 6.1 6.1 8.0 7.9 7.5 1.5 2.4 2.8

    Dinamarca 0.7 0.8 1.5 -0.9 -1.5 -2.7 44.7 44.8 46.5 7.2 6.9 6.6 7.0 6.8 6.6 0.4 1.4 1.8Luxemburgo 1.7 1.2 2.2 -0.1 -0.3 -1.2 23.1 23.9 25.6 5.2 6.2 5.2 6.9 7.0 6.8 2.1 2.7 2.4Sua -0.2 0.1 0.6 0.1 0.1 0.3 40.1 38.7 37.1 14.9 12.5 12.6 3.5 3.5 2.6 2.0 1.6 1.9

    Portugal 0.8 0.2 0.6 -5.2 -4.1 -2.7 128.3 129.9 128.9 0.7 1.1 1.1 16.2 14.6 13.6 -1.5 1.0 1.5Fontes:Mdia simples de previses mais recentes: da OCDE, UE, FMI, BdP, Economist, e outras instituies.Notas: O uso de mdias de vrias previses pode gerar valores incongruentes entre si.

    Portugal

    2013 2014 2015Consumo privado -1.7 1.3 1.2Consumo pblico -1.8 -0.3 -0.2Investimento -7.3 4.3 3.0Exportaes 6.1 3.3 3.0Importaes 2.8 4.5 2.2PIB -1.4 1.0 1.5Dfice Oramental (PDE) 4.9 4.0 2.5Df. oram. s/ medidas extraordinrias 5.3 6.9 2.7Taxa de inflao mdia 0.3 -0.3 0.6Taxa mdia de desemprego 16 .3 14.2 14.0Fonte: INE, Banco BPI.

    Previses Econmicas do BPI

    EUA&UEM

    PIB Taxa de Inflao*2013 2014 2015 2013 2014 2015

    EUA 2.2% 2.0% 2.2% 1.5% 1.8% 2.0%Zona Euro -0.4% 0.9% 1.3% 1.4% 0.5% 1.5%Portugal -1.4% 1.0% 1.5% 0.3% -0.3% 0.6%Fonte: INE, Eurostat, Reuters, previses do Banco BPI.Nota: * Taxa de Variao Mdia; IPCH para Zona Euro.

    Indicam-se, a laranja, as alteraes recentes.

    Mercados Emergentes

    Tx. de inflao Cresc. do PIB Tx. de Desemp. Dvida Pb./PIB Saldo Or./PIB BTC/PIB Dvida Externa/PIB

    2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015Brasil 6.2 6.3 6.3 2.5 0.3 1.3 5.4 5.0 5.5 66.2 65.8 65.6 -3.0 -4.0 -3.6 -3.6 -3.6 -3.3 29.0 32.7 34.1Mxico 3.8 3.9 3.5 1.1 2.5 3.8 4.9 4.8 4.5 46.4 48.0 49.0 -2.3 -3.6 -3.2 -1.8 -1.8 -2.0 31.3 32.7 32.6Argentina 10.6 25.2 27.5 2.9 - 1.1 0.2 7.1 8.0 8.4 41.0 48.9 54.2 - 0.2 - 2.9 - 3.2 - 1.0 -1.0 - 1.0 26.6 28.4 24.1Chile 1.8 4.1 3.1 4.1 2.1 3.3 6.0 6.5 7.0 12.8 13.9 14.6 -0.9 -1.9 -1.4 -3.5 -2.5 -2.8 44.5 47.8 50.0

    R. Checa 1.4 0.5 1.8 -0.8 2.5 2.5 7.0 7.8 7.5 46.0 44.4 44.4 -1.5 -1.8 -2.5 -1.4 -0.9 -1.1 56.1 55.4 53.5Polnia 0.9 0.2 1.5 1.6 3.1 3.3 10.4 12.5 11.9 57.1 49.4 49.0 - 4.3 -3.1 - 2.9 - 1.3 -1.0 -1.8 76.0 70.6 67.9Hungria 1.7 0.2 2.6 1.1 2.9 2.5 8.7 8.2 8.0 79.3 79.1 79.2 -2.2 -2.9 -2.9 3.0 2.8 2.2 1 18.0 1 14.3 n.a.

    Russia 6.8 7.3 6.6 1.3 0.3 1.0 5.5 5.4 5.6 13.9 15.7 16.5 -0.8 0.2 -0.5 1.6 3.0 2.5 34.7 36.7 36.1China 2.6 2.3 2.9 7.7 7.3 7.0 4.1 4.1 4.2 39.4 40.7 41.8 -1.9 -2.1 -2.1 0.5 2.3 2.3 8.4 7.9 7.5Fontes: Mdia simples de previses mais recentes: FMI, OCDE, CE e outras instituies .

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    Taxas de Cmbio09.Out.14