bpi análise mercados financeiros nov.2014

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  • 7/23/2019 BPI Anlise Mercados Financeiros Nov.2014

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    ESTUDOS ECONMICOSE FINANCEIROS

    Anlise Mensal12 de Novembro de 2014

    Mercados FinanceirosPaula Gonalves Carvalho

    Agostinho Leal AlvesLuisa Teixeira Felino

    Pedro Miguel MendesTeresa Gil Pinheiro

    Vnia Patrcia Duarte

    BPI

    D

    Na habitual reviso do cenrio macroeconmico global, a OCDE chama a ateno para a ausnciade dinamismo no comrcio internacional, crdito ao sector privado e investimento empresarial, emsimultneo causas e consequncias da ausncia de um crescimento econmico global sustentado.Efectivamente, tarda a concretizao de investimento e as polticas salariais permanecem restritivasnos principais blocos econmicos, apesar das melhorias observadas no mercado de trabalho, quernos EUA quer na regio do euro. As economias emergentes no devero tambm exercer a suafuno de locomotiva to cedo. O PIB mundial dever registar uma variao positiva de 3.3% esteano, ligeiramente acima do ritmo observado em 2013 (3.1%) e acelerar para 3.7% em 2015 e

    3.9% em 2016, mas ainda assim claramente inferior aos nveis registados antes da crise nanceirainternacional e tambm abaixo da tendncia histrica. A Comisso Europeia divulgou igualmenteas previses de Outono, revendo ligeiramente em baixa as anteriores perspectivas. A CE esperaque a expanso da actividade se quede pelos 0.8% na regio do euro em 2014, acelerando para1.1% em 2015. A taxa de inao dever aumentar para 0.8% (0.5% em 2014) e o desempregocontinuar a trajectria de descida, embora lenta (11.6% este ano e 11.3% em 2015).

    O dlar continua a ganhar face s principais moedas nos mercados internacionais, sinalizando aposio dianteira no ciclo econmico global. No actual contexto, existe espao para perdas adicionaisdo euro, oferecendo a fasquia de 1.20 um importante ponto de suporte. Entretanto, as moedas dospases exportadores lquidos de petrleo manter-se-o sob presso, com destaque para a coroanorueguesa e as moedas de algumas economias emergentes (exportadoras e mais vulnerveis).No Japo, a deciso inesperada do banco central, de reforo do pendor da sua poltica, justicounovo impulso de desvalorizao do iene, que corteja os 115 ienes por dlar.

    Os bancos centrais continuam a suportar activamente o crescimento, embora em Outubro a ReservaFederal tenha comprado a ltima tranche de ttulos de dvida (USD 15 mil milhes) no mbito doQE3. Todavia, atendendo anunciada poltica de rolloverde dvida vincenda, o seu balano no irencolher to cedo. Entretanto, o Banco do Japo surpreendeu ao reforar o programa de compra deactivos, num movimento que aparentemente tenciona sobretudo assegurar que o Governo nipnicomantenha os planos iniciais para a poltica scal (que prev novo aumento da taxa de IVA em2015). Na reunio de Novembro, o BCE manteve inalterada a sua poltica monetria, reforando ainteno em expandir o balano para cerca de 3 bilies de euros de forma a evitar a materializaode um cenrio de deao na zona euro. Todavia, o montante estimado de potencial intervenoatravs do mercado de covered bondseABSascende a EUR 140 mil milhes, segundo a IIF, peloque o cumprimento do objectivo da autoridade monetria passaria pela extenso do programa aoutros activos. Rera-se que o actual saldo vivo de obrigaes soberanas ascende a cerca de EUR6.8 bilies, segundo a mesma fonte.

    No curto prazo no se perspectiva alterao signicativa das tendncias no mercado de obrigaes

    soberanas dos mercados de referncia, devendo as yields continuarem em nveis mnimos,reectindo fragilidade do crescimento, ausncia de inao e liquidez abundante. Todavia, amdio prazo, as perspectivas continuam a ser de subida gradual das taxas de juro implcitas,provavelmente mais acentuada nos EUA, onde os sinais de recuperao da economia se mostrammais fortes. Na zona euro, o movimento dever ser mais dbil, dado o atraso relativo no ciclo.

    As correces nos principais ndices de aces a que se assistiu no ms de Outubro vieram aliviartenses e gerar espao para a retoma de tendncias positivas (ainda que moderadas). Apesar dosmltiplos factores de sustentao, valorizaes adicionais sustentadas neste mercado carecemde conrmao das tendncias macroeconmicas. Neste contexto, recorde-se que a depreciaoda moeda dever beneciar a recomposio das margens na Europa, promovendo a melhoria dosresultados e impulsionando as cotaes, cuja evoluo permanece, em geral, desfasada tendo porreferncia outros mercados desenvolvidos.

    Esta publicao inclui dois artigos de opinio, incidindo o primeiro, sob o Oramento de Estado para

    2015 e abordando alguns aspectos do ciclo de consolidao oramental desde 2010. No segundoartigo, analisa-se com algum detalhe o emprego na funo pblica, contextualizando no espaoEuropeu.

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    D

    Apesar das medidas de estmulo de poltica monetria,

    primeiro nos EUA e Reino Unido, actualmente noJapo e UEM, os preos ao consumidor teimam emno inverter a tendncia. Nos EUA, a taxa de inaodever quedar-se por 1.7% este ano enquanto, naregio do euro, Outubro marca o sexto ms consecutivoem que a taxa de inao iguala ou inferior a 0.5%.Atendendo ao erro estatstico estimado na medio doandamento dos preos, signica que estes j podemmesmo estar a cair. Ainda que se afaste, por ora,a palavra deao, a verdade que esta espreita,fazendo temer pelas tendncias futuras. Sobretudonum contexto em que, por razes estruturais declnioe envelhecimento da populao nas economias maisdesenvolvidas, aumentos de produtividade graas automao, entre outros o crescimento econmico

    ronda a estagnao nos grandes blocos econmicos, osnveis de endividamento so elevados e os principaisinstrumentos de poltica econmica esto limitados.Na regio do euro, a queda signicativa dos preos dopetrleo (e aparentemente sustentada) contribui paraeste quadro, embora o efeito nos preos ao consumidorseja parcialmente compensado pela depreciao damoeda (e outras rigidezes).

    Num contexto econmico que se continua a pautar pelaausncia de riscos de inao e crescimento positivo,embora muito limitado, as taxas de juro deveropermanecer baixas e os activos de risco suportados,embora susceptveis a notcias que possam reforara probabilidade de antecipao do ciclo de subidados juros nos EUA. Entretanto, na regio do euro, adepreciao da moeda favorece a recomposio dasmargens das empresas, conferindo suporte adicionalao mercado, embora este tarde em materializar-se.

    DEPARTAMENTO DEESTUDOS ECONMICOS E FINANCEIROSPaula Gonalves Carvalho Economista ChefeTeresa Gil PinheiroLusa Teixeira FelinoPedro Miguel MendesVnia Patrcia Duarte

    A TAgostinho Leal Alves

    Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94Email: [email protected] www.bancobpi.pt www.bpiinvestimentos.pt/Research

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    E.E.F.Mercados FinanceirosNovembro 2014

    3 BPI

    NDICEPg.

    Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco 04

    Principais Mercados: Recomendaes 05

    Temas em destaque

    A poltica monetria no convencional da Reserva Federal 07Brasil da esperana 11A tendncia descendente no preo das commodities 14

    Economias

    Global - Previses econmicas revistas em baixo mais uma vez... 19Portugal - Organismos internacionais cautelosos no ps-Troika 20Espanha - Retoma sustentada 21Mxico - Recuperao da actividade, com sector industrial a liderar 22Angola - Banco Nacional de Angola aumenta a taxa de juro de referncia para 9% 23Moambique - Subida de 15 posies do raking Doing Business 24frica do Sul - Crescimento do PIB revisto em baixa, sector chave em queda 25

    Mercados

    Mercado CambialM m 27M mg u v 28

    Mercado MonetrioBCE mb l 29Mercado de Dvida Pblica

    Yieldsm mm 30

    Mercado de Dvida Diversa

    Rg vll m v corporate 31

    Mercados AccionistasD ug , bl m vlm mm 32

    Previses

    Economias DesenvolvidasMercados EmergentesPrevises Econmicas do BPI 33

    Taxas de CmbioTaxas de Juro 34

    Taxas Ofciais dos Principais Bancos Centrais 35

    Taxas de Cmbio dos Mercados EmergentesTaxas de Juro e Spreads dos Mercados Emergentes 36

    Opinio

    OE 2015: O primeiro Oramento do Ps-Troika 37

    Emprego Pblico em Portugal e no contexto da Zona Euro 48Bases de Dados 59

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    E.E.F.Mercados FinanceirosNovembro 2014

    BPI

    Perpectivas Globais e Principais Factores de Risco

    Perpectivas Globais Factores de Risco

    Global . A Comisso Europeia estima que a economia mundial avance 3.3% este ano, reectindo umdesempenho mais fraco do que o esperado na primeira metade do ano, tanto nas economiasdesenvolvidas como emergentes. A reviso em baixa do ritmo de crescimento (menos 0.2pontos percentuais do que na Primavera), resulta de um desempenho menos forte do queo esperado no comrcio internacional, em grande parte traduzindo um crescimento maismoderado da China. Para 2015 e 2016, antecipa-se a acelerao do ritmo de expansoglobal, para 3.8% no prximo ano e 4.1% em 2016. A suportar o crescimento mundialesto as polticas monetrias e scais acomodatcias, sobretudo nos EUA. O crescimento

    econmico nas economias emergentes continuar suportado pela resilincia das economiasasiticas, pese embora o abrandamento do crescimento chins.

    . Os factores de ordem poltica continuam a condicionar o cenrio de crescimento,podendo fazer descarrilar a recuperao global, mais fraca que o esperado. A conana

    das empresas poder ser abalada, fazendo recuar as intenes de realizar investimentose novas contrataes, sobretudo na Europa, geograficamente mais prxima dezonas de instabilidade; a conana das famlias poder tambm ser negativamente

    afectada; nalmente, uma eventual escalada do preo do petrleo teria consequncias

    potencialmente muito adversas numa fase em que a expanso ainda se revela hesitante.. A nova fase da poltica da Reserva Federal poder gerar instabilidade nos mercadosnanceiros internacionais, descarrilando a retoma ainda frgil.

    EUA .O mau desempenho da actividade no incio do ano condicionou a actividade, traduzindo-sena reviso em baixa do crescimento para 2.2% em 2014, menos 0.6 pontos percentuais doque o esperado anteriormente pela Comisso Europeia. Mas para 2015 e 2016, as previsesapontam para uma acelerao signicativa do crescimento: 3.1% e 3.2%, respectivamente.

    . Em Outubro, a taxa de desemprego caiu para 5.8%, reectindo uma recuperao

    sustentada do mercado de trabalho norte-americano. Ainda asssim, a autoridade monetriadever manter uma avaliao muito cautelosa das expectativas de inverso do ciclo, de

    forma a no pr em causa o processo de recuperao da actividade.

    . O processo de retirada de estmulos pela Reserva Federal poder originar instabilidadenos mercados nanceiros. As informaes econmicas mais recentes e as intervenes das

    autoridades induziram j um ajustamento do calendrio expectvel para o incio do prximociclo, antecipando-se, agora, que este no ocorra antes do terceiro trimestre de 2015.

    Japo . A Comisso Europeia estima que a economia cresa 1.1% em 2014 e 1% em 2015 e2016. As previses da CE reectem enfraquecimento do consumo privado, resultante tanto

    da subida da taxa do IVA no primeiro semestre de 2014, mas tambm da permanncia defactores de incerteza quanto evoluo futura da poltica scal.

    . Riscos para o crescimento esto enviesados no sentido descendente, por via do efeitono consumo privado da subida do IVA; arrefecimento chins poder afectar exportaes.

    Z. Euro . De acordo com a Comisso Europeia o crescimento econmico na zona euro continuarfragilizado, pelo menos at ao nal deste ano e nos primeiros meses de 2015. Com efeito,

    os ritmos de crescimento antecipados so elucidativos da diculdade de materializao

    de cenrios mais benignos para o bloco do euro. Em 2014, antecipa-se um crescimentode 0.8%, em 2015 de 1.1% e em 2016 de 1.5%. . A queda dos preos das principaismatrias-primas e a fragilidade da actividade econmica internamente, reectiu-se num

    cenrio de muito baixas taxas de inao, dando suporte a receios de materializao de

    um cenrio de deao. Este facto traduziu-se na reviso em baixa das previses para

    a evoluo da inao para 0.5% este ano (0.8% nas anteriores previses), 0.8% em

    2015 e 1.5% em 2016.

    . Inflao reduzida e questes de ordem poltica surgem como os principaisfactores de risco para o crescimento. So particularmente relevantes as questesde ordem poltca, nomeadamente as relacionadas com o conflito Ucrnia-Rssia,pois cerca de 5% das exportaes da UE destinam-se Rssia (no caso dospases do Leste e centro da Europa os valores mdios rondam 10%) e cercade 15% do consumo de gs natural e petrleo tem tambm origem na Rssia.. Pela positiva, os efeitos da poltica monetria na depreciao do euro podem favorecermaior dinamismo do sector exportador, contribuindo positivamente para o crescimento,e aumentar o preo das importaes, contribuindo para que a acelerao do ritmo decrescimento dos preos.

    R. Unido . A Comisso Europeia antecipa que o bom momento observado na primeira metade de2014 se prolongue no mdio prazo, antecipando um crescimento do produto de 3.1%em 2014, 2.7% em 2015 e 2.5% em 2016. Nesta economia, o crescimento reectiu a

    acelerao da procura interna - consumo e investimento - antecipando-se que estas duasvariveis continuem a evoluir de forma favorvel.

    . Perante a divulgao de bons indicadores, a possibilidade de alterao da polticamonetria pode limitar a recuperao da economia tambm pelo impacto potencial sob alibra, com efeitos nas exportaes. Note-se, todavia, que este um risco razoavelmentereduzido, na medida em que no se espera a inverso da poltica monetria antes dosegundo semestre do ano.

    Portugal . Os principais organismos internacionais reviram em baixa as previses de crescimentoem 2014 e 2015 em 0.1-0.3 pontos percentuais, mantendo-se, todavia, o cenriode recuperao gradual do ritmo de expanso da actividade. Na sua generalidade, aactualizao das previses resulta de perspectivas menos favorveis para o comportamentoda procura externa, reexo de um desempenho menos positivo das exportaes e aumento

    das importaes. Face ao desempenho da economia at Outubro, algumas das previsesagora publicadas para este ano parecem assumir uma postura excessivamente cautelosa,na medida em que implicam ou uma forte reviso em baixa do crescimento nos primeirosseis meses do ano, ou uma contraco da actividade na segunda metade do ano, cenrio

    este a que atribumos uma reduzida probabilidade. As previses para 2014 variam entre0.6-0.9% e para 2015 entre 1.1-1.3%.

    . A curto prazo, os pr inc ipa is fac tores de r isco es to re lac ionadoscom o andamento das economias externas e factores de natureza poltica.. A mdio prazo, subsistem importantes constrangimentos e desaos, relacionados com a

    necessidade de reforar o potencial de crescimento econmico num contexto de prolongadoesforo de consolidao oramental, a que se alia um calendrio poltico potencialmenteperturbador deste equilbrio.. A avaliao dos riscos associados aos cenrios traados por estes organismos so, nasua essncia, idnticos, prendendo-se com a possibilidade de que a reduo do esfororeformista e de consolidao das contas pblicas se reicta negativamente na capacidade

    de crescimento, tanto por via de reduo do contributo do sector externo, como por viade uma deteriorao das condies de nanciamento da economia.

    AmricaLatina

    . As perspectivas para o crescimento econmico da regio foram novamente revistas embaixa pelo FMI, para 1.3% em 2014 (-0.7p.p. do que as projeces de Julho) e 2.2%em 2015. A fragilidade econmica da regio resulta por um lado de factores externos(nomeadamente a desacelerao do crescimento da China e a quebra dos preos dascommodities), mas tambm de uma multiplicidade de constrangimentos internos.. O enfraquecimento das perspectivas econmicas para a regio resultou de um fracodinamismo econmico no Brasil, face a polticas monetrias restritivas e falta de conana

    dos investidores. Por sua vez, o desempenho do Mxico foi menos positivo no incio doano, mas decorreu essencialmente de factores externos (fraca actividade nos EUA), sendoque actualmente j se reconhecem sinais de recuperao.

    . Perante este cenrio de crescimento dbil, os riscos esto de certa forma inclinadospara o lado negativo. Nomeadamente, uma quebra da procura externa (como porexemplo uma quebra do investimento chins) poder ter um impacto signicativo

    sobre as economias exportadoras de commodities. Para alm disso mantm-se osriscos relacionados com o possvel impacto da subida das taxas de juro nos EUA.. Num cenrio mais optimista, um crescimento robusto nos EUA pode favorecera performance da regio, sendo este um dos principais canais para impulsionar ocrescimento da regio como um todo e do Mxico e Amrica Central em particular.

    fricaSubsariana

    . O crescimento econmico da regio dever manter-se robusto, acima dos 5% em 2014e 2015, suportado em parte por uxos de capital estrangeiro orientados para sectores

    de explorao de recursos minerais e para o desenvolvimento de infra-estruturas, assim

    como por um melhor contexto externo que dever beneciar as exportaes da regio.Contudo, as perspectivas tm sido revistas em baixa reectindo uma trajectria menos

    favorvel na frica do Sul onde os constrangimentos no mercado de trabalho continuama ter um impacto adverso nas actividades econmicas.

    . Os riscos prendem-se com o agravamento das condies de financiamentoa n vel g loba l , decorrente da reduo dos es t mulos monetr ios daReserva Federal dos EUA, que poder afectar negativamente as economias

    mais vulnerveis a choques externos (principalmente a frica do Sul).. Para os pases exportadores de petrleo, a recente queda dos preos pode pr em causaa sustentabilidade das nanas pblicas e o crescimento econmico.

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    Principais Recomendaes e Factores de Risco

    Recomendaes Factores de Risco

    M. Cambial . Acentua-se o sentimento favorvel ao dlar pe rante as principais moedas rivais. O

    USD prossegue e consolida a tendncia de apreciao perante o EUR, o JPY, a GBP eo CHF, sobretudo porque vai frente no ciclo de crescimento econmico. Por outrolado, cessou antes do nal do ano o programa de QE, que no deixa de ser um factor

    importante no suporte de expectativas de que as taxas de juro podero em breveiniciar o movimento de subida. Caber Fed contrariar estas expectativas, se quisertrazer tranquilidade aos mercados e limitar valorizaes adicionais da sua moeda. Noentanto, no caso do EUR/USD, parece haver espao para que se aproxime de 1.20ao longo dos prximos meses (importante referncia de suporte de longo prazo). NoUSD/JPY, a introduo por parte do BoJ de um novo programa de injeco de liquidezna economia nipnica est a gerar uma nova desvalorizao do iene. A refernciaa mdio/longo prazo encontra-se a 125 ienes por dlar. As moedas nrdicas, SEKe NOK, esto a ser alvo de depreciao no mercado, num movimento suportadopor taxas de juro nulas (caso da SEK) e por quebra signicativa de receita devida

    queda do preo do crude (caso da NOK).

    . Desiluso relativamente a atitudes e aces esperadas pelos principais bancos centrais.

    . D e c ep o c o m a e v o l u o e c o n m i c a em a l g u n s b l o c o s .. Questes geopolticas podem enviesar determinadas tendncias cambiais.

    M. Monetrio . As taxas Euribor continuam em mnimos histricos, reflectindo a polticado BCE. Neste contexto, recomenda-se o financiamento a prazos mais

    curtos e intermdios. Do ponto de vista da aplicao de poupanas, serprefervel o investimento em activos com maturidades mais alargadasde forma a capturar o prmio de matur idade ( term p re mi um ).. No mercado norte-americano, as taxas tambm devero continuar prximas dezero, no se esperando uma inverso do ciclo da poltica monetria nos prximosmeses. Todavia, as taxas de juro futuras sinalizam a possibilidade de inverso dociclo no terceiro trimestre de 2015.

    . As taxas de curto prazo nos principais mercados internacionais continuam prximasde zero, alimentadas pela sinalizao do percurso futuro (forward guidance) das

    principais taxas de juro directoras. O risco de um aumento substancial no esperadodas taxas de mercado reduzido e estar relacionado com os efeitos de contgioda reduo do QE pela Fed.

    Dv. Pblica . As yieldsdos ttulos de dvida pblica nos principais mercados desenvolvidosmantm-se prximo de mnimos. O desempenho observado reecte expectativas

    de que a a poltica monetria se mantenha muito acomodatcia, a inao em nveis

    reduzidos e perspectivas de que os nveis neutrais das taxas juro sejam mais baixosneste ciclo face a anteriores. No curto prazo as yieldsmanter-se-o reduzidas, emboraseja evidente um alargamento do diferencial entre as taxas dos US Treasuriese doBund. No mdio e longo prazo, a informao fundamental continua a apontar parasubida muito gradual das taxas de longo prazo.

    . Alterao nas expectativas de evoluo da inao podero reectir-se num

    movimento mais penalizador da dvida pblica. Nos mercados da periferia europeia,o estreitamento dos prmios riscos poder estar a atingir um ponto de estabilizao.

    Div. Diversa . As condies no mercado de dvida diversa devero manter-se favorveis para osemitentes de dvida com qualidade creditcia mais elevada. Entretanto, nos EstadosUnidos assinalaram-se os primeiros sinais de inverso de tendncia no mercado dedvida high-yield, depois de a presidente da FED ter mencionado que as valorizaesdos activos no mercado de obrigaes parecem estar elevadas (valuations appearstretched). Por seu turno, no mercado europeu, o sentimento dos investidoresencontra-se fragilizado por motivos de natureza estrutural, ainda que, historicamenteos prmios de risco exigidos s classes de risco mais elevado sejam reduzidos.

    . Num contexto de elevado endividamento e baixa inflao, a reduo dosinvestimentos em obrigaes no incio do aumento das taxas de juro poder causaralguma presso sobre a capacidade das empresas de renovarem a sua dvida.. Nos mercados emergentes, a presso dever atingir em particular as empresasdos pases com fundamentos macroeconmicos mais frgeis e mais endividadasem moeda estrangeira.

    Aces . Enquanto nos EUA, os principais ndices bolsistas voltam a registar novos valoresmximos recorde, na Europa mantm-se o arrefecimento no reforo adicional dascarteiras dos investidores com activos de maior risco. Os ndices norte-americanoscontinuam a liderar a tendncia geral de alta, mas no esto a conseguir contagiarsignicativamente outras praas, nomeadamente na Europa ou nas economias

    emergentes. Para alm da falta de um crescimento econmico slido na Zona Euro,a incerteza e a desconana ainda limitam a actuao dos investidores. Sugere-se

    uma actuao de cariz neutral, no mbito de uma postura de espera por um cenriomais claro e mais dinmico.

    . A percepo de que os principais ndices norte-americanos transaccionam emterritrio que pode ser considerado de "bolha" pode gerar perodos de maioraverso ao risco.. Na Europa, o potencial agravamento das questes geopolticas ou o desapontamentoacerca da evoluo econmica podem limitar a atitude compradora; o sectortecnolgico poder mostrar-se demasiado valorizado para os resultadosapresentados.

    Commodities . A tendncia de preos na maioria dos principais mercados continua claramente aser decrescente, com o cenrio de oferta ampla face a um crescimento da procuradecepcionante a levar vrios preos a mnimos de vrios anos. Com a excepo dogs natural, onde o equilbrio das presses inversas sobre os preos permite que esteadopte a sua postura sazonal habitual, deve-se esperar que os preos se mantenhamprximos dos valores mnimos que tm sigo registados por mais algum tempo.

    . Face inexistncia de indicadores credveis que apontem para um aumentoconsidervel no lado da procura, os maiores riscos apontam-se ao lado da oferta,nomeadamente quanto possibilidade de aplicao de medidas de controlo dospreos petrolferos pela OPEP, algo para o qual comea a haver alguma presso nointerior da organizao. No mercado do gs natural, avanos tnues na resoluoda disputa entre a Rssia e Ucrnia minimizam os riscos geopolticos, mas estes nopodem ser para j descartados, face volatilidade da situao.

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    A R FT

    Nos ltimos seis anos, a Reserva Federal (Fed) levou a cabo uma poltica monetria ultra-expansionista, marcada pelaadopo de medidas de cariz no convencional de forma a reduzir a turbulncia nos mercados nanceiros e estimular ocrescimento e o emprego, que se traduziu no aumento da dimenso do seu balano em cerca de 3.5 bilies de USD entre

    2007 e 2014. Na reunio de Outubro, a Reserva Federal terminou o seu terceiro pacote de medidas no convencionais,anunciando, todavia, que ir prosseguir com o rollover da carteira e manuteno da taxa dos fed-fundsem nveis reduzidospor um considervel perodo de tempo. No presente artigo procura analisar-se, de forma breve, o sucesso dos programasde compra de activos de longo prazo por parte da Fed.

    Na primeira fase de combate ao movimento de disrupo dos mercados nanceiros, a aco da Reserva Federal foi marcada pelareduo da taxa dos fed-funds- entre Agosto de 2007 e Dezembro de 2008, a taxa directora caiu de 5.25% para 0.125% - epela implementao de programas de injeco de liquidez no mercado atravs da utilizao de instrumentos de curto prazo.

    Medidas de poltica monetria implementadas pela Reserva Federal desde o incio da crise nanceira

    Medida Perodo de implementao Dimenso da medida

    Reduo da taxa dos fed-funds Set 2007 - Dez 2008 De 5.25% para 0.125% (ponto mdio do intervalo 0-0.25%)

    Prog. de injeco de liq. de curto prazo Ago 2008 - Fev 2010 At 1.5 bilies de USD

    QE1 Dez 2008 - Ago 2010 Total - 1.725 bilies de USD

    Dv.agncias - 175 mm USD

    MBS - 1.25 bilies de USD

    UST - 300 mm USD

    QE2 Nov 2010 - Jun 2011 UST - 300 mm USD

    QE3 Set 2012 - Out 2014 MBS - 40 mm USD/ms

    Jan 2013 - Out 2014 UST - 45 mm USD/ms

    Desde Dezembro de 2013: reduo domontante mensal de compras

    Fonte: Reserva Federal, Unitcredit

    O primeiro programa de compra de dvida de longo prazo (QE) foi anunciado em Novembro de 2008, tendo sido caracterizadoprincipalmente pela compra de MBS e dvida emitida pelas agncias imobilirias Fannie Mae e Freddie Mac, tendo o montanteglobal do programa rondado os 1.725 bilies de dlares, dos quais apenas 300 milhes de USD foram alocados compra dettulos de dvida pblica. O segundo QE esteve em vigor entre o nal de 2010 e meados de 2011 e as compras focaram-se emdvida pblica. Finalmente o terceiro QE foi iniciado em Setembro de 2013 e terminou agora em Outubro de 2014. Inicialmente,o programa incidiu na compra de MBS 40 mm de dlares por ms simultaneamente, a Fed prosseguiu com a operaoTwist, que consistia na troca de dvida pblica de curto prazo por dvida pblica de longo prazo, qual se seguiu a deciso decompra de 45 mm dlares/ms de dvida pblica de longo prazo. At Dezembro de 2013, o montante mensal das compras foide 85 mm dlares, a partir da o montante foi sendo reduzido em 10 mm dlares em cada reunio de poltica monetria atao seu termo em Outubro de 2014.

    Como efeito das polticas implementadas, a dimenso dobalano da Reserva Federal passou de 0.86 bilies de dlaresno incio de 2007 para 4.5 bilies em Outubro de 2014, sendoevidente o contributo dos programas de compra de activos naevoluo do balano. No nal de Outubro, 58% dos activos delongo prazo referem-se a dvida pblica, cerca de 41% a MBSe 0.9% a dvida das agncias imobilirias.

    Evoluo do Balano da Reserva Federal

    (bilies de dlares)

    0.00.51.01.52.02.53.03.54.04.55.0

    jan-07 jul-08 jan-10 jul-11 jan-13 jul-14

    Activo total Activos de LP

    QE2

    QE1 QE3

    Fonte: Reserva Federal

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    E.E.F.Mercados FinanceirosNovembro 2014

    BPI

    Quando comparado com a evoluo do balano de outras autoridades monetrias, verica-se que o ritmo de expanso dobalano da Fed foi muito mais forte do que o das suas congneres, evidenciando uma maior proactividade do banco centralnorte-americano.

    A R F (cont.)

    Activos dos bancos centrais, ndice

    (activos do banco central, 2007=100)

    Activos dos bancos centrais, % do PIB

    (activos do banco central, % do PIB pas/regio)

    No entanto, quando se avaliam as polticas adoptadas no perodo ps crise tendo presente a dimenso das respectivas economias,observa-se que a tomada de risco pela autoridade monetria norte-americana foi mais moderada do que nos casos do Bancodo Japo e do Banco Nacional da Sua e idntica do Banco de Inglaterra. Actualmente, o balano da Fed representa 26% doPIB norte-americano, enquanto que o do Banco de Inglaterra pesa 27% no respectivo PIB, o do Banco do Japo 57% e o doBanco Nacional da Sua cerca de 89%. Actualmente, o balano do BCE que menos pesa no respectivo PIB: 21%.

    Queda das taxas longas

    A nalidade dos programas implementados foi reduzir as presses existentes sobre as taxas de juro longas, tornando maisbenignas as condies de nanciamento economia. E de facto, o comportamento do ndice de condies nanceiras calculadopela Reserva Federal de Chicago mostra que depois do agravamento das condies nanceiras entre Agosto e Dezembro de2008, se assistiu a um alvio considervel das mesmas. Da mesma forma, o efeito no comportamento das taxas de juro de longoprazo foi alcanado: face ao nvel observado no nal de Outubro de 2008, um ms antes do anncio do primeiro programa deaquisio de activos de longo prazo, as yieldscaram entre 95 e 182 pontos base. O nvel mximo da reduo das yieldsocorreuem Maio de 2013, antes da Reserva Federal ter anunciado que iria iniciar o processo de retirada dos estmulos monetrios; omnimo foi observado em Dezembro de 2013, quando as yieldsatingiram os 3%, ainda assim consideravelmente abaixo donvel mdio histrico dasyieldsdos ttulos de dvida pblica norte-americanos a 10 anos (em torno dos 4.5-5%). Actualmenteas yieldsesto cerca de 170 pontos base abaixo do nvel de Outubro de 2008. Ainda que se deva ter presente que o movimentode queda das taxas longas pode tambm ter sido inuenciado por factores como reduo das expectativas inacionistas eincerteza quanto ao dinamismo da retoma econmica, parece notrio o xito dos programas de compra de dvida pblica noque diz respeito reduo das taxas de juro de longo prazo.

    ndice de condies nanceiras

    (variao semanal em %)

    Evoluo da yielddo UST 10 anos

    (%)

    T

    50

    150

    250

    350

    450

    550

    mai-07 jul-08 set-09 nov-10 jan-12 mar-13 mai-14

    Fed BCE BoE BoJ

    Fonte: Bancos Centrais

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    ago-07 ago-08 ago-09 ago-10 ago-11 ago-12 ago-13 ago-14

    Fed BCE BoE BoJ BNSFonte: Bancos Centrais, FMI

    -2.0

    -1.0

    0.0

    1.0

    2.0

    3.0

    4.0

    5.0

    6.0

    jan-07 jul-08 jan-10 jul-11 jan-13 jul-14

    QE1 QE3QE2

    Fonte: Reserva Federal Chicago

    FalnciaLehmanBrother

    0.0

    1.0

    2.0

    3.0

    4.0

    5.0

    6.0

    jan-07 jul-08 jan-10 jul-11 jan-13 jul-14

    QE3

    Annciodo QE1

    QE2

    QE1

    Fonte: Bloomberg

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    E.E.F.Mercados FinanceirosNovembro 2014

    9 BPI

    Paralelamente, parece evidente que a reduo do montante de compras de activos de longo prazo ao longo deste ano no sereectiu num aumento das taxas de juro longas. A inuenciar este comportamento estar o facto de a Reserva Federal noperspectivar a reduo da dimenso do seu balano, j que ir proceder ao rolloverdos activos actualmente em carteira,

    mantendo a carteira de dvida pblica prximo dos nveis actuais, bem como elevada a liquidez no sistema.

    Outros mercados

    Este facto, dever tambm continuar a dar suporte aos mercados accionistas norte-americanos, na medida em que por um ladoo nvel de liquidez no mercado manter-se- elevado e por outro, porque as empresas tm apresentado bons resultados, sendopossvel que o cenrio mais benigno para o sector empresarial se mantenha dados os sinais de retoma gradual da actividade. Estaperspectiva parece ser conrmada pelo comportamento do indicador que avalia a volatilidade do ndice S&P 500, se encontrarbastante abaixo dos nveis observados aquando do termo dos anteriores programas, apesar do ligeiro aumento observadoem torno do termo da compra de activos pela Fed. O comportamento menos voltil do mercado accionista traduzir tambmmaior conana no processo de recuperao da actividade, que tem vindo a consolidar-se. Importa tambm ter presente queo aumento da volatilidade prximo do m dos dois primeiros programas de compra de activos de longo prazo foi inuenciadopelo eclodir de crises de dvida soberana na Europa, antecipando-se que, para alm da maior solidez da recuperao econmica

    nos EUA, tambm o facto de na Europa terem j sido corrigidos alguns dos desequilbrios que justicaram as anteriores crisesfavorecer um comportamento menos voltil dos mercados na actual conjuntura.

    Balano da Fed, Base monetria nos EUA eMercado accionista

    (bilies de dlares, ndice)

    Volatilidade implcita no ndice S&P 500 (VIX)

    (ndice)

    Como principal factor desfavorvel da poltica monetria ultra expansionista da Reserva Federal e que se poder prolongar nomdio prazo, tem a ver com o facto do cenrio de taxas de juro reduzidssimas nos mercados desenvolvidos e elevada liquidezno mercado continuar a favorecer a procura de rentabilidade por parte dos investidores sem que os riscos sejam devidamenteesquecidos. Este movimento evidente, por exemplo, no facto dos ndices accionistas nas economias emergentes se encontraremprximo de nveis mximos e no facto de os prmios de risco exigidos dvida com menor qualidade se encontrarem no muitolonge dos mnimos registados no perodo pr-crise. O que sugere que num ambiente de baixas taxas de juro, a procura derentabilidade ter-se- traduzido na formao de bolhas pontuais em alguns activos cuja valorizao do respectivo preo no

    reecte de forma adequada o seu risco.Evoluo dos ndices bolsistas nos mercadosemergentes

    (Indice, Jan 2007 = 100)

    Spreadsface ao Swap- High Yield

    (pontos base)

    0

    200

    400

    600

    800

    1000

    1200

    1400

    fev-07 ago-08 fev-10 ago-11 fev-13 ago-14

    EUA Europa Fonte: Bloomberg

    A R F (cont.)

    T

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    0.0

    1.0

    2.0

    3.0

    4.0

    5.0

    jan-07 jul-08 jan-10 jul-11 jan-13 jul-14

    Activo da Fed Base monetriaS&P 500 (ELE) Fonte: Bloomberg, Reserva Federal

    0.0

    10.020.0

    30.0

    40.0

    50.0

    60.0

    70.0

    80.0

    90.0

    jan-07 jul-08 jan-10 jul-11 jan-13 jul-14

    QE3QE2

    QE1

    Fonte: Bloomberg

    0.0

    100.0

    200.0

    300.0

    400.0

    500.0

    600.0

    700.0

    0.0

    50.0

    100.0

    150.0

    200.0

    250.0

    300.0

    jan-07 jul-08 jan-10 jul-11 jan-13 jul-14 Hong-Kong Mxico Brasil Russia Turquia Singapura Argentina (ELD)

    Fonte: Bloomberg

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    BPI

    Findo o perodo de medidas no convencionais, as atenesfocam-se agora no momento em que a Reserva Federal iniciar ociclo de normalizao dos nveis das taxas de juro. Quanto a isto

    importa ter presente que a Reserva Federal continua a adoptaruma postura muito cautelosa, apontando as suas declaraespara que a taxa dos fed-fundsse mantenha prxima de zerodurante um considervel perodo de tempo, como referido nasdeclaraes que acompanharam a divulgao dos resultadosda ltima reunio de poltica monetria.

    Actualmente, de acordo com o comportamento dos futurosda taxa dos fed-funds, o mercado atribui maior probabilidadea que a Reserva Federal inicie o ciclo de subida de taxas de

    juro no nal do terceiro trimestre de 2015, em linha com anossa perspectiva. De qualquer forma, deve ter-se presenteque este ser um processo muito dependente do andamento

    da informao econmica indicadores laborais, salrios,actividade, inao bem como visar no causar instabilidadenos mercados nanceiros internacionais.

    A R F (cont.)

    T

    Poltica Monetria implcita nos futuros da taxa dosfed-funds

    (%)

    Teresa Gil Pinheiro

    0

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    dez-14 mar-15 jun-15 set-15 dez-152014-10-31 2014-10-24 2014-10-03

    Fonte: Bloomberg

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    11 BPI

    T

    B

    Ao m de um perodo eleitorallongo e cansativo, Dilma Rousse (PT) conseguiu, por uma curta margem, permanecer pormais quatro anos como Presidente do Brasil, derrotando em dois escrutnios os outros candidatos. Com a menor margem dahistria das eleies presidenciais em regime democrtico, 3.28%, a candidata Dilma Rousse venceu a 2 volta, obtendo

    51.64% dos votos, contra 48.36% pertencentes ao candidato Acio Neves (PSDB).

    Esta curta diferena entre os candidatos j era previsvel, pois em vspera da 2 volta das eleies presidenciaisningumera capaz de avanar com uma previso de vitria de um candidato sobre o outro, pois as prprias sondagens davam umpersistente empate tcnico. Dilma Russe pretendia renovar o mandato e ser eleita pela segunda vez Presidente do Brasil,tendo o suporte popular dos apoiados social e nanceiramente pelo Estado; Acio Neves era o candidato da alternncia(mudana), tendo o apoio das classes mdia e mdia/alta, para alm de ter conseguido um acordo e apoio importante dacandidata perdedora da 1 volta, Marina Silva, e dos seus seguidores.

    Mesmo que possa ser redutor, houve uma notria divisodos votos entre o norte e o sul, entre os estados do norte/nortedeste com mais participao nos programas sociais, comoo importante Bolsa Famlia, e os estados do sul/sudeste com

    maiores ndices de industrializao e de riqueza. Os primeirosvotaram mais em Dilma e os segundos em Acio. Contudo,poucos foram os municpios/estados que deram uma vitriaesmagadora a Dilma.

    Em termos da posio na Cmara de Deputados e do Senado, osrespectivos lugares caram preenchidos desta forma: dos 513deputados que constituem a Cmara de Deputados, a coligaode Dilma Rousse cou com 304 representantes (o que garantea maioria numrica no Congresso), enquanto que os partidosque suportaram Acio Neves somaram 181 deputados, sobrando28 deputados de partidos fora destas coligaes; no Senado,a coligao de Dilma Rousse arrecadou 52 assentos, candoa coligao de Acio Neves (com Marina Silva) com 27 lugarese os restantes 2 foram entregues a partidos sem coligao.Acrescente-se ainda que a composio da Cmara de deputados bastante fragmentada em termos da representao partidria,passando os partidos da oposio na segunda volta dos 22 paraos 28, da anterior para a nova legislatura.

    As eleies presidenciais decorreram perante uma conjunturaeconmica desfavorvel, que nos ltimos anos se temcaracterizado pela elevada inao e fraco crescimento. Ocrescimento doPIB caiu de uma mdia de 4.1% entre 2003-2010 (durante os oito anos de presidncia de Lula da Silva)para 1.7% entre 2011-14, assumindo um crescimento do PIBde 0.7% para 2014 (ltimas previses do Banco Central do

    Brasil).

    Resultados da 2 volta

    Evoluo da votao nos 2 principais partidos ao

    longo dos ltimos mandatos

    Composio da Cmara de Deputados

    -Coligao de Dilma Rousse (PT) 304

    -Coligao de Acio Neves (PSDB) e de Marina Silva (PSB) 181

    -Partidos sem coligao na 2 volta 28

    TOTAL 513

    Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

    Composio do Senado

    -Coligao de Dilma Rousse (PT) 52

    -Coligao de Acio Neves (PSDB) e de Marina Silva (PSB) 27

    -Partidos sem coligao na 2 volta 2

    TOTAL 81

    Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

    Depois de no 2T o PIB ter recuado 0.87% em termos anuais, e de ter registado o segundo trimestre consecutivo de contraco(-0.2% q/q no 1T e -0.6% q/q no 2T), tanto o ndice mensal de actividade econmica como o da produo industrial voltarama apresentar sinais de fragilidade em Agosto (o IMAE -1.35% y/y e produo industrial -5.4% y/y). Neste contexto, a conanados investidores tem-se deteriorado, no s devido falta de dinamismo na actividade mas tambm pela desacreditao em

    51.64%48.36%

    Dilma Rousseff (PT) Acio Neves (PSDB)

    Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

    61.3% 60.8% 56.1% 51.6%

    38.7% 39.2% 44.0% 48.4%

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    2002 2006 2010 2014

    PT PSDB Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

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    BPI

    polticas econmicas demasiado intervencionistas (e.g. incentivos scais para determinados sectores, regulao de preos,promoo do crdito atravs de bancos estatais), e que no tm sido capazes de estimular a economia. Um dos principaisdesaos da Presidente Dilma neste segundo mandato ser o de recuperar a conana dos empresrios, de forma a construir

    um modelo de crescimento menos dependente do crescimento do consumo e mais orientado para a captao de investimento,e ao mesmo tempo fazer face s exigncias de uma classe mdia crescente, que tender a reivindicar cada vez mais pormelhores servios pblicos, tal como j aconteceu no passado.

    B (cont.)

    Inao

    (percentagem)

    Crescimento do PIB real

    (percentagem)

    Outro ponto de preocupao prende-se com as diculdades das autoridades em conterem o rpido aumento do nvel geral depreos, apesar dos diversos aumentos das taxas de juro e das polticas de controlo dos preos (nomeadamente dos preos daenergia e transportes). A inaoaumentou em Setembro para o nvel mais alto registado desde Setembro de 2011 (+6.75%y/y), bastante acima do objectivo do Banco Central de manter a inao em 4.5% (+/-2%). Perante expectativas de inaode longo prazo completamente desancoradas, o Banco Central do Brasil aumentou as taxas de juro para um mximo de 3 anos

    (em 25 pontos base, para 11.25%), logo na primeira reunio aps as eleies, numa tentativa de proteger a sua credibilidade,e de, ao mesmo tempo, proteger a inao dos efeitos da recente desvalorizao do real.

    Relativamente poltica scal, a percepo relativamente qualidade creditcia do soberano continua dependente da suacapacidade de resolver o problema do fraco crescimento. Caso contrrio, a sustentabilidade das nanas pblicas voltar serposta em causa, j que com um nvel da despesa pbica a rondar os 40% do PIB (um nvel bastante elevado para um pas derendimento mdio alto), o espao scal continua reduzido. Paralelamente, no sector externo, o contexto internacional apresenta-se bastante mais desaante, face a um fraco dinamismo nas economias avanadas e desacelerao do crescimento da China(para onde o Brasil continua a exportar uma quota considervel das suas commodities). Por sua vez, a prpria queda dospreos das commoditiescontinuar a prejudicar as receitas das exportaes, sendo que perante a anunciada valorizao doUSD a presso sobre a queda dos preos poder ser ainda maior. Rera-se tambm que nos ltimos 6 anos, o Brasil benecioufortemente da elevada injeco de liquidez pela Fed, semelhana das restantes economias emergentes, mas pouco provvelque com o progressivo aumento das taxas de juro nas economias avanadas, este nvel de uxos de investimento para os

    mercados de capitais destas economias se mantenha.Evoluo do ndice bolsista Bovespa(Bolsa de S.Paulo)

    (ndice)

    Evoluo de USD/BRL

    (X reais do Brasil por dlar)

    40000

    45000

    50000

    55000

    60000

    65000

    jan-13 mai-13 set-13 jan-14 mai-14 set-14

    Fonte: Reuters, BPI

    T

    mdia1995-2002

    2.3%

    mdia2003-2010

    4.1%

    mdia2011-2014P

    1.7 %

    -1

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    1995

    1997

    1999

    2001

    2003

    2005

    2007

    2009

    2011

    2013

    Fonte: IBGE

    4

    4.5

    55.5

    6

    6.5

    7

    7.5

    8

    5

    7

    9

    11

    13

    15

    out-10 abr-11 out-11 abr-12 out-12 abr-13 out-13 abr-14 out-14

    Taxa de poltica monetria - SELICInflao (ELD)

    Fonte: Bloomberg

    1.92

    2.1

    2.2

    2.3

    2.4

    2.5

    2.6

    jan-13 mai-13 set-13 jan-14 mai-14 set-14

    Fonte: Reuters, BPI

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    13 BPI

    Com a reeleio de Dilma Rousse houve uma reaco imediata dos mercados nanceiros: na Bolsa de So Paulo, o ndiceBovespa (BVSP) registou um valor mnimo desde Maro, 48 722 pontos, sendo o culminar de uma tendncia de queda queacompanhou todo o acto eleitoral; do mesmo modo o real brasileiro (BRL) alcanou os 2,50 por dlar, valor que no era alcanado

    desde Dezembro de 2008. No contexto ainda de grande volatilidade, tanto a Bolsa como a moeda pararam a desvalorizaoe mostram presentemente uma ligeira recuperao.

    Nos prximos tempos ser essencial que Dilma unique a nao dividida (a campanha eleitoral foi de grande agressividadee antagonismo) e restaure a conana para um novo ciclo que se pretende de pujana econmica. Para j existe grandeespeculao acerca da composio do novo executivo, nomeadamente do novo ministro da fazenda, pois so aspectos sensveisaos mercados.

    Na verdade existe um pessimismo inicial de investidores e agentes econmicos face capacidade da Presidente reeleitaconseguir por em marcha uma dinmica (que conseguiu no incio do 1 mandato mas que foi perdendo fulgor ao longo dotempo) que ponha a economia a crescer mesmo com uma envolvente externa adversa (preos das commodities em queda emenor crescimento da China) e que ao mesmo tempo resolva desequilbrios domsticos reincidentes: presso inacionista edces corrente e pblico. Os investidores esperam que, mais do que nomes, o novo ministro da fazenda no seja hostil aos

    mercados, restaure a necessria disciplina scal, traga transparncia ao oramento federal, dialogue com os representantesdas empresas e evite polticas econmicas intervencionistas.

    B (cont.)

    T

    Lusa Teixeira Felino * Agostinho Leal Alves

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    E.E.F.Mercados FinanceirosNovembro 2014

    BPI

    Desde nais de Junho que observamos vrias quedas de preos nos mercados das commodities, no s nos preos nopetrleo onde, desde nais de Junho, os preos do Brent e do WTI caram 25% e 20%, respectivamente, mas tambm ospreos de outras commodities que vo desde produtos agrcolas como algodo, o trigo e o milho at metais como o ouro,

    o cobre e o ferro - tm registado quedas, em muitos casos acentuadas e com teor histrico. Porm, apesar do carcterdiverso dos preos afectados e de uma multiplicidade de factores causadores, alguns pontos comuns apontam-se comoprincipais responsveis por esta tendncia, nomeadamente, a presente situao de oferta expansiva (especialmente no casodo petrleo e ferro), qual o crescimento da procura, abaixo das previses, no se mostra capaz de dar resposta, factorpara o qual contribui o abrandamento da economia chinesa e, secundariamente, a estagnao na Zona Euro.

    A cmmdsT

    80

    85

    90

    95

    100

    105

    110

    115

    set-13 nov-13 jan-14 fev-14 abr-14 jun-14 jul-14 set-14

    BrentWTI Fonte: Bloomberg, BPI

    Apesar da maior ateno que a queda dos preos do petrleo,iniciada em nais de Junho, tem vindo a suscitar nos mercadosinternacionais, uma anlise mais extensa dos vrios mercadosde commoditties mostra uma generalizada queda dospreos que afecta vrios sectores e apenas compensadapor aumentos no preo de grupo selecto de produtos.Caracterizando a presente situao, no seu World Economic

    Outlook, lanado em Outubro passado, o FMI estimou que ospreos das commodities baixaram, em mdia, 8.3% desde oincio do ano, leitura esta que suportada pela evoluo dosndices agregados, elaborados tanto pela Bloomberg comopela Reuters: de facto, o ndice de preos da Bloomberg, obenchmark para investimentos neste mercado, caiu mais de20 pontos-ndice desde um mximo de 138 pontos em Abrildeste ano para um mnimo de 116, o valor mais baixo desde2009. Igualmente, o ndice agregado da Reuters, que atingiuos 312 pontos em nais de Junho, caiu para 270 em Outubro, onvel mais baixo desde 2012. Como j referido, a tendncia dosndices agregados apesenta um comportamento notavelmente

    ndice agregados de preos de commodities

    (ndice)

    A queda dos preos do petrleo para mnimos

    (USD/barril)

    110

    115

    120

    125

    130

    135

    140

    145

    jan-13 mai-13 set-13 jan-14 mai-14 set-14

    Fonte: Bloomberg

    semelhante quele observado nos mercados petrolferos, porm este no se cinge apenas a esta commodity. Efectivamente,para alm da queda dos preos do petrleo na segunda metade do ano, notamos um semelhante comportamento num vastoleque de produtos, nomeadamente a prata, o cobre, o algodo, o milho, a soja e o trigo, onde se registaram semelhantesdescidas no mesmo perodo e, surpreendentemente, todas elas registaram preos mnimos de 2009 ou 2010 no perodo entreSetembro e Outubro do presente ano. Fica assim claro o cariz generalizado da descida de preos das commodities, para almde uma observada tendncia para o retorno a preos relativamente semelhantes a 2010 ou seja, preos em valores observadospela ltima vez no perodo de plena crise da dvida soberana na zona euro.

    ...Petrleo e Carvo

    No caso do petrleo, e como referido na Anlise Mensal BPIde Outubro, os preos do WTI e do Brent tm protagonizado,na segunda metade de 2014, uma queda com caractersticashistricas, sendo apenas a quarta vez desde 2010 que o preodo Brent se posicionou abaixo da linha psicolgica dos USD100,

    sendo tambm de longe o maior perodo de tempo em que opreo se situou abaixo dessa linha. Desde a leitura anterior,esta tendncia no abrandou, tendo ambos os preos descidoem sensivelmente USD 10 dlares face aos preos mdios deSetembro, ampliando a queda face a Junho para USD 26.57(WTI) e USD 28.6 (Brent), o que representa mnimos de trse quatro anos, respectivamente. Tambm no preo do carvo- commodity responsvel por cerca de 40% da produo deelectricidade a nvel mundial e principalmente relevante paraos mercados do leste europeu, Alemanha e sia - tm sidoregistadas quedas acentuadas em 2014, com o preo de USD78, cotado em nais de Outubro, a representar tambm ummnimo de quatro anos. Como evidenciado pela nossa anlise realizada no ms anterior, nos mercados de matria-primaenergtica, a situao actual de desfasamento da procura em relao oferta, observando-as que, considerando o presentecenrio de abrandamento do processo de retoma econmica da Zona Euro e o arrefecimento do crescimento na economiachinesa, no existem expectativas de aumentos considerveis no consumo de petrleo no curto a mdio prazo, o que se traduzem presso decrescente nos preos, tanto petrolferos, como no carvo. Tambm no lado da oferta, o aumento consistente esustentado da produo de shale oilnos EUA, onde foi alcanado este ms o nvel de produo mais elevado nos ltimos 31

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    15 BPI

    T

    anos, contribui amplamente para a queda dos preos, com a maior economia mundial cada vez mais a aproximar-se de umasituao de independncia energtica e reduo da sua participao no mercado de importaes, factor que ampliado pelainsistncia da OPEP em no controlar os preos atravs de redues na produo (supostamente, como forma de determinar

    o break-even pointdo shalenorte-americano e no comprometer quota de mercado). Face ao teor das foras que causaramesta descidas nos preos do petrleo e, particularmente, face possibilidade de que o shalenorte-americano tenha um break-even pointmais baixo do que o inicialmente esperada (abaixo de USD 75), comea-se a abrir a possibilidade de que a presentesituao se mantenha por mais algum tempo, principalmente num cenrio em que a economia chinesa no consiga recuperaros seus anteriores nveis de crescimento, o que parece cada vez mais credvel e levou a Goldmam Sachs a surpreender comuma previso para os preos do petrleo em 2015 de USD 70 a USD 75.

    A cmmds (cont.)

    2

    3,5

    5

    6,5

    out-13 nov-13 jan-14 mar-14abr-14 jun-14 ago-14 set-14

    Fonte: Bloomberg, BPI

    ...Gs natural

    Notavelmente, de entre as commodities energticas,observamos que o gs natural apresenta-se como o nicoque no segue a tendncia evidenciada no resto do sector,sendo que aps um aumento momentneo para mximos de

    2010 no incio do ano (face tenso poltica na Ucrnia), ospreos foram subsequentes normalizados, apresentando-seactualmente numa posio ligeiramente superior ao perodohomlogo, mas claramente dentro da mdia de longo prazo(USD 4.01, mdia de 2 anos. Os preos actuais rondam osUSD 3.8). Para esta situao contriburam trs factores: nolado da oferta, e tal como no caso do petrleo, notamosuma rpida expanso da produo nos EUA graas sua"Revoluo do Shale", sendo este pas actualmente o maiorprodutor mundial de gs natural, esperando-se que se venhaa tornar num exportador lquido num futuro prximo. Porm,dado que os EUA so historicamente um pas importador degs natural liquidicado, a sua infra-estrutura est viradapara tal, no sendo de execuo rpida a criao de uma

    infra-estrutura de exportao, pelo que a sua entrada nestelado do mercado no equacionvel a mdio prazo, notando-se apenas (e mais uma vez) a reduo das importaesnorte-americanas e subsequente presso descendente nospreos. Porm, e ao contrrio do mercado petrolfero, nota-se que o aumento de gs disponvel acontece paralelamentecom um aumento da procura, maioritariamente centradano Japo, onde o desastre nuclear em Fukushima levou aoencerramento de todas as centrais nucleares, responsveispor um quarto da produo de energia do pas, tendo estapercentagem sido compensada com gs natural. De facto, asimportaes japonesas aumentaram 40% desde o desastre,posicionando-se actualmente como o maior importador

    mundial de gs, com 119 mil milhes de metros cbicos em2013, mais do dobro que o segundo classicado (Coreia doSul). Por ltimo, no se deve ainda desconsiderar o possvelimpacto da crise entre a Rssia e a Ucrnia. Apesar dos sinaispromissores de uma resoluo diplomtica para a disputa

    O mercado do gs natural apresenta-se balanadoentre as presses do lado da procura e oferta

    (USD)

    A evoluo da produo de shalegas norte-americano acompanhado pelo consumo japons

    (mil milhes de ps cbicos)

    3000320034003600380040004200440046004800

    1500016000170001800019000200002100022000230002400025000

    2005 2007 2009 2011 2013

    Produo EUA (LHS) Consumo Japo (RHS)

    Fonte: EIA

    entre os dois pases quanto ao preo a praticar no fornecimento de gs Ucrnia (visto a empresa estatal russa, Gazprom,ter extinto os descontos praticados com o anterior governo ucraniano), a volatilidade da situao (particularmente face ocupao do leste ucraniano por separatistas pr-russos) no permite desconsiderar uma deteriorao do dilogo entreos dois pases, relembrando-se que em 2009 semelhante situao culminou com a cessao de todas as importaes parao Sudeste Europeu.

    ... Bens industriais

    Nas matrias-primas industriais, nomeadamente no cobre, algodo e ferro, a tendncia em 2014, como j referido, tem sido

    claramente de queda de preos, contrariando-se a tendncia de aumentos que foi registada aquando da crise nanceira de2010 e da reduo da actividade manufactureira em vrias economias. Este movimento tem sido mais notvel no preo doalgodo, onde aumentos exponenciais dos preos em 2008 e 2009 levaram vrias manufacturas txteis falncia e causaramum movimento de substituio do algodo por polister, diminuindo a cota do algodo no mercado global das bras de 40%,

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    BPI

    T

    a mdia histrica, para 27.5% em 2013. Porm, uma quedaacentuada dos preos, de USD 94 em Maro para USD 62em Outubro deste ano, trouxeram os preos de volta a nveis

    mais realistas e competitivos. No caso do ferro, a expansoda produo de ferro no Brasil e Austrlia por parte das trsprincipais empresas extractivas mundiais causou uma quedade 40% do preo em 2014, atingindo-se em Outubro os USD77.5, um mnimo de cinco anos. Por ltimo o cobre, cujo preose encontra em declnio desde 2013, desceu em 2014 abaixodos USD 300 por tonelada pela primeira vez desde 2010. Todosestes desenvolvimentos sucedem com a perda de fulgor daeconomia chinesa como plano de fundo, no sendo de estranhara queda dos preos do ferro face ao aumento de produo,numa altura em que se espera que a indstria metalrgicachinesa diminua 15% y/y em 2014, de acordo com previses daHSBC. Por outro lado, no caso do cobre e do algodo, nenhum

    aumento notvel de produo foi registado, devendo-se a quedados preos aos valores relativamente inacionados praticadosno algodo (espera-se que a indstria txtil chinesa, maiorimportadora mundial de algodo, seja das mais resilientes nopresente cenrio de crescimento) enquanto o declnio do cobredeve-se ao geral declnio das manufacturas a nvel mundial,principalmente no sector automvel.

    ...Bens alimentares

    Finalmente, o FMI estima que os preos dos alimentos caram9% desde Maro de 2014, principalmente face a previsesnotavelmente positivas para a produo global. Porm, estedeclnio dos preos centra-se maioritariamente nos produtos

    agrcolas, onde o actual clima propcio justica crescente

    A cmmds (cont.)

    As commoditiesindustriais apresentam quedasconsiderveis na segunda metade de 2014

    (USD)

    60

    65

    70

    75

    80

    85

    90

    95

    100

    jan-13mar-13jun-13 set-13 dez-13 fev-14 mai-14ago-14

    Algodo

    280

    300

    320

    340

    360

    380

    400

    jan-13mar-13jun-13 set-13 dez-13 fev-14mai-14ago-14

    Cobre Fonte: Bloomberg, BPI

    optimismo para a poca de colheitas, principalmente no caso do trigo, onde se registou uma queda de 35% desde Maio de2014, e o milho, onde uma queda de 15% levou os preos para mnimos de 2009 (note-se que, desde o relatrio do FMI,algumas previses, nomeadamente para a Rssia e Austrlia, foram revistas em baixa, causando uma recuperao ligeira,principalmente no trigo). Por outro lado, o preo da carne suna atingiu os valores mais elevados desde pelo menos 2003 facea uma epidemia nos EUA.

    O preo dos alimentos encontra-se, agregadamente a descer, porm este segue tendncias opostas entre osvegetais e a carne

    (USD)

    460

    510

    560

    610

    660

    710

    760

    810

    jan-13mai-13set-13fev-14jun-14

    Trigo Fonte: Bloomberg, BPI

    300350400450500550600650700

    750800

    jan-13mai-13set-13fev-14 jun-14

    Milho Fonte: Bloomberg, BPI

    75

    85

    95

    105

    115

    125

    135

    jan-13mai-13set-13 fev-14 jun-14

    Carne sunaFonte: Bloomberg, BPI

    Em suma, o presente momento de viragem no panorama das commodities. A perda de fulgor na recuperao econmicaeuropeia e o decrscimo de dinamismo da economia chinesa justicam, em parte, as tendncias registadas nos preos das

    principais commoditiessituao esta que, obviamente, acarreta custos ou benefcios para cada pas, dependendo da sua posiono mercado. Nos mercados petrolferos, os EUA e a sua revoluo do shaleaparecem claramente como o principal agente demudana, medida que o pas reduz a sua dependncia energtica externa. De facto, os consumidores americanos so osmais beneciados pela queda dos preos petrolferos, com a gasolina a cotar-se 15% mais barata em Outubro face a um pico

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    17 BPIPedro Miguel Mendes

    anual em Abril. A Europa, amplamente dependente de petrleo externo, sai tambm beneciada da situao actual, onde aqueda dos preos deste bem essencial acaba por ter o efeito de uma reduo de impostos ao Estado e s empresas e alvio docusto de vida para as famlias. Por outro lado, os grandes produtores de petrleo so os mais prejudicados, principalmente na

    OPEP e no Canad (onde os break-even pointsso mais elevados) ao serem confrontados com uma escolha entre a reduode produo e perda de quota de mercado ou aceitao dos preos actuais e consequente perda de lucros. O mercado do gsnatural apresenta-se notavelmente estvel, sendo que apesar de tambm existir presso descendente proveniente do shalenorte-americano, esta compensada pela expansiva importao japonesa, que serve de alvio para todos os exportadoresna metade oriental do mundo (onde a maioria da produo mundial se encontra, excepo dos EUA, Nigria e Arglia). Porltimo, os mercados dos produtos industriais e agrcolas vo continuar a depender dos resultados da economia global, masprincipalmente da economia chinesa. provvel que apenas uma recuperao da indstria metalrgica chinesa -impulsionadaexactamente pelos preos notavelmente baixos da matria-prima- possa dar resposta ao presente aumento de produo deferro, principalmente quando se espera que esta continue a expandir acima das previses de crescimento para a procura. Namesma linha, a sustentabilidade dos txteis chineses ser crucial para os produtores de algodo, principalmente face quedados preos do petrleo, que ter um efeito nos preos do polister, principal bem substituto desta commodity. Finalmente, nocaso do cobre e dos produtos agrcolas, as foras do lado da procura so relativamente constantes e estaro dependentes daevoluo da economia mundial, algo que preocupa alguns dos produtores mais dependentes de exportaes destas commodities,

    como o caso de vrios pases africanos.

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    A cmmds (cont.)

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    G - E

    A Comisso Europeia divulgou recentemente as previses para as principais economias mundiais, com especial destaquepara a Zona Euro, Estados Unidos da Amrica e China. Em termos globais, continua-se a assistir a substanciais disparidadesentre os diferentes pases e regies, com reexo nas revises em baixa do PIB na segunda metade de 2014, justicado pela

    fraca procura em algumas economias avanadas e emergentes e devido ao agravamento dos conitos geopolticos na Ucrnia eMdio Oriente. Assim sendo, antecipa-se que o PIB mundial cresa 3.3%, 3.8% e 4.1% em 2014, 2015 e 2016, respectivamente.

    Em relao Zona Euro, as previses foram revistas em baixo, mais uma vez, antecipando-se uma recuperao lentada actividade econmica para 2014 e anos seguintes. Deste modo, a Comisso prev um crescimento do PIB em 0.8% em2014, projectando-se uma ligeira acelerao para 1.1% em 2015 e de 1.7% em 2016. As variveis que podero acelerara actividade econmica sero a procura externa e interna, a maior consolidao do sector nanceiro, a par dos efeitos dasreformas estruturais recentemente aplicadas. Entretanto, as expectativas para a inao so de um aumento gradual, atingindono nal deste ano 0.5%, enquanto em 2015 e 2016 se estima uma taxa de 0.8% e 1.5%, respectivamente. No entanto, deacordo com a instituio, a inao no dever assumir valores preocupantes nem caminhar para a deao, devido recuperao progressiva da economia, aumento dos salrios, assim como graas ao declnio do preo da energiae do aumento ligeiro do preo das importaes. As perspectivas para o desemprego so de uma ligeira descida, prevendo-se taxas de 11.6%, 11.3% e 10.8% em 2014, 2015 e 2016, respectivamente. Estas previses podem ser revistas em baixo,

    devido ao agravamento dos conitos geopolticos, assim como a menor procura domstica face ao previsto. Por outro lado, as perspectivas para a economia norte-americana so bem mais favorveis do que para a Zona Euro. AComisso Europeia prev que o PIB cresa 2.2% este ano e melhore signicativamente nos anos seguintes (3.1% em 2015 e3.2% em 2016). O menor agravamento scal e a prossecuo de polticas monetrias acomodatcias iro contribuir para acelerara actividade econmica dos EUA. A par disso, espera-se que o mercado de trabalho continue a recuperar de forma signicativa(a Comisso Europeia prev uma taxa de desemprego de 6.3%, 5.8% e de 5.4%, em 2014, 2015 e 2016, respectivamente).Os dados mais recentes do conta de uma taxa de desemprego de 5.8% em Outubro, que, a continuar assim, car abaixoda prevista pela instituio para 2014. A Comisso Europeia chama ateno para a possibilidade de haver correces nosmercados norte-americanos quando a poltica monetria levada a cabo pela Reserva Federal normalizar.

    Na China, o crescimento antecipado pela Comisso para os prximos dois anos mais baixo do que no passado, esperandoque cresa 7.1% e 6.9% em 2015 e 2016, respectivamente. Aps uma primeira metade do ano tpida, espera-que que oGoverno chins mantenha as polticas monetria e scal e que continue a usar estmulos para conseguir um crescimento de

    7.5% para este ano, acima do valor antecipado pela Comisso Europeia de 7.3%. O consumo privado dever crescer de formacontnua, baseado num aumento constante dos salrios reais e da baixa inao. Os principais riscos que pem em causaestas previses tm a ver com os desequilbrios domsticos, como excesso de conana sobre as despesas de investimento.

    Zona Euro - Evoluo do PIB e do PMI Manufacturas

    (em percentagem; pontos)

    Previses de Outono da Comisso Europeia

    PIB Taxa de inao

    2014 2015 2016 2014 2015 2016

    Zona Euro 0.8% 1.1% 1.7% 0.5% 0.8% 1.5%

    Alemanha 1.3% 1.1% 1.8% 0.9% 1.2% 1.6%

    Frana 0.3% 0.7% 1.5% 0.6% 0.7% 1.1%Espanha 1.2% 1.7% 2.2% -0.1% 0.5% 1.2%

    Itlia -0.4% 0.6% 1.1% 0.2% 0.5% 2.0%

    Portugal 0.9% 1.3% 1.7% 0.0% 0.6% 0.9%

    Irlanda 4.6% 3.6% 3.7% 0.4% 0.9% 1.4%

    Grcia 0.6% 2.9% 3.7% -1.0% 0.3% 1.1%

    EUA 2.2% 3.1% 3.2% 1.8% 2.0% 2.3%

    China 7.3% 7.1% 6.9% 2.4% 2.4% -

    Mundo 3.3% 3.8% 4.1% - - -

    0

    10

    2030

    40

    50

    60

    70

    -6-5-4-3-2

    -101234

    3T2008

    4T2008

    1T2009

    2T2009

    3T2009

    4T2009

    1T2010

    2T2010

    3T2010

    4T2010

    1T2011

    2T2011

    3T2011

    4T2011

    1T2012

    2T2012

    3T2012

    4T2012

    1T2013

    2T2013

    3T2013

    4T2013

    1T2014

    2T2014

    PIB PMI Manufactura Fonte: Bloomberg

    Vnia Patrcia Duarte

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    Organismos internacionais revem em baixa crescimento: As previses para o crescimento em 2014 e 2015 foramrevistas em baixa face as anteriores estimativas entre 0.1-0.3 pontos percentuais (p.p.), mantendo-se, todavia, o cenriode recuperao gradual do ritmo de expanso da actividade. Na sua generalidade, a actualizao das previses resulta de

    perspectivas menos favorveis para o comportamento da procura externa (sobretudo em 2014), reexo de um desempenhoesperado menos positivo das exportaes e aumento das importaes. Face ao desempenho da economia no primeiro semestrede 2014, algumas das previses agora publicadas para este ano parecem assumir uma postura excessivamente cautelosa, namedida em que implicam ou uma forte reviso em baixa do crescimento nos primeiros seis meses do ano, ou uma contracoda actividade na segunda metade do ano, cenrio este a que atribumos uma reduzida probabilidade. A avaliao dosriscos associados aos cenrios traados por estes organismos so, na sua essncia, idnticos, prendendo-secom a possibilidade de que a reduo do esforo reformista e de consolidao das contas pblicas se reictanegativamente na capacidade de crescimento, tanto por via de reduo do contributo do sector externo, comopor via de uma deteriorao das condies de nanciamento da economia. No campo das reformas, de salientar areferncia do FMI, mas tambm mencionada por outros organismos, da necessidade de que sejam implementadas reformasque facilitem a reduo da alocao de recursos produtivos a sectores protegidos e pouco competitivos, permitindo que osmesmos recursos sejam direccionados para os sectores transaccionveis. Do conjunto das previses publicadas, destacam-setambm as diferenas existentes nas estimativas para o deator do PIB. De facto, observa-se alguma disparidade nas previses

    do governo e Comisso Europeia face s do FMI e EIU, o que ter consequncias importantes na evoluo, por exemplo, dosnveis de endividamento pblico e privado (vr artigo sobre OE 2015).

    Taxa de desemprego cai no 3T14: Naquele trimestre a taxa de desemprego situou-se em 13.1%, menos 0.8 p.p. doque no trimestre anterior e menos 2.4 p.p. do que no perodo homlogo, o que aponta para que a taxa de desemprego anualse situe em torno dos 14.1-14.3% no conjunto do ano, em linha com as previses do FMI (14.2%) e da OCDE (14.1%), masligeiramente abaixo das estimativas da Comisso Europeia (14.5%) e da EIU (814.6%). Relativamente ao comportamento doemprego salientam-se os seguintes aspectos: aumento da populao empregada em 1.1% qoq e 2.1% yoy, predominantementeatravs da realizao de contractos a prazo, +8.5% qoq e +9.2% yoy, enquanto os contractos sem termo avanaram 1.2%qoq e 5.4% yoy. Foi positiva a evoluo dos empregados a tempo completo, +1.2% qoq e +3.3%, enquanto que os contractosa tempo parcial, normalmente associados a situaes de subemprego, aumentaram 0.7% qoq, mas caram 5% yoy. Quantoao desemprego, embora se assista reduo do nmero de indivduos nessa situao, continua a ser preocupante a evoluodo nmero de desempregados de longa durao, os quais representam 67% do total dos desempregados, menos 0.5 p.p. doque no trimestre anterior, mas mais 3.5 p.p. do que h um ano atrs.

    Teresa Gil Pinheiro

    P - O -Tk

    Previses para a economia portuguesa

    2014 2015 2016

    FMI 0.8% 1.2% 1.3%

    CE 0.9% 1.3% 1.7%

    EIU 0.6% 1.1% 1.3%

    OCDE 0.8% 1.3% 1.5%

    Governo 1.0% 1.5% -

    Deator do PIB

    2014 2015 2016

    FMI 0.0% 0.4% 1.0%

    CE 1.1% 1.4% 1.5%

    EIU - - -

    OCDE 0.9% 0.7% 0.9%

    Governo 1.0% 1.5% -

    Saldo oramental em % do PIB

    2014 2015 2016FMI -5.0% -3.4% -3.3%

    CE -4.9% -3.3% -2.8%

    EIU -4.8% -3.0% -2.8%

    OCDE -4.9% -2.9% -2.3%

    Governo -4.8% -2.7% -

    Saldo balana corrente em % do PIB

    2014 2015 2016

    FMI 0.6% 0.4% 0.2%

    CE -0.2% 0.1% 0.3%

    EIU 0.6% 1.0% 1.1%

    OCDE -0.4% 0.5% 1.0%

    Governo 0.3% 0.3% -

    Previses Econmicas BPI - Portugal

    2013 2014 2015

    Consumo privado -1.7 1.2 0.9

    Consumo pblico -1.8 -0.3 0.5

    Investimento -7.3 4.3 3.0

    Exportaes 6.1 3.5 3.0

    Importaes 2.8 4.5 2.2

    PIB -1.4 1.0 1.5

    Dce Oramental (PDE) 4.9 4.8 2.7

    Df. oram. s/ medidas extraordinrias 5.3 6.8 2.7

    Taxa de inao mdia 0.3 -0.3 0.6

    Taxa mdia de desemprego 16.3 14.2 14.0

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    21 BPI

    E - R E

    Crescimento consolida-se:A primeira estimativa para o crescimento econmico no 3T14, conrma um cenrio desustentabilidade para a retoma da actividade. Naquele trimestre o PIB avanou 0.5% em cadeia. Entretanto, a informaodisponvel para o quarto trimestre indica que o ritmo de expanso poder manter-se em torno dos 0.5-0.6% sugerindo que

    a economia poder crescer 1.2-1.3% no conjunto do ano. A procura interna continua a ser o principal factor de expanso,mas verica-se um desempenho mais positivo das exportaes na segunda metade do ano. Destaca-se o facto da melhoriada actividade reectir melhorias estruturais, nomeadamente ao nvel da competitividade, expanso do comrcio externo ereduo dos nveis de endividamento.

    Comisso Europeia aponta para acelerao da actividade:No trinio 2014-16, o produto dever crescer 1.2%, 1.7% e2.2%, respectivamente, beneciando de contributos positivos da procura interna e neutros do comrcio internacional. Os factoresque favorecem um cenrio mais benigno pra o crescimento so melhorias no mercado de trabalho ainda que o desempregopermanea elevado , ganhos no rendimento disponvel das famlias e condies de nanciamento muito acomodatcias. Estastendero a favorecer a actividade do sector produtivo, favorecendo a expanso do sector transaccionvel. A depreciao damoeda nica e ganhos de competitividade tambm contribuiro para o desenvolvimento do sector exportador. Depois de umcrescimento mdio anual de 2.7% entre 1995-2010, os custos laborais caram 1.5%, em termos mdios anuais, entre 2011-13; e em 2014, antecipa-se uma queda de 0.1%, a que se seguir uma recuperao moderada nos dois anos seguintes: entre

    0.3-0.4%. Este comportamento mais positivo das exportaes ser visvel na evoluo das balanas comercial e corrente. AComisso Europeia estima a reduo do dce comercial espanhol no perodo em anlise, antecipando que em 2016, o saldose situe em -0.2% do PIB; quanto evoluo da balana corrente, as expectativas apontam para um nvel prximo de 1% doPIB em 2016. A avaliao dos riscos por parte de CE so desfavorveis, estando principalmente associados a factores externos,nomeadamente a possibilidade de arrefecimento mais acentuado do que o esperado na zona euro como um todo.

    PMI prximo de mximos histricos

    (%)

    Previses macroeconmicas da Comisso Europeia

    2013 2014P 2015P 2016P

    PIB -1.2 1.2 1.7 2.2

    Consumo privado -2.3 2.0 2.0 2.2

    Consumo pblico -2.9 0.4 -1.4 -0.4

    Investimento -5.1 1.1 4.2 5.0

    Exportaes 4.3 3.8 4.9 5.8

    Importaes -0.5 4.8 5.1 6

    Taxa de inao 1.5 -0.1 0.5 1.2

    Taxa de desemprego 26.1 24.8 23.5 22.2

    Dce pblico, % do PIB -6.8 -5.6 -4.6 -3.9

    Saldo da conta corrente, % do PIB 1.5 0.5 0.7 0.9

    Indicadores econmicos mais recentes

    May/14 Jun/14 Jul/14 Aug/14 Sep/14 Oct/14

    Consumo privado

    Indicador de confana dos consumidores -7.0 -4.0 -8.0 -6.0 -10 -10

    Indicador de confana do retalho 7.2 6.0 6.0 9.0 6.9 6.3

    ndice de vendas no retalho, deacionado, tvh 0.8 0.0 -0.1 -0.9 2.9 -

    Vendas de automveis ligeiros, tvh 16.9 23.9 10.9 14.1 26.2 26.15

    Investimento

    ndice de prod. industrial de bens de equip., tvh -0.3 -0.3 -0.8 -7.8 - -

    Carteira de encomendas de bens de equip. -9.0 -32.0 -17.0 -11.0 -20 -

    Importaes de bens de equipamento, tvh 25.5 15.4 30.9 -1.0 - -

    Indicador de disponibilidades de bens de equip. 11.5 10.2 -9.4 4.5 - -

    Vendas de automveis comerciais, tvh 54.2 22.9 17.2 16.4 20.41 35.33

    Procura externa

    Exportaes de bens e servios, tvh -2.5 1.5 10.7 -1.0 - -

    Importaes de bens e servios, tvh 6.2 7.714.9

    2.21 - -

    Actividade Industrial

    Indice de produo industrial 2.5 0.7 0.9 0.6 - -Indicador de confana na indstria -8.0 -7.4 -5.7 -5.7 -5.7 -6

    Carteira de encomendas indstria -14.3 -19.1 -15.9 -12.2 -12.3 -14

    Utilizao da capacidade instalada - 74.1 - - 75.3 -

    ndice PMI manufacturas 52.9 54.6 53.9 52.8 52.6 52.6

    Construo

    Consumo de cimento -2.9 -2.0 5.0 -3.2 6.14 -

    Indicador de confana na construo -48.3 -64.6 -40.0 -33.5 -31.5 -19.6

    Carteira de encomendas -57.1 -70.2 -50.9 -48.4 -41 -26

    Mercado de trabalho

    Inscritos na segurana social, tvh 2.2 1.3 2.0 2.1 2 2.38

    Desempregados, tvh -6.5 -6.6 -5.9 -5.8 -5.86 -5.91

    Taxa de desemprego, taxa mdia mensal 24.7 24.5 24.3 24.2 24 -Fonte: Banco de Espanha, Markit Economics, Eurostat

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    50

    55

    60

    65

    Oct-02Mar-04Aug-05Jan-07 Jun-08Nov-09Apr-11Sep-12Feb-14

    servios

    manufactura

    Fonte: Bloomberg

    Teresa Gil Pinheiro

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    E.E.F.Mercados FinanceirosNovembro 2014

    BPI

    M - R , E

    O sector industrial continua a ser o principal motor do crescimento. O Indicador de actividade mensal (IGAE) registouem Agosto um crescimento anual de apenas 1.4%, que compara com +2.5% em Julho e +2.8% em Junho. Em termos mensais,o ndice recuou 0.2%, resultado de performances menos positivas nos sectores da agricultura (-0.42%) e servios (-0.24%),

    enquanto as actividades secundrias cresceram (+0.37). Apesar do bom desempenho da indstria, ser importante que osdados de Setembro reictam uma recuperao do sector dos servios para o bom desempenho da actividade econmica. Oindicador PMI para a indstria transformadora acelerou em Outubro para 53.3 pontos face a 52.6 em Setembro, conrmandoque o crescimento do sector se encontra slido, e que dever continuar a expandir no terceiro trimestre.

    A recuperao da actividade industrial traduziu-se num melhor desempenho do sector exportador no petrolfero.O saldo da balana comercial surpreendeu em Setembro, apresentado um excedente de USD 590 milhes, depois de em Agostoter registado um dce de USD 1.1mil milhes. Em termos acumulados desde o incio do ano, o dce xou-se em USD 1.8 milmilhes, que compara com um dce de USD 3 mil milhes, em igual perodo do ano anterior. A melhoria na balana comercialresultou de uma recuperao das exportaes, que avanaram 2.7% m/m e 9.2% y/y, enquanto as importaes recuaram2.4% m/m e cresceram 9.6% y/y. Por trs deste bom desempenho das exportaes esteve uma acelerao do crescimento dasexportaes no petrolferas que avanaram 11.6% y/y, sendo que as exportaes da indstria transformadora cresceram 16.6%em Setembro, enquanto as exportaes de automveis tambm cresceram a um bom ritmo (+10.3% y/y). O crescimento das

    importaes cou aqum do avano nas exportaes, mas o aumento aponta para sinais de ligeira retoma da procura interna. Entretanto, a inao voltou a registar um novo mximo, com uma variao mensal de +0.44%, que resultounum aumento da taxa de variao anual para 4.22% y/y em Setembro, face a 4.15% y/y em Agosto. Contudo, o BancoCentral considerou que os riscos parecem ser reduzidos, uma vez que no h presses do lado da procura e o crescimentodos bens agro-pecurios parece estar a ceder. De facto, a inao subjacente encontra-se bastante mais contida, sendo quea taxa de variao homloga recuou ligeiramente em Setembro para 3.34%, face a 3.37% no ms anterior. Neste contexto,o Banco Central do Mxico manteve a taxa de poltica monetria inalterada em 3%. Apesar da presso do crescimento dospreos, a autoridade monetria considera que as expectativas se encontram bem ancoradas. Relativamente ao crescimentoda actividade, espera-se que o crescimento dos Estados Unidos juntamente com as reformas estruturais internas, contribuampara compensar os riscos da deteriorao do contexto global.

    Luisa Teixeira Felino

    Crescimento do PIB real trimestral

    (variao homloga)

    Inao

    (variao anual)

    PIB e Indicador Mensal de actividade econmica

    (variao anual)

    Exportaes

    (variao homloga)

    -10

    -8

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    4

    6

    8

    jun-01 jun-03 jun-05 jun-07 jun-09 jun-11 jun-13

    Mxico EUAFonte: INEGI/Bloomberg

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    set-12 jan-13 mai-13 set-13 jan-14 mai-14 set-14

    IPC IPC subjacenteFonte: INEGI/Bloomberg

    -2-101234567

    -2-101234567

    1T11

    2T11

    3T11

    4T11

    1T12

    2T12

    3T12

    4T12

    1T13

    2T13

    3T13

    4T13

    1T14

    2T14

    Crescimento PIB real trimestralIndicador Mensal de Actividade Econmica

    Fonte: INEGI/Bloomberg

    -20%

    -10%

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    set-12 jan-13 mai-13 set-13 jan-14 mai-14 set-14Agricultura Ind. Transf.No petrolferos Petrolferos

    Fonte: INEGI/Bloomberg

  • 7/23/2019 BPI Anlise Mercados Financeiros Nov.2014

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    23 BPI

    A - B N A 9%E

    O Comit de Poltica Monetria do Banco Nacional de Angola decidiu, na ltima reunio, aumentar em 0.25 pontospercentuais a taxa de juro de referncia (taxa BNA) para 9%. Em causa poder estar o aumento dos combustveis, comimpacto na taxa de inao, mas tambm o aumento da despesa pblica e a presso sobre a taxa de cmbio. Relativamente

    taxa de juro da facilidade permanente de liquidez e de absoro de liquidez, o BNA optou por no fazer alteraes, mantendo-seem 9.75% e 1.75%, respectivamente. A taxa de inao em Setembro registou uma variao de 0.63% face ao ms anterior,enquanto a taxa de inao homloga aumentou para 7.19%, face a 7.05% registado no ms anterior. Estes dados parecemainda no reectir as consequncias da medida recentemente aplicada pelo governo angolano de aumento em 25% no preoda gasolina e do gasleo, para KZ 75 e KZ 50, respectivamente.

    A produo petrolfera recuperou nos ltimos meses, sugerindo que os problemas tcnicos que estavam acondicionar a produo j foram ultrapassados. De acordo com o relatrio de Outubro da IEA (International EnergyAgency), a produo de petrleo no terceiro trimestre aumentou para 1.72 milhes de barris por dia (mbd), que compara comuma mdia de 1.63 registada no trimestre anterior. Esta retoma constitui um factor importante para compensar o movimentodescendente dos preos do petrleo. Ainda assim, as receitas da exportao de petrleo voltaram a car aqum do desejado,reectindo a queda nos preos do petrleo, que registou um novo mnimo de USD 85 em Outubro. As receitas acumuladasdurante os primeiros 9 meses do ano ascenderam a USD 47 mil milhes, registando-se uma quebra relativamente a um total

    de receitas de USD 50 mil milhes, obtidas em igual perodo do ano anterior. Para alm disso, importa destacar que estaquebra de receitas se continuou a reectir nas reservas internacionais lquidas, que em Setembro diminuram mais uma vez,prosseguindo a tendncia decrescente iniciada em Maro deste ano, xando-se nos USD 26.98 mil milhes.

    Foram divulgados, ainda, os resultados preliminares dos Censos 2014, que demonstram que a populaoangolana quadruplicou nos ltimos 44 anos, prevendo-se que tenha atingido 24.3 milhes este ano. Para alm disso,outro dado relevante a forte concentrao da populao em certas regies do pas, nomeadamente em Luanda, reunindo-se,nesta provncia, 26.8% da populao total. Em termos de distribuio por sexo, 51.6% dos indivduos so do sexo feminino e48.4% do sexo masculino. Por m, importa destacar que a populao angolana reside, principalmente, na zona urbana, com62.3%, em contraste com 37.7% registado para a zona rural.

    Luisa Teixeira Felino * Vnia Patrcia Duarte

    Reservas Internacionais

    (em milhes de USD)

    Produo petrolfera em Angola

    (milhes de barris por dia; USD por barril)

    Populao residente por provncia e rea deresidncia

    (em percentagem do total)

    Populao residente por provncia

    (em percentagem do total)

    0 5 10 15 20 25 30

    CabindaZaireUge

    LuandaCuanza Norte

    Cuanza SulMalanje

    Lunda NorteBenguelaHuambo

    BiMoxico

    Cuando CubangoNamibe

    HuilaCunene

    Lunda SulBengo

    Fonte: INE - Censos 2014

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    1,000

    1,200

    1,400

    1,600

    1,800

    2,000

    out-07 out-08 out-09 out-10 out-11 out-12 out-13 out-14

    Produo md. mv. 12-meses

    Preo Brent - 15-45 Fw price Angola (ELD)Fonte: Bloomberg

    0102030405060708090

    100

    Cabinda

    Zaire

    Uge

    Luanda

    CuanzaNorte

    CuanzaSul

    Malanje

    LundaNorte

    Benguela

    Huambo

    Bi

    Moxico

    Cuand

    oCubango

    Namibe

    Huila

    Cunene

    LundaSul

    Bengo

    Urbana RuralFonte: INE - Censos 2014

    0

    5,000

    10,000

    15,000

    20,000

    25,000

    30,000

    35,000

    40,000

    set-09 set-10 set-11 set-12 set-13 set-14Fonte: Banco Nacionalde Angola

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    E.E.F.Mercados FinanceirosNovembro 2014

    BPI

    90

    95

    100

    105

    110

    jan-13 abr-13 jul-13 out-13 jan-14 abr-14 jul-14

    Perspectivas Emprego Perspectivas procura

    Perspectivas Precos Clima EconomicoFonte: INE

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    10%

    12%

    14%

    set-11 mar-12 set-12 mar-13 set-13 mar-14 set-14

    Moambique Maputo Fonte: INE

    E

    M - S 15 ankng Dng Busnss

    Aps uma campanha eleitoral tensa e tumultuosa, as eleies acabaram por decorrer com uma relativa normalidade, aindaque os membros da oposio continuem a alegar ilegalidades na contagem dos votos. Os resultados provisrios apontampara uma vitria do candidato presidencial da Frelimo (Felipe Nyusi), sem grandes surpresas, que deve manter a maioria no

    Parlamento (com 144 dos 250 lugares no parlamento, sendo que em 2009 a Frelimo tinha conseguido 191 lugares), ainda quecom um reforo considervel dos partidos da oposio (Renamo com 89 e MDM com 17). A actividade econmica na primeirametade do ano cresceu a um bom ritmo (7.5% y/y no 1T e 6.9% y/y no 2T), mas o indicador de conana de Agosto apontoupara uma deteriorao do clima econmico, que poder ter estado relacionada com a tenso nos meses que se antecederams eleies. Apesar de se prever que as hostilidades polticas se mantenham (dado que apesar da Frelimo manter a sua posiodominante, perante uma composio do parlamento agora mais equilibrada, a presso para ceder a determinadas exignciasdas foras da oposio ser certamente maior) espera-se que o perodo mais conturbado possa ter sido ultrapassado, e quenos prximos meses a estabilidade poltica possa contribuir para o bom andamento da actividade econmica.

    Moambique subiu 15 posies no rankingdos melhores pases para fazer negcio, avanando da posio 142 para a 127no exerccio de 2015, num conjunto de 189 pases. De acordo com os dados do relatrio, Moambique melhorou bastantenas componentes de acesso ao crdito (+47 posies), facilidade de registo de propriedade (+24 posies) e resoluo deprocessos de insolvncia (+46 posies). Em contrapartida, Moambique deixou-se ultrapassar na avaliao da facilidade de

    iniciar um negcio (em que desceu 12 posies) e no pagamento de impostos (desceu 6 posies). Rera-se ainda que emtermos da avaliao da distncia fronteira, que permite avaliar a distncia de Moambique para o pas que apresenta o melhordesempenho (em que numa escala de 0 a 100, 0 representa o pior desempenho e 100 representa a fronteira), Moambiquereduziu a distncia relativamente melhor classicao em 4.7 pontos percentuais. Ainda que as decises de investimentodirecto estrangeiro, no caso de Moambique, permaneam associadas explorao dos recursos naturais, esta melhoria decompetitividade importante para apoiar o crescimento do investimento em outras actividades econmicas.

    O crescimento do nvel geral dos preos permanece sob controlo, com a taxa de inao a utuar bastante abaixo dos3%. A taxa de inao anual em Maputo abrandou para 1.4% em Setembro, face a um crescimento de 1.8% y/y em Agosto,e em termos mensais os preos registaram uma queda de 0.5%, sendo este o quinto ms consecutivo em que os preosdescem. O Banco Central continua a justicar esta queda nos preos com o aumento da oferta de bens alimentares e pelaestabilizao do cmbio. Apesar dos riscos reduzidos de inao, na ltima reunio do Comit de Poltica Monetria (MPC),o Banco de Moambique decidiu manter as taxas de juro das facilidades permanentes de depsito e cedncia em 1.50% e8.25%, respectivamente, e o coeciente de reservas mnimo obrigatrio em 8%.

    Inao

    (%)

    Indicador de clima econmico

    (ndice)

    Ranking Doing Business

    DB 2015 Rank DB 2014 RankVariao no

    rankingDB 2015

    DTF** (p.p.)DB 2014

    DTF** (p.p.)Variao

    (p.p.)Doing Business 127 142 15 56.9 52.2 4,7

    Inicio de Negcio 107 95 -12 83.0 82.8 0,2Obteno de licenas de construo 84 87 3 73.3