josé bleger - enquadres clínicos diferenciados...teoria e técnica na entrevista e nos grupos...
TRANSCRIPT
Teoria e técnica na entrevistae nos grupos
Ensino Superior Bureau Juridico
Nesta obra! Bleger aborda! do ponto
de vista teórico e técnico! dois temas
fundamentais da psicologia.
Sobre o primeiro! a entrevista
psicológica! é feita uma apresentação
de indicações práticas para sua
realização! um ensaio de
categorização e um estudo dos
aspectos psicológicos da entrevista.
Sobre os grupos! o segundotema! o
autor estuda os grupos operativos no
ensino! O problema do grupo nas
instituições e como instituição e!
finalmente! a administração das
técnicas nos planos de prevenção ou!
em outros termos! a estratégia com
grupos.
José BlegerTEMAS DEPSICOLOGIA
Tradução RITA MARIA M. DE MORAESRevisão LUÍS LORENZO RIVERA
CAPAProjeto gráfico Alexandre Marlins Fontes
Kalia Harumi TerasakaIlustração Rex Design
Martins FontesSão Paulo 2003
EnsinoSuperior8ureauJ~kl;cô°
Títulooriginal:
TEMAS
DEPSIC
OLOGÍA
(ENTREVISTAS
YGRUPOS)
Copyright
by©Ediciones
Nueva
VisiónSAlC
,Buenos
Aires,1979
Copyright
©1980,
LivrariaMarfins
FontesEditora
Ltda.,São
Paulo,para
apresente
edição.
1"edição
abrilde1980
7ªtiragem
abrilde1995
2ªedição
maio
de1998
3ªtiragemoutubro
de2003
Revisão
datradução
LuisLoremo
RiveraRevisão
gráficaRosângela
Ramos
daSilva
Produçãográfica
Geraldo
AlvesPaginaçãolFotolitos
Studio3Desenvolvimento
EditorialCapa
AlexandreMartins
FontesKatia
HarumiTerasaka
Aentrevista
psicológicaSeu
emprego
nodiagnóstico
enainvestigação
Ensaiodecategorização
daentrevista
49Grupos
operativosnoensino
59Ogrupo
comoinstituição
eogrupo
nasinstituições
101Adm
inistraçãodastécnicas
edosconhecim
entosdegrupo
123Dados
InternacionaisdeCatalogação
naPnblieação
(CIP)
(Câmara
Brasileira
doLivro,
8P,Brasil)
Bleger,
JoséTem
asdepsicologia:
entrevistaegrupos
IJoséBleger
;traduçãoRita
Maria
M.deMaraes
;revisãoLuis
LorenzoRivera.
-2i!ed.
-São
Paulo:Martins
Fontes,1998.
-(Psícologia
epedagogia)
Índicespara
catálogosistem
ático:1.Psicologia
150
Todososdireitos
destaedição
reservadosà
LivrariaMarfins
FontesEditora
Ltda.Rua
Conselheiro
Ramalho.
330/34001325-000
SãoPaulo
SPBrasil
Tel.(lI)
3241.3677Fax
(lI)3105.6867
e-mail:
.brhltp://w
ww.martinsfontes.com
.br
Aentrevista
psicológica
Seuemprego
nodiagnóstico
enainvestigação
Publicadopelo
Departam
entodePsicologia
daFaculdade
deFilosofia
eLetras.
Universidade
deBuenos
Aires,
1964.
Aentrevista
éum
instrumento
fundamental
domé-
todoclínico
eé,portanto,
umatécnica
deinvestigação
científicaem
psicologia.Comotécnica
temseus
pró-prios
procedimentos
ouregras
empíricas
comosquais
nãosóseamplia
eseverifica
comotambém
,aomesm
otempo,
seaplica
oconhecim
entocientífico.
Comove-
remos,essa
duplaface
datécnica
temespecial
gravita-ção
nocaso
daentrevista
porque,entre
outrasrazões,
identificaoufaz
coexistirnopsicólogo
asfunções
deinvestigador
edeprofissional,
jáque
atécnica
éopon-
todeinteração
entreaciência
easnecessidades
práti-cas;é
assimque
aentrevista
alcançaaaplicação
deco-
nhecimentos
científicose,ao
mesm
otempo,obtém
oupossibilita
levaravidadiária
doserhum
anoaoníveldo
conhecimento
edaelaboração
científica.Etudo
issoemumprocesso
ininterruptodeinteração.
Aentrevista
éum
instrumento
muito
difundidoe
devemosdelim
itaroseu
alcance,tantocom
ooenqua-
2Tem
asdepsicologiaAentrevistapsicológica
3
dramento
dapresente
exposição.Aentrevista
podeter
emseus
múltiplos
usosumagrande
variedadedeobje-
tivos,comonocaso
dojornalista,
chefedeempresa,di-
retordeescola,professor,juiz
etc.Aquinos
interessaa
entrevistapsicológica,
entendidacom
oaquela
naqual
sebuscamobjetivospsicológicos
(investigação,diagnós-tico,terapia,
etc.).Dessa
maneira,
nossoobjetivo
ficalimitado
aoestudo
daentrevista
psicológica,não
so-mente
paraassinalar
algumasdas
regraspráticas
quepossibilitam
seuemprego
eficazecorreto,
comotam-
bémpara
desenvolveremcerta
medida
oestudo
psico-lógico
daentrevistapsicológica.N
essesentido,boa
par-tedoque
sedesenvolverá
aquipode
serutilizado
ouaplicado
emtodo
tipodeentrevista,
porqueem
todaselas
intervêminevitavelm
entefatores
oudinam
ismos
psicológicos.Aentrevista
psicológica,dessa
maneira,
derivasua
denominação
exclusivamente
deseusobjeti-
vosoufinalidades,
talcomojáassinalei.
Naconsideração
daentrevistapsicológica
comotéc-
nica,incluímosdois
aspectos:uméodas
regrasouin-
dicaçõespráticas
desua
execução,eooutro
éapsico-
logiadaentrevista
psicológica,que
fundamenta
aspri-meiras.Em
outrosterm
os,incluím
osatécnica
eateo-
riadatécnica
daentrevista
psicológica.Circunscrita
dessamaneira,
aentrevista
psicológi-caéoinstrum
entofundam
entaldetrabalho
nãosom
en-tepara
opsicólogo,
comotambém
paraoutros
profis-sionais
(psiquiatra,assistentesocial,sociólogo,etc.).
Aentrevista
podeserdedois
tiposfundam
entais:aberta
efechada.N
asegunda
asperguntasjáestão
pre-vistas,assim
comoaordem
eamaneira
deform
ulá-Ias,eoentrevistador
nãopode
alterarnenhum
adestas
dis-posições.
Naentrevista
aberta,pelocontrário,
oentre-
vistadortem
amplaliberdade
paraasperguntas
oupara
suasintervenções,
permitindo-se
todaaflexibilidade
necessáriaemcada
casoparticular.A
entrevistafecha-
daé,na
realidade,umquestionário
quepassa
aterum
arelação
estreitacom
aentrevista,na
medida
emque
uma
manipulação
decertos
princípioseregras
facilitaepos-
sibilitaaaplicação
doquestionário.
Contudo,
aentrevista
abertanão
secaracteriza
es-sencialm
entepela
liberdadedecolocar
perguntas,por-
que,comoverem
osmaisadiante,o
fundamento
daen-
trevistapsicológica
nãoconsiste
emperguntar,nem
nopropósito
derecolher
dadosdahistória
doentrevistado.
Embora
osfundam
entossejam
apresentadosum
poucomaisadiante,devem
osdesdejá
sublinharque
aliberda-
dedoentrevistador,no
casodaentrevista
aberta,residenum
aflexibilidade
suficientepara
permitir,
namedida
dopossível,
queoentrevistado
configureocam
poda
entrevistasegundo
suaestrutura
psicológicaparticular,
ou-dito
deoutra
maneira
-que
ocam
podaentrevista
seconfigure,
omáxim
opossível,
pelasvariáveis
quedependem
dapersonalidade
doentrevistado.
Considerada
dessamaneira,
aentrevista
abertapossibilita
umainvestigação
maisampla
eprofunda
dapersonalidade
doentrevistado,
embora
aentrevista
fe-
4----------------Temas
depsicologia
chadaperm
itaumamelhor
comparação
sistemática
dedados,
alémdeoutras
vantagenspróprias
detodo
méto-
dopadronizado.Deoutro
pontodevista,
considerandoonúm
erode
participantes,distingue-se
aentrevista
emindividual
egrupal,
segundosejam
umoumais
osentrevistadores
e/ouosentrevistados.
Arealidade
éque,
emtodos
oscasos,
aentrevista
ésem
preum
fenômeno
grupal,jáque
mesm
ocom
aparticipação
deum
sóentrevistado
suarelação
comoentrevistador
deveser
consideradaem
funçãodapsicologia
edadinâm
icadegrupo.
Pode-sediferenciar
também
asentrevistas
segundoobeneficiário
doresultado;
assim,podem
osdistinguir:
a)aentrevista
queserealiza
embeneficio
doentrevistado
-que
éocaso
daconsulta
psicológicaoupsiquiátrica;
b)a
entrevistacujo
objetivoéapesquisa,
naqual
importam
osresultados
científicos;c)aentrevista
queserealiza
paraum
terceiro(um
ainstituição).
Cada
umadelas
im-
plicavariáveis
distintasaserem
levadasem
conta,jáque
modificam
ouatuam
sobreaatitude
doentrevistador
as-.
'SIm
comodoentrevistado,
esobre
ocam
pototal
daen-
trevista.Umadiferença
fundamental
éque,
excetuandooprim
eirotipo
deentrevista,
osdois
outrosrequerem
queoentrevistador
desperteinteresse
eparticipação,
que"motive"
oentrevistado.
Tantoométodo
clínicocom
oatécnica
daentrevis-
taprocedem
docam
podamedicina,
porémaprática
mé-
dicainclui
procedimentos
semelhantes
quesem
dúvidanão
devemser
confundidoscom
aentrevista
psicológi-ca,nem
superpostosaela.
Aconsulta
consistenasolicitação
daassistência
téc-nica
ouprofissional,
quepode
serprestada
ousatisfeita
deform
asdiversas,
umadas
quaispode
seraentrevis-
ta.Consulta
nãoésinônim
odeentrevista;
estaúltim
aé
apenasum
dosprocedim
entosdeque
otécnico
oupro-
fissional,psicólogo
oumédico,
dispõepara
atendera
umaconsulta.Em
segundolugar,
aentrevista
nãoéumaanam
ne-se.Esta
implica
umacom
pilaçãodedados
preestabele-cidos,
detalamplitude
edetalhe,
queperm
itaobter
uma
síntesetanto
dasituação
presentecom
odahistória
deum
indivíduo,desua
doençaedesua
saúde.Embora
umaboa
anamnese
sefaça
combase
nautilização
cor-reta
dosprincípios
queregem
aentrevista,
estaúltim
aé,sem
dúvida,algo
muito
diferente.Naanam
neseapreo-
cupaçãoeafinalidade
residemnacom
pilaçãodeda-
dos,eopaciente
ficareduzido
aum
mediador
entresua
enfermidade,
suavida
eseus
dadospor
umlado,
eo
médico
poroutro.
Seopaciente
nãofornece
informa-
ções,elas
devemser"extraídas"
dele.Masalém
dosda-
dosque
omédico
previucom
onecessários,
todacontri-
buiçãodopaciente
éconsiderada
comoumaperturba-
_6Temas
depsicologia
çãodaanam
nese,freqüentem
entetolerada
porcorte-
sia,porémconsiderada
comosupérflua
oudesnecessá-
ria.Não
sãopoucas
asocasiões
emque
aanam
neseé
feitapor
razõesestatísticas
oupara
cumprir
obrigaçõesregulam
entaresdeumainstituição;
nessescasos
ficaem
mãos
depessoal
auxiliar.Diferentem
entedaconsulta
edaanam
nese,aentre-
vistapsicológica
objetivaoestudo
eautilização
docom
-portam
entototal
doindivíduo
emtodo
ocurso
darela-
çãoestabelecida
comotécnico,
duranteotempoem
queessa
relaçãodurar.
Naprática
médica
éextrem
amente
útillevarem
con-taeutilizar
osconhecim
entosdatécnica
daentrevista
etudo
oque
serefere
àrelação
interpessoal.Umaparte
dotempodeumaconsulta
deveserempregada
comoentre-
vistaeaoutra
paracom
pletaraindagação
ouosdados
necessáriospara
aanarnnese,
porémnão
existemrazões
paraque
elasetransform
eemum
"interrogatório".Aentrevista
psicológicaéumarelação,
comcarac-
terísticasparticulares,
queseestabelece
entreduas
oumais
pessoas.Oespecífico
ouparticular
dessarelação
resideem
queum
dosintegrantes
éum
técnicodapsi-
cologia,que
deveatuar
nessepapel,
eooutro
-ouos
outros-necessita
desua
intervençãotécnica.
Porém-
eisso
éum
pontofundam
ental-,otécnico
nãosóutili-
zaaentrevista
paraaplicar
seusconhecim
entospsico-
lógicosnoentrevistado,
comotambém
essaaplicação
seproduz
precisamente
atravésdeseu
própriocom
por-tamento
nodecorrer
daentrevista.
Aentrevista
psicoló-
gicaéentão
umarelação
entreduas
oumais
pessoasem
queestas
intervêmcom
otais.
Parasublinhar
oaspecto
fundamental
daentrevista
poder-se-iadizer,
deoutra
maneira,
queela
consisteem
umarelação
humana
naqual
umdos
integrantesdeve
procurarsaber
oque
estáacontecendo
edeve
atuarsegundo
esseconhecim
ento.A
realizaçãodos
objetivospossíveis
daentrevista
(inves-tigação,
diagnóstico,orientação,
etc.)depende
dessesa-
beredaatuação
deacordo
comesse
saber.Dessa
teoriadaentrevista
originam-se
algumasorien-
taçõespara
suarealização.
Aregra
básicajánão
consisteem
obterdados
completos
davida
totaldeumapessoa,
masem
obterdados
completos
deseu
comportam
entototal
nodecorrer
daentrevista.
Essecom
portamento
to-talinclui
oque
recolheremos
aplicandonossa
funçãode
escutar,porémtambém
nossafunção
devivenciar
eobser-
var,detalmaneira
queficam
incluídasastrês
áreasdo
comportam
entodoentrevistado.
Ateoria
daentrevista
foienorm
emente
influencia-dapor
conhecimentos
provenientesdapsicanálise,
daGestalt,da
topologiaedobehaviorism
o.Ainda
quenão
possamos
selecionarespecificam
enteacontribuição
decada
umdeles,
convémassinalar
sumariam
enteque
apsicanálise
influencioucom
oconhecim
entodadim
en-são
inconscientedocom
portamento,
datransferência
econtratransferência,
daresistência
erepressão,
dapro-
jeçãoeintrojeção,
etc.AGestaltreforçou
acom
preen-são
daentrevista
comoum
todonoqual
oentrevistador
éum
deseus
integrantes,considerando
ocom
portamen-
todeste
comoum
doselem
entosdatotalidade.
Atopo-
logialevou
adelinear
ereconhecer
ocam
popsicológico
esuas
leis,assim
comooenfoque
situaciona1.Obeha-
viorismoinfluenciou
comaimportância
daobservação
docom
portamento.
Tudoisso
conduziuàpossibilidade
derealizar
aentrevista
emcondições
metodológicas
mais
restritas,convertendo-a
eminstrum
entocientífico
noqual
a"arte
daentrevista"
foireduzidaem
funçãodeumasis-
tematização
dasvariáveis,
eéesta
sistematização
quepossibilita
ummaior
rigorem
suaaplicação
eem
seusresultados.
Pode-seensinar
eaprender
arealizar
entre-vistas
semque
setenha
dedepender
deum
domouvirtu-
deimponderáve1.
Oestudo
científicodaentrevista
(apes-
quisadoinstrum
ento)tem
reduzidosua
proporçãodearte
eincrem
entadosua
operacionalidadeeutilização
como
técnicacientífica.
Ainvestigação
científicadoinstrum
entotem
feitocom
queaentrevista
incorporealgum
asdas
exigênciasdométodo
experimental;
mastambém
fazcom
quea
entrevistapsicológica,
emgeral,
constituaum
procedi-mento
deobservação
emcondições
controladasou,pe-
lomenos,
emcondições
conhecidas.Dessa
maneira
a,entrevista
podeser
considerada,em
certamedida,
damesm
aform
aque
otubo
deensaio
paraoquím
ico,se-
gundoumacom
paraçãofeliz
deYoung.
Dessa
teoriadatécnica
daentrevista
(quecontinua-
remosdesenvolvendo)
dependemasregras
práticasou
empíricas;
estaéaúnica
formaracional
decom
preen-dê-Ias,
aprendê-Ias,aplicá-Ias
eenriquecê-Ias.
Oempenho
emdiferenciar
aentrevista
daanam
ne-seprovém
dointeresse
emconstituir
umcam
pocom
ca-racterísticas
definidas,ideais
paraainvestigação
daper-
sonalidade.Comonaanam
nese,temos,
naentrevista,
umcam
poconfigurado,
ecom
issoquerem
osdizer
queentre
osparticipantes
seestrutura
umarelação
daqual
dependetudo
quenela
acontece.Adiferença
básica,neste
sentido,entre
entrevistaequalquer
outrotipo
derelação
interpes-soal(com
oaanam
nese)éque
aregra
fundamental
daen-
trevistasob
esteaspecto
éprocurar
fazercom
queocam
-poseja
configuradoespecialm
ente(eem
seumaior
grau)pelas
variáveisque
dependemdoentrevistado.
Apesar
detodo
emergente
sersem
presituacional
ou,dito
emoutras
palavras,provir
deum
campo,
dize-mosque
naentrevista
talcam
poestá
determinado,
pre-dom
inantemente,
pelasmodalidades
dapersonalidade
doentrevistado.
Deoutra
forma,poder-se-ia
dizerque
oentrevistador
controlaaentrevista,
porémquem
adirige
éoentrevistado.
Arelação
entreambos
delimita
edeterm
inaocam
podaentrevista
etudo
oque
nelaacontece,
porém,oentrevistador
deveperm
itirque
ocam
podarelação
interpessoalseja
predominantem
enteestabelecido
econfigurado
peloentrevistado.
Todoserhum
anotem
suapersonalidade
sistemati-
zadaem
umasérie
depautas
ouem
umconjunto
oure-
pertóriodepossibilidades,
esão
estasque
esperamos
queatuem
ouseexteriorizem
duranteaentrevista.
As-
sim,pois,
aentrevista
funcionacom
oumasituação
emque
seobserva
partedavida
dopaciente,
quesedesen-
volveem
relaçãoanós
ediante
denós.
Nenhum
asituação
podeconseguir
aemergência
datotalidade
dorepertório
decondutas
deumapessoa
e,portanto,
nenhumaentrevista
podeesgotar
apersonali-
dadedopaciente,
massom
enteum
segmento
dela.Aen-
trevistanão
podesubstituir
nemexcluir
outrosprocedi-
mentos
deinvestigação
dapersonalidade,
porémeles
também
nãopodem
prescindirdaentrevista.
Demodo
es-pecífico,
aentrevista
nãopode
supriroconhecim
entoea
investigaçãodecaráter
muito
mais
extensoeprofundo
queseobtém
,por
exemplo,
emum
tratamento
psicanalíti-co,o
qual,nodecorrer
deum
tempoprolongado,
permite
aemergência
eamanifestação
dosnúcleos
esegm
entosmaisdiferentes
dapersonalidade.
Paraobter
ocam
poparticular
deentrevista
quedes-
crevi,devemoscontar
comum
enquadramento
rígido,queconsiste
emtransform
arum
conjuntodevariáveis
emconstantes.
Dentro
desteenquadram
ento,incluem
-senão
apenasaatitude
técnicaeopapel
doentrevistador
talcom
oassinalei,
comotambém
osobjetivos,
olugar
eo
tempo
daentrevista.
Oenquadram
entofunciona
como
umaespécie
depadronização
dasituação
estímulo
queoferecem
osaoentrevistador;
comisso
nãopretendem
osque
estasituação
deixedeatuar
comoestím
ulopara
ele,masque
deixedeoscilar
comovariável
paraoentrevista-
dor.Seoenquadram
entosemodifica
(porexem
plo,por-
queaentrevista
serealiza
emum
localdiferente),esta
mo-
dificaçãodeve
serconsiderada
comoumavariável
su-jeita
aobservação,
tantocom
ooéoentrevistado.
Cada
entrevistatem
umcontexto
definido(conjunto
decons-
tantesevariáveis)
emfunção
doqual
ocorremosemer-
gentes,que
sótêm
sentidoem
funçãodetalcontexto!.
Ocam
podaentrevista
também
nãoéfixo
esim
dinâ-mico,
oque
significaque
eleestá
sujeitoaumaperm
a-nente
mudança
eque
aobservação
sedeve
estenderdo
campoespecífico
existenteemcada
momento
àcontinui-
dadeesentido
destasmudanças.
Narealidade
poder-se-iadizer
queaobservação
dacontinuidade
edacontigüidade
dasmudanças
éoque
permite
completar
aobservação
einferir
aestrutura
eosentido
decada
campo;
responden-doaesta
modalidade
doprocesso
real,deve-se
dizerque
ocam
podaentrevista
cobreasua
totalidade,embora
"ca-da"
camponão
sejasenão
ummomento
dessecam
poto-
taledasua
dinâmica
(Gestaltung)2.Umasistem
atizaçãoque
permite
oestudo
detalhadodaentrevista
comocam
poconsiste
emcentrar
oestudo
sobre:a)oentrevistador,
incluindosua
atitude,sua
dis-sociação
instrumental,
contratransferência,identificação
etc.;b)oentrevistado,
incluindo-seaqui
transferência,estruturas
decom
portamento,
traçosdecaráter,
ansie-dades,
defesasetc.;
c)arelação
interpessoal,naqual
se
1.Contexto
ouenquadram
entoforam
estudadosemJ.Eleger,
"Psi-coaná1isis
deienquadre
psicoanalítico",emSimbiosis
eambigüedad,
Pai-dós,
Buenos
Aires,
1967.2.G
estaltung:processo
deform
açãodeGestalten.
incluiainteração
entreosparticipantes,
oprocesso
decom
unicação(projeção,
introjeção,identificação
etc.),oproblem
ada
ansiedade,etc.
Embora
nãopretenda
aprofundaraqui
cadaum
dosfenôm
enosassinalados,
porqueisso
abarcaria,em
grandeparte,
quasetoda
apsicologia
epsicopatologia,
estesaspectos
estãoincluí-
dosnas
consideraçõesque
seseguem
.
vidaatual
quemanterão,
entresi,relação
decom
plemen-
taçãooudecontradição.
Aslacunas,
dissociaçõesecontradições
queindi-
queilevam
algunspesquisadores
aconsiderar
aentre-
vistacom
oinstrum
entonão
muito
confiável.Sem
dúvi-da,nesses
casos,oinstrum
entonão
fazmais
querefletir
oque
correspondeacaracterísticas
doobjeto
deestudo.
Asdissociações
econtradições
queobservam
oscorres-
pondemadissociações
econtradições
daprópria
perso-nalidade
e,aorefleti-Ias,
aentrevista
permite-nos
tra-balhar
comelas;
seelas
serãotrabalhadas
ounão,
iráde-
penderdaintensidade
daangústia
quesepode
provocaredatolerância
doentrevistado
aessa
angústia.Igual-
mente,
osconflitos
trazidospelo
entrevistadopodem
nãoser
osconflitos
fundamentais,
assimcom
oasmotiva-
çõesque
alegasão,
geralmente,
racionalizações.Asimulação
perdeovalor
quetem
naanam
neseco-
mofator
deperturbação,
jáque
naentrevista
asimula-
çãodeve
serconsiderada
comoumaparte
dissociadada
personalidadeque
oentrevistado
nãoreconhece
total-mente
comosua.
Podeacontecer
queomesm
oentre-
vistadoroudiferentes
entrevistadoresrecolham
,em
mo-
mentos
diferentes,partes
distintaseainda
contraditóriasdamesm
apersonalidade.
Osdados
nãodevem
serava-
liadosem
funçãodecerto
ouerrado,
mascom
ograus
oufenôm
enosdedissociação
dapersonalidade.
Umasi-
tuaçãotípica,
eem
certamedida
inversaàque
comento,
éadoentrevistado
quetem
rigidamente
organizadasua
históriaeseu
esquemadevida
presente,com
omeio
de
Umadiferença
fundamental
entreentrevista
eanam
-nese,
noque
dizrespeito
àteoria
dapersonalidade
eà
teoriadatécnica,
resideem
que,naanam
nese,trabalha-
secom
asuposição
deque
opaciente
conhecesua
vidaeestá
capacitado,portanto,
parafornecer
dadossobre
ela,enquanto
ahipótese
daentrevista
éque
cadaserhu-
mano
temorganizada
umahistória
desua
vidaeum
es-quem
adeseu
presente,edesta
históriaedeste
esquema
temos
dededuzir
oque
elenão
sabe.Em
segundolu-
gar,aquilo
quenão
nospode
darcom
oconhecim
entoexplícito,
noséoferecido
ouemerge
atravésdoseu
com-
portamento
não-verbal;eeste
últimopode
informarso-
bresua
históriaouseu
presenteem
grausmuito
variá-veis
decoincidência
oucontradição
comoque
expressademodo
verbaleconsciente.
Poroutro
ladoalém
disso,
,em
diferentesentrevistas,
oentrevistado
podeoferecer-
nosdiferentes
históriasoudiferentes
esquemas
desua
defesacontra
apenetração
doentrevistador
eaoseu
pró-prio
contatocom
áreasdeconflito
desua
situaçãoreal
edesua
personalidade;esse
tipodeentrevistado
repeteamesm
ahistória
estereotipadaem
diferentesentrevistas,
sejacom
omesm
ooucom
diferentesentrevistadores.
Quando
váriosintegrantes
deum
grupoouinstituição
(emfamília,
escola,fábrica,
etc.)são
entrevistados,essas
divergênciasecontradições
sãomuito
mais
freqüentese
notóriaseconstituem
dadosmuito
importantes
sobreco-
mocada
umdeseus
membros
organiza,numamesm
area-
lidade,um
campopsicológico
quelhe
éespecífico.
Ato-
talidadenos
dáum
índicefiel
docaráter
dogrupo
ouda
instituição,desuas
tensõesouconflitos,
tantocom
ode
suaorganização
particularedinâm
icapsicológica.
Detudo
oque
foiexposto,deduz-se
facilmente
quea
técnicaesua
teoriaestão
estreitamente
entrelaçadascom
ateoria
dapersonalidade
comaqual
setrabalha;
ograu
deinteração
queum
entrevistadorécapaz
deconseguir
entreelas
dáomodelo
desua
operacionalidadecom
oinvestiga-
dor.Aentrevista
nãoconsiste
em"aplicar"
instruções,mas
eminvestigar
apersonalidade
doentrevistado,
aomesm
otempoque
nossasteorias
einstrumentos
detrabalho.
Nasciências
danatureza,
segundooponto
devista
tradicional,aobservação
científicaéobjetiva,
nosenti-
dodeque
oobservador
registraoque
ocorre,osfenô-
menos
quesão
externoseindependentes
dele,com
abs-tração
ouexclusão
totaldesuas
impressões,
sensações,sentim
entosedetodo
estadosubjetivo;
umregistro
detaltipo
éoque
permite
averificação
doobservado
porterceiros
quepodem
reconstruirascondições
daobser-
vação.Não
interessa,agora,
discutiravalidade
desteesquem
aque
jásemostrou
estreitoeingênuo
também
paraasmesm
asciências
naturais.Interessa-m
e,em
com-
pensação,observar
quenaentrevista
oentrevistador
éparte
docam
po,quer
dizer,em
certamedida
condicionaosfenôm
enosque
elemesm
ovai
registrar.Coloca-se,
então,aquestão
davalidade
dosdados
assimobtidos.
Talsummum
deobjetividade
nainvestigação
nãose
cumpre
emnenhum
outrocam
pocientífico,
emenos
ain-daem
psicologia,naqual
oobjeto
deestudo
éohom
em.
Emcom
pensação,amáxim
aobjetividade
sópode
seralcançada
quandoseincorpora
osujeito
observadorco-
moumadas
variáveisdocam
po.Seoobservador
estácondicionando
ofenôm
enoque
observa,pode-se
objetarque,
nestecaso,
nãoestam
osestudando
ofenôm
enotalcom
oeleé,m
assim
emrela-
çãocom
anossa
presença,e,assim
,jánão
sefaz
uma
observaçãoem
condiçõesnaturais.
Aisso
sepode
responder,demodo
global,dizendo
queesse
tipodeobjeção
nãoéválido,
porquesebaseia
emumaquantidade
depressuposições
incorretas.Veja-
mosalgum
asdessas
pressuposições.
oque
sequer
dizercom
aexpressão
"observaçãoem
condiçõesnaturais"?
Certam
ente,refere-se
aumaobserva-
çãorealizada
nasmesm
ascondições
emque
sedáreal-
mente
ofenôm
eno.Asconsiderações
ontológicassuper-
põem-se
àsdetipo
gnosiológico;nas
primeiras
admite-se
aexistência
deum
mundo
objetivo,que
existepor
si,inde-pendentem
entedeque
oconheçam
osounão.
Jánas
se-gundas
somosnós
queconhecem
os,epor
issotemosde
nosincluir
necessariamente
noprocesso
doconhecim
ento,talcom
oocorre
narealidade.
Estasegunda
afirmação
nãoinvalida
denenhum
amaneira
aprim
eira,porqueambas
sereferem
acoisas
diferentes:uma,àexistência
dosfenôm
e-nos,e
outra,aoconhecim
entoque
delesseobtém
.Mas,
alémdisso,
ascondições
naturaisdaconduta
humana
sãoascondições
humanas
...Todaconduta
sedásem
prenum
contextodevínculos
erelações
huma-
nas,eaentrevista
nãoéumadistorção
daspretendidas
condiçõesnaturais
esim
ocontrário:
aentrevista
éa
situação"natural"
emque
sedáofenôm
enoque,
preci-sam
ente,nos
interessaestudar:
ofenôm
enopsicológi-
co.Desta
maneira
oenfoque
ontológicoegnosiológico
coincidemesão
amesm
acoisa.
Poder-se-áinsistir,
ainda,em
queaentrevista
nãotem
validadedeinstrum
entocientífico
porqueasmani-
festaçõesdo
objetoque
estudamos
dependem,nesse
caso,darelação
queseestabeleça
comoentrevistador,
eportanto
todososfenôm
enosque
aparecemestão
con-dicionados
poressa
relação.Esse
tipodeobjeção
derivadeumaconcepção
metafisica
domundo:
osupor
queca-
daobjeto
temqualidades
quedependem
desua
naturezainterna
própriaeque
determinadas
relaçõesmodificam
ousubvertem
essapureza
ontológicaouessas
qualida-des
naturais.Ocerto
éque
asqualidades
detodo
objetosão
sempre
relacionais;derivam
dascondições
erela-
çõesnas
quaisseacha
cadaobjeto
emcada
momento.
Cada
situaçãohum
anaésem
preoriginal
eúnica,
portantoaentrevista
também
oé,porém
issonão
regesom
enteosfenôm
enoshum
anoscom
otambém
osfe-
nômenos
danatureza:
coisaque
Heráclito
jásabia.
Essaoriginalidade
decada
acontecimento
nãoimpede
oes-
tabelecimento
deconstantes
gerais,quer
dizer,das
con-dições
queserepetem
commais
freqüência.Oindivi-
dualnão
excluiogeral,
nemapossibilidade
deintrodu-
ziraabstração
ecategorias
deanálise.
.I~s?
seopõ~
aum
.narcisismosubjacente
aocam
poc~ent1fIco
dapSIcologIa:
cadaser
humano
consideraa
SImesm
ocom
oum
serdistinto
eúnico,
resultadode
umadiferença
particular(de
Deus,
dodestino
oudana-
tureza).Oserhum
anodescobre
paulatinamente,
ecom
assombro,
quetem
asmesm
asvísceras
queseus
seme-
lhantes,assim
comodescobre
(ouresiste
adescobrir)
quesua
vidapessoal
setece
sobreum
fundocom
uma
todososseres
humanos.
Nocaso
daentrevista
issonão
.'
VIgora
apenaspara
onarcisism
odoentrevistado
como
também
paraodoentrevistador,
quetambém
deveas-
sumirasua
condiçãohum
anaenão
sesentir
acimado
entrevistadoouem
situaçãoprivilegiada
diantedele.
Eisso,
queéfácil
dizer,não
énada
fácilrealizar.
Umacerta
concepçãoaristocrática
oumonopolista
daciência
temfeito
suporque
ainvestigação
étarefa
deeleitos
queestão
acimaoualém
dosfatos
cotidianose
comuns.
Assim
,aentrevista
é,nesta
concepção,um
instrumento
ouumatécnica
da"prática"
comaqual
sepretende
diagnosticar,isto
é,aplicarconhecim
entoscien-
tíficosque,
emsimesm
os,são
provenientesdeoutras
fontes:ainvestigação
científica.Ocerto
éque
nãohápossibilidade
deumaentrevis-
tacorreta
efrutífera
senão
seincluir
ainvestigação.
Emoutros
termos,
aentrevista
éum
campo
detrabalho
noqual
seinvestiga
aconduta
eapersonalidade
deseres
humanos.
Queisto
serealize
ounão,
écoisa
quejánão
dependedoinstrum
ento,domesm
omodo
comonão
in-validam
osouduvidam
osdométodo
experimental
pelofato
deque
uminvestigador
possautilizar
olaboratório
semseater
àsexigências
dométodo
experimental.
Uma
utilizaçãocorreta
daentrevista
integranamesm
apes-
soaenomesm
oato
oprofissional
eopesquisador.
Achave
fundamental
daentrevista
estánainvestiga-
çãoque
serealiza
duranteoseu
transcurso.Asobser-
vaçõessão
sempre
registradasem
funçãodehipóteses
queoobservador
vaiemitindo.
Esclareçamos
melhor
oque
sequer
dizercom
isso.Afirm
a-se,geralm
entede
maneira
muito
formal,
queainvestigação
constadeeta-
pasnítidas
esucessivas
queseescalonam
,umaapós
aoutra,
naseguinte
ordem:prim
eirointervém
aobserva-
ção,depois
ahipótese
eposteriorm
enteaverificação.
Ocerto,
contudo,éque
aobservação
serealiza
sempre
emfunção
decertos
pressupostoseque,
quandoestes
sãoconscientes
eutilizados
comotais,
aobservação
seenriquece.
Assim
,aform
adeobservar
beméirform
u-lando
hipótesesenquanto
seobserva,
edurante
aentre-
vistaverificar
eretificarashipóteses
nomomento
mesm
oem
queocorrem
emfunção
dasobservações
subseqüen-tes,
quepor
suavez
seenriquecem
comashipóteses
prévias.Observar,
pensareimaginar
coincidemtotal-
mente
eform
amparte
deum
sóeúnico
processodialé-
tico.Quem
nãoutiliza
asua
fantasiapoderá
serumbom
verificadordedados,
porémnunca
uminvestigador.
Emtodas
asações
humanas,
deve-sepensar
sobreo
queseestá
fazendoe,quando
issoacontece
sistematica-
mente
emum
campo
detrabalho
definido,subm
etendo-seàverificação
oque
sepensou,
estásendo
realizadaumainvestigação.
Otrabalho
profissionaldopsicólogo,
dopsiquiatra
edomédico
somente
adquiresua
realen-
vergaduraetranscendência
quandonele
coincideainves-
tigaçãoeatarefa
profissional,porque
estassão
asuni-
dadesdeumapráxis
queresguarda
dadesum
anizaçãoa
tarefamais
humana:
compreender
eajudar
outrosseres
humanos.
Indagaçãoeatuação,
teoriaeprática,
devemser
manejadas
comomomentos
inseparáveis,form
an-doparte
deum
sóprocesso.
Com
freqüência,alega-se
faltadetempopara
realizarentrevistas
exaustivas(ou
corretas).Aconselho
reali-zar
bempelo
menos
umaentrevista,
periódicaeregular-
_2_0Temas
depsicologia
vista,oentrevistador
observacom
oeatravés
doque
oentrevistado
condiciona,sem
osaber,
efeitosdos
quaiselemesm
osequeixa
ouévítim
a.Interessam
particular-mente
osmomentos
demudança
nacom
unicaçãoeas
situaçõesetemasante
osquais
ocorrem,assim
como
asinibições,
interceptaçõesebloqueios.
Ruesch
estabeleceuumaclassificação
dapersona-
lidadebaseada
nossistem
aspredom
inantesque
cadaindivíduo
põeemjogo
nacom
unicação.Porém
,otipo
decom
unicaçãonão
éimportante
ape-nas
poroferecer
dadosdeobservação
diretaque,
inclu-sive,
podemserregistrados,
masporque
éofenôm
eno-chave
detoda
arelação
interpessoal,que,
porsua
vez,pode
sermanipulado
peloentrevistador
e,assim
,gra-
duarouorientar
aentrevista.
mente:
descobrir-se-á,rapidam
ente,com
oéútil
nãoter
tempoecom
oéfácilracionalizar
enegarasdificuldades.
Entrevistadoreentrevistado
formam
umgrupo,
ouseja,um
conjuntoouumatotalidade,
naqual
osintegran-
tesestão
inter-relacionadoseem
queaconduta
deambos
éinterdependente.
Diferencia-se
deoutros
grupospelo
fatodeque
umdeseus
integrantesassum
eum
papeles-
pecíficoetende
acum
prirdeterm
inadosobjetivos.
Ainterdependência
eainter-relação,
ocondicio-
namento
recíprocodesuas
respectivascondutas,
reali-zam
-seatravés
doprocesso
dacom
unicação,entenden-
do-sepor
issoofato
deque
aconduta
deum
(conscien-teounão)
atua(de
formaintencional
ounão)
como
estímulo
paraaconduta
dooutro,
quepor
suavez
rea-tua
comoestím
ulopara
asmanifestações
doprim
eiro.Nesse
processo,apalavra
temum
papeldeenorm
egra-
vitação,noentanto
também
acom
unicaçãopré-verbal
intervémativam
ente:atitudes,
timbre
etonalidade
afe-tiva
davoz
etc.Otipo
decom
unicaçãoque
seestabelece
éalta-
mente
significativodapersonalidade
doentrevistado,
especialmente
docaráter
desuas
relaçõesinterpessoais,
ouseja,
damodalidade
doseu
relacionamento
comseus
semelhantes.
Nesse
processoque
seproduz
naentre-
Narelação
queseestabelece
naentrevista,
deve-secontar
comdois
fenômenos
altamente
significativos:a
transferênciaeacontratransferência.
Aprim
eirarefere-se
àatualização,
naentrevista,
desentim
entos,atitudes
econ-
dutasinconscientes,
porparte
doentrevistado,
quecorres-
pondemamodelos
queeste
estabeleceunocurso
dode-
senvolvimento,
especialmente
narelação
interpessoalcom
seumeio
familiar.D
istingue-seatransferência
negativada
positiva,porém
ambas
coexistemsem
pre,embora
com
umpredom
íniorelativo,
estáveloualternante,
deumaso-
breaoutra.Integram
aparteirracional
ouinconsciente
daconduta
econstituem
aspectosnão
controladospelo
pa-ciente.
Umaoutra
noçãosimilar
acentua,natransferên-
cia,asatitudes
afetivasque
oentrevistado
vivenciaou
atualizaem
relaçãoaoentrevistador.
Aobservação
des-ses
fenômenos
coloca-nosem
contatocom
aspectosda
condutaedapersonalidade
doentrevistado
quenão
seincluem
entreoselem
entosque
elepode
referiroutrazer
voluntáriaouconscientem
ente,masque
acrescentamuma
dimensão
importante
aoconhecim
entodaestrutura
desua
personalidadeeaocaráter
deseus
conflitos.Natransferência
oentrevistado
atribuipapéis
aoen-
trevistadorecom
porta-seem
funçãodeles.
Emoutros
termos,
transferesituações
emodelos
paraumarealida-
depresente
edesconhecida,
etende
aconfigurá-Ia
co-mosituação
jáconhecida,
repetitiva.Com
atransferência
oentrevistado
forneceaspec-
tosirracionais
ouimaturos
desua
personalidade,seu
graudedependência,
suaonipotência
eseu
pensamen-
tomágico.
Éneles
queoentrevistador
poderádescobrir
aquiloque
oentrevistado
esperadele,
suafantasia
daentrevista,
suafantasia
deajuda,
ouseja,
oque
acreditaque
éser
ajudadoeestar
são,incluídas
asfantasias
pa-tológicas
decura,
quesão,
commuita
freqüência,aspi-
raçõesneuróticas.
Poder-se-áigualm
entedespistar
outrofator
importante,
queéodaresistência
àentrevista
ouodeser
ajudadooucurado,
eaintenção
desatisfazer
desejosfrustrados
dedependência
oudeproteção.
Nacontratransferência
incluem-se
todososfenô-
menos
queaparecem
noentrevistador
comoemergen-
tesdocam
popsicológico
queseconfigura
naentrevis-
ta:são
asrespostas
doentrevistador
àsmanifestações
doentrevistado,
oefeito
quetêm
sobreeles.
Dependem
emalto
graudahistória
pessoaldoentrevistador,
porém,
seelas
aparecemouseatualizam
emum
dadomomento
daentrevista
éporque
nessemomento
existemfatores
queagem
paraque
issoaconteça.
Durante
muito
tempo
foramconsiderados
comoelem
entosperturbadores
daentrevista,
porémprogressivam
entereconheceu-se
quesão
indefectíveiseiniludíveis
emseu
aparecimento,
eo
entrevistadordeve
também
registrá-Ioscom
oemergen-
tesdasituação
presenteedas
reaçõesque
oentrevista-
doprovoca.
Portanto,àobservação
naentrevista
acres-centa-se
também
aauto-observação.
Acontratransferência
nãoconstitui
umapercepção,
emsentido
rigorosooulimitado
doterm
o,massim
umindício
degrande
significaçãoevalor
paraorientar
oentrevistador
noestudo
querealiza.
Noentanto,
nãoé
defácil
manejo
erequer
umaboa
preparação,experiên-
ciaeum
altograu
deequilíbrio
mental,
paraque
possaserutilizada
comalgum
avalidade
eeficiência.
Transferênciaecontratransferência
sãofenôm
enosque
aparecemem
todarelação
interpessoale,por
issomesm
o,também
ocorremnaentrevista.
Adiferença
éque
naentrevista
devemserutilizados
comoinstrum
en-tos
técnicosdeobservação
ecom
preensão.Ainteração
transferência-contratransferênciapode
também
serestu-
25Aentrevista
psicológica~
dadacom
oumaatribuição
depapéis
porparte
doentre-
vistadoeumapercepção
delespor
partedoentrevista-
dor.Se,
porexem
plo,aatitude
doentrevistado
irritae
provocarejeição
noentrevistador,
eledeve
procurares-
tudareobservar
suareação
comoefeito
docom
porta-mento
doentrevistado,
paraajudá-Io
acorrigir
aquelaconduta
decujos
resultadosele
mesm
opode
queixar-,
.se(por
exemplo,
deque
nãotem
amigos
edeque
mn-
guémgosta
dele).Seoentrevistador
nãofor
capazde
objetivareestudar
suareação,
oureagir
comirritação
erejeição
(assumindo
opapel
projetado),indicará
quea
manipulação
quefaz
dacontratransferência
estápertur-
badaeque,portanto,
estásesaindo
malna
entrevista.
Aansiedade
constituium
indicadordodesenvolvi-
mento
deumaentrevista
edeve
seratentam
enteacom
pa-nhada
peloentrevistador,
tantoaque
seproduz
neleco-
moaque
aparecenoentrevistado.
Deve-se
estaratento
nãosom
enteaoseu
aparecimento
comotambém
aoseu
grauouintensidade,
porque,embora
dentrodedeterm
i-nados
limites
aansiedade
sejaum
agentemotor
dare-
laçãointerpessoal,
podeperturbá-Ia
totalmente
efugir
completam
enteaocontrole
seultrapassar
certonível.
Porisso
olimite
detolerância
àansiedade
deveserperm
a-,
nentemente
detectado.Seentrevistado
eentrevistador
defrontaremcom
umasituação
desconhecidaante
aqual
aindanão
estabilizaramlinhas
reacionaisadequadas,
eessa
situaçãonão
organizadaimplicar
certadesorgani-
zaçãodapersonalidade
decada
umdos
participantes,tal
desorganizaçãoéaansiedade.
Oentrevistado
solicitaajuda
técnicaouprofissio-
nalquando
senteansiedade
ousevêperturbado
porme-
canismos
defensivosdiante
dela.Durante
aentrevista
tantosua
ansiedadecom
oseus
mecanism
osdedefesa
podemaum
entar,porque
odesconhecido
queenfrenta
nãoésom
enteasituação
externanova,
mastambém
operigo
daquiloque
desconheceem
suaprópria
perso-nalidade.
Seesses
fatoresnão
seapresentam
,faz
partedafunção
doentrevistador
motivar
oentrevistado,
con-seguir
queapareçam
emumacerta
medida
naentrevis-
ta.Em
algunscasos,
aansiedade
acha-sedelegada
ouprojetada
emoutra
pessoa,que
équem
solicitaaentre-
vistaemanifesta
interesseem
queela
serealize.
Aansiedade
doentrevistador
éum
dosfatores
mais
dificeisdemanipular,
porqueéomotor
dointeresse
nainvestigação
edointeresse
empenetrar
nodesconheci-
do.Toda
investigaçãoimplica
apresença
deansiedade
diantedodesconhecido,
eoinvestigador
devetercapa-
cidadepara
tolerá-Iaepoder
instrumentalizá-Ia,
semo
quesefecha
apossibilidade
deumainvestigação
eficaz;isso
ocorretambém
quandooinvestigador
sevêopri-
mido
pelaansiedade
ourecorre
amecanism
osdedefe-
saante
ela(racionalização,
formalism
o,etc.).
queoobjeto
quedeve
estudaréoutro
serhum
anodetal
,maneira
que,aoexam
inaravida
dosdem
ais,seacha
di-retam
enteimplicada
arevisão
eoexam
edesua
própriavida,
desua
personalidade,conflitos
efrustrações.
Avida
eavocação
depsicólogo,
demédico
edepsi-
quiatramerecem
umestudo
detalhadoque
nãoempreen-
dereiagora;
quero,porém
,lembrar
quesão
ostécnicos
encarregadosprofissionalm
entedeestar
todososdias
emcontato
estreitoedireto
comosubm
undodadoença,
dosconflitos,
dadestruição
edamorte.
Foinecessário
recorreràsimulação
eàdissociação
paraodesenvolvi-
mento
eexercício
dapsicologia
edamedicina:
ocupar-sedeseres
humanos
comosenão
ofossem
.Otreina-
mento
domédico,
inconscienteedefensivam
entetende,
aisto,
aoiniciar
todaaprendizagem
pelocontato
como
cadáver.Quando
queremos
nosocupar
dadoença
emseres
humanos
consideradoscom
otal,
nossasansieda-
desaum
entam,mas,
aomesm
otempo,
precisamos
pôrdelado
obloqueio
easdefesas.
Portudo
istoapsicolo-
giadem
oroutanto
parasedesenvolver
einfiltrar-se
namedicina
enapsiquiatria.
Issoseria
paradoxalsenão
considerássemos
osprocessos
defensivos;porém
,o
médico,
cujaprofissão
étratar
doentes,équem
,propor-
cionalmente,
mais
escotomiza
ounega
suaspróprias
doençasouasdeseus
familiares.
Empsiquiatria,
emmedicina
psicossomática
eem
psicologia,tudo
istojá
nãoépossível;
ocontato
diretocom
sereshum
anosco-,
motais,
colocaotécnico
diantedasua
própriavida,
suaprópria
saúdeoudoença,
seuspróprios
conflitosefrus-
Diante
daansiedade
doentrevistado,
nãosedeve
re-correr
anenhum
procedimento
queadissim
uleourepri-
ma,com
ooapoio
diretoouoconselho.
Aansiedade
so-mente
devesertrabalhada
quandosecom
preendeosfa-
torespelos
quaisela
apareceequando
seatua
segundoessa
compreensão.
Seoque
predomina
sãoosmecanis-
mosdedefesa
diantedela,
atarefa
doentrevistador
é"desarm
ar"em
certamedida
estasdefesas
paraque
apa-reça
certograu
deansiedade,
oque
seráum
indicadorda
possibilidadedeatualização
dosconflitos.
Todaessa
ma-
nipulaçãotécnica
daansiedade
deveser
feitatendo-se
sempre
emconta
apersonalidade
doentrevistado
e,so-bretudo,
obeneficio
quepara
elepode
significaramobi-
lizaçãodaansiedade,
detalform
aque,m
esmodiante
desituações
muito
claras,não
sedeve
serativo
seisso
sig-nificar
oprimiroentrevistado
comconflitos
quenão
po-derá
tolerar.Isso
correspondeaum
aspectomuito
dificil:ododenom
inadotiming
daentrevista,
queéotempo
própriooupessoal
doentrevistado
-que
dependedo
grauetipo
deorganização
desua
personalidade-para
enfrentarseus
conflitosepara
resolvê-Ios.
Oinstrum
entodetrabalho
doentrevistador
éele
mesm
o,sua
própriapersonalidade,
queparticipa
inevi-tavelm
entedarelação
interpessoal,com
aagravante
de
trações.Caso
elenão
consigagraduar
esteimpacto,
suatarefa
torna-seimpossível:
outem
muita
ansiedadee,
então,não
podeatuar,
oubloqueia
aansiedade
esua
tarefaéestéril.
Nasua
atuação,oentrevistador
deveestar
dissocia-do:em
parte,atuar
comumaidentificação
projetivacom
oentrevistado
e,emparte,
permanecer
foradesta
iden-tificação,
observandoecontrolando
oque
ocorre,dema-
neiraagraduar
oimpacto
emocional
eadesorganização
ansiosa.Nesse
sentido,seria
necessáriodesenvolver
es-tudos
tantosobre
apsicologia
eapsicopatologia
dopsi-
quiatraedopsicólogo,
comosobre
oproblem
adesua
formação
profissionaledeseu
equilíbriomental.
Essadissociação
comque
oentrevistador
trabalhaé,
porsua
vez,funcionaloudinâm
ica,nosentido
deque
pro-jeção
eintrojeção
devematuar
permanentem
ente,edeve
sersuficientem
enteplástica
ou"porosa"
paraque
possaperm
anecernos
limites
deumaatitude
profissionaLEm
suatarefa,
opsicólogo
podeoscilar
facilmente
entreaan-
siedadeeobloqueio,
semque
istoaperturbe,
desdeque
possaresolver
ambos
namedida
emque
surjam.
Naentrevista,
apassagem
donorm
alaopatológico
acontecedemodo
imperceptível.
Umamádissociação,
comansiedade
intensaeperm
anente,leva
opsicólogo
adesenvolver
condutasfóbicas
ouobsessivas
anteosen-
trevistados,evitando
asentrevistas
ouinterpondo
instru-mentos
etestes
paraevitar
ocontato
pessoaleaansieda-
deconseqüente.
Aclássica
afliçãodomédico,
quetanto
seemprega
nasátira,
éumaperm
anentefuga
fóbicaaos
doentes.Por
outrolado,
adefesa
obsessivamanifesta-se
ementrevistas
estereotipadasnas
quaistudo
éregrado
eprevisto,
naelaboração
rotineiradehistórias
clínicas,ouseja,o
instrumento
detrabalho,
aentrevista,
transfor-ma-se
numritual.
Portrás
dissoestá
obloqueio,
quefaz
comque
sempre
apliqueediga
amesm
acoisa,sem
preve-
jaamesm
acoisa,
apliqueoque
sabeesinta-se
seguro.Apressa
emfazer
diagnósticoseacom
pulsãoaempre-
gardrogas
sãooutros
doselem
entosdesta
fugaedeste
ritualdomédico
diantedodoente.
Nisso
sedesenvolve
aalienação
dopsicólogo
edopsiquiatra
eaalienação
dopaciente,
etoda
aestrutura
hospitalaredesanatório
passaateroefeito
deum
fatoralienante
amais.
Outro
perigoéodaprojeção
dospróprios
conflitosdotera-
peutasobre
oentrevistado
eumacerta
compulsão
acen-
trarseu
interesse,sua
investigaçãoouaencontrar
per-turbações
justamente
naesfera
naqual
negaque
tenhaperturbações.
Arigidez
eaprojeção
levamaencontrar
somente
oque
sebusca
esenecessita,
eacondicionar
oque
seencontra
tantocom
ooque
nãoseencontra.
Um
exemplo
muito
ilustrativodetudo
isto,masbastante
co-mum,éocaso
deum
jovemmédico
queiniciava
seutreinam
entoem
psiquiatriaeque,presenciando
umaen-
trevistaeodiagnóstico
deum
casodefobia,
disseque
nãoera
isso,queopaciente
nãotinha
nemfobia
nemdoença,
porqueeletambém
atinha.
Senum
dadomomento
aprojeção
comque
otécni-
coatua
émuito
intensa,pode
aparecerumareação
fó-bica
nopróprio
campo
detrabalho.
Pelocontrário,
se
forexcessivam
ente,bloqueada,
haveráumaalienação
enão
seentenderá
oque
ocorre.Diferentes
tiposdepessoas
podemprovocar
reaçõescontratransferenciais
típicasnoentrevistador,
eeste
de-ve,
continuamente,
poderobservá-Ias
eresolvê-Ias
parapoder
utilizá-Iascom
oinform
açãoeinstrum
entoduran-
teaentrevista.Pode-se,
deoutra
maneira,
descreveresta
dissociaçãodizendo
queoentrevistador
temdedesem
penharospa-
péisque
lhesão
fomentados
peloentrevistado,
massem
assumi-Ios
totalmente.
Se,porexem
plo,sentirrejeição,
as-sum
iropapel
seriamostrar
eatuar
arejeição,
rejeitandoefetivam
enteoentrevistado,
sejaverbalm
enteoucom
aatitude
oudequalquer
outramaneira;
desempenhar
opa-
pelsignifica
perceberarejeição,
compreendê-Ia,
encon-trar
oselem
entosque
amotivam
,asmotivações
doen-
trevistadopara
queisso
aconteçaeutilizar
todaesta
infor-mação,
queagora
possui,para
esclareceroproblem
aou
provocarsua
modificação
noentrevistado.
Quanto
mais
psicopataforoentrevistado,
maior
apossibilidade
deque
oentrevistador
assumaerepresente
ospapéis.Assum
iro
papelimplicará
aruptura
doenquadram
entodaentrevis-
ta.Fastio,cansaço,
sono,irritação,
bloqueio,com
paixão,carinho,
rejeição,sedução
etc.são
indícioscontratrans-
ferenciaisque
oentrevistador
deveperceber
comotais
àmedida
queseproduzem
,eterá
deresolvê-Ios
anali-sando-os
consigomesm
oem
funçãodapersonalidade
doentrevistado,
dasua
própria,docontexto
edomomen-
toem
queaparecem
nacom
unicação.
opsiquiatra
insegurooupouco
experientenão
sa-berá
oque
fazercom
todosestes
dados,epara
nãoficar
vexadorecorrerá,
comfreqüência,
àreceita,
interpondoentre
eleeseu
pacienteosmedicam
entos;nestas
condi-ções
afarm
acologiatorna-se
umfator
alienanteporque
fomenta
amagia
nopaciente
enomédico
eosdissocia
novamente
deseus
respectivosconflitos.
Algo
muito
se-melhante
éoque
opsicólogo
fazfreqüentem
entecom
ostestes.
Paracom
bateristo
éimportante
-emesm
oim-
prescindível-que
opsiquiatra
epsicólogonão
trabalhemisolados,
queform
em,pelo
menos,
gruposdeestudo
edediscussão
nosquais
otrabalho
queserealiza
sejare-
visto;para
cairnaestereotipia
nãoháclim
amelhor
doque
odoisolam
entoprofissional,
porqueoisolam
entoacaba
encobrindoasdificuldades
comaonipotência.
Examinar
ascontingências
deumaentrevista
signi-ficaria
simplesm
entepassar
emrevista
todaapsicolo-
gia,psiquiatriaepsicopatologia,
porisso
sómereferirei
aquiaalgum
assituações
típicasnocam
podapsicologia
clínicae,em
especial,àquelas
quehabitualm
entenão
sãoconsideradas
e,noentanto,
sãomuito
importantes.
Demodo
geral,para
queumapessoa
procureuma
entrevista,énecessário
quetenha
chegadoaumacerta
preocupaçãoouinsight
deque
algonão
estábem
,deque
algomudou
ousemodificou,
ouentão
percebasuas
pró-prias
ansiedadesoutemores.
Essesúltim
ospodem
sertão
intensosouintoleráveis
quepoderá
recorrer,naen-
trevista,aumanegação
eresistência
sistemática,
demo-
doque
seassegurre
logicamente
deque
nãoestá
acon-tecendo
nada,conseguindo
fazercom
queotécnico
nãoperceba
nadaanorm
alnela.
Emalgum
lugarjásedefi-
niuodoente
comotoda
pessoaque
solicitaumaconsul-
ta;fazendo-se
abstraçãodeque
taldefinição
carecede
valorreal,
ésem
dúvidacerto
queoentrevistador
deveaceitar
essecritério,
aindaque
somente
comoincentivo
paraquestionar
detalhadamente
oque
estápor
trásdas
re-pressões
enegaçõesouescotom
izaçõesdoentrevistado.
Schilderclassificou
emcinco
grupososindivíduos
queprocuram
omédico,
ouporque
estãosofrendo
oufa-
zendoosoutros
sofrer;são
eles:a)osque
acorrempor
problemascorporais;
b)porproblem
asmentais;
c)porfal-
tadeêxito;
d)pordificuldades
navida
diária;e)por
quei-xas
deoutras
pessoas.Seguindo,
poroutro
lado,adivisão
deE.Pichon-
Riviere
dasáreas
daconduta,
podemos
considerartrês
grupos,conform
eopredom
íniodeinibições,
sintomas,
queixasouprotestos
recaiamais
sobreaárea
damente,
docorpo
oudomundo
exterior.Opaciente
podeapre-
sentarqueixas,
lamentações
ouacusações;
noprim
eirocaso
predomina
aansiedade
depressiva,enquanto
nose-
gundo,aansiedade
paranóide.Esses
agrupamentos
nãotendem
adiferenciar
osdoentes
orgânicosdos
doentesmentais,
nemasdoenças
orgânicasdas
funcionaisoupsicogenéticas.
Aplicam
-seatodos
ostipos
deentrevistados
queprocuram
umes-
pecialistaetendem
mais
aumaorientação
sobreaper-
sonalidadedosujeito,
pelaform
acom
queprocura
re-duzir
suastensões,
aliviarouresolver
seusconflitos.
Podemos
reconheceredistinguir
entreoentrevista-
doque
vemconsultar
eoque
étrazido
ouaquele
aquem
"mandaram
".Nessas
atitudesjátemosum
índicedeim-
portância,embora
estejalonge
desersistem
áticooupa-
tognomônico.
Aquele
quevem
temum
certoinsight
oupercepção
dasua
doençaecorresponde
aopaciente
neu-rótico,
enquantoopsicótico
étrazido.
Aquele
quenão
temmotivos
paravir,m
asvem
porqueomandaram
,cor-
respondeàpsicopatia:
éoque
fazooutro
atuaredelega
aosoutros
suaspreocupações
emal-estares.
Temos,
entreoutros,
ocaso
daqueleque
vemcon-
sultarpor
umfamiliar.
Nesse
caso,realizam
osaentre-
vistacom
oque
vem,indagando
sobresua
personalida-deeconduta.
Com
isso,jápassam
osdoentrevistado
aogrupo
familiar.
Caso
oentrevistado
sejaprecedido
porum
informante,
deve-secom
unicaraeste
queoque
eledisser
sobreopaciente
ser-Ihe-ácom
unicado,dizendo
issoantes
queele
dêqualquer
informação.
Istotenderá
a"lim
parocam
po"earom
percom
divisõesmuito
difí-ceis
detrabalhar
posteriormente.
Aquele
quevem
àconsulta
ésem
preum
emergente
dosconflitos
grupaisdafamília;
diferenciamos,
alémdisso,
entreoque
vemsóeoque
vemacom
panhado,que
representamgrupos
familiares
diferentes.
35Aentrevista
psicológica~~~~~~~~~~~~~-
oque
vemsozinho
éorepresentante
deum
grupofamiliar
esquizóide,em
queacom
unicaçãoentre
seusmembros
émuito
precária:vivem
dispersosousepara-
dos,com
umgrau
acentuadodebloqueio
afetivo.Com
freqüência,diante
destes,otécnico
tendeaperguntar-
secom
quempode
falar,ouaquem
informar.
Outro
gru-pofamiliar,
decaráter
opostoaeste,
éaquele
noqual
comparecem
váriosmembros
àconsulta,
eotécnico
temnecessidade
deperguntar
queméoentrevistado
oupor
quemeles
vêm;éogrupo
epileptóide,viscoso
ouagluti-
nado,noqual
háumafalta
oudéficit
napersonificação
deseus
membros,
comum
altograu
desimbiose
ouin-
terdependência.Assim
comonocaso
anteriorodoente
estáisolado
eabandonado,
nestecaso
eleestá
excessiva-mente
rodeadopor
umcuidado
exageradoouasfixiante.
Essesdois
tipospolares
podemser
encontradosem
suasform
asextrem
as,ouem
formasmenos
caracteri-zadas,
oumistas.
Outro
tipoéoque
vemacom
panhadopor
umapessoa,
familiar
ouamigo;
éocaso
dofóbico
quenecessita
doacom
panhante.Ocaso
doscasais
cujosintegrantes
seculpam
mutuam
entedeneurose,
infide-lidade,
etc.éoutra
situaçãonaqual,
comoem
todasas
anteriores,aentrevista
serealiza
comtodos
osque
vie-ram,procedendo-se
comocom
umgrupo
diagnósticoque
-com
overem
os-ésem
pre,em
parte,terapêutico;
nesse,otécnico
atuacom
oobservador
participante,in-
tervindoem
momentos
detensão,
ouquando
acom
uni-cação
éinterrom
pida,oupara
assinalarentrecruzam
en-tosprojetivos.
Nosgrupos
quevêm
àconsulta,
opsicólogo
nãotem
porque
aceitarocritério
dafamília
sobrequem
éo
doente,masdeve
atuarconsiderando
todososseus
mem-
broscom
oimplicados
eogrupo
comodoente.
Nesse
caso,oestudo
dointerjogo
depapéis
edadinâm
icado
gruposão
oselem
entosque
servirãodeorientação
parafazer
comque
todoogrupo
obtenhaum
insightdasi-
tuação.Oequilíbrio
dadoença
emum
grupofamiliar
édegrande
importância.
Porexem
plo,em
umcasal
emque
uméfóbico
eooutro
seuacom
panhante,quando
oprim
eiroapresenta
melhora
ousecura,
apareceafobia
nosegundo.
Oacom
panhantedofóbico
éentão,tam
bém,
umfóbico,
contudodistribuem
ospapéis
entreocasal.
Emoutras
ocasiões,afamília
sóaparece
quandoo
tratamento
deum
pacientejáestá
adiantadoeele
me-
lhorououestá
emvias
defazê-Io;
anorm
alizaçãodo
pacientefaz
comque
atensão
dogrupo
familiar
jánão
se"descarregue"
mais
atravésdele,
eaparece
entãoo
desequilíbrioouadoença
nogrupo
familiar.
Tudoisso
explicaemgrande
parteum
fenômeno
comoqual
sedeve
contarnafamília
deum
doente:aculpa,
elemento
quedeve
serdevidamente
levadoem
contapara
valorizá-Ioetrabalhá-Io
adequadamente.
Émuito
mais
claranocaso
dadoença
mental
emcrianças
ouem
defi-cientes
intelectuais.Isso
serelaciona
também
comofenô-
meno
quefoicham
ado"acriança
errada",em
queospais
trazemàconsulta
ofilho
mais
sadioe,depois
deseasse-
guraremdeque
otécnico
nãoosculpa
nemacusa,podem
falarouconsultar
sobreofilho
maisdoente.
_3_6Temas
depsicologia37
Aentrevista
psicológica_
Aqui,
eem
relaçãoatodos
estesfenôm
enos,apsico-
logiagrupal
-seu
conhecimento
esua
utilização-tem
umaimportância
fundamental,
nãosom
entepara
asentre-
vistasdiagnósticas
eterapêuticas,
mastambém
paraava-
liarascurasoudecidir
sobreaalta
deumaintem
ação,etc.
çõescom
erciaisoudeamizade,
nempretender
outrobe-
neficiodaentrevista
quenão
sejamosseus
honorárioseoseu
interessecientífico
ouprofissional.
Tampouco
aentrevista
deveserutilizada
comoumagratificação
nar-cisista
naqual
serepresenta
omágico
comumade-
monstração
deonipotência.
Acuriosidade
develimitar-
seaonecessário
paraobeneficio
doentrevistado.
Tudooque
sintaouviva
comoreação
contratransferencialde-
veser
consideradocom
oum
dadodaentrevista,
nãose
devendoresponder
nematuar
diantedarejeição,
dari-
validadeoudainveja
doentrevistado.
Apetulância
ouaatitude
arroganteouagressiva
doentrevistado
nãode-
vemser
"domadas"
nemsubjugadas;
nãosetrata
nemdetriunfar
nemdeimpor-se
aoentrevistado.
Oque
noscom
peteéaveriguar
aque
sedevem
,com
ofuncionam
equais
osefeitos
queacarretam
paraoentrevistado.
Esseúltim
otem
direito,embora
tomemos
notadisso,
afazer
uso,por
exemplo,
desua
repressãoousua
descon-fiança.
Com
muitíssim
afreqüência,
ograu
derepres-
sãodoentrevistado
dependemuito
dograu
derepressão
doentrevistador
emrelação
adeterm
inadostemas(se-
xualidade,inveja
etc.).Quando
fazemos
umainterven-
çãocom
perguntas,elas
devemserdiretas
esem
subter-fúgios,
semsegundas
intenções,adequadas
àsituação
eaograu
detolerância
doego
doentrevistado.
Aabertura
daentrevista
também
nãodeve
seram-
bígua,recorrendo-se
afrases
geraisoudeduplo
sentido.Aentrevista
devecom
eçarpor
ondecom
eçaroentrevis-
tado.Deve-se
terem
contaoquanto
podetersido
custo-
Insistiem
queocam
podaentrevista
deveser
con-figurado
fundamentalm
entepelas
variáveisdaperso-
nalidadedoentrevistado.
Issoimplica
queaquilo
queo
entrevistadoroferece
deveser
suficientemente
ambí-
guopara
permitir
omaior
engajamento
dapersonalidade
doentrevistado.Embora
tudoisso
sejacerto,
existeentretanto
uma
áreadelim
itadaem
queaambigüidade
nãodeve
existir,ou,
aocontrário,
cujoslimites
devemsermantidos
e,àsvezes,
defendidospelo
entrevistador;ela
abrangetodos
osfatores
queintervêm
noenquadram
entodaentrevis-
ta:tempo,
lugarepapel
técnicodoprofissional.
Otem-
porefere-se
aum
horárioeum
limitenaextensão
daen-
trevista;oespaço
abarcaoquadro
ouoterreno
ambiental
noqual
serealiza
aentrevista.
Opapel
técnicoimplica
que,em
nenhumcaso,
oentrevistador
deveperm
itirque
sejaapresentado
comoum
amigo
numencontro
fortuito.Oentrevistador
também
nãodeve
entrarcom
suasrea-
çõesnem
comorelato
desua
vida,nem
entrarem
reia-
38Tem
asdepsicologiaAentrevistapsicológica
39
sopara
eledecidir-se
aviràentrevista
eoque
podesig-
nificarcom
ohum
ilhaçãoemenosprezo.
Oentrevistado
deveserrecebido
cordialmente,
porémnão
efusivamen-
te;quando
temosinform
açõessobre
oentrevistado
for-necidas
poroutra
pessoa,devem
osinform
á-Io,assim
co-mo,conform
ejádissem
os,antecipar
aoinform
ante,no
começo
daentrevista,
queesses
dadosque
sereferem
aterceiros
nãoserão
mantidos
emreserva.
Issotenderá
amanter
oenquadram
entoeaevitar
asdivisões
esquizói-des
eaatuação
psicopática,assim
comoaelim
inartudo
oque
possatravar
aespontaneidade
dotécnico,
quenão
devetercom
promissos
contraídosque
pesemnegativa-
mente
sobreaentrevista.
Adiscrição
doentrevistador
paracom
asinform
açõesque
oentrevistado
forneceestá
implícita
naentrevista,
esefor
fornecidoum
relatoso-
breela
aumainstituição,
oentrevistado
também
deveter
conhecimento
disso.Areserva
eosegredo
profis-sional
vigoramtambém
entreospacientes
psicóticose
nomaterial
deentrevistas
comadolescentes
oucrian-
ças;nesse
últimocaso,
nãonos
devemos
sentirautori-
zadosarelatar
aospais,
porexem
plo,detalhes
daentre-
vistacom
seusfilhos.
Osilêncio
doentrevistado
éofantasm
adoentre-
vistadorprincipiante,
paraquem
essesilêncio
podesig-
nificarum
fracassoouumadem
onstraçãodeimperícia.
Com
ummínim
odeexperiência,
noentanto,
nãoháen-
trevistasfracassadas;
seseobservar
bem,toda
entrevis-tafornece
informações
importantes
sobreapersonali-
dadedoentrevistado.
Énecessário
reconhecerosdife-
rentestipos
desilêncio
(silêncioparanóide,
depressivo,fóbico,
confusionaletc.)
etrabalhar
emfunção
desteco-
nhecimento.
Seosilêncio
totalnão
éomelhor
naentrevista
(doponto
devista
doentrevistador),
tampouco
oéacatarse
intensa(do
pontodevista
doentrevistado).
Com
freqüên-ciaaquele
quefala
muito,
narealidade,
deixadedizer
omais
importante,
porquealinguagem
nãoésom
enteum
meio
detransm
itirinform
açãomastambém
umpo-
derosomeio
paraevitá-Ia.
Todosesses
são,certam
ente,dados
valiosos,que
devemser
consideradosevaloriza-
dos.A"descarga"
emocional
intensatambém
nãoéo
melhor
deumaentrevista;
comisso
geralmente
oentre-
vistadoconsegue
depositarmaciçam
entesobre
oentrevis-
tadorelogo
sedistancia
eentra
numarelação
persecutó-riacom
oesta:
oconfessor
transforma-se
facilmente
emperseguidor.
Comotodo
oenquadram
ento,ofim
daentrevista
de-veserrespeitado.
Areação
àseparação
éum
dadomui-
toimportante,
assimcom
oaavaliação
sobreoestado
doentrevistado
aopartir
edanossa
contratransferênciaem
relaçãoaele.
Entrevistasbem
realizadasconsom
emum
tempo
muito
grande,doqual,
comfreqüência,
nãosedispõe,
especialmente
eminstituições
(escolas,hospitais,
indús-trias
etc.).Nesses
casosomais
convenienteéreservar,
dotempo
disponível,um
períodopara
realizarpelo
me-
nosumaentrevista
diáriaem
condiçõesótim
as.Isso
im-
pediráasestereotipias
notrabalho
easracionalizações
_4_0Temas
depsicologiaAentrevista
psicológica4_1
daevitação
fóbica.Além
disso,éimportante
reservar-seotempo
necessáriopara
estudarasentrevistas
realiza-das,
emelhor
aindaseisso
forfeito
emgrupos
detraba-
lho.Opsicólogo
eopsiquiatra
nãodevem
trabalhariso-
lados,porque
istofavorece
suaalienação
notrabalho.
Oprim
eirofator
terapêuticoésem
preacom
preensãodoentrevistador,
quedeve
comunicar
algunselem
entosdessa
compreensão
quepossam
serúteisaoentrevistado.
Naentrevista
diagnóstica,segundo
nossaopinião,
deve-seinterpretar,
sobretudo,cada
vezque
acom
unicaçãotenda
ainterrom
per-seoudistorcer-se.
Outro
casomui-
tofreqüente
emque
temosdeintervir
épara
relacionaraquilo
queopróprio
entrevistadoesteve
comunicando.
Parainterpretar,
devemosguiar-nos
pelovolum
edean-
siedadeque
estamosresolvendo
epelo
volumedeansie-
dadeque
criamos,
tendo-seem
conta,também
,seserão
dadasoutras
oportunidadespara
queoentrevistado
pos-saresolver
ansiedadesque
vamosmobilizar.
Emtodos
oscasos,
devemosinterpretar
somente
combase
nosemer-
gentes,noque
realmente
estáacontecendo
noaqui
eago-
radaentrevista.Umaindicação
fundamental
paraguiar
ainterpre-
taçãoésem
preobeneficio
doentrevistado
enão
a"des-
carga"deumaansiedade
doentrevistador.
Além
disso,sem
preque
seinterpreta,
deve-sesaber
queainterpre-
taçãoéumahipótese
quedeve
serverificada
ouretifi-
cadanocam
podetrabalho
pelaresposta
quemobiliza-
mosoucondicionam
osaopôr
emjogo
talhipótese.Con-
tudo,convém
queoentrevistador
principianteselimite
primeiro,
edurante
algumtempo,
acom
preenderoen-
trevistado,até
queadquira
experiênciaeconhecim
entosuficientes
parautilizar
ainterpretação.
Oalcance
ótimo
deumaentrevista
éodaentrevista
operativanaqual
seprocura
compreender
eesclarecer
umproblem
aouuma
Umaquestão
freqüenteeimportante
éadesaber
sese
deveinterpretar
nasentrevistas
realizadascom
finsdiag-
nósticos.Nesse
sentidoexistem
posiçõesmuito
variadas.Entre
elasseencontra,
porexem
plo,adeRogers,
quenão
somente
nãointerpreta,
comotampouco
pergunta,estim
u-lando
oentrevistado
aprosseguir
pormeio
dediferentes
técnicas,com
o,por
exemplo,
repetirdeform
ainterrogati-
vaaúltim
apalavra
doentrevistado
ouestim
ulá-Io,com
umolhar,um
gestoouumaatitude,aprosseguir.
Aentrevista
ésem
preumaexperiência
vitalmuito
importante
paraoentrevistado;
significa,com
muita
fre-qüência,
aúnica
possibilidadeque
temdefalar
omais
sinceramente
possíveldesim
esmocom
alguémque
nãoojulgue,
masque
ocom
preenda.Dessa
maneira,
aen-
trevistaatua
sempre
comoum
fatornorm
ativooude
aprendizagem,embora
nãoserecorra
anenhum
amedi-
daespecial
paraconseguir
isso.Em
outrosterm
os,aen-
trevistadiagnóstica
ésem
pre,eaomesm
otempo,
emparte,
terapêutica.
_4_2Temas
depsicologia
situaçãoque
oentrevistado
trazcom
osendo
ocentro
oumotivo
daentrevista.
Nesse
sentido,freqüentem
enteumaentrevista
temêxito
quandoconsegue
esclarecerqual
éoverdadeiro
problemaque
estápor
trásdaquilo
queétrazido
demodo
manifesto.
Aconselho
aleitura
doartigo
deReik,
"Oabuso
dainterpretação",
eaterpresentes
pelomenos
duascoisas:
todainterpretação
foradecontexto
edetiming
éuma
agressão,eparte
daform
ªçãodopsicólogo
consiste,tam-
bém,em
aprenderacalar.E,com
o"regra
deouro"
(seé
queelas
existem),étanto
mais
necessáriocalar-se
quan-tomaior
foracom
pulsãopara
interpretar.
quizofrênico(diagnóstico
psiquiátrico),em
umapessoa
cominsuficiência
cardíaca(diagnóstico
médico)
eper-
sonalidadeobsessiva
(diagnósticopsicológico),
enten-dendo-se
queesse
exemplo
sóserve
comotalpara
dife-renciar
ostrês
tiposdeinform
es,que
nemsem
prene-
cessariamente
ocorremjuntos.
Aordem
emque
seredige
uminform
enão
temnada
aver
comaordem
emque
foramrecolhidos
osdados
oucom
aordem
emque
foramsendo
feitasasdeduções.
Oinform
epsicológico
temcom
ofinalidade
conden-sarou
resumirconclusões
referentesaoobjeto
deestudo.
Incluímos
aquisom
enteoinform
eque
serefere
aoestu-
dodapersonalidade,
quepode
serempregado
emdiferen-
tescam
posdaatividade
psicológica,eem
cadaum
delessedeverá
terem
contaeresponder
especificamente
aoobjetivo
comque
talestudoseefetuou.
Trata-se,poroutro
lado,apenasdeum
guiaenão
deform
uláriosapreencher.
Nocam
podamedicina,
porexem
plo,um
estudocom
pletoabrange
umtríplice
diagnósticoouum
trípli-ceinform
e:odiagnóstico
médico,
opsiquiátrico
eopsi-
cológico.Pode
serocaso,
porexem
plo,deum
surtoes-
1)Dadospessoais:
nome,idade,
sexo,estado
civil,nacionalidade,
domicílio,
profissãoouoficio.
2)Procedimentos
utilizados:entrevistas
(número
efreqüência,
técnicautilizada,
"clima",
lugarem
queserealizaram
).Testes
(especificarosutili-
zados),jogo
dedesem
penhodepapéis,
registrosobjetivos
(especificar)etc.
Questionários
(espe-cificar).
Outros
procedimentos.
3)Motivos
doestudo:
porquem
foisolicitado
eobjetivos.
Atitude
doentrevistado
ereferência
asuas
motivações
conscientes.4)D
escriçãosintética
dogrupo
familiar
edeou-
trosque
tiveramoutêm
importância
navida
doentrevistado.
Relações
dogrupo
familiar
coma
comunidade:
statussocioeconôm
ico,outras
re-lações.
Constituição,
dinâmica
epapéis,
comu-
nicaçãoetrocas
significativasdogrupo
fami-
liar.Saúde,
acidentesedoenças
dogrupo
ede
seusmembros.
Mortes,
idadeeano
emque
ti-veram
lugar,causas.
Atitude
dafamília
anteas
mudanças,
adoença
eodoente.
Possibilidadedeincluir
ogrupo
emalgum
adas
classificaçõesreconhecidas.
5)Problemática
vital:relato
sucintodesua
vidae
conflitosatuais,
deseu
desenvolvimento,
aquisi-ções,perdas,
mudanças,
temores,
aspirações,ini-
biçõesedomodo
comoosenfrenta
ousuporta.
Diferenciar
aquiloque
éafirm
adopelo
entrevis-tado
epor
outraspessoas
deseu
meio
daquiloque
éinferido
pelopsicólogo.
Diferenciar
oque
seafirm
adaquilo
quesepostula
comoprovável.
Quando
houveralgum
dadodevalor
muito
espe-cial,
especificaratécnica
atravésdaqual
seinfe-
riuoudetectou
essedado.Incluir
umaresenha
dassituações
vitaismais
significativas(presentes
epassadas),
especialmente
aquelasque
assumem
ocaráter
desituações
conflitivase/ou
repetitivas.6)D
escriçãodepadrões
deconduta,
diferencian-doospredom
inantesdos
acessórios.Mudanças
observadas.7)D
escriçãodetraços
decaráter
edepersonali-
dade,incluindo
adinâm
icapsicológica
(ansieda-de,
defesas),citando
aorganização
patográfica(sehouver).
Incluirumaavaliação
dograu
dema-
turidadedapersonalidade.
Constituição
(citara
tipologiaempregada).
Características
emocio-
naiseintelectuais,
incluindo:manipulação
dalin-
guagem(léxica
esintáxica
etc.),níveldeconcei-
tuação,emissão
dejuízos,antecipação
eplaneja-
mento
desituações,
canalpreferido
nacom
uni-cação,
nívelougrau
decoordenação,
diferençasentre
comportam
entoverbal
emotor,
capacidadedeobservação,
análiseesíntese,
graudeatenção
econcentração.
Relações
entreodesem
penhointelectual,
social,profissionaleemocional
eou-
trositens
significativosem
cadacaso
particular.Considerar
asparticularidadesealterações
dode-
senvolvimento
psicossexual,mudanças
naperso-
nalidadeenaconduta.
8)Nocaso
deum
informemuito
detalhadooumui-
torigoroso
(porexem
plo,um
informepericial),
incluirosresultados
decada
testeedecada
exa-mecom
plementar
realizado.9)Conclusão:
diagnósticoecaracterização
psico-lógica
doindivíduo
edoseu
grupo.Responder
especificamente
aosobjetivos
doestudo
(porexem
plo,nocaso
daseleção
depessoal,
orien-tação
vocacional,inform
eescolar
etc.).10)
Incluirumapossibilidade
prognósticadoponto
devista
psicológico,fundam
entandooselem
en-tossobre
osquais
sebaseia.
11)Orientação
possível:indicar
sesão
necessáriosnovos
examesedeque
tipo.Indicar
aform
apos-
sívelderemediar,
aliviarouorientar
oentrevis-
tado,deacordo
comomotivo
doestudo
ouse-
gundoasnecessidades
dainstituição
quesoli-
citouoinform
e.
Aentrevista
psicológica~
~~~~
4_7
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Síntesedaexposição
realizadanaReunião
Cien-
tíficade8dejulho
de1969
naAssociação
Psi-canalítica
Argentina.
oCentro
deOrientação
eInvestigação
E.Racker
daAssociação
PsicanalíticaArgentina
propôs-se,desde
suafundação,
preenchertambém
umafunção
social,dentro
dasseguintes
linhas:a)oferecer
apossibilidadedeum
tra-tamento
psicanalíticolimitado
aum
anodeduração
acar-
godeCandidatos
doInstituto
dePsicanálise;
b)podiam
seradm
itidoscom
opacientes
pessoassem
muitos
recur-sos
econômicos
ecujo
exercícioprofissional
envolvesseo
contatocom
outraspessoas,
detalm
aneiraque
obenefI-
ciodeum
tratamento
psicanalíticolimitado
aum
anopu-
desseredundar,
indiretamente,
numbeneficio
paraaspes-
soasque
estivessemem
contatoprofissional
comelas
(professores,enferm
eirosetc.);
c)oshonorários
paraes-
sestratam
entoseram
baixosequem
osrecebia
eraoCen-
troRacker
enão
oCandidato
encarregadodotratam
ento;d)o
Candidato
obtinhaumasupervisão
semanal
gratuitaa
títulodeaprendizagem
;e)dadas
essascondições
funda-mentais,
decidiu-seque
nãoseriam
admitidos
pacientes
queapresentassem
,clinicam
ente,perversões
sexuais,psicose,
psicopatiasecaracteropatias
ou-em
geral-per-
turbaçõesouestruturas
quenão
pudessemobter
beneficiocom
umano
detratam
ento.Aseleção
depacientes
passoupor
diferentesalter-
nativas,porém
,fundam
entalmente,
foirealizada
sem-
precom
baseem
entrevistas;em
algunscasos
ouperío-
dos,acrescentou-se
opsicodiagnóstico
deRorschach
eum
pequenoquestionário
prévio.Oprim
eirodiretor
doCentro
Racker
foiodr.D
avidLiberm
an,osegundo
foiadra.
Marie
Langereoterceiro
fuieu.Aoencarregar-m
edaDireção
doCentro
Racker,
en-treoutras
atividades,propus
umaavaliação
dosresulta-
dosdotratam
entopsicanalítico
efetuadoem
condiçõestão
particulares,tanto
comooestudo
doscritérios
implí-
citosnaaceitação
ourecusa
dospacientes
nasentrevis-
tas,deform
aapoder
chegaraum
esboçodecategoriza-
çãodas
entrevistas.Esse
esboçofoi
elaborado,basicam
ente,durante
osestudos
dasentrevistas
edos
protocolosdeentrevistas
deanos
anterioresetambém
duranteosAteneus
Clínicos
se-manais,
nosquais
secontou
comavaliosa
colaboraçãodos
drs.Benito
LópezeCarlos
Paz.Nãosechegou
aresultadostotalm
entesatisfatórios
oucom
pletosporque,
semesperar
aavaliação
queestávam
osrealizando,
umaAssem
bléiada
Associação
Psicanalítica,reunida
paradeliberar
sobreas
funçõesdoCentro
Racker,
resolveusuprim
iressa
ativida-deeportanto
aexperiência
ficoutruncada.
Aapresentação,
agora,deste
esboçoinconcluso
enão
submetido
aumaprova
totalmente
satisfatóriare-
fleteodesejo
deque
possaservir
também
comoguia
pa-raaseleção
depacientes
paraapsicoterapia
curtaou
analiticamente
orientada;sem
dúvidaum
problemade
grandeimportância
paraoqualtem
osaimpressão
deque
esseesboço
podeserútil.
Alguns
autoresvêem
odiagnóstico
demodo
depre-ciativo,
consideram-no
como-para
apsicanálise
ea
psiquiatriadinâm
ica-prolongam
entodeum
"hobbydepsiquiatras",
comodiz
1.M.Thiel.
Nãotratam
osdes-
seproblem
a,embora
tenhamos
consultadoaliteratura
correspondente.Outra
avaliaçãodaexperiência
doCentro
Racker
foirealizada
separadamente
sobadireção
dadra.
LilyS.
Bleger
eacolaboração
dosdrs.
SheilaNavarro
deLó-
pez,Carlos
PazeVera
Campos.
Nãosedeve
esquecer,em
momento
algum,ofato
deque
oesboço
queapresentam
osaqui
foielaborado
combase
numaamostra
particular,constituída
porpacientes
comascaracterísticas
assinaladasanteriorm
enteeentre,
elas,umponto
fundamental
éaexclusão
depacientes
compsicose
clínica,vício
emdrogas,
perversões,psicopatias
oucaracteropatias
graves,por
considerarapriori
inade-quado
paraeles
otratam
entopsicanalítico
limitado
aum
ano,talcomooCentro
ohavia
organizado.Nosso
proble-maera
escolherpacientes
quepudessem
beneficiar-secom
umano
detratam
entopsicanalítico,
mas,
alémdis-
so,devíamosteragarantia,
atéonde
issofosse
possível,deque
otratam
entopsicanalítico
nãoiria
provocarne-
lesdistúrbios
psicóticosoupsicopáticos,
perversõesou
tentativasdesuicídio,
atéentão
encobertosoudesco-
nhecidospelo
paciente;procurou-se
evitartambém
ospacientes
que,com
umano
detratam
ento,com
eçarama
tercondições
depoder
continuar,com
êxitoouproduti-
vamente,
seutratam
entopsicanalítico.
Pacienteeanalista
tinham-aotérm
inodoano
-a
liberdadedeestabelecer
umnovo
contratocom
honorá-rios
iguaisounão,
seisso
conviesseaambos;
mastam-
bémignorávam
osseisto
constituíaumacondição
dese-jável
ounão.
Nãovou
meocupar
dascaracterísticas,
condiçõesou
técnicacom
asquais
serealizavam
asentrevistas;
direisom
enteque
elasseefetuavam
deacordo
comasdiretri-
zesassinaladas
nocapítulo
"Entrevistapsicológica".
Eraevidente,
paranós,
queosdiagnósticos
psiquiá-tricos
tradicionaisnão
nosajudariam
aresolver
nossoproblem
a,ouseja:
a)selecionar
ospacientes
paraotra-
tamento
psicanalíticodetempo
limitado,
eb)avaliar
oseventuais
beneficiosobtidos
comesses
tratamentos
ou,em
todocaso,
saberoque
estavaacontecendo
ouhavia
acontecidoquando
sefazia
oque
estávamos
fazendoaté
aquelemomento.
Oestudo
finalpara
oqual
nosencam
inhávamos
eradecaráter
estatístico,eoespecialista
contratadopelo
Centro
Racker
paraesta
funçãonecessitava
dosdados
quetínham
osdefornecer.
Esteprojeto
tinhatambém
oseguinte
objetivo:prover
ostécnicos
doselem
entosne-
cessáriospara
quepudessem
trabalharestatisticam
ente.
Dadas
asreform
asque
foramintroduzidas,
oestudo
es-tatístico
tampouco
pôdeserconcluído.
Emsíntese,
queríamos
elaborarum
instrumento
pa-rapoder
chegarasaber
oque
aconteceu,considerando-se
amaneira
comoseprocedeu
naseleção
dospacientes
ea
modalidade
darealização
dotratam
entopsicanalítico
detempolimitado.
Com
issoquero
sublinharque
nãosetra-
tadeapresentar
um"quadro
diagnóstico"ouum
"perfildepersonalidade",
massim
daapresentação
devetores,
parâmetros
ouindicadores
comosquais
sepoderia,
even-tualm
ente,chegar
aumestudo
estatístico.Creio
que,atualm
ente,eainda
comaexperiência
frustrada,esse
esboçopossa
servirpara
aseleção
depacientes
emterapias
detempo
limitado
e,quandoche-
garomomento,
paraavaliação
detais
tratamentos.
Devem
ostambém
levarem
consideraçãoque
oes-
quemaque
elaboramos
nosservia,
emparte,
paraaceitar
ourecusar
pacientes,masque,além
disso,eraum
instru-mento
aposteriori,istoé,um
estudodos
fatorespelos
quais,em
anosanteriores,
haviamsido
admitidos
ourecu-
sadospacientes,
edograu
outipo
debeneficio
obtido.Oesquem
aelaborado
baseia-seno
conhecimento
daspartes
neuróticaepsicótica
dapersonalidade,
cha-madas
emseu
conjunto,respectivam
ente,neurotism
oe
psicotismo,cada
umdeles
dividido,por
suavez,em
uma
certaquantidade
deindicadores
l.
1.Depois
deadotadas
asdenominações
deneurotism
oepsicotism
o,observei
quehavia
utilizadoumaterm
inologiaempregada
porEysenck;
_5_4Temas
depsicologia
Nossos
pressupostosteóricos
eramque,quanto
mais
predominasse
oneurotism
o,melhor
seriaoprognóstico
emumaterapia
detempolimitado;e
quetambém
,quan-tomaior
fosseaflexibilidade,
oprognóstico
eobenefI-
ciodeum
tratamento
nascondições
assinaladasseriam
também
melhores.O
opostoacontece
comopsicotism
oearigidez
(ouestereotipia).
Depois
detentarlongas
listagens,chegamosaestes
doisitens
quedenom
inamosneurotism
oepsicotism
o.Cada
umdeles(neurotism
oepsicotism
o)sesituava,por
suavez,em
umaescala
deporcentagens
e,alémdisso,
divididosemrigidez
ouflexibilidade.
Desenvolvi
emoutros
escritosoque
entendopor
partesneurótica
epsicótica
dapersonalidade;
pode-sedizer
quetudo
oque
mostra
desenvolvimento
doego,
discriminação,
estabelecimento
dasposições
esquizo-paranóide
edepressiva
inclui-sedentro
doneurotism
o,etudo
oque
demonstre
estaremnívelde
fusão,faltaou
déficitdediscrim
inação(fundam
entalmente
entreeue
não-eu)inclui-se
dentrodoque
denomino
psicotismo.
Defrontam
o-noslogo
comoproblem
adeque
ne-nhum
pacienteapresenta
absolutaoutotalm
entecaracte-
rísticaspróprias
doneurotism
ooudopsicotism
o,que,
paracada
umdos
indicadoresque
utilizamosnão
sedá
amesm
aproporção
nemasmesm
ascaracterísticas
derigidez
ouflexibilidade;
vimo-nos,
assim,forçados
acom
plicarum
quadroque
inicialmente
pareciarelativa-
mente
simples.
Osindicadores
paraneurotism
oepsi-
cotismosão
osseguintes:
I)Sintom
asneuróticos;presençadeconflitos
neu-róticos
eansiedade
2)Transferêncianeurótica
3)Contratransferência
neurótica4)M
anutençãodaclivagem
5)Defesas:fóbicas,histéricas,obsessivas,paranói-des.Predom
íniodeprojeção-introjeção
6)Insight7)Independência8)C
omunicação
simbólica1
Objetos
deidentificação
nãodestruidos
9)Identidade,personificaçãoDiscrim
inaçãohom
o-heterossexual
Sonhos
façoaqui
estareferência
porquequero
esclarecerque
nãoexiste
nenhuma
semelhança
comosignificado
dosterm
osnem
comaposição
teóricaetéc-
nicaadotada
poresse
autor,daqual
estoutotalm
enteafastado.
Pareceu-me
eainda
meparece
absolutamente
prejudicialeerrôneo
modificar
umater-
minologia
pelofato
deque,
comantecedência,
Eysenckativesse
usadocom
objetivoeposições
teóricasdiferentes
dasque
sustentoedesenvolvo.
10)Amplitude
doEgo
11)Ciúm
es,rivalidade12)Sublim
ação
1)Doença
orgânicaatual.
Tensão2)Transferência
psicótica.Narcisism
o3)Contratransferência
decaráter
psicótico4)Clivagem
:não
conservadaou
emperigo
deperder-se
5)Defesas:
caracteropáticas,hipocondríacas,
me-
lancólicas,maníacas,
perversas.Predom
íniode
identificaçõesprojetivas-introjetivas
6)Falta
deinsight
7)Dependência
8)Comunicação
pré-verbal9)Identidade:
dispersão,ambigüidade,
confusão,onirism
o.Sonhos
10)Restrição
doEgo
11)Inveja
Obtidos
estesindicadores,
trabalhou-secom
eles,tentando-se
diferentesrepresentações
gráficasenum
é-ricas,
nãosetendo
chegadoanenhum
adefinitiva.
Emum
dosensaios,
limitávam
o-nosafazer
umalista
dosin-
dicadores,classificando
suaintensidade
emumaescala
dezero
acem
eacrescentando,
emcada
caso,um
sinalpositivo
ounegativo
parasignificar
seucaráter
defle-
xibilidadeouestereotipia;
esperava-secom
issopoder
procederulteriorm
enteaum
cruzamento
estatísticodas
variáveis.Esses
dadospassaram
também
aserrepresen-
tadosem
gráficos;emum
deles,umalinha
horizontalse-
57Ensaio
decategorização
daentrevista
--_
paraflexibilidade
deestereotipia
esobre
umacoordena-
daestabelece-se
umaescala
porcentual,anotando-se
cadaindicador
nadupla
especificaçãodeintensidade
efle-
xibilidade-estereotipia.Em
outratentativa,
umalinha
ver-tical
separaneurotism
oepsicotism
o,outra,
horizontal,separa
flexibilidadedeestereotipia
e,sobre
ascoorde-
nadasverticais,
fixa-seaintensidade
dezero
acem
.Jásesabe
queumaequação
algébricapode
serre-
presentadapor
umgráfico
eque,
damesm
aform
a,um
gráficopode
serreduzidoaumaequação
algébrica.Pen-
sávamos
quepoderíam
oschegar
aum
pontonoqual
aavaliação
poderiaserrepresentada
algebricamente.
Nes-
teponto
aspossibilidades
ficaramtotalm
enteabertas
paraserem
desenvolvidas.Ficou
também
pendentenosso
propósitodeconfec-
cionarum
"Manual
doTabulador"
queteria
desurgir
deum
consensodaequipe
que,em
certamedida,
jáchega-
raatê-lo.
Eysenck,H.J.,"C
1assificationand
Prob1emsofDiagnosis",
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Congress
Psychotherapy,Kerger,
Basiléia
eNova
York,
1965.
Conferência
pronunciadaem
1961naAssocia-
çãoArgentina
dePsicologia
ePsicoterapia
deGrupo.
Seuresum
ofoipublicado
naRevista
dePsicologia
ePsicoterapiadeGrupo,
1,2,1961.Exem
plaresmimeografados
foramutilizados
pe-locorpo
docentedaFaculdade
deMedicina
deMontevidéu
edaEscola
dePsicologia
daUni-
versidadedeHavana.
ogrupo
operativo,segundo
adefinição
doinicia-
dordométodo,
EnriqueJ.Pichon-R
iviere,"éum
con-junto
depessoas
comum
objetivocom
um"que
procuramabordar
trabalhandocom
oequipe.
Aestrutura
deequi-
pesóseconsegue
namedida
emque
opera;grande
par-tedotrabalho
dogrupo
operativoconsiste,
emresum
o,notreinam
entopara
trabalharcom
oequipe.
Nocam
podoensino,
ogrupo
prepara-separa
apren-der
eisto
sósealcança
enquantoseaprende,
querdizer,
enquantosetrabalha.
Ogrupo
operativotem
objetivos,problem
as,recur-
soseconflitos
quedevem
serestudados
econsiderados
pelopróprio
grupoàmedida
quevão
aparecendo;serão
examinados
emrelação
comatarefa
eem
funçãodos
objetivospropostos.
Através
desua
atividade,osseres
humanos
entramem
determinadas
relaçõesentre
siecom
ascoisas,
alémdamera
vinculaçãotécnica
comatarefa
arealizar,
eeste
_6_0~~~~~~~~~~~~~~~Tem
asdepsicologia
complexo
deelem
entossubjetivos
ederelação
consti-tuioseu
fatorhum
anomais
específico.Noensino,
ogrupo
operativotrabalha
sobreum
tó-pico
deestudo
dado,porém
,enquanto
odesenvolve,
seform
anos
diferentesaspectos
dofator
humano.
Embo-
raogrupo
estejaconcretam
enteaplicado
aumatarefa,
ofator
humano
temimportância
primordial,
jáque
cons-titui
o"instrum
entodetodos
osinstrum
entos".Nãoexis-
tenenhum
instrumento
quefuncione
semoserhum
ano.Opom
o-nosàvelha
ilusão,tão
difundida,deque
umata-
refaémaisbem
realizadaquando
sãoexcluídos
oscham
a-dos
fatoressubjetivos
eela
éconsiderada
apenas"obje-
tivamente";
pelocontrário,
afirmamos
egarantim
os,na
prática,que
omais
altograu
deeficiência
emumatare-
faéobtido
quandoseincorpora
sistematicam
enteaelao
serhumano
total.Por
outrolado,
ecom
istoestam
osape-
nasaceitando
osfatos
comosão,incorporam
ososerhu-
mano
nateoria
enacondução
operativadatarefa
porquejáestava
incluídodefato.
Porémesta
inclusãoéagora
"desalienante",detalm
aneiraque
otodo
fiqueintegrado
eque
atarefa
eascoisas
nãoacabem
absorvendo(alie-
nando)osseres
humanos.
Nomundo
humano,
alcança-semaior
objetividadeaoincorporar-se
oserhum
ano(inclu-
siveosfatores
subjetivos),quer
dizer,tomando
ascoisas
talcom
oacontecem
,para
entendê-Iasepoder
fazercom
queaconteçam
damelhor
maneira.
Demodo
algumestas
consideraçõessaem
donosso
tema,porque
entreosinstrum
entossociais
dealienação
está,emlugar
relevante,oensino
eaform
acom
que-em
geral-serealiza:
desumanizada
edesum
anizante.Para
apresente
exposição,baseei-m
ena"Experiên-
ciaRosário",
naexperiência
degrupos
operativosdaEs-
colaPrivada
dePsiquiatria
(quejácom
pletoutrês
anosdeexperiência)
enaexperiência
realizadaem
diferen-tescátedras
emvárias
faculdades1•
Embora
semseguir
estritamente
estaordem
,vou
procurardesenvolver
asseguintes
questões:a)com
ose
realizaaaprendizagem
nosgrupos
operativos;b)porque
seprocede
assim;c)aexperiência
obtida;ed)demodo
geral,oque
sepode
dizersobre
aaprendizagem
emfun-
çãodesta
experiênciacom
gruposoperativos.
Trata-sedegrupos
deaprendizagem
ougrupos
deen-
sino?Narealidade,
deambas
ascoisas,
eeste
éum
pontofundam
entaldenossa
colocação.Ensino
eaprendizagem
constituempassos
dialéticosinseparáveis,
integrantesde
umprocesso
únicoem
permanente
movim
ento,porém
nãosópelo
fatodeque,quando
existealguém
queapren-
de,temdehaver
outroque
ensina,com
otambém
emvir-
tudedoprincípio
segundooqualnão
sepode
ensinarcor-
1.E.Pichon-R
iviereecolab.,
"Técnicade10s
gruposoperativos",
ActaNeuropsiquiátrica
Argentina,6,p.32,
1960.
_6_2Temas
depsicologia
retamente
enquantonão
seaprende
edurante
aprópria
tarefadeensinar.
Esteprocesso
deinteração
deveresta-
belecer-seplenam
entenoemprego
dogrupo
operativo.Naproposição
tradicional,existe
umapessoa
ougru-
po(um
status)que
ensinaeoutro
queaprende.
Estadis-
sociaçãodeve
sersuprim
ida,porém
,talsupressão
crianecessariam
enteansiedade,
devidoàmudança
eaban-
donodeumaconduta
estereotipada.Defato,
asnorm
assão,nos
sereshum
anos,condutas,
etoda
condutaésem
-pre
umpapel;
amanutenção
erepetição
dasmesm
ascondutas
enorm
as-demodo
ritual-acarreta
avanta-
gemdenão
seenfrentarem
mudanças
nemcoisas
novase,assim
,evitar-se
aansiedade.
Porém,opreço
dessase-
gurançaetranqüilidade
éobloqueio
doensino
eda
aprendizagem,eatransform
açãodesses
instrumentos
nooposto
daquiloque
devemser:um
meio
dealienação
doserhum
ano.Em
umacátedra
ouem
umaequipe
detrabalho,
asimples
colocaçãodanecessidade
dainteração
entreen-
sinoeaprendizagem
ameaça
romper
estereótiposepro-
vocaoaparecim
entodeansiedades.
Omesm
oacontece
quandoseabordam
mudanças
noscursos
magistrais
estereotipadosenaqueles
emque
"tudojáestá
correto"enos
quaissem
preserepete
omesm
o;esta
reaçãoim-
plicaum
bloqueio,umaverdadeira
neurosedolearning,
que,por
suavez,
incidesobre
osestudantes
comodis-
torçãodaaprendizagem
.Nãosepode
pretenderorgani-
zaroensino
emgrupos
operativossem
queopessoal
do-cente
entrenomesm
oprocesso
dialéticoque
osestu-
dantes,sem
dinamizar
erelativizar
ospapéis
esem
abriramplam
enteapossibilidade
deum
ensinoedeumaapren-
dizagemmútua
erecíproca.
Ocorpo
docentetemearup-
turadostatus
eoconseqüente
caose,nesse
sentido,é
necessárioanalisar
asansiedades
deficar
"nu",sem
sta-tus,diante
doestudante,
queaparece,
então,com
todaa
magnitude
deum
verdadeiroobjeto
persecutório;deve-
secriar
consciênciadequea
melhor
"defesa"éconhe-
ceroque
sevai
ensinareserhonesto
navalorização
doque
sesabe
edoque
sedesconhece.
Umponto
culmi-
nantedesse
processoéomomento
emque
aqueleque
ensinapode
dizer"não
sei"eadm
itirassim
querealm
en-tedesconhece
algumtemaoutópico.
Essemomento
éde
sumaimportância,
porqueimplica
-entre
outrascoisas
-oabandono
daatitude
deonipotência,
aredução
donarcisism
o,aadoção
deatitudes
adequadasnarelação
interpessoal,aindagação
eaaprendizagem
,eacoloca-
çãocom
oserhum
anodiante
deoutros
sereshum
anose
dascoisas
taiscom
oelas
são.Onível
do"não
sei"éatingido
quandosetom
apossí-
velproblematizar
equando
sepossui
osinstrum
entosne-
cessáriospara
resolverosproblem
assuscitados.
Nãoes-
toudefendendo
nemfazendo
proselitismodaignorância,
masenfatizando
anecessidade
decolocar
ascoisas
dentrodolimitedohum
anoeassinalando,
comisso,
apossibili-
dadedeumamaior
integraçãoeaperfeiçoam
entonatare-
fa.Aimagem
realizadadoprofessor
onipotenteeonis-
cienteperturba
aaprendizagem
,em
primeiro
lugar,do
próprioprofessor.
Omais
importante
emtodo
campo
65Grupos
operativosnoensino
_
doconhecim
entonão
édispor
deinform
açãoacabada,
maspossuir
instrumentos
pararesolver
osproblem
asque
seapresentam
emtalcam
po;quem
sesentir
possuidorde
informação
acabadatem
esgotadassuas
possibilidadesdeaprender
edeensinar
deform
arealm
enteproveitosa.
Noensino
enaaprendizagem
emgrupos
operativos,não
setrata
sódetransm
itirinform
ação,mastambém
deconseguir
queseus
integrantesincorporem
emani-
pulemosinstrum
entosdeindagação.
Eisto
sóépossí-
veldepois
queocorpo
docentejáotiver
conseguidopara
si.Sublinho
queomais
importante
emum
campo
científiconão
éoacúm
ulodeconhecim
entosadquiri-
dos,masasua
utilizaçãocom
oinstrum
entopara
indagareatuar
sobrearealidade.
Existegrande
diferençaentre
oconhecim
entoacum
uladoeoutilizado;
oprim
eiroalie-
na(inclusive
osábio),
osegundo
enriqueceatarefa
eo
serhum
ano.Seguindo
emparte
Montesquieu,
pode-sevoltar
adizer
queencher
cabeçasnão
éomesm
oque
for-marcabeças.
Emenos
aindaform
artantas,
quecada
umtenha
aprópria.
Nãoexiste
serhum
anoque
nãopossa
ensinaralgo,
quandomais
nãoseja
pelosimples
fatodetercerta
ex-periência
devida.
Esclareçamos,
também
,que
nãose
tratasódeaprender
nosentido
limitado
derecolher
in-form
açãoexplicitada,
massim
deconverter
emensino
eaprendizagem
todaconduta
eexperiência,
relaçãoou
ocupação.Aprendizagem
eensino
estãotão
solidaria-mente
relacionadosque,com
freqüência,nos
gruposope-
rativosque
seocupam
destetema,cunhou-se
umneolo-
gismo,que
apareceuprim
eirocom
olapso
eque
integraosdois
termos:
"Ensinagem".
Ocoordenador
deum
grupooperativo
eodiretor
deum
ensinoorganizado
operativamente
devemtraba-
lharou,m
elhordizendo,
co-trabalharouco-pensar
(como
dizE.Pichon-R
iviere)com
osestudantes
ecom
todososauxiliares.
Quando
essaproposição
surgiuemum
gru-pooperativo
deauxiliares
deumacátedra,
algunsale-
garamque,
sesetrabalhasse
assim,haveria
orisco
deque
osestudantes
acreditassemque
existemcoisas
quenão
sabemos.
Earesposta
foique
issoécerto
eque
osestudantes
terãorazão
sepensarem
assim,eque
nóstambém
temosdeadm
iti-Iocom
overdade.
Aorganização
doensino
emgrupos
operativosexi-
geque
sedesarm
emeserom
pamumasérie
deestereóti-
pos,que
sevêm
repetindoeque
servemcom
odefesas
daansiedade,
masque
paralisamoprocesso
dialéticode
ensinoeaprendizagem
.Nãosedeve
fomentar
nenhuma
imagem
falsa,nem
deprofessores
nemdeestudantes,
edeve-se
transmitir
ainform
açãononível
emque
elase
encontre,sem
deixardeapresentar
osfatos
duvidosos,contraditórios
ounão
resolvidos.Grande
partedafacili-
taçãoousimplificação
efetuadascom
finalidadesdidáti-
cas,com
oocorre
namaior
partedos
textos,adm
inistramainform
açãocom
oalim
entopré-digerido
eservem
paraencher
cabeçasmasnão
paraform
á-Ias.Ossistem
aseducativos
epedagógicos
são,por
outrolado,
institui-ções
quesemodelam
naluta
deinteresses
declasses
sociais,eosmétodos
antiquadosdeensino
sãoinstru-
_6_6Temas
depsicologia67
Gruposoperativos
noensino
--_________--
mentos
debloqueio
econtrole
que,nessesentido,
preen-chem
amplam
enteseus
objetivospolíticos,
sociaise
ideológicos.Ecom
osetransm
itemaos
estudantesosinstrum
en-tos
deproblem
atizaçãoeindagação?
Sóexiste
umafor-
madefazê-Io,
éempregá-Ios,
transformando
osestudan-
tesdereceptores
passivosem
co-autoresdos
resultados,conseguindo
queutilizem
,que
"seencarreguem
"desuas
potencialidadescom
oseres
humanos.
Emoutros
termos:
deve-seenergizar
oudinam
izarascapacidades
doses-
tudantes,assim
comoasdocorpo
docente.
ensinarojácom
provado,odepurado;
otrabalho
comgrupos
operativos,pelo
contrário,conduziu-nos
àcon-
vicçãodeque
sedeve
partirdoatual
epresente,
eque
todaahistória
deumaciência
deveserreelaborada
emfunção
disso.Não
sedevem
ocultaraslacunas
nemas
dúvidas,nem
preenchê-Iascom
improvisações.
Ainstituição
emque
seoferece
oensino
deve,em
suatotalidade,
serorganizada
comoinstrum
entodeensi-
noe,por
suavez,
serradical
eperm
anentemente
pro-blem
atizada.Osconflitos
deordem
institucionaltrans-
cendem,deform
aimplícita,
eaparecem
comodistor-
çõesdopróprio
ensino.Osconflitos
nãoexplicitados
nemresolvidos
nonível
daorganização
institucionalcanalizam
-senos
níveisinferiores,
detalm
aneiraque
oestudante
setorna
umaespécie
derecipiente
noqual
osconflitos
poderãocair
oucausar
impacto.
Nodecorrer
doensino
emgrupos
operativos,deve-
seestudar
einvestigar
opróprio
ensino,bem
comopro-
blematizar
osconhecim
entoseinstrum
entosdetodo
tipo.Nesse
eem
todosentido,
oclim
adeliberdade
éimprescindível.Noensino
operativo,deve-se
procurarcam
inharpa-
raodesconhecido,
paraaindagação
daquiloque
aindanão
estásuficientem
enteelucidado.
Seexiste
umaor-
demgeral
básica,que
deveser
levadaem
conta,éade
romper
estereótiposem
todososníveis
eplanos
emque
apareçam.Aestereotipia
éatraça
dascátedras.
Emciên-
cia,não
sóseavança
encontrandosoluções,
mastam-
bém,efundam
entalmente,
criandoproblem
asnovos,
e
Atécnica
operativanoensino
modifica
substancial-mente
aorganização
esua
administração,
tantocom
oosobjetivos
quesedesejam
alcançar.Problem
atiza,em
primeiro
lugar,opróprio
ensinoeprom
oveaexplicita-
çãodas
dificuldadeseconflitos
queaperturbam
oudis-
torcem.Éum
instrumento
detrabalho
enão
constituiumapanacéia
queresolve
todososproblem
as,oque,
aliás,éutópico.
Todaainform
açãocientífica
temdeser
transformada
eincorporada
comoinstrum
entopara
ope-rare,de
nenhumamaneira,
devetender
àsimples
acumu-
laçãodeconhecim
entos.Isso
obrigaasistem
atizarocon-
teúdodos
programasouasmatérias
deumamaneira
dis-tinta
datradicional.
Geralm
entesupõe-se
quesedeve
_6_8Temas
depsicologia69
Gruposoperativos
noensino
------------
énecessário
educar-separa
perderomedo
deprovocá-
los.Nessa
ação,oestudante
aprende,com
suapartici-
paçãodireta,
aproblem
atizartanto
cornoaempregar
osinstrum
entospara
encontrareestabelecer
aspossíveis
viasdesolução.
quececom
osresultados
dasua
aplicação.Procuram
osfazer
comque
todainform
açãoseja
incorporadaouas-
similada
cornoinstrum
entopara
voltaraaprender
econ-
tinuarcriando
eresolvendo
osproblem
asdocam
pocien-
tíficooudoterna
tratado.
oterm
oaprender
estábastante
contaminado
pelointelectualism
o;assim
,concebe-se
oprocesso
cornoa
operaçãointelectual
deacum
ularinform
ação.Outra
de-finição,
aindaque
corretaem
certosentido,
traduza
aprendizagemem
urnalinguagem
reducionistaeafir-
maque
éurna
modificação
dosistem
anervoso
produ-zida
pelaexperiência.
Preferimos
oconceito
deque
aaprendizagem
éamodificação
mais
oumenos
estáveldelinhas
deconduta,
entendendo-sepor
condutatodas
asmodificações
doserhum
ano,seja
qualfor
aárea
emque
apareçam;nesse
sentido,pode
haveraprendizagem
aindaque
nãosetenha
asua
formulação
intelectual.Pode
havertambém
umacaptação
intelectual,corno
fór-mula,
masficar
tudoreduzido
aisso;
nessecaso
dá-seurna
dissociaçãonaaprendizagem
,resultado
muito
co-mum
dosprocedim
entoscorrentes.
Atécnica
operativatambém
implica
umaverdadei-
raconcepção
datotalidade
doprocesso;
essaconcepção
éinstrum
entadapela
técnica,que
porsua
vezseenri-
Adistorção
ideológicadoensino
tradicionalche-
gouatalponto
queénecessário,
hoje,reincorporar
oser
humano
àaprendizagem
daqual
foimarginalizado
emnom
edeurna
pretensaobjetividade.
Urna
verdadeóbvia
éque
nãoexiste
aprendizagemsem
aintervenção
doser
humano,
mas,
naprática,
ignorou-seisso,
cornoseoobjetivo
nãofosse
realmente
conseguirque
oser
humano
assimilasse
instrumentos
paraoseu
desenvol-vim
ento,masque
setransform
asseem
uminstrum
entodesum
anizado,alienado;
nãosetratava
somente
dedo-
minar
objetoscom
oconhecim
ento,mastambém
dedom
i-nar
econtrolar
sereshum
anoscom
aaprendizagem
eo
ensmo.Oser
humano
estáintegralm
enteincluído
emtudo
aquiloem
queintervém
,detalm
aneiraque,quando
exis-teurna
tarefasem
resolução,há,
aomesm
otempo,
urnatensão
ouum
conflitopsicológico,
equando
éencon-
tradaurna
soluçãopara
umproblem
aoutarefa,
simul-
taneamente
ficasuperada
urnatensão
ouum
conflitopsi-
70Tem
asdepsicologiaGruposoperativosno
ensino71
cológico.Oconhecim
entoadquirido
deum
objetoé,ao
mesm
otempo,
unicamente
umaconduta
doserhum
a-no.Q
uandosetrabalha
umobjeto,não
apenasoobjeto
estásendo
modificado,
mastambém
osujeito,e
vice-versa,e
asduas
coisasocorrem
aomesm
otempo.N
ãosepode
operaralém
daspossibilidadesreais
doobjeto,
tampouco
alémdaspossibilidades
reaisemomentâneas
dosujeito;
easpossibilidades
psicológicasdosujeito
sãotãoreais
eobjetivas
comoasdo
objeto.Assim
,todo
impedim
ento,déficit
oudistorção
daaprendizagem
é,aomesm
otempo,um
impedim
ento,dé-ficitou
distorçãodapersonalidade
dosujeito,e
-vice-
versa-todos
ostranstornosdapersonalidade
(neurose,psicose,caracteropatias,
perversões)são
transtornosda
aprendizagem.Otratam
entopsicanalítico
tendearom
-perestes
estereótiposdeconduta,areabrir
epossibilitardenovo
umaaprendizagem
e-portanto
-umaretifica-
çãodaquilo
quefoiobtido
anteriormente.D
essamanei-
ra,jánão
háumadiferença
essencialentreaprendizagem
eterapia
nateoria
enatécnica
dosgrupos
operativos;adiferença
estátão-som
entenatarefa
explícitaque
ogrupo
sepropõe
realizar.Ogrupo
operativoque
chegaaseconstituir
emequipe
queaprende
consegueimpli-
citamente
umacerta
retificaçãodevínculos
estereoti-pados
e,portanto,umcerto
graudeefeito
terapêutico.Isso
nãoquer
dizer,demodo
algum,que
qualquertarefa
realizadaemqualquer
condiçãoseja
terapêutica,tampouco
quebasta
pôrumdoente
paratrabalhar-
indi-vidualm
enteouemgrupo
-para
conseguirsuacura.Nis-
sosebaseia,em
grandeparte,o
errodemuitos
sistemas
deterapia
ocupacionalque
acreditamque
otrabalho
cura.Otrabalho
emsié
umaabstração
quenão
curanem
fazadoecer;oquecura,enriqueceapersonalidadeou
fazadoecer
sãoascondições
humanas
einum
anasem
queotrabalho
érealizado,
otipo
devínculo
ourelação
interpessoalque
seestabelece
duranteotrabalho.
Ogrupo
operativotende
aatingir
umvínculo
óti-moque
enriqueçaapersonalidade
eatarefa
eretifique
padrõesestereotipados
edistorcidos.A
propósito,con-
vémesclarecerque
a"sim
ples"estereotipia
oubloqueio
daaprendizagem
jáé,por
sisó,epor
issomesm
o,uma
distorçãodaconduta
(neuróticaoupsicótica).
Orestabelecim
entodaespiral
earuptura
deeste-
reótipossão
asaçõesconjuntas
àsquais
ocoordenador
dogrupo
operativodeve
estaratento:
àmedida
queo
consegue,asdissociações
vãosendo
superadas.Uma
delas,quejáconsideram
os,éadesujeito-objeto,
como
pardialético;outra,de
sumaimportância,
éadadisso-
ciação,tãofreqüente
entreteoria
eprática,
entreinfor-
mação
erealização
ouentre
oque
sesabe
oudizque
sesabe
eoque
realmente
sefaz.D
essemodo,asdissocia-
ções(perturbações
neuróticase/ou
aprendizagem)che-
gamaumaproporção
alarmante
queabrange
todosos
graus,desdeainform
açãoenciclopédica
acompanhada
deumaprática
grosseira,até
afalta
deinform
açãounida
aumagrande
habilidadee"olho
clínico"napráti-
ca.Emambos
oscasos,está
desumanizada
atarefa
eo
serhumano.A
práxisenriquece
atarefa
eoserhum
ano,
73Grupos
operativosnoensino
-------------
eéisto
quedevem
osconseguir
nogrupo,
rompendo
asdissociações
entreteoria
eprática,
emcada
umaeem
to-das
asmodalidades
emque
elaspodem
ocorrer,inclusi-
vedissociação
econtradição
(tãofreqüente)
entreideolo-
giaeação.
Elasnão
sãoapenas
perturbaçõesdatarefa,
massão
também
,aomesm
otempo,
dissociaçõesdaper-
sonalidade,eaosuperá-Ias
oresultado
éduplo.
Embora
sepossam
utilizareseutilizem
técnicasoperativas
emgrupos
terapêuticos,osgrupos
deensino
nãosão
diretamente
terapêuticos,masatarefa
daapren-
dizagemimplica
terapia;toda
aprendizagembem
reali-zada
etoda
educaçãosão
sempre,
implicitam
ente,tera-
pêuticas.Anecessidade
derecorrer
aprocedim
entoste-
rapêuticosespecíficos
seriaum
indicadordeque
atéc-
nicaoperativa
foimalutilizada,
mobilizando
eforçando
ansiedadesalém
doque
indicavamosemergentes
dopró-
priogrupo,
ealém
daquiloque
épossível
fazer-demo-
doimplícito
-natarefa
daaprendizágem
.Todos
osprocedimentos
pedagógicostenderam
sem-
preaform
aremodificar
adequadamente
apersonali-
dadedoestudante.
Agora
issotornou-se
possívelatra-
vésdas
técnicasoperativas.
Aconfusão
entreterapia
eensino
nãopertence
aessas
últimas,
massim
aospeda-
gogos,que
procuraramoque
temiam
encontrareagora
temem
oque
foiencontrado.
opensar
éoeixo
daaprendizagem
,enos
gruposope-
rativos,aoestabelecer-se
aespiral,faz-se
comque
opensa-
mento
intervenhaativam
ente.Háumaaprendizagem
,ou
partedela,que
temlugar
exclusivamente
naárea
corporal(com
o,por
exemplo,
aprenderaescrever
àmáquina
ouandar
debicicleta),
enestes
casosdeve-se
completá-Ia
le-vando
aoplano
dopensam
entooque
sefezouseaprendeu
nonível
corporal.Umaalta
porcentagemdotrabalho,
emnossa
culturaindustrial,
realiza-seexclusivam
entenaárea
corporal(tanto
otrabalho
deum
operáriocom
oodeum
profissional),oque
facilitaoucondiciona
adissociação
entreoque
sefaz
eoque
sepensa
duranteaexecução
datarefa.
Umaprendizado
bem-sucedido
exigeaelim
inaçãodesta
dissociação,eoconseqüente
enriquecimento
datare-
facom
aquiloque
sepensa,
eoenriquecim
entodoque
sepensa
comaquilo
quesefaz.
Senos
perguntassemsepensam
os,responderíam
osafirm
ativamente
e,inclusive,consideraríam
osapergun-
taofensiva,
óbviaouabsurda.
Contudo,
muito
doque
secham
apensar
ésom
enteum
círculovicioso
eeste-
reotipado.Outras
vezes,ouligado
aoanterior,
chama-se
pensaraumadissociação
natarefa,
umpensar
quenão
antecedenem
segueàação
masque
asubstitui.
Todasessas
formasdistorcidas
dopensar
nãosão
sócondutas
psicológicascom
motivações
individuais,massão,
fun-dam
entalmente,
padrõesculturais
eform
amparte
da
7__4______Temas
depsicologia
superestruturadaorganização
socioeconâmica
vigente.Parte
dessearsenal
ideológicoestá
constituídopela
ló-gica
formal,que
fragmenta,
"elementariza"
oprocesso
dopensam
ento.Esseésem
preum
processodialético;a
lógicaform
alnão
éum
pensamento
criador,esim
aestereotipia
eocontrole
dopensam
ento.Oespontâneo
éopensam
entodialético,que
estálimitado
ereprim
idopelo
pensamento
formal,porque
comele,na
realidade,não
sepensa,m
assecritica
esecontrola
opensar
dia-lético
atéum
limiteem
que,inclusive,sechega
ablo-
queá-Io.Aruptura
dessebloqueio
traz-com
oseverá
maisadiante
-confusão
edispersão,porém
éumapas-
sagemnecessária
paraorestabelecim
entodopensam
en-todialético.M
encionemos,depassagem
,quenem
todososque
falamdedialética
realmente
aempregam
,eque
éfreqüente
acoexistência
deumpensam
entorigidam
en-teform
alcomumadefesaverbaldadialética.
Parapoderpensar
éprecisohaverchegado
aumní-
velnoqualseja
possíveladm
itiretolerar
umcerto
vo-lum
edeansiedade,provocada
peloaparecim
entodaes-
piral,com
aconseqüente
aberturadepossibilidades
eperda
deestereotipias,
ouseja,de
controlesseguros
efixos.
Emoutros
termos,
pensarequivale
aabandonar
ummarco
desegurança
ever-se
lançadonum
acorrente
depossibilidades.
Nopensam
ento,oobjeto
eosujeito
sempre
coincidem,enão
sepode
"remover"
oobjeto
sem"rem
over"eproblem
atizarosujeito;
nomedo
depensar
estáincluído
otemordepassaransiedades
econ-
fusõeseficar
encerradonelas
sempoder
sair.Ansieda-
deseconfusões
são,poroutro
lado,iniludíveis
nopro-
cessodopensar
e,portanto,daaprendizagem
.Umadas
maiores
virtudesdogrupo
operativoéa
possibilidadeque
oferecedeaprender
aagir,pensar
efantasiar
comliberdade,
areconhecer
onexo
estreitoe
asutil
passagemque
existeentre
imaginar,
fantasiar,pensar
epropor
hipótesescientíficas.
Nesse
sentido,é
muito
comum
omedo
decairna
loucuraounodescon-
troledopensam
entoedafantasia
("alouca
dacasa").
Todaviasem
fantasiaesem
imaginação
nãoexiste
pen-sam
entocriador.A
realidadeultrapassa
aimaginação
eafantasia
detodos
oshom
ensjuntos.
Deve-se
ajudaro
grupoatrabalhar
essemedo
daloucura
edodescontro-
le,ensiná-Ioaaceitarjogar
comopensam
entoecom
atarefa
eaobterprazer
comeles.A
situaçãomaisfeliz
éaquela
emque
trabalhoehobby
coincidem,nosentido
deque
otrabalho
seja,aomesm
otempo,
fontedepra-
zer.Semdúvida,e
paradoxalmente,
medos
esofrim
en-tos
sãomomentos
doprocesso
criadorque
seaceitam
commaisfacilidade
doque
osmomentos
doprazer
depensar
etrabalhar.
Umproblem
amuito
freqüentenos
gruposoperativos
éoaparecim
entodesentim
entosde
culpaporpensar,com
ooutro
bloqueio.E,quandosecon-
segueque
ogrupo
aceitesem
culpaoprazer
depensar
eoprazer
dotrabalho,
pode-seenfrentar
problemasli-
gadosaosentim
entodeculpa
porensinar
apensar
epelo
prazeregratificação
queisso
provocanocorpo
docente.Nãoexiste
maior
gratificaçãonadocência
do
queoensinar
apensar,
aatuar
segundooque
sepensa
eapensar
segundooque
sefaz,
enquantosefaz.
Porémopensar
nãoéinofensivo,
efazer
pensartam-
bémnão
oé.B
astalembrar
odestino
deSócrates
ecom
-pará-Io
comodeseus
acusadoresMeleto,
Anito
eLi-
con,representantes
datradição
edaestereotipia.
Bachelard
diziaque
pensamos
sempre
contraal-
guém;épreciso
acrescentarque
também
pensamos
comalguém
epara
alguémoualgo.
Narealidade,
todosesses
vínculoscoexistem
esealternam
comomomentos
deum
sóprocesso
que,sem
dúvida,pode
serperturbadoeficar
paralisadoem
algumdesses
momentos.
Émuito
freqüen-teocaso
deindivíduos
quesópodem
pensarcontra
outro,contra
oque
pensaooutro;
nessecaso
comprova-se
que,seosujeito
nãoage
assim,entra
emconfusão.
Emcom
-pensação,
mantém
-selivre
delaenquanto
atribuiaoutro
opapel
desua
própriaparte
contraditória.Noensino
emgrupos
operativos,deve-se
também
supriranecessidade
depensar
comrigor
terminológico
etécnico,
envolvendo,quando
necessário,aanálise
se-mântica,
demodo
queacom
unicaçãoverbal
sepreste
omenos
possívelaserveículo
demal-entendidos.
Oprocesso
deaprendizagem
funciona,no
grupo,com
oumaverdadeira
maiêutica,
nãonosentido
deque
tudoconsiste
emtirar
decada
umoque
játem
dentrodesi,m
asnodeque
éogrupo
quecria
seusobjetivos
efaz
suasdescobertas
atravésdaativação
daquiloque
exis-teem
cadaserhum
anoderiqueza
eexperiência,
aindaque
pelosimples
fatodeviver.
Osintegrantes
dogrupo
nãosóaprendem
apensar,
comotambém
queaabertura
daespiral
permite
quese
aprendaaobservar
eescutar,
arelacionar
aspróprias
opiniõescom
asalheias,
aadm
itirque
outrospensem
demodo
diferenteeaform
ularhipóteses
emumatare-
fadeequipe.
Juntocom
isso,osintegrantes
dogrupo
também
aprendemalereestudar.
Comenta-se
habitual-mente,
nosambientes
profissionais,que
oestudante
ouoprofissional
interessadonasua
tarefatende
apenasa
seinform
ar,isto
é,adigerir
umagrande
quantidadede
livroserevistas
quevêsuperficialm
enteporque,
paraele,
oimportante
écaptar
onovo
efazer
aprovisiona-mento
debibliografia
einform
ação;ogrupo
operativoleva
apensar
durantealeitura
eaconsiderar
issocom
oomais
importante
daleitura,
demodo
queela
sejautili-
zadacom
odiálogo
produtivoenão
estereotipadooublo-
queante2•Neste
sentido,um
sóartigo
consistentepode
bastarpara
ameditação
durantesem
anas.Para
queogrupo
realizetudo
isto,seu
coordenadordeve
trabalhar,fundam
entalmente,
aestereotipia
eana-
lisarosesquem
asreferenciais
dogrupo,
bemcom
oman-
terumnível
ótimodeansiedade.
Nãoépreciso
fazernada
paraque
seestabeleça
oprocesso
dialéticodopensar,
porqueele
éespontâneo;
porém,hámuito
oque
fazerpara
remover
asbarreiras
ebloqueios
queimpedem
seufuncionam
ento.
grupooperativo
amplia
aspossibilidades
racionaiseim-
plicaum
examedafonte
vulgardoconhecim
ento,epor-
tantotambém
areorganização
eoseu
aproveitamento
racionalnatarefa
científica,aceitando
umacontinuidade
entreoconhecim
entocientífico
eovulgar.
Assim
comooesquem
areferencial
decaráter
dinâ-mico
eplástico
éacondição
necessáriapara
aaprendi-
zagem,oestereotipado
transforma-se
embarreira.
Oquestionam
entodoesquem
areferencial
éométodo
pararom
perestereótipos,
porémésóaoserusado
queele
podeserquestionado
emudado.
Atécnica
dogrupo
opera-tivo
deveorientar-se
paraaparticipação
livre,espontânea,deseus
integrantes,que
assimtrarão
seusesquem
asrefe-
renciaiseoscolocarão
àprovanum
arealidade
maisampla,
forados
limites
daestereotipia,
doautism
ooudonarcisis-
mo,tom
andoconsciência
deles,comaconseqüente
retifi-cação.
Poroutro
lado,nãosetrata
deobter
umamodifica-
çãodoesquem
areferencial
emum
sentidooumodalidade
prefixada,nem
deconseguir
umesquem
areferencial
jácom
pletoouestruturado.
Aaprendizagem
consiste,funda-
mentalm
ente,edemodo
ótimo,em
obterapossibilidade
deumaperm
anenterevisão
doesquem
areferencial,
emfunção
dasexperiências
decada
situação,tanto
dentrodo
grupocom
ofora
dele.Trata-se,
portanto,deaprender
amanter
umesquem
areferencial
plásticoenão
estereotipa-docom
oinstrum
entoque
sevai
continuamente
retifican-do,criando,m
odificandoeaperfeiçoando.
Oesquem
areferencial
constitui,em
síntese,umacer-
taintegração
unitáriadomundo
edocorpo,
ecom
ele
Oesquem
areferencial
éo"conjunto
deexperiên-
cias,conhecim
entoseafetos
comosquais
oindivíduo
pensaeatua".
Éoresultado
dinâmico
dacristalização,
organizadaeestruturada
napersonalidade,
deum
gran-deconjunto
deexperiências
querefletem
umacerta
es-trutura
domundo
externo,conjunto
segundooqual
osujeito
pensaeatua
sobreomundo.
Nogrupo
operativo,atática
deveser
dirigidaàre-
visãodoesquem
areferencial,
quedeve
serobjeto
dequestionam
entoconstante.
Nãohavendo
umesquem
are-
ferencialadequado,
osfenôm
enosnão
sãopercebidos,
porém,para
queseform
eoesquem
areferencial
neces-sário,
éimprescindível
manter-se
emcontato
eem
inter-jogo
comoobjeto
deindagação.
Quando
descobrimos
ofenôm
eno,estam
osalém
dissocriando
conscientemen-
teoesquem
areferencial
parapercebê-Io;
mas,para
con-seguir
isso,épreciso
umalonga
experiênciaprévia
comoobjeto,
queleve
aproduzir
umaimpregnação
progres-siva
egradual
dosujeito
peloobjeto,
atéomomento
emque
ocorreosalto
dialéticoeoesquem
areferencial
setorna
consciente.Oesquem
areferencial
conscientenão
éaúnica
coisaimportante,
mastambém
osão
todosos
seuscom
ponentesinconscientes
oudissociados
queentram
emjogo
eque,
nãosendo
conhecidos,distorcem
oubloqueiam
aaprendizagem
.Em
grandeparte,
oes-
quemareferencial
éoapriori
irracionaldoconheci-
mento
racionaledotrabalho
científico.Sua
revisãono
_8_0Temas
depsicologia
controlam-se
tensõeseimpede-se
airrupção
traumáti-
cadesituações
oufatos
novos.Agraduação
dasansie-
dadeséum
fatorimportante
paraarevisão
doesquem
areferencia1.
Nogrupo
operativo,constrói-se
paulatinamente
umesquem
areferencial
grupal,que
éoque
realmente
pos-sibilita
asua
atuaçãocorno
equipe,com
unidadeecoe-
rência.Isso
nãoquer
dizerque
todospensem
igual,oque,
emúltim
ainstância,
seriaocontrário
doque
desejamos
dogrupo
operativo.Unidade
nãosignifica,
emseu
sen-tido
dialético,exclusão
deopostos,
mas,
inversamente,
aunidade
incluieimplica
aexistência
deopostos
emseu
seio.Essa
éaverdadeira
unidadedeum
grupoope-
rativo.Oótim
osedáquando
existeurna
máxim
ahete-
rogeneidadedos
integrantescom
máxim
ahom
ogenei-dade
datarefa.
Oesquem
areferencial
ésem
preurna
parteintegran-
tedas
ideologias,eestas
entram,sem
preeinevitavel-
mente,
nogrupo
operativotanto
cornoem
todatarefa
deensino
eaprendizagem
.Deve-se
conseguirque
cadamembro
trabalhecom
asua
ideologia,eisto
constituia
suamelhor
críticaerevisão;
nãosetrata
dedefendê-Ia
emurna
exposiçãoteórica,
masdeusá-Ia.
Aparecerão,
então,dificuldades
edissociações,
bemcorno
contradi-ções
ecoexistência
deideologias
excludentesoudeseg-
mentos
nãointegrados.
Aideologia
éintegrada
edefen-
didaquando
setrabalha
comelaenão
falandosobre
ela.Incluím
osnestas
consideraçõesasideologias
detodo
tipo:políticas,
científicas,sociais,
econômicas,
religio-
sas,etc.,
bemcorno
asespecíficas
dealguns
campos
científicos:psiquiatria,
psicologia,etc.O
problema,muito
difundido,deambigüidade
ecoexistência
nãoquestio-
nadasdeelem
entosdeideologias
opostastende
aser
resolvidonessa
tarefadogrupo
operativo.Devem
oscon-
seguirque
aideologia
sejaum
instrumento
paraoser
humano
enão
queele
setransform
eem
instrumento
daideologia.
Também
nãosetrata
deconsiderar
asideo-
logiascorno
fenômenos
nocivos,mas,
issosim,deque
ogrupo
asutilize
e,operando
comelas,
submeta-as
àprova
everificação;
deque
possamampliar-se
eretifi-
car-se,etenham
integração,coerência,
forçadiretriz
econvicção.
Nogrupo
operativoprocuram
osfazer
comque
cadaum
utilizeseus
esquemas
referenciais,assim
cornosuas
ideologias.Oresto
acontecesozinho.
Atarefa
deaprender
eoterna
correspondenteca-
nalizamaatenção
diretadogrupo
edeseu
coordena-dor;
mas,
embora
dandoatenção
àtarefa,
oque
funda-mentalm
entenos
interessasão
osseres
humanos
nelaimplicados,
detalm
aneiraque,
sempoder
separartare-
faeparticipantes,
urnaboa
tarefaésimultânea
àinte-
graçãoeàaprendizagem
grupa1.Arelação
entretarefa
ouobjetivo
eosseres
humanos
implicados
verifica-seatravés
daanálise
doesquem
areferencial
edagraduação
dasansiedades
queisso
implica.
Ainform
açãoque
deveser
assimilada
constituioconteúdo
manifesto,
enquantooesquem
areferencial
éoconteúdo
latente;precisam
ostrabalhar
edar
atençãoaambos,
permanentem
ente.Ogrupo
operativotrabalha
apartir
decerta
infor-mação,
porémelapode
aparecerdediferentes
maneiras
nogrupo;
podeser
trazidadiretam
enteem
formainte-
lectuale,nesse
caso,ogrupo
reconstróiatotalidade
apartir
doque
foitrazidofragm
entadopor
seusmembros,
easdificuldades
sãoexam
inadasem
funçãodofracio-
namento
edas
omissões
edistorções.
Ogrupo
enrique-ceainform
açãoàmedida
queareconstrói,
equando
aaprende,
elajáésuperior
àinform
açãooriginariam
entefragm
entada.Porém
,ainform
açãopode
serlevada
aogrupo
deform
alatente
ou,então,através
deumaatuação.
Neste
últimocaso,
ogrupo,
oualguns
deseus
integran-tes,
representaainform
ação;se,por
exemplo,
otemaé
odafamília
doesquizofrênico,
ogrupo
operativopode
representarouatuar
comalgum
adas
característicasso-
breasquais
tenhaseinform
ado.Esse
éum
aspectomui-
toatraente,
queaparece
quasesistem
aticamente
nosgru-
posoperativos
quetrabalham
noensino
dapsiquiatria,
embora
nãoseobserve
omesm
onosentido
dapsicolo-
gia.Épossível
queumadas
causasseja
ograu
deansie-
dadedespertada
pelainform
ação,nosentido
deque
aumaansiedade
maior
correspondeumamaior
identifi-cação,
enquantopara
umaansiedade
menor
ainform
a-ção
podeserrecebida
ouincorporada
simbolicam
ente,com
oconteúdo
intelectual.Isso
estáestritam
entevin-
culadoàsteorias
queafirm
amque
oaparecim
entode
condutasnaárea
damente
dependedapossibilidade
detransferir
respostas.Nosgrupos
operativos,oprocesso
deaprendizagem
sóseestabelece
eseleva
acabo
aoseregular
adistan-
ciacom
oobjeto
deconhecim
ento.Existe
umadistância
ótima,que
correspondeaumaansiedade
ótima,acim
aouabaixo
daqual
aaprendizagem
ficaprejudicada.
Um
princípiotécnico
básico,que
E.Pichon-R
ivierecha-
moua"regra
deouro"
datécnica
dosgrupos
operativos,érespeitar
oemergente
dogrupo,
ouseja,trabalhar
comainform
açãoque
ogrupo
atualizaacada
momento
eque
correspondeaoque
momentaneam
entepode
admi-
tireelaborar.
Respeitando
oemergente,
mantém
-see
trabalha-seadistância
comoobjeto
deconhecim
entoque
ogrupo
podetolerar.
Semansiedade
nãoseaprende,
ecom
muita
ansie-dade
também
não.Onível
ótimoéaquele
noqual
aan-
siedadefunciona
comoum
sinaldealarm
e.Existem
duascondutas
grupaisextrem
asetípicas:
umaéaquela
naqual
nãoexiste
ansiedadeeogrupo
nãotrabalha;
já"sa-
bemtudo"
enão
existemdúvidas,
demodo
quefica
blo-queado
oaparecim
entodequalquer
novoemergente.
No
primeiro
caso,deve-se
questionaraansiedade
emfun-
çãodotema;não
éraro
surgirumasituação
dedesper-
sonalização,nogrupo
ouem
algumdeseus
membros.
Nosegundo
caso,deve-se
questionarobloqueio,
tam-
bémem
funçãodoimpacto
dotema.Em
ambos
háum
obstáculoepistem
ológicoagindo:
atravésdeumarup-
turamuito
bruscadoesquem
areferencial
numcaso,
edaestereotipia
nooutro.
Odesconhecido
éperigoso
(persecutório)epode
desorganizarasdefesas
dogrupo,
quesevê,então,
inva-dido
pelotema.Naoutra
situação,também
freqüente,deve-se
fazercom
queocotidiano
ecom
um,ojáco-
nhecido,torne-se
"estranho".Quer
dizer,mostrá-Io
sobaspectos
diferentesdos
estereotipados;dessa
maneira,
inclusiveocotidiano
eocom
umconvertem
-seem
obje-todeindagação
eaprendizagem
,porque
odesconheci-
doestá
presente,inclusive,
nosfenôm
enoscorrentes.
Deve-se
"tornarestranha"
aexperiência
corrente,atitu-
deque,
poroutro
lado,éoprocedim
entodeindagação,
entreoutros,
doartista,
quenos
apresentaocotidiano
sobumanova
facetaousob
umenfoque,
ouperspectiva,
real,masdiferente
doque
temoshabitualm
ente.Desse
modo,
narealidade,
aprendernão
ésenão
aprenderaindagar.N
ãoháinvestigação
possívelsem
ansiedadenocam
podetrabalho,
provocadapelo
des-conhecido
que,por
serdesconhecido,
éperigoso.
Parainvestigar,
épreciso
manter,
emqualquer
idade,inclusi-
venamaturidade,
umpouco
dadesorganização
ouda
facilidadepara
adesorganização
quetêm
acriança
eo
adolescente,acapacidade
deassom
brar-se.Narealida-
de,osproblem
asdoadolescente
nãoseresolvem
nunca,consegue-se
apenasbloqueá-Ios.
Parainvestigar,
epor-
tanto,para
aprender,énecessário
reterouconservar
sem-
pre,em
certaproporção,
essaangústia
doadolescente
diantedodesconhecido.
Emtoda
aprendizagemaparecem
simultaneam
ente,coexistindo
oualternando-se,
tantoansiedades
paranói-des
comodepressivas:
asprim
eiras,pelo
perigoque
re-presenta
onovo
edesconhecido,
eassegundas,
pelaperda
deum
esquemareferencial
edeum
certovínculo
queaaprendizagem
sempre
envolve.Deve-se
graduaraquantidade
eomomento
dainfor-
mação
paranão
tornarmaciças
asansiedades,
casoem
queadesorganização
podechegar
aumaansiedade
con-fusional.
Emtoda
aprendizagemexistem
sempre,
nomo-
mento
deruptura
deestereótipos,
certosmomentos
deconfusão,
quesão
etapasnorm
ais.Esta
confusão,noen-
tanto,deve
serdosadademodo
apermitir
queessas
etapaspossam
serdiscriminadas,
trabalhadaseelaboradas.
Nogrupo
operativo,resum
indo,podem
existirtrês
reaçõestípicas,
segundootipo
deansiedade
predomi-
nante:areação
paranóide,adepressiva
eaconfusional,
queaparece
quandooobjeto
deconhecim
entoultrapas-
saacapacidade
dediscrim
inaçãoedecontrole
doego,
ou,também
,quando
dairrupção
detemasnão
conheci-dos,
nãodiscrim
inados:deobjetos
queconfundem
.
Aaprendizagem
éum
processoconstituído
pormo-
mentos
quesesucedem
oualternam
,masque
podemtambém
isolar-seouestereotipar-se;
nessecaso
apare-
cemperturbações.
Cada
umdesses
momentos
daapren-
dizagemimplica
queosintegrantes
dogrupo
assumam
determinadas
condutasoupapéis.
Esseproblem
afoiespecialm
enteestudado
utilizan-do-se
questionáriosentre
osestudantes
inscritosem
umcurso
deIntrodução
àPsicologia
naFaculdade
deFilo-
sofiaeLetras
deBuenos
Aires.
Oquestionário
propu-nha-se
detectaraatitude
dosestudantes
anteapsicolo-
giacom
oobjeto
deconhecim
ento.Obtiveram
-se,assim
,respostas
típicas.Todas
asatitudes
estudadasoudiag-
nosticadasaparecem
normalmente
(comomomentos)
noprocesso
deaprendizagem
;cada
momento
dessepro-
cessoimplica
umaestrutura
deconduta,
ouum
papel,assum
idospelo
grupooupor
algunsdeseus
membros.
Podemserreduzidos
aoito,
emsuas
formastípicas:
a)Momento
paranóide:oobjeto
deconhecim
entoévivenciado
comoperigoso
eéadotada
umaatitude
dedesconfiança
ouhostilidade
ou,então,
háumareação
diretacom
aansiedade
correspondente;b)M
omento
fóbico:oobjeto
deconhecim
entoéevi-
tado,estabelecendo-se
umadistância
emrelação
aele,
fugindo-seaocontato
ouàaproxim
ação;c)M
omento
contrafóbico:precipitação
compulsiva
ouagressiva
sobreoobjeto
deconhecim
entoque
éata-
cadoouridicularizado;
d)Momento
obsessivo:tentativa
decontrole
eimo-
bilizaçãodoobjeto
deconhecim
entoeum
controleda
distânciaem
relaçãoaesse
objetopor
meio
deum
ri-
tual,umaestereotipia
doesquem
areferencial,
oudeper-
guntasque
tendemacontrolar;
e)Momento
confusional:adefesa
(qualquerumadas
anteriores)fracassa
eacontece
aentrada
numasituação
deconfusão
entreoeueoobjeto
comseus
diferentesaspectos
quenão
podemserdiscrim
inados;f)Momento
esquizóide:organização
relativamente
estáveldaevitação
fóbica;háumaestabilização
dadis-
tânciaem
relaçãoaoobjeto
atravésdoalheam
entoevol-
tapara
osobjetos
internos;g)Momento
depressivo:osdiferentes
aspectosdo
objetodeconhecim
entoforam
introjetadoseprocede-se
(outenta-se
proceder)àsua
elaboração;.h)M
omento
epileptóide:reação
contraoobjeto
pa-radestruí-Io.Seesses
diferentesmomentos
aparecemdeform
aiso-
ladaeestereotipada
emum
indivíduoounogrupo,
éindí-
ciodeumaperturbação
ebloqueiodoprocesso
deaprendi-
zagem.Cada
integrantedogrupo
temmaisfacilidade
paraassum
irmomentos
diferentesdesse
processo;oque
indivi-dualm
enteconstitui
umdefeito
daaprendizagem
converte-senum
avirtude
natarefa
grupalquando
cadaum
intervémcom
seupapel.
Emoutros
termos,
comospapéis
indivi-duais
refaz-se,nogrupo,
oprocesso
totaldaaprendiza-
gem,tendo
emconta
quecada
integrantepode
assumir
funcionalmente
papéisdiferentes
conformeotema,osm
o-mentos
ouníveis
daaprendizagem
.Otreinam
entodogrupo
parafuncionar
comoequi-
pedepende
dainserção
oportunadecada
papel(de
ca-
damomento
deaprendizagem
)noprocesso
total,detal
maneira
que,com
ototalidade,
sealcance
umaaprendi-
zagemdealto
níveledegrande
resultado.Comoexem
plo,tom
emos
ocaso
dopapel
esqui-zóide:
oindivíduo
queoassum
etem
aqualidade
deser
muito
bomobservador,
mascom
unicacom
dificuldadeseus
dadoseoselabora
deficientemente.
Considerado
individualmente,
tem,por
suaestereotipia
nopapel,
umaperturbação
daaprendizagem
,porque
sórealiza
ummomento
dela.Porém
,localizado
natarefa
daequi-
pe,por
suainserção
nocontexto
datarefa,
converte-seem
ummomento
importante
ealtam
entefrutífero
datotalidade
doprocesso.
Écom
plementado,
porexem
-plo,
comopapel
(momento)
depressivo,que
temapar-
ticularidadedeocupar-se
daconsecução
deobjetivos
concretose,para
isso,pode
aplicar-secom
mais
facili-dade
àelaboração
dedados.
Écom
plementado,
porsua
vez,com
opapel
(momento)
obsessivo,cuja
particula-ridade
éade"especializar-se"
oupreocupar-se
comos
meios
corretosque
sedevem
empregar,
embora
suadefi-
ciênciaresida,
justamente,
emseestereotipar
nessepa-
peleperder
devista
osobjetivos;
inseridonocontexto
totaldatarefa
grupal,sua
deficiênciaécom
pensadacom
ospapéis
dosdem
aiseseu
interessefundam
entalcon-
verte-se,deumaperturbação
individual,em
umaope-
raçãodealto
rendimento
paraatarefa
grupal.Seatarefa
dogrupo
operativosereduzisse
aisso,
estaríamos
alienandoseres
humanos
econvertendo-os
eminstrum
entos,em
"parafusos"deumaúnica
engre-
nagem.Porém
,oprocesso
dacom
unicaçãofaz
comque,
natarefa
dogrupo,
cadaum
incorporeo"outro
genera-lizado",
comoG.Mead
denominou
aintrojeção
dospa-
péisdos
outrosintegrantes.
Dessa
maneira,
cadaum
vaiincorporando
momentos
dosdem
aiseretifica
as-sim,paulatinam
ente,sua
própriaestereotipia:
comisso
atinge-senão
sóum
altorendim
entogrupal,
como,tam-
bém,umaintegração
dainform
ação,daaprendizagem
edoeudecada
membro.
Issoécom
provadonofato
deque,progressivam
ente,cada
umdeles
vaialternandoseus
papéis,"desem
penhando"opapel
dosdem
ais,incorpo-
randodesse
modo
osdiferentes
momentos
daaprendi-
zagemeconseguindo
maior
integraçãodoeu.À
svezes,
aalternância
dospapéis
émaciça
eproduzem
-se"vira-
dastotais"
que,também
,seretificam
gradualmente.
Embora
játenham
osfeito
umarápida
referênciaa
essetópico,
suaimportância
justificaque,
agora,nos
ocupemos
delemais
detalhadamente.
Ainform
açãoque
umgrupo
recebeémaior
doque
aque
elemesm
opode
verbalizar,eisto
éválido
também
paraseus
inte-grantes
consideradosindividualm
ente;em
outroster-
mos,
sempre
seaprende
mais
doque
sepensa,
doque
sepode
demonstrar
verbalmente
oudeclarar
conscien-temente.
90~
Temasdepsicologia--------
Gruposoperativos
noensino
91
Seainfonnação
criaansiedade
excessiva,émuito
mais
provávelque
surjaumadrarnatização
ouatuação
dainform
ação,que
podeser
assimconsiderada
como
umaprim
eiraintrojeção
dotema,embora
semadistân-
ciaótim
anecessária,
detalmaneira
queseobtém
uma
verdadeiraidentificação
introjetiva,masnonível
cor-poral.
Geneticam
ente,essa
éaaprendizagem
mais
pri-mitiva,
porquetudo
começa
etudo
termina
nocorpo
ecom
ocorpo.
Noprincípio
tudoéação.
Nesse
níveldá-
searegressão
quandoainform
açãorecebida
criamuita
ansiedade.Naatuação
nãosósedram
atiz:aainform
açãorece-
bida,com
otambém
,ecom
muita
freqüência,areação
àansiedade
quetalinform
açãoprovoca:
despersonaliza-ção,
reaçõesfóbicas
paranóidesobsessivas,
etc.Esseé
,,
omaterial
diretoevivenciado
doqual
nosvalem
os,na
EscolaPrivada
dePsiquiatria,
parílensinarpsiquiatria
emedicina
psicossomática;
neleseintegra
oaspecto
fe-nom
enológico,élvivência
queprovoca,com
acom
preen-são
dinâmica
daconduta,
emfunção
dovínculo
grupale
dofator
desencéldeante.AproveitartlO
Sajátão
conhecidaform
ulaçãodaContinuidade
entreOSfenôm
enosnorm
aiseospatológicos
eintegram
osnoestudante
umaexperiên-
ciaque
dificilm~nte
poderáobter
deoutramaneira.
Entreopensar
eoatuar
existemrelações
muito
es-treitas,
eaapr~ndizagem
devesercom
pletadacom
aintervenção
deambos;
porém,com
muita
freqüência,sedissociam
,eXcluem
ousubstiw
emum
aooutro.
As-
sim,por
exemplo,
nopapel
obsessívosubstitui-se
aação
pelopensam
ento,aoqual
osujeito
ficaaderido
perse-verantem
entesem
podertranscender
paraaação,
en-quanto
nohistérico
sesubstitui
facilmente
opensam
en-topela
ação(dram
atização).Nogrupo
operativo,cada
umatua
emsua
medida
pessoalcom
seupróprio
"reper-tório"
deconduta,
eem
suaform
acaraterística;
ocoor-
denadornão
deveesperar
nadaespecífico
deninguém
;oque
cadaqual
dáésuficiente,
enão
existemaneira
denão
dar.Cada
umadas
modalidades
pessoaisdeve
di-nam
izar-seelocalizar-se
noprocesso
eno
contextototal.
Sóadram
atizaçãoousóopensar
tomados
isola-dam
entesão
momentos
parciaiscom
osquais
nãofica
completa
aindagação
nemenriquecida
aaprendizagem
,porém
,nointerjogo
depapéis,
cadaum
aprendeque
oque
elefaz
deumamaneira,
outropode
fazerdeform
adiferente
e,emfunção
disso,aprecia
oque
temeoque
têmosdem
ais.Otrabalho
emgrupo
operativovaloriza
acontribuição
decada
umedetodos,
contudoéuma
aprendizagemdemodéstia
ehum
ildadeno
conheci-mento,
edas
limitações
humanas
diantedodesconhecido
edoconhecido.Ofalar
éumaterceira
manifestação
muito
impor-
tantenogrupo
operativoeconstitui
acom
unicaçãono
nívelmais
integradoederesultados
plenos.Sem
dúvi-da,a
linguagempode
serum
atuarque
paraliseumaco-
municação
mais
efetivaeplena.
Entreodiálogo,
aelo-
qüênciaeaoratória,
existemdiferenças
fundamentais
queénecessário
distinguir,em
funçãodacom
unicaçãoque
seestabelece
comeles.
Ofalar
podeser
opapel
Gruposoperativos
noensino
93
especializadodeummembro
dogrupo,e
tantopode
im-
plicarfacilitação
dacom
unicaçãogrupal
comoseublo-
queioecontrole:essa
últimaalternativa
sedá,porexem-
plo,nocaso
dosque
falamenão
dizemnada,dos
quesóofazem
para"tapar
aboca
dooutro",com
oumtotal
desligamento
narcisista,oucom
oumautilização
neu-rótica
dainform
açãooudabibliografia.
Emtodos
essescasos
existemperturbações
dacom
unicação,umade-
gradaçãodonível
simbólico
dalinguagem
eumacon-
seqüenteperturbação
daaprendizagem
:devem
sercor-rigidos
natarefa
grupal,tornando-osúteis
paraotraba-
lhodeconjunto.
Aqui
também
,com
ono
casodos
momentos
daaprendizagem
,pensar,falareatuar,considerados
defor-
maexcludente
eisolada,
sãodificuldades
daaprendi-
zagem,porém
nogrupo
operativoelas
coexistem,se
su-cedem
epotencializam.
Observa-se
comrelativa
facilidadeque
existemex-
pertscom
maissensibilidade
paraperceber
determina-
dosaspectos
dainform
açãooupara
detectarcerto
tipodeconduta,
conflitooudoença;
existem,igualm
ente,quem
contecom
tópicosespecíficos
parabloquear
ouapresentar
escotomas,
oupara
distorcerainform
ação.Apesar
decontarjá
comumacerta
experiência,àsvezesnão
deixadeserimpressionante
adistorção
quesofre
umainform
açãoeadiferença
entreoque
sedisse
ouse
quisdizereoque
oauditório
entendeu,levando-sesem
-pre
emconta
queesse
últimonão
éumconjunto
unifor-me,m
asumatotalidade
heterogêneaemultifacetada.
Cada
grupoescreve
suaprópria
históriaedeve
serrespeitado
emsuas
característicaspeculiares,
sempre-
tenderforçar
suaoperatividade
nemseu
rendimento;
ogrupo
trabalhanomelhor
nívelquepode,em
cadamo-
mento
ecom
ototalidade.
Ocoordenador
dogrupo
trabalhaotemacom
suatécnica
edeacordo
comosobjetivosque
ogrupo
sepro-põe
alcançar,porém
suatarefa
deverácentrar-se
nossereshum
anosque
integramogrupo.A
formadetratar
otemaéoconteúdo
normativo
datarefa.Em
outroster-mos,quando
seintegra
umatarefa,obtém
-se,aomesm
otempo,um
aintegração
daspersonalidadesdos
sereshu-manos
quenela
intervêm,integração
queabrange
tantoasfunções
instrumentais
(ego)comoasnorm
ativas(su-
perego).Aespiraldo
processodoconhecim
entofuncio-
nanão
sónatarefa
grupal,masem
cadaumdosintegran-
tesdogrupo
total,porémconsiderado
isoladamente.
Ogrupo
operativonos
ensinaque,num
grupo,podeocorrer
nãoapenas
umadegradação
dasfunções
psico-lógicas
superioreseumareativação
deníveis
regressi-vos
epsicóticos
(segundoosestudos
quevão
desdeLe
Bonaté
Bion),
mastambém
pode-sealcançar
omais
completo
graudeelaboração
efuncionam
entodos
ní-veis
maisintegrados
esuperiores
doserhum
ano,com
umrendim
entoque
nãosepode
alcançarnotrabalho
individual.Todas
essasgrandes
diferençasem
suadi-
nâmicaeseusresultados
nãoconstituem
qualidadeses-
Gruposoperativos
noensino
9_5
senciaisdogrupo,m
asemergentes
desua
organização.Ogrupo
pode,assim,tanto
adoecercom
ocurar,organi-
zarcom
odesorganizar,
integrarcom
odesintegrar
etc.Tudo
oque
sedisser
dogrupo
converte-seemumaabs-
traçãoouenteléquia,
senão
separticularizar
erelacio-
narogrupo,o
momento
eaorganização
ouestrutura,e
nãoseespecificar
seestaestrutura
(porexemplo,regres-
siva)éestável,perm
anenteoufuncional.
Atécnica
dogrupo
operativosópode
seraprendidaatravés
daexperiência
pessoal,damesm
amaneira
queabase
fundamental
deumapreparação
psicanalíticasó
podeseraprendida
passando-sepela
análise.Ofuncionam
entodeum
grupooperativo
oscilaen-
tregraus
variáveisdecoesão
ededispersão,
sendotodos
elesnecessários,damesm
amaneira
queasvaria-
çõesentre
homogeneidade
eheterogeneidade.
Seufun-
cionamento
ótimoestá
nascondições
deheterogenei-
dadedepapéis
edispersão
integrada,que
também
nãosealcança
deumavez
portodascom
oumnívelde
esta-bilização
definitivo.Adinâm
icagrupalpassa,necessa-
riamente,
porperíodos
deconfusão,
deintensidade
eduração
diferenteseque
são,certam
ente,por
algunsmomentos
ouperíodos,um
caosprodutivo,queseveri-
ficaemtodos
osgrupos.Ocoordenador
dogrupo
deveprocurar
facilitaro
diálogoeestabelecer
acom
unicação,incluindo-se
aquiorespeito
aossilêncios
produtivos,criadores,
ouque
signifiquemum
certoinsight
eelaboração;não
sepodeafirm
arqueum
grupooperativo
tenhaum
funcionamen-
toótim
opelo
simples
fatodenunca
haversilêncio.De-
ve-seevitar
confrontosestereotipados,
detalmaneira
queascontradições
seresolvam
numprocesso
dialéti-codesíntese
oudelocalização
decada
termocontradi-
tórionocontexto
daespiraldo
processodialético.
Nenhum
aopinião
ousugestão
devesersubestim
a-daapriori
ouemnom
edosenso
comum;seisso
acon-tecer,é
indispensávelque
sejaassinalado
pelocoorde-
nadordogrupo.
Deve-se
seguirosentido
dopossível,
semque
issoimpeça
examinaraslinhasou
direçõesmais
inesperadas,damesm
amaneira
quesedeve
atentarpa-raoajuste
plásticodos
finsouobjetivos
aosmeios
dis-poníveis
nomomento.
Deve-se
ajudarogrupo
asair
dosestereótipos,
dojáconhecido;
nãoédificilo
coor-denador
dogrupo
canalizarpara
siaagressão
ouhosti-
lidadeaoprocurar
romper
estesestereótipos.
Insistoemque
sedeve
ajudarenão
impor,respeitando
otem-
podeque
ogrupo
necessitapara
oprocesso
deelabora-
ção.Aferrar-se
aopassado
(emqualquer
setor)éum
estereótiponeurótico,
quetende
aevitar
asansiedades
dopresente
edonovo.D
amesm
amaneira,o
coordena-dor
devedevolver
asperguntasque
lhesão
feitasede-
sarmarasdependências;
nocaso
deum
integrantedo
grupoque
diz,porexemplo:"D
esculpe,euquisdizer..."
ocoordenador
pode,para
tentardesfazer
adependên-
cia,simplesm
enteresponder:
"Epor
quepede
descul-pa?"
Ocoordenador
devefazer
opossível
paraestabe-
lecerodiálogo
entreoscom
ponentesdogrupo
enão
encampar
tudonem
centrartudo
emsi.A
ssim,quando
_9~6_________________
Temasdepsicologia
Gruposoperativos
noensino
9_7
odiálogo
eacom
unicaçãofuncionam
bem,ocoorde-
nadornão
deveintervir.
Nãosedeve
sercrítico
nemcoercitivo
comnenhum
membro
dogrupo,
sejaqual
forocaráter
desua
intervenção;éopróprio
grupoque
deveaprender
atrabalhar
eretificar
asatitudes
ouintervenções
evasivas,paranóidesou"em
disco",isto
é,aintervenção
daquelesque
sempre
repetemamesm
acoisa
oucitam
bibliografia,emlugar
departicipar
comsua
própriacontribuição,
pensandoeintervindo
ativa-mente.É
evidenteque
estãoexcluídos
osconselhospor
partedocoordenador,que
também
nãodeve
assumiros
papéisque
sãoprojetados
nele,com
ono
caso,por
exemplo,dos
gruposque
perguntaminsistentem
entee
pedeminform
ação,que
queremaprender
rapidamente
esequeixam
deestarperdendo
tempo.Pode-se
resumir
asqualidades
docoordenador
emtrês
palavras:arte,
ciênciaepaciência.
Demodo
algumocoordenador
deveesquecer
quenatécnica
operativainteressam-nososresultadosdatare-
faoudotema,equepartedenossafunçãoépreocuparm
o-nos
comosseres
humanos
queintervêm
,detalm
odoque
aform
aderealizara
aprendizagemtenha
efeitonor-
mativo.Para
compreender
melhor,pensem
osnoexem
-plo
seguinte:suponham
osque
umamãeensine
seufi-
lhoabrincar
commassa
plásticaelhemostre
comose
fazumboneco.N
estatarefa,o
menino
estaráaprenden-
doum
hábitoinstrum
entalou,emoutros
termos,estará
formando
ouintegrando
seuego.M
asexiste
algomais:
aform
acom
queamãeoensina
(comcarinho,
impa-
ciência,irritação,agressão,etc.)seráumaspecto
norma-
tivodapersonalidade
domenino,
nosentido
deque
olevaráa
aprendernormasderelação
edeconvivênciaou,
emoutras
palavras,aform
arouintegrar
seusuperego.
Omesm
oacontece
nosgrupos
operativos,nosquais
aaprendizagem
sepropõe
aserm
uitomaisque
aform
a-ção
deumaequipe
paratrabalhar
comconhecim
entos.Nosso
objetivoéoenriquecim
entodoserhum
anonatarefa;
isto-além
deoutras
coisas-diferencia
ogrupo
operativodeoutras
técnicas,tais
comoobrain-
storming
(promoção
deidéias,
tempestade
cerebral),nas
quaisaatenção
écolocada
fundamentalm
entena
obtençãodenovas
idéiasenão
nomelhoram
entodos
sereshum
anosedarelação
interpessoal(técnicas
deOsborn,G
ordon,Philipsetc.).
Ogrupo
operativodevefuncionarcom
umtempoli-
mitado
eprevisto,
ecom
freqüênciaregular.N
ãores-
tamdúvidas
deque
émelhor
fazê-Ioemsessões
demais
deumahora
deduração,
porquegeralm
enteédepois
dosprim
eiros50ou60minutos
quecom
eçaomelhor
rendimento.
Issoestá
emtotal
contradiçãocom
anor-
matradicional
dasaulas
deumahora,baseadas
nofato
deque
aatenção
seesgota
aocabo
dessetempo;
quan-dosetrabalha
demaneira
diferente,ogrupo,logo
após
Gruposoperativos
noensino
9_9
esseperíodo,
relaxaoudistende
ecom
eçaatrabalhar
emnívelsuperior.E.Pichon-R
iviereinsistiu
reiteradamente
noalto
rendimento
dotrabalho
acumulativo,
ouseja,durante
váriashoras
seguidase,inclusive,diariam
ente.Aexpe-
riênciaconfirm
aamplam
enteessa
afirmação;
énotá-
velafalta
decansaço
nosgrupos
quetrabalham
bem,
semtensões,ou
resolvendo-asàmedida
queaparecem
.
Dedicarem
osalgumaspalavrasao
relatodesituações
típicasoufreqüentes,observadas
emnossa
experiência,especialm
entenacadeira
deIntroduçãoàPsicologia.
Observou-se
quealgunsestudantes,em
seuprim
eirocontato
comapsicologia,tratam
dedecidirrapidam
enteque
posiçãotom
ar,eoutros,quejá
têmumaposição
to-mada,
tendemadefendê-Ia
eafazer
proselitismo.A
compulsão
paraafiliar-se
rapidamente
aumaescola,
quandoainda
nãoseconta
comoselem
entosdejuízo
necessários,constituiumaperturbação
daaprendizagem
edaform
açãocientífica,porque
seutilizaaafiliação
co-moum
objetoprotetor
e,assim,configura-se
umaeste-
reotipia.Omesm
oacontece
comaquelesque
sedispõemaficar
sempre
contraoutros
(os"do
contra"),fazendo
consistirnisso,fundamentalm
ente,sua"aprendizagem
".Nãosetrata
deimpedirque
oestudante
tenhaumaposi-
çãoideológica,filosófica
oupolítica,m
asque
aempre-
guedetalm
aneiraque
perturbeseu
próprio'desenvolvi-
mento
ouodesenvolvim
entodesuaideologia.
Estudou-sedetidam
enteofenôm
enodacontradição
entreanossa
maneira
deensinar
edeorganizar
oensi-
noeoregim
edeexam
es.Neles,
emrazão
dagrande
quantidadedeestudantes
edoescasso
número
depro-
fessores,exige-sesom
enteinform
ação,quando
narea-
lidade,oexam
inandofoipreparado
paratercritério
epensam
entopsicológico;
oestudante
ficamuito
frus-trado
porque,dentro
doescasso
tempoque
cadaaluno
dispõe,elenão
podedem
onstraroque
aprendeu.Com
freqüência,osestudantes
solicitamque
oexam
econti-
nueeque
selhes
perguntemaisesobre
outrascoisas.
Vêm
dispostos-com
todarazão
-amanter,durante
oexam
e,umdiálogo
comoprofessor
enão
aque
seexija
delesrespostasconcretas
erápidas.Outro
problemaque
secom
provoucom
certafre-
qüênciaéque
osexam
esparciais
coincidemcom
mo-
mentos
deelaboração
oudeconfusão
naaprendizagem
e,portanto,osestudantes
nãoterm
inaramdeelaborar
eintegrar
otemaquando
jáseexige
quesesubm
etamàs
provas.Osestudantesafirm
am,com
freqüência,queamaté-
riatoma-se
fácilporqueaprenderam
atrabalhareestudar
comprazer,
etambém
éfreqüente
entregarem"traba-
lhos"nos
quaisestudaram
umtema,em
itiramopiniões
pessoaisesolicitamaopinião
dosprofessores.
Atarefa
foi,emresum
o,muito
proveitosaeagra-
dável.Osproblem
asque
secolocam
dependem,bem
mais,da
relaçãocom
aorganização
institucionaldoen-
sino,porém-com
odisse
Freud-jáque
seinvocaram
osfantasmas,não
éocaso
desaircorrendo
quandoeles
aparecem.
ogrupo
comoinstituição
eogrupo
nasinstituições
Conferência
pronunciadanaVJornada
Sul-Riograndense
dePsiquiatriaDinâm
icadePorto
Alegre,de
I?e2demaio
de1970,a
convitedosorganizadores.
Meupropósito
écontribuircom
umacerta
experiên-cia,um
certoconhecim
entoeum
aboa
dosedereflexão
pararepensar
oconceito
generalizadodoque
éumgru-
poeoque
éum
gruponum
ainstituição.N
aconcepção
generalizadadoque
éum
grupo,incluo
aqueladefini-
çãoque
opostula
como"um
conjuntodeindivíduos
queinteragem
entresicom
partilhandocertas
normasnum
atarefa".
Ocupei-m
edessa
questãoemoutras
oportunidades,tom
andocom
oponto
departida
oproblem
adasimbio-
seedosincretism
o.Entendoporisso
osestratos
daper-sonalidade
queperm
anecememestado
denão
discrimi-
naçãoeque
existememtoda
constituição,organização
efuncionam
entodegrupo,
baseadosnum
acom
unica-ção
pré-verbal,subclínica,
difícildedetectar
econcei-
tualmente
dificildecaracterizar.Em
funçãodisso,tem
osdeform
ularfenôm
enoscom
umtipo
depensam
entoe
categorização,cuja
estruturaestá
muito
distantedeles.
ogrupo
comoinstituição
eogruponas
instituições1_03_
Minhas
postulaçõesnesse
sentidomelevam
acon-
siderar,em
todogrupo,
umtipo
derelação
queé,para-
doxalmente,
umanão-relação
nosentido
deumanão-
individualizaçãoque
seimpõe
comomatriz
oucom
oestrutura
básicadetodo
grupoeque
persiste,demanei-
ravariável,
durantetoda
asua
vida.Cham
areiesta
rela-ção
desociabilidade
sincréticapara
diferenciá-Iadaso-
ciabilidadepor
interação,com
aqual
seestruturou
nos-soconhecim
entoatual
depsicologia
grupal.Aexistência
ouaidentidade
deumapessoa
oudeum
gruposão
dadasnaordem
docotidiano
emanifestadas
pelaestrutura
eintegração
quealcança
oego
individuale
grupalem
cadacaso;
considerandocom
oego
grupalo
graudeorganização,
amplitude
eintegração
doconjunto
daquelasmanifestações
incluídasnoque
chamamos
ver-balização,
motricidade,
ação,juízo,
raciocínio,pensa-
mento,
etc.Porém,esta
individualização,personificação
ouidentidade
queum
indivíduoouum
grupotêm
oues-
peramterbaseiam
-senecessariam
entenum
acerta
imobi-
lizaçãodos
estratossincréticos
ounão
discriminados
dapersonalidade
oudogrupo.
Descrevi
emoutros
artigoscom
oseinstala
entreambos
osestratos
dapersonalidade
(oudaidentidade)
umaforte
clivagemque
impede
queentrem
emrelação
umcom
ooutro;
pelaimobilização
dosaspectos
sincréticosperm
ite-seaorganização,
amo-
bilização,adinâm
icaeotrabalho
terapêuticodos
aspec-tos
mais
integradosdapersonalidade
edogrupo.
Pode-sealegar
que,embora
sejarealm
enteassim
,isso
nãotira
ovalor
dotrabalho
terapêuticoedacom
-
preensãodos
dinamismos
grupaisque
chegamos
ater
dessesestratos
mais
integradosdapersonalidade;
con-cordo
comessa
afirmação,
porém,dequalquer
modo,
creionecessário
oaprofundam
entonos
conhecimentos
daparte
clivadadapersonalidade
oudogrupo,
jáque
éaqui
(atravésdesua
mobilização)
quedeparam
oscom
umtrabalho
terapêuticomais
profundo,embora
muito
mais
incômodo
edifícil.
Ascrises
mais
profundasque
umgrupo
atravessadevem
-seàruptura
dessaclivagem
eaosurgim
ento,naseqüência,
dosníveis
sincréticos.Aidentidade
-paradoxalm
ente-não
édada
sópelo
ego,mastambém
peloego
sincrético.Quero
agoraabordar
esseproblem
aprocurando
cap-tá-Io
etorná-Iomaisvisível
atravésdoexam
edos
aspectosinstitucionalizados
dogrupo,
ouseja,
daquelespadrões,
normaseestruturas
queseorganizaram
ouque
jávêm
or-ganizados
deumamaneira
dada.Paraesse
objetivoneces-
sitodescartar,
porrazões
metodológicas
edidáticas,
osgrupos
nosquais
aclivagem
jávem
rompida
ounão
exis-te,talcom
oocorre,
porexem
plo,em
certosgrupos
depsi-
cóticosoupersonalidades
psicopáticas.Feita
estaprim
ei-radelim
itação,quero
considerarosaspectos
institucionaisdogrupo
terapêuticoque
funcionafora
dasinstituições,
e,em
segundolugar,
osgrupos
terapêuticosque
funcionamem
instituições.Embora
essaúltim
adivisão
sejaútil
porrazões
expositivasedepesquisa,
tenhodesde
jádeobser-
var,emoutro
nível,que,
comfreqüência,
nãomeocupa-
reisódegrupos
terapêuticosdaexperiência
psiquiátri-
ogrupo
comoinstituição
eogruponas
instituições1~05~
ca,mastambém
deoutros
tiposdegrupo,fazendo
par-te,todos,do
nossotrabalho
emdinâm
ica.Umgrupo
éum
conjuntodepessoas
queentram
eminteração
entresi,porém
,alémdisso,o
grupoé,funda-
mentalm
ente,umasociabilidade
estabelecidasobre
umfundo
deindiferenciação
oudesincretism
o,noqualos
indivíduosnãotêm
existênciacom
otaise
entreelesatua
umtransitivism
operm
anente.Ogrupo
terapêuticoca-
racteriza-setambém
poressasmesm
asqualidades,acres-
cidoofato
deque
umdos
integrantesdogrupo
(otera-
peuta)intervémcom
umpapelespecializado
epredeter-minado,m
asisso
(essaúltim
afunção)
serealiza
sobreumabase
naqualo
terapeutaestá
envolvidonomesm
ofundo
desincretism
oque
ogrupo.
Aparentem
entealógica
dosenso
comum
nosmos-
tra,com
evidência,que
umconjunto
depessoas
podeterum
encontromarcado
emhora
elocaldeterm
inadosporum
terapeutaequeo
grupocom
eçaafuncionarquan-doessas
pessoasdiferentes,
atéentão
separadas,estão
aumadistância
suficienteerelativam
enteisoladas
deoutros
contextoscom
opara
poderinteratuar.
Poderiarecordar,
aesse
respeito,aconcepção
sar-treana
queafirm
aque
enquantonão
seestabelece
ain-
teraçãonão
existeogrupo,m
assom
enteuma"seriali-
dade",nosentido
deque
cadaindivíduo
éequivalente
aoutro
etodos
constituemum
número
depessoas
equi-paráveis
esem
distinçãoentre
si.Aparentem
enteaconcepção
sartreananega
oque
estouafirm
andocom
otese
nestaexposição,porém
um
examemais
detalhadopode
levaràconclusão,
como
penso,deque
essaserialidade
é,justamente,
ofundo
desolidariedade,
deindiscrim
inaçãoousincretism
oque
constituiovínculo
maispoderoso
entreosm
embros
dogrupo.Sem
eleainteração
nãoseria
possível.Nesta
descrição,assimcom
oemoutras
quevirão
aseguir,quero
queseconsiderem
aslimitações
dalingua-
gemedaorganização
donosso
pensamento
conceitualpara
captarníveismuito
diferentesdesociabilidade;des-
sasociabilidade
muito
particular,quesecaracteriza
porumanão-relação
eporumaindiferenciação,
naqualca-
daindivíduo
nãosediferencia
dooutro
ounão
seacha
discriminado
dooutro,e
naqualnão
existediscrim
ina-ção
estabelecidaentre
euenão-eu,
nementre
corpoe
espaço,nementre
eueooutro.
Umalimitação
aque
mequero
referir,porquepesa-
rámuito
napossibilidade
depoderm
osnos
entender,dizrespeito
àsdiferençasentre
oponto
devista
natura-lista
eoponto
devista
fenomenológico.
Porpontode
vistanaturalista
entendemosadescrição
deum
fenô-meno
realizadapor
umobservador
queodescreve
"defora",
querdizer,com
oum
fenômeno
danatureza
queexiste
independentemente
dosujeito
observador,e,nes-tesentido,a
definiçãodogrupo
como"conjunto
dein-
divíduosque
interatuamcom
papéis,statusetc."
éuma
descriçãotipicam
entenaturalista.
Pordescriçãoouobservação
fenomenológica,deve-
mosentender
aquelaque
serealiza
apartir
dointerior
dospróprios
fenômenos,
talcom
osão
percebidos,vi-
venciadosouorganizados
pelosque
participamdofe-
nômeno
oudeum
acontecimento
dado.Nesse
sentido,com
muita
freqüênciavejo-m
eobriga-
do,porlimitações
semânticas
econceituais,
adescrever
fe-nôm
enosapartir
doponto
devista
fenomenológico
comumalinguagem
quecorresponde
aoponto
devista
natura-lista:
incorronisto,
porexem
plo,quando
digoque,
paracerto
nível,um
gruposecaracteriza
porumanão-relação
oupor
umfenôm
enodenão
discriminação
entreosindiví-
duoseentre
oego
eosobjetos.
Estaúltim
adefinição,
quetenta
abrangeroutenta
serconstruídaapartir
deum
pontodevista
fenomenológico,
realiza-sepor
meio
danegação
dadescrição
doponto
devista
naturalista.Aesse
respeitopenso,por
exemplo,
quemuito
doque
descrevemoscom
oidentificação
projetivaeintrojetiva
correspondeauma
descriçãonaturalista
daquiloque,
doponto
devista
feno-menológico,
correspondeaosincretism
o.Estaria
foradelugar
elevaria
muito
tempo
ocupar-medas
relaçõesentre
asobservações
realizadasapartir
deum
pontodevista
fenomenológico
eaquelas
realiza-das
apartirdeum
pontodevista
naturalista,ealém
disso,essas
relaçõesestão
aindanum
terrenodemuita
contro-vérsia
enão
existeacordo
sobreelas.
Assim
,háquem
vejanesses
doispontos
devista
posiçõesexcludentes,
enquantooutros
vêemposições
complem
entares,eou-
tros(entre
osquais
meincluo)
vêemdescrições
limita-
dasàespera
deum
pontodevista
unitárioque
mantenha
esupere
ambas
(Au.fhebung).
Referir-m
e-eibrevem
enteàsimplicações
desseen-
foque.Umpequeno
exemplo
poderáservir
parailustrar;
nãodem
onstraránem
abrangeráatotalidade
dessespro-
blemas.
Trata-sesom
entedeum
exemplo:
Numasala
encontra-seumamãelendo,
olhandoa
teladatelevisão
oucosturando;
namesm
asala
encon-tra-se
seufilho
concentradoeisolado
emseu
brinquedo.Senos
guiamos
pelosníveis
deinteração,
nãova-
mosencontrar
comunicação
entreessas
duaspessoas:
nãosefalam
,não
seolham
,cada
umatua
independen-temente,
demodo
isolado,epodem
osdizer
quenão
háinteração
ouque
estãoincom
unicáveis.Isto
écorreto
seconsiderarm
ossom
enteosníveis
deinteração.
Continuem
oscom
oexem
plo:amãe,
numdeterm
inadomomento,
deixaoque
estavafazendo
esai
dasala;
omenino
páraimediatam
entesua
brinca-deira
esaicorrendo
paraestar
comela.A
gorapodem
oscom
preenderque
quandoamãeeseu
filhoestavam
,cada
umnum
atarefa
distinta,sem
sefalar
eincom
uni-cáveis
nosníveis
deinteração,
semdúvida
haviaentre
elesumaligação
profunda,pré-verbal,
quenem
sequernecessita
daspalavras
ouque,
pelocontrário,
aspala-
vrasperturbam
.Em
outrosterm
os,enquanto
faltaain-
teração,enquanto
nãosefalam
nemseolham
,está
pre-sente
asociabilidade
sincrética,naqual
cadaum
dosque,
deum
pontodevista
naturalista,pensam
osque
se-jam
pessoasisoladas,
acham-se
emum
estadodefusão
oudeindiscrim
inação.Este
grupopode
servirdeexem
-plo
daquiloque
freqüentemente
osilêncio
significanos
gruposterapêuticos,
edecom
oomodelo
dacom
unica-ção
verbaltendeàsvezes
adistorcer
ouocultar
acom
-preensão
dessefenôm
eno.Paraevitarequívocos,devodizerqueadm
itoqueum
amãeeum
menino
quesecom
portemsem
pre,únicae
exclusivamente
destamaneira
darãolugar
aumaséria
perturbaçãonodesenvolvim
entodapersonalidade
eda
relaçãoentream
bos,masainda
assimacredito
que,quan-dofalta
onívelde
sociabilidadesincrética,tam
bémexis-
teumaperturbação
muito
sérianogrupo
enodesenvol-
vimento
dapersonalidadedecadaum
.Vejoafalta
deummarco
paraessa
sociabilidadesincrética,por
exemplo,
naspersonalidades
psicopáticas,fáticas,
ambíguas,
asifde
H.Deutsch.
Retom
andooexem
plo,omenino
isoladobrincan-
dopode
precisamente
estarisoladoeconseguir
brincar(com
tudooque
brincarsignifica,do
pontodevista
psi-cológico)
namedida
emque
tenhaasegurança
deman-
terclivada
emum
depositáriofiel
asociabilidade
sin-crética
(simbiose).
Umdos
exemplos
queSartre
apresentacom
otípico
daserialidade
éodeuma"fila"
depessoas
esperandoum
ônibus;elesupõe
queacaracterística
fundamental
daserialidade
consisteemque
cadaum
dosintegrantes
dessa"fila"
éum
indivíduototalm
enteisolado;
essesindivíduos,
enquantonúm
eros,sãointercam
biáveisum
pelooutro.Para
mim,ainda
noexem
plodeuma"fila"
àespera
deumônibus,está
presenteasociabilidade
sin-crética
depositadanos
modelos
enorm
asque
vigoram
paratodos
osindivíduos.
Cada
umdos
integrantesda
"fila"conta
comessa
segurança,detalform
aque
nemsequerchega
aterconsciência
dela,tantoque
opróprio
Sartrefoilevado
aignorá-Ia.
Podemosnos
comportar
comoindivíduos
eminteração
namedida
emqueparti-
cipamos
deumaconvenção
demodelos
enorm
asque
sãomudas,
masque
estãopresentes
egraças
àsquais
podemos,
então,form
aroutros
modelos
decom
porta-mento.
Paraque
hajainteração,
devehaver
umfundo
comum
desociabilidade.
Ainteração
éafigura
deuma
Gestalt
sobreofundo
dasociabilidade
sincrética.Pode-sedizerque
osegundo
éocódigo
doprim
eiro.Quando
umconjunto
depessoas
marcam
hora,en-quanto
pessoas,para
umgrupo
terapêuticoetêm
seuprim
eiroencontro
noconsultório
doterapeuta
ounum
lugaratéentão
desconhecidopara
todos,todoterapeuta
observa,deimediato,fenôm
enosque
catalogamoscom
oreações
paranóides,epenso
quetodos
concordamem
consideraressasreações
paranóidescom
onorm
ais,sig-nificando
medo
deumaexperiêncianovaem
edododes-
conhecido.Podehaveralgum
adiferença
naform
ulação,maspodem
sertodasreduzidas
àexperiência
queaca-
bodeenunciar.
Nãoponho
emdúvida
aexistência
dareação
para-nóide.O
queponho
emdúvida
éque,através
dessafor-
mulação,possam
osentender,realmente,aquilo
queocor-
redem
aisimportante
~essemomento.Q
uandodizem
os,nesse
caso,queogrupo
reagecom
medo
deumaexpe-
riêncianova,do
indeterminado
oudodesconhecido,
es-
tamosdizendo
umaverdade
muito
maisampladoque
aque
nósmesm
osreconhecem
oseque,portanto,o
grupotambém
nãopode
reconhecer,anão
serapenas
osas-
pectossuperficiais
dessaafirm
ação.Nãoésom
enteo
novoque
produzmedo,
massim
odesconhecido
queexiste
dentrodoconhecido
(recorde-seque
istoéaes-
sênciadoestranho:
Unheim
lich).Quando
assinalamosasansiedades
paranóides,o
medo
dodesconhecido
oudasituação
nova,estamos
realmente
dizendoouassinalando
(embora
semcom
-preender
notodo)
queomedo
seproduz
diantedodes-
conhecidoque
cadapessoa
trazconsigo
emform
ade
não-pessoaeem
formadenão-identidade
(oudeego
sincrético).Emoutros
termos,para
sermosmaisclaros,
oque
estamosdizendo
comaform
ulaçãodas
ansieda-des
paranóideséomedo
denão
podercontinuar
rea-gindo
comosm
odelosestabilizados
quejáassim
ilaramenquanto
pessoaseomedo
doencontro
comumaso-
ciabilidadeque
asdestitua
enquantopessoas
eascon-
vertaem
umsómeio
homogêneo,
sincrético,noqual
cadaum
nãosobressaia
enquantofigura
(comopessoa)
dofundo,m
asque
submerja
nessemesm
ofundo,o
queimplica
umadissolução
daidentidade
estruturadapelos
níveismaisintegrados
doego,do
selfoudapersonali-
dade.Omedo
édessa
organizaçãoenão
sódadesorga-
nização;visto
defora
edoponto
devista
naturalista,poderem
oscontinuar
reconhecendoindivíduos
oupes-
soas,porém,doponto
devista
fenomenológico,
signi-fica
perdadeidentidade
(deumaidentidade)
esignifi-
caimersão
numaidentidade
grupalque
estámaisalém
oumaisaquém
daidentidade
convencionalquereconhe-
cemoscom
otal,constituídapelos
níveismaisintegrados
dapersonalidade.Ditodeoutram
aneira,estamosassina-
landoomedo,porparte
dogrupo,deum
aregressão
aní-
veisdeumasociabilidade
sincréticaque
nãoestá
consti-tuída
porumainter-relação
ouinteração,m
asque
exigeumadissolução
deindividualidades
earecuperação
dosníveis
dasociabilidade
incontinente,com
oacham
ouWallon,que
nãoaparecem
nessemomento,m
asque
es-tiveram
presentesjáantes
devirao
grupoedesde
opri-
meiro
momento
doencontro
nogrupo.
Quero
insistiremque
estoufalando,neste
momen-
to,degrupos
terapêuticosintegrados
porpessoas
neu-róticas,isto
é,pessoasque
conservamouatingiram
umbom
níveldeintegração
dapersonalidadeapesardasdi-
ficuldadesoudasintom
atologianeurótica
queapresen-
tam.Esta
observaçãoépertinente
edeve
serreiteradaneste
momento,
dadoque
algunsgrupos
formados
porpessoas
quenão
alcançaramum
certograu
deindividua-
lizaçãooudeidentidade
individualbuscam
,deinício,
oestabelecim
entodeumasituação
simbiótica
dedepen-
dênciaedeidentidade
grupal;eesta
últimaétudo
oque
podemobter.
Aidentidade
grupaltemdoisníveisem
todososgru-pos:um
éodaidentidade
proporcionadaporum
traba-lho
emcom
umeque
chegaaestabelecer
modelos
deinteração
emodelos
decom
portamento
quesão
institu-cionalizados
nogrupo;essa
identidadeédada
pelaten-
ogrupo
comoinstituição
eogruponas
instituições1_13_
dênciaàintegração
einteração
dosindivíduos
oupes-
soas.Porém
,outra
identidadeque
existeem
todosos
grupos,eque
àsvezeséaúnica
(ouaúnica
queseatin-
geem
grupo),éumaidentidade
muito
particularque
podemoscham
aridentidade
grupalsincrética.Essanão
édada
combase
numaintegração,
numainteração
emmodelos
deníveis
evoluídos,mascom
basenum
aso-
cializaçãoemque
esseslimites
nãoexistem
ecada
umdaqueles
que,doponto
devista
naturalista,vem
osco-
mosujeitos
ouindivíduos
oupessoas
nãotêm
identida-deenquanto
tal,massua
identidadereside
noseu
per-tencim
entoaogrupo.
Podemosestabelecer
aquiumaequiparação,
uma
equivalência,ouumafórm
ula,dizendoque
quantomaior
forograu
depertencim
entoaum
grupo,maior
seráa
identidadegrupal
sincrética(em
oposiçãoàidentidade
porintegração).Equanto
maiorforaidentidadeporinte-
gração,menorseráo
pertencimento
sincréticoaogrupo.
Quero
também
referir-mesum
ariamente,
citandoapenas,
aofato
deque
opertencim
entoé,paradoxal-
mente,sem
preumadependência
nosníveis
dasociabi-
lidadesincrética.Existem
gruposterapêuticos
quebus-
camtais
fenômenos
eoutros
quereagem
compânico
oudesintegração
diantedeles.
Paradarm
aiorclareza
àexposição,quero
assinalarbrevem
entetrês
tiposdegrupos
outrês
tiposdeindiví-
duosque
podemintegrar
diferentesgrupos
ouum
mes-
mogrupo.
Umdostiposcorresponde
aosindivíduosdependen-tesousimbióticos
quevão
utilizardeimediato
ogrupo
comoum
grupodedependência
oudepertencim
entoe
quetentarão
estabilizarsua
identidadeatravés
daiden-
tidadegrupal
comoidentidade
maiscom
pletaalcança-
daporelesno
cursodaevolução.Trata-se
deindivíduos
paraosquais
aorganização
simbiótica
persistiumais
doque
onecessário,
ouentão
nuncafoisuficientem
en-tenorm
alpara
podersedissolver
edarlugar
aosfenô-
menos
deindividuação
epersonificação.
Procurarãotransform
arogrupo,
deform
amanifesta,
emumaor-
ganizaçãoestável:a
interaçãoserá
superficial,comuma
tendênciaanão
darlugaraoprocessogrupa1.
Umsegundo
tipoéodaqueles
indivíduos,aosquaismereferi
mais
detidamente
atéagora,
quecham
amos
neuróticosounorm
ais,nos
quaisreconhecem
osaneu-
roseapenas
comoumaparte
dapersonalidade,
name-
didaem
quealcançaram
umaboa
proporçãodeindivi-
duaçãoepersonificação,
istoé,aquilo
quecom
umente
chamamosdeaspectos
maduros
ourealísticos
daper-
sonalidade.Tenderãoamover-se
nasociabilidade
dein-
teraçãoepodem
apresentar-secom
ogrupos
muito
ati-vos,"m
uitomotivados",
massom
enteem
umplano
egarantindo
aclivagem
.Podemacontecer
muitas
coisaspara
quenada
aconteça.Umterceiro
tipocorresponde
àquelesque
nuncati-
veramumarelação
simbiótica
eque
também
nãoirão
es-tabelecê-Ia
nogrupo,a
nãoserapósum
árduoprocesso
terapêutico:entreesses
incluímosaspersonalidades
psi-
114Temas
depsicologiaogrupo
comoinstituição
eogruponas
instituições115
copáticas,perversas,
asasifpersonalities
descritaspor
H.Deutsch
etodas
aspersonalidades
ambíguas
(entreas
quaisincluo
otipo
asif).
Paraeles,
ogrupo
parecede-
sempenhar
umpapel
muito
subsidiárioepouco
impor-
tante.Nãoéassim
.São
osque
tendemaogrupo
desocia-
bilidadesincrética,
nãomanifesta
(maispré-verbal).
Comodisse,
esalvo
indicaçãoem
contrário,fareire-
ferênciaapenas
aosegundo
tipodepessoas
ougrupos.
objetivooobjetivo
propriamente
terapêuticodogrupo.
Aorganização
dainteração
chegaaum
pontoem
quese
tornaantiterapêutica.
Istoocorre
porduas
razõesfunda-
mentais
ouem
doisníveis:
organizam-se
osníveis
deinteração
deumamaneira
fixaeestável,
maspor
suavez
afixação
eaestereotipia
daorganização
baseiam-se
também
,efundam
entalmente,
noestabelecim
entodo
controlesobre
aclivagem
entreambos
osníveis,
detal
maneira
queasociabilidade
sincréticaseja
imobilizada.
Essefenôm
enocorresponde
aoque
considerouma
leigeraldas
organizações,isto
é,emtodas
elasosobjeti-
vosexplícitos
paraosquais
foramcriadas
corremsem
-pre
orisco
depassar
aum
segundoplano,
passandoao
primeiro
planoaperpetuação
daorganização
comotal.
Eisto
ocorrenão
sópara
resguardaraestereotipia
dosníveis
deinteração,
masprincipalm
entepara
resguardareassegurar
aclivagem
,adepositação
eaimobilização
dasociabilidade
sincrética(ou
partepsicótica
dogrupo).
Jáassinalei
queum
grupoque
deixoudeserum
pro-cesso
paraestabilizar-se
comoorganização
setransfor-
mou
degrupo
terapêuticoem
grupoantiterapêutico
1•
Emoutros
termos,
diriaque
ogrupo
seburocratizou,
en-tendendo
porburocracia
aorganização
naqual
osmeios
setransform
amem
finsesedeixa
delado
ofato
dese
terrecorrido
aosmeios
paraconseguir
determinados
objetivosoufins.
Atéaqui
desenvolviascaracterísticas
fundamentais
dogrupo
parapoder
entenderoseu
papelcom
oinstitui-
çãoenas
instituições.Oconceito
deinstituição
foiutilizadocom
significa-dos
muito
diferentes;aquirecorrerei
aduas
acepções,en-
treasmuitas
possíveis,que
desejoesclarecer:
utilizareia
palavrainstituição
comooconjunto
denorm
asepadrões
eatividades
agrupadasem
tornodevalores
efunções
so-ciais.Em
borainstituição
também
sedefina
comoorgani-
zação,nosentido
deumadistribuição
hierárquicadefun-
çõesque
serealizam
geralmente
dentrodeum
edificio,área
ouespaço
delimitado.
Paraesta
segundaacepção,
utilizareiexclusivam
enteapalavra
organização.Ogrupo
ésem
preumainstituição
muito
complexa,
oumelhor,
ésem
preum
conjuntodeinstituições,
mas
aomesm
otempo
tendeaestabilizar-se
comoumaorga-
nização,com
padrõesfixos
epróprios.
Aimportância
estánofato
deque
quantomais
ogrupo
tendeaseesta-
bilizarcom
oorganização,
tantomais
tendeaoobjetivo
deexistir
porsim
esmo,margeando
ousujeitando
aeste
1.Ampliei
acom
preensãodesses
fenômenos
também
àcham
adaReação
terapêuticanegativa.
116Tem
asdepsicologiaogrupo
comoinstituiçãoeogrupo
nasinstituições117
Existeem
tudoisso,
noentanto,
umaspecto
decon-
siderávelimportância
quenão
queropassar
porcima:
poderiacom
eçardizendo
quetoda
organizaçãotende
ateramesm
aestrutura
queoproblem
aque
deveenfren-
tarepara
oqual
foicriada.
Assim
,um
hospitalacaba
tendo,enquanto
organização,asmesm
ascaracterísti-
casque
ospróprios
doentes(isolam
ento,privação
sen-sorial,
déficitdecom
unicaçãoetc.).
Nossas
organizaçõespsiquiátricas,
nossasterapias,
nossasteorias
enossas
técnicastêm
também
amesm
aestrutura
queosfenôm
enosque
enfrentamos.
Torna-ram-se
-esão
apenas-organizações
ecum
prem,por-
tanto,umafunção
igualdemanutenção
econtrole
dacli-
vagem:umatendência
àburocratização.
Afunção
iatrogênicaedegarantia
dasdoenças
quedesem
penhamnossos
hospitaispsiquiátricos
nãopreci-
saser
comentada
aqui,jáque
éconhecida
detodos
econstitui
umaspecto
sobreoqual
seinsiste
mu~to
naatualidade;
masesquecem
o-nosdeoutros
tantosaspec-
tosque
têmomesm
oefeito
burocráticoiatrogênico
eigual
funçãolatente:
ademanter
aclivagem
controlan-doasociabilidade
sincrética.Asociedade
tendeainstalar
umaclivagem
entreo
queconsidera
sadioedoente,
entreoque
consideranor-
maleanorm
al.Assim
estabeleceumaclivagem
muito
profundaentre
ela(asociedade
"sadia")etodos
aque-les
que,com
oosloucos,
osdelinqüentes
easprostitu-
tas,são
desvios,doenças,
que-s~põe-se
-nada
têma
vercom
aestrutura
social.Asociedade
autodefende-se,não
dosloucos,
dosdelinqüentes
edas
prostitutas,mas
desua
próprialoucura,
desua
própriadelinqüência
ede
suaprópria
prostituição,edessa
maneira
aliena,desco-
nheceetrata
comosefossem
alheiasenão
lhecorres-
pondessem.Isso
ocorreatravés
deumaprofunda
cliva-gem
oEssa
segregaçãoeessa
clivagemsetransferem
lo-gopara
osnossos
instrumentos
econhecim
entos.Assim
,respeitar
aclivagem
deum
grupoterapêutico
enão
exa-minar
osníveisdesociabilidade
sincréticasignifica
admi-
tiressa
segregaçãosancionada
pelasociedade,
assimcom
oadm
itirosmecanism
ospelos
quaisdeterm
inadossujeitos
setornam
doentesesegregados,
etambém
admi-
tirocritério
adaptativodesaúde
edoença
esua
segre-gação
como"cura".
Não
épossível,
notempo
deque
disponho,deta-
lharasvicissitudes
decada
umdesses
fenômenos
que
Atendência
àorganização
eàburocratização
(ouem
outrosterm
osatendência
antiprocesso)não
sedeve
unicamente
aumapreservação
ouaumacom
pulsãoà
repetiçãodas
interações,mas,
comojáassinalei,
basica-mente
aofato
desegarantir
aclivagem
ecom
elades-
cobriroubloquear
osníveis
simbióticos
ousincréticos.
Nãoénecessário
chegaràburocratização
extrema;
umgrupo
pode"trabalhar
bem"eestar
rompendo
este-reótipos,
eisso
podeserreal,
massedáapenas
nonível
deinteração.
Seisso
persisteleva
ogrupo
amudar
per-manentem
ente;narealidade,
éumamudança
paranão
mudar:
nofundo
"nãoacontece
nada".
118Tem
asdepsicologiaogrupo
comoinstituiçãoeogrupo
nasinstituições119
assinalodentro
dadinâm
icagrupal,porém
nãoserá
di-fícilpara
oleitor
extrairasconseqüências
eanalisá-Ias
emseu
própriotrabalho
comgrupos.
Peloque
nosdiz
respeitomais
diretamente,
acrescentareiapenas
queum
stafftécnicodeum
hospitalouasua
equipeadm
i-nistrativa
tendem,também
,aestruturar-se
comoorga-
nizações,easresistências
àmudança
nãoprovêm
ne-cessariam
entesem
preouapenasdospacientesou
deseus
familiares,m
asmuito
maisfreqüentem
entedenósm
es-mosenquanto
integramosorganizações
easorganiza-
çõessão
partedenossa
personalidade.Oque
ocorreé
quenas
organizações,além
domais,os
conflitossusci-
tadosemníveis
superioressemanifestam
oudetectam
emníveis
inferiores:ocorrerá,então,queosconflitosdo
stafftécnico
nãosemanifestarão
nelesmesm
os,mas
nospacientes
ounopessoal
subalterno,assim
comoas
tensõeseconflitos
entreospais,com
muita
freqüência,não
aparecemnoníveldeles,m
as,comosintom
as,em
seusfilhos.
Osexem
plosserviriam
parátodas
asorga-
nizaçõescivis,governam
entais,militares,religiosas
etc.
zações.Tudoisto
nãoécorreto
eéherança
dasconcep-
çõesassociacionistasemecanicistas.O
serhumano
antesdeserpessoa
ésem
preumgrupo,m
asnãonosentido
deque
pertenceaum
grupo,esim
nodeque
suapersona-
lidadeéogrupo.
Aesse
respeito,remeto
osinteressa-
dosaolivro
deWhyte,El
hombre
organización.Assim
,compreende-se
queadissolução
ouatentati-
vadem
udançadeum
aorganização
possaserdiretam
en-teumadesagregação
dapersonalidade,
nãopor
proje-ção,m
asporque
diretamente
ogrupo
eaorganização
sãoapersonalidade
deseusintegrantes.A
ssimseexpli-
caagrande
freqüênciadedoenças
orgânicasgraves
nosaposentados
recentes,epodem
osentenderm
elhorcomo
oostracism
onaGrécia
antigaeramaisdestrutivo
paraa
personalidadedoque
aprisãoeofuzilam
ento.Existe,
então,umaespécie
detransfusão
nospro-
blemasque
estouestudando,já
queinsistianteriorm
en-teque
todogrupo
tendeaserum
aorganização
eagora,
aoocupar-m
edeorganizações,
afirmoque
elasconsti-
tuempartes
dapersonalidade
dosindivíduos
eàsvezes
todaapersonalidade
queelespossuem
.E.Jaques
afirmouque
asinstituiçõesservem
como
defesaante
ansiedadespsicóticas.
Estaafirm
açãoéli-
mitada,
eémaiscorreto
dizerque
asinstituições
eor-
ganizaçõessão
depositáriasdasociabilidade
sincréticaoudaparte
psicóticaeque
issoexplica
muito
daten-
dênciaàburocracia
edaresistência
àmudança.
Quando
falamosdeorganizações
edotrabalho
depsiquiatras,
psicólogosepsicoterapeutas
nasorganiza-
Noparágrafo
anterior,assinaleiqueasorganizações
formam
partedenossa
personalidadeequero
retomar
essaafirm
açãomuito
sumariam
enteporque
meparece
deimportância
vitalparaoque
estoudesenvolvendo.
Emnossas
teoriasecategorias
conceituais,contra-
pomosindivíduo
agrupo
eorganização
agrupo,do
mes-
momodo
comosupom
osque
osindivíduos
existemisolados
esereúnem
paraform
arosgrupos
easorgani-
120Tem
asdepsicologiaogrupo
comoinstituiçãoeogrupo
nasinstituições121
ções,geralmente
sesubentende
quenos
referimosàte-
rapiadegrupo
emorganizaçõespsiquiátricasou
hospita-lares.N
ãonos
conscientizamos,
noentanto,pelo
menos
empsicologia
epsicoterapiadegrupo,dasnecessidades
eproblemasque
noscoloca
aquarta
revoluçãopsiquiá-
trica,que
podeserdefinida
comoaorientação
paraa
prevençãoprim
áriaeumaconcentração
deesforços
naadm
inistraçãoderecursos.
Embora
tenhamosconheci-
mentos
etécnicas
degrupo
bastantedesenvolvidos,não
émenos
certoque
carecemosdeumaestratégia
paraa
utilizaçãodessas
técnicaseconhecim
entosquando
te-mosdetrabalhar
empsicologia
institucional(em
orga-nizações)
eminstituições
quenão
sejampsiquiátricas
ouhospitalares.
Podeacontecer
também
que,nestas,amelhor
formadeadm
inistrarnossos
recursosnão
sejaorganizar
gruposterapêuticos,
massim
aplicarnossos
esforçoseconhecim
entosnaprópria
organização.Quando
trabalhamosemorganizações,
empsicolo-
giainstitucional,a
dinâmicadegrupo
éumatécnica
pa-raenfrentarproblem
asorganizacionais.Entretanto,para
utilizaressa
técnica,devem
oscontar
comumaestraté-
giageral
denossa
intervenção,assim
comocom
um"diagnóstico"
dasituação
daorganização.
Umdosproblem
asbásicosnasorganizaçõesnãoésó
adinâm
icaintragrupal,
masadinâm
icaintergrupal,
enosso
objetivopode
nãoserosgrupos,
masoorgano-
grama.Numaorganização,
orecurso
àstécnicas
degrupo
eaescolha
dotipo
detécnica
degrupo
queirem
osuti-
lizarestãodeterm
inadosnão
sóporum
esforçopara
re-form
arnossofuror
curandis,mastambém
porumdiag-
nósticoque
permitaentender
qualéograu
deburocra-
tizaçãoouograu
emque
seproduziu
umafissura
pelaquala
clivagementre
osníveisdeintegração
eosníveis
desociabilidade
sincréticajánão
podeser
mantida,
bemcom
oaexistência
ecorrelação
entreasestruturas
degrupo
primário
easde
gruposecundário
etc.Freqüentem
entenossos
objetivos,aotrabalhar
comdinâm
icadegrupo
emorganizações,
referem-se
àaná-
lisedasim
plicaçõespsicológicas
dastarefasque
serea-lizam
edaform
apela
qualosobjetivossão
ounão
cum-
pridos,juntandoadim
ensãohum
anaoupsicológica
aotrabalho
querealizam
eàform
apela
qualorealizam
.Nãoconheço
erromaisgrosseiro
doque
transferir,junto
comastécnicas
degrupo,
ohospital
psiquiátricopara
ohospital
geraleambos
paraasorganizações
(in-dústrias,escolas,etc.).
Emsíntese,defini
ogrupo
pordoisníveisdesocia-
bilidade:um
éacham
adasociabilidade
deinteração,
eoutro
éasociabilidade
sincrética.Assinalei
queogru-
potende
aburocratizar-secom
oorganização
eafazer-se
antiterapêuticonão
sópor
umareiteração
demodelos
dosníveis
deinteração,
mas,fundam
entalmente,
pelanecessidade
demanutenção
daclivagem
(ouseparação)
entreambos
osníveis.Passei,então,a
mostrar
comoasorganizações
têmessa
mesm
afunção
declivagem
ecom
onossos
conhe-
cimentos
etécnicas
degrupo
têmdeserprecedidos,
sequiserm
ostrabalhar
comdinâm
icadegrupo
emorga-
nizações,porumestudo
diagnósticoeporum
aestraté-
giadentro
daqualas
técnicasgrupais
constituemape-
nasuminstrum
ento.Assinalei,
embora
semdesenvolvê-Ias
emprofun-
didade,algumasleis
dasorganizações,
assimcom
oal-
gumasdas
linhaspara
asquais
devetender
nossafun-
çãonoplano
dapsiquiatria
preventivaedeprevenção
primária.
Maisdoque
umdesenvolvim
entoexaustivo,
estaexposição
temafunção
deprovocar,incitar
oues-
timular
tantoumamudança
denossas
estereotipiasteó-
ricasetécnicas,
comoumamudança
naadm
inistraçãodenossos
recursos.
Administração
dastécnicas
edos
conhecimentos
degrupo
Conferência
pronunciadanaVJornada
Sul-Ri0-
grandensedePsiquiatria
Dinâm
ica,Porto
Ale-
gre,1970.
Nahistória
dapsiquiatriapodem
oscontarquatro
re-voluções:
aprim
eiraéarealizada
porPinel,asegunda,
pelaintrodução
deterapias
biológicasefarm
acológicas(embora
comumacerta
defasagementre
umaseoutras,
podemserassim
iladasemumaúnica),
aterceira,
pelaintrodução
dapsicoterapiaeaquarta,pela
preocupaçãoporum
amudança
naadm
inistraçãoderecursos.
Nodesenvolvim
entodapsicoterapia
degrupo,con-
tamos,em
borareconhecendo
nossaslimitações,com
re-cursos
teóricosetécnicos
bastantedesenvolvidos,
mas
pensoque
temosainda
deintroduzir
maissistem
atica-mente
essarevolução
naadm
inistraçãodosrecursos.
Comoprofissionais
oucientistas,som
osgeralm
en-tepouco
propensosanos
ocupardeaspectos
adminis-
trativos.Essapropensão
podeterm
últiplascausas;não
quero,porém
,referir-m
eaelas,
massim
aoprocesso
revolucionáriodemudança
que,nomeuentender,
fal-taria
introduzirmaissistem
áticaeradicalm
enteemtudo
Administraçãodas
técnicasedos
conhecimentosdegrupo
1_2~5
aquiloque
serefere
aosconhecim
entosetécnicas
con-cernentes
àdinâm
icadegrupo
nocam
podapsiquiatria
dinâmica.Sem
dúvida,por
menor
queseja
nossatendência
aocuparm
o-nosdoproblem
adaadm
inistração,precisam
osnos
conscientizardeque,
dequalquer
maneira,
temos
organizadaumaadm
inistração.Podem
oscaracterizá-Ia
comoadoprofissional
queatende
gruposterapêuticos
dedoentes
quevieram
consultá-Ioem
suaprática
pri-vada,
nosanatório
ounohospital.
Quero
dizerque,
dequalquer
forma-bem
oumal-,
estamosadm
inistrandonossos
recursos,eque,
senão
nosquerem
osocupar
dasua
administração,
saibamos
que,dequalquer
modo,
temos
umaadm
inistraçãoaqual
aceitamos,
obedece-mos,
dirigimos
eimpom
osouseimpõe
anós,
nosdiri-
geenos
limita.
Creio
quemuitos
problemas,
assimcom
omuitas
li-mitações
emuitas
questõesque
nãopodem
osresolver,
estãobaseados
nessetipo
deadm
inistraçãodenossos
recursos.Aadm
inistraçãonão
éindependente
denos-
sasteorias,
técnicas,problem
as,soluções
etc.Meuponto
devista
éodeque
precisamos
adminis-
trarnossos
recursosdemodo
diferente,incluindo
entreeles
osnossos
conhecimentos,
asnossas
teoriaseas
nossastécnicas
grupais.Apalavra
administração
refe-re-se
aumautilização
edistribuição
quegostaríam
osque
fossediferente,
mais
racionalemais
eficiente.A
eficiênciadaterapia
degrupo
nãodepende
exclusiva-mente
dodesenvolvim
entodos
conhecimentos
edoaper-
feiçoamento
denossas
técnicas,mastambém
daform
acom
oosadm
inistramos.
Enesta
simples
palavraadm
i-nistração
residenada
menos
queumarevolução
psi-quiátrica
quedevem
osestender
(oque,
emparte,
jáfoi
feito)anossos
recursosem
tudooque
serefere
àtera-
piadegrupo.
Oproblem
anão
dizrespeito
apenasàsaúde
públi-caouàsaúde
mental-
oque
porsisó
seriasuficiente-,
mas,
também
,àprofundidade
eextensão
denossas
teo-rias,
bemcom
oaotipo
deproblem
asque
temosdeen-
frentardoponto
devista
ci~ntífico;detalmaneira
queaprática
profissionaleainvestigação
nãosão,
demodo
algum,independentes
dofato
dejáterm
osadm
inistra-doesses
recursosoudetê-Ios
maladm
inistrados.Digo
freqüentemente
quenós
conhecemos
menos
doque
deveríamos,
que,além
disso,sabem
osmenos
doque
oque
éconhecido,
eque
sabemos
econhecem
osmuito
mais
doque
aquiloque
aplicamos
ouutilizam
os.Pode-se
dizerque
issoocorre
emtodos
oscam
poscien-
tíficoseprofissionais,
eestou
deacordo;
isso,porém
,não
nosdeve
impedir
depensar
noproblem
a.Poderia
acrescentar,atudo
isso,umacom
plicaçãoque
resideno
fatodeque,
seadm
inistrarmos
nossosrecursos
demo-
dodiferente,
podeacontecer
queesses
recursosmudem
,aum
entemousetornem
mais
eficazes.Devem
oslem-
brarque
aadm
inistraçãodos
recursoséparte
deuma
práxis,eque
geralmente
damo-nos
porsatisfeitos
comumapráxis
limitada
quevádateoria
àprática,
masque
teoriaeprática
estãoem
interaçãoentre
si(no
melhor
doscasos),
noentanto
semumainteração
comcontex-
tosmais
amplos;
dessamaneira,
apráxis
nãoestá
somen-
teentre
teoriaeprática,
mas,
alémdisso,
estasinteragem
comaadm
inistraçãodos
recursos;ouentão
poderíamos
dizerque
aadm
inistraçãofaz
partedetalprática
eque
todaprática
sempre
éadm
inistradadealgum
aform
adefinida.
Dessa
maneira
enfatizoque
meoponho
termi-
nantemente,
porconsiderá-Ia
errada,àquela
posiçãoque
supõeque
aadm
inistraçãoéfunção
deadm
inistradorese
queanossa
funçãoéexclusivam
enteprofissional
ecien-
tífica.Arazão
fundamental
daminha
oposiçãoreside
emque
nossaprática
profissionalecientífica
realiza-seden-
trodeum
contextoadm
inistrativoparticular
eque,
deumaform
aoudeoutra,
administram
osnossos
recursos(bem
oumal,demaneira
estreitaoulimitada).
Freqüentemente
éreal
oditado
"emcasa
deferreiro,
espetodepau".
Poderíamos
darmuitos
exemplos;
limite-
mo-nos,
contudo,aassinalar
que,assim
comoaplicam
osmuito
poucoeutilizam
osdeficientem
entenossos
conhe-cimentos
psicanalíticosnos
procedimentos
deensino
dapsicanálise,
istoé,na
didática,aplicam
ostambém
dema-
neiradeficiente
ouabsolutam
entenão
aplicamosnossos
conhecimentos
enossas
técnicasdegrupo
àadm
inistra-ção
quefazem
osdenossos
recursosnessa
esferadoco-
nhecimento
edaprática.
Etambém
nãoutilizam
osnos-
sosconhecim
entosdos
psicodinamismos
grupaispara
conseguirmudanças
comumaadm
inistraçãodiferente.
Poderiadizê-Io
emoutras
palavras:que,
apesarde
possuirmos
conhecimentos
etécnicas
degrupo
bastan-
tedesenvolvidas,
nãoémenos
certoque
necessitamos
deestratégias
paraautilização
dessastécnicas
econhe-
cimentos.Essa
estratégia(essa
mudança
naadm
inistração)po-
deserresum
idadizendo
quetemosdeintroduzir
astéc-
nicasdegrupo
enossos
conhecimentos
dosdinam
is-mosgrupais
nosprogram
asdeprevenção
primária;
nãosónaterapia
enaprevenção
dedoenças
mentais
ouper-
turbaçõespsicológicas
(oque
jáémuito),
masque
tam-
bémdevem
osinclinar-nos
aum
dosobjetivos
fundamen-
taisdaprevenção
primária,
queéprom
overasaúde.
Seadm
itimosanecessidade
dessacolocação,
precisa-mos,em
segundolugar,assum
irofato
deque
umamudan-
çacom
oaexigida
poressa
perspectivanaadm
inistraçãodos
recursossignifica
também
umamudança
naslinhas
profissionaisenas
linhasounos
contextosdainvestigação.
Temosdesairda
chamada
atividadeintram
ural,eisto
sig-nifica
queprecisam
osnão
apenasalternar
nossaatividade
noshospitais
psiquiátricos,nos
serviçospsiquiátricos
doshospitais
gerais,mastambém
alternartodas
estasativida-
descom
outraque
sedesenvolve
nos"grupos
naturais",no
seupróprio
meio
enas
funçõeseorganizações
específicasque
elespossuem
.Isso
significaque
emtodos
oslugares
ondeháseres
humanos
existemgrupos
etemosdeiraté
elesenão
esperarque
elesvenham
aténós.
Porémiraté
esses"grupos
naturais"significa
anecessidade
derespei-
taromeio,
osobjetivos,as
funçõeseasorganizações
espe-cíficas
dentrodos
quaissedesenvolvem
osgrupos
huma-
nos,eentenda-se
quenão
estoufalando
somente
daativi-
_1_2_8Temas
depsicologia
dadeoudotrabalho,
mastambém
doócio
edarecreação
edeoutras
inúmeras
coisasque
nãoenum
ero.Àprofunda
modificação
delinhas
profissionaisjun-
ta-se,deimediato,
oconfronto
comoproblem
adeque
nãovam
oscurar,
eentão
precisamos
tornarclaros
osnossos
objetivos.Estes
podemresum
ir-senafórm
ula:prom
oçãode
saúde,entendendopor
saúdenão
sóaausência
dedoen-
ça,masum
aproveitamento
mais
eficientedetodos
osrecursos
comque
contacada
grupopara
mobilizar
suaprópria
atividadenaprocura
demelhores
condiçõesde
vida,tanto
nocam
pomaterial
comonocultural,
noso-
cialenopsicológico.
Quando
nosdispom
osaadm
inis-trar,
domodo
indicado,nossos
recursos(técnicas
eco-
nhecimentos
degrupo),
umdos
problemas
queindu-
bitavelmente
temos
deenfrentar
éofato
deque,
ase-
guir,deparam
oscom
umaperda
dasegurança
quenos
dáaorganização
eainstitucionalização
daadm
inistraçãoque
agoraestá
emcurso,
organizadacom
olinhas
pro-fissionais
específicasbem
determinadas
ouclaram
entedefinidas.
Temosaqui
umimportante
problemadepsi-
cologiadegrupo,
começando
pornós
mesm
os,para,
alémdisso,
tomarconsciência,
comonovo
problemateó-
rico,dopapel
dainstitucionalização
edaorganização
nasatividades
quedesem
penhamos
comoindivíduos
dian-tedos
gruposenquanto
profissionais.Aform
acom
ode-
vemosiraté
essesgrupos
naturaisem
seusmeios
espe-cíficos
éum
problematécnico
eteórico
quedevem
ostambém
enfrentarcom
oproblem
adedinâm
icadegrupo,
nosentido
deque
aform
apela
qualserealiza
a"inser-
ção"doprofissional
pode,em
grandeparte,
marcar
oudelim
itaro"destino"
dotrabalho
posteriorque
realizeouque
nãopossa
realizar.Necessitam
oselaborar
técni-cas
deinserção
grupalpara
otrabalho
grupal,além
deestudar
edepôr
emprática
técnicasde"desinserção"
oudesenraizam
entodenossos
padrõesatuais
ereconheci-
dosnos
quaisnos
movem
oscom
facilidade.Percebem
osassim
,muito
mais
claramente,
comoo
quefazem
oseaform
acom
oofazem
osnão
ésóumaati-
vidade,mastambém
partedenossa
personalidade,eque
umamudança
deconhecim
entosoutécnicas,
bemco-
moumamudança
naadm
inistraçãodesses
recursos,signi-
ficaumacrise
naestrutura
denossa
própriapersonalidade.
Atéagora
nossastécnicas
degrupo
são,sobretudo,
umafinalidade
emsim
esmas;
porémumamudança
naadm
inistraçãopode
levar-nosaentender
quesão
técni-cas
quepodem
serutilizadas
dentrodeoutros
contex-tos
eoutras
finalidades.Assim
,por
exemplo,
otrabalho
diagnósticodentro
deumainstituição
requerconheci-
mentos
eumaestratégia
dentrodos
quaisastécnicas
degrupo
constituemum
dosrecursos
ou,poder-se-ia
di-zer,
recursopor
antonomásia
atéagora,
masque,
deto-
damaneira,
seconhecem
ossóessa
técnica,não
domi-
namos
aestratégia
dotrabalho
institucional;nossa
ati-vidade
naprevenção
primária
ver-se-áseriam
enteafe-
tadaeinclusive
impossibilitada
desedesenvolver.
Atéagora,
nocam
podapsiquiatria
dinâmica,
noque
concerneespecificam
enteaos
conhecimentos
etécni-
casdedinâm
icadegrupo,
podemosassem
elhar-nosa
pessoaspossuidoras
deriquezas,
masque,
aomesm
otempo,não
podemaplicá-Ias
demaneira
frutífera.Não
seérico
emconhecim
entospelo
simples
fatodepos-
suí-los,masfundam
entalmente
pelaform
adeaplicá-
los.Eeste
éum
dosproblemascríticos
echave
queen-
frentamosnadinâm
icadegrupo.
Todosessesaspectos
psicológicosdanossa
própriacondição
deprofissionais
administrando
nossosrecur-
sosdeumamaneira
particularoulimitada
nãosão
pro-blem
asacessórios,
esenão
entendermosisso
teremos
dificuldadespara
compreenderquando,porexem
plo,notrabalho
institucional,podem
ostrabalhar
comospro-
blemasouassituações
psicológicasque
umgrupo
en-frentapara
administrarou
administrarseusrecursos.Q
ue-roinsistir
emque
essamudança
quepostulo
eapóio
éimprescindível,
massóestarem
osem
condiçõesdefa-
zê-Iaeficientem
enteaocom
preendercada
vezmelhor
apsicologia
degrupo
envolvidaemnossa
própriaadm
i-nistração
eoque
significapsicologicam
ente,para
umgrupo
profissional,umamudança
naadm
inistraçãodos
seusrecursosounasua
organização.Estou
plenamente
convencidodeque
acada
tipode
administração
correspondeum
tipodeproblem
aeum
níveldeconhecim
ento,tantocom
oum
desenvolvimen-
totécnico
próprio;eque
umamudança
naadm
inistra-ção
nãoésom
enteumaspecto
formalou
secundário,mas
queimplica,
necessariamente,
umamudança
depers-
pectivas,umaampliação
deproblem
áticas,umaprofun-
damento
eumareelaboração
deteorias,um
aperfeiçoa-mento
dasnossas
técnicas,assim
como,tam
bém,ain-
clusãodas
técnicasdegrupo
numcapítulo
maisamplo
deestratégias.
Essassignificam
,por
exemplo,
notra-
balhoinstitucional,que
nãosódevem
osconhecerteoriaetécnicas
degrupo,
mastambém
saberdiagnosticar
situaçõesedistinguir
ogrupo
sobreoqualse
deveatuar
numaorganização,assim
comoselecionar
otipo
detéc-
nicaadequada
paraesse
grupo,paraasfunções
querea-
lizaeaproblem
áticaque
enfrenta.Aquio
decisivopode
serosetor
emque
trabalhaopsiquiatra
enão
atécnica
degrupo.
Istopode
exigirdenós
umesforço
comple--
mentar,um
avez
queesse
tipodeavaliaçãonão
éimpres-
cindívelnascondiçõesnas
quaistrabalhamosatualm
en-te,já
quenaprática
privadaounohospitalcada
umpode
aperfeiçoar-seem
umatécnica
eaplicá-Ia
aospacien-
tes,embora
notrabalho
comaprevenção
primária,a
es-colha
dogrupo
emfunção
dodiagnóstico
daorganização
sejaumproblem
afundam
ental,quenasatuaiscondições
emque
exercemosnão
temvigência
comoproblem
a.Poder-se-á
alegarque
otrabalho
naprevenção
pri-mária
exigedenós
certosconhecim
entos(hum
anistas,sociológicos,
econômicos,
antropológicos,etc.)
econ-
cordoque
issoé,de
fato,necessário;com
issoteríam
osdedirigir
nossosesforços
também
paraumamudança
naform
açãodostécnicos
emdinâm
icadegrupo.O
utraobjeção
quetenho
ouvidocom
freqüênciaassinala
queotrabalho
dotécnico
emdinâm
icadegrupo
vaicon-
fundirseus
limites
comosdopsicólogo
social,dopsi-
cólogoclínico,
doantropólogo
oudeoutros
profissio-nais
quetambém
utilizamtécnicas
degrupo.
Conside-
roisso
verdadeiro,masnão
meinquieta,
e,mais
doque
comoumadesvantagem
,vejo-o
comoumavantagem
.Embora
comorisco
deprovocar
mais
desânimodo
queentusiasm
opor
umatalm
udançanaadm
inistração,tenho
demereferir
aoutras
implicações
queexigem
umesforço
nãomenor
doque
asexigências
queexpus
anteriormente.
Jánão
serásuficiente
conhecer,com
oconhecem
os,adinâm
icaeastécnicas
degrupo,
masterem
osdeapren-
derapsicologia
doócio,
apsicologia
dotrabalho,
apsi-
cologiadaorganização
etc.Otrabalho
comogrupo
numainstituição
emfunção
daprevenção
primária
nãotende
àcura,
massim
àspos-
sibilidadesdedesenvolvim
entodas
capacidadeseati-
tudesdos
sereshum
anos.Contudo,
istopode
chocar-seouentrar
emconflito
comasfunções
dainstituição,
eentão
depararemos
nãosócom
aresistência
deum
gru-po,
mascom
umaresistência
daorganização.
Mencionei
emoutro
lugarque,
emtoda
organiza-ção,
chegaum
momento
emque
amanutenção
daorga-
nizaçãopode
entrarem
conflitoeganhar
terrenosobre
osobjetivos
paraosquais
foicriada;
querdizer
queos
gruposdeseres
humanos
queintegram
umaorganização
tendem,em
umdado
momento,
mais
doque
acum
prirosobjetivos
daorganização,
asatisfazer
necessidadespsicológicas.
Aqui,
defrontamo-nos
comumaaparente
contradição,jáque,
seisto
écerto
(asnecessidades
psi-
cológicasestão
satisfeitas),nossa
participaçãoouinter-
vençãonaprevenção
primária
dasorganizações
nãote-
riasentido;
porémesta
contradiçãoéapenas
aparente,jáque
temosnecessidades
psicológicasque
correspon-dem
àdinâm
icadogrupo
primário,
mastambém
temos
asque
correspondemaogrupo
secundário.Podem
ostrabalhar
naprevenção
primária
emfun-
çãodaquilo
que,demodo
geral,poderíam
oscham
ara
eficáciaeaprodutividade.
Nesse
sentido,aexperiên-
ciamostra-nos
que,quando
somoscham
adosaumaor-
ganizaçãoporque
seusobjetivos
explícitosnão
estãosen-
docum
pridosnamedida
desejadaoupossível,
nossatarefa
-seaceitam
osomotivo
daconsulta
comolegíti-
moenão
percebemos
oseu
objetivolatente
-geralm
en-tesereduz
atransform
argrupos
primários
emsecundá-
rios,ouseja,
aconseguir
umaform
alizaçãomais
rígidadaorganização
edos
modelos
institucionaisdentro
de-la.
Evidentemente,
issopode
acontecer,efreqüente-
mente
acontece;possuím
osconhecim
entosetécnicas
suficientespara
atingir,em
parte,esses
objetivos,co-
mo,por
exemplo,
melhorar
onível
dosvendedores
deumaempresa,
fazendocom
quevendam
mais,
oufazer
umaseção
defábrica
produzirmais
ouproduzir
elemen-
tosdemelhor
qualidade.Mas,
embora
issoseja
possível,precisam
osconsiderar
que,tendoaceitado
essesobjetivos
eestas
finalidades,não
estamostrabalhando
emfunção
daprevenção
primária,
mas,
aocontrário,
comoagentes
deumaorganização
queutiliza
nossosconhecim
entospara
quesejam
utilizadososseres
humanos
queaintegram
.
Existemform
asdetrabalhar
nocam
podaprevenção
primária
semque
issoaconteça,
mastrazem
,necessa-
riamente,
complicações
queàsvezes
levamàsegrega-
çãodoterapeuta
eaofracasso
desua
intervenção.Existem
casosem
queoproblem
adas
organizaçõesétotalm
enteoposto,
jáque
àsvezes
somosconsultados
paraintervir
emorganizações
muito
formais
erígidas,
demodo
quesom
ossolicitados
aintervir
comoagentes
demudança
paraintroduzir
ogrupo
primário
sufocado.Ainda
nessescasos,
nossatarefa
nãoéfácil
nemestá
li-vre
decom
plicaçõeseproblem
asdetodo
tipo.Devem
osentender
que,em
todaorganização,
apró-
priaorganização
fazparte
(éparte)
dapersonalidade
dosseres
humanos
queaintegram
eque
mobilizar
padrões,hábitos
enorm
asdeconduta
significamobilizar
ansie-dades
dosindivíduos
edos
gruposque
aconstituem
.Porém
,quero
ressaltarum
aspectoimportante:
énas
or-ganizações
queasestruturas
maisprim
itivaseasocia-
bilidadesincrética
(dequejáfalei)
estãoimobilizadas.
Sevoltarm
osagora
aosgrupos,
podemos
entenderofato
deque,
quandoum
grupoterapêutico
(ouum
tra-balho
degrupo
paraprevenção
primária)
tendeasees-
tabilizarcom
oorganização,
éporque
tende,aomesm
otempo,
aimobilizar
asociabilidade
sincréticaeumapar-
teimportante
daestrutura
grupal,ficando
assim,esta
última,imobilizada
eclivada.
E.Jacques,
queseocupou
emparte
desteproble-
ma,chegou
àconclusão
deque
asinstituições
servemcom
odefesas
dasansiedades
psicóticas.Minha
conclu-
sãoé,em
certamedida,
coincidente,mastambém
diver-gente.
Coincide
nocaráter
defensivo,dinâm
icopsicoló-
gicodas
instituiçõeseorganizações,
masacredito
quenestas
últimasseacham
diretamente
imobilizados
oses-
tratosmais
primitivos
dapersonalidade
ouasociabili-
dadesincrética
grupal.
Secontinuam
osexam
inandooproblem
adas
técni-cas
degrupo
naprevenção
primária,
podemos
citaroca-
soem
queanossa
intervençãorecai
sobreaorganiza-
çãocom
ototalidade,
sobreoseu
organograma,
enão
sósobre
algunsdeseus
setores.Asdificuldades
aquisão
maiores
eexigem
umgran-
deajustam
entodas
formulações
teóricasedenossa
estra-tégia
nautilização
dastécnicas
degrupo.
Paradar
uma
idéiadaamplitude
destaproblem
ática,quero
recordarumaform
ulaçãoque,
cadavez
mais,
meinclino
aconsi-
derarcom
oumaleigeral:
queumaorganização
tendea
terasmesm
asmodalidades
queoproblem
aque
temde
resolvereaestruturar-se
dessaform
a;assim
,vam
osen-
contrarum
círculovicioso
noqual
aorganização
nãosó
nãoresolve
oproblem
apara
oqual
foiexplicitam
entecriada,
masconsolida
aindamais
asua
existênciae,para
tanto,serve-lhe
deftedback.Isto
podeparecer
umpara-
doxoe,num
primeiro
momento,
absolutamente
incorre-to;sem
dúvidaminha
experiênciaeademeus
colabora-dores
tendemagarantir
essaform
ulação.Poderia
citaro
exemplo
deum
asilodevelhos
quefoicriado
paramiti-
garascondições
dosanciãos
eascaracterísticas
psicoló-
Administraçãodas
técnicasedos
conhecimentosdegrupo
13_7_
Aestabilização
daorganização
queosgrupos
tera-pêuticos
alcançamégenuinam
enteantiterapêutica,
ouentão,
éolimite
danossa
terapiasenão
enfrentamos
umadesorganização
detais
grupos.Eaexperiência
de-monstra
queesse
éomomento
críticoem
queogrupo
sedissolve
comracionalizações
oucom
umaconcep-
çãomaníaca
dacura,
tantopor
partedogrupo
comopor
partedoterapeuta.
Esseproblem
aatinge
oseu
pontoculm
inantequan-
dotrabalham
osnocam
podaprevenção
primária
comtécnicas
degrupo
dentrodeumaorganização,
umavez
que,inevitavelm
ente,otrabalho
degrupo
realizadoem
profundidadeeem
benefíciodos
sereshum
anosque
in-tegram
umaorganização
tende,necessariam
ente,aques-
tionareadissolver
oudesagregar
aorganização.
No
entanto,não
nosdevem
osalarm
ardem
ais,porque,
quan-doseestá
paraalcançar
esseponto,
geralmente
somos
segregadosdaorganização
ounos
segregamos
espon-taneam
ente,seja
comumasensação
defracasso
oucom
racionalizações.Por
outrolado,
possoassegurar
queosproblem
asreais
sãomuito
mais
complicados
edifíceis
doque
oque
selecioneiaqui,
jáque,
porrazões
didáticas,apre-
senteiumalinha
esquemática
dedesenvolvim
entoepro-
cureiapresentar
assituações
mais
simples,
masomiti
muitas
situaçõeseproblem
as,justam
enteem
funçãode
umobjetivo
didático.Sei
quenão
ofereçosoluções
fáceiseàsvezes
nemsequer
soluçõesdifíceis,
maselas
sópodem
emergir,
nomelhor
doscasos,
deumaproposição
corretados
proble-masque
devemos
enfrentar,ecom
issoentendo,
assimmesm
o,que
estamosenvolvidos
comoagentes
demudan-
ça,mastambém
comoagentes
queasseguram
umaorga-
nizaçãoque
constituiumaresistência
àmudança.
gicasjáconhecidas
(privaçãosensorial,
incomunicabili-
dade,paralisação
pelaangústia
demorte
etc.).Esem
dú-vida
aorganização
tem,em
suatotalidade,
embora
dentrodos
mesm
osconjuntos
oustafJs
doorganogram
a,asm
es-mascaracterísticas
deincom
unicabilidade,privação
sen-sorial,bloqueio
diantedamorte
etc.Esse
exemplo
servetambém
parailustrar
comoa
instituiçãoajuda
aque
"sedepositem
"nela,
justamen-
te,tantooque
sequer
resolvercom
oosaspectos
daso-
ciabilidadeque
caracterizeicom
osincrética.
Éóbvio
quenestas
condiçõesatática
notrabalho
degrupo
nocam
podaprevenção
primária
temdesedi-
rigirmais
àsestruturas
daorganização,
fundamental-
mente
aosstafJs
administrativos,
executivos,terapêuti-
cosetc.Todavia,
nãoprecisam
osafastar-nos
muito
paraen-
contrarum
exemplo
muito
próximodenós
queéoda
lutaperm
anenteque
sefaz
necessárianum
hospitalpsi-
quiátricopara
queelenão
promova
aalienação,
amargi-
nalizaçãoeasegregação
dosdoentes
mentais;
caracte-rísticas
queainstituição
deveriaresolver,
masque,
semdúvida,
consolida.