boletim osmsp 5 janeiro 2010

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BOLETIM DO PROJETO MEMÓRIA OSMSP “Nullum consilium est, quod mutare non potest” (Cícero) Publicação Mensal - São Paulo - Janeiro de 2010 - Nº 5 - Ano II Acervo Instituto de Humanidades Participantes do Projeto Memória em Ato, no Sindicato dos Jornalistas, em 14/01/2010. (da esq. para dir., 1ª fila: Elias, Carmen, Paula e Gracia) P articipamos do Ato em apoio ao Programa Nacional dos Direitos Humanos 3, lançado pelo governo federal em 21 de dezembro de 2009. Aconteceu em 14/01/2010 no Sindicato dos Jornalistas e foi precedido pela entrega de carta ao presidente da República, na manhã do mesmo dia, no escritório da presidência da República em São Paulo. Para conhecer e assinar o manifesto acesse: http://www.mst. org.br/. Assine também o manifesto contra a anistia dos torturadores na página: http://www. ajd.org.br/contraanistia_port.php A carta do nosso companheiro Oscar Álio, da Zona Sul, obrigou o Conselho de Redação do Boletim a se reunir e levar em conta as considerações que ele fez. Realmente, este Boletim precisa ser uma publicação mais séria, deve refletir o pensamento da OSM, um dos movimentos mais signifi- cativos do sindicalismo brasileiro. Essa seriedade começa na frase que escolhemos para o Boletim deste mês. Não é de Millôr Fernandes nem do Barão de Itararé. É de Cícero, Senador e grande orador do Império Romano. Não con- fundam com o Cícero do Crato, não tem nada a ver. Não sabemos o que quer dizer, achamos bonita e colocamos aí em cima. Se você quer saber o significado, fale com o padre da sua paróquia. Não vá per- guntar para algum advogado; eles não sabem nem o português, você acha que vão saber latim? NOTÍCIAS A escavação de documentos que está sendo feita pelo Departamento de Arqueologia do Projeto Memória tem trazido à luz questões importantes para serem discutidas. E não são questões que a poeira do Tempo deixou para trás. São temas da atualidade, que não só os “dinossauros” da OSM precisam discutir, mas também a juventude operária e trabalhadora deste nosso Brasil varonil. Não vamos colocar todas elas aqui, o Boletim ficaria muito “gordo”. Lá vão algumas: 1ª) De onde vem a arrogância da OSM, o sentimento de que eles eram os bons, os que se achavam os donos da verdade ? Seria uma característica da esquerda essa visão baluartista de tudo o que pensam e fazem ? 2ª) Isso não foi um motivo para eles se fecharem em si mesmos e recusarem alianças que poderiam derrotar os pelegos ? 3ª) Como as novas gerações de trabalhadores podem se apropriar das experiências da OSM, desenvolvê- las dentro das novas realidades de hoje e criar formas originais de luta e enfrentamento para acabar com a miséria política, moral e cultural em que vivemos atualmente? Há muitas coisas mais. Da mesma forma que o fóssil de uma mandíbula permite ao arqueólogo reconstituir um “Tiranossauro Rex” de 800 toneladas, alguns documentos da OSM vão possibilitar a reconstituição da história de um bando de malucos que foram capazes de resgatar e colocar em prática valores fundamentais da luta dos oprimidos contra os opressores. Valores cujas origens vêm de muito longe. De Spartacus, na Roma Imperial, das lutas campone- sas na Idade Média, dos “sans-culottes”, da Comu- na de Paris, de Zumbi de Palmares, dos sovietes, das Comissões de Fábrica e milhares de outros ex- emplos. Vamos dar continuidade a essa luta? Com a palavra a Juventude! DO DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA ATO EM APOIO AO PNDH3 EM SÃO PAULO PROJETO MEMÓRIA / Sebastião Lopes Neto

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NOTÍCIAS emplos. Vamos dar continuidade a essa luta? Com a palavra a Juventude! 2ª) Isso não foi um motivo para eles se fecharem em si mesmos e recusarem alianças que poderiam derrotar os pelegos ? 1ª) De onde vem a arrogância da OSM, o sentimento de que eles eram os bons, os que se achavam os donos da verdade ? Seria uma característica da esquerda essa visão baluartista de tudo o que pensam e fazem ? Publicação Mensal - São Paulo - Janeiro de 2010 - Nº 5 - Ano II P rojeto

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Page 1: Boletim OSMSP 5 janeiro 2010

Boletim do Projeto memória oSmSP“Nullum consilium est, quod mutare non potest” (Cícero)

Publicação Mensal - São Paulo - Janeiro de 2010 - Nº 5 - Ano II

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Participantes do Projeto Memória em Ato, no Sindicato dos Jornalistas, em 14/01/2010. (da esq. para dir., 1ª fila: Elias, Carmen, Paula e Gracia)

Participamos do Ato em apoio ao Programa Nacional dos Direitos Humanos 3, lançado

pelo governo federal em 21 de dezembro de 2009. Aconteceu em 14/01/2010 no Sindicato dos Jornalistas e foi precedido pela entrega de carta ao presidente da República, na manhã do mesmo dia, no escritório da presidência da República em São Paulo. Para conhecer e assinar o manifesto acesse: http://www.mst.org.br/. Assine também o manifesto contra a anistia dos torturadores na página: http://www.ajd.org.br/contraanistia_port.php

A carta do nosso companheiro Oscar Álio, da Zona Sul, obrigou o Conselho de Redação do Boletim a se reunir e levar em conta as considerações que ele fez.Realmente, este Boletim precisa ser uma publicação mais séria,

deve refletir o pensamento da OSM, um dos movimentos mais signifi-cativos do sindicalismo brasileiro. Essa seriedade começa na frase que escolhemos para o Boletim deste mês. Não é de Millôr Fernandes nem do Barão de Itararé. É de Cícero, Senador e grande orador do Império Romano. Não con-fundam com o Cícero do Crato, não tem nada a ver.Não sabemos o que quer dizer, achamos bonita e colocamos aí em cima. Se você quer saber o significado, fale com o padre da sua paróquia. Não vá per-guntar para algum advogado; eles não sabem nem o português, você acha que vão saber latim?

NOTÍCIAS

A escavação de documentos que está sendo feita pelo Departamento de Arqueologia do Projeto

Memória tem trazido à luz questões importantes para serem discutidas.E não são questões que a poeira do Tempo deixou para trás. São temas da atualidade, que não só os “dinossauros” da OSM precisam discutir, mas também a juventude operária e trabalhadora deste nosso Brasil varonil. Não vamos colocar todas elas aqui, o Boletim ficaria muito “gordo”. Lá vão algumas:

1ª) De onde vem a arrogância da OSM, o sentimento de que eles eram os bons, os que se achavam os donos da verdade ? Seria uma característica da esquerda essa visão baluartista de tudo o que pensam e fazem ?

2ª) Isso não foi um motivo para eles se fecharem em si mesmos e recusarem alianças que poderiam derrotar os pelegos ?

3ª) Como as novas gerações de trabalhadores podem se apropriar das experiências da OSM, desenvolvê-las dentro das novas realidades de hoje e criar formas originais de luta e enfrentamento para acabar com a miséria política, moral e cultural em que vivemos atualmente?Há muitas coisas mais. Da mesma forma que o fóssil de uma mandíbula permite ao arqueólogo reconstituir um “Tiranossauro Rex” de 800 toneladas, alguns documentos da OSM vão possibilitar a reconstituição da história de um bando de malucos que foram capazes de resgatar e colocar em prática valores fundamentais da luta dos oprimidos contra os opressores.Valores cujas origens vêm de muito longe. De Spartacus, na Roma Imperial, das lutas campone-sas na Idade Média, dos “sans-culottes”, da Comu-na de Paris, de Zumbi de Palmares, dos sovietes, das Comissões de Fábrica e milhares de outros ex-emplos. Vamos dar continuidade a essa luta? Com a palavra a Juventude!

DO DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA

ATO EM APOIO AO PNDH3 EM SÃO PAULO

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Page 2: Boletim OSMSP 5 janeiro 2010

As charges trazidas neste quadro remontam em parte o que foi a Greve dos

metalúrgicos da Scopus em 1987. Deflagrada por um abaixo-assinado com 475 assinaturas dentre os 700 funcionários, reivindicando retorno da Comissão de Fábrica, aumento de 30% e participação igualitária nos lucros da empresa, divulgado na imprensa oficial, a greve iniciou em 30 de janeiro de 1987 e durou dez dias. Dez dias de luta árdua que levantou mais uma vez a bandeira dos trabalhadores por melhores condições de trabalho, aumento salarial e representatividade perante aos patrões. A greve termina com 19 demissões consumadas, dentre as quais as de alguns companheiros do MOSMSP, e desconto salarial

CARTAS DO LEITOR

Nossa leitora Eva Gina Valente escreve para contestar a opinião do companheiro Oscar

Álio. Este Boletim tem tido uma acolhida calorosa do público feminino, o que deixa o Editor-chefe extremamente envaidecido.

Diz a Eva: “Companheiro Oscar, entendo sua preocupação, mas acho que você não entendeu o espírito do Boletim. Ele é muito sério, cara. O problema é que vocês homens (e com um nome como o seu!) não têm a sensibilidade nem a perspicácia das mulheres para captar as coisas profundas que o Boletim vem revelando desde seu primeiro número.Lamento”.

Charge-Nostalgia

GREVE SCOPUS – CAÍ O MITO DO CAPITALISMO DEMOCRÁTICO

de 230 participantes do movimento. A Scopus, tida na época como uma empresa “capitalista de esquerda”, por distribuir 30% do lucro líquido entre os empregados, é claro que de forma desigual, demonstrou a incapacidade de negociação e o seu real princípio básico: O LUCRO E A MANUTENÇÃO DO SEU PODER PERANTE OS TRABALHADORES.

Charge de Bira Dantas, divulgada no boletim do MOSMSP - Olho Vivo, s/ data

Charge de Bira Dantas, divulgada no boletim da CUT Regional Grande São Paulo em 02/02/1987.

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CARTA DE APOIO AO PROJETO MEMÓRIA - “AÇÃO ENTRE AMIGOS”

Companheira CeCília Guaraná, presidente do iiep;Companheir@s do projeto memória da osmsp;

Comunico com orgulho e satisfação a decisão de abrir mão do prêmio (um carro Fiat Uno) da Ação entre Amigos promovida por vocês na Campanha financeira para ressarcir despesas do

Projeto Memória.Não poderia tomar outra atitude, conhecendo a trajetória do IIEP na luta pela educação dos trabalhadores como um direito , o esforço de constituir um núcleo de pesquisas de políticas públicas de educação e trabalho.

Mais recentemente temos acompanhado as atividades do IIEP relativas ao impacto da Nanotecnologia sobre o emprego, as condições de trabalho e a saúde dos trabalhadores. Uma das prioridades do nosso mandato é a JUVENTUDE TRABALHADORA. Que escola pública teremos para garantir a formação dos filhos das classes trabalhadoras , dos jovens trabalhadores de hoje que lutam com enormes dificuldades para concluir os estudos e se inserir em empregos qualificados ? Temos acompanhado a discussão proposta por vocês sobre essa nova onda tecnológica e a necessidade dos trabalhadores e suas representações (sindicatos, Centrais) intervirem com domínio de causa no modelo de desenvolvimento necessário para garantir não só o crescimento econômico mas o desenvolvimento social e a o exercício da plena cidadania.

Não poderia ser outra a atitude de ser solidário a um trabalho de quem os acompanha há tantos anos, militando nas lutas contra a ditadura e hoje na batalha cotidiana contra o esquecimento para recuperar a história, não só das batalhas da Oposição Metalúrgica de SP., mas de todo um conjunto de iniciativas das classes trabalhadoras e do povo brasileiro pela sua emancipação. É um dever nosso para com as novas gerações e tem aqui o meu apoio, como de tantos outros.

Compramos dois números da rifa, solidariamente, o 13 e 12 (ganhei com o 12) que compõem o número de legenda pelo qual me elegi. Espero que o bom resultado da Campanha financeira dê condições para vocês concluirem com êxito a tarefa em que estão empenhados.

Bom trabalho.eudes Xavierdeputado Federal [email protected]

Reunião em que o companheiro Eudes fez a doação do prêmio da Ação entre Amigos para o Projeto Memória. da esq. para dir.: Elias, Neto, Eudes, Cecília Guaraná e Vanessa.

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ExpEdiEntE Projeto Memória OSM-SPwww.iiep.org.br/index1.htmlTel: (11) 3362-1513 / (11) 7110-2474

E-mail: [email protected]: Acervo Projeto Memória/Arquivo OSM-SPProjeto Gráfico: Cesar Habert Paciornik