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Boletim Técnico Estudo da viabilidade técnica da implantação de pomar de Cacau e Banana consorciados no município de Tucumã-PA Planaltina Distrito Federal Junho de 2005

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Boletim Técnico

Estudo da viabilidade técnica da implantação de pomar de Cacau e Banana consorciados no município de Tucumã-PA

Planaltina Distrito Federal Junho de 2005

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www.upis.br

Boletim Técnico

Estudo da viabilidade técnica da implantação de pomar de Cacau e Banana consorciados no município de Tucumã-PA

Francisco José Martins Neto

Planaltina Distrito Federal Junho de 2005

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UPIS- Faculdades Integradas Departamento de Agronomia Sep/Sul Eq. 712/912 Conjunto A CEP: 70390-125 Brasília (DF) Brasil Fone/Fax: (0XX61) 488 99 09 www.upis.br [email protected] Supervisores: Profa. Dra. Janine Tavares Camargo

Prof. MS. Adilson Jaime de Oliveira Orientador: Profa. Dra. Janine Tavares Camargo Revisor: Ângela Maria Ricci Borchardt Membros da Banca: Profa. Dra. Janine Tavares Camargo Prof. MS. Remidijo Tomazini Neto Prof. Julio Sérgio de Moraes

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DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA

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SUMÁRIO RESUMO...................................................................................8 1. Introdução e Justificativas......................................................9 2. Objetivo................................................................................10 3. Recomendações Técnicas ....................................................10

3.1 Localização ....................................................................11 3.2 Clima..............................................................................11 3.3 Solos...............................................................................11 3.4 Escolha da Área .............................................................11

3.4.1 Balizamento ............................................................12 3.4.2 Sombreamento ........................................................12

3.5 Aquisição de mudas .......................................................14 3.5.1 Variedades Utilizadas .............................................15

3.6 Calagem .........................................................................15 3.7 Abertura de Covas..........................................................15

3.7.1 Calagem e Adubação das Covas .............................15 3.8 Controle de plantas daninhas .........................................16

4. Podas ....................................................................................17 5. Principais Doenças do Cacaueiro.........................................17

5.1 Vassoura de Bruxa – Cinipellis perniciosa....................17 5.2 Podridão-Parda - Phytophthora spp. ..............................18 5.3 Podridão de Momiliophtora - Moniliophthora roreri ....19

6. Principais pragas ..................................................................19 6.1 Pragas Temporárias........................................................19

6.1.1Tripes (Selenothrips rubrocinctus) ..........................19 6.1.2 Monalonion ou chupança (Monalonion spp) ..........20 6.1.3 Vaquinhas (Colaspis spp. Taimbenzinha theobromae e Percolaspis ornata) 20 6.1.4 Broca-do-tronco (Xilosandrus morigerus e Theoborus villosulus) 21 6.1.5 Lagarta Enrola-folha (Sylepta prorogata)...............21

6.2 Pragas Permanentes........................................................21 6.2.1 Formiga-de-enxerto (Azteca paraensis bondarí) ....22

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6.2.2 Formiga caçarema (Azteca chartifex) .....................22 6.2.3 Formiga pixixica (Wasmannia auropunctata) ........23 6.2.4 Formiga quem-quem (Acromyrmex subterranneus brúneus) 23 6.2.5 Saúva-da-mata (Atta cephalotes) e Saúva-da-mandioca (Atta sexdens sexdens) 23

7. Colheita ................................................................................24 8. Beneficiamento ....................................................................24

8.1 Fermentação ...................................................................24 8.2 Seca ................................................................................25

9. Cultura de sombreamento provisório...................................25 9.1 Banana............................................................................25

9.1.1 Cultivar utilizada.....................................................25 9.1.2 Aquisição de mudas ................................................25

9.2 Abertura de covas...........................................................26 9.3 Adubação das covas .......................................................26 9.4 Adubação de cobertura...................................................26 9.5 Tratos culturais...............................................................26 9.6 Principais Pragas ............................................................27

9.6.1 Broca do rizoma (Cosmopolites sordidas)..............27 9.6.2 Tripes da erupção do frutos (Frankliniella spp.) ....27 9.6.3 Abelha irapuá (Trigona Spinipes) ...........................27

9.7 Principais Doenças.........................................................27 9.7.1 Mal-do-panamá (Fusarium oxisporium).................28 9.7.2 Sigatoka amarela (Mycospharella musicola) ..........28

9.8 Colheita e Rendimento...................................................28 10. Estudo de caso....................................................................28

10.1. Espaçamento utilizado ................................................28 10.3. Calagem e Adubação da área ......................................28

10.3.1. Calagem para toda área ........................................28 10.3.2 Adubação de correção da área ..............................29 10.3.3. Adubação das Covas ............................................29 10.3.4 Adubação de cobertura do cacau ..........................29

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10.4. Controle de plantas daninhas ......................................30 10.5. Podas do cacaueiro......................................................30 10.6. Controle de doenças do cacaueiro...............................30 10.7. Controle de pragas do cacaueiro .................................31

10.7.1 Pragas Temporárias...............................................31 10.7.2. Pragas permanentes..............................................31

10.8 Colheita do cacau .........................................................32 10.9 Seca ..............................................................................32 10.10 Fermentação ...............................................................32 10.11 Colheita da banana .....................................................32

11. Conclusão...........................................................................32 12. Referências Bibliográficas .................................................33

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RESUMO

Este trabalho representa a instalação de um pomar de Cacau e Banana consorciados na Fazenda Morro da Onça localizada no município de Tucumã-PA. Será implantado um pomar de 20 hectares de cacau da espécie crioula utilizando diferentes tipos de clones para uma melhor polinização, e a banana prata comum, para fazer o sombreamento provisório e também como uma fonte adicional de renda nos 5 primeiros anos que é quando o cacau estabiliza a sua produção, todas as técnicas desde o preparo do solo até a colheita do cacau e da banana são abordadas de maneira que supra as necessidades das culturas. A publicação deste trabalho contribuirá não só para a região escolhida, mas também como subsídio para produtores de diferentes regiões cacaueiras, de maneira que os auxilie na implantação de um cacaual, no manejo e em um melhor controle das principais doenças e pragas que possam causar danos ao cacaueiro.

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1. Introdução e Justificativas O cacaueiro (Theobrona cacao L.) é uma espécie nativa da floresta tropical úmida americana, sendo seu centro de origem, provavelmente, as nascentes dos rios Amazonas e Orinoco (ALVIM e BASTOS, 1982). Segundo GRAMACHO et al. (1992), a partir do seu centro natural, o cacaueiro ultrapassou os Andes, formando as populações da Venezuela, Colômbia, Equador, países da América Central e México, como também se dispersou ao longo do rio Amazonas originando as populações encontradas no Brasil e nas Guianas. Do Brasil, o cacaueiro foi introduzido na África, sendo que as primeiras plantações ocorreram nas ilhas de São Tomé, Príncipe e Fernando Pó. O cultivo do cacaueiro no Brasil se estende por nove estados, sendo que a Bahia participa com cerca de 81% da produção nacional, o Espírito Santo 2% e outros Estados, principalmente na região Amazônica, contribuem com 17%. A Amazônia já responde por 38% da amêndoa de cacau produzida no Brasil, que na safra de 2000 foi de 130 mil toneladas. E das cerca de 50 mil toneladas que a região produz quase 60% saem do Pará, que em 2001 fechou com 29 mil toneladas de amêndoas secas. A estimativa da produção amazônica é de 60 mil toneladas, um crescimento de 20%, enquanto a contribuição do Pará deve atingir 35 mil toneladas. Rondônia fica em segundo lugar no cultivo de cacau na Amazônia.

A expansão da cultura cacaueira nos últimos anos se deve a três fatores: melhoramento genético das mudas; acesso ao crédito pelos pequenos agricultores; e recuperação do preço no mercado internacional, por conta do déficit na produção em relação ao consumo mundial. A qualidade do cacau amazônico, que tem teor de gordura, ponto de fusão e rendimento de gordura superior ao da Bahia, atrai para a região representante de todas as processadoras de cacau instaladas no Brasil.

Informações, provenientes da ICCO na quarta edição do Boletim de Estatísticas para 2001/02, revisaram as estimativas, elevando o total mundial da produção de 2,808 para 2,818 milhões de toneladas e reduziram as moagens de 2,859 para 2,850 milhões de toneladas. Assim, o déficit foi reduzido para 60 mil toneladas, os estoques estariam em 1,086 milhões de toneladas e a razão estoques/moagens passou para 38,1%.

De acordo com a Tabela 1, observa-se que a cotação do cacau na bolsa de Nova York, nos últimos dez anos ocorreu poucas variações de preço de um ano para o outro.

Tabela 1 - Médias de Preços nos últimos 10 anos.

Cacau – Preços em Nova York US$ / tonelada

ANO Médias 1995 1.317 1996 1.333 1997 1.501 1998 1.561 1999 1.034

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2000 792 2001 1.037 2002 1.715 2003 1.753 2004 1.449

Fonte: AGIANUAL, 2005

A banana é explorada quase que exclusivamente por pequenos produtores, e exerce grande papel socioeconômico em muitos países emergentes, contribuindo não só para a geração de renda, mas também para a fixação de mão-de-obra no meio rural.

Na extensa faixa de clima tropical onde é cultivada, localizam-se mais de oitenta países. Entretanto nem todas as regiões nessa faixa oferecem condições favoráveis, seja devido à altitude e baixas temperaturas ou por escassez ou má distribuição de chuvas (AGRIANUAL, 2005).

A banana detém o quarto lugar no mundo, em termos de importância alimentar, atrás apenas do arroz, trigo e leite. O comércio internacional tem grande expressão, por ser uma das frutas mais consumidas no mundo, tanto em regiões de clima tropical quanto de clima temperado (AGRIANUAL, 2005).

Colhem-se em todo o mundo cerca de 69 milhões de toneladas de bananas por ano, respondendo a Ásia e as Américas por quase 90% desse total. Dentre os maiores produtores destacam-se a Índia e o Brasil (AGRIANUAL, 2005).

No Brasil produz-se banana em todos os estados, desde a faixa litorânea até o planalto central. Calcula-se que a área ocupada com a bananicultura no país alcance 513 ,mil hectares, com produção aproximada de 6,5 milhões de toneladas, o que representa 9,4% do total mundial (AGRIANUAL, 2005).

Em 2003, São Paulo foi o maior produtor de bananas, produzindo 17,5% do total nacional, seguindo-se Bahia (11,1%) e Pará (10,4%) (AGRIANUAL, 2005). No Brasil, praticamente toda a produção é consumida ao natural. A fruta é parte integrante da alimentação das populações mais carentes, sobretudo por seu baixo custo e grande disponibilidade (AGRIANUAL, 2005).

Os maiores problemas da cultura no Brasil são a falta de variedades comerciais produtivas, com porte apropriado e resistência as principais doenças, nematóides e pragas, além do manejo inadequado do sistema solo-água-planta (AGRIANUAL, 2005). 2. Objetivo Objetiva-se a implantação de um pomar de cacau da espécie crioula, consorciado com banana Prata-comum Na Fazenda Morro da Onça situada no município de Tucumã-PA, como forma de diversificação da propriedade. 3. Recomendações Técnicas

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3.1 Localização

Para a implantação do pomar será utilizada uma área de 20 hectares, sendo a produção destinada para indústrias de chocolates que estão

localizadas a 600 Km da propriedade na cidade de Marabá-Pa. A fazenda esta localizada na região sul do Pará que vem se desenvolvendo rapidamente no cultivo de cacau, grandes lavouras cacaueiras já estão implantadas na região sendo o Pará o maior estado produtor da região norte. 3.2 Clima

Para um melhor desenvolvimento, o cacaueiro exige clima quente e úmido, com temperaturas variando de 22 a 25°C, e precipitação anual em torno de 1200 a 2000 mm, com mínimo mensal variando entre 100 a 130 mm. As principais regiões produtoras estão situadas entre as latitudes de 15 a 20º Norte e Sul, sendo que as maiores concentrações estão entre 10º acima e abaixo da linha do Equador (ALVIM, 1987). 3.3 Solos

O cacaueiro é uma planta que prefere solos profundos, porosos e frescos; daí a razão pela qual os terrenos de mata terem sido os preferidos para a implantação de sua cultura. Do ponto de vista físico, são considerados melhores os solos cujo subsolo se apresente um pouco mais argiloso que o solo superficial, uma vez que nas condições climáticas atrás referidas, as perdas dos elementos solúveis por infiltração são elevadas. Tais perdas devem ser compensadas principalmente pelas adubações. Quanto à acidez, o cacaueiro prefere os solos de pH próximo a 7 (PINHO et al., 1992). O processo mais usado de preparo do terreno coberto de mata consta da roçada, da derrubada e da queimada, deste modo facilita-se a instalação do cacaual e eliminam-se em sua maior parte as pragas. Todavia a matéria orgânica é destruída em grande parte e a cinza resultante dentro de algum tempo desaparecem pelas chuvas, as plantas daninhas nestas condições encontram ambientes favoráveis para um desenvolvimento rápido e vigoroso (GRAMACHO, 1992). 3.4 Escolha da Área

O cacaual pode ser estabelecido em diferentes áreas como, por exemplo, áreas ocupadas com matas, capoeiras, pastarias e até mesmo em áreas que se encontram plantações de cacau decadente e antieconômica (GRAMACHO, 1992). É indispensável verificar o histórico da área aonde será instalado o pomar, profundidade do solo e fazer a retirada de amostras de solo para análise química, a fim de determinar a quantidade de fertilizantes a ser utilizada e a necessidade de calagem. Após a escolha e demarcação da área procede-se a sua divisão em quadras com largura máxima de 100 m e ruas com 10 m de largura, de modo a criar condições para a circulação de máquinas e equipamentos.

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Será utilizado para a instalação do pomar o sistema de aproveitamento da vegetação nativa ou Cabruca. Nesse sistema pode ser eleita a mata primária ou secundária, sendo esta mais recomendável por requerer menos mão-de-obra e oferecer maior facilidade para o manejo da área (GRAMACHO, 1992). Após a roçagem da vegetação rasteira, efetua-se a derrubada e o recorte de parte das árvores de menor porte, ficando apenas aquelas que foram pré selecionadas para a utilização como sombreamento definitivo. Feito esta operação, tem-se uma melhor visão para o preparo do sombreamento definitivo e, então, derrubam-se as árvores não selecionadas para tal fim, recortando bem sua copa, ficando aquelas escolhidas que devem ser em número de 25 a 30 por hectare, eqüidistantes cerca de 24 m (GRAMACHO, 1992). 3.4.1 Balizamento Está pratica é realizada após o encoivaramento da área. Consiste na fixação de balizas de madeira a uma distância de 3 m de uma para outra demarcando assim o espaçamento recomendado para o cultivo do cacaueiro e que proporciona uma densidade de 1.111 plantas por hectare (GRAMACHO, 1992). 3.4.2 Sombreamento O cacaueiro necessita de sombreamento para um bom desempenho vegetativo. O sombreamento funciona como elemento regulador da atividade fisiológica do cacaueiro, através da maior ou menor quantidade de luz que proporciona à planta (PINHO et al., 1992). O excesso de sombreamento não é desejável, pois além de determinar baixo índice de crescimento e queda de produção da planta, favorece a ocorrência e proliferação de doenças. Pouco sombreamento faz com que o cacaueiro receba com maior intensidade os raios solares, condicionando um intenso metabolismo da planta que, conseqüentemente, passa a exigir uma maior quantidade de água e nutrientes no solo. O cacaueiro necessita de dois tipos de sombreamento: provisório e definitivo. O sombreamento provisório serve para dar proteção às plantas jovens dos efeitos maléficos do excesso de luz e dos ventos; aonde será utilizada a bananeira para esse sombreamento. O sombreamento feito com bananeiras, além da finalidade principal que é a sombra, pode constituir em uma fonte adicional de renda durante a fase de instalação da cultura, principalmente, se considerar a proximidade de centros consumidores (PINHO et al., 1992). O plantio da bananeira é feito logo após o balizamento, colocando as mudas no centro do quadro feito pelas balizas no espaçamento de 3x3 m entre mudas em áreas não mecanizadas (Figura 1). Caso o terreno possibilite a mecanização, a bananeira deve ser plantada na mesma linha do cacaueiro, obedecendo ao sentido leste/oeste (Figura 2). Desta maneira permitirá a limpa das entre linhas mecanicamente e oferece oportunidade para cultivar espécies de ciclo curto ou semi-perene (milho, feijão, guandu, mandioca, etc) ou até mesmo o total desenvolvimento do bananal (GRAMACHO, 1992). ├ 24,00m ┤

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Legenda

♦ - Sombra Definitiva 0 - Sombra Provisório

x - Cacaueiro

Figura 1 – Esquema de plantio para áreas não mecanizáveis, onde o cacaueiro é plantado no centro de quatro bananeiras. ├ 24,00m ┤

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♦ 0 0 0 0 0 0 0 0 ♦ ┬ x x x x x x x x x x 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 x x x x x x x x x x 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 x x x x x x x x x x 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 x x x x x x x x x x 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 x x x x x x x x x x 24,00m 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 x x x x x x x x x x 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 x x x x x x x x x x 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 x x x x x x x x x x 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 x x x x x x x x x x ♦ 0 0 0 0 0 0 0 0 ♦ ┴

Legenda

♦ - Sombra Definitiva x - Sombra Provisória

0 - Cacaueiro Figura 2 – Esquema de plantio para áreas mecanizáveis, com cacaueiros plantados nas linhas das bananeiras para facilitar o trânsito do trator. 3.5 Aquisição de mudas

As mudas serão adquiridas do CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) no total de 24.460 mudas, já incluindo os 10%

necessários para o replantio, e de diferentes tipos de clones, como recomendado pela instituição de maneira a se obter uma melhor polinização das flores.

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3.5.1 Variedades Utilizadas

Entre as variedades existentes como: o cacau crioulo, o forasteira, e o trinitário, a que é utilizada com maior freqüência é o crioulo. Por ser a variedade crioula a utilizada para plantios em grandes escala e por possuir características desejáveis como casca mais fina e rugosa, de coloração verde-escuro quando imaturos, passando para amarelos ou alaranjados quando amadurecem. Possuem sementes grandes, de cor branca a violeta-pálida, com muita polpa, dando um produto de superior qualidade conhecido comercialmente como o cacau fino, é a variedade mais recomendada para o plantio na região do sul do Pará aonde se deve utilizar diferentes tipos de clones pra que a polinização ocorra de maneira satisfatória. Os clones de maior recomendação pelo CEPLAC são: TSH 516, 565, 1188; CEPEC 42; EET 397. Esses clones têm resistência à vassoura de bruxa, uma das principais doenças do cacaueiro. O clone TSH 1188 poliniza todos os demais; o CEPEC 42 e o EET 397 polinizam o TSH 516, 565 e o 1188; o TSH 516 e o 565 polinizam o TSH 1188, EET 397 e o CEPEC 42. Portanto, quando em plantio ou em substituição de copa no campo, há necessidade de intercalar clones que se interpolinizam.

3.6 Calagem

Segundo SANTANA et al. (1988) duas a três semanas após a queima, devem-se retirar amostras de solos da área para analise. Havendo necessidade de correção, faz-se a aplicação do calcário, depois do balizamento, a lanço e em cobertura. Em solo argiloso, o calcário poderá ser aplicado de uma só vez, quando as quantidades calculadas não ultrapassarem 1800 Kg/ha, ou em frações anuais quando a quantidade for maior. Em solo arenoso a quantidade de calcário a ser aplicada não devera exceder de 900 quilos por hectare por ano. 3.7 Abertura de Covas

A abertura de covas, em solo de baixa fertilidade deve ter as dimensões de 40x40x40 cm, e nos solos de boa fertilidade 30x30x30 cm,

separando-se a terra da superfície, da outra parte que fica na metade inferior, a fim de facilitar para na época do enchimento usar somente a terra da camada superficial, as covas devem ser abertas o mais próximo possível da época do plantio, para evitar o ressecamento de suas paredes laterais. 3.7.1 Calagem e Adubação das Covas

Se o resultado da análise do solo indicar a necessidade de calcário, é de fundamental importância efetuar a sua incorporação na cova porque permite o contato direto das partículas do corretivo com o solo, o que proporciona uma neutralização mais efetiva da acidez, e se necessário complementar com aplicação a lanço na área.

A quantidade de calcário a ser colocada na cova, e sua complementação na área será indicada pela análise de solo.

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A incorporação de calcário na cova deve ser feita 20 a 30 dias antes do plantio da muda, podendo também ser efetuada na mesma época do plantio, devendo-se ter o cuidado de misturar bem o calcário com a terra da superfície e depois misturar o adubo, enchendo-se a cova com o material.

Segundo SANTANA et al. (1988) a adubação das covas pode ser realizada com o uso de fontes naturais de fósforo, misturas organo-minerais ou misturas completas, quantidades calculadas de acordo com o tamanho da cova (Tabela 2).

Seis meses após cada adubação básica, faz-se a adubação nitrogenada. A aplicação do adubo é feita a lanço e em cobertura após o período chuvoso, para reduzir as perdas de nitrogênio por volatilização, principalmente quando se usa uréia (SANTANA et al., 1988).

Recomenda-se o uso alternado de fontes nitrogenadas, conforme a seqüência: uréia e sulfato de amônia, em plantações instaladas em solos de media a alta fertilidade natural, e uréia e nitrocálcio, em plantações situadas em solos de baixa fertilidade natural. Tabela 2 - Fontes alternativas e quantidades de fertilizantes aplicados na cova.

Tamanho das Covas Fontes

30x30x30 40x40x40 Superfosfato triplo 40g 80g Superfosfato simples 90g 180g Termofosfato Yorin+Mg 100g 200g Fosfato de Araxá concentrado 225g 450g Mistura 10-31-21 60g 120g Mistura 13-38-13 50g 100g Organo-mineral (Mafa 6 ou similar) 120g 240g Fonte: CEPLAC/CEPEC – Manual do Extensionista, 1988.

O emprego de resíduos orgânicos resulta na melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. É recomendável sua aplicação no plantio e durante a fase de desenvolvimento do cacaueiro, principalmente em solos de baixa fertilidade (SANTANA et al., 1988). 3.8 Controle de plantas daninhas

Há maior necessidade no controle de plantas daninhas nos primeiros anos do plantio, pois as plantas estão mais novas, devendo ser feito no

mínimo quatro roçadas no ano e 2 aplicações de herbicidas. Após a cultura estar em produção diminui as roçagens sendo feito apenas uma manual no período de colheita chamado de bate-folha. Quando se utiliza herbicida diminui ainda mais a utilização de roçadas manuais e mecânicas (GRAMACHO, 1992).

Em cacauais adultos, suficientemente sombreados, com o solo recoberto pela camada de matéria orgânica proveniente da derrubada de mata, os cultivos se resumem em duas ou três capinas anuais. Outra prática consiste na incorporação anual da matéria orgânica e dos restos de colheita em valas de 50 cm de largura por igual profundidade, abertas em ruas alternadas. Deste modo, ao mesmo tempo em que se pratica uma adubação orgânica,

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visando à melhoria das propriedades físicas do terreno, também se destroem focos de pragas e moléstias, constituídos pelos frutos não aproveitados e pelas cascas provenientes de extração das amêndoas (GRAMACHO, 1992). 4. Podas

Dois são os tipos de poda recomendados: o de formação e o de manutenção. Pelo primeiro procura-se provocar o desenvolvimento de apenas 3 ou 4 galhos na coroa. Os ramos ladrões que, porventura, apareçam no tronco, abaixo da coroa, devem ser eliminados, a não ser que o ramo inicial apresente algum defeito; neste caso é preferível deixar que se desenvolva um segundo ramo que será aproveitado na formação da planta. A poda de manutenção consiste na eliminação de galhos secos e enfermos ou ainda de ramos cuja folhagem não receba adequadamente a luz solar. Os cortes provenientes da poda devem ser firmes, sem dilaceramento e no nível da base do ramo (RURALNET, 2005).

Recomenda-se ainda a sua proteção com tintas ou fungicidas em pasta, para evitar a incidência de moléstia na parte secionada. 5. Principais Doenças do Cacaueiro 5.1 Vassoura de Bruxa – Cinipellis perniciosa

Sintomas: Podem ser vistos em ramos novos, frutos e botões florais. Em ramos, caracterizam-se por intumescimento dos brotos vegetativos com redução no comprimento dos internódios, deformação de folhas e perda da dominância apical, o que acarreta a proliferação das brotações laterais, formando as características vassouras. Inicialmente, as vassouras são verdes e tornam-se marrons quando advém a necrose dos tecidos Nas vassouras mortas formam-se basidiocarpos róseo-claros (ORLANDO CRUZ, 2005).

Em frutos, a sintomatologia é variável em função do tipo de infecção. Se esta ocorrer em flores, dará origem a diminutos frutos róseos, deformados, denominados morangos, que posteriormente mumificam. A infecção em frutos já formados resulta em lesões escuras, irregulares e firmes ao tato.

Plantas adultas raramente morrem em decorrência do ataque do patógeno, mas têm sua produção severamente comprometida. Plantas jovens, no entanto, podem morrer devido à morte das brotações. Controle: Para o seu controle recomendam-se podas fitossanitárias e remoção de frutos infectados acompanhados de enterrio dos restos vegetais, visando a diminuição do inóculo.

Recomendam-se quatro remoções anuais, nos meses de fevereiro, maio, agosto e novembro, imediatamente antes ou após os períodos de maior atividade vegetativa do hospedeiro. Juntamente às podas sanitárias, recomendam-se pulverizações com óxido cuproso em um dos seguintes esquemas: 3 g/planta mensalmente; 6 g/planta a cada dois meses; 9 g/planta a cada três meses, visando bloquear ou dificultar o restabelecimento do patógeno. Qualquer um destes esquemas de pulverização reduz as infecções de C. perniciosa em frutos de cacau, sendo a maior porcentagem de redução obtida quando se utiliza o esquema de pulverização mensal. Estas aplicações nem sempre são econômicas, devido à necessidade de repetição dos tratamentos, pois estes tecidos crescem rapidamente e também pela alta pluviosidade que ocorre nas regiões produtoras de cacau (ORLANDO CRUZ, 2005).

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Fungicidas sistêmicos, testados experimentalmente em casa-de-vegetação em mudas de cacaueiro, como etil trianol e triadimefon, nas dosagens de 1000 ppm de ingrediente ativo (i.a.), mostraram-se efetivos na redução do número de plantas infectadas. Etil trianol, aplicado nas dosagens 1000 e 2000 ppm de i.a. também inibe a produção de basidiocarpos. Em outros estudos, constatou-se que triadimefon também é eficiente na prevenção de infecções por C. perniciosa.

Para lavouras com alta produtividade, um programa integrado de controle associando-se medidas fitossanitárias com aplicações dos fungicidas tebuconazole e cyproconazole no início da estação chuvosa, provavelmente resultará em redução na produção de inóculo e, conseqüentemente, diminuição da incidência da doença na época de maior produção da cultura (ORLANDO CRUZ, 2005). 5.2 Podridão-Parda - Phytophthora spp.

A podridão-parda, causada pelo fungo Phytophthora spp., é a principal doença do cacaueiro no Brasil. Sua ocorrência é conhecida desde 1917,

sendo atualmente responsável por perdas na produção anual em torno de 25 a 30%. Sintomas: Os sintomas aparecem em todas as partes das plantas, mas os maiores prejuízos são ocasionados quando infecta frutos.

Os frutos, por sua vez, são suscetíveis em todas as suas fases de desenvolvimento, sendo que a suscetibilidade aumenta com a maturidade dos mesmos. Inicialmente, as lesões nos frutos são pequenas, com 1 a 2 mm de diâmetro, arredondadas e castanho-escuras. Posteriormente, as lesões crescem, tornando-se elípticas, de coloração castanha e consistência firme. Sobre as lesões surge uma cobertura fina e esbranquiçada, formada por esporângios e micélio. O ataque aos frutos é ocasionado por zoósporos liberados de esporângios, que necessitam de um filme de água na superfície do fruto para iniciar o seu processo de germinação e penetração. Após a invasão do fruto, o fungo atinge as sementes tornando-as impróprias para a industrialização. Estas sementes doentes podem contaminar sementes sadias através do contato entre elas, no processo de fermentação (ABREU, 1986).

A maior incidência da podridão-parda nos frutos de cacau ocorre na fase conhecida como "temporão" (entre os meses de junho e agosto) e diminui acentuadamente a partir de setembro. Nos meses de junho a agosto ocorre um período maior de condensação de água na superfície dos frutos, favorecendo as etapas iniciais do processo de infecção. A ocorrência de períodos de alta umidade associados a baixas temperaturas favorece ainda mais a alta incidência da doença. Controle: O ideal é que o controle seja feito de maneira integrada, associando práticas culturais, como podas e remoção de frutos doentes e uso de cultivares resistentes, com controle químico (Tabela 3). Estas práticas culturais alteram o microclima da cultura, melhoram a cobertura das pulverizações e ajudam na diminuição do inoculo (ORLANDO CRUZ, 2005). Tabela 3: Fungicidas recomendados para o controle da podridão-parda do cacaueiro.

Produto Formulação % do p.a.¹ p.a./g/planta Cobre Sandoz Pó molhável 50 3

Recop Pó molhável 50 3 Funguran Pó molhável 50 3

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Coprantol FW F.W. 30 3 Kauritol Oleosa 35 3

Fonte: CEPLAC/CEPEC (citado por GAMACHO, 1992) ¹ Principio ativo 5.3 Podridão de Momiliophtora - Moniliophthora roreri

Sintomas: Inicialmente, notam-se sinais de amadurecimento precoce nos frutos. Surgem manchas de coloração marrom que aumentam de tamanho e cobrem toda a superfície do fruto, principalmente quando a infecção ocorre nos primeiros estádios de desenvolvimento destes. Como o fungo inicia seu processo de colonização internamente aos frutos, este pode afetar parte ou a totalidade das sementes. Pode-se observar no interior dos frutos, através de corte longitudinal dos mesmos, estrias de coloração castanha a negra, evidenciando que o sistema vascular sofreu um processo de desorganização. Em condições de temperatura e umidade adequadas, ocorre a formação de estroma e micélio branco com aparência de feltro sobre as lesões. Sobre este estroma inicia-se a produção de numerosos esporos acinzentados ou algumas vezes marrom-claros ou cremes (ABREU, 1986). Controle: O melhor meio de controle é a utilização de práticas culturais reduzindo assim a alta umidade dentro da plantação desfavorecendo o desenvolvimento do patógeno. A remoção semanal de frutos atacados também é um método cultural muito efetivo para o controle da doença. Uma outra forma de diminuir o inóculo é a eliminação total de frutos remanescentes antes da época da floração. Frutos doentes deixados sobre o solo podem constituir fonte importante de inóculo. 6. Principais pragas

As pragas que atacam o cacaueiro estão divididas em dois grupos: temporárias e permanentes. 6.1 Pragas Temporárias

São aquelas que se apresentam em maior volume em determinados meses do ano. 6.1.1Tripes (Selenothrips rubrocinctus)

O ataque deste inseto provoca a clorose parcial ou total das folhas. O ataque do inseto é mais comum em áreas com pouca sombra ou diretamente exposta ao sol. O ataque nos frutos provoca o aparecimento de uma coloração amarronzada, conhecida pelo nome de ferrugem, que cobrindo o fruto, dificulta o reconhecimento do estado de maturação (ORLANDO CRUZ, 2005). O combate a este inseto requer o uso de inseticida (Tabela 4), utilizando-se a polvilhadeira manual ou motorizada, conforme os tipos de plantações.

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Tabela 4: Inseticidas para o controle de tripes.

Principio ativo Produto comercial Dosagem/ha Carbaril Servin 50 P 16 Kg Diazinon Diazinon 60 E 400 ml

Endosulfan Thiodan 35 CE 800 ml Endosulfan Thiodan 20 P 16 Kg

Fonte: CEPLAC/CEPEC (citado por GRAMACHO, 1992) 6.1.2 Monalonion ou chupança (Monalonion spp) Esta praga age sugando a seiva dos ramos, folhas e dos frutos novos. Seu ataque também se dá nas áreas pouco sombreadas (ABREU, 1986). O combate a este inseto requer o uso de inseticida de acordo com a Tabela 5. Tabela 5: Inseticidas para o controle de chupança.

Principio ativo Produto comercial Dosagem/ha Carbaril Servin 50 P 16 Kg Diazinon Diazinon 60 E 400 ml

Endosulfan Thiodan 35 CE 800 ml Endosulfan Thiodan 20 P 16 Kg

Fonte: CEPLAC/CEPEC (citado por GRAMACHO, 1992) 6.1.3 Vaquinhas (Colaspis spp. Taimbenzinha theobromae e Percolaspis ornata)

São pequenos insetos, que se alimentam das folhas novas dos cacaueiros, provocando seu rendilhamento. Seu ataque também se dá nas áreas com raleamento de sombras. O combate a este inseto requer o uso de inseticida conforme observado na Tabela 6. Tabela 6: Inseticidas para controle de vaquinha.

Principio ativo Produto comercial Dosagem/ha Malatiol Malatol 50 CE 600 ml Malatiol Malatol 40 P 16 Kg

Permetrina Ambush 50 CE 200 ml

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Endosulfan Thiodan 20 P 16 Kg Fonte: CEPLAC/CEPEC (citado por GRAMACHO, 1992) 6.1.4 Broca-do-tronco (Xilosandrus morigerus e Theoborus villosulus)

Este inseto dá preferência as plantas novas, ainda nos viveiros, e no campo nas plantas com até 02 anos de idade. A broca perfura o caule penetrando até o córtex, onde deposita os ovos, podendo se associar ao complexo fungo/inseto, provocando a morte do tecido parenquimatoso, determinando, se não houver controle, a morte do cacaueiro (ABREU, 1986). Para o combate deste inseto pode-se utilizar um dos inseticidas lisatados na Tabela 7. Tabela 7: Inseticidas para o controle da broca-do-tronco.

Principio ativo Produto comercial Dosagem/ha Deltametrina Decis 25 CE 250 ml Paratiol metil Folidol 60 CE 350 ml

Permetrina Ambush 50 CE 250 ml Fonte: CEPLAC/CEPEC, (citado por GRAMACHO, 1992) 6.1.5 Lagarta Enrola-folha (Sylepta prorogata)

A lagarta enrola-folha estraga o limbo das folhas novas, que ficam enroladas ou justa-postas uma com a outra. Ataca as mudas ainda enviveiradas ou cacaueiros adultos (ABREU, 1986). Para seu controle poderá ser utlizado o Carbaril ou Endosulfan conforme a Tabela 8. Tabela 8: Inseticidas para controle da lagarta enrola-folha.

Principio ativo Produto comercial Dosagem/ha Carbaril Servin 75 P 16 Kg

Endosulfan Thiodan 35 CE 800 ml Fonte: CEPLAC/CEPEC, (citado por GRAMACHO, 1992) 6.2 Pragas Permanentes

São aquelas que podem atacar cacaual durante o ano inteiro, causando estragos à cultura do cacau.

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6.2.1 Formiga-de-enxerto (Azteca paraensis bondarí)

Vive em ninhos construídos no cacaueiro, ou outras árvores. Rói os renovos, folhas novas e frutos, causando emponteiramento; ao mesmo tempo cria e protege piolhos e plantas parasitas que também se alimentam do cacaueiro, reduzindo assim sua produção.

O combate a esta praga é feito em qualquer época do ano, retirando-se o ninho, cortando-o em vários pedaços e aplicando inseticida (ORLANDO CRUZ, 2005).

Tabela 9: Inseticida para controle de formiga-de-enxerto

Principio ativo Produto comercial Dosagem/ha

Endosulfan Thiodan 20 P

Quantidade necessaria p/

polvilhar todo o ninho destruído

Fonte: CEPLAC/CEPEC, (citado por GRAMACHO, 1992) 6.2.2 Formiga caçarema (Azteca chartifex)

Também constrói seus ninhos nos cacaueiros, chegando a superar o peso de 30kg, é um inseto que cria e protege piolhos, cigarrinhas e pulgões, e se alimenta de secreções que aqueles produzem (ORLANDO CRUZ, 2005).

No combate retira-se o ninho, cortando-o em vários pedaços e aplicando inseticida (Tabela 9). Tabela 9: Inseticida para o controle de formiga caçarema.

Principio ativo Produto comercial Dosagem/ha

Fention Lebacyd 50 P

Quantidade necessária p/

polvilhar todo o ninho destruído

Fonte: CEPLAC/CEPEC, (citado por GRAMACHO, 1992)

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6.2.3 Formiga pixixica (Wasmannia auropunctata)

São pequenas formigas que criam e protegem piolhos farinhentos que destroem os frutos novos, brotos e renovos. É temida pelos trabalhadores, face às suas ferroadas, que provocam dor e irritação na pele. Constroem seus ninhos no solo ou restos vegetais ao redor do cacaueiro. É combatida com aplicação de inseticidas diretamente no ninho (ORLANDO CRUZ, 2005). 6.2.4 Formiga quem-quem (Acromyrmex subterranneus brúneus)

Constroem seus ninhos ao nível do solo, entre as raízes tabulares ou sobre algumas árvores em cima de gravatás. Estas formigas cortam as folhas e flores do cacaueiro, roem a casca dos frutos e renovas (ramos novos), prejudicando-os. O combate é feito abrindo o seu ninho e aplicando por cima ou no interior o inseticida indicado (Tabela 10).

Tabela 10: Inseticida de controle de formiga quem-quem.

Principio ativo Produto comercial Dosagem/ha

Dodecacloro Mirex 450 GR 10g/m² de formigueiro

Endosulfan Thiodan 20 P 10g/m² de formigueiro

Fention Lebacyd 20 P 10g/m² de formigueiro

Fonte: CEPLAC/CEPEC, (citado por GRAMACHO, 1992) 6.2.5 Saúva-da-mata (Atta cephalotes) e Saúva-da-mandioca (Atta sexdens sexdens)

Esta formigas cortam as folhas do cacaueiro e as transportam para o ninho, para servir de alimentação ao fungo do qual se alimentam. Um formigueiro tem a capacidade de destruir de 100 à 400kg de folhas por ano. O combate é feito aplicando por cima ou no interior o inseticida indicado na Tabela 11.

Tabela 11: Inseticida para controle de sauvas.

Principio ativo Produto comercial Dosagem/ha

Dodecacloro Mirex 450 GR 10g/m² de

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formigueiro Fonte: CEPLAC/CEPEC, (citado por GRAMACHO, 1992) 7. Colheita

A colheita de cacau deve ser feita somente de frutos maduros. Com o amadurecimento dá-se uma contração de polpa e as sementes ficam quase livres, presas ao cordão central; desse modo, ao receber pancadas manuais, o fruto emite um som característico.

Segundo GRAMACHO (1992), ao se processar a colheita, com podões bem afiados, presos na extremidade de uma vara, o operador deve observar os seguintes pontos:

- que o fruto esteja maduro; - que o corte do pendúculo seja nítido e feito de modo a deixar sua base intacta, pois a mesma é ponto de origem de futuras flores; - que se evite ferir as almofadas florais; - que os frutos ao alcance das mãos sejam cortados com instrumentos apropriados e nunca por simples torção dos pedúnculos. A colheita de frutos verdes e verdolengos, em mistura com maduros e passados, dá como conseqüência um produto de fermentação desigual,

de mau aspecto e de cotação baixa no mercado. Por ocasião da retirada das amêndoas recomenda-se separá-las segundo o estado de maturação do respectivo fruto (GRAMACHO, 1992).

Uma vez derrubado, os frutos são amontoados em locais previamente escolhidos do cacaual. A seguir, procede-se à extração das amêndoas, cortando-se os frutos com um facão apropriado. As amêndoas são então amontoadas ou postas diretamente em caixas para o seu transporte.

O cacaueiro dá duas colheitas principais: a chamada "temporão" que vai de março a julho, e a da "safra" entre setembro e novembro. Fora dessas épocas ele produz frutos isolados cuja colheita recebe o nome de "catagem". O cacaual começa a produzir no terceiro ano após o plantio, porém, somente entra no regime de franca produção a partir do quinto ano (GRAMACHO, 1992). 8. Beneficiamento

O beneficiamento consta essencialmente de duas operações: - Fermentação - Seca

8.1 Fermentação

A fermentação tem por fim, a eliminação da polpa e melhoria das qualidades organolépticas do cacau. Para esse fim são construídos cochos, de

capacidade variável, convenientemente abrigado do vento, das chuvas e das variações bruscas de temperatura. Uma vez cheios, são os cochos cobertos por folhas de bananeiras ou sacos de aniagem para se evitar a queda de temperatura. Em virtude da presença de açúcar em sua composição, a polpa entra num processo de fermentação alcoólica com conseqüente elevação de temperatura.

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Visando à homogeneização das condições de temperatura e fermentação, as amêndoas de cada cocho devem ser revolvidas uma vez ao dia enquanto durar o processo. A polpa fermentada se transforma em líquido que se escoa através das fendas e de orifícios próprios do cocho. No final de seis ou sete dias completa-se a fermentação, o que se reconhece pela cor escura das sementes. 8.2 Seca

A seca geralmente é feita utilizando-se o calor natural, recorrendo-se às chamadas "barcaças" ou aos "balcões". Constam de construções de

madeira com bandejas fixas e teto móvel no primeiro caso e bandejas móveis e teto fixo, no segundo caso. Para acelerar e uniformizar a seca, que dura de 6 a 8 dias, as amêndoas devem ser revolvidas constantemente (GRAMACHO, 1992).

Nas regiões em que a colheita coincide com época chuvosa, a seca pode ser feita recorrendo-se a estufas especiais ou secadores a lenha, nestes casos, todavia, devem-se evitar as temperaturas altas que podem torrar o produto com prejuízo de suas qualidades. Em alguns países costuma-se submeter o produto a uma lavagem antes de se processar a seca, visando com isso suprimir qualquer resíduo da polpa e desse modo melhorar sua apresentação. Mas, para se alcançar bons resultados, a lavagem deve ser rápida e enérgica, o que somente se consegue em máquinas adequadas, dotadas de centrifugas.

Como complemento do beneficiamento, em algumas zonas, se pratica o polimento das amêndoas, bem como a catação das impurezas resultantes da fermentação, visando assim obter um produto de melhor qualidade.

Convenientemente beneficiadas, as amêndoas são conservadas a granel ou em sacos, em depósitos, secos e ventilados, para se evitar a deterioração do produto. 9. Cultura de sombreamento provisório 9.1 Banana

9.1.1 Cultivar utilizada

A cultivar a ser utilizada será a Prata conhecida também como Prata-comum ou Pratinha que possui porte alto (4 a 6 m). Os cachos pesam de 9 a 12 Kg e possuem, em média, 7,5 pencas. Os frutos pesam em torno de 100 gramas e apresentam sabor agridoce agradável. 9.1.2 Aquisição de mudas

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As mudas serão adquiridas da empresa CAMPO, que é credenciada para produção de mudas de banana juntamente à EMBRAPA Mandioca e Fruticultura, localizada em Cruz das Almas-BA. 9.2 Abertura de covas

As covas podem ser abertas nas dimensões de 30x30x30 cm ou 40x40x40 cm de acordo com o tamanho da muda. Segundo BELALCÁZAR et al. (1991), as covas de 30x30x30 cm e de 40x40x40 cm são adequadas para muda cujos pesos oscilem entre 0,5 Kg

e 1,0 Kg e 1,0 Kg e 1,5 Kg, respectivamente. As covas serão abertas em um espaçamento de 3 m entre plantas e 3 m entre linhas dando assim uma população de 1.111 plantas por hectare aonde serão adquiridas 24.460 mudas já incluindo os 10% necessários para o replantio.

9.3 Adubação das covas

A adubação de plantio, será realizada utilizando 560 g/planta/ano de uréia sendo dividida em 5 aplicações uma de 160 g/cova no plantio, as

demais de 100 g/cova em cobertura, sendo a primeira aos 30 dias e as outras de 45 a 45 dias, adubação de fósforo (P), será de 250 g /cova/ano de supertriplo, sendo que aplicação deve ser toda de uma vez por ser um elemento com pouca mobilidade no solo e alto poder de fixação, aumentando assim sua eficiência de absorção.

A adubação de potássio (K) será feita em 3 vezes sendo a primeira de 300 g/planta de cloreto de potássio 3 meses após o plantio, a segunda de 300 g/planta após 3 meses e a ultima de 400 g/planta. 9.4 Adubação de cobertura

Para adubação de cobertura será feita um aplicação de 50 g/planta de uréia, 20 g/planta de supertriplo e 150 g/planta de cloreto de potássio,

sendo feitas de 6 em 6 meses. 9.5 Tratos culturais

Os principais tratos culturais que devem ser executados são: capina controle, cultural, desbastes, desfolhas escoramento e corte do pseudocaule

após a colheita.

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9.6 Principais Pragas 9.6.1 Broca do rizoma (Cosmopolites sordidas)

Danos: As brocas causam sérios danos aos bananais, pois abrem galerias no rizoma, debilitando as plantas e tornando-as mais sujeitas ao tombamento e à penetração de microorganismos patogênicos. As plantas atacadas tornam-se raquíticas, com folhas amareladas que ocasionam a diminuição da produtividade e qualidade dos frutos. Controle: Seu controle começa antes do plantio, com a seleção e/ou tratamento das mudas. No pomar já instalado, recomenda-se o uso de iscas e/ou aplicação de inseticidas específicos. 9.6.2 Tripes da erupção do frutos (Frankliniella spp.) Danos: Esta praga provoca pontuações marrons e ásperas ao tato nos frutos em desenvolvimento. Essas puncturas reduzem seu valor comercial, mas não interferem na qualidade da polpa. Os danos são resultantes da oviposição dos insetos. Controle: O controle é difícil, pois os adultos ovipositam antes que o cacho seja encascado. Contudo, a aplicação de inseticidas ao solo, a despistilagem e a remoção a do coração podem reduzir a sua população (FRUTAS DO BRASIL, 2000). 9.6.3 Abelha irapuá (Trigona Spinipes) Danos: Os danos que causam aos frutos depreciam o valor comercial do produto. As abelhas irapuá cortam com as mandíbulas os tecidos vegetais, promovendo a secreção de substâncias resinosas. O ataque às flores e aos frutos jovens provoca o aparecimento de lesões geralmente ao longo das quinas, nos frutos em desenvolvimento (FRUTAS DO BRASIL, 2000). . Controle: Recomenda-se a destruição dos ninhos, como medida mais eficiente e a eliminação do coração após a formação do cacho também ajuda a diminuir os danos causados pela abelha irapuá. 9.7 Principais Doenças

Na região Norte, as principais doenças para a banana são:

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9.7.1 Mal-do-panamá (Fusarium oxisporium) Danos: Ocasiona o amarelamento das folhas, seguido de murchamento, seca e quebra, ficando pendentes como um guarda-chuva semifechado; internamente, os feixes vasculares ficam de coloração pardo-avermelhados. Controle: O controle é preventivo, por meio de variedades tolerantes, mudas sadias, controle rigoroso da nutrição da planta, controle sistemático de brocas e nematóides e manutenção dos solos bem drenados e ricos em matéria orgânica (MANICA, 1997). 9.7.2 Sigatoka amarela (Mycospharella musicola) Danos: É fortemente influenciada pelas condições climáticas, onde temperaturas acima de 23°, combinadas com umidades do ar maiores que 80% e pluviosidade elevada, são as condições ideais para o desenvolvimento da doença. Os sintomas principais são a ocorrência de necrose em forma de estrias, que vão se unindo até comprometer totalmente a folha. Conseqüentemente, ocasiona diminuição da produtividade e quantidade dos frutos (FRUTAS DO BRASIL, 2000). Controle: Seu controle é feito com pulverizações quinzenais de óleo mineral com fungicida sistêmico (proficonazol ou benomyl). 9.8 Colheita e Rendimento

A colheita ocorre do décimo ao décimo quarto mês após o plantio. O rendimento da banana prata esperado é de 8-10 (t/ha/ciclo).

10. Estudo de caso 10.1. Espaçamento utilizado

O espaçamento a ser utilizado neste projeto será o de esquema de plantio para áreas mecanizáveis, com cacaueiros plantados nas linhas das

bananeiras para facilitar o trânsito do trator, aonde terá 3 metros entre linhas e plantas de cacau e 3 metros entre linhas e plantas de bananas sendo o espaçamento entre uma planta de banana e uma de cacau de 1,5 metros de acordo com a figura 2. 10.3. Calagem e Adubação da área

10.3.1. Calagem para toda área

A calagem será feita de acordo com a analise de solo da Tabela 12, aplicando-se por toda área a lanço, caso seja necessário poderá ser feito também uma calagem direta nas covas mesmo tendo feito em toda área.

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Tabela 12 – Analise química da área.

Analise química

Nutriente Unidade Disponível pH (CaCl2) 4,1

H+Al cmolc/dm³ 4,0 Al+3 cmolc/dm³ 0,8 Ca cmolc/dm³ 0,6 Mg cmolc/dm³ 0,4 K cmolc/dm³ 0,05

P melich mg/dm³ 3,0 P resina mg/dm³ 5,0

S mg/dm³ 6,6 MO g/Kg 50,0 CTC cmocl/dm³ 5,05

V % 20,75 Argila g/Kg 450,0

10.3.2 Adubação de correção da área

Será feito uma fosfatagem com 200 Kg/ha de P2O5 segundo MARTINHÃO e LOBATO, 2002. 10.3.3. Adubação das Covas

As covas serão de 40x40x40 cm a adubação será feita utilizando a formulação 10-31-21 em um porção de 120g por cova sendo que após o plantio será feito uma adubação de cobertura de 20 g por planta de Uréia, aos 6 meses do plantio, aos 18 meses de 40 g por planta e aos 30 meses 60 g por planta. 10.3.4 Adubação de cobertura do cacau

Na adubação de cobertura será utilizado a mesma formulação para o plantio na quantidade de 80 g/planta a cada 6 meses.

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10.4. Controle de plantas daninhas

Por ser o plantio todo em linha aonde ficará um espaço de 3 metros entre linhas para o controle de plantas daninhas serão feitas roçagens

utilizando uma roçadeira e um trator de 80cv aonde serão destinadas 10 horas máquinas para essa prática, o controle com herbicidas serão utilizadas quando necessário 10 homens para realizar o trabalho em no maximo 3 dias utilizando os seguintes herbicidas:Paraquat (Gramaoxone) utililizando uma dosagem de 0,2 Kg i.a/hectare controlando gramíneas e folhas largas anuais e perenes e o Glifosato (Roundoup) em uma dosagem de 0,96 Kg i.a./hectare controlando gramíneas e folhas largas. 10.5. Podas do cacaueiro

Para efetuar essa prática serão necessários 10 homens para fazer a poda de formação aonde se estima que serão gastos 7 dias homens para

execução da prática. 10.6. Controle de doenças do cacaueiro

Tabela 13 – Controle de Doenças do cacaueiro. Doenças Controle Produto e dosagem

Vassoura de Bruxa Podas fitossanitárias e pulverização

Oxido cuproso – 3g por planta

Podridão parda Químico Recop 6.0g por planta

Podridão de Momiliophtora Tratos culturais ---------

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10.7. Controle de pragas do cacaueiro

Na cultura do cacaueiro encontramos pragas temporárias e pragas permanentes, necessitando de controle em diferentes épocas do ano.

10.7.1 Pragas Temporárias

O controle das pragas temporárias são aqueles que constam na Tabela 14. Tabela 14 – Controle de pragas temporárias.

Praga Controle Inseticida e dosagem Tripes Químico Servin 50 P 16Kg/ha.

Chupança Químico Thiodan 35 CE 800ml/ha

Vaquinhas Químico Malatol 50 CE 600ml/ha.

Lagarta enrrola folha Químico Servin 75p 16Kg/ha.

Broca do tronco Químico Decis 25 CE 250ml/ha 10.7.2. Pragas permanentes Tabela 15 – Controle de pragas permanentes.

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Pragas Controle Inseticida e dosagem Saúvas Químico Mirex 450 Gr 10gm2

Formiga de enxerto Químico Thiodam 20 P

Formiga caçarema Químico Lebaycid 50 P

Formiga pixixica Químico Malatol 20 P 10.8 Colheita do cacau

A colheita será toda manual com a utilização de podões para o corte do fruto e retirada da casca, terá também um trator com carreta para

retirada do produto da lavoura para os galpões e cochos de fermentação serão contratados 200 homens para esta prática. 10.9 Seca

A secagem das amêndoas será feita em dois secadores Plataforma Cepec funcionando a lenha com uma plataforma cada de 2x10 com área de

secagem de 20 m² e capacidade de 5.000 quilos de cacau fermentado e lavado, obtendo no final 2.500 quilos de cacau seco, o equivalente a 166 arrobas. 10.10 Fermentação

Para a fermentação serão utilizados 2 cochos de alvenaria com drenos para o escoamento do mel distantes 15 cm um do outro para permitir

uma melhor aeração, medindo 1 m de altura, 10 m de comprimento e 5 de largura. 10.11 Colheita da banana

A colheita da banana é toda manual com auxílio de podões para corte dos cachos e terá a utilização de um trator para a retirada dos cachos da

lavoura e levar para os galpões. Toda a produção será comercializada em centros comerciais das cidades vizinhas. 11. Conclusão

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A produção de cacau consorciado com banana para o Município de Tucumã-PA, utilizando as técnicas de implantação analisadas neste estudo, pode-se afirmar que possui viabilidade técnica.

Deste modo devemos ressaltar que apesar da viabilidade técnica é de grande importância que o produtor faça vistorias diárias no pomar, principalmente fazendo o controle da vassoura de bruxa uma das doenças mais importantes do cacaueiro. Também se pode recomendar um grande cuidado com as adubações e com a boa condução do bananal até o 5º ano mantendo-o na mesma linha do cacaual de maneira que facilite a entrada de máquinas.

12. Referências Bibliográficas

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ALVIM P. de T Relações entre fatores climáticos de produção do cacaueiro. Ilhéus, BA, Brasil, CEPLAC/CEPEC. 1987, 8p.

BELALCÁZAR, C.S.L.; TORO, M.J.C.; JARAMILLO, C.R. El cultivo del plantano (Musa AAB Simmonds) en el tropico. Cali , Colombia: ICA/IDRC/Comité Departamental de Cafeteros del Quindío/INIBAP. 1991, 376p.

GRAMACHO, I. C. P. et al. Cultivo e beneficiamento do cacau na Bahia. Itabuna, BA, Brasil. 1992, 124p.

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MANICA, I. Fruticultura Tropical 4 BANANA. Porto Alegre Cinco Continentes. 1997, 485p.

MARTINHÃO, D.G.S.; LOBATO, E. Cerrado correção do solo e adubação. EMBRAPA, Planaltina, DF. 2002, 73p.

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SANTANA, C.J.L.; et al. Utilização de resíduos orgânicos na adubação do cacaueiro. Manual do Extencionista CEPEC/DEPEX. Ilhéus, BA, Brasil. 1988, 8p.

ACESSADO EM: 22 de mar. de 2005. http://www.orlandocruz.com.br/praga.html

ACESSADO EM: 22 de mar. de 2005. http://www.orlandocruz.com.br/bruxa.html

ACESSADO EM: 15 de mar. de 2005. http://www.ruralnet.com.br/estimulantes/cacau.asp

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