josé bleger - enquadres clínicos diferenciados...teoria e técnica na entrevista e nos grupos...

71
Teoria e técnica na entrevista e nos grupos Ensino Superior Bureau Juridico Nesta obra! Bleger aborda! do ponto de vista teórico e técnico! dois temas fundamentais da psicologia. Sobre o primeiro! a entrevista psicológica! é feita uma apresentação de indicações práticas para sua realização! um ensaio de categorização e um estudo dos aspectos psicológicos da entrevista. Sobre os grupos! o segundotema! o autor estuda os grupos operativos no ensino! O problema do grupo nas instituições e como instituição e! finalmente! a administração das técnicas nos planos de prevenção ou! em outros termos! a estratégia com grupos. José Bleger TEMAS DE PSICOLOGIA Tradução RITA MARIA M. DE MORAES Revisão LUÍS LORENZO RIVERA CAPA Projeto gráfico Alexandre Marlins Fontes Kalia Harumi Terasaka Ilustração Rex Design Martins Fontes São Paulo 2003

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Teoria e técnica na entrevistae nos grupos

Ensino Superior Bureau Juridico

Nesta obra! Bleger aborda! do ponto

de vista teórico e técnico! dois temas

fundamentais da psicologia.

Sobre o primeiro! a entrevista

psicológica! é feita uma apresentação

de indicações práticas para sua

realização! um ensaio de

categorização e um estudo dos

aspectos psicológicos da entrevista.

Sobre os grupos! o segundotema! o

autor estuda os grupos operativos no

ensino! O problema do grupo nas

instituições e como instituição e!

finalmente! a administração das

técnicas nos planos de prevenção ou!

em outros termos! a estratégia com

grupos.

José BlegerTEMAS DEPSICOLOGIA

Tradução RITA MARIA M. DE MORAESRevisão LUÍS LORENZO RIVERA

CAPAProjeto gráfico Alexandre Marlins Fontes

Kalia Harumi TerasakaIlustração Rex Design

Martins FontesSão Paulo 2003

EnsinoSuperior8ureauJ~kl;cô°

Títulooriginal:

TEMAS

DEPSIC

OLOGÍA

(ENTREVISTAS

YGRUPOS)

Copyright

by©Ediciones

Nueva

VisiónSAlC

,Buenos

Aires,1979

Copyright

©1980,

LivrariaMarfins

FontesEditora

Ltda.,São

Paulo,para

apresente

edição.

1"edição

abrilde1980

7ªtiragem

abrilde1995

2ªedição

maio

de1998

3ªtiragemoutubro

de2003

Revisão

datradução

LuisLoremo

RiveraRevisão

gráficaRosângela

Ramos

daSilva

Produçãográfica

Geraldo

AlvesPaginaçãolFotolitos

Studio3Desenvolvimento

EditorialCapa

AlexandreMartins

FontesKatia

HarumiTerasaka

Aentrevista

psicológicaSeu

emprego

nodiagnóstico

enainvestigação

Ensaiodecategorização

daentrevista

49Grupos

operativosnoensino

59Ogrupo

comoinstituição

eogrupo

nasinstituições

101Adm

inistraçãodastécnicas

edosconhecim

entosdegrupo

123Dados

InternacionaisdeCatalogação

naPnblieação

(CIP)

(Câmara

Brasileira

doLivro,

8P,Brasil)

Bleger,

JoséTem

asdepsicologia:

entrevistaegrupos

IJoséBleger

;traduçãoRita

Maria

M.deMaraes

;revisãoLuis

LorenzoRivera.

-2i!ed.

-São

Paulo:Martins

Fontes,1998.

-(Psícologia

epedagogia)

Índicespara

catálogosistem

ático:1.Psicologia

150

Todososdireitos

destaedição

reservadosà

LivrariaMarfins

FontesEditora

Ltda.Rua

Conselheiro

Ramalho.

330/34001325-000

SãoPaulo

SPBrasil

Tel.(lI)

3241.3677Fax

(lI)3105.6867

e-mail:

[email protected]

.brhltp://w

ww.martinsfontes.com

.br

Aentrevista

psicológica

Seuemprego

nodiagnóstico

enainvestigação

Publicadopelo

Departam

entodePsicologia

daFaculdade

deFilosofia

eLetras.

Universidade

deBuenos

Aires,

1964.

Aentrevista

éum

instrumento

fundamental

domé-

todoclínico

eé,portanto,

umatécnica

deinvestigação

científicaem

psicologia.Comotécnica

temseus

pró-prios

procedimentos

ouregras

empíricas

comosquais

nãosóseamplia

eseverifica

comotambém

,aomesm

otempo,

seaplica

oconhecim

entocientífico.

Comove-

remos,essa

duplaface

datécnica

temespecial

gravita-ção

nocaso

daentrevista

porque,entre

outrasrazões,

identificaoufaz

coexistirnopsicólogo

asfunções

deinvestigador

edeprofissional,

jáque

atécnica

éopon-

todeinteração

entreaciência

easnecessidades

práti-cas;é

assimque

aentrevista

alcançaaaplicação

deco-

nhecimentos

científicose,ao

mesm

otempo,obtém

oupossibilita

levaravidadiária

doserhum

anoaoníveldo

conhecimento

edaelaboração

científica.Etudo

issoemumprocesso

ininterruptodeinteração.

Aentrevista

éum

instrumento

muito

difundidoe

devemosdelim

itaroseu

alcance,tantocom

ooenqua-

2Tem

asdepsicologiaAentrevistapsicológica

3

dramento

dapresente

exposição.Aentrevista

podeter

emseus

múltiplos

usosumagrande

variedadedeobje-

tivos,comonocaso

dojornalista,

chefedeempresa,di-

retordeescola,professor,juiz

etc.Aquinos

interessaa

entrevistapsicológica,

entendidacom

oaquela

naqual

sebuscamobjetivospsicológicos

(investigação,diagnós-tico,terapia,

etc.).Dessa

maneira,

nossoobjetivo

ficalimitado

aoestudo

daentrevista

psicológica,não

so-mente

paraassinalar

algumasdas

regraspráticas

quepossibilitam

seuemprego

eficazecorreto,

comotam-

bémpara

desenvolveremcerta

medida

oestudo

psico-lógico

daentrevistapsicológica.N

essesentido,boa

par-tedoque

sedesenvolverá

aquipode

serutilizado

ouaplicado

emtodo

tipodeentrevista,

porqueem

todaselas

intervêminevitavelm

entefatores

oudinam

ismos

psicológicos.Aentrevista

psicológica,dessa

maneira,

derivasua

denominação

exclusivamente

deseusobjeti-

vosoufinalidades,

talcomojáassinalei.

Naconsideração

daentrevistapsicológica

comotéc-

nica,incluímosdois

aspectos:uméodas

regrasouin-

dicaçõespráticas

desua

execução,eooutro

éapsico-

logiadaentrevista

psicológica,que

fundamenta

aspri-meiras.Em

outrosterm

os,incluím

osatécnica

eateo-

riadatécnica

daentrevista

psicológica.Circunscrita

dessamaneira,

aentrevista

psicológi-caéoinstrum

entofundam

entaldetrabalho

nãosom

en-tepara

opsicólogo,

comotambém

paraoutros

profis-sionais

(psiquiatra,assistentesocial,sociólogo,etc.).

Aentrevista

podeserdedois

tiposfundam

entais:aberta

efechada.N

asegunda

asperguntasjáestão

pre-vistas,assim

comoaordem

eamaneira

deform

ulá-Ias,eoentrevistador

nãopode

alterarnenhum

adestas

dis-posições.

Naentrevista

aberta,pelocontrário,

oentre-

vistadortem

amplaliberdade

paraasperguntas

oupara

suasintervenções,

permitindo-se

todaaflexibilidade

necessáriaemcada

casoparticular.A

entrevistafecha-

daé,na

realidade,umquestionário

quepassa

aterum

arelação

estreitacom

aentrevista,na

medida

emque

uma

manipulação

decertos

princípioseregras

facilitaepos-

sibilitaaaplicação

doquestionário.

Contudo,

aentrevista

abertanão

secaracteriza

es-sencialm

entepela

liberdadedecolocar

perguntas,por-

que,comoverem

osmaisadiante,o

fundamento

daen-

trevistapsicológica

nãoconsiste

emperguntar,nem

nopropósito

derecolher

dadosdahistória

doentrevistado.

Embora

osfundam

entossejam

apresentadosum

poucomaisadiante,devem

osdesdejá

sublinharque

aliberda-

dedoentrevistador,no

casodaentrevista

aberta,residenum

aflexibilidade

suficientepara

permitir,

namedida

dopossível,

queoentrevistado

configureocam

poda

entrevistasegundo

suaestrutura

psicológicaparticular,

ou-dito

deoutra

maneira

-que

ocam

podaentrevista

seconfigure,

omáxim

opossível,

pelasvariáveis

quedependem

dapersonalidade

doentrevistado.

Considerada

dessamaneira,

aentrevista

abertapossibilita

umainvestigação

maisampla

eprofunda

dapersonalidade

doentrevistado,

embora

aentrevista

fe-

4----------------Temas

depsicologia

chadaperm

itaumamelhor

comparação

sistemática

dedados,

alémdeoutras

vantagenspróprias

detodo

méto-

dopadronizado.Deoutro

pontodevista,

considerandoonúm

erode

participantes,distingue-se

aentrevista

emindividual

egrupal,

segundosejam

umoumais

osentrevistadores

e/ouosentrevistados.

Arealidade

éque,

emtodos

oscasos,

aentrevista

ésem

preum

fenômeno

grupal,jáque

mesm

ocom

aparticipação

deum

sóentrevistado

suarelação

comoentrevistador

deveser

consideradaem

funçãodapsicologia

edadinâm

icadegrupo.

Pode-sediferenciar

também

asentrevistas

segundoobeneficiário

doresultado;

assim,podem

osdistinguir:

a)aentrevista

queserealiza

embeneficio

doentrevistado

-que

éocaso

daconsulta

psicológicaoupsiquiátrica;

b)a

entrevistacujo

objetivoéapesquisa,

naqual

importam

osresultados

científicos;c)aentrevista

queserealiza

paraum

terceiro(um

ainstituição).

Cada

umadelas

im-

plicavariáveis

distintasaserem

levadasem

conta,jáque

modificam

ouatuam

sobreaatitude

doentrevistador

as-.

'SIm

comodoentrevistado,

esobre

ocam

pototal

daen-

trevista.Umadiferença

fundamental

éque,

excetuandooprim

eirotipo

deentrevista,

osdois

outrosrequerem

queoentrevistador

desperteinteresse

eparticipação,

que"motive"

oentrevistado.

Tantoométodo

clínicocom

oatécnica

daentrevis-

taprocedem

docam

podamedicina,

porémaprática

mé-

dicainclui

procedimentos

semelhantes

quesem

dúvidanão

devemser

confundidoscom

aentrevista

psicológi-ca,nem

superpostosaela.

Aconsulta

consistenasolicitação

daassistência

téc-nica

ouprofissional,

quepode

serprestada

ousatisfeita

deform

asdiversas,

umadas

quaispode

seraentrevis-

ta.Consulta

nãoésinônim

odeentrevista;

estaúltim

apenasum

dosprocedim

entosdeque

otécnico

oupro-

fissional,psicólogo

oumédico,

dispõepara

atendera

umaconsulta.Em

segundolugar,

aentrevista

nãoéumaanam

ne-se.Esta

implica

umacom

pilaçãodedados

preestabele-cidos,

detalamplitude

edetalhe,

queperm

itaobter

uma

síntesetanto

dasituação

presentecom

odahistória

deum

indivíduo,desua

doençaedesua

saúde.Embora

umaboa

anamnese

sefaça

combase

nautilização

cor-reta

dosprincípios

queregem

aentrevista,

estaúltim

aé,sem

dúvida,algo

muito

diferente.Naanam

neseapreo-

cupaçãoeafinalidade

residemnacom

pilaçãodeda-

dos,eopaciente

ficareduzido

aum

mediador

entresua

enfermidade,

suavida

eseus

dadospor

umlado,

eo

médico

poroutro.

Seopaciente

nãofornece

informa-

ções,elas

devemser"extraídas"

dele.Masalém

dosda-

dosque

omédico

previucom

onecessários,

todacontri-

buiçãodopaciente

éconsiderada

comoumaperturba-

_6Temas

depsicologia

çãodaanam

nese,freqüentem

entetolerada

porcorte-

sia,porémconsiderada

comosupérflua

oudesnecessá-

ria.Não

sãopoucas

asocasiões

emque

aanam

neseé

feitapor

razõesestatísticas

oupara

cumprir

obrigaçõesregulam

entaresdeumainstituição;

nessescasos

ficaem

mãos

depessoal

auxiliar.Diferentem

entedaconsulta

edaanam

nese,aentre-

vistapsicológica

objetivaoestudo

eautilização

docom

-portam

entototal

doindivíduo

emtodo

ocurso

darela-

çãoestabelecida

comotécnico,

duranteotempoem

queessa

relaçãodurar.

Naprática

médica

éextrem

amente

útillevarem

con-taeutilizar

osconhecim

entosdatécnica

daentrevista

etudo

oque

serefere

àrelação

interpessoal.Umaparte

dotempodeumaconsulta

deveserempregada

comoentre-

vistaeaoutra

paracom

pletaraindagação

ouosdados

necessáriospara

aanarnnese,

porémnão

existemrazões

paraque

elasetransform

eemum

"interrogatório".Aentrevista

psicológicaéumarelação,

comcarac-

terísticasparticulares,

queseestabelece

entreduas

oumais

pessoas.Oespecífico

ouparticular

dessarelação

resideem

queum

dosintegrantes

éum

técnicodapsi-

cologia,que

deveatuar

nessepapel,

eooutro

-ouos

outros-necessita

desua

intervençãotécnica.

Porém-

eisso

éum

pontofundam

ental-,otécnico

nãosóutili-

zaaentrevista

paraaplicar

seusconhecim

entospsico-

lógicosnoentrevistado,

comotambém

essaaplicação

seproduz

precisamente

atravésdeseu

própriocom

por-tamento

nodecorrer

daentrevista.

Aentrevista

psicoló-

gicaéentão

umarelação

entreduas

oumais

pessoasem

queestas

intervêmcom

otais.

Parasublinhar

oaspecto

fundamental

daentrevista

poder-se-iadizer,

deoutra

maneira,

queela

consisteem

umarelação

humana

naqual

umdos

integrantesdeve

procurarsaber

oque

estáacontecendo

edeve

atuarsegundo

esseconhecim

ento.A

realizaçãodos

objetivospossíveis

daentrevista

(inves-tigação,

diagnóstico,orientação,

etc.)depende

dessesa-

beredaatuação

deacordo

comesse

saber.Dessa

teoriadaentrevista

originam-se

algumasorien-

taçõespara

suarealização.

Aregra

básicajánão

consisteem

obterdados

completos

davida

totaldeumapessoa,

masem

obterdados

completos

deseu

comportam

entototal

nodecorrer

daentrevista.

Essecom

portamento

to-talinclui

oque

recolheremos

aplicandonossa

funçãode

escutar,porémtambém

nossafunção

devivenciar

eobser-

var,detalmaneira

queficam

incluídasastrês

áreasdo

comportam

entodoentrevistado.

Ateoria

daentrevista

foienorm

emente

influencia-dapor

conhecimentos

provenientesdapsicanálise,

daGestalt,da

topologiaedobehaviorism

o.Ainda

quenão

possamos

selecionarespecificam

enteacontribuição

decada

umdeles,

convémassinalar

sumariam

enteque

apsicanálise

influencioucom

oconhecim

entodadim

en-são

inconscientedocom

portamento,

datransferência

econtratransferência,

daresistência

erepressão,

dapro-

jeçãoeintrojeção,

etc.AGestaltreforçou

acom

preen-são

daentrevista

comoum

todonoqual

oentrevistador

éum

deseus

integrantes,considerando

ocom

portamen-

todeste

comoum

doselem

entosdatotalidade.

Atopo-

logialevou

adelinear

ereconhecer

ocam

popsicológico

esuas

leis,assim

comooenfoque

situaciona1.Obeha-

viorismoinfluenciou

comaimportância

daobservação

docom

portamento.

Tudoisso

conduziuàpossibilidade

derealizar

aentrevista

emcondições

metodológicas

mais

restritas,convertendo-a

eminstrum

entocientífico

noqual

a"arte

daentrevista"

foireduzidaem

funçãodeumasis-

tematização

dasvariáveis,

eéesta

sistematização

quepossibilita

ummaior

rigorem

suaaplicação

eem

seusresultados.

Pode-seensinar

eaprender

arealizar

entre-vistas

semque

setenha

dedepender

deum

domouvirtu-

deimponderáve1.

Oestudo

científicodaentrevista

(apes-

quisadoinstrum

ento)tem

reduzidosua

proporçãodearte

eincrem

entadosua

operacionalidadeeutilização

como

técnicacientífica.

Ainvestigação

científicadoinstrum

entotem

feitocom

queaentrevista

incorporealgum

asdas

exigênciasdométodo

experimental;

mastambém

fazcom

quea

entrevistapsicológica,

emgeral,

constituaum

procedi-mento

deobservação

emcondições

controladasou,pe-

lomenos,

emcondições

conhecidas.Dessa

maneira

a,entrevista

podeser

considerada,em

certamedida,

damesm

aform

aque

otubo

deensaio

paraoquím

ico,se-

gundoumacom

paraçãofeliz

deYoung.

Dessa

teoriadatécnica

daentrevista

(quecontinua-

remosdesenvolvendo)

dependemasregras

práticasou

empíricas;

estaéaúnica

formaracional

decom

preen-dê-Ias,

aprendê-Ias,aplicá-Ias

eenriquecê-Ias.

Oempenho

emdiferenciar

aentrevista

daanam

ne-seprovém

dointeresse

emconstituir

umcam

pocom

ca-racterísticas

definidas,ideais

paraainvestigação

daper-

sonalidade.Comonaanam

nese,temos,

naentrevista,

umcam

poconfigurado,

ecom

issoquerem

osdizer

queentre

osparticipantes

seestrutura

umarelação

daqual

dependetudo

quenela

acontece.Adiferença

básica,neste

sentido,entre

entrevistaequalquer

outrotipo

derelação

interpes-soal(com

oaanam

nese)éque

aregra

fundamental

daen-

trevistasob

esteaspecto

éprocurar

fazercom

queocam

-poseja

configuradoespecialm

ente(eem

seumaior

grau)pelas

variáveisque

dependemdoentrevistado.

Apesar

detodo

emergente

sersem

presituacional

ou,dito

emoutras

palavras,provir

deum

campo,

dize-mosque

naentrevista

talcam

poestá

determinado,

pre-dom

inantemente,

pelasmodalidades

dapersonalidade

doentrevistado.

Deoutra

forma,poder-se-ia

dizerque

oentrevistador

controlaaentrevista,

porémquem

adirige

éoentrevistado.

Arelação

entreambos

delimita

edeterm

inaocam

podaentrevista

etudo

oque

nelaacontece,

porém,oentrevistador

deveperm

itirque

ocam

podarelação

interpessoalseja

predominantem

enteestabelecido

econfigurado

peloentrevistado.

Todoserhum

anotem

suapersonalidade

sistemati-

zadaem

umasérie

depautas

ouem

umconjunto

oure-

pertóriodepossibilidades,

esão

estasque

esperamos

queatuem

ouseexteriorizem

duranteaentrevista.

As-

sim,pois,

aentrevista

funcionacom

oumasituação

emque

seobserva

partedavida

dopaciente,

quesedesen-

volveem

relaçãoanós

ediante

denós.

Nenhum

asituação

podeconseguir

aemergência

datotalidade

dorepertório

decondutas

deumapessoa

e,portanto,

nenhumaentrevista

podeesgotar

apersonali-

dadedopaciente,

massom

enteum

segmento

dela.Aen-

trevistanão

podesubstituir

nemexcluir

outrosprocedi-

mentos

deinvestigação

dapersonalidade,

porémeles

também

nãopodem

prescindirdaentrevista.

Demodo

es-pecífico,

aentrevista

nãopode

supriroconhecim

entoea

investigaçãodecaráter

muito

mais

extensoeprofundo

queseobtém

,por

exemplo,

emum

tratamento

psicanalíti-co,o

qual,nodecorrer

deum

tempoprolongado,

permite

aemergência

eamanifestação

dosnúcleos

esegm

entosmaisdiferentes

dapersonalidade.

Paraobter

ocam

poparticular

deentrevista

quedes-

crevi,devemoscontar

comum

enquadramento

rígido,queconsiste

emtransform

arum

conjuntodevariáveis

emconstantes.

Dentro

desteenquadram

ento,incluem

-senão

apenasaatitude

técnicaeopapel

doentrevistador

talcom

oassinalei,

comotambém

osobjetivos,

olugar

eo

tempo

daentrevista.

Oenquadram

entofunciona

como

umaespécie

depadronização

dasituação

estímulo

queoferecem

osaoentrevistador;

comisso

nãopretendem

osque

estasituação

deixedeatuar

comoestím

ulopara

ele,masque

deixedeoscilar

comovariável

paraoentrevista-

dor.Seoenquadram

entosemodifica

(porexem

plo,por-

queaentrevista

serealiza

emum

localdiferente),esta

mo-

dificaçãodeve

serconsiderada

comoumavariável

su-jeita

aobservação,

tantocom

ooéoentrevistado.

Cada

entrevistatem

umcontexto

definido(conjunto

decons-

tantesevariáveis)

emfunção

doqual

ocorremosemer-

gentes,que

sótêm

sentidoem

funçãodetalcontexto!.

Ocam

podaentrevista

também

nãoéfixo

esim

dinâ-mico,

oque

significaque

eleestá

sujeitoaumaperm

a-nente

mudança

eque

aobservação

sedeve

estenderdo

campoespecífico

existenteemcada

momento

àcontinui-

dadeesentido

destasmudanças.

Narealidade

poder-se-iadizer

queaobservação

dacontinuidade

edacontigüidade

dasmudanças

éoque

permite

completar

aobservação

einferir

aestrutura

eosentido

decada

campo;

responden-doaesta

modalidade

doprocesso

real,deve-se

dizerque

ocam

podaentrevista

cobreasua

totalidade,embora

"ca-da"

camponão

sejasenão

ummomento

dessecam

poto-

taledasua

dinâmica

(Gestaltung)2.Umasistem

atizaçãoque

permite

oestudo

detalhadodaentrevista

comocam

poconsiste

emcentrar

oestudo

sobre:a)oentrevistador,

incluindosua

atitude,sua

dis-sociação

instrumental,

contratransferência,identificação

etc.;b)oentrevistado,

incluindo-seaqui

transferência,estruturas

decom

portamento,

traçosdecaráter,

ansie-dades,

defesasetc.;

c)arelação

interpessoal,naqual

se

1.Contexto

ouenquadram

entoforam

estudadosemJ.Eleger,

"Psi-coaná1isis

deienquadre

psicoanalítico",emSimbiosis

eambigüedad,

Pai-dós,

Buenos

Aires,

1967.2.G

estaltung:processo

deform

açãodeGestalten.

incluiainteração

entreosparticipantes,

oprocesso

decom

unicação(projeção,

introjeção,identificação

etc.),oproblem

ada

ansiedade,etc.

Embora

nãopretenda

aprofundaraqui

cadaum

dosfenôm

enosassinalados,

porqueisso

abarcaria,em

grandeparte,

quasetoda

apsicologia

epsicopatologia,

estesaspectos

estãoincluí-

dosnas

consideraçõesque

seseguem

.

vidaatual

quemanterão,

entresi,relação

decom

plemen-

taçãooudecontradição.

Aslacunas,

dissociaçõesecontradições

queindi-

queilevam

algunspesquisadores

aconsiderar

aentre-

vistacom

oinstrum

entonão

muito

confiável.Sem

dúvi-da,nesses

casos,oinstrum

entonão

fazmais

querefletir

oque

correspondeacaracterísticas

doobjeto

deestudo.

Asdissociações

econtradições

queobservam

oscorres-

pondemadissociações

econtradições

daprópria

perso-nalidade

e,aorefleti-Ias,

aentrevista

permite-nos

tra-balhar

comelas;

seelas

serãotrabalhadas

ounão,

iráde-

penderdaintensidade

daangústia

quesepode

provocaredatolerância

doentrevistado

aessa

angústia.Igual-

mente,

osconflitos

trazidospelo

entrevistadopodem

nãoser

osconflitos

fundamentais,

assimcom

oasmotiva-

çõesque

alegasão,

geralmente,

racionalizações.Asimulação

perdeovalor

quetem

naanam

neseco-

mofator

deperturbação,

jáque

naentrevista

asimula-

çãodeve

serconsiderada

comoumaparte

dissociadada

personalidadeque

oentrevistado

nãoreconhece

total-mente

comosua.

Podeacontecer

queomesm

oentre-

vistadoroudiferentes

entrevistadoresrecolham

,em

mo-

mentos

diferentes,partes

distintaseainda

contraditóriasdamesm

apersonalidade.

Osdados

nãodevem

serava-

liadosem

funçãodecerto

ouerrado,

mascom

ograus

oufenôm

enosdedissociação

dapersonalidade.

Umasi-

tuaçãotípica,

eem

certamedida

inversaàque

comento,

éadoentrevistado

quetem

rigidamente

organizadasua

históriaeseu

esquemadevida

presente,com

omeio

de

Umadiferença

fundamental

entreentrevista

eanam

-nese,

noque

dizrespeito

àteoria

dapersonalidade

teoriadatécnica,

resideem

que,naanam

nese,trabalha-

secom

asuposição

deque

opaciente

conhecesua

vidaeestá

capacitado,portanto,

parafornecer

dadossobre

ela,enquanto

ahipótese

daentrevista

éque

cadaserhu-

mano

temorganizada

umahistória

desua

vidaeum

es-quem

adeseu

presente,edesta

históriaedeste

esquema

temos

dededuzir

oque

elenão

sabe.Em

segundolu-

gar,aquilo

quenão

nospode

darcom

oconhecim

entoexplícito,

noséoferecido

ouemerge

atravésdoseu

com-

portamento

não-verbal;eeste

últimopode

informarso-

bresua

históriaouseu

presenteem

grausmuito

variá-veis

decoincidência

oucontradição

comoque

expressademodo

verbaleconsciente.

Poroutro

ladoalém

disso,

,em

diferentesentrevistas,

oentrevistado

podeoferecer-

nosdiferentes

históriasoudiferentes

esquemas

desua

defesacontra

apenetração

doentrevistador

eaoseu

pró-prio

contatocom

áreasdeconflito

desua

situaçãoreal

edesua

personalidade;esse

tipodeentrevistado

repeteamesm

ahistória

estereotipadaem

diferentesentrevistas,

sejacom

omesm

ooucom

diferentesentrevistadores.

Quando

váriosintegrantes

deum

grupoouinstituição

(emfamília,

escola,fábrica,

etc.)são

entrevistados,essas

divergênciasecontradições

sãomuito

mais

freqüentese

notóriaseconstituem

dadosmuito

importantes

sobreco-

mocada

umdeseus

membros

organiza,numamesm

area-

lidade,um

campopsicológico

quelhe

éespecífico.

Ato-

talidadenos

dáum

índicefiel

docaráter

dogrupo

ouda

instituição,desuas

tensõesouconflitos,

tantocom

ode

suaorganização

particularedinâm

icapsicológica.

Detudo

oque

foiexposto,deduz-se

facilmente

quea

técnicaesua

teoriaestão

estreitamente

entrelaçadascom

ateoria

dapersonalidade

comaqual

setrabalha;

ograu

deinteração

queum

entrevistadorécapaz

deconseguir

entreelas

dáomodelo

desua

operacionalidadecom

oinvestiga-

dor.Aentrevista

nãoconsiste

em"aplicar"

instruções,mas

eminvestigar

apersonalidade

doentrevistado,

aomesm

otempoque

nossasteorias

einstrumentos

detrabalho.

Nasciências

danatureza,

segundooponto

devista

tradicional,aobservação

científicaéobjetiva,

nosenti-

dodeque

oobservador

registraoque

ocorre,osfenô-

menos

quesão

externoseindependentes

dele,com

abs-tração

ouexclusão

totaldesuas

impressões,

sensações,sentim

entosedetodo

estadosubjetivo;

umregistro

detaltipo

éoque

permite

averificação

doobservado

porterceiros

quepodem

reconstruirascondições

daobser-

vação.Não

interessa,agora,

discutiravalidade

desteesquem

aque

jásemostrou

estreitoeingênuo

também

paraasmesm

asciências

naturais.Interessa-m

e,em

com-

pensação,observar

quenaentrevista

oentrevistador

éparte

docam

po,quer

dizer,em

certamedida

condicionaosfenôm

enosque

elemesm

ovai

registrar.Coloca-se,

então,aquestão

davalidade

dosdados

assimobtidos.

Talsummum

deobjetividade

nainvestigação

nãose

cumpre

emnenhum

outrocam

pocientífico,

emenos

ain-daem

psicologia,naqual

oobjeto

deestudo

éohom

em.

Emcom

pensação,amáxim

aobjetividade

sópode

seralcançada

quandoseincorpora

osujeito

observadorco-

moumadas

variáveisdocam

po.Seoobservador

estácondicionando

ofenôm

enoque

observa,pode-se

objetarque,

nestecaso,

nãoestam

osestudando

ofenôm

enotalcom

oeleé,m

assim

emrela-

çãocom

anossa

presença,e,assim

,jánão

sefaz

uma

observaçãoem

condiçõesnaturais.

Aisso

sepode

responder,demodo

global,dizendo

queesse

tipodeobjeção

nãoéválido,

porquesebaseia

emumaquantidade

depressuposições

incorretas.Veja-

mosalgum

asdessas

pressuposições.

oque

sequer

dizercom

aexpressão

"observaçãoem

condiçõesnaturais"?

Certam

ente,refere-se

aumaobserva-

çãorealizada

nasmesm

ascondições

emque

sedáreal-

mente

ofenôm

eno.Asconsiderações

ontológicassuper-

põem-se

àsdetipo

gnosiológico;nas

primeiras

admite-se

aexistência

deum

mundo

objetivo,que

existepor

si,inde-pendentem

entedeque

oconheçam

osounão.

Jánas

se-gundas

somosnós

queconhecem

os,epor

issotemosde

nosincluir

necessariamente

noprocesso

doconhecim

ento,talcom

oocorre

narealidade.

Estasegunda

afirmação

nãoinvalida

denenhum

amaneira

aprim

eira,porqueambas

sereferem

acoisas

diferentes:uma,àexistência

dosfenôm

e-nos,e

outra,aoconhecim

entoque

delesseobtém

.Mas,

alémdisso,

ascondições

naturaisdaconduta

humana

sãoascondições

humanas

...Todaconduta

sedásem

prenum

contextodevínculos

erelações

huma-

nas,eaentrevista

nãoéumadistorção

daspretendidas

condiçõesnaturais

esim

ocontrário:

aentrevista

éa

situação"natural"

emque

sedáofenôm

enoque,

preci-sam

ente,nos

interessaestudar:

ofenôm

enopsicológi-

co.Desta

maneira

oenfoque

ontológicoegnosiológico

coincidemesão

amesm

acoisa.

Poder-se-áinsistir,

ainda,em

queaentrevista

nãotem

validadedeinstrum

entocientífico

porqueasmani-

festaçõesdo

objetoque

estudamos

dependem,nesse

caso,darelação

queseestabeleça

comoentrevistador,

eportanto

todososfenôm

enosque

aparecemestão

con-dicionados

poressa

relação.Esse

tipodeobjeção

derivadeumaconcepção

metafisica

domundo:

osupor

queca-

daobjeto

temqualidades

quedependem

desua

naturezainterna

própriaeque

determinadas

relaçõesmodificam

ousubvertem

essapureza

ontológicaouessas

qualida-des

naturais.Ocerto

éque

asqualidades

detodo

objetosão

sempre

relacionais;derivam

dascondições

erela-

çõesnas

quaisseacha

cadaobjeto

emcada

momento.

Cada

situaçãohum

anaésem

preoriginal

eúnica,

portantoaentrevista

também

oé,porém

issonão

regesom

enteosfenôm

enoshum

anoscom

otambém

osfe-

nômenos

danatureza:

coisaque

Heráclito

jásabia.

Essaoriginalidade

decada

acontecimento

nãoimpede

oes-

tabelecimento

deconstantes

gerais,quer

dizer,das

con-dições

queserepetem

commais

freqüência.Oindivi-

dualnão

excluiogeral,

nemapossibilidade

deintrodu-

ziraabstração

ecategorias

deanálise.

.I~s?

seopõ~

aum

.narcisismosubjacente

aocam

poc~ent1fIco

dapSIcologIa:

cadaser

humano

consideraa

SImesm

ocom

oum

serdistinto

eúnico,

resultadode

umadiferença

particular(de

Deus,

dodestino

oudana-

tureza).Oserhum

anodescobre

paulatinamente,

ecom

assombro,

quetem

asmesm

asvísceras

queseus

seme-

lhantes,assim

comodescobre

(ouresiste

adescobrir)

quesua

vidapessoal

setece

sobreum

fundocom

uma

todososseres

humanos.

Nocaso

daentrevista

issonão

.'

VIgora

apenaspara

onarcisism

odoentrevistado

como

também

paraodoentrevistador,

quetambém

deveas-

sumirasua

condiçãohum

anaenão

sesentir

acimado

entrevistadoouem

situaçãoprivilegiada

diantedele.

Eisso,

queéfácil

dizer,não

énada

fácilrealizar.

Umacerta

concepçãoaristocrática

oumonopolista

daciência

temfeito

suporque

ainvestigação

étarefa

deeleitos

queestão

acimaoualém

dosfatos

cotidianose

comuns.

Assim

,aentrevista

é,nesta

concepção,um

instrumento

ouumatécnica

da"prática"

comaqual

sepretende

diagnosticar,isto

é,aplicarconhecim

entoscien-

tíficosque,

emsimesm

os,são

provenientesdeoutras

fontes:ainvestigação

científica.Ocerto

éque

nãohápossibilidade

deumaentrevis-

tacorreta

efrutífera

senão

seincluir

ainvestigação.

Emoutros

termos,

aentrevista

éum

campo

detrabalho

noqual

seinvestiga

aconduta

eapersonalidade

deseres

humanos.

Queisto

serealize

ounão,

écoisa

quejánão

dependedoinstrum

ento,domesm

omodo

comonão

in-validam

osouduvidam

osdométodo

experimental

pelofato

deque

uminvestigador

possautilizar

olaboratório

semseater

àsexigências

dométodo

experimental.

Uma

utilizaçãocorreta

daentrevista

integranamesm

apes-

soaenomesm

oato

oprofissional

eopesquisador.

Achave

fundamental

daentrevista

estánainvestiga-

çãoque

serealiza

duranteoseu

transcurso.Asobser-

vaçõessão

sempre

registradasem

funçãodehipóteses

queoobservador

vaiemitindo.

Esclareçamos

melhor

oque

sequer

dizercom

isso.Afirm

a-se,geralm

entede

maneira

muito

formal,

queainvestigação

constadeeta-

pasnítidas

esucessivas

queseescalonam

,umaapós

aoutra,

naseguinte

ordem:prim

eirointervém

aobserva-

ção,depois

ahipótese

eposteriorm

enteaverificação.

Ocerto,

contudo,éque

aobservação

serealiza

sempre

emfunção

decertos

pressupostoseque,

quandoestes

sãoconscientes

eutilizados

comotais,

aobservação

seenriquece.

Assim

,aform

adeobservar

beméirform

u-lando

hipótesesenquanto

seobserva,

edurante

aentre-

vistaverificar

eretificarashipóteses

nomomento

mesm

oem

queocorrem

emfunção

dasobservações

subseqüen-tes,

quepor

suavez

seenriquecem

comashipóteses

prévias.Observar,

pensareimaginar

coincidemtotal-

mente

eform

amparte

deum

sóeúnico

processodialé-

tico.Quem

nãoutiliza

asua

fantasiapoderá

serumbom

verificadordedados,

porémnunca

uminvestigador.

Emtodas

asações

humanas,

deve-sepensar

sobreo

queseestá

fazendoe,quando

issoacontece

sistematica-

mente

emum

campo

detrabalho

definido,subm

etendo-seàverificação

oque

sepensou,

estásendo

realizadaumainvestigação.

Otrabalho

profissionaldopsicólogo,

dopsiquiatra

edomédico

somente

adquiresua

realen-

vergaduraetranscendência

quandonele

coincideainves-

tigaçãoeatarefa

profissional,porque

estassão

asuni-

dadesdeumapráxis

queresguarda

dadesum

anizaçãoa

tarefamais

humana:

compreender

eajudar

outrosseres

humanos.

Indagaçãoeatuação,

teoriaeprática,

devemser

manejadas

comomomentos

inseparáveis,form

an-doparte

deum

sóprocesso.

Com

freqüência,alega-se

faltadetempopara

realizarentrevistas

exaustivas(ou

corretas).Aconselho

reali-zar

bempelo

menos

umaentrevista,

periódicaeregular-

_2_0Temas

depsicologia

vista,oentrevistador

observacom

oeatravés

doque

oentrevistado

condiciona,sem

osaber,

efeitosdos

quaiselemesm

osequeixa

ouévítim

a.Interessam

particular-mente

osmomentos

demudança

nacom

unicaçãoeas

situaçõesetemasante

osquais

ocorrem,assim

como

asinibições,

interceptaçõesebloqueios.

Ruesch

estabeleceuumaclassificação

dapersona-

lidadebaseada

nossistem

aspredom

inantesque

cadaindivíduo

põeemjogo

nacom

unicação.Porém

,otipo

decom

unicaçãonão

éimportante

ape-nas

poroferecer

dadosdeobservação

diretaque,

inclu-sive,

podemserregistrados,

masporque

éofenôm

eno-chave

detoda

arelação

interpessoal,que,

porsua

vez,pode

sermanipulado

peloentrevistador

e,assim

,gra-

duarouorientar

aentrevista.

mente:

descobrir-se-á,rapidam

ente,com

oéútil

nãoter

tempoecom

oéfácilracionalizar

enegarasdificuldades.

Entrevistadoreentrevistado

formam

umgrupo,

ouseja,um

conjuntoouumatotalidade,

naqual

osintegran-

tesestão

inter-relacionadoseem

queaconduta

deambos

éinterdependente.

Diferencia-se

deoutros

grupospelo

fatodeque

umdeseus

integrantesassum

eum

papeles-

pecíficoetende

acum

prirdeterm

inadosobjetivos.

Ainterdependência

eainter-relação,

ocondicio-

namento

recíprocodesuas

respectivascondutas,

reali-zam

-seatravés

doprocesso

dacom

unicação,entenden-

do-sepor

issoofato

deque

aconduta

deum

(conscien-teounão)

atua(de

formaintencional

ounão)

como

estímulo

paraaconduta

dooutro,

quepor

suavez

rea-tua

comoestím

ulopara

asmanifestações

doprim

eiro.Nesse

processo,apalavra

temum

papeldeenorm

egra-

vitação,noentanto

também

acom

unicaçãopré-verbal

intervémativam

ente:atitudes,

timbre

etonalidade

afe-tiva

davoz

etc.Otipo

decom

unicaçãoque

seestabelece

éalta-

mente

significativodapersonalidade

doentrevistado,

especialmente

docaráter

desuas

relaçõesinterpessoais,

ouseja,

damodalidade

doseu

relacionamento

comseus

semelhantes.

Nesse

processoque

seproduz

naentre-

Narelação

queseestabelece

naentrevista,

deve-secontar

comdois

fenômenos

altamente

significativos:a

transferênciaeacontratransferência.

Aprim

eirarefere-se

àatualização,

naentrevista,

desentim

entos,atitudes

econ-

dutasinconscientes,

porparte

doentrevistado,

quecorres-

pondemamodelos

queeste

estabeleceunocurso

dode-

senvolvimento,

especialmente

narelação

interpessoalcom

seumeio

familiar.D

istingue-seatransferência

negativada

positiva,porém

ambas

coexistemsem

pre,embora

com

umpredom

íniorelativo,

estáveloualternante,

deumaso-

breaoutra.Integram

aparteirracional

ouinconsciente

daconduta

econstituem

aspectosnão

controladospelo

pa-ciente.

Umaoutra

noçãosimilar

acentua,natransferên-

cia,asatitudes

afetivasque

oentrevistado

vivenciaou

atualizaem

relaçãoaoentrevistador.

Aobservação

des-ses

fenômenos

coloca-nosem

contatocom

aspectosda

condutaedapersonalidade

doentrevistado

quenão

seincluem

entreoselem

entosque

elepode

referiroutrazer

voluntáriaouconscientem

ente,masque

acrescentamuma

dimensão

importante

aoconhecim

entodaestrutura

desua

personalidadeeaocaráter

deseus

conflitos.Natransferência

oentrevistado

atribuipapéis

aoen-

trevistadorecom

porta-seem

funçãodeles.

Emoutros

termos,

transferesituações

emodelos

paraumarealida-

depresente

edesconhecida,

etende

aconfigurá-Ia

co-mosituação

jáconhecida,

repetitiva.Com

atransferência

oentrevistado

forneceaspec-

tosirracionais

ouimaturos

desua

personalidade,seu

graudedependência,

suaonipotência

eseu

pensamen-

tomágico.

Éneles

queoentrevistador

poderádescobrir

aquiloque

oentrevistado

esperadele,

suafantasia

daentrevista,

suafantasia

deajuda,

ouseja,

oque

acreditaque

éser

ajudadoeestar

são,incluídas

asfantasias

pa-tológicas

decura,

quesão,

commuita

freqüência,aspi-

raçõesneuróticas.

Poder-se-áigualm

entedespistar

outrofator

importante,

queéodaresistência

àentrevista

ouodeser

ajudadooucurado,

eaintenção

desatisfazer

desejosfrustrados

dedependência

oudeproteção.

Nacontratransferência

incluem-se

todososfenô-

menos

queaparecem

noentrevistador

comoemergen-

tesdocam

popsicológico

queseconfigura

naentrevis-

ta:são

asrespostas

doentrevistador

àsmanifestações

doentrevistado,

oefeito

quetêm

sobreeles.

Dependem

emalto

graudahistória

pessoaldoentrevistador,

porém,

seelas

aparecemouseatualizam

emum

dadomomento

daentrevista

éporque

nessemomento

existemfatores

queagem

paraque

issoaconteça.

Durante

muito

tempo

foramconsiderados

comoelem

entosperturbadores

daentrevista,

porémprogressivam

entereconheceu-se

quesão

indefectíveiseiniludíveis

emseu

aparecimento,

eo

entrevistadordeve

também

registrá-Ioscom

oemergen-

tesdasituação

presenteedas

reaçõesque

oentrevista-

doprovoca.

Portanto,àobservação

naentrevista

acres-centa-se

também

aauto-observação.

Acontratransferência

nãoconstitui

umapercepção,

emsentido

rigorosooulimitado

doterm

o,massim

umindício

degrande

significaçãoevalor

paraorientar

oentrevistador

noestudo

querealiza.

Noentanto,

nãoé

defácil

manejo

erequer

umaboa

preparação,experiên-

ciaeum

altograu

deequilíbrio

mental,

paraque

possaserutilizada

comalgum

avalidade

eeficiência.

Transferênciaecontratransferência

sãofenôm

enosque

aparecemem

todarelação

interpessoale,por

issomesm

o,também

ocorremnaentrevista.

Adiferença

éque

naentrevista

devemserutilizados

comoinstrum

en-tos

técnicosdeobservação

ecom

preensão.Ainteração

transferência-contratransferênciapode

também

serestu-

25Aentrevista

psicológica~

dadacom

oumaatribuição

depapéis

porparte

doentre-

vistadoeumapercepção

delespor

partedoentrevista-

dor.Se,

porexem

plo,aatitude

doentrevistado

irritae

provocarejeição

noentrevistador,

eledeve

procurares-

tudareobservar

suareação

comoefeito

docom

porta-mento

doentrevistado,

paraajudá-Io

acorrigir

aquelaconduta

decujos

resultadosele

mesm

opode

queixar-,

.se(por

exemplo,

deque

nãotem

amigos

edeque

mn-

guémgosta

dele).Seoentrevistador

nãofor

capazde

objetivareestudar

suareação,

oureagir

comirritação

erejeição

(assumindo

opapel

projetado),indicará

quea

manipulação

quefaz

dacontratransferência

estápertur-

badaeque,portanto,

estásesaindo

malna

entrevista.

Aansiedade

constituium

indicadordodesenvolvi-

mento

deumaentrevista

edeve

seratentam

enteacom

pa-nhada

peloentrevistador,

tantoaque

seproduz

neleco-

moaque

aparecenoentrevistado.

Deve-se

estaratento

nãosom

enteaoseu

aparecimento

comotambém

aoseu

grauouintensidade,

porque,embora

dentrodedeterm

i-nados

limites

aansiedade

sejaum

agentemotor

dare-

laçãointerpessoal,

podeperturbá-Ia

totalmente

efugir

completam

enteaocontrole

seultrapassar

certonível.

Porisso

olimite

detolerância

àansiedade

deveserperm

a-,

nentemente

detectado.Seentrevistado

eentrevistador

defrontaremcom

umasituação

desconhecidaante

aqual

aindanão

estabilizaramlinhas

reacionaisadequadas,

eessa

situaçãonão

organizadaimplicar

certadesorgani-

zaçãodapersonalidade

decada

umdos

participantes,tal

desorganizaçãoéaansiedade.

Oentrevistado

solicitaajuda

técnicaouprofissio-

nalquando

senteansiedade

ousevêperturbado

porme-

canismos

defensivosdiante

dela.Durante

aentrevista

tantosua

ansiedadecom

oseus

mecanism

osdedefesa

podemaum

entar,porque

odesconhecido

queenfrenta

nãoésom

enteasituação

externanova,

mastambém

operigo

daquiloque

desconheceem

suaprópria

perso-nalidade.

Seesses

fatoresnão

seapresentam

,faz

partedafunção

doentrevistador

motivar

oentrevistado,

con-seguir

queapareçam

emumacerta

medida

naentrevis-

ta.Em

algunscasos,

aansiedade

acha-sedelegada

ouprojetada

emoutra

pessoa,que

équem

solicitaaentre-

vistaemanifesta

interesseem

queela

serealize.

Aansiedade

doentrevistador

éum

dosfatores

mais

dificeisdemanipular,

porqueéomotor

dointeresse

nainvestigação

edointeresse

empenetrar

nodesconheci-

do.Toda

investigaçãoimplica

apresença

deansiedade

diantedodesconhecido,

eoinvestigador

devetercapa-

cidadepara

tolerá-Iaepoder

instrumentalizá-Ia,

semo

quesefecha

apossibilidade

deumainvestigação

eficaz;isso

ocorretambém

quandooinvestigador

sevêopri-

mido

pelaansiedade

ourecorre

amecanism

osdedefe-

saante

ela(racionalização,

formalism

o,etc.).

queoobjeto

quedeve

estudaréoutro

serhum

anodetal

,maneira

que,aoexam

inaravida

dosdem

ais,seacha

di-retam

enteimplicada

arevisão

eoexam

edesua

própriavida,

desua

personalidade,conflitos

efrustrações.

Avida

eavocação

depsicólogo,

demédico

edepsi-

quiatramerecem

umestudo

detalhadoque

nãoempreen-

dereiagora;

quero,porém

,lembrar

quesão

ostécnicos

encarregadosprofissionalm

entedeestar

todososdias

emcontato

estreitoedireto

comosubm

undodadoença,

dosconflitos,

dadestruição

edamorte.

Foinecessário

recorreràsimulação

eàdissociação

paraodesenvolvi-

mento

eexercício

dapsicologia

edamedicina:

ocupar-sedeseres

humanos

comosenão

ofossem

.Otreina-

mento

domédico,

inconscienteedefensivam

entetende,

aisto,

aoiniciar

todaaprendizagem

pelocontato

como

cadáver.Quando

queremos

nosocupar

dadoença

emseres

humanos

consideradoscom

otal,

nossasansieda-

desaum

entam,mas,

aomesm

otempo,

precisamos

pôrdelado

obloqueio

easdefesas.

Portudo

istoapsicolo-

giadem

oroutanto

parasedesenvolver

einfiltrar-se

namedicina

enapsiquiatria.

Issoseria

paradoxalsenão

considerássemos

osprocessos

defensivos;porém

,o

médico,

cujaprofissão

étratar

doentes,équem

,propor-

cionalmente,

mais

escotomiza

ounega

suaspróprias

doençasouasdeseus

familiares.

Empsiquiatria,

emmedicina

psicossomática

eem

psicologia,tudo

istojá

nãoépossível;

ocontato

diretocom

sereshum

anosco-,

motais,

colocaotécnico

diantedasua

própriavida,

suaprópria

saúdeoudoença,

seuspróprios

conflitosefrus-

Diante

daansiedade

doentrevistado,

nãosedeve

re-correr

anenhum

procedimento

queadissim

uleourepri-

ma,com

ooapoio

diretoouoconselho.

Aansiedade

so-mente

devesertrabalhada

quandosecom

preendeosfa-

torespelos

quaisela

apareceequando

seatua

segundoessa

compreensão.

Seoque

predomina

sãoosmecanis-

mosdedefesa

diantedela,

atarefa

doentrevistador

é"desarm

ar"em

certamedida

estasdefesas

paraque

apa-reça

certograu

deansiedade,

oque

seráum

indicadorda

possibilidadedeatualização

dosconflitos.

Todaessa

ma-

nipulaçãotécnica

daansiedade

deveser

feitatendo-se

sempre

emconta

apersonalidade

doentrevistado

e,so-bretudo,

obeneficio

quepara

elepode

significaramobi-

lizaçãodaansiedade,

detalform

aque,m

esmodiante

desituações

muito

claras,não

sedeve

serativo

seisso

sig-nificar

oprimiroentrevistado

comconflitos

quenão

po-derá

tolerar.Isso

correspondeaum

aspectomuito

dificil:ododenom

inadotiming

daentrevista,

queéotempo

própriooupessoal

doentrevistado

-que

dependedo

grauetipo

deorganização

desua

personalidade-para

enfrentarseus

conflitosepara

resolvê-Ios.

Oinstrum

entodetrabalho

doentrevistador

éele

mesm

o,sua

própriapersonalidade,

queparticipa

inevi-tavelm

entedarelação

interpessoal,com

aagravante

de

trações.Caso

elenão

consigagraduar

esteimpacto,

suatarefa

torna-seimpossível:

outem

muita

ansiedadee,

então,não

podeatuar,

oubloqueia

aansiedade

esua

tarefaéestéril.

Nasua

atuação,oentrevistador

deveestar

dissocia-do:em

parte,atuar

comumaidentificação

projetivacom

oentrevistado

e,emparte,

permanecer

foradesta

iden-tificação,

observandoecontrolando

oque

ocorre,dema-

neiraagraduar

oimpacto

emocional

eadesorganização

ansiosa.Nesse

sentido,seria

necessáriodesenvolver

es-tudos

tantosobre

apsicologia

eapsicopatologia

dopsi-

quiatraedopsicólogo,

comosobre

oproblem

adesua

formação

profissionaledeseu

equilíbriomental.

Essadissociação

comque

oentrevistador

trabalhaé,

porsua

vez,funcionaloudinâm

ica,nosentido

deque

pro-jeção

eintrojeção

devematuar

permanentem

ente,edeve

sersuficientem

enteplástica

ou"porosa"

paraque

possaperm

anecernos

limites

deumaatitude

profissionaLEm

suatarefa,

opsicólogo

podeoscilar

facilmente

entreaan-

siedadeeobloqueio,

semque

istoaperturbe,

desdeque

possaresolver

ambos

namedida

emque

surjam.

Naentrevista,

apassagem

donorm

alaopatológico

acontecedemodo

imperceptível.

Umamádissociação,

comansiedade

intensaeperm

anente,leva

opsicólogo

adesenvolver

condutasfóbicas

ouobsessivas

anteosen-

trevistados,evitando

asentrevistas

ouinterpondo

instru-mentos

etestes

paraevitar

ocontato

pessoaleaansieda-

deconseqüente.

Aclássica

afliçãodomédico,

quetanto

seemprega

nasátira,

éumaperm

anentefuga

fóbicaaos

doentes.Por

outrolado,

adefesa

obsessivamanifesta-se

ementrevistas

estereotipadasnas

quaistudo

éregrado

eprevisto,

naelaboração

rotineiradehistórias

clínicas,ouseja,o

instrumento

detrabalho,

aentrevista,

transfor-ma-se

numritual.

Portrás

dissoestá

obloqueio,

quefaz

comque

sempre

apliqueediga

amesm

acoisa,sem

preve-

jaamesm

acoisa,

apliqueoque

sabeesinta-se

seguro.Apressa

emfazer

diagnósticoseacom

pulsãoaempre-

gardrogas

sãooutros

doselem

entosdesta

fugaedeste

ritualdomédico

diantedodoente.

Nisso

sedesenvolve

aalienação

dopsicólogo

edopsiquiatra

eaalienação

dopaciente,

etoda

aestrutura

hospitalaredesanatório

passaateroefeito

deum

fatoralienante

amais.

Outro

perigoéodaprojeção

dospróprios

conflitosdotera-

peutasobre

oentrevistado

eumacerta

compulsão

acen-

trarseu

interesse,sua

investigaçãoouaencontrar

per-turbações

justamente

naesfera

naqual

negaque

tenhaperturbações.

Arigidez

eaprojeção

levamaencontrar

somente

oque

sebusca

esenecessita,

eacondicionar

oque

seencontra

tantocom

ooque

nãoseencontra.

Um

exemplo

muito

ilustrativodetudo

isto,masbastante

co-mum,éocaso

deum

jovemmédico

queiniciava

seutreinam

entoem

psiquiatriaeque,presenciando

umaen-

trevistaeodiagnóstico

deum

casodefobia,

disseque

nãoera

isso,queopaciente

nãotinha

nemfobia

nemdoença,

porqueeletambém

atinha.

Senum

dadomomento

aprojeção

comque

otécni-

coatua

émuito

intensa,pode

aparecerumareação

fó-bica

nopróprio

campo

detrabalho.

Pelocontrário,

se

forexcessivam

ente,bloqueada,

haveráumaalienação

enão

seentenderá

oque

ocorre.Diferentes

tiposdepessoas

podemprovocar

reaçõescontratransferenciais

típicasnoentrevistador,

eeste

de-ve,

continuamente,

poderobservá-Ias

eresolvê-Ias

parapoder

utilizá-Iascom

oinform

açãoeinstrum

entoduran-

teaentrevista.Pode-se,

deoutra

maneira,

descreveresta

dissociaçãodizendo

queoentrevistador

temdedesem

penharospa-

péisque

lhesão

fomentados

peloentrevistado,

massem

assumi-Ios

totalmente.

Se,porexem

plo,sentirrejeição,

as-sum

iropapel

seriamostrar

eatuar

arejeição,

rejeitandoefetivam

enteoentrevistado,

sejaverbalm

enteoucom

aatitude

oudequalquer

outramaneira;

desempenhar

opa-

pelsignifica

perceberarejeição,

compreendê-Ia,

encon-trar

oselem

entosque

amotivam

,asmotivações

doen-

trevistadopara

queisso

aconteçaeutilizar

todaesta

infor-mação,

queagora

possui,para

esclareceroproblem

aou

provocarsua

modificação

noentrevistado.

Quanto

mais

psicopataforoentrevistado,

maior

apossibilidade

deque

oentrevistador

assumaerepresente

ospapéis.Assum

iro

papelimplicará

aruptura

doenquadram

entodaentrevis-

ta.Fastio,cansaço,

sono,irritação,

bloqueio,com

paixão,carinho,

rejeição,sedução

etc.são

indícioscontratrans-

ferenciaisque

oentrevistador

deveperceber

comotais

àmedida

queseproduzem

,eterá

deresolvê-Ios

anali-sando-os

consigomesm

oem

funçãodapersonalidade

doentrevistado,

dasua

própria,docontexto

edomomen-

toem

queaparecem

nacom

unicação.

opsiquiatra

insegurooupouco

experientenão

sa-berá

oque

fazercom

todosestes

dados,epara

nãoficar

vexadorecorrerá,

comfreqüência,

àreceita,

interpondoentre

eleeseu

pacienteosmedicam

entos;nestas

condi-ções

afarm

acologiatorna-se

umfator

alienanteporque

fomenta

amagia

nopaciente

enomédico

eosdissocia

novamente

deseus

respectivosconflitos.

Algo

muito

se-melhante

éoque

opsicólogo

fazfreqüentem

entecom

ostestes.

Paracom

bateristo

éimportante

-emesm

oim-

prescindível-que

opsiquiatra

epsicólogonão

trabalhemisolados,

queform

em,pelo

menos,

gruposdeestudo

edediscussão

nosquais

otrabalho

queserealiza

sejare-

visto;para

cairnaestereotipia

nãoháclim

amelhor

doque

odoisolam

entoprofissional,

porqueoisolam

entoacaba

encobrindoasdificuldades

comaonipotência.

Examinar

ascontingências

deumaentrevista

signi-ficaria

simplesm

entepassar

emrevista

todaapsicolo-

gia,psiquiatriaepsicopatologia,

porisso

sómereferirei

aquiaalgum

assituações

típicasnocam

podapsicologia

clínicae,em

especial,àquelas

quehabitualm

entenão

sãoconsideradas

e,noentanto,

sãomuito

importantes.

Demodo

geral,para

queumapessoa

procureuma

entrevista,énecessário

quetenha

chegadoaumacerta

preocupaçãoouinsight

deque

algonão

estábem

,deque

algomudou

ousemodificou,

ouentão

percebasuas

pró-prias

ansiedadesoutemores.

Essesúltim

ospodem

sertão

intensosouintoleráveis

quepoderá

recorrer,naen-

trevista,aumanegação

eresistência

sistemática,

demo-

doque

seassegurre

logicamente

deque

nãoestá

acon-tecendo

nada,conseguindo

fazercom

queotécnico

nãoperceba

nadaanorm

alnela.

Emalgum

lugarjásedefi-

niuodoente

comotoda

pessoaque

solicitaumaconsul-

ta;fazendo-se

abstraçãodeque

taldefinição

carecede

valorreal,

ésem

dúvidacerto

queoentrevistador

deveaceitar

essecritério,

aindaque

somente

comoincentivo

paraquestionar

detalhadamente

oque

estápor

trásdas

re-pressões

enegaçõesouescotom

izaçõesdoentrevistado.

Schilderclassificou

emcinco

grupososindivíduos

queprocuram

omédico,

ouporque

estãosofrendo

oufa-

zendoosoutros

sofrer;são

eles:a)osque

acorrempor

problemascorporais;

b)porproblem

asmentais;

c)porfal-

tadeêxito;

d)pordificuldades

navida

diária;e)por

quei-xas

deoutras

pessoas.Seguindo,

poroutro

lado,adivisão

deE.Pichon-

Riviere

dasáreas

daconduta,

podemos

considerartrês

grupos,conform

eopredom

íniodeinibições,

sintomas,

queixasouprotestos

recaiamais

sobreaárea

damente,

docorpo

oudomundo

exterior.Opaciente

podeapre-

sentarqueixas,

lamentações

ouacusações;

noprim

eirocaso

predomina

aansiedade

depressiva,enquanto

nose-

gundo,aansiedade

paranóide.Esses

agrupamentos

nãotendem

adiferenciar

osdoentes

orgânicosdos

doentesmentais,

nemasdoenças

orgânicasdas

funcionaisoupsicogenéticas.

Aplicam

-seatodos

ostipos

deentrevistados

queprocuram

umes-

pecialistaetendem

mais

aumaorientação

sobreaper-

sonalidadedosujeito,

pelaform

acom

queprocura

re-duzir

suastensões,

aliviarouresolver

seusconflitos.

Podemos

reconheceredistinguir

entreoentrevista-

doque

vemconsultar

eoque

étrazido

ouaquele

aquem

"mandaram

".Nessas

atitudesjátemosum

índicedeim-

portância,embora

estejalonge

desersistem

áticooupa-

tognomônico.

Aquele

quevem

temum

certoinsight

oupercepção

dasua

doençaecorresponde

aopaciente

neu-rótico,

enquantoopsicótico

étrazido.

Aquele

quenão

temmotivos

paravir,m

asvem

porqueomandaram

,cor-

respondeàpsicopatia:

éoque

fazooutro

atuaredelega

aosoutros

suaspreocupações

emal-estares.

Temos,

entreoutros,

ocaso

daqueleque

vemcon-

sultarpor

umfamiliar.

Nesse

caso,realizam

osaentre-

vistacom

oque

vem,indagando

sobresua

personalida-deeconduta.

Com

isso,jápassam

osdoentrevistado

aogrupo

familiar.

Caso

oentrevistado

sejaprecedido

porum

informante,

deve-secom

unicaraeste

queoque

eledisser

sobreopaciente

ser-Ihe-ácom

unicado,dizendo

issoantes

queele

dêqualquer

informação.

Istotenderá

a"lim

parocam

po"earom

percom

divisõesmuito

difí-ceis

detrabalhar

posteriormente.

Aquele

quevem

àconsulta

ésem

preum

emergente

dosconflitos

grupaisdafamília;

diferenciamos,

alémdisso,

entreoque

vemsóeoque

vemacom

panhado,que

representamgrupos

familiares

diferentes.

35Aentrevista

psicológica~~~~~~~~~~~~~-

oque

vemsozinho

éorepresentante

deum

grupofamiliar

esquizóide,em

queacom

unicaçãoentre

seusmembros

émuito

precária:vivem

dispersosousepara-

dos,com

umgrau

acentuadodebloqueio

afetivo.Com

freqüência,diante

destes,otécnico

tendeaperguntar-

secom

quempode

falar,ouaquem

informar.

Outro

gru-pofamiliar,

decaráter

opostoaeste,

éaquele

noqual

comparecem

váriosmembros

àconsulta,

eotécnico

temnecessidade

deperguntar

queméoentrevistado

oupor

quemeles

vêm;éogrupo

epileptóide,viscoso

ouagluti-

nado,noqual

háumafalta

oudéficit

napersonificação

deseus

membros,

comum

altograu

desimbiose

ouin-

terdependência.Assim

comonocaso

anteriorodoente

estáisolado

eabandonado,

nestecaso

eleestá

excessiva-mente

rodeadopor

umcuidado

exageradoouasfixiante.

Essesdois

tipospolares

podemser

encontradosem

suasform

asextrem

as,ouem

formasmenos

caracteri-zadas,

oumistas.

Outro

tipoéoque

vemacom

panhadopor

umapessoa,

familiar

ouamigo;

éocaso

dofóbico

quenecessita

doacom

panhante.Ocaso

doscasais

cujosintegrantes

seculpam

mutuam

entedeneurose,

infide-lidade,

etc.éoutra

situaçãonaqual,

comoem

todasas

anteriores,aentrevista

serealiza

comtodos

osque

vie-ram,procedendo-se

comocom

umgrupo

diagnósticoque

-com

overem

os-ésem

pre,em

parte,terapêutico;

nesse,otécnico

atuacom

oobservador

participante,in-

tervindoem

momentos

detensão,

ouquando

acom

uni-cação

éinterrom

pida,oupara

assinalarentrecruzam

en-tosprojetivos.

Nosgrupos

quevêm

àconsulta,

opsicólogo

nãotem

porque

aceitarocritério

dafamília

sobrequem

éo

doente,masdeve

atuarconsiderando

todososseus

mem-

broscom

oimplicados

eogrupo

comodoente.

Nesse

caso,oestudo

dointerjogo

depapéis

edadinâm

icado

gruposão

oselem

entosque

servirãodeorientação

parafazer

comque

todoogrupo

obtenhaum

insightdasi-

tuação.Oequilíbrio

dadoença

emum

grupofamiliar

édegrande

importância.

Porexem

plo,em

umcasal

emque

uméfóbico

eooutro

seuacom

panhante,quando

oprim

eiroapresenta

melhora

ousecura,

apareceafobia

nosegundo.

Oacom

panhantedofóbico

éentão,tam

bém,

umfóbico,

contudodistribuem

ospapéis

entreocasal.

Emoutras

ocasiões,afamília

sóaparece

quandoo

tratamento

deum

pacientejáestá

adiantadoeele

me-

lhorououestá

emvias

defazê-Io;

anorm

alizaçãodo

pacientefaz

comque

atensão

dogrupo

familiar

jánão

se"descarregue"

mais

atravésdele,

eaparece

entãoo

desequilíbrioouadoença

nogrupo

familiar.

Tudoisso

explicaemgrande

parteum

fenômeno

comoqual

sedeve

contarnafamília

deum

doente:aculpa,

elemento

quedeve

serdevidamente

levadoem

contapara

valorizá-Ioetrabalhá-Io

adequadamente.

Émuito

mais

claranocaso

dadoença

mental

emcrianças

ouem

defi-cientes

intelectuais.Isso

serelaciona

também

comofenô-

meno

quefoicham

ado"acriança

errada",em

queospais

trazemàconsulta

ofilho

mais

sadioe,depois

deseasse-

guraremdeque

otécnico

nãoosculpa

nemacusa,podem

falarouconsultar

sobreofilho

maisdoente.

_3_6Temas

depsicologia37

Aentrevista

psicológica_

Aqui,

eem

relaçãoatodos

estesfenôm

enos,apsico-

logiagrupal

-seu

conhecimento

esua

utilização-tem

umaimportância

fundamental,

nãosom

entepara

asentre-

vistasdiagnósticas

eterapêuticas,

mastambém

paraava-

liarascurasoudecidir

sobreaalta

deumaintem

ação,etc.

çõescom

erciaisoudeamizade,

nempretender

outrobe-

neficiodaentrevista

quenão

sejamosseus

honorárioseoseu

interessecientífico

ouprofissional.

Tampouco

aentrevista

deveserutilizada

comoumagratificação

nar-cisista

naqual

serepresenta

omágico

comumade-

monstração

deonipotência.

Acuriosidade

develimitar-

seaonecessário

paraobeneficio

doentrevistado.

Tudooque

sintaouviva

comoreação

contratransferencialde-

veser

consideradocom

oum

dadodaentrevista,

nãose

devendoresponder

nematuar

diantedarejeição,

dari-

validadeoudainveja

doentrevistado.

Apetulância

ouaatitude

arroganteouagressiva

doentrevistado

nãode-

vemser

"domadas"

nemsubjugadas;

nãosetrata

nemdetriunfar

nemdeimpor-se

aoentrevistado.

Oque

noscom

peteéaveriguar

aque

sedevem

,com

ofuncionam

equais

osefeitos

queacarretam

paraoentrevistado.

Esseúltim

otem

direito,embora

tomemos

notadisso,

afazer

uso,por

exemplo,

desua

repressãoousua

descon-fiança.

Com

muitíssim

afreqüência,

ograu

derepres-

sãodoentrevistado

dependemuito

dograu

derepressão

doentrevistador

emrelação

adeterm

inadostemas(se-

xualidade,inveja

etc.).Quando

fazemos

umainterven-

çãocom

perguntas,elas

devemserdiretas

esem

subter-fúgios,

semsegundas

intenções,adequadas

àsituação

eaograu

detolerância

doego

doentrevistado.

Aabertura

daentrevista

também

nãodeve

seram-

bígua,recorrendo-se

afrases

geraisoudeduplo

sentido.Aentrevista

devecom

eçarpor

ondecom

eçaroentrevis-

tado.Deve-se

terem

contaoquanto

podetersido

custo-

Insistiem

queocam

podaentrevista

deveser

con-figurado

fundamentalm

entepelas

variáveisdaperso-

nalidadedoentrevistado.

Issoimplica

queaquilo

queo

entrevistadoroferece

deveser

suficientemente

ambí-

guopara

permitir

omaior

engajamento

dapersonalidade

doentrevistado.Embora

tudoisso

sejacerto,

existeentretanto

uma

áreadelim

itadaem

queaambigüidade

nãodeve

existir,ou,

aocontrário,

cujoslimites

devemsermantidos

e,àsvezes,

defendidospelo

entrevistador;ela

abrangetodos

osfatores

queintervêm

noenquadram

entodaentrevis-

ta:tempo,

lugarepapel

técnicodoprofissional.

Otem-

porefere-se

aum

horárioeum

limitenaextensão

daen-

trevista;oespaço

abarcaoquadro

ouoterreno

ambiental

noqual

serealiza

aentrevista.

Opapel

técnicoimplica

que,em

nenhumcaso,

oentrevistador

deveperm

itirque

sejaapresentado

comoum

amigo

numencontro

fortuito.Oentrevistador

também

nãodeve

entrarcom

suasrea-

çõesnem

comorelato

desua

vida,nem

entrarem

reia-

38Tem

asdepsicologiaAentrevistapsicológica

39

sopara

eledecidir-se

aviràentrevista

eoque

podesig-

nificarcom

ohum

ilhaçãoemenosprezo.

Oentrevistado

deveserrecebido

cordialmente,

porémnão

efusivamen-

te;quando

temosinform

açõessobre

oentrevistado

for-necidas

poroutra

pessoa,devem

osinform

á-Io,assim

co-mo,conform

ejádissem

os,antecipar

aoinform

ante,no

começo

daentrevista,

queesses

dadosque

sereferem

aterceiros

nãoserão

mantidos

emreserva.

Issotenderá

amanter

oenquadram

entoeaevitar

asdivisões

esquizói-des

eaatuação

psicopática,assim

comoaelim

inartudo

oque

possatravar

aespontaneidade

dotécnico,

quenão

devetercom

promissos

contraídosque

pesemnegativa-

mente

sobreaentrevista.

Adiscrição

doentrevistador

paracom

asinform

açõesque

oentrevistado

forneceestá

implícita

naentrevista,

esefor

fornecidoum

relatoso-

breela

aumainstituição,

oentrevistado

também

deveter

conhecimento

disso.Areserva

eosegredo

profis-sional

vigoramtambém

entreospacientes

psicóticose

nomaterial

deentrevistas

comadolescentes

oucrian-

ças;nesse

últimocaso,

nãonos

devemos

sentirautori-

zadosarelatar

aospais,

porexem

plo,detalhes

daentre-

vistacom

seusfilhos.

Osilêncio

doentrevistado

éofantasm

adoentre-

vistadorprincipiante,

paraquem

essesilêncio

podesig-

nificarum

fracassoouumadem

onstraçãodeimperícia.

Com

ummínim

odeexperiência,

noentanto,

nãoháen-

trevistasfracassadas;

seseobservar

bem,toda

entrevis-tafornece

informações

importantes

sobreapersonali-

dadedoentrevistado.

Énecessário

reconhecerosdife-

rentestipos

desilêncio

(silêncioparanóide,

depressivo,fóbico,

confusionaletc.)

etrabalhar

emfunção

desteco-

nhecimento.

Seosilêncio

totalnão

éomelhor

naentrevista

(doponto

devista

doentrevistador),

tampouco

oéacatarse

intensa(do

pontodevista

doentrevistado).

Com

freqüên-ciaaquele

quefala

muito,

narealidade,

deixadedizer

omais

importante,

porquealinguagem

nãoésom

enteum

meio

detransm

itirinform

açãomastambém

umpo-

derosomeio

paraevitá-Ia.

Todosesses

são,certam

ente,dados

valiosos,que

devemser

consideradosevaloriza-

dos.A"descarga"

emocional

intensatambém

nãoéo

melhor

deumaentrevista;

comisso

geralmente

oentre-

vistadoconsegue

depositarmaciçam

entesobre

oentrevis-

tadorelogo

sedistancia

eentra

numarelação

persecutó-riacom

oesta:

oconfessor

transforma-se

facilmente

emperseguidor.

Comotodo

oenquadram

ento,ofim

daentrevista

de-veserrespeitado.

Areação

àseparação

éum

dadomui-

toimportante,

assimcom

oaavaliação

sobreoestado

doentrevistado

aopartir

edanossa

contratransferênciaem

relaçãoaele.

Entrevistasbem

realizadasconsom

emum

tempo

muito

grande,doqual,

comfreqüência,

nãosedispõe,

especialmente

eminstituições

(escolas,hospitais,

indús-trias

etc.).Nesses

casosomais

convenienteéreservar,

dotempo

disponível,um

períodopara

realizarpelo

me-

nosumaentrevista

diáriaem

condiçõesótim

as.Isso

im-

pediráasestereotipias

notrabalho

easracionalizações

_4_0Temas

depsicologiaAentrevista

psicológica4_1

daevitação

fóbica.Além

disso,éimportante

reservar-seotempo

necessáriopara

estudarasentrevistas

realiza-das,

emelhor

aindaseisso

forfeito

emgrupos

detraba-

lho.Opsicólogo

eopsiquiatra

nãodevem

trabalhariso-

lados,porque

istofavorece

suaalienação

notrabalho.

Oprim

eirofator

terapêuticoésem

preacom

preensãodoentrevistador,

quedeve

comunicar

algunselem

entosdessa

compreensão

quepossam

serúteisaoentrevistado.

Naentrevista

diagnóstica,segundo

nossaopinião,

deve-seinterpretar,

sobretudo,cada

vezque

acom

unicaçãotenda

ainterrom

per-seoudistorcer-se.

Outro

casomui-

tofreqüente

emque

temosdeintervir

épara

relacionaraquilo

queopróprio

entrevistadoesteve

comunicando.

Parainterpretar,

devemosguiar-nos

pelovolum

edean-

siedadeque

estamosresolvendo

epelo

volumedeansie-

dadeque

criamos,

tendo-seem

conta,também

,seserão

dadasoutras

oportunidadespara

queoentrevistado

pos-saresolver

ansiedadesque

vamosmobilizar.

Emtodos

oscasos,

devemosinterpretar

somente

combase

nosemer-

gentes,noque

realmente

estáacontecendo

noaqui

eago-

radaentrevista.Umaindicação

fundamental

paraguiar

ainterpre-

taçãoésem

preobeneficio

doentrevistado

enão

a"des-

carga"deumaansiedade

doentrevistador.

Além

disso,sem

preque

seinterpreta,

deve-sesaber

queainterpre-

taçãoéumahipótese

quedeve

serverificada

ouretifi-

cadanocam

podetrabalho

pelaresposta

quemobiliza-

mosoucondicionam

osaopôr

emjogo

talhipótese.Con-

tudo,convém

queoentrevistador

principianteselimite

primeiro,

edurante

algumtempo,

acom

preenderoen-

trevistado,até

queadquira

experiênciaeconhecim

entosuficientes

parautilizar

ainterpretação.

Oalcance

ótimo

deumaentrevista

éodaentrevista

operativanaqual

seprocura

compreender

eesclarecer

umproblem

aouuma

Umaquestão

freqüenteeimportante

éadesaber

sese

deveinterpretar

nasentrevistas

realizadascom

finsdiag-

nósticos.Nesse

sentidoexistem

posiçõesmuito

variadas.Entre

elasseencontra,

porexem

plo,adeRogers,

quenão

somente

nãointerpreta,

comotampouco

pergunta,estim

u-lando

oentrevistado

aprosseguir

pormeio

dediferentes

técnicas,com

o,por

exemplo,

repetirdeform

ainterrogati-

vaaúltim

apalavra

doentrevistado

ouestim

ulá-Io,com

umolhar,um

gestoouumaatitude,aprosseguir.

Aentrevista

ésem

preumaexperiência

vitalmuito

importante

paraoentrevistado;

significa,com

muita

fre-qüência,

aúnica

possibilidadeque

temdefalar

omais

sinceramente

possíveldesim

esmocom

alguémque

nãoojulgue,

masque

ocom

preenda.Dessa

maneira,

aen-

trevistaatua

sempre

comoum

fatornorm

ativooude

aprendizagem,embora

nãoserecorra

anenhum

amedi-

daespecial

paraconseguir

isso.Em

outrosterm

os,aen-

trevistadiagnóstica

ésem

pre,eaomesm

otempo,

emparte,

terapêutica.

_4_2Temas

depsicologia

situaçãoque

oentrevistado

trazcom

osendo

ocentro

oumotivo

daentrevista.

Nesse

sentido,freqüentem

enteumaentrevista

temêxito

quandoconsegue

esclarecerqual

éoverdadeiro

problemaque

estápor

trásdaquilo

queétrazido

demodo

manifesto.

Aconselho

aleitura

doartigo

deReik,

"Oabuso

dainterpretação",

eaterpresentes

pelomenos

duascoisas:

todainterpretação

foradecontexto

edetiming

éuma

agressão,eparte

daform

ªçãodopsicólogo

consiste,tam-

bém,em

aprenderacalar.E,com

o"regra

deouro"

(seé

queelas

existem),étanto

mais

necessáriocalar-se

quan-tomaior

foracom

pulsãopara

interpretar.

quizofrênico(diagnóstico

psiquiátrico),em

umapessoa

cominsuficiência

cardíaca(diagnóstico

médico)

eper-

sonalidadeobsessiva

(diagnósticopsicológico),

enten-dendo-se

queesse

exemplo

sóserve

comotalpara

dife-renciar

ostrês

tiposdeinform

es,que

nemsem

prene-

cessariamente

ocorremjuntos.

Aordem

emque

seredige

uminform

enão

temnada

aver

comaordem

emque

foramrecolhidos

osdados

oucom

aordem

emque

foramsendo

feitasasdeduções.

Oinform

epsicológico

temcom

ofinalidade

conden-sarou

resumirconclusões

referentesaoobjeto

deestudo.

Incluímos

aquisom

enteoinform

eque

serefere

aoestu-

dodapersonalidade,

quepode

serempregado

emdiferen-

tescam

posdaatividade

psicológica,eem

cadaum

delessedeverá

terem

contaeresponder

especificamente

aoobjetivo

comque

talestudoseefetuou.

Trata-se,poroutro

lado,apenasdeum

guiaenão

deform

uláriosapreencher.

Nocam

podamedicina,

porexem

plo,um

estudocom

pletoabrange

umtríplice

diagnósticoouum

trípli-ceinform

e:odiagnóstico

médico,

opsiquiátrico

eopsi-

cológico.Pode

serocaso,

porexem

plo,deum

surtoes-

1)Dadospessoais:

nome,idade,

sexo,estado

civil,nacionalidade,

domicílio,

profissãoouoficio.

2)Procedimentos

utilizados:entrevistas

(número

efreqüência,

técnicautilizada,

"clima",

lugarem

queserealizaram

).Testes

(especificarosutili-

zados),jogo

dedesem

penhodepapéis,

registrosobjetivos

(especificar)etc.

Questionários

(espe-cificar).

Outros

procedimentos.

3)Motivos

doestudo:

porquem

foisolicitado

eobjetivos.

Atitude

doentrevistado

ereferência

asuas

motivações

conscientes.4)D

escriçãosintética

dogrupo

familiar

edeou-

trosque

tiveramoutêm

importância

navida

doentrevistado.

Relações

dogrupo

familiar

coma

comunidade:

statussocioeconôm

ico,outras

re-lações.

Constituição,

dinâmica

epapéis,

comu-

nicaçãoetrocas

significativasdogrupo

fami-

liar.Saúde,

acidentesedoenças

dogrupo

ede

seusmembros.

Mortes,

idadeeano

emque

ti-veram

lugar,causas.

Atitude

dafamília

anteas

mudanças,

adoença

eodoente.

Possibilidadedeincluir

ogrupo

emalgum

adas

classificaçõesreconhecidas.

5)Problemática

vital:relato

sucintodesua

vidae

conflitosatuais,

deseu

desenvolvimento,

aquisi-ções,perdas,

mudanças,

temores,

aspirações,ini-

biçõesedomodo

comoosenfrenta

ousuporta.

Diferenciar

aquiloque

éafirm

adopelo

entrevis-tado

epor

outraspessoas

deseu

meio

daquiloque

éinferido

pelopsicólogo.

Diferenciar

oque

seafirm

adaquilo

quesepostula

comoprovável.

Quando

houveralgum

dadodevalor

muito

espe-cial,

especificaratécnica

atravésdaqual

seinfe-

riuoudetectou

essedado.Incluir

umaresenha

dassituações

vitaismais

significativas(presentes

epassadas),

especialmente

aquelasque

assumem

ocaráter

desituações

conflitivase/ou

repetitivas.6)D

escriçãodepadrões

deconduta,

diferencian-doospredom

inantesdos

acessórios.Mudanças

observadas.7)D

escriçãodetraços

decaráter

edepersonali-

dade,incluindo

adinâm

icapsicológica

(ansieda-de,

defesas),citando

aorganização

patográfica(sehouver).

Incluirumaavaliação

dograu

dema-

turidadedapersonalidade.

Constituição

(citara

tipologiaempregada).

Características

emocio-

naiseintelectuais,

incluindo:manipulação

dalin-

guagem(léxica

esintáxica

etc.),níveldeconcei-

tuação,emissão

dejuízos,antecipação

eplaneja-

mento

desituações,

canalpreferido

nacom

uni-cação,

nívelougrau

decoordenação,

diferençasentre

comportam

entoverbal

emotor,

capacidadedeobservação,

análiseesíntese,

graudeatenção

econcentração.

Relações

entreodesem

penhointelectual,

social,profissionaleemocional

eou-

trositens

significativosem

cadacaso

particular.Considerar

asparticularidadesealterações

dode-

senvolvimento

psicossexual,mudanças

naperso-

nalidadeenaconduta.

8)Nocaso

deum

informemuito

detalhadooumui-

torigoroso

(porexem

plo,um

informepericial),

incluirosresultados

decada

testeedecada

exa-mecom

plementar

realizado.9)Conclusão:

diagnósticoecaracterização

psico-lógica

doindivíduo

edoseu

grupo.Responder

especificamente

aosobjetivos

doestudo

(porexem

plo,nocaso

daseleção

depessoal,

orien-tação

vocacional,inform

eescolar

etc.).10)

Incluirumapossibilidade

prognósticadoponto

devista

psicológico,fundam

entandooselem

en-tossobre

osquais

sebaseia.

11)Orientação

possível:indicar

sesão

necessáriosnovos

examesedeque

tipo.Indicar

aform

apos-

sívelderemediar,

aliviarouorientar

oentrevis-

tado,deacordo

comomotivo

doestudo

ouse-

gundoasnecessidades

dainstituição

quesoli-

citouoinform

e.

Aentrevista

psicológica~

~~~~

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realizadanaReunião

Cien-

tíficade8dejulho

de1969

naAssociação

Psi-canalítica

Argentina.

oCentro

deOrientação

eInvestigação

E.Racker

daAssociação

PsicanalíticaArgentina

propôs-se,desde

suafundação,

preenchertambém

umafunção

social,dentro

dasseguintes

linhas:a)oferecer

apossibilidadedeum

tra-tamento

psicanalíticolimitado

aum

anodeduração

acar-

godeCandidatos

doInstituto

dePsicanálise;

b)podiam

seradm

itidoscom

opacientes

pessoassem

muitos

recur-sos

econômicos

ecujo

exercícioprofissional

envolvesseo

contatocom

outraspessoas,

detalm

aneiraque

obenefI-

ciodeum

tratamento

psicanalíticolimitado

aum

anopu-

desseredundar,

indiretamente,

numbeneficio

paraaspes-

soasque

estivessemem

contatoprofissional

comelas

(professores,enferm

eirosetc.);

c)oshonorários

paraes-

sestratam

entoseram

baixosequem

osrecebia

eraoCen-

troRacker

enão

oCandidato

encarregadodotratam

ento;d)o

Candidato

obtinhaumasupervisão

semanal

gratuitaa

títulodeaprendizagem

;e)dadas

essascondições

funda-mentais,

decidiu-seque

nãoseriam

admitidos

pacientes

queapresentassem

,clinicam

ente,perversões

sexuais,psicose,

psicopatiasecaracteropatias

ou-em

geral-per-

turbaçõesouestruturas

quenão

pudessemobter

beneficiocom

umano

detratam

ento.Aseleção

depacientes

passoupor

diferentesalter-

nativas,porém

,fundam

entalmente,

foirealizada

sem-

precom

baseem

entrevistas;em

algunscasos

ouperío-

dos,acrescentou-se

opsicodiagnóstico

deRorschach

eum

pequenoquestionário

prévio.Oprim

eirodiretor

doCentro

Racker

foiodr.D

avidLiberm

an,osegundo

foiadra.

Marie

Langereoterceiro

fuieu.Aoencarregar-m

edaDireção

doCentro

Racker,

en-treoutras

atividades,propus

umaavaliação

dosresulta-

dosdotratam

entopsicanalítico

efetuadoem

condiçõestão

particulares,tanto

comooestudo

doscritérios

implí-

citosnaaceitação

ourecusa

dospacientes

nasentrevis-

tas,deform

aapoder

chegaraum

esboçodecategoriza-

çãodas

entrevistas.Esse

esboçofoi

elaborado,basicam

ente,durante

osestudos

dasentrevistas

edos

protocolosdeentrevistas

deanos

anterioresetambém

duranteosAteneus

Clínicos

se-manais,

nosquais

secontou

comavaliosa

colaboraçãodos

drs.Benito

LópezeCarlos

Paz.Nãosechegou

aresultadostotalm

entesatisfatórios

oucom

pletosporque,

semesperar

aavaliação

queestávam

osrealizando,

umaAssem

bléiada

Associação

Psicanalítica,reunida

paradeliberar

sobreas

funçõesdoCentro

Racker,

resolveusuprim

iressa

ativida-deeportanto

aexperiência

ficoutruncada.

Aapresentação,

agora,deste

esboçoinconcluso

enão

submetido

aumaprova

totalmente

satisfatóriare-

fleteodesejo

deque

possaservir

também

comoguia

pa-raaseleção

depacientes

paraapsicoterapia

curtaou

analiticamente

orientada;sem

dúvidaum

problemade

grandeimportância

paraoqualtem

osaimpressão

deque

esseesboço

podeserútil.

Alguns

autoresvêem

odiagnóstico

demodo

depre-ciativo,

consideram-no

como-para

apsicanálise

ea

psiquiatriadinâm

ica-prolongam

entodeum

"hobbydepsiquiatras",

comodiz

1.M.Thiel.

Nãotratam

osdes-

seproblem

a,embora

tenhamos

consultadoaliteratura

correspondente.Outra

avaliaçãodaexperiência

doCentro

Racker

foirealizada

separadamente

sobadireção

dadra.

LilyS.

Bleger

eacolaboração

dosdrs.

SheilaNavarro

deLó-

pez,Carlos

PazeVera

Campos.

Nãosedeve

esquecer,em

momento

algum,ofato

deque

oesboço

queapresentam

osaqui

foielaborado

combase

numaamostra

particular,constituída

porpacientes

comascaracterísticas

assinaladasanteriorm

enteeentre,

elas,umponto

fundamental

éaexclusão

depacientes

compsicose

clínica,vício

emdrogas,

perversões,psicopatias

oucaracteropatias

graves,por

considerarapriori

inade-quado

paraeles

otratam

entopsicanalítico

limitado

aum

ano,talcomooCentro

ohavia

organizado.Nosso

proble-maera

escolherpacientes

quepudessem

beneficiar-secom

umano

detratam

entopsicanalítico,

mas,

alémdis-

so,devíamosteragarantia,

atéonde

issofosse

possível,deque

otratam

entopsicanalítico

nãoiria

provocarne-

lesdistúrbios

psicóticosoupsicopáticos,

perversõesou

tentativasdesuicídio,

atéentão

encobertosoudesco-

nhecidospelo

paciente;procurou-se

evitartambém

ospacientes

que,com

umano

detratam

ento,com

eçarama

tercondições

depoder

continuar,com

êxitoouproduti-

vamente,

seutratam

entopsicanalítico.

Pacienteeanalista

tinham-aotérm

inodoano

-a

liberdadedeestabelecer

umnovo

contratocom

honorá-rios

iguaisounão,

seisso

conviesseaambos;

mastam-

bémignorávam

osseisto

constituíaumacondição

dese-jável

ounão.

Nãovou

meocupar

dascaracterísticas,

condiçõesou

técnicacom

asquais

serealizavam

asentrevistas;

direisom

enteque

elasseefetuavam

deacordo

comasdiretri-

zesassinaladas

nocapítulo

"Entrevistapsicológica".

Eraevidente,

paranós,

queosdiagnósticos

psiquiá-tricos

tradicionaisnão

nosajudariam

aresolver

nossoproblem

a,ouseja:

a)selecionar

ospacientes

paraotra-

tamento

psicanalíticodetempo

limitado,

eb)avaliar

oseventuais

beneficiosobtidos

comesses

tratamentos

ou,em

todocaso,

saberoque

estavaacontecendo

ouhavia

acontecidoquando

sefazia

oque

estávamos

fazendoaté

aquelemomento.

Oestudo

finalpara

oqual

nosencam

inhávamos

eradecaráter

estatístico,eoespecialista

contratadopelo

Centro

Racker

paraesta

funçãonecessitava

dosdados

quetínham

osdefornecer.

Esteprojeto

tinhatambém

oseguinte

objetivo:prover

ostécnicos

doselem

entosne-

cessáriospara

quepudessem

trabalharestatisticam

ente.

Dadas

asreform

asque

foramintroduzidas,

oestudo

es-tatístico

tampouco

pôdeserconcluído.

Emsíntese,

queríamos

elaborarum

instrumento

pa-rapoder

chegarasaber

oque

aconteceu,considerando-se

amaneira

comoseprocedeu

naseleção

dospacientes

ea

modalidade

darealização

dotratam

entopsicanalítico

detempolimitado.

Com

issoquero

sublinharque

nãosetra-

tadeapresentar

um"quadro

diagnóstico"ouum

"perfildepersonalidade",

massim

daapresentação

devetores,

parâmetros

ouindicadores

comosquais

sepoderia,

even-tualm

ente,chegar

aumestudo

estatístico.Creio

que,atualm

ente,eainda

comaexperiência

frustrada,esse

esboçopossa

servirpara

aseleção

depacientes

emterapias

detempo

limitado

e,quandoche-

garomomento,

paraavaliação

detais

tratamentos.

Devem

ostambém

levarem

consideraçãoque

oes-

quemaque

elaboramos

nosservia,

emparte,

paraaceitar

ourecusar

pacientes,masque,além

disso,eraum

instru-mento

aposteriori,istoé,um

estudodos

fatorespelos

quais,em

anosanteriores,

haviamsido

admitidos

ourecu-

sadospacientes,

edograu

outipo

debeneficio

obtido.Oesquem

aelaborado

baseia-seno

conhecimento

daspartes

neuróticaepsicótica

dapersonalidade,

cha-madas

emseu

conjunto,respectivam

ente,neurotism

oe

psicotismo,cada

umdeles

dividido,por

suavez,em

uma

certaquantidade

deindicadores

l.

1.Depois

deadotadas

asdenominações

deneurotism

oepsicotism

o,observei

quehavia

utilizadoumaterm

inologiaempregada

porEysenck;

_5_4Temas

depsicologia

Nossos

pressupostosteóricos

eramque,quanto

mais

predominasse

oneurotism

o,melhor

seriaoprognóstico

emumaterapia

detempolimitado;e

quetambém

,quan-tomaior

fosseaflexibilidade,

oprognóstico

eobenefI-

ciodeum

tratamento

nascondições

assinaladasseriam

também

melhores.O

opostoacontece

comopsicotism

oearigidez

(ouestereotipia).

Depois

detentarlongas

listagens,chegamosaestes

doisitens

quedenom

inamosneurotism

oepsicotism

o.Cada

umdeles(neurotism

oepsicotism

o)sesituava,por

suavez,em

umaescala

deporcentagens

e,alémdisso,

divididosemrigidez

ouflexibilidade.

Desenvolvi

emoutros

escritosoque

entendopor

partesneurótica

epsicótica

dapersonalidade;

pode-sedizer

quetudo

oque

mostra

desenvolvimento

doego,

discriminação,

estabelecimento

dasposições

esquizo-paranóide

edepressiva

inclui-sedentro

doneurotism

o,etudo

oque

demonstre

estaremnívelde

fusão,faltaou

déficitdediscrim

inação(fundam

entalmente

entreeue

não-eu)inclui-se

dentrodoque

denomino

psicotismo.

Defrontam

o-noslogo

comoproblem

adeque

ne-nhum

pacienteapresenta

absolutaoutotalm

entecaracte-

rísticaspróprias

doneurotism

ooudopsicotism

o,que,

paracada

umdos

indicadoresque

utilizamosnão

sedá

amesm

aproporção

nemasmesm

ascaracterísticas

derigidez

ouflexibilidade;

vimo-nos,

assim,forçados

acom

plicarum

quadroque

inicialmente

pareciarelativa-

mente

simples.

Osindicadores

paraneurotism

oepsi-

cotismosão

osseguintes:

I)Sintom

asneuróticos;presençadeconflitos

neu-róticos

eansiedade

2)Transferêncianeurótica

3)Contratransferência

neurótica4)M

anutençãodaclivagem

5)Defesas:fóbicas,histéricas,obsessivas,paranói-des.Predom

íniodeprojeção-introjeção

6)Insight7)Independência8)C

omunicação

simbólica1

Objetos

deidentificação

nãodestruidos

9)Identidade,personificaçãoDiscrim

inaçãohom

o-heterossexual

Sonhos

façoaqui

estareferência

porquequero

esclarecerque

nãoexiste

nenhuma

semelhança

comosignificado

dosterm

osnem

comaposição

teóricaetéc-

nicaadotada

poresse

autor,daqual

estoutotalm

enteafastado.

Pareceu-me

eainda

meparece

absolutamente

prejudicialeerrôneo

modificar

umater-

minologia

pelofato

deque,

comantecedência,

Eysenckativesse

usadocom

objetivoeposições

teóricasdiferentes

dasque

sustentoedesenvolvo.

10)Amplitude

doEgo

11)Ciúm

es,rivalidade12)Sublim

ação

1)Doença

orgânicaatual.

Tensão2)Transferência

psicótica.Narcisism

o3)Contratransferência

decaráter

psicótico4)Clivagem

:não

conservadaou

emperigo

deperder-se

5)Defesas:

caracteropáticas,hipocondríacas,

me-

lancólicas,maníacas,

perversas.Predom

íniode

identificaçõesprojetivas-introjetivas

6)Falta

deinsight

7)Dependência

8)Comunicação

pré-verbal9)Identidade:

dispersão,ambigüidade,

confusão,onirism

o.Sonhos

10)Restrição

doEgo

11)Inveja

Obtidos

estesindicadores,

trabalhou-secom

eles,tentando-se

diferentesrepresentações

gráficasenum

é-ricas,

nãosetendo

chegadoanenhum

adefinitiva.

Emum

dosensaios,

limitávam

o-nosafazer

umalista

dosin-

dicadores,classificando

suaintensidade

emumaescala

dezero

acem

eacrescentando,

emcada

caso,um

sinalpositivo

ounegativo

parasignificar

seucaráter

defle-

xibilidadeouestereotipia;

esperava-secom

issopoder

procederulteriorm

enteaum

cruzamento

estatísticodas

variáveis.Esses

dadospassaram

também

aserrepresen-

tadosem

gráficos;emum

deles,umalinha

horizontalse-

57Ensaio

decategorização

daentrevista

--_

paraflexibilidade

deestereotipia

esobre

umacoordena-

daestabelece-se

umaescala

porcentual,anotando-se

cadaindicador

nadupla

especificaçãodeintensidade

efle-

xibilidade-estereotipia.Em

outratentativa,

umalinha

ver-tical

separaneurotism

oepsicotism

o,outra,

horizontal,separa

flexibilidadedeestereotipia

e,sobre

ascoorde-

nadasverticais,

fixa-seaintensidade

dezero

acem

.Jásesabe

queumaequação

algébricapode

serre-

presentadapor

umgráfico

eque,

damesm

aform

a,um

gráficopode

serreduzidoaumaequação

algébrica.Pen-

sávamos

quepoderíam

oschegar

aum

pontonoqual

aavaliação

poderiaserrepresentada

algebricamente.

Nes-

teponto

aspossibilidades

ficaramtotalm

enteabertas

paraserem

desenvolvidas.Ficou

também

pendentenosso

propósitodeconfec-

cionarum

"Manual

doTabulador"

queteria

desurgir

deum

consensodaequipe

que,em

certamedida,

jáchega-

raatê-lo.

Eysenck,H.J.,"C

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Conferência

pronunciadaem

1961naAssocia-

çãoArgentina

dePsicologia

ePsicoterapia

deGrupo.

Seuresum

ofoipublicado

naRevista

dePsicologia

ePsicoterapiadeGrupo,

1,2,1961.Exem

plaresmimeografados

foramutilizados

pe-locorpo

docentedaFaculdade

deMedicina

deMontevidéu

edaEscola

dePsicologia

daUni-

versidadedeHavana.

ogrupo

operativo,segundo

adefinição

doinicia-

dordométodo,

EnriqueJ.Pichon-R

iviere,"éum

con-junto

depessoas

comum

objetivocom

um"que

procuramabordar

trabalhandocom

oequipe.

Aestrutura

deequi-

pesóseconsegue

namedida

emque

opera;grande

par-tedotrabalho

dogrupo

operativoconsiste,

emresum

o,notreinam

entopara

trabalharcom

oequipe.

Nocam

podoensino,

ogrupo

prepara-separa

apren-der

eisto

sósealcança

enquantoseaprende,

querdizer,

enquantosetrabalha.

Ogrupo

operativotem

objetivos,problem

as,recur-

soseconflitos

quedevem

serestudados

econsiderados

pelopróprio

grupoàmedida

quevão

aparecendo;serão

examinados

emrelação

comatarefa

eem

funçãodos

objetivospropostos.

Através

desua

atividade,osseres

humanos

entramem

determinadas

relaçõesentre

siecom

ascoisas,

alémdamera

vinculaçãotécnica

comatarefa

arealizar,

eeste

_6_0~~~~~~~~~~~~~~~Tem

asdepsicologia

complexo

deelem

entossubjetivos

ederelação

consti-tuioseu

fatorhum

anomais

específico.Noensino,

ogrupo

operativotrabalha

sobreum

tó-pico

deestudo

dado,porém

,enquanto

odesenvolve,

seform

anos

diferentesaspectos

dofator

humano.

Embo-

raogrupo

estejaconcretam

enteaplicado

aumatarefa,

ofator

humano

temimportância

primordial,

jáque

cons-titui

o"instrum

entodetodos

osinstrum

entos".Nãoexis-

tenenhum

instrumento

quefuncione

semoserhum

ano.Opom

o-nosàvelha

ilusão,tão

difundida,deque

umata-

refaémaisbem

realizadaquando

sãoexcluídos

oscham

a-dos

fatoressubjetivos

eela

éconsiderada

apenas"obje-

tivamente";

pelocontrário,

afirmamos

egarantim

os,na

prática,que

omais

altograu

deeficiência

emumatare-

faéobtido

quandoseincorpora

sistematicam

enteaelao

serhumano

total.Por

outrolado,

ecom

istoestam

osape-

nasaceitando

osfatos

comosão,incorporam

ososerhu-

mano

nateoria

enacondução

operativadatarefa

porquejáestava

incluídodefato.

Porémesta

inclusãoéagora

"desalienante",detalm

aneiraque

otodo

fiqueintegrado

eque

atarefa

eascoisas

nãoacabem

absorvendo(alie-

nando)osseres

humanos.

Nomundo

humano,

alcança-semaior

objetividadeaoincorporar-se

oserhum

ano(inclu-

siveosfatores

subjetivos),quer

dizer,tomando

ascoisas

talcom

oacontecem

,para

entendê-Iasepoder

fazercom

queaconteçam

damelhor

maneira.

Demodo

algumestas

consideraçõessaem

donosso

tema,porque

entreosinstrum

entossociais

dealienação

está,emlugar

relevante,oensino

eaform

acom

que-em

geral-serealiza:

desumanizada

edesum

anizante.Para

apresente

exposição,baseei-m

ena"Experiên-

ciaRosário",

naexperiência

degrupos

operativosdaEs-

colaPrivada

dePsiquiatria

(quejácom

pletoutrês

anosdeexperiência)

enaexperiência

realizadaem

diferen-tescátedras

emvárias

faculdades1•

Embora

semseguir

estritamente

estaordem

,vou

procurardesenvolver

asseguintes

questões:a)com

ose

realizaaaprendizagem

nosgrupos

operativos;b)porque

seprocede

assim;c)aexperiência

obtida;ed)demodo

geral,oque

sepode

dizersobre

aaprendizagem

emfun-

çãodesta

experiênciacom

gruposoperativos.

Trata-sedegrupos

deaprendizagem

ougrupos

deen-

sino?Narealidade,

deambas

ascoisas,

eeste

éum

pontofundam

entaldenossa

colocação.Ensino

eaprendizagem

constituempassos

dialéticosinseparáveis,

integrantesde

umprocesso

únicoem

permanente

movim

ento,porém

nãosópelo

fatodeque,quando

existealguém

queapren-

de,temdehaver

outroque

ensina,com

otambém

emvir-

tudedoprincípio

segundooqualnão

sepode

ensinarcor-

1.E.Pichon-R

iviereecolab.,

"Técnicade10s

gruposoperativos",

ActaNeuropsiquiátrica

Argentina,6,p.32,

1960.

_6_2Temas

depsicologia

retamente

enquantonão

seaprende

edurante

aprópria

tarefadeensinar.

Esteprocesso

deinteração

deveresta-

belecer-seplenam

entenoemprego

dogrupo

operativo.Naproposição

tradicional,existe

umapessoa

ougru-

po(um

status)que

ensinaeoutro

queaprende.

Estadis-

sociaçãodeve

sersuprim

ida,porém

,talsupressão

crianecessariam

enteansiedade,

devidoàmudança

eaban-

donodeumaconduta

estereotipada.Defato,

asnorm

assão,nos

sereshum

anos,condutas,

etoda

condutaésem

-pre

umpapel;

amanutenção

erepetição

dasmesm

ascondutas

enorm

as-demodo

ritual-acarreta

avanta-

gemdenão

seenfrentarem

mudanças

nemcoisas

novase,assim

,evitar-se

aansiedade.

Porém,opreço

dessase-

gurançaetranqüilidade

éobloqueio

doensino

eda

aprendizagem,eatransform

açãodesses

instrumentos

nooposto

daquiloque

devemser:um

meio

dealienação

doserhum

ano.Em

umacátedra

ouem

umaequipe

detrabalho,

asimples

colocaçãodanecessidade

dainteração

entreen-

sinoeaprendizagem

ameaça

romper

estereótiposepro-

vocaoaparecim

entodeansiedades.

Omesm

oacontece

quandoseabordam

mudanças

noscursos

magistrais

estereotipadosenaqueles

emque

"tudojáestá

correto"enos

quaissem

preserepete

omesm

o;esta

reaçãoim-

plicaum

bloqueio,umaverdadeira

neurosedolearning,

que,por

suavez,

incidesobre

osestudantes

comodis-

torçãodaaprendizagem

.Nãosepode

pretenderorgani-

zaroensino

emgrupos

operativossem

queopessoal

do-cente

entrenomesm

oprocesso

dialéticoque

osestu-

dantes,sem

dinamizar

erelativizar

ospapéis

esem

abriramplam

enteapossibilidade

deum

ensinoedeumaapren-

dizagemmútua

erecíproca.

Ocorpo

docentetemearup-

turadostatus

eoconseqüente

caose,nesse

sentido,é

necessárioanalisar

asansiedades

deficar

"nu",sem

sta-tus,diante

doestudante,

queaparece,

então,com

todaa

magnitude

deum

verdadeiroobjeto

persecutório;deve-

secriar

consciênciadequea

melhor

"defesa"éconhe-

ceroque

sevai

ensinareserhonesto

navalorização

doque

sesabe

edoque

sedesconhece.

Umponto

culmi-

nantedesse

processoéomomento

emque

aqueleque

ensinapode

dizer"não

sei"eadm

itirassim

querealm

en-tedesconhece

algumtemaoutópico.

Essemomento

éde

sumaimportância,

porqueimplica

-entre

outrascoisas

-oabandono

daatitude

deonipotência,

aredução

donarcisism

o,aadoção

deatitudes

adequadasnarelação

interpessoal,aindagação

eaaprendizagem

,eacoloca-

çãocom

oserhum

anodiante

deoutros

sereshum

anose

dascoisas

taiscom

oelas

são.Onível

do"não

sei"éatingido

quandosetom

apossí-

velproblematizar

equando

sepossui

osinstrum

entosne-

cessáriospara

resolverosproblem

assuscitados.

Nãoes-

toudefendendo

nemfazendo

proselitismodaignorância,

masenfatizando

anecessidade

decolocar

ascoisas

dentrodolimitedohum

anoeassinalando,

comisso,

apossibili-

dadedeumamaior

integraçãoeaperfeiçoam

entonatare-

fa.Aimagem

realizadadoprofessor

onipotenteeonis-

cienteperturba

aaprendizagem

,em

primeiro

lugar,do

próprioprofessor.

Omais

importante

emtodo

campo

65Grupos

operativosnoensino

_

doconhecim

entonão

édispor

deinform

açãoacabada,

maspossuir

instrumentos

pararesolver

osproblem

asque

seapresentam

emtalcam

po;quem

sesentir

possuidorde

informação

acabadatem

esgotadassuas

possibilidadesdeaprender

edeensinar

deform

arealm

enteproveitosa.

Noensino

enaaprendizagem

emgrupos

operativos,não

setrata

sódetransm

itirinform

ação,mastambém

deconseguir

queseus

integrantesincorporem

emani-

pulemosinstrum

entosdeindagação.

Eisto

sóépossí-

veldepois

queocorpo

docentejáotiver

conseguidopara

si.Sublinho

queomais

importante

emum

campo

científiconão

éoacúm

ulodeconhecim

entosadquiri-

dos,masasua

utilizaçãocom

oinstrum

entopara

indagareatuar

sobrearealidade.

Existegrande

diferençaentre

oconhecim

entoacum

uladoeoutilizado;

oprim

eiroalie-

na(inclusive

osábio),

osegundo

enriqueceatarefa

eo

serhum

ano.Seguindo

emparte

Montesquieu,

pode-sevoltar

adizer

queencher

cabeçasnão

éomesm

oque

for-marcabeças.

Emenos

aindaform

artantas,

quecada

umtenha

aprópria.

Nãoexiste

serhum

anoque

nãopossa

ensinaralgo,

quandomais

nãoseja

pelosimples

fatodetercerta

ex-periência

devida.

Esclareçamos,

também

,que

nãose

tratasódeaprender

nosentido

limitado

derecolher

in-form

açãoexplicitada,

massim

deconverter

emensino

eaprendizagem

todaconduta

eexperiência,

relaçãoou

ocupação.Aprendizagem

eensino

estãotão

solidaria-mente

relacionadosque,com

freqüência,nos

gruposope-

rativosque

seocupam

destetema,cunhou-se

umneolo-

gismo,que

apareceuprim

eirocom

olapso

eque

integraosdois

termos:

"Ensinagem".

Ocoordenador

deum

grupooperativo

eodiretor

deum

ensinoorganizado

operativamente

devemtraba-

lharou,m

elhordizendo,

co-trabalharouco-pensar

(como

dizE.Pichon-R

iviere)com

osestudantes

ecom

todososauxiliares.

Quando

essaproposição

surgiuemum

gru-pooperativo

deauxiliares

deumacátedra,

algunsale-

garamque,

sesetrabalhasse

assim,haveria

orisco

deque

osestudantes

acreditassemque

existemcoisas

quenão

sabemos.

Earesposta

foique

issoécerto

eque

osestudantes

terãorazão

sepensarem

assim,eque

nóstambém

temosdeadm

iti-Iocom

overdade.

Aorganização

doensino

emgrupos

operativosexi-

geque

sedesarm

emeserom

pamumasérie

deestereóti-

pos,que

sevêm

repetindoeque

servemcom

odefesas

daansiedade,

masque

paralisamoprocesso

dialéticode

ensinoeaprendizagem

.Nãosedeve

fomentar

nenhuma

imagem

falsa,nem

deprofessores

nemdeestudantes,

edeve-se

transmitir

ainform

açãononível

emque

elase

encontre,sem

deixardeapresentar

osfatos

duvidosos,contraditórios

ounão

resolvidos.Grande

partedafacili-

taçãoousimplificação

efetuadascom

finalidadesdidáti-

cas,com

oocorre

namaior

partedos

textos,adm

inistramainform

açãocom

oalim

entopré-digerido

eservem

paraencher

cabeçasmasnão

paraform

á-Ias.Ossistem

aseducativos

epedagógicos

são,por

outrolado,

institui-ções

quesemodelam

naluta

deinteresses

declasses

sociais,eosmétodos

antiquadosdeensino

sãoinstru-

_6_6Temas

depsicologia67

Gruposoperativos

noensino

--_________--

mentos

debloqueio

econtrole

que,nessesentido,

preen-chem

amplam

enteseus

objetivospolíticos,

sociaise

ideológicos.Ecom

osetransm

itemaos

estudantesosinstrum

en-tos

deproblem

atizaçãoeindagação?

Sóexiste

umafor-

madefazê-Io,

éempregá-Ios,

transformando

osestudan-

tesdereceptores

passivosem

co-autoresdos

resultados,conseguindo

queutilizem

,que

"seencarreguem

"desuas

potencialidadescom

oseres

humanos.

Emoutros

termos:

deve-seenergizar

oudinam

izarascapacidades

doses-

tudantes,assim

comoasdocorpo

docente.

ensinarojácom

provado,odepurado;

otrabalho

comgrupos

operativos,pelo

contrário,conduziu-nos

àcon-

vicçãodeque

sedeve

partirdoatual

epresente,

eque

todaahistória

deumaciência

deveserreelaborada

emfunção

disso.Não

sedevem

ocultaraslacunas

nemas

dúvidas,nem

preenchê-Iascom

improvisações.

Ainstituição

emque

seoferece

oensino

deve,em

suatotalidade,

serorganizada

comoinstrum

entodeensi-

noe,por

suavez,

serradical

eperm

anentemente

pro-blem

atizada.Osconflitos

deordem

institucionaltrans-

cendem,deform

aimplícita,

eaparecem

comodistor-

çõesdopróprio

ensino.Osconflitos

nãoexplicitados

nemresolvidos

nonível

daorganização

institucionalcanalizam

-senos

níveisinferiores,

detalm

aneiraque

oestudante

setorna

umaespécie

derecipiente

noqual

osconflitos

poderãocair

oucausar

impacto.

Nodecorrer

doensino

emgrupos

operativos,deve-

seestudar

einvestigar

opróprio

ensino,bem

comopro-

blematizar

osconhecim

entoseinstrum

entosdetodo

tipo.Nesse

eem

todosentido,

oclim

adeliberdade

éimprescindível.Noensino

operativo,deve-se

procurarcam

inharpa-

raodesconhecido,

paraaindagação

daquiloque

aindanão

estásuficientem

enteelucidado.

Seexiste

umaor-

demgeral

básica,que

deveser

levadaem

conta,éade

romper

estereótiposem

todososníveis

eplanos

emque

apareçam.Aestereotipia

éatraça

dascátedras.

Emciên-

cia,não

sóseavança

encontrandosoluções,

mastam-

bém,efundam

entalmente,

criandoproblem

asnovos,

e

Atécnica

operativanoensino

modifica

substancial-mente

aorganização

esua

administração,

tantocom

oosobjetivos

quesedesejam

alcançar.Problem

atiza,em

primeiro

lugar,opróprio

ensinoeprom

oveaexplicita-

çãodas

dificuldadeseconflitos

queaperturbam

oudis-

torcem.Éum

instrumento

detrabalho

enão

constituiumapanacéia

queresolve

todososproblem

as,oque,

aliás,éutópico.

Todaainform

açãocientífica

temdeser

transformada

eincorporada

comoinstrum

entopara

ope-rare,de

nenhumamaneira,

devetender

àsimples

acumu-

laçãodeconhecim

entos.Isso

obrigaasistem

atizarocon-

teúdodos

programasouasmatérias

deumamaneira

dis-tinta

datradicional.

Geralm

entesupõe-se

quesedeve

_6_8Temas

depsicologia69

Gruposoperativos

noensino

------------

énecessário

educar-separa

perderomedo

deprovocá-

los.Nessa

ação,oestudante

aprende,com

suapartici-

paçãodireta,

aproblem

atizartanto

cornoaempregar

osinstrum

entospara

encontrareestabelecer

aspossíveis

viasdesolução.

quececom

osresultados

dasua

aplicação.Procuram

osfazer

comque

todainform

açãoseja

incorporadaouas-

similada

cornoinstrum

entopara

voltaraaprender

econ-

tinuarcriando

eresolvendo

osproblem

asdocam

pocien-

tíficooudoterna

tratado.

oterm

oaprender

estábastante

contaminado

pelointelectualism

o;assim

,concebe-se

oprocesso

cornoa

operaçãointelectual

deacum

ularinform

ação.Outra

de-finição,

aindaque

corretaem

certosentido,

traduza

aprendizagemem

urnalinguagem

reducionistaeafir-

maque

éurna

modificação

dosistem

anervoso

produ-zida

pelaexperiência.

Preferimos

oconceito

deque

aaprendizagem

éamodificação

mais

oumenos

estáveldelinhas

deconduta,

entendendo-sepor

condutatodas

asmodificações

doserhum

ano,seja

qualfor

aárea

emque

apareçam;nesse

sentido,pode

haveraprendizagem

aindaque

nãosetenha

asua

formulação

intelectual.Pode

havertambém

umacaptação

intelectual,corno

fór-mula,

masficar

tudoreduzido

aisso;

nessecaso

dá-seurna

dissociaçãonaaprendizagem

,resultado

muito

co-mum

dosprocedim

entoscorrentes.

Atécnica

operativatambém

implica

umaverdadei-

raconcepção

datotalidade

doprocesso;

essaconcepção

éinstrum

entadapela

técnica,que

porsua

vezseenri-

Adistorção

ideológicadoensino

tradicionalche-

gouatalponto

queénecessário,

hoje,reincorporar

oser

humano

àaprendizagem

daqual

foimarginalizado

emnom

edeurna

pretensaobjetividade.

Urna

verdadeóbvia

éque

nãoexiste

aprendizagemsem

aintervenção

doser

humano,

mas,

naprática,

ignorou-seisso,

cornoseoobjetivo

nãofosse

realmente

conseguirque

oser

humano

assimilasse

instrumentos

paraoseu

desenvol-vim

ento,masque

setransform

asseem

uminstrum

entodesum

anizado,alienado;

nãosetratava

somente

dedo-

minar

objetoscom

oconhecim

ento,mastambém

dedom

i-nar

econtrolar

sereshum

anoscom

aaprendizagem

eo

ensmo.Oser

humano

estáintegralm

enteincluído

emtudo

aquiloem

queintervém

,detalm

aneiraque,quando

exis-teurna

tarefasem

resolução,há,

aomesm

otempo,

urnatensão

ouum

conflitopsicológico,

equando

éencon-

tradaurna

soluçãopara

umproblem

aoutarefa,

simul-

taneamente

ficasuperada

urnatensão

ouum

conflitopsi-

70Tem

asdepsicologiaGruposoperativosno

ensino71

cológico.Oconhecim

entoadquirido

deum

objetoé,ao

mesm

otempo,

unicamente

umaconduta

doserhum

a-no.Q

uandosetrabalha

umobjeto,não

apenasoobjeto

estásendo

modificado,

mastambém

osujeito,e

vice-versa,e

asduas

coisasocorrem

aomesm

otempo.N

ãosepode

operaralém

daspossibilidadesreais

doobjeto,

tampouco

alémdaspossibilidades

reaisemomentâneas

dosujeito;

easpossibilidades

psicológicasdosujeito

sãotãoreais

eobjetivas

comoasdo

objeto.Assim

,todo

impedim

ento,déficit

oudistorção

daaprendizagem

é,aomesm

otempo,um

impedim

ento,dé-ficitou

distorçãodapersonalidade

dosujeito,e

-vice-

versa-todos

ostranstornosdapersonalidade

(neurose,psicose,caracteropatias,

perversões)são

transtornosda

aprendizagem.Otratam

entopsicanalítico

tendearom

-perestes

estereótiposdeconduta,areabrir

epossibilitardenovo

umaaprendizagem

e-portanto

-umaretifica-

çãodaquilo

quefoiobtido

anteriormente.D

essamanei-

ra,jánão

háumadiferença

essencialentreaprendizagem

eterapia

nateoria

enatécnica

dosgrupos

operativos;adiferença

estátão-som

entenatarefa

explícitaque

ogrupo

sepropõe

realizar.Ogrupo

operativoque

chegaaseconstituir

emequipe

queaprende

consegueimpli-

citamente

umacerta

retificaçãodevínculos

estereoti-pados

e,portanto,umcerto

graudeefeito

terapêutico.Isso

nãoquer

dizer,demodo

algum,que

qualquertarefa

realizadaemqualquer

condiçãoseja

terapêutica,tampouco

quebasta

pôrumdoente

paratrabalhar-

indi-vidualm

enteouemgrupo

-para

conseguirsuacura.Nis-

sosebaseia,em

grandeparte,o

errodemuitos

sistemas

deterapia

ocupacionalque

acreditamque

otrabalho

cura.Otrabalho

emsié

umaabstração

quenão

curanem

fazadoecer;oquecura,enriqueceapersonalidadeou

fazadoecer

sãoascondições

humanas

einum

anasem

queotrabalho

érealizado,

otipo

devínculo

ourelação

interpessoalque

seestabelece

duranteotrabalho.

Ogrupo

operativotende

aatingir

umvínculo

óti-moque

enriqueçaapersonalidade

eatarefa

eretifique

padrõesestereotipados

edistorcidos.A

propósito,con-

vémesclarecerque

a"sim

ples"estereotipia

oubloqueio

daaprendizagem

jáé,por

sisó,epor

issomesm

o,uma

distorçãodaconduta

(neuróticaoupsicótica).

Orestabelecim

entodaespiral

earuptura

deeste-

reótipossão

asaçõesconjuntas

àsquais

ocoordenador

dogrupo

operativodeve

estaratento:

àmedida

queo

consegue,asdissociações

vãosendo

superadas.Uma

delas,quejáconsideram

os,éadesujeito-objeto,

como

pardialético;outra,de

sumaimportância,

éadadisso-

ciação,tãofreqüente

entreteoria

eprática,

entreinfor-

mação

erealização

ouentre

oque

sesabe

oudizque

sesabe

eoque

realmente

sefaz.D

essemodo,asdissocia-

ções(perturbações

neuróticase/ou

aprendizagem)che-

gamaumaproporção

alarmante

queabrange

todosos

graus,desdeainform

açãoenciclopédica

acompanhada

deumaprática

grosseira,até

afalta

deinform

açãounida

aumagrande

habilidadee"olho

clínico"napráti-

ca.Emambos

oscasos,está

desumanizada

atarefa

eo

serhumano.A

práxisenriquece

atarefa

eoserhum

ano,

73Grupos

operativosnoensino

-------------

eéisto

quedevem

osconseguir

nogrupo,

rompendo

asdissociações

entreteoria

eprática,

emcada

umaeem

to-das

asmodalidades

emque

elaspodem

ocorrer,inclusi-

vedissociação

econtradição

(tãofreqüente)

entreideolo-

giaeação.

Elasnão

sãoapenas

perturbaçõesdatarefa,

massão

também

,aomesm

otempo,

dissociaçõesdaper-

sonalidade,eaosuperá-Ias

oresultado

éduplo.

Embora

sepossam

utilizareseutilizem

técnicasoperativas

emgrupos

terapêuticos,osgrupos

deensino

nãosão

diretamente

terapêuticos,masatarefa

daapren-

dizagemimplica

terapia;toda

aprendizagembem

reali-zada

etoda

educaçãosão

sempre,

implicitam

ente,tera-

pêuticas.Anecessidade

derecorrer

aprocedim

entoste-

rapêuticosespecíficos

seriaum

indicadordeque

atéc-

nicaoperativa

foimalutilizada,

mobilizando

eforçando

ansiedadesalém

doque

indicavamosemergentes

dopró-

priogrupo,

ealém

daquiloque

épossível

fazer-demo-

doimplícito

-natarefa

daaprendizágem

.Todos

osprocedimentos

pedagógicostenderam

sem-

preaform

aremodificar

adequadamente

apersonali-

dadedoestudante.

Agora

issotornou-se

possívelatra-

vésdas

técnicasoperativas.

Aconfusão

entreterapia

eensino

nãopertence

aessas

últimas,

massim

aospeda-

gogos,que

procuraramoque

temiam

encontrareagora

temem

oque

foiencontrado.

opensar

éoeixo

daaprendizagem

,enos

gruposope-

rativos,aoestabelecer-se

aespiral,faz-se

comque

opensa-

mento

intervenhaativam

ente.Háumaaprendizagem

,ou

partedela,que

temlugar

exclusivamente

naárea

corporal(com

o,por

exemplo,

aprenderaescrever

àmáquina

ouandar

debicicleta),

enestes

casosdeve-se

completá-Ia

le-vando

aoplano

dopensam

entooque

sefezouseaprendeu

nonível

corporal.Umaalta

porcentagemdotrabalho,

emnossa

culturaindustrial,

realiza-seexclusivam

entenaárea

corporal(tanto

otrabalho

deum

operáriocom

oodeum

profissional),oque

facilitaoucondiciona

adissociação

entreoque

sefaz

eoque

sepensa

duranteaexecução

datarefa.

Umaprendizado

bem-sucedido

exigeaelim

inaçãodesta

dissociação,eoconseqüente

enriquecimento

datare-

facom

aquiloque

sepensa,

eoenriquecim

entodoque

sepensa

comaquilo

quesefaz.

Senos

perguntassemsepensam

os,responderíam

osafirm

ativamente

e,inclusive,consideraríam

osapergun-

taofensiva,

óbviaouabsurda.

Contudo,

muito

doque

secham

apensar

ésom

enteum

círculovicioso

eeste-

reotipado.Outras

vezes,ouligado

aoanterior,

chama-se

pensaraumadissociação

natarefa,

umpensar

quenão

antecedenem

segueàação

masque

asubstitui.

Todasessas

formasdistorcidas

dopensar

nãosão

sócondutas

psicológicascom

motivações

individuais,massão,

fun-dam

entalmente,

padrõesculturais

eform

amparte

da

7__4______Temas

depsicologia

superestruturadaorganização

socioeconâmica

vigente.Parte

dessearsenal

ideológicoestá

constituídopela

ló-gica

formal,que

fragmenta,

"elementariza"

oprocesso

dopensam

ento.Esseésem

preum

processodialético;a

lógicaform

alnão

éum

pensamento

criador,esim

aestereotipia

eocontrole

dopensam

ento.Oespontâneo

éopensam

entodialético,que

estálimitado

ereprim

idopelo

pensamento

formal,porque

comele,na

realidade,não

sepensa,m

assecritica

esecontrola

opensar

dia-lético

atéum

limiteem

que,inclusive,sechega

ablo-

queá-Io.Aruptura

dessebloqueio

traz-com

oseverá

maisadiante

-confusão

edispersão,porém

éumapas-

sagemnecessária

paraorestabelecim

entodopensam

en-todialético.M

encionemos,depassagem

,quenem

todososque

falamdedialética

realmente

aempregam

,eque

éfreqüente

acoexistência

deumpensam

entorigidam

en-teform

alcomumadefesaverbaldadialética.

Parapoderpensar

éprecisohaverchegado

aumní-

velnoqualseja

possíveladm

itiretolerar

umcerto

vo-lum

edeansiedade,provocada

peloaparecim

entodaes-

piral,com

aconseqüente

aberturadepossibilidades

eperda

deestereotipias,

ouseja,de

controlesseguros

efixos.

Emoutros

termos,

pensarequivale

aabandonar

ummarco

desegurança

ever-se

lançadonum

acorrente

depossibilidades.

Nopensam

ento,oobjeto

eosujeito

sempre

coincidem,enão

sepode

"remover"

oobjeto

sem"rem

over"eproblem

atizarosujeito;

nomedo

depensar

estáincluído

otemordepassaransiedades

econ-

fusõeseficar

encerradonelas

sempoder

sair.Ansieda-

deseconfusões

são,poroutro

lado,iniludíveis

nopro-

cessodopensar

e,portanto,daaprendizagem

.Umadas

maiores

virtudesdogrupo

operativoéa

possibilidadeque

oferecedeaprender

aagir,pensar

efantasiar

comliberdade,

areconhecer

onexo

estreitoe

asutil

passagemque

existeentre

imaginar,

fantasiar,pensar

epropor

hipótesescientíficas.

Nesse

sentido,é

muito

comum

omedo

decairna

loucuraounodescon-

troledopensam

entoedafantasia

("alouca

dacasa").

Todaviasem

fantasiaesem

imaginação

nãoexiste

pen-sam

entocriador.A

realidadeultrapassa

aimaginação

eafantasia

detodos

oshom

ensjuntos.

Deve-se

ajudaro

grupoatrabalhar

essemedo

daloucura

edodescontro-

le,ensiná-Ioaaceitarjogar

comopensam

entoecom

atarefa

eaobterprazer

comeles.A

situaçãomaisfeliz

éaquela

emque

trabalhoehobby

coincidem,nosentido

deque

otrabalho

seja,aomesm

otempo,

fontedepra-

zer.Semdúvida,e

paradoxalmente,

medos

esofrim

en-tos

sãomomentos

doprocesso

criadorque

seaceitam

commaisfacilidade

doque

osmomentos

doprazer

depensar

etrabalhar.

Umproblem

amuito

freqüentenos

gruposoperativos

éoaparecim

entodesentim

entosde

culpaporpensar,com

ooutro

bloqueio.E,quandosecon-

segueque

ogrupo

aceitesem

culpaoprazer

depensar

eoprazer

dotrabalho,

pode-seenfrentar

problemasli-

gadosaosentim

entodeculpa

porensinar

apensar

epelo

prazeregratificação

queisso

provocanocorpo

docente.Nãoexiste

maior

gratificaçãonadocência

do

queoensinar

apensar,

aatuar

segundooque

sepensa

eapensar

segundooque

sefaz,

enquantosefaz.

Porémopensar

nãoéinofensivo,

efazer

pensartam-

bémnão

oé.B

astalembrar

odestino

deSócrates

ecom

-pará-Io

comodeseus

acusadoresMeleto,

Anito

eLi-

con,representantes

datradição

edaestereotipia.

Bachelard

diziaque

pensamos

sempre

contraal-

guém;épreciso

acrescentarque

também

pensamos

comalguém

epara

alguémoualgo.

Narealidade,

todosesses

vínculoscoexistem

esealternam

comomomentos

deum

sóprocesso

que,sem

dúvida,pode

serperturbadoeficar

paralisadoem

algumdesses

momentos.

Émuito

freqüen-teocaso

deindivíduos

quesópodem

pensarcontra

outro,contra

oque

pensaooutro;

nessecaso

comprova-se

que,seosujeito

nãoage

assim,entra

emconfusão.

Emcom

-pensação,

mantém

-selivre

delaenquanto

atribuiaoutro

opapel

desua

própriaparte

contraditória.Noensino

emgrupos

operativos,deve-se

também

supriranecessidade

depensar

comrigor

terminológico

etécnico,

envolvendo,quando

necessário,aanálise

se-mântica,

demodo

queacom

unicaçãoverbal

sepreste

omenos

possívelaserveículo

demal-entendidos.

Oprocesso

deaprendizagem

funciona,no

grupo,com

oumaverdadeira

maiêutica,

nãonosentido

deque

tudoconsiste

emtirar

decada

umoque

játem

dentrodesi,m

asnodeque

éogrupo

quecria

seusobjetivos

efaz

suasdescobertas

atravésdaativação

daquiloque

exis-teem

cadaserhum

anoderiqueza

eexperiência,

aindaque

pelosimples

fatodeviver.

Osintegrantes

dogrupo

nãosóaprendem

apensar,

comotambém

queaabertura

daespiral

permite

quese

aprendaaobservar

eescutar,

arelacionar

aspróprias

opiniõescom

asalheias,

aadm

itirque

outrospensem

demodo

diferenteeaform

ularhipóteses

emumatare-

fadeequipe.

Juntocom

isso,osintegrantes

dogrupo

também

aprendemalereestudar.

Comenta-se

habitual-mente,

nosambientes

profissionais,que

oestudante

ouoprofissional

interessadonasua

tarefatende

apenasa

seinform

ar,isto

é,adigerir

umagrande

quantidadede

livroserevistas

quevêsuperficialm

enteporque,

paraele,

oimportante

écaptar

onovo

efazer

aprovisiona-mento

debibliografia

einform

ação;ogrupo

operativoleva

apensar

durantealeitura

eaconsiderar

issocom

oomais

importante

daleitura,

demodo

queela

sejautili-

zadacom

odiálogo

produtivoenão

estereotipadooublo-

queante2•Neste

sentido,um

sóartigo

consistentepode

bastarpara

ameditação

durantesem

anas.Para

queogrupo

realizetudo

isto,seu

coordenadordeve

trabalhar,fundam

entalmente,

aestereotipia

eana-

lisarosesquem

asreferenciais

dogrupo,

bemcom

oman-

terumnível

ótimodeansiedade.

Nãoépreciso

fazernada

paraque

seestabeleça

oprocesso

dialéticodopensar,

porqueele

éespontâneo;

porém,hámuito

oque

fazerpara

remover

asbarreiras

ebloqueios

queimpedem

seufuncionam

ento.

grupooperativo

amplia

aspossibilidades

racionaiseim-

plicaum

examedafonte

vulgardoconhecim

ento,epor-

tantotambém

areorganização

eoseu

aproveitamento

racionalnatarefa

científica,aceitando

umacontinuidade

entreoconhecim

entocientífico

eovulgar.

Assim

comooesquem

areferencial

decaráter

dinâ-mico

eplástico

éacondição

necessáriapara

aaprendi-

zagem,oestereotipado

transforma-se

embarreira.

Oquestionam

entodoesquem

areferencial

éométodo

pararom

perestereótipos,

porémésóaoserusado

queele

podeserquestionado

emudado.

Atécnica

dogrupo

opera-tivo

deveorientar-se

paraaparticipação

livre,espontânea,deseus

integrantes,que

assimtrarão

seusesquem

asrefe-

renciaiseoscolocarão

àprovanum

arealidade

maisampla,

forados

limites

daestereotipia,

doautism

ooudonarcisis-

mo,tom

andoconsciência

deles,comaconseqüente

retifi-cação.

Poroutro

lado,nãosetrata

deobter

umamodifica-

çãodoesquem

areferencial

emum

sentidooumodalidade

prefixada,nem

deconseguir

umesquem

areferencial

jácom

pletoouestruturado.

Aaprendizagem

consiste,funda-

mentalm

ente,edemodo

ótimo,em

obterapossibilidade

deumaperm

anenterevisão

doesquem

areferencial,

emfunção

dasexperiências

decada

situação,tanto

dentrodo

grupocom

ofora

dele.Trata-se,

portanto,deaprender

amanter

umesquem

areferencial

plásticoenão

estereotipa-docom

oinstrum

entoque

sevai

continuamente

retifican-do,criando,m

odificandoeaperfeiçoando.

Oesquem

areferencial

constitui,em

síntese,umacer-

taintegração

unitáriadomundo

edocorpo,

ecom

ele

Oesquem

areferencial

éo"conjunto

deexperiên-

cias,conhecim

entoseafetos

comosquais

oindivíduo

pensaeatua".

Éoresultado

dinâmico

dacristalização,

organizadaeestruturada

napersonalidade,

deum

gran-deconjunto

deexperiências

querefletem

umacerta

es-trutura

domundo

externo,conjunto

segundooqual

osujeito

pensaeatua

sobreomundo.

Nogrupo

operativo,atática

deveser

dirigidaàre-

visãodoesquem

areferencial,

quedeve

serobjeto

dequestionam

entoconstante.

Nãohavendo

umesquem

are-

ferencialadequado,

osfenôm

enosnão

sãopercebidos,

porém,para

queseform

eoesquem

areferencial

neces-sário,

éimprescindível

manter-se

emcontato

eem

inter-jogo

comoobjeto

deindagação.

Quando

descobrimos

ofenôm

eno,estam

osalém

dissocriando

conscientemen-

teoesquem

areferencial

parapercebê-Io;

mas,para

con-seguir

isso,épreciso

umalonga

experiênciaprévia

comoobjeto,

queleve

aproduzir

umaimpregnação

progres-siva

egradual

dosujeito

peloobjeto,

atéomomento

emque

ocorreosalto

dialéticoeoesquem

areferencial

setorna

consciente.Oesquem

areferencial

conscientenão

éaúnica

coisaimportante,

mastambém

osão

todosos

seuscom

ponentesinconscientes

oudissociados

queentram

emjogo

eque,

nãosendo

conhecidos,distorcem

oubloqueiam

aaprendizagem

.Em

grandeparte,

oes-

quemareferencial

éoapriori

irracionaldoconheci-

mento

racionaledotrabalho

científico.Sua

revisãono

_8_0Temas

depsicologia

controlam-se

tensõeseimpede-se

airrupção

traumáti-

cadesituações

oufatos

novos.Agraduação

dasansie-

dadeséum

fatorimportante

paraarevisão

doesquem

areferencia1.

Nogrupo

operativo,constrói-se

paulatinamente

umesquem

areferencial

grupal,que

éoque

realmente

pos-sibilita

asua

atuaçãocorno

equipe,com

unidadeecoe-

rência.Isso

nãoquer

dizerque

todospensem

igual,oque,

emúltim

ainstância,

seriaocontrário

doque

desejamos

dogrupo

operativo.Unidade

nãosignifica,

emseu

sen-tido

dialético,exclusão

deopostos,

mas,

inversamente,

aunidade

incluieimplica

aexistência

deopostos

emseu

seio.Essa

éaverdadeira

unidadedeum

grupoope-

rativo.Oótim

osedáquando

existeurna

máxim

ahete-

rogeneidadedos

integrantescom

máxim

ahom

ogenei-dade

datarefa.

Oesquem

areferencial

ésem

preurna

parteintegran-

tedas

ideologias,eestas

entram,sem

preeinevitavel-

mente,

nogrupo

operativotanto

cornoem

todatarefa

deensino

eaprendizagem

.Deve-se

conseguirque

cadamembro

trabalhecom

asua

ideologia,eisto

constituia

suamelhor

críticaerevisão;

nãosetrata

dedefendê-Ia

emurna

exposiçãoteórica,

masdeusá-Ia.

Aparecerão,

então,dificuldades

edissociações,

bemcorno

contradi-ções

ecoexistência

deideologias

excludentesoudeseg-

mentos

nãointegrados.

Aideologia

éintegrada

edefen-

didaquando

setrabalha

comelaenão

falandosobre

ela.Incluím

osnestas

consideraçõesasideologias

detodo

tipo:políticas,

científicas,sociais,

econômicas,

religio-

sas,etc.,

bemcorno

asespecíficas

dealguns

campos

científicos:psiquiatria,

psicologia,etc.O

problema,muito

difundido,deambigüidade

ecoexistência

nãoquestio-

nadasdeelem

entosdeideologias

opostastende

aser

resolvidonessa

tarefadogrupo

operativo.Devem

oscon-

seguirque

aideologia

sejaum

instrumento

paraoser

humano

enão

queele

setransform

eem

instrumento

daideologia.

Também

nãosetrata

deconsiderar

asideo-

logiascorno

fenômenos

nocivos,mas,

issosim,deque

ogrupo

asutilize

e,operando

comelas,

submeta-as

àprova

everificação;

deque

possamampliar-se

eretifi-

car-se,etenham

integração,coerência,

forçadiretriz

econvicção.

Nogrupo

operativoprocuram

osfazer

comque

cadaum

utilizeseus

esquemas

referenciais,assim

cornosuas

ideologias.Oresto

acontecesozinho.

Atarefa

deaprender

eoterna

correspondenteca-

nalizamaatenção

diretadogrupo

edeseu

coordena-dor;

mas,

embora

dandoatenção

àtarefa,

oque

funda-mentalm

entenos

interessasão

osseres

humanos

nelaimplicados,

detalm

aneiraque,

sempoder

separartare-

faeparticipantes,

urnaboa

tarefaésimultânea

àinte-

graçãoeàaprendizagem

grupa1.Arelação

entretarefa

ouobjetivo

eosseres

humanos

implicados

verifica-seatravés

daanálise

doesquem

areferencial

edagraduação

dasansiedades

queisso

implica.

Ainform

açãoque

deveser

assimilada

constituioconteúdo

manifesto,

enquantooesquem

areferencial

éoconteúdo

latente;precisam

ostrabalhar

edar

atençãoaambos,

permanentem

ente.Ogrupo

operativotrabalha

apartir

decerta

infor-mação,

porémelapode

aparecerdediferentes

maneiras

nogrupo;

podeser

trazidadiretam

enteem

formainte-

lectuale,nesse

caso,ogrupo

reconstróiatotalidade

apartir

doque

foitrazidofragm

entadopor

seusmembros,

easdificuldades

sãoexam

inadasem

funçãodofracio-

namento

edas

omissões

edistorções.

Ogrupo

enrique-ceainform

açãoàmedida

queareconstrói,

equando

aaprende,

elajáésuperior

àinform

açãooriginariam

entefragm

entada.Porém

,ainform

açãopode

serlevada

aogrupo

deform

alatente

ou,então,através

deumaatuação.

Neste

últimocaso,

ogrupo,

oualguns

deseus

integran-tes,

representaainform

ação;se,por

exemplo,

otemaé

odafamília

doesquizofrênico,

ogrupo

operativopode

representarouatuar

comalgum

adas

característicasso-

breasquais

tenhaseinform

ado.Esse

éum

aspectomui-

toatraente,

queaparece

quasesistem

aticamente

nosgru-

posoperativos

quetrabalham

noensino

dapsiquiatria,

embora

nãoseobserve

omesm

onosentido

dapsicolo-

gia.Épossível

queumadas

causasseja

ograu

deansie-

dadedespertada

pelainform

ação,nosentido

deque

aumaansiedade

maior

correspondeumamaior

identifi-cação,

enquantopara

umaansiedade

menor

ainform

a-ção

podeserrecebida

ouincorporada

simbolicam

ente,com

oconteúdo

intelectual.Isso

estáestritam

entevin-

culadoàsteorias

queafirm

amque

oaparecim

entode

condutasnaárea

damente

dependedapossibilidade

detransferir

respostas.Nosgrupos

operativos,oprocesso

deaprendizagem

sóseestabelece

eseleva

acabo

aoseregular

adistan-

ciacom

oobjeto

deconhecim

ento.Existe

umadistância

ótima,que

correspondeaumaansiedade

ótima,acim

aouabaixo

daqual

aaprendizagem

ficaprejudicada.

Um

princípiotécnico

básico,que

E.Pichon-R

ivierecha-

moua"regra

deouro"

datécnica

dosgrupos

operativos,érespeitar

oemergente

dogrupo,

ouseja,trabalhar

comainform

açãoque

ogrupo

atualizaacada

momento

eque

correspondeaoque

momentaneam

entepode

admi-

tireelaborar.

Respeitando

oemergente,

mantém

-see

trabalha-seadistância

comoobjeto

deconhecim

entoque

ogrupo

podetolerar.

Semansiedade

nãoseaprende,

ecom

muita

ansie-dade

também

não.Onível

ótimoéaquele

noqual

aan-

siedadefunciona

comoum

sinaldealarm

e.Existem

duascondutas

grupaisextrem

asetípicas:

umaéaquela

naqual

nãoexiste

ansiedadeeogrupo

nãotrabalha;

já"sa-

bemtudo"

enão

existemdúvidas,

demodo

quefica

blo-queado

oaparecim

entodequalquer

novoemergente.

No

primeiro

caso,deve-se

questionaraansiedade

emfun-

çãodotema;não

éraro

surgirumasituação

dedesper-

sonalização,nogrupo

ouem

algumdeseus

membros.

Nosegundo

caso,deve-se

questionarobloqueio,

tam-

bémem

funçãodoimpacto

dotema.Em

ambos

háum

obstáculoepistem

ológicoagindo:

atravésdeumarup-

turamuito

bruscadoesquem

areferencial

numcaso,

edaestereotipia

nooutro.

Odesconhecido

éperigoso

(persecutório)epode

desorganizarasdefesas

dogrupo,

quesevê,então,

inva-dido

pelotema.Naoutra

situação,também

freqüente,deve-se

fazercom

queocotidiano

ecom

um,ojáco-

nhecido,torne-se

"estranho".Quer

dizer,mostrá-Io

sobaspectos

diferentesdos

estereotipados;dessa

maneira,

inclusiveocotidiano

eocom

umconvertem

-seem

obje-todeindagação

eaprendizagem

,porque

odesconheci-

doestá

presente,inclusive,

nosfenôm

enoscorrentes.

Deve-se

"tornarestranha"

aexperiência

corrente,atitu-

deque,

poroutro

lado,éoprocedim

entodeindagação,

entreoutros,

doartista,

quenos

apresentaocotidiano

sobumanova

facetaousob

umenfoque,

ouperspectiva,

real,masdiferente

doque

temoshabitualm

ente.Desse

modo,

narealidade,

aprendernão

ésenão

aprenderaindagar.N

ãoháinvestigação

possívelsem

ansiedadenocam

podetrabalho,

provocadapelo

des-conhecido

que,por

serdesconhecido,

éperigoso.

Parainvestigar,

épreciso

manter,

emqualquer

idade,inclusi-

venamaturidade,

umpouco

dadesorganização

ouda

facilidadepara

adesorganização

quetêm

acriança

eo

adolescente,acapacidade

deassom

brar-se.Narealida-

de,osproblem

asdoadolescente

nãoseresolvem

nunca,consegue-se

apenasbloqueá-Ios.

Parainvestigar,

epor-

tanto,para

aprender,énecessário

reterouconservar

sem-

pre,em

certaproporção,

essaangústia

doadolescente

diantedodesconhecido.

Emtoda

aprendizagemaparecem

simultaneam

ente,coexistindo

oualternando-se,

tantoansiedades

paranói-des

comodepressivas:

asprim

eiras,pelo

perigoque

re-presenta

onovo

edesconhecido,

eassegundas,

pelaperda

deum

esquemareferencial

edeum

certovínculo

queaaprendizagem

sempre

envolve.Deve-se

graduaraquantidade

eomomento

dainfor-

mação

paranão

tornarmaciças

asansiedades,

casoem

queadesorganização

podechegar

aumaansiedade

con-fusional.

Emtoda

aprendizagemexistem

sempre,

nomo-

mento

deruptura

deestereótipos,

certosmomentos

deconfusão,

quesão

etapasnorm

ais.Esta

confusão,noen-

tanto,deve

serdosadademodo

apermitir

queessas

etapaspossam

serdiscriminadas,

trabalhadaseelaboradas.

Nogrupo

operativo,resum

indo,podem

existirtrês

reaçõestípicas,

segundootipo

deansiedade

predomi-

nante:areação

paranóide,adepressiva

eaconfusional,

queaparece

quandooobjeto

deconhecim

entoultrapas-

saacapacidade

dediscrim

inaçãoedecontrole

doego,

ou,também

,quando

dairrupção

detemasnão

conheci-dos,

nãodiscrim

inados:deobjetos

queconfundem

.

Aaprendizagem

éum

processoconstituído

pormo-

mentos

quesesucedem

oualternam

,masque

podemtambém

isolar-seouestereotipar-se;

nessecaso

apare-

cemperturbações.

Cada

umdesses

momentos

daapren-

dizagemimplica

queosintegrantes

dogrupo

assumam

determinadas

condutasoupapéis.

Esseproblem

afoiespecialm

enteestudado

utilizan-do-se

questionáriosentre

osestudantes

inscritosem

umcurso

deIntrodução

àPsicologia

naFaculdade

deFilo-

sofiaeLetras

deBuenos

Aires.

Oquestionário

propu-nha-se

detectaraatitude

dosestudantes

anteapsicolo-

giacom

oobjeto

deconhecim

ento.Obtiveram

-se,assim

,respostas

típicas.Todas

asatitudes

estudadasoudiag-

nosticadasaparecem

normalmente

(comomomentos)

noprocesso

deaprendizagem

;cada

momento

dessepro-

cessoimplica

umaestrutura

deconduta,

ouum

papel,assum

idospelo

grupooupor

algunsdeseus

membros.

Podemserreduzidos

aoito,

emsuas

formastípicas:

a)Momento

paranóide:oobjeto

deconhecim

entoévivenciado

comoperigoso

eéadotada

umaatitude

dedesconfiança

ouhostilidade

ou,então,

háumareação

diretacom

aansiedade

correspondente;b)M

omento

fóbico:oobjeto

deconhecim

entoéevi-

tado,estabelecendo-se

umadistância

emrelação

aele,

fugindo-seaocontato

ouàaproxim

ação;c)M

omento

contrafóbico:precipitação

compulsiva

ouagressiva

sobreoobjeto

deconhecim

entoque

éata-

cadoouridicularizado;

d)Momento

obsessivo:tentativa

decontrole

eimo-

bilizaçãodoobjeto

deconhecim

entoeum

controleda

distânciaem

relaçãoaesse

objetopor

meio

deum

ri-

tual,umaestereotipia

doesquem

areferencial,

oudeper-

guntasque

tendemacontrolar;

e)Momento

confusional:adefesa

(qualquerumadas

anteriores)fracassa

eacontece

aentrada

numasituação

deconfusão

entreoeueoobjeto

comseus

diferentesaspectos

quenão

podemserdiscrim

inados;f)Momento

esquizóide:organização

relativamente

estáveldaevitação

fóbica;háumaestabilização

dadis-

tânciaem

relaçãoaoobjeto

atravésdoalheam

entoevol-

tapara

osobjetos

internos;g)Momento

depressivo:osdiferentes

aspectosdo

objetodeconhecim

entoforam

introjetadoseprocede-se

(outenta-se

proceder)àsua

elaboração;.h)M

omento

epileptóide:reação

contraoobjeto

pa-radestruí-Io.Seesses

diferentesmomentos

aparecemdeform

aiso-

ladaeestereotipada

emum

indivíduoounogrupo,

éindí-

ciodeumaperturbação

ebloqueiodoprocesso

deaprendi-

zagem.Cada

integrantedogrupo

temmaisfacilidade

paraassum

irmomentos

diferentesdesse

processo;oque

indivi-dualm

enteconstitui

umdefeito

daaprendizagem

converte-senum

avirtude

natarefa

grupalquando

cadaum

intervémcom

seupapel.

Emoutros

termos,

comospapéis

indivi-duais

refaz-se,nogrupo,

oprocesso

totaldaaprendiza-

gem,tendo

emconta

quecada

integrantepode

assumir

funcionalmente

papéisdiferentes

conformeotema,osm

o-mentos

ouníveis

daaprendizagem

.Otreinam

entodogrupo

parafuncionar

comoequi-

pedepende

dainserção

oportunadecada

papel(de

ca-

damomento

deaprendizagem

)noprocesso

total,detal

maneira

que,com

ototalidade,

sealcance

umaaprendi-

zagemdealto

níveledegrande

resultado.Comoexem

plo,tom

emos

ocaso

dopapel

esqui-zóide:

oindivíduo

queoassum

etem

aqualidade

deser

muito

bomobservador,

mascom

unicacom

dificuldadeseus

dadoseoselabora

deficientemente.

Considerado

individualmente,

tem,por

suaestereotipia

nopapel,

umaperturbação

daaprendizagem

,porque

sórealiza

ummomento

dela.Porém

,localizado

natarefa

daequi-

pe,por

suainserção

nocontexto

datarefa,

converte-seem

ummomento

importante

ealtam

entefrutífero

datotalidade

doprocesso.

Écom

plementado,

porexem

-plo,

comopapel

(momento)

depressivo,que

temapar-

ticularidadedeocupar-se

daconsecução

deobjetivos

concretose,para

isso,pode

aplicar-secom

mais

facili-dade

àelaboração

dedados.

Écom

plementado,

porsua

vez,com

opapel

(momento)

obsessivo,cuja

particula-ridade

éade"especializar-se"

oupreocupar-se

comos

meios

corretosque

sedevem

empregar,

embora

suadefi-

ciênciaresida,

justamente,

emseestereotipar

nessepa-

peleperder

devista

osobjetivos;

inseridonocontexto

totaldatarefa

grupal,sua

deficiênciaécom

pensadacom

ospapéis

dosdem

aiseseu

interessefundam

entalcon-

verte-se,deumaperturbação

individual,em

umaope-

raçãodealto

rendimento

paraatarefa

grupal.Seatarefa

dogrupo

operativosereduzisse

aisso,

estaríamos

alienandoseres

humanos

econvertendo-os

eminstrum

entos,em

"parafusos"deumaúnica

engre-

nagem.Porém

,oprocesso

dacom

unicaçãofaz

comque,

natarefa

dogrupo,

cadaum

incorporeo"outro

genera-lizado",

comoG.Mead

denominou

aintrojeção

dospa-

péisdos

outrosintegrantes.

Dessa

maneira,

cadaum

vaiincorporando

momentos

dosdem

aiseretifica

as-sim,paulatinam

ente,sua

própriaestereotipia:

comisso

atinge-senão

sóum

altorendim

entogrupal,

como,tam-

bém,umaintegração

dainform

ação,daaprendizagem

edoeudecada

membro.

Issoécom

provadonofato

deque,progressivam

ente,cada

umdeles

vaialternandoseus

papéis,"desem

penhando"opapel

dosdem

ais,incorpo-

randodesse

modo

osdiferentes

momentos

daaprendi-

zagemeconseguindo

maior

integraçãodoeu.À

svezes,

aalternância

dospapéis

émaciça

eproduzem

-se"vira-

dastotais"

que,também

,seretificam

gradualmente.

Embora

játenham

osfeito

umarápida

referênciaa

essetópico,

suaimportância

justificaque,

agora,nos

ocupemos

delemais

detalhadamente.

Ainform

açãoque

umgrupo

recebeémaior

doque

aque

elemesm

opode

verbalizar,eisto

éválido

também

paraseus

inte-grantes

consideradosindividualm

ente;em

outroster-

mos,

sempre

seaprende

mais

doque

sepensa,

doque

sepode

demonstrar

verbalmente

oudeclarar

conscien-temente.

90~

Temasdepsicologia--------

Gruposoperativos

noensino

91

Seainfonnação

criaansiedade

excessiva,émuito

mais

provávelque

surjaumadrarnatização

ouatuação

dainform

ação,que

podeser

assimconsiderada

como

umaprim

eiraintrojeção

dotema,embora

semadistân-

ciaótim

anecessária,

detalmaneira

queseobtém

uma

verdadeiraidentificação

introjetiva,masnonível

cor-poral.

Geneticam

ente,essa

éaaprendizagem

mais

pri-mitiva,

porquetudo

começa

etudo

termina

nocorpo

ecom

ocorpo.

Noprincípio

tudoéação.

Nesse

níveldá-

searegressão

quandoainform

açãorecebida

criamuita

ansiedade.Naatuação

nãosósedram

atiz:aainform

açãorece-

bida,com

otambém

,ecom

muita

freqüência,areação

àansiedade

quetalinform

açãoprovoca:

despersonaliza-ção,

reaçõesfóbicas

paranóidesobsessivas,

etc.Esseé

,,

omaterial

diretoevivenciado

doqual

nosvalem

os,na

EscolaPrivada

dePsiquiatria,

parílensinarpsiquiatria

emedicina

psicossomática;

neleseintegra

oaspecto

fe-nom

enológico,élvivência

queprovoca,com

acom

preen-são

dinâmica

daconduta,

emfunção

dovínculo

grupale

dofator

desencéldeante.AproveitartlO

Sajátão

conhecidaform

ulaçãodaContinuidade

entreOSfenôm

enosnorm

aiseospatológicos

eintegram

osnoestudante

umaexperiên-

ciaque

dificilm~nte

poderáobter

deoutramaneira.

Entreopensar

eoatuar

existemrelações

muito

es-treitas,

eaapr~ndizagem

devesercom

pletadacom

aintervenção

deambos;

porém,com

muita

freqüência,sedissociam

,eXcluem

ousubstiw

emum

aooutro.

As-

sim,por

exemplo,

nopapel

obsessívosubstitui-se

aação

pelopensam

ento,aoqual

osujeito

ficaaderido

perse-verantem

entesem

podertranscender

paraaação,

en-quanto

nohistérico

sesubstitui

facilmente

opensam

en-topela

ação(dram

atização).Nogrupo

operativo,cada

umatua

emsua

medida

pessoalcom

seupróprio

"reper-tório"

deconduta,

eem

suaform

acaraterística;

ocoor-

denadornão

deveesperar

nadaespecífico

deninguém

;oque

cadaqual

dáésuficiente,

enão

existemaneira

denão

dar.Cada

umadas

modalidades

pessoaisdeve

di-nam

izar-seelocalizar-se

noprocesso

eno

contextototal.

Sóadram

atizaçãoousóopensar

tomados

isola-dam

entesão

momentos

parciaiscom

osquais

nãofica

completa

aindagação

nemenriquecida

aaprendizagem

,porém

,nointerjogo

depapéis,

cadaum

aprendeque

oque

elefaz

deumamaneira,

outropode

fazerdeform

adiferente

e,emfunção

disso,aprecia

oque

temeoque

têmosdem

ais.Otrabalho

emgrupo

operativovaloriza

acontribuição

decada

umedetodos,

contudoéuma

aprendizagemdemodéstia

ehum

ildadeno

conheci-mento,

edas

limitações

humanas

diantedodesconhecido

edoconhecido.Ofalar

éumaterceira

manifestação

muito

impor-

tantenogrupo

operativoeconstitui

acom

unicaçãono

nívelmais

integradoederesultados

plenos.Sem

dúvi-da,a

linguagempode

serum

atuarque

paraliseumaco-

municação

mais

efetivaeplena.

Entreodiálogo,

aelo-

qüênciaeaoratória,

existemdiferenças

fundamentais

queénecessário

distinguir,em

funçãodacom

unicaçãoque

seestabelece

comeles.

Ofalar

podeser

opapel

Gruposoperativos

noensino

93

especializadodeummembro

dogrupo,e

tantopode

im-

plicarfacilitação

dacom

unicaçãogrupal

comoseublo-

queioecontrole:essa

últimaalternativa

sedá,porexem-

plo,nocaso

dosque

falamenão

dizemnada,dos

quesóofazem

para"tapar

aboca

dooutro",com

oumtotal

desligamento

narcisista,oucom

oumautilização

neu-rótica

dainform

açãooudabibliografia.

Emtodos

essescasos

existemperturbações

dacom

unicação,umade-

gradaçãodonível

simbólico

dalinguagem

eumacon-

seqüenteperturbação

daaprendizagem

:devem

sercor-rigidos

natarefa

grupal,tornando-osúteis

paraotraba-

lhodeconjunto.

Aqui

também

,com

ono

casodos

momentos

daaprendizagem

,pensar,falareatuar,considerados

defor-

maexcludente

eisolada,

sãodificuldades

daaprendi-

zagem,porém

nogrupo

operativoelas

coexistem,se

su-cedem

epotencializam.

Observa-se

comrelativa

facilidadeque

existemex-

pertscom

maissensibilidade

paraperceber

determina-

dosaspectos

dainform

açãooupara

detectarcerto

tipodeconduta,

conflitooudoença;

existem,igualm

ente,quem

contecom

tópicosespecíficos

parabloquear

ouapresentar

escotomas,

oupara

distorcerainform

ação.Apesar

decontarjá

comumacerta

experiência,àsvezesnão

deixadeserimpressionante

adistorção

quesofre

umainform

açãoeadiferença

entreoque

sedisse

ouse

quisdizereoque

oauditório

entendeu,levando-sesem

-pre

emconta

queesse

últimonão

éumconjunto

unifor-me,m

asumatotalidade

heterogêneaemultifacetada.

Cada

grupoescreve

suaprópria

históriaedeve

serrespeitado

emsuas

característicaspeculiares,

sempre-

tenderforçar

suaoperatividade

nemseu

rendimento;

ogrupo

trabalhanomelhor

nívelquepode,em

cadamo-

mento

ecom

ototalidade.

Ocoordenador

dogrupo

trabalhaotemacom

suatécnica

edeacordo

comosobjetivosque

ogrupo

sepro-põe

alcançar,porém

suatarefa

deverácentrar-se

nossereshum

anosque

integramogrupo.A

formadetratar

otemaéoconteúdo

normativo

datarefa.Em

outroster-mos,quando

seintegra

umatarefa,obtém

-se,aomesm

otempo,um

aintegração

daspersonalidadesdos

sereshu-manos

quenela

intervêm,integração

queabrange

tantoasfunções

instrumentais

(ego)comoasnorm

ativas(su-

perego).Aespiraldo

processodoconhecim

entofuncio-

nanão

sónatarefa

grupal,masem

cadaumdosintegran-

tesdogrupo

total,porémconsiderado

isoladamente.

Ogrupo

operativonos

ensinaque,num

grupo,podeocorrer

nãoapenas

umadegradação

dasfunções

psico-lógicas

superioreseumareativação

deníveis

regressi-vos

epsicóticos

(segundoosestudos

quevão

desdeLe

Bonaté

Bion),

mastambém

pode-sealcançar

omais

completo

graudeelaboração

efuncionam

entodos

ní-veis

maisintegrados

esuperiores

doserhum

ano,com

umrendim

entoque

nãosepode

alcançarnotrabalho

individual.Todas

essasgrandes

diferençasem

suadi-

nâmicaeseusresultados

nãoconstituem

qualidadeses-

Gruposoperativos

noensino

9_5

senciaisdogrupo,m

asemergentes

desua

organização.Ogrupo

pode,assim,tanto

adoecercom

ocurar,organi-

zarcom

odesorganizar,

integrarcom

odesintegrar

etc.Tudo

oque

sedisser

dogrupo

converte-seemumaabs-

traçãoouenteléquia,

senão

separticularizar

erelacio-

narogrupo,o

momento

eaorganização

ouestrutura,e

nãoseespecificar

seestaestrutura

(porexemplo,regres-

siva)éestável,perm

anenteoufuncional.

Atécnica

dogrupo

operativosópode

seraprendidaatravés

daexperiência

pessoal,damesm

amaneira

queabase

fundamental

deumapreparação

psicanalíticasó

podeseraprendida

passando-sepela

análise.Ofuncionam

entodeum

grupooperativo

oscilaen-

tregraus

variáveisdecoesão

ededispersão,

sendotodos

elesnecessários,damesm

amaneira

queasvaria-

çõesentre

homogeneidade

eheterogeneidade.

Seufun-

cionamento

ótimoestá

nascondições

deheterogenei-

dadedepapéis

edispersão

integrada,que

também

nãosealcança

deumavez

portodascom

oumnívelde

esta-bilização

definitivo.Adinâm

icagrupalpassa,necessa-

riamente,

porperíodos

deconfusão,

deintensidade

eduração

diferenteseque

são,certam

ente,por

algunsmomentos

ouperíodos,um

caosprodutivo,queseveri-

ficaemtodos

osgrupos.Ocoordenador

dogrupo

deveprocurar

facilitaro

diálogoeestabelecer

acom

unicação,incluindo-se

aquiorespeito

aossilêncios

produtivos,criadores,

ouque

signifiquemum

certoinsight

eelaboração;não

sepodeafirm

arqueum

grupooperativo

tenhaum

funcionamen-

toótim

opelo

simples

fatodenunca

haversilêncio.De-

ve-seevitar

confrontosestereotipados,

detalmaneira

queascontradições

seresolvam

numprocesso

dialéti-codesíntese

oudelocalização

decada

termocontradi-

tórionocontexto

daespiraldo

processodialético.

Nenhum

aopinião

ousugestão

devesersubestim

a-daapriori

ouemnom

edosenso

comum;seisso

acon-tecer,é

indispensávelque

sejaassinalado

pelocoorde-

nadordogrupo.

Deve-se

seguirosentido

dopossível,

semque

issoimpeça

examinaraslinhasou

direçõesmais

inesperadas,damesm

amaneira

quesedeve

atentarpa-raoajuste

plásticodos

finsouobjetivos

aosmeios

dis-poníveis

nomomento.

Deve-se

ajudarogrupo

asair

dosestereótipos,

dojáconhecido;

nãoédificilo

coor-denador

dogrupo

canalizarpara

siaagressão

ouhosti-

lidadeaoprocurar

romper

estesestereótipos.

Insistoemque

sedeve

ajudarenão

impor,respeitando

otem-

podeque

ogrupo

necessitapara

oprocesso

deelabora-

ção.Aferrar-se

aopassado

(emqualquer

setor)éum

estereótiponeurótico,

quetende

aevitar

asansiedades

dopresente

edonovo.D

amesm

amaneira,o

coordena-dor

devedevolver

asperguntasque

lhesão

feitasede-

sarmarasdependências;

nocaso

deum

integrantedo

grupoque

diz,porexemplo:"D

esculpe,euquisdizer..."

ocoordenador

pode,para

tentardesfazer

adependên-

cia,simplesm

enteresponder:

"Epor

quepede

descul-pa?"

Ocoordenador

devefazer

opossível

paraestabe-

lecerodiálogo

entreoscom

ponentesdogrupo

enão

encampar

tudonem

centrartudo

emsi.A

ssim,quando

_9~6_________________

Temasdepsicologia

Gruposoperativos

noensino

9_7

odiálogo

eacom

unicaçãofuncionam

bem,ocoorde-

nadornão

deveintervir.

Nãosedeve

sercrítico

nemcoercitivo

comnenhum

membro

dogrupo,

sejaqual

forocaráter

desua

intervenção;éopróprio

grupoque

deveaprender

atrabalhar

eretificar

asatitudes

ouintervenções

evasivas,paranóidesou"em

disco",isto

é,aintervenção

daquelesque

sempre

repetemamesm

acoisa

oucitam

bibliografia,emlugar

departicipar

comsua

própriacontribuição,

pensandoeintervindo

ativa-mente.É

evidenteque

estãoexcluídos

osconselhospor

partedocoordenador,que

também

nãodeve

assumiros

papéisque

sãoprojetados

nele,com

ono

caso,por

exemplo,dos

gruposque

perguntaminsistentem

entee

pedeminform

ação,que

queremaprender

rapidamente

esequeixam

deestarperdendo

tempo.Pode-se

resumir

asqualidades

docoordenador

emtrês

palavras:arte,

ciênciaepaciência.

Demodo

algumocoordenador

deveesquecer

quenatécnica

operativainteressam-nososresultadosdatare-

faoudotema,equepartedenossafunçãoépreocuparm

o-nos

comosseres

humanos

queintervêm

,detalm

odoque

aform

aderealizara

aprendizagemtenha

efeitonor-

mativo.Para

compreender

melhor,pensem

osnoexem

-plo

seguinte:suponham

osque

umamãeensine

seufi-

lhoabrincar

commassa

plásticaelhemostre

comose

fazumboneco.N

estatarefa,o

menino

estaráaprenden-

doum

hábitoinstrum

entalou,emoutros

termos,estará

formando

ouintegrando

seuego.M

asexiste

algomais:

aform

acom

queamãeoensina

(comcarinho,

impa-

ciência,irritação,agressão,etc.)seráumaspecto

norma-

tivodapersonalidade

domenino,

nosentido

deque

olevaráa

aprendernormasderelação

edeconvivênciaou,

emoutras

palavras,aform

arouintegrar

seusuperego.

Omesm

oacontece

nosgrupos

operativos,nosquais

aaprendizagem

sepropõe

aserm

uitomaisque

aform

a-ção

deumaequipe

paratrabalhar

comconhecim

entos.Nosso

objetivoéoenriquecim

entodoserhum

anonatarefa;

isto-além

deoutras

coisas-diferencia

ogrupo

operativodeoutras

técnicas,tais

comoobrain-

storming

(promoção

deidéias,

tempestade

cerebral),nas

quaisaatenção

écolocada

fundamentalm

entena

obtençãodenovas

idéiasenão

nomelhoram

entodos

sereshum

anosedarelação

interpessoal(técnicas

deOsborn,G

ordon,Philipsetc.).

Ogrupo

operativodevefuncionarcom

umtempoli-

mitado

eprevisto,

ecom

freqüênciaregular.N

ãores-

tamdúvidas

deque

émelhor

fazê-Ioemsessões

demais

deumahora

deduração,

porquegeralm

enteédepois

dosprim

eiros50ou60minutos

quecom

eçaomelhor

rendimento.

Issoestá

emtotal

contradiçãocom

anor-

matradicional

dasaulas

deumahora,baseadas

nofato

deque

aatenção

seesgota

aocabo

dessetempo;

quan-dosetrabalha

demaneira

diferente,ogrupo,logo

após

Gruposoperativos

noensino

9_9

esseperíodo,

relaxaoudistende

ecom

eçaatrabalhar

emnívelsuperior.E.Pichon-R

iviereinsistiu

reiteradamente

noalto

rendimento

dotrabalho

acumulativo,

ouseja,durante

váriashoras

seguidase,inclusive,diariam

ente.Aexpe-

riênciaconfirm

aamplam

enteessa

afirmação;

énotá-

velafalta

decansaço

nosgrupos

quetrabalham

bem,

semtensões,ou

resolvendo-asàmedida

queaparecem

.

Dedicarem

osalgumaspalavrasao

relatodesituações

típicasoufreqüentes,observadas

emnossa

experiência,especialm

entenacadeira

deIntroduçãoàPsicologia.

Observou-se

quealgunsestudantes,em

seuprim

eirocontato

comapsicologia,tratam

dedecidirrapidam

enteque

posiçãotom

ar,eoutros,quejá

têmumaposição

to-mada,

tendemadefendê-Ia

eafazer

proselitismo.A

compulsão

paraafiliar-se

rapidamente

aumaescola,

quandoainda

nãoseconta

comoselem

entosdejuízo

necessários,constituiumaperturbação

daaprendizagem

edaform

açãocientífica,porque

seutilizaaafiliação

co-moum

objetoprotetor

e,assim,configura-se

umaeste-

reotipia.Omesm

oacontece

comaquelesque

sedispõemaficar

sempre

contraoutros

(os"do

contra"),fazendo

consistirnisso,fundamentalm

ente,sua"aprendizagem

".Nãosetrata

deimpedirque

oestudante

tenhaumaposi-

çãoideológica,filosófica

oupolítica,m

asque

aempre-

guedetalm

aneiraque

perturbeseu

próprio'desenvolvi-

mento

ouodesenvolvim

entodesuaideologia.

Estudou-sedetidam

enteofenôm

enodacontradição

entreanossa

maneira

deensinar

edeorganizar

oensi-

noeoregim

edeexam

es.Neles,

emrazão

dagrande

quantidadedeestudantes

edoescasso

número

depro-

fessores,exige-sesom

enteinform

ação,quando

narea-

lidade,oexam

inandofoipreparado

paratercritério

epensam

entopsicológico;

oestudante

ficamuito

frus-trado

porque,dentro

doescasso

tempoque

cadaaluno

dispõe,elenão

podedem

onstraroque

aprendeu.Com

freqüência,osestudantes

solicitamque

oexam

econti-

nueeque

selhes

perguntemaisesobre

outrascoisas.

Vêm

dispostos-com

todarazão

-amanter,durante

oexam

e,umdiálogo

comoprofessor

enão

aque

seexija

delesrespostasconcretas

erápidas.Outro

problemaque

secom

provoucom

certafre-

qüênciaéque

osexam

esparciais

coincidemcom

mo-

mentos

deelaboração

oudeconfusão

naaprendizagem

e,portanto,osestudantes

nãoterm

inaramdeelaborar

eintegrar

otemaquando

jáseexige

quesesubm

etamàs

provas.Osestudantesafirm

am,com

freqüência,queamaté-

riatoma-se

fácilporqueaprenderam

atrabalhareestudar

comprazer,

etambém

éfreqüente

entregarem"traba-

lhos"nos

quaisestudaram

umtema,em

itiramopiniões

pessoaisesolicitamaopinião

dosprofessores.

Atarefa

foi,emresum

o,muito

proveitosaeagra-

dável.Osproblem

asque

secolocam

dependem,bem

mais,da

relaçãocom

aorganização

institucionaldoen-

sino,porém-com

odisse

Freud-jáque

seinvocaram

osfantasmas,não

éocaso

desaircorrendo

quandoeles

aparecem.

ogrupo

comoinstituição

eogrupo

nasinstituições

Conferência

pronunciadanaVJornada

Sul-Riograndense

dePsiquiatriaDinâm

icadePorto

Alegre,de

I?e2demaio

de1970,a

convitedosorganizadores.

Meupropósito

écontribuircom

umacerta

experiên-cia,um

certoconhecim

entoeum

aboa

dosedereflexão

pararepensar

oconceito

generalizadodoque

éumgru-

poeoque

éum

gruponum

ainstituição.N

aconcepção

generalizadadoque

éum

grupo,incluo

aqueladefini-

çãoque

opostula

como"um

conjuntodeindivíduos

queinteragem

entresicom

partilhandocertas

normasnum

atarefa".

Ocupei-m

edessa

questãoemoutras

oportunidades,tom

andocom

oponto

departida

oproblem

adasimbio-

seedosincretism

o.Entendoporisso

osestratos

daper-sonalidade

queperm

anecememestado

denão

discrimi-

naçãoeque

existememtoda

constituição,organização

efuncionam

entodegrupo,

baseadosnum

acom

unica-ção

pré-verbal,subclínica,

difícildedetectar

econcei-

tualmente

dificildecaracterizar.Em

funçãodisso,tem

osdeform

ularfenôm

enoscom

umtipo

depensam

entoe

categorização,cuja

estruturaestá

muito

distantedeles.

ogrupo

comoinstituição

eogruponas

instituições1_03_

Minhas

postulaçõesnesse

sentidomelevam

acon-

siderar,em

todogrupo,

umtipo

derelação

queé,para-

doxalmente,

umanão-relação

nosentido

deumanão-

individualizaçãoque

seimpõe

comomatriz

oucom

oestrutura

básicadetodo

grupoeque

persiste,demanei-

ravariável,

durantetoda

asua

vida.Cham

areiesta

rela-ção

desociabilidade

sincréticapara

diferenciá-Iadaso-

ciabilidadepor

interação,com

aqual

seestruturou

nos-soconhecim

entoatual

depsicologia

grupal.Aexistência

ouaidentidade

deumapessoa

oudeum

gruposão

dadasnaordem

docotidiano

emanifestadas

pelaestrutura

eintegração

quealcança

oego

individuale

grupalem

cadacaso;

considerandocom

oego

grupalo

graudeorganização,

amplitude

eintegração

doconjunto

daquelasmanifestações

incluídasnoque

chamamos

ver-balização,

motricidade,

ação,juízo,

raciocínio,pensa-

mento,

etc.Porém,esta

individualização,personificação

ouidentidade

queum

indivíduoouum

grupotêm

oues-

peramterbaseiam

-senecessariam

entenum

acerta

imobi-

lizaçãodos

estratossincréticos

ounão

discriminados

dapersonalidade

oudogrupo.

Descrevi

emoutros

artigoscom

oseinstala

entreambos

osestratos

dapersonalidade

(oudaidentidade)

umaforte

clivagemque

impede

queentrem

emrelação

umcom

ooutro;

pelaimobilização

dosaspectos

sincréticosperm

ite-seaorganização,

amo-

bilização,adinâm

icaeotrabalho

terapêuticodos

aspec-tos

mais

integradosdapersonalidade

edogrupo.

Pode-sealegar

que,embora

sejarealm

enteassim

,isso

nãotira

ovalor

dotrabalho

terapêuticoedacom

-

preensãodos

dinamismos

grupaisque

chegamos

ater

dessesestratos

mais

integradosdapersonalidade;

con-cordo

comessa

afirmação,

porém,dequalquer

modo,

creionecessário

oaprofundam

entonos

conhecimentos

daparte

clivadadapersonalidade

oudogrupo,

jáque

éaqui

(atravésdesua

mobilização)

quedeparam

oscom

umtrabalho

terapêuticomais

profundo,embora

muito

mais

incômodo

edifícil.

Ascrises

mais

profundasque

umgrupo

atravessadevem

-seàruptura

dessaclivagem

eaosurgim

ento,naseqüência,

dosníveis

sincréticos.Aidentidade

-paradoxalm

ente-não

édada

sópelo

ego,mastambém

peloego

sincrético.Quero

agoraabordar

esseproblem

aprocurando

cap-tá-Io

etorná-Iomaisvisível

atravésdoexam

edos

aspectosinstitucionalizados

dogrupo,

ouseja,

daquelespadrões,

normaseestruturas

queseorganizaram

ouque

jávêm

or-ganizados

deumamaneira

dada.Paraesse

objetivoneces-

sitodescartar,

porrazões

metodológicas

edidáticas,

osgrupos

nosquais

aclivagem

jávem

rompida

ounão

exis-te,talcom

oocorre,

porexem

plo,em

certosgrupos

depsi-

cóticosoupersonalidades

psicopáticas.Feita

estaprim

ei-radelim

itação,quero

considerarosaspectos

institucionaisdogrupo

terapêuticoque

funcionafora

dasinstituições,

e,em

segundolugar,

osgrupos

terapêuticosque

funcionamem

instituições.Embora

essaúltim

adivisão

sejaútil

porrazões

expositivasedepesquisa,

tenhodesde

jádeobser-

var,emoutro

nível,que,

comfreqüência,

nãomeocupa-

reisódegrupos

terapêuticosdaexperiência

psiquiátri-

ogrupo

comoinstituição

eogruponas

instituições1~05~

ca,mastambém

deoutros

tiposdegrupo,fazendo

par-te,todos,do

nossotrabalho

emdinâm

ica.Umgrupo

éum

conjuntodepessoas

queentram

eminteração

entresi,porém

,alémdisso,o

grupoé,funda-

mentalm

ente,umasociabilidade

estabelecidasobre

umfundo

deindiferenciação

oudesincretism

o,noqualos

indivíduosnãotêm

existênciacom

otaise

entreelesatua

umtransitivism

operm

anente.Ogrupo

terapêuticoca-

racteriza-setambém

poressasmesm

asqualidades,acres-

cidoofato

deque

umdos

integrantesdogrupo

(otera-

peuta)intervémcom

umpapelespecializado

epredeter-minado,m

asisso

(essaúltim

afunção)

serealiza

sobreumabase

naqualo

terapeutaestá

envolvidonomesm

ofundo

desincretism

oque

ogrupo.

Aparentem

entealógica

dosenso

comum

nosmos-

tra,com

evidência,que

umconjunto

depessoas

podeterum

encontromarcado

emhora

elocaldeterm

inadosporum

terapeutaequeo

grupocom

eçaafuncionarquan-doessas

pessoasdiferentes,

atéentão

separadas,estão

aumadistância

suficienteerelativam

enteisoladas

deoutros

contextoscom

opara

poderinteratuar.

Poderiarecordar,

aesse

respeito,aconcepção

sar-treana

queafirm

aque

enquantonão

seestabelece

ain-

teraçãonão

existeogrupo,m

assom

enteuma"seriali-

dade",nosentido

deque

cadaindivíduo

éequivalente

aoutro

etodos

constituemum

número

depessoas

equi-paráveis

esem

distinçãoentre

si.Aparentem

enteaconcepção

sartreananega

oque

estouafirm

andocom

otese

nestaexposição,porém

um

examemais

detalhadopode

levaràconclusão,

como

penso,deque

essaserialidade

é,justamente,

ofundo

desolidariedade,

deindiscrim

inaçãoousincretism

oque

constituiovínculo

maispoderoso

entreosm

embros

dogrupo.Sem

eleainteração

nãoseria

possível.Nesta

descrição,assimcom

oemoutras

quevirão

aseguir,quero

queseconsiderem

aslimitações

dalingua-

gemedaorganização

donosso

pensamento

conceitualpara

captarníveismuito

diferentesdesociabilidade;des-

sasociabilidade

muito

particular,quesecaracteriza

porumanão-relação

eporumaindiferenciação,

naqualca-

daindivíduo

nãosediferencia

dooutro

ounão

seacha

discriminado

dooutro,e

naqualnão

existediscrim

ina-ção

estabelecidaentre

euenão-eu,

nementre

corpoe

espaço,nementre

eueooutro.

Umalimitação

aque

mequero

referir,porquepesa-

rámuito

napossibilidade

depoderm

osnos

entender,dizrespeito

àsdiferençasentre

oponto

devista

natura-lista

eoponto

devista

fenomenológico.

Porpontode

vistanaturalista

entendemosadescrição

deum

fenô-meno

realizadapor

umobservador

queodescreve

"defora",

querdizer,com

oum

fenômeno

danatureza

queexiste

independentemente

dosujeito

observador,e,nes-tesentido,a

definiçãodogrupo

como"conjunto

dein-

divíduosque

interatuamcom

papéis,statusetc."

éuma

descriçãotipicam

entenaturalista.

Pordescriçãoouobservação

fenomenológica,deve-

mosentender

aquelaque

serealiza

apartir

dointerior

dospróprios

fenômenos,

talcom

osão

percebidos,vi-

venciadosouorganizados

pelosque

participamdofe-

nômeno

oudeum

acontecimento

dado.Nesse

sentido,com

muita

freqüênciavejo-m

eobriga-

do,porlimitações

semânticas

econceituais,

adescrever

fe-nôm

enosapartir

doponto

devista

fenomenológico

comumalinguagem

quecorresponde

aoponto

devista

natura-lista:

incorronisto,

porexem

plo,quando

digoque,

paracerto

nível,um

gruposecaracteriza

porumanão-relação

oupor

umfenôm

enodenão

discriminação

entreosindiví-

duoseentre

oego

eosobjetos.

Estaúltim

adefinição,

quetenta

abrangeroutenta

serconstruídaapartir

deum

pontodevista

fenomenológico,

realiza-sepor

meio

danegação

dadescrição

doponto

devista

naturalista.Aesse

respeitopenso,por

exemplo,

quemuito

doque

descrevemoscom

oidentificação

projetivaeintrojetiva

correspondeauma

descriçãonaturalista

daquiloque,

doponto

devista

feno-menológico,

correspondeaosincretism

o.Estaria

foradelugar

elevaria

muito

tempo

ocupar-medas

relaçõesentre

asobservações

realizadasapartir

deum

pontodevista

fenomenológico

eaquelas

realiza-das

apartirdeum

pontodevista

naturalista,ealém

disso,essas

relaçõesestão

aindanum

terrenodemuita

contro-vérsia

enão

existeacordo

sobreelas.

Assim

,háquem

vejanesses

doispontos

devista

posiçõesexcludentes,

enquantooutros

vêemposições

complem

entares,eou-

tros(entre

osquais

meincluo)

vêemdescrições

limita-

dasàespera

deum

pontodevista

unitárioque

mantenha

esupere

ambas

(Au.fhebung).

Referir-m

e-eibrevem

enteàsimplicações

desseen-

foque.Umpequeno

exemplo

poderáservir

parailustrar;

nãodem

onstraránem

abrangeráatotalidade

dessespro-

blemas.

Trata-sesom

entedeum

exemplo:

Numasala

encontra-seumamãelendo,

olhandoa

teladatelevisão

oucosturando;

namesm

asala

encon-tra-se

seufilho

concentradoeisolado

emseu

brinquedo.Senos

guiamos

pelosníveis

deinteração,

nãova-

mosencontrar

comunicação

entreessas

duaspessoas:

nãosefalam

,não

seolham

,cada

umatua

independen-temente,

demodo

isolado,epodem

osdizer

quenão

háinteração

ouque

estãoincom

unicáveis.Isto

écorreto

seconsiderarm

ossom

enteosníveis

deinteração.

Continuem

oscom

oexem

plo:amãe,

numdeterm

inadomomento,

deixaoque

estavafazendo

esai

dasala;

omenino

páraimediatam

entesua

brinca-deira

esaicorrendo

paraestar

comela.A

gorapodem

oscom

preenderque

quandoamãeeseu

filhoestavam

,cada

umnum

atarefa

distinta,sem

sefalar

eincom

uni-cáveis

nosníveis

deinteração,

semdúvida

haviaentre

elesumaligação

profunda,pré-verbal,

quenem

sequernecessita

daspalavras

ouque,

pelocontrário,

aspala-

vrasperturbam

.Em

outrosterm

os,enquanto

faltaain-

teração,enquanto

nãosefalam

nemseolham

,está

pre-sente

asociabilidade

sincrética,naqual

cadaum

dosque,

deum

pontodevista

naturalista,pensam

osque

se-jam

pessoasisoladas,

acham-se

emum

estadodefusão

oudeindiscrim

inação.Este

grupopode

servirdeexem

-plo

daquiloque

freqüentemente

osilêncio

significanos

gruposterapêuticos,

edecom

oomodelo

dacom

unica-ção

verbaltendeàsvezes

adistorcer

ouocultar

acom

-preensão

dessefenôm

eno.Paraevitarequívocos,devodizerqueadm

itoqueum

amãeeum

menino

quesecom

portemsem

pre,únicae

exclusivamente

destamaneira

darãolugar

aumaséria

perturbaçãonodesenvolvim

entodapersonalidade

eda

relaçãoentream

bos,masainda

assimacredito

que,quan-dofalta

onívelde

sociabilidadesincrética,tam

bémexis-

teumaperturbação

muito

sérianogrupo

enodesenvol-

vimento

dapersonalidadedecadaum

.Vejoafalta

deummarco

paraessa

sociabilidadesincrética,por

exemplo,

naspersonalidades

psicopáticas,fáticas,

ambíguas,

asifde

H.Deutsch.

Retom

andooexem

plo,omenino

isoladobrincan-

dopode

precisamente

estarisoladoeconseguir

brincar(com

tudooque

brincarsignifica,do

pontodevista

psi-cológico)

namedida

emque

tenhaasegurança

deman-

terclivada

emum

depositáriofiel

asociabilidade

sin-crética

(simbiose).

Umdos

exemplos

queSartre

apresentacom

otípico

daserialidade

éodeuma"fila"

depessoas

esperandoum

ônibus;elesupõe

queacaracterística

fundamental

daserialidade

consisteemque

cadaum

dosintegrantes

dessa"fila"

éum

indivíduototalm

enteisolado;

essesindivíduos,

enquantonúm

eros,sãointercam

biáveisum

pelooutro.Para

mim,ainda

noexem

plodeuma"fila"

àespera

deumônibus,está

presenteasociabilidade

sin-crética

depositadanos

modelos

enorm

asque

vigoram

paratodos

osindivíduos.

Cada

umdos

integrantesda

"fila"conta

comessa

segurança,detalform

aque

nemsequerchega

aterconsciência

dela,tantoque

opróprio

Sartrefoilevado

aignorá-Ia.

Podemosnos

comportar

comoindivíduos

eminteração

namedida

emqueparti-

cipamos

deumaconvenção

demodelos

enorm

asque

sãomudas,

masque

estãopresentes

egraças

àsquais

podemos,

então,form

aroutros

modelos

decom

porta-mento.

Paraque

hajainteração,

devehaver

umfundo

comum

desociabilidade.

Ainteração

éafigura

deuma

Gestalt

sobreofundo

dasociabilidade

sincrética.Pode-sedizerque

osegundo

éocódigo

doprim

eiro.Quando

umconjunto

depessoas

marcam

hora,en-quanto

pessoas,para

umgrupo

terapêuticoetêm

seuprim

eiroencontro

noconsultório

doterapeuta

ounum

lugaratéentão

desconhecidopara

todos,todoterapeuta

observa,deimediato,fenôm

enosque

catalogamoscom

oreações

paranóides,epenso

quetodos

concordamem

consideraressasreações

paranóidescom

onorm

ais,sig-nificando

medo

deumaexperiêncianovaem

edododes-

conhecido.Podehaveralgum

adiferença

naform

ulação,maspodem

sertodasreduzidas

àexperiência

queaca-

bodeenunciar.

Nãoponho

emdúvida

aexistência

dareação

para-nóide.O

queponho

emdúvida

éque,através

dessafor-

mulação,possam

osentender,realmente,aquilo

queocor-

redem

aisimportante

~essemomento.Q

uandodizem

os,nesse

caso,queogrupo

reagecom

medo

deumaexpe-

riêncianova,do

indeterminado

oudodesconhecido,

es-

tamosdizendo

umaverdade

muito

maisampladoque

aque

nósmesm

osreconhecem

oseque,portanto,o

grupotambém

nãopode

reconhecer,anão

serapenas

osas-

pectossuperficiais

dessaafirm

ação.Nãoésom

enteo

novoque

produzmedo,

massim

odesconhecido

queexiste

dentrodoconhecido

(recorde-seque

istoéaes-

sênciadoestranho:

Unheim

lich).Quando

assinalamosasansiedades

paranóides,o

medo

dodesconhecido

oudasituação

nova,estamos

realmente

dizendoouassinalando

(embora

semcom

-preender

notodo)

queomedo

seproduz

diantedodes-

conhecidoque

cadapessoa

trazconsigo

emform

ade

não-pessoaeem

formadenão-identidade

(oudeego

sincrético).Emoutros

termos,para

sermosmaisclaros,

oque

estamosdizendo

comaform

ulaçãodas

ansieda-des

paranóideséomedo

denão

podercontinuar

rea-gindo

comosm

odelosestabilizados

quejáassim

ilaramenquanto

pessoaseomedo

doencontro

comumaso-

ciabilidadeque

asdestitua

enquantopessoas

eascon-

vertaem

umsómeio

homogêneo,

sincrético,noqual

cadaum

nãosobressaia

enquantofigura

(comopessoa)

dofundo,m

asque

submerja

nessemesm

ofundo,o

queimplica

umadissolução

daidentidade

estruturadapelos

níveismaisintegrados

doego,do

selfoudapersonali-

dade.Omedo

édessa

organizaçãoenão

sódadesorga-

nização;visto

defora

edoponto

devista

naturalista,poderem

oscontinuar

reconhecendoindivíduos

oupes-

soas,porém,doponto

devista

fenomenológico,

signi-fica

perdadeidentidade

(deumaidentidade)

esignifi-

caimersão

numaidentidade

grupalque

estámaisalém

oumaisaquém

daidentidade

convencionalquereconhe-

cemoscom

otal,constituídapelos

níveismaisintegrados

dapersonalidade.Ditodeoutram

aneira,estamosassina-

landoomedo,porparte

dogrupo,deum

aregressão

aní-

veisdeumasociabilidade

sincréticaque

nãoestá

consti-tuída

porumainter-relação

ouinteração,m

asque

exigeumadissolução

deindividualidades

earecuperação

dosníveis

dasociabilidade

incontinente,com

oacham

ouWallon,que

nãoaparecem

nessemomento,m

asque

es-tiveram

presentesjáantes

devirao

grupoedesde

opri-

meiro

momento

doencontro

nogrupo.

Quero

insistiremque

estoufalando,neste

momen-

to,degrupos

terapêuticosintegrados

porpessoas

neu-róticas,isto

é,pessoasque

conservamouatingiram

umbom

níveldeintegração

dapersonalidadeapesardasdi-

ficuldadesoudasintom

atologianeurótica

queapresen-

tam.Esta

observaçãoépertinente

edeve

serreiteradaneste

momento,

dadoque

algunsgrupos

formados

porpessoas

quenão

alcançaramum

certograu

deindividua-

lizaçãooudeidentidade

individualbuscam

,deinício,

oestabelecim

entodeumasituação

simbiótica

dedepen-

dênciaedeidentidade

grupal;eesta

últimaétudo

oque

podemobter.

Aidentidade

grupaltemdoisníveisem

todososgru-pos:um

éodaidentidade

proporcionadaporum

traba-lho

emcom

umeque

chegaaestabelecer

modelos

deinteração

emodelos

decom

portamento

quesão

institu-cionalizados

nogrupo;essa

identidadeédada

pelaten-

ogrupo

comoinstituição

eogruponas

instituições1_13_

dênciaàintegração

einteração

dosindivíduos

oupes-

soas.Porém

,outra

identidadeque

existeem

todosos

grupos,eque

àsvezeséaúnica

(ouaúnica

queseatin-

geem

grupo),éumaidentidade

muito

particularque

podemoscham

aridentidade

grupalsincrética.Essanão

édada

combase

numaintegração,

numainteração

emmodelos

deníveis

evoluídos,mascom

basenum

aso-

cializaçãoemque

esseslimites

nãoexistem

ecada

umdaqueles

que,doponto

devista

naturalista,vem

osco-

mosujeitos

ouindivíduos

oupessoas

nãotêm

identida-deenquanto

tal,massua

identidadereside

noseu

per-tencim

entoaogrupo.

Podemosestabelecer

aquiumaequiparação,

uma

equivalência,ouumafórm

ula,dizendoque

quantomaior

forograu

depertencim

entoaum

grupo,maior

seráa

identidadegrupal

sincrética(em

oposiçãoàidentidade

porintegração).Equanto

maiorforaidentidadeporinte-

gração,menorseráo

pertencimento

sincréticoaogrupo.

Quero

também

referir-mesum

ariamente,

citandoapenas,

aofato

deque

opertencim

entoé,paradoxal-

mente,sem

preumadependência

nosníveis

dasociabi-

lidadesincrética.Existem

gruposterapêuticos

quebus-

camtais

fenômenos

eoutros

quereagem

compânico

oudesintegração

diantedeles.

Paradarm

aiorclareza

àexposição,quero

assinalarbrevem

entetrês

tiposdegrupos

outrês

tiposdeindiví-

duosque

podemintegrar

diferentesgrupos

ouum

mes-

mogrupo.

Umdostiposcorresponde

aosindivíduosdependen-tesousimbióticos

quevão

utilizardeimediato

ogrupo

comoum

grupodedependência

oudepertencim

entoe

quetentarão

estabilizarsua

identidadeatravés

daiden-

tidadegrupal

comoidentidade

maiscom

pletaalcança-

daporelesno

cursodaevolução.Trata-se

deindivíduos

paraosquais

aorganização

simbiótica

persistiumais

doque

onecessário,

ouentão

nuncafoisuficientem

en-tenorm

alpara

podersedissolver

edarlugar

aosfenô-

menos

deindividuação

epersonificação.

Procurarãotransform

arogrupo,

deform

amanifesta,

emumaor-

ganizaçãoestável:a

interaçãoserá

superficial,comuma

tendênciaanão

darlugaraoprocessogrupa1.

Umsegundo

tipoéodaqueles

indivíduos,aosquaismereferi

mais

detidamente

atéagora,

quecham

amos

neuróticosounorm

ais,nos

quaisreconhecem

osaneu-

roseapenas

comoumaparte

dapersonalidade,

name-

didaem

quealcançaram

umaboa

proporçãodeindivi-

duaçãoepersonificação,

istoé,aquilo

quecom

umente

chamamosdeaspectos

maduros

ourealísticos

daper-

sonalidade.Tenderãoamover-se

nasociabilidade

dein-

teraçãoepodem

apresentar-secom

ogrupos

muito

ati-vos,"m

uitomotivados",

massom

enteem

umplano

egarantindo

aclivagem

.Podemacontecer

muitas

coisaspara

quenada

aconteça.Umterceiro

tipocorresponde

àquelesque

nuncati-

veramumarelação

simbiótica

eque

também

nãoirão

es-tabelecê-Ia

nogrupo,a

nãoserapósum

árduoprocesso

terapêutico:entreesses

incluímosaspersonalidades

psi-

114Temas

depsicologiaogrupo

comoinstituição

eogruponas

instituições115

copáticas,perversas,

asasifpersonalities

descritaspor

H.Deutsch

etodas

aspersonalidades

ambíguas

(entreas

quaisincluo

otipo

asif).

Paraeles,

ogrupo

parecede-

sempenhar

umpapel

muito

subsidiárioepouco

impor-

tante.Nãoéassim

.São

osque

tendemaogrupo

desocia-

bilidadesincrética,

nãomanifesta

(maispré-verbal).

Comodisse,

esalvo

indicaçãoem

contrário,fareire-

ferênciaapenas

aosegundo

tipodepessoas

ougrupos.

objetivooobjetivo

propriamente

terapêuticodogrupo.

Aorganização

dainteração

chegaaum

pontoem

quese

tornaantiterapêutica.

Istoocorre

porduas

razõesfunda-

mentais

ouem

doisníveis:

organizam-se

osníveis

deinteração

deumamaneira

fixaeestável,

maspor

suavez

afixação

eaestereotipia

daorganização

baseiam-se

também

,efundam

entalmente,

noestabelecim

entodo

controlesobre

aclivagem

entreambos

osníveis,

detal

maneira

queasociabilidade

sincréticaseja

imobilizada.

Essefenôm

enocorresponde

aoque

considerouma

leigeraldas

organizações,isto

é,emtodas

elasosobjeti-

vosexplícitos

paraosquais

foramcriadas

corremsem

-pre

orisco

depassar

aum

segundoplano,

passandoao

primeiro

planoaperpetuação

daorganização

comotal.

Eisto

ocorrenão

sópara

resguardaraestereotipia

dosníveis

deinteração,

masprincipalm

entepara

resguardareassegurar

aclivagem

,adepositação

eaimobilização

dasociabilidade

sincrética(ou

partepsicótica

dogrupo).

Jáassinalei

queum

grupoque

deixoudeserum

pro-cesso

paraestabilizar-se

comoorganização

setransfor-

mou

degrupo

terapêuticoem

grupoantiterapêutico

1•

Emoutros

termos,

diriaque

ogrupo

seburocratizou,

en-tendendo

porburocracia

aorganização

naqual

osmeios

setransform

amem

finsesedeixa

delado

ofato

dese

terrecorrido

aosmeios

paraconseguir

determinados

objetivosoufins.

Atéaqui

desenvolviascaracterísticas

fundamentais

dogrupo

parapoder

entenderoseu

papelcom

oinstitui-

çãoenas

instituições.Oconceito

deinstituição

foiutilizadocom

significa-dos

muito

diferentes;aquirecorrerei

aduas

acepções,en-

treasmuitas

possíveis,que

desejoesclarecer:

utilizareia

palavrainstituição

comooconjunto

denorm

asepadrões

eatividades

agrupadasem

tornodevalores

efunções

so-ciais.Em

borainstituição

também

sedefina

comoorgani-

zação,nosentido

deumadistribuição

hierárquicadefun-

çõesque

serealizam

geralmente

dentrodeum

edificio,área

ouespaço

delimitado.

Paraesta

segundaacepção,

utilizareiexclusivam

enteapalavra

organização.Ogrupo

ésem

preumainstituição

muito

complexa,

oumelhor,

ésem

preum

conjuntodeinstituições,

mas

aomesm

otempo

tendeaestabilizar-se

comoumaorga-

nização,com

padrõesfixos

epróprios.

Aimportância

estánofato

deque

quantomais

ogrupo

tendeaseesta-

bilizarcom

oorganização,

tantomais

tendeaoobjetivo

deexistir

porsim

esmo,margeando

ousujeitando

aeste

1.Ampliei

acom

preensãodesses

fenômenos

também

àcham

adaReação

terapêuticanegativa.

116Tem

asdepsicologiaogrupo

comoinstituiçãoeogrupo

nasinstituições117

Existeem

tudoisso,

noentanto,

umaspecto

decon-

siderávelimportância

quenão

queropassar

porcima:

poderiacom

eçardizendo

quetoda

organizaçãotende

ateramesm

aestrutura

queoproblem

aque

deveenfren-

tarepara

oqual

foicriada.

Assim

,um

hospitalacaba

tendo,enquanto

organização,asmesm

ascaracterísti-

casque

ospróprios

doentes(isolam

ento,privação

sen-sorial,

déficitdecom

unicaçãoetc.).

Nossas

organizaçõespsiquiátricas,

nossasterapias,

nossasteorias

enossas

técnicastêm

também

amesm

aestrutura

queosfenôm

enosque

enfrentamos.

Torna-ram-se

-esão

apenas-organizações

ecum

prem,por-

tanto,umafunção

igualdemanutenção

econtrole

dacli-

vagem:umatendência

àburocratização.

Afunção

iatrogênicaedegarantia

dasdoenças

quedesem

penhamnossos

hospitaispsiquiátricos

nãopreci-

saser

comentada

aqui,jáque

éconhecida

detodos

econstitui

umaspecto

sobreoqual

seinsiste

mu~to

naatualidade;

masesquecem

o-nosdeoutros

tantosaspec-

tosque

têmomesm

oefeito

burocráticoiatrogênico

eigual

funçãolatente:

ademanter

aclivagem

controlan-doasociabilidade

sincrética.Asociedade

tendeainstalar

umaclivagem

entreo

queconsidera

sadioedoente,

entreoque

consideranor-

maleanorm

al.Assim

estabeleceumaclivagem

muito

profundaentre

ela(asociedade

"sadia")etodos

aque-les

que,com

oosloucos,

osdelinqüentes

easprostitu-

tas,são

desvios,doenças,

que-s~põe-se

-nada

têma

vercom

aestrutura

social.Asociedade

autodefende-se,não

dosloucos,

dosdelinqüentes

edas

prostitutas,mas

desua

próprialoucura,

desua

própriadelinqüência

ede

suaprópria

prostituição,edessa

maneira

aliena,desco-

nheceetrata

comosefossem

alheiasenão

lhecorres-

pondessem.Isso

ocorreatravés

deumaprofunda

cliva-gem

oEssa

segregaçãoeessa

clivagemsetransferem

lo-gopara

osnossos

instrumentos

econhecim

entos.Assim

,respeitar

aclivagem

deum

grupoterapêutico

enão

exa-minar

osníveisdesociabilidade

sincréticasignifica

admi-

tiressa

segregaçãosancionada

pelasociedade,

assimcom

oadm

itirosmecanism

ospelos

quaisdeterm

inadossujeitos

setornam

doentesesegregados,

etambém

admi-

tirocritério

adaptativodesaúde

edoença

esua

segre-gação

como"cura".

Não

épossível,

notempo

deque

disponho,deta-

lharasvicissitudes

decada

umdesses

fenômenos

que

Atendência

àorganização

eàburocratização

(ouem

outrosterm

osatendência

antiprocesso)não

sedeve

unicamente

aumapreservação

ouaumacom

pulsãoà

repetiçãodas

interações,mas,

comojáassinalei,

basica-mente

aofato

desegarantir

aclivagem

ecom

elades-

cobriroubloquear

osníveis

simbióticos

ousincréticos.

Nãoénecessário

chegaràburocratização

extrema;

umgrupo

pode"trabalhar

bem"eestar

rompendo

este-reótipos,

eisso

podeserreal,

massedáapenas

nonível

deinteração.

Seisso

persisteleva

ogrupo

amudar

per-manentem

ente;narealidade,

éumamudança

paranão

mudar:

nofundo

"nãoacontece

nada".

118Tem

asdepsicologiaogrupo

comoinstituiçãoeogrupo

nasinstituições119

assinalodentro

dadinâm

icagrupal,porém

nãoserá

di-fícilpara

oleitor

extrairasconseqüências

eanalisá-Ias

emseu

própriotrabalho

comgrupos.

Peloque

nosdiz

respeitomais

diretamente,

acrescentareiapenas

queum

stafftécnicodeum

hospitalouasua

equipeadm

i-nistrativa

tendem,também

,aestruturar-se

comoorga-

nizações,easresistências

àmudança

nãoprovêm

ne-cessariam

entesem

preouapenasdospacientesou

deseus

familiares,m

asmuito

maisfreqüentem

entedenósm

es-mosenquanto

integramosorganizações

easorganiza-

çõessão

partedenossa

personalidade.Oque

ocorreé

quenas

organizações,além

domais,os

conflitossusci-

tadosemníveis

superioressemanifestam

oudetectam

emníveis

inferiores:ocorrerá,então,queosconflitosdo

stafftécnico

nãosemanifestarão

nelesmesm

os,mas

nospacientes

ounopessoal

subalterno,assim

comoas

tensõeseconflitos

entreospais,com

muita

freqüência,não

aparecemnoníveldeles,m

as,comosintom

as,em

seusfilhos.

Osexem

plosserviriam

parátodas

asorga-

nizaçõescivis,governam

entais,militares,religiosas

etc.

zações.Tudoisto

nãoécorreto

eéherança

dasconcep-

çõesassociacionistasemecanicistas.O

serhumano

antesdeserpessoa

ésem

preumgrupo,m

asnãonosentido

deque

pertenceaum

grupo,esim

nodeque

suapersona-

lidadeéogrupo.

Aesse

respeito,remeto

osinteressa-

dosaolivro

deWhyte,El

hombre

organización.Assim

,compreende-se

queadissolução

ouatentati-

vadem

udançadeum

aorganização

possaserdiretam

en-teumadesagregação

dapersonalidade,

nãopor

proje-ção,m

asporque

diretamente

ogrupo

eaorganização

sãoapersonalidade

deseusintegrantes.A

ssimseexpli-

caagrande

freqüênciadedoenças

orgânicasgraves

nosaposentados

recentes,epodem

osentenderm

elhorcomo

oostracism

onaGrécia

antigaeramaisdestrutivo

paraa

personalidadedoque

aprisãoeofuzilam

ento.Existe,

então,umaespécie

detransfusão

nospro-

blemasque

estouestudando,já

queinsistianteriorm

en-teque

todogrupo

tendeaserum

aorganização

eagora,

aoocupar-m

edeorganizações,

afirmoque

elasconsti-

tuempartes

dapersonalidade

dosindivíduos

eàsvezes

todaapersonalidade

queelespossuem

.E.Jaques

afirmouque

asinstituiçõesservem

como

defesaante

ansiedadespsicóticas.

Estaafirm

açãoéli-

mitada,

eémaiscorreto

dizerque

asinstituições

eor-

ganizaçõessão

depositáriasdasociabilidade

sincréticaoudaparte

psicóticaeque

issoexplica

muito

daten-

dênciaàburocracia

edaresistência

àmudança.

Quando

falamosdeorganizações

edotrabalho

depsiquiatras,

psicólogosepsicoterapeutas

nasorganiza-

Noparágrafo

anterior,assinaleiqueasorganizações

formam

partedenossa

personalidadeequero

retomar

essaafirm

açãomuito

sumariam

enteporque

meparece

deimportância

vitalparaoque

estoudesenvolvendo.

Emnossas

teoriasecategorias

conceituais,contra-

pomosindivíduo

agrupo

eorganização

agrupo,do

mes-

momodo

comosupom

osque

osindivíduos

existemisolados

esereúnem

paraform

arosgrupos

easorgani-

120Tem

asdepsicologiaogrupo

comoinstituiçãoeogrupo

nasinstituições121

ções,geralmente

sesubentende

quenos

referimosàte-

rapiadegrupo

emorganizaçõespsiquiátricasou

hospita-lares.N

ãonos

conscientizamos,

noentanto,pelo

menos

empsicologia

epsicoterapiadegrupo,dasnecessidades

eproblemasque

noscoloca

aquarta

revoluçãopsiquiá-

trica,que

podeserdefinida

comoaorientação

paraa

prevençãoprim

áriaeumaconcentração

deesforços

naadm

inistraçãoderecursos.

Embora

tenhamosconheci-

mentos

etécnicas

degrupo

bastantedesenvolvidos,não

émenos

certoque

carecemosdeumaestratégia

paraa

utilizaçãodessas

técnicaseconhecim

entosquando

te-mosdetrabalhar

empsicologia

institucional(em

orga-nizações)

eminstituições

quenão

sejampsiquiátricas

ouhospitalares.

Podeacontecer

também

que,nestas,amelhor

formadeadm

inistrarnossos

recursosnão

sejaorganizar

gruposterapêuticos,

massim

aplicarnossos

esforçoseconhecim

entosnaprópria

organização.Quando

trabalhamosemorganizações,

empsicolo-

giainstitucional,a

dinâmicadegrupo

éumatécnica

pa-raenfrentarproblem

asorganizacionais.Entretanto,para

utilizaressa

técnica,devem

oscontar

comumaestraté-

giageral

denossa

intervenção,assim

comocom

um"diagnóstico"

dasituação

daorganização.

Umdosproblem

asbásicosnasorganizaçõesnãoésó

adinâm

icaintragrupal,

masadinâm

icaintergrupal,

enosso

objetivopode

nãoserosgrupos,

masoorgano-

grama.Numaorganização,

orecurso

àstécnicas

degrupo

eaescolha

dotipo

detécnica

degrupo

queirem

osuti-

lizarestãodeterm

inadosnão

sóporum

esforçopara

re-form

arnossofuror

curandis,mastambém

porumdiag-

nósticoque

permitaentender

qualéograu

deburocra-

tizaçãoouograu

emque

seproduziu

umafissura

pelaquala

clivagementre

osníveisdeintegração

eosníveis

desociabilidade

sincréticajánão

podeser

mantida,

bemcom

oaexistência

ecorrelação

entreasestruturas

degrupo

primário

easde

gruposecundário

etc.Freqüentem

entenossos

objetivos,aotrabalhar

comdinâm

icadegrupo

emorganizações,

referem-se

àaná-

lisedasim

plicaçõespsicológicas

dastarefasque

serea-lizam

edaform

apela

qualosobjetivossão

ounão

cum-

pridos,juntandoadim

ensãohum

anaoupsicológica

aotrabalho

querealizam

eàform

apela

qualorealizam

.Nãoconheço

erromaisgrosseiro

doque

transferir,junto

comastécnicas

degrupo,

ohospital

psiquiátricopara

ohospital

geraleambos

paraasorganizações

(in-dústrias,escolas,etc.).

Emsíntese,defini

ogrupo

pordoisníveisdesocia-

bilidade:um

éacham

adasociabilidade

deinteração,

eoutro

éasociabilidade

sincrética.Assinalei

queogru-

potende

aburocratizar-secom

oorganização

eafazer-se

antiterapêuticonão

sópor

umareiteração

demodelos

dosníveis

deinteração,

mas,fundam

entalmente,

pelanecessidade

demanutenção

daclivagem

(ouseparação)

entreambos

osníveis.Passei,então,a

mostrar

comoasorganizações

têmessa

mesm

afunção

declivagem

ecom

onossos

conhe-

cimentos

etécnicas

degrupo

têmdeserprecedidos,

sequiserm

ostrabalhar

comdinâm

icadegrupo

emorga-

nizações,porumestudo

diagnósticoeporum

aestraté-

giadentro

daqualas

técnicasgrupais

constituemape-

nasuminstrum

ento.Assinalei,

embora

semdesenvolvê-Ias

emprofun-

didade,algumasleis

dasorganizações,

assimcom

oal-

gumasdas

linhaspara

asquais

devetender

nossafun-

çãonoplano

dapsiquiatria

preventivaedeprevenção

primária.

Maisdoque

umdesenvolvim

entoexaustivo,

estaexposição

temafunção

deprovocar,incitar

oues-

timular

tantoumamudança

denossas

estereotipiasteó-

ricasetécnicas,

comoumamudança

naadm

inistraçãodenossos

recursos.

Administração

dastécnicas

edos

conhecimentos

degrupo

Conferência

pronunciadanaVJornada

Sul-Ri0-

grandensedePsiquiatria

Dinâm

ica,Porto

Ale-

gre,1970.

Nahistória

dapsiquiatriapodem

oscontarquatro

re-voluções:

aprim

eiraéarealizada

porPinel,asegunda,

pelaintrodução

deterapias

biológicasefarm

acológicas(embora

comumacerta

defasagementre

umaseoutras,

podemserassim

iladasemumaúnica),

aterceira,

pelaintrodução

dapsicoterapiaeaquarta,pela

preocupaçãoporum

amudança

naadm

inistraçãoderecursos.

Nodesenvolvim

entodapsicoterapia

degrupo,con-

tamos,em

borareconhecendo

nossaslimitações,com

re-cursos

teóricosetécnicos

bastantedesenvolvidos,

mas

pensoque

temosainda

deintroduzir

maissistem

atica-mente

essarevolução

naadm

inistraçãodosrecursos.

Comoprofissionais

oucientistas,som

osgeralm

en-tepouco

propensosanos

ocupardeaspectos

adminis-

trativos.Essapropensão

podeterm

últiplascausas;não

quero,porém

,referir-m

eaelas,

massim

aoprocesso

revolucionáriodemudança

que,nomeuentender,

fal-taria

introduzirmaissistem

áticaeradicalm

enteemtudo

Administraçãodas

técnicasedos

conhecimentosdegrupo

1_2~5

aquiloque

serefere

aosconhecim

entosetécnicas

con-cernentes

àdinâm

icadegrupo

nocam

podapsiquiatria

dinâmica.Sem

dúvida,por

menor

queseja

nossatendência

aocuparm

o-nosdoproblem

adaadm

inistração,precisam

osnos

conscientizardeque,

dequalquer

maneira,

temos

organizadaumaadm

inistração.Podem

oscaracterizá-Ia

comoadoprofissional

queatende

gruposterapêuticos

dedoentes

quevieram

consultá-Ioem

suaprática

pri-vada,

nosanatório

ounohospital.

Quero

dizerque,

dequalquer

forma-bem

oumal-,

estamosadm

inistrandonossos

recursos,eque,

senão

nosquerem

osocupar

dasua

administração,

saibamos

que,dequalquer

modo,

temos

umaadm

inistraçãoaqual

aceitamos,

obedece-mos,

dirigimos

eimpom

osouseimpõe

anós,

nosdiri-

geenos

limita.

Creio

quemuitos

problemas,

assimcom

omuitas

li-mitações

emuitas

questõesque

nãopodem

osresolver,

estãobaseados

nessetipo

deadm

inistraçãodenossos

recursos.Aadm

inistraçãonão

éindependente

denos-

sasteorias,

técnicas,problem

as,soluções

etc.Meuponto

devista

éodeque

precisamos

adminis-

trarnossos

recursosdemodo

diferente,incluindo

entreeles

osnossos

conhecimentos,

asnossas

teoriaseas

nossastécnicas

grupais.Apalavra

administração

refe-re-se

aumautilização

edistribuição

quegostaríam

osque

fossediferente,

mais

racionalemais

eficiente.A

eficiênciadaterapia

degrupo

nãodepende

exclusiva-mente

dodesenvolvim

entodos

conhecimentos

edoaper-

feiçoamento

denossas

técnicas,mastambém

daform

acom

oosadm

inistramos.

Enesta

simples

palavraadm

i-nistração

residenada

menos

queumarevolução

psi-quiátrica

quedevem

osestender

(oque,

emparte,

jáfoi

feito)anossos

recursosem

tudooque

serefere

àtera-

piadegrupo.

Oproblem

anão

dizrespeito

apenasàsaúde

públi-caouàsaúde

mental-

oque

porsisó

seriasuficiente-,

mas,

também

,àprofundidade

eextensão

denossas

teo-rias,

bemcom

oaotipo

deproblem

asque

temosdeen-

frentardoponto

devista

ci~ntífico;detalmaneira

queaprática

profissionaleainvestigação

nãosão,

demodo

algum,independentes

dofato

dejáterm

osadm

inistra-doesses

recursosoudetê-Ios

maladm

inistrados.Digo

freqüentemente

quenós

conhecemos

menos

doque

deveríamos,

que,além

disso,sabem

osmenos

doque

oque

éconhecido,

eque

sabemos

econhecem

osmuito

mais

doque

aquiloque

aplicamos

ouutilizam

os.Pode-se

dizerque

issoocorre

emtodos

oscam

poscien-

tíficoseprofissionais,

eestou

deacordo;

isso,porém

,não

nosdeve

impedir

depensar

noproblem

a.Poderia

acrescentar,atudo

isso,umacom

plicaçãoque

resideno

fatodeque,

seadm

inistrarmos

nossosrecursos

demo-

dodiferente,

podeacontecer

queesses

recursosmudem

,aum

entemousetornem

mais

eficazes.Devem

oslem-

brarque

aadm

inistraçãodos

recursoséparte

deuma

práxis,eque

geralmente

damo-nos

porsatisfeitos

comumapráxis

limitada

quevádateoria

àprática,

masque

teoriaeprática

estãoem

interaçãoentre

si(no

melhor

doscasos),

noentanto

semumainteração

comcontex-

tosmais

amplos;

dessamaneira,

apráxis

nãoestá

somen-

teentre

teoriaeprática,

mas,

alémdisso,

estasinteragem

comaadm

inistraçãodos

recursos;ouentão

poderíamos

dizerque

aadm

inistraçãofaz

partedetalprática

eque

todaprática

sempre

éadm

inistradadealgum

aform

adefinida.

Dessa

maneira

enfatizoque

meoponho

termi-

nantemente,

porconsiderá-Ia

errada,àquela

posiçãoque

supõeque

aadm

inistraçãoéfunção

deadm

inistradorese

queanossa

funçãoéexclusivam

enteprofissional

ecien-

tífica.Arazão

fundamental

daminha

oposiçãoreside

emque

nossaprática

profissionalecientífica

realiza-seden-

trodeum

contextoadm

inistrativoparticular

eque,

deumaform

aoudeoutra,

administram

osnossos

recursos(bem

oumal,demaneira

estreitaoulimitada).

Freqüentemente

éreal

oditado

"emcasa

deferreiro,

espetodepau".

Poderíamos

darmuitos

exemplos;

limite-

mo-nos,

contudo,aassinalar

que,assim

comoaplicam

osmuito

poucoeutilizam

osdeficientem

entenossos

conhe-cimentos

psicanalíticosnos

procedimentos

deensino

dapsicanálise,

istoé,na

didática,aplicam

ostambém

dema-

neiradeficiente

ouabsolutam

entenão

aplicamosnossos

conhecimentos

enossas

técnicasdegrupo

àadm

inistra-ção

quefazem

osdenossos

recursosnessa

esferadoco-

nhecimento

edaprática.

Etambém

nãoutilizam

osnos-

sosconhecim

entosdos

psicodinamismos

grupaispara

conseguirmudanças

comumaadm

inistraçãodiferente.

Poderiadizê-Io

emoutras

palavras:que,

apesarde

possuirmos

conhecimentos

etécnicas

degrupo

bastan-

tedesenvolvidas,

nãoémenos

certoque

necessitamos

deestratégias

paraautilização

dessastécnicas

econhe-

cimentos.Essa

estratégia(essa

mudança

naadm

inistração)po-

deserresum

idadizendo

quetemosdeintroduzir

astéc-

nicasdegrupo

enossos

conhecimentos

dosdinam

is-mosgrupais

nosprogram

asdeprevenção

primária;

nãosónaterapia

enaprevenção

dedoenças

mentais

ouper-

turbaçõespsicológicas

(oque

jáémuito),

masque

tam-

bémdevem

osinclinar-nos

aum

dosobjetivos

fundamen-

taisdaprevenção

primária,

queéprom

overasaúde.

Seadm

itimosanecessidade

dessacolocação,

precisa-mos,em

segundolugar,assum

irofato

deque

umamudan-

çacom

oaexigida

poressa

perspectivanaadm

inistraçãodos

recursossignifica

também

umamudança

naslinhas

profissionaisenas

linhasounos

contextosdainvestigação.

Temosdesairda

chamada

atividadeintram

ural,eisto

sig-nifica

queprecisam

osnão

apenasalternar

nossaatividade

noshospitais

psiquiátricos,nos

serviçospsiquiátricos

doshospitais

gerais,mastambém

alternartodas

estasativida-

descom

outraque

sedesenvolve

nos"grupos

naturais",no

seupróprio

meio

enas

funçõeseorganizações

específicasque

elespossuem

.Isso

significaque

emtodos

oslugares

ondeháseres

humanos

existemgrupos

etemosdeiraté

elesenão

esperarque

elesvenham

aténós.

Porémiraté

esses"grupos

naturais"significa

anecessidade

derespei-

taromeio,

osobjetivos,as

funçõeseasorganizações

espe-cíficas

dentrodos

quaissedesenvolvem

osgrupos

huma-

nos,eentenda-se

quenão

estoufalando

somente

daativi-

_1_2_8Temas

depsicologia

dadeoudotrabalho,

mastambém

doócio

edarecreação

edeoutras

inúmeras

coisasque

nãoenum

ero.Àprofunda

modificação

delinhas

profissionaisjun-

ta-se,deimediato,

oconfronto

comoproblem

adeque

nãovam

oscurar,

eentão

precisamos

tornarclaros

osnossos

objetivos.Estes

podemresum

ir-senafórm

ula:prom

oçãode

saúde,entendendopor

saúdenão

sóaausência

dedoen-

ça,masum

aproveitamento

mais

eficientedetodos

osrecursos

comque

contacada

grupopara

mobilizar

suaprópria

atividadenaprocura

demelhores

condiçõesde

vida,tanto

nocam

pomaterial

comonocultural,

noso-

cialenopsicológico.

Quando

nosdispom

osaadm

inis-trar,

domodo

indicado,nossos

recursos(técnicas

eco-

nhecimentos

degrupo),

umdos

problemas

queindu-

bitavelmente

temos

deenfrentar

éofato

deque,

ase-

guir,deparam

oscom

umaperda

dasegurança

quenos

dáaorganização

eainstitucionalização

daadm

inistraçãoque

agoraestá

emcurso,

organizadacom

olinhas

pro-fissionais

específicasbem

determinadas

ouclaram

entedefinidas.

Temosaqui

umimportante

problemadepsi-

cologiadegrupo,

começando

pornós

mesm

os,para,

alémdisso,

tomarconsciência,

comonovo

problemateó-

rico,dopapel

dainstitucionalização

edaorganização

nasatividades

quedesem

penhamos

comoindivíduos

dian-tedos

gruposenquanto

profissionais.Aform

acom

ode-

vemosiraté

essesgrupos

naturaisem

seusmeios

espe-cíficos

éum

problematécnico

eteórico

quedevem

ostambém

enfrentarcom

oproblem

adedinâm

icadegrupo,

nosentido

deque

aform

apela

qualserealiza

a"inser-

ção"doprofissional

pode,em

grandeparte,

marcar

oudelim

itaro"destino"

dotrabalho

posteriorque

realizeouque

nãopossa

realizar.Necessitam

oselaborar

técni-cas

deinserção

grupalpara

otrabalho

grupal,além

deestudar

edepôr

emprática

técnicasde"desinserção"

oudesenraizam

entodenossos

padrõesatuais

ereconheci-

dosnos

quaisnos

movem

oscom

facilidade.Percebem

osassim

,muito

mais

claramente,

comoo

quefazem

oseaform

acom

oofazem

osnão

ésóumaati-

vidade,mastambém

partedenossa

personalidade,eque

umamudança

deconhecim

entosoutécnicas,

bemco-

moumamudança

naadm

inistraçãodesses

recursos,signi-

ficaumacrise

naestrutura

denossa

própriapersonalidade.

Atéagora

nossastécnicas

degrupo

são,sobretudo,

umafinalidade

emsim

esmas;

porémumamudança

naadm

inistraçãopode

levar-nosaentender

quesão

técni-cas

quepodem

serutilizadas

dentrodeoutros

contex-tos

eoutras

finalidades.Assim

,por

exemplo,

otrabalho

diagnósticodentro

deumainstituição

requerconheci-

mentos

eumaestratégia

dentrodos

quaisastécnicas

degrupo

constituemum

dosrecursos

ou,poder-se-ia

di-zer,

recursopor

antonomásia

atéagora,

masque,

deto-

damaneira,

seconhecem

ossóessa

técnica,não

domi-

namos

aestratégia

dotrabalho

institucional;nossa

ati-vidade

naprevenção

primária

ver-se-áseriam

enteafe-

tadaeinclusive

impossibilitada

desedesenvolver.

Atéagora,

nocam

podapsiquiatria

dinâmica,

noque

concerneespecificam

enteaos

conhecimentos

etécni-

casdedinâm

icadegrupo,

podemosassem

elhar-nosa

pessoaspossuidoras

deriquezas,

masque,

aomesm

otempo,não

podemaplicá-Ias

demaneira

frutífera.Não

seérico

emconhecim

entospelo

simples

fatodepos-

suí-los,masfundam

entalmente

pelaform

adeaplicá-

los.Eeste

éum

dosproblemascríticos

echave

queen-

frentamosnadinâm

icadegrupo.

Todosessesaspectos

psicológicosdanossa

própriacondição

deprofissionais

administrando

nossosrecur-

sosdeumamaneira

particularoulimitada

nãosão

pro-blem

asacessórios,

esenão

entendermosisso

teremos

dificuldadespara

compreenderquando,porexem

plo,notrabalho

institucional,podem

ostrabalhar

comospro-

blemasouassituações

psicológicasque

umgrupo

en-frentapara

administrarou

administrarseusrecursos.Q

ue-roinsistir

emque

essamudança

quepostulo

eapóio

éimprescindível,

massóestarem

osem

condiçõesdefa-

zê-Iaeficientem

enteaocom

preendercada

vezmelhor

apsicologia

degrupo

envolvidaemnossa

própriaadm

i-nistração

eoque

significapsicologicam

ente,para

umgrupo

profissional,umamudança

naadm

inistraçãodos

seusrecursosounasua

organização.Estou

plenamente

convencidodeque

acada

tipode

administração

correspondeum

tipodeproblem

aeum

níveldeconhecim

ento,tantocom

oum

desenvolvimen-

totécnico

próprio;eque

umamudança

naadm

inistra-ção

nãoésom

enteumaspecto

formalou

secundário,mas

queimplica,

necessariamente,

umamudança

depers-

pectivas,umaampliação

deproblem

áticas,umaprofun-

damento

eumareelaboração

deteorias,um

aperfeiçoa-mento

dasnossas

técnicas,assim

como,tam

bém,ain-

clusãodas

técnicasdegrupo

numcapítulo

maisamplo

deestratégias.

Essassignificam

,por

exemplo,

notra-

balhoinstitucional,que

nãosódevem

osconhecerteoriaetécnicas

degrupo,

mastambém

saberdiagnosticar

situaçõesedistinguir

ogrupo

sobreoqualse

deveatuar

numaorganização,assim

comoselecionar

otipo

detéc-

nicaadequada

paraesse

grupo,paraasfunções

querea-

lizaeaproblem

áticaque

enfrenta.Aquio

decisivopode

serosetor

emque

trabalhaopsiquiatra

enão

atécnica

degrupo.

Istopode

exigirdenós

umesforço

comple--

mentar,um

avez

queesse

tipodeavaliaçãonão

éimpres-

cindívelnascondiçõesnas

quaistrabalhamosatualm

en-te,já

quenaprática

privadaounohospitalcada

umpode

aperfeiçoar-seem

umatécnica

eaplicá-Ia

aospacien-

tes,embora

notrabalho

comaprevenção

primária,a

es-colha

dogrupo

emfunção

dodiagnóstico

daorganização

sejaumproblem

afundam

ental,quenasatuaiscondições

emque

exercemosnão

temvigência

comoproblem

a.Poder-se-á

alegarque

otrabalho

naprevenção

pri-mária

exigedenós

certosconhecim

entos(hum

anistas,sociológicos,

econômicos,

antropológicos,etc.)

econ-

cordoque

issoé,de

fato,necessário;com

issoteríam

osdedirigir

nossosesforços

também

paraumamudança

naform

açãodostécnicos

emdinâm

icadegrupo.O

utraobjeção

quetenho

ouvidocom

freqüênciaassinala

queotrabalho

dotécnico

emdinâm

icadegrupo

vaicon-

fundirseus

limites

comosdopsicólogo

social,dopsi-

cólogoclínico,

doantropólogo

oudeoutros

profissio-nais

quetambém

utilizamtécnicas

degrupo.

Conside-

roisso

verdadeiro,masnão

meinquieta,

e,mais

doque

comoumadesvantagem

,vejo-o

comoumavantagem

.Embora

comorisco

deprovocar

mais

desânimodo

queentusiasm

opor

umatalm

udançanaadm

inistração,tenho

demereferir

aoutras

implicações

queexigem

umesforço

nãomenor

doque

asexigências

queexpus

anteriormente.

Jánão

serásuficiente

conhecer,com

oconhecem

os,adinâm

icaeastécnicas

degrupo,

masterem

osdeapren-

derapsicologia

doócio,

apsicologia

dotrabalho,

apsi-

cologiadaorganização

etc.Otrabalho

comogrupo

numainstituição

emfunção

daprevenção

primária

nãotende

àcura,

massim

àspos-

sibilidadesdedesenvolvim

entodas

capacidadeseati-

tudesdos

sereshum

anos.Contudo,

istopode

chocar-seouentrar

emconflito

comasfunções

dainstituição,

eentão

depararemos

nãosócom

aresistência

deum

gru-po,

mascom

umaresistência

daorganização.

Mencionei

emoutro

lugarque,

emtoda

organiza-ção,

chegaum

momento

emque

amanutenção

daorga-

nizaçãopode

entrarem

conflitoeganhar

terrenosobre

osobjetivos

paraosquais

foicriada;

querdizer

queos

gruposdeseres

humanos

queintegram

umaorganização

tendem,em

umdado

momento,

mais

doque

acum

prirosobjetivos

daorganização,

asatisfazer

necessidadespsicológicas.

Aqui,

defrontamo-nos

comumaaparente

contradição,jáque,

seisto

écerto

(asnecessidades

psi-

cológicasestão

satisfeitas),nossa

participaçãoouinter-

vençãonaprevenção

primária

dasorganizações

nãote-

riasentido;

porémesta

contradiçãoéapenas

aparente,jáque

temosnecessidades

psicológicasque

correspon-dem

àdinâm

icadogrupo

primário,

mastambém

temos

asque

correspondemaogrupo

secundário.Podem

ostrabalhar

naprevenção

primária

emfun-

çãodaquilo

que,demodo

geral,poderíam

oscham

ara

eficáciaeaprodutividade.

Nesse

sentido,aexperiên-

ciamostra-nos

que,quando

somoscham

adosaumaor-

ganizaçãoporque

seusobjetivos

explícitosnão

estãosen-

docum

pridosnamedida

desejadaoupossível,

nossatarefa

-seaceitam

osomotivo

daconsulta

comolegíti-

moenão

percebemos

oseu

objetivolatente

-geralm

en-tesereduz

atransform

argrupos

primários

emsecundá-

rios,ouseja,

aconseguir

umaform

alizaçãomais

rígidadaorganização

edos

modelos

institucionaisdentro

de-la.

Evidentemente,

issopode

acontecer,efreqüente-

mente

acontece;possuím

osconhecim

entosetécnicas

suficientespara

atingir,em

parte,esses

objetivos,co-

mo,por

exemplo,

melhorar

onível

dosvendedores

deumaempresa,

fazendocom

quevendam

mais,

oufazer

umaseção

defábrica

produzirmais

ouproduzir

elemen-

tosdemelhor

qualidade.Mas,

embora

issoseja

possível,precisam

osconsiderar

que,tendoaceitado

essesobjetivos

eestas

finalidades,não

estamostrabalhando

emfunção

daprevenção

primária,

mas,

aocontrário,

comoagentes

deumaorganização

queutiliza

nossosconhecim

entospara

quesejam

utilizadososseres

humanos

queaintegram

.

Existemform

asdetrabalhar

nocam

podaprevenção

primária

semque

issoaconteça,

mastrazem

,necessa-

riamente,

complicações

queàsvezes

levamàsegrega-

çãodoterapeuta

eaofracasso

desua

intervenção.Existem

casosem

queoproblem

adas

organizaçõesétotalm

enteoposto,

jáque

àsvezes

somosconsultados

paraintervir

emorganizações

muito

formais

erígidas,

demodo

quesom

ossolicitados

aintervir

comoagentes

demudança

paraintroduzir

ogrupo

primário

sufocado.Ainda

nessescasos,

nossatarefa

nãoéfácil

nemestá

li-vre

decom

plicaçõeseproblem

asdetodo

tipo.Devem

osentender

que,em

todaorganização,

apró-

priaorganização

fazparte

(éparte)

dapersonalidade

dosseres

humanos

queaintegram

eque

mobilizar

padrões,hábitos

enorm

asdeconduta

significamobilizar

ansie-dades

dosindivíduos

edos

gruposque

aconstituem

.Porém

,quero

ressaltarum

aspectoimportante:

énas

or-ganizações

queasestruturas

maisprim

itivaseasocia-

bilidadesincrética

(dequejáfalei)

estãoimobilizadas.

Sevoltarm

osagora

aosgrupos,

podemos

entenderofato

deque,

quandoum

grupoterapêutico

(ouum

tra-balho

degrupo

paraprevenção

primária)

tendeasees-

tabilizarcom

oorganização,

éporque

tende,aomesm

otempo,

aimobilizar

asociabilidade

sincréticaeumapar-

teimportante

daestrutura

grupal,ficando

assim,esta

última,imobilizada

eclivada.

E.Jacques,

queseocupou

emparte

desteproble-

ma,chegou

àconclusão

deque

asinstituições

servemcom

odefesas

dasansiedades

psicóticas.Minha

conclu-

sãoé,em

certamedida,

coincidente,mastambém

diver-gente.

Coincide

nocaráter

defensivo,dinâm

icopsicoló-

gicodas

instituiçõeseorganizações,

masacredito

quenestas

últimasseacham

diretamente

imobilizados

oses-

tratosmais

primitivos

dapersonalidade

ouasociabili-

dadesincrética

grupal.

Secontinuam

osexam

inandooproblem

adas

técni-cas

degrupo

naprevenção

primária,

podemos

citaroca-

soem

queanossa

intervençãorecai

sobreaorganiza-

çãocom

ototalidade,

sobreoseu

organograma,

enão

sósobre

algunsdeseus

setores.Asdificuldades

aquisão

maiores

eexigem

umgran-

deajustam

entodas

formulações

teóricasedenossa

estra-tégia

nautilização

dastécnicas

degrupo.

Paradar

uma

idéiadaamplitude

destaproblem

ática,quero

recordarumaform

ulaçãoque,

cadavez

mais,

meinclino

aconsi-

derarcom

oumaleigeral:

queumaorganização

tendea

terasmesm

asmodalidades

queoproblem

aque

temde

resolvereaestruturar-se

dessaform

a;assim

,vam

osen-

contrarum

círculovicioso

noqual

aorganização

nãosó

nãoresolve

oproblem

apara

oqual

foiexplicitam

entecriada,

masconsolida

aindamais

asua

existênciae,para

tanto,serve-lhe

deftedback.Isto

podeparecer

umpara-

doxoe,num

primeiro

momento,

absolutamente

incorre-to;sem

dúvidaminha

experiênciaeademeus

colabora-dores

tendemagarantir

essaform

ulação.Poderia

citaro

exemplo

deum

asilodevelhos

quefoicriado

paramiti-

garascondições

dosanciãos

eascaracterísticas

psicoló-

Administraçãodas

técnicasedos

conhecimentosdegrupo

13_7_

Aestabilização

daorganização

queosgrupos

tera-pêuticos

alcançamégenuinam

enteantiterapêutica,

ouentão,

éolimite

danossa

terapiasenão

enfrentamos

umadesorganização

detais

grupos.Eaexperiência

de-monstra

queesse

éomomento

críticoem

queogrupo

sedissolve

comracionalizações

oucom

umaconcep-

çãomaníaca

dacura,

tantopor

partedogrupo

comopor

partedoterapeuta.

Esseproblem

aatinge

oseu

pontoculm

inantequan-

dotrabalham

osnocam

podaprevenção

primária

comtécnicas

degrupo

dentrodeumaorganização,

umavez

que,inevitavelm

ente,otrabalho

degrupo

realizadoem

profundidadeeem

benefíciodos

sereshum

anosque

in-tegram

umaorganização

tende,necessariam

ente,aques-

tionareadissolver

oudesagregar

aorganização.

No

entanto,não

nosdevem

osalarm

ardem

ais,porque,

quan-doseestá

paraalcançar

esseponto,

geralmente

somos

segregadosdaorganização

ounos

segregamos

espon-taneam

ente,seja

comumasensação

defracasso

oucom

racionalizações.Por

outrolado,

possoassegurar

queosproblem

asreais

sãomuito

mais

complicados

edifíceis

doque

oque

selecioneiaqui,

jáque,

porrazões

didáticas,apre-

senteiumalinha

esquemática

dedesenvolvim

entoepro-

cureiapresentar

assituações

mais

simples,

masomiti

muitas

situaçõeseproblem

as,justam

enteem

funçãode

umobjetivo

didático.Sei

quenão

ofereçosoluções

fáceiseàsvezes

nemsequer

soluçõesdifíceis,

maselas

sópodem

emergir,

nomelhor

doscasos,

deumaproposição

corretados

proble-masque

devemos

enfrentar,ecom

issoentendo,

assimmesm

o,que

estamosenvolvidos

comoagentes

demudan-

ça,mastambém

comoagentes

queasseguram

umaorga-

nizaçãoque

constituiumaresistência

àmudança.

gicasjáconhecidas

(privaçãosensorial,

incomunicabili-

dade,paralisação

pelaangústia

demorte

etc.).Esem

dú-vida

aorganização

tem,em

suatotalidade,

embora

dentrodos

mesm

osconjuntos

oustafJs

doorganogram

a,asm

es-mascaracterísticas

deincom

unicabilidade,privação

sen-sorial,bloqueio

diantedamorte

etc.Esse

exemplo

servetambém

parailustrar

comoa

instituiçãoajuda

aque

"sedepositem

"nela,

justamen-

te,tantooque

sequer

resolvercom

oosaspectos

daso-

ciabilidadeque

caracterizeicom

osincrética.

Éóbvio

quenestas

condiçõesatática

notrabalho

degrupo

nocam

podaprevenção

primária

temdesedi-

rigirmais

àsestruturas

daorganização,

fundamental-

mente

aosstafJs

administrativos,

executivos,terapêuti-

cosetc.Todavia,

nãoprecisam

osafastar-nos

muito

paraen-

contrarum

exemplo

muito

próximodenós

queéoda

lutaperm

anenteque

sefaz

necessárianum

hospitalpsi-

quiátricopara

queelenão

promova

aalienação,

amargi-

nalizaçãoeasegregação

dosdoentes

mentais;

caracte-rísticas

queainstituição

deveriaresolver,

masque,

semdúvida,

consolida.