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  • Psicologia Institucional

    Psico-Higiene e Psicologia Institucional

  • O psiclogo deve no pensar apenas em curar pacientes doentes, mas deve tambm desenvolver mtodos para promover a sade e atividades para a populao sadia.

    Tambm deve considerar no s um enfoque nos problemas individuais, mas tambm analisar os fenmenos sociais que provocam cada problema a ser resolvido.

    A psicologia institucional no s um campo de aplicao da psicologia: um campo de investigao.

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    necessrio investigar sempre o que est sendo feito na interveno, pois o centro de toda a psicologia (assim como da cincia em geral) sempre a prtica.

    Em psicologia, a prtica determina a teoria.

    "No h possibilidade de nenhuma tarefa profissional correta em psicologia se no , ao mesmo tempo, uma investigao do que est ocorrendo e do que est se fazendo. A prtica no uma derivao subalterna da cincia, mas sim seu ncleo ou centro vital". (Bleger, p.31)

  • O objeto de estudo e de interveno a instituio como um todo.Sua administrao, seus funcionrios, sua estrutura fsica, os professores, os alunos, os pais dos alunos, a comunidade e a sociedade em que a escola (instituio objeto de nossa pesquisa) est inserida.

    Todas estas caractersticas devem ser levadas em conta ao se fazer um diagnstico, planejar um mtodo de interveno e intervir.

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    A psicologia institucional seria uma juno entre a psicanlise e a psicologia social. Seu desenvolvimento, as fantasias inconscientes, as resistncias ao terapeuta e seus objetivos devem ser objeto de anlise.

    Os objetivos da instituio na contratao do psiclogo devem estar bem claros. O objetivo da escola ao contratar pode conter j a queixa, a questo que deve ser trabalhada durante a interveno (mas a contratao tambm pode ser apenas uma formalidade, uma obrigao a ser cumprida).

  • O psiclogo deve ainda conseguir compreender qual so os objetivos implcitos e contedos latentes que fazem parte da dinmica da instituio.

    Como todo e qualquer trabalho ou tarefa a ser efetuada, so necessrias informaes sobre o meio no qual se trabalhar. um conceito um tanto bvio, mas deve ser bem observado, pois um erro grande pode provocar grandes transtornos. Para realizar qualquer coisa, voc precisa saber como fazer, onde fazer e o que precisa ser feito.

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  • Dada uma instituio, o psiclogo centra sua ateno na atividade humana em que ela tem lugar e no efeito da mesma, para aqueles que nela desenvolvem dita atividade. Para isto, impe-se um mnimo de informao sobre a prpria instituio que, por exemplo, inclui:

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    a) finalidade ou objetivo da instituio;b) instalaes e procedimentos com os quais se satisfaz seu objetivo;c) situao geogrfica e relaes com a comunidade;d) relaes com outras instituies;e) origem e formao;f) evoluo, histria, crescimento, mudanas, flutuaes, suas tradies;g) organizao e normas que a regem;h) contingente humano que nela intervm: sua estratificao social e estratificao de tarefas;i) avaliao dos resultados de seu funcionamento; resultado para a instituio e para seus integrantes. Itens que a prpria instituio utiliza para isto." (Bleger, p.38)

  • O enquadramento particular da tarefa (que depende da tarefa) deve levar em conta dois princpios bsicos:a) toda tarefa deve ser empreendida e compreendida em funo da unidade e totalidade da instituio;b) o psiclogo deve considerar, muito particularmente, a diferena entre psicologia institucional e o trabalho psicolgico em uma instituio (a psicologia institucional leva em considerao a toda a instituio. (Bleger, p.39)

    Um ponto fundamental para o trabalho do psiclogo institucional que ele DIFICILMENTE far um bom trabalho se ele for submisso vontade da escola.

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    O psiclogo, se pretender uma anlise profunda e o mais completa possvel da instituio, deve ser contratado (como um consultor).

    Ele no deve ser um profissional empregado (pois assim estaria mais sujeito s ordens do empregador, sendo muito mais difcil apresentar qualquer reforma institucional. Sempre que algum trabalha para um chefe, dependendo da vontade do chefe para ser recompensado com promoes, aumentos de salrios, h um processo de sobrepor a vontade do chefe a prpria.

  • Impe-se assim um distanciamento entre o objeto de estudo e o psiclogo, o que benfico para o trabalho.Esta afirmao leva a uma questo que um grande entrave para o trabalho do psiclogo institucional: por que o psiclogo no pode se submeter vontade do chefe?

    Porque quem contrata o psiclogo, no caso de ele ser um empregado, no a instituio, a administrao. E seria de muito boa vontade que a administrao pagasse uma pessoa para esta falar mal das pessoas que lhe pagam o salrio. Improvvel.

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    Como no processo de anlise clnica tradicional, o paciente (no caso do presente trabalho a escola) quase sempre no tem conscincia do real problema da escola.

    O psiclogo institucional deve "transcender" os prprios objetivos da instituio (que via de regra so determinados por administradores) e reconhecer os sintomas dos problemas que so indicados na "queixa" da instituio.

  • necessria uma instituio madura o suficiente para compreender quais so os problemas reais vigentes, e para conseguir assimil-los. Bem como em processo de anlise, necessria uma certa maturidade para enfrentar as prprias resistncias.

    Uma outra possvel barreira para o trabalho do psiclogo, que por isso deve ficar bem clara logo no incio do trabalho, um possvel choque entre ticas e objetivos de trabalho diferentes. No adiantar tentar mudar aspectos de uma instituio se as pessoas que dela fazem parte no julgam teis as mudanas.

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    O psiclogo deve incentivar a mudana, mas esta deve estar de acordo com o possvel da instituio. Cabe ao psiclogo perceber quais so as mudanas necessrias e desejveis em cada instituio, e "assessorar o processo dinmico da referida instituio".

    Os objetivos do psiclogo no devem ser alterados (ele deve sempre tentar mudar o que est errado, at porque a nica tarefa para qual ele deve ser contratado), mas ele deve levar em conta, no enquadramento de sua tarefa, os objetivos da instituio.

  • Fica claro que em uma instituio em que haja uma distncia muito grande entre a sua vontade e a do psiclogo no um lugar onde possa ser efetuado um trabalho de psicologia institucional.

    Bleger afirma que o mtodo de trabalho na instituio se baseia na psico-higiene. A investigao o principal instrumento do psiclogo. Ela se d a partir do mtodo clnico, utilizando indagao operativa; esta indagao observa os acontecimentos que se do na instituio, compreendendo o relacionamento entre eles e sua integrao, visando uma ao e julgamentos mais efetivos por parte do psiclogo institucional.

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    Enquanto houver dependncia na instituio (em relao ao psiclogo) a tarefa do psiclogo no estar completo.

    O psiclogo deve ter como meta o aparecimento de uma meta-aprendizagem da escola, que possibilite que a escola se perceba, e que consiga ela mesma corrigir seus prprios problemas o mximo possvel, sem a presena do psiclogo.

    importante que no se crie um processo de dependncia na instituio

  • A tcnica de enquadramento sugerida por Bleger tem os seguintes itens:a) O psiclogo deve ter dissociao instrumental (ele deve estar algo distante do objeto de estudo);b) As relaes que dizem respeito s funes profissionais devem estar claras; quanto dias por semana, a independncia (desejada, mas nem sempre alcanada...) do psiclogo e outros detalhes operacionais devem estar bem claros to rpido quanto for possvel;c) necessrio o esclarecimento da tarefa (o quanto antes, pois gentil explicar s pessoas o que voc estar fazendo na escola);

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    d) este esclarecimento da tarefa deve ser realizado em todos os grupos nos quais o psiclogo for agir. Para agir no grupo, ser necessria a aprovao do trabalho pelo grupo, porque trabalhos aceitos por coero nunca produzem os resultados desejados; e) necessrio esclarecer como ser a informao dos resultados (para quem e o que informar);f) importante o segredo profissional. Os relatrios sobre o grupo s podem ser apresentados a algum depois da aprovao de todo o grupo;g) Deve-se limitar os contatos extra-profissionais e principalmente no transmitir informaes sobre a tarefa do psiclogo extra-profissionalmente;

  • h) Tentar no tomar partido por nenhum setor nem posio da instituio (embora eu considere a imparcialidade apenas uma meta inalcanvel);i) A funo do psiclogo deve ser meramente a de assessor ou consultor (no se deve assumir outras funes na escola, como diretoria);j) No assumir responsabilidades alheias;k) No formar superestruturas que desgostem ou se sobreponham com as autoridades ou lderes da instituio;l) No fomentar a dependncia psicolgica; deve-se tentar resolv-la;

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    m) Assumir a funo de um estudo dos problemas, no meramente uma aplicao de mtodos aprendidos;n) Ter como ndice de avaliao o grau de compreenso, independncia e melhoramento das relaes numa instituio;o) A operatividade da informao depende do grau de veracidade e do timing, e ainda, da quantificao. Deve-se fazer compreender as relaes em um grupo, para isso necessrio dar a informao certa na hora e quantidade certas.p) Reconhecer e investigar as resistncias ao trabalho do psiclogo;

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    q) Deve-se ter como meta uma instituio que seja capaz de explicitar e resolver os conflitos (sempre) existentes;r) No aceitar prazos fixos para o cumprimento da tarefa (o que pode ser um grande problema).

    A dinmica importante na medida que a instituio se reconhea como problemtica e procure instrumentos para resolver problemas.

  • No se espera de uma instituio que ela no tenha conflitos. A instituio composta por indivduos e a relao entre indivduos conflituosa por natureza.

    importante que haja algum grau de dinmica para que o psiclogo possa agir. Menor o grau de dinmica, maior o grau de ataque que o psiclogo sofre em seu enquadramento pessoal. Se no h um mnimo grau de dinmica o psiclogo deve desistir de uma possvel interveno.

    Seu papel no ser aceito e ser boicotado em seu trabalho.

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